Apresentação Projeto Comunicação Interna Mega Econômica Capivari
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FACULDADE CAPIVARI - FUCAP
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO-TCC
A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL NA VIDA DA CRIANÇA: A
RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA A PARTIR DO TRABALHO DESENVOLVIDO NO
JARDIM III
Tamires da Rosa
Capivari de Baixo (SC),junho de 2018.
TAMIRES DA ROSA
A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL NA VIDA DA CRIANÇA: A
RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA A PARTIR DO TRABALHO DESENVOLVIDO NO
JARDIM III
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Pedagogia da Faculdade Capivari- FUCAP,
sob orientação da ProfªMsc. Joana D’Arc de Souza.
Capivari de Baixo (SC), junho de 2018.
A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL NA VIDA DA CRIANÇA: A
RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA A PARTIR DO TRABALHO DESENVOLVIDO NO
JARDIM III
Este Trabalho de Conclusão de Curso-TCC foi submetido ao processo de avaliação, em
estado de Defesa Pública. Aprovado na versão final em ___/___/___, atendendo as normas de
legislação vigente da Faculdade Capivari-FUCAP.
Capivari de Baixo (SC), junho de 2018.
Comissão Avaliadora:
Orientadora-ProfaMsc. Joana D’Arc de Souza- FUCAP
1º Avaliador:ProfaMsc. Maria Ana Pires De Oliveira
2º Avaliador:ProfaMsc. Rosane Lemos Barreto Custodio
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu
destino, meu guia e socorro presente na hora da angústia.
Ao meu pai Manoel Marcelino da Rosa, minha mãe Tânia Regina Silveira, aos meus irmãos е
a toda minha família que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para que eu
chegasse até esta etapa de minha vida.
Agradeço а minha professora orientadora que teve paciência е que me ajudou bastante á
concluir este trabalho, agradeço também aos meus professores que durante muito tempo me
ensinaram е que me mostraram о quanto estudar é bom.
A todos aqueles que, de alguma forma, estiveram е estão próximos de mim, fazendo esta vida
valer cada vez mais а pena.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado saúde е força para superar as dificuldades.
Agradeço а minha mãe, heroína que me deu apoio, incentivo nas horas difíceis, de
desânimo е cansaço.
Ao meu pai que apesar de todas as dificuldades me fortaleceu е que para mim foi
muito importante.
Agradeço também a minha prima Rosemeri Peirão de coração pelo incentivo, ajuda e
apoio para que este sonho tão especial tornasse possível.
Obrigada à minha família, por me dar todo o apoio necessário para essa conquista,
todo o amor, carinho, atenção, todo o suporte para que eu não desistisse de ir à busca dos
meus sonhos, disponibilizando-me a melhor educação sempre.
Agradeço a todos os professores que acompanharam minha jornada e foram essenciais
à minha formação como profissional e, além disso, minha evolução como pessoa.
A esta instituição e a toda sua direção eu deixo uma palavra de agradecimento por todo
ambiente inspirador e pela oportunidade de concluir este curso.
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito
obrigada.
“A educação é a arma mais poderosa
que você pode usar para mudar o
mundo.”
Nelson Mandela
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................................................... 8
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
DESENVOLVIMENTO ......................................................................................................... 11
1. FAMÍLIA NA ESCOLA ................................................................................................. 11
1.1 INFÂNCIA ....................................................................................................................... 11
1.2DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA .................................................... 13
1.3INTERAÇÃO SOCIAL .................................................................................................... 15
1.4 FAMÍLIA NA ESCOLA .................................................................................................. 19
2. DINÂMICAS: BASE DO CONTEÚDO APLICADO ................................................. 24
2.1 PRIMEIRA DINÂMICA: CONTAÇÃO DE HISTÓRIA- UM AMOR DE FAMÍLIA . 25
2.2 SEGUNDA DINÂMICA: “A CASINHA DA FAMÍLIA” ............................................. 26
2.3 TERCEIRA DINÂMICA: “O QUE ME PERTENCE” ................................................... 28
2.4QUARTA DINÂMICA: ATIVIDADE COOPERATIVA ............................................... 29
3. A INTERAÇÃO NA VIDA PRÁTICA DA CRIANÇA ............................................... 31
CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 39
APÊNDICES ........................................................................................................................... 43
PLANO DE AULA ................................................................................................................. 44
FIGURA 1 E 2 ....................................................................................................................... 47
FIGURA 3 .............................................................................................................................. 48
FIGURA 4 .............................................................................................................................. 49
ANEXOS ................................................................................................................................. 50
8
ROSA, Tamires da. A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL NA VIDA DA
CRIANÇA: A RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA A PARTIR DO TRABALHO
DESENVOLVIDO NO JARDIM III. 51 p. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC
(Graduação em Pedagogia) – Faculdade Capivari – FUCAP, Capivari de Baixo, SC, 2018.
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso traz à aplicação prática de um plano de aula em
regência, efetuado na escola C.M.E.I. Coração de Mãe, Imbituba (SC), na turma de Educação
Infantil G3. A aplicação prática teve como base um plano de aula com tema proposto à
importância da família no contexto social da criança. O plano de aula é à base do
planejamento, da prática e efetivamente do sucesso do professor, pelo alcance dos objetivos
traçados. A metodologia utilizada para realização do mesmo foi à bibliográfica e de campo,
além da metodologia aplicada em regência em uma pesquisa qualitativa. Para a composição
deste documento foram citados os seguintes autores Almeida (2014), Vigotski (1998),
Oliveira et al. (1992), Polonia; Dessen (2005), Crepaldi (2017), Sousa (2012), Pratta; Santos
(2007), Lopes et al. (2016), Carvalho (2000) e outros. Por fim, observou-se a importância do
planejamento e da avaliação para o alcance dos objetivos, e segundo os pesquisadores
referenciados a brincadeira é uma importante aliada na aproximação da família à escola e
ambos os atores tem responsabilidades neste processo.
Palavras-chave: família na escola; interação social; plano de aula.
9
INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso realizado na Escola C.M.E.I. Coração de
Mãe, Imbituba (SC), apresentou como fundamentação de pesquisa um plano de aula aplicado
a regência escolar. Este projeto teve como tema proposto a importância da família no contexto
social da criança.
A criança é um sujeito social e histórico que está inserido em uma sociedade na qual
partilha de uma determinada cultura. Segundo Lustig et al. (2018) infância é compreendida,
em síntese, como uma etapa da vida da pessoa e criança como o significado de sujeito
histórico, social e cultural. As Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil
(2010) colaboram com este entendimento, acrescentando que criança é sujeito histórico e de
direitos que, nas suas interações, relações e práticas cotidianas, constrói sua identidade
pessoal e coletiva. Essas relações acontecem por meio da brincadeira, imaginação, fantasia,
desejos, aprendizagens, observações, experimentações, narrativas e questionamentos.
Consequentemente ela constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo, dessa
forma, cultura.
Sendo assim, as relações sociais vivenciadas desde o nascimento são determinantes para
formar a personalidade de um indivíduo e segundo o Referencial curricular nacional para a
educação infantil (1998) as crianças se desenvolvem em situações de interação social, nas
quais conflitos e negociação de sentimentos, ideias e soluções são elementos indispensáveis
neste processo. Portanto, os elementos do meio social como pessoas, objetos, rituais e valores
constituem os recursos de que este dispõe a cada momento para desenvolver-se (OLIVEIRA,
et al., 1992). Neste sentido, a família é o primeiro meio de interação social da criança, onde
ela adquire experiências e constrói os seus primeiros saberes para o seu desenvolvimento.
Em síntese, verifica-se que as interações sociais são um aspecto chave para a qualidade
da Educação Infantil e que, portanto, merece ser melhor explorado tanto em pesquisas
acadêmicas quanto nos cursos de formação de professores (SOUZA; ORTEGA 2016). Outros
pesquisadores e educadores têm mostrado um crescente interesse pelo estudo das relações
entre a família e a escola devido à sua importância para a educação e o desenvolvimento
humano, principalmente no que se refere às implicações para o desenvolvimento social e
cognitivo do aluno e suas relações com o sucesso escolar (POLONIA; DESSEN, 2005).
10
Porém são poucas as pesquisas que têm investigado as inter-relações entre os papéis da
família e da escola, de modo a oferecer estratégias que promovam o aprimoramento e a
ampliação dos modelos de relação entre os dois ambientes (POLONIA; DESSEN, 2005).
Durante o curso de pedagogia nos semestres oferecidos obtivemos muito conhecimento
nessa trajetória na área da educação, onde passamos por diversas experiências práticas através
dos estágios oferecidos entre eles na Educação infantil e Anos Iniciais do Ensino
fundamental, Educação de Jovens e Adultos, Educação especial, Educação em ambientes não
formais e Gestão escolar. Podendo assim ter uma vivência prática e real, nas futuras áreas que
venhamos a atuar como observando o dia-a-dia dos alunos e a rotina dos profissionais que
atuam na área da educação de acordo com as áreas dos estágios. Para a construção do presente
trabalho, buscou-se recordar cada uma dessas áreas, podendo escolher a que mais nos
identificou para desenvolver o trabalho de conclusão de curso.
Para tanto, este estudo se propôs, por meio da regência escolar (aplicação de um plano
de aula), apresentar a importância da família no contexto social da criança. Sendo assim, serão
mencionados, neste trabalho de conclusão de curso, a importância da família na escola,
abrangendo os temas: infância; desenvolvimento integral da criança; interação social; família
na escola. Posteriormente, traz-se o conjunto das aplicações das dinâmicas com base no
conteúdo desenvolvido e em sequência abordará o tema a interação na vida prática da criança,
onde explorará a importância do tema para os alunos, bem como a avaliação na educação
infantil, o tipo de avaliação utilizada na regência escolar.Por fim, a conclusão, que irá abordar
os resultados obtidos ao longo da docência.
