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Palavra do presidente Capa: Márcia Rezende Fotos: Maurício J. de Almeida EXPEDIENTE Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Presidente: José Silva Soares Diretor Administrativo e Financeiro: Vicente José Gamarano Diretor de Promoção e Articulação Institucional: Fernando José Aguiar Mendes Diretor Técnico: Marcos Antônio Fabri Conselho Editorial: Eugênio Paccelli Loureiro Vasconcelos Flávio Antônio Harildo Norberto Ferreira José Fernando das Neves Domingues Márcio Stoduto de Melo Maria de Fátima Singulano Maria Helena Martins Chaves Alves Marisa Liliane Vasconcelos Assessoria de Relações Públicas e Imprensa: Harildo Norberto Ferreira RG 2.731 SJPMG Redatores: Ângela Barbosa Edna de Souza Harildo Norberto Ferreira Fernanda Vasques (estagiária) Projeto Gráfico: Márcia Rezende Roberto Caio Artes Gráficas: Divisão de Recursos Materiais DIREM/EMATER-MG Tiragem: 10.000 exemplares A reprodução dos artigos, total ou parcial, pode ser feita desde que citada a fonte EMATER-MG está presen- te, hoje, em 708 municípios de Minas Gerais, com atua- ção focada no Desenvolvi- mento Local Sustentável para a constru- ção de um novo tempo. Essa atuação coloca o Governo do Estado como pro- vocador e articulador do processo de de- senvolvimento regional, pois grande par- te dos problemas extrapolam as frontei- ras das comunidades rurais e dos municí- pios. Permeando todo esse processo, além do forte espírito cooperativo que anima as populações dos municípios mineiros, está a capacidade criativa de cada um e de todos nesta luta comum para tornar Minas o melhor Estado para se viver e investir. A criatividade tem sido ainda a base para se encontrar soluções inovado- ras e ousadas, como alternativas de pro- dução e geração de empregos nas cidades e no campo. Exemplos de bons resultados com este foco de atuação são iniciativas como o Pró-Milho na região Centro-Oeste, repor- tada nesta edição, a Revitalização do Al- godão no Semi-Árido e o Circuito Sul Mineiro de Cafeicultura, a produção de biodiesel através da mamona, no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro, colocando o Estado na vanguarda da produção de combustíveis alternativos, integrando toda a cadeia produtiva regional na busca de soluções para os problemas encontrados, Além dessas iniciativas que procuram alargar os horizontes econômicos da Agri- cultura Familiar, a EMATER-MG tem trabalhado para que os produtos tradicio- nais do Estado se tornem mais competiti- vos. Cito a mudança do mapa da Pecuá- ria, que cede espaço para lavouras e rece- be pastagens melhores, resultando em ampliação da produção, apesar da área ocupada permanecer a mesma, os tan- ques de expansão comunitários de leite, que estão viabilizando a permanência dos agricultores familiares no mercado com produtos de melhor qualidade e maior poder de barganha, e a expansão das cultu- ras da soja e do milho em diversas regiões, garantindo o equilíbrio da balança de ex- portações e a pujança do agronegócio. E assim, vamos trabalhando em cente- nas de outros exemplos por todo o Estado, com programas de desenvolvimento sus- tentável planejados coletivamente e con- duzidos com gestão social. Em todos eles, a base é sempre a parceria, assentada em divisão de tarefas, soma de recursos, de conhecimentos e com objetivos conver- gentes e resultados empreendedores. Temos a convicção de que as diretri- zes pautadas pelo Governo do Estado para o setor agrícola, coordenadas pela Secretaria de Estado da Agricultura, às quais se somam todas as forças econômi- cas e sociais dos municípios voltadas para o desenvolvimento local sustentável, le- varão o Estado de Minas Gerais a reafir- mar sua posição de destaque no cenário nacional. José Silva Soares R e v i s t a d a E M A T E R - M G A b r i l 2 0 0 4 3

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Palavra dopresidente

Capa: Márcia Rezende

Fotos: Maurício J. de Almeida

EXPEDIENTE

Empresa de Assistência Técnica eExtensão Rural do Estado

de Minas Gerais

Vinculada à Secretaria de Estado deAgricultura, Pecuária e Abastecimento

Presidente:José Silva Soares

Diretor Administrativo e Financeiro:Vicente José Gamarano

Diretor de Promoção eArticulação Institucional:Fernando José Aguiar Mendes

Diretor Técnico:Marcos Antônio Fabri

Conselho Editorial:Eugênio Paccelli Loureiro Vasconcelos

Flávio AntônioHarildo Norberto Ferreira

José Fernando das Neves DominguesMárcio Stoduto de Melo

Maria de Fátima SingulanoMaria Helena Martins Chaves Alves

Marisa Liliane Vasconcelos

Assessoria de RelaçõesPúblicas e Imprensa:

Harildo Norberto FerreiraRG 2.731 SJPMG

Redatores:Ângela BarbosaEdna de Souza

Harildo Norberto FerreiraFernanda Vasques (estagiária)

Projeto Gráfico:Márcia RezendeRoberto Caio

Artes Gráficas:Divisão de Recursos Materiais

DIREM/EMATER-MG

Tiragem: 10.000 exemplares

A reprodução dos artigos, total ou parcial,pode ser feita desde que citada a fonte

EMATER-MG está presen-te, hoje, em 708 municípiosde Minas Gerais, com atua-ção focada no Desenvolvi-

mento Local Sustentável para a constru-ção de um novo tempo. Essa atuaçãocoloca o Governo do Estado como pro-vocador e articulador do processo de de-senvolvimento regional, pois grande par-te dos problemas extrapolam as frontei-ras das comunidades rurais e dos municí-pios.

Permeando todo esse processo, alémdo forte espírito cooperativo que animaas populações dos municípios mineiros,está a capacidade criativa de cada um ede todos nesta luta comum para tornarMinas o melhor Estado para se viver einvestir. A criatividade tem sido ainda abase para se encontrar soluções inovado-ras e ousadas, como alternativas de pro-dução e geração de empregos nas cidadese no campo.

Exemplos de bons resultados com estefoco de atuação são iniciativas como oPró-Milho na região Centro-Oeste, repor-tada nesta edição, a Revitalização do Al-godão no Semi-Árido e o Circuito SulMineiro de Cafeicultura, a produção debiodiesel através da mamona, no Sul deMinas e no Triângulo Mineiro, colocandoo Estado na vanguarda da produção decombustíveis alternativos, integrando todaa cadeia produtiva regional na busca desoluções para os problemas encontrados,

Além dessas iniciativas que procuramalargar os horizontes econômicos da Agri-cultura Familiar, a EMATER-MG temtrabalhado para que os produtos tradicio-nais do Estado se tornem mais competiti-vos. Cito a mudança do mapa da Pecuá-ria, que cede espaço para lavouras e rece-be pastagens melhores, resultando emampliação da produção, apesar da áreaocupada permanecer a mesma, os tan-ques de expansão comunitários de leite,que estão viabilizando a permanência dosagricultores familiares no mercado comprodutos de melhor qualidade e maiorpoder de barganha, e a expansão das cultu-

ras da soja e do milho em diversas regiões,garantindo o equilíbrio da balança de ex-portações e a pujança do agronegócio.

E assim, vamos trabalhando em cente-nas de outros exemplos por todo o Estado,com programas de desenvolvimento sus-tentável planejados coletivamente e con-duzidos com gestão social. Em todos eles,a base é sempre a parceria, assentada emdivisão de tarefas, soma de recursos, deconhecimentos e com objetivos conver-gentes e resultados empreendedores.

Temos a convicção de que as diretri-zes pautadas pelo Governo do Estadopara o setor agrícola, coordenadas pelaSecretaria de Estado da Agricultura, àsquais se somam todas as forças econômi-cas e sociais dos municípios voltadas parao desenvolvimento local sustentável, le-varão o Estado de Minas Gerais a reafir-mar sua posição de destaque no cenárionacional.

José Silva Soares

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A Secretaria de Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento de Minas Gerais, pormeio da EMATER-MG, e o Banco doBrasil firmaram convênio, em janeiro úl-timo, para execução de programa de con-jugação de assistência técnica e créditorural, em toda a área de atuação da Em-presa no Estado. Pelo convênio, os pro-

dutores familiares que deman-dam crédito do PRONAF – Pro-grama Nacional de Apoio àAgricultura Familiar continuamcom a assistência da EMATER-MG para a elaboração de pro-jetos e orientação técnica e ge-rencial em seus empreendimen-tos agrícolas.

O Banco do Brasil informaque, em Minas Gerais, de julho (iní-cio das operações de crédito para asafra 2003/04) até dezembro últimoforam efetuados 69.557 contratospelo PRONAF Agricultura Familiar,representando uma evolução de56,23% em relação aos contratos nasafra 2002/03, no mesmo período, quefoi de 44.522. Ainda de julho a dezem-

Convênio EMATER-MGe Banco do Brasil

Baru é a nova alternativa de renda no cerrado

EMATER-MG atua para segurança alimentar em Mato Verde

Multifuncionalidade da agricultura

Planejamento explora potencialidades em Pedro Leopoldo

Software georreferenciado para cadastramento

Garantias fazem crescer produção de milho no Centro-Oeste

Lichia, como o vinho: a cada ano melhor

Varginha diversifica culturas e se torna referência nacional

Rótulo será vitrine de hortigranjeiros

Estiagem é o maior desafio para a palmeira-real

Renda, emprego e inclusão social são as metas do Agrovida

Um passo à frente no combate à fomesu

rio

bro, foram aplicados no Estado recur-sos de R$ 279.751.552,00 em contratos doPRONAF Agricultura Familiar, contra R$137.984.979,00 da safra 2002/03, no mes-mo período, uma evolução de 102,74%.

No ano passado, com a coordenaçãoda Secretaria de Estado da Agricultura,foram realizados intensos trabalhos como Banco do Brasil, entre outros parcei-ros, levando informações, esclarecimen-tos e mobilizando os produtores ruraissobre as mudanças que desburocratiza-ram o sistema de acesso aos créditos paraa agricultura familiar. Algumas das açõesde mobilização foram uma teleconferên-cia reunindo produtores e técnicos dasduas instituições e a produção e distri-buição de cartilha informativa sobre oPRONAF.

Milton Luciano (BB), secretário OdelmoLeão e José Silva

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ww ww w Alfenas - fone: (35)3292-1170 - Fax: (35)3292-5144 - E-mail:[email protected] ww ww w Almenara - fone: (33)3721-1152- Fax:(33)3721-2378 - E-mail: [email protected] ww ww w Araçuai -fone: (33)3731-1514 - Fax: (33)3731-1801 - E-mail: [email protected] ww ww w Araguari - fone: (34)3241-2450- Fax: (34)3242-8990 - E-mail:[email protected] ww w Bambuí - fone: (37)3431-1137 - E-mail: [email protected] ww ww w Barbacena - fone: (32)3331-0655- Fax: (32)3331-5901 - E-mail: [email protected] ww w Belo Horizonte - fone: (31)3349-8347- Fax: (31)3349-8244 - E-mail:[email protected] ww ww w Belo Horizonte - fone: (31)3349-8345- Fax:(31)3349-8121 - E-mail: [email protected] ww ww w Capelinha - fone/Fax:(33)3516-2028 - E-mail: [email protected] ww ww w Cataguases

- fone: (32)3421-7374 - Fax: (32)3421-5972 - E-mail: [email protected] ww ww w Caxambu - fone/Fax: (35)3341-4772 - E-mail: [email protected] ww ww w Curvelo - fone: (38)3721-5757- Fax: (38)3721-6579 - E-mail: [email protected] ww ww w Diamantina - fone: (38)3531-1006- Fax: (38)3531-2277 - E-mail: [email protected] ww w Divinópolis - fone/Fax: (37)3222-7816- E-mail: [email protected] ww ww w Governador Valadares - fone/Fax: (33)3271-7288 -E-mail: [email protected] ww ww w Guanhães - fone: (33)3421-2580 - Fax: (33)3421-1538 - E-mail: [email protected] ww w Guaxupé - fone/Fax: (35)3551-5671 - E-mail: [email protected] ww ww w Ipatinga - fone/Fax: (31)3821-6882 - E-mail: [email protected] ww ww w Itajubá - fone/Fax: (35)3623-2576 - E-mail:[email protected] ww ww w Janaúba - fone: (38)3821-1589 - Fax:(38)3821-1450 - E-mail: [email protected] ww ww w Januária -fone/Fax: (38)3621-1019 - E-mail: [email protected]

ww ww w Juiz de Fora - fone: (32)3224-5389- Fax: (32)3224-3306 - E-mail:[email protected] ww ww w Lavras - fone: (35)3821-0010 - Fax:(35)3821-3784 - E-mail:[email protected] ww ww w Manhuaçu -fone/Fax: (33)3331-2060 - E-mail: [email protected] ww w Montes Claros - fone/Fax: (38)3223-2130 - E-mail: [email protected] ww ww w Muriaé - fone: (32)3722-5799 - Fax: (32)3722-8373 -E-mail: [email protected] ww ww w Passos - fone: (35)3522-1166- Fax: (35)3522-4194 - E-mail: [email protected] ww ww w Patos

de Minas - fone: (34)3823-1551- Fax: (34)3823-1539 - E-mail:[email protected] ww ww w Pirapora - fone/Fax: (38)3741-3502 - E-mail: [email protected] ww ww w Ponte Nova - fone/Fax: (31)3817-1556 - E-mail: [email protected] ww w Pouso Alegre - fone: (35)3422-3777- Fax: (35)3422-8985 - E-mail:[email protected] ww ww w Salinas - fone: (38)3841-1280 -Fax: (38)3841-1304 - E-mail: [email protected] ww ww w São

