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Gênios e Loucos é o título do artigo, de Geraldo Sobreira, sobre o livro "The Madness of  Adam and Eve " de David Horrobin, sobre as relações entre inteligência , criatividade e loucura, Publicado na revista Carta Capital da primeira semana de outubro Here you will find a English version of the article"Gêniuses and Madmen"   !ic! it !as been publis!ed t!e irst ee# o $ctober, %&&%, on t!e best ee#l'  brasilian mag a(ine 'Carta Caital') *!e article is about t!e boo# "*!e madness o +dam and ve" o David Horrobin on creativit' and -adness)  Te xto Integral abaixo:  CartaCapital, 2 de outubro de 2002  GÊNIOS E LOUCOS Especialista em esquizofrenia sustenta que algumas das características genéticas que podem provocar doenças mentais também potencializam a inteligência e a criatividade. or !eraldo "obreira  ! ual#uer essoa #ue mata sua r$ria m%e &

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Gênios e Loucos é o título do

artigo, de Geraldo Sobreira,

sobre o livro "The Madness of

 Adam and Eve" de David

Horrobin, sobre as relações

entre inteligência,

criatividade e loucura,

Publicado na revista Carta

Capital da primeira semana de

outubro

Here you will find a English

version of the

article"Gêniuses and Madmen" 

 !ic! it !as been publis!ed

t!e irst ee# o $ctober,

%&&%, on t!e best ee#l'

 brasilian maga(ine 'CartaCaital') *!e article is about

t!e boo# "*!e madness o +dam

and ve" o David Horrobin on

creativit' and -adness) 

Texto Integral abaixo:

 

CartaCapital, 2 de outubro de 2002

 GÊNIOS E LOUCOS

Especialista em esquizofrenia sustenta que algumas dascaracterísticas genéticas que podem provocar doençasmentais também potencializam a inteligência e acriatividade.

or !eraldo "obreira 

! ual#uer essoa #ue mata sua r$ria m%e &

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 rovavelmente um es#ui(ofrênico)* 

"# a perda da consciência e da racionalidade, aalucinaç$o e a paran#ia, que caracterizam a criseesquizofrênica, parecem e%plicar a quebra do tabu dos

tabus & o assassinato da m$e ou do pai. Caim matou 'bel ea (íblia est) c*eia de personagens que ouviam vozes, masa palavra sc*izop*renie +do grego s*ízein, que significadividir, partir, em referência - fragmentaç$o dapersonalidade provocada pela doença foi criada em //0pelo alem$o Eugen (leuler. 1 uso do termo e as causas dadoença até *oe provocam polêmica entre os especialistas.!As essoas #ue n%o têm

e+eriência de ter um mem,ro da

fam-lia com doen.a mental n%o odem comreender o fardo a

tens%o o desgaste emocional a

dor #ue isso rovoca na fam-lia)*  

 ' citaç$o anterior e as pr#%imas em destaque s$o do livro3*e 4adness of 'dam and Eve +' 5oucura de 'd$o e Eva,de 6avid 7orrobin, ainda n$o traduzido no (rasil.

ara n$o estimular fantasias, 6avid 7orrobin informa que amaioria dos esquizofrênicos n$o é violenta, é apenas vítimade uma doença que danifica o cérebro e torna as pessoasincapazes de viver sem o cuidado da família, deprofissionais de sa8de e medicamentos. 9o livro, 6avid 7orrobin, *.6. em 9eurociências pela:niversidade de 1%ford, narra suas pesquisas, iniciadas em/;0 em 9air#bi, no <uênia, desenvolvidas até *oe nas

universidades de 5ondres, 9e=castle e 4ontreal. > autor decerca de ?00 trabal*os científicos que serviram de basepara ' 5oucura de 'd$o e Eva. Com o subtítulo Como aEsquizofrenia @ormou a 7umanidade, foi uma das seisobras selecionadas para concorrer ao rêmio 'ventis para5ivros Científicos 2002, gan*o por "tep*en 7a=ing, autorde 1 :niverso em oucas alavras.1 livro de 7orrobin aborda diversos aspectos dos estudossobre a doença. Aai desde a *ip#tese evolucionista de queos genes da esquizofrenia estavam na origem da criaç$o daraça *umana, baseada na constataç$o de que a doença é

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encontrada em todas as raças e em todos os continentes,até a pesquisa das soluçBes para a doença.

