exercicio rosalvo

2
~ Coh~gio Rosalvo Ribeiro dos Santos Djscipliner ProfesSQr(al' [~ R_E_D_A_r:;A_- O_~][ K_a_th_ia __ to: 1 [~sC_:-r_.ie_: _~) (f_l_lr_m_8_: 1[)_8_t_8_: _ A INVEN<::Ao DE HUGO CABARET Do seu esconderijo atnls do rel6gio, Rugp podia ver tudo. Esfregava nervosamente os dedos no caderninho em seu bolso e dizia a si mesmo para tel' paciencia. O.v~lho na loja de brinquedos estava discutindo com a menina. Ela devia tel' a mesma idade de !U,ygQ, e ele freqUentemente a via entrar na loja com urn Iivro de baixo do brayo e desaparecer atnls do baldio Hoje 0 velho parecia agitado. Sera que descobriu que alguns de seus brinquedos sUluiram? Bern, ja nao era possivel fazer nada sobre isso agora. Hqg~ precisava dos brinquedos. 0 velho e a menina discutiram urn pouco mais e, pOI'fim, ela fechou 0 livro e saiu correndo. Felizmente, em poucos minutos 0 velho tinha cruzado os brayos sobre a barriga e fechado os olhos Hugo se arrastou atraves das paredes, saiu pOl'uma entrada de ventilayao e disparou pelo corredor ate alcanyar a loja de brinquedos. Nervoso, esfregou 0 caderninho mais uma vez e entao, cautelosamente, envolveu com a mao 0 brinquedo de corda que desejava. Mas de repente houve urn movimento dentro da loja, eo velho adormecido voltou para a vida. Antes que ltIl!,!gg pudesse correr, 0 velho 0 agarrou pelo brayo. 0 ratinho azul de corda que Il\i.gq tinha apanhado se soltou de sua mao, deslizou pelo balcao e caiu no piso com Ulllestalo .- Ladrao! Ladrao! - gritou 0 velho para 0 corredor vazio. - Alguem chame 0 inspetor da esta<;ao! A men<;ao ao inspetor fez Hugo entrar em panico. Contorceu-se e tentou fugir, mas 0 velho apel1ava seu brayo com foryae nao deixava que ele escapasse.- Ate que enfim te peguei! Agora esvazie os bolsos.:B!,!gg rosnou feito urn cachorro. Estava furioso consigo mesmo pOI' tel' sido apanhado. 0 velho puxou ainda mais, ate tical' praticamente na ponta dos pes. - 0 senhor esta me machucando! - Esvazie os bolsos! Relutante. Hugo tirou, urn a urn, dezenas de objetos dos bolsos: parafusos, pregos e lascas de metal, pOl'cas e cartas de baralho amassadas, pecinhas de relojoaria e rodas dentadas. Mostrou uma caixa de f6sforos esmagada e algumas velinhas. - Falta urn bolso ainda ... - disse 0 velho. - Nao tern nada nele! - Entao coloque ele do avesso. - Nao estou com nada seu! Me solte! - Onde esta 0 inspetor? - gritou 0 velho mais uma vez para 0 corredor. - POI'que ele nunca vem quando e preciso? Se 0 inspetor da estayao aparecesse, com seu uniforme verde, no final do corredor, que tudo estaria acabado. 0 menino se debateu contra 0 velho, mas em vao. POI'tim, enfiou a mao tremula no bolso e de la tirou seu caderninho de papelao surrado. A capa estava lisa de tao esfregada Sem relaxar 0 aperto no bra<;odo menino,o velho Agarrou 0 caderninho, levou-o para longe do alcance de Hugo, abriu e 0 folheou. Uma pagina chamou sua atenyao. - Me devolve isso! E meu! - gritou Hugo. - Fantasmas ...- murmurou 0 velho para si mesmo. - Eu sabia que mais cedo ou mais tarde eles me achariam aqui. Fechou 0 caderninho. A expressao em seu rosto mudava rapidamente, de medo para tristeza, de tristeza para raiva. __ Quem e voce, garoto? Foi voce que fez esses desenhos? !!'!gQ nao respondeu. - Eu perguntei: foi voce que fez esses desenhos? !4g9 rosnou novamente e cuspiu no chao.

description

tarefa de sala

Transcript of exercicio rosalvo

Page 1: exercicio rosalvo

~Coh~gioRosalvo Ribeiro dos Santos

Djscipliner ProfesSQr(al'

[~ R_E_D_A_r:;A_- O_~][ K_a_th_ia __

to: 1 [~sC_:-r_.ie_: _~) (f_l_lr_m_8_: 1[)_8_t_8_: _

A INVEN<::Ao DE HUGO CABARETDo seu esconderijo atnls do rel6gio, Rugp podia ver tudo. Esfregava nervosamente os

dedos no caderninho em seu bolso e dizia a si mesmo para tel' paciencia.O.v~lho na loja de brinquedos estava discutindo com a menina. Ela devia tel' a mesma idade de!U,ygQ, e ele freqUentemente a via entrar na loja com urn Iivro de baixo do brayo e desapareceratnls do baldio Hoje 0 velho parecia agitado. Sera que descobriu que alguns de seus brinquedossUluiram? Bern, ja nao era possivel fazer nada sobre isso agora.Hqg~precisava dos brinquedos. 0 velho e a menina discutiram urn pouco mais e, pOI'fim, elafechou 0 livro e saiu correndo. Felizmente, em poucos minutos 0 velho tinha cruzado os brayossobre a barriga e fechado os olhos Hugo se arrastou atraves das paredes, saiu pOl'uma entradade ventilayao e disparou pelo corredor ate alcanyar a loja de brinquedos. Nervoso, esfregou 0

caderninho mais uma vez e entao, cautelosamente, envolveu com a mao 0 brinquedo de cordaque desejava. Mas de repente houve urn movimento dentro da loja, eo velho adormecido voltoupara a vida. Antes que ltIl!,!gg pudesse correr, 0 velho 0 agarrou pelo brayo. 0 ratinho azul decorda que Il\i.gq tinha apanhado se soltou de sua mao, deslizou pelo balcao e caiu no piso comUlllestalo.- Ladrao! Ladrao!- gritou 0 velho para 0 corredor vazio.- Alguem chame 0 inspetor da esta<;ao!A men<;ao ao inspetor fez Hugo entrar em panico. Contorceu-se e tentou fugir, mas 0 velhoapel1ava seu brayo com foryae nao deixava que ele escapasse.- Ate que enfim te peguei!Agora esvazie os bolsos.:B!,!gg rosnou feito urn cachorro. Estava furioso consigo mesmo pOI'tel' sido apanhado. 0 velho puxou ainda mais, ate tical' praticamente na ponta dos pes.- 0 senhor esta me machucando!- Esvazie os bolsos!Relutante. Hugo tirou, urn a urn, dezenas de objetos dos bolsos: parafusos, pregos e lascas demetal, pOl'cas e cartas de baralho amassadas, pecinhas de relojoaria e rodas dentadas. Mostrouuma caixa de f6sforos esmagada e algumas velinhas.- Falta urn bolso ainda ... - disse 0 velho.- Nao tern nada nele!- Entao coloque ele do avesso.- Nao estou com nada seu! Me solte!- Onde esta 0 inspetor? - gritou 0 velho mais umavez para 0 corredor. - POI'que ele nunca vem quandoe preciso?Se 0 inspetor da estayao aparecesse, com seu uniforme verde, no final do corredor,que tudo estaria acabado. 0 menino se debateu contra 0 velho, mas em vao. POI'tim,enfiou a mao tremula no bolso e de la tirou seu caderninho de papelao surrado. A capa estavalisa de tao esfregada Sem relaxar 0 aperto no bra<;odo menino,o velho Agarrou 0 caderninho,levou-o para longe do alcance de Hugo, abriu e 0 folheou. Uma pagina chamou sua atenyao.- Me devolve isso! E meu! - gritou Hugo.- Fantasmas ... - murmurou 0 velho para si mesmo. - Eu sabia que mais cedo ou mais tardeeles meachariam aqui.Fechou 0 caderninho. A expressao em seu rosto mudava rapidamente, de medo para tristeza, detristeza para raiva.__ Quem e voce, garoto? Foi voce que fez esses desenhos?!!'!gQ nao respondeu.- Eu perguntei: foi voce que fez esses desenhos?!4g9 rosnou novamente e cuspiu no chao.

Page 2: exercicio rosalvo

- De quem voce roubou esse caderno?- Nao roubei.o velho grunhiu e, com urn safanao, soltou 0 brayo de iij;";'g().- Me deixe em paz, entao! Fique longe de mim e da minha loja.Hugo esfregou 0 brayo e deu um pas so atnis, esmagando sem querer 0 rata de corda que tinhacafdo no chao.o velho se arrepiou ao som do brinquedo sendo quebrado Hugo apanhou as peyas fragmentadase as colocoll sobre 0 balcao.- Nao VOllembora sem 0 meu caderno.- Nao e mais 0 sell caderno. E meu, e you fazer com ele 0 que eu quiser.o velho balanyoll no ar a caixa de f6sforos de Hugo.- Talvez eu ponha fogo nele!-Nao!o velho recolhell tudo que caira dos bolsos de Hu,go, incluindo 0 caderninho. Colocoll tudonum lenyo. deu um n6 e 0 cobriu com as maos.- Entao me fale dos desenhos. Quem fez?HiIgo nada disse.o velho deu urn soco com 0 punho no balcao, fazendo tremer todos os brinquedos.- Saiaja daqui, seu ladraozinho!- 0 senhor e 0 ladrao! - gritou Hugo enquanto se virava e safa correndo.o velho gritou alguma coisa au'as dele,mas tudo 0 que Hugo olivia era 0 toque-toque de sellssapatos ecoando pelas paredes da estayao.