EXPOSIBRAM 2011: Todos os espaços para estandes foram ...

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Votorantim Metais Morro Agudo União para reduzir emissões de gases de efeito estufa Setor passa a contar com importante ferramenta de segurança e saúde Mineração respondeu por 86% das exportações em 2010 no Pará EXPOSIBRAM 2011: Todos os espaços para estandes foram vendidos ou reservados cinco meses antes do evento EXPOSIBRAM 2011: Todos os espaços para estandes foram vendidos ou reservados cinco meses antes do evento Maio de 2011 Ano VI - nº 43 Mineração indústria da

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União para reduzir emissões de gases de efeito estufa

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Mineração respondeu por 86% das exportações em 2010 no Pará

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EXPEDIENTE | Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin • CONSELHO DIRETOR – Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flavia Agnello • Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected].

Cetem lança livro sobre agrominerais no Brasil

O Centro de Tecnologia Mineral (Cetem/MCT) divulgou o o lançamento do livro Agrominerais para o Brasil. A publica-ção faz uma ampla radiografia da situação do agrominerais no País, apontando suas limitações e caminhos alternativos para o setor. Insumos como enxofre, minerais de potássio, rocha fosfática, calcário e turfa são indispensáveis para viabilizar a agricultura e a pecuária brasileiras, além de propiciar o au-mento da produção de alimento para a população e suporte para o setor de biocombustíveis.

Vale embarca 391 mil toneladas em maior navio

mineraleiro do mundoA Vale realizou o primeiro carregamento do maior navio mi-

neraleiro do mundo embarcando 391 mil toneladas de minério de ferro para o porto de Dalian, na China. O embarque foi re-alizado em São Luís, no Maranhão. O navio tem 362 metros de comprimento e 65 metros de largura, com capacidade de 400 mil toneladas. O ‘Vale Brasil’ é o primeiro de uma encomenda de sete navios da mineradora brasileira ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, na Coreia do Sul, que totaliza investimento de US$ 748 milhões.

Com ampliação, Samarco chega à produção de 30,5

milhões de toneladas ao anoFoi aprovado pelo Conselho de Administração da Samarco

Mineração, com representantes dos acionistas da BHP Biliton e Vale, a efetivação do projeto de expansão Quarta Pelotização da mineradora, que ampliará a capacidade de produção de pe-lotas de minério de ferro em 37% até 2014. O aporte, da ordem de RS$ 5,4 bilhões, será destinado para a construção do tercei-ro concentrador na unidade de Germano (MG), à implantação da quarta usina de pelotização e na adequação do terminal por-tuário na unidade de Ubu (ES) e elevará de 22,25 milhões t/ano para 30,5 milhões t/ano a capacidade produtiva.

EDITORIAL

Renomados profissionais confirmam presença na

EXPOSIBRAM 2011

Ano ímpar é ano de Exposição Internacional de Mine-ração - EXPOSIBRAM, em Minas Gerais. Há mais de 20 anos, o IBRAM realiza este evento simultaneamente ao Congresso Brasileiro de Mineração, um marco para o setor. Estamos novamente na expectativa de mais quatro dias re-pletos de novidades, durante a EXPOSIBRAM 2011 e o 14º Congresso Brasileiro de Mineração. Entre os dias 26 e 29 de setembro, esperamos receber a visita de 45 mil pessoas no Expominas, em Belo Horizonte (MG).

Nestes encontros muitas empresas fecham negócios e estabelecem excelentes contatos, conhecem novas tecno-logias e aprofundam conhecimentos por meio das palestras promovidas no Congresso.

É, também, oportunidade excepcional para estreitar re-lacionamentos entre mineradoras, fornecedores, autorida-des, trabalhadores, acadêmicos e o público em geral.

A expectativa de sucesso é grande. Todos os espaços de estandes já estão vendidos ou reservados. Mas quem esti-ver interessado em participar da EXPOSIBRAM 2011 ainda pode se inscrever para o Congresso, que contará com a realização de talk-show, workshops e painéis. Para contri-buir com os debates, renomados profissionais, brasileiros e estrangeiros, marcarão presença como o Professor Luis Enrique Sánchez, da Escola Politécnica da USP, Antenor Fir-mino da Silva, Presidente e CEO da MBAC Fertilizer Corp, a Presidente da Anglo American PLC, Cynthia Carrol, o Pre-sidente da AngloGold Ashanti, Mark Cutifani e o Diretor-Superintendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva.

para mais informações, acesse o site:

www.exposibram.org.br

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Consciente da responsabilidade da indústria da mineração quanto às questões de sustentabilidade e promover a segurança ocupacional, o IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração – lança o Programa Especial de Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. A iniciativa visa diminuir o número de acidentes de trabalho por meio da implementação de uma série de medidas, como treinamentos e intercâmbio de boas práticas.

Setor passa a contar com importante ferramenta de Segurança e Saúde

O MINERAÇÃO, como também é co-nhecido, tem apoio do Serviço Social da In-dústria (Sesi), da Universidade de São Paulo (USP), da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), do Sindicato da Indústria Mineral do Estado mineiro (SINDIEXTRA) e também da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP). De acordo com o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Var-gas Penna, a prioridade é a proteção à vida, cuidado que gera diversos benefícios para o desenvolvimento do mercado. “Prevenir aci-dentes cria um vínculo de responsabilidade social, o que, além de proteger o maior bem da empresa, o trabalhador, é também muito produtivo para o negócio em si. Tanto é as-

sim que uma empresa socialmente correta e que cuida dessas questões tem funcionários mais motivados. Assim, com uma imagem sólida e sustentável, a companhia vai con-seguir atrair mais parceiros e angariar maior credibilidade junto à sociedade”, afirma.

O Presidente lembra outro importante objetivo a ser alcançado: sensibilizar em-presas, sociedade civil e representantes políticos para a importância da segurança e saúde do trabalhador, abordando também seus aspectos positivos na prosperidade econômica e na reconstrução da imagem da mineração, que é fundamental para a economia nacional.

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Cerimônia de lançamento do Programa MINERAÇÃO e coquetel oferecido após a cerimônia

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Prestígio no lançamento

Para o Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, Deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), o Programa mostra que as maiores riquezas que o País possui não são apenas os bens minerais, mas principalmente as pessoas que contribuem para o desenvolvimento da sociedade. O deputado ainda ressalta a importância dessa medida não ser uma imposição governamental. “Há um convite a mudar o patamar de responsabilidade. Eu poderia dizer que isso é como uma autorregulação do setor. A pró-pria atividade se organiza, estabelece referência, dissemina as ações já existentes para que todos possam incorporar nos planejamentos, desde a grande mineradora, passando pela média até os pequenos empreendedores. Isso dá mais relevância e reconhecimento para aquilo o que se fará. É um sinal de evolução”, assegura.

O Conselheiro do IBRAM e Assessor da Presidência da Samarco Mineração, Júlio Eustá-quio Tizon, reforçou a importância do MINERAÇÃO para o País. Ele lembrou que, como todo processo, os resultados serão mais bem visualizados a médio e longo prazo. “O Programa é muito bom, robusto. Tem desafios muito grandes pela frente, mas está muito bem planejado e sustentado. Claro que como processo ele tem um tempo para ser maturado e para as empre-sas entenderem o alcance das ações. Todavia, o que o MINERAÇÃO busca é isso, um trabalho contínuo em busca da melhoria na área de segurança e saúde ocupacional”, destaca.

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E/D: (1) Coordenadora de Normalização Internacional, Thásia de Medeiros, Consultor da Anglo American Brasil, Manoel Regis, Diretora Executiva da SOMAR, Veronica Della Mea e Consultor da ABINAM, José Cupertino Tenório; (2) Coordenadora do Programa MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna; (3) Professor da Universidade de São Paulo, Sérgio Médici de Eston, Assistente Administrativa do MINERAÇÃO, Patricia Baptista, Coordenadora do MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, Coordenadora de Normalização Internacional, Thásia de Medeiros, Professor da Universidade de São Paulo, Vicente Tucci Filho; (4) Analista de Relações Institucionais da Vale, Patrícia Rocha, Gerente de Saúde Ocupacional da Mineração Rio do Norte (MRN), Paulo Mendonça, Gerente de Saúde e Segurança da Vale, Maria Veloso, Gerente de Meio Ambiente da Mineração Rio do Norte (MRN), Cícero Viana; (5) Gerente Extecutivo de Saúde do Departamento Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), Fernando Coelho Neto; (6) Cerimônia de lançamento do Programa MINERAÇÃO.

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Expectativa

Em meio às comemorações do lança-mento oficial do Programa de Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração era possível encontrar quem estivesse ansio-so para colocar em prática seus projetos para melhoria das condições de trabalho. “Temos muito a aprender e a ganhar com esse Programa em todos os níveis, do geren-cial ao operacional, relata a coordenadora de Meio Ambiente do Grupo Estrutural, Gláucia Cushierato.

Associados e não associados podem par-ticipar do MINERAÇÃO. “A idéia final é co-locar Saúde e Segurança como valores pri-mordiais para a prosperidade – em todos os níveis – de uma mineradora que pretenda atuar em sintonia com as normas de respon-sabilidade social e os preceitos da sustenta-bilidade, comportamentos que não podem mais ser deixados de lado em pleno século 21”, completa a Coordenadora do Progra-ma, Cláudia Pellegrinelli.

