Exercícios Literatura (Romantismo)

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EXERCÍCIOS ROMANTISMO 1. (Ufpe 2012) Considere as afirmações abaixo a respeito da produção literária brasileira que prosperou na primeira metade do século XIX. ( ) No Brasil, o Romantismo desenvolveu- se após a Independência. Na Europa, com o ressuscitar do passado, o nativismo explorou figuras e cenas medievais; em nosso país, com o indianismo romanceando as origens nacionais, o mundo indígena foi enfocado com heróis baseados em personagens e ações reais. ( ) José de Alencar, na prosa, criou uma galeria de heróis indígenas que se submetiam voluntariamente ao colonizador. Por exemplo, em O Guarani , Peri é escravo de Ceci e converte-se ao cristianismo, sendo batizado. Em Iracema , a personagem título se submete ao branco Martim, entrega que implica sacrifício e abandono de sua tribo de origem. ( ) Em Ubirajara , narrativa que enfoca uma fase anterior à colonização, Alencar despertou para a falsidade da idílica submissão dos colonizados aos colonizadores, escrevendo: “Foi depois da colonização que os portugueses, assaltando os índios como a feras e caçando-os a dente de cão, ensinaram-lhe a traição que eles não conheciam”. ( ) Gonçalves Dias, que representa o Indianismo na poesia, já nos Primeiros Cantos, tem a consciência do destino atroz que aguardava os tupis com a conquista portuguesa. Na fala do xamã, as predições são assustadoras: “Manitós já fugiram da Taba/ ó desgraça! ó ruína! ó Tupã!” ( ) Gonçalves Dias lamentou a sorte do Novo Mundo, com sua gente vencida e suas terras profanadas. Além do mais, o escritor maranhense, diferentemente de Alencar, dá voz ao nativo: “Chame-lhe progresso, quem do extermínio secular se ufana/ Eu, modesto cantor do povo extinto, /Chorarei os vastíssimos sepulcros”. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: TEXTO VI ADORMECIDA Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. ‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la. Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes. Fazia-lhe ondear as negras tranças! E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despeitada a meio. P’ra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio... Eu, fitando a cena, repetia Naquela noite lânguida e sentida: “Ó flor! – tu és a virgem das campinas! “Virgem! — tu és a flor da minha vida!...” CASTRO ALVES. Espumas flutuantes. In Obra compIeta Rio de Janeiro: Nova Aguar, 1986. p. 124-125. 2. (Uff 2012) Assinale a alternativa INCORRETA em relação à análise do poema de Castro Alves (Texto VI). a) A valorização de elementos da natureza confere sentidos particulares ao poema e indicia sua identificação com propostas estéticas do Romantismo. b) O poema se organiza a partir de um episódio registrado pela memória do sujeito lírico, o que amplia a subjetividade romântica presente em seu discurso. c) O poema se constitui, principalmente, como descrição de uma cena, repleta de elementos românticos, configurando-se de forma plástica e visual. d) O poema é percorrido por um tom melancólico, próprio do Romantismo, empregado pelo poeta para expressar a frustração amorosa do eu lírico. e) O ambiente noturno, privilegiado pelos poetas românticos, contribui, no poema, para o estabelecimento de uma atmosfera de sonho, de calma e de desejo.

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EXERCÍCIOS ROMANTISMO

1. (Ufpe 2012)  Considere as afirmações abaixo a respeito da produção literária brasileira que prosperou naprimeira metade do século XIX.( )  No Brasil, o Romantismo desenvolveu-se após

a Independência. Na Europa, com o ressuscitar do passado, o nativismo explorou figuras e cenas medievais; em nosso país, com o indianismo romanceando as origens nacionais, o mundo indígena foi enfocado com heróis baseados em personagens e ações reais.   

( )  José de Alencar, na prosa, criou uma galeria de heróis indígenas que se submetiam voluntariamente ao colonizador. Por exemplo, em O Guarani, Peri é escravo de Ceci e converte-se ao cristianismo, sendo batizado. Em Iracema, a personagem título se submete ao branco Martim, entrega que implica sacrifício e abandono de sua tribo de origem.  

( )  Em Ubirajara, narrativa que enfoca uma fase anterior à colonização, Alencar despertou para a falsidade da idílica submissão dos colonizados aos colonizadores, escrevendo: “Foi depois da colonização que os portugueses, assaltando os índios como a feras e caçando-os a dente de cão, ensinaram-lhe a traição que eles não conheciam”.  

