Gentileza Para Gabriel Chalita, jovem e emérito educador paulista, autor do livro Gentileza.
Ex 3, 1-8ª. 13-15 - Salmo Responsorial: Sl 102(103) · Emérito de Blumenau (SC), fala-nos sobre a...
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José Antonio Pagola
Trad. Antonio M. A. Perez
1ª Leitura: Ex 3, 1-8ª. 13-15 - Salmo Responsorial: Sl 102(103)
2ª Leitura: 1Cor 10, 1-6.10-12 - Evangelho: Lc 13, 1-9
Ano I - Nº 27 02 a 08 de Março de 2013
Em: http://eclesalia.wordpress.com/2013/02/27
Mas é realista. Jesus sabe bem que Deus não pode mudar o mundo sem que nós mudemos. Por isso se esforça em
despertar nas pessoas a conversão: “Convertei-vos e acreditai nesta Boa Nova”. Esse empenho de Deus em fazer um
mundo mais humano será possível se respondemos acolhendo o Seu projeto.
Vai passando o tempo e Jesus vê que as pessoas não reagem à chamada como seria o Seu desejo. São muitos os que
vêm escutá-Lo, mas não chegam a abrir-se ao “Reino de Deus”. Jesus vai insistir. É urgente mudar antes que seja tarde.
Em certa ocasião conta uma pequena parábola. Um proprietário de um terreno tem plantado uma figueira no meio da
sua vinha. Ano após ano, vem à procura de fruto nela e não o encontra. A sua decisão parece a mais sensata: a figueira
não dá fruto e está a ocupar inutilmente um terreno, o mais razoável é corta-la.
Mas o encarregado da vinha reage de forma inesperada. Porque não deixa-la, todavia? Ele conhece aquela figueira, viu-
a crescer, cuidou-a, não a quer ver morrer. Ele mesmo lhe dedicará mais tempo e mais cuidados, para ver se dá fruto.
O relato interrompe-se bruscamente. A parábola fica aberta. O dono da vinha e o seu encarregado desaparecem de
cena. É a figueira que decidirá sua sorte final. Entretanto, receberá mais cuidados que nunca desse vinhateiro que nos faz
pensar em Jesus, “O que veio procurar e salvar o que estava perdido”.
O que necessitamos hoje na Igreja não é só introduzir pequenas reformas, promover o “aggiornamento” ou cuidar da
adaptação aos nossos tempos. Necessitamos de uma conversão a nível mais profundo, um “coração novo”, uma resposta
responsável e decidida à chamada de Jesus a entrar na dinâmica do Reino de Deus.
Temos de reagir antes que seja tarde. Jesus está vivo no meio de nós. Como o encarregado da vinha, Ele cuida das
nossas comunidades cristãs, cada vez mais frágeis e vulneráveis. Ele alimenta-nos com o Seu Evangelho, sustenta-nos com
o Seu Espírito.
Temos de olhar o futuro com esperança, ao mesmo tempo que vamos criando esse clima novo de conversão e
renovação que necessitamos tanto e que os decretos do Concilio Vaticano não puderam até agora consolidar na Igreja.
Já tinha passado bastante tempo desde que Jesus havia se apresentado na sua terra
de Nazaré como Profeta, enviado pelo Espírito de Deus para anunciar aos pobres a Boa
Nova. Continua a repetir incansável a sua mensagem: Deus está já próximo, abrindo
caminho para fazer um mundo mais humano para todos.
Com gratidão e perseverança colocamos em suas mãos
nosso IPDM nº 27. Numa semana atípica para toda a Igreja,
na qual nos deparamos com o último dia do papado de
Bento XVI após ter anunciado sua renuncia, nosso
informativo traz reflexões sobre esta questão que poderão
nos ajudar a compreender melhor os últimos
acontecimentos.
Leonardo Boff, (pg. 2-3) com toda maturidade e
sapiência que lhes são característicos, faz um apanhado da
história da Igreja de modo a nos mostrar a necessidade
premente que temos de amadurecer na fé, na eclesiologia e
na visão que temos dos homens que ocupam os mais altos
postos na hierarquia eclesial. Importante observar o amor
demonstrado à Igreja por este teólogo.
Dom Angélico Sândalo Bernardino (pg. 4) bispo
Emérito de Blumenau (SC), fala-nos sobre a nova condição
de Bento XVI, que ao renunciar, torna-se bispo Emérito de
Roma e nos leva a refletir sobre sua atitude profética e
generosa em favor da Igreja.
Sobre os jovens, que este ano estarão reunidos com o
novo Papa durante e Jornada Mundial da Juventude a ser
realizada no Rio de Janeiro, José Lisboa Moreira de
Oliveira, nos propõe uma séria reflexão sobre o futuro da
juventude no mundo, e na Igreja. (pg. 5)
Comentando o Evangelho deste domingo, o 3º da
Quaresma, José Antonio Pagola (pg. 1) nos faz enxergar:
“O que necessitamos hoje na Igreja não é só introduzir
pequenas reformas, promover o “aggiornamento” ou
cuidar da adaptação aos nossos tempos. Necessitamos de
uma conversão a nível mais profundo, um “coração novo”,
uma resposta responsável e decidida à chamada de Jesus
a entrar na dinâmica do Reino de Deus”.
Ildo Bohn Gass, (pg. 2) refletindo sobre o Evangelho,
nos mostra Jesus revelando outra imagem de Deus:
misericordioso, compassivo, cheio de ternura e de perdão.
Como o pai misericordioso, sempre dá uma chance e
espera a volta do filho, pronto para festejar o seu retorno
(Lucas 15,11-32), sendo esse o convite que Jesus também
nos faz nesta Quaresma e em todos os dias de nossa vida.