Francisco - fone: (38)3631-1797- Fax: (38)3631-1386 - E-mail:[email protected] ww ww w São João Del Rei - fone:(32)3372-1035 - Fax: (32)3372-1227 - E-mail: [email protected] ww ww w Sete Lagoas - fone/Fax: (31)3774-7070 - E-mail:[email protected] ww ww w Teófilo Otoni - fone: (33)3522-5722- Fax: (33)3522-5726 - E-mail: [email protected] ww w Uberaba - fone: (34)3338-6618- Fax: (34)3338-6634 - E-mail:[email protected] ww ww w Uberlândia - fone: (34)3214-1752- Fax: (34)3214-2641 - E-mail: [email protected] ww w Unaí - fone: (38)3676-1764 - E-mail: [email protected] ww w Viçosa - fone: (31)3891-3155 - E-mail: [email protected]

Unidades Regionais da EMATER-MG

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Pela primeira vezem Minas Gerais umaassociação de pescado-res firma contratos como PRONAF Pesca. Como Programa, a Colôniade Pescadores de For-miga, município do en-torno de Furnas, noCentro-oeste do Estadoe que reúne cerca de1.500 pescadores deFormiga e outros 50municípios da região,adquiriram 51 barcos eoutros equipamentospara suas atividades. O secretário Especial de Aqüicultu-ra do Governo Federal, José Fristch, participou da entre-ga dos barcos, em Formiga, onde também esteve o presi-dente da EMATER-MG José Silva Soares, representandoo secretário de Agricultura Odelmo Leão, no dia 9 defevereiro passado.

Colônia de pescadores de Formiga recebebarcos e equipamentos pelo PRONAF Pesca

Com projetos técnicoselaborados pela equipeda EMATER-MG emFormiga, o valor totaldos contratos foi de R$250.000,00, e devem im-pulsionar a atividadepesqueira na região, umafonte importante de ren-da e geração de empre-gos.

O PRONAF é opera-do pelo Banco do Brasil,com a participação daEMATER-MG na emis-são de Carta de Aptidão,

elaboração dos projetos técnicos e assistência aos produ-tores rurais. Cada pescador teve um teto de financiamen-to de R$ 5.000,00, e somente do município de Formigaforam atendidos 35 pescadores. Os pescados são comer-cializados pela Colônia para frigoríficos, supermercados,feiras livres e venda direta à população.

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s frutos do cerrado vêm des-pertando o interesse de diver-sas entidades que estão realizan-do estudos para conhecer seu

valor nutritivo e formas de co-mercialização. Velhos conheci-dos da população desta região,alguns deles são utilizados a dé-cadas na alimentação e em épocade safra trazem a fartura paramuitas famílias que além de umaalimentação enriquecida, suprin-do as deficiências nutricionais,têm na catação uma alternati-va para o aumento da renda fa-miliar. Alguns destes frutos estãosendo processados e exportados.Agora, a bola da vez é o baru.

O baruzeiro é uma árvore frutí-fera típica do cerrado, apreciada pelosabor inigualável de sua castanha epelo seu valor nutricional importantepara a manutenção das funções orgâni-cas, principalmente como uma excelentefonte de ferro, podendo suprir as necessi-dades diárias. No município de Lassance,no Norte de Minas, o extrativismo destefruto é mais uma alternativa de renda paraos agricultores familiares.

O trabalho de coleta do baru no mu-nicípio, está sendo monitorado pelo vice-presidente do Conselho Municipal deDesenvolvimento Rural Adalberto Go-mes e pelo presidente do Sindicato dosTrabalhadores Rurais Clemente Adrianoda Silva, e tem o apoio da EMATER–MG, representada pelo extensionsita IranFerreira Leite Júnior.

Os agricultores que trabalham na co-leta dos frutos são cadastrados pelos mo-nitores (Adalberto e Clemente), e a partirdaí passam a fazer parte de uma Organi-zação denominada Rede de Comerciali-zação Solidária de Agricultores Familia-res e Extrativistas do Cerrado, que desen-

Baru é a nova alternati

Ângela BarbosaAlexandre Soares/Roberto Carioca (fotos)

Lass

an

ce >

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volve o Programa de Aproveitamento dosFrutos do Cerrado – Baru, processando,embalando e comercializando os produ-tos, conforme a exigência do mercado, eutiliza uma logomarca denominada “Em-pório do Cerrado”.

Esta rede de comercialização tem porobjetivo promover a melhoria da quali-

dade de vida dos agricultores e extra-tivistas e é assessorada pela Orga-nização não Governamental CE-DAC – Centro de Desenvolvimen-

to do Cerrado com sede emGoiânia- GO com a in-serção de seus produtos

cultivados ou extra-ídos de forma eco-lógica dos sistemas

agroflorestais, áre-as de roças, quin-tais, hortas e docerrado. A rede

também tem comoproposta a elimina-

ção do trabalho in-fantil e a permanên-

cia de agricultores e ex-trativistas no espaço rural.

Colheita e comercialização

“Após o beneficiamento do baru, esteé comercializado para merenda escolar noEstado de Goiás na forma de farinha epara uma rede de supermercados, em for-ma de castanha e embalada em caixinhas.Também está sendo estudado o uso dafarinha na fabricação de bolachas”, infor-ma Adalberto Gomes. “É interessante res-saltar que a rede de comercialização nãocompra o produto do coletador, apenasrepassa os lucros oriundos da venda dosfrutos beneficiados. Este repasse é feito viamonitores, aqui, por mim e o ClementeAdriano”, complementa.

Para o técnico da EMATER–MG emLassance o aproveitamento do baru vemao encontro da proposta da empresa queé “proporcionar a melhoria da renda dasfamílias rurais, preservando o meio am-biente”. O técnico informa que as famíli-

A castanha do barué comercializada

em caixas

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va de renda no cerradoas envolvidas no processo, passam a seras mais interessadas no combate às quei-madas e às destocas, que limpam todo oterreno, uma vez que os frutos queima-dos não podem ser colhidos, e com a lim-peza do terreno não existirá baru paracolher. Ele lembra um fato em relação aobaru ocorrido no Assentamento Corren-tes, em Várzea da Palma-MG, em que osassentados estavam derrubando todas asárvores do baru em uma destoca, e apósconhecerem o programa não derrubarammais baruzeiro. Iran acrescenta ainda que,além do cunho econômico e ambiental, otrabalho possui o lado social: “Todas ascrianças filhas de coletadores, devem es-tar freqüentando a escola e menores dequatorze anos não podem trabalhar nacoleta, visto que isto é acompanhado pe-los monitores”.

Para o presidente do Sindicato dos Tra-balhadores Rurais de Lassance ClementeAdriano da Silva, a coleta do baru repre-senta uma melhoria de renda para agricul-tura familiar, sendo uma das formas decombate à fome e ao desemprego no cam-po. O agricultor familiar Juliard Teixeirada comunidade de Piedade, chegou a co-lher 10 sacas de baru, num total de 400kg, em um único dia. Isto proporcionou-lhe uma renda de aproximadamente R$120,00, equivalente a doze dias de serviço,se estivesse trabalhando como diarista.

O Programa tem despertado o interes-se dos agricultores familiares, au-mentando desta forma o nú-mero de participantes. Na sa-fra de 2002, que ocorreu desetembro a novembro, par-ticiparam 10 famílias, que co-lheram 6.920 kg do fruto emcasca, e obtiveram uma ren-da média de R$ 69,20 por fa-mília (R$4,00/saca de 40 kg).Após o processamento e avenda do produto essas famíli-as receberam uma segunda re-messa na média de R$ 138,40/família (R$8,00/saca/de 40 kg). A adesão ao Progra-ma no ano passado elevou o número de

participantes para 40 famílias, que colhe-ram 28 toneladas de frutos, com uma pre-visão de renda de R$ 230,00 por família.

“Devido a importância do programa,extensionistas de Várzea da Pal-

ma, Ibiaí e Santa Fé de Minasestão realizando o trabalho demobilização e colheita do baru,fortalecendo assim a rede decomercialização. Vale ressaltarque neste ano, além do baru,será colhido a favela (ou fa-veira) no mês de abril, sendomais uma alternativa de rendapara os agricultores familiaresda região”, informa Iran Leite.

Com a inclusão desses três mu-nicípios no Programa, na região foram co-lhidos em 2003, 160 toneladas do frutopor 128 famílias.

O baru écomercializado

paramerenda

escolar noEstado de

Goiás

O baruzeiro adulto tem capacidade para produzir 200 kg de baru ao ano

Geny da Silva e EpaminondasAlves são uma das famílias quecolhem baru e são assistidas peloextensionista Iran Ferreira (dir.)

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e acordo com levantamentosrealizados pela Secretaria deAção Social de Mato Verde,

no Norte de Mi-nas, a fome e a desnutriçãosão um dos principais pro-blemas no município. Estasituação decorre das dificul-dades financeiras da maio-ria da população, que, den-tre outros fatores, tem cau-sado deficiência nutricionalem crianças, adolescentes eaté adultos da zona urbanae rural, e se reflete principal-mente no aprendizado das crianças. Di-ante deste quadro, o poder público mu-nicipal, com o apoio da EMATER-MG,implantou um programa de combate à

EMATER-MG segurança alimenta

Ângela BarbosaArquivo EMATER-MG (fotos)

Mat

o V

erd

e

>>

fome e à desnutrição, desenvolvendoprojeto para produção de alimentosbásicos.

Este projeto teve inicio no segundosemestre de 2001, em área desativadada CASEMG. A área é toda cercada,com poço artesiano, galpão para arma-zenagem de material e produtos, casa

para zelador e próxima à sededo município.

O espaço tem hoje umaárea de plantio de 0,6 hecta-res plantados com alface, ce-noura, beterraba, cebolinha,coentro, pimentão, pimentasde cheiro, couve, mandioca,abobrinha e quiabo. “A pre-visão é ampliar a área para1,0 a 1,5 hectare na zona ur-

bana, e implantar o mesmoprojeto em outras cinco comunidadesrurais (Melancias, Cristino, São João doBonito, Sitio Novo e Ingazeira) e commaior número de variedades possíveis

e aclimatadas à nossa região”, informao extensionista da EMATER-MG Ge-nevam Mendes, que juntamente comEdiran Pereira, também da EMATER-MG, são os técnicos responsáveis pelaassistência ao projeto.

A horta é conduzida por funcioná-rios da Prefeitura. “Daqui saem por se-mana cerca de 180 cestas, que chama-mos de cestas nutritivas, contendo cadauma de três a quatro quilos de alimen-tos. Esses alimentos vão para as creches,escolas e AABB Comunidade (Associa-ção Atlética do Banco do Brasil), que

A horta fica em um terreno daCASEMG. Ao fundo depósito ereservatório de água

Podemoscombatera fome sehouver

contrapartidade governos

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R e v i s t a d a E M A T E R - M G l A b r i l 2 0 0 4 9

atua parar em Mato Verde

para geração de trabalho e combate àmiséria. Acredito que realmente pode-mos combater a fome se houver con-trapartida dos Governos federal e esta-dual, investindo mais em pequenos pro-jetos produtivos, com crédito sem ônuse sem burocracia”, afirma.

No inicio do projeto, as verduraseram transportadas em caminhão, pa-rando em pontos estratégicos da cida-de, e os alimentos eram distribuídos àpopulação. Mas em razão de ocorrên-cia de desigualdades, servindo pessoasde melhor poder aquisitivo, as famíliascarentes foram previamente cadastra-das pelas equipes da Secretaria Munici-pal de Assistência Social.

Genevam Mendes, extensionista daEMATER-MG, e o funcionário daPrefeitura Juarez Afonso,que gerencia a horta

Sistema atual de distribuição comvoluntários na embalagem dos

produtos

apóia o programa com recursos finan-ceiros e em contrapartida recebe ces-tas para a alimentação de aproximada-mente 100 crianças da creche que man-tém no município, e também são distri-buídas para as famílias carentes, previ-amente cadastradas”, explica o prefeitoJosé Gilvandro Leão Novato.