( )  Gonçalves Dias, que representa o Indianismo na poesia, já nos Primeiros Cantos, tem a consciência do destino atroz que aguardava os tupis com a conquista portuguesa. Na fala do xamã, as predições são assustadoras: “Manitós já fugiram da Taba/ ó desgraça! ó ruína! ó Tupã!”  

( )  Gonçalves Dias lamentou a sorte do Novo Mundo, com sua gente vencida e suas terras profanadas. Além do mais, o escritor maranhense, diferentemente de Alencar, dá voz ao nativo: “Chame-lhe progresso, quem do extermínio secular se ufana/ Eu, modesto cantor do povo extinto, /Chorarei os vastíssimos sepulcros”.  

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:TEXTO VI

ADORMECIDA

Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente.

‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos — beijá-la.

Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia...

Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes. Fazia-lhe ondear as negras tranças!

E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despeitada a meio. P’ra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio...

Eu, fitando a cena, repetia Naquela noite lânguida e sentida: “Ó flor! – tu és a virgem das campinas!“Virgem! — tu és a flor da minha vida!...”

CASTRO ALVES. Espumas flutuantes. In Obra compIeta Rio de Janeiro: Nova Aguar, 1986. p. 124-

125.2. (Uff 2012)  Assinale a alternativa INCORRETA em relação à análise do poema de Castro Alves (Texto VI).a) A valorização de elementos da natureza confere

sentidos particulares ao poema e indicia sua identificação com propostas estéticas do Romantismo.   

b) O poema se organiza a partir de um episódio registrado pela memória do sujeito lírico, o que amplia a subjetividade romântica presente em seu discurso.   

c) O poema se constitui, principalmente, como descrição de uma cena, repleta de elementos românticos, configurando-se de forma plástica e visual.   

d) O poema é percorrido por um tom melancólico, próprio do Romantismo, empregado pelo poeta para expressar a frustração amorosa do eu lírico.   

e) O ambiente noturno, privilegiado pelos poetas românticos, contribui, no poema, para o estabelecimento de uma atmosfera de sonho, de calma e de desejo.   

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS QUESTÕES:A última romântica

Cigarros, isqueiros, copos com drinques coloridos, garrafas vazias - de vodca, do licor de coco Malibu... Às flores, velas, retratos e mensagens de praxe os fãs acrescentaram em frente à casa de Amy Winehouse esses objetos que dão prazer, podem viciar e fazem mal à saúde. Para além da homenagem, era uma forma de participar do universo de excessos da cantora.

É curioso o apelo de Amy num mundo conservador, cada vez mais antitabagista e alerta para os riscos das drogas - um mundo onde vamos sendo ensinados a comprar produtos sem gordura trans e onde até as garotas de esquerda consomem horas dentro da academia.

Numa época em que as pessoas são estimuladas a abdicar de certos prazeres na expectativa de durar bastante, simplesmente para durar, Winehouse fez o roteiro oposto - intenso, autodestrutivo, suicida.

Sob o aspecto clínico, era uma viciada grave, necessitando desesperadamente da ajuda que

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insistia em recusar. Uma de suas canções mais famosas trata exatamente disso.

Amy foi presa fácil do jornalismo de celebridades, voltado à escandalização da intimidade dos famosos (quanto pior, melhor). Foi também, num tempo improvável, a herdeira de Janis Joplin, morta aos 27 em 1970, e de Billie Holiday, morta aos 44, em 1959, ambas por overdose.

Como suas antecessoras, Amy leva ao extremo o éthos romântico - do artista que vive em conflito permanente e se rebela contra o curso prosaico e besta do mundo. Na sua figura atormentada e em constante desajuste, o autoflagelo quase sempre se confunde com o ódio às coisas que funcionam. Numa cultura inteiramente colonizada pelo dinheiro e que convida à idolatria, fazer sucesso parecia uma espécie de vexame e de vileza, o supremo fiasco existencial, contra o qual era preciso se resguardar.

