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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO EXPERIÊNCIA NA EMPRESA JÚNIOR ADM CONSULT: UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NO MERCADO DE TRABALHO? NATHÁLIA LOUISE MOURA TAVARES Natal, maio de 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

EXPERIÊNCIA NA EMPRESA JÚNIOR ADM CONSULT:

UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NO MERCADO DE TRABALHO?

NATHÁLIA LOUISE MOURA TAVARES

Natal, maio de 2014

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NATHÁLIA LOUISE MOURA TAVARES

EXPERIÊNCIA NA EMPRESA JÚNIOR ADM CONSULT:

UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NO MERCADO DE TRABALHO?

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação

do curso de graduação em Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para

a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof.ª Maria Teresa Pires Costa, Dra.

Natal, maio de 2014

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Tavares, Nathália Louise Moura.

Experiência na empresa júnior ADM Consult: um diferencial competitivo no mercado de trabalho?/ Nathália

Louise Moura Tavares. – Natal, RN, 2014.

65f.

Orientadora: Profª. Drª. Maria Teresa Pires Costa.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.

1. Administração – Monografia. 2. Empresa júnior – Monografia. 3. Competitividade – Monografia. 4.

Competência – Monografia. I. Costa, Maria Teresa Pires. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III.

Título.

RN/BS/CCSA CDU 658

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

EXPERIÊNCIA NA EMPRESA JÚNIOR ADM CONSULT:

UM DIFERENCIAL COMPETITIVO NO MERCADO DE TRABALHO?

NATHÁLIA LOUISE MOURA TAVARES

Monografia apresentada e aprovada em ____ de ____________ de ____, pela banca

examinadora composta dos seguintes membros:

______________________________________

Profª Dra. Maria Teresa Pires da Costa - UFRN

Orientadora

___________________________________

Prof. Dr. Antônio Alves Filho. - UFRN

Examinador

_______________________________________

Profª M. Sc. Matilde de Araújo Medeiros - UFRN

Examinador

Natal, 23 de maio de 2014.

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Dedico à todos que sempre acreditaram no meu

potencial e capacidade de mudar o mundo,

principalmente aos meus pais, irmã e minha melhor

amiga e companheira.

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AGRADECIMENTOS

Deus, para você que me deu calma e sabedoria para administrar todos os meus

compromissos ao longo dessa jornada, dando forças para seguir em frente e concluir o trabalho

com êxito, o meu MUITO OBRIGADA.

À meus pais e irmã que, de formas inusitadas, proporcionaram momentos de alegria e

leveza para que, assim, eu continuasse trilhando a caminhada. A vocês, todo o meu amor, carinho

e fidelidade. Juntos até além da vida. Amo demais vocês.

À minha amiga, companheira e anjo, obrigada por todos os momentos de

compreensão, força e credibilidade. Sem você nada disso faria sentido. Te amo demais.

Ào meu falecido primo Alan Almoêdo que, em sonhos, me incentivou a continuar a

jornada e fez com que eu ‘’me garantisse’’. Se saudade tivesse cheiro, certamente seria o seu.

À ADM Consult que proporcionou toda a vivência necessária para que pudesse falar

do MEJ e entender que ‘’somos gigantes pela própria natureza’’.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte juntamente com os professores que

proporcionaram toda a estrutura necessária para que me formasse com sabedoria.

Por fim e não menos importante, agradeço a professora Teresa Pires que, mesmo

extremamente atribulada com seus diversos compromissos acadêmicos e pessoais, encontrou

tempo, dedicação e paciência para me orientar com excelência.

Sem vocês, nada disso seria possível.

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‘’E a gente chegou muito bem, sem desmerecer a

ninguém, enfrentando no peito certo preconceito e

muito desdém [...] Por isso vê lá onde pisa, respeite a

camisa que a gente suou, respeite quem pôde chegar

aonde a gente chegou’’.

(Jorge Aragão)

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RESUMO

O Movimento Empresa Júnior vem se desenvolvendo e conquistando, todos os dias, o mundo. O

objetivo principal das empresas juniores é promover a melhor experiência de mercado aos alunos

graduandos, deixando-os mais próximos da realidade desse mercado e desenvolvendo

competências que tornam-se cada vez mais exigidas pelas grandes empresas. A primeira Empresa

Junior (EJ) surgiu na ESSEC (L'Ecole Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales de

Paris) no ano de 1967, na cidade de Paris na França, onde os alunos fundaram a Junior Enterprise

- uma associação que configuraria a realidade empresarial prestando serviços de consultoria. O

presente trabalho visa identificar de que forma a experiência dos atuais e ex-empresários juniores

na ADM Consult – Empresa Júnior do curso de Administração da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte - contribui como diferencial competitivo no mercado de trabalho. A pesquisa, um

estudo exploratório-descritivo, com análise qualiquantitativa de dados que levantou o perfil dos

participantes da ADM Consult, verificou as oportunidades de trabalho dos atuais e ex-empresários

juniores, bem como identificou as competências que os gestores perceberam como desenvolvidas

em um atual ou ex empresário júnior. Por fim, propôs sugestões para incrementar a participação

dos alunos e professores na ADM Consult. A população alvo foram os ex e atuais empresários

juniores, bem como os respectivos chefes imediatos de cada um – todos escolhidos através de uma

amostra causal simples, num total de 26 empresários juniores e 15 chefes imediatos. Neste

trabalho ficou constatado que a experiência na Empresa Júnior ADM Consult é peça fundamental

para o desenvolvimento de competências gerenciais, preparando o aluno graduando para encarar o

mercado de trabalho e promovendo uma melhor postura profissional para lidar com imprevistos.

Dessa forma, os gestores enxergam que o aluno que possui essa experiência, não só desenvolve

uma maior habilidade para entender o funcionamento de uma empresa, como também são agentes

constantes de transformação da sociedade, trazendo um diferencial competitivo notório. A

Empresa Júnior ADM Consult ainda possui aspectos a serem trabalhados mas, em um balanço

geral, continua proporcionando, para todos os seus membros, experiências valiosas e

enriquecedoras para uma formação acadêmica de excelência.

Palavras-chave: Movimento Empresa Júnior. Empresa Júnior. Competitividade.

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ABSTRACT

The Junior Enterprise movement is developing and gaining, day after day, the world. The main

goal of junior enterprises is to promote the best market experience to undergraduate students,

bringing them closer to the market reality and helping develop skills that are demanded by great

companies. The first Junior Enterprise (JE) emerged at ESSEC (L'Ecole Supérieure des Sciences

Economiques et Commerciales de Paris) in 1967, Paris, France, where students established Junior

Enterprise – an association that would set the business reality by providing consulting services.

This paper aims at identifying in which way the experience of the current and former

entrepreneurs from ADM Consult – Junior Enterprise from the Business Administration major at

UFRN – contributes as a competitive advantage in the labor market. The research, an exploratory-

descriptive study, along with a quali-quantitative analysis of data that framed a profile for ADM

Consult participants, has verified the job opportunities for the current and former junior

entrepreneurs, and also has identified all skills that managers perceived as fully developed in

current and former junior entrepreneurs. At last, it has proposed suggestions in order to increase

both faculty’s and student body’s participation in ADM Consult. The target population was made

of current and actual junior entrepreneurs, as well as their respective immediate supervisors – all

have been chosen through a simple casual sample, making the total of 26 junior entrepreneurs and

15 immediate supervisors. It has been found that the experience in ADM Consult Junior Enterprise

is the fundamental stone towards the development of managing skills, prepares undergraduate

students to face the market and also provides them with a better professional attitude when dealing

with unforeseen events. In this sense, managers have realized that an undergraduate with such

background not only counts on major skills to truly apprehend the mechanism of a company, but

is also an active agent of transformations within society, who carries a remarkable and competitive

differential. ADM Consult still has a few perspectives to be thought; however, in a general balance

sheet, it continues to offer to all its members valuable and enriching experiences, pursuing an

academic education of excellence.

Key words: Junior Enterprise Movement. Junior Enterprise. Competitiveness.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição por frequência das respostas qualitativas 42

Tabela 2 - Distribuição por frequência das respostas qualitativas 42

Tabela 3 - Distribuição por frequência das respostas qualitativas 47

Tabela 4 - Distribuição por frequência das respostas qualitativas 51

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa Etária 34

Gráfico 2 – Estado civil 35

Gráfico 3 – Ocupação 35

Gráfico 4 – Fator Determinante 36

Gráfico 5 – Tempo na Empresa Júnior 37

Gráfico 6 – Diretrizes Curriculares Nacionais 38

Gráfico 7 – Competência Gerencial 40

Gráfico 8 – Grau de Satisfação 41

Gráfico 9 – Gênero 43

Gráfico 10 – Faixa Etária 44

Gráfico 11 – Estado Civil 45

Gráfico 12 – Competências Gerenciais Desenvolvidas 47

Gráfico 13 – Diretrizes Curriculares Nacionais 49

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Distribuição por frequência das respostas qualitativas 45

Quadro 2 - Distribuição por frequência das respostas qualitativas 48

Quadro 3 - Distribuição por frequência das respostas qualitativas 48

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LISTA DE SIGLAS

CCSA Centro de Ciências Sociais Aplicadas

EJ Empresa Júnior

FAAP Fundação Armando Álvares Penteado

FGV Fundação Getúlio Vargas

IES Instituição de Ensino Superior

IRA Índice de Rendimento Acadêmico

MEJ Movimento Empresa Júnior

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 - PARTE INTRODUTÓRIA 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA 14

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 16

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA 16

1.3.1 OBJETIVO GERAL 16

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 17

1.4 JUSTIFICATIVA 17

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 19

2.1 O CONCEITO DE COMPETITIVIDADE 19

2.2 O SURGIMENTO DO CONCEITO DE COMPETÊNCIA 20

2.3 COMPETÊNCIAS E APRENDIZAGEM 22

2.4 COMPETÊNCIA E O INDIVÍDUO 25

2.5 COMPETÊNCIAS E COMPETITIVIDADE 26

2.6 DIRETRIZES CURRICULARES 27

3 – METODOLOGIA 30

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 30

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 30

3.3 DADOS E INSTRUMENTO DE COLETA 31

3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E FORMA DE ANÁLISE 31

3.5 ESTUDO PILOTO (TESTE DO INSTRUMENTO) 33

4 – ANÁLISE DE DADOS 34

4.1 ATUAIS E ANTIGOS EMPRESÁRIOS JUNIORES 34

4.2 CHEFES IMEDIATOS 43

5 – CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 53

6 – REFERÊNCIAS 56

7 – APÊNDICES 59

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1. PARTE INTRODUTÓRIA

Esta pesquisa aborda a participação em empresas juniores como diferencial

competitivo no mercado de trabalho, organizando-se em cinco partes. A primeira apresenta as

características gerais do trabalho: a contextualização e problema, caracterização da

organização, os objetivos da pesquisa e a justificativa do estudo. A segunda apresenta a

fundamentação teórica sobre o tema: conceito sobre competências e competitividade. Na

terceira parte é apresentada a metodologia utilizada na pesquisa de campo: caracterização da

pesquisa, população e amostra, dados e instrumentos de coleta, tratamento estatístico e forma

de análise. A quarta parte é constituída pela análise de resultados. Na quinta parte é

apresentada a conclusão e as recomendações e, por fim, as referências bibliográficas.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA

O despreparo profissional é uma realidade e a ausência de habilidades é o

principal fator para que diversas vagas destinadas a recém-formados deixem de ser

preenchidas. A importância da aprendizagem prática é uma realidade que desenvolve

competências e facilita a inserção no mercado de trabalho.

