Evolução dos Custos Salariais nas Empresas das ITVC 2007 ... Custos final.pdf · Plano Nacional...
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FICHA TÉCNICA
Edição e Propriedade
FESETE Avenida da Boavista, 583 4100 - 127 Porto Tel: 22 600 23 77 Fax: 22 600 21 64 http://www.fesete.pt E-mail: [email protected]
Apoios
POAT FSE QREN Título
Evolução dos custos salariais nas empresas das I.T.V.C. Equipa Técnica
Francisca Vidal – Coordenadora do Estudo Manuel Freitas Abel Pinto Bruno Freitas Helena Policarpo Lurdes Fonseca Jorge Carvalho António Freitas António Marques Rute Lemos
Montagem, Reprodução e Acabamentos
AT – Loja Gráfica, Lda. Apartado 1436 – 4100 Porto
Local de Edição
Porto Data de Edição
Junho 2011 Tiragem
10.000 exemplares
AGRADECIMENTOS
A elaboração deste estudo não teria sido possível sem a colaboração e empenhamento de
várias pessoas e instituições a quem queremos transmitir o nosso sincero agradecimento.
Ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, através do Programa Operacional de
Assistência Técnica (POAT) do Fundo Social Europeu (FSE), inserido no Quadro de
Referência Estratégico Nacional (QREN), que financiou a sua elaboração.
À Direcção Nacional da FESETE pelo apoio e disponibilidade no acompanhamento na
elaboração do estudo.
Ao Instituto Nacional de Estatística (INE), pela informação e pelos dados fornecidos.
ÍNDICE
SIGLAS ........................................... ....................................................................................................... 7 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9 1. CONCEITOS
1.1 A EMPRESA E OS SEUS OBJECTIVOS .................................................................................. 15
1.2 NOÇÃO DE CUSTO .................................................................................................................. 18
1.3 OS DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS E A INFORMAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA
DAS EMPRESAS ...................................................................................................................... 20
1.4 OS CUSTOS E PERDAS DAS EMPRESAS ..............................................................................27
2. CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS ................... ..................................................................... 31 3. OS CUSTOS NAS ITVC
3.1 ESTRUTURA DOS CUSTOS NAS ITVC ................................................................................... 37
3.2 CUSTOS NAS INDUSTRIAS TÊXTEIS ..................................................................................... 41
3.3 CUSTOS NA INDUSTRIA DO VESTUÁRIO ............................................................................ 46
3.4 CUSTOS NAS INDUSTRIAS DO COURO ................................................................................ 50
3.5 CUSTOS NAS LAVANDARIAS .................................................................................................. 54
3.6 IMPACTO NA NEGOCIAÇÃO COLECTIVA .............................................................................. 55
4 ANALISE DE DADOS DA AMOSTRA
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ......................................................................................... 61
4.2 AMOSTRA PARA AS INDUSTRIAS TÊXTEIS .......................................................................... 63
4.3 AMOSTRA PARA A INDUSTRIA DO VESTUÁRIO .................................................................. 66
4.4 AMOSTRA PARA AS INDUSTRIAS DO COURO ..................................................................... 70
4.5 AMOSTRA PARA AS LAVANDARIAS ...................................................................................... 72
CONCLUSÕES .................................................................................................................................... 75 BIBLIOGRAFIA ..................................... ............................................................................................... 83
7
SIGLAS
Amort., ajust. e prov .............. Amortizações, ajustamentos e provisões
C. Pessoal .............................. Custos com Pessoal
CMVMC .................................. Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas
CP Ext .................................... Custos e Perdas Extraordinários
CP Fin. .................................... Custos e Perdas Financeiros
FESETE .................................. Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis,
Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal
FSE ......................................... Fornecimentos e Serviços Externos
GEP ........................................ Gabinete de Estratégia e Planeamento
IT ............................................. Indústria Transformadora
ITVC ........................................ Indústrias Têxteis, Vestuário e Calçado
MTSS ...................................... Ministério do Trabalho e da Solidariedade
Outros CP Oper. .................... Outros Custos e Perdas Operacionais
POC ........................................ Plano Nacional de Contabilidade
11
ÂMBITO E OBJECTIVOS O presente estudo tem como objectivo geral efectuar uma análise das diferentes
componentes dos custos das empresas: Custos com matérias-primas, Custos com Pessoal,
Fornecimentos e Serviços Externos, Custos Financeiros e Extraordinários, com vista a
apoiar e evidenciar os impactos das retribuições em sede de negociação colectiva.
Em termos mais específicos, o estudo pretende analisar os custos das empresas nas ITVC
e a sua evolução, tendo em vista observar como evolui a componente de custo com pessoal
e a sua relação com as restantes componentes de custo que as empresas suportam.
Este estudo resulta da recolha de informação e análise bibliográfica. Foram utilizados os
dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE), bem como outras fontes de
informação onde constam indicadores dos custos das empresas.
A análise geral incide sobre os anos de 2004 a 2009 e a análise evolutiva a nível sectorial
centra-se entre 2007 e 2009, sendo este o último ano com dados disponíveis segundo a
fonte do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O estudo está dividido em cinco partes. Na primeira parte apresenta-se uma breve
abordagem teórica sobre os objectivos das empresas, a noção de custo e os documentos
económico-financeiros de suporte às empresas. Na segunda parte identifica-se a
metodologia inerente à realização do estudo. Na terceira efectua-se uma análise geral à
estrutura de custos das Indústrias Têxteis, Vestuário e Calçado (ITVC) e sua evolução,
incluindo o sector das Lavandarias. Na quarta parte tratam-se os dados recolhidos para a
amostra seleccionada de empresas das ITVC e faz-se a comparação com a análise
efectuada na terceira parte. Na quinta, e última parte, apresentam-se as principais
conclusões da análise efectuada.
15
1.1 A EMPRESA E OS SEUS OBJECTIVOS
O Código das Sociedades Comerciais, no artigo nº 1, designa sociedades comerciais
“aquelas que tenham por objecto a prática de actos de comércio e adoptem o tipo de
sociedade em nome colectivo, de sociedade por quotas, de sociedade anónima, de
sociedade em comandita simples ou de sociedade em comandita por acções”. Conforme o
seu artigo nº 71, “os fundadores, gerentes, administradores ou directores respondem
solidariamente para com a sociedade pela inexactidão e deficiência das indicações e
declarações prestadas com vista à constituição daquela, designadamente pelo que respeita
à realização das entradas, aquisição de bens pela sociedade, vantagens especiais e
indemnizações ou retribuições devidas pela constituição da sociedade”. O mesmo código
(artigos nº 64 e nº 65) determina que os gerentes, administradores ou directores de uma
sociedade devem gerir a sociedade de forma criteriosa e ordenada segundo o interesse da
sociedade, tendo em conta os interesses dos sócios e dos trabalhadores e que os membros
da administração têm o dever de relatar a gestão e apresentar contas relativamente a cada
exercício anual.
A Lei da Concorrência, no seu artigo nº 2, considera empresa qualquer entidade que exerça
uma actividade económica que consista na oferta de bens ou serviços num determinado
mercado, independentemente do seu estatuto jurídico e do modo de funcionamento.
Uma empresa é uma organização sócio-económica que mobiliza recursos para extrair,
transformar, distribuir produtos e/ ou prestar serviços de modo a atingir os objectivos
previamente definidos, sendo os recursos constituídos por meios humanos, materiais e pela
respectiva contrapartida financeira. Os objectivos podem ser diversos, sendo habitualmente
a maximização do lucro da empresa ou da riqueza dos accionistas, da quota de mercado, do
valor da empresa (Barros e Barros, 1998; Neves, 2003).
Conforme Ferreira et Al. (2010), uma empresa utiliza um conjunto de factores físicos, de
capital, de conhecimentos e humanos com o intuito de produzir bens e serviços para o
mercado visando a obtenção do lucro. No entanto, o objectivo da empresa não se resume
apenas à obtenção de lucro. A empresa tem que satisfazer os interesses de todos os seus
stakeholders (quadro nº 1). Ou seja, a empresa deve satisfazer todos os interessados nos
resultados da actividade empresarial, sejam os accionistas pelos resultados financeiros
enquanto retorno do seu investimento, os trabalhadores pela retribuição e pelo bem-estar
profissional, os clientes pela qualidade dos produtos, os credores pelas responsabilidades
16
assumidas, o estado pela tributação devida e a sociedade em geral ao nível ambiental,
económico e social.
Quadro nº 1 | Diferentes objectivos segundo os dife rentes stakeholders1
Stakeholders Objectivos
Clientes Qualidade; continuidade; preço; serviço pós-venda; informação sobre produtos. Fornecedores Retorno; continuidade; crescimento.
Trabalhadores Remunerações justas; emprego; progressão na carreira; formação; ambiente e condições de trabalho; benefícios sociais
Detentores dos factores de produção Retribuição do capital; crescimento; retorno dos investimentos
Sociedade Impostos; criação e garantia de emprego; qualidade dos bens e serviços produzidos; sustentabilidade económica, ambiental, social.
A conjugação de todos os objectivos visa a criação de riqueza, ou seja, a empresa terá
como fim produzir maior riqueza do que a que consome, obtendo o máximo produto possível
com os meios de que dispõe, para garantir rentabilidade. Qualquer empresa deverá ter
como finalidade a criação e geração de valor, ou seja, a maximização do seu valor. O
potencial de geração de riqueza tem como motor a procura do lucro.
No desenvolvimento da actividade económica da empresa, esta estabelece relações que se
traduzem em fluxos de bens e serviços a que correspondem fluxos monetários. Ou seja, a
empresa adquire junto de fornecedores bens e serviços – inputs - que transforma na sua
actividade produtiva que dão origem a bens e serviços – outputs - para venda aos seus
clientes. Os fornecedores receberão contrapartida monetária pela aquisição dos inputs e os
clientes pagarão uma contrapartida monetária pela aquisição dos outputs.
No decurso do estabelecimento destes fluxos, segundo Pinho e Tavares (2005) podemos
distinguir três ópticas: a óptica financeira, relacionada com a remuneração dos factores e
dos bens e serviços vendidos, distingue as despesas que dizem respeito à remuneração dos
factores produtivos e as receitas que dizem respeito à remuneração das vendas efectuadas
e sérvios prestados; a óptica económica ou produtiva corresponde à transformação dos
factores até atingir o produto final, distingue custos que dizem respeito aos valores
incorporados e gastos na produção e proveitos que dizem respeito aos produtos acabados
de fabricar para vender; a óptica da tesouraria diz respeito às entradas e saídas monetárias
da empresa, distingue recebimentos que dizem respeito à entrada de valores monetários
para a empresa e os pagamentos que dizem respeito à saída de valores monetários da
empresa. Os custos e os proveitos dizem respeito a factos económicos enquanto as
despesas e receitas dizem respeito a factores financeiros.
1 Adaptado de Ferreira et Al. (2010)
17
Desta forma, a informação económico-financeira da empresa, revelando os fluxos que a
empresa estabelece, é um dos meios fundamentais para apurar o desenvolvimento da
actividade económica da empresa e do seu nível de desempenho no alcance da sua
finalidade máxima, a criação de valor.
18
1.2 NOÇÃO DE CUSTO
As empresas, para pagar os seus factores produtivos e obter a sua produção têm que
incorrer em custos. A empresa, para produzir, utiliza factores de capital, trabalho e matérias-
primas.
Assim, o custo de produção compreende o conjunto de custos necessários à obtenção de
um produto. Os custos totais distinguem-se, principalmente, em custos fixos e custos
variáveis. Custos fixos são aqueles que não se alteram quando a produção varia. São
encargos que a empresa suporta qualquer que seja a quantidade produzida. Exemplos de
custos fixos são as rendas e alugueres. Custos variáveis são aqueles que variam com a
produção, ou seja, aumentam quando a produção aumenta. Exemplos destes custos são os
custos com as matérias-primas ou energia. De acordo com Mata (2010), a distinção entre
custos fixos e variáveis nem sempre é inequívoca. Os salários são normalmente
considerados custos variáveis na medida em que podem variar com a quantidade produzida,
mas se as empresas tiverem restrições à redução do volume de emprego, estes custos
podem ser, em certa medida, considerados fixos e, do mesmo modo, a energia varia com o
número de equipamentos em funcionamento na empresa, mas existe sempre um nível
mínimo de energia gasto independentemente da quantidade que é produzida (Mata, 2010).
De acordo com a sua estratégia de produção e com a sua orientação para a obtenção de
lucro, a empresa dá especial atenção ao controlo dos seus custos. Um aumento do nível de
custos tem como contrapartida, mantendo tudo o resto constante, uma redução do seu
lucro.
De acordo com Ferreira et Al. (2010), distingue-se despesa, de gasto e perda. A despesa
define-se como a expressão financeira do fluxo real de entrada relativo às operações
ocorridas a montante, ou seja, a obrigação financeira resultante da aquisição de um bem ou
serviço. Os gastos são diminuições nos benefícios económicos decorrentes da utilização ou
consumo de bens ou serviços, ou seja, sempre que se consome um bem ou utiliza um
serviço tal origina um gasto. Perdas são diminuições dos benefícios económicos não sendo
diferentes da natureza dos gastos.
De acordo com o artigo nº 23 do Código do Imposto sobre o Rendimento das pessoas
Colectivas, “consideram-se gastos os que comprovadamente sejam indispensáveis para a
19
realização dos rendimentos sujeitos a imposto ou para a manutenção da fonte produtora,
nomeadamente:
• Encargos relativos à produção ou aquisição de quaisquer bens ou serviços, tais como
matérias utilizadas, mão-de-obra, energia e outros gastos gerais de fabricação,
conservação e reparação;
• Encargos de distribuição e venda, abrangendo os de transportes, publicidade e
colocação de mercadorias;
• De natureza financeira, tais como juros de capitais alheios aplicados na exploração,
descontos, ágios, transferências, diferenças de câmbio, gastos com operações de
crédito, cobrança de dívidas e emissão de obrigações e outros títulos, prémios de
reembolso e os resultantes da aplicação do método do juro efectivo aos instrumentos
financeiros valorizados pelo custo amortizado;
• De natureza administrativa, tais como remunerações, incluindo as atribuídas a título de
participação nos lucros, ajudas de custo, material de consumo corrente, transportes e
comunicações, rendas, contencioso, seguros, incluindo os de vida e operações do ramo
'Vida', contribuições para fundos de poupança-reforma, contribuições para fundos de
pensões e para quaisquer regimes complementares da segurança social, bem como
gastos com benefícios de cessação de emprego e outros benefícios pós-emprego ou a
longo prazo dos empregados;
• Encargos com análises, racionalização, investigação e consulta;
• Encargos fiscais e parafiscais;
• Depreciações e amortizações;
• Ajustamentos em inventários, perdas por imparidade e provisões;
• Gastos resultantes da aplicação do justo valor em instrumentos financeiros;
• Gastos resultantes da aplicação do justo valor em activos biológicos consumíveis que
não sejam explorações silvícolas plurianuais;
• Menos-valias realizadas;
• Indemnizações resultantes de eventos cujo risco não seja segurável”.
20
1.3 OS DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS E A
INFORMAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA DAS
EMPRESAS Os suportes de informação da actividade económico-financeira da empresa são
essencialmente os documentos contabilísticos que compõem o Balanço e a Demonstração
de Resultados.
O Balanço é o mapa onde se regista as componentes patrimoniais ou financeiras da
empresa, num dado momento. O Balanço é um conceito estático que descreve o que a
empresa possui, ou seja, os seus activos e responsabilidades e a forma como esses activos
são financiados com capital próprio ou capital alheio (Barros e Barros, 1998). No Balanço, o
conjunto de bens e direitos é definido pelo Activo e o conjunto das responsabilidades ou
obrigações é definido pelo Passivo. O Capital Próprio corresponde à Situação Líquida.
Conforme Neves (2003), o Capital Próprio e o Passivo representam as origens do capital e o
Activo as respectivas aplicações.
A Demonstração de Resultados é o mapa que agrega as componentes económicas (ganhos
e perdas) de um determinado período, normalmente um ano. O resultado de um período é
medido com sendo a diferença entre as componentes dos ganhos e das perdas (Pinho e
Tavares, 2005). É este mapa que permite analisar o desempenho económico da empresa e
a sua capacidade de gerar lucro. De acordo com Vieito e Maquieira (2010), a Demonstração
de Resultados determina o resultado da empresa num determinado momento, podendo ser
positivo ou negativo, sendo que se o resultado for positivo então o volume de receitas da
empresa foi superior aos custos. Em contrapartida, se o resultado líquido for negativo, a
empresa teve custos superiores às receitas.
Enquanto o Balanço descreve o valor do património num determinado momento estático, a
Demonstração de Resultados avalia os resultados que a empresa gerou no ano (Vieito e
Maquieira, 2010).
Conforme o Plano Nacional de Contabilidade (POC), existem duas formas de elaboração da
Demonstração de Resultados: por natureza e por funções.
Um modelo de Demonstração de Resultados por natureza conforme o POC é apresentado
no quadro nº 2.