Segundo o prefeito, o município de-pende quase que exclusivamente doFPM – Fundo de Participação dosMunicípios, “e não temos recursos paraincrementar projetos maiores, usandoinclusive a mão-de-obra comunitária

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Níwlton Castro Moraes(*)

João Ricardo Albanez(**)

Arquivo EMATER-MG (fotos)

Viç

osa

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Multifuncionalida

ma função nobre foi credita-da à agricultura, ao longo dahistória: a produção de alimen-tos e fibras, tão necessários à

sobrevivência do homem, especialmenteapós sua radicação em aglomerados ur-banos, as cidades. Com o desenvolvimen-to das nações, outras funções clássicas,igualmente importantes, passaram a seresperadas da agricultura, quais sejam: ge-rar divisas externas para os países, com aexportação de produtos agrícolas; forne-cer mão-de-obra barata para as indústri-as; constituir-se num mercado para pro-dutos das indústrias de insumos e equipa-mentos; e gerar recursos para financiar,através de transferências, o desenvolvi-mento industrial do país.

Após cumprir todos esses propósitos,o setor agrícola, notadamente no Brasil,ressente-se de diversas dificuldades, emque pese os bons resultados da balançacomercial nos últimos anos. Algumas des-sas dificuldades são naturais, pois advêmda legítima competição após a aberturacomercial brasileira, a partir de 1990, naesteira da onda mundial de globalização.Outras dificuldades lhe são impostas deforma equivocada, pois a agricultura bra-sileira é obrigada a competir num merca-do globalizado, porém, desigual, onde pro-dutos altamente subsidiados são disponi-bilizados no mercado internacional a pre-ços aviltados, artificialmente rebaixados,

vindo a competir com os produtosbrasileiros. Em que pese a notó-

ria eficiência produtiva de

nossa agricultura, sem subsídios, a con-corrência com os produtores de outrospaíses, principalmente dos EUA e da UE,torna-se extremamente difícil, pois a com-petição acaba sendo com o orçamento dospaíses ricos e não com os seus produtores.

Durante a Rodada do Milênio (nego-ciações da OMC - Organização Mundialdo Comércio, Seatle-USA - 1999), os pa-íses do primeiro mundo ratificaram, ape-sar dos protestos gerais, inclusive brasilei-ros, a manutenção dos subsídios aos seusprodutores, consagrando o protecionismo.Noutras palavras: a abertura comercial, épor eles vista com “bons olhos”, desde queadotada para aqueles produtos nos quaiseles têm alta capacidade competitiva,como os produtos de alta tecnologia. Paraos produtos agrícolas, nos quais temosvantagens comparativas e, em muitos ca-sos, poderíamos ter capacidade competi-tiva maior, fazem ouvidos moucos.

Para subsidiar os produtores, essespaíses precisam transferir recursos deoutros setores da economia. Por que, en-tão, os produtores americanos e europeusconseguem tamanhas vantagens de seusgovernos, à custa de seus compatriotasdas cidades? Em primeiro lugar, porque aprodução de alimentos é vista por elescomo algo de extrema importância – asegurança alimentar.

Há, também, um outro fator. Umaconcepção moderna credita à agriculturauma série de funções pouco discutidas,porém, fundamentais: é o que se está con-vencionando chamar de multifuncionali-dade. Esse termo e a visão ora apresenta-da já vêm sendo, mais recentemente, dis-

cutidos no Brasil por alguns autores, comopor exemplo, o atual ministro da Agricul-tura, Dr. Roberto Rodrigues.

Multifuncionalidade é a capacidadeque a agricultura tem de cumprir múlti-plos papéis (ou funções), de interesse dapopulação urbana, papéis esses indispen-sáveis à sobrevivência humana e à segu-rança nacional. Entre outros, podem sercitados:

s Remoção do Dióxido de Carbono:A legislação atual obriga a que toda pro-priedade rural mantenha 20% da sua áreacom reserva natural. Essa cobertura vege-tal natural (matas) cumpre o indispensávelpapel de ajudar a “limpar” o ar atmosféri-co, transformando o CO

2 em O

2. Esse CO

2é emitido nas cidades por milhões de pes-soas, automóveis e fábricas, pelo que nadapagam O produtor rural, por força da lei,deixa de trabalhar em 1/5 da sua terra,pelo que nada recebe em termos financei-ros. É um “tributo” indireto;

s “Produção” de Água: A “produção”da água não pode dar-se nas cidades, hojecom extensas áreas impermeabilizadas.Cabe, então, ao produtor rural desenvol-ver formas de promover um melhor apro-veitamento das águas das chuvas, facili-tando sua infiltração para abastecimentodos lençóis freáticos que irão suprir as nas-centes, e para futura alimentação dos cór-regos, rios e poços artesianos. Para cum-prir essa “função”, não raro o produtorrural tem dispêndios com obras para con-tenção de águas ou precisa novamenteabrir mão de parte produtiva da proprie-dade rural, deixando-a como área de re-

carga1 . De novo, ele tem umdispêndio e/ou um

U

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de da agricultura“tributo” indireto;

s Integridade e Integração Nacional: Oprodutor, ao ocupar espacialmente todoo território rural brasileiro cumpre, semcustos para a nação, uma importantíssi-ma “função” de segurança nacional (inte-gridade) e contribui sobremaneira para per-petuar a existência de costumes e tradi-ções tipicamente brasileiros e, principal-mente, facilita a comunicação contínuaentre propriedades vizinhas consolidan-do a existência de uma só língua, faladanos quatro cantos do Brasil (integração);

s Preservação do Meio Ambiente: Aprodução agrícola precisa dar-se com mí-nima agressão ao meio ambiente, o quegeralmente exige a adoção de práticas con-servacionistas e/ou a adoção de proces-sos produtivos mais onerosos, causandoredução nas margens de lucro (o produ-tor rural é tomador de preço2 ), mesmoque o preço de mercado esteja abaixo docusto de produção, como às vezes chegaa acontecer com alguns produtos impor-tados subsidiados na origem. Outrossim,cabe ao produtor rural parte significativada responsabilidade (e dos custos indire-tos) pela preservação da flora e da faunabrasileira, visto que essa preservação de-pende, quase sempre, da manutenção deáreas verdes, em detrimento da produção;

s Contribuir para a Redução do Êxo-do Rural: Ao manter-se na atividade, oprodutor contribui para fixar no campo aprópria família, bem como outras pesso-as que tenham ocupação rural, evitandoo agravamento do inchaço já verificadonas cidades e contribuindo para reduzir,ou não deixar crescer, os níveis de violên-cia, miséria e outros indica-dores indesejá-

veis. Além de tornar as cidades mais hu-manizadas, pode reduzir os altíssimos cus-tos econômico-financeiros desse desequi-librado crescimento.

Ao cumprir esses papéis o agricultor,muitas vezes, é forçado a ter algum dis-pêndio ou tem que privar-se de algumarenda, pelo que, não recebe qualquer com-pensação financeira.

Outras funções ainda não discutidaspodem ser atribuídas ao produtor ruralbrasileiro. Em todas elas, assumindo cus-tos diretos e/ou indiretos, exercendo ummister do mais alto interesse nacional edando sua parcela na manutenção de umacondição de vida sustentável no meio ur-bano, sem o devido reconhecimento.

Noutros países, em especial nos de-senvolvidos, os produtores rurais conse-guem fazer com que a população urbana,em maior ou menor grau, reconheça evalorize essa multifuncionalidade da agri-cultura.

É preciso, também aqui no Brasil, de-senvolver ações que possam sensibilizaresse contigente urbano, levando-o a reco-nhecer o valor dessa “nova” importânciado homem do campo. Principalmente, épreciso que esse reconhecimento sejamanifestado não apenas em discursos in-flamados ou diplomas. Se a “penalização”é financeira, da mesma natureza deve sera recompensa.

Uma forte característica marca as re-lações comerciais nesse final de milênio.É o “excesso” de oferta de serviços e pro-dutos em todo o mundo, fruto do desen-volvimento de processos produtivos maiseficientes e da globalização, que premia

os agentes (países e empresas) mais espe-cializados. No setor agrícola, esse exces-so torna-se cruel, na medida em que éexacerbado pela ação de subsídios, des-locando da atividade até mesmo produ-tores eficientes. Também, esse aparenteexcesso de produtos reforça a idéia deque a pura e simples produção de ali-mentos e fibras não é tão fundamentalao país, depreciando a atividade e aque-les que com ela trabalham, direta ou in-diretamente.

Assim como lá, aqui também é pre-ciso que o produtor rural receba algumacompensação financeira, não como algopuramente paternalista, mas como for-ma de permitir a sua permanência na ati-vidade, tão importante para ele e vitalpara toda a sociedade. Antes, porém, asociedade urbana precisa ser informadadessas características da atividade rural,pois uma vez contando com o apoio daurbe, o campo terá o apoio de governan-tes, executivo e legislativo, e a partir daíuma legislação mais adequada aos inte-resses maiores de todos.

(*) Eng. Agrônomo. M.Sc. – Gerente Regional daEMATER-MG em Viçosa.(**) Zootecnista. M.Sc. – Extensionista daEMATER-MG1 Área de recarga: gleba, geralmente no altodos morros, onde se dá a infiltração de maiorquantidade de água de chuvas. Para aumentar acapacidade de infiltração, é tecnicamente reco-mendável renunciar à exploração agrícola nes-sas glebas, deixando-as com vegetação natural.2 Tomador de preço: diz-se do agente econô-mico que, trabalhando em uma competição per-

feita, não consegue, sozinho, determinar opreço de seus produtos, assumindo o

preço dado pelo mercado.

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Planejamento explo

Agricultura orgânica éuma das alternativas

Eunice Ferreira (EMATER-MG) eprodutor: acompanhamentoexplora potencialidades

Claudio Augusto (EMATER-MG) eprodutores: planejamento, organizaçãorural e tecnologias

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Fernanda VasquesArquivo EMATER-MG (fotos)

lanejamento para mapear eobter dados completos sobrea área econômica e social do

meio rural, a fim de explorar com susten-tabilidade as aptidões de uma determina-da região.

Este é o objetivo do PDAM – PlanoDiretor Agrícola Municipal, lançado emoutubro do ano passado em Pedro Leo-poldo. O município, localizado a 36 quilô-metros de Belo Horizonte, é um dos pio-neiros a implantar um Plano Diretor, re-sultado da parceria entre EMATER-MG,Prefeitura Municipal, Secretaria Municipalde Agricultura, Sindicato dos ProdutoresRurais de Pedro Leopoldo, Credipel, Câ-mara Municipal, Banco do Brasil e Cape-pe – Cooperativa Agropecuária de PedroLeopoldo. O Plano Diretor já tem ações eprogramas implantados para o desenvol-vimento rural sustentável do município.

“Com a implantação do PDAM, foipossível fazer um raio-x do município, le-vantando problemas e potencialidades. Otrabalho foi feito com o objetivo de resga-tar a importância da agropecuária, setorfundamental para a melhoria da renda eda qualidade de vida no campo, aumen-tando o volume de crédito, implementan-do tecnologia, dentro da metodologia par-ticipativa do PDAM”, explica Eunice Fer-reira dos Santos da equipe de extensionistasem Pedro Leopoldo, juntamente com Cláu-dio Augusto Bortolini e Sandra Elisa Viol.

Com uma área de aproximadamente29 mil hectares, o município conta com411 produtores assistidos pela EMATER-MG e 462 propriedades rurais. PedroLeopoldo tem como principais atividadesagrícolas a avicultura, a bovinocultura deleite e a horticultura. Com 400 mil poe-deiras, a avicultura lidera o ranking da

ra potencialidadesem Pedro Leopoldo

economia rural. Entretanto, é a bovino-cultura leiteira que desempenha um im-portante papel social, gerando mais de2.200 empregos diretos.

Além das atividades agrícolas, o turis-mo tem grande potencial para se desen-volver no município. O secretário muni-cipal da agricultura Marcelo dePaula Pereira explica que a pro-ximidade com Belo Horizon-te torna os pontos turísticosde Pedro Leopoldo mais atra-tivos: “Essa proximidade agre-ga valor ao turismo, aumentao comércio de artesanato, geraemprego e melhora a rendados trabalhadores”. O secre-tário adianta: “O turismo ru-ral poderá ser uma saída parao desenvolvimento do muni-cípio”.

Com o PDAM, foi possível a identifi-cação de áreas com potencial turístico, e aexploração de pontos como a Cachoeirado Urubu, a Gruta do Sumidouro e a casado bandeirante Fernão Dias, destaca Mar-celo de Paula.

Ações viabilizam crescimento

Apesar das potencialidades de PedroLeopoldo, as atividades não eram explo-radas plenamente. Por essa razão, o mu-nicípio foi o segundo a implantar o Planono Estado. Nesse sentido, o PDAM faz,de maneira sistematizada, o levantamen-to dos dados do meio rural, mostrando arealidade do município e identificandopotencialidades e carências. Ao mapear aregião, “o PDAM dá origem a vários pro-gramas e pretende oferecer condições fa-voráveis ao desenvolvimento do agrone-gócio em Pedro Leopoldo, gerindo a pecu-

ária de leite e de corte, expandindo a áreade olericultura, implementando a produ-ção orgânica, diversificando a renda fami-liar, aumentando o número de crédito ru-ral, melhorando a infra-estrutura e meca-nização, além de integrar as instituições atu-antes no mercado do agronegócio”, expli-

ca o engenheiro agrônomo daEMATER-MG Claudio Au-gusto Bortolini.