Dessa forma, tornou-se evidente a falta de espaço no mercado de trabalho para

profissionais desqualificados e despreparados. Competências essenciais como liderança,

comunicação, senso crítico, trabalho em equipe, resolução de conflitos e foco em resultados,

raramente são observados nos candidatos que aspiram a uma vaga em grandes empresas.

Com as exigências cada vez maiores que o mercado de trabalho impõe, a busca

pela diferenciação e qualificação tornou-se mais que essencial. Essência essa que deve ser

cuidadosamente trabalhada desde os primeiros semestres na Universidade. Alunos ‘’notas

10’’ e com IRA’s elevados já não são sinônimos de competência. Aliás, notas são mera

exigência didático-pedagógica e muitos especialistas em educação criticam a metodologia de

avaliação nas instituições brasileiras de ensino.

Considerando-se todos os aspectos abordados acima e somando-os ao atual

cenário mundial repleto de incertezas, surge a importância de uma Empresa Júnior. A ideia de

confrontar o aluno graduando a vivências reais do mercado, possibilita que o mesmo

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desenvolva suas competências profissionais e torne-se mais preparado para enfrentar esse

mesmo mercado.

O Movimento Empresa Júnior, mais comumente chamado de MEJ, foi fruto da

iminente necessidade de aprender, na prática, todas as teorias trabalhadas em sala de aula.

Desde 1967, quando surgiu a primeira Empresa Júnior do mundo – a Júnior Enterprise –

muitos indivíduos perceberam o real potencial intelectual que essa iniciativa traria e como os

alunos da Universidade alcançariam o mercado de trabalho mais capacitados. Em 1987, por

iniciativa da Câmera do Comércio Brasil-França, o conceito chegou ao Brasil surgindo, dois

anos depois, as primeiras empresas juniores do país – Empresa Júnior FGV e Júnior FAAP.

Uma Empresa Júnior é uma associação civil, sem fins econômicos, apartidária e

composta, exclusivamente, por graduandos de uma Instituição de Ensino Superior (IES). A EJ

não é, em si, uma pessoa jurídica e sua gestão é feita pelos próprios alunos. O objetivo

primordial das empresas juniores é fomentar a formação profissional e pessoal do aluno,

tornando-o habilidoso e apto para as necessidades do mercado. Por se enquadrarem no

terceiro setor da economia, as EJ’s trabalham sob a vertente de oferecer serviços com

qualidade mas a um custo abaixo do estabelecido pelo mercado. Seus serviços, na maioria das

vezes, destinam-se as pequenas e médias empresas que, rotineiramente, apresentam

deficiências em seus processos e não possuem capital suficiente para contratar consultorias

sênior.

Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte o curso de Administração

possui uma empresa júnior, a ADM Consult. Ela foi a empresa júnior pioneira no estado do

Rio Grande do Norte, fundada em 1991 por Alberto Brandão e como o objetivo primeiro de

desenvolver o potencial dos seus membros. É constituída exclusivamente por alunos do curso

de administração da UFRN, prestando serviços de consultoria, promovendo ações socias,

realizando eventos entre outras atividades. Atualmente, a ADM Consult localiza-se no Setor

de Aulas V, sala E1 e é composta por 27 membros, entre os quais estão distribuídos entre 17

Analistas, 2 Gerentes, 4 Diretores, 1 Presidente e 3 Conselheiros. Apesar de serem geridas

exclusivamente por estudantes de graduação, as Empresas Juniores são supervisionadas pelos

professores e todos os projetos desenvolvidos devem ser acompanhados por estes.

Considerando que este curso objetiva formar administradores que gerenciarão

empresas futuras e que a formação de competências é essencial para estes futuros

profissionais, neste trabalho se coloca o seguinte problema:

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Até que ponto a ADM Consult forma competências que contribuem para que

seus atuais e ex membros adquiram um diferencial competitivo no mercado de

trabalho?

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Uma Empresa Júnior constitui um ambiente de aprendizado onde os graduandos e

os responsáveis pelas Instituições de Ensino Superior desempenham a contínua relação entre

teoria e prática.

A ADM Consult foi a empresa júnior pioneira no estado do Rio Grande do Norte.

Fundada em 1991 por Alberto Brandão, tem como grande objetivo desenvolver o potencial

dos seus membros. É constituída exclusivamente por alunos do curso de administração da

UFRN, prestando serviços de consultoria, promovendo ações socias, realizando eventos entre

outras atividades. A ADM Consult oferece serviços de qualidade com um baixo custo,

favorecendo o empresário e o estudante. Por possuir uma gestão independente política e

financeiramente, também promove aos seus membros a experiência de se gerir uma empresa.

Observada a falta de controle de diversas atividades da empresa bem como de

vários documentos, no ano de 2010 a ADM Consult passou por uma intensa reestruturação e

formalização de seus processos e documentos. Passado um ano, em 2011 a empresa retomou

suas atividades e encontra-se inteiramente ativa até o presente momento, realizando duas

vezes ao ano o Processo Seletivo para a entrada de novos membros.

Atualmente, localiza-se no Setor de Aulas V, sala E1 e é composta por 26

membros, entre os quais estão distribuídos entre 13 consultores, 4 Gerentes, 4 Diretores, 1

Presidente, 1 Vice-Presidente e 3 Conselheiros. Apesar de serem geridas exclusivamente por

estudantes de graduação, as Empresas Juniores são supervisionadas pelos professores e todos

os projetos desenvolvidos devem ser acompanhados por estes.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Investigar se a ADM Consult forma competências que contribuem para que seus

atuais e ex membros adquiram um diferencial competitivo no mercado de trabalho.

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1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Descrever o perfil dos participantes da ADM Consult;

- Identificar as competências que os gestores percebem como desenvolvidas em

um atual ou ex empresário júnior;

- Verificar se os participantes e ex-participantes da ADM Consult percebem que a

empresa contribuiu para a formação de competências constantes nas diretrizes

curriculares para os cursos de Administração.

- Levantar que atividades realizadas na Adm Consult são reportadas pelos

participantes e ex-participantes como mais importantes para a sua formação,

relacionando-as com as áreas de atuação do administrador.

- Descobrir se os gestores identificam haver um diferencial competitivo em

empresários ou ex empresários juniores.

1.4 JUSTIFICATIVA

O Movimento Empresa Júnior é uma realidade no mundo. Inserindo-se nessa

perspectiva encontra-se a cidade de Natal que hoje conta com 19 empresas juniores, sendo 18

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Natal.

De alguns anos atrás até os dias de hoje, tem-se percebido principalmente por

estudantes, a importância de uma experiência sólida e voltada para plena aplicação das teorias

de sala de aula na prática. Experiência essa que vem garantido lugares de destaque em

grandes empresas e que foge dos estágios convencionais oferecidos. Estes últimos não se

preocupam em capacitar o aluno, designando-os apenas para a realização de atividade

extremamente operacionais e ‘pobres’ de aprendizado.

Dessa forma, o modo mais propício de iniciar um estudo sobre as percepções dos

dois grandes agentes dessa temática – mercado de trabalho e os próprios empresários juniores-

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é através das antigas e/ou atuais experiências vividas por cada um desses empresários

juniores, juntamente com seus chefes imediatos.

Uma das motivações para realizar este trabalho veio da observação, como aluna e

como membro da ADM Consult, de comentários de professores afirmando que membros de

uma Empresa Júnior apresentam um desempenho diferenciado tanto nas suas atividades

acadêmicas quanto pessoais e que os mesmos assumem uma postura mais crítica em sala de

aula trazendo, constantemente, vivências e exemplos enriquecedores para assuntos tratados.

Deste modo, este trabalho tem o intuito de tornar tangível para os alunos do curso

de Administração da UFRN, para a própria UFRN e para o mercado de trabalho os resultados

reais da formação de competências em uma Empresa Júnior, e espera-se que encoraje alunos a

fazerem parte dessa experiência e desfrutarem do conhecimento proporcionado pelo

Movimento Empresa Júnior.

É importante mencionar também que a iniciativa de realizar esta investigação

proporcionará um diagnóstico para a ADM Consult, contribuindo para ações futuras da

mesma, bem como, para as iniciativas docentes no Curso de Administração. Também

proporcionará visibilidade do que é realizado pela empresa júnior em estudo, o que poderá

favorecer futuras demandas para o Centro de Ciências Sociais Aplicadas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este segundo capítulo destina-se à apresentação dos principais conceitos teóricos

necessários a consecução do trabalho. Tem início com a conceituação de competitividade,

bem como seu surgimento. Em seguida, define-se o conceito de competência e aprendizado,

assim como de competência e o indivíduo. Por fim, faz-se um comparativo entre o conceito de

competência e competitividade – aspectos já anteriormente abordados.

2.1 O CONCEITO DE COMPETITIVIDADE

A competitividade pressupõe a existência de organizações que concorrem entre si

na busca de atender a um determinado mercado. Em outras palavras, ela representa o poder

que uma organização possui para manter atuais e adquirir clientes potenciais frente a

concorrência. O termo competitividade encontra na literatura gerencial conceitos muito

difusos. Até mesmo os autores tradicionais como Porter, Mintzberg, Collis, Montgomery,

Hamel e Prahalad não oferecem uma clara definição (LASTRES; CASSIOLATO, 1995: 10;

BARBOSA, 1999: 21).

A competitividade empresarial é, segundo Albuquerque (1992, p.18) ‘’a

capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais que lhe

permitam obter e manter, a longo prazo, posição sustentável no mercado’’.

Já segundo Lesca apud Freitas (1992), a empresa competitiva é ‘’aquela capaz de

se manter de forma voluntária num mercado concorrencial e evolutivo, realizando uma

margem de autofinanciamento suficiente para assegurar a sua independência financeira e os

meios necessários à sua adaptação’’.