21
Quadro nº 2 | Componentes da Demonstração dos Resul tados por natureza POC
CUSTOS E PERDAS
Custo das mercadorias vendidas e das matérias Consumidas (Mercadorias, Matérias)
Fornecimentos e serviços externos
Custos com pessoal
Remunerações e Encargos Sociais: Pensões e Outros
Amortizações do imobilizado corpóreo e incorpóreo
Provisões
Impostos
Outros custos e perdas operacionais
Perdas em empresas do grupo e associadas
Amortizações e provisões de aplicações e investimentos financeiros
Juros e custos similares: Relativos a Empresas do Grupo e Outros
Custos e perdas extraordinários
Imposto sobre o rendimento do exercício
Resultado líquido do exercício
PROVEITOS E GANHOS
Vendas (Mercadorias, Produtos)
Prestações de serviços
Variação da produção
Trabalhos para a própria empresa
Proveitos suplementares
Subsídios à exploração
Outros proveitos e ganhos operacionais
Ganhos em empresas do grupo e associadas
Rendimentos de participações de capital
Rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras
Relativos a Empresas do Grupo
Outros juros e proveitos similares: Relativos a Empresas do Grupo e Outros
Proveitos e ganhos extraordinários
No lado dos Custos e Perdas registam-se os custos operacionais, tais como: Custos das
Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas; Fornecimentos e Serviços Externos;
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Custos com Pessoal; amortizações do imobilizado corpóreo e incorpóreo; provisões;
impostos; outros custos e perdas operacionais.
Segue-se o registo dos Custos e Perdas relacionados com os custos financeiros: perdas em
empresas do grupo e associadas; amortizações e provisões de aplicações e investimentos
financeiros; juros e custos similares (separados em relativos a empresas do grupo e outros).
Por último, registam-se os Custos e Perdas extraordinários, que integram todos os custos
associados a donativos, dívidas incobráveis, multas e penalidades, etc.
Finalmente é registado o imposto sobre o rendimento de exercício após o que se obtém o
resultado líquido do exercício.
No lado dos Proveitos e Ganhos regista-se primeiramente os proveitos e ganhos
operacionais: vendas; prestações de serviços; variação da produção (diferença entre as
existências finais e iniciais de “produtos acabados e intermédios”, “subprodutos,
desperdícios, resíduos e refugos” e “produtos e trabalhos em curso”, e “regularização de
existências”); trabalhos para a própria empresa; proveitos suplementares; subsídios à
exploração; outros proveitos e ganhos operacionais.
Seguem-se os Proveitos e Ganhos financeiros: ganhos em empresas do grupo e
associadas; rendimentos de participações de capital; rendimentos de títulos negociáveis e
de outras aplicações financeiras; outros juros e proveitos similares (separados em relativos
a empresas do grupo e outros).
Finalmente registam-se os Proveitos e Ganhos extraordinários que englobam restituição de
impostos, recuperação de dívidas, reduções de amortizações e de provisões, etc.
A Demonstração de Resultados por natureza agrega as componentes económicas de um
determinado período segundo a sua tipologia, permitindo obter os seguintes principais
resultados, de acordo com o POC, em vigor até ao exercício de 2009: Resultados
Operacionais, Resultados Financeiros, Resultados Extraordinários. Os resultados da
Demonstração de Resultados apresentam-se no quadro nº 3.
23
Quadro nº 3 | Resultados da Demonstração dos Result ados por natureza
O resultado operacional ou económico diz respeito aos lucros ou prejuízos obtidos na
actividade principal da empresa, ou seja, aquela para a qual destina os seus recursos, em
geral para produção e venda de bens e prestações de serviços.
Depois da actividade operacional da empresa vem a actividade financeira. A estrutura de
custos operacionais é determinada pela tecnologia usada pela empresa e a estrutura de
custos financeiros é determinada pela estrutura de capital adoptada (Barros, 1998).
Com base no POC, de acordo com Neves (2003), os proveitos financeiros podem ser:
rendimentos de participações de capital, se dizem respeito aos proveitos resultantes de
investimentos financeiros em empresas do grupo associadas ou outras empresas;
rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras, se têm origem em
empréstimos feitos a empresas do grupo associadas ou outras ou aplicações em títulos de
médio ou curto prazo; e outros juros e proveitos similares, se dizem respeito a juros de
depósitos bancários, rendimentos com imóveis ou diferenças de câmbios favoráveis à
empresa. Os custos financeiros podem ser resultantes de amortizações e provisões de
aplicações e investimentos financeiros ou de juros e custos similares resultantes da
obtenção de financiamentos junto de empresas do grupo associadas ou outras fontes.
Assim, o resultado financeiro evidencia os lucros ou prejuízos decorrentes das decisões
financeiras quer quanto à aplicação dos excedentes, quer no que toca ao financiamento das
necessidades de capital, englobando todos os custos suportados pela utilização de recursos
financeiros e os proveitos resultantes de aplicações financeiras, quer de curto, quer de
médio e longo prazo. Através da soma dos resultados financeiros com os resultados
operacionais encontram-se os resultados correntes.
Os resultados extraordinários dizem respeito a valores ocasionais ou eventuais, em regra,
imprevisíveis e aleatórios, que traduzem os ganhos ou perdas alheios à exploração. Os
Resultados antes de Impostos evidenciam os resultados globais, antes de deduzida a
estimativa para impostos sobre o rendimento (IRC). Finalmente o Resultado Líquido do
Resultados de acordo com o POC Cálculo
Resultados Operacionais = Proveitos Operacionais - Custos Operacionais
Resultados Financeiros = Proveitos Financeiros - Custos Financeiros
Resultados Correntes = Resultados Operacionais + Resultados Financeiros
Resultados Extraordinários = Proveitos Extraordinários - Custos Extraordinários
Resultados antes de Impostos = Resultados Correntes + Resultados Extraordinários
Resultados Extraordinários = Resultados antes de Impostos - Impostos sobre Resultados
24
Exercício resulta do apuramento do valor que fica depois de abatidos os custos necessários
e os impostos sobre os lucros.
O Sistema de Normalização Contabilística (SNC), que entrou em vigor no primeiro exercício
que com início a 1 de Janeiro de 2010, que visa a harmonização entre o quadro
contabilístico nacional e as normas internacionais de contabilidade adoptadas pela União
Europeia, veio introduzir alterações concretas na forma de registo e relato de transacções
económicas, dando origem a uma mudança de filosofia de base no reporte de informação
financeira (Correia, 2009). Ao nível da Demonstração de Resultados, uma alteração
fundamental reside na proibição de classificar como extraordinários quaisquer rendimentos e
gastos referidos quer nesta demonstração, quer no anexo.
Quadro nº 4 | Comparação dos resultados da Demonstr ação de Resultados entre POC e SNC
Resultados de acordo
com o POC Novo enquadramento
Resultados Operacionais Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos
Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)
Resultados Financeiros Resultados de Financiamento Resultados Extraordinários
Não há correspondência
Os conceitos de Proveitos e Ganhos e Custos e Perdas são substituídos por Rendimentos e
Gastos, respectivamente. Conforme Correia (2009), altera-se a ordem de apresentação dos
rendimentos e gastos (partindo-se, agora, do rédito gerado pelas vendas e serviços
prestados), bem como na classificação dos resultados parcelares, sendo evidenciado o
resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos (o qual incluí as linhas
de outros rendimentos e ganhos e outros gastos e perdas, linhas essas que vão receber
determinados rendimentos e gastos que, conforme o POC, poderiam ser classificados como
extraordinários ou financeiros), o resultado operacional (antes de gastos de financiamentos
e impostos), o resultado antes de imposto seguindo-se, finalmente, o resultado líquido
(quadros nº 3, nº 4 e nº 5).
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Quadro nº 5 | Componentes da Demonstração dos Resul tados por natureza do SNC
RENDIMENTOS E GASTOS
Vendas e serviços prestados
Subsídios à exploração
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
Variação nos inventários da produção
Trabalhos para a própria entidade
Custos das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
Fornecimentos e serviços externos
Gastos com o pessoal
Imparidade de inventários (perdas/reversões)
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)
Provisões (aumentos/reduções)
Imparidade de investimentos não depreciáveis/amortizações (perdas/reversões)
Aumentos/reduções de justo valor
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas
Resultado antes de depreciações, gastos de financia mentos e impostos
Gastos/reversões de depreciação e de amortização
Imparidade de investimentos depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões)
Resultado operacional (antes de gastos de financiam ento e impostos)
Juros e rendimentos similares obtidos
Juros e gastos similares suportados
Resultado antes de impostos
Imposto sobre o rendimento do período
Resultado líquido do período
Convém salientar que o presente estudo assenta em dados anteriores a 2010, pelo que a
abordagem subjacente é realizada de acordo com o anterior sistema contabilístico (POC).
Quando se analisa a evolução dos Resultados Operacionais da empresa observamos a
forma como evolui a sua estrutura de custos evidenciando o desempenho da empresa
(Barros, 1998). De facto, a análise ao nível das componentes da Demonstração de
Resultados permite concluir sobre a estrutura de custos da empresa. A análise estática é
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mais enriquecida se for possível efectuar uma análise histórica da Demonstração de
Resultados. A análise da Demonstração de Resultados em anos sucessivos permite verificar
tendências na evolução dos principais agregados económicos, permitindo obter uma
perspectiva do desempenho económico (Pinho e Tavares, 2005).
Assim, uma análise do desempenho económico da empresa deverá ser preferencialmente
efectuada com base três níveis de comparação: comparação da estrutura de custos da
empresa com os correspondentes montantes globais e de vendas; comparação da estrutura
de custos da empresa em diferentes anos complementada com o cálculo da estrutura
relativa dos custos; comparação da estrutura de custos da empresa com a estrutura de
custos média das empresas do sector de actividade em que se insere a empresa.
27
1.4 OS CUSTOS E PERDAS DAS EMPRESAS Os Custos e Perdas das empresas, do ponto de vista contabilístico, dizem respeito aos
factores imprescindíveis necessários na actividade normal da empresa para a obtenção dos
proveitos, de modo a alcançar os resultados pretendidos, ou seja, por custo entende-se tudo
aquilo que é suportado directa ou indirectamente e que seja indispensável para a obtenção
dos proveitos resultantes do exercício de determinada actividade.
De acordo com o POC, e tal como se refere no ponto anterior, são custos e perdas das
empresas os seguintes: os Custos Operacionais: Custos das Mercadorias Vendidas e das
Matérias Consumidas; Fornecimentos e Serviços Externos; Custos com Pessoal;
amortizações do imobilizado corpóreo e incorpóreo; provisões; impostos; outros custos e
perdas operacionais; os Custos e Perdas Financeiros: perdas em empresas do grupo e
associadas; amortizações e provisões de aplicações e investimentos financeiros; juros e
custos similares (separados em relativos a empresas do grupo e outros) e os Custos e
Perdas Extraordinários, que integram todos os custos associados a donativos, dívidas
incobráveis, multas e penalidades, etc.
O Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas regista a contrapartida das
saídas das existências nela mencionadas, por venda ou integração no processo produtivo.
Os Fornecimentos e Serviços Externos registam a aquisição de um conjunto de bens e
serviços, de consumo imediato, que a generalidade das empresas necessitam para o seu
funcionamento normal. É nesta rubrica que se incluem as despesas com energia, água,
comunicações e rendas e alugueres. Assim, esta rubrica diz respeito às seguintes
componentes de despesa:
• Rendas e alugueres que se referem à renda de terrenos e edifícios e ao aluguer de
equipamentos.
• Subcontratos que compreendem aos trabalhos necessários ao processo produtivo
próprio, relativamente aos quais se obteve a cooperação de outras empresas,
submetidos a compromissos formalizados ou a simples acordos;
• Ferramentas e utensílios de desgaste rápido que dizem respeito ao equipamento dessa
natureza cuja vida útil não exceda, em condições de utilização normal, o período de um
ano.
• Artigos para oferta que compreendem o custo dos bens adquiridos especificamente para
oferta.
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• Seguros a cargo da empresa, com excepção dos relativos a custos com o pessoal.
• Transportes de pessoal que incluem gastos de transportes, com carácter de
permanência, destinados à deslocação dos trabalhadores de e para o local de trabalho.
• Deslocações e estadas que dizem respeitam aos custos de alojamento e alimentação
fora do local de trabalho.
• Comissões que compreendem as verbas atribuídas às entidades que, de sua conta,
agenciaram transacções ou serviços.
• Honorários referentes às remunerações atribuídas aos trabalhadores independentes.
• Conservação e reparação que inclui os bens e os serviços destinados à manutenção dos
elementos do activo imobilizado e que não provoquem um aumento do seu custo ou da
sua duração.
• Trabalhos especializados que compreendem os serviços técnicos prestados por outras
empresas que a própria empresa não pode superar pelos seus meios, tais como
serviços informáticos, análises laboratoriais, trabalhos tipográficos, estudos e pareceres.
Os impostos abrangem os impostos directos e indirectos com excepção do imposto sobre o
rendimento e as taxas para entidades oficiais e instituições diversas, respeitantes às
actividades da empresa geralmente calculadas em função de consumos, produção e
vendas.
Os Custos com o Pessoal registam todas as remunerações de carácter fixo e periódico dos
trabalhadores e dirigentes da empresa bem como os encargos sociais a cargo da entidade e
gastos de carácter social obrigatórios ou facultativos, incluindo seguros. Assim, incluem:
• Encargos sobre remunerações que incluem remunerações que sejam suportadas
obrigatoriamente pela empresa.
• Pensões que compreendem os custos relativos a pensões, nomeadamente de reforma e
invalidez.
• Prémios de pensões respeitantes aos prémios da natureza em epígrafe destinados a
entidades externas, a fim de que estas venham a suportar oportunamente os encargos
com o pagamento de pensões ao pessoal.
• Outros custos com o pessoal que compreendem, nomeadamente, as indemnizações por
despedimento e os complementos facultativos de reforma.
• Seguros do ramo vida, acidentes de trabalho e doenças profissionais e seguros que
garantam o benefício da reforma, invalidez ou sobrevivência.
29
Os Outros Custos e Perdas operacionais é uma conta residual no âmbito dos custos
operacionais, uma vez que engloba todos os custos que não são contemplados pelas contas
anteriores. Incluem, por exemplo, ofertas e amostras de existências.
As amortizações do exercício servem para registar a depreciação das imobilizações
corpóreas (com excepção das incluídas em investimentos financeiros) e incorpóreas
atribuídas ao exercício.
As provisões do exercício registam, de forma global, no final do período contabilístico, a
variação positiva da estimativa das responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas
quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
Os Custos e Perdas Financeiros correspondem a todos os custos inerentes à utilização de
capital alheio na actividade da empresa, tais como, juros de financiamento e descontos de
títulos, perdas em empresas do grupo e associadas, amortizações de investimentos em
imóveis, ajustamentos de aplicações financeiras, diferenças de câmbio desfavoráveis,
descontos de pronto pagamento e perdas na alienação de aplicações de tesouraria. Assim,
estas despesas correspondem a: perdas em empresas do grupo e associadas (registam as
perdas relativas às participações de capital em empresas do grupo e associadas derivadas
da aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito
apenas os resultados dessas empresas); provisões para aplicações financeiras (registam,
de forma global, no final do período contabilístico, a variação positiva da estimativa dos
riscos, em cada espécie de provisão, entre dois períodos contabilísticos consecutivos, que
tiver características de custo financeiro); diferenças de câmbio desfavoráveis (relacionadas
com a actividade corrente da empresa e com o financiamento das imobilizações); descontos
de pronto pagamento concedidos; perdas na alienação de aplicações de tesouraria (perdas
verificadas na alienação de títulos negociáveis e outras aplicações de tesouraria, sendo
creditada pelo produto da sua venda e debitada pelo custo correspondente).
Os Custos e Perdas Extraordinários compreendem: perdas em imobilizações (perdas
provenientes de alienação, de sinistros ou de abates de imobilizações); aumentos de
amortizações e de provisões; correcções relativas a exercícios anteriores (correcções
desfavoráveis derivadas de erros ou omissões relacionados com exercícios anteriores, que
não sejam de grande significado nem ajustamentos de estimativas inerentes ao processo
contabilístico).
33
As opções metodológicas que sustentam este estudo integram a análise documental,
recolha, tratamento e análise estatística de um conjunto de dados. Para a sua elaboração foi
constituída uma equipa técnica multidisciplinar, com competências que envolvem as áreas
de economia, direito do trabalho, sociologia e psicologia.
As fontes utilizadas para recolha de dados reportam-se do Instituto Nacional de Estatística
(INE), designadamente os Indicadores Económico Financeiros das Empresas, que contêm
informação sobre as componentes de custo, bem como outras fontes de informação com
indicadores dos custos das empresas provenientes das demonstrações de resultados.
Assim, os dados estatísticos apresentados resultam da análise, entre os anos de 2004 e de
2009, dos custos das empresas. Em termos evolutivos apenas é possível comparar os anos
de 2007, 2008 e 2009 em resultado das alterações efectuadas ao nível da informação
estatística2.