Ele quer a vida e não a morte.”
O nosso Fórum IPDM sobre os jovens continua
recebendo contribuições. Envie-nos a sua. Participe.
Amanhã, 02 de março, sábado, teremos o nosso tão
esperado encontro com o Teólogo, Filosofo e Escritor
Leonardo Boff. Se você ainda não se inscreveu, não perca
mais tempo, faça-o já. Veja também os nosso próximos
eventos e se programe.
Na última página, você encontra endereços eletrônicos de
sites parceiros que oferecem conteúdo enriquecedor.
Boa leitura a todos!
Equipe de Redação
L I T U R G I A
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Por isso, ele logo responde que o massacre dos galileus não é por
serem pecadores. É que Jesus sabia muito bem qual era a prática
dos romanos diante de quem resistia à sua dominação: “Sabeis que
aqueles que vemos governar as nações as oprimem, e seus grandes as
tiranizam” (Marcos 10,42). Além do fato lembrado pelos
interlocutores de Jesus, ele recorda também a morte dos dezoito
trabalhadores na torre de Siloé em Jerusalém (Lucas 13,4). No
entanto, Jesus aproveita aqueles dois fatos para chamar à conversão
(metánoia), isto é, à mudança de mentalidade, à mudança de vida.
Converter-se é não se amoldar aos esquemas deste mundo (Romanos
12,2).
Na carta aos efésios, Paulo ou seus discípulos escreveram que o
modo de vida deste mundo vem do maligno (cf. Efésios 2,2). E o
modo de vida deste mundo entre outras práticas, é de
Em: www.cebi.org.br – 27/02/13
Mudai de vida!
Esta narrativa situa-se na caminhada de Jesus com seu grupo desde a Galileia (Lucas 9,51) até Jerusalém (Lucas
19,28), onde autoridades do sinédrio e da ocupação romana o condenarão à morte na cruz. Porém, a vida vencerá a morte.
Nesse sentido, o evangelho deste final de semana é um convite para a conversão, a mudança de direção em nossas vidas,
de modo a andar no mesmo caminho de justiça proposto por Jesus. Porém, ontem e hoje, rejeitado pelos poderosos deste
mundo. É o caminho em que Jesus vai formando seus discípulos e suas discípulas.
O texto não informa quem são as pessoas que procuraram Jesus para falar do massacre que Pilatos promovera no pátio
do templo junto ao altar, onde galileus estavam oferecendo sacrifícios. Provavelmente, é uma referência à chacina de
galileus executada pelo interventor romano, quando estes resistiram contra o saque do tesouro do templo que Pilatos havia
feito, a fim de construir um aqueduto.
Pela resposta de Jesus, podemos entender o contexto. Eram pessoas que queriam saber sua opinião a respeito de quem
era o pecado para tamanho “castigo”. O caso trata da mesma questão de João 9, onde os discípulos perguntam a respeito
do cego de nascença: “quem pecou, ele ou os pais dele?” (João 9,1). Ao que Jesus responde: “nem ele, nem seus pais, mas
para que nele se manifestem as obras de Deus” (João 9,2). Assim, vemos que Jesus concorda com os autores dos livros de
Rute, Jó, Eclesiastes e Jonas. Também eles discordam da teologia da retribuição, isto é, da experiência com um Deus que
castiga os pecadores e abençoa os justos. A resistência indignada de Jó contra a catequese oficial do templo, representada
por seus “amigos”, questiona a imagem de Deus tipo “toma lá, dá cá”. E Jesus se insere nessa mesma experiência com um
Deus de ternura, e não um Deus sempre a postos para castigar ou abençoar, de acordo com os méritos de cada pessoa.
Em vez da experiência com a teologia da retribuição que gera medo nas pessoas, Jesus faz a experiência com o Deus da
graça.
Estamos nos aproximando do terceiro domingo da Quaresma. Este é um tempo de graça
(kairos), um tempo oportuno para a conversão, a mudança de vida. E a liturgia nos propõe,
como luz no caminho, o texto de Lucas 13,1-9. Encontramos esta narrativa somente no
evangelho segundo Lucas. Vamos refletir sobre este relato em dois momentos. Primeiro, a
partir do diálogo de Jesus com algumas pessoas que o procuraram. Depois, a partir da
parábola que ele lhes contou.
discriminação e de violência, de injustiça e de ódio, de busca de riquezas e de poder. Portanto, Jesus propõe outro espírito
de vida, outro caminho. São atitudes de acolhida e de ternura, de justiça e de amor, de partilha e de serviço. Neste relato,
duas vezes Jesus pede aos que o procuraram, e hoje a nós, para seguirmos por seu caminho: “mudai de vida!” (Lucas
13,3.5).
Aqui, convém lembrar que Jesus passa toda sua vida lutando contra uma teologia que impõe medo. Por isso, o vemos
tantas vezes dizendo: “não tenhais medo!” (cf. Lc 5,10; 8,50; 12,4-7.32). Ou ainda: “Coragem!” (cf. Mt 9,2.22; 14,27).
Mudai de vida e produzi frutos! (Lucas 13,6-9)
Depois do duplo chamado à mudança de vida, Jesus ainda conta uma parábola: a figueira plantada em meio a uma
vinha. Tanto a vinha (Isaías 5,1-7) como a figueira (Joel 1,7) eram imagens do povo da aliança. Por ser um povo em
aliança com o Deus da vida, sua missão no mundo é, tal como a vinha e a figueira, produzir frutos, e frutos de justiça
(Isaías 5,7) e de amor (João 15,1-17), em profunda comunhão com o Deus da aliança. Mas, a figueira não produziu os
frutos desejados.