Porter (1989, p.31), acredita que “a vantagem competitiva não pode ser

compreendida observando-se a empresa como um todo. Ela tem sua origem nas inúmeras

atividades distintas que uma empresa executa.”

Hoje em dia, o foco empresarial está voltado para as pessoas, pois:

[...] um número cada vez maior de organizações os recursos humanos são vistos como

fonte de vantagem competitiva. Há um reconhecimento maior de que competências especiais

são obtidas por meio de habilidades de funcionários altamente desenvolvidas, culturas

organizacionais diferenciadas, processos gerenciais e sistemas. Isso vai de encontro à ênfase

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tradicional dada a recursos transferíveis, como equipamentos [...]. Cada vez mais se reconhece

que pode ser obtida vantagem competitiva com uma força de trabalho de alta qualidade que

permita às organizações competir com capacidade de resposta ao mercado, qualidade de

produtos e serviços, produtos diferenciados e inovação tecnológica” (DESSLER 2003, p. 15).

Dessler ainda evidencia a magnitude das pessoas através de uma afirmação do

vice-presidente de recursos humanos da Toyota Motor Manufaturing em Georgetown,

Kentucky:

Pessoas estão por trás do nosso sucesso. Máquinas não têm ideias, não resolvem problemas,

não agarram oportunidades. Somente pessoas que estejam envolvidas e pensando fazem à

diferença [...]. Todos os fabricantes de automóveis nos Estados Unidos têm basicamente o

mesmo maquinário. Mas o modo como as pessoas são utilizadas e envolvidas varia muito de

uma empresa para outra. A força de trabalho dá a qualquer empresa o seu verdadeiro poder

competitivo” (DESSLER 2003, p. 11).

Conforme Chiavenato (1999a, p. 30), as pessoas eram vistas como meros

recursos, mas com o avanço tecnológico um novo conceito surgiu em relação às pessoas que

por sua vez passaram a serem reconhecidas como o mais precioso recurso de uma

organização. Antes o ativo principal era a parte financeira e as pessoas eram passivas na

organização, hoje elas fazem parte do ativo, pois, “o capital financeiro deixou de ser o recurso

mais importante, cedendo lugar ao conhecimento.”

O diferencial competitivo é, portanto, parte importante para o sucesso estratégico

de qualquer organização. No entanto, torna-se primordial o entendimento de que esse

diferencial não se limita a tecnologias de ponta, ou a um gigantesco fluxo de caixa e

campanhas publicitárias inovadoras. É preciso ir além e compreender que o grande segredo

para o diferencial competitivo encontra-se no competente corpo de funcionários qualificados e

dotados de capital intelectual adquirido ao longo de sua formação. Sem esses funcionários

qualificados e prontos para acompanharem o acelerado ritmo de mudanças do mundo, as

organizações estão fadadas ao fracasso e a um baixo rendimento perante a concorrência.

2.2 O SURGIMENTO DO CONCEITO DE COMPETÊNCIA

O atual ambiente de negócio e gestão no mundo é marcado pela intensidade e

rapidez com que acontecem as mudanças nos cenários sócio-político, econômico e

tecnológico. Dessa forma, todas essas mudanças são parte integral do principal desafio a ser

superado pelas organizações, sendo extremamente necessário que elas criem diversos

mecanismos mais adequados para definir e redefinir suas competências e as formas de

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aprendizado. Diante desse novo ambiente, é possível perceber uma maior valorização das

pessoas nas organizações, sendo necessárias novas formas de trabalho e mudança de postura.

Essa nova forma de organização se dá através do desenvolvimento de competências: seja

quanto aos conhecimentos, seja quanto as habilidades ou mesmo quanto as atitudes.

O ‘’conhecimento’’ refere-se ao saber. Implica questionamentos e esforços

voltados à informação que possa agregar valor ao trabalho. O conhecimento é o que se deve

saber para desenvolver com qualidade aquilo que lhe é atribuído (RUAS, 1998). Já as

‘’habilidades’’ referem-se ao saber fazer. Centralizam-se no desenvolvimento de práticas e

consciência da ação tomada. As habilidades são o que se deve saber para obter um bom

desempenho (RUAS, 1998). Por fim e não menos importante, as ‘’atitudes’’ referem-se ao

saber agir. Busca um comportamento mais condizente com a realidade desejada e neste

momento realiza-se a união entre discurso e ação. Deve-se saber agir para poder empregar

adequadamente os conhecimentos e habilidades (RUAS, 1998).

Por competência, entende-se a capacidade de uma pessoa qualificada para a

realização de determinada tarefa. Na idade média, essa expressão foi utilizada unicamente na

linguagem jurídica e se referia à faculdade atribuída a alguém ou a alguma instituição para

analisar e julgar certos assuntos. Por consequência, o termo veio a designar o reconhecimento

social sobre a capacidade de alguém pronunciar-se a respeito de determinado assunto. Mais

tarde, o conceito de competência passou a ser utilizado de forma mais genérica, para

qualificar o indivíduo capaz de realizar determinado trabalho.

No que diz respeito ao ambiente organizacional, McClelland foi um dos

percussores da escola americana de competência. A escola tinha como característica principal

o conceito de concepção comportamentalista, onde os atributos de uma pessoa a permitiam

alcançar um desempenho superior. McClelland (1973) afirma que a competência é uma

característica subjacente a uma pessoa que é casualmente relacionada com desempenho

superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação.

No continente europeu, o surgimento do conceito de competência tem registro na

França. Diferentemente da escola americana de concepção comportamentalista, a francesa

traz como característica principal a concepção construtivista. Essa concepção faz uma

conexão entre educação e trabalho e dessa conexão resultava as competências.

Dentro das devidas proporções, a partir da década de 90 o conceito de

competência se propagou nas empresas brasileiras e multinacionais. Fleury e Fleury (2001),

buscando uma nova abordagem que não aquela americana e francesa, sugerem que os

conhecimentos e o know-how que o ser humano possui apenas se transformam em

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competências a partir do momento que saem da teoria e são vivenciados, e dessa forma,

comunicados e utilizados. De acordo com Dutra:

Ao colocarmos organização e as pessoas lado a lado, podemos verificar um processo contínuo

de troca de competências. A organização transfere seu patrimônio de conhecimentos para as

pessoas, enriquecendo-as e preparando- as para enfrentar novas situações profissionais e

pessoais, quer na organização ou fora dela. As pessoas, ao desenvolverem sua capacidade

individual, transferem para a organização seu aprendizado capacitando a organização para

enfrentar novos desafios (DUTRA, 2002, p. 23).

É importante ressaltar que, embora exista uma gama enorme de autores que

discorram de formas diferenciadas sobre o conceito de competência, ainda é possível

estabelecer três pontos de convergência de significados entre eles. A primeira convergência

diz respeito a competência como propriedade única do indivíduo. A segunda, sobre as

competências serem manifestadas através de determinadas ações e a terceira sobre o fato de as

competências surgirem apenas em momentos necessários.

2.3 COMPETÊNCIAS E APRENDIZAGEM

Quantificar a competência de alguém é um assunto delicado, pois, se levado ao

extremo, acaba-se considerando o indivíduo como um mero número. Ao se comparar

Competências, é comum perguntar como estabelecer se uma pessoa é mais competente que

outra.

Dada a dificuldade de tal mensuração, parte-se para outra visão: a de desenvolver

as competências em uma organização. Para isso é necessário percorrer o caminho que vai da

aprendizagem individual, para a aprendizagem em grupo e, por fim, da organização.

Esta questão aparentemente simples implica uma viagem interior, que recupera

momentos em que o conhecimento se mistura com a emoção, sinalizando situações positivas e

situações tensas e angustiantes. Como o coloca Izaquierdo (1997), o indivíduo é exatamente

só aquilo de que se lembra; eu sou quem sou porque me lembro de quem sou, porque sei

quem sou. Se não nos lembrássemos de nada, não seríamos alguém.

Aprendizagem pode ser assim pensada como um processo de mudança, provocado

por estímulos diversos, mediado por emoções, que pode vir ou não a manifestar-se em

mudança no comportamento da pessoa. Os psicólogos enfatizam a necessidade de distinguir

entre o processo de aprendizagem, que ocorre dentro do organismo da pessoa que aprende, e

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as respostas emitidas por esta pessoa, as quais podem ser observáveis e mensuráveis. Duas

vertentes teóricas sustentam os principais modelos de aprendizagem: o modelo behaviorista e

o modelo cognitivista, conforme a seguir:

Modelo behaviorista: seu foco principal é o comportamento, pois este é

observável e mensurável; partindo do princípio de que a análise do comportamento significa o

estudo das relações entre eventos estimuladores e as respostas, planejar o processo de

aprendizagem implica estruturar este processo em termos passíveis de observação,

mensuração e réplica científica.

Modelo cognitivo: pretende ser um modelo mais abrangente do que o

behaviorista, explicando melhor os fenômenos mais complexos, como a aprendizagem de

conceitos e a solução de problemas; procura utilizar tanto dados objetivos e comportamentais,

como dados subjetivos, levando em consideração as crenças e percepções do indivíduo que

influenciam seu processo de apreensão da realidade.

A teoria da Gestalt, precursora do cognitivismo, pesquisa o processo de

aprendizagem por insights. "O indivíduo que tem um insight vê uma situação de uma nova

maneira, que implica a compreensão das relações lógicas ou percepção das conexões entre

meios e fins" (HILL, 1981).

Le Boterf (1995) propõe o seguinte quadro sobre o processo de desenvolvimento

de competências das pessoas nas organizações, como consta no quadro 1.

Quadro 1 – Processo de Desenvolvimento de

Competências

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Fonte: LE BOTERF, G. De la compétence - essai sur un attracteur étrange. In: Les

éditions d'organisations. Paris: Quatrième Tirage, 1995.

Observa-se assim a conjugação de situações de aprendizagem que podem

propiciar a transformação do conhecimento em competência. Esta transformação só acontece

em contexto profissional específico, pois a realização da competência deverá não apenas

agregar valor ao indivíduo, mas também à organização.

A questão, porém, que tem mais preocupado tanto os teóricos como os

profissionais diz respeito a passagem da aprendizagem individual para a organizacional.

As organizações podem não ter cérebros, mas têm sistemas cognitivos e

memórias; desenvolvem rotinas, procedimentos relativamente padronizados para lidar com os

problemas internos e externos. Estas rotinas vão sendo incorporadas, de forma explícita ou

inconsciente, na memória organizacional. A mudança em processos, estruturas ou

comportamentos não seria o único indicador de que a aprendizagem aconteceu, mas a

possibilidade deste conhecimento ser recuperado pelos membros da organização.