Nisso Amy evoca os gênios do romantismo tardio - Lautréamont, Rimbaud e outros poetas do inferno humano, que tinham plena consciência da vergonha de dar certo.(SILVA, Fernando de Barros e. Folha de São Paulo, 26/07/2011)

3. (Insper 2012)  A relação entre o título e as ideias expostas nesse artigo evidenciam que o autora) pretende mobilizar os jovens de maneira que eles

passem a incorporar hábitos saudáveis em seu cotidiano.   

b) considera que a cantora Amy Winehouse encarnava uma personagem exótica apenas para conquistar a fama.   

c) propõe que a morte de Amy Winehouse deva servir de alerta às celebridades que adotam estilo de vida destrutivo.   

d) tenciona estimular a criação de campanhas que combatam o tabagismo, o alcoolismo e o uso de entorpecentes.   

e) constata que as atitudes autodestrutivas não são exclusivas de artistas do mundo contemporâneo.

4. (Insper 2012)  Considere esta definição:Pressupostos são conteúdos implícitos que decorrem de uma palavra ou expressão presente no ato de fala produzido. O pressuposto é indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, pois decorre, necessariamente, de um marcador linguístico, diferentemente de outros implícitos (os subentendidos), que dependem do contexto, da situação de comunicação.(Adaptado de FIORIN, J. L. O dito pelo não dito. In: Língua Portuguesa, ano I, n. 6, 2006. p. 36-37.)A passagem do texto "A última romântica" em que a palavra sublinhada instaura um pressuposto éa) “... esses objetos que dão prazer, podem viciar e

fazem mal à saúde.”   b) “... era uma forma de participar do universo de

excessos da cantora.”   c) “... onde até as garotas de esquerda consomem

horas dentro da academia.”   d) “Sob o aspecto clínico, era uma viciada grave...”   e) “Como suas antecessoras, Amy leva ao extremo o

éthos romântico...”   

5. (Ufsc 2011)  O cristão repeliu do seio a virgem indiana. Ele não deixará o rasto da desgraça na cabana hospedeira. Cerra os olhos para não ver, e enche sua alma com o nome e a veneração de seu Deus: – Cristo!... Cristo!... Volta a serenidade ao seio

do guerreiro branco, mas todas as vezes que seu olhar pousa sobre a virgem tabajara, ele sente correr-lhe pelas veias uma onda de ardente chama. Assim quando a criança imprudente revolve o brasido de intenso fogo, saltam as faúlhas inflamadas que lhe queimam as faces. [...] Abriram-se os braços do guerreiro adormecido e seus lábios; o nome da virgem ressoou docemente. A juruti, que divaga pela floresta, ouve o ternoarrulho do companheiro; bate as asas, e voa a conchegar-se ao tépido ninho. Assim a virgem do sertão aninhou-se nos braços do guerreiro. Quando veio a manhã, ainda achou Iracema alidebruçada qual borboleta que dormiu no seio do formoso cacto. Em seu lindo semblante acendia o pejo vivos rubores; e como entre os arrebóis da manhã cintila o primeiro raio do sol, em suas faces incendidas rutilava o primeiro sorriso da esposa, aurora de fruído amor. [...] As águas do rio banharam o corpo casto da recente esposa. Tupã já não tinha sua virgem na terra dos tabajaras.ALENCAR, J. de. Iracema. São Paulo: Núcleo, 1993. p. 39-41.A partir da leitura do texto acima e do romance Iracema, e considerando o contexto do Romantismo brasileiro, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).01) Ao seduzir e possuir Iracema, Martim está

consciente dos seus atos, e isso constitui traição tanto aos seus valores cristãos quanto à hospitalidade de Araquém. Quebra-se aqui, portanto, uma importante característica do Romantismo, a idealização do herói, que jamais comete ações vis.   

02) Em Iracema, os elementos humanos e naturais não se mesclam. Nas descrições que faz de Iracema, por exemplo, Alencar evita compará-la a seres da natureza, pois isso seria contrário ao princípio romântico de valorização de uma natureza pura, não contaminada pela presença humana.   

04) A adjetivação abundante (“ardente chama”; “intenso fogo”; “tépido ninho”; “vivos rubores”) é uma importante característica da prosa romântica, que será mais tarde evitada por escritores realistas.   

08) Ao entregar-se a Martim, Iracema deixa de ser virgem e, portanto, não poderia mais ser a guardiã do segredo da jurema; ainda assim continua a sê-lo, só deixando de preparar e servir a bebida quando Caubi descobre sua gravidez e a expulsa da tribo.   