O Programa criou um banco de dados estatísticos para coletar dados de aciden-tes e também trabalha para a criação de um banco de dados com as melhores prá-ticas do setor, com o intuito de fomentar os programas de prevenção. Para aderir, basta entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (31) 3223-6751.

Outro Conselheiro do IBRAM que esteve presente à cerimônia foi o Gerente-Geral de Sustentabilidade da AngloGold Ashanti, José Margalith. Para ele a questão de segurança é imprescindível para qualquer empresa. Margalith exaltou a iniciativa de levar o Pro-grama não só para as empresas associadas à entidade. “É importantíssimo ter esse po-sicionamento. A gente espera que um pro-grama como esse possa abranger todas as mineradoras. Nós estamos falando de me-lhorar a segurança dos brasileiros, não pode-mos restringir a um seleto grupo. E este é um caminho sem volta”.

A intenção em expandir o conhecimento ao máximo possível também foi lembrada pelo Diretor-Geral do Departamento Na-cional de Produção Mineral (DNPM), Sérgio Augusto Dâmaso de Sousa. “Isso é funda-mental para as médias e pequenas empresas que podem encontrar desafios maiores na hora de procurar capacitação e implementar ações com este objetivo. O apoio do Sesi é importantíssimo para atingir esta meta”.

Já para o Secretário Nacional Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Cláu-dio Scliar, o lançamento do Programa mostra o compromisso do IBRAM em desenvolver uma mineração sustentável. “Ao lançar o MINERAÇÃO, o Instituto se alinha à enorme preocupação do Governo em melhorarmos substancialmente a qualidade de vida dos trabalhadores do setor”, ressalta.

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E/D: (1) Conselheiro do IBRAM e Assessor da Presidência da Samarco Mineração, Júlio Eustáquio Tizon, Advogado do SINDEXTRA, Fábio Figueiredo, Gerente-Geral de Sustentabilidade da AngloGold Ashanti, José Margalith, Predidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna; (2) Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional, Deputado Arnaldo Jardim (PPS/SP), Presidente Executivo da Anepac, Fernando Valverde, Predidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna; (3) Secretária do IBRAM, Giuliani Silva Barbosa de Freitas, Secretária do IBRAM, Elizabeth de Souza Borges, Assitente Administrativa do IBRAM, Edileine Lemos de Araújo; (4) Coordenadora de Normalização Internacional, Thasia de Medeiros, Assistente Administrativa do MINERAÇÃO, Patricia Baptista, Coordenadora do MINERAÇÃO, Claudia Pellegrinelli; (5) Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, Diretor-Geral do DNPM, Sérgio Dâmaso, Ex-Diretor-Geral do DNPM, Miguel Nery.

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Outros projetos em segurança do trabalho

Atitude. Este é o novo avanço no Pro-grama de Gerenciamento de Risco (PGR) da AngloGold Ashanti, visando cada vez mais o envolvimento das pessoas na nova cultura de Segurança da empresa.

“Em 2009, a AngloGold Ashanti realizou a Pesquisa de Clima e Cultura de Segurança com o objetivo de identificar a percepção dos empregados no que se refere às ações da empresa, a atuação das lideranças, dos colegas e a própria atuação em relação à Segurança. Os resultados mostraram que todos percebem a grande evolução con-quistada pela empresa nos últimos anos.

Mas é imprescindível que continuemos a trabalhar os fatores humanos, com o foco em que cada um é responsável por sua pró-pria segurança e também a dos colegas”, explica Gilmar Dieguez Lopes, Gerente de Segurança do Trabalho.

Para auxiliar a empresa neste caminho, foi estabelecida uma parceria com a em-presa Comportamento, que irá trabalhar em três pilares: desenvolvimento de pes-soas, acompanhamento técnico e ações de apoio. Algumas ações que serão desenvol-vidas neste ano: reformulação do programa de integração, capacitação das lideranças em Segurança Comportamental, potencia-lização da ferramenta de DDS, capacitação dos profissionais da área de Segurança em

Segurança Comportamental e oficinas de Percepção de Risco. “A pesquisa realizada nos mostrou que temos que evoluir de uma cultura ‘dependente’ em Segurança para uma ‘independente’, ou seja: as pessoas precisam entender que a empresa desen-volve seus controles de riscos e gestão da segurança, mas é nossa atitude pessoal que fará com que os trabalhos sejam executa-dos de forma segura. E nossa meta maior é atingir a interdependência, quando have-rá a ajuda e proteção mútuas, o trabalho em equipe e o orgulho organizacional. Isto será cada vez mais importante para nossas operações e para toda a empresa”, destaca José Margalith, Gerente-Geral de Susten-tabilidade da AngloGold Ashanti e Conse-lheiro do IBRAM.

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E/D: (1) Presidente da Aura Minerals, Carlos Bertoni, Secretário-executivo da ADIMB, Onildo João Marini, Presidente da Codelco Brasil, Marcos André Golçalves; (2) Coordenador de Conselho Temático de Mineração da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Cláudio Grochowicz; (3) Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Cláudio Scliar, Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna; (4) Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Sérgio Dâmaso, Deputado Federal Leonardo Quintão (PMDB/MG); (5) Diretora Executiva da SOMAR, Veronica Della Mea, Consultor da Anglo American Brasil, Manoel Regis.

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“Eu considero a iniciativa do IBRAM brilhante. Tudo aquilo que permite ao setor mineral superar problemas do dia a dia certamente faz com que a mineração

seja cada vez mais reconhecida como um setor importante para o País.”

Miguel Nery

Ex-Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

“O que o programa busca é trabalho incessante e contínuo em busca da melhoria na área de segurança e saúde ocupacional.”

Júlio eustáquio tizoN

Conselheiro do IBRAM e Assessor da Presidência da Samarco Mineração

“É fundamental essa iniciativa do IBRAM englobar as pequenas mineradoras no programa, o benefício vai ser muito grande no futuro.”

sérgio Augusto DâMAso De sousA

Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

“A questão de segurança hoje é imprescindível pra qualquer empresa que diga que tem responsabilidade social, que opera com sustentabilidade. Ou seja, é incabível pensar que um funcionário ou um colaborador de uma empresa chegue para trabalhar e volte ma-chucado para casa. Então isso é totalmente compatível com o que a gente chama de boa prática, algo essencial e imprescindível para a indústria de mineração. Nós estamos falan-do de vida humana, de segurança. É uma questão de consciência, desde o trabalhador lá embaixo da mina, no subsolo, até o diretor presidente da empresa.”

José MArgAlith

Conselheiro do IBRAM e Gerente-Geral de Sustentabilidade da AngloGold Ashanti

“O programa dá sequência a uma visão de que o maior patrimônio que nós temos é, não só a nossa riqueza mineral, mas também, as pessoas que fazem com que essa riqueza seja extraída e se converter em produtos, em desenvolvimento para nossa sociedade. Toda a sociedade ganha com esta iniciativa. Certamente a pessoa melhor amparada vai pode ficar mais confortável junto a sua família, junto a comunidade. E a comunidade quando vê a empresa que tem esse olhar de cuidar do seu patrimônio humano, certa-mente festeja, reconhece e faz com que a relação empresa-sociedade seja mais próxima, mais unificada, de maior solidariedade.”

DeputADo ArNAlDo JArDiM (pps/sp)

Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura Nacional

“Mais uma vez o IBRAM mostra o compromisso dele com uma mineração sustentável. Eu não tenho dúvida nenhuma que o Instituto, juntamente com seus parceiros, vão ter toda uma abertura para a participação dos governos municipais, estaduais e federal e principalmente dos trabalhadores.”

CláuDio sCliAr

Secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral

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MINERAÇÃO: Programa busca

desenvolver cultura de segurança no País

ENTREvIsTACláuDiA pellegriNelli – CooRDENADoRA Do MINERAÇÃo

O crescimento da produção mineral no Brasil e no mundo está sendo acompanhado pela intensifica-ção das ações de responsabilidade socioambiental implementadas pelas empresas. Os recentes aci-dentes que repercutiram na mídia, especialmente o envolvendo mineiros soterrados no Chile, mos-tram que os esforços em prevenção devem ser aperfeiçoados e que a sociedade não admite as eventuais perdas decorrentes desses eventos.

É neste sentido que o IBRAM lançou o Pro-grama de Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. O objetivo do Instituto é pro-porcionar condições para que todas as em-presas de mineração do Brasil possam dispor de meios para gerenciar seus riscos e desen-volver a cultura de segurança em suas opera-ções. Conheça um pouco mais o Programa a partir da entrevista realizada com Cláudia Pellegrinelli, coordenadora do MINERAÇÃO.

Cláudia, nós estamos aqui falando do lançamento do Programa MINERAÇÃO. Mas esse projeto não teve início nes-te ano. Poderia nos falar um histórico do Programa?

O Programa nasceu de uma iniciativa volun-tária do setor de mineração do Brasil, que viu a necessidade de reverter os indicadores de

acidentes, especialmente as taxas de morta-lidade, que hoje são negativas ao setor.