Lyles (1999) diferencia dois níveis de aprendizagem: o nível mais baixo, ou o

chamado de conhecimento explícito, resultante de repetições e rotinas; é o conhecimento que

pode ser explicado e codificado. O conhecimento de nível mais alto envolve o ajustamento de

crenças e normas, o que resulta em novos quadros de referência, novas habilidades, chegando

mesmo um momento de desaprender coisas que fizeram sucesso no passado e que hoje não

têm mais razão de ser. É o conhecimento tácito, às vezes inconsciente, que se apóia na

memória organizacional. Observa-se nesta perspectiva o aliar-se da vertente mais cognitivista

sobre a aprendizagem à abordagem cultural.

Sabendo que o desenvolvimento de competências se dá através da aprendizagem,

as organizações têm como desafio criar novas formas de prover oportunidades e experiências

de aprendizagem (CASEY, 1999), principalmente devido à complexidade do ambiente

organizacional, onde demandas diversificadas surgem constantemente, aumentando a

distância entre o que as pessoas sabem e o que elas devem aprender. Uma forma de promover

essas experiências são as práticas de treinamento de desenvolvimento (T&D).

Dessa forma, a noção de competência lança luz sobre um aspecto importante: se

por um lado, agrega valor econômico à organização, por outro não menos relevante deve

agregar valor social ao indivíduo. Nesse sentido, as pessoas, ao desenvolverem competências

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essenciais para o sucesso da organização, estão também investindo em si mesmas, não só

como cidadãos organizacionais, mas como cidadãos do próprio país e do mundo.

2.4 COMPETÊNCIA E O INDIVÍDUO

Diversas são as definições atribuídas à expressão ‘’competência individual’’. A

inexistência de um consenso quanto ao seu conceito além de divergências de caráter filosófico

e ideológico podem, também, ser atribuídas a adoção da expressão com diferentes enfoques,

em diferentes áreas do conhecimento (MANFREDI, 1998).

Não obstante a inexistência de um consenso quanto ao seu conceito, alguns pontos

comuns em relação a essa noção pode, entretanto, ser identificados. Em primeiro lugar, a

competência é comumente apresentada como uma característica ou um conjunto de

características ou requisitos – saberes, conhecimentos, aptidões, habilidades – indicado como

condição capaz de produzir efeitos de resultados e/ou solução de problemas (Spencer e

Spencer, 1993; Boyatzis, 1982; McClelland e Dailey, 1972). Assim, para MccClelland e

Dailey, a competência pode ser sintetizada como o conjunto de características individuais

observáveis – conhecimento, habilidades, objetivo, valores – capaz de predizer e/ou causar

um desempenho efetivo ou superior no trabalho ou em outras situações da vida.

Já para autores como Le Boterf e Zarifian, a competência não é associada a um

conjunto de qualificações do indivíduo, mas sim às realizações da pessoa em determinado

contexto, ou seja, àquilo que ela produz ou realiza no trabalho.

Segundo Zarifian (2001, p. 68) competência pode ser definida como tomar

iniciativa e assumir responsabilidade do indivíduo diante de situações profissionais com as

quais se depara. O autor ainda foca três mudanças principais no mundo do trabalho que

justificam a emergência do modelo de competência para a gestão das organizações:

- a noção de evento: aquilo que ocorre de maneira imprevista, não programada,

vindo

a atrapalhar o desenvolvimento normal do sistema produtivo, ultrapassando a

capacidade rotineira de assegurar sua autorregulação; isto implica que a competência não

pode estar contida nas predefinições da tarefa, visto que o indivíduo precisa estar

constantemente mobilizando recursos para resolver as novas situações de trabalho.

- comunicação: comunicar implica compreender o outro e a si mesmo; significa

entrar

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de acordo com os objetivos organizacionais, partilhar normas comuns para a sua

gestão.

- noção de serviço: atender a um cliente externo ou interno da organização

precisa ser central e estar presente em todas as atividades; para tanto, a comunicação é

fundamental.

ZARIFIAN (2001) enfatiza ainda que só se pode compreender plenamente a

emergência do modelo de competências, se fizermos uma retrospectiva histórica e

analisarmos, dentro do contexto, as mutações que sofreram o trabalho e como ele é visto e

avaliado.

Le Boterf (apud FLEURY e FLEURY, 2004, p. 29) coloca a competência como

um resultado do cruzamento de três eixos, são eles: formação da pessoa (sua biografia, e

socialização), somada a formação educacional e sua experiência profissional. As

competências são sempre contextualizadas, os conhecimentos e o know-how não adquirem

status de competência a não ser que sejam comunicados e trocados.

Desse modo, compreende-se a competência como uma resultantes de múltiplos

saberes, obtidos das mais variadas formas: seja por transferência, seja por aprendizagem ou

ainda adaptação, os quais possibilitam ao indivíduo criar uma base de conhecimentos e

habilidades capazes de solucionar problemas em situações concretas. Nesse sentido, como um

misto de múltiplos ingredientes, a competência revela-se mais do que simplesmente a adição

de saberes parciais ou de qualificações.

2.5 COMPETÊNCIA E COMPETITIVIDADE

As mudanças impostas pelo ambiente exigem, cada vez mais, uma exorbitante

flexibilidade das organizações para manterem-se competitivas. Em outras palavras, isso

significa ser necessário, de forma incessante, novos conhecimentos e habilidades para serem

rapidamente adquiridos, desenvolvidos e disseminados aos funcionários. Portanto, é

necessário admitir que o ser humano vigora como o principal diferencial nas organizações

líderes de mercado.

Há de se considerar que o sistema eficaz de gerenciamento de pessoas é uma fonte

de vantagem competitiva sustentável (PFEFFER, 1994), pois se caracteriza por ser de difícil

imitação pelos concorrentes, não é facilmente percebido pelos outros e a substituição é

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complexa. Assim, as estratégias de recursos humanos devem estar ancoradas às estratégias de

negócio (EHRLICH, 1997). Dessa forma, a contribuição de RH seria ajudar as empresas a

identificarem suas competências requeridas para a realização dos objetivos estratégicos e

promover o alinhamentos destes com as competências que os colaboradores necessitam

possuir para implementar as estratégias.

No mundo atual, nota-se que as organizações verdadeiramente inseridas na corrida

da competitividade, têm adotado posturas diretamente relacionadas com a aprendizagem

intensiva. Compreender essa lógica, segundo FLEURY e FLEURY (2000), lança luz sobre as

posições ocupadas pelas empresas e suas estratégias para atuar nesse novo conceito. Seguindo

tal lógica, torna-se fundamental que as empresas elaborem estratégias competitivas a partir de

políticas de desenvolvimento de competências de seus membros. Nesse caminho, elas estarão

atraindo e incentivando funcionários para suas organizações.

2.6 DIRETRIZES CURRICULARES

A partir das mudanças impostas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

(LDB), o processo de formação do graduando tem assumido centralidade nas discussões

acadêmicas. O cenário passa a se configurar, a partir da busca de aderência com os

imperativos estabelecidos pela nova ordem. Por outro lado, tem exigido a reorientação dos

projetos pedagógicos, bem como, a maneira de conceber um ensino de qualidade conectado

com o tempo e com o espaço.

As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração,

em consonância com a LDB, procuram garantir uma organização curricular articulada com o

projeti político-pedagógico, preservando-se a sua flexibilidade, para formar profissionais

aptos a atuarem no mercado de trabalho contemporâneo, entendendo a graduação como etapa

inicial da formação continuada. A LDB ressalta, ainda, orientações com vistas a assegurar

melhor qualidade dos cursos, mediante revisão de toda a tradição que os burocratiza,

dificultando-lhes a adequação às tendências contemporâneas de heterogeneidade de formação

prévia, em nível de graduação.

Segundo parecer 776/97 de 03 de dezembro de 1997, da Câmara de Educação

Superior do Conselho Nacional de Educação:

[...] as novas diretrizes curriculares devem contemplar elementos de fundamentação

essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou profissão, visando

promover no estudante a capacidade de desenvolvimento intelectual e profissional

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autônomo e permanente. Devem também pautar-se pela tendência de redução da

duração da formação no nível de graduação. Devem ainda promover formas de

aprendizagem que contribuam para reduzir a evasão, como a organização dos cursos

em sistemas de módulos. Devem induzir a implementação de programas de iniciação

científica nos quais o aluno desenvolva a sua criatividade e análise crítica. Finalmente,

devem incluir dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno atituides e

valores orientados para a cidadania.

Historicamente, os cursos superiores no Brasi se voltavam à formação de profissionais

para exercerem uma determinada profissão ou para atuarem como profissionais competentes

em uma área ou especialidade. Assim, o ensino pautava-se em programas fechados, com uma

estrutura curricular que apresentava um elenco de disciplinas que enfocavam abordagens

direcionadas especificamente para uma determinada profissão, área ou especialidade,

distanciadas de uma articulação interdisciplinar (MASETTO, 1998).

Dessa forma, há sinalização para um direcionamento do ensino superir brasileiro no

sentido de rever seus currículos de formação profissional – em seus aspectos mais amplos –

frente às exigências requeridas para o exercício competente das profissões em nossa

sociedade. Para Masetto (1988), a redefinição de perfis profissionais certamente indicará

alterações que venham atender melhor as exigências atuais.

Nessa situação, põe-se em evidência o papel do professor no âmbito da academia.

Segundo Cunha e Fernandes (1994, 0.190): “A realidade da universidade mostra que a maior

parte do processo de ensino-aprendizagem que desenvolve está calcada no modelo de

reprodução do conhecimento”. Na atualidade, o exercício da docência vem a exigir

competências específicas que incluem não só a titulação necessária e a experiência

profissional, mas, também, competências próprias.

A respeito das habilidades e competências que o curso de Administração deve

possibilitar no processo de formação profissional, destacam-se:

a) reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente,

introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e

generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus decomplexidade, o

processo da tomada de decisão;

b) desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional,

inclusive nos processos de negociação e nas comunicaçõesinterpessoais ou

intergrupais;

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c) refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção, compreendendo sua

posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento;

d) desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e

formulações matemáticas presentes nas relações formais e causais entre fenômenos

produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo

crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais;

e) ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa,

vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das

implicações éticas do seu exercício profissional;

f) desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência

cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em

diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável;

g) desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos em

organizações;

h) desenvolver capacidade para realizar consultoria em gestão e administração,

pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais,estratégicos e

operacionais.

