Exames epoca1 mip2 2012 correcao (2)

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PSYCHOLOGICAL SCIENCE Os Adultos Nem Sempre Sabem Mais Short report Crianças do pré-escolar usam precisão anterior mais do que idade na aprendizagem de novas palavras. Vikram K. Jaswasl e Leslie A. Neely As crianças aprendem muito do que sabem – de palavras às suas datas de nascimento ao fato de que a terra é redonda – a partir do que os outros lhes dizem. Mas algumas pessoas são melhores informantes do que outras. Uma maneira com que as crianças podem estimar a credibilidade de um locutor é avaliando o grau de precisão dessa pessoa no passado. Mesmo crianças em idade pré- escolar preferem aprender palavras novas de um adulto que nomeou objetos corretamente no passado do que de um outro que nomeou objetos incorretamente (Koenig, Clement & Harris, 2004). As crianças podem também fazer predições a partir da pertença da pessoa a um determinado grupo. Por exemplo, crianças de 4 anos esperam que um adulto desconhecido, mas não necessariamente uma criança desconhecida, saiba o significado da palavra hipocondríaco (Taylor, Cartwright, & Boden, 1991). Qual destas duas pistas de credibilidade do locutor – precisão ou idade – são consideradas mais relevantes por crianças com 4 anos de idade? 1. Analisa este artigo curto, identifica o objetivo do estudo e propõe uma hipótese coerente com a literatura citada. O objetivo do estudo é o de avaliar qual de dois aspetos da credibilidade do locutor (a sua idade ou o seu grau de precisão no passado) é mais relevante na transmissão de informação aprendida por crianças de 4 anos (participantes). Tendo em conta os dois fatores a investigar uma hipótese possível é de que quando o adulto é um locutor preciso (ou criança e adulto são precisos) os participantes aprendem mais com o adulto, mas quando a criança locutora é precisa e o adulto locutor não, os participantes aprendem mais com a criança.________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________ 2. Propõe um plano de investigação para testar a hipótese, referindo nomeadamente a tarefa a propor aos participantes (justificando porque é adequada para o teste da hipótese) e o aspeto de quem selecionar em termos de participantes (justificando a opção tomada). Tratando-se de um estudo para avaliar duas VI (idade e Precisão), proponho manipular a informação apresentada aos participantes que são confrontados numa primeira fase com informação dada por um adulto e uma criança que são ambos precisos, ambos imprecisos ou apenas um deles é preciso (4 condições). Numa segunda fase, estes locutores apresentam o nome de 6 objetos desconhecidos e avalia-se o número de palavras aprendidas pelos participantes em cada uma das 4 condições em função de cada locutor (criança ou adulto). Para realizar a experiência as duas VI seriam manipuladas inter-sujeitos, ficando cada participante apenas numa condição. Dada a natureza do estudo escolheria uma amostra de conveniência de crianças de 4 anos de idade a frequentar o ensino pré-escolar numa mesma área, num total de 120 participantes (30 por cada condição experimental). ___________________________________________

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PSYCHOLOGICAL SCIENCE

Os Adultos Nem Sempre Sabem Mais Short report

Crianças do pré-escolar usam precisão anterior mais do que idade na aprendizagem de novas palavras. Vikram K. Jaswasl e Leslie A. Neely

As crianças aprendem muito do que sabem – de palavras às suas datas de nascimento ao fato de que a terra é redonda – a partir do que os outros lhes dizem. Mas algumas pessoas são melhores informantes do que outras. Uma maneira com que as crianças podem estimar a credibilidade de um locutor é avaliando o grau de precisão dessa pessoa no passado. Mesmo crianças em idade pré-

escolar preferem aprender palavras novas de um adulto que nomeou objetos corretamente no passado do que de um outro que nomeou objetos incorretamente (Koenig, Clement & Harris, 2004). As crianças podem também fazer predições a partir da pertença da pessoa a um determinado grupo. Por exemplo, crianças de 4 anos esperam que um adulto desconhecido, mas não necessariamente uma criança desconhecida, saiba o significado da palavra hipocondríaco (Taylor, Cartwright, & Boden, 1991). Qual destas duas pistas de credibilidade do locutor – precisão ou idade – são consideradas mais relevantes por crianças com 4 anos de idade? 1. Analisa este artigo curto, identifica o objetivo do estudo e propõe uma hipótese coerente com a

literatura citada.