Inicialmente, um grupo de 10 empresas de mineração procurou o IBRAM, com a pro-posta de se criar um Programa de Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) para ser refe-rência nacional, de modo a demonstrar à sociedade a real preocupação da moderna indústria da mineração com os acidentes. O IBRAM, após deliberação do seu Conselho de Administração, em agosto de 2007, apro-vou a criação do Programa Especial de Se-gurança e Saúde Ocupacional na Mineração – MINERAÇÃO. Desde essa data, iniciou-se um conjunto de ações visando montar um perfil técnico para embasar o Programa. Es-sas ações resultaram em selecionar e desen-volver temas considerados prioritários para se combater acidentes dentro do processo produtivo mineral:

Legislação • acompanhamento sistemáti-co dos PL – SSO; Gestão de Riscos / Cultura em SSO;• Preparação e Atendimento às Emergências;• Investigação e Análise de Acidentes do • Trabalho;Higiene e Saúde Ocupacional; • Gestão de Contratadas; e • Processos Críticos: Trabalho em Altura; • Serviços em Eletricidade; Transporte de Veículos e Pessoas; Espaço Confinado; Explosivos; Estabilidade de Maciços; Tra-balho em Profundidade / Minas Subterrâ-neas; Proteção de Máquinas e Equipamen-tos; Movimentação e Elevação de Cargas / Transporte de Materiais.

Hoje, já somos 23 empresas parceiras e es-tamos prontos para colocar em prática um processo de aculturação em SSO.

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Agora, qual a importância para a mi-neração brasileira contar com um Pro-grama como este?

A importância de um programa como este é que ele é voltado exclusivamente para os problemas de SSO do setor mineral. Esse tipo de tratamento torna mais fácil buscar soluções específicas que contribuirão para diminuir o número de acidentes e mostrar a todo o setor como está seu desempenho nesta área.

Entendemos que a partir da implementação de uma série de medidas como, conheci-mento legal; gerenciamento de riscos; sis-temas de capacitação; intercâmbio de boas práticas; criação de um banco de dados es-tatísticos de acidentes, entre outros, conse-guiremos criar uma cultura de SSO.

As empresas podem abrir mais espa-ço no mercado internacional com esta iniciativa?

Este é um dos benefícios que o MINERAÇÃO pode trazer às empresas. Um Programa des-se porte, por meio da transparência de da-dos, pode dar credibilidade aos investidores, mostrando a intenção do setor mineral bra-sileiro de buscar soluções para um problema que não é mais admissível no meio industrial – matar pessoas em atividades do trabalho.

As mineradoras ganham pontos no item Sus-tentabilidade, muito valorizado no mercado internacional.

Quais os benefícios do MINERAÇÃO para as empresas junto com a socieda-de? Acredita que com ações como estas as pessoas tenham mais abertura para aceitar um projeto de mineração?

A partir do momento em que um setor in-dustrial se mobiliza para tentar diminuir os números de acidentes decorrentes de suas atividades, já significa que está beneficiando

Quais, na sua opinião, vão ser os prin-cipais desafios para implementação do programa?

Inicialmente, conseguir adequar o material técnico existente no mercado às necessi-dades específicas do setor mineral. Outro grande desafio será romper a barreira de competição existente entre as empresas de mineração, fazendo-as entender que em SSO não há concorrente. Temos de fixar os olhos em um problema comum que são os acidentes do trabalho e tentar eliminá-los.

Estão previstas revisões no decorrer da execução do MINERAÇÃO? Como vai ser feita essa atualização?

Sim, claro. Estamos colocando o programa para rodar a partir de agora. Assim que fo-rem colhidos os primeiros resultados, pode-remos fazer essa previsão. Queremos deixar este programa sempre afinado às demandas do setor.

Qualquer mineradora pode ingressar no Programa? Quais são as formas de participação?

Qualquer mineradora poderá participar, seja associada ou não ao IBRAM. Para aderir ao MINERAÇÃO a empresa deverá assinar um termo de compromisso que chamamos de Termo de Adesão e contribuir com uma quantia simbólica, anual, para manutenção.

O que é preciso para uma mineradora fazer parte do Programa?

Além do termo de Adesão, deverá participar dos eventos promovidos pelo programa no sentido de estimular seu desenvolvimento e contribuir com uma quantia simbólica, anu-al, para manutenção do programa. Basta en-trar em contato com Patrícia ou comigo, pelo e-mail: programamineracao @ibram.org.br, ou por meio do telefone: (31) 2332.6751.

saiba mais:

Para ter mais informações sobre o MINERAÇÃO, o IBRAM elaborou uma cartilha explicativa. O documento está disponível na página na Internet do Instituto. No site do IBRAM também é possível ter acesso as palestras sobre segurança e saúde ocupacional no setor mineral apresentadas no dia do lançamento do Programa. Para isso basta acessar o endereço eletrônico www.ibram.org.br.

“(...) A ACeitAbiliDADe De uM proJeto De

MiNerAÇÃo eNvolve vários fAtores,

eNtre eles, ser uM loCAl De trAbAlho

seguro e é pArA isso que o MINERAÇÃo

trAbAlhA.”

a sociedade, pois os trabalhadores da catego-ria passarão a ter confiança e respeito no seu trabalho, melhorando sua qualidade de vida.

No meu entender, a aceitabilidade de um projeto de mineração envolve vários fatores, entre eles, ser um local de trabalho seguro e é para isso que o MINERAÇÃO trabalha.

Como surgiu a parceria com o SESI e com a USP e como isso irá funcionar?

As parcerias surgiram da necessidade do programa se respaldar em parceiros expe-rientes, de alcance nacional, com compro-misso técnico e financeiro.

A USP está disponibilizando o treinamento sobre “Jornada de Maturidade em Seguran-ça” para as grandes e médias empresas de mineração, onde alia-se o conhecimento do sistema ao comportamento pessoal e o SESI irá atender às empresas de médio e peque-no portes oferecendo sistemas de capacita-ção agregados às necessidades apontadas pelo programa.

Os cursos e treinamentos, a princípio, serão pagos e disponibilizados àquelas empresas aderentes ao programa.

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Veronica Della Mea, Diretora Executiva,representou a SOMAR na cerimônia de premiação, em São Paulo

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ção

por sérgio MéDiCi De estoN

Engenheiro de Minas e Professor da USP

A inda há certa mentalidade de que exis-te um conflito entre higiene e seguran-

ça e nível de produtividade. Mas na verdade não existe conflito, existe sinergia.

Estudos mostram vários aspectos interessantes:

1. Não cumprir normas de segurança não aumenta a produtividade, mas apenas o número de acidentes.

2. Ambientes adequados aumentam a pro-dutividade, diminuem acidentes, me-lhoram o espírito da força de trabalho e sua rotatividade.

Por que então ainda tanta resistência à higie-ne ocupacional e à segurança do trabalho?

Porque mudar uma postura cultural é um processo lento. Até que segurança seja um valor, há um longo caminho de amadureci-mento para uma empresa seguir.

Mas um fator importante economicamente está entrando cada vez mais no jogo. Empre-

ARTIgO

Higiene e segurança: mito ideal ou força produtiva?

sas que pedem financiamento bancário, já sabem a bastante tempo das restrições “ver-des”, ou seja, preservar o meio ambiente é um fator de decisão. A palavra da moda é sustentabilidade.

Mas e a sustentabilidade da saúde do tra-balhador? Cada vez mais bancos têm incor-porado nos seus departamentos de análises não só o meio ambiente, mas parâmetros com fornecimento de EPIs, número de fatali-dades, etc. Ou seja, a segurança operacional está sendo um fator de análise na concessão de empréstimos.

Fala-se nas bolsas internacionais não só em “investimentos verdes”, mas investimentos seguros no sentido da segurança e saúde do trabalhador.

Acreditamos que a soma dos fatores econô-micos associados a investimentos e a per-cepção de que “segurança da lucro”, serão fatores que alavancarão os níveis de segu-rança e padrões de higiene nas empresas brasileiras, principalmente nas de minera-ção. E esta jornada de melhoria dos níveis de segurança deverá ser uma jornada sem volta, pois ela culmina com a incorporação

Tico

Fon

seca

da segurança como um valor em todos os níveis de da empresa.

Quando todos os níveis hierárquicos tive-rem segurança como valor, então teremos uma empresa madura, atuando no que se denomina “produção segura”. A produção tem de existir e a segurança tem de exis-tir, e, portanto devemos não mais falar em segurança e em produção como elemen-tos separados. Uma empresa madura tem uma produção segura.

No encontro empresarial Brazil Quality Summit 2011, realizado em São Paulo na sede da Amcham (Câmara Americana de Comércio ), a SOMAR recebeu o Prêmio Empresa Brasileira do Ano no segmento mineração. O reconhecimento foi conferido pelo Latin American Quality Ins-titute, instituição sediada na Cidade do Panamá com o objetivo de estimular a competitividade de empresas latino-americanas que buscam a cultura da qualidade e da sustentabilidade.

Durante toda a tarde, as empresas convidadas de diferentes setores e estados brasileiros participaram de uma agenda de palestras e de módulos de coaching motivacional, que envol-veram temas sobre Qualidade Total, RSE e Marketing. “Premiamos instituições que revelam, na prática, atitudes de cuidado com o meio ambiente e com as melhores práticas em gestão de qualidade”, diz o CEO do LAQI, Daniel Maximilian da Costa, Founder.

SOMAR é reconhecida pela Latin American Quality Institute

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A Bahia Mineração (Bamin) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) iniciaram as primeiras aulas do programa Mina de Talentos, cuja meta é qualificar profissio-nalmente seis mil e quinhentas pessoas que residem em cidades do sudoeste e do litoral sul da Bahia. A ideia é que esses trabalhadores atuem nas fases de construção e operação do projeto Pedra de Ferro, da Bamin.