Dessa forma, todos os aspectos abordados no Referencial Teórico, interligam-se de tal

modo em que é possível perceber um encadeamento lógico das conceitos de indivíduo,

aprendizagem, competência, competitividade e diretrizes curriculares. O objetivo final é

entender que, o futuro profissional de administração (indivíduo), precisa aprender, para criar

competências e gerar competitividade no mercado de trabalho, com base em um ótimo

desenvolvimento de todas as diretrizes curriculares previstas do curso.

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3 METODOLOGIA

Este capítulo tem o objetivo de apresentar e descrever os instrumentos e os

procedimentos utilizados para a coleta e análise dos dados, justificando o uso de tais

instrumentos e procedimentos com base na fundamentação teórica já apresentada e nas

questões de pesquisa que norteiam este trabalho.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho pretendeu verificar de que forma a participação dos atuais e

ex-empresários juniores na ADM Consult contribui ou contribuiu para o diferencial

competitivo no mercado de trabalho. Portanto, trata-se de um estudo exploratório-descritivo.

Segundo Vergara (1988, p. 35), é exploratória porque não se encontram informações

cientificamente produzidas que atendessem as necessidades da pesquisa proposta. Descritiva

porque tem por objetivo conhecer e descrever os atores de um mercado específico bem como

entender o seu comportamento para a formulação de estratégias.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população interna desta pesquisa compreende atuais e ex empresários juniores

da ADM Consult e seus respectivos chefes imediatos. De acordo com Oliveira (1999), a

população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma

característica em comum a ser estudada.

Como não foi possível pesquisar todos os empresários juniores que já fizeram

parte da ADM Consult, trabalhou-se com uma amostra não probabilística acidental - aquela

em que a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende ao menos em

parte do julgamento do pesquisador ou do entrevistador no campo. (Mattar, F. p. 132).

A amostra contém atuais e ex-empresários juniores e seus respectivos chefes

imediatos que concordaram em participar da pesquisa no período de 25/04/2014 à 04/05/2014.

No total foram entrevistados 26 empresários juniores e 15 chefes imediatos.

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3.3 DADOS E INSTRUMENTO DE COLETA

Visando alcançar o resultado dos objetivos propostos pelo presente trabalho, foi

utilizado o método survey. Dessa forma, o instrumento de coleta de informações mais

adequado é o questionário, definido como uma

[...] técnica de investigação, composta por um número mais ou menos elevado de

questões apresentadas, por escrito, às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento

de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas,

etc. (GIL, 1994, p. 124).

A coleta de dados foi feita por meio de dois questionários online dispostos no site

www.evalandgo.pt. Um deles destinado ao atual e ex empresário júnior e outro para o chefe

imediato de cada um desses empresários juniores. O “Eval&GO” é uma ferramenta de

questionário online que permite a criação, edição e administração de questionários para os

mais diversos tipos de pesquisas. O link do questionário foi divulgado tanto no grupo privado

da Empresa Júnior ADM Consult bem como nos e-mails – este último para os chefes

imediatos.

Em um questionário existem três tipos de questões: as abertas, as fechadas e as

dependentes. As abertas caracterizam-se por questões que abrem espaço para que a resposta

seja escrita sem nenhum tipo de restrição. Já as questões fechadas caracterizam-se por um

conjunto de alternativas onde o entrevistado poderá optar por uma ou mais alternativa

demonstrando, assim, seu ponto de vista a respeito do assunto em questão. Por fim, as

dependentes são aquelas questões que dependem da resposta dada em outra parte do

questionário.

Neste trabalho, os questionários continham questões abertas e fechadas. Tal

escolha justifica-se pela garantia de uma coleta mais fidedigna da realidade dos atuais e ex

empresários juniores da ADM Consult frente ao mercado de trabalho. (APÊNDICE I E

APÊNDICE II)

3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E FORMA DE ANÁLISE

Os dados dessa pesquisa foram analisados usando técnicas qualitativas e

quantitativas. Para a análise quantitativa (descrição dos dados) foram utilizadas recursos da

estatística descritiva, com apoio do software Evalandgo.

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Na análise qualitativa (interpretação dos dados), fez-se o elo entre a teoria e os

dados (resultados), utilizando-se análise de conteúdo das questões abertas, seguindo o

proposto por Bardin. A análise de conteúdo é conceituada por Bardin (1977), como "um

conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos,

sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos

ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de

produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens".

Para o autor, a análise de conteúdo basicamente desdobra-se em três fases, a

saber:

1 - pré-análise;

2 - exploração do material;

3 - tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

1- pré-análise: nesta fase, o pesquisador faz uma leitura flutuante, atividade onde

se estabelece o primeiro contato com os documentos a serem analisados, deixando-se tomar

contato exaustivo com o material. Além da leitura flutuante, o investigador faz a escolha dos

documentos, ou seja, procede a demarcação do universo de documentos sobre os quais

proceder-se-á a análise, portanto constituindo o corpus, "conjunto de documentos tidos em

conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos" (BARDIN, 1977).

2 - exploração do material: ocorre logo após a pré-análise e consiste numa fase

longa de dedicação, de operações de codificação, enumeração, classificação e agregação, em

função de regras previamente formuladas. Nesta fase o material é codificado, ou seja,

submetido a um "processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e

agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das características pertinentes

do conteúdo" (BARDIN, 1977).

3 - tratamento dos resultados obtidos, a inferência e a interpretação: no caso

de análise de conteúdo qualitativo, os resultados brutos são tratados de maneira a serem

significativos e válidos. Os resultados são submetidos a operações estatísticas simples

(percentagens), ou mais complexas (análise fatorial), permitindo que quadros, diagramas,

figuras e modelos referente aos resultados, sejam estabelecidos. De posse destes dados

significativos, o investigador poderá, então, propor inferências e interpretações a propósito

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dos objetivos previstos, ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas (BARDIN,

1977).

3.5 ESTUDO PILOTO

Antes da efetiva aplicação de um questionário como instrumento de pesquisa faz-

se necessário a aplicação de um pré-teste. De acordo com Gil (2008), ‘’o pré-teste tem por

objetivo assegurar-lhe validade e precisão ao instrumento de pesquisa, visto que a obtenção

dos requisitos que devem compor o questionário é bastante crítica’’. Hair Jr et. al. (2005)

elucida que nenhum questionário deve ser administrado antes que o pesquisador avalie a

provável exatidão e coerência das respostas, a amostra de um pré-teste deve ser de quatro ou

cinco indivíduos no mínimo e no máximo 30.

Dessa forma, para o presente estudo foi realizado o pré-teste com 7 graduandos do

curso de administração da UFRN e, posteriormente, o questionário final foi aplicado para os

atuais e ex empresários juniores, bem como para os gestores das diversas organizações que já

tiveram oportunidade de trabalhar com um membro da ADM Consult. O anonimato nas

respostas foi preservado.

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4 ANÁLISE DE DADOS

Esta parte do trabalho apresenta os resultados obtidos através da pesquisas

realizada junto aos atuais e antigos empresários juniores, bem como com seus respectivos

chefes imediatos.

4.1 ATUAIS E ANTIGOS EMPRESÁRIOS JUNIORES

Os gráficos a seguir retratam o perfil dos antigos e atuais empresários juniores

entrevistados, correspondendo às questões 2, 3 e 4, respectivamente, do questionário

direcionado ao empresário júnior.

No gráfico 1 é analisada a faixa etária dos entrevistados.

Gráfico 1: Faixa Etária

Quanto a faixa etária do total de atuais e ex empresários juniores entrevistados, 16

deles possuem entre 21 e 23 anos de idade. Os 10 restantes, dividiram-se igualmente entre 17

e 20 anos (5) e entre 24 e 26 anos (5). Nenhum atual ou ex empresário júnior possui mais de

26 anos. Dessa forma, é possível afirmar que a grande maioria dos entrevistados possuem

entre 21 e 23 anos de idade.

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No gráfico 2 pode-se visualizar a situação do estado civil.

Gráfico 2: Estado Civil

No que diz respeito ao estado civil dos entrevistados, 25 deles são solteiros e

apenas 1 possui relação estável. Pode-se assim, concluir, que a quase totalidade dos

empresários juniores é solteira.

Quanto a Ocupação Profissional dos entrevistados, pode-se verificar abaixo o

resultado. Informações quanto ao nome da empresa foram preservadas a fim de manter sigilo.

Gráfico 3: Ocupação Profissional

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Sobre a ocupação profissional, 23 dos entrevistados estão trabalhando ou

estagiando atualmente. Os 3 restantes, apesar de não estarem em algum estágio ou trabalho

atualmente, já estiveram em algum outro momento.

Os gráficos a seguir referem-se à aspectos diretamente relacionados a Empresa

Júnior ADM Consult, como: fatores que determinaram a participação no processo seletivo da

empresa, o tempo que já trabalham na mesma, competências gerenciais desenvolvidas, grau

de satisfação quanto ao conhecimento de mercado que a ADM Consult possibilitou,

atividades realizadas na empresa que contribuem ou contribuíram para a formação do

administrador e aspectos que mudariam na ADM Consult afim de que a mesma

proporcionasse um maior desenvolvimento dos seus membros.

Sobre o fator determinante que levou o graduando de Administração a tentar o

Processo Seletivo da empresa júnior, podemos observar os resultados abaixo.

Gráfico 4: Fator Determinante

Em relação ao fator determinante que impulsionou os entrevistados a tentarem o

Processo Seletivo da ADM Consult, 8 afirmaram que foi a crença na capacidade que uma

empresa júnior tem em desenvolver os alunos, seguido de 7 e 6 entrevistados que afirmaram

que, o fato da sala de aula não suprir as necessidades do curso de administração e a

agregação de valor ao currículo, respectivamente, foram os verdadeiros motivos para buscar

uma vaga na Empresa Júnior ADM Consult. O quarto motivo representa 4 dos entrevistados,

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que afirmaram que a influência de amigos e professores foi o fator determinante. Por fim,

apenas 1 dos pesquisados acredita em duplo fator impulsionador: a crença na capacidade que

uma empresa júnior tem em desenvolver os alunos e o fato de a sala de aula não suprir as

necessidades do curso. Pode-se concluir que os três motivos principais que incentivaram os

graduandos do curso de administração a tentarem um espaço na empresa júnior foram a

crença na capacidade de empresa júnior desenvolver alunos, o fato de a sala de aula não

suprir as necessidades reais do curso de Administração e agregação de valor ao currículo.

Outra questão levantada foi quanto ao tempo de Empresa Júnior de cada um dos

entrevistados, como mostrado a seguir.

Gráfico 5: Tempo na Empresa Júnior

Sobre o tempo de experiência na Empresa Júnior, 12 dos entrevistados possuem

entre 1 ano e 2 anos de empresa. Os outros 14 pesquisados dividem-se entre aqueles que

possuem até 6 meses de experiência (3) aqueles que têm entre 6 meses e 1 ano (6) e aqueles

que já estão há mais de 2 anos na Empresa (5). Uma vez que a rotatividade da empresa é

muito alta e grande parte de seus membros ficam apenas 6 meses, percebe-se que a maioria

dos entrevistados já possui um tempo bastante sólido de experiência na ADM Consult, que

variando de 1 a 2 anos.

No gráfico 6, verificou-se de que maneira a empresa júnior ADM Consult

contribuiu para a formação das competências curriculares previstas para o curso de graduação

em Administração.

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38

Gráfico 6: Diretrizes Curriculares Nacionais

No tocante as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) previstas para curso de

graduação em Administração, 19 afirmaram que a experiência na Empresa Júnior ADM

Consult contribuiu de maneira ótima e 7 de maneira boa para o desenvolvimento da DCN 1

reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir

modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizar

conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de

decisão.

Já para DCN 2 desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o

exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações

interpessoais e intergrupais, 20 entrevistados afirmaram que essa competência foi

desenvolvida de maneira ótima, 5 de maneira boa e 1 de maneira regular.

Quanto a diretriz 3 refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção,

compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e

gerenciamento, 11 pesquisados afirmaram que a desenvolveram de maneira ótima e ainda

obteve um empate entre a forma boa e regular, onde 7 entrevistados votaram em cada uma.

Ainda sobre essa Diretriz, 1 entrevistado não soube avaliar essa competência quanto ao seu

grau de desenvolvimento.

Já sobre a DCN 4 desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar

com valores e formulações matemáticas, presentes nas relações formais e causais entre

fenômenos produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo

crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais, a maioria dos

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39

entrevistados (14) acreditam que desenvolveram tal competência de maneira boa, enquanto

que 5 julgaram esse desenvolvimento como ótimo e 7 como regular.

Sobre a Diretriz 5 ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e

administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das

implicações éticas do seu exercício profissional, a maioria dos entrevistados (24) afirmaram

que desenvolveram tal competência de maneira ótima, enquanto que apenas 2 disseram ter

sido de maneira boa.

Quanto a DCN 6 desenvolver a capacidade de transferir conhecimentos da vida e

da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação

profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável,

também a grande maioria dos entrevistados afirmou que a desenvolveram de maneira ótima.

Sobre a Diretriz 7 desenvolver capacidade para elaborar, implantar e consolidar

projetos em organizações, 20 dos pesquisados deram ciência de que a desenvolveram de

forma ótima, 5 de maneira boa e 1 de forma regular.

Por fim, quanto a DCN 8 desenvolver capacidade para realizar consultoria em

gestão e administração, pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais,

estratégicos e operacionais¸ já pode se constatar um maior equilíbrio entre as maneiras ótima

e boa, com 15 e 11 votos, respectivamente.

É possível perceber que, entre todas as Diretrizes relacionadas para julgamento, o

grau ótimo foi votado 136 vezes – fato que evidencia que a Empresa Júnior ADM Consult tem

contribuído de forma extremamente eficaz para o desenvolvimento de competências. A

critério de informação, os graus bom, regular e não contribui foram votados 54, 17 e 1 vez

respectivamente.

Sendo assim, é possível evidenciar o que foi dito por Fleury e Fleury (2001), que

sugere que os conhecimentos e o know-how que o ser humano possui apenas se transformam

em competências a partir do momento que saem da teoria e são vivenciados, e dessa forma,

comunicados e utilizados.

O gráfico a seguir diz respeito as principais competências gerencias desenvolvidas

durante a experiência na ADM Consult.

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40

Gráfico 7: Competência Gerencial

Quanto às competências mais desenvolvidas durante o período de Empresa Júnior,

espírito de equipe, liderança, visão holística e comprometimento foram sinalizadas como as

principais, com 17, 15, 14 e 13 votos, respectivamente. As competências resiliência e

responsabilidade vieram logo em seguida e ficaram empatadas, com 11 votos na preferência

dos entrevistados. Capacidade de negociação surge adiante, com 9. Por fim, tem-se mais um

empate, onde 7 dos empresários juniores afirmaram que flexibilidade e criatividade são as

competências mais desenvolvidas durante a experiência na empresa júnior.

Esses resultados ressaltam, assim, a ideia de competência - proposto por Le

Boterf -como o resultado do cruzamento de três eixos (formação da pessoa, formação

educacional e experiência profissional), onde as competências são sempre contextualizadas

e os conhecimentos e o know-how não adquirem status de competência a não ser que sejam

comunicados e trocados.

Sobre o grau de satisfação sobre o conhecimento de mercado que a ADM Consult

promoveu, podemos observar os resultados abaixo.

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41

Gráfico 8: Grau de Satisfação

Sobre o conhecimento de mercado que a ADM Consult promoveu, 16 afirmaram

estarem satisfeitos, enquanto que 10 afirmaram estarem muito satisfeitos.

Dessa forma, é possível concluir que os entrevistados possuem um

posicionamento bastante positivo em relação ao conhecimento de mercado. Tal fato comprova

o que (CASEY, 1999) diz a respeito do desenvolvimento de competências ser dado através da

aprendizagem, onde as organizações têm como desafio criar novas formas de prover

oportunidades e experiências de aprendizagem.

Os resultados a seguir referem-se as duas questões abertas do questionário do

empresário júnior, que procurou descobrir quais atividades na ADM Consult mais contribuem

para a formação profissional em Administração e o que os empresários juniores mudariam na

realidade da empresa afim de que seus membros estivessem mais propícios ao

desenvolvimento de competências.

Quanto as atividades desenvolvidas, segue o quadro abaixo.

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42

Tabela 1: Distribuição por frequência das respostas qualitativas.

Quais atividades da ADM Consult mais contribuíram para que sua

formação profissional atendesse à demanda do mercado de trabalho?

RESPOSTA QUANTIDADE

Processo Seletivo 16

Avaliação de Desempenho 12

Consultorias 10

Feedbacks 8

Treinamentos 6

Atuação em cargos de liderança 6

Coordenação de eventos 5

Relacionamento com Stakeholders 4

De acordo com o quadro, tem-se que processo seletivo foi a resposta mais

frequente, com 16 citações. O desenvolvimento de avaliação de desempenho veio logo a

seguir, com a segunda maior frequência de respostas, totalizando 12. A opinião de que

consultorias e feedbacks são as atividades desenvolvidas que mais contribuem para a

formação profissional, somam 10 e 8 votos dos entrevistados, respectivamente. Os

treinamentos, atuação em cargos de liderança e relacionamento com Stakeholders, embora

menos citados quando comparados com os demais, também foram aspectos apontados como

cruciais para agregação de valor na formação profissional do Administrador.

Sobre o que mudariam na empresa, segue o quadro 2 abaixo.

Tabela 2: Distribuição por frequência das respostas qualitativas.

O que você mudaria na ADM Consult afim de que seus membros

estivessem propícios a um maior desenvolvimento de competências

gerenciais?

RESPOSTA QUANTIDADE

Local de trabalho 19

Maior apoio dos professores 17

Assumir cargos de liderança 13

Treinamento mais eficaz 12

Ferramentas 7

Aplicação de bônus por resultados alcançados 6

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Quanto ao que mudariam na ADM Consult a fim de que a mesma proporcionasse

aos seus membros um maior desenvolvimento de competência gerencias, a resposta com

maior frequência entre todos os entrevistados foi o local de trabalho visto que, além de a

ADM Consult não estar localizada no setor de aulas I (onde a maior parte do curso de

Administração é ministrado), ela ainda divide a sala com outra Empresa Júnior. Essa proposta

de mudança foi citada 19 vezes. Em seguida veio o apoio maior dos professores com 17

citações, uma vez que muitos docentes por não conhecerem e não se interessarem pela

proposta da empresa, não oferecem qualquer tipo de suporte aos empresários juniores e ainda

denigrem a imagem da mesma. A possibilidade de atuar em um cargo de liderança e a

existência de treinamentos mais eficientes vieram adiante, com 13 e 12 citações,

respectivamente. Por último, mas não menos importante para os empresários juniores,

ferramentas e aplicação de bônus por resultados alcançados foram elencados como fatores

que necessitam de mudanças para um alcance maior de desenvolvimento de competências,

com 7 e 6 citações, respectivamente.

4.2 CHEFES IMEDIATOS

Os gráficos a seguir retratam o perfil dos chefes imediatos entrevistados,

correspondendo às questões 1, 2 e 3, respectivamente, do questionário direcionado ao chefe

imediato.

No gráfico 9 é analisado o gênero dos entrevistados.

Gráfico 9: Gênero

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No que diz respeito ao gênero, do total de 15 chefes imediatos entrevistados, 9

são do gênero masculino, enquanto que 6 correspondem a porção feminina. Embora exista

essa diferença, é possível afirmar que esse aspecto analisado ficou bem equilibrado, não

apresentando grande discrepância.

No gráfico 10 pode-se visualizar a faixa etária dos chefes imediatos entrevistados.

Gráfico 10: Faixa Etária

Quanto a faixa etária do total de gestores entrevistados, 8 possuem entre 20 e 30

anos, fato que evidencia a jovialidade da maioria dos chefes imediatos que participaram da

pesquisa. Os 7 restantes dos entrevistados estão entre 31 e 40 anos (3) ou acima de 50 (3) e

entre 41 e 50 anos (1).

Quanto ao estado civil dos entrevistados, pode-se verificar no gráfico 3 o

resultado.

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45

Gráfico 11: Estado Civil

No tocante ao estado civil, 9 dos entrevistados são casados, enquanto os 6

restantes estão divididos entre divorciados (3), solteiros (2) e com relação estável (1).

O quadro a seguir refere-se à questão aberta relativa ao conhecimento que o chefe

imediato possui sobre empresa júnior.

Quadro 1: Distribuição por frequência das respostas qualitativas.

Empresas Juniores são associações civis sem fins lucrativos, constituídas e geridas por alunos

universitários. Qual o seu entendimento sobre o assunto?

RESPOSTAS

‘’Conheço pouco sobre empresas desse tipo, porém sei que oferecem oportunidades de que o aluno trabalhe com coisas relacionadas ao curso. Também sei que não recebem salário para isso’’

‘’Considero-as como um cenário didático-pedagógico além de proporcionar um processo ensino-aprendizado em tempo real, em constante interação com as necessidades e as respostas dadas aos

problemas abordados por esta iniciativa contemporânea’’

‘’Essas organizações estudantis tem por objetivo estimular a capacitação profissional dos graduandos em administração e propiciar experiência concreta no setor empresarial.’’