No que diz respeito aos indicadores, foram recolhidos, junto do INE, os dados relativos a
custo das mercadorias vendidas das empresas e custo das matérias consumidas (CMVMC),
fornecimentos e serviços externos (FSE), Custos com o Pessoal, Amortizações,
ajustamentos e provisões (Amort., aj. e prov.), impostos (Imp.), Outros Custos e Perdas
operacionais, Custos e Perdas Financeiros e Custos e Perdas Extraordinários. Os custos
totais das empresas foram definidos como o somatório destas rubricas. Tendo em
consideração o âmbito do estudo e de modo a não aumentar a complexidade do mesmo,
não foram tidas em conta as componentes de Proveitos e Ganhos. Para a amostra de
empresas das ITVC, foi efectuado um levantamento dos dados económico-financeiros,
baseados nos mapas de Demonstração de Resultados.
De modo a definir um conjunto de empresas a analisar, foi construída uma amostra não
aleatória do tipo intencional de acordo com número total de empresas das ITVC por
subsectores. Dada a dificuldade de obter uma amostra com representatividade estatística
face ao universo de empresas das ITVC, a opção recaiu na definição de uma amostra de 56
empresas, o que corresponde a aproximadamente 0,3% do total de empresas e 6,2% dos
trabalhadores existentes em 2009, segundo os dados do INE. De modo a obter uma
amostra mais próxima da realidade, o propósito inicial foi a construção de uma amostra por
2 Conforme o INE, “A partir do ano de referência 2004, o Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE) alterou de forma significativa a sua metodologia, aproveitando a informação fiscal recebida administrativamente. Os dados divulgados na publicação “Empresas em Portugal 2005“ registaram uma relevante reformulação ao nível da produção das estatísticas das empresas, correspondendo a uma maior cobertura do universo empresarial e não sendo portanto, directamente comparáveis com os divulgados em edições anteriores. Estas alterações resultam essencialmente de dois factores: Inclusão dos profissionais liberais; Utilização de informação exaustiva, em detrimento dos dados extrapolados do Inquérito Anual às Empresas”.
34
quotas, isto é, proporcional ao peso de cada subsector no total das ITVC (quadro nº. 6).
Para a construção da amostra não foram tidas em conta outras variáveis como distribuição
geográfica ou dimensão das empresas.
Quadro nº 6 | Construção da amostra
CAE Actividade Económica Nº empresas 2009
Peso no Total de empresas
Nº empresas a analisar
13 Fabricação de têxteis 3.620 19,3% 12 131 Preparação e fiação de fibras têxteis 144 0,8% 1
132 Tecelagem de têxteis 293 1,6% 1
133 Acabamento de têxteis 468 2,5% 1
139 Fabricação de outros têxteis 2.715 14,5% 9
1391 Fabricação de tecidos de malha 270 1,4% 1
1392 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário 1.005 5,4% 3
1393 Fabricação de tapetes e carpetes 147 0,8% 0
1394 Fabricação de cordoaria e redes 42 0,2% 1
1395 Fabricação de não tecidos e respectivos artigos, excepto vestuário
22 0,1% 0
1396 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial 153 0,8% 0
1399 Fabricação de outros têxteis, n.e. 1.076 5,7% 3
13991 Fabricação de bordados 632 3,4% 2
13992 Fabricação de rendas 22 0,1% 0
13993 Fabricação de outros têxteis diversos, n.e. 422 2,3% 1
14 Indústria do vestuário 10.050 53,6% 27
141 Confecção de artigos de vestuário, excepto artigos de peles com pêlo 9.251 49,3% 26
1411 Confecção de vestuário em couro 70 0,4% 0
1412 Confecção de vestuário de trabalho 203 1,1% 1
1413 Confecção de outro vestuário exterior 7.802 41,6% 21
14131 Confecção de outro vestuário exterior em série 5.568 29,7% 15
14132 Confecção de outro vestuário exterior por medida
1.926 10,3% 5
14133 Actividades de acabamento de artigos de vestuário 308 1,6% 1
1414 Confecção de vestuário interior 418 2,2% 1
1419 Confecção de outros artigos e acessórios de vestuário 758 4,0% 2
142 Fabricação de artigos de peles com pêlo 29 0,2% 0
143 Fabricação de artigos de malha 770 4,1% 2
1431 Fabricação de meias e similares de malha 349 1,9% 1
1439 Fabricação de outro vestuário de malha 421 2,2% 1
15 Indústria do couro e dos produtos do couro 2.813 15,0% 9
151
Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo; fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
439 2,3% 2
1511 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo 118 0,6% 1
1512 Fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
321 1,7% 1
152 Indústria do calçado 2.374 12,7% 7
15201 Fabricação de calçado 1.986 10,6% 6
15202 Fabricação de componentes para calçado 388 2,1% 1
96010 Lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles 2.267 12,1% 7
TOTAL 18.750 100,0% 56
37
3.1 ESTRUTURA DE CUSTOS NAS ITVC
Analisando as diferentes componentes de custos entre as ITVC, com comparação com a
distribuição a nível nacional e na Industria Transformadora, observamos que a estrutura de
custos3 é bastante variável entre os sectores (gráfico nº 1).
Gráfico nº 1 | Distribuição relativa dos custos em 2009
49,4%55,7%
43,8%
31,7%
56,5%48,9%
8,9%
24,0%18,7%
21,8%
29,4%
14,5%
19,5%
37,2%
14,6% 15,2%
21,9% 31,5%18,4% 24,5%
38,4%
5,5%5,9% 6,3%
3,7%4,0%
4,0%
10,7%
4,5% 2,7% 3,9% 2,0% 4,0%1,9% 2,6%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
Total Nacional Ind.Transformadora
Texteis Vestuário Curtumes Calçado Lavandarias
CMVMC FSE C.Pessoal
Amortizações, ajust. e provisões Impostos Outros CP Operacionais
CP Financeiros CP Extraordinários
Em 2009, a nível nacional (total nacional, englobando todos os sectores de actividade), a
componente mais significativa é a de Custos com Mercadorias Vendidas e Matérias
Consumidas (CMVMC), que representa quase metade do total de custos. Segue-se a
componente de Fornecimentos e Serviços Externos (FSE), que inclui as rendas e alugueres,
energia, água e comunicações, entre outros, que representa 24% dos custos. Em terceiro
lugar fica a rubrica de Custos com Pessoal, que inclui todas as componentes salariais, com
um peso de quase 15%. Ao nível da média da Industria Transformadora (IT), constata-se
que a componente de CMVMC apresenta um peso mais significativo, representando quase
3 Tal como foi referido no ponto 1.3, considerando que os dados estatísticos se reportam até 2009, a óptica utilizada na análise da estrutura de custos ainda é centrada no POC e não no SNC.
38
56% dos custos. Nesta indústria os FSE têm um peso inferior, perto de 19%, mantendo os
Custos com Pessoal uma importância relativa semelhante na ordem dos 15%.
Analisando as ITVC, observamos diferenças, sendo que os Custos com Pessoal detêm um
peso relativo bastante superior à média nacional, bem como à média da IT, passando para
segundo lugar na importância relativa da estrutura global custos. Na indústria do Vestuário,
os CMVMC apresentam uma importância relativa bastante inferior enquanto que os Custos
com Pessoal apresentam um elevado peso nos custos totais. A importância reduzida dos
CMVMC nesta indústria resulta sobretudo desta ter uma elevada componente de actividade
baseada na subcontratação. Com efeito, os CMVMC representam 31,7% dos custos totais e
os custos com Pessoal equivalem em 31,5%. Neste sector também os FSE têm um peso
superior, representando 29,4% dos custos totais. Na Industria Têxtil, CMVMC representam
44%, os Custos com Pessoal e os FSE representam 22% dos custos totais. Nesta indústria
as amortizações detêm mais importância comparativamente aos restantes, designadamente
com o Vestuário, pois é uma indústria menos mão-de-obra intensiva e com investimento em
equipamento mais sofisticado. Nos Curtumes, embora os Custos com Pessoal ocupem o
segundo lugar em termos de importância relativa nos custos, o seu peso é menor quando
comparado com as restantes ITVC, ficando nos 18,4%. Tal deve-se à elevada importância
dos CMVMC nos Curtumes, que representam quase 57% dos custos. No Calçado, os
CMVMC representam 49% e os Custos com Pessoal representam 24,5%, enquanto os FSE
representam quase 20% dos custos.
Nas ITVC os custos operacionais representam a grande maioria dos custos Totais. Os
custos e perdas financeiros representam entre 2% a 4% dos custos e os custos e perdas
extraordinários representam entre 1% a 2% do total de custos.
Particular atenção deve ser dada ao sector específico das Lavandarias, em que a
componente mais significativa de custos é a de Custos com Pessoal representando 38,4%
do total de custos. Seguem-se os FSE que detêm um peso de 37,2%. Tal resulta de, neste
sector, os CMVMC terem pouca importância relativa, representando apenas 8,9% dos
custos totais. Este sector caracteriza-se também pela elevada importância da componente
de amortizações, que representa 10,7% dos custos, pois é detentor de um investimento
elevado em equipamento.
Analisando esta estrutura de custos de 2009 por comparação à estrutura de custos de 2004
(gráfico nº 2), podemos obter a evolução da distribuição das componentes de custos nas
ITVC.
39
Gráfico nº 2 | Distribuição relativa dos custos em 2004
51,9%56,0%
45,7%
33,7%
50,7%
10,8%
23,1%18,1%
20,8%
30,6%
17,7%
36,2%
13,5% 15,9%
20,8% 28,1%23,8%
34,8%
5,2%6,0%
7,5%4,1% 4,7%
13,8%
3,8% 2,2% 3,3% 2,1% 1,9% 1,9%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
Total Nacional Ind.Transformadora
Texteis Vestuário Calçado Lavandarias
CMVMC FSE C.Pessoal
Amortizações, ajust. e provisões Impostos Outros CP Operacionais
CP Financeiros CP Extraordinários
Em termos globais assistimos nas ITVC à mesma tendência que se registou a nível
nacional, ou seja, a uma redução da importância dos CMVMC (mantendo-se este como
custo preponderante) e a um aumento do peso relativo dos FSE e dos Custos com Pessoal.
A excepção é no Vestuário que observa uma ligeira redução do peso relativo dos FSE. A
síntese apresenta-se no quadro nº 7.
40
Quadro nº 7 | Evolução da estrutura de custos entre 2004 e 2009
Sector CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amortiza-ções,
ajusta-mentos e provisões
Impostos
Outros CP
Opera-cionais
CP Finan-ceiros
CP Extraor-dinários
Total Nacional 2004 51,9% 23,1% 13,5% 5,2% 0,5% 0,4% 3,8% 1,6%
Total Nacional 2009 49,4% 24,0% 14,6% 5,5% 0,5% 0,5% 4,5% 1,1%
Indústria Transformadora
2004 56,0% 18,1% 15,9% 6,0% 0,3% 0,4% 2,2% 1,1%
Indústria Transformadora
2009 55,7% 18,7% 15,2% 5,9% 0,3% 0,4% 2,7% 1,0%
Têxteis 2004 45,7% 20,8% 20,8% 7,5% 0,3% 0,1% 3,3% 1,5%
Têxteis 2009 43,8% 21,8% 21,9% 6,3% 0,4% 0,2% 3,9% 1,7%
Vestuário 2004 33,7% 30,6% 28,1% 4,1% 0,2% 0,1% 2,1% 1,1%
Vestuário 2009 31,7% 29,4% 31,5% 3,7% 0,2% 0,1% 2,0% 1,4%
Calçado 2004 50,7% 17,7% 23,8% 4,7% 0,2% 0,2% 1,9% 0,9%
Calçado 2009 48,9% 19,5% 24,5% 4,0% 0,2% 0,1% 1,9% 1,0%
Lavandarias 2004 10,8% 36,2% 34,8% 13,8% 0,4% 0,7% 1,9% 1,5%
Lavandarias 2009 8,9% 37,2% 38,4% 10,7% 0,5% 0,1% 2,6% 1,7%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos.
41
3.2 CUSTOS NAS INDÚSTRIAS TÊXTEIS As Indústrias Têxteis registam diferenças nas suas estruturas de custos entre os seus
subsectores (quadro nº 8).
Quadro nº 8 | Estrutura de custos nas Indústrias Têx teis em 2009
CAE Actividade Económica CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
13 Fabricação de têxteis 43,8% 21,8% 21,9% 6,3% 0,4% 0,2% 3,9% 1,7%
131 Preparação e fiação de fibras têxteis 41,2% 21,8% 20,6% 7,2% 0,5% 0,1% 6,4% 2,2%
13101 Preparação e fiação de fibras do tipo algodão
42,8% 21,2% 17,5% 6,9% 0,5% 0,1% 7,8% 3,0%
13102 Preparação e fiação de fibras do tipo lã 33,1% 24,2% 29,9% 7,4% 0,4% 0,0% 4,2% 0,6%
13103
Preparação e fiação da seda e preparação e texturização de filamentos sintéticos e artificiais
42,7% 18,7% 24,1% 8,9% 0,5% 0,0% 3,7% 1,4%
13104 Fabricação de linhas de costura 47,6% 25,8% 17,1% 6,6% 0,4% 0,0% 2,2% 0,4%
13105 Preparação e fiação de linho e de outras fibras têxteis
41,9% 22,6% 23,2% 7,1% 0,6% 0,1% 3,8% 0,7%
132 Tecelagem de têxteis 38,8% 24,5% 22,6% 6,5% 0,3% 0,1% 5,0% 2,2%
13201 Tecelagem de fio do tipo algodão 38,4% 25,2% 22,2% 6,5% 0,3% 0,1% 5,4% 2,0%
13202 Tecelagem de fio do tipo lã
39,7% 22,8% 27,1% 6,9% 0,3% 0,2% 2,6% 0,5%
13203 Tecelagem de fio do tipo seda e de outros têxteis 39,6% 22,7% 21,8% 6,4% 0,6% 0,2% 5,0% 3,8%
133 Acabamento de têxteis 30,5% 26,3% 28,7% 8,2% 0,3% 0,3% 3,6% 2,1%
13301 Branqueamento e tingimento 31,1% 27,0% 27,3% 8,3% 0,4% 0,3% 3,9% 1,7%
13302 Estampagem 28,8% 25,5% 33,9% 7,4% 0,3% 0,4% 1,8% 2,0%
13303 Acabamento de fios, tecidos e artigos têxteis, n.e.
30,3% 23,9% 27,8% 8,9% 0,3% 0,2% 4,6% 4,0%
139 Fabricação de outros têxteis 49,6% 19,7% 20,1% 5,6% 0,3% 0,1% 3,2% 1,3%
1391 Fabricação de tecidos de malha 58,0% 20,3% 13,5% 3,9% 0,3% 0,1% 2,1% 1,9%
1392 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário
46,7% 20,6% 22,0% 4,8% 0,4% 0,2% 4,0% 1,3%
1393 Fabricação de tapetes e carpetes 42,2% 19,1% 24,9% 5,9% 0,5% 0,5% 6,3% 0,6%
1394 Fabricação de cordoaria e redes 52,2% 17,2% 18,1% 7,0% 0,3% 0,2% 3,8% 1,2%
13941 Fabricação de cordoaria 52,6% 17,3% 17,3% 6,9% 0,3% 0,2% 3,9% 1,4%
13942 Fabricação de redes 50,7% 16,6% 21,2% 7,6% 0,2% 0,2% 3,2% 0,3%
1395 Fabricação de não tecidos e respectivos artigos, excepto vestuário
57,2% 13,9% 17,5% 6,0% 0,4% 0,1% 3,1% 1,8%
1396 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial 54,1% 14,3% 21,2% 7,7% 0,2% 0,1% 1,8% 0,5%
13961 Fabricação de passamanarias e sirgarias 36,6% 17,4% 32,8% 8,6% 0,3% 0,1% 3,0% 1,2%
42
CAE Actividade Económica CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
13962 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial, n.e.
59,6% 13,4% 17,6% 7,4% 0,2% 0,1% 1,4% 0,4%
1399 Fabricação de outros têxteis, n.e. 37,5% 25,1% 26,5% 6,7% 0,3% 0,1% 2,5% 1,4%
13991 Fabricação de bordados 22,8% 20,3% 40,4% 9,8% 0,4% 0,2% 3,3% 2,7%
13992 Fabricação de rendas 20,1% 26,7% 43,6% 5,1% 0,5% 0,1% 3,5% 0,5%
13993 Fabricação de outros têxteis diversos, n.e. 44,7% 27,3% 19,7% 5,2% 0,3% 0,0% 2,0% 0,8%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Fi nanceiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordin ários.
No subsector de preparação e fiação de fibras têxteis, é na preparação e fiação de fibras do
tipo lã que os Custos com Pessoal representam maior peso relativo, na ordem dos 30% dos
custos totais e é na fabricação de linhas de costura que representam menor peso, apenas
17,1% dos custos totais. O subsector de acabamento de têxteis apresenta um peso dos
Custos com Pessoal acima da média, cerca de quase 29%, devido à Estampagem, onde os
Custos com Pessoal assumem um peso de 34%. Nos Acabamentos, os FSE também são
bastante importantes, representando 26,3% dos custos totais. Neste subsector a
componente de Custos com Pessoal é a mais significativa de todas as componentes de
custo devido ao seu carácter mão-de-obra intensivo. Na cordoaria e redes, embora ocupem
o segundo lugar em termos de importância relativa nos custos, os Custos com Pessoal
apenas representam 18% dos custos, sendo a componente maioritária a de CMVMC que
representa 52,2%. Destacam-se ainda os subsectores de fabricação de rendas e de
bordados onde os Custos com Pessoal são as principais componentes de custo,
representando respectivamente 43,6% e 40,4% do total de custos. Estes são subsectores
com uma enorme dependência da mão-de-obra o que justifica esta importância dos
encargos com pessoal. Nestes subsectores, onde os CMVMC não são tão elevados,
também os FSE assumem uma importância significativa. Em sintese podemos observar a
estrutura de custos dos diferentes subsectores com destaque para as principais
componentes – CMVMC, FSE e Custos com Pessoal – através do gráfico nº 3.