“Fizemos uma aula inaugural do Mina de Talentos em Ilhéus e estamos realizando essa abertura do programa em Caetité e em Gua-nambi, buscando unir simbolicamente esses municípios, nesse trajeto de qualificação profissional, antes mesmo da implantação do projeto Pedra de Ferro”, explica Clovis Torres, Vice-Presidente executivo da Bamin.

Considerado um dos pilares do desenvol-vimento das regiões sudoeste e sul da Bahia, o projeto Pedra de Ferro envolve a construção de uma mina, que vai produzir 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, e de uma usina de beneficiamento desse miné-rio, ambas em Caetité, além de um terminal portuário de uso privativo da empresa, a ser construído em Ilhéus. Para viabilizar o progra-ma Mina de Talentos, foram criados centros de formação em cidades localizadas na área de abrangência do projeto, inicialmente em Caetité, Guanambi e Ilhéus.

“É importante lembrar que a maioria dos qualificados será aproveitada nas fases de construção e operação do projeto da Bamin. Serão mais de cinco mil vagas em cursos de capacitação para a fase de construção e qua-se mil vagas para os cursos voltados para a fase de operação”, informa Torres.

visão social

Segundo ele, a Bamin pretende tornar-se uma das mineradoras mais modernas do

Programa Mina de

Talentos: aulas já começaram

mundo, podendo transformar a Bahia no terceiro maior produtor de minério de fer-ro do Brasil. “O Mina de Talentos demons-tra visão social, já que a empresa inicia um programa de qualificação profissional antes mesmo da implantação de seu empreendi-mento”, avalia.

Torres afirma ainda que o Brasil vive uma fase de crescimento, mas há uma grande ca-rência de mão de obra qualificada.“O Mina de Talentos surge exatamente para garantir condições de contratar trabalhadores da região. Queremos construir uma sociedade economicamente sustentável no interior do estado”, afirmou.

Para o Gerente Regional do Senai para o Sul e Sudoeste da Bahia Jurandir Hendler, o Mina de Talentos já pode ser considera-do o maior programa de qualificação pro-fissional realizado pela iniciativa privada na Bahia, neste início de década. Além disso, o programa não chama atenção apenas pela quantidade de pessoas que serão capacita-das, mas principalmente pelo investimento, que será de R$ 16,7 milhões até 2013.

Alunos têm até 66 anos: começo de uma nova história

Com 10.140 inscritos para cursos diversos, dos quais 5753 somente em Ilhéus, o Mina de Talentos terá alunos como o jovem Elismar Alves dos Santos, de 20 anos, e o aposentado Edvaldo Coelho, 66. O primeiro é estagiário em uma unidade de saúde de Ilhéus e fará o curso de marcenaria. O segundo trabalhou como mecânico de caminhões durante mais de 40 anos, mas ainda se mostra com energia

para aprender. Dois extremos nas idades, mas com o mesmo sonho de qualificar-se para o mercado de trabalho.

Elismar vê o Mina de Talentos como “uma grande oportunidade que está surgindo na re-gião” e diz ter aprovado a ligação da proposta com a questão da cidadania. “De nada vale o profissional trabalhar com destreza e não ser ético e honesto”, afirma. Edvaldo, que se ma-triculou no curso de auxiliar civil, surpreende pela vontade de trabalhar. “Tenho garra, saú-de e disposição. Acordo todos os dias às 5 horas da manhã”, assegura o aluno.

“Quando trouxemos para a Bahia o nos-so empreendimento, tínhamos a convicção de que estávamos trazendo um novo modo de pensar”, declarou Clovis Torres, Vice-Presidente da Bamin. “A nossa meta, desde sempre, além de gerar retorno para os nos-sos acionistas, já que o investidor precisa ser recompensado, era contribuir para a criação de uma sociedade economicamente susten-tável no interior da Bahia”.

Para a Chefe da Casa Civil do Governo do Estado Eva Chiavon, o Mina de Talentos demonstra que a Bahia Mineração não quer apenas formar trabalhadores. “O programa não separa a construção da cidadania da qualificação profissional e da viabilização do acesso ao trabalho”, destacou.

A partir do próximo dia 2, quando as aulas regulares do Mina de Talentos tiverem início, centenas de trabalhadores das regi-ões de Ilhéus, Caetité e Guanambi passarão a obter a qualificação tão exigida pelo mer-cado. Para a maioria deles, é o começo de uma nova história.

Aula inaugural do Mina de Talentos em Guanambi

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Indústria da Mineração Ano VI - nº 43, maio de 2011 11

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A EXPOSIBRAM 2011 já é um sucesso. Quando ainda faltavam cinco meses para este que é um dos maiores eventos da ativi-dade mineira, todos os estandes disponíveis na Exposição Internacional de Mineração estavam vendidos ou reservados, como in-forma o balanço da organização.

A expectativa é que a Exposição Internacio-nal reúna 369 expositores em mais de 14 mil metros quadrados de estandes, com um pú-blico estimado de 45 mil visitantes. O evento, realizado pelo IBRAM, ocorre entre os dias 26 a 29 de no Centro de Exposições Expominas, em Belo Horizonte (MG), quando também será realizado o 14º Congresso de Mineração.

Esta é uma boa oportunidade para em-presários, técnicos e interessados no setor a compartilhar parte dos US$ 64,8 bilhões em investimentos previstos para a atividade no País. Com este aporte financeiro, a mi-neração é o setor privado que anuncia os maiores investimentos até 2015 no território nacional, o que vai impactar positivamente nos negócios da indústria da transformação, do atacado, do varejo e dos serviços.

“O forte interesse neste evento e também no 14º Congresso Brasileiro de Mineração se deve à observação do aumento da demanda internacional por minerais, o que eleva os ní-veis de produção e de negócios da mineração, superiores ao período pré-crise”, informa o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna.

Diante disso, o IBRAM espera a partici-pação maciça de empresas mineradoras e fornecedores de equipamentos, máquinas e serviços, bem como de outros players que tenham especial interesse em conhecer me-

lhor as perspectivas da mineração. “É uma sinalização extremamente positiva para o futuro do Brasil, e a EXPOSIBRAM será uma grande oportunidade para conduzir novos negócios”, avalia o Presidente do IBRAM.

Expositores de 21 países já confirmaram presença no 14º Congresso e participação nos pavilhões internacionais: África do Sul, Alema-nha, Argentina, Austrália, Áustria, Brasil, Cana-dá, Chile, China, Dinamarca, Escócia, Estados Unidos, Finlândia, França, Inglaterra, Itália, Ja-pão, Peru, Reino Unido, Suécia e Suíça.

“É importante discutirmos os novos ru-mos do setor, e a EXPOSIBRAM Amazônia é um momento para troca de informações e experiências”, diz Paulo Camillo.

Congresso

Estão abertas as inscrições para o 14º Congresso de Mineração. O encontro será realizado paralelamente à Exposição Interna-cional de Mineração (EXPOSIBRAM 2011).

Os dois eventos terão como tema prin-cipal “Mineração: base do crescimento mundial”. Além de ser palco para excelen-tes negócios, os participantes terão oportu-nidade de se atualizarem sobre a indústria da mineração. Para isso, a programação do Congresso prevê a realização de talk-show, workshops e painéis.

Logo no primeiro dia da exposição, o IBRAM realiza um talk-show com grandes nomes da mineração brasileira. Eles irão discutir os rumos da mineração frente aos desafios impostos a partir da retomada do crescimento mundial.

Já as sessões plenárias trazem temas que tratam desde o cenário atual da mineração até questões relacionadas à sustentabilida-de, passando pelos desafios e projeções futuras da atividade. A agenda de trabalho abordará várias áreas do conhecimento, com a contribuição de renomados profis-sionais como a Presidente da Anglo Ame-rican PLC, Cynthia Carrol,o Presidente da AngloGold Ashanti, Mark Cutifani e o Dire-tor-Superintendente da Votorantim Metais, João Bosco Silva.

Os workshops também contarão com nomes consagrados como o Professor Luis Enrique Sánchez, da Escola Politécnica da USP, Antenor Firmino da Silva, Presidente e CEO da MBAC Fertilizer Corp, Anthony Andrews, ex-Diretor Executivo da Prospec-tor and Developers Association of Canadá – PDAC e Consultor em Mineração, Augus-to Mendonça, Especialista Sênior em Meio Ambiente, Natália Streltsova, Diretora de Tecnologia, Vale Austrália, entre outros, debaterão diversos assuntos relacionados ao setor como o licenciamento ambiental, a questão dos agrominerais, da energia, os desafios da mineração em áreas prote-gidas, terras raras, a formação de mão de obra especializada, etc.

Promovida pelo Instituto, a EXPOSI-BRAM 2011 é considerada um dos mais importantes eventos do setor ao reunir grandes nomes nacionais e internacionais, além de pesquisadores, estudantes e em-presários da mineração.

EXPOSIBRAM 2011: Todos os espaços para estandes estão vendidos ou reservados

mais informações e inscrições disponíveis

no site www.exposibram.org.br.