‘’Não conhecia até o momento em que tive oportunidade de contratar um estagiário com essa experiência. Pelo o que já conversamos a respeito, entendo que a empresa júnior é a possibilidade que o aluno tem de

colocar na prática todo o conhecimento adquirido em sala de aula.’’

‘’ Conheço, mas não muito. Na minha universidade alguns cursos tinham empresas juniores. Nunca participei, mas sei como funciona’’

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‘’A empresa Junior acredito que seja um ambiente para colocar em prática todo o aprendizado do curso de Administração’’

‘’Tenho um sobrinho que faz parte de uma em Brasília. Sei que essas empresas estimulam a prática da teoria aprendida em sala de aula. São fontes de preparação que o aluno possui para ingressar na corrida da busca por emprego. E consigo perceber que meu sobrinho tem uma visão melhor sobre diversos assuntos

desde que ingressou nessa empresa''

'’Conheci empresa júnior durante minha graduação. Fiz parte da do meu curso e sei quão grande é o diferencial que ela proporciona na vida de um universitário.''

‘’É uma instituição que eleva o grau de conhecimento a todos que atuam na área de administração, colocando -os em um patamar compatível ao mercado existente.’’

'É a maneira que o aluno tem de estar mais próximo do mercado e praticar o conhecimento adquirido em sala de aula.''

‘’Empresa formada por jovens que visam a qualidade da prestação de serviços e atendimento ao cliente, oferecendo, assim, serviços de consultoria.’’

'É uma empresa que proporciona experiências reais do mercado ao aluno. Já li algumas matérias sobre o assunto''

‘’Não conheço muito, mas já ouvi falar’’

‘’São empresas que funcionam como uma espécie de estágio.’’

‘’A Empresa Júnior é uma das possibilidades que um curso oferece para a formação do aluno.''

A partir do quadro é possível perceber que, embora não conheçam totalmente

todos os aspectos e particularidades de uma empresa júnior, todos os chefes imediatos

possuem uma noção muito boa sobre o tema. Um, inclusive, já fez parte de uma empresa

júnior. Outro, possui familiares que fazem parte do movimento júnior e outros, ainda,

passaram a conhecer sobre a empresa júnior depois que contratou um estagiário com a

experiência da ADM Consult ou depois de lerem alguma matéria referente ao assunto.

No gráfico 4 é possível perceber se um estagiário/funcionário que conta com a

experiência de uma Empresa Júnior possui, na visão de seu chefe imediato, competências

gerenciais mais bem desenvolvidas que aqueles que não possuem a mesma experiência.

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Gráfico 12: Competências Gerenciais Desenvolvidas

Dessa forma, foi constatado por 13 chefes imediatos que os estagiários com a

experiência da empresa júnior, de fato, demonstram ter desenvolvido competências gerenciais

de maneira superior em relação aos que não possuem essa mesma experiência. Apenas 2

gestores discordaram de tal afirmativa.

Sobre essas competências, foi pedido na questão posterior que os chefes imediatos

que perceberam esse diferencial, listassem as competências que eles consideravam mais

desenvolvidas e perceptíveis. Essa era uma questão aberta, onde os resultados estão dispostos

no quadro 2 a seguir.

Tabela 3: Distribuição por frequência das respostas qualitativas.

Quais são as competências gerenciais mais desenvolvidas pelo estagiário com a

experiência de uma Empresa Júnior?

RESPOSTA QUANTIDADE

Proatividade 9

Responsabilidade 8

Profissionalismo 6

Engajamento 6

Visão holística 5

A competência com maior frequência de citação foi a proatividade, com 9 votos.

Em seguida, a mais citada foi a responsabilidade. Competências como profissionalismo e

engajamento ficaram em terceiro lugar empatados, ambos com 6 citações. Por fim, a visão

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holística foi elencada como uma das principais competências desenvolvidas e perceptível no

estagiário com a experiência de uma empresa júnior.

A seguir, alguns trechos dos gestores.

Quadro 2: Trechos das entrevistas

‘’Acredito que um aluno que participe de empresa júnior desenvolva competências que o diferenciem quanto aos que não tem a mesma oportunidade. É notável uma desenvoltura, uma

maior responsabilidade, um comprometimento’’

‘’É imprescindível que haja algum tipo de experiência prévia por parte do estudante, antes que ele saia diretamente para o mercado de trabalho. Nesse caso, percebo que o meu estagiário que possui a experiência de uma empresa júnior, desempenha com mais facilidade suas atividades cotidianas e

é extremamente proativo.’’

'Observa-se uma maior compreensão do processo de gerenciamento e gestão de atividades, compreendendo o todo do processo e não apenas de um aspecto em específico. Dá visão geral do

problema o que facilita a busca de solução. Tem visão holística.''

Proativos, percepção melhor do funcionamento da empresa, sabem se comportar diante dos desafio diários. Buscam respostas com rapidez e são engajados.

Explicitados tais aspectos, é possível afirmar que, apesar de dois chefes imediatos

não terem notado grandes contribuições advindas da experiência em uma empresa júnior, o

parecer final da maioria é o contrário, ou seja, percebem nitidamente que os ganhos que a

Empresa Júnior oferece aos alunos é infinitamente maior. Os 13 gestores ainda afirmam que

não só contratariam seus estagiários como funcionários bem como o promoveriam,

futuramente, a um cargo de maior liderança. Esta questão responde ao quinto objetivo

específico proposto.

Segue trechos dos gestores.

Quadro 3: Trechos das entrevistas

‘’A tendência mostra que as pessoas que participaram de empresa júnior sempre buscam mais e tentam ir mais longe, então acho que essa pessoa poderia merecer um cargo de maior liderança

num futuro’’

‘’Em um ambiente com pessoas cada vez mais desqualificadas, ter um funcionário proativo o torna diferente e propenso a cargos de grande liderança.’’

‘’Sim. O estagiário tem um grande potencial de crescer ainda mais na empresa e já tendo alguém

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como ele(a) como meu futuro funcionário, sei que posso deixar de me preocupar em alguns aspectos.’’

‘’Sim, com certeza. Acredito na seriedade da seleção dos estagiários que atuam em empresas juniores.’’

Sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais, segue o gráfico abaixo.

Gráfico 13: Diretrizes Curriculares Nacionais

No tocante as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) previstas para curso de

graduação em Administração, 8 chefes imediatos afirmaram que o estagiário/funcionário

proveniente da Empresa Júnior ADM Consult desenvolveu de maneira ótima a DCN 1

reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir

modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizar

conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de

decisão. Ainda sobre essa Diretriz, 6 chefes afirmaram que o desenvolvimento de tal

competência por parte do estagiário é dado de maneira boa e 1 afirmou não ter percebido

qualquer tipo de desenvolvimento.

Já para DCN 2 desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o

exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações

interpessoais e intergrupais, 12 gestores afirmaram que essa competência foi desenvolvida

pelo estagiário de maneira ótima, 2 de maneira boa e 1 de maneira regular.

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Quanto a diretriz 3 refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção,

compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e

gerenciamento, 10 pesquisados afirmaram que o estagiário a desenvolveu de maneira ótima

enquanto 4 afirmaram que o estagiário a desenvolveu de maneira boa. Ainda sobre essa

Diretriz, 1 entrevistado afirma que o estagiário não apresentou tal competência.

Sobre a DCN 4 desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com

valores e formulações matemáticas, presentes nas relações formais e causais entre fenômenos

produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo crítico e

criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais, 7 dos entrevistados

acreditam que o estagiário desenvolveu a competência acima de maneira ótima, enquanto que

4 julgaram como boa o desenvolvimento dessa competência e 1 como regular. Ainda

existiram 2 chefes imediatos que afirmaram não ter percebido qualquer tipo de

desenvolvimento da competência em questão por parte do estagiário.

No tocante a Diretriz 5 ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política

e administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e

das implicações éticas do seu exercício profissional, grande parte dos entrevistados (9)

afirmaram que o estagiário desenvolveu a competência de maneira ótima, enquanto que 4

disseram ter sido de maneira boa e 1 de maneira regular. Um gestor afirmou ainda não ter

visto qualquer tipo de desenvolvimento.

Sobre a DCN 6 desenvolver a capacidade de transferir conhecimentos da vida e

da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação

profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável, 8

dos entrevistados, afirmaram que o estagiário a desenvolveu de maneira ótima e 7 de maneira

boa.

Sobre a Diretriz 7 desenvolver capacidade para elaborar, implantar e consolidar

projetos em organizações, 10 dos pesquisados deram ciência de que o estagiário a

desenvolveu de forma ótima,3 de maneira boa, 1 de forma regular e 1 não percebeu qualquer

desenvolvimento.

Por fim, quanto a DCN 8 desenvolver capacidade para realizar consultoria em

gestão e administração, pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais,

estratégicos e operacionais¸ pode-se constatar que 9 chefes imediatos observam que o

estagiário a desenvolveu de maneira ótima, 4 de maneira boa, 1 de forma regular e 1 não

percebeu, também, qualquer desenvolvimento.

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É possível perceber que, entre todas as Diretrizes relacionadas para julgamento, o

grau ótimo foi votado 73 vezes – fato que evidencia que, na visão dos chefes imediatos, a

Empresa Júnior ADM Consult tem contribuído de forma extremamente eficaz para o

desenvolvimento de competências de seus estagiários. A critério de informação, os graus bom,

regular, não apresentou e não sabe avaliar foram votados 34, 5, 7 e 1 vez, respectivamente.

A tabela 4 a seguir refere-se a mais uma questão aberta do questionário do chefe

imediato, que procurou descobrir por quais tipos de Processos Seletivos os estagiários foram

submetidos para tentarem uma vaga na empresa.

Tabela 4: Distribuição por frequência das respostas qualitativas.

Quanto ao tipo de processo seletivo que o estagiário foi submetido, a entrevista

individual com dinâmica em grupo e análise curricular foi a mais utilizada, com 9 citações.

Em seguida, a entrevista individual com 3 citações, o concurso com 2 e análise de currículo

com entrevista com 1.

Analisando o conteúdo de cada um dos questionários, é possível perceber que

existem duas questões em comum – uma tratando de competências gerenciais desenvolvidas

e outra sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais previstas para o curso de Administração –

cada uma sob a perspectiva de um agente: ora sobre a do empresário júnior, ora sobre a do

chefe imediato. Sobre tais questões, é possível perceber certa similaridade de respostas. No

primeiro caso, em se tratando das competências gerenciais desenvolvidas, o desenvolvimento

da responsabilidade e da visão holística foram citadas por ambos os agentes. Essa

similaridade reforça e comprova que, ambas as partes participantes da pesquisa, percebem

Como foi o Processo Seletivo que permitiu ao estagiário

ser efetivado na empresa?