 'pesar de a esquizofrenia atingir apenas cerca de 2 dapopulaç$o mundial, as outras doenças mentais, como a

psicose bipolar +novo nome da psicose maníacoDdepressiva e a disle%ia +dificuldade cognitiva que, em geral,se manifesta na leitura ou na fala, relacionadasgeneticamente a ela c*egam a alcançar /0 ou 20 da*umanidade.1 esquizofrênico, em geral, é incapaz de viver uma vidaindependente. 1u, como diria o secret)rio da eceita@ederal, Everardo 4aciel, n$o produz o suficiente paraconstar da lista de contribuintes do Fmposto de enda.

<uando o faz é por *erança de bens +n$o de genes dafamília.!/ rimeiro e mais $,vio aarente

fato so,re a doen.a & #ue ela

ocorre em fam-lias) 0)))1 2arentes

de es#ui(ofrênicos em rimeiro

segundo e terceiro graus e mais

distantes têm maior ro,a,ilidade

de nascer com a doen.a do #ue a oula.%o em geral)* 

  ' doença é *eredit)ria. or isso, @rancis !alton +/G22D///, um primo de C*arles 6ar=in, começou a seperguntar, em seu trabal*o 7ereditarH !enius +/GI, sobrea possibilidade de mel*orar a qualidade da raça *umana seas pessoas com esses defeitos genéticos fossem impedidasde reproduzir. 4as, ao final do seu estudo, !altonescreveuJ K@ui surpreendido ao descobrir quantofreqLentemente a insanidade tem aparecido entre osparentes das pessoas e%cepcionalmente capazesM.7enrH 4audsleH, grande psiquiatra da segunda metade doséculo NFN, também c*egou a cogitar um programa deeugenia para a reduç$o de doenças psiqui)tricas. E combase em observaçBes dos seus clientes & grandes famíliasda era vitoriana & concluiu que grande n8mero dessasfamílias tin*a membros vítimas do que *oe se c*ama de

esquizofrenia. 7orrobin cita esses fatos *ist#ricos paracorroborar sua tese de que os genes da loucura e da

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genialidade muitas vezes est$o nas mesmas famílias.Cinco dos recentes gan*adores do rêmio 9obel, segundo7orrobin, têm fil*os esquizofrênicos. 1 fil*o de Einstein eraesquizofrênico. 9e=ton, ele pr#prio, era esquiz#ide, n$o

esquizofrênico. ' fil*a de Oames OoHce era esquizofrênicaP am$e de !ustav Oung provavelmente era esquizofrênica.A)rios parentes do matem)tico e fil#sofo (ertrand usselleram esquizofrênicos. Oo*n 9as*, gan*ador do 9obel deEconomia de /Q, é esquizofrênicoP sua *ist#ria foidocumentada no livro :ma 4ente (ril*ante, de "Hlvia9asar.!/utro recente ganhador do 3o,el &

es#ui(ofrênico mas

comreensivelmente refere #ue ofato n%o se4a largamente

divulgado) Eu recentemente fi( um

semin5rio ara 67 ,em8sucedidos

 es#uisadores em 9iomedicina e ao 

final sete se levantaram e

disseram #ue eles eram ais ou

filhos ou irm%os ou rimos dees#ui(ofrênicos) 3%o sei so,re os

outros #ue n%o se ronunciaram

so,re o assunto)* 7), no entanto, um outro tipo, o esquiz#ide +n$o éesquizofrênico, mas carrega traços de paran#ia, obsess$o,mania, em cua categoria se encontram grandes nomes daciência, da m8sica, da literatura, etc. Entre esses est$o