43
Gráfico nº 3 | Distribuição relativa dos custos, su bsectores Têxteis, 2009
43,8%
41,2%
42,8%
33,1%
42,7%
47,6%
41,9%
38,8%
38,4%
39,7%
39,6%
30,5%
31,1%
28,8%
30,3%
49,6%
58,0%
46,7%
42,2%
52,2%
52,6%
50,7%
57,2%
54,1%
36,6%
59,6%
37,5%
22,8%
20,1%
44,7%
21,8%
21,8%
21,2%
24,2%
18,7%
25,8%
22,6%
24,5%
25,2%
22,8%
22,7%
26,3%
27,0%
25,5%
23,9%
19,7%
20,3%
20,6%
19,1%
17,2%
17,3%
16,6%
13,9%
14,3%
17,4%
13,4%
25,1%
20,3%
26,7%
27,3%
21,9%
20,6%
17,5%
29,9%
24,1%
17,1%
23,2%
22,6%
22,2%
27,1%
21,8%
28,7%
27,3%
33,9%
27,8%
20,1%
13,5%
22,0%
24,9%
18,1%
17,3%
21,2%
17,5%
21,2%
32,8%
17,6%
26,5%
40,4%
43,6%
19,7%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Têxteis (média global)
Prep. e fiação de fibras têxteis
-Prep. e fiação de fibras do tipo algodão
-Prep. e fiação de fibras do tipo lã
-Prep. fiação da seda e prep. e texturização filamentos
-Fab. linhas de costura
-Prep. e fiação de linho e de outras fibras têxteis
Tecelagem de têxteis
-Tecelagem de fio do tipo algodão
-Tecelagem de fio do tipo lã
-Tecelagem de fio do tipo seda e de outros têxteis
Acabamento de têxteis
-Branqueamento e tingimento
-Estampagem
-Acabamento de fios, tecidos e artigos têxteis, n.e.
Fab. Outros têxteis
-Fab. Tecidos de malha
-Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário
-Fab. Tapetes e carpetes
-Fab. Cordoaria e redes
-Fab. Cordoaria
-Fab. Redes
-Fab. não tecidos e respectivos artigos, excepto vestuário
-Fab. têxteis para uso técnico e industrial
-Fab. Passamanarias e sirgarias
-Fab. Têxteis para uso técnico e industrial, n.e.
- Fab. Outros têxteis, n.e.
-Fab. Bordados
-Fab. Rendas
-Fab. outros têxteis diversos, n.e.
CMVMC FSE C. Pessoal Amort., aj. e prov. Imp. O. CP Oper. CP Fin. CP Extraor.
Legenda: Prep. – Preparação; Fab. – Fabricação.
Em termos de outros custos, destacam-se os custos e perdas financeiros que ocupam uma
importância elevada nos subsectores de preparação e fiacção de fibras têxteis, cerca de
6,4%, de fabricação de tapetes e carpetes, de 6,3% e Tecelagem de têxteis, de 5% dos
custos totais.
44
No caso das Indústrias Têxteis, observa-se uma redução global dos custos totais bastante
acentuada entre 2007 e 2009 resultante sobretudo da quebra do número de empresas e
trabalhadores (quadro nº 9). No entanto, esta quebra foi mais significativa ao nível dos
CMVMC e dos FSE.
Quadro nº 9 | Evolução dos custos entre 2007 e 2009 nas Indústrias Têxteis
Ano CMVMC FSE Custos com Pessoal
Amort., aj. e prov. Imp. O. CP
Oper. CP Fin. CP Extraor.
CUSTOS TOTAIS
Valor (€)
2007 1.669.651.375 797.874.082 711.037.246 220.528.790 11.444.575 5.230.352 140.261.220 44.650.706 3.600.678.346
2008 1.494.067.091 730.904.769 681.646.918 211.295.288 10.547.689 4.295.912 155.446.134 48.332.342 3.336.536.143
2009 1.208.619.458 601.978.805 604.575.642 173.350.174 9.807.628 4.312.431 108.050.125 46.370.015 2.757.064.278
Evolução
2007/ 08 -10,5% -8,4% -4,1% -4,2% -7,8% -17,9% 10,8% 8,2% -7,3%
2008/ 09 -19,1% -17,6% -11,3% -18,0% -7,0% 0,4% -30,5% -4,1% -17,4%
2007 /09
-27,6% -24,6% -15,0% -21,4% -14,3% -17,5% -23,0% 3,9% -23,4%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Fina nceiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinár ios.
Considerando que a quebra global de custos foi de 23,4%, observa-se que os Custos com
Pessoal e os impostos foram as componentes que menos diminuíram em termos relativos,
sendo que os custos e perdas extraordinários observaram mesmo um aumento.
Importa salientar que entre 2007 e 2009, o número de empresas reduziu 11% e o número de
trabalhadores reduziu 17%. Em termos de qualificação, perderam-se trabalhadores não
qualificados e qualificados, tendo havido um aumento dos quadros médios e quadros
superiores. Acresce que, embora os custos de pessoal tenham diminuído, segundo os
dados do GEP/MTSS, as empresas compensaram os seus trabalhadores, tendo as
remunerações médias mensais base aumentado 7% entre 2007 e 2009.
Assim, em termos globais, assiste-se ao aumento do peso relativo da rubrica de Custos com
Pessoal em 2,2% entre 2007 e 2009 (quadro nº 10). Analisando os subsectores,
observamos que a evolução da estrutura de custos regista diferenças. Os subsectores mais
mão-de-obra intensivo observam aumentos superiores do peso relativo dos Custos com
Pessoal.
45
Quadro nº 10 | Evolução da estrutura de custos entre 2007 e 2009 nas Indústrias Têxteis
CAE Actividade Económica CMV MC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper. CP Fin. CP
Extraor.
13 Fabricação de têxteis -2,5% -0,3% 2,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,4%
131 Preparação e fiação de fibras têxteis -4,6% 0,8% 1,8% 0,3% 0,1% 0,0% 0,9% 0,8%
13101 Preparação e fiação de fibras do tipo algodão -4,2% 0,6% 0,3% 0,5% 0,2% 0,0% 1,0% 1,7%
13102 Preparação e fiação de fibras do tipo lã -1,5% -0,7% 3,8% -0,5% 0,0% 0,0% 1,4% -2,5%
13103
Preparação e fiação da seda e preparação e texturização de filamentos sintéticos e artificiais
-13,2% 3,7% 7,1% 1,6% 0,1% 0,0% -0,2% 0,8%
13104 Fabricação de linhas de costura 0,3% -2,5% 0,8% -0,1% 0,2% 0,0% 1,2% 0,2%
13105 Preparação e fiação de linho e de outras fibras têxteis -3,2% 3,7% 2,4% -3,6% 0,1% 0,1% 0,4% 0,2%
132 Tecelagem de têxteis -4,6% -0,3% 2,3% 0,7% 0,0% 0,0% 0,7% 1,2%
13201 Tecelagem de fio do tipo algodão -5,5% -0,5% 3,2% 0,5% 0,0% 0,0% 1,3% 1,1%
13202 Tecelagem de fio do tipo lã -5,2% 2,9% 2,0% 1,6% 0,0% 0,1% -0,7% -0,6%
13203 Tecelagem de fio do tipo seda e de outros têxteis -1,1% -1,6% 0,0% 0,7% 0,1% 0,0% -0,5% 2,4%
133 Acabamento de têxteis 0,2% -1,2% 2,0% -0,9% 0,0% 0,0% 0,0% -0,1%
13301 Branqueamento e tingimento 0,7% -1,0% 1,7% -1,0% -0,1% 0,0% 0,3% -0,6%
13302 Estampagem 0,3% -1,0% 1,8% -0,4% 0,0% -0,2% -0,5% 0,0%
13303 Acabamento de fios, tecidos e artigos têxteis, n.e. -1,7% -2,6% 3,1% -0,9% 0,0% 0,0% -0,3% 2,4%
139 Fabricação de outros têxteis -1,7% -0,5% 2,0% 0,2% 0,0% 0,0% -0,3% 0,2%
1391 Fabricação de tecidos de malha 2,6% -3,0% 1,0% -0,4% 0,0% 0,0% -0,1% -0,2%
1392 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário
-1,4% -0,1% 1,9% -0,4% 0,1% 0,0% -0,4% 0,3%
1393 Fabricação de tapetes e carpetes -4,5% -0,3% 3,8% 0,0% 0,2% 0,1% 0,5% 0,3%
1394 Fabricação de cordoaria e redes -8,3% 2,5% 3,3% 2,1% 0,1% 0,1% -0,4% 0,6%
13941 Fabricação de cordoaria -8,8% 3,0% 3,3% 2,1% 0,1% 0,1% -0,5% 0,8%
13942 Fabricação de redes -5,3% 0,4% 2,8% 2,2% 0,0% 0,1% 0,1% -0,4%
1395 Fabricação de não tecidos e respectivos artigos, excepto vestuário
-0,1% 0,2% -1,2% -1,0% 0,1% 0,1% 1,1% 0,8%
1396 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial -2,3% -0,3% 2,7% 0,9% 0,0% 0,0% -0,9% 0,0%
13961 Fabricação de passamanarias e sirgarias -4,7% -0,5% 4,5% 0,2% 0,1% 0,0% 0,5% -0,1%
13962 Fabricação de têxteis uso técnico e industrial, n.e. -1,7% -0,2% 2,2% 1,1% 0,0% -0,1% -1,4% 0,1%
1399 Fabricação de outros têxteis, n.e. -2,4% -0,6% 2,7% 0,1% 0,0% 0,1% -0,1% 0,3%
13991 Fabricação de bordados 0,5% -0,9% 1,2% -1,4% 0,0% 0,2% -0,4% 0,8%
13992 Fabricação de rendas -0,2% 4,3% 3,9% -7,6% 0,1% -0,5% -0,2% 0,3%
13993 Fabricação de outros têxteis diversos, n.e. -3,3% -0,4% 2,9% 0,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Fina nceiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinár ios.
46
3.3 CUSTOS NA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
O sector do Vestuário, também por razões de utilização e importância da mão-de-obra no
processo produtivo, apresenta um peso significativo dos Custos com Pessoal na sua
estrutura de custos (quadro nº 11).
Quadro nº 11 | Estrutura de custos na Indústria do Vestuário em 2009
CAE Actividade Económica CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort, aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
14 Indústria do vestuário 31,7% 29,4% 31,5% 3,7% 0,2% 0,1% 2,0% 1,4%
141
Confecção de artigos de vestuário, excepto artigos de peles com pêlo
30,2% 30,6% 32,0% 3,4% 0,2% 0,1% 2,0% 1,3%
1411 Confecção vestuário em couro 33,4% 17,7% 33,8% 1,5% 0,5% 0,1% 5,2% 7,8%
1412 Confecção vestuário de trabalho 46,0% 18,6% 28,2% 4,1% 0,3% 0,1% 1,4% 1,5%
1413 Confecção outro vestuário exterior
28,7% 31,8% 32,8% 3,3% 0,2% 0,1% 2,0% 1,1%
14131
Confecção de outro vestuário exterior em série
29,1% 32,0% 32,2% 3,3% 0,2% 0,1% 2,0% 1,1%
14132
Confecção de outro vestuário exterior por medida
23,0% 27,6% 42,4% 3,0% 0,2% 0,0% 1,9% 1,9%
14133
Actividades de acabamento de artigos de vestuário
13,4% 24,1% 54,0% 5,6% 0,3% 0,0% 1,9% 0,7%
1414 Confecção de vestuário interior 35,0% 26,9% 29,7% 3,6% 0,2% 0,3% 2,0% 2,4%
1419 Confecção de outros artigos e acessórios de vestuário
33,8% 29,0% 27,9% 4,6% 0,3% 0,1% 3,6% 0,7%
142 Fabricação de artigos de peles com pêlo 37,1% 18,8% 38,2% 2,4% 0,2% 0,0% 2,5% 0,9%
143 Fabricação de artigos de malha 42,8% 20,3% 27,1% 5,4% 0,3% 0,1% 2,2% 2,0%
1431 Fabricação de meias e similares de malha 50,8% 15,2% 25,2% 5,4% 0,3% 0,1% 1,9% 1,1%
1439 Fabricação de outro vestuário de malha 33,7% 26,0% 29,2% 5,3% 0,3% 0,2% 2,4% 2,9%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Pe rdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários. Conf. – Confecção.
Em síntese podemos melhor observar as diferenças entre subsectores do peso relativo das
principais componentes de custos em 2009 através do gráfico nº 4.
47
Gráfico nº 4 | Distribuição relativa dos custos, su bsectores Vestuário, 2009
31,7%
33,4%
46,0%
28,7%
29,1%
23,0%
13,4%
35,0%
33,8%
37,1%
42,8%
50,8%
33,7%
29,4%
17,7%
18,6%
31,8%
32,0%
27,6%
24,1%
26,9%
29,0%
18,8%
20,3%
15,2%
26,0%
31,5%
33,8%
28,2%
32,8%
32,2%
42,4%
54,0%
29,7%
27,9%
38,2%
27,1%
25,2%
29,2%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Vestuário (média global)
Conf. vestuário em couro
Conf. vestuário de trabalho
Conf.outro vestuário exterior
- vestuário exterior em série
- vestuário exterior por medida
- acabamento de artigos devestuário
Conf. vestuário interior
Conf. outros artigos e acessóriosde vestuário
Fab. artigos de peles com pêlo
Fab. artigos de malha
- meias e similares de malha
- outro vestuário de malha
CMVMC FSE C. Pessoal Amort., aj. e prov. Imp. O. CP Oper. CP Fin. CP Extraor.
Legenda: Conf. – Confecção.
Os subsectores onde este peso é primordial são os de confecção de outro vestuário exterior
por medida (42,4%) e de Actividades de acabamento de artigos de vestuário (54%). O
subsector onde a importância dos Custos com Pessoal é menor é o de Fabricação de meias
e similares de malha (25,2%) em resultado da importância que os CMVMC aqui assumem,
na ordem dos 51%. Destaca-se ainda o subsector de Confecção de outro vestuário exterior
em série como um subsector onde os FSE assumem uma elevada importância, cerca de
32%, o que significa que um aumento nos gastos externos, que incluem, por exemplo, a
energia, telecomunicações, agua, rendas e alugueres, têm um impacto maior neste
subsector.
48
No Vestuário observou-se uma diminuição nos custos totais de 18% entre 2007 e 2009
(quadro nº 12). Os CMVMC registaram uma quebra de quase 20% e os FSE de 24,2%,
enqanto que os Custos com Pessoal sofreram uma redução de 9,7%. Tal teve como
consequência uma redução da importância relativa das componentes CMVMC e FSE e, em
contrapartida, um aumento da importância relativa dos Custos com Pessoal.
Quadro nº 12 | Evolução dos custos entre 2007 e 2009 no Vestuário
Ano CMVMC FSE Custos com Pessoal
Amort., aj. e prov. Imp. O. CP
Oper. CP Fin. CP Extraor. CUSTOS TOTAIS
Valor (€)
2007 1.160.003.484 1.144.985.673 1.028.511.357 129.579.453 8.541.743 2.582.522 80.248.316 50.010.983 3.604.463.531
2008 1.098.141.751 1.061.898.352 1.027.219.806 124.668.130 8.401.814 2.118.056 84.249.612 42.584.430 3.449.281.951
2009 934.225.860 867.505.903 929.158.642 108.039.875 7.201.214 3.045.916 60.369.554 41.331.685 2.950.878.649
Evolução
2007/08 -5,3% -7,3% -0,1% -3,8% -1,6% -18,0% 5,0% -14,8% -4,3%
2008/09 -14,9% -18,3% -9,5% -13,3% -14,3% 43,8% -28,3% -2,9% -14,4%
2007/09
-19,5% -24,2% -9,7% -16,6% -15,7% 17,9% -24,8% -17,4% -18,1%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Fina nceiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinár ios.
No Vestuário, entre 2007 e 2009, a perda de empresas e trabalhadores rondou os 14%. Do
ponto de vista das qualificações, os trabalhadores mais afectados foram os qualificados e
semi-qualificados, sendo que os quadros médios e superiores foram reforçados. Neste
período, as remunerações médias mensais base aumentaram 9%.
Assim se constata que, no que diz respeito à evolução da estrutura de custos no Vestuário,
o peso dos Custos com Pessoal aumentou 3% (quadro nº 13).
Analisando as diferenças entre subsectores, observa-se que foi na confecção de vestuário
interior e na confecção de outros artigos e acessórios de vestuário que este peso mais
aumentou, mais 5,9% e 3,7% respectivamente.
