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Existe vida após a morte? EXCLUSIVO - Rabino André Passy e Fernando Bisker, Miami - EUA Vocês sem dúvida já ouviram falar sobre aquelas pessoas que no meio de uma cirurgia entraram em um período de coma e que depois acordaram, narrando suas impressionantes visões, certo?! Ou dos casos de acidentes nos quais uma pessoa "desligou por alguns momentos" e relatou experiências inesquecíveis do "outro mundo". O livro "Vida após a Vida" traz um resumo de 700 casos pesquisados pelo Dr. Remond Moody da Universidade de Virginia, nos EUA, e pela Dra. Elizabeth Kobler-Ross, também norte-americana, do estado de Detroit, renomada psiquiatra que analisa os aspectos psiquiátricos da morte. O livro traz resumos de testemunhos, e pontos em comum nos relatos dos entrevistados. A propósito, os principais pontos apareceram em todos os casos. Sem intersecção de nível social, grupo étnico, ou religião dos entrevistados, todos contavam histórias com os mesmos fatores. Alguns deles traremos a seguir: O TÚNEL ESCURO Muitos dos entrevistados contaram que logo após "morrerem" passaram por um caminho escuro: "Tive a sensação de passar por um vale muito fundo e escuro. A escuridão era tão profunda e impenetrável que eu não conseguia ver absolutamente nada, e, ainda assim, foi a experiência mais maravilhosa e libertadora possível." Este relato lembra o que descreve o livro de Zohar: "Quando a alma sai deste mundo, ela entra na caverna do Machpela (em Hebron, onde estão enterrados Abrão, Isaac, Jacob) porque lá é a porta para o Gan Éden." (Zohar,

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Existe vida após a morte?

EXCLUSIVO - Rabino André Passy e Fernando Bisker, Miami - EUA Vocês sem dúvida já ouviram falar sobre aquelas pessoas que no meio de uma cirurgia entraram em um período de coma e que depois acordaram, narrando suas impressionantes visões, certo?! Ou dos casos de acidentes nos quais uma pessoa "desligou por alguns momentos" e relatou experiências inesquecíveis do "outro mundo". O livro "Vida após a Vida" traz um resumo de 700 casos pesquisados pelo Dr. Remond Moody da Universidade de Virginia, nos EUA, e pela Dra. Elizabeth Kobler-Ross, também norte-americana, do estado de Detroit, renomada psiquiatra que analisa os aspectos psiquiátricos da morte. O livro traz resumos de testemunhos, e pontos em comum nos relatos dos entrevistados. A propósito, os principais pontos apareceram em todos os casos. Sem intersecção de nível social, grupo étnico, ou religião dos entrevistados, todos contavam histórias com os mesmos fatores. Alguns deles traremos a seguir:

O TÚNEL ESCURO

Muitos dos entrevistados contaram que logo após "morrerem" passaram por um caminho escuro: "Tive a sensação de passar por um vale muito fundo e escuro. A escuridão era tão profunda e impenetrável que eu não conseguia ver absolutamente nada, e, ainda assim, foi a experiência mais maravilhosa e libertadora possível." Este relato lembra o que descreve o livro de Zohar: "Quando a alma sai deste mundo, ela entra na caverna do Machpela (em Hebron, onde estão enterrados Abrão, Isaac, Jacob) porque lá é a porta para o Gan Éden." (Zohar,

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Leich Lechá 81,1, Bereshit 57,2)

O SER DE LUZ

O livro traz diferentes testemunhos sobre cada elemento que é citado repetidamente em diversos contextos, cada um com sua linguagem. Traremos aqui um dos elementos mais interessantes da pesquisa. Narra a Dra. Kobler-Ross: "O que é talvez o mais incrível elemento comum dos relatos que estudei, e é certamente o elemento que tem o mais profundo efeito sobre o indivíduo, é o encontro com uma luz muito brilhante. Tipicamente, em sua primeira aparição, a luz é tênue, e rapidamente fica cada vez mais brilhante, até que alcança um brilho extraterreno. Contudo, ainda que essa luz (dita branca ou "clara") seja de um brilho indescritível, muitos fizeram questão de acrescentar que de modo algum dói nos olhos ou ofusca, nem impede de ver outras coisas ao redor (talvez porque a essa altura não tenham 'olhos' físicos para serem ofuscados). Apesar da manifestação inusitada da luz, ninguém expressou qualquer dúvida de que tratasse de um ser, um ser de luz. Descrevem um ser pessoal, com uma personalidade bem estabelecida. O amor e calor que emanam deste ser para as pessoas que estão morrendo estão completamente além das palavras, e elas se sentem completamente rodeadas por eles, completamente à vontade e aceitas na presença deste ser. Sentem uma atração magnética e irresistível por essa luz. Uma

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atração inelutável," conclui a Dra. Ross. Daqui não é tão difícil extrair o óbvio, conforme a interpretação da própria entrevistadora, de que esta luz seria a Divindade. A propósito, a Torá também descreve uma das revelações de D's como uma luz incandescente: "Quando D'us se revelou para Moshe pela primeira vez, este enxergou a D's como um 'fogo do arbusto que não se consumia'." (Shemot, 3,2). Esta luz se vê depois da morte. Pois quando Moshe pediu para ver a Divindade, D'us lhe respondeu: "Pois não me verá um homem, enquanto vivas." (Shemot 33,20). Sobre este versículo, Rabi Dossa deduziu: "Durante suas vidas não verão, mas quando morrerem, então verão." (Bamidbar Raba, Parasha 14). Consta no Zohar também: "No momento em que o homem sai deste mundo (...) antes da alma sair do corpo a alma vê (...) tudo o que explicamos e aqueles que estão próximos devem fechar seus olhos (...) Acontece com toda pessoa, a alma não sai do corpo até que a Shechiná (Presença Divina) se revele para ele, e a alma se despede do corpo com um sentimento de alegria e carinho da Shechiná."

