Fabricação de Tijolos Solo Cimento

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MANUAL BÁSICO DE PRODUÇÃO TIJOLOS ECOLÓGICOS Instrutor: Adilton Rocha da Silva Eng. de Materiais Marabá, 2013

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Processo fabricação tijolo solo cimento

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  • MANUAL BSICO DE PRODUO

    TIJOLOS ECOLGICOS

    Instrutor: Adilton Rocha da Silva

    Eng. de Materiais

    Marab, 2013

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    APRESENTAO

    Localizada em Marab, PA, a Drim Construes uma empresa que

    nasceu com viso de implantao de um novo produto no mercado local e

    regional. Tendo como principal objetivo um produto inovador com certificao

    de qualidade e que agrida ao mnimo o meio ambiente, a Drim Construes

    pioneira em Marab na produo de tijolos ecolgicos.

    O QUE UM TIJOLO ECOLGICO?

    O tijolo ecolgico, tambm conhecido como tijolos de solo-cimento,

    constitudo, como o prprio nome diz, de solo e cimento. Esses elementos,

    aps pequeno perodo de cura, garantem resistncia compresso similar

    dos tijolos macios e blocos cermicos, sendo a resistncia tanto mais elevada

    quanto maior for a quantidade de cimento empregada e as caractersticas do

    solo. Os tijolos so ecolgicos porque dispensa a queima de qualquer tipo de

    material durante sua fabricao e cura. O tijolo de solo-cimento uma tima

    alternativa construo em alvenaria.

    ALGUMAS VANTAGENS NA FABRICAO

    1. O processo de fabricao bastante simples;

    2. Podem ser produzidos com o prprio solo do local do canteiro de obras

    reduzindo ou evitando o custo de transporte;

    3. No necessria a queima dos tijolos;

    VANTAGENS EM UTILIZAR O TIJOLO ECOLGICO

    1. O custo final da obra pode ser reduzindo em cerca de 20%.

    2. Economia de at 50% no custo final da parede.

    3. Reduo de cerca de 50% no tempo da construo.

    4. Reduo substancial no desperdcio de material, especialmente

    concreto e massa de assentamento.

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    5. Durabilidade muito maior que qualquer outro tipo de alvenaria.

    6. Requer pouca massa no assentamento dos tijolos.

    7. Usa apenas impermeabilizante no acabamento.

    8. Assentamento de azulejos diretamente sobre os tijolos.

    9. Aceita aplicao de reboco, pintura, gesso, grafiato, etc. diretamente

    sobre o tijolo.

    PROCESSO DE FABRICAO

    O processo de fabricao consiste nas seguintes etapas:

    Planejamento:

    1. Escolha do solo;

    2. Escolha do cimento;

    3. Formulao / Escolha do trao;

    4. Escolha da Prensa;

    5. Armazenamento do solo beneficiado.

    Processamento:

    1. Beneficiamento;

    2. Mistura;

    3. Hidratao;

    4. Conformao / Prensagem;

    5. Armazenamento;

    6. Cura;

    7. Estocagem ps cura.

    ESCOLHA DO SOLO

    O solo o elemento que entra em maior proporo na mistura, devendo

    ser selecionado de modo que permita o uso da menor quantidade possvel de

    cimento. De maneira geral, os solos mais adequados para a fabricao de

    tijolos de solo-cimento so os que possuem as seguintes caractersticas:

    % passando na peneira ABNT 4,2mm (n 4)............................................... 100%

    % passando na peneira ABNT 0,075mm (n 200)................................. 10 a 50%

    Limite de Liquidez....................................................................................... 45%

    ndice de Plasticidade................................................................................. 12%

    Normalmente, os solos arenosos estabilizam-se com pequenas

    quantidades de cimento. importante ressaltar que a presena de argila na

    composio do solo necessria para dar mistura de solo e cimento, quando

    umedecido e compactado, coeso suficiente que permita a conformao e o

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    manuseio dos tijolos aps a prensagem. No devem ser utilizados solos que

    contenham matria orgnica, pois esta pode perturbar a hidratao do cimento.

    Embora existam solos que sozinhos no podem ser utilizados no

    processo, h possibilidade de se misturar dois ou mais solos para obteno de

    um solo vivel que venha a estabilizar-se e possa ser usado como solo-

    cimento.

    O solo antes de ser misturado com o cimento, deve estar seco, isento de

    matria orgnica, e peneirado numa peneira com malha de 4,8 mm.

    Anlise do solo

    de fundamental importncia para a produo dos componentes em

    solo-cimento que seja efetuada uma avaliao prvia da jazida de solo a ser

    utilizado.