16) Entre as várias manifestações do nacionalismo romântico presentes em Iracema, está o desejo de mostrar o povo brasileiro como híbrido, constituído pela fusão das raças negra, indígena e branca.   

32) Além de indianista, Iracema é também um romance histórico; serve assim duplamente ao projeto nacionalista da literatura romântica brasileira.

6. (Ifsp 2011)  Leia o poema de Francisco Otaviano.

Ilusões da Vida        Quem passou pela vida em branca nuvem,        E em plácido repouso adormeceu;        Quem não sentiu o frio da desgraça,        Quem passou pela vida e não sofreu;        Foi espectro de homem, não foi homem,        Só passou pela vida, não viveu.(SECCHIN, Antonio Carlos. Roteiro da poesia

brasileira – Romantismo. São Paulo: Global, 2007.)

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Este poema pertence à estética romântica porque

a) sugere que o leitor, para ser feliz, viva alienado e distante da realidade.   

b) são explícitas as referências a alguns cânones do Catolicismo.   

c) expõe os problemas sociais que afetavam a sociedade da época.   

d) nele se percebe a vassalagem amorosa, isto é, a submissão do homem em relação à mulher.   

e) sugere que é importante viver, de forma intensa e profunda, as experiências da existência humana.   

7. (Unb 2011)  I-Juca PiramaGonçalves Dias

Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi:Sou filho das selvas,Nas selvas cresci;Guerreiros, descendoDa tribo Tupi.Da tribo pujante,Que agora anda errantePor fado inconstante,Guerreiros, nasci;Sou bravo, sou forte,Sou filho do Norte;Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi.

Aos golpes do imigo,Meu último amigo,Sem lar, sem abrigoCaiu junto a mi!Com plácido rosto,Sereno e composto,O acerbo desgostoComigo sofri.

Meu pai a meu ladoJá cego e quebrado,De penas ralado,Firmava-se em mi:Nós ambos, mesquinhos,Por ínvios caminhos,Cobertos d’espinhosChegamos aqui!

Eu era o seu guiaNa noite sombria,A só alegriaQue Deus lhe deixou:Em mim se apoiava,Em mim se firmava,Em mim descansava,Que filho lhe sou.

Ao velho coitadoDe penas ralado,Já cego e quebrado,Que resta? — Morrer.Enquanto descreveO giro tão breveDa vida que teve,Deixai-me viver!

Não vil, não ignavo,Mas forte, mas bravo,Serei vosso escravo:Aqui virei ter.

Guerreiros, não coroDo pranto que choro:Se a vida deploro,Também sei morrer.

A partir do trecho apresentado, extraído do clássico poema do indianismo brasileiro I-Juca Pirama, julgue os itens a seguir.

a) No contexto da literatura brasileira do século XIX, era incomum o recurso a protagonistas ameríndios em poemas épicos e romances. Especialmente os autores que se filiavam ao romantismo tenderam a dar destaque, nos seus textos a heróis de proveniência europeia, como forma de rejeitar o projeto de uma identidade brasileira, bem como de restaurar os laços com a cultura europeia, que haviam sido cortados desde a independência.

b) O refrão do poema — “Meu canto de morte,/ Guerreiros, ouvi” — remete ao passado do personagem épico I-Juca Pirama, como indica o emprego da forma verbal “ouvi”, flexionada no pretérito do indicativo.

c) Ao utilizar como recurso de composição a narrativa em primeira pessoa do singular, o autor potencializa o apelo romântico do texto, fazendo que o drama do personagem Tupi seja sublinhado pela perspectiva íntima, a partir da qual os fatos são apresentados.

d) Para conferir dramaticidade ao momento de tensão em que o índio Tupi se apresenta à tribo que o aprisionou, o poeta utiliza esquema métrico e rítmico ágil, destacando-se a redondilha maior e as rimas cruzadas.

e) O índio, nesse poema de Gonçalves Dias e nas demais obras do indianismo romântico brasileiro, é representado segundo técnica literária realista, por meio da qual se pretende revelar o índio como legítimo dono das terras e da identidade cultural do país.

f) Verifica-se, nas últimas estrofes apresentadas, que o grande temor do personagem narrador é a morte, apesar de a desdita que a vida reservou a ele e a seu pai ser apresentada em forma de lamento.

g) O movimento romântico brasileiro, do qual o poema I-Juca Pirama é produção exemplar, procurou estabelecer as bases literárias da identidade cultural brasileira, objetivando a superação do cosmopolitismo expresso pela estética neoclássica, característica do Arcadismo.

h) Autores do modernismo brasileiro retomaram o tema do índio moralmente forte como símbolo da nação, como se pode verificar na obra Macunaíma, de Mário de Andrade.