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Três momentos da EXPOSIBRAM 2009

Ano VI - nº 43, maio de 2011Indústria da Mineração 12

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Expositores confirmados*

A&E Tecnical • Açoforja • Acoplas • Aggreko • AGRU Brasil • Air Slaid Tecidos Técnicos Ltda. • Akaflex • Alquimia Científica • Alterosa Pneus Gigantes • Altona • Alvenius • AMEC Minproc Engenharia e Consultoria Ltda. • Andritz • Anglo American • AngloGold Ashanti • Antares Acoplamentos • ASGCO - Tecnoflex • Asperminas • Atlas Copco Brasil Ltda. - Divisão CMT • Aubert • Aumund • Ausenco do Brasil Engenharia Ltda. • Automation Solutions • Basf • Belgo Bekaert Arames • Benetech Brasil • BGL - Buchas para Rolamentos • Bimig Geossintéticos • BlueTec Brasil Ltda. • Boart Longyear Ltda. • Bokela do Brasil Ltda. • Bombas Leão S.A. • Borpac Comércio, Importação e Exportação Ltda. • Borracha do Brasil • Borrachas Del Rey • Bosch Rexroth • Brasfelt Ltda. • Brasiltelas • Bray controls • Brevil • Brevini Power Transmission • Britanite • Bruker do Brasil • Buckman • Bucyrus Brasil • CAE Mining Datamine • Casfil Tecidos Filtrantes • CBPM • CDTN - Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear • CEMI - Tecnologia de Processos e Engenharia • Cestari • Chesterton • Christensen Roder • CleanBrazil Engenharia • Codemig • Cofermeta • Coffey • Comercial Rodrigues • Conductix-Wampfler • Converteam • Copex • CPG Resources - Mineral Technologies • Data Engenharia • David Brown • DCML • Dedini • Delta Ducon • Demag • Densit do Brasil • Devex • Diamantina Christensen • Diemme Filtration Brasil • Dinacon - Soluções em Desmonte • Dinatecnica • Distritec • DM Sistemas de Medição • DMB Distribuidora Mineira de Bombas • Donaldson • Drillco Brasil • DSI Fosminas • Elmec / Cavotec • Emex Empresa Mineira de Explosivos Ltda. • EMH • Engefiltro • Engendrar • EPC Engenharia Projeto Consultoria S.A. • EPS • Equiprom Internacional • Esco • ETS Equipamentos • Eutectic Castolin • Festo • FKB • Flexco • Flomin, Inc. • Flsmidth Ltda. • Fluid Control •

Formas de pagamento:

Cartão de Crédito: Inscrições até 23/09/2011; Inscrições no local a partir de 26/09/2011; Parce-lamento em até 03 vezes iguais. Boleto bancário: Inscrições até 13/07/2011 (parcelamento em até 03 vezes: 10dd/40dd/70dd); Inscrições até 13/08/2011 (parcelamento em até 02 vezes: 10dd/40dd); Ins-crições a partir de 14/08/2011 (parcela única com 10dd, com vencimento final até 23/09/2011).

Prazo de Inscrição: até o dia 23/09/2011. Após esta data, as inscrições poderão ser efetivadas, exclusiva-mente, na Secretaria do evento, no EXPOMINAS, a partir das 9 horas do dia 26 de setembro de 2011.

Taxas de InsCrIção

Categorias Até 29/07/2011 Até 23/09/2011 No Local

Associados R$ 660,00 R$ 925,00 R$ 1.190,00

Não associados R$ 925,00 R$ 1.320,00 R$ 1.720,00

Membros de Universidades (1) R$ 400,00 R$ 460,00 R$ 530,00

Profissionais Seniores (2) R$ 400,00 R$ 460,00 R$ 530,00

Estudantes (3) R$ 200,00 R$ 265,00 R$ 330,00

Inscrição para 1 dia R$ 305,00 R$ 440,00 R$ 565,00

(1) Universidade: destina-se a professores, mestrandos e doutorandos (mestrandos e doutorandos deverão enviar o comprovante pelo fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected]). (2) Profissional Sênior (acima de 60 anos de idade): enviar cópia da carteira de identidade através do fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected]. (3) Estudante de nível técnico ou univer-sitário das áreas de Engenharia de Minas e Metalurgia, Geologia, Direito e Meio Ambiente: deverão enviar comprovante escolar através do fax: (31) 3444-4794 ou e-mail: [email protected].

Fluxo Soluções Integradas Ltda. • Fornac Ltda. • Fuchs do Brasil • Fugro-Lasa-Geomag • Gardner Denver Nash • Gascom • GB Hidráulica • GE Global Mining • Gedore • Gemcom do Brasil Ltda. • Geoid • Geosol • Geotech Aerolevantamento • Goodtrade Corporation • Goodwin Latina • Goodyear Engineered Products • Graneísa • Haro • Haver Screening Group • HCG Tecnologia • Henfel • Hennings Vedações Hidráulicas Ltda. • Hidrau Máquinas • Hidrauluc • Hidropoços • Hydac • Ibram • Imbil • Imefer • Imepel • Imic • Inbras-Eriez • Interfusão • Intertek • Isomonte • Itaipu • ITT • JW - Militec-1 • Kalenborn do Brasil • Klüber Lubrication • Korbrás • KSB • Kuttner do Brasil • Lavrita Engenharia de Mineração e Ambiental • LCI Ventiladores • LeTourneau • Liebherr • Link • Lupus Equipamentos para Lubrificação e Abastecimento • Maccaferri do Brasil Ltda. • Man Latin America • Mand Bombas e Válvulas • Manfra • Mang Tractor • Maptek • Maquesonda Máquinas e Equipamentos de Sondagem Ltda. • Martin Engineering • Martin Sprocket & Gear • Maxweld • MDE • Metalica Brasil • Metalvale • Metisa S.A. • Metroval • Metso • Minastek • Minetec do Brasil - Soluções em Mineração • Miquelanti • MMD Mineral Sizing (South America) Ltda. • Modular • MOPE - Processos Minerais • MRocha • MS Instrumentos • Netzsch AKW Equipamentos e Processos Ltda. • Nord Drivesystems Brasil Ltda. • Norte Sul • NSK Brasil • Nucleus Empreendimentos e Participações Ltda. • Orica • Outotec • P&H MinePro • PABR • Pavilhão Alemanha • Pavilhão Austrália • Pavilhão Canadá • Pavilhão China • Petropasy • Phoenix Conveyor Belt Systems GmbH • Piacentini - Peças e Máquinas para Mineração • Pimenta de Ávila Consultoria Ltda. • Pipe Sistemas Tubulares Ltda. • Polierg Tubos e Conexões • Pollyrubber • Polycast • Porta Cabos • Premium Engenharia • Pró-Eletro Equipamentos de Perfuração Ltda. • Prominas Projetos e Serviços de Mineração Ltda. • ProMinent • Prontomec Industrial • Prüftechnik Brasil

• Pruner Environmental • PUR Equipamentos Industriais Ltda. • Qmastor • Quimatic / Tapatic • Radar Elétrica • Randon Veículos • Rasper • Reflex do Brasil • Regional Distribuidora de Molas • Remae • Renk Zanini • Reval • Revista Brasil Mineral • Revista Escola de Minas • Revista In The Mine • Revista Minérios & Minerales • Rolimac Rolamentos Ltda. • Rossetti Equipamentos Rodoviários • Rubber-Flex Indústria e Comércio Ltda. • RUD • Runge - Pincock Allen & Holt • Sampla • Sanwei Rubber • Schenck Process Equipamentos Industriais Ltda. • Schlumberger • Schrader • Sehi Lubrificação • Sei Engenharia • • Semco • SEW-Eurodrive Brasil Ltda. • SGM Magnetics • Shangai Shibang Brazil • Shell Lubrificantes • Sidrasul • Simplex • SKF • Somatec • Somatex • Sondadri • Sondeq • Sotreq S/A • Spraying Systems Co. • SRK Consulting • SSAB • SSMA Assessoria e Consultoria • Steinert • Stemmann • Steroc • System Mud • Taim Weser • TCM Equipamentos • Tec Tor Ind. e Com. de Equipamentos Ltda. • Tecflex • Tecnofink • Tecnoloc • Tecnometal Engenharia • Tecnousinagem • Tenova Takraf • Tetralon Bombas • TGM Transmissões • Thermo Scientific • Thyssenkrupp Fördertechnik Latino Americana • TMSA • Tomé Engenharia • Tractorbel Equipamentos / XGMA • Tribel do Brasil • Tubos Ipiranga • Tyco Flow Control • U&M Mineração e Construção S/A • Vale • Vimax • VLC • VMA - Engenharia de Explosivos e Vibrações • VMC Vitalino - Tudo para Abastecimento, Lubrificação e Pneus • Voith Turbo • Volvo do Brasil Veículos Ltda. • Votorantim Metais • Vulkan do Brasil Ltda. • WAD Equipamentos Industriais Ltda. • Watson-Marlow Bredel • WearParts • Weatherford • WEG • Weir Minerals Brasi • Welding Alloys Group • Westech • Wirtgen Group - Ciber • WMF Solutions • Woodbrook • Zenith - Mining and Construction • Zeppelin Systems Latin America.

*Expositores confirmados até 03/05/2011

Indústria da Mineração Ano VI - nº 43, maio de 2011 13

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Os resultados comerciais obtidos pela produção mineral e as oportunidades de crescimento no Estado do Pará foram apre-sentados no dia 18 de abril, durante uma reunião da diretoria da Associação Comer-cial do Pará (ACP). O Presidente do Institu-to Brasileiro de Mineração, Paulo Camillo Penna, foi convidado para apresentar uma palestra sobre o panorama da mineração no mundo e no Brasil.

Paulo Camillo Penna apre-sentou aos empresários o ce-nário na mineração, como um dos setores mais importantes para a economia mundial e de destaque no PIB brasilei-ro, com o Pará em forte cres-cimento. “Uma das grandes características da mineração é a capacidade de articulação com diferentes cadeias pro-dutivas e diferentes ramos de negócios. E a atividade mine-ral tem na atividade comercial um dos seus grandes pilares de desenvolvimento. Não é possível implantar um projeto de mineração de maneira isolada, sem o suporte de uma empresa de segurança, da rede hoteleira, sem empresas que fornecem alimentos, sem um conjunto de empresas que garanta a in-fraestrutura para um projeto mineral. A ati-vidade mineral tem que ser vista de maneira integrada, então é natural conversar com os parceiros da ACP”, destacou Paulo Camillo.

O Presidente da ACP, Sérgio Bitar, des-tacou a importância das informações do IBRAM. “A apresentação nos permitiu tomar conhecimento de informações mais detalha-das e profundas do que é o setor mineral no Brasil e no mundo. Ficou bem marcante pra nós, enxergando o Pará nesse contexto, que a carga tributária é elevada, porém a União detém praticamente 90% desses tributos. Isso pra quem fica com a responsabilidade

dos impactos sociais como o Estado e Mu-nicípios, é muito pouco. Outras questões são a falta de investimentos em pesquisa e prospecção, que devem ser retomados, e a verticalização que a gente está em busca, mas que não se dá apenas por querer fazê-lo, existe uma necessidade muito grande

Brasil. “Apenas cerca de 30% do nosso vasto território é estudado. A ampliação da pes-quisa geológica básica resultaria em cresci-mento na produção, assim como a geração de postos de trabalhos e todos os demais be-nefícios oriundos da atividade mineradora”, argumentou Paulo Camillo.

No Pará, 86% da exportação em 2010 estão relacionados à produção e transforma-ção mineral. No período, todos os minérios registram aumento no volume de produção e foi anotado um crescimento de 25% na criação de postos de trabalho – em vagas distribuídas em todas as regiões do Estado. Outro dado positivo foi a arrecadação de impostos, com destaque para o município de Parauapebas, que recebeu 230 milhões

de reais de compensação finan-ceira pela exploração de recur-sos minerais (CFEM).

Outros municípios minera-dores como Canaã dos Carajás, Oriximiná e Juruti têm valores representativos se compara-dos aos investimentos previstos pelas esferas governamentais. Com isso, abrem-se diversas oportunidades de negócios e empregos no Pará.

O principal produto expor-tado pela indústria extrativa mi-neral do Pará foi o ferro, com 85 milhões de toneladas, o que

corresponde a quase 7 bilhões de dólares em investimento. Em seguida, o cobre, com mais de 700 milhões de dólares; manganês, com 326 milhões de dólares; e o caulim, com cerca de 270 milhões de dólares.

Já na indústria de transformação, a líder foi a alumina, com quase 5 milhões de to-neladas exportadas, resultando no investi-mento de 1,3 bilhão de dólares. Na segun-da colocação ficou o alumínio, com cerca de 900 milhões dólares; e em terceiro lugar o ferro gusa, com 375 milhões de dólares em negócios.

Os dados apresentados por Paulo Ca-millo Penna fazem parte do Balanço Mineral do Pará, exposta também para jornalistas no dia seguinte (19/04), em um café da manhã comandado pelo Sindicato das Indústrias Minerais (Simineral) e o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).

Mineração respondeu por 86% das exportações em 2010 no ParáToda cadeia mineral teve crescimento no ano passado. E, em todo o País, futuros investimentos do setor chegarão a US$ 65 bilhões

de energia elétrica com preços que sejam competitivos. Foi uma aula que recebemos e a partir de agora é importante disseminar essas informações”.

Balanço mineral

Dados do IBRAM revelam que o minério de ferro é responsável por mais de 80% da exportação brasileira de produtos minerais. O principal destino dessa produção é a Chi-na, seguida pelo Japão, Alemanha e EUA.

De acordo com o levantamento do IBRAM, a recuperação econômica após o ano de 2009 e o visível crescimento no nível de produção de minério no Brasil se contrapõe às pesquisas geológicas realizadas no setor. Hoje, países como Peru, Canadá, México investem muito mais na investigação de novos territórios de mineração do que o

Ano VI - nº 43, maio de 2011Indústria da Mineração 14

Saldo do Setor Mineral do Estado do Pará 2010

30% do saldo da balança

estado do pará

2010saldo do setor mineral =

US$ 27,8 bilhões

saldo do pará = US$ 8,5 (exportação)

– US$ 0,1 (importação) = US$ 8,4 bilhões

Exportação

Saldo

Importação

Em US$ milhões

Não incluídos Petróleo e Gás

25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

0

8.513

115

8.398

Pará US$ 8.513 24% do Setor Mineral

Pará US$ 115 1,5% do Setor Mineral

Pará US$ 8.398 30% do Setor Mineral

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Grupo Estratégico de

Sustentabilidade se reúne no IBRAM-MG

O Grupo Estratégico de Sustentabilida-de, criado pelo Instituto Brasileiro de Mine-ração no ano passado, se reuniu para apre-sentar o estudo realizado pela consultora do IBRAM, Isaura Frondizi, que mapeia as emissões de gases de efeito estufa no País pela mineração.

O objetivo deste trabalho é guiar uma negociação com o Governo, a partir da apresentação de dados, de forma a posicio-nar o setor positivamente. Da mesma forma,

o Inventário visa atender a uma demanda do Governo, expressa na Política Nacional de Mudanças Climáticas, que determina que o setor de mineração deverá ser chamado para discutir as metas setoriais de redução de emissões, que foram criadas pela Lei.

Outro tema importante que foi discutido refere-se ao o aperfeiçoamento de instru-mentos do licenciamento ambiental de pro-jetos de mineração. De acordo com a pro-posta do consultor do IBRAM, Márcio Silva Pereira há duas formas de trabalho: acessibi-lidade dos recursos minerais e integração da legislação minerária e ambiental.

Adicionalmente à discussão de aperfei-çoamentos da legislação mineral aplicada à mineração, houve a sugestão da criação de um banco de dados do setor mineral, o que poderia ter início com uma publicação, que reunisse as boas práticas do setor na gestão de projetos ambientais e sociais. Um dos objeti-vos seria disponibilizar este material para Rio +20, que será realizada em 2012, no Brasil.

Os participantes ainda trataram da cria-ção do Guia IBRAM de Boas Práticas para o Fechamento de Mina. O Diretor de As-suntos Ambientais, Rinaldo Mancin, apre-sentou a proposta para a criação deste do-cumento em parceria entre o IBRAM e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP), com participação de uma equipe de profissionais liderados pelo Professor Luis Enrique Sánches.

O IBRAM marcou presença na reunião entre Governo e representantes de empre-sas para discutir os planos dos diversos seto-res da indústria para a redução das emissões de gases do efeito estufa (GEEs).

O workshop Fomento à Economia de Bai-xo Carbono e Crescimento Verde da Indústria Nacional, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, abre o ciclo de reuniões entre iniciativas pública e privada que discutirá a regulamentação da Política Nacional de Mudança Climática, mais especificamente na elaboração dos pla-nos setoriais definidos pelo Decreto 7.390 de dezembro de 2010, que devem ser apresen-tados até 15 de dezembro deste ano.

De acordo com a Consultora da CNI Pau-la Bennati, essa é uma iniciativa pioneira de diálogo do governo com a indústria para ela-boração de uma política pública. A ideia é que sejam realizados mais encontros ao longo

de 2011. “Vamos apresentar as contribuições que o setor industrial pode dar e pedir con-trapartidas do Estado, como financiamentos e incentivos fiscais”, destaca Paula Bennati.

Entre os segmentos que devem ser con-templados nos planos setoriais estão constru-ção civil, química fina e de base, mineração, papel e celulose, bens de consumo duráveis e transportes. De acordo com o Decreto, estes documentos devem conter metas de redução de gases de efeito estufa até 2020 (gradativas com intervalos de 3 anos), ações de implementação destes objetivos, indica-dores para monitoramento da efetividade das mesmas, instrumentos de regulação e estudos setoriais de competitividade com estimativa de custos e impactos.

Estes planos deverão ser embasados em análise de ciclo de vida. Esta é uma das medidas para evitar a dupla contagem dos GEEs. Além disso, os documentos produzi-

dos irão contemplar as particularidades de cada setor, visto que, em alguns momentos, as cadeias produtivas se sobrepõem.

O workshop também trouxe uma palestra sobre financiamento e incentivos à inovação tecnológica. A representante do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Cláudia Nessi, apresentou as linhas ambientais de financiamento do Banco e o ICO2 eficiente, índice elaborado pela empre-sa que segue as premissas do GHG protocol e pode ser comercializado na bolsa de valores.

Uma preocupação apresentada no en-contro se relaciona a regulação do clima de-pois de 2020. Afinal, as ações do governo estão focadas na redução da taxa de des-matamento. A partir do objetivo alcançado, ou seja, o desmatamento zero e alta taxa de crescimento econômico, é provável que a mitigação recaia sobre o setor industrial.

*Com informações da Revista Fator.

Setor produtivo busca redução de gases do efeito estufa IBRAM esteve presente no encontro com Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, realizado na CNI

Encontro do Grupo Estratégico de Sustentabilidade

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O mundo vivencia dois importantes ce-nários: o crescente "comércio sustentável" entre países a partir de uma maior preocu-pação em promover a sustentabilidade de uma região; e a ascensão na economia mun-dial de países em desenvolvimento, como Brasil, China, Índia e Rússia, os chamados BRICs (o que demanda um grande consumo de recursos minerais). Este panorama revela boas oportunidades de crescimento para a América Latina.