DEPOIMENTOS

Citaremos alguns trechos que nos ensinam sobre o questionamento acerca da vida: "A primeira coisa que Ele me disse, que Ele me perguntou, foi se eu estava pronta para morrer, ou o quê eu tinha feito com minha vida que desejaria Lhe mostrar". "A voz me fez uma pergunta: 'Vale a pena?', e o que Ele queria dizer era se tinha

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válido a pena viver. É muitas vezes óbvio que o Ser Divino pode ver toda a vida do indivíduo e que Ele próprio não necessita dessa informação. Sua única intenção é provocar a reflexão". "Era como se eu estivesse olhando sob a perspectiva do tempo. Era como se a menininha que eu via fosse outra pessoa, como no cinema, uma menininha entre outras crianças brincando ali no parque. Mas era eu. Via-me fazendo coisas, como criança, e eram exatamente as mesmas que eu tinha feito, porque me lembrava delas". "Em alguns casos, conta-se que as imagens são vistas em cores vibrantes, tridimensionais e até em movimento. E, mesmo que estejam perpassando rapidamente, cada imagem é percebida e reconhecida. Até mesmo as emoções e sentimentos associados com as imagens podem ser novamente experimentados". "Alguns dos que entrevistei declaram que, embora não possam explicar adequadamente, tudo o que fizeram estava nessa recapitulação – do mais insignificante ao mais significativo." Não é necessário trazer fontes para esta idéia como consta na Torá – Traremos somente uma citação do Zohar (Naso, pg 126): "Naquela hora, quando a pessoa está deitada, amarrada com a corrente do Rei, eleva seus olhos e vê que se dirigem a ele dois anjos (...) que escrevem tudo o que ele fez no mundo, e tudo o que saiu de sua boca (...) e ele confirma-os, pois o ato que fez aparece perante ele e não sai de sua vista, até a hora em que é julgado naquele mundo."

FORA DO CORPO

Muitos contaram estar vendo de cima o que acontecia neste plano. "Eu podia ver meu próprio corpo todo esbandalhado no carro no meio de toda a gente que se reuniu em torno, mas aquilo não me despertava nenhum sentimento. Era como um

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ser humano totalmente diferente, ou talvez mesmo apenas um objeto (...) Sabia que era meu corpo, mas não sentia absolutamente nada em relação a ele". A Gemará - Talmud - (Shabat) nos dá informações que explicam este fenômeno. "Durante 12 meses (após a morte) o corpo ainda existe, e a sua alma ascende e também descende. Depois de 12 meses, o corpo se desintegra e a alma ascende definitivamente." E no Zohar (Vayehi, 218) disse Rabi Yehuda: "Durante todos os sete dias [logo após o falecimento] a alma vai da sua casa para o seu túmulo, e do túmulo para sua casa, e se enluta pelo corpo. Ela visita sua casa e vê que estão todos tristes, e então se enluta". Este é o motivo pelo qual sentamos shivá (o período de luto de 7 dias) e nos enlutamos sobre a alma do falecido.

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As testemunhas disseram ter encontrado amigos já falecidos, nestes momentos de "quase morte": "Passei por essa experiência quando estava dando à luz uma criança. O parto foi muito difícil e perdi bastante sangue. O médico deu-me por perdida e disse a meus parentes que eu estava morrendo. No entanto, eu estava bem alerta o tempo todo, e mesmo quando o ouvia dizer tudo isso, senti que estava voltando. Neste momento, percebi toda aquela gente que estava lá, parecia quase uma multidão parada em volta do teto do quarto. Eram, todas, pessoas que eu tinha conhecido na minha vida passada, e que tinham morrido. Notei a presença de minha avó e de uma menina que conheci na escola, e muitos parentes e amigos. Parecia ver suas faces em especial e sentir sua presença. Todos pareciam felizes. Era uma ocasião muito feliz, e senti que tinham vindo me proteger e me guiar. Era como se eu estivesse voltando para casa e eles estivessem lá para me saudar ou receber com boas-vindas. Nessa ocasião tive a sensação de que tudo era luz e beleza. Foi um momento lindo e glorioso". Novamente, o que a Dra. Kluber-Ross descobre em sua pesquisa, já nos havia sido revelado muito tempo antes, no Zohar (Haazinu 288): "Consta que na hora de seu falecimento, Rabi Shimon Bar Yochai disse: 'Eis que Rav Hanina, o velho (já falecido) está aqui'. E mais: 'Na hora que o homem morre, lhe é dado licença para ver, e ele enxerga próximo a ele, seus parentes, amigos daquele mundo, e os reconhece. E todos se mostram em suas aparências como eram neste mundo. E se ele é merecedor, todos estão felizes, alegres e lhe cumprimentam com a Benção da Paz...' ". Estamos no período de Lag Baomer, nos preparando para Shavuot, que é por costume virar a noite estudando. Vamos aproveitar esta noite tão especial para nos aprofundar em temas como este, que é um assunto que todos nós teremos, em algum momento, de saber como passar da melhor maneira possível.