49
Quadro nº 13 | Evolução da estrutura de custos entre 2007 e 2009 na Indústria do Vestuário
CAE Actividade Económica CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
14 Indústria do vestuário -0,5% -2,4% 3,0% 0,1% 0,0% 0,0% -0,2% 0,0%
141
Confecção de artigos de vestuário, excepto artigos de peles com pêlo
-0,5% -2,5% 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% -0,1% 0,0%
1411 Confecção de vestuário em couro -8,2% 2,9% 3,3% -1,4% -0,5% 0,0% -2,3% 6,3%
1412 Confecção de vestuário de trabalho 0,2% -2,6% 3,2% 0,9% 0,0% 0,0% -0,3% -1,4%
1413 Confecção de outro vestuário exterior -0,3% -1,8% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% -0,1% -0,3%
14131
Confecção de outro vestuário exterior em série
-0,3% -1,8% 2,7% 0,0% 0,0% 0,0% -0,2% -0,3%
14132
Confecção de outro vestuário exterior por medida
4,0% -1,1% -2,7% -0,9% -0,1% 0,0% 0,1% 0,7%
14133
Actividades de acabamento de artigos de vestuário
-1,5% 2,9% -2,7% 1,2% 0,1% 0,0% 0,2% 0,0%
1414 Confecção de vestuário interior -0,6% -6,7% 5,9% 0,0% 0,0% 0,2% -0,4% 1,7%
1419 Confecção de outros artigos e acessórios de vestuário
-3,2% -1,9% 3,7% 0,5% 0,1% 0,0% 1,4% -0,6%
142 Fabricação de artigos de peles com pêlo 2,2% 1,3% -3,1% -0,1% -0,2% 0,0% -0,2% 0,1%
143 Fabricação de artigos de malha -1,0% -1,0% 2,0% 0,4% 0,0% -0,1% -0,5% 0,3%
1431 Fabricação de meias e similares de malha 1,0% -1,8% 2,0% 0,7% 0,0% -0,2% -0,5% -1,2%
1439 Fabricação de outro vestuário de malha -3,6% 0,1% 2,0% 0,1% 0,0% 0,1% -0,6% 2,0%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Pe rdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
50
3.4 CUSTOS NAS INDÚSTRIAS DO COURO Entre as Industrias do Couro, que incluem os curtumes e o calçado, encontramos uma
diferença na estrutura dos custos (quadro nº 14).
Quadro nº 14 | Estrutura de custos na Indústria do Couro em 2009
CAE Actividade Económica CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
15 Indústria do couro e dos produtos do couro
49,8% 18,9% 23,7% 4,0% 0,2% 0,1% 2,1% 1,1%
151
Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo; fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
56,5% 14,5% 18,4% 4,0% 0,6% 0,1% 4,0% 1,9%
1511 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo
58,2% 14,3% 16,2% 4,2% 0,6% 0,1% 4,2% 2,2%
1512
Fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
48,3% 15,6% 29,0% 3,2% 0,3% 0,1% 2,8% 0,6%
152 Indústria do calçado 48,9% 19,5% 24,5% 4,0% 0,2% 0,1% 1,9% 1,0% 15201 Fabricação de calçado 49,1% 20,1% 24,2% 3,7% 0,2% 0,1% 1,8% 0,9%
15202 Fabricação de componentes para calçado
47,7% 15,1% 26,5% 6,6% 0,3% 0,1% 2,5% 1,3%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Fina nceiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinár ios.
Com efeito, na Curtimenta os CMVMC que representam a maior parte dos custos, cerca de
56,5%, e os Custos com Pessoal representam importância relativa na ordem dos 18,4% dos
custos totais. No Calçado, embora os CMVMC são o principal custo, os Custos com Pessoal
têm maior peso relativo, representando 24,5% dos custos totais. Também os FSE assumem
uma importância relativa maior, cerca de 19,5% dos custos totais.
Podemos visulaizar estas diferenças do peso relativo das principais componentes de custos
entre subsectores do Couro através do gréfico nº 5.
51
Gráfico nº 5 | Distribuição relativa dos custos, su bsectores do Couro, 2009
49,8%
56,5%
58,2%
48,3%
48,9%
49,1%
47,7%
18,9%
14,5%
14,3%
15,6%
19,5%
20,1%
15,1%
23,7%
18,4%
16,2%
29,0%
24,5%
24,2%
26,5%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Industria do Couro (média global)
Curtimenta e acabamento de pelese fab. artigos viagem, uso pessoal,marroquinaria, correeiro e seleiro
-Curtimenta e acabamento depeles s/ e c/ pêlo
-Fab. artigos viagem e usopessoal, marroquinaria, correeiro e
seleiro
Industria Calçado
-Fab. de calçado
-Fab. componentes para calçado
CMVMC FSE C. Pessoal Amort., aj. e prov. Imp. O. CP Oper. CP Fin. CP Extraor.
Nos Curtumes, os CMVMC decresceram 20,4% e os FSE cerca de 11,3% e os Custos com
Pessoal reduziram cerca de 7% (quadro nº 15).
Quadro nº 15 | Evolução dos custos entre 2007 e 2009 nos Curtumes
Ano CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amort., aj. e prov. Imp. O. CP
Oper. CP Fin. CP Extraor.
CUSTOS TOTAIS
Valor (€)
2007 167.298.916 38.574.778 46.515.887 10.792.786 1.296.623 161.469 11.318.508 3.163.754 279.122.721
2008 153.737.731 36.667.827 45.974.301 9.142.979 1.354.134 216.103 12.521.411 2.157.713 261.772.199
2009 133.111.718 34.223.178 43.280.165 9.426.841 1.315.411 263.844 9.327.207 4.561.730 235.510.094
Evolução
2007/08 -8,1% -4,9% -1,2% -15,3% 4,4% 33,8% 10,6% -31,8% -6,2%
2008/09 -13,4% -6,7% -5,9% 3,1% -2,9% 22,1% -25,5% 111,4% -10,0%
2007/09 -20,4% -11,3% -7,0% -12,7% 1,4% 63,4% -17,6% 44,2% -15,6%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizaçõ es, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
52
No Calçado a evolução dos custos não foi tão negativa, registaram uma quebra de 5,5%
entre 2007 e 2009. Enquanto que os CMVMC diminuiram 9,6%, os FSE apenas reduziram
1,6% e os Custos com Pessoal observaram mesmo um aumento na ordem dos 1,8%
(quadro nº 16).
Quadro nº 16 | Evolução dos custos entre 2007 e 2009 no Calçado
Ano CMVMC FSE Custos com Pessoal
Amortiza-ções, ajusta-
mentos e provisões
Impostos O. CP Opera-cionais
CP Financeiros
CP Extraor- dinários
CUSTOS TOTAIS
Valor (€)
2007 919.128.789 337.044.961 408.354.236 73.697.253 3.225.783 2.488.299 35.509.933 17.001.745 1.796.450.999
2008 925.888.421 346.327.783 426.102.749 71.177.576 3.340.602 1.792.209 39.753.884 18.161.448 1.832.544.672
2009 830.626.344 331.719.877 415.616.384 67.417.571 3.079.487 1.361.104 31.804.044 16.203.878 1.697.828.689
Evolução
2007/08
0,7% 2,8% 4,3% -3,4% 3,6% -28,0% 12,0% 6,8% 2,0%
2008/09
-10,3% -4,2% -2,5% -5,3% -7,8% -24,1% -20,0% -10,8% -7,4%
2007/09 -9,6% -1,6% 1,8% -8,5% -4,5% -45,3% -10,4% -4,7% -5,5%
Nesta indústria, observou-se uma quebra no número de empresas em cerca de 10% e uma
redução do emprego em 6%. OS trabalhadores mais afectados foram sobretudo os semi-
qualificados, tendo também havido um reforço nos quadros médios e superiores. As
remunerações médias mensais base aumentaram 6,7%.
Quadro nº 17 | Evolução da estrutura de custos entre 2007 e 2009 na indústria do couro
CAE Actividade Económica CMV MC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP
Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
15 Indústria do couro e dos produtos do couro
-2,5% 0,8% 1,8% -0,1% 0,0% 0,0% -0,1% 0,1%
151
Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo; fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
-3,4% 0,7% 1,7% 0,1% 0,1% 0,1% -0,1% 0,8%
1511 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo
-3,8% 1,2% 1,2% 0,2% 0,1% 0,1% -0,1% 1,1%
1512
Fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
-1,7% -1,4% 4,1% -0,1% -0,1% 0,0% -0,1% -0,7%
152 Indústria do calçado -2,2% 0,8% 1,7% -0,1% 0,0% -0,1% -0,1% 0,0%
15201 Fabricação de calçado -2,5% 0,9% 1,8% 0,0% 0,0% -0,1% -0,1% 0,0%
15202 Fabricação de componentes para calçado
-0,2% -0,4% 1,5% -0,6% 0,0% 0,0% -0,3% 0,1%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajust amentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – O utros Custos e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Pe rdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
53
Em termos de estrutura de custos, verifica-se uma redução da importãncia dos CMVMC em
2,5% e um aumento da importância relativa dos Custos com Pessoal em quase 2% (quadro
nº 17). Também os FSE aumentaram ligeiramente o seu peso relativo na estrutura de custos
entre 2007 e 2009.
54
3.5 CUSTOS NAS LAVANDARIAS Nas Lavandarias registou-se uma redução dos custos totais de 21%. Uma vez mais a
redução mais significativa foi a nível dos CMVMC. OS FSE e os Custos com Pessoal
registaram quebras mas menos acentuadas o que se revelou num aumento da sua
importância relativa na estrutura de custos em 2009 face aos anos anteriores (quadro nº 18).
Quadro nº 18 | Evolução dos custos entre 2007 e 2009 nas Lavandarias
Ano CMVMC FSE Custos com Pessoal
Amortizações,
ajustamentos e provisões
Outros CP Operacionais
CP Financeiros
CP Extraordinários
Custos Totais
valor (€) 2007 16.332.934 58.637.323 60.135.624 19.719.687 1.211.209 4.070.015 2.921.451 163.028.243 2008 17.606.214 65.206.656 64.706.838 17.390.454 249.874 5.398.799 3.123.801 173.682.636 2009 11.458.623 48.095.939 49.739.683 13.802.680 104.097 3.332.678 2.239.460 128.773.160
Evolução 2007/
08 7,8% 11,2% 7,6% -11,8% -79,4% 32,6% 6,9% 6,5%
2008/ 09
-34,9% -26,2% -23,1% -20,6% -58,3% -38,3% -28,3% -25,9%
2007/ 09 -29,8% -18,0% -17,3% -30,0% -91,4% -18,1% -23,3% -21,0%
Entre 2007 e 2009, os FSE e os Custos com Pessoal reforçaram a sua importância relativa
no total dos custos em 1,4% e 1,7% respectivamente, por contrapartida da diminuição do
peso dos CMVMC (quadro nº 19).
Quadro nº 19 | Evolução da estrutura de custos entre 2007 e 2009 nas Lavandarias
Ano CMVMC FSE Custos
com Pessoal
Amort., ajust. e prov.
Outros CP Oper. CP Fin. CP Ext.
2007 10,0% 36,0% 36,9% 12,1% 0,7% 2,5% 1,8%
2009 8,9% 37,3% 38,6% 10,7% 0,1% 2,6% 1,7% Evolução 2007/09 -1,1% 1,4% 1,7% -1,4% -0,7% 0,1% -0,1%
Legenda: CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e pr ov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perda s Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraord inários.
55
3.6 IMPACTO NA NEGOCIAÇÃO COLECTIVA
Vimos anteriormente que as empresas, para desenvolverem a sua actividade, têm de fazer
face a custos. Estes custos são diversos e de diferentes naturezas. A empresa ao
desenvolver a sua actividade tem que, não só remunerar os seus trabalhadores, como
suportar custos com as matérias-primas que adquire (CMVMC), com fornecimentos e
serviços externos (FSE) onde se inclui as rendas e alugueres, a energia, agua,
comunicações, e outros, que compõem a estrutura de custos apresentada anteriormente. Os
custos salariais são os custos que a entidade patronal tem de assegurar aos trabalhadores
pelo valor do seu trabalho. Estes custos incluem, o salário pago ao trabalhador e outros
encargos sociais inerentes aos Custos com Pessoal. Mas, tais custos que são parte
integrante do conjunto alargado de encargos que qualquer empresa tem em resultado da
sua actividade, não são os únicos encargos de uma empresa.
Quando aumentam os salários, aumentam os Custos com Pessoal, aumentando assim os
encargos totais da empresa. No entanto, como estes são apenas uma quota-parte dos seus
custos totais, o aumento salarial corresponde a um aumento relativo.
Determinando a estrutura média dos custos totais das ITVC tal como se efectuou
anteriormente, é possível obter o peso dos Custos com Pessoal no total e assim estimar o
impacto de um aumento nesta componente no total dos custos da empresa (quadro nº 20).
Quadro nº 20 | Estimativa do impacto nos custos tot ais de um aumento salarial de 3% e de 5%
Cae Actividade económica (CAE Rev. 3)
Peso dos Custos com Pessoal nos
Custos Totais
Impacto nos custos totais do aumento salarial
2009 3% 5%
Total Nacional 14,60% 0,44% 0,73%
Indústrias transformadoras 15,20% 0,46% 0,76%
13 Fabricação de têxteis 21,9% 0,66% 1,10%
131 Preparação e fiação de fibras têxteis 20,6% 0,62% 1,03%
13101 Preparação e fiação de fibras do tipo algodão 17,5% 0,53% 0,88%
13102 Preparação e fiação de fibras do tipo lã 29,9% 0,90% 1,50%
13103 Preparação e fiação da seda e preparação e texturização de filamentos sintéticos e artificiais 24,1% 0,72% 1,20%
13104 Fabricação de linhas de costura 17,1% 0,51% 0,85%
13105 Preparação e fiação de linho e de outras fibras têxteis 23,2% 0,69% 1,16%
132 Tecelagem de têxteis 22,6% 0,68% 1,13%
13201 Tecelagem de fio do tipo algodão 22,2% 0,66% 1,11%
13202 Tecelagem de fio do tipo lã 27,1% 0,81% 1,35%
13203 Tecelagem de fio do tipo seda e de outros têxteis 21,8% 0,65% 1,09%
133 Acabamento de têxteis 28,7% 0,86% 1,44%
13301 Branqueamento e tingimento 27,3% 0,82% 1,36%
56
Cae Actividade económica (CAE Rev. 3)
Peso dos Custos com Pessoal nos
Custos Totais
Impacto nos custos totais do aumento salarial
2009 3% 5%
13302 Estampagem 33,9% 1,02% 1,69%
13303 Acabamento de fios, tecidos e artigos têxteis, n.e. 27,8% 0,83% 1,39%
139 Fabricação de outros têxteis 20,1% 0,60% 1,01%
1391 Fabricação de tecidos de malha 13,5% 0,40% 0,67%
1392 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário 22,0% 0,66% 1,10%
1393 Fabricação de tapetes e carpetes 24,9% 0,75% 1,25%
1394 Fabricação de cordoaria e redes 18,1% 0,54% 0,91%
13941 Fabricação de cordoaria 17,3% 0,52% 0,87%
13942 Fabricação de redes 21,2% 0,64% 1,06%
1395 Fabricação de não tecidos e respectivos artigos, excepto vestuário 17,5% 0,53% 0,88%
1396 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial 21,2% 0,64% 1,06%
13961 Fabricação de passamanarias e sirgarias 32,8% 0,99% 1,64%
13962 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial, n.e. 17,6% 0,53% 0,88%
1399 Fabricação de outros têxteis, n.e. 26,5% 0,80% 1,33%
13991 Fabricação de bordados 40,4% 1,21% 2,02%
13992 Fabricação de rendas 43,6% 1,31% 2,18%
13993 Fabricação de outros têxteis diversos, n.e. 19,7% 0,59% 0,98%
14 Indústria do vestuário 31,5% 0,94% 1,57%
141 Confecção de artigos de vestuário, excepto artigos de peles com pêlo 32,0% 0,96% 1,60%
1411 Confecção de vestuário em couro 33,8% 1,01% 1,69%
1412 Confecção de vestuário de trabalho 28,2% 0,85% 1,41%
1413 Confecção de outro vestuário exterior 32,8% 0,99% 1,64%
14131 Confecção de outro vestuário exterior em série 32,2% 0,97% 1,61%
14132 Confecção de outro vestuário exterior por medida 42,4% 1,27% 2,12%
14133 Actividades de acabamento de artigos de vestuário 54,0% 1,62% 2,70%
1414 Confecção de vestuário interior 29,7% 0,89% 1,48%
1419 Confecção de outros artigos e acessórios de vestuário 27,9% 0,84% 1,39%
142 Fabricação de artigos de peles com pêlo 38,2% 1,14% 1,91%
143 Fabricação de artigos de malha 27,1% 0,81% 1,35%
1431 Fabricação de meias e similares de malha 25,2% 0,76% 1,26%
1439 Fabricação de outro vestuário de malha 29,2% 0,88% 1,46%
15 Indústria do couro e dos produtos do couro 23,7% 0,71% 1,19%
151 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo; fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleir o
18,4% 0,55% 0,92%
1511 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo 16,2% 0,49% 0,81%
15111 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo - - -
15112 Fabricação de couro reconstituído - - -
15113 Curtimenta e acabamento de peles com pêlo - - -
1512 Fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro 29,0% 0,87% 1,45%
152 Indústria do calçado 24,5% 0,73% 1,22%
15201 Fabricação de calçado 24,2% 0,73% 1,21%
15202 Fabricação de componentes para calçado 26,5% 0,79% 1,32%
96010 Lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles 39,7% 1,19% 1,99%
Desta forma, utilizando sempre o pressuposto de se manter tudo o resto constante, ou seja,
ceteris paribus, um aumento salarial de 3% a nível nacional, considerando que os Custos
57
com Pessoal representam 14,6% dos custos totais, acarreta um aumento dos encargos das
empresas na ordem dos 0,5%.