Um dos desafios a seremsuperados era a dependên-cia econômica em relação àpecuária de leite. De acordocom Eunice Ferreira, a eco-nomia era pouco diversifica-da: “Com a implantação doPDAM foi possível, porexemplo, criar uma coopera-tiva de cogumelos medicinais

e fazer crescer a produção ole-rícola”.

Com o objetivo de diversificar a eco-nomia e a renda familiar, a parceria daPrefeitura Municipal, Sindicato Rural eUnicentro Newton Paiva resultou na Coo-gubras, Cooperativa dos Produtores deCogumelos do Brasil. A cooperativa fun-ciona desde agosto do ano passado e jáconta com 40 sócios. De acordo com Mar-celo de Paula, “a Coogubras organiza maisuma alternativa de renda, principalmentepara o pequeno produtor rural”. Além dedar apoio à comercialização, a Cooperati-va oferece suporte técnico, cursos e pa-lestras para os produtores.

Em termos de diversificação de ativi-dades, um bom exemplo é o produtor JoséTorquato Araújo. Com uma área de 92hectares, ele cultiva cana, mandioca, mi-lho, hortaliças e é produtor de leite. Masele não parou por aqui. Resolveu fazer

Artesanato,potencialidadeidentificadapelo PDAM,

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“O setor rural precisa ter mais apoio do Governo Federal porque é a sus-tentação do País.” Foi assim que o prefeito de Pedro Leopoldo, Ângelo TadeuViana Pereira, respondeu à pergunta sobre os desafios da agricultura no Brasil.O prefeito acredita que a falta de incentivo tem causado problemas gravescomo o êxodo rural e o aumento da exclusão social, mas defende que essesproblemas poderão ser superados se houver emprego que dignifique as pessoasque estão alijadas do processo.

Para Ângelo Tadeu é preciso subsídio para que a agricultura se desenvolva:“Crédito rural no papel não resolve. É preciso ser executado”. Segundo o pre-feito, o trabalhador rural não tem estrutura e sofre com os gastos com saúde e

educação. “Se houvesse incentivo no campo, os traba-lhadores não migrariam para os grandes centros”, enfa-tiza.

Sempre acompanhando de perto o trabalho da EMA-TER-MG, Ângelo Tadeu acredita na tradição e eficiên-cia da Empresa: “Eu destaco sempre a parceria e oapoio da EMATER-MG, que ajuda a melhorar o aten-dimento no campo. É uma entidade de grande credibi-lidade, conquistada nos seus longos anos de atuação”.

Segundo o prefeito, a implantação do PDAM nomunicípio é justificável: “É uma região tipicamente agrí-cola, a origem da economia de Pedro Leopoldo está naagropecuária”, explica. Para ele, o Plano Diretor é desuma importância para o desenvolvimento da região.“O PDAM é uma forma de planejamento que mostrao que deve ser feito e o que tem de ser corrigido, supe-rando as dificuldades”, declara otimista o prefeito.

Política de agricultura é a alternativa

de sua propriedade um lugar de lazer:“Alugamos a fazenda para almoços nosfinais de semana. Além disso, servimos re-feições diariamente”, explica. Preocupadocom a questão ambiental, o produtor so-nha com a recuperação das pastagens eem acabar com a falta de água que, segun-do ele, já melhorou com as intervençõestécnicas da EMATER-MG.

Em termos ambientais, a parceria en-tre a EMATER-MG, Prefeitura e Cimi-nas-Holcim é modelo. Com o objetivo depreservar o meio ambiente, recuperaráreas degradadas e manter um sistema degestão que garanta a melhoria contínuado desempenho ambiental, a EMATER-MG se ocupa com ações ambientais,como por exemplo o plantio de árvores.De acordo com relatório divulgado emnovembro do ano passado, cerca de 17mil mudas, inclusive frutíferas, foram dis-tribuídas gratuitamente para os produto-res da região.

Outro programa em desenvolvimen-to, constante do PDAM, foi a mecaniza-ção agrícola. Em parceria com o Sindica-to Rural, empresas terceirizadas e produ-tores, os serviços mecanizados estão sen-do feitos com custos subsidiados. Setorescomo a horticultura, por exemplo, tive-ram maior apoio, segundo informaçõesdo extensionista Cláudio Augusto: “En-quanto o preço no mercado da hora deum trator custa R$ 25,00, com a parceriaconstituída o valor cai para R$ 10,00. Issopossibilitou um aumento nas áreas de hor-ticultura do município”.

As ações do PDAM para a olericultu-ra orgânica têm colhido bons frutos, a exem-plo dos produtos Boa Vista Alimentos, depropriedade de Roberto Neri Filho. O pro-dutor é assistido pela EMATER-MG econseguiu certificar a produção de olerí-colas em menos de oito meses. “O certifi-cado viabilizou o negócio porque é umdiferencial de mercado e alavanca a co-mercialização”, explica Roberto Neri. Eleressalta a importância do acompanhamen-to da EMATER-MG: “A assistência téc-nica foi o carro-chefe do PDAM paraobter sucesso na certificação”. Com ummix de aproximadamente 30 produtos,Roberto Neri aconselha: “Toda ativida-de agropecuária tem de ter planejamen-to, estudo de mercado, acompanhamentosistematizado do produtor e de técnicos,para dar certo”.

Em termos de infra-estrutura, hou-ve uma mudança considerável na malhaviária do município, propiciando condi-ções para o desenvolvimento das ativida-

des econômicas já existentes, atraindo con-sumidores e turistas. O produtor rural echefe de divisão da Prefeitura EduardoViana Bahia explica que é preciso cui-dar permanentemente das estradas: “São400 quilômetros de estrada e que so-frem com o movimento intenso e como peso das cargas”.

Com o mapeamento feito peloPDAM, o número de contratos de cré-dito rural na região cresceu. Pela Cre-dipel - Cooperativa de Crédito de Pe-dro Leopoldo Ltda, atualmente são 2,4milhões de reais/ano investidos no mu-nicípio, totalizando 400 contratos. “ACredipel desburocratiza o crédito por-que é integrada por produtores queacreditam em sua classe. É preciso que oGoverno Federal crie políticas direciona-das para o campo para manter os traba-lhadores na zona rural. Pedro Leopoldo eo Brasil têm grande potencial”, explica opresidente da cooperativa Rodrigo Otá-vio da Costa.

Prefeito Ângelo Tadeu: inovando noplanejamento agrícola municipal

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(*) Marcelo Caio Libânio TeixeiraArquivo EMATER-MG (fotos)

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Software georreferenciadopara cadastramento

trabalho de extensão rurallida, sobretudo, com variáveissócio-econômico e ambien-tais e o processo de tomada

de decisões relativo às estratégias e meto-dologias a serem adotadas frente a situa-ções do cotidiano, precisa levar em contaesse conjunto de variáveis e sua correla-ção no espaço geográfico.

Em 1995, os técnicos da EMATER-MG do norte de Minas, ao lidarem coma problemática ambiental e o problemada escassez de água do semi-árido, procu-raram adequar um questionário mais com-pleto e abrangente, dentre os vários quehaviam, para que um software fosse de-senvolvido com a finalidade de facilitaressa análise mais holística da questão domanejo de bacias hidrográficas em condi-ções semi-áridas.

Esse software foi desenvolvido em umalinguagem chamada clipper, por uma equi-pe contratada. Foram observados proble-mas de entrada e saída de dados, nos rela-tórios que eram emitidos e, dentre outros,na instalação e uso por parte dos técnicos.Todavia, esse esforço não foi em vão.

O conflito pelo uso da água do Ria-chão, uma pequena sub-bacia do Rio SãoFrancisco, que representa em pequenaescala, o processo de degradação pelo qualesta importante bacia vem passando, foise agravando a cada período seco. Esseconflito, que já vinha se arrastando por anossem uma solução satisfatória para os en-volvidos, fez com que o IGAM, em par-ceria com a EMATER-MG e a FundaçãoArthur Bernardes, desenvolvessem umsoftware capaz de correlacionar as inúme-ras variáveis sócio-econômicas e ambien-tais envolvidas na questão para uma análi-se quantitativa georreferenciada.

Foi feito um levantamento, em áreatotal, na sub-bacia do Riachão e cerca

de 2.000 questionários foram aplicadose georreferenciados pelos pesquisadoresda EMATER-MG, criando-se assim, umbanco de dados bastante amplo com ascaracterísticas sociais, religiosas, econô-micas, tecnológicas, educacionais, etc. dasfamílias que vivem neste contexto ambi-ental, afetadas direta ou indiretamentecom a escassez de água.

O cadastro sócio-econômico e am-biental é uma ferramenta de análisequantitativa desenvolvida com o objeti-vo de agrupar em banco de dados asvariáveis sócio-econômicas e ambientaisde maneira que as mesmas possam sercorrelacionadas de forma visualizadapara contribuir com o processo de cons-trução social da realidade (ROLING, N.,1996).

Trata-se de um sistema de informa-ções georreferenciadas, modelado e es-truturado de forma a facilitar o diag-nóstico do ponto de vista quantitativo eauxiliar no processo de tomada de deci-sões, seja dos usuários de recursos hí-dricos, seja de uma empresa de exten-são rural ou uma empresa que controlaas outorgas de água, que desejem po-tencializar a sua intervenção, com base

na correlação de variáveis sócio-econô-micas e ambientais.

É importante salientar que esta corre-lação de variáveis pode ser feita em tem-po real, de forma visualizada, promoven-do a observação dos resultados e as inte-rações sobre o mapa ou carta cartográfi-ca, uma vez que os cadastros são todosgeorreferenciados, possibilitando aos usuá-rios o processo de tomada de decisões eintervenção.

O sistema foi implementado com usoda ferramenta de desenvolvimento Bor-land Delphi, utilizando banco de dadosno formato Microsoft Access. Foi utiliza-do ainda o pacote de desenvolvimentoESRI MapObjects, para a elaboração dasfunções de consulta e apresentação dosdados geográficos. Todavia, podemos con-tinuar a evolução do sistema para criaçãode um banco de dados via web com oaperfeiçoamento da aplicação dos questio-nários através de palm-tops, eliminando,dessa forma, o processo de digitalização,que gera erros, é sempre demorado eoneroso.

(*) Coordenador Técnico da EMATER-MG emViçosa

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Fernanda VasquesArquivo EMATER-MG (fotos)

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região Centro-Oeste de Mi-nas Gerais produz, atualmen-te, 700 mil toneladas de mi-lho enquanto consome 1.100

milhão toneladas/ano. Portanto, empre-sas consumidoras e produtoras de insu-mos, bem como produtores rurais, de-mandam uma quantidade muito superiorao que é produzido na região.

Elaborado com a participação ativado secretário da Agricultura Odelmo Leão,e desenvolvido pela EMATER-MG des-de julho do ano passado, o Pro-Milho –Programa de Desenvolvimento da Cul-tura do Milho tem o objetivo de aumen-tar a produção para equilibrar a demandae oferta do produto na região Centro-Oeste do Estado. A estratégia é criar par-cerias envolvendo produtores e consumi-dores, assegurando incentivos como ga-rantia de mercado e preços.

Os resultados esperados são o aumen-to da produção, com geração de empre-gos e renda para os produtores e traba-lhadores da região. De acordo com o co-ordenador técnico da EMATER-MGLuiz Fernando Ferreira, o programa deveminimizar a importação de milho, “e como incremento da área de produção possi-bilitar aos produtores uma alternativa pararealizarem a reforma de pastagens e pro-mover um manejo integrado da agricul-tura com a pecuária”. Além disso, acres-centa, “aproveitam-se melhor as áreasagricultáveis e de pastagens, em grandeparte degradadas”, explica.

Resultado de uma parceria entreEMATER-MG, produtores rurais, pre-feituras municipais, Embrapa, cooperati-vas agropecuárias e de crédito rural, sin-dicatos rurais, Banco do Brasil, Universi-

Garantias fazem

dade Federal de Lavras (UFLA), empre-sas consumidoras de grãos e produtorasde insumos, o Pro-Milho promove o de-senvolvimento e a sustentabilidade da cul-tura do milho na região. Outros resulta-dos são o aumento da renda do produtor,por meio da expansão da área de cultivo,aumento da produtividade, com reduçãode custos, melhoria de processos de co-mercialização, redução de perdas na co-lheita e armazenamento e aumento daprodução sustentada com ênfase na re-cuperação e preservação ambiental.

Ancorado no compromisso de parce-

ria e aproximação de compradores e pro-dutores, outro objetivo do Pro-Milho é ode equilibrar a relação produção e consu-mo de milho na região Centro-Oeste, re-duzindo a dependência em relação a ou-tras regiões como o Triângulo Mineiro, oAlto Paranaíba e Estados do Centro-Oes-te Brasileiro. Foram estabelecidas parce-rias com as empresas consumidoras, bus-cando as negociações diretas entre pro-dutores rurais e compradores.