    Anlise em Laboratrio

    1. Ensaio de compactao (NBR 6457); - A compactao um mtodo de

    estabilizao de solos que se d por aplicao de alguma forma de

    energia (impacto, vibrao, compresso esttica ou dinmica). O ensaio

    de compactao permite a plotagem do grfico de compactao do solo.

    2. Determinao da massa especfica dos gros de solo (NBR 6508); - A

    massa especifica do solo a densidade do mesmo, ou seja, possvel

    determinar a razo entre a quantidade de massa do solo e seu volume.

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    3. Determinao do limite de plasticidade (NBR 7180); - O limite de

    plasticidade de um solo a porcentagem em massa de gua que o solo

    absorve at o momento de transio do estado semisslido para o

    estado plstico, ou seja, o momento que o solo deixa de ser quebradio

    e permitir ser moldado.

    4. Anlise granulomtrica de solos (NBR 7181). A anlise granulomtrica

    permite identificar e classificar as quantidades das partes que compe o

    solo; areia, silte, argila, etc.

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    Anlise prtica

    Os solos ideais para a mistura com o cimento so os que possuem teor

    de areia um pouco superior a 50%, devendo-se evitar solos com matria

    orgnica.

    Teste de caixa

    1. Tome uma poro de solo destorroado e peneirado, (recomenda-se a

    peneira de 4,8mm de abertura de malha) e misture gua aos poucos at

    que o solo comece a grudar na lmina da colher de pedreiro;

    2. Coloque o solo umedecido sem compactar, em uma caixa de madeira

    com as dimenses internas indicadas na figura. A caixa deve estar

    lubrificada com leo diesel ou similar;

    3. Encha a caixa at a borda, e alise a superfcie com a colher;

    4. Deixe a caixa guardada, em um ambiente fechado, ao abrigo do sol e da

    chuva, durante sete dias.

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    Aps este perodo, faa a leitura da retrao nas extremidades e nas

    trincas, no sentido do comprimento da caixa. Se a soma no ultrapassar 2 cm,

    o solo pode ser utilizado. Em caso contrrio, adicione areia at obter um solo

    com as caractersticas desejadas.

    ESCOLHA DO CIMENTO

    Os cimentos que podero ser utilizados devero atender s seguintes

    especificaes:

    1. NBR 5732 Cimento Portland comum;

    2. NBR 5733 Cimento Portland de alta resistncia inicial;

    3. NBR 5735 Cimento Portland de alto forno;

    4. NBR 5736 Cimento Portland pozolnico;

    Os nmeros referentes s Normas Brasileiras Registradas (NBRs) vem

    estampados nas sacas de cimento.

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    ESCOLHA DO TRAO

    A escolha do trao depende das propriedades mecnicas e fsicas que o

    tijolo ir adquirir aps a cura, pois o tijolo de atendes as exigncias da norma

    ABNT NBR 10834, sendo, para um lote de dez tijolos, o valor mnimo de

    resistncia mecnica igual a 2 MPa, o valor mdio de absoro de gua deve

    ser menor que 20 % e maior que 8 % e desvios de dimenses de 3 mm.

    Aconselha-se preparar traos volumtricos 1:8, 1:10, 1:12 (cimento: solo) e, de

    cada trao, moldam-se, no mnimo, cinco tijolos na prpria prensa, e

    encaminhados para realizao dos ensaios. O trao a ser escolhido dever ser

    o que atender as exigncias.

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    ESCOLHA DA PRENSA

    Existem vrios tipos e modelos de prensas que se dividem em trs

    categorias: manual, semi-automatizada e automatizada.

    Prensa Manual:

    So prensas totalmente manuais e recomendadas para iniciantes na

    tcnica de solo-cimento que queiram investir pouco para conhec-la. Sua

    produo de 600 a 800 peas/dia.

    Semi-automatizada:

    So prensas com compactao hidrulica que proporcionam menor

    esforo fsico e maior produtividade. Sua capacidade de produo varia entre

    2000 e 4000 peas/ dia.

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    Automatizadas:

    So prensas totalmente automatizadas sua capacidade de produo so

    em mdia 4000 peas/ dia.

    A escolha da prensa depende de fatores como demanda de tijolos no

    mercado, capacidade produtiva da fbrica e questes financeiras.

    ARMAZENAMENTO

    O armazenamento dos tijolos solo cimento deve preferencialmente ser

    armazenado sobre paletes.

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    O palete facilita o transporte dos tijolos evitando assim a quebra dos

    mesmos. O palete deve ter sua superfcie regular para evitar a quebra dos

    tijolos, ou seja, sem empenamento, e ser confeccionado de material que no se

    degrada com gua, utilizada no processo de cura.