Para as Indústrias Têxteis, um aumento salarial de 3%, considerando um peso dos Custos
com Pessoal de 21,9%, acarreta um aumento dos encargos em 0,7% (21,9% x 3% x 100).
Para o Vestuário, tendo em conta o peso dos Custos com Pessoal de 31,5%, um aumento
salarial de 3% implica um aumento nos custos totais de 0,95% (31,5% x 3% x 100). Para os
Curtumes, um aumento de 3% nos salários corresponde a um aumento de 0,55% e para o
Calçado, corresponde a um aumento de 0,73%.
61
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
Tal como se refere no ponto de considerações metodológicas, a amostra é constituída por
56 empresas, sendo 13 pertencentes às Indústrias Têxteis, 27 à Indústria do Vestuário, 2
aos Curtumes, 7 à indústria do calçado e 7 às Lavandarias (quadro nº 21).
Quadro nº 21 | Caracterização da amostra de empresa s
CAE Actividade Económica
TOTAL NACIONAL 2009 AMOSTRA
Pessoal ao
Serviço
Nº. Empresas
Pessoal ao
Serviço
Nº. Empresas Localização
13 Fabricação de têxteis 48.217 3.620 4.587 13 (descrita nos subsectores abaixo)
131 Preparação e fiação de fibras têxteis 3.908 144 520 1 Guimarães
132 Tecelagem de têxteis 9.848 293 759 1 Famalicão
133 Acabamento de têxteis 9.110 468 211 1 Seia
1391 Fabricação de tecidos de malha 3.321 270 19 1 Gaia
1392 Fabricação de artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário
10.105 1.005 1.661 3 Guimarães, Santo Tirso, São João
Madeira 1393 Fab. Tapetes e carpetes 1.414 147 228 1 Vouzela
1394 Fab. Cordoaria e redes 2.368 42 568 1 Gaia
1396 Fabricação de têxteis para uso técnico e industrial 2.856 153 284 1 Famalicão
13991 Fabricação de bordados 2.750 632 99 2 Guimarães, Coimbra
13993 Fabricação de outros têxteis diversos, n.e. 2.232 422 238 1 Nelas
14 Indústria do vestuário 99.430 10.050 5.161 27 (descrita nos subsectores abaixo)
1412 Confecção de vestuário de trabalho 1.507 203 206 1 Felgueiras
14131 Confecção de outro vestuário exterior em série 68.544 5.568 3.210 15
Aveiro, Carregal Do Sal, Famalicão (2), Sabugal, Lousada
(2), Maia, Marco De Canaveses, Paços
De Ferreira, Penafiel (2), St. Mª Feira, Viseu, Soito
14132 Confecção de outro vestuário exterior por medida 4.487 1.926 222 5
Guimarães, Famalicão, Porto,
Vila Do Conde, Marco de
Canavezes
14133 Actividades de acabamento de artigos de vestuário 1.907 308 74 1 Lousada
1414 Confecção de vestuário interior 10.703 418 489 1 Loures
1419 Confecção de outros artigos e acessórios de vestuário 3.387 758 174 2 Braga, Penafiel
1431 Fabricação de meias e similares de malha 4.148 349 369 1 Ovar
1439 Fabricação de outro vestuário de malha 4.446 421 417 1 Braga
62
CAE Actividade Económica
TOTAL NACIONAL 2009 AMOSTRA
Pessoal ao
Serviço
Nº. Empresas
Pessoal ao
Serviço
Nº. Empresas Localização
15 Indústria do couro e dos produtos do couro 43.366 2.813 2.136 9 (descrita nos
subsectores abaixo)
151
Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo; fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
3.419 439 280 2
Alcanena e Santa Maria da Feira (descrita nos
subsectores abaixo)
1511 Curtimenta e acabamento de peles sem pêlo e com pêlo 2.083 118 210 1 Alcanena
1512
Fabricação de artigos de viagem e de uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro
1.336 321 70 1 Santa Maria da Feira
15201 Fabricação de calçado 35.741 1.986 1.692 6
Guimarães (2), Famalicão, Gaia, Lousada, Santa Maria Da Feira
15202 Fabricação de componentes para calçado 4.206 388 164 1 São João da
Madeira
96010 Lavagem e limpeza a seco de têxteis e peles 6.384 2.267 340 7
Cascais (2), Lisboa, Oeiras, Barreiro,
Guimarães, Funchal Total 197.397 18.750 12.224 56
Esta amostra é distribuída pelos diferentes subsectores consoante o seu peso no total da
indústria respectiva, procurando representar os subsectores mais relevantes. As 56
empresas que constituem a amostra representam 0,3% do total de empresas e 6,2% do total
de trabalhadores existentes em 2009, segundo o INE. Considerando o número de
trabalhadores que abrangem, significa que as empresas da amostra são maioritariamente
de média dimensão.
Embora não tenha sido considerada a dimensão e localização geográfica para a construção
da amostra, constata-se que esta é representativa da dispersão geográfica das empresas
das ITVC. Com efeito, as empresas da amostra são maioritariamente do Norte, tal como se
verifica a nível nacional. No caso das Lavandarias a amostra caracteriza-se por empresas
localizadas a sul, também tal como se verifica a nível nacional.
63
4.2 AMOSTRA PARA AS INDÚSTRIAS TÊXTEIS
A amostra de empresas das Indústrias Têxteis é composta por 13 empresas.
Quadro nº 22 | Estrutura de custos da amostra, Têxt eis, 2009
CAE Actividade Económica
Nº Trab. CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoa
l/ Vendas
Sector 13 Têxteis 48.217 43,8% 21,8% 21,9% 6,3% 0,4% 0,2% 3,9% 1,7% -
Amostra
13 Têxteis 4.587 45,1% 22,5% 19,7% 5,3% 0,4% 1,0% 4,2% 1,8% 21,8%
131
Preparação e fiação de fibras têxteis (emp.1)
520 34,1% 31,8% 24,3% 4,2% 0,1% 0,1% 5,2% 0,2% 24,5%
132 Tecelagem (emp.2) 759 30,3% 26,7% 24,3% 7,1% 0,5% 0,3% 6,2% 4,6% 28,3%
133 Acabamento (emp.3) 211 36,1% 28,4% 19,4% 4,8% 0,6% 0,5% 9,9% 0,2% 21,9%
139 Fab. Outros têxteis 3.097 49,5% 20,5% 18,3% 5,1% 0,4% 1,3% 3,5% 1,5% 20,3%
1391 Fab. Tecidos de malha (emp.4) 19 16,8% 43,6% 33,3% 1,5% 0,1% 0,1% 1,6% 3,0% 31,0%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.5)
821 47,4% 20,2% 20,9% 3,4% 0,4% 0,4% 6,1% 1,2% 22,3%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.6)
403 44,5% 21,4% 20,2% 5,8% 1,7% 0,1% 6,0% 0,3% 23,7%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.7)
437 63,9% 16,2% 12,9% 1,9% 0,0% 3,0% 0,4% 1,7% 13,0%
1393 Fab. Tapetes e carpetes (emp.8)
228 65,9% 7,8% 22,5% 3,6% 0,0% 0,0% 0,1% 0,1% 22,0%
1394 Cordoaria e redes (emp.9) 568 50,3% 13,4% 19,6% 6,2% 0,4% 1,7% 4,9% 3,4% 23,6%
1396
Fab. Têxteis para uso técnico e industrial (emp.10)
284 42,6% 17,1% 23,3% 14,0% 0,1% 1,6% 1,1% 0,1% 26,0%
1399 Outros têxteis, n.e. 337 36,5% 41,7% 13,1% 4,7% 0,1% 1,0% 2,0% 0,8% 15,8%
13991 Fabricação de bordados (emp.11)
78 21,0% 16,8% 44,2% 9,0% 0,4% 0,0% 5,8% 2,8% 48,6%
13991 Fabricação de bordados (emp.12) 21 27,9% 18,5% 33,6% 10,5% 0,9% 0,1% 7,2% 1,4% 33,2%
13993
Outros têxteis diversos, n.e. (emp.13)
238 37,5% 43,5% 11,0% 4,4% 0,1% 1,1% 1,7% 0,7% 13,3%
Legenda: Trab. – Trabalhadores; Fab. – Fabricação; CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos ; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perda s Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeir os; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
A amostra está distribuída por subsectores sendo constituída por 1 empresa de fiação, 1 e
tecelagem, 1 de acabamento, 1 de fabricação de tecidos de malha, 3 de fabricação de
artigos têxteis confeccionados, 1 de tapetes e carpetes, 1 de cordoaria e redes, 1 de têxteis
técnicos e industriais, 2 de rendas e bordados e 1 de outros têxteis diversos (quadro nº 22).
64
Os dados da amostra revelam uma estrutura de custos semelhante à média do sector, mas
com uma maior importância dos CMVMC e dos FSE e um menor peso dos Custos com
Pessoal. Tal resulta sobretudo da dimensão das empresas seleccionadas. Com efeito, a
amostra representa 0,3% das empresas e engloba quase 10% dos trabalhadores. Destaca-
se um maior peso dos C.P. Financeiros nestas empresas. Mantêm-se que é nos
subsectores mais mão-de-obra intensiva que os Custos com Pessoal assumem maior
importância.
Em termos evolutivos (quadro nº 23), segundo as empresas da amostra, entre 2007 e 2009,
os FSE diminuíram o seu peso na estrutura de custos de forma mais significativa
relativamente à média nacional.
A empresa 1, de preparação e fiação de fibras têxteis, apresentou elevados lucros,
sobretudo à custa de proveitos financeiros. Obteve, entre 2007 e 2009, uma redução nas
vendas de 43% e uma redução global de custos de 41%, sobretudo nos CMVMC e nos FSE.
Os Custos com Pessoal reduziram mas menos que as rubricas anteriores, em termos
relativos, o que implicou um aumento da sua importância na estrutura de custos.
A empresa 4, de fabricação de tecidos de malha, apresenta um peso significativo dos
Custos com Pessoal, bem superior à média do seu subsector. Tal deve-se a facto de ser
uma empresa que registou prejuízos em 2008 e 2009. As vendas observaram uma quebra
de 12,7%. Os CMVMC registaram uma quebra de mais de metade do seu valor, o que
conduziu à perda da sua importância relativa na estrutura de custos. Assim, muito embora
os FSE e os Custos com Pessoal tenham diminuído no período em análise, a verdade é que
a sua redução foi relativamente inferior, o que implicou o aumento do seu peso relativo na
estrutura de custos da empresa. Destaca-se também o aumento do peso dos Custos e
Perdas Extraordinários uma vez que esta rubrica teve um aumento significativo neste
período.
A empresa 12, que registou um aumento da importância dos Custos com Pessoal, observou
uma quebra significativa das suas vendas, com efeitos sobretudo na redução dos CMVMC e
FSE. Os CMVMC diminuíram para metade e os FSE diminuíram 40%, enquanto os Custos
com Pessoal apenas diminuíram 2%, o que conduziu ao aumento da sua importância
relativa.
65
Quadro nº 23 | Evolução da estrutura de custos da am ostra, Têxteis, 2007 – 2009
CAE Actividade Económica CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoal/ Vendas
Sector
13 Têxteis -2,5% -0,3% 2,2% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0% 0,4% -
Amostra
13 Têxteis -1,6% -1,0% 2,2% 0,9% 0,1% 0,1% -1,6% 0,9% 2,7%
131
Preparação e fiação de fibras têxteis (emp.1)
-5,5% -2,7% 6,4% 1,8% 0,0% -0,1% 0,1% 0,1% 6,8%
132 Tecelagem (emp.2) -0,5% 0,1% -2,2% 0,5% 0,0% 0,1% -0,9% 3,0% -3,0%
133 Acabamento (emp.3) -4,0% -6,3% 4,3% 1,4% 0,2% -1,2% 5,8% 0,0% 5,8%
139 Fab. Outros têxteis -2,0% -0,3% 2,7% 0,9% 0,1% 0,2% -2,2% 0,7% 3,2%
1391 Fab. Tecidos de malha (emp.4) -12,8% 3,4% 9,0% 0,3% -0,1% -1,8% -0,6% 2,7% 3,6%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.5)
1,9% 0,0% 0,9% -1,2% 0,0% -0,6% -0,8% -0,2% 1,9%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.6)
0,0% -0,7% 2,0% 2,2% 1,1% -0,7% -3,8% -0,1% 1,5%
1392
Fab. Artigos têxteis confeccionados, excepto vestuário (emp.7)
-3,3% 3,0% -0,8% 0,0% -0,1% 0,6% -0,9% 1,6% -0,6%
1393 Fab. Tapetes e carpetes (emp.8) -3,9% 1,5% 2,8% -0,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,6%
1394 Cordoaria e redes (emp.9) -7,2% 1,7% 4,6% 1,9% 0,1% 0,5% -3,9% 2,2% 6,0%
1396
Têxteis para uso técnico e industrial (emp.10)
-1,8% 1,8% 6,6% 1,9% 0,0% 0,5% -9,2% 0,1% 6,4%
1399 Outros têxteis, n.e. -4,4% -1,6% 3,5% 1,8% -0,1% 0,6% 0,6% -0,3% 5,0%
13991 Fabricação de bordados (emp.11) -9,8% 4,1% 5,8% -3,4% 0,1% 0,0% 2,6% 0,6% 8,0%
13991 Fabricação de bordados (emp.12)
-8,8% -2,0% 11,0% -1,5% -0,4% 0,0% 0,4% 1,2% 10,0%
13993
Outros têxteis diversos, n.e. (emp.13)
-4,0% -1,9% 3,2% 2,1% -0,1% 0,6% 0,4% -0,4% 4,5%
Legenda: Fab. – Fabricação; CMVMC – Custos das Merc adorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e pr ov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perdas Opera cionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
66
4.3 AMOSTRA PARA A INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
A amostra da Indústria do Vestuário é composta por 27 empresas, sendo 1 de confecção de
vestuário de trabalho, 15 de confecção de outro vestuário exterior em série, 5 de confecção
de outro vestuário exterior medida, 1 de acabamento de artigos de vestuário, 1 de confecção
de vestuário interior, 2 de confecção de outros artigos e acessórios de vestuário, 1 de
fabricação de meias e similares de malha e 1 de fabricação de outro vestuário de malha.
Quadro nº 24 | Estrutura de custos da amostra, Vestu ário, 2009
CAE Actividade Económica Nº Trab.
CMV MC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoal/ Vendas
Sector 14 Indústria do Vestuário 99.430 31,7% 29,4% 31,5% 3,7% 0,2% 0,1% 2,0% 1,4%
Amostra 14 Indústria do Vestuário 5.161 37,0% 31,1% 26,1% 2,8% 0,2% 0,4% 1,9% 0,5% 26,1%
141 Conf. Artigos de vestuário, excepto peles com pêlo
4.375 37,7% 29,7% 26,9% 2,8% 0,2% 0,4% 1,8% 0,5% 26,8%
1412 Conf. Vestuário de trabalho (emp.1) 206 51,4% 12,5% 28,7% 5,8% 0,3% 0,1% 1,2% 0,0% 28,4%
1413 Conf. Vestuário exterior 3.506 35,7% 33,7% 24,6% 2,7% 0,2% 0,5% 2,0% 0,6% 24,7%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.2)
95 1,7% 11,7% 77,7% 3,0% 0,4% 0,0% 4,5% 1,0% 94,7%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.3) 204 35,9% 13,8% 40,1% 7,7% 0,2% 0,0% 1,2% 1,2% 44,6%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.4)
355 46,5% 36,9% 13,4% 1,9% 0,1% 0,1% 0,8% 0,4% 12,1%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.5) 34 41,4% 13,0% 39,6% 5,1% 0,3% 0,0% 0,6% 0,0% 39,9%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.6)
56 37,5% 51,0% 7,2% 1,7% 0,2% 0,7% 1,2% 0,5% 7,6%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.7) 287 28,8% 50,3% 18,0% 1,5% 0,1% 0,5% 0,5% 0,2% 18,2%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.8)
101 33,4% 30,9% 27,3% 2,1% 0,0% 4,6% 1,4% 0,2% 32,3%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.9)
183 14,8% 18,4% 57,6% 2,8% 0,7% 0,0% 5,6% 0,0% 60,8%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.10)
138 1,6% 7,0% 80,4% 7,5% 0,2% 0,1% 2,4% 0,8% 77,4%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.11) 234 20,3% 13,9% 59,0% 4,6% 0,3% 0,0% 1,8% 0,1% 63,6%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.12)
155 0,0% 6,5% 82,1% 9,4% 0,5% 0,1% 1,4% 0,0% 82,4%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.13) 105 38,5% 18,1% 38,6% 2,6% 0,3% 0,1% 1,9% 0,0% 37,3%
14131 Conf. Vestuário o exterior em série (emp.14)
200 38,0% 28,3% 31,9% 1,3% 0,1% 0,2% 0,2% 0,0% 30,8%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.15) 550 37,3% 20,0% 34,3% 1,2% 0,6% 0,0% 5,1% 1,5% 34,6%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.16) 513 40,7% 29,4% 19,1% 4,5% 0,2% 0,8% 4,2% 1,1% 20,3%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.17) 57 0,0% 9,7% 83,4% 3,6% 1,3% 0,0% 1,7% 0,3% 89,8%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.18) 35 2,3% 20,7% 67,9% 4,0% 0,3% 0,0% 1,0% 3,8% 67,3%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.19)
23 2,1% 12,0% 78,6% 6,4% 0,1% 0,0% 0,9% 0,0% 81,9%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.20) 49 3,8% 13,4% 78,4% 2,1% 0,1% 0,0% 1,5% 0,7% 101,0%
67
CAE Actividade Económica Nº Trab.