“A parceria é o melhor caminho. Foideterminado um preço mínimo e um dereferência, além do local da entrega do

de milho no

Produção do Centro-Oeste mineiro tem déficit de 400 mil toneladas

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crescer produçãoCentro-Oeste

produto e o comprometimento do pro-dutor em relação à produção. As empre-sas consumidoras e parceiras, por sua vez,comprometem-se com a comprada produção, garantindo ao agri-cultor o escoamento do que foiproduzido”, informa. Para ele,“só existe parceria onde todosganham, onde há segurança depreço e produção”, e estas pre-missas orientaram todo o pro-cesso de criação do programa.

Vantagens

Comprar o milho do Centro-Oeste representa uma grande vantagemcompetitiva para as empresas da região.O frete acaba sendo diminuído, reduzin-do os custos de produção e aumentandoa competitividade no mercado. Algumasempresas, como a Alimenta Avícola, Avi-var, COOGRAN (Cooperativa dos Gran-jeiros do Oeste de Minas Ltda), COOSUI-

PAN (Cooperativados Suinocultores Pa-raminense Ltda), PifPaf e Frangobom jáabsorvem a produ-ção dos agricultoresda região.

A Alimenta Aví-cola foi uma das pi-oneiras em partici-pação do Pro-Milho.De acordo com osócio-diretor da em-presa Nilson Nolli,menos de 10% daquantidade de milhodemandada foi ga-rantida com contra-tos, “o que se espe-ra é um maior in-

centivo de produção na região para gerarriqueza, aumentar os números de postosde trabalho e a renda dos trabalhadores”,afirma o sócio-diretor.

Nilson Nolli destaca a contribuição da

EMATER-MG como uma entidade bas-tante importante para a concretização doPro-Milho na região: “A EMATER-MG

realiza um trabalho de sen-sibilização e orientação doprodutor que são essen-ciais para promover umamudança em Carmo doCajuru”. Para o sócio-di-retor da Alimenta Avíco-la, o Pro-Milho propõeuma parceria que ajudao produtor, garantindo acompra do produto, es-

tabelecendo um preço míni-mo e reduzindo os custos de frete para asempresas consumidoras. “Quando o mi-lho é comprado em outras regiões comoTriângulo Mineiro, o frete custa, em mé-dia, R$ 2,00/saca. Com a produção pró-xima da unidade consumidora, não há ne-nhum custo com o transporte do produ-to”, relata Nilson Nolli.

De acordo com os dados levantadosem novembro do ano passado, na regiãode Divinópolis houve uma expansão de16% da área plantada com milho, o quepoderá levar a um aumento na produçãoda ordem de 20%, cerca de 20 mil tone-ladas na safra 2003/2004. Já na regiãode São João Del Rey, houve um incre-mento de cinco por cento na área planta-da e de 26% na produtividade, represen-tando mais de 32 mil toneladas/ano. Aprevisão é de que, com o Pro-Milho, hajaum aumento de 20% a cada ano na pro-dução regional de milho.

Entretanto, o programa ainda enfren-ta desafios. Um deles é o processo edu-cativo e conscientizador que tem de serfeito com os produtores rurais. Segundoo coordenador técnico, existe resistênciaem parte dos agricultores com relação àinovações: “Mas, com o trabalho de cam-po, a demonstração de resultados já ob-tidos em algumas propriedades rurais,esse problema vem sendo gradativamentesuperado”.

O produtor Elizeu da Silva vê no milho, umafonte de renda e uma alternativa pararecuperar áreas degradadas

Empresárioespera maiorincentivo deprodução do

milho noCentro-Oeste

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Um exemplo bem-sucedido das açõesdo Pro-Milho é o município de Carmodo Cajuru, na microrregião de Divinópo-lis, a 100 km de Belo Horizonte. Consoli-dado pólo moveleiro de Minas Gerais, acidade agrega 85 fábricas deste segmen-to, maior fonte empregadora do municí-pio, garantindo em grande medida a sus-tentabilidade econômica da população.

O agronegócio é a segunda fonte derenda e emprego em Carmo do Cajuru.Com o Pro-Milho, as atividades rurais es-tão tomando novos rumos, com diversi-ficação de produtos e criação de novasalternativas econômicas. De acordo como extensionista local da EMATER-MG,Saulo Carvalho Nunes, muitas mudan-ças foram realizadas, entre elas o associa-tivismo e organização dos agricultores, oaumento da área plantada e da produtivi-dade, a geração de novas oportunidadesde trabalho, melhorando a qualidade devida da população rural e urbana. “Esta-

Carmo do Cajuru se torna modelo do Programamos vivendo uma mudança econômica,social, política, cultural e ambiental em Car-mo do Cajuru, e o Pro-Milho tem umpapel importante nesta história”, afirmao extensionista.

Além de tornar o município aindamais atrativo para novos empreendimen-tos agroindustriais, o Pro-Milho vem aju-dando no fortalecimento do parque agro-industrial já instalado. É este o caso daNutricional Agropecuária de Carmo doCajuru, que está há 18 anos no mercado.Para a empresária Shirley Santos, da Nu-tricional, o incentivo à produção do mi-lho possibilitou o aumento da produção ecomercialização, ampliando seu mercadoconsumidor. Tudo isto, evidentemente, au-menta a geração de renda e a oferta deempregos no município. “Há uma maiorexigência por produtos de qualidade, e oprograma está possibilitando a oferta desemente, adubos e outros insumos de me-lhor qualidade”, explica Shirley Santos.

Mudança cultural

De acordo com Saulo Carvalho, oPro-Milho tem até dezembro do passadocontabilizado a geração de 347 empregosdiretos no agronegócio e investimentos daordem de R$ 1.560.000,00, com um plan-tio de 1.300 hectares de milho em 2003.“Já para 2004, os investimentos poderãoalcançar R$ 2.800.000,00, com a geraçãode 533 empregos diretos no agronegócio”,analisa o extensionista.

O produtor Zeuler Vitor Ramires daSilva é um dos que se encontra na linha defrente do programa. Apesar de a bovino-cultura leiteira ser a principal atividade emsua propriedade, Zeuler acredita no Pro-Milho e investe na proposta. Atualmente,mantém 55 hectares, sendo 20 para a pro-dução de silagem e 35 destinados à produ-ção de grãos. “Plantava milho só para ali-mentação animal. A maior dificuldade es-tava na hora de colher e escoar a produ-ção. Não existia garantia de compra compreço mínimo, além de o acesso à tecnolo-gia ser restrito. Hoje, eu não dou um passosem a assistência técnica da EMATER-MG”, explica o agricultor.

Para ele, a tendência é de cada vez maisos produtores da região se engajarem noprograma, na medida que mais esclareci-mentos e informações forem levados so-bre os objetivos, alcance e resultados doPro-Milho: “Aí está a grande importânciada realização de dias-de-campo e encon-tros para a troca de experiências”, explica.O produtor define o Pro-Milho como umaproposta de mudança cultural na comuni-dade de Carmo do Cajuru. Zeuler destacao papel da EMATER-MG na conduçãodo programa e se diz satisfeito por podercontar com terra de qualidade, assistênciatécnica, bom gerenciamento e tecnologia.

O agricultor Elizeu da Silva, por sua vez,pretende dobrar a área plantada. Com aspastagens degradadas, o produtor acreditaque irá solucionar o problema com a pro-dução de milho, “que é uma cultura querecupera áreas degradadas e é uma fontede renda, pois com o Pro-Milho temos agarantia de mercado e preço mínimo”. Eli-zeu afirma que aprendeu a plantar corre-tamente com o acompanhamento daEMATER-MG. “A presença do extensio-nista, a participação nas reuniões e dias-de-campo foram fatores fundamentais paraque eu desenvolvesse conhecimentos paraplantar com sustentabilidade”, explica.

O prefeito de Carmo do Cajuru, Ed-son de Souza Vilela, ressalta o papel socialdo programa: “O Pro-Milho deve contri-buir para colocar um freio inicial no êxo-do rural, que nos últimos anos foi intenso.Quem saiu do campo se arrependeu, nãoteve o salário melhorado e teve a qualida-de de vida prejudicada. Nós precisamosincentivar o processo inverso, dar condi-ções ao homem do campo para que eleretorne ao meio rural”.

Segundo o prefeito, Carmo do Cajurutem como principal atividade econômicaa indústria moveleira. No entanto, ele afir-ma que o programa de desenvolvimentoda cultura do milho está diversificando,expandindo e criando novas alternativaseconômicas para o município. “É de suma

Prefeito quer ocupação rural

Prefeito Edson Vilela incentivaretorno do homem ao campo

importância diversificar a economia, paranão ser refém do mercado. Além disso, épreciso aproveitar o potencial agrícola deCarmo do Cajuru para valorizar o homemdo campo, oferecer maior subsistência eexplorar os recursos com sustentabilidade”,defende.

Para ele, as mudanças só serão visíveisao final da safra. “As pessoas verão a gran-diosidade do programa e vão despertarpara as oportunidades do setor agropecuá-rio. Entretanto, a mudança nas expectativaseconômicas e sociais de Carmo do Cajurué notável”, ressalta Edson Vilela.

As parcerias formadas para o desen-volvimento do município tem um valor re-conhecido por todos. Para o prefeito Ed-son Vilela, a parceria EMATER-MG e Pre-feitura Municipal é intensa e estreita, ga-rantindo sucesso para o programa e parao desenvolvimento da economia, com re-sultados ainda maiores na próxima safra.Outro destaque dado pelo prefeito é paraa empresa Alimenta Avícola, “parceira quefez um planejamento e teve vontade polí-tica” para promover uma ação que apro-ximasse os setores produtivo e consumi-dor do agronegócio no município e região.

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20 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l A b r i l 2 0 0 4

ichia, fruta de origem chinesa,chegou no Brasil na época doimpério como um presente de

um imperador chinês a D. Pedro I. Ape-sar disso, a fruta ainda é pouco conhecidapelo mercado consumidor brasileiro mas,onde está sendo cultivada, as safras têmobtido bons resultados econômicos.

Elói Mendes, município do Sul deMinas, a 328 quilômetros de Belo Hori-zonte, está investindo nessa cultura comoalternativa de diversificação agrícola. Tra-dicional produtor de café, o municípiosofre com a crise do produto no merca-do, e com isso, segundo o gerente regio-nal da EMATER-MG em Alfenas, Fran-cisco Vitor Alves, “Elói Mendes não seacomodou, e procurou novas alternativas

de renda e geração de emprego no meiorural. A lichia é uma destas alternativasencontradas”.

Segundo o extensionista da EMATER-MG em Elói Mendes, João de Deus Al-ves, “a diversificação da produção agríco-la é uma preocupação constante dos ex-tensionistas dessa região”. Ou seja, a di-versificação com várias espécies convi-vendo simultânea e sucessivamente é tam-bém uma ação ambiental para manter oequilíbrio biológico e ecológico, pois esteequilíbrio dificulta a multiplicação exces-siva de determinadas pragas, amenizan-do o impacto ambiental da atividade agrí-cola.

José Olímpio de Carvalho, tambémextensionista da EMATER-MG em ElóiMendes, informa que o projeto começoucom um telefonema de um vendedor defrutas exóticas do Estado do Pará. “Eleprocurou o secretário da agricultura e ofe-receu as mudas pois, segundo o vendedor,Elói Mendes era região propícia para o

cultivo da lichia”, lembra José Olímpio. Apartir de então, o cultivo da fruta passou aser discutido e alguns estudos começarama se desenvolver no sentido de conhecermelhor a cultura. No entanto, as mudasforam compradas em conjunto em MinasGerais, no município de Ouro Fino.

A Prefeitura Municipal de Elói Men-des, por meio da Secretaria Municipal deAgricultura e Meio Ambiente, é parceirada EMATER-MG no programa de di-versificação de culturas. De acordo como secretário, Luciano Ribeiro Pereira Fi-lho, “a plantação de lichia é recomendadapara o sul de Minas, uma vez que o climafavorece o desenvolvimento da cultura”.Como incentivo, a Prefeitura disponibili-

Fernanda VasquesFernanda Vasques/Arquivo EMATER-MG (fotos)

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Lichia, como o vinho

A árvore da lichia em fase decrescimento: a produção aumentacom o passar do tempo

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za cinco tratores aos agricultores familia-res a custos subsidiados, bem como o pre-paro do solo para o plantio. A hora/má-quina cobrada pelo município custa R$15,00 enquanto que, no mercado, o pre-ço varia entre R$ 20,00 e R$ 25,00.

Atualmente, existem cinco mil pés delichia plantados em 28 hectares em ElóiMendes. Contando com 14 produtores,alguns com 200 plantas e outros com atémil pés de lichia, eles estão otimistas, se-gundo José Olímpio: “Estamos no primei-ro ano do projeto. Conforme as caracte-rísticas da planta, a partir do quarto anoconseguiremos produzir em grande esca-la para o mercado consumidor”, explica.

O secretário Luciano Pereira tambémestá otimista com relação ao escoamentoda produção: “A lichia é uma cultura novaem nossa região. É uma boa opção paraexportar para os países da Europa e paraos Estados Unidos, consumidores poten-ciais”. Segundo ele, existem empresas doRio de Janeiro que já sinalizaram interes-se em absorver a fruta de Elói Mendes.“Nossa contrapartida para ajudar a esco-ar a produção é a conservação das estra-das para baratear o preço do frete”, afir-ma o secretário.

A produção da lichia é crescente a cadaano, ou seja, quanto mais velha estiver aárvore, mais ela irá produzir. Um exem-plar com cinco anos chega a produzir, emmédia, 30 quilos de fruta. O quilo da fru-ta é vendido a oito reais. Isso significa quecada árvore pode produzir o equivalentea R$ 240,00 ou um salário mínimo atual.

O produtor Agnaldo Crabi está bas-tante otimista com sua plantação e com ofuturo promissor do mercado da fruta.Produtor e comerciante do setor de ma-terial de construção, Agnaldo tem umaárea de 70 hectares, com quatro hectaresplantados de lichia. Apesar de pequena,com um ano sua plantação já tem produ-ção. “Eu pretendo investir, quero plantar1.200 pés a cada ano. Tenho esperançade montar uma câmara fria para arma-zenar os frutos colhidos”, declara o pro-dutor. Segundo ele, a rentabilidade alta emrelação aos custos é a “maior motivaçãopara estar no projeto.”

José Mendes da Paixão é outro pro-dutor entusiasmado com a nova cultura.Com uma propriedade de 27 hectares, ele

planta um hectare de lichia. “Queria umacultura com colheita intermediária emrelação ao café”, explica, acrescentandoque o maior desafio enfrentado atualmen-te é o preço do transporte para buscar asmudas em Ouro Fino.

O prefeito municipal de Elói MendesPaulo Roberto Belato também aderiu à di-versificação de cultura e incorporou o culti-vo da lichia em sua propriedade rural. “Acre-dito que a lichia é uma ótima alternativa eopção de viabilizar a exportação da safrabrasileira por não coincidir com a produçãoda Ásia”. O prefeito revela que se preocupacom a comercialização da produção e, porisso, pretende criar um núcleo para viabili-zar o escoamento da fruta.

Paulo Roberto estáno terceiro mandato nomunicípio e ressalta aimportância da parceriacom a EMATER-MG. Segundo ele, aPrefeitura fez convê-nio em 1989, e está atéhoje ao lado da exten-são rural. “A parceria émuito boa, os produ-tores têm acesso ao co-nhecimento e à pes-quisa. O apoio daEMATER-MG temrendido bons frutospara Elói Mendes”,salienta o prefeito.

Apesar da rentabi-lidade do cultivo da li-chia, a maior dificulda-de enfrentada diz res-peito ao tradicionalis-mo do café. Segundoos extensionistas, háuma certa resistênciapor parte de algunsagricultores em diver-sificar as atividades eadotar novas culturas.Uma segunda dificul-dade, na opinião dosextensionistas, é a fal-ta de crédito rural paraesse tipo de cultura.Segundo eles, se hou-vesse maior apoio emcrédito aos agriculto-

: a cada ano melhor

O nome é um pouco diferente. Mas, o sabor da fruta se tornarapidamente familiar: quem já provou sabe. Não dá para comer sóuma. De sabor suave, lembrando ao de uva itália, com polpa gela-tinosa, translúcida, a lichia é pouco maior que o morango. De boaaparência, a fruta tem caroço não aderente, a casca é rugosa eavermelhada e fácil de ser descascada. Pode ser consumida innatura, na forma de sucos ou, ainda, em compota.

Depois de colhida, a lichia deve ser embalada de maneira apro-priada para manter os frutos em condições adequadas para o con-sumo. Assim, a fruta suporta, em média, de 13 a 15 dias. Se man-tida em geladeira, sua duração é de aproximadamente 30 dias, eem freezers supera os seis meses.

No Brasil, a fruta é plantada no período das águas, geralmente,no mês de novembro, e a colheita se dá no mês de janeiro. A árvoreda lichia não precisa ser irrigada, no entanto, é recomendável forrá-la constantemente com palha ou capim para manter a umidade e,por ser rústica, é pouco vulnerável ao ataque de pragas, sendo asmais comuns a abelha arapuá, broca, formiga e vaquinha. No con-tinente asiático, a lichia é plantada em julho ou agosto, por isso, hágrandes probabilidades de a produção de Elói Mendes atender omercado consumidor da Ásia, Estados Unidos e Europa. Além dis-so, devido ao seu atraente formato, folhas verde-escuro e pela bele-za da frutificação, a lichieira é a árvore preferida para os jardins doHawai, em cidades como Califórnia, Los Angeles, Alhambra etc.

A árvore pode ser plantada por meio do caroço ou muda. Nocaso da utilização do caroço, a planta leva sete anos para começara produzir. Com a utilização de mudas, ao final de quatro anos aprodução já se torna viável para a comercialização. As mudas sãofeitas a partir de um método de reprodução de plantas que consis-te em provocar um enraizamento em parte de uma planta adultaou não. Esse método é dominado alporquia. Para plantar a lichia, éimportante seguir algumas recomendações técnicas. O espaçamentodeve ser de 7,0 m x 9,0 m, alcançando 160 mudas por hectare.

Lichia: tipicamente saborosa

res de Elói Mendes, o município conse-guiria alavancar a produção de lichia.

Mesmo sendo uma fruta consideradarústica em termos de tratos culturais, a li-chia tem suas particularidades. “Somos pi-oneiros no sul de Minas. Pouco sabemossobre o comportamento da fruta em nos-sa região. Mas, estamos apostando nessanova cultura”, salienta João de Deus. Oextensionista explica que, por conta desse“desconhecimento”, os produtores contra-taram um técnico particular para acompa-nhar a lichia desde as mudas até o seu cres-cimento. “Os honorários do profissionalserão rateados entre os agricultores, o querepresentará algo em torno de R$ 0,40planta/ano”, explica o extensionista.

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Varginha diversific

Fernanda VasquesFernanda Vasques (fotos)

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arginha, município do Sul de Mi-nas Gerais, a 300 quilômetrosde Belo Horizonte, é conheci-da pela predominância do culti-

vo e beneficiamento do café desde o iní-cio do século passado. Até hoje, esta é aprincipal cultura desenvolvida no municí-pio e região. Entretanto, a cafeicultura vem,desde 2000, sofrendo com a crise de des-valorização do produto e dificuldadespara expansão do mercado. Além disso,

há os problemas enfrentados com pragase alto custo de produção.

Como uma alternativa para diversifi-car a atividade agrícola, a Prefeitura Mu-nicipal de Varginha está executando o Pro-jeto Piloto de Implantação da Cultura daMamona. Em parceria com a EMATER-MG, o projeto teve início em 2002, e temobtido resultados satisfatórios, gerandonovas oportunidades de emprego e ren-da, inibindo o êxodo rural e, principalmen-te, colocando-se como uma cultura alter-nativa ao café.

A mamoneira Ricinus communis L. éuma oleaginosa que se adapta às mais va-riadas condições climáticas. É cultivada,geralmente, no Norte do Estado, mas temse comportado bem no clima temperado

da região sul de Minas. Por ser uma culti-var bastante rústica, pode ficar exposta àincidência de chuvas, não comprometen-do a sua qualidade.

De acordo com o extensionista daEMATER-MG em Varginha Edson Apa-recido Gazeta, a Empresa é a responsá-vel pela divulgação e pela assistência téc-nica para o cultivo da mamona. Segundoo extensionista, o projeto tem potencialpara se desenvolver na região: “Além derepresentar uma alternativa para o muni-cípio, da mamona é possível extrair o óleo,com mais de 600 utilidades industriais, eé uma fonte de matéria orgânica rica emnutrientes. Um outro uso da semente podeser na produção de biodiesel, óleo deriva-do de vegetais, não tão poluente como o

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Os produtores Alessandro eLeonísio Reguin: acreditam namamona como alternativa

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a culturas e

O secretário municipal do Café eAgricultura de Varginha JoadylsonBarra Ferreira, fala em nome do pre-feito de Varginha Mauro Tadeu Tei-xeira, e conta a história da mamonacomo cultura alternativa no municí-pio. “O prefeito soube, num vôo paraBrasília, que o avião utilizava comocombustível o biodiesel produzido como óleo da mamona. Ele fez contatocom o professor Expedito Parente, daUniversidade Federal do Ceará, que épesquisador nessa área, e a partir daícomeçou a investir e buscar informa-ções sobre a cultura na tentativa deminimizar os efeitos da crise da cafei-cultura no município”. O projeto,acrescenta o secretário, não tem comofinalidade, “de maneira alguma”, subs-tituir o cultivo do café no município,mas sim, tornar-se uma alternativa derenda, emprego e desenvolvimentopara Varginha.

Projeto desperta interesse de outros municípios

óleo diesel derivado do petróleo”.O óleo de mamona tem diversos usos

na indústria de plástico, siderurgia, perfu-maria, na produção de poliuretano, com-bustível de avião, fibra ótica, vidro à pro-va de balas e próteses ósseas. O óleo ex-traído da mamona custa, em média, R$3,00 o litro. A torta é um outro subpro-duto da mamona, utilizada como fertili-

A maior dificuldade enfrentada atual-mente está relacionada com a caracterís-tica monocultora da região. “Há uma cer-ta resistência por parte dos produtores emaderir ao cultivo da mamona. Um erro,talvez, foi não termos proposto uma par-ceria com os cafeicultores. Hoje, nós tería-mos mais de mil hectares com plantaçãode mamona só na cooperativa dos cafei-cultores de Varginha”, pondera JoadylsonFerreira. Segundo o secretário, as dificul-dades estão sendo superadas gradativa-mente com a parceria da EMATER-MG,que faz o trabalho de divulgação e consci-entização. “Alguns municípios não mantêmo convênio com a EMATER-MG e per-dem muito com isso. O trabalho conjun-to da extensão rural e da prefeitura é umexemplo de parceria que funciona”, ana-lisa Joadylson Ferreira.

Uma outra ação para impulsionar aatividade foi a criação da Cooperativada Mamona, que seleciona pessoas de-sempregadas que têm afinidades com osetor rural para o cultivo da mamoneira,com o objetivo de fixar as famílias no meiorural. A Prefeitura, nesse caso, fica res-ponsável pelo arrendamento da terra paraos produtores que não têm área para plan-tar. “São 21 trabalhadores rurais envolvidos

com o projeto na Cooperativa. São pes-soas que retiram dessa cultura as condi-ções para sua subsistência”, explica Joa-dylson Ferreira.

Com o objetivo de aprofundar osconhecimentos acerca da cultura, a Pre-feitura disponibiliza uma fazenda ex-perimental com uma área de 14 hecta-res, conduzida pela Cooperativa em par-ceria com a Universidade Federal deLavras. “Temos poucos dados sobre ocomportamento da mamona em nos-sa região. Entretanto, é preciso desen-volver um estudo de como a plantareage às nossas condições climáticas eao tipo de solo”, explica o secretário.

O Projeto Piloto de Implantaçãoda Cultura da Mamona em Varginhaé hoje uma referência nacional, ser-vindo de modelo para outros muni-cípios da região, como Paraguaçu. Opioneirismo tem atraído indústrias queutilizam o óleo da mamona e chama-do a atenção de outras cidades pró-ximas, que buscam informações a res-peito do projeto. A expectativa é deque com a implantação das máquinasde processamento do óleo, o projetose consolide como nova força econô-mica para o município.

zante em lavouras de café e outras cultu-ras perenes. “Como adubo orgânico, atorta tem elementos que superam o es-terco bovino e de galinha, recuperando aestrutura de solos degradados. Além dis-so, esse subproduto pode ser utilizado nocontrole de nematóides, pragas que ata-cam o sistema radicular de algumas plan-tas”, explica Edson Gazeta.

O produtor Leonísio Reguin plantouuma área de cinco hectares, consorcian-do a mamona às culturas do café e dofeijão. A produção foi de oito mil quilos efoi comercializada para uma empresapaulista de óleos vegetais. Ele garante que

foi uma forma inteligente de diversificara economia frente a crise do café e au-mentar o rendimento dos três produtos.“Comecei a plantar mamona com o in-centivo da Prefeitura. Vi que seria lucrati-va e hoje posso afirmar que eliminei autilização de herbicidas e diminuí o nú-mero de capinas, reduzindo os custos comas lavouras”, garante o produtor.

Animado com os resultados, o pro-dutor elogia a iniciativa do prefeito Mau-ro Tadeu Teixeira que, segundo Leonísio,foi o primeiro a pensar em uma alternati-va para o setor agrícola do município. “Éimportante que todos aproveitem o in-

O prefeito Mauro Tadeu buscanovas alternativas paraminimizar a crise do café

ferência nacional

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24 R e v i s t a d a E M A T E R - M G l A b r i l 2 0 0 4

centivo da Prefeitura. Pagar os insumosapós a colheita é a melhor saída. Assim, agente não se endivida”, ressalta. SegundoLeonísio, a EMATER-MG tem um im-portante papel nesse processo, levandonovidades e ampliando os conhecimen-tos dos produtores. O irmão de Leonísio,Alessandro Reguin, também faz parte doprojeto da mamona e está otimista comos resultados: “Comecei a plantar comoexperiência, hoje a mamona é a melhoralternativa para o controle de pragas nocafé. Diversificar as culturas foi a saídapara enfrentar a crise”, afirma.