RESPOSTA QUANTIDADE

Entrevista individual, com dinâmica em grupo e análise curricular

9

Entrevista individual 3

Concurso 2

Análise de currículo e entrevista 1

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que, de fato, há uma nítida agregação de valor profissional do aluno que passa por uma

empresa júnior. Essa percepção transpõem qualquer tentativa egocêntrica que um empresário

poderia ter na tentativa de afirmar ser competente quando na verdade não era. Essa conclusão

também se aplica na outra questão comum aos questionários – sobre Diretrizes Curriculares –

onde o balanço final, por ambos os agentes, traduz-se no em um desenvolvimento de

competências ótimo advindo dessas Diretrizes – salvo as raras exceções.

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5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O presente trabalho investigou se a participação na Empresa Júnior ADM Consult

forma competências que contribuem como diferencial competitivo no mercado de trabalho.

Na intenção de atender os objetivos específicos da pesquisa, procurou-se levantar o perfil dos

participantes da ADM Consult bem como de seus chefes imediatos, identificar as

competências que tanto o empresário júnior como o chefe imediato percebem como

desenvolvidas, assim como verificar se ambos percebem que a empresa júnior contribui para a

formação das competências específicas contidas nas diretrizes curriculares para o curso de

administração. Por fim, buscou-se, ainda, identificar quais atividades realizadas na ADM

Consult são consideradas as mais importantes para a formação do administrador.

Ao analisar o perfil de ambos os agentes envolvidos na pesquisa, constatou-se que

a maioria dos empresários juniores possuem entre 21 e 23 anos, são solteiros e estão

estagiando atualmente. Já sobre o chefe imediato, verificou-se que a maioria possui entre 20 e

30 anos, são do sexo masculino e estão casados.

Em relação as competências gerenciais que tanto o empresário júnior como o

chefe imediato percebem como desenvolvidas, os primeiros afirmaram em maioria que

espírito de equipe, liderança, visão holística e comprometimento foram as competências

melhor desenvolvidas durante a experiência na ADM Consult. Já os chefes imediatos

acreditam em um maior desenvolvimento quanto a proatividade, responsabilidade e

profissionalismo. Ainda sobre esse ponto, outras competências foram citadas por ambos os

agentes envolvidos na pesquisa. Competências essas que, em certo grau, são similares para

ambos. É o caso da competência responsabilidade (que embora não tenha sido a mais votada

pelos empresários juniores, obteve ainda assim muitos votos) e visão holística que, embora

não tenha sido a competência mais citada pelos chefes imediatos, surge como resultado.

Sobre as competências específicas contidas nas Diretrizes Curriculares Nacionais

para o curso de Administração, ambos os agentes do presente trabalho constataram que, nas

suas devidas proporções, a ADM Consult contribuiu para que todas as oito Diretrizes fossem

desenvolvidas de maneira ótima por parte do empresário júnior.

Quanto as atividades realizadas na ADM Consult que foram citadas como as mais

importantes para a formação do Administrador, processo seletivo, avaliação de desempenho e

consultorias foram as mais citadas.

Ainda sobre os Empresários Juniores, a maioria deles possui entre 1 ano e 2 anos

de experiência na empresa, estão bastante satisfeitos com o conhecimento de mercado

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promovido pela ADM Consult e ainda afirmam que a crença na capacidade que uma empresa

júnior tem em desenvolver os alunos, o fato de a sala de aula não suprir as reais necessidades

do curso de Administração e a agregação de valor ao currículo foram as principais causas que

os levaram a participar do processo seletivo da ADM Consult.

Verificou-se também que os gestores participantes da pesquisa em sua maioria

contratariam empresários juniores ou ex empresários juniores pelas competências

apresentadas e que estas competências são vistas como fruto da participação na ADM

Consult, deduzindo-se daí que estas são um diferencial competitivo advindo da participação

na empresa júnior.

Pode-se concluir que o objetivo do presente trabalho foi atingido. É notório por

parte dos chefes imediatos que aquele estagiário que conta com a experiência de uma empresa

júnior traz competências gerenciais melhores desenvolvidas que aqueles que não a possuem.

Esse chefes confiam no trabalho desenvolvido por seus estagiários participantes da empresa

júnior e acreditam que a rotina a que estão submetidos na ADM Consult, bem como seu

contato prévio com o mercado, o tornam mais preparados para encarar a realidade exigida na

vida profissional. O aluno que se limita ao conhecimento de sala de aula, se limita a

experiências nem sempre fidedignas às exigidas pelo mercado. Dessa forma, o empresário

júnior é considerado um profissional diferenciado.

Face à algumas sugestões feitas pelos próprios empresários juniores e algumas

críticas por parte dos chefes imediatos, seguem algumas recomendações para incrementar a

participação na ADM Consult dos graduandos em administração e professores.

É importante, primeiramente, que o coordenador de curso esteja mais próximo da

realidade e do funcionamento da Empresa Júnior. Tal fato, somado à reuniões periódicas com

os professores do curso, permitiria que todos estivessem a par da rotina dos empresários

juniores bem como dos resultados alcançados pela empresa. Assim, cria-se um laço mais

solidificado entre os empresários juniores e os docentes – estes últimos incentivando os

demais graduandos a participarem da empresa, destacando todos os benefícios advindos da

experiência.

Outro fator de extrema importância é que, a visibilidade da empresa não seja

responsabilidade única da ADM Consult e sim, que exista uma divulgação tanto por parte do

próprio curso de Administração bem como da área de Marketing da empresa. Tal aspecto

agregaria valor e maior visibilidade da ADM Consult, estimulando e dando maior segurança

para que futuros empresários juniores tentassem o processo seletivo.

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Por fim, outro aspecto de bastante relevância é a postura do empresário júnior

dentro e fora de sala de aula. Cabe ao mesmo saber dividir seu tempo entre as atividades

acadêmicas e da ADM Consult, lembrando que ser membro da empresa não é status e sim

referência de compromisso e dedicação. E esse aspecto se estende ao compromisso com o

estágio uma vez que, se ausentar do mesmo na justificativa de atender à compromissos da

empresa júnior, poderá atrelar a imagem do estagiário a um aspecto negativo futuramente.

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6. REFERÊNCIAS

1. ALBUQUERQUE, L. G. “Competitividade e Recursos Humanos”. Revista

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APÊNDICE I – QUESTIONÁRIO EMPRESÁRIO JÚNIOR

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Nome: _________________________

1. Gênero

( ) Masculino

( ) Feminino

2. Faixa Etária

( ) Entre 17 e 20 anos

( ) Entre 21 e 23 anos

( ) Entre 24 e 26 anos

( ) Acima de 26 anos

3. Estado Civil

( ) Solteiro(a)

( ) Casado(a)

( ) Divorciado(a)

( ) Relação Estável

( ) Outro

4. Excetuando a ADM CONSULT, quanto a ocupação profissional, você está estagiando

ou trabalhando atualmente?

( ) Sim ( )Não

5. Em caso afirmativo na questão anterior, em que local? Quem é seu chefe imediato?

6. Em caso negativo na questão de número 4, já estagiou ou trabalhou em algum outro

momento? Se sim, em que local? Quem era seu chefe imediato?

7. Que fator foi determinante para que você tentasse o Processo Seletivo da ADM

Consult?

( ) Influência de amigos e professores

( ) Agregar valor ao currículo

( ) Crença na capacidade que uma empresa júnior tem em desenvolver alunos

( ) A sala de aula não supria as necessidades práticas do curso de Administração

( ) Outro (especifique)

8. Quanto tempo dura ou durou sua experiência na Empresa Júnior?

( ) Até 6 meses

( ) Entre 6 meses e 1 ano

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( ) Entre 1 ano e 2 anos

( ) Mais de 2 anos

9. No tocante as Diretrizes Curriculares Nacionais previstas para curso de graduação

em Administração, avalie de que maneira a experiência na Empresa Júnior ADM

Consult contribuiu para a formação dessas competências curriculares.

10. Durante toda a sua experiência enquanto empresário júnior, quais foram as

competências mais bem desenvolvidas neste mesmo período? (Assinale no máximo 4

opções).

( ) Liderança

( ) Espírito de Equipe

( ) Resiliência

( ) Flexibilidade

( ) Responsabilidade

( ) Comprometimento

( ) Visão holística

( ) Criatividade

( ) Capacidade de Negociação

( ) Outras (quais?)______________________________________________________

11. Dentro do campo de atuação do administrador, quais atividades da ADM Consult

mais contribuíram para que sua formação profissional atendesse à demanda do

mercado de trabalho?

12. Quanto ao conhecimento do mercado que a ADM Consult promoveu, qual seu grau

de satisfação?

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( ) Muito Satisfeito

( ) Satisfeito

( ) Pouco Satisfeito

( ) Totalmente Insatisfeito

( ) Indiferente

13. Na sua opinião, o que você mudaria na ADM Consult afim de que seus membros

estivessem propícios a um maior desenvolvimento de competências gerenciais?

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APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO CHEFE IMEDIATO

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1. Sexo do Entrevistado

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Faixa Etária do Entrevistado

( ) Entre 20 e 30 anos

( ) Entre 31 e 40 anos

( ) Entre 41 e 50 anos

( ) Acima de 50 anos

3. Estado Civil do Entrevistado

( ) Solteiro(a)

( ) Casado(a)

( ) Divorciado(a)

( ) Relação Estável

( ) Outro

4. Empresas Juniores são associações civis sem fins lucrativos, constituídas e geridas por

alunos universitários. Qual o seu entendimento sobre o assunto?

5. O senhor ou a senhora enquanto chefes imediatos, percebem que um estagiário que

conta com a experiência de uma Empresa Júnior possui competências comportamentais

mais bem desenvolvidas que aqueles que não possuem a mesma experiência?

( ) Sim

( ) Não

6. Em caso positivo na questão anterior, quais são essas competências?

7. Qual o seu parecer final quanto ao grau de contribuição e desenvoltura de um

estagiário com a experiência de uma empresa júnior e outro sem essa mesma

experiência?

8. O sr(a). contrataria este estagiário como funcionário? Justificativa

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9. O sr(a). promoveria este funcionário, futuramente, a um cargo de maior liderança?

10. No tocante as Diretrizes Curriculares Nacionais previstas para curso de graduação

em Administração, avalie de que maneira a experiência na Empresa Júnior ADM

Consult contribuiu para a formação dessas competências curriculares.

11. Como foi o Processo Seletivo que permitiu ao estagiário/funcionário ser efetivado na

empresa?