CMV MC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoal/ Vendas
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.21) 58 31,9% 21,3% 41,6% 3,0% 0,2% 0,0% 1,9% 0,0% 42,9%
14133 Actividades de acabamento de artigos de vestuário (emp.22)
74 1,7% 12,1% 79,6% 6,3% 0,2% 0,0% 0,1% 0,0% 89,0%
1414 Conf. Vestuário interior (emp.23) 489 50,3% 7,6% 39,3% 2,3% 0,1% 0,3% 0,0% 0,0% 37,1%
1419 Conf. Outros artigos e acessórios de vestuário (emp.24)
95 6,5% 26,9% 56,4% 7,9% 1,3% 0,0% 0,7% 0,3% 53,6%
1419 Conf. Outros artigos e acessórios de vestuário (emp.25)
79 6,5% 26,9% 56,4% 7,9% 1,3% 0,0% 0,7% 0,3% 53,6%
143 Fab. Artigos de malha 786 17,9% 23,9% 47,5% 2,0% 0,2% 0,4% 1,5% 6,6% 52,3%
1431 Fab. Meias e similares de malha (emp.26)
369 12,3% 14,5% 69,6% 2,5% 0,1% 0,9% 0,1% 0,0% 73,8%
1439 Fab. Outro vestuário de malha (emp.27) 417 20,3% 27,8% 38,2% 1,9% 0,2% 0,2% 2,1% 9,3% 42,7%
Legenda: Trab. – Trabalhadores; Conf. – Confecção; Fab. – Fabricação; CMVMC – Custos das Mercadorias V endidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajus tamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Cust os e Perdas Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
A análise dos dados de custos das empresas de Vestuário revela um menor peso dos
Custos com Pessoal e um maior peso dos CMVMC e FSE relativamente à média do sector
(quadro nº 24). Tal resulta sobretudo da dimensão das empresas analisadas. Para o
subsector de confecção de vestuário em série, as empresas de maior dimensão (com
excepção das empresas 14 e 15) têm um peso relativo dos Custos com Pessoal muito
inferior à média sectorial, sendo bastante mais relevantes os CMVMC e os FSE. Nas
empresas de menor dimensão, esta tendência inverte-se. De salientar que no subsector de
confecção de vestuário por medida em que a esmagadora maioria dos custos são Custos
com Pessoal, existindo empresas que nem sequer registam CMVMC. Tal é resultante da
própria natureza da actividade deste subsector, muito dependente da mão-de-obra e com
recurso frequente à subcontratação.
Em termos evolutivos, a amostra regista uma evolução que se distingue da média sectorial
sobretudo ao nível dos CMVMC e dos FSE (quadro nº 25). Tal resulta da amostra ser
constituída por algumas empresas, de elevada dimensão, que registaram um aumento da
sua actividade operacional, com efeitos num aumento das vendas e dos CMVMC,
mantendo, grosso modo, a sua estrutura de pessoal. Regra geral, todas as empresas da
amostra conseguiram reduzir a importância dos seus FSE.
68
Quadro nº 25 | Evolução da estrutura de custos da am ostra, Vestuário, 2007 – 2009
CAE Actividade Económica CMV MC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoal/ Vendas
Sector 14 Indústria do Vestuário -0,5% -2,4% 3,0% 0,1% 0,0% -0,2% -0,2% 0,0% -
Amostra 14 Indústria do Vestuário 1,0% -4,7% 3,2% 0,3% 0,1% -0,3% 0,3% -0,1% 3,6%
141 Conf. Artigos de vestuário, excepto peles com pêlo 1,3% -5,0% 3,3% 0,3% 0,1% -0,2% 0,3% 0,0% 3,6%
1412 Conf. Vestuário de trabalho (emp.1) 2,3% -14,9% 10,5% 0,9% 0,2% 0,0% 1,1% 0,0% 10,5%
1413 Conf. Vestuário exterior 0,7% -3,9% 2,9% 0,4% 0,1% -0,3% 0,3% -0,1% 3,3%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.2) -1,2% -2,2% 4,7% -0,9% 0,3% 0,0% -0,8% 0,0% 19,8%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.3) -0,1% -10,5% 7,5% 1,8% 0,1% 0,0% 0,3% 0,9% 10,8%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.4)
-0,3% 0,5% 0,6% -0,2% 0,0% -1,2% 0,1% 0,3% 0,3%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.5) -3,3% -21,8% 21,7% 2,7% 0,2% 0,0% 0,5% 0,0% -133,1%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.6)
4,4% -2,7% 0,5% -0,8% 0,0% -1,4% 0,5% -0,5% 0,7%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.7) 3,9% -4,7% 0,3% 0,0% 0,0% 0,4% 0,0% 0,1% 0,9%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.8)
-3,0% -3,8% 4,9% 0,0% 0,0% 1,8% 0,0% 0,2% 11,5%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.9) -20,4% -1,2% 19,4% 1,1% 0,2% 0,0% 1,0% 0,0% 22,4%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.10)
0,1% -33,4% 31,5% -0,5% 0,1% 0,0% 1,4% 0,7% 29,5%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.11) -4,3% -3,3% 7,3% 0,0% 0,1% 0,0% 0,1% 0,0% 13,0%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.12)
0,0% 0,3% 1,6% -1,3% 0,2% 0,0% -0,7% 0,0% 2,0%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.13) -0,6% -1,8% 1,9% 0,2% 0,1% 0,0% 0,2% 0,0% -3,5%
14131 Conf. Vestuário o exterior em série (emp.14)
10,6% -7,9% 0,0% -2,3% 0,0% 0,2% -0,5% -0,1% -0,8%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.15) -4,8% 3,9% 6,2% -1,0% 0,5% -3,0% 1,5% -3,3% 5,3%
14131 Conf. Vestuário exterior em série (emp.16)
-0,3% -7,8% 3,6% 2,9% -0,2% 0,7% 0,4% 0,8% 4,1%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.17) 0,0% -7,0% 4,5% -0,5% 1,3% 0,0% 1,4% 0,3% 14,5%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.18)
1,2% -19,4% 16,3% -2,4% 0,2% 0,0% 0,3% 3,6% 17,4%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.19) -4,9% -3,7% 13,9% -1,4% -0,1% 0,0% -3,3% -0,4% 22,2%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.20)
-0,1% -5,5% 5,5% -1,2% 0,0% 0,0% 1,2% 0,0% 21,3%
14132 Conf. Vestuário exterior medida (emp.21) -2,9% -1,2% 3,9% 0,0% 0,1% 0,0% 0,1% 0,0% 3,8%
14133 Actividades de acabamento de artigos de vestuário (emp.22)
-1,9% -5,3% 6,6% 1,1% -0,1% 0,0% -0,2% -0,3% 24,5%
1414 Conf. Vestuário interior (emp.23)
2,4% 0,2% -2,6% -0,3% 0,0% 0,3% 0,0% 0,0% -3,9%
1419 Conf. Outros artigos e acessórios de vestuário (emp.24)
-18,1% -29,0% 40,4% 5,6% 1,2% -0,5% 0,3% 0,2% 38,3%
1419 Conf. Outros artigos e acessórios de vestuário (emp.25)
2,9% -3,9% 10,0% -9,5% 1,1% 0,0% -0,2% -0,3% 15,4%
143 Fab. Artigos de malha -20,6% 3,9% 10,6% 0,2% -0,2% 0,1% -0,3% 6,4% 11,5%
1431 Fab. Meias e similares de malha (emp.26) 6,4% -7,7% 2,1% -1,4% 0,0% 0,9% 0,0% -0,3% 1,4%
1439 Fab. Outro vestuário de malha (emp.27) -26,3% 8,4% 8,9% 0,5% -0,2% -0,2% -0,1% 9,2% 10,1%
69
Numa análise mais aprofundada às empresas, observamos evoluções distintas. A empresa
1, de confecção de vestuário de trabalho, registou uma quebra nas vendas na ordem dos
20%, embora tendo registado lucro, sobretudo à custa de proveitos financeiros e
extraordinários. Em termos de actividade operacional, registou uma quebra de 16% nos
CMVMC e uma acentuada diminuição dos FSE, enquanto os seus Custos com Pessoal
aumentaram 26%, o que levou a um aumento do peso relativo dos Custos com Pessoal e
uma diminuição do peso relativo dos FSE. A empresa 5, de confecção de vestuário em
série, obteve um crescimento significativo entre 2007 e 2009, com um aumento de vendas e
um aumento dos lucros. Em consequência, registou um aumento dos seus custos,
sobretudo ao nível dos Custos com Pessoal. A empresa 9, também de confecção de
vestuário em série, embora sendo lucrativa, obteve uma quebra de 34% nas vendas, o que
se reflectiu numa redução mais significativa ao nível dos CMVMC. As empresas 10 e 24
registaram um aumento das vendas que se repercutiu na necessidade de aumentar o
pessoal, aumentando assim os Custos com Pessoal.
Em conclusão, empresas com quebras no seu volume de vendas ajustam os seus custos
através de CMVMC, o custo mais flexível da sua estrutura de custos, seguindo-se os FSE
(exemplo da empresa 25). Num sector mão-de-obra intensivo, os Custos com Pessoal
assumem maior importância, sofrendo tendencialmente menor redução, pelo que aumenta o
seu peso relativo. Num contexto de aumento de actividade operacional, com aumento de
vendas, os custos operacionais aumentam sobretudo pelo aumento dos Custos com
Pessoal (exemplo das empresas 10 e 24).
70
4.4 AMOSTRA PARA AS INDÚSTRIAS DO COURO A amostra das empresas do couro é composta por 2 empresas de Curtumes, uma de
curtimenta e acabamento de peles sem pelo e outra de fabricação de artigos viagem e de
uso pessoal, de marroquinaria, de correeiro e de seleiro e por 7 empresas do Calçado, 6 de
fabricação de calçado e 1 de fabricação de componentes de calçado.
Quadro nº 26 | Estrutura de custos da amostra, Cour o, 2009
CAE Actividade Económica Nº Trab. CMV
MC FSE Custos
com Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoa
l/ Vendas
Sector
15 Industria do Couro 43.366 49,8% 18,9% 23,7% 4,0% 0,2% 0,1% 2,1% 1,1% -
151 Curtimenta 3.419 56,5% 14,5% 18,4% 4,0% 0,6% 0,1% 4,0% 1,9% -
152 Industria do Calçado 39.947 48,9% 19,5% 24,5% 4,0% 0,2% 0,1% 1,9% 1,0% -
Amostra
15 Industria do Couro 2.136 52,6% 16,1% 22,0% 3,7% 0,4% 0,7% 4,0% 0,5% 21,8%
151 Curtimenta 280 64,5% 13,6% 13,7% 2,8% 0,3% 1,2% 3,3% 0,5% 13,4%
1511
Curtimenta e acabamento de peles com e sem pêlo (empresa 1)
210 64,6% 14,1% 12,3% 3,0% 0,4% 1,3% 3,7% 0,6% 12,1%
1512
Fab. Artigos viagem, uso pessoal, de marroquinaria, correeiro e seleiro empresa 2
70 63,9% 10,3% 22,8% 1,5% 0,1% 0,0% 0,8% 0,5% 22,7%
152 Industria do Calçado 1.856 48,6% 16,9% 24,8% 4,0% 0,4% 0,5% 4,3% 0,5% 24,6%
15201 Calçado (emp. 3) 337 63,5% 10,7% 16,4% 3,4% 0,6% 0,0% 5,2% 0,2% 15,3%
15201 Calçado (emp. 4) 106 54,5% 12,8% 28,8% 3,0% 0,1% 0,0% 0,6% 0,1% 28,0%
15201 Calçado (emp. 5) 362 49,7% 21,4% 19,3% 4,4% 0,3% 0,8% 3,4% 0,6% 18,3%
15201 Calçado (emp. 6) 470 42,4% 18,1% 29,0% 4,0% 0,4% 0,3% 5,2% 0,6% 32,1%
15201 Calçado (emp. 7) 235 29,8% 10,5% 56,5% 2,6% 0,1% 0,1% 0,3% 0,1% 59,4%
15201 Calçado (emp. 8) 182 31,5% 23,9% 30,7% 3,4% 0,2% 2,2% 7,4% 0,7% 31,2%
15202 Componentes para calçado (emp. 9) 164 34,1% 16,5% 37,9% 6,7% 0,4% 0,8% 1,9% 1,7% 38,5%
Legenda: Trab. – Trabalhadores; Fab. – Fabricação; CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos ; Amort., aj. e prov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perda s Operacionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeir os; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
As empresas de Curtumes registam um peso relativo dos CMVMC superior à média do
sector e um peso relativo dos FSE e dos Custos com Pessoal inferior (quadro nº 26).
Claramente se conclui que uma maior dimensão das empresas reflecte maior importância
dos CMVMC e menor importância dos Custos com Pessoal.
No Calçado, o peso dos Custos com Pessoal é superior porque a amostra inclui empresas
onde esta rubrica assume uma elevada importância. A empresa (empresa 7) que regista o
maior peso desta componente, que atinge os 56,5%, observa uma evolução negativa, com
prejuízo ao longo dos últimos anos.
71
Quadro nº 27 | Evolução da estrutura de custos da am ostra, Couro, 2007 – 2009
CAE Actividade Económica CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper. CP Fin. CP
Extraor.
C Pessoal/ Vendas
Sector
15 Industria do Couro -2,5% 0,8% 1,8% -0,1% 0,0% 0, 0% -0,1% 0,1% -
151 Curtimenta -3,4% 0,7% 1,7% 0,1% 0,1% 0,1% -0,1% 0,8% -
152 Industria do Calçado -2,2% 0,8% 1,7% -0,1% 0,0% -0,1% -0,1% 0,0% -
Amostra
15 Industria do Couro -1,7% 1,5% 1,3% -0,1% 0,0% -0 ,7% -0,2% 0,0% 0,1%
151 Curtimenta -0,3% 2,0% 0,6% -0,7% 0,2% -1,6% -0,4% 0,2% -0,3%
1511
Curtimenta e acabamento de peles com e sem pêlo (empresa 1)
-0,3% 2,3% 0,4% -0,8% 0,2% -1,8% -0,1% 0,2% -0,7%
1512
Fab. Artigos viagem, uso pessoal, de marroquinaria, correeiro e seleiro empresa 2
-0,4% -0,5% 2,2% 0,2% 0,1% 0,0% -1,8% 0,2% 3,1%
152 Industria do Calçado -2,5% 1,4% 1,7% 0,1% -0,1% -0,5% -0,1% -0,1% 0,5%
15201 Calçado (emp. 3) -1,5% 0,6% 1,4% 0,5% 0,1% -0,8% 0,1% -0,3% -1,1%
15201 Calçado (emp. 4) -4,2% 4,5% 3,0% -3,0% 0,0% 0,0% -0,2% -0,2% 2,5%
15201 Calçado (emp. 5) -4,0% 3,5% 3,3% 0,3% 0,1% -1,8% -1,2% -0,1% 2,3%
15201 Calçado (emp. 6) -4,1% -0,1% 3,1% 0,8% -0,2% 0,2% 0,2% 0,0% 4,9%
15201 Calçado (emp. 7) 2,1% -5,0% 3,3% -0,1% 0,0% 0,0% -0,2% -0,1% 4,2%
15201 Calçado (emp. 8) 1,4% 2,9% -3,8% -1,8% -1,1% 1,7% 0,5% 0,2% -12,1%
15202 Componentes para calçado (emp. 9) -2,4% 0,0% 2,9% -1,1% 0,0% 0,5% -0,3% 0,4% 4,6%
Legenda: Fab. – Fabricação; CMVMC – Custos das Merc adorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e pr ov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perdas Operacionais; CP F in. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Cu stos e Perdas Extraordinários.