Uma outra vantagem da mamona éque a planta absorve o CO2 (dióxidode carbono), gás responsável pelo aumen-to do efeito estufa na atmosfera terres-tre. O CO2 é um dos seis gases que es-tão na lista de redução de emissão degases do Protocolo de Kioto. Além dis-so, o mercado da mamona está crescen-do no campo energético com a expan-são do biodiesel. O óleo da mamona é omelhor para a produção do combustível

por ser o único solúvel em álcool e nãonecessitar de calor. O município criou aBiovar – Instituto de DesenvolvimentoSustentável de Produção de Biodiesel deVarginha, que ficará responsável pelagestão e processamento do biodiesel.

O secretário municipal do Café e daAgricultura, Joadylson Barra Ferreira, in-forma que por enquanto a Prefeituracede o maquinário para produção doóleo à Biovar, por contrato de como-dato. “A Biovar terá a agilidade de umaempresa para gerir a produção do bio-diesel em Varginha. É possível que ausina para produção do combustível es-teja instalada até abril deste ano”, afir-ma com otimismo o secretário.

Criada em novembro de 2003, a Bi-ovar é uma associação civil credenciadapelo Poder Público com título de inte-resse público e habilitada a relacionar-secom o Estado. O responsável pelos pro-jetos da Prefeitura, Carlos FernandoMartins, destaca a importância da exis-tência da Biovar na agilidade dos processo

burocráticos: “A Prefeitura repassará a ver-ba para a associação que irá administrar eempregar o repasse municipal”.

Atualmente, existem 20 produtoresparticipantes do projeto, com uma áreaplantada de 100 hectares. A produçãode 2003 já foi toda comercializada. Osprodutores são incentivados pela Prefei-tura por meio do subsídio dos insumosnecessários para a lavoura, como adu-bos, sementes, corretivos e herbicidas.Além disso, a Prefeitura possui e forne-ce o maquinário para plantio, com umcusto de R$ 10,00 a hora/máquina. Mas,o grande diferencial é o estímulo dadopela Prefeitura aos produtores para o pa-gamento dos insumos fornecidos. Quan-do o agricultor escolhe pagar com a ma-mona, a Prefeitura recebe o produto aum preço de referência de R$ 1,00 oquilo, ou seja, R$ 0,25 a mais do que opreço que é pago no mercado. De acor-do com Edson Gazeta, com esses incen-tivos, a produtividade estimada para 2004é de 1.500 kg/ha.

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om o objetivo de orientar e in-tensificar as relações de confian-ça entre produtores e mercadoconsumidor, a EMATER-MG é

parceira na “Campanha e Promoção de Ro-tulagem de Frutas e Hortaliças Frescas –Produto com rótulo tem nome e sobreno-me”, promovida pela CEASA-MG. A cam-panha teve início em outubro do ano passa-do e, nos dois primeiros meses, obteve 80%de aceitação entre os produtores hortigran-jeiros que abastecem a Central.

“A rotulagem é a novidade dentro deuma cultura da ‘não identificação’ deprodutos, buscando a rastreabilidade pelorótulo, que é uma maneira simples e de gran-de importância para produtores e consumi-dores”, enfatiza o presidente da CEASA-MG Edson Rezende. Segundo ele, a ras-treabilidade, como forma de garantir qua-lidade aos consumidores, é um processoirreversível e adotado cada vez mais emtodo o mundo. Como exemplo, EdsonRezende citou o problema da gripe dofrango: “De onde veio o frango contami-nado? Sem rastreamento não há comosaber”, critica.

No rótulo são encontradas as seguin-tes informações: nome do produto e doprodutor, endereço completo, inscriçãoestadual, CPF ou carteira de identidade,peso líquido e data de embalamento.

Ao oferecer informações importantessobre os produtos, a rotulagem contribuipara a valorização e para a criação de iden-tidade do produto, bem como fidelizaçãonas relações entre produtores e consumi-dores. “O produto tem de ter clareza, in-formações completas, quem o produz ede onde ele vem”, ressalta Edson Rezen-de. Para o consumidor, essas informaçõessão de grande importância, uma vez queestão relacionadas a sua saúde e qualidadede vida.

Após um período com a campanha econscientização promovidas pela CEASA-MG e seus parceiros, terá início o proces-

Rótulo será vitrinede hortigranjeiros

Fernanda VasquesArquivo EMATER-MG (fotos)

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so de fiscalização, que será realizado pelaDelegacia Federal do Ministério da Agri-cultura em Minas Gerais. “A Delegaciacomeçará a cobrar nas redes de distri-buição. Na CEASA-MG, por exemplo,produtos sem rótulo não poderão entrar”,explica Edson Rezende.

A CEASA-MG deve inaugurar bre-vemente a Sala do Produtor, um espaçopara encontros e orientações aos produ-tores rurais. O local deve ainda reduzir aburocracia para o cadastramento e aumen-tar a agilidade no atendimento, entregan-do a credencial ao produtor com mais ra-pidez. De acordo com o técnico da Seçãode Cadastro da CEASA-MG, Afonso deOliveira, além da desburocratização o es-paço trará outras vantagens: “A Sala vaioferecer informações por meio de vídeose boletins diários de preços dos produtoshortifrutigranjeiros para auxiliar no pro-cesso de comercialização dos produtos noentreposto”.

Vantagenscompetitivas

Para o produtor Júlio Esaki, do muni-cípio de Jaboticatubas, a utilização do ró-tulo é um passo importante para o reco-nhecimento da classe dos produtores dehortifrutigranjeiros. Antecipando a campa-nha de rotulagem, há cinco anos ele rotulaseus produtos em bandejas para o varejo.“O mercado de hortaliças é difícil, mesmoquando os atacadistas conhecem a idonei-dade do produtor. Por isso, se há um siste-ma de rotulagem, é possível que o consu-midor identifique o produto e veja a pro-cedência, que é fundamental para tê-lo sem-pre como cliente”, ressalta Júlio Esaki.

Segundo ele, “os bons produtores sótêm a ganhar”, e o grande diferencial é cri-ar uma marca para o produto, zelando pelonome e garantindo confiabilidade para oconsumidor. “A resposta tem sido positiva.Algumas pessoas ligam para saber o modode preparo de alguns alimentos. Preten-

demos confeccionar um encarte conten-do o valor nutricional dos produtos Esaki,receitas e outras informações”, adianta.

O produtor do município de Itatiaiu-çu, Ailton Geraldo Correia, já conquistoua confiança dos varejistas que adquiremsua produção. “Estou rotulando desde olançamento da campanha”, afirma. Noentanto, Ailton acredita que o processode rastreabilidade seria ainda mais eficazse a rotulagem acontecesse também nasbancas do varejo. “O rótulo agrega va-lor aos meus produtos e, como são dequalidade, todos vão querer comprar.Haverá uma diferenciação entre os meuse os de qualidade inferior”, acrescenta.

Para o produtor José Carlos de Sou-sa, de Rio Manso, o ideal “seria colocarrótulo nos produtos que vão para as ban-cas”. Apesar dos custos, o produtor afir-ma que o rótulo garante bons negócios,“há uma melhor classificação dos produ-tos e diferenciação dos produtores”.

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Fernanda VasquesFernanda Vasques (fotos)

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>> uriosidade despertada e neces-sidade de diversificar culturas.Essas foram as motivações que

levaram os produtores de Varginha a in-troduzir a cultura do palmito em suas ati-vidades. A região tem suas raízes no culti-vo do café, entretanto, com a crise en-frentada nos últimos anos, os produtorestiveram o interesse despertado para a di-versificação de culturas, e optaram pelopalmito como alternativa. O projeto, queteve início em 2001, tem safra previstapara 2007. As sementes da palmeira fo-ram adquiridas por meio da Epagri (SC),a preço de custo. Foram plantadas 950mil mudas da palmeira-real, 500 mil em2002 e 450 mil no ano passado.

De acordo com o extensionista daEMATER-MG em Varginha, José doSocorro Lage Duarte, a idéia surgiu apósalgumas reportagens veiculadas em pro-gramas especializados sobre o cultivo dapalmeira-real australiana. “Alguns produ-tores assistiram a essas reportagens e nosprocuraram para discutir a viabilidade dacultura aqui no município. O interessesurgiu dos problemas enfrentados com adesvalorização do café”, conta o extensio-nista. Em parceria com a Prefeitura Muni-cipal, Credivar (Cooperativa de Crédito dosCafeicultores da Região de Varginha Ltda)e produtores rurais, a EMATER-MG temcomo principal papel a assistência técnica,a organização rural, a divulgação e consci-entização da necessidade de diversificar asatividades agrícolas.

De acordo com o técnico da Credi-var, Jairo Márcio Faria, a tradição da ca-feicultura limitou em diversas ocasiõestentativas de diversificação agrícola no Sulde Minas. “Estamos engatinhando na cul-tura da palmeira-real, enquanto em ou-tros Estados brasileiros já se cultiva comtecnologia apurada de irrigação, utilizan-do até mesmo pivô central”, argumentaJairo Faria. Segundo ele, o ponto maisfraco para a diversificação de culturas naregião seria o aumento do preço do café.

“Quando o café sobe, os produtores seanimam e se esquecem de que não de-vem apostar tudo em uma única cultu-ra”, afirma.

A palmeira-real australiana ou Archon-tophoenix alexandrae tem como caracterís-ticas o florescimento e a frutificação noperíodo da primavera a outono e apre-senta, em Santa Catarina, um crescimen-to de até 32 metros. A planta requer umatemperatura média anual entre 20 e 22graus centígrados, não tolerando ocorrên-cias de geadas.

A palmeira deve ser plantada entre no-vembro e janeiro, desenvolvendo-se emdiferentes tipos de solos, com adaptaçãomelhor em solos leves de textura areno-sa, apresentando tolerância a áreas úmi-das ou com encharcamentos temporári-os. O plantio em solos pesados com altoteor de argila é desaconselhável, a não serque esses apresentem boa disponibilidadede água, com irrigação ou plantio em vár-zeas úmidas. Exige uma precipitação plu-viométrica de 1.500 mm/ano. Por isso,para o Sul de Minas Gerais, o maior de-safio é o período de estiagem, porque aschuvas são mal distribuídas, resultando emum período de seca de maio a outubro.

“Esse problema afetou o desenvolvimen-to da cultura do palmito, com a desistên-cia de muitos produtores. Entretanto,aproveitamos para repensar o projeto ea tecnologia utilizada”, pondera José doSocorro.

Atualmente, já existem quatro produto-res rurais que irrigam a lavoura de palmito.“Nós precisamos é levar água para as pal-meiras para que elas se desenvolvam”, afir-ma Jairo Faria. Segundo ele, o mercado depalmito é promissor, uma vez que 90%do produto comercializado advêm do ex-trativismo. “Com as leis ambientais e o es-gotamento das reservas, a tendência é deque o mercado da produção comercial sóaumente”, ressalta.

Todas as informações sobre o cultivoe desenvolvimento do palmito advêm daexperiência já consolidada em Santa Ca-tarina. Antes de iniciarem o projeto, osprodutores visitaram a estação experimen-tal de produção de palmito no Vale do Ita-jaí (SC), em produção desde 1995. “O mo-delo do sistema de adubação e espaçamen-to que utilizamos aqui veio da região Suldo País. Precisamos, por meio de pesquisa,desenvolver tecnologias para adaptar a cul-tura à região”, explica o extensionista.

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José do Socorro (EMATER-MG) e os produtores Fernando Antônio eCamilo Donizete: apostando na diversificação

Estiagem é o maio

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São 60 produtores envolvidos como projeto, cooperados da Credivar. Acooperativa atende a seis municípioscom o projeto da palmeira. Há 14 anosno mercado, a Credivar se consolidoucomo a maior instituição do ramo emliberação de crédito do Estado e temcomo objetivo diversificar a produçãoagrícola: “O produtor não pode ficarsó na monocultura. Isso comprometesua saúde financeira e a da cooperati-va”, explica Jairo Faria.

Preocupada com as situações deincerteza e risco, a Credivar limitou aárea de plantio para a liberação de cré-dito. “A cooperativa resolveu estipular

uma área de até um hectare para não ex-por o agricultor a riscos, uma vez quenão se sabe como a palmeira-real irá secomportar em nossa região”, explica Jai-ro Faria. Com prazo de cinco anos parapagar e taxa de juros de 8,75 a.a., os pri-meiros plantios são financiados com re-cursos do BNDES (Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social).

Associativismo seráa saída

Para garantir o escoamento da produ-ção, os produtores de palmito deverão seorganizar em associação para realizar oprocessamento do produto. Segundo Josédo Socorro, indústrias do ramo já sinali-zaram interesse pelo palmito produzidoem Varginha. “Existe uma empresa mi-neira que está disposta a comprar a pro-dução. Essa indústria ficará responsávelpelo controle de qualidade, rotulagem eembalagem”, afirma o extensionista. Deacordo com ele, também indústrias doEstado de Goiás pretendem comprar oproduto in natura.

Mas, da palmeira-real não é só o pal-mito que pode ser extraído. Pesquisas re-alizadas pela Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC) e Epagri (SC) estudama folhagem da palmeira para componen-te de ração animal e produção de artesa-

nato. O tronco, por sua vez, já é utilizadona indústria madeireira para a fabricaçãode compensados.

A Prefeitura de Varginha, também par-ceira do projeto, apoiará em to-das as pontas o cultivo da pal-meira. Segundo o secretá-rio municipal do Café e daAgricultura, JoadylsonBarra Ferreira, “tudo quefor preciso para diversifi-car as culturas da região,como alternativa à cultu-ra do café, terá o apoio daPrefeitura”. A secretariaapóia o projeto desde o início,cedendo o local e custeando aconstrução do viveiro para a produçãode mudas da palmeira.

Segundo Jairo Faria, a rentabilidadepor hectare da palmeira-real é alta, ge-rando um lucro líquido, ao final de qua-tro anos, de R$ 16 mil/ha. “Para fazeruma comparação, um hectare de cafégera quatro mil reais de receita bruta,enquanto que a palmeira, ao final do ci-clo, gera R$ 25 mil de receita bruta”, sali-enta o técnico.

Os produtores rurais estão otimistascom a nova alternativa. O pro-dutor Mauri José de Olivei-ra já tem suas atividades bas-tante diversificadas. Em 280hectares, Mauri produz café,milho, feijão, leite e, recente-mente, palmito. Segundo ele,

a palmeira-realfoi a EMATER-MG que mostrou o ca-minho para diversificar. “Pretendo plan-tar um hectare a cada ano. Espero conse-guir bons resultados e escoar a produ-

ção. Entrei para o projeto con-tando com o apoio que es-

tamos tendo, do plantio àcolheita”, afirma o produ-tor.

A plantação de palmei-ra do produtor FernandoAntônio da Fonseca Ba-cha tem um ano e já estábem desenvolvida. Se-

gundo ele, a palmeira éuma cultura ecologicamen-

te correta, de baixo custo pelabaixa ocorrência de pragas. Animado,Fernando revela que pretende escoar aprodução para o mercado externo. “Nãotenho conhecimentos científicos sobre apalmeira-real. No entanto, estou otimis-ta e acredito que a cultura trará bonsfrutos”, afirma. Com uma área de 110hectares, Fernando também acredita nadiversificação para o desenvolvimento daregião Sul do Estado. Além da palmeira,ele tem uma área destinada ao cultivo docafé e à fruticultura.

O produtor Mauri deOliveira acredita nacultura e pretendeexpandir a plantação

Além dopalmito, a folha

e o tronco dapalmeira-real

podem seraproveitados

r desafio para

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lterosa, município do Sul deMinas, desde 1993 vem sedestacando no Estado cominvestimentos em políticas pú-

blicas na área de segurança alimentar pormeio do programa Agrovida. O progra-ma ganhou força no ano passado com aimplantação do Fome Zero, depois depassar por algumas dificuldades, retoman-do com novo vigor suas ações para pro-mover a segurança alimentar, geração deemprego e renda, ocupação do campo eresgate da cidadania de famílias carentesdo município.

A parceria entre EMATER-MG, Pre-feitura Municipal, Secretaria de Assistên-cia Social, Associação de Bairros, Petro-bras, Heringer e famílias em risco alimen-tar tem garantido o sucesso do programa.De acordo com o extensionista em Alte-rosa, Jeovane Rogério dos Santos, aEMATER-MG fica responsável pela as-

sistência técnicae coordena-

Renda, emprego e

ção dos trabalhos, como preparo do solo,plantio e colheita. “Além disso, nós ajuda-mos na organização das famílias e na di-visão dos lotes de terra”, acrescenta.

A área total destinada ao programa éde 65 hectares, divididos em 0,5 hectarepara cada família. Nessa área são cultiva-dos arroz e feijão, e a produção é parti-lhada: 15% se destinam ao proprietárioda área; 40% para a Prefeitura, e 45%para as famílias participantes. “A Prefeitu-ra arrenda a área e fica responsável pelossubsídios para compra de sementes e in-sumos, bem como os gastos com o pre-paro do solo. As associações de bairros,por sua vez, fornecem as máquinas, osimplementos, a manutenção e a mão-de-obra de tratoristas. Com a parceria, o cus-to dos serviços prestados pelas associa-ções ficam abaixo do preço de mercado,algo em torno de 60% mais barato”, ex-plica o extensionista.

Jeovane aponta como principal desa-fio as dificuldades burocráticas para acompra dos insumos necessários para alavoura: “Como a compra é feita pelaPrefeitura e o processo normal e legal sedá por licitação, há atrasos na aquisiçãodos insumos, prejudicando a plantação”.

Ele sugere a criação de uma associaçãopara minimizar a demora nesse processo.Segundo o extensionista, “as áreas produ-ziriam bem mais e o programa se torna-ria auto-sustentável ao longo do tempo”.

Um outro desafio a ser vencido pelosparceiros é fazer com que o programacrie, efetivamente, condições de as famí-lias residirem no meio rural: “Algumas fa-mílias estão desestimuladas porque nãotêm a posse da terra para trabalhar”, afir-ma Jeovane. Para ele, uma forma de estí-mulo seria a compra e a doação de umaárea por parte da Prefeitura. Para o chefedo Departamento de Agricultura da Pre-feitura Municipal, Isnard Batista dos Reis,o principal objetivo do programa é geraremprego para os trabalhadores rurais, bus-cando a sustentabilidade das famílias. “Essaé a melhor forma de inserir as pessoas nomercado de trabalho. Eles plantam paraproduzir e se conscientizam da importân-cia do seu trabalho”, salienta. Ele tambémaponta como importante para a consolida-ção do Agrovida a criação de uma associ-ação para gerir as finanças do programa eagilizar a aquisição dos insumos.

Atualmente são 120 famílias atendi-das que buscam sua sustentabilidade eco-nômica no Agrovida. São pessoas que têm

Fernanda VasquesFernanda Vasques (foto)

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as metas do Agrovid

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inclusão social sãoum histórico ligado ao meio rural efamílias de baixa renda. De acordocom a assistente social GabrielaRossi Vieira, os principais critérios

para se inscrever e participar é o númerode filhos e a situação socio-econômica dasfamílias. “A Secretaria de Assistência So-cial fez as inscrições, avaliou cada caso efez a seleção”, explica.

Gabriela informa que são realizadasreuniões sócio-educativas para discutir te-mas relacionados à terra, como a divisãoagrária, as injustiças sociais e a própria ques-tão da reforma agrária. Para a assistentesocial, o Agrovida é uma oportunidade queas famílias têm de, nos períodos interme-diários à colheita do café, ter um trabalhoe uma fonte de renda. “É um programaque poderá servir de modelo para outrosmunicípios. Entretanto, só o Agrovida nãoé suficiente, é preciso desenvolver políti-cas públicas integradas”, defende.

Valorizando o homem do campo

A trabalhadora rural Wilma TerezinhaPascoal, 55 anos, é viúva e teve 17 filhos.Ela já trabalhou em fazendas e com seutrabalho sustenta mais três pessoas. “Paranós, que não temos uma terra para culti-var, o programa é maravilhoso. Peço aDeus que o Agrovida progrida e que ou-tras pessoas possam se beneficiar dele”,afirma. Para ela, a EMATER-MG e aAssistência Social são de grande impor-

tância: “São eles que nos ajudam, dãoatenção, acompanham a lavoura e nosensinam muito”, afirma.

Adão Nogueira Cabral, 42 anos, tam-bém é participante do Agrovida e afirmaque o trabalho é fundamental em sua vida:“Acho que ninguém tem que invadir ter-ra. Todos têm de se unir e plantar”. AdãoNogueira tem problema de desgaste nosossos e, por isso, não pode desempenharalgumas funções. Sendo assim, ele se res-ponsabiliza por alguns tratos com a terraque não exigem tanto esforço físico, e pelamobilização do grupo. “Convidei meusirmãos para trabalharem comigo e, nacolheita, dividimos o lucro”, explica. Noentanto, ele faz uma ressalva: “Nossamaior dificuldade é o comprometimentodo grupo. Isso porque eles ainda não têmclara a importância do trabalho na vida”,complementa.

O Agrovida também ajudou na recu-peração de áreas degradadas. Um dos ar-rendatários do Agrovida, Antônio CarlosTerra, possui no total 38 alqueires (passarpara hectares) que estavam degradados.“Além de o programa ser uma ótima açãopara ajudar pessoas carentes, sei que mi-nha terra se tornará mais produtiva. Soufeliz por ver as pessoas produzindo”, re-lata Antônio Carlos.

O prefeito de Alterosa Dimas dos ReisRibeiro apoia e investe no programa: “Esteé um programa que antecipou o Fome

Zero, por isso tem grandes chances de sedesenvolver”. O prefeito afirma que oAgrovida poderá ser utilizado como mo-delo para outros programas e ações deGoverno: “Nós pretendemos transformaro programa em um grande projeto deagricultura familiar para o Estado e parao País”, afirma. Segundo ele, o objetivo éensinar as famílias a produzirem em vezde oferecer a cesta básica. “O Agrovida éum programa importante do ponto devista do resgate da cidadania, aumento daauto-estima, mobilização da participaçãopopular e valorização do homem do cam-po, conferindo-lhe mais dignidade, geran-do emprego e renda”, explica.

Ele destaca o importante papel que aEMATER-MG tem desempenhado paraa organização rural, a assistência técnica ena melhoria da qualidade de vida do ho-mem do campo. “A EMATER-MG temo know-how em extensão rural. Seu apoioé fundamental para o desenvolvimentoda agricultura em Minas Gerais”, enfati-za. O prefeito destaca ainda duas novasparcerias firmadas, com a Petrobras eHeringer. “Estamos muito satisfeitos como apoio das duas empresas. As verbas li-beradas por elas subsidiam a compra dosinsumos e os gastos com o plantio. A Pe-trobras, por exemplo, já liberou uma ver-ba e pretende ampliar a ajuda ao Agrovi-da porque viu que é um programa sério”,finaliza Dimas Ribeiro.

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randes soluções às vezes surgem de idéias simples. E o progra-ma alimentar Vitasopa é um bom exemplo. Criado na décadapassada, numa parceria entre o Governo do Estado e o ServiçoVoluntário de Assistência Social – SERVAS, o programa soma

redução do desperdício de hortifrutigranjeiros ao longo de toda a cadeiaprodutiva com o combate à fome e à desnutrição. Numa fábrica montadapelo Governo de Minas nas dependências da CEASA, legumes, verdurase cereais doados por comerciantes e produtores mineiros são transforma-dos em concentrado alimentar, para distribuição a centenas de instituiçõessociais de todo o Estado. Um projeto que deu certo e que agora é fortale-cido e ampliado.

Numa parceria com o Uni-BH, nova tecnologia está sendo desenvolvi-da para produzir o suplemento alimentar por desidratação. Assim, a capa-cidade nutricional dos alimentos será preservada, o sabor apurado e oprazo de validade ampliado de forma considerável. Hoje o Vitasopa éfabricado em pasta e tem validade restrita, o que exige grande logística detransporte para sua distribuição.

A parceria com o Centro de Desenvolvimento Agroindustrial do Uni-BH vai permitir também a identificação de outras alternativas de aprovei-tamento de excedentes da produção e comercialização dos hortifruti emMinas, e dar respaldo técnico à implantação de novas unidades industriaisno Estado. A esta parceria, soma-se outra igualmente importante dentrodo espírito do Movimento Minas Solidária: entidades empresariais se uni-ram e passaram a assumir parte dos custos do Programa.

Só entre janeiro e novembro de 2003, o programa Vitasopa produziue distribuiu 16.360 latas de quatro quilos do suplemento alimentar empasta, que renderam mais de 650 mil refeições. Agora, a partir de convê-nio assinado com as secretarias de Desenvolvimento Social, Agricultura eTransportes, vamos ampliar de 17 para 57 os pontos de distribuição noEstado, facilitando a distribuição do produto. Em 2004, já foram fabrica-dos 6.192 latas, totalizando 247.680 refeições.

Utilizando a rede formada por 152 escritórios da EMATER-MG, oprograma passa a contar, também, com assessoria técnica na área de nutri-ção e alimentação, além de apoio para o desenvolvimento de novos produ-tos baseados no aproveitamento de matérias-primas disponíveis e nas neces-sidades nutricionais específicas da população de cada região. É a EMATER-MG reafirmando o seu compromisso com uma Minas sem fome.

Com a ampliação do Vitasopa, o SERVAS, o Governo do Estado eos demais parceiros envolvidos com o programa demonstram que boasidéias devem ser apoiadas e fortalecidas. E acrescentam mais um ingredi-ente importante à receita de Minas para o combate à fome e à desnutrição.Uma receita que soma responsabilidade política, ampla articulação entreGoverno e sociedade e desenvolvimento de ações objetivas e integradaspara reduzir as desigualdades sociais no Estado.

Um passo à frenteno combate à fome

Andréa NevesPresidente do SERVAS

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Andréa Neves