Interessante notar que Marcos (11,12-14.20-24) e Mateus (21,18-22) situam a parábola da figueira em íntima conexão
com a expulsão dos vendilhões do templo. Ou seja, a figueira é símbolo do sistema do templo que manipula a aliança com
Deus, de modo a não mais gerar os frutos que deveria. Em vez de promover a vida em comunhão com o Pai, foi
transformado em covil de ladrões (Lucas 19,46). Em Marcos e Mateus, portanto, a figueira seca representa toda estrutura
do templo que não gera mais frutos de justiça. E aqui, temos um julgamento severo e indignado de Jesus sobre a
instituição oficial judaica ao amaldiçoar a “figueira”.
Diferentemente, Lucas insere a parábola da figueira em outro contexto e apresenta Jesus revelando a misericórdia de
Deus. Mais do que os outros evangelhos, Lucas resgata esse rosto misericordioso de Deus (cf. Lucas 6,36; 15,11-32). Na
parábola, o dono da vinha representa Deus. E, como em Mateus e Marcos, seu julgamento é severo: “podes cortá-la” (Lucas
3,7). Mas Jesus, que é representado pelo vinhateiro, pede a seu Pai mais uma chance para o povo: “Senhor, deixa-a ainda
este ano, para que eu escave ao redor dela e ponha estrume” (Lucas 13,8). Jesus revela outra imagem de Deus:
misericordioso, compassivo, cheio de ternura e de perdão. Como o pai misericordioso, sempre dá uma chance e espera a
volta do filho, pronto para festejar o seu retorno (Lucas 15,11-32).
É esse convite que Jesus também nos faz nesta Quaresma e em todos os dias de nossa vida. Ele quer a vida e não a
morte. “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor. Portanto, mudai de vida e vivei” (Ez 18,32; cf. v. 23).
Ildo Bohn Gass
L I T U R G I A
Leonardo Boff
Quem acompanhou o noticiário dos últimos dias acerca dos escândalos dentro do Vaticano, trazidos ao conhecimento pelos jornais italianos “La Repubblica” e o “La Stampa”, referindo um relatório com trezentas páginas, elaborado por três Cardeais provectos sobre o estado da cúria vaticana deve, naturalmente, ter ficado estarrecido. Posso imaginar nossos irmãos e irmãs piedosos que, fruto de um tipo de catequese exaltatória do Papa como “o doce Cristo na Terra” devam estar sofrendo muito, pois amam o justo, o verdadeiro e o transparente e jamais quereriam ligar sua figura a notórios malfeitos de seus assistentes e cooperadores.
O conteúdo gravíssimo destes relatórios reforçaram, no meu entender, a vontade do Papa de renunciar. Ai se comprovava uma atmosfera de promiscuidade, de luta de poder entre “monsignori”, de uma rede de homossexualismo gay dentro do Vaticano e desv io de dinheiro do Banco do Vaticano. Como se não bastassem os crimes de pedofilia em tantas dioceses que desmoralizaram profundamente a instituição-Igreja.
Quem conhece um pouco a história da Igreja – e nós profissionais da área temos que estuda-la detalhadamente- não se escandaliza. Houve épocas de verdadeiro descalabro do Pontificado com Papas adúlteros, assassinos e vendilhões. A partir do Papa Formoso (891-896) até o Papa Silvestre (999-1003) se instaurou segundo o grande historiador Card. Barônio a “era pornocrática” da alta hierarquia da Igreja. Poucos Papas escapavam de serem depostos ou assassinados. Sergio III (904-911) assassinou seus dois predecessores, o Papa Cristóvão e Leão V.
A grande reviravolta na Igreja como um todo, aconteceu, com consequências para toda a história ulterior, com o Papa Gregório VII em 1077. Para defender seus direitos e a liberdade da instituição-Igreja contra reis e príncipes que a manipulavam, publicou um documento que leva este significativo título “Dictatus Papae” que literalmente traduzido significa “a Ditadura do Papa”. Por este documento, ele assumia todos os poderes, podendo julgar a todos sem ser julgado por ninguém. O grande historiador das idéias eclesiológicas Jean-Yves Congar, dominicano, considera a maior revolução acontecida na Igreja. De uma Igreja-comunidade passou a ser uma instituição-sociedade monárquica e absolutista, organizada de forma piramidal e que vem até os dias atuais.
Efetivamente, o cânon 331 do atual Direito Canônico se liga a esta compreensão, atribuindo ao Papa poderes que, na verdade, não caberiam a nenhum mortal, senão somente a Deus: ”Em virtude de seu ofício, o Papa tem o poder ordinário, supremo, pleno, imediato, universal” e em alguns casos precisos, “infalível”.
Esse eminente teólogo, tomando a minha defesa face ao processo doutrinário movido pelo Card. Joseph Ratzinger em razão do livro “Igreja:carisma e poder” escreveu um artigo no “La Croix” (8/9/1984) sobre o “O carisma do poder central”. Ai escreve: “O carisma do poder central é não ter nenhuma dúvida. Ora, não ter nenhuma dúvida sobre si mesmo é, a um tempo, magnífico e terrível. É magnífico porque o carisma do centro consiste precisamente em permanecer firme quando tudo ao redor vacila. E é terrível porque em Roma estão homens que tem limites, limites em sua inteligência, limites em seu vocabulário, limites em suas referencias, limites no seu ângulo de visão”. E eu acrescentaria ainda limites em sua ética e moral.
Sempre se diz que a Igreja é “santa e pecadora” e deve ser “sempre reformada”. Mas não é o que ocorreu durante séculos nem após o explícito desejo do Concílio Vaticano II e do atual Papa Bento XVI. A instituição mais velha do Ocidente incorporou privilégios, hábitos, costumes políticos palacianos e principescos, de resistência e de oposição que praticamente impediu ou distorceu todas as tentativas de reforma.