Einstein, 9e=ton, 6ar=in, (eet*oven, "c*umann,(audelaire, !ogol. !Tire esses nomes e muitos

outros #ue demonstraram

comortamento es#ui($ide da lista

das essoas #ue fi(eram as maiores

contri,ui.:es ara a humanidade e

a lista ficar5 grandemente

emo,recida) Grandes nomes v%o ser 

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encontrados entre os #ue sofrem de

 sicose ,iolar e disle+ia) Entre

os ;ltimos encontram8se nomes como 

Thomas Edison Ale+ander Graham9ell <alt =isney <inston

Churchill)* 7) muita discuss$o entre psiquiatras e psic#logos sobre ouso dos termos esquizofrênico e esquiz#ide.1 esquiz#ide também pode dizer que ouve vozes depessoas invisíveis. 3em um sentimento irracional deperseguiç$o. 3ende a ser meio paran#ico, imaginar que osoutros est$o quase sempre tentando pass)Dlo para tr)s.

 'credita em bru%as, feitiços, :@1s e coincidênciasmilagrosas. (riga com facilidade por coisas triviais, com osvizin*os, familiares e colegas. 9utre uma obsess$o pelasa8de. E%ibe um e%agerado interesse por religi$o.6emonstra uma pai%$o por n8meros, l#gica e atividades emque n8mero e precis$o s$o da maior importRncia, tais como%adrez, m8sica e computadores. Encontra gravesdificuldades no relacionamento pessoal. E mostracomportamento estran*o em p8blico...

 'lgumas dessas características isoladas, evidentemente,n$o revelam necessariamente uma psicose. Entretanto,como uma profunda tristeza depois de um acontecimentotrivial representa um estado intermedi)rio entre a depress$oe a normalidade, pensamentos e comportamentosesquiz#ides s$o indícios de um estado pr#%imo -esquizofrenia. Esse é o argumento de 7orrobin, para quemalguns aspectos do comportamento característico dacategoria esquiz#ide podem ser encontrados em cerca de

/0 a 20 da populaç$o.7orrobin instiga a polêmica. Ele afirma que os indivíduosesquiz#ides est$o, sem d8vida, concentrados na 'cademia,nas religiBes e nos partidos políticos.!/ edantismo a rivalidade

e+agerada a aran$ia mas tam,&m

a caacidade de imagina.%o e a

criatividade acadêmica devem ser

em arte relacionados >

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 ersonalidade es#ui($ide) ?saac

3ewton com sua ,rilhante

criatividade todavia com sua

al#uimia seu interesse elooculto suas #uerelas aai+onadas

era um grande e+emlo de essoa

es#ui($ide e or essa designa.%o

 odemos evitar uma intermin5vel

discuss%o so,re se ele era

es#ui(ofrênico ou ,iolar)*  1s pesquisadores tentam identificar os genes quepossibilitam a ocorrência da esquizofrenia, mas muito seignora, ainda, sobre a genética das doenças mentais.7orrobin considera improv)vel que a esquizofrenia seacausada por um 8nico gene. ara a esquizofrenia ocorrer, énecess)ria a presença simultRnea de três ou quatro genes.