“Onde estás”

        1 É meia-noite... e rugindo

       2 Passa triste a ventania,        3 Como um verbo de desgraça,        4 Como um grito de agonia.        5 E eu digo ao vento, que passa        6 Por meus cabelos fugaz:        7 “Vento frio do deserto,        8 Onde ela está? Longe ou perto?”        9 Mas, como um hálito incerto,        10 Responde-me o eco ao longe:        11 “Oh! minh’amante, onde estás?...”

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                  12 Vem! É tarde! Por que tardas?        13 São horas de brando sono,        14 Vem reclinar-te em meu peito        15 Com teu lânguido abandono!...        16 ’Stá vazio nosso leito...        17 ’Stá vazio o mundo inteiro;        18 E tu não queres qu’eu fique        19 Solitário nesta vida...        20 Mas por que tardas, querida?...        21 Já tenho esperado assaz...        22 Vem depressa, que eu deliro        23 Oh! minh’amante, onde estás?...

        24 Estrela – na tempestade,        25 Rosa – nos ermos da vida,        26 Íris – do náufrago errante,        27 Ilusão – d’alma descrida!        28 Tu foste, mulher formosa!        29 Tu foste, ó filha do céu!...        30 ... E hoje que o meu passado        31 Para sempre morto jaz...        32 Vendo finda a minha sorte,        33 Pergunto aos ventos do Norte...        34 “Oh! minh’amante, onde estás?”

(CASTRO ALVES, A. F. Espumas flutuantes. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. p. 84-85.)

8. (Uel 2011)  Sobre a relação entre o poema e a obra Espumas flutuantes, considere as afirmativas a seguir.

I. Idealização da mulher amada e demonstração emotiva são modos de expressão típicos do poeta, inscrito no Romantismo brasileiro.

II. É um poema à parte de Espumas flutuantes, pois a idealização da mulher é tema fortuito na obra de Castro Alves.

III. O uso abundante de interrogações, exclamações e reticências fortalece seu teor sentimental, marca típica do Romantismo.

IV. Nos versos 16 e 17, o eu-lírico estende seu olhar sentimental, indo do espaço mínimo ao espaço máximo, a fim de expor sua imensa saudade.

Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e II são corretas.   b) Somente as afirmativas II e IV são corretas.   c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.   d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.   e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.   

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:Texto

O “Adeus” de Teresa

        A vez primeira que eu fitei Teresa,        Como as plantas que arrasta a correnteza,        A valsa nos levou nos giros seus...        E amamos juntos... E depois na sala        “Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...                  E ela, corando, murmurou-me: “adeus.”                  Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...        E da alcova saía um cavaleiro        Inda beijando uma mulher sem véus...        Era eu... Era a pálida Teresa!        “Adeus” lhe disse conservando-a presa...          

        E ela entre beijos murmurou-me: “adeus!”                  Passaram tempos... séc’los de delírio        Prazeres divinais... gozos do Empíreo...        ... Mas um dia volvi aos lares meus.        Partindo eu disse – “Voltarei!... descansa!...”        Ela, chorando mais que uma criança,                  Ela em soluços murmurou-me: “adeus!”                  Quando voltei... era o palácio em festa!...        E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra        Preenchiam de amor o azul dos céus.        Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!        Foi a última vez que eu vi Teresa!...                  E ela arquejando murmurou-me: “adeus!”

(CASTRO ALVES, Antonio Frederico. Espumas flutuantes. São Paulo: Companhia Editora

Nacional, 2005. p. 51.)9. (Uel 2011)  Sobre características do estilo de

Castro Alves presentes no poema, considere as afirmativas a seguir.

I. Presença de uma visão erotizada do amor e da mulher.

II. Abandono do tom aclamatório presente nos poemas sobre os escravos.

III. Confirma sua inserção na segunda geração do Romantismo.

IV. Revela influência do sentimentalismo amoroso adulto.

Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.   b) Somente as afirmativas II e III são corretas.   c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.   d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.   e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.    

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