Só que desta vez se chegou a um ponto de altíssima desmoralização, com práticas até criminosa que não podem mais ser negadas e que demandam mudanças fundamentais no aparelho de governo da Igreja. Caso contrário, este tipo de institucionalidade tristemente envelhecida e crepuscular definhará até entrar em ocaso. Os atuais escândalos sempre houveram na cúria vaticana apenas que não havia um providencial Vatileaks para trazê-los a público e indignar o Papa e a maioria dos cristãos.
Meu sentimento do mundo me diz que estas perversidades no espaço do sagrado e no centro de referencia para toda a cristandade – o Papado – (onde deveria primar a virtude e até a santidade) são consequência desta centralização absolutista do poder papal. Ele faz de todos vassalos, submissos e ávidos por estarem fisicamente perto do portador do supremo poder, o Papa. Um poder absoluto, por sua natureza, limita e até nega a liberdade dos outros, favorece a criação de grupos de anti-poder, capelinhas de burocratas do sagrado contra outras, pratica largamente a simonía que é compra e venda de vantagens, promove adulações e destrói os mecanismos da transparência. No fundo, todos desconfiam de todos. E cada qual procura a satisfação pessoal da forma que melhor pode. Por isso, sempre foi problemática a observância do celibato dentro da cúria vaticana, como se está revelando agora com a existência de uma verdadeira rede de prostituição gay.
Enquanto esse poder não se descentralizar e não outorgar mais participação de todos os estratos do povo de Deus, homens e mulheres, na condução dos caminhos da Igreja o tumor causador desta enfermidade perdurará. Diz-se que Bento XVI passará a todos os Cardeais o referido relatório para cada um saber que problemas irá enfrentar caso seja eleito Papa. E a urgência que terá de introduzir radicais transformações. Desde o tempo da Reforma que se ouve o grito: ”reforma na Cabeça e nos membros”. Porque nunca aconteceu, surgiu a Reforma como gesto desesperado dos reformadores de fazerem por própria conta tal empreendimento.
Para ilustração dos cristãos e dos interessados em assuntos eclesiásticos, voltemos à questão dos escândalos. A intenção é desdramatizá-los, permitir que se tenha uma noção menos idealista e, por vezes, idolátrica da hierarquia e da figura do Papa e libertar a liberdade para a qual Cristo nos chamou (Galatas 5,1). Nisso não vai nenhum gosto pelo Negativo nem vontade de acrescentar desmoralização sobre desmoralização. O cristão tem que ser adulto, não pode se deixar infantilizar nem permitir que lhe neguem conhecimentos em teologia e em história para dar-se conta de quão humana e demasiadamente humana pode ser a instituição que nos vem dos Apóstolos.
Há uma longa tradição teológica que se refere à Igreja como casta meretriz, tema abordado detalhadamente por um grande teólogo, amigo do atual Papa, Hans Urs von Balthasar (ver em Sponsa Verbi, Einsiedeln 1971, 203-305). Em várias ocasiões o teólogo J. Ratzinger se reportou a esta denominação.
A Igreja é uma meretriz que toda noite se entrega à prostituição; é casta porque Cristo, cada manhã se compadece dela, a lava e a ama.
O habitus meretrius da instituição, o vício do meretrício, foi duramente criticado pelos Santos Padres da Igreja como Santo Ambrósio, Santo Agostinho, São Jerônimo e outros. São Pedro Damião chega a chamar o referido Gregório VII de “Santo Satanás” (D. Romag, Compêndio da história da Igreja, vol 2, Petrópolis 1950,p.112). Essa denominação dura nos remete àquela de Cristo dirigida a Pedro. Por causa de sua profissão de fé o chama “de pedra” mas por causa de sua pouca fé e de não entender os desígnios de Deus o qualificou de “Satanás”(Evangelho de Mateus 16,23). São Paulo parece um moderno falando quando diz a seus opositores com fúria: "Oxalá sejam castrados todos os que vos perturbam”(Gálatas 5.12).
Há portanto, lugar para a profecia na Igreja e para a denúncias dos malfeitos que podem ocorrer no meio eclesiástico e também no meio dos fiéis.
Vou referir outro exemplo tirado de um santo querido da maioria dos católicos brasileiros, por sua candura e bondade: Santo Antônio de Pádua. Em seus sermões, famosos na época, não se mostra nada doce e gentil. Fez vigorosa crítica aos prelados devassos de seu tempo. Diz ele: “os bispos são cachorros sem nenhuma vergonha, porque sua frente tem cara de meretriz e por isso mesmo não querem criar vergonha”(uso a edição crítica em latim publicada em Lisboa em 2 vol em 1895). Isto foi proferido no sermão do quarto domingo depois de Pentecostes ( p. 278). De outra vez, chama os prelados de “macacos no telhado, presidindo dai o povo de Deus”(op cit p. 348). E continua:” o bispo da Igreja é um escravo que pretende reinar, príncipe iniquo, leão que ruge, urso faminto de rapina que espolia o povo pobre”(p.348). Por fim na festa de São Pedro ergue a voz e denuncia:”Veja que Cristo disse três vezes: apascenta e nenhuma vez tosquia e ordenha… Ai daquele que não apascenta nenhuma vez e tosquia e ordena três ou mais vezes…ele é um dragão ao lado da arca do Senhor que não possui mais que aparência e não a verdade”(vol. 2, 918).
O teólogo Joseph Ratzinger explica o sentido deste tipo de denúncias proféticas:” O sentido da profecia reside, na verdade, menos em algumas predições do que no protesto profético: protesto contra a auto-satisfação das instituições, auto-satisfação que substitui a moral pelo rito e a conversão pelas cerimônias” (Das neue Volk Gottes, Düsseldorf 1969, p. 250, existe tradução português).
Ratzinger critica com ênfase a separação que fizemos com referencia à figura de Pedro: antes da Páscoa, o traidor; depois de Pentecostes, o fiel. “Pedro continua vivendo esta tensão do antes e do depois; ele continua sendo as duas coisas: a pedra e o escândalo… Não aconteceu, ao largo de toda a história da Igreja, que o Papa, simultaneamente, foi o sucessor de Pedro, a “pedra” e o “escândalo”(p. 259)?
Aonde queremos chegar com tudo isso? Queremos chegar ao reconhecimento de que a igreja- instituição de papas, bispos e padres, é feita de homens que podem trair, negar e fazer do poder religioso negócio e instrumento de autosatisfação. Tal reconhecimento é terapêutico, pois nos cura de toda uma ideologia idolátrica ao redor da figura do Papa, tido como praticamente infalível. Isso é visível em setores conservadores e fundamentalista de movimentos católicos leigos e também de grupos de padres. Em alguns vigora uma verdadeira papolatria que Bento XVI procurou sempre evitar.
A crise atual da Igreja provocou a renúncia de um Papa que se deu conta de que não tinha mais o vigor necessário para sanar escândalos de tal gravidade. “Jogou a toalha” com humildade. Que outro mais jovem venha e assuma a tarefa árdua e dura de limpar a corrupção da cúria romana e do universo dos pedófilos, eventualmente puna, deponha e envie alguns mais renitentes para algum convento para fazer penitência e se emendar de vida.
Só quem ama a Igreja pode fazer-lhe as críticas que lhe fizemos, citando textos de autoridade clássicas do passado. Quem deixou de amar a pessoa um dia amada, se torna indiferente à sua vida e destino. Nós nos interessamos à semelhança do amigo e de irmão de tribulação Hans Küng, (foi condenado pela ex-Inquisição) talvez um dos teólogos que mais ama a Igreja e por isso a critica.
Não queremos que cristãos cultivem este sentimento de descaso e de indiferença. Por piores que tenham sido seus erros e equívocos históricos, a instituição-Igreja guarda a memória sagrada de Jesus e a gramática dos evangelhos. Ela prega libertação, sabendo que geralmente são outros que libertam e não ela.
Mesmo assim vale estar dentro dela, como estavam São Francisco, dom Helder Câmara, João XXIII e os notáveis teólogos que ajudaram a fazer o Concílio Vaticano II e que antes haviam sido todos condenados pela ex-Inquisição, como De Lubac, Chenu, Congar, Rahner e outros. Cumpre ajuda-la a sair deste embaraço, alimentando-nos mais do sonho de Jesus de um Reino de justiça, de paz e de reconciliação com Deu e do seguimento de sua causa e destino do que de simples e justificada indignação que pode cair facilmente no farisaísmo e no moralismo.
Mais reflexões desta ordem se encontram no meu Igreja: carisma e poder (Record 2005) especialmente no Apêndice com todas a atas do processo havido no interior da ex-Inquisição em 1984.
www.leonardoboff.wordpress.com/2013/02/23
realidade ainda opressora, preconceituosa e discriminatória que muitos enfrentam em seus locais de moradia,
trabalho, estudo e lazer.
Os Setores de Juventude de cada Diocese, através da Pastoral da Juventude e de outras pastorais podem dar
continuidade ao processo iniciado com a CF e a JMJ. Temos certeza de que os jovens responderão positivamente como
sempre o fizeram quando foram chamados. Mas é necessário que as Dioceses se atualizem em relação ao mundo
jovem.
Quais ideias você pode nos apresentar para um trabalho com jovens? Você já participou de grupos, comunidade ou
pastorais na Igreja? Como foi sua experiência? Em sua comunidade, há trabalhos com a juventude? Escreva-nos. Suas
palavras serão publicadas em nosso informativo para que possamos criar um elo de comunicação em trono deste
importantíssimo assunto. Envie suas opiniões para: [email protected] ou [email protected]
Sua participação é muito importante para que nosso Forum produza
frutos. Escreva-nos dando sua opinião sobre:
“O Protagonismo dos Jovens na História da Igreja”
O tema sobre os jovens para fevereiro, leva em consideração a
Campanha da Fraternidade deste ano e a Jornada Mundial da Juventude
que acontecerá no Rio de Janeiro no mês de junho.
No que tange à Campanha da Fraternidade, e em sintonia com ela, o
IPDM propõe uma reflexão sobre as condições que os jovens encontram
atualmente para desenvolverem seus ideais e se desenvolverem como
cidadãos participantes da vida de seu bairro, sua cidade, seu país. Não
menos importante, como estamos acolhendo os nossos jovens em nossas
paróquias, comunidades, grupos.
O tema do Forum, pretende conduzir a uma reflexão que não se fixe
apenas na presença e ação dos jovens na Igreja, mas também no sentido
contrário: a presença da igreja e suas ações entre e para os jovens.
Oportuna, a Campanha da Fraternidade, por certo, trará a tona novas
discussões a respeito das necessidades prementes dos jovens diante da
Dom Angélico Sândalo Bernardino
Dom Angélico Sândalo Bernardino Bispo emérito de Blumenau (SC)
Nosso amado Papa Bento XVI renunciou; agora, é Bispo emérito de Roma!