O objetivo do estudo é o de avaliar qual de dois aspetos da credibilidade do locutor (a sua idade ou o seu

grau de precisão no passado) é mais relevante na transmissão de informação aprendida por crianças de

4 anos (participantes). Tendo em conta os dois fatores a investigar uma hipótese possível é de que

quando o adulto é um locutor preciso (ou criança e adulto são precisos) os participantes aprendem mais

com o adulto, mas quando a criança locutora é precisa e o adulto locutor não, os participantes aprendem

mais com a criança.________________________________________________________________________________________

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2. Propõe um plano de investigação para testar a hipótese, referindo nomeadamente a tarefa a propor

aos participantes (justificando porque é adequada para o teste da hipótese) e o aspeto de quem

selecionar em termos de participantes (justificando a opção tomada).

Tratando-se de um estudo para avaliar duas VI (idade e Precisão), proponho manipular a informação

apresentada aos participantes que são confrontados numa primeira fase com informação dada por um

adulto e uma criança que são ambos precisos, ambos imprecisos ou apenas um deles é preciso (4

condições). Numa segunda fase, estes locutores apresentam o nome de 6 objetos desconhecidos e avalia-se

o número de palavras aprendidas pelos participantes em cada uma das 4 condições em função de cada

locutor (criança ou adulto). Para realizar a experiência as duas VI seriam manipuladas inter-sujeitos,

ficando cada participante apenas numa condição. Dada a natureza do estudo escolheria uma amostra de

conveniência de crianças de 4 anos de idade a frequentar o ensino pré-escolar numa mesma área, num

total de 120 participantes (30 por cada condição experimental). ___________________________________________

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3. Apresenta um quadro de resultados adequado que apoie a hipótese formulada e indica o cálculo

do respetivo tamanho do efeito utilizando o índice d de Cohen.

Quadro 1 – Média de palavras recordadas (desvio-padrão) por condição e locutor

N Locutor Criança Locutor Adulto Cálculo do tamanho do efeito na primeira condição: d= (5.5 – 3.5) / 1.2 Ou seja a diferença entre as médias de palavras recordadas do locutor criança e do locutor adulto a dividir pelo desvio-padrão global.

Criança e Adulto precisos * 30 3.5 (1.1) 5.5 (1.3)

Só Adulto preciso * 30 2.0 (1.3) 5.5 (1.2)

Só Criança precisa * 30 4.5 (1.1) 2.1 (1.1)

Criança e Adulto imprecisos

30 2.1 (1.2) 2.0 (1.1)

* Diferenças significativas entre palavras por locutor

4. Considere que o poder de teste do estudo é de 45% para α=.01. O que é que isso significa

concretamente no presente estudo? Como poderia aumentar o poder de teste tendo em conta o

tamanho do efeito? Isto significa que para o tamanho do efeito encontrado e para a amostra considerada, a um nível de

significância α=.01, a probabilidade de aceitar que na população não há diferenças significativas de

recordação em função da credibilidade do locutor (i.e. prob. de aceitar Ho quando esta é falsa; erro de tipo

II) é de 55%. Para aumentar o poder de teste tendo em conta o tamanho do efeito deveria aumentar o

contraste entre as condições para que o tamanho do efeito fosse maior. Por exemplo, poderia apresentar

locutores totalmente precisos vs. locutores totalmente errados no passado._________________________________

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5. Reveja o texto seguinte da introdução de um artigo, produzindo uma versão melhorada e

justificando as suas opções de edição [indica nº palavras final].

Segundo Johnson & James (2003), os resultados experimentais na sua investigação permitem provar que “o programa de recompensas/estímulo por objetivos pré-fixados conduz a ganhos de motivação dos trabalhadores nas tarefas que apresentam maior grau de complexidade relativa, nomeadamente no âmbito da redução do tempo despendido em atividades não conducentes ao alvo

formulado” (Johnson et al., 2003, p.421). Este programa não constitui na nossa opinião um estratagema que possa aplicar-se a todas situações contextuais, até porque os resultados do estudo melhor controlado de Peters (2004) demonstram que o esquema não conduz a resultados favoráveis em tarefas com elevado grau de criatividade. [100 palavras]

Programas de recompensas por objetivos pré-fixados aumentam a motivação dos trabalhadores em tarefas

mais complexas (Johnson & James, 2003). Em particular, observa-se menos tempo despendido em

atividades não relevantes. No entanto, estes resultados não parecem generalizáveis a todos os contextos,

nomeadamente em tarefas com muito criativas (Peters, 2004). [48 palavras]. Na edição do texto tornou-

-se cada frase mais curta (menos de 20 palavras) e só com uma ideia. As citações passaram para entre

parêntesis para salientar o estudo e não os autores. A informação na segunda frase foi parafraseada (em

vez de uma citação direta). Na terceira frase eliminou-se ainda a linguagem mais coloquial e os viés de

opinião pessoal, tornando a frase mais factual.____________________________________________________________