11
DESENVOLVIMENTO
1. FAMÍLIA NA ESCOLA
A família é o primeiro meio de interação social da criança, nas quais ela adquire
experiências e constrói os seus primeiros saberes. Segundo Lopes et al. (2016) a família é a
primeira instituição em que a criança encontra um espaço natural para o seu desenvolvimento.
Nos primórdios, a educação para as crianças acontecia com o objetivo de ensinar a ela
um ofício, isto é, a profissão que posteriormente iria trabalhar (ALMEIDA, 2014). A escola
no seu início era destinada somente para uma minoria, sendo a família a principal e muitas
vezes única instituição com o objetivo de fornecer essas orientações. Conforme Almeida
(2014) a escola na idade média era somente acessível a um pequeno número de clérigos, não
havendo na sua estrutura a separação por idades, haja vista que o intuito da escola era formar
a criança no seu aspecto moral e intelectual, por meio de uma disciplina mais autoritária,
separando-as do mundo dos adultos.
Atualmente já se sabe que a interação social: adulta (família) e criança, representa
significativamente a ampliação de possibilidades de aprendizagens, desde que se encontrem
em contextos coletivos de qualidade. Essa afirmativa é considerada válida para todas as
crianças, independentemente de sua origem social, pertinência étnico-racial, credo político ou
religioso, desde que nascem, conforme os Parâmetros Nacionais De Qualidade Para Educação
Infantil (2006).
Para colaborar com a construção dos saberes para atual pesquisa os tópicos seguintes
irão fornecer informações que auxiliarão na relação teoria e prática do estágio. Para tanto,
iniciaremos explorando o mundo da infância com seus conceitos, passando pelos saberes
sobre o desenvolvimento integral da criança, a importância da interação social com os meios
que ela convive focando na família, e por fim aprofundar a importância da família na escola.
1.1 Infância
O termo infância, sinônimo de puerícia, caracteriza o período da vida compreendido
entre o nascimento e a adolescência de acordo com o Dicionário Online de Português
12
(PUERÍCIA, 2018). Esta fase da vida é uma fase singular, resultante das transformações
sociais, o que demonstra que a vivência da infância se modifica conforme as experiências e o
seu contexto histórico, entre outras variantes sociais como raça, etnia e condição social
(ANDRADE, 2010).
Alguns autores utilizam infância e criança como sinônimos, entretanto, segundo Lustig
et al. (2018) infância é compreendida, em síntese, como uma etapa da vida da pessoa e criança
como o significado de sujeito histórico, social e cultural.
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma
organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada
cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo
meio social em que se desenvolve, mas também o marca. (RCNEI, 1998, p.21).
Colaborando com este entendimento, as Diretrizes curriculares nacionais para a
educação infantil (2010) acrescenta que criança é sujeito histórico e de direitos que, nas suas
interações, relações e práticas cotidianas, constrói sua identidade pessoal e coletiva. Essas
relações acontecem por meio da brincadeira, imaginação, fantasia, desejos, aprendizagens,
observações, experimentações, narrativas e questionamentos. Consequentemente ela constrói
sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo dessa forma cultura.
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que
sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que
estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as
circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o mundo em que vivem,
as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras, explicitam as
condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. No processo de
construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens
e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre
aquilo que buscam desvendar. (RCNEI, 1998,v.1, p.21).
Entendemos que a infância vem se modificando através dos tempos e dos diferentes
contextos sociais. A criança deixou de ser entendida como um “adulto em miniatura”,
passando a ser compreendida como um ser particular com suas individualidades. Essa nova
perspectiva construída através dos tempos se deve a pesquisadores que vem contribuindo até a
atualidade. Os quais, como Danielle e Freire (2013) compreendem que para interpretar o
significado atribuído à infância, é importante compreender sua trajetória dentro da história e
quais os tratamentos e a relação das crianças com a sociedade, para então entender o conceito
de infância, criança e educação infantil.
13
Num certo sentido, a preocupação com a criança não deixa de ser com a sua formação.
No entanto, algumas concepções ultrapassadas entendem que o objetivo não seria com a
criança em si, mas sim como adulto de amanhã. Segundo Andrade (2010, p.58) “a criança é
reconhecida como fase da não razão, da imaturidade”, ou seja, as expectativas sobre a infância
propagavam um discurso legitimando a infância como uma fase do desenvolvimento humano
no qual a criança é um ser frágil e dependente do adulto. E consequentemente deveria ser
educada e disciplinada para o desenvolvimento pleno de suas faculdades, inclusive da razão.
Para tanto existe uma linha de estudos que intencionam levar em consideração as
peculiaridades da infância na construção de documentos que permeiam as diretrizes
curriculares nacionais. Segundo Parâmetros Nacionais De Qualidade Para Educação Infantil
(2006) para propor parâmetros de qualidade para a Educação Infantil é imprescindível, levar
em conta que as crianças desde que nascem são cidadãos de direitos; indivíduos únicos,
singulares; seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de cultura; indivíduos
humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral.
Sendo assim, compreender que a criança possui características próprias é imprescindível
na formação dos educadores, haja visto que ser professor não é simplesmente repassar
conhecimento e disciplinar, mas principalmente ser facilitador na construção do
conhecimento, sabendo que desde a infância a criança é capaz de produzir cultura conforme
as Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil (2010).
1.2 Desenvolvimento integral da criança
O desenvolvimento integral da criança se dá por meio do desenvolvimento de aspectos
como a motricidade, a linguagem, o pensamento, a afetividade e a sociabilidade, os quais são
aspectos integrados e se desenvolvem a partir das interações que, desde o nascimento, a
criança estabelece com diferentes parceiros, a depender da maneira como sua capacidade para
construir conhecimento é possibilitada e trabalhada nas situações em que ela participa
conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais Da Educação Básica (2013).
Segundo Vigotski (1998) não podemos considerar aquilo que a criança consegue fazer
com ajuda dos outros, como mais indicado e produtivo para o seu desenvolvimento mental do
que aquilo que faz sozinha. A aprendizagem é um processo pelo qual todos os estágios são
importantes e fundamentais para o desenvolvimento integral da criança
14
O desenvolvimento integral da criança depende tanto dos cuidados dos relacionamentos
que envolvem a dimensão afetiva assim como dos cuidados com os aspectos biológicos do
corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde. Além disso, a forma
como esses cuidados são oferecidos e as oportunidades de acesso a conhecimentos variados,
são também influenciadores no desenvolvimento integral da criança (RCNEI, v.1, 1998).
Segundo Vigotski (1998) todas as funções no desenvolvimento da criança são
apresentadas em dois sentidos: um a nível social (interpsicológica), e outro a nível individual
(intrapsicológica). A primeira ocorre entre ela e outros indivíduos, e a segunda no interior da
criança, ou seja, a relação dela com ela mesma. Ambos os sentidos devem ser levados em
consideração nas duas instituições em que a criança mais se relaciona, ou seja, escola e
família.
O papel da instituição escolar e da instituição familiar se torna imprescindível para o
desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, os quais se completam. “Sendo assim, os
ambientes familiares e escolares tornam-se fortes influenciadores no desenvolvimento
intelectual que necessita da mediação do adulto, seja no ambiente familiar ou escolar”
(LOPES et al, 2016, p.23).
De forma similar, os clássicos da literatura psicológica, tais como os trabalhos de
Binet e outros, admitem que o desenvolvimento é sempre um pré-requisito para o
aprendizado e que, se as funções mentais de uma criança (operações intelectuais)
não amadureceram a ponto de ela ser capaz de aprender um assunto particular, então
nenhuma instrução se mostrará útil (VIGOTSKI, 1998, p.104).
O aprendizado e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de
vida da criança (VIGOTSKI, 1998), e é no “ambiente escolar que o atendimento às
necessidades cognitivas, psicológicas, sociais e culturais da criança é realizado de uma
maneira mais estruturada e pedagógica que no ambiente de casa” (POLONIA; DESSEN,
2005, p. 304).
A creche é um dos contextos de desenvolvimento da criança. E apesar de ser um
ambiente mais semelhante ao ambiente familiar, ela possui um sistema de ensino, objetivos e
metodologias. No entanto como é o primeiro contato com a unidade escolar ela não deve ser
tão sistemática. Segundo Oliveira et al. (1992) além de prestar cuidados físicos, ela cria
condições para o seu desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. O importante
é que a creche seja pensada não como instituição substituta da família, mas como ambiente de
socialização diferente do familiar. Onde é responsável pelo cuidado e a educação das crianças,
15
que ai vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si
mesmas, constituindo-se como sujeitos (OLIVEIRA, et al., 1992).
E quais os métodos que podem ser adotados para a escola alcançar este objetivo:
formação integral da criança? Segundo Diretrizes curriculares nacionais para a educação
infantil (2010) as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação
Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e as brincadeiras.
O desenvolvimento e a aprendizagem podem ser facilitados ou propiciados pelo lúdico,
sendo que a partir dos jogos e brincadeiras as crianças conseguem se concentrar melhor por
ser algo que elas gostam, facilitando assim o processo de aprendizagem (SOUSA, 2015).
Durante as brincadeiras existe a oportunidade de interagir com outras crianças da mesma
idade, e assim, segundo Oliveira (1992) a brincadeira se torna um valioso elemento auxiliar
de desenvolvimento infantil.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em
particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas
capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem (RCNEI,
1998, v.1, p.28).
Por fim, além do ambiente escolar a família possui sua cota de responsabilidade no
desenvolvimento integral da criança. Haja visto que, segundo Lopes et al. (2016, p.21) “a
família é a primeira instituição em que a criança encontra um espaço natural para o seu
desenvolvimento”.
1.3 Interação social
Interação social para Vygotski é um processo que se dá a partir e por meio de indivíduos
com história e culturas pré-determinadas nas suas ações de agir, pensar e sentir. Sendo que as
dimensões cognitivas e afetivas dessas interações não podem de maneira alguma serem
dissociadas, assim como os planos psíquico e fisiológico do desenvolvimento decorrente.