Em termos evolutivos, a amostra regista valores próximos aos da média a nível nacional
para o sector (quadro nº 27). A empresa 4, do Calçado, aumentou as vendas, o que se
reflectiu num aumento de todos dos custos, sobretudo dos FSE e dos Custos com Pessoal.
A empresa 5, embora tenha aumentado o lucro, registou uma quebra nas vendas. Tal
repercutiu-se numa redução dos CMVMC, mas aumentaram os FSE e os Custos com
Pessoal. A única empresa que observou uma perda de importância dos Custos com
Pessoal, a empresa 8, teve um crescimento exponencial das suas vendas, recuperando de
2007, ano em que teve prejuízo, para um lucro significativo em 2008 e 2009. Tal repercutiu-
se num aumento de custos que se deu sobretudo nos CMVMC e nos FSE mantendo o
mesmo nível de Pessoal. A empresa 7 que registou um aumento da importância dos Custos
com Pessoal observou uma quebra em cerca de metade das suas vendas, com efeitos
sobretudo nos FSE e CMVMC. As empresas que observam aumentos mais significativos da
importância dos Custos com Pessoal são empresas conseguiram uma redução importante
nos CMVMC que perdem importância na estrutura de custos por contrapartida das outras
rubricas. No calçado, as empresas ajustam os CMVMC à evolução da sua actividade
operacional, mas têm mais dificuldade em ajustar os FSE.
72
4.5 AMOSTRA PARA AS LAVANDARIAS
A partir da amostra de empresas seleccionada para as lavandarias constatamos uma
estrutura de custos próxima da média do sector (quadro nº 28). Com efeito, o custo mais
representativo é o de Custos com Pessoal, seguindo-se o de FSE. Mantém-se o elevado
peso das amortizações devido ao equipamento que este sector envolve.
Quadro nº 28 | Estrutura de custos da amostra, Lava ndarias, 2009
Lavandarias 2009
Nº trab. CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov.
Imp. O. CP Oper.
CP Fin.
CP Extraor.
C Pessoal
/ Vendas
Sector 6.384 8,9% 37,2% 38,4% 10,7% 0,5% 0,1% 2,6% 1,7% Média da Amostra 340 12,2% 33,3% 34,1% 13,0% 0,4% 2,0% 3,2% 1,8% 41,7%
Empresa 1 54 24,6% 24,2% 40,3% 4,7% 0,0% 0,1% 5,0% 1,0% 38,3%
Empresa 2 64 5,2% 31,8% 40,6% 19,3% 0,1% 0,3% 0,6% 2,3% 39,7%
Empresa 3 73 3,8% 30,7% 32,7% 19,0% 0,7% 4,6% 5,5% 3,1% 54,8%
Empresa 4 78 21,4% 38,7% 30,5% 6,7% 0,3% 0,6% 1,2% 0,5% 35,2%
Empresa 5 28 6,9% 44,3% 41,8% 5,9% 0,2% 0,0% 0,3% 0,6% 41,4%
Empresa 6 38 19,6% 33,7% 32,2% 11,5% 0,4% 0,0% 0,7% 1,8% 30,1%
Empresa 7 5 3,2% 31,4% 49,4% 13,6% 1,0% 0,1% 1,0% 0,3% 50,1%
Total 340 12,2% 33,3% 34,1% 13,0% 0,4% 2,0% 3,2% 1,8% 41,7% Legenda: Trab. – Trabalhadores; CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e pr ov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perdas Opera cionais; CP Fin. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Custos e Perdas Extraordinários.
Convém, no entanto, salientar que na amostra o peso dos Custos com Pessoal é inferior ao
da média do sector. Tal resulta do facto da amostra concentrar empresas de elevada
dimensão. De facto, as empresas com maior dimensão, embora envolvendo mais
trabalhadores, têm custos mais significativos com as outras componentes de custo, diluindo-
se o peso dos Custos com Pessoal. No caso da amostra a empresa com menor número de
trabalhadores é aquela onde os Custos com Pessoal detêm maior peso relativo e a empresa
com maior número de trabalhadores é aquela onde os Custos com Pessoal detêm menor
peso relativo nos custos totais. Ora, em termos de dimensão, constatamos que este sector é
composto, na sua esmagadora maioria, por micro empresas, com cerca de 1 a 9
trabalhadores. Efectivamente, cerca de 96% das empresas têm de 1 a 9 pessoas ao
serviço4.
4 Dados do GEP/MTSS, 2009
73
Em termos evolutivos, observam-se diferenças entre a amostra e os dados médios do sector
(quadro nº 29). Com efeito, os dados nacionais apontam para um aumento do peso dos
Custos com Pessoal e dos FSE nos custos totais.
Quadro nº 29 | Evolução da estrutura de custos da am ostra, Lavandarias, 2007-2009
Evolução 2007/09
Nº trab. 2009 CMVMC FSE
Custos com
Pessoal
Amort., aj. e prov. Imp. O. CP
Oper. CP Fin. CP Extraor.
C Pessoal/ Vendas
Sector 6.384 -1,1% 1,4% 1,7% -1,4% -1,4% -0,7% 0,1% -0,1% - Média da Amostra 340 0,9% -3,3% -1,1% 2,8% 0,2% 1,2% -0,9% 0,1% -0,3%
Empresa 1 54 -1,1% -0,3% 4,2% -0,3% -0,1% 0,1% -1,9% -0,5% 2,4%
Empresa 2 64 -5,5% 5,4% -0,4% 0,4% 0,0% 0,3% -2,0% 1,8% -1,2%
Empresa 3 73 3,8% -8,9% -7,0% 7,3% 0,5% 3,8% 0,2% 0,3% 2,1%
Empresa 4 78 -6,6% 2,1% 5,3% 1,4% 0,0% -1,1% -1,0% -0,2% 5,3%
Empresa 5 28 0,7% -2,6% 4,8% -1,8% 0,1% 0,0% -0,6% -0,5% 4,1%
Empresa 6 38 3,8% 3,7% -2,1% -5,4% -0,4% 0,0% -1,1% 1,5% -4,2%
Empresa 7 5 -2,3% -0,9% 8,8% -0,9% 0,1% 0,1% -5,2% 0,2% 8,2% Legenda: Trab. – Trabalhadores; CMVMC – Custos das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas; FSE – Fornecimentos e Serviços Externos; Amort., aj. e pr ov. – Amortizações, ajustamentos e provisões Imp. – Impostos; O. CP Oper – Outros Custos e Perdas Operacionais; CP F in. – Custos e Perdas Financeiros; CP Extraor. – Cu stos e Perdas Extraordinários.
As empresas 2, 4 e 7 observaram uma redução significativa nos CMVMC o que se reflectiu
em termos de peso relativo menor desta rubrica relativamente às restantes.
76
O estudo realizado permitiu efectuar uma análise dos custos das empresas nas ITVC assim
como a sua evolução, tendo sido observado de modo particular como participaram os
Custos com Pessoal no todo e a sua relação com as restantes componentes. Para tal foram
verificados os dados económico-financeiros revelados nas estatísticas nacionais e foi
constituída uma amostra de empresas (de 56 empresas representando 0,3% das empresas
e 6,2% dos trabalhadores), com vista a trabalhar com dados minimamente representativos.
Antes de mais, importa ter sempre presente que o pe so dos custos de mão-de-obra
nas ITVC é influenciado pelo facto de que estes det êm um peso relativo bastante
superior à média nacional, bem como à média da IT, passando para segundo lugar na
importância relativa na sua estrutura de custos. Ta l decorre da própria natureza da
indústria, mão-de-obra intensiva, com um peso signi ficativo de actividades em regime
de subcontratação, ancorada durante muitos anos num modelo assente na venda de
minutos de máquina ou apenas na transformação de ma térias-primas, sem qualquer
incorporação de valor, quer a montante, quer a jusa nte, da cadeia produtiva.
Do estudo parece legitimo retirar a seguinte síntese do trabalho e correspondentes
conclusões:
A EMPRESA E OS CUSTOS
Como atrás se referenciou, a empresa desenvolve a sua actividade transformando matérias-
primas e produzindo bens e serviços, consubstanciando-se na concretização do seu
objectivo máximo, a criação de riqueza. Para apurar o desenvolvimento da actividade
económica da empresa e do seu nível de desempenho é imprescindível a respectiva
informação económico-financeira da empresa.
Como se referiu, a informação económico-financeira da empresa plasmada nas
demonstrações financeiras, revela os resultados da empresa. Quando se analisa a evolução
dos resultados da empresa observa-se a evolução da sua estrutura de Custos e de
Proveitos evidenciando o desempenho da empresa.
De acordo com a sua estratégia e com a sua orientação para a obtenção de lucro, a
empresa dá especial atenção ao controlo dos seus custos face aos ganhos expectáveis. Um
aumento do nível de custos tem como contrapartida, mantendo tudo o resto constante, uma
redução do seu lucro. O custo de produção compreende o conjunto de custos necessários à
obtenção de um produto tendo em vista determinado volume de produção.
77
Os Custos e Perdas das empresas, do ponto de vista contabilístico, dizem respeito aos
factores imprescindíveis necessários na actividade normal da empresa para a obtenção dos
proveitos, de modo a alcançar os resultados pretendidos. Como já vimos os Custos e
Perdas das empresas englobam as seguintes componentes: Custos das Mercadorias
Vendidas e das Matérias Consumidas (CMVMC); Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)
que incluem despesas com rendas e alugueres, energia, água, comunicações; Custos com
Pessoal, que incluem todas as componentes salariais, amortizações e provisões; impostos;
Outros Custos e Perdas Operacionais; Custos e Perdas Financeiros, onde se incluem os
juros de financiamento; Custos e Perdas Extraordinários.
AS ITVC NO CONTEXTO NACIONAL
A análise dos dados estatísticos revela diferenças nas ITVC face à média global nacional de
todos os sectores de actividade e mesmo à média da Industria Transformadora. Enquanto
nestas os Custos com Pessoal constituem a terceira componente mais relevante na
estrutura de custos, a seguir aos CMVMC e FSE, nas ITVC estes assumem o segundo lugar
na importância relativa na sua estrutura de custos. Os custos operacionais representam a
grande maioria dos custos totais. Os custos e perdas financeiros representam entre 2% a
4% dos custos e os custos e perdas extraordinários representam entre 1% a 2% do total de
custos.
Em termos evolutivos, constata-se uma redução da importância dos CMVMC (mantendo-se
este como custo preponderante) e a um aumento do peso relativo dos FSE e dos Custos
com Pessoal. A excepção é o Vestuário que observa uma ligeira redução do peso relativo
dos FSE.
AS INDUSTRIAS TÊXTEIS
Nas Industrias Têxteis, os CMVMC representam 43,8%, os Custos com Pessoal
representam 21,9% e os FSE representam 21,8% dos custos totais. Nesta indústria as
amortizações detêm mais importância comparativamente aos restantes, designadamente
com o Vestuário, pois é uma indústria menos mão-de-obra intensiva e com investimento em
equipamento mais sofisticado.
Entre os subsectores, aqueles em que os Custos com Pessoal assumem maior importância
relativa são os que têm maior dependência da mão-de-obra, como acabamentos (28,7%),
passamanarias e sirgarias (32,8%), fabricação de rendas (43,6%) e de bordados (40,4% do
total de custos).
78
Entre 2007 e 2009, os Têxteis verificaram uma quebra global de custos de 27,6% ainda que
os Custos com Pessoal (e os impostos), foram as componentes que menos diminuíram em
termos relativos. Uma tal diminuição resultou da redução global do número de trabalhadores
uma vez que, nesse período, as remunerações médias mensais de base aumentaram 7%.
Analisando os subsectores, verificou-se que os subsectores mais mão-de-obra intensiva
registaram aumentos superiores do peso relativo dos Custos com Pessoal.
Os dados da amostra revelaram uma equivalência na estrutura de custos das empresas
analisadas e dos dados estatísticos nacionais, mas com uma maior importância dos
CMVMC e dos FSE e menor peso dos Custos com Pessoal, em resultado da dimensão das
empresas da amostra (representativa de 10% dos trabalhadores). Em termos evolutivos, os
FSE diminuíram a sua importância na estrutura de custos mais significativamente face aos
dados estatísticos sectoriais.
A INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO
Na indústria do Vestuário, os CMVMC apresentam uma importância relativa bastante inferior
enquanto os Custos com Pessoal apresentam um elevado peso nos custos totais. Os
CMVMC representam 31,7% e os custos com Pessoal representam 31,5% dos custos totais.
Também os FSE têm um peso superior, representando 29,4% dos custos totais.
Neste sector, em resultado da mão-de-obra intensiva no processo produtivo, verifica-se um
peso significativo dos Custos com Pessoal relativamente à estrutura global de custos. A
confecção de vestuário por medida e actividades de acabamento de actividades de
vestuário têm, neste plano, um peso primordial, 42,4% e 54% respectivamente.
Entre 2007 e 2009, o Vestuário verificou uma quebra global nos custos de 18% e, tal como
na Têxtil, os Custos com Pessoal foram as componentes que menos diminuíram. Tal
resultou num aumento do peso dos Custos com Pessoal na estrutura de custos neste
sector, entre 2007 e 2009, de 3%.
Saliente-se que também neste sector se registou perda de empresas e trabalhadores neste
período (menos 14%), tendo havido um ligeiro reforço dos quadros médios e superiores em
detrimento dos trabalhadores qualificados e semi-qualificados os mais afectados. Ainda com
perda de empresas, as que se mantiveram atribuíram aumentos médios globais nas
remunerações mensais base de 9%.
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Tal como nas Indústrias Têxteis, devido à dimensão das empresas, a amostra revela um
menor peso dos Custos com Pessoal e um maior peso dos CMVMC e FSE relativamente à
média do sector. As empresas de maior dimensão têm um peso relativo dos Custos com
Pessoal muito inferior à média sectorial, e nas empresas de menor dimensão, esta
tendência inverte-se. Quanto mais mão-de-obra intensiva for o subsector, maior é a
importância dos Custos com Pessoal na estrutura de custos global.
A amostra do Vestuário é constituída por algumas empresas, de elevada dimensão, que
registaram um aumento da sua actividade operacional, com efeitos num aumento das
vendas e dos CMVMC, mantendo, grosso modo, a sua estrutura de pessoal. Aquelas que
demonstram melhor desempenho registam um aumento do investimento em equipamento,
podendo denotar uma tendência para o desenvolvimento de actividades com maior
incorporação na cadeia de valor. Regra geral, todas as empresas da amostra conseguiram
reduzir a importância dos seus FSE. Assim, as empresas com quebras no seu volume de
vendas ajustam os seus custos através de CMVMC, o custo mais flexível da sua estrutura
de custos, seguindo-se os FSE. Num sector mão-de-obra intensivo, os Custos com Pessoal
assumem maior importância, sofrendo tendencialmente menor redução, pelo que aumenta o
seu peso relativo. Num contexto de aumento de actividade operacional, com aumento de
vendas, os custos operacionais aumentam sobretudo pelo aumento dos Custos com
Pessoal.
A INDUSTRIA DOS CURTUMES E O CALÇADO
Nos Curtumes, embora os Custos com Pessoal ocupem o segundo lugar em termos de
importância relativa nos custos, o seu peso é menor quando comparado com as restantes
ITVC, ficando nos 18,4%. Tal deve-se à elevada importância dos CMVMC nos Curtumes,
que representam quase 57% dos custos.
Neste sector, os Custos com Pessoal, entre 2007 e 2009, reduziram cerca de 7%. Ainda
assim, e uma vez que os CMVMC diminuíram de forma mais significativa, os Custos com
Pessoal reforçaram a sua importância relativa na estrutura de custos em 1,7% e os FSE em
0,7%.
No Calçado, os CMVMC representam 49% e os Custos com Pessoal representam 24,5%,
enquanto os FSE representam quase 20% dos custos.
80
Inversamente ao sector dos Curtumes, no Calçado, no mesmo período, observou-se um
aumento dos Custos com Pessoal na ordem dos 1,8% uma vez que neste sector a evolução
não foi tão negativa como nos restantes.
À semelhança do que se verificou nos Curtumes, os CMVMC diminuíram significativamente
e os Custos com Pessoal reforçaram a sua importância relativa na estrutura de custos em
1,7% e os FSE em 0,8%.
Tal como nos sectores anteriores, a amostra reflecte que uma maior dimensão das
empresas se traduz numa maior importância dos CMVMC e numa menor importância dos
Custos com Pessoal.
A amostra revela que no Calçado as empresas ajustam os CMVMC à evolução da sua
actividade operacional, mas têm mais dificuldade em ajustar os FSE.
O SECTOR DAS LAVANDARIAS
Nas Lavandarias a componente mais significativa de custos é a de Custos com Pessoal
representando 38,4% do total. Os FSE que detém um peso de 37,2%. Os CMVMC têm
pouca importância relativa, representando apenas 8,9% dos custos totais. Este sector
caracteriza-se também pela elevada importância da componente de amortizações, que
representa 10,7% dos custos, dado o nível elevado de equipamento que estas indústrias
necessitam para a sua actividade.
Tal como os sectores anteriores, entre 2007 e 2009, os FSE e os Custos com Pessoal
reforçaram a sua importância relativa no total dos custos em 1,4% e 1,7% dado que, muito
embora se tenha verificado uma redução global de todