Exercício resistido em idosos frágeis: uma revisão da literatura
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7/31/2019 Exerccio resistido em idosos frgeis: uma reviso da literatura
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Fisioter Mov. 2012 abr/jun;25(2):435-43
ISSN 0103-5150Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 2, p. 435-443, abr./jun. 2012
Licenciado sob uma Licena Creative Commons
[T]
Exerccio resistido em idosos frgeis: uma reviso da literatura[I]
Resistance exercise in frail elderly: a literature review
[A]
Lucas Caseri Cmara[a], Carina Corra Bastos[b], Esther Fernandes Tinoco Volpe[c]
[a] Mestrando em Cincias (Fisiopatologia Experimental), Universidade de So Paulo (USP), So Paulo, SP - Brasil, e-mail:[email protected]
[b] Mestranda em Gerontologia Biomdica, Ponticia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS -Brasil, e-mail: [email protected]
[c] Mestranda em Cardiogeriatria pela Universidade Federal de So Paulo (Unifesp), So Paulo, SP - Brasil, e-mail:
[R]
Resumo
Introduo: A sndrome da fragilidade, bastante comum em pessoas de idade avanada, consiste em um
conjunto de sinais e sintomas no qual esto presentes critrios como perda de peso corporal no intencional
em um ano (aproximadamente 5%), diminuio na velocidade da marcha, nveis baixos de atividade sica,
exausto subjetiva e diminuio de fora muscular. Os consequentes efeitos dessas mudanas relacionadas
idade, que incluem sarcopenia, disfuno imunolgica e desregulao neuroendcrina, aumentam a vul-
nerabilidade do organismo ao estresse, reduzindo a habilidade de adaptar, compensar ou modular esses es-
tmulos. Diferentes intervenes tm sido propostas para atenuar esse processo, sendo o exerccio resistido(ER) uma das opes estudadas. Objetivo: Realizar uma reviso bibliogrica averiguando os efeitos dos ER
na isiopatologia da sndrome da fragilidade. Materiais e mtodos: Foi realizada uma reviso bibliogrica
do perodo de 2004 a 2010, por meio das bases de dados LILACS, MEDLINE e PubMed. Resultados: Por
meio das anlises dos estudos, foram observadas alteraes nos sistemas hormonal e imune, atuando de
forma sistmica na reverso ou minimizao dos efeitos da sarcopenia exercendo inluncia positiva na
sndrome da fragilidade. Concluso: O ER deve ser indicado como opo teraputica para idosos frgeis ou
pr-frgeis que no apresentem contraindicaes para realizao desta modalidade de exerccio.[P]
Palavras-chave: Idoso dbil. Levantamento de peso. Terapia por exerccio.
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Abstract
Introduction: Fragility syndrome, very common in elderly people, consists of a set of signals and symptoms in
which is present criteria such as not intentional weight loss (approximately 5%) in a year, reduction in the walk-
ing speed, low physical activity levels, subjective exhaustion and muscular strength reduction. The increasing
effect of these changes related to age, which include sarcopenia, immunity functional disorder and neuroendocri-
nous misconduct, increase the vulnerability of the organism to stress, reducing the ability to adapt, compensate or
modulate these stimuli. Several intervention proposals have been made to attenuate this process, and resistanceexercises (RE) was one of the options studied. Objectives: To evaluate the effects of RE on the physiopathology of
fragility syndrome. Materials and methods: A bibliographic review of the period 2004-2010 was made based
on the data of LILACS, MEDLINE and PubMed. Results: Changes in the hormonal and immune systems were
observed acting in a systemic way by reverting or minimizing the effects of sarcopenia. Conclusion: Resistance
exercises should serve as therapy to those elderly who are fragile and do not present any health problems.[K]
Keywords: Frail elderly. Weight lifting. Exercise therapy.
interveno com exerccios resistidos (ER) e de equi-
lbrio. Segundo recente reviso sistemtica a respeito
das tcnicas convencionais utilizadas na prtica isio-
teraputica (exerccios de equilbrio, lexibilidade,
coordenao, fora e tempo de reao), os autores
concluram que apesar de terem sido encontrados
ganhos signiicativos em relao fora, equilbrio ecapacidade funcional, no foi possvel, com as inter-venes utilizadas, reverter ou impedir a progresso
da fragilidade (8).O ER (caracterizado pela realizao de contraes
musculares contra alguma forma de resistncia, em
geral pesos) vem ganhando destaque na comunidadecientica, por sua segurana e eiccia, mesmo paraindivduos doentes ou debilitados (9, 10). Essa mo-dalidade de exerccios contribui para o aumento damassa e melhora da fora muscular, e atualmenterecomendado por renomadas organizaes como ati-
vidade de promoo de sade (11-13), melhorando a
fora muscular, a capacidade aerbica e o equilbrio,reduzindo e retardando, assim, a fragilidade e a de-pendncia sica (4, 14).
Nos ltimos anos, a consagrao da SF vem sendo
crescentemente descrita por diversos autores. A iden-tiicao dessa sndrome nos idosos, por meio de ins-
trumentos de aplicabilidade mais eiciente, tambmtem sido discutida. Porm, as modalidades de trata-mento para reverter ou minimizar seus efeitos ainda
no tm sido suicientemente publicadas. Os efeitosteraputicos do ER caminham em sentido contrrioao das alteraes degenerativas observadas na fragi-
lidade (15). No entanto, a prtica dessa modalidadede exerccios ainda se apresenta pouco estudada com
Introduo
A sndrome da fragilidade, j consagrada em diver-
sos pases, caracteriza-se por apresentar pelo menos
trs de cinco critrios: diminuio da fora muscu-lar, baixo gasto energtico, diminuio da velocidade
de marcha, perda de aproximadamente 5% do pesocorporal de forma involuntria em um ano e exaus-to subjetiva (1). A base biolgica dessa sndrome
consiste na diminuio da reserva e da resistncia aestresses sicos, caracterizadas por um alto grau devulnerabilidade para incapacidade, comorbidades,
quedas, hospitalizao, institucionalizao e mor-te (1-4). Os aspectos da fragilidade incluem, ainda,reduo na mobilidade, anormalidade na marcha,
fraqueza muscular, tolerncia reduzida ao exerccio,equilbrio instvel, m nutrio e sarcopenia (1, 5).Sua prevalncia nos Estados Unidos de quase 7%na comunidade (1). No Brasil, ainda no temos da-dos epidemiolgicos baseados em instrumentos com
propriedades psicomtricas validadas.A complexidade da fragilidade diiculta a iden-
tiicao de fatores biolgicos que a justiique. Essa
situao agravada pelas mltiplas comorbidadesnormalmente observada em idosos. Os investigado-res supem que as vrias alteraes relacionadas aoenvelhecimento, gentica e doenas contribuem para
a isiologia alterada encontrada na fragilidade. Os
sistemas mais proeminentes em estudos da isiopa-tologia da fragilidade incluem o msculo esqueltico,
endcrino e sistema imunolgico (6).De acordo com Morley et al. (7), assim que diag-
nosticada a sndrome da fragilidade, deve-se iniciar a
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esse termo tem sido estendido perda de fora mus-
cular relacionada com o avanar da idade (16, 17).A prevalncia de sarcopenia de aproximadamen-
te 12% para adultos de 60 a 70 anos de idade, au-
mentando para 30% por volta dos 80 anos de idade.Na maioria dos estudos, o seu desenvolvimento est
fortemente associado elevada incapacidade, desor-dens na marcha e no equilbrio e mortalidade (7).A causa da sarcopenia multifatorial, resultante
de alteraes no sistema nervoso (perda de unidades
motoras alfa), musculares (perda na qualidade e mas-
sa muscular), hormonais (diminuio de hormniosanabolizantes, como testosterona, estrgeno e GH) e
estilo de vida (diminuio da atividade sica) (18).Por meio da prtica regular de exerccios sicos,
dentre os quais os ER se destacam, pode ser vivelprevenir a sarcopenia (19) e melhorar consistente-mente a fora em idosos (20).
Estudos demonstraram aumento da sntese de
protenas mioibrilares musculares em jovens e ido-sos por meio dos ER (19). De acordo com uma revi-so sistemtica sobre intervenes para sarcopenia(15), o ER foi considerado o estmulo mais poderosopara a hipertroia muscular, quando comparado aosexerccios contnuos. Os autores citam, ainda, que
em comparao a sujeitos jovens, o ER em pessoasidosas produz aumento de fora menor em termosabsolutos, mas similares em termos relativos. Ganhos
de 5-10% na rea de seo transversal muscular
acompanhada por aumento de 20% a 100% na foramuscular, dependendo do grupo de msculos, devem
ser expectativas razoveis de um regime apropriadode exerccios (21).
Um estudo utilizando 25 idosos saudveis e 26
adultos jovens veriicou uma diminuio da fora mus-
cular e da expresso gentica mitocondrial (maior
fator contribuinte da sarcopenia) dos idosos em re-lao aos jovens. Os indivduos jovens apresentaram,
inicialmente, um pico de torque 59% maior que os
idosos saudveis e, aps seis meses de treinamento
resistido, essa diferena diminuiu para 38%. Por meiode bipsia no vasto lateral dos indivduos, observou--se tambm uma modiicao no peril de expressogentica mitocondrial (jovializao desse peril) nosmsculos dos idosos saudveis submetidos a treina-mento resistido (22). Embora a resposta hipertroia
seja reduzida em idosos, ocorre um aumento na qua-lidade muscular (performance muscular) de maneira
similar entre homens idosos e jovens; porm, pode
ser maior em mulheres jovens do que em idosas (23).
relao a essa sndrome especiicamente. Alguns es-tudos associam efeitos dos exerccios nos resultados
adversos de idosos com sndrome da fragilidade, mas
especiicamente a sua inluncia na isiopatologia no
tem sido discutida com maior profundidade, fato que
fomentou a realizao deste estudo. Assim, o objetivo
desta reviso foi reunir os estudos que apontaram osefeitos da prtica regular dos ER nas caractersticasisiopatolgicas da sndrome da fragilidade: sarcope-
nia, disfuno neuroendcrina e imunolgica, bem
como buscar um modelo possivelmente adequado
para prescrio nesta populao.
Mtodos
Foi realizado um levantamento literrio de es-
tudos nacionais e internacionais que se referem
ao tema, encontrados nas bases de dados LILACS,
MEDLINE e PubMed com publicao entre os anosde 2004 e 2010. Esta seleo foi feita em virtude dofato de a sndrome da fragilidade ter sido descrita de
forma mais consistente (critrios de deinio maiscompatveis com os da atualidade) nos estudos a
partir de 2004. Foram considerados, pelos autores,aqueles estudos que relacionavam a inluncia do
exerccio resistido nas caractersticas isiopatolgicas
encontradas em idosos com SF. Para tanto, foram uti-
lizadas para a pesquisa as seguintes palavras-chave
(na lngua portuguesa e inglesa): idosos, fragilidade,exerccio resistido, sarcopenia, disfuno neuroend-
crina e imunolgica.Dentre as referncias encontradas, foram sele-
cionados 40 artigos julgados relevantes, incluindo
estudos experimentais e revises. A busca dos peri-
dicos completos foi realizada nos portais cienticosde revistas eletrnicas Portal da pesquisa, SIBI,
e OVID. J a pesquisa por trabalhos completos foifeita nas Bibliotecas da Faculdade de Medicina da Uni-
versidade de So Paulo e na Ponticia Universidade
Catlica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Resultados
Exerccios resistidos e sarcopenia
Sarcopenia, termo proposto por Rosenberg em
1989, refere-se especiicamente perda de massa
muscular associada ao envelhecimento. No entanto,
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em contraste aos exerccios intensos, que podem
aumentar o risco de infeco no trato respiratrio
superior (30).Tambm tem sido reportado que exerccios inten-
sos de durao moderada (< 60 min) e intensidade(< 60% do VO mx.) so associados com menores per-
turbaes e menos estresse ao sistema imune do quesesses de exerccios prolongadas e de alta intensi-dade (30). Outro estudo mostrou que a liberao decortisol, potencialmente deletria se encontrada emexcesso, parece estar relacionada intensidade e durao do exerccio. Exerccios contnuos que exi-gem um alto consumo de oxignio (VO mx. > 60%)podem levar a uma leucocitose por um perodo curto
imediatamente aps o exerccio (32).J em um estudo que avaliou os efeitos do exer-
ccio resistido nos linfcitos totais, CD4+ e CD8+, de15 idosas que realizaram exerccios resistidos com
cargas de 50% e 80% de 1 repetio mxima RM(carga mxima que pode ser levantada de uma nica
vez de forma aceitvel), observou-se que este tipo de
exerccio no foi capaz de causar alteraes orgnicas
nos indivduos idosos (33). Em uma pesquisa envol-vendo 38 mulheres idosas saudveis submetidas a
um treinamento de fora durante 12 meses, no senotou nenhuma alterao em seus parmetros imu-nolgicos (34).
Sabe-se que o processo de envelhecimento
acompanhado por signiicativas mudanas hormo-
nais. Em particular, ocorre um importante aumentona resistncia insulina medida que o indivduo
envelhece com signiicante relevncia clnica, por ser
considerada como um fator de risco para vrias doen-
as relacionadas ao envelhecimento e estar relacio-nada a vrios componentes individuais da sndromeda fragilidade (35, 36, 2).
O exerccio sico promove aumento da sensibili-dade insulina e esse benecio pode ser observadotanto com o exerccio aerbio como com o exerccioresistido (37). Apesar desse claro benecio, h situa-
es em que o exerccio agudo no melhora a sensibi-lidade insulina e pode at pior-la. A sensibilidade
insulina est diminuda aps a corrida de maratona,assim como aps exerccio extenuante e excntrico,como correr numa ladeira. Uma provvel explicaopara esse fato a utilizao aumentada e contnua
de cidos graxos como combustvel muscular (37).As reservas de testosterona so mais baixas em
idosos (23) e os baixos nveis desse hormnio consti-
tuem uma importante causa de sarcopenia, podendo,
Os ganhos na fora muscular podem ser obser-
vados nas primeiras semanas, sendo atingido um
plat por volta de 5-6 meses. Esses ganhos na forareletem adaptaes neurais e musculares, com hi-pertroia de ibra muscular, tornando-se dominantecom durao de treino prolongado (24).
Vrios estudos demonstram ganho de percen-tagem similar de fora entre participantes idosos
e jovens, enquanto outros tm mostrado que o au-
mento na percentagem de fora menor para idosos
quando comparados a adultos jovens. Estudos adi-cionais sugerem que o efeito da idade na adaptaoda fora pode ser inluenciado pelo sexo, durao dotreinamento e/ou por grupos musculares especicos
examinados (23).Em um estudo com homens e mulheres frgeis da
comunidade que realizaram um programa de exer-ccios resistidos de baixa a moderada intensidade,
observou-se aumento na fora muscular isocinticae aumento na massa magra local e total (25).
Exerccios e disfuno neuroendcrina
e imunolgica
Estudos epidemiolgicos demonstram que a fun-
o imune, a qual se encontra prejudicada no enve-lhecimento, contribui para o aumento da susceptibi-
lidade a infeces e, tambm, est associada a vrias
causas de mortalidade (26, 27). O exerccio sico (es-pecialmente o moderado) (28), considerado como
um prottipo de estresse que pode ser controlado
experimentalmente, induz melhora signiicativa nosistema imune e pode ser particularmente benicopara aquelas pessoas com a resposta imunolgica
deiciente, como os idosos frgeis (27).As clulas do sistema imune que mostram mais
resposta aos efeitos do exerccio intenso e prolonga-do, tanto em termo de nmero como de funo, soas clulas NK, neutrilos e macrfagos (29, 30). Um
estudo comparou idosos que se exercitam e idosossedentrios, com o objetivo de observar se o treina-mento cardiovascular poderia melhorar a respostaimune na vacinao do vrus inluenza. O grupo exer-
citado apresentou resposta aumentada de anticorpos
para vacinao em relao ao outro grupo, porm no
foram observadas diferenas entre os grupos quanto
s clulas mediadoras para resposta imune (31).O exerccio sico moderado e regular tende a re-
duzir sintomas de infeces do trato respiratrio,
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- A velocidade de movimento deve levar de doisa trs segundos para levantar o peso (contra-o concntrica) e de quatro a seis segundospara baixar o peso (contrao excntrica);
- A durao de uma sesso de treinamento deveser em torno de 40 minutos.
Um treinamento resistido com frequncia de, pelo
menos, duas vezes por semana prov um mtodo
seguro e efetivo na melhora da fora e resistncia
muscular. Recomenda-se que 8-10 exerccios sejamrealizados em dois ou mais dias no consecutivos
por semana, sendo utilizando os maiores grupos
musculares (12).Os exerccios devem ser dinmicos, e no estti-
cos, englobando os maiores grupos musculares do
corpo e utilizando tanto movimentos concntricos
(levantando e empurrando) quanto excntricos (sua-
ves e controlados no retorno). Os grupos muscula-res de membros inferiores como os extensores dejoelho e quadril, lexores de joelho, dorsilexores e
lexores plantares devem ser priorizados, uma vezque so crticos para mobilidade, equilbrio e pre-
veno de quedas (24).Existem algumas recomendaes para um treina-
mento resistido como realizar mnimo de 1, preferen-
cialmente 2-3 sries por exerccios com 1-2 minutosde descanso entre elas; frequncia de 1-3 dias por
semana, com mnimo de 48 horas de descanso entre
as sesses; respirao normal durante as repeties(no prender a respirao para evitar realizar a ma-nobra de Valsalva - expirao forada contra a glotefechada) (24).
H algumas consideraes controversas em rela-o utilizao de procedimentos de triagem antesde iniciar programas de exerccios vigorosos, comotestar exerccios. O Colgio Americano de Medicinado Esporte recomenda testar exerccios de sinto-
mas limitados antes de realizar exerccios vigorosos(> 60% VO mx.) em homens com idade 45 anos e
em mulheres 55 anos, em pessoas com dois ou maisfatores de risco cardaco, em indivduos com quais-quer sinais/sintomas de doena arterial coronariana,
ou aqueles com doenas cardacas, pulmonares ou
metablicas (12).Indivduos sintomticos ou aqueles com quais-
quer doenas cardiovasculares, diabetes, outra do-
ena crnica ou com alguma recomendao mdi-
ca, devem consultar um mdico antes de iniciar umprograma de atividades vigoras e/ou intensas (12).
por essa razo, contribuir para o desenvolvimento da
fragilidade em homens idosos (38).Uma resposta acurada de testosterona total e
testosterona livre em relao a exerccios resistidos atenuada em idosos (23). Nem um curto perodode treinamento resistido de 10-12 semanas nem um
perodo maior de 21-24 semanas produz um aumentona concentrao de testosterona livre e testosteronatotal (23).
Os efeitos do treinamento resistido em uma va-riedade de diferentes hormnios tm sido bastanteestudados nos ltimos anos, porm, a natureza exata
dessa relao ainda no est bem compreendida (23).
Orientaes para exerccio resistido
em idosos frgeis
Em geral, a fragilidade no contraindicao para
exerccio, embora modalidades especicas possam
ser alteradas para acomodar indivduos com inca-
pacidade. A idade tambm no representa fator deimpedimento para melhora da funo muscular com
exerccios resistidos, apresentando melhora compa-
rvel quela observada em adultos jovens (nesses,
pode ser maior em funo do descondicionamentonos idosos) (23, 24).
Um aumento da fora muscular aps um trei-
namento de exerccio resistido tem sido mais bem
documentado em estudos que utilizaram medidasde 1RM ou 3RM quando comparado com medidas
isomtricas ou isocinticas. No entanto, apesar de
segura, esta prtica no utilizada rotineiramente
em razo do potencial de leso osteomioarticular
e da incapacidade dos idosos em realizarem fora
mxima, icando a aproximao sucessiva das cargas
mais exequvel (10). Estudos documentam que ido-sos podem ter sua fora elevada signiicativamenteaps um treinamento resistido, com porcentagem
variando de menos de 25% para mais de 100% (23).
Os componentes de uma prescrio de exercciosresistidos dinmicos incluem (24):
- Arco de movimento completo (ou mxima am-plitude alcanada sem dor) de um exerccio;
- Sries de repeties (8-12 repeties por s-rie) sem interrupo;
- A carga utilizada pode ser determinada pelaaproximao sucessiva ou, at mesmo (menos
utilizada), pela porcentagem de 1RM;
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de exerccios resistidos dinmicos, com frequncia
semanal de trs vezes e durao de seis meses. Como
principais resultados, foram veriicadas diferenas
signiicativas em relao ao %GC, acompanhadas deuma reduo linear na presso arterial mdia (PAM)
e FC, indicando uma melhora em importantes par-
metros morfofuncionais, o que ratiica a importnciada associao dos exerccios aerbicos e resistidos
para a obteno de resultados positivos.