Após seu histórico gesto de renúncia, marcado por grandeza de alma, humildade,
fé, esperança e imenso amor à Igreja, choveram indagações, especulações, do
que estaria por trás da atitude do Papa ao renunciar. Não faltaram inclusive,
calúnias, intrigas, de tradicionais inimigos da Igreja. Ao anunciar sua renuncia, o
caso de idade avançada” (C.D.21). O Papa Paulo VI, no “motu próprio”
denominado “ Ecclesiae Sanctae, regulamentou esta recomendação do Concílio
fixando a idade de 75 anos para a renúncia dos Bispos. Esta matéria está
claramente legislada no cânon 401 do Código de Direito Canônico, sendo que,
no cânon 332, se prevê também a possibilidade de renúncia do Papa. O Papa,
Bispo de Roma, não foi porém incluído na fixação dos 75 anos para a renúncia.
Os Cardeais o foram, conservando-se contudo aptos para participar do
conclave eletivo do Papa até os 80 anos de idade, motivo pelo qual Dom Cláudio
Hummes e Dom Geraldo M. Agnelo, Bispos eméritos, com menos de 80 anos
participam da eleição do Papa. As razões alegadas por Bento XVI para sua
renúncia são claramente as indicadas pelo Concílio há 50 anos atrás!
A Igreja, Mãe e Mestra, na longa história do papado, reconhece que
somente Celestino V renunciou. Ele era monge e ficou no governo da Igreja
somente cinco meses, renunciando já bastante idoso, no ano l294, por se sentir
incapaz para o cargo. Dante Alighieri o colocou no inferno pela renuncia e a
Igreja o declarou santo!
Acredito que a generosa, profética, atitude do Papa Bento, agora bispo
emérito de Roma, aprofundará o estudo sobre as questões práticas que
envolvem os EMÉRITOS, abrangendo todos os ministros ordenados, do Papa ao
Papa foi claro e preciso, dizendo: “Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à
certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino”.
Ao contrário de muita gente, não me surpreendi, como bispo emérito que sou, com a atitude de Bento XVI, pois
há 50 anos atrás, o decreto Christus Dominus, do Vaticano II, promulgado no dia 28 de outubro de l965, pedia, “com
empenho, aos bispos apresentassem sua renúncia à Autoridade competente em
Diácono. A Conferência dos Bispos do Brasil já avançou muito no campo dos Bispos eméritos, tendo inclusive,
constituído no dia 19 de outubro de 2012 uma Comissão Especial para os Bispos Eméritos. O Papa Bento, em seu ato
oficial de renúncia, afirma que “no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grave
relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto
do corpo como do espírito, vigor que nos últimos meses, diminuiu em mim...”
Firmada em Jesus Mestre, Caminho, Verdade, Vida, iluminada pelo Espírito Santo, a Igreja não deve ter medo de
lançar redes em mares mais profundos, de efetuar reformas que vão, desde o veemente apelo à conversão pessoal, à
santidade de vida, às mais urgentes mudanças em muitas de suas estruturas em todos os níveis. O Santo Padre João
Paulo II, em se tratando de questões ecumênicas, na encíclica “Ut unum sint”, convidava responsáveis eclesiais e
teólogos de nossas Igrejas a amplo diálogo com o objetivo de “encontrar uma forma de exercício do primado que,
mesmo sem renunciar de modo algum ao essencial de sua missão, se abra a uma situação nova”.
Bendito seja o Papa Bento, Bispo emérito de Roma, por sua atitude profética! Que, em seu amor profundo à Igreja,
à humanidade toda, reze de maneira especial por nós, conservando-nos em seu coração, pois em nossos corações, ele
tem permanente morada e imensa gratidão!
José Lisboa Moreira de Oliveira
Pela segunda vez a Igreja Católica Romana no Brasil dedica a reflexão quaresmal da Campanha da
Fraternidade à questão da juventude. Vinte e um anos atrás (1992) ela via a juventude como “caminho aberto”, ou
seja, como potencial capaz de transformar o mundo, a humanidade e a própria Igreja. E isto é verdade, uma vez
que na juventude encontram-se todas as possibilidades e esperanças. Os jovens e as jovens serão os construtores
do futuro, aqueles e aquelas que irão estar à frente de tantas responsabilidades, tomando decisões importantes que
podem melhorar ou piorar a vida do mundo e da Igreja.
Passadas duas décadas convêm nos perguntarmos o que mudou na juventude. No que ela se modificou? Para
quem já tem certa idade, como é o meu caso, e vem acompanhando atentamente as mudanças sociais e culturais, é
possível perceber transformações verdadeiramente significativas. De modo particular, notamos o impacto da
informática na vida dos jovens e das jovens. Eles e elas fazem parte de uma geração que já nasceu conectada com a
rede mundial de computadores e sabendo lidar de maneira veloz e inteligente com os aparelhos mais sofisticados,
como por exemplo, aqueles da telefonia celular.
Mas notamos também que, embora a juventude continue sendo um “caminho aberto”, muitos caminhos foram
fechados para ela. A juventude continua sendo a principal vítima do desemprego, da falta de oportunidades, da
violência, das drogas e da propaganda consumista enganosa. O acesso a uma educação de qualidade continua
sendo muito difícil. A falta de preparação para o ingresso no mercado de trabalho deixa milhões de jovens sem
condições de emprego. Estes, e tantos outros problemas, terminam criando neles e nelas uma sensação de
impotência e de vazio. Por essa razão muitos jovens e muitas jovens vivem sem perspectivas e sem esperança. O
desespero toma conta e tudo isso os empurra para a apatia e para uma vida sem sentido, fragmentada e cansada.