Nessa perspectiva, a interação social torna-se o espaço de constituição e desenvolvimento da
consciência do ser humano desde que nasce (VYGOTSKI, 1991, 1986 e 1989, apud BRASIL,
2006, p.14).
16
Corroborando, Demizu (2016, p. 3465) afirma que a construção do conhecimento parte
de uma ação social para individual, pois a criança já nasce no meio social e, desde seu
nascimento vai adquirindo conceitos através da interação com adultos mediadores.
De acordo com Oliveira et al. (1992, p. 30). “é através da interação com outras pessoas,
adultos e crianças que, desde o nascimento, o bebê vai construindo suas características: modos
de agir, pensar, sentir e sua visão de mundo, seu conhecimento”.
Essas relações sociais vivenciadas desde o nascimento são determines para formar a
personalidade de um indivíduo. Segundo o Referencial curricular nacional para a educação
infantil (1998, p.31) as crianças se desenvolvem em situações de interação social, nas quais
conflitos e negociação de sentimentos, ideias e soluções são elementos indispensáveis neste
processo. Portanto os elementos do meio social como pessoas, objetos, rituais e valores
constituem os recursos de que este dispõe a cada momento para desenvolver-se (OLIVEIRA,
et al., 1992).
Oliveira et al. (1992) descrevem que a experiência da criança em um determinado
ambiente é ativa sendo que ao mesmo tempo que ela modifica este meio, ela é modificada por
ele também, principalmente devido a interação com outros indivíduos. “Ao analisar o
conjunto das relações sociais, nota-se que o indivíduo humano não possui originalmente a sua
essência dentro de si mesmo, mas sim no exterior, nas relações sociais” (XAVIER; FACCI,
2011, p.6).
A qualidade do meio social em que a criança está inserida determina sua personalidade
e características, interferindo positivamente ou negativamente na sua vida. Conforme os
Parâmetros nacionais de qualidade para educação infantil (2006) as atitudes dos adultos
favorecem a intenção comunicativa das crianças pequenas e o interesse de umas pelas outras,
o que faz com que aprendam a perceber-se e a levar em conta os pontos de vista dos outros,
permitindo a circulação das ideias, a complementação ou a resistência às iniciativas dos
parceiros. Além disso, a oposição de ideias entre parceiros, por exemplo, incita a própria
argumentação, a objetivação do pensamento e o recuo reflexivo das crianças.
“Crianças expostas a uma gama ampliada de possibilidades interativas têm seu universo
pessoal de significados ampliado, desde que se encontrem em contextos coletivos de
qualidade” independente da origem social da criança, pertinência étnico-racial, credo político
ou religioso (PNQEI, 2006, v.1, p. 15).
Enfim, as relações que se estabelecem entre a família e a escola e os benefícios
potenciais de uma boa integração entre estes dois contextos para o desenvolvimento social,
17
emocional e cognitivo do aluno, são de conhecimento de psicólogos, educadores e demais
profissionais da área da educação (POLONIA; DESSEN, 2005).
Interação social é sinônimo de socialização, a qual, de acordo com Dicio, Dicionário
Online de Português, significa o ato ou efeito de socializar, de tornar social ou comum a uma
sociedade. Sendo mais especifico, na área da psicologia, socialização significa a adaptação de
uma criança à vida em grupo (família, escola etc.) (SOCIALIZAÇÃO, 2018).
A socialização é um processo essencialmente ativo que se desenrola durante toda a
infância e adolescência por meio das práticas e das experiências vividas, não se
limitando de modo algum a um simples treinamento realizado pela família, escola e
outras instituições especializadas (BELLONI 2007, p.58).
Belloni (2007) faz sua contribuição, destacando que socialização como categoria
sociológica básica pode ser compreendida como a ação da sociedade sobre as crianças e a
apropriação do universo de socialização pela ação das crianças. Reforçando esta ideia,
Oliveira (1992) destaca que o desenvolvimento se constrói na e pela interação da criança com
outras pessoas de seu meio ambiente, particularmente com aquelas mais envolvidas afetiva e
afetivamente em seu cuidado.
A socialização conforme Piaget, Habermas é entendida como um processo interativo,
onde a criança interage e domina as situações novas a partir das experiências de seu mundo
vivido, do espaço social e das tradições culturais que formam seu meio ambiente (BELLONI
2007, p.75). Portanto a ideia de interação indivíduo-meio para a aquisição de conhecimento é
construída pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer, nem sendo
adquirido passivamente graças as pressões do meio (OLIVEIRA; et al., 1992, p. 30).
Dentre os meios que a criança interage durante a infância está a escola, a qual é de
fundamental importância no seu desenvolvimento como ser social. E na escola o professor e
os demais agentes devem promover a interação da criança com outros meios. Contribuindo
com esta ideia, o Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998, v1, p.31),
deixa claro que a “interação social em situações diversas é uma das estratégias mais
importantes do professor para a promoção de aprendizagens pelas crianças”. Sendo assim, o
professor tem a responsabilidade de propiciar situações de conversa, brincadeiras ou de
aprendizagens orientadas garantindo a troca entre as crianças, possibilitando sua comunicação
e expressão, demonstrando seus modos de agir, de pensar e de sentir, em um ambiente
acolhedor e que propicie a confiança e a autoestima (RCNEI, v.1, 1998).
18
Entretanto não basta a escola fazer seu papel, pois ele depende da família como mola
propulsora da qualidade do convívio social da criança. Carvalho (2000) confirma esta ideia ao
relatar que o sucesso escolar tem dependido, em grande parte, do apoio direto e sistemático da
família que investe nos filhos, compensando tanto dificuldades individuais quanto
deficiências escolares. Sendo a família uma instância-chave para a socialização primária da
criança (BELLONI, 2007). Segundo Belloni (2007, p.59) “O processo de socialização é o
espaço privilegiado da transmissão social dos sistemas de valores, dos modos de vida, das
crenças e das representações, dos papéis sociais e dos modelos de comportamento”.
Sendo assim a família tem grande parcela de responsabilidade nos papeis sociais e como
modelos de comportamento. Segundo Oliveira et al. (1992) a criança se desenvolve e se
modifica no processo de interação que estabelece com outras pessoas, construindo seus
saberes e mudando a si próprio assim como o meio em que convivem. Sendo justo que estes
primeiros espaços de convívio, como a família seja um meio propício e de qualidade.
Corroborando com a ideia, Belloni (2007) relata que a socialização é um processo de
relações humanas, e as primeiras interações que se constroem entre a criança e o outro ocorre
no círculo familiar, ligando a criança à sua família. Esta socialização constitui o processo de
ação e interação das crianças com o mundo exterior, durante o qual se formam as estruturas de
consciência e no qual o grupo de pares é fundamental.
Para Piaget e Habermas, a “interação com os pares é fundamental no processo de
socialização: tão ou, às vezes, mais importante que a interação com os adultos de referência,
institucionalizados ou não” (BELLONI 2007, p.75).
Demizu et al. (2016) descreve que a criança nasce inserida num meio social, que é a
família e, é na mesma que estabelece as primeiras relações com a linguagem, ou seja, na
interação com os outros. Seguinte com esta linha de pensamento Crepaldi (2017) relata que a
família representa um dos primeiros ambientes no qual o indivíduo inicia sua vida em
sociedade, e que a parceria com outras instituições, como a escola, garantem garantir ao (a)
seu (sua) filho (a) melhores condições de desenvolvimento em todas as áreas de sua vida. Em
meio à família, as crianças, adolescentes e jovens recebem instruções básicas de
relacionamentos psicossociais, inspiram-se em exemplos e influências socioculturais, cabendo
a família a transmissão de normas, ética, valores, ideais, e crenças que marcam a sociedade.
Tradicionalmente a família tem estado por trás do sucesso e culpada pelo fracasso
escolar (CARVALHO, 2000). Não é à toa que a família representa o alicerce para que o
indivíduo construa uma boa estrutura social, pois é dentro do espaço familiar que a criança
19
determina os primeiros relacionamentos, que depois abrangerá a escola e por fim a sociedade.
(CREPALDI, 2017).
Por isso, a participação da família na vida da criança é de suma importância, é ela que
servirá de modelo de relacionamentos para que, mais tarde, ela se relacione com outras
pessoas. Junto à família, a criança vivencia experiências e inicia seu processo de
aprendizagem e desenvolvimento, principalmente quanto à ética e à moral. Por outro lado a
escola proporcionará uma ampliação desse conhecimento prévio, mesclando com a aquisição
dos conteúdos das disciplinas dispostos, contribuindo para sua formação global, ao longo da
sua permanência como aluno (CREPALDI, 2017).
Portanto, a escola tem responsabilidades assim com os pais na formação da criança.
Porém o problema não se constitui apenas quando há inversão de funções de pais e escola, e
sim, quando o educando não é atendido em suas necessidades educativas. Crepaldi (2017)
frisa a necessidade em assegurar a parceria entre escola e família em prol do desenvolvimento
do aluno, e estar ciente reconhecemos as particularidades e semelhanças existentes nesses dois
ambientes no qual a criança se insere, principalmente em se tratando dos aspectos de
desenvolvimento e aprendizagem.
1.4 Família na escola
A família e a escola constituem os dois principais ambientes de desenvolvimento
humano nas sociedades ocidentais contemporâneas (DESSEN; POLONIA, 2007). Quando a
família e a escola mantêm boas relações, as condições para um melhor aprendizado e
desenvolvimento da criança podem ser maximizadas. Assim, pais e professores devem ser
estimulados a discutirem e buscarem estratégias conjuntas e específicas ao seu papel, que
resultem em novas opções e condições de ajuda mútua. “A família e a escola emergem como
duas instituições fundamentais para desencadear os processos evolutivos das pessoas, atuando
como propulsores ou inibidores do seu crescimento físico, intelectual e social” (POLONIA;
DESSEN, 2005, p.304).
Afirma Carvalho (2000) que a família é apontada como uma das variáveis
responsáveis pelo fracasso escolar do aluno, e corroborando com a temática Polonia e Dessen
(2005) frisam a contribuição fundamental da família para o desenvolvimento e aprendizagem
humana.
20
A família tem papel principal de socialização da criança, isto é, de inclusão no
mundo cultural mediante o ensino da língua materna, dos símbolos e regras de
convivência em grupo, englobando a educação geral e parte da formal, em
colaboração com a escola (POLONIA; DESSEN, 2005, p. 304).
Segundo Souza (2012) a criança, desde seu nascimento, ocupa um espaço dentro da
família. É nela que se encontram os primeiros professores e ensinamentos, os quais refletirão
e perdurarão por toda vida adulta, permitindo que seus membros se desenvolvam em todos os
aspectos, de forma integral.
A criança ao nascer é inserida na sociedade pela influência das famílias, e assim acaba
por incorporar a cultura que a cerca, a qual engloba modelos de valores, morais, crenças,
religião e ideias, que lhe serve como base de comportamento. A família exerce grande
influência na criança, sendo a maneira de se comportar a mais evidente, sendo dessa forma
diretamente influenciada pelos seus familiares na forma de pensar e na de agir (ALMEIDA,
2014).
A primeira vivência do ser humano acontece em família, independentemente de sua
vontade ou da constituição desta. É a família que lhe dá nome e sobrenome, que
determina sua estratificação social, que lhe concede o biótipo específico de sua raça,
e que o faz sentir, ou não, membro aceito pela mesma. Portanto, a família é o
primeiro espaço para a formação psíquica, moral, social e espiritual da criança
(SOUSA, 2012, p.5).
Não podemos esquecer que a aprendizagem da criança não acontece apenas em um
ambiente, ela está aprendendo em todo o momento, ao entrar em contato com outras pessoas e
presenciando diversas situações, pois são nestas circunstâncias que ela pode aplicar o que
aprendeu tanto em casa como na escola (ALMEIDA, 2014).
A escola também tem sua parcela de contribuição no desenvolvimento do indivíduo,
mais especificamente na aquisição do saber culturalmente organizado e em suas áreas
distintas de conhecimento. Neste contexto, a escola deve visar não apenas a apreensão de
conteúdo, mas ir além, buscando a formação de um cidadão inserido, crítico e agente de
transformação, já que é um espaço privilegiado para o desenvolvimento das ideias, crenças e
valores (POLONIA; DESSEN, 2005).
A escola deve reconhecer a importância da colaboração dos pais na história e no
projeto escolar dos alunos e auxiliar as famílias a exercerem o seu papel na
educação, na evolução e no sucesso profissional dos filhos e, concomitantemente, na
transformação da sociedade (POLONIA; DESSEN, 2005, p. 304)
21
A escola tem a responsabilidade de incentivar e criar oportunidades para que a família
se sinta confortável para ter uma participação efetiva na vida escolar do aluno (ALMEIDA,
2014).
As transformações sociais alteram as atuais relações familiares, que por sua vez
também irão se transformar e irão influenciar as futuras gerações. Estas
transformações ocorrem por um processo de influências entre os membros de uma
família e distintos ambientes presentes na sociedade em que vivem, sendo o
ambiente escolar um dos principais influenciadores, e a instituição familiar acaba
por absorver essa influência externa. É neste contexto que o indivíduo tem a sua
personalidade construída e moldada (ALMEIDA, 2014, p. 16).
Tais fatores foram primordiais para a mudança ocorrida nas formações familiares e
atualmente estas estruturas familiares que possuem a mãe e o pai inseridos no mercado de
trabalho, com tantas atividades extras para realizar, e com pouco tempo para dedicar
exclusivamente aos filhos se tornam cada vez mais comuns. Desta forma a escola procura se
adaptar a este contexto, para que todas as famílias consigam se engajar nas atividades
propostas pela escola, e tendo participação na vida escolar do seu filho (ALMEIDA, 2014).
As relações entre a família e a escola apresentam padrões e formas de interação bem
peculiares que precisam ser identificadas, apreendidas e analisadas com o intuito de propiciar
uma melhor compreensão não só dos aspectos gerais da integração entre ambos como também
daqueles mais peculiares a cada ambiente (POLONIA; DESSEN, 2005).
Os pais devem participar ativamente da educação de seus filhos, tanto em casa
quanto na escola, e devem envolver-se nas tomadas de decisão e em atividades
voluntárias, sejam esporádicas ou permanentes, dependendo de sua disponibilidade.
No entanto, cada escola, em conjunto com os pais, deve encontrar formas peculiares
de relacionamento que sejam compatíveis com a realidade de pais, professores,
alunos e direção, a fim de tornar este espaço físico e psicológico um fator de
crescimento e de real envolvimento entre todos os segmentos
(POLONIA; DESSEN, 2005, p. 307)
As discussões que envolvem as relações que a escola estabelece com a família têm sido
cada vez mais discutidas no meio educacional e de acordo com Almeida (2014) é essencial
compreender como elas acontecem e se desenvolvem para que se inicie uma discussão com a
finalidade de melhorar o ambiente escolar, assim como as próprias relações entre os seus
sujeitos.
No Brasil, segundo Carvalho (2000) a relação família/escola tem sido pouco estudada.
Segundo a autora no caso da escola privada de classe média supõe-se que a sua aceitação
(principalmente pelos pais) como uma prática rotineira esteja associada ao fato de a jornada
letiva diária e a anual serem percebidas como curtas e insuficientes para o progresso escolar.
22
A mesma autora relata que no caso da escola pública, reconhece-se que os baixos níveis de
escolaridade e renda de sua clientela desestimulam tanto a participação dos pais nas reuniões
escolares quanto a adoção de deveres de casa.
“Para que haja uma relação de confiança entre pais e escola, é necessário um trabalho
em conjunto de ambas a partes, para que a comunicação seja estabelecida de maneira eficaz”
(ALMEIDA, 2014, p. 22). De acordo com Oliveira (1992) o bom relacionamento entre
educadores e famílias a ser constantemente conquistado contribui muito para o trabalho com
as crianças, pois dificuldades surgidas podem se resolver mais rapidamente e a segurança é
maior nas decisões que são tomadas em relação a elas.
Para tanto Joyce Epstein (1992) propôs uma tipologia que engloba cinco tipos de
envolvimento entre os contextos familiar e escolar (POLONIA; DESSEN, 2005, p. 307)
(ALMEIDA, 2014):
Tipo 1. Obrigações essenciais dos pais. Reflete as ações e atitudes da família ligadas
ao desenvolvimento integral da criança e à promoção da saúde, proteção e repertórios
evolutivos. Além da capacidade de atender às demandas da criança, considerando sua etapa de
desenvolvimento para inserção na escolarização formal, é tarefa da família criar um ambiente
propício para a aprendizagem escolar, incluindo acompanhamento sistemático e orientações
contínuas em relação aos hábitos de estudos e às tarefas escolares.
Tipo 2. Obrigações essenciais da escola. Retrata as diferentes formas e estratégias
adotadas pela escola com o intuito de apresentar e discutir os tipos de programas existentes na
escola e evidenciar os progressos da criança, em diferentes níveis, para os pais ou
responsáveis. As formas de comunicação da escola com a família variam, incluindo desde
mensagens, jornais, livretos, convites e boletins até observações na agenda do aluno. A
explicitação das normas adotadas, do funcionamento geral da escola, dos métodos de ensino e
de avaliação e a abertura de espaços, onde os pais possam participar ativamente e dar suas
opiniões sobre estes temas, é estratégico.
Tipo 3. Envolvimento dos pais em atividades de colaboração, na escola. Refere-se à
como os pais trabalham com a equipe da direção no que concerne ao funcionamento da escola
como um todo, isto é, em programações, reuniões, gincanas, eventos culturais, atividades
extra-curriculares etc. Este tipo de envolvimento visa auxiliar professores, orientadores,
psicólogos, coordenadores e apoio pedagógico em suas atividades específicas, quer mediante
ajuda direta, em sala de aula, quer na preparação de atividades ligadas às festas ou desfiles.
Tipo 4. Envolvimento dos pais em atividades que afetam a aprendizagem e o
aproveitamento escolar, em casa. Caracteriza-se pelo emprego de mecanismos e estratégias
23
que os pais utilizam para acompanhar as tarefas escolares, agindo como tutores, monitores e
/ou mediadores, atuando de forma independente ou sob a orientação do professor.
Tipo 5. Envolvimento dos pais no projeto político da escola. Reflete a participação
efetiva dos pais na tomada de decisão quanto às metas e aos projetos da escola. Retrata os
diferentes tipos de organização, desde o estabelecimento do colegiado e da associação de pais
e mestres até intervenções na política local e regional.
De acordo com Crepaldi (2017) a grande preocupação quanto à falta de participação dos
pais na escola se deve a estrutura familiar que vive em meio a conflitos constantes. Nesse
contexto, é preciso que a escola esteja em perfeita sintonia com a família, pois a escola é uma
instituição que deve complementar a formação educacional da criança. Essas duas instituições
devem caminhar juntas na tentativa de alcançar o objetivo maior que é a formação integral da
criança (LOPES et al., 2016).
Segundo Santos e Toniosso (2014, p.113). “As relações estabelecidas entre escola e
família ao longo da história sempre ocupou um espaço importante no âmbito educacional, já
que as duas instituições são as principais responsáveis pela formação integral do indivíduo”.
A família e a escola são parceiros fundamentais no desenvolvimento de ações que
favoreceram o sucesso escolar e social das crianças, formando uma equipe. É fundamental
que ambas andem sempre juntas visando sempre o aluno, e assim possam atingir aos objetivos
que desejam (SOUSA, 2012).
24
2. DINÂMICAS: BASE DO CONTEÚDO APLICADO
Perante o tema proposto para a aplicação do plano de aula, “Sociabilidade: a criança e a
família”, as atividades e/ou dinâmicas foram propostas. De acordo com as Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (2013) o desenvolvimento integral da
criança se dá por meio do desenvolvimento de aspectos como a sociabilidade, assim como
outros (motricidade, a linguagem, o pensamento, a afetividade), os quais são aspectos
integrados e se desenvolvem a partir das interações que, desde o nascimento, a criança
estabelece com diferentes parceiros.
A escola tem a responsabilidade de trazer para dentro do seu convívio as diferentes
vivencias que as crianças trazem no âmbito familiar, buscando ensinar os seus alunos a partir
daquilo que as crianças vivenciam fora do contexto escolar (ALMEIDA, 2014). Sendo assim
a sociabilidade das crianças com o meio familiar é uma temática fundamental a ser
desenvolvida dentro da escola.
Socialização é o ato ou efeito de socializar, de tornar social ou comum a uma sociedade.
Sendo mais específico, na área da psicologia, socialização significa a adaptação de uma
criança à vida em grupo (família, escola etc.) (SOCIALIZAÇÃO, 2018).
Corroborando com o tema Belloni (2007, p.58):
A socialização é um processo essencialmente ativo que se desenrola durante toda a
infância e adolescência por meio das práticas e das experiências vividas, não se
limitando de modo algum a um simples treinamento realizado pela família, escola e
outras instituições especializadas.
O desenvolvimento se constrói na e pela interação da criança com outras pessoas de seu
meio ambiente, particularmente com aquelas mais envolvidas afetiva e afetivamente em seu
cuidado. Portanto a ideia de interação indivíduo-meio para a aquisição de conhecimento é
construída pelo indivíduo durante toda a sua vida, não estando pronto ao nascer, nem sendo
adquirido passivamente graças as pressões do meio (OLIVEIRA, et al., 1992).
Diante do pressuposto, neste capítulo serão apresentadas as dinâmicas desenvolvidas no
estágio, na fase de regência após a elaboração e aprovação do plano de aula pela orientadora.
Tal plano de aula teve como objetivo central compreender a importância da Família na vida
da criança. E assim dinâmicas serão apresentadas e discutidas diante da fundamentação
teórica previamente analisada.
25
A primeira dinâmica refere-se a uma contação de história sobre uma adaptação da obra
de Ziraldo (2010) “Um Amor de Família”; a segunda dinâmica, uma atividade orientada onde
cada criança teria de identificar seus familiares e o local da casa onde eles passam a maior
parte do tempo; a terceira dinâmica refere-se a uma atividade dirigida onde as crianças
identificam os objetos que pertencem a eles; por fim a quarta dinâmica, a qual desenvolve a
interação com o outro, a ajuda mútua por meio de uma atividade prática.
2.1 Primeira Dinâmica: Contação de História “Um Amor de Família” de Ziraldo (2010)
A primeira dinâmica realizada foi a contação de uma história adaptada de Ziraldo
(2010), intitulada “Um Amor de Família” (Anexo 1), no qual trouxe como objetivo o levar a
criança a conhecer as singularidades de cada família e suas particularidades. De acordo com
Polonia e Dessen (2005), é imprescindível implementar projetos levando em conta o contexto
cultural brasileiro, a fim de evitar o emprego de modelos educacionais que são apropriados
para outros contextos.
Em se tratando do nosso contexto sociocultural, é preciso fomentar a relação
família-escola, tomando como base as diferenças sociais e regionais que
caracterizam a nossa cultura e a real condição de implementação de projetos de
pesquisa (POLONIA; DESSEN, 2005, p. 310).
A contação da história se desenvolveu de forma lúdica, com as crianças sentadas em
circulo ao redor das mesas. Ao desenrolar da contação o personagem principal o filho, ia
contando as características de seus membros familiares, levando em consideração
características marcantes que cada parente continha. Primeiro ele se apresenta, e em seguida
vai apresentando o papai que usa óculos, a mamãe que estava com uma flor amarela no
cabelo, o avô que usava chapéu e tinha bigode branco, explicando que o avô era o pai do
papai dele, e assim ele explicava as características e o grau parentesco de cada membro
familiar (Anexo 1).
A mesma dinâmica teve por objetivo levar a criança a perceber e respeitar as diferentes
composições familiares, sendo que de uma família para outra, cada membro exerce funções
diferentes com relação as suas ocupações.
Atualmente verificam-se diferentes composições familiares. A estruturação da família
está intimamente vinculada com o momento histórico que atravessa a sociedade da qual ela
faz parte, uma vez que os diferentes tipos de composições familiares são determinados por um
26
conjunto significativo de variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais, políticas,
religiosas e históricas (PRATTA; SANTOS, 2007).
A escolha da contação da história ocorreu para inserir a criança neste contexto, e por
acreditar que a criança ao ouvir história tem a oportunidade de enriquecer e alimentar a
imaginação e a criatividade, ampliar vocabulário e permite a autoidentificação e seu
autoreconhecimento, assim como também aprender a refletir e aceitar situações relativas às
dimensões diversas da vida.
Segundo Brasil (2010) a criança nas suas interações, relações e práticas cotidianas,
constrói sua identidade pessoal e coletiva. E é por meio por meio da brincadeira, imaginação,
fantasia, que essas relações acontecem, e consequentemente ela constrói sentidos sobre a
natureza e a sociedade, produzindo dessa forma cultura. Segundo Mateus et al. (2013) a
contação de histórias é uma atividade fundamental que transmite conhecimentos e valores e
sua atuação é decisiva na formação e no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.
Na interação com as histórias a criança desperta emoções como se a vivenciasse, estes
sentimentos permitem que esta pela imaginação exercite a capacidade de resolução de
problemas que enfrenta no seu dia a dia, além disso, esta interação estimula o desenho, a
música, o pensar, o teatro, o brincar, o manuseio de livros, o escrever e a vontade de ouvir
novamente (SOUZA; BERNARDINO, 2011).
Dessa forma acredita-se que este tipo de atividade (contação de história) é fundamental
e auxilia no desenvolvimento do objetivo proposto.
2.2 Segunda dinâmica: “A Casinha da Família”
Na dinâmica da “casinha da família” (Figura 2- Apêndice) trabalhou-se com a
representação da casa por meio de uma maquete, a qual possuía cômodos que representavam
os cômodos de uma casa. O foco da atividade foi exercitar a reflexão da criança em seu meio
familiar, percebendo que nem todos os membros são iguais, levando-os a relatar sua rotina no
contexto familiar.
De acordo com a figura 2 do apêndice a casinha escolhida, tinha 5 cômodos (cozinha,
dois quartos, banheiro e sala de estar). Cada criança tinha ao seu alcance bonequinhos,
mulheres, homens e crianças de diversos tipos (Loiro, moreno, negro, alto, baixo) para
representar os familiares que moram em suas casas. As crianças receberam auxilio, e
conforme indagava as crianças colocavam a onde cada membro familiar passava a maior parte
do tempo, conforme relação a sua vivência de casa, na montagem das partes da casinha.
27
Observou-se que a maioria das crianças colocou a mãe na cozinha, o papai no quarto, já
outras colocaram o papai e a mamãe juntos no quarto deitados, se colocaram na rua e
questionaram que ficavam brincando, cada um do seu jeitinho.
É imprescindível implementar projetos levando em conta o contexto cultural brasileiro,
a fim de evitar o emprego de modelos educacionais que são apropriados para outros
contextos. Em se tratando do nosso contexto sociocultural, é preciso fomentar a relação
família-escola, tomando como base as diferenças sociais e regionais que caracterizam a nossa
cultura e a real condição de implementação de projetos de pesquisa (POLONIA; DESSEN,
2005).
É importante também além de apresentar que existem diferenças sociais e regionais que
caracterizam nossa cultura, cada ser humano é único, singular e trabalhar no sentindo que
cada criança acredite que independente da cultura inserida, do gênero, da raça, etc., todos têm
mesmos direitos e deveres.
Segundo os Parâmetros nacionais de qualidade para educação infantil (2006)
imprescindível levar em conta que as crianças desde que nascem são cidadãos de direitos;
indivíduos únicos, singulares; seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de
cultura; indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral. Sendo assim
compreender que a criança possui características próprias é imprescindível na formação dos
educadores, haja vista que ser professor não é simplesmente repassar conhecimento e
disciplinar, mas principalmente ser facilitador na construção do conhecimento, sabendo que
desde a infância a criança é capaz de produzir cultura conforme as Diretrizes curriculares
nacionais para educação infantil (2010).
Nesta atividade da casinha tem o objetivo também de por meio do lúdico, a criança
contar sua própria história, seus hábitos e sua vida no contexto social de sua família,
desenvolvendo sua capacidade de abstração, interpretação e compreensão da realidade.
O lúdico ajuda a criança a entrar em contato com o mundo imaginário e ao mesmo
tempo com o mundo real, e ali é possível desenvolver habilidades de criar e
relacionar esses conhecimentos, pois assim serão capazes de compreender todo tipo
de informação, por isso as atividades lúdicas são exercícios necessários e úteis à
vida (SOUSA, 2015, p.186-187).
Segundo Souza (2015) é no brincar que a criança se apropria da realidade dando-lhes
significado. E dessa forma facilita o entendimento da sua relação com sua família. Além
disso, ela vivência e assiste as demais crianças com suas particularidades e de suas famílias
entendendo que as diferenças existem e devem ser respeitadas.
28
2.3 Terceira dinâmica: “o que me pertence”
A dinâmica “O que me pertence” (Figura 3- Apêndice) tem como objetivo a criança
relacionar os objetos e figuras nos quais o pertence na sua realidade, o que faz parte do seu
meio social. Pois por meio de imagens a criança expressa seus sentimentos, representa seu
mundo. Esta atividade contribui muito para o desenvolvimento da linguagem e do
pensamento.
Conforme a figura 3 no apêndice escolheu-se alguns objetos para que as crianças
pudessem ligar com sua realidade, são eles: carro, boneca, gato, pássaro, chinelo, avião,
elefante, chupeta e bola. Cada criança foi orientada a ligar com giz de cera o objeto na qual
possuíam e que faziam parte de suas famílias. Observou-se que algumas crianças ligaram os
objetos que possuíam em forma de brinquedos como o carro e o avião. Outras relacionaram
com a realidade exemplo o carro, pela família possuir um carro e não necessariamente por
eles ter um carrinho de brinquedo. Cada criança fez a atividade de maneira particular e todos
receberam auxilio ao ser solicitado.
De acordo com as Diretrizes curriculares nacionais gerais da educação básica (2013) o
desenvolvimento integral da criança se dá por meio do desenvolvimento de aspectos como a
motricidade, a linguagem, o pensamento, a afetividade e a sociabilidade, os quais se dão a
partir das interações que, desde o nascimento, a criança estabelece com diferentes parceiros.
Segundo Demizu et al. (2016) é a família que estabelece as primeiras relações com a
linguagem, porém é na escola onde ela se constitui sistematicamente.
A dinâmica “O que me pertence” se constituiu em uma importante atividade simbólica
que possibilita a criança a compreensão do mundo em que está inserida. De acordo com o
Referencial curricular nacional para a educação infantil (1998) as crianças possuem uma
natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito
muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as pessoas que lhe são
próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para compreender o
mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das brincadeiras,
explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. No processo
de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e
exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que
buscam desvendar.
29
Sendo assim, esta atividade traz à tona as relações que elas possuem com objetos da sua
realidade. Além disso, a atividade se utiliza as vivências das crianças, e assim facilita na
construção da aprendizagem, propiciando a criança o contato com os objetos da cultura
escrita.
2.4 Quarta Dinâmica: Atividade Cooperativa
Nesta dinâmica (Figura 4- Apêndice) o objetivo foi mostrar a importância do outro para
a realização de algumas tarefas. Trazendo assim a importância da solidariedade, cooperação e
união, desenvolvendo também a psicomotricidade.
De acordo com a Figura 4 no apêndice a dinâmica se iniciou com uma orientação e a
explanação da atividade onde as crianças eram orientadas sob uma rota demarcada no chão da
classe, a passar sobre uma reta quebrada, e de mãos percorresse a demarcação sem soltarem as
mãos. Os mesmos observaram que de mãos dadas tinha mais facilidade de realizar a tarefa.
“As interações sociais dos jogos cooperativos permitem uma grande interação entre as
crianças. Isso ocorre principalmente porque os jogos são adaptáveis e possibilitam aos mais
pequenos usar suas destrezas de uma forma útil” (CORTEZ, 1996, p.4). Estes valores devem
ser trabalhados e ensinados, e de forma lúdica é um meio prazeroso para a criança perceber o
valor do outro em nossa vida, sendo que a motivação não era ganhar ou perder, a motivação
estava centrada na participação.
Os jogos cooperativos, como o que foi apresentado nesta dinâmica, desempenham um
importante papel no processo educacional dos alunos. Segundo Cortez (1996) os jogos
cooperativos são importantes e necessários no desenvolvimento intelectual do educando, nos
aspectos físico, emocional e na formação de uma consciência social, crítica, criativa, solidária
e democrática.
Os Jogos Cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem
para assumir riscos como pouca preocupação com o fracasso e sucesso em si
mesmos. Eles reforçam a confiança em si mesmo e nos outros e todos podem
participar autenticamente, onde ganhar e perder são apenas referências para o
contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo (BROTTO, 1999, p.77).
Assim, Cortez (1996) afirma que estas atividades são importantes na escola para a
educação integral dos educandos, o desenvolvimento da autoestima, sentimento de aceitação e
30
para proporcionar oportunidades às crianças de confiarem em si mesmas, colaborando na
formação de seres pensantes, criativos e críticos, não perdendo de vista a sua principal
característica que consiste em eliminar qualquer forma de competição.
31
3. A INTERAÇÃO NA VIDA PRÁTICA DA CRIANÇA
Diante do pressuposto e de toda a leitura para este estudo, destaca-se sugestões de como
pode ser desenvolvido o objetivo proposto e que se acredita ser imprescindível da formação
integral da criança: apresentar e trabalhar na escola a importância da família na vida da
criança. Por meio de objetivos específicos tais como: mostrar a diversidade social inserido na
estrutura familiar; exercitar a reflexão da criança em seu meio familiar; e mostrar a
importância da família na vida da criança.
Acredita-se que as brincadeiras são ferramentas fundamentais para estes objetivos e a
tríade família, escola e criança, e suas relações são fundamentais para este processo. A escola
como detentor do conhecimento teórico prático tem sua cota de responsabilidade neste
processo, e autores destacam que por meio de projetos ela pode alcançar os objetivos
propostos.
Os jogos e as brincadeiras são recursos metodológicos capazes de proporcionar uma
aprendizagem natural e espontânea, ajuda a estimular a crítica, a criatividade e a
sociabilização, sendo assim, considerados como uma das atividades mais significativas pelo
conteúdo pedagógico social (SOUSA, 2015, p.167).
A brincadeira é uma atividade infantil com características imaginativa a partir do
contato com outras pessoas, possibilitando à criança pensar e experimentar
experiências vividas, a partir da imitação das pessoas que a cercam, ou a criação de
situações novas, desenvolvendo assim, a imaginação e a facilidade em compreender
regras e aceitá-las (SOUSA, 2015, p.173).
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam
anteriormente em conceitos gerais com os quais brinca, por exemplo, para assumir um
determinado papel numa brincadeira, a criança deve conhecer alguma de suas características.
Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência
vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas
assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc. (RCNEI, v.1, 1998). Na
brincadeira infantil a criança assume e exercita os vários papeis com os quais interagem no
cotidiano. Ela brinca, depois, de ser o pai, o cachorro, o motorista, jogando estes papeis em
situações variadas (OLIVEIRA, et al., 1992). Colaborando com esta linha Goés (2000), no
que concerne à relação eu-outro, parece-me interessante considerar o envolvimento da criança
com esses “eus” fictícios e atentar para as diferentes formas pelas quais ela invoca e recria os
outros na brincadeira.
32
A brincadeira permite reviver situações que lhe causaram enorme excitação e alegria ou
alguma ansiedade, medo ou raiva, podendo nesta situação mágica e descontraída expressar e
trabalhar essas emoções muito fortes e difíceis de suportar (OLIVEIRA, et al.,
1992).“Brincando, a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro,
desenvolve o físico, a mente, a autoestima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa” (SIAULYS,
2005, p.10).
Souza (2015) corrobora afirmando que é no brincar que a criança se apropria da
realidade dando-lhes significado, e por conta disso é importante escolher brincadeiras
adequadas para que a aprendizagem da criança aconteça de forma agradável e compreensível.
E Segundo Siaulys (2005) as crianças precisam brincar, independentemente de suas condições
físicas, intelectuais ou sociais, pois a brincadeira é essencial a sua vida.
O brincar alegra e motiva as crianças, juntando-as e dando-lhes oportunidade de
ficar felizes, trocar experiências, ajudarem-se mutuamente; as que enxergam e as
que não enxergam, as que escutam muito bem e aquelas que não escutam, as que
correm muito depressa e as que não podem correr (SIAULYS, 2006 p.9).
O brincar trabalha os conteúdos vividos pela criança ou pelo grupo, ou que são
sugeridos pela programação pedagógica e neste processo a criança constrói o cenário
necessário para que sua fantasia fique mais próxima à realidade vivida (OLIVEIRA, et al.,
1992).
Após entender que a brincadeira é uma das principais ferramentas de aprendizagens
com o intuito de aproximar a família das relações criança e escola, vamos entender um pouco
mais das responsabilidades e da aplicação prática de como esse processo pode acontecer.
Iniciamos afirmando sobre a importância de ressaltar que a família e a escola são
ambientes de desenvolvimento e aprendizagem humana que podem funcionar como
propulsores ou inibidores dele (DESSEN; POLONIA, 2007). Segundo Almeida (2014) é
importante observar a distinção das funções da família e da escola, compreendendo que uma
necessita da outra, e que se uma dessas instituições não cumpre o seu papel, a outra fica
sobrecarregada e acaba por dificultar o desenvolvimento da criança.
A família e a escola são agentes de socialização, e segundo Almeida (2014) a família a
mais importante por ser o primeiro ambiente em que a criança recebe seus primeiros cuidados,
ensinos e direcionamentos para ingressar em uma vida em sociedade.
A participação dos pais na vida da criança é essencial, e quando se estende até a
escola, torna-se o processo de aprendizagem uma extensão daquilo que se iniciou em
seu convívio familiar. Com essa participação dos pais no processo de ensino
33
aprendizagem, a criança fica mais confiante, uma vez que percebe que todos se
interessam por ela, e também porque passam a conhecer quais são as dificuldades e
quais os conhecimentos que ela tem (CREPALDI, 2017, p. 11737).
Quem tem a tarefa básica de educar não é a escola, mas sim à família. É ela que deve
proporcionar as noções de limites e respeito, para que a criança possa desenvolver os valores
morais e comportamentais básicos. Crepaldi (2017) destaca que a noção do certo/errado e a
internalização destes códigos de valores desenvolverá o autocontrole para que a criança possa
ter um bom convívio em sociedade.
O mesmo autor ressalta que a escola é compreendida como o espaço de comparação
entre os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano dos alunos(as). É um
espaço, no qual se propõe a formação de indivíduos que compreendam criticamente o
contexto social em que se inserem, que encontrem sentido no seu aprendizado, que tenham
acesso ao conhecimento, e que, acima de tudo, sejam capazes de uma inserção transformadora
na sociedade (CREPALDI, 2017).
Colaborando Almeida (2014) destaca que a escola é responsável por demonstrar
interesse por tudo o que o aluno já conhece e todo o conhecimento que ele adquiriu além dos
muros da escola, pois tudo tem o seu devido significado e importância. Não é adequado que a
escola coloque a culpa nas outras instituições e nos próprios alunos. “É necessário que haja
uma parceria efetiva entre escola e família, e cabe a escola estimular essa parceria, pois a
família tem a responsabilidade de participar da vida escolar do aluno, participando das
reuniões escolares, ajudando nas lições de casa” (ALMEIDA, 2014, p. 34).
Neste sentindo, sabendo que cada ator neste processo de aprendizagem da criança tem
sua responsabilidade, autores da literatura pesquisada destacam que para alcançar os
objetivos, tais como aproximar a família da escola e otimizar suas relações em prol do
desenvolvimento integral da criança, projetos devem ser implementados na escola.
Tais projetos devem levar levando em conta o contexto cultural brasileiro, a fim de
evitar o emprego de modelos educacionais que são apropriados para outros contextos. Em se
tratando do nosso contexto sociocultural, é preciso fomentar a relação família-escola,
tomando como base as diferenças sociais e regionais que caracterizam a nossa cultura e a real
condição de implementação de projetos de pesquisa (POLONIA; DESSEN, 2005).
Além de projetos pesquisadores afirmam que avaliar e planejar seriam o primeiro passo
para alcançar os objetivos. A avaliação é fundamental por meio dela o planejamento será
realizado de maneira adequada e a possibilidade de se alcançar os objetivos é mais real.
34
A organização de um planejamento pedagógico centrado na criança, em suas
necessidades e interesses, requer a criação de procedimentos para acompanhamento
do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, pois esses
procedimentos orientarão o olhar dos professores e professoras sobre seu próprio
trabalho e sobre o modo como as crianças estão se beneficiando ou não das
intervenções planejadas. Dentre esses procedimentos, o artigo 10 das Diretrizes
estabelece uma centralidade da observação como instrumento privilegiado de
avaliação (MICARELLO, 2010, p.4).
Na educação infantil, a avaliação cumpre o importante papel de oferecer elementos para
que os professores conheçam melhor as crianças com as quais trabalham, suas características
pessoais e grupais, suas emoções, reações, desejos, interesses e modos pelos quais vão se
apropriando da cultura na qual estão inseridas, transformando-a. (MICARELLO, 2010).
Destaca-se assim que a escolha dos instrumentos e dos objetivos que envolvem o ato de
avaliar está diretamente ligada com a preocupação dos sujeitos que a escola pretende formar.
Sendo assim, a avaliação na educação infantil é marcada por diversos âmbitos que demandam
um olhar multifacetado e diferentes linguagens (FARIA; BESSELER, 2014).
O ato de avaliar, assim como o ato de planejar, é uma atividade essencialmente
humana, que está intrinsecamente ligada às nossas expectativas e aos critérios que
estabelecemos diante de determinada situação, pessoa ou objeto para que algo se
realize. O ser humano, em seu cotidiano, está frequentemente realizando avaliações
sobre si mesmo, sobre o outro e sobre tudo que está à sua volta. É a partir das
avaliações que fazemos das situações vivenciadas, que damos espaço à tomada de
decisões e planejamos nossas ações futuras (FARIA; BESSELER, 2014, p.156).
Avaliar é, portanto, o exercício de um olhar sensível e cuidadoso ao outro ou, dito de
outro modo, é parte do exercício de “amorosidade” que o ato educativo encerra e do qual nos
fala o mestre Paulo Freire. É desse exercício do olhar e da escuta, que caracteriza a prática da
avaliação na educação infantil, que vamos falar neste texto (MICARELLO, 2010).
Destaca-se assim que o planejamento e avaliação são fundamentais na aplicação prática
que se propõe este trabalho. Relembrando que as brincadeiras são ferramentas fundamentais
para estes objetivos e a tríade família, escola e criança, e suas relações são fundamentais para
este processo. Corroborando com essa linha de raciocínio Polonia e Dessen (2005) destaca
que existe uma necessidade de despertar o interesse de pesquisadores, psicólogos e
educadorespara a obtenção de uma base empírica para as discussões e implementação de
ações visando um funcionamento escolar que integre a escola e a família.
Porém, segundo Carvalho (2000), a fórmula da relação família/escola seria: mais
envolvimento dos pais em casa equivale à maior aproveitamento e permanência na escola por
parte dos alunos; mais participação dos pais na escola resulta em melhores escolas.
35
Segundo Russell e Airasian (2014) a avaliação é o processo de coletar, sintetizar e
interpretar informações que ajudam na tomada de decisões, a qual é uma parte continua da
vida na sala de aula. No contento escolar, em específico na Educação Infantil a avaliação deve
acontecer durante todo o processo de ensino e aprendizagem, servindo para o diagnóstico do
andamento do processo educativo, e consequentemente para orientar o professor no
planejamento das ações docentes, orientando-o a alcançarem os objetivos propostos para esse
nível de ensino (LACERDA; SOUZA, 2013).
Silva (2012) colaborando, afirma que a avaliação na Educação Infantil deve ser
constante e diária, onde o educador deve ter conhecimento da realidade do seu aluno,
observando questões referentes a onde vive, como vive, respeitar as suas diferenças e sua
individualidade é primordial, e faz com que o professor possa ser um agente transformador da
aprendizagem do aluno.
A avaliação deve procurar abranger todos os aspectos do desenvolvimento da
criança, não só o cognitivo, mas sim uma avaliação a partir do aluno, tendo ele como
referência, como parâmetro de si mesmo. Deve ter uma ação também diagnóstica,
que indique quais alterações na práxis do professor deve acontecer para facilitar a
aprendizagem do aluno. Não é um procedimento que indique o ponto final de um
trabalho, uma classificação, para depois resultar numa exclusão futura; deve mostrar
ao professor o quanto o aluno avançou em um determinado tempo. O aluno precisa
ser o autor da sua própria aprendizagem, tendo no professor um facilitador, um
instrumento para interagir com ele na construção do seu conhecimento. Entretanto,
qualquer que seja a postura, os educadores não podem avaliar somente para
cumprirem uma exigência burocrática, deixando de explorar este instrumento
poderoso que serve para redefinir a sua prática profissional (SILVA, 2012 p.2-3).
Para tanto as instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para
acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças,
sem objetivo de seleção, promoção ou classificação (DCNEI, 2010). Segundo Silva (2012) a
educação infantil é uma etapa integrante da educação básica, e, portanto, a avaliação é um
assunto que deve ser observado pelo professor, para que não ocorram injustiças. O professor
tem que avaliar a criança em um processo contínuo e dinâmico.
Por meio desta ferramenta o professor é capaz de obter estratégias de ensino, recursos
didáticos, e identificar se o conteúdo trabalhado foi realmente assimilado pelo aluno. E nesse
sentindo a avaliação se torna fundamental para o processo educativo.
36
Se a avaliação da turma ou de determinado aluno especificadamente demonstra que
os objetivos de ensino não foram alcançados, isso é sinal de que se faz necessário
um novo planejamento com novas estratégias didáticas, com a utilização de recursos
diferenciados. É preciso retomar desde o início e buscar melhorar o que, porventura,
não tem sido suficiente. Na educação Infantil a avaliação deve ser um instrumento
de investigação didática. Isso deve servir como termômetro do processo ensino-
aprendizagem, permitindo assim que o professor compare efetivamente os resultados
alcançados nesse processo. Quando trabalhada corretamente, a avaliação é
muitíssimo útil, pois pode proporcionar a retroalimentação do processo didático, isto
é, ela se constitui em um reflexo da realidade deste. Possibilita assim a reflexão do
professor acerca de seu trabalho e uma ação direcionada para a necessidade do aluno
e/ou da turma. Nesse caso, a classificação do aluno ou a mensuração de seus
conhecimentos não é necessária, mas sim, obter informações precisas sobre
andamento da atividade pedagógica (LACERDA; SOUZA, p. 23, 2013).
Para a presente verificação de aprendizagem da regência optou-se por dois tipos de
avaliação: a avaliação diagnóstica e a avaliação formativa. A primeira permite a captação de
progressos e dificuldades do aluno, visando através dos mesmos, uma modificação no
processo de ensino que possibilite concretizar seus objetivos. Ela permite o alcance de
propósitos como: verificar se o aluno estabelece ou não determinados conhecimentos ou
habilidades que são necessários para aprender algo novo, identificar, discriminar,
compreender, caracterizar as causas determinantes das dificuldades de aprendizagem, ou essas
próprias dificuldades. Já a avaliação formativa busca identificar as principais insuficiências de
aprendizagens iniciais necessárias à realização de outras aprendizagens. Nesse sentido, é
formativa no instante em que indica como os alunos estão se comportando em relação aos
objetivos propostos, e visa a uma regulação interativa, ou seja, todas as relações entre
professor e aluno são avaliações que possibilitam adaptações na prática cotidiana visando à
melhor aprendizagem do aluno (SILVA FILHO et al., 2012).
Desta forma, através da avaliação diagnóstica, com dinâmicas desenvolvidas nas
atividades em regência, conferiu a amostragem das resoluções propostas as crianças. Já a
avaliação formativa, de acordo com as dinâmicas, pode-se formar um conceito resoluto das
habilidades desenvolvidas na formação final.
37
CONCLUSÃO
Compreender a importância da família no âmbito escolar na vida da criança foi o foco
deste trabalho, e para isso o plano de aula foi elaborado com este intuito. As atividades
propostas objetivaram mostrar a diversidade social inserida na estrutura familiar; exercitar a
reflexão da criança em seu meio familiar; e mostrar a importância da família na vida da
criança.
Perante isso se usou a disciplina de Ciências para elaborar o plano, pois é através do
ensino de ciência que estuda as relações sociais, a forma de promover o conhecimento de
mundo na criança. Para que por meio da ciência as crianças aprendam a conhecer o meio
que as cerca e se tornem críticos frente a sociedade da qual fazem parte. Com isso, ensinar
ciências é trabalhar o meio natural e social do aluno sem deixar e lado os seus
conhecimentos prévios e valorizando suas curiosidades.
Diante da metodologia utilizada e das dinâmicas aplicadas às crianças se sentiram à
vontade apresentando algumas atitudes curiosas, sendo que de maneira geral os objetivos
foram contemplados haja vista a participação geral da turma.
De acordo com as dinâmicas do lúdico aplicado a turma sentiu-se instigada, mostrando
interesse e empolgação. Durante a primeira dinâmica orientada, as crianças ficaram
impressionadas com a contação de história e através dos questionamentos feitos, todos
participaram mostrando interesse e compreensão.
Já na segunda dinâmica notou-se que algumas crianças estavam agoniadas para
participar da atividade, e alguns ficaram tímidos para realizar a mesma. Algumas crianças se
comparavam com os bonecos de E.V.A, se colocavam brincando na rua, outros no quarto, em
fim no decorrer da atividade a grande maioria participou e compreendeu o sentido da
dinâmica.
Na terceira dinâmica as crianças relacionavam a atividade proposta com o meio que
estavam inseridos, dando exemplos do porquê que estavam ligando os objetos, animais, ao
realizar a atividade um comentava com o outro o que lhe pertencia, sendo que todos
participaram e realizaram essa atividade com desenvoltura.
Por fim na quarta dinâmica os alunos pareciam curiosos para realizar a atividade, um
ajudava o outro quando preciso, os mesmos comentavam que de mãos dadas ficava melhor de
caminhar sobre a rota, todos participaram e motivados pediam para realizar a atividade varias
vezes.
38
Contudo percebesse que a socialização que ocorre na Educação Infantil, no momento da
inserção escolar, pode-se dar de forma bastante natural, desde que incentivada pelos
momentos lúdicos proporcionados pela escola e professores. O estimulo das brincadeiras,
jogos, e atividades lúdicas que ocorrem no ambiente escolar facilita as relações sociais entre
as crianças, criando vínculos de afetividade e amizade, o que é muito importante para seu
desenvolvimento integral. E as intervenções feitas pela professora também são validas para a
construção de aprendizagens sociais, já que não basta simplesmente deixar as crianças
brincarem à vontade na escola e sim mediar as relações levando-as a refletir sobre as regras e
condutas da sociedade.
Perante a regência e de todo o desenvolvimento deste trabalho verificou-se a
importância de desenvolver mais o tema Família na Escola, além de observar a importância de
elaborar projetos que propunham a integração e a participação efetiva dos pais na educação
das crianças alinhadas à escola, cada qual com suas responsabilidades.
Já nas relações frágeis atuais das famílias, assim como da falta de relacionamento entre
escola e família verifica-se a importância de os educadores buscarem mais conhecimentos
buscando possíveis soluções para esses desafios. A escola tem o papel de iniciar este processo
de aproximação, pois é ela a detentora de maior conhecimento, e diante disso os projetos
interdisciplinares são possivelmente ferramentas que possam auxiliar neste processo.
Verificou-se que para aplicar esses projetos os professores devem ter o suporte da
escola no que se refere a espaço, qualidade de matérias e infraestrutura, e principalmente
atualizar na formação continuada dos professores. Estes devem estar preparados, pois será ele
o mediar desses conhecimentos.
Levando em consideração a prática e as pesquisas realizadas no decorrer do período do
desenvolvimento deste trabalho, verificou-se a importância do planejamento adequado para
enfim alcançar os objetivos propostos.
Teoricamente e por meio da literatura pesquisada, para que exista a valorização da
importância da família no âmbito escolar na vida da criança, verifica-se que o planejamento e
a avaliação são fundamentais; além disso, as brincadeiras e dinâmicas mostraram ser ótimas
ferramentas para tal; e por fim os projetos envolvendo a escola são opções plausíveis para se
alcançar o objetivo proposto. Sempre ressaltando que cada agente deste processo (família,
escola, professor) deve estar ciente de seu papel na formação integral e social da criança.
39
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ZIRALDO. Um amor de família. Coleção Bichim. Editora: Melhoramento. Edição: 2010.
43
APÊNDICES
44
PEDAGOGIA
Curso: Licenciatura em Pedagogia Período: 2018/1
Disciplina: Ensino de Ciências Semestre: 8º
Data: 04/04/2018 Créditos: 04
Acadêmica: Tamires da Rosa Carga Horária: 72 h/a
PLANO DE AULA -PROJETO
LOCAL: C.M.E.I. Coração de Mãe
MUNICÍPIO: Imbituba
SÉRIE: Infantil III
TEMA: Sociabilidade: A criança e a família
TÍTULO: A Família
1- EMENTA
Importância da família no contexto social da criança. A criança, a família e a escola. A
criança e o outro que o cerca.
2- OBJETIVO GERAL
• Compreender a importância da família na vida da criança.
3- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Mostrar a diversidade social inserido na estrutura familiar;
• Exercitar a reflexão da criança em seu meio familiar;
• Mostrar a importância da família na vida da criança;
4- CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1ª unidade: Importância da família no contexto social da criança.
• O que é a família?
45
• A criança na vida familiar;
• A criança e a família social;
2ª unidade: A criança, a família e a escola.
• A criança e a escola;
• A família e a escola;
• A escola e a comunidade;
3ª unidade: A criança e o outro que o cerca.
• A criança e o outro;
• O outro e a escola;
• A comunidade escolar. Os professores, os colegas e ao outros que compõem a
escola (Merendeira, secretaria e diretor);
5 -METODOLOGIA DE ENSINO
1ª momento: Ao chegarem à escola ocorre a acolhida, onde as crianças são recebidas e
direcionadas a mesa comunitária com massinha de modelar até todos chegarem. Depois
de retornarem do lanche, convida-se a sentarem em roda e inicia-se com um dialogo
sobre família, socializada com o contexto didático, através de um livro e da contação de
historia “Um amor de família” de Ziraldo.
2ª momento: Ainda em roda de conversa faz-se a reflexão da história com os seguintes
questionamentos:
• O que a mamãe usa no cabelo?
• O papai enxerga pouquinho o que ele usa?
• Que cor é o bigode do vovô?
• O que o vovô usa na cabeça?
• Vamos fazer a cara do primo?
• Tem famílias que são bem grandes, e outras são pequenas, as famílias de vocês são
grandes ou pequenas?
• Como é sua família e quem faz parte dela?
• O padeiro faz parte da sua família?
• A escola faz parte da sua família?
• A professora faz parte da sua família ou da escola?
• A merendeira faz parte da sua família ou da escola?
3ª momento: Após a compreensão da historia através de perguntas e conversas inicia-
se em seguida a segunda dinâmica: “A casinha da Família”. Cada criança participa, com
relação a sua vivência de casa, na montagem das partes da casinha. Depois, de todos
participarem desta dinâmica, parte-se para a terceira dinâmica na qual cada um fará com
seu material (folha e giz de cera) a parte de ligação dos objetos ligados a família. Após
esse momento parte-se para a quarta dinâmica. Em duplas, sob uma rota demarcada no
chão da classe, em forma de reta quebrada, de mãos percorre-se a demarcação sem
soltarem as mãos. Assim segue as duplas até terminar o conjunto.
46
6- RECURSOS
Giz de cera, folha sulfite A4, impressão, cola, lápis, caneta, borracha, EVA, feltro,
íman, cola quente, tachinha e fita adesiva.
7- PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Avaliação formativa, diagnóstica, individual e coletiva.
8- BIBLIOGRAFIA:
ZIRALDO. Um amor de família. Coleção Bichim. Editora: Melhoramento. Edição:
2010.
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processos psicológicos superiores. 6ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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Maria Clotilde R. Creches: Crianças, Faz de conta & cia. 11ª edição. Petrópolis, RJ:
Editora Vozes, 1992.
47
Figura 1- Dinâmica 1:Contação de História “Um Amor de Família” de Ziraldo (2010)
Figura 2- Dinâmica 2: “A Casinha da Família”
48
Figura 3- Dinâmica 3: “O que me pertence”
49
Figura 4- Dinâmica 4: Atividade Cooperativa
50
ANEXOS
51
Anexo 1 - Adaptação da história “Um amor de família” de Ziraldo
-Oi!Oi!Oi!
-Eu sou “Bichim”, vou apresentar para vocês a minha linda família.
-Este aqui sou eu, o filho!
-Este de óculos é o papai.
-Esta com uma flor amarela no cabelo é a mamãe.
-Este de chapéu e bigode branco é o papai do meu papai. Ele é meu avô.
-Esta de cima é a mãe do meu papai. Ela é minha avó.
-Esta é a irmã do meu pai. Ela é minha tia.
-Este é o irmão da minha mãe. Ele é meu tio.
-Esta é a titia a mãe do meu primo. Eu amo a titia. Ela sabe de tantas coisas!
-Este é o filho da irmã da minha mãe. Meu primo. Um capeta!
-Este de chapéu é o pai da mamãe. Meu avô!
- Esta com corroa de rainha é a mãe da minha mamãe. É a minha avó. Ela me ensinou que
amor em Inglês é Love! Love minha família.
-Este careca é o pai do papai. Do meu pai. Meu bisavô.
-Esta com cabelo branquinho é a mãe da mamãe. Da minha mãe. A minha bisavó.
-Eu amo minha família. Nem todos são iguais uns são carecas, usam óculos, uns são ruivos,
outros morenos... Enfim eu amo todos!