 ' importRncia desse fato é que, se for necess)ria apresença, por e%emplo, de quatros genes para formar aesquizofrenia, ent$o os parentes de esquizofrênicos, em

primeiro e segundo graus, que nascerem saud)veis ter$ogrande probabilidade de portar um ou dois desses genes.resentes nos parentes dos esquizofrênicos, esses genes éque seriam realmente importantes para a criatividade e ainteligência. Essa é umas das teses que colocam o livro de6avid 7orrobin na fogueira dos debates da psiquiatria.“Heston notou que a maioria dos filhos de

esquizofrênicos, que não eram doentes ou criminosos, parecia levar uma vida mais interessante, mais cheia de

realizações do que os filhos dos não esquizofrênicos:eles pareciam mais criativos e imaginativos.” 1 aspecto negativo do parentesco com esses gênios é quetambém aqueles com um ou dois genes anormais podemrevelar personalidades esquiz#ides ou psicose bipolar,sociopatia, dificuldades de aprendizagem, disle%ia oumesmo comportamentos violentos e antiDsociais.> claro que as famílias compartil*am, além dos genes,formas de relacionamento, estruturas sociais, políticas e

costumes. 1s *)bitos alimentares, por e%emplo, têm forteinfluência na doença. 7orrobin concentraDse na *ist#ria da

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alimentaç$o da *umanidade e seu papel na evoluç$o do ser *umano. ' gordura saturada +un food americana é umprato c*eio para a esquizofrenia e a psicose bipolar. 7orrobin sustenta que a *erança esquizofrênica transmitida

pelos genes aumenta o risco da doença,independentemente do fato de a pessoa viver numa famíliade esquizofrênicos. 4as ele também apresenta fatos paramostrar que a carga genética implica propens$o, n$o umadeterminaç$o absoluta.!/ mais imortante resultado dos

estudos so,re gêmeos & #ue se um

gêmeo idêntico & es#ui(ofrênico

isso n%o significa #ue o outrotam,&m ser5 es#ui(ofrênico) Em

@78B7 dos ares de gêmeos

idênticos am,os os gêmeos eram

es#ui(ofrênicos 0concordante1) Mas

em B787 dos ares s$ um dos

gêmeos era es#ui(ofrênico

0discordante1) Essa & uma a,soluta

e irrevog5vel rova de #ue os

genes n%o s%o os 5r,itros

a,solutos da ersonalidade) De os

genes fossem o ;nico fator

imortante envolvido ent%o a

concordncia seria total ou F77)

/ fato de a concordncia ser B7

ou menos mesmo #uando os ares degêmeos s%o idênticos e têm os

 mesmos genes indica #ue o

am,iente tem um rofundo imacto

no resultado de se algu&m com um

grande risco gen&tico de

es#ui(ofrenia vai desenvolver a

doen.a ou n%o)* > surpreendente e frustrante que, ?0 anos depois da

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produç$o da primeira droga antiesquizofrenia, ac*lorpromazine, a ind8stria farmacêutica ten*a feito t$opouco no controle dos sintomas das doenças mentais. 1primeiro medicamento eficaz contra alguns sintomas da

esquizofrenia surgiu por acaso, no início da década de ?0. 1 cirurgi$o francês 7enrH 5aborit percebeu que algunssedativos p#sDoperat#rios tin*am um efeito em pacientes dedoença mental além da sedaç$o necess)ria para ascirurgias. 6aí nasceu o primeiro remédio +neurolépticocapaz de acalmar um louco. Fsso ocorreu quase 20 anosdepois da produç$o do primeiro antibi#tico.

 'tualmente, diz 7orrobin, esta é a situaç$oJ

“s drogas ainda controlam apenas !"#$%"# emm&dia dos sintomas, dei'ando ("#$)"# dessessintomas intocados. *s efeitos colaterais, como par+insonismo e - disle'ia tardia/, têm sidodrasticamente reduzidos, mas novos efeitos colateraisde o0esidade, sedação, dia0etes e pro0lemas card1acosainda e'istem e podem ter piorado.” 7orrobin recon*ece, porém, que os KsupertranqLilizantesMpermitiram a diminuiç$o do sofrimento dos pacientes e dosseus familiares. 'brandaram os delírios, as paran#ias e osimpulsos violentos, entre outros sintomas. 1fereceramcondiçBes - liberaç$o dos pacientes de *ospitais, *ospícios,prisBes e manicSmios udici)rios, o que, porém, somentecomeçou a ocorrer de fato na década de 0.@oram quatro décadas de e%periências, erros e abusos naaplicaç$o daqueles medicamentos. 4uitos lucros para aind8stria de *ospitais psiqui)tricos e de medicamentos,financiados por toda a sociedade com din*eiro darevidência "ocial. orém, antes de /?0 usavamDse os