    Tambm pode ser utilizado um carro de palete para transporte dentro da

    fbrica.

    PROCESSAMENTO / FABRICAO

    BENEFICIAMENTO

    Para a fabricao dos tijolos ecolgicos primeiramente a matria prima

    precisa passar pela etapa de beneficiamento. O beneficia mento compreende

    quatro etapas: Secagem, destorroamento, peneiramento e estocagem.

    A secagem, de maneira mais vivel economicamente, pode ser feita em

    estufas ou a cu aberto, sob o sol. De modo geral, o solo deve ter o menor teor

    de umidade possvel.

    Aps seco, o solo deve seguir para a etapa de destorroamento que

    uma das etapas mais importantes do beneficiamento nele torres e pelotas

    sero reduzidos granulometricamente o que evita o desperdcio, pois uma

    maior frao de solo agora passar na malha da peneira. No mercado existem

    diversos equipamentos capazes de realizar o destorroamento, como por

    exemplo, o triturador. Porm, o destorroamento tambm pode ser feito

    manualmente.

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    Em seguida, o solo destorroado passa pela etapa de peneiramento. O

    peneiramento o processo de classificao do solo onde pedras, razes e

    gros maiores que o ideal, granulometricamente, sero removidos. O

    peneiramento deve ser realizado com peneira com malha de 4,8 mm.

    ARMAZENAMENTO DO SOLO BENEFICIADO

    Aps o peneiramento o solo deve ser estocado em local apropriado a fim

    de evitar o ganho de umidade. Para traos com mais de um tipo de solo

    necessria estocagem separadamente dos materiais.

    A MISTURA

    A mistura nada mais do que a preparao do trao. Com o objetivo de

    dar agilidade ao processo a quantidade de solo e cimento geralmente medido

    em volume. Por exemplo, para uma mistura simples, com apenas um tipo de

    solo, considere o trao 1:10, desse modo, coloca-se 10 baldes de solos e 1 de

    cimento.

    Em seguida mistura o material at ficar homogneo. Para a mistura do

    material pode-se utilizar equipamentos como betoneiras, no entanto, tambm

    pode ser realizada manualmente, neste caso uma tcnica para maior

    homogeneizao o uso do peneiramento.

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    A HIDRATAO

    Aps homogeneizado tem-se a adio de gua a massa. Essa a etapa

    mais importante da mistura. Caso esteja trabalhando com massa seca, quem

    determinar a quantidade de gua a ser adicionada o limite de plasticidade

    do solo. Caso esteja trabalhando com solo mido ou no disponha de anlise

    de limite de plasticidade, um mtodo emprico utilizado para a adio de

    gua.

    A gua, se necessria, deve ser adicionada em forma de chuveiro, at

    atingir a umidade ideal, obtendo uma argamassa farofada. A verificao da

    umidade da mistura feita, com razovel preciso, da seguinte forma prtica:

    Toma-se um punhado da mistura e aperta-se energicamente entre os

    dedos e a palma da mo; ao se abrir a mo, o bolo dever ter a marca deixada

    pelos dedos e nem agarrar na mo.

    Deixando-se o bolo cair de uma altura aproximada de 1 m, sobre uma

    superfcie dura; ela dever esfarelar-se ao chocar-se com a superfcie.

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    A massa preparada deve ser utilizada em um tempo razoavelmente

    curto, pois logo comear o processo de cura, tambm, para evitar a perca de

    umidade.

    CONFORMAO / PRENSAGEM

    A mistura transferida do misturador para a prensa; o molde da prensa

    que d a forma ao tijolo. Em prensas com regulagens de tamanho de blocos

    deve-se tomar cuidado com tamanho dos blocos produzidos.

    Logo aps a prensagem, o elemento produzido deve ser armazenado

    sobre paletes preferencialmente ou sobre uma superfcie plana, a maior causa

    de perca de tijolos aps prensagem se d devido superfcie de

    armazenamento irregular. Os tijolos devem ser colocados na sombra e

    cobertos a fim de evitar a perca excessiva de umidade.

    A CURA

    Aps seis horas da moldagem e durante os sete primeiros dias, as

    peas devem ser umedecidas frequentemente com regador munido de

    chuveiro, a fim de garantir cura necessria. A cura deve ser feita em mdia a

    cada trs horas, isso depender do tamanho dos tijolos produzidos e do tipo de

    cimento utilizado.

    ESTOCAGEM PS-CURA

    A estocagem ps-cura pode ser feita fora dos paletes, no entanto o solo

    deve esta regular.

    DRIM CONSTRUES FABRICAO DE TIJOLO ECOLOGICOS

    Localizao: Cidade Jardim, Marab - PA