Consideraes finais
Os idosos constituem uma populao bastante
heterognea; apesar de a maior parte deles ser ca-paz de realizar suas atividades de vida diria, umapequena parcela constituda por idosos frgeis que
representam os maiores usurios do sistema de sa-
de, ocupando a maior parte dos leitos destinados aessa faixa etria e ainda utilizando-os por mais tem-po. As principais caractersticas apresentadas pelosidosos com sndrome da fragilidade so: sarcopenia,
distrbios neuroendcrinos e desregulao do sis-
tema imune.A atividade sica amplamente discutida na lite-
ratura mundial referente a pessoas idosas, e os au-tores apontam benecios gerados pela sua prtica
na qualidade de vida e funcionalidade dessa popu-lao. O presente estudo se props a coletar infor-
maes a respeito dos efeitos do exerccio resistidona populao idosa frgil. O treinamento resistido
regular eicaz para reverter ou minimizar os efei-tos da sarcopenia. O exerccio resistido pode levar
a um aumento de determinados hormnios sexuaisresponsveis pela manuteno do sistema musculo-esqueltico. Os exerccios de curta durao (como
exerccios com carga) aumentam menos a concentra-
o de cortisol no plasma, comparados aos exerccios
de longa durao. Os exerccios resistidos no so
realizados por um perodo prolongado sem descan-
so e representam uma categoria mais segura paraaqueles indivduos que tem o sistema imune preju-dicado. O exerccio sico extenuante pode suprimira atuao do sistema imune, ao passo que exercciosmoderados estimulam o sistema imune e podem serum tanto responsveis pela relao dos exerccios e a
reduo de doenas, podendo oferecer alguma pro-teo contra malignidades, diminuindo ou evitandoalteraes isiolgicas apresentadas por idosos comsndrome da fragilidade.
Embora a habilidade repetida de produzir foramuscular em um extenso perodo possa determinar a
variao entre os limites de independncia funcional
de um idoso, os efeitos do treinamento resistido naresistncia muscular so relativamente pouco estuda-
dos. O aumento da fora muscular, secundria a adap-
taes neurolgicas, metablicas e hipertroia, podeexplicar o aumento da resistncia muscular (23).
Outras pesquisas envolvendo
exerccios resistidos em idosos
Embora poucos estudos sobre os efeitos da pr-tica regular dos ER em populao de idosos frgeistenham sido encontrados na literatura selecionada,diversos estudos apresentam importantes benecios
desta prtica em indivduos senescentes.
Mapeando a importncia e eiccia desta moda-lidade, um elegante estudo realizado por Silva et al.(39) com 61 idosos do gnero masculino, com ida-des entre 60 e 75 anos, teve como objetivo avaliar oequilbrio, a coordenao e a agilidade desses indiv-
duos. Assim, os participantes foram designados alea-toriamente para um grupo de exerccios resistidos
com carga progressiva (n = 39) ou para um controlesubmetido a exerccios sem carga (n = 22), e avalia-dos aps o trmino do treinamento, pela Escala deEquilbrio de Berg, pelo Teste de Tinetti e pelo Timed
Up & Go. Comparando-se os dois grupos, veriicou-seum melhor desempenho estatisticamente signiicante
para o grupo experimental em relao ao controle
para os testes Timed Up & Go. (p = 0,02), Tinetti Total
(p = 0,046) e Tinetti marcha (p = 0,029). Dessa for-ma, o treinamento resistido mostrou-se favorvel na
melhora dos desempenhos funcionais e motores deidosos (39).
Em outro estudo, Krinski et al. (40) objetivaramavaliar os efeitos do exerccio aerbio e resistido
no peril antropomtrico e respostas cardiovascu-
lares de idosos portadores de hipertenso arterial(HA). A amostra do estudo foi composta de 53 indi-vduos de ambos os sexos, todos sedentrios, com
idade de 64,28 4,7 anos. Assim, foram analisadosos nveis de presso arterial (PA), frequncia cardaca
(FC), peso corporal (kg), IMC e percentual de gordura
corporal (%GC), antes, durante e aps seis meses deexerccios combinados. O protocolo de treinamentofoi composto por uma sesso de exerccios, divididaem 20 minutos de atividade aerbia e 40 minutos
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Considerando-se as evidncias apresentadas, e
conforme recomendao de entidades reconhecidas
nacional e internacionalmente (Sociedade Brasileira
de Medicina do Exerccio e do Esporte, e AmericanCollege of Sports Medicine), o treinamento resistido,
associado a exerccios aerbios e de alongamento,
deve ser includo ao menos em duas sesses semanaisem uma prescrio de exerccios visando promoo
da sade e melhora da aptido sica em indivduos
idosos (10, 23).
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