Com este pano de fundo, o Instituto Bra-sileiro de Mineração e mais de 700 líderes globais e regionais, entre autoridades do setor público, empresarial e representantes da sociedade, se reuniram no Fórum Eco-nômico Mundial da América Latina (World Economic Forum on Latin America 2011), no Rio de Janeiro, para discutir os rumos da economia regional na próxima década.

Sob o lema “Construindo a Plataforma para uma Década Latino-Americana”, o Fó-rum Econômico teve como objetivo pensar os próximos passos que os países latinos de-vem trilhar para garantir maior competitivida-de no cenário internacional e contribuir para aperfeiçoar o sistema financeiro e servir de atrativo para investimentos a longo prazo.

Temas como expansão e modernização da infraestrutura, avaliação de futuros riscos globais que poderão afetar a região na pró-xima década, desenvolvimento do poten-cial da América Latina como fornecedor de alimentos, energia e recursos minerais, for-talecimento do G20 (grupo formado pelas maiores economias do mundo), e promoção de parcerias estratégicas com países asiáticos foram debatidos nas mais de 10 mesas, se-minários e painéis que ocorreram.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, ressaltou que no Brasil a atividade mineral é um dos pilares de sustentação so-cioeconômica. Ele lembra que este é o setor privado que mais investe no País. De acordo com dados do Instituto serão aplicados cerca US$ 65 bilhões de dólares até 2015. Núme-

ro que poderia ser maior. “Todo o potencial mineral brasileiro conhecido mundo afora resulta de apenas 30% da área territorial. Ou seja, há uma larga extensão territorial a ser pesquisada, o que certamente possibilitará novas oportunidades para o crescimento sustentável”, pondera Camillo Penna.

Além da investigação geológica em maior escala, o IBRAM defende reforçar a capa-cidade de organização social e política, especialmente no nível local, de forma a ampliar a autonomia dos municípios para a tomada de decisões, a fim de que estes investimentos resultem efetivamente em de-senvolvimento sustentável para as comuni-dades locais e para o País.

Neste contexto é fundamental reforçar a importância da construção do diálogo en-tre os diversos stakeholders envolvidos em

projetos minerais, bem como a importância de sinergias e agendas convergentes. “Nos-so desafio é fazer com que este diálogo envolva essas empresas, de modo a atrair o pequeno minerador para o caminho da sustentabilidade”.

De acordo com especialistas que par-ticipam do Fórum Econômico Mundial, a partir das receitas obtidas com produtos bá-sicos, os países da América Latina poderão criar condições de construir uma economia mais sólida no século XXI.

Responsible Mineral Development Initiative

Paralelamente ao Fórum, foi realizada uma sessão específica sobre a indústria mi-neral, na qual foi apresentada a Iniciativa de Desenvolvimento Mineral Responsável (Responsible Mineral Development Initia-tive, em inglês), que é uma cooperação multi-atores entre o Fórum Econômico e os principais líderes e especialistas globais do setor mineral, que vem sendo desenvolvi-da em conjunto com o Instituto do Banco Mundial, a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation e o Con-selho Internacional de Mineração e Metais – ICMM, o Intergovernmental Forum on Mining, Minerals, Metals and Sustainable Development, dentre outros, iniciativa esta que visa a construção de uma agenda de convergência do setor mineral em prol do desenvolvimento sustentável local e regio-nal, das regiões onde a mineração opera.

O IBRAM esteve representado em am-bos os eventos pelo Presidente Paulo Ca-millo Penna, que também atuou como coordenador das discussões sobre Infraes-trutura e Planejamento Econômico Local na sessão parelela, e pelo Diretor de Assuntos Ambientais, Rinaldo Mancin, que também representou o ICMM no evento, apresen-tando o novo kit de ferramentas “Minera-ção: Parcerias para o Desenvolvimento”, que está sendo finalizado pelo ICMM.

IBRAM participa do Fórum Econômico Mundial da América Latina

A PARTIR DAS RECEITAS oBTIDAS CoM PRoDUToS BáSICoS,

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DE CoNSTRUIR UMA ECoNoMIA MAIS SóLIDA No SéCULo XXI.

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O projeto “A biodiversidade vai para a escola” é uma iniciativa inédita, que prevê a capacitação científica de professores para ensinar sobre a riqueza da fauna e flora do Cerrado e a distribuição gratuita de material didático para as escolas da região de Nique-lândia e Barro Alto (GO). Com o material em mãos, os mestres ganham uma ferramenta para fomentar a curiosidade e a discussão sobre a importância da conservação desse ecossistema para seus alunos.

Foram produzidos sete livros, que abor-dam plantas, peixes, insetos, répteis, anfíbios, aves e mamíferos. O programa “A biodiver-sidade vai para a escola” foi desenvolvido com linguagem descontraída, imagens e ilustrações, para facilitar o aprendizado e a conscientização do público infanto-juvenil acerca do ciclo da vida na região. O proje-to é fruto de cinco anos de monitoramento da fauna e flora nas propriedades da Anglo American, nos municípios de Niquelândia e Barro Alto, em conjunto com a Universidade Federal de Goiás (UFG).

Segundo o Gerente de Desenvolvimento Sustentável Marcelo Galo, estas cartilhas vão permitir que os jovens conheçam a fauna e flora de onde vivem e entendam a impor-tância da conservação e o uso consciente dos recursos naturais do Cerrado.

Em Niquelândia e em Barro Alto a capaci-tação foi realizada com o curso “O cerrado e a biodiversidade local”, dirigido a professores dos 1ª e 2ª fases do ensino fundamental, re-alizado no final de março e começo de abril. Participaram mais de 33 escolas da região.

Anglo American e a Biodiversidade

A Anglo American é proprietária ou possui os direitos sobre mais de 2,5 milhões de hec-tares de terra em seis continentes. O compro-misso do Grupo com o respeito à preservação

e, se necessário, à recomposição da fauna e da flora das regiões onde suas unidades estão insta-ladas busca ir além das medidas ambientais legais.

A mineradora possui polí-ticas e estratégias para gestão da biodiversidade, integradas ao documento Anglo Environ-mental Way; entre suas princi-pais ferramentas de gestão da Biodiversidade, está o Plano de Ação (BAP), que tem por um de seus objetivos monito-rar a situação das áreas de influência direta e indireta das unidades da Anglo American, além de realizar e implantar ações preditivas e preventivas e, caso necessário, adotar me-didas que assegurem mais harmonia entre a ação do homem e a biodiversidade local.

No Brasil, a Anglo American concentra parte de suas atividades de responsabilidade social na contribuição para o entendimento e preservação da herança natural única do país. Em Niquelândia já foram identificadas diferentes espécies da fauna e flora da re-gião, sendo algumas ameaçadas de extin-ção, como o pássaro Mutum-de-penacho, o morcego Lonchophylla dekeyseri, a jaguati-rica, o tamanduá-bandeira e a onça-parda. Há também uma nova espécie de anfíbio re-conhecida pelos meios científicos, que agora poderá ser estudada.

Perfil

A Anglo American PLC é uma das maio-res companhias de mineração do mundo, com sede no Reino Unido e capital aberto em Londres e Joanesburgo. Nosso portfólio abrange empresas de mineração de metais preciosos e minerais – é líder global em pla-tina e diamantes; metais básicos – cobre e níquel; e outras commodities, como minério de ferro, carvão metalúrgico e carvão térmi-co. As operações de mineração da empresa

e sua carteira de projetos estão localizadas na África do Sul, América do Sul, Austrália, América do Norte e Ásia.

No Brasil, com início das atividades em 1973, a Anglo American possui plantas de níquel em Niquelândia e está investindo US$ 1,8 bilhão no Projeto Barro Alto, para ampliar sua produção de níquel - a partir de 2011, a nova planta tem expectativa de pro-duzir 36 mil t/ano de níquel contido em fer-roníquel ao longo de 26 anos de operação.

Desde 2008, possui planta de minério de ferro no Amapá, em parceria com a Cliffs Na-tural Resources, e investe na implantação do Projeto Minas-Rio, com capacidade para pro-duzir 26,5 milhões t/ano de minério de fer-ro. Os dois projetos irão consolidar a posição da Anglo American como player mundial no mercado transoceânico de minério de ferro.

A Anglo American possui também plantas de produtos fosfatados em Cubatão/Ouvidor (GO) e Cubatão (SP) e nióbio em Catalão.

A Anglo American é uma empresa de-terminada a crescer no Brasil, trabalhando em conjunto com as comunidades locais e aplicando as melhores práticas de negócio adquiridas ao redor do mundo por quase um século.

Anglo American promove ações educativas sobre a biodiversidade do Cerrado

Livros do Programa dão subsídio a professores no ensino da preservação ambiental

Os livros Anfíbios, Insetos e Plantas são alguns dos títulos da coleção

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Montanhas de minérios processados acumulam-se junto a minas de ouro, níquel, cobre. São restos de mineração, ainda com algum teor dos metais nobres, mas tão bai-xo que não vale a pena tentar extrair pelos processos químicos convencionais. E con-tinuariam assim, como meros resíduos, se não fosse por duas espécies de bactérias mi-neradoras – Acidithiobacillus ferrooxidans e Acidithiobacillus thiooxidans – isoladas pelo pesquisador Oswaldo Garcia Junior, do Ins-tituto de Química de Araraquara da Univer-sidade Estadual Paulista (IQ/AR-Unesp), no interior de São Paulo.