c*oques elétricos, as correntes, as camisasDdeDforça, ascelas Ksolit)riasM e outros instrumentos de tortura. Emtempos mais remotos, até a fogueira da Fnquisiç$o foiutilizada contra os loucos, nos quais os religiosos viam odemSnio.9o capítulo /; do livro, 7orrobin relata as pesquisas feitaspor ele e mais uma dezena de outros cientistas +naFnglaterra, na Tndia, nos E:', no Canad), na 'leman*a eno <uênia para enfrentar a doença.

KEnquanto, em termos familiares e de personalidade, oproblema é devastador, em termos bioquímicos pode n$o

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ser t$o sério. 'final de contas, a pessoa funciona quasenormalmente durante os primeiros /?, 2? ou U? anos de suavida antes de ficar doente. 4ais que isso, os pacientesesquizofrênicos variam em grau de severidade da doença,

sempre ficando quase normais quando a temperatura docorpo est) elevada +na febre da mal)ria, por e%emplo, comorevelaram alguns estudos. 1 problema fundamental,portanto, pode n$o ser t$o sério e pode ser reversível. "ealguém encontrar o meio de devolver o equilíbriobioquímico, um substancial progresso poder) ser possível.M 

 ' raiz do problema da esquizofrenia, segundo 7orrobin,est) numa fal*a do metabolismo dos fosfolipídios, gorduras

essenciais envolvidas no funcionamento do cérebro. aratratar esse problema, a mel*or soluç$o encontrada até *oeé o #leo de pei%e.Como constata a sabedoria popular, Kpei%e é bom para océrebroM. "ardin*a, salm$o, cavala e arenque s$o algunsdos pei%es citados como sendo ricos em gordurasessenciais, como as con*ecidas pelas abreviaturas E' e67'.

 ' e%emplo do autor do livro, outros cientistas, em v)riospaíses, têm investigado as propriedades dessassubstRncias. 7orrobin c*ama a atenç$o, especialmente,para o trabal*o de 4alcolm eet, seu parceiro empesquisas sobre gorduras e )cidos essenciais.!3$s fi(emos um estudo con4unto

#ue confirmou #ue as c&lulas dos

gl$,ulos vermelhos do sangue dos

 acientes es#ui(ofrênicos eram

deficientes em /mega86 e /mega8

5cidos essenciais gordurosos)*4alcolm eet e Oan 4ellor observaram, na Fnglaterra, que o#leo de pei%e poderia audar os pacientes. 6ividiram oscomponentes do #leo de pei%e e descobriram que doisdesses )cidos gordurosos, o 67' e o E', têm efeitos nasfunçBes cerebrais.

1 67' est) presente no cérebro de qualquer pessoaem grande quantidade. 1 E' é encontrado no cérebro em

pequenas quantidades. 1 #leo de pei%e contém diferentes)cidos gordurosos, alguns que n$o têm relaç$o #bvia com

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as funçBes cerebrais, outros que podem ser benéficos eoutros até maléficos.

Essas pesquisas de 7orrobin e outros ) serviram para

colocar no mercado um produto com E' e 67'. C*amaDseVirunal, fabricado por uma empresa com sede em (oston,nos E:'.

7orrobin é cauteloso. > improv)vel que o E' sozin*oven*a a resolver o problema da esquizofrenia. E quemel*ore a situaç$o de todos os pacientes. :ma combinaç$ocom outros micronutrientes dever) ser necess)ria para ometabolismo de fosfolipídios dos esquizofrênicos. 4as é ocomeço de uma revoluç$o. 9o mínimo alguns pacientes

alcançam a quase normalidade sem os efeitos colateraisdos neurolépticos +leia quadro na p)gina /2.9o final do livro, 7orrobin diz que, isolados, nem aobsess$o com os genomas e a biologia molecular nem opsicologismo dos que culpam disfunçBes familiaresencontrar$o a soluç$o para a esquizofrenia. "omente umavis$o aberta e multidisciplinar ser) capaz de resolver osproblemas associados -s doenças mentais.

 ' soluç$o para a esquizofrenia ter) implicaçBes para outrasdoenças e para v)rios problemas sociais. <uanto maior on8mero de estudos científicos e de reportagens sobre oassunto, menores ser$o o estigma carregado pelosdoentes mentais e a desinformaç$o sobre o tema, queainda é freqLente mesmo entre médicos, enfermeiros efamiliares de pacientes. @alta de informaç$o que precisa ser combatida, uma vez que, ao atrasar os diagn#sticos,agrava o sofrimento das famílias e dos pacientes.

JONATHAN ENTRA EM CENA

6epois de fugir do tratamento e passar dez anosperambulando pelas ruas, ele virou um símbolo deesperança em novas terapias

 7orrobin conta a *ist#ria do trabal*o, feito em 5ondres, pela

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psic#loga 'le% ic*ardson, na C*aring Cross 7ospital4edical "c*ool, e pelo psiquiatra (asant uri, na oHalostgraduate 4edical "c*ool e no 7ammersmit* 7ospital.

 'mbos cuidaram de um paciente c*amado Oonat*an. Ent$o

com U2 anos, Oonat*an *avia sofrido a primeira crise deesquizofrenia aos /, quando tomara uma primeira e 8nicadose de medicamento antiesquizofrenia. 1 remédioprovocou tanto malDestar que Oonat*an fugiu do tratamento.erambulou pelas ruas de 5ondres por dez anos, levando atípica vida de um esquizofrênico afastado da família.6epois de dez anos, 'le% e (asant passaram a cuidar deOonat*an através do programa de avaliaç$o deesquizofrênicos do C*aring Cross 7ospital. 9os primeiros

dois anos, a situaç$o da doença de Oonat*an parecia amesma, mas os primeiros três e%ames com imagens deressonRncia magnética mostraram uma progressiva perdade tecido cerebral, a deterioraç$o que acontece no decorrerda vida do esquizofrênico num grupo significativo depacientes.

 'le% e (asant ouviram 4alcolm eet falar sobre osresultados com o E'DVirunal. E propuseram a Oonat*antomar Virunal. <uatro semanas depois, Oonat*an n$o e%ibiumudanças no seu estado psiqui)trico detect)vel no testeDpadr$o. 1s delírios, as alucinaçBes e a apatia n$o *aviamsido alterados. 4as 'le% sentiu algum progresso que eradifícil de definir. Ela notou que Oonat*an parecia maissaud)vel, com a pele e o cabelo em mel*or estado.

9a oitava semana, Oonat*an ) apresentava mel*oresresultados no testeDpadr$o. E sua aparência *avia sidotransformada. Ele estava alerta, mais interessado nascoisas e com formid)vel reduç$o das alucinaçBes e delírios.

:ma das razBes do interesse profissional de 'le% emOonat*an era a disle%ia, além da esquizofrenia. 'o longodos /2 meses seguintes Oonat*an mel*orou daesquizofrenia e da disle%ia. 7orrobin afirma que as pessoas que vêem Oonat*an pelaprimeira vez podem perceber alguém diferente, mas n$o umesquizofrênico. E a disle%ia mel*orou substancialmente.

 'gora, três anos depois de começar com o E', eleretornou aos estudos abandonados /2 anos antes.

!Mas talve( o mais interessante do 

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neurolépticos. 4ais aindaJ a média dos efeitos benéficos doE' foi bem maior do que a das outras drogas.