Torna-se cada vez maior o número de jovens entregue ao vício e à delinquência. Muitos deles e muitas delas
concluem suas vidas prematuramente, inclusive por meio do suicídio.
certas igrejas locais tal pregação é uma verdadeira piada de mau gosto que a muitos faz chorar de tristeza. Muitas
lideranças católicas e não católicas se recusam terminantemente a dialogar com a juventude, não ouvindo-a e nem
escutando seus anseios. De forma autoritária e dominadora fecham espaços significativos, instâncias de diálogo
com o mundo da juventude. Juventude essa que, aliás, é diversificada e multicolorida. É uma juventude formada
de “juventudes”.
Certos bispos, muitos padres e lideranças religiosas não toleram jovens críticos, questionadores, que buscam
saber a razão e o porquê de determinadas coisas dentro das Igrejas locais. Quando insistem em perguntar e
questionar, são abandonados, expulsos, reprimidos e marginalizados. Tais lideranças católicas querem apenas
jovens alienados, “ovelhinhas humildes e submissas” que os venerem como verdadeiros deuses, incapazes de
questionar suas práticas e suas atitudes. O recente fechamento de institutos e instituições de formação da
juventude é a mais visível expressão de intolerância com relação a uma juventude que não se contenta com
abobrinhas e quer explicações mais sérias para certas coisas. Havia razão o místico e profeta Arturo Paoli, hoje com
mais de cem anos de idade, quando há quase trinta anos atrás, em seu livro Ricerca di una espiritualità per l’uomo
d’oggi (Assis: Cittadella, 1984) afirmava: “O espetáculo da juventude religiosa na Igreja atual pode consolar aqueles
velhos que desejam os bons meninos que não pedem as chaves de casa, mas caminha na direção da desilusão
análoga àquela que se difundiu durante a queda do mito fascista. Somente a verdade nos fará livres, e é
extremamente perigoso criar a ilusão da liberdade separando-a da verdade” (p. 190. O grifo é meu).
Estes bispos, padres e lideranças religiosas querem apenas jovens drogados espirituais que estejam tão
ocupados com as “coisas de Deus”, a ponto de não enxergarem a realidade. Jovens que não leiam os sinais dos
tempos. Querem jovens que não saibam perceber a vontade e a ação de Deus no meio das contradições da história
humana. Neste momento em que se percebe na Igreja Católica um vazio de autoridade, no senso evangélico da
expressão (Mc 1,22), e a presença de um autoritarismo anti-evangélico terrificante e desumano (1Pd 5,3), é hora de
realizarmos uma Campanha da Fraternidade mais séria.
Uma Campanha da Fraternidade que não se reduza a sensibilizar a juventude para fazer “turismo” no Rio de
Janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Uma Campanha que não fique apenas no oba-oba e no
puro sentimentalismo, mas que seja capaz de se perguntar, com coragem e determinação, acerca do futuro da
juventude no mundo e na Igreja. Uma Campanha da Fraternidade que não se emocione com os sensacionalismos
baratos destes eventos de massa para a juventude, mas que seja capaz de se perguntar sobre a razão pela qual, na
Europa, os jovens não chegam a um por cento dos católicos praticantes. No Brasil ainda não estamos neste
patamar, mas, se continuarmos não dialogando com a juventude inteligente e crítica, em breve superaremos a
Europa.
Aproveitemos desta Campanha da Fraternidade sobre a juventude para meditarmos sobre esta pergunta de
Jesus: “Por que vocês não julgam por vocês mesmos o que é justo?” (Lc 12,57). Os jovens críticos, maioria absoluta
no mundo de hoje, esperam de nós, os cristãos e as cristãs, uma justificativa séria para continuarem tendo
esperança (1Pd 3,15).
Não faltam, porém, mesmo que em número reduzido, jovens sonhadores e lutadores, comprometidos com a
construção de uma sociedade mais justa e mais solidária. Jovens participantes de projetos simples, mas bem
significativos, os quais no silêncio e na constância estão modificando o mundo e a humanidade. Infelizmente o
número de jovens que atuam diretamente no espaço da política vem sendo reduzido de forma acelerada. Os
partidos políticos, hoje com pouca ou nenhuma credibilidade, abandonaram suas bases e não mais investem na
formação política da juventude. As Igrejas, incluindo a Católica Romana, também deixaram de lado iniciativas
significativas antes existentes e que muito contribuíram para a formação cidadã dos jovens e das jovens. A
Pastoral da Juventude vive à deriva, lutando desesperadamente contra atitudes de bispos e padres autoritários e
espiritualistas que só pensam em rebanhões, em eventos de massa, recusando-se a dialogar com jovens mais
críticos em espaços formativos como os pequenos grupos de jovens. Neste sentido, pode-se afirmar que, no atual
momento, a juventude é a principal vítima dos abusos e dos autoritarismos eclesiásticos. O restante do público
católico, quase todo ele infantil, feminil e senil, se conforma facilmente com a “espiritualidade açucarada” que lhe
é oferecida.
Percebe-se dentro da atual Igreja
Católica Romana (e em outras
Igrejas) uma ausência de autocrítica
com relação ao modo com o qual se
tenta evangelizar a juventude. Não
faltam chavões como: “a juventude
mora no coração da Igreja” ou “a
juventude, lugar teológico
privilegiado”, mas, na prática, a
teoria é outra. A tão pregada “opção
afetiva e efetiva pelos jovens” não
passa, em muitos lugares, de mera
propaganda enganosa. Em
certas
http://www.ihu.unisinos.br – 22/02/2013
Andarilho nos caminhos dos homens,
em busca de Deus.
Com a presença de Dom Angélico Sândalo Bernardino, o lançamento do livro será realizado imediatamente após o encontro com o Padre Manoel Godoy.
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“Igreja Viva sempre em Missão: 50 anos do Vaticano II”
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Dia: 02 de Março de 2013 (Sábado) às 8h30
Av. Maria Luiza Americano, 1550 – Cidade Líder – São Paulo
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Eduardo (11) 95147-6991
Waldir (11) 99851-0802
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Av. Maria Luiza Americano, 1550 – Cidade Líder – São Paulo
Tema:
Grande Encontro com a Teóloga, Socióloga e Escritora
Tema do encontro
Local: Igreja Santuário Nossa Senhora da Paz
Av. Maria Luiza Americano, 1550 - Cidade Líder – São Paulo – SP
COMO SER SÁBIO NO SÉCULO XXI
- Uma leitura diferente do livro dos Provérbios –
[Baseado num texto de Frei Gorgulho no INTERNATIONAL BIBLE COMMENTARY]
De Março a Outubro de 2013 sempre aos Sábados das 9h00 às 11h00 Março: 16 e 23 - Abril: 13 e 27 – Maio: 11 e 25 – Junho: 8 e 22
Agosto: 10 e 24 – Setembro: 14 e 28 – Outubro: 5 e 26 Inscrições: R$ 100,00 (pode ser parcelado)
Local: Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima Av. Doutor Arnaldo – em Frente a Estação Sumaré do Metrô
PADRES – RELIGIOSOS - RELIGIOSAS
As reuniões entre os padres, religiosos e religiosas serão realizadas sempre as 3as
Terças-Feiras dos meses pares.
22 de Fevereiro / 26 de Abril / 28 de Junho / 30 de Agosto / 25 de Outubro / 27 de Novembro
As reuniões serão realizadas sempre às 9h30 no CIFA – Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera
Rua Flores do Piauí, 182
Centro de Itaquera
R E U N I Õ E S
COORDENAÇÃO
Os membros da Coordenação do IPDM realizarão suas reuniões bimestrais sempre nas 3as
Terças-Feiras dos meses impares.
12 de Março / 21 de Maio / 16 de Julho / 17 de Setembro / 19 de Novembro
As reuniões serão realizadas sempre às 20h00 na Paróquia São Francisco de Assis da Vila Guilhermina
Praça Porto Ferreira, 48 - Próximo ao Metro Guilhermina – Esperança
ATENÇÃO
A reunião agendada para o dia 19 de Março foi antecipada para o dia 12 do mesmo mês.
Local e horário não foram alterados.
http://dpdphp.epm.br/acad/siex/index.htm
Ao acessar a página da UNIFESP, selecione a Escola de Cidadania da Zona Leste “Pedro Yamaguchi Ferreira” - 2013
e siga a instruções para efetuar sua inscrição.
Os encontros (aulas) acontecem todas as Sextas-Feiras das 19h30 às 21h30
Início das Aulas: Dia 1º de Março
Local: Salão da Igreja São Francisco de Assis
Rua Miguel Rachid nº 997 – Ermelino Matarazzo – São Paulo - SP
Maiores informações podem ser obtidas através o e-mail:
Os endereços eletrônicos abaixo indicados contêm riquíssimo material para estudos e pesquisas. Por
certo, poderão contribuir muito para o aprendizado de todos nos mais diversos seguimentos.
www.adital.org.br - Esta página oferece artigos/opiniões sobre movimentos sociais, política, igrejas e
religiões, mulheres, direitos humanos dentre outros. O site oferece ainda uma edição diária especial
voltada aos jovens.Ao se cadastrar você passa a receber as duas versões diárias.
www.amaivos.com.br - Um dos maiores portais com temas relacionados à cultura, religião e sociedade
da internet na América Latina, em conteúdos, audiência e serviços on-line.
www.cebi.org.br - Centro de estudos bíblicos, ecumênico voltado para a área de formação abrangendo
diversos seguimentos tais como: estudo bíblico, gênero, espiritualidade, cidadania, ecologia, intercâmbio e
educação popular.
www.cnbb.org.br - Página oficial da CNBB disponibiliza notícias da Igreja no Brasil, além de documentos
da Igreja e da própria Conferência.
www.ihu.unisinos.br - Mantido pelo Instituto Humanitas Unisinos o site aborda cinco grandes eixos
orientadores de sua reflexão e ação, os quais constituem-se em referenciais inter e retrorrelacionados,
capazes de facilitar a elaboração de atividades transdisciplinares: Ética, Trabalho, Sociedade Sustentável,
Mulheres: sujeito sociocultural, e Teologia Pública.
www.jblibanio.com.br - Página oficial do Padre João Batista Libânio com todo material produzido por
ele.
www.mundomissao.com.br - Mantida pelo PIME aborda, sobretudo, questões relacionadas às missões
em todo o mundo.
www.religiondigital.com - Site espanhol abordando questões da Igreja em todo o mundo, além de
tratar de questões sobre educação, religiosidade e formação humana.
www.cartamaior.com.br - Site com conteúdo amplo sobre arte e cultura, economia, política,
internacional, movimentos sociais, educação e direitos humanos dentre outros.
www.nossasaopaulo.org.br - Página oficial da Rede Nossa São Paulo. Aborda questões de grande
importância nas esferas político-administrativas dos municípios com destaque à cidade de São Paulo.
www.pastoralfp.com - Página oficial da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo. Pagina
atualíssima, mantém informações diárias sobre as movimentações políticas-sociais em São Paulo e no
Brasil.
www.vidapastoralfp.com - Disponibilizado ao público pela Paulus editora o site da revista Vida Pastoral
torna acessível um vasto acervo de artigos da revista classificados por áreas temáticas. Excelente fonte de
pesquisa.
www.paulus.com.br – A Paulus disponibiliza a Bíblia Sagrada edição Pastoral online/pdf.
Dom Angélico Sândalo Bernardino