Garcia Jr. coletou estas bactérias em Minas Gerais, no Paraná e na Bahia, em ambientes minerais. Passou a culti-vá-las em laboratório, como auxiliares em processos de biohidrolixiviação, ou seja, na recuperação de metais por oxidação e solubilização com ajuda de seres vivos. O pesquisador faleceu recentemente, mas sua esposa, Denise Bevilaqua, doutora na mesma especia-lidade, assumiu a coordenação do De-partamento de Bioquímica e Química Tecnológica e dá prosseguimentos às pesquisas, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A recuperação de metais, espe-cificamente do cobre, de efluentes naturais de minas, isto é, de soluções produzidas “naturalmente” pelo contato de águas da própria mina ou de chuvas em caso de minas de céu aberto, foi pro-vavelmente praticada a cerca de 1000 anos A.C. na região mediterrânea. Os chineses no século X e os europeus (norte da atual Hungria) no final do século XIV provavel-mente já usavam esse processo, conforme documentação científica da época.

Apesar de ser uma prática antiga e bas-tante utilizada, a participação ativa de mi-crorganismos no processo de lixiviação natu-ral, era totalmente desconhecida até a bem pouco tempo. A definitiva correlação entre a lixiviação natural de metais e a participação

Bactérias são capazes de reaproveitar rejeitos

direta de bactérias no processo, foi estabele-cida no final dos anos 40.

“Dependendo da matriz mineral é pos-sível recuperar tudo. É o caso do níquel: as bactérias ajudam a extrair até 100%”, afirma Denise. “Quando o teor do metal é alto, compensa usar os processos tradicio-nais, mas muitas reservas estão se esgotan-do e as minas estão cheias de minérios de baixos teores.í a Nestes casos, a biolixivia-ção é mais indicada. Ou quando o metal

de mão de obra especializada é reduzida, além de não poluir a atmosfera, pois não ocorre emissão de SO2 como no processo pirometalúrgico (como se sabe o SO2 é o agente causador da conhecida “chuva áci-da”)”, avalia Bevilaqua. A pesquisadora ain-da lembra que o após a ação das bactérias é possível comercializar o mineral, mesmo que de baixo teor.

Porém é preciso fazer uma adaptação para cada tipo de minério, assegurando um

ambiente ótimo no qual as bactérias possam proliferar. “Às vezes precisamos tornar o meio mais ácido, às vezes mais básico, por isso primeiro fazemos testes em laboratório, colocando as bactérias diante dos minerais e avaliando quanto elas são capazes de solubilizar. Depois vamos para as colunas de minerais, ainda em laboratório, para observar o metabolismo, medir a oxidação e estu-dar os resíduos com raios-X. Só então passamos para projetos semi-piloto e piloto”, explica Denise, atualmente encarregada de resolver o complicado caso da calcopirita, um minério de co-bre de interesse da Vale, empresa par-ceira neste projeto de estudos.

A melhor parte da história é que as tais bactérias mineradoras também servem para extrair metais pesados de resíduos perigosos, transformando-os em materiais inertes. A experiência já foi realizada pela equipe de Araraqua-ra com lodo de esgoto contaminado.

Após uma semana a dez dias de tratamen-to com as bactérias, o lodo fica livre desses contaminantes e pode até ser usado na agri-cultura, em lugar de ser destinado a aterros com isolamento.

“Os testes demonstraram ser factível esse tratamento do resíduo de esgoto”, confirma a pesquisadora. Da mesma forma, micro-organismos mineradores podem retirar qual-quer traço de metais pesados das pilhas e baterias, que então se tornariam resíduos inertes e poderiam ser descartadas no lixo comum. “No Brasil ainda não temos esta li-nha de pesquisa com pilhas, mas a Argentina já explora a possibilidade”, acrescenta.

vale muito, como o ouro, que já é extraído comercialmente com micro-organismos a partir de resíduos, em Minas Gerais”, pon-dera a pesquisadora.

Os benefícios do trabalho de “repesca-gem” de metais realizado pelas bactérias mineradoras são variados. O primeiro de-les é a economia de insumos utilizados em um processo hidrometalúrgico convencio-nal (ácidos e agentes oxidantes). A técnica também apresenta baixo requerimento de energia. O processo também apresenta baixo investimento de capital inicial e de custo operacional, devido à simplicidade das instalações requeridas. “A necessidade

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O município de Moju, localizado no nor-deste paraense, vive uma nova perspectiva de desenvolvimento com a expansão da cul-tura do dendê e a geração de novos postos de trabalho na região. A cidade pertence à região do Vale do Acará, que vem se des-tacando como área fértil para o cultivo do dendê. É a primeira cidade a ter um pólo da empresa Biopalma, controlada pela Vale, que após concluir o plantio de palma, já está em fase de implantação da primeira usina extratora do óleo de dendê, matéria-prima para obtenção do biodiesel, o chamado combustível verde.

As obras da usina estão em andamento e hoje empregam mais de cem profissionais da região, número que pode crescer no pico das obras, quando será necessário o dobro de operários. Quando a indústria estiver ope-rando, o que está previsto para acontecer no segundo semestre deste ano, haverá oferta de novos postos de trabalho, especialmente nas áreas de operação e manutenção da usi-na. Mas para que a mão de obra local seja aproveitada é necessário preparar e qualifi-car este profissional para atender à deman-da. É o que está acontecendo em Moju, com o início das aulas do Programa Capacitar.

O programa oferece cursos de qualifica-ção técnica nas áreas Elétrica e Mecânica, focados em Manutenção Industrial, para 64 alunos, maiores de 18 anos, aprovados no processo seletivo realizado pela empresa no mês de março. A iniciativa tem por objetivo contribuir com a qualificação dos morado-res para que possam atender às demandas futuras, sobretudo aquelas provenientes da instalação da primeira planta extratora de óleo de palma, bem como novos empreen-dimentos que se instalarem no município.

As aulas são ministradas pelo Senai, par-ceiro educacional do programa, e realizadas no Núcleo de Qualificação Técnica de Moju, equipado para atender tanto a fase teórica quanto prática dos cursos, que têm duração total de 400 horas/aula, o que corresponde a aproximadamente cinco meses. O espaço

Biopalma promove curso técnico de qualificação para moradores de Moju, PA

foi cedido pela prefeitura à Biopalma, que reformou e adaptou um antigo prédio deso-cupado em salas de aulas e laboratórios. A empresa também oferece lanche e transpor-te gratuito para deslocamentos dos alunos.

Programa acontece nesse primeiro mo-mento no município de Moju, mas se esten-derá futuramente aos outros pólos de plan-tio de palma da empresa, à medida que a mão de obra for sendo necessária à industria de extração do óleo do dendê. O Diretor industrial da Biopalma, Maurício Amantéa, é um entusiasta sobre o programa e ressalta que “a dedicação e o esforço de cada aluno é importante para o aprendizado e qualifica-ção, abrindo as portas para novas oportuni-dades de trabalho”.

Treinamento interno

A Biopalma também realizou na última semana um treinamento para seus empre-gados para utilização de novos e modernos equipamentos, de tecnologia da Malásia, país que é referência no cultivo do dendê para produção de bicombustível. Os equi-pamentos - facas motorizadas, que cortam o fruto da árvore, e coletores graber,espécie de braço mecânico que junta os cachos os chão, colocando-os no mini-trator no qual vem acoplado - serão usados na fase da colheita dos frutos, prevista para acorrer em agosto no pólo da Biopalma em Moju. O treinamento incluiu a montagem e demonstração de uso dos equipamentos, que agregarão segurança ao trabalhador no momento do corte e co-lheita, além de contribuir com a melhoria do aproveitamento dos serviços em campo.

Em fevereiro, a Vale adquiriu o controle da Biopalma da Amazônia S.A. Refloresta-mento Indústria e Comércio, empresa pro-dutora de óleo de palma, matéria-prima para a produção de biodiesel. A empresa produzirá óleo de palma em 2011, com a expectativa de atingir a produção anual de 500 mil toneladas até 2019. A destinação principal do óleo será a produção de bio-

diesel pela Vale para alimentar sua frota de locomotivas, máquinas e os equipamentos de grande porte das operações no Brasil, usando o B20 (mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel comum).

O Projeto Biopalma da Amazônia se-gue a política da Vale no que diz respeito ao desenvolvimento social e econômico das regiões de abrangência de seus empreendi-mentos, sempre em harmonia com o meio ambiente. A empresa já fez o plantio em 36 mil hectares de áreas próprias nos municí-pios de Moju, Tomé Açu, Concórdia do Pará, Abaetetuba, Bujaru, Igarapé Miri e Acará. O seu programa de agricultura familiar já conta com 129 famílias parceiras financiadas pelo projeto com linhas de crédito criadas espe-cificamente para a atividade. Trata-se de um benefício que oferece prazo de 14 anos, com 6 anos de carência e 8 anos para pagamento com taxa de juros subsidiada de 2% ao ano em parceria com o Banco da Amazônia.

O convênio com o banco prevê ainda o fornecimento de mudas com a mesma qua-lidade das que foram plantadas pela Bio-palma, além de assistência técnica com a transferência completa da tecnologia para os agricultores e o compromisso de compra da produção de frutos com preços equivalentes aos do mercado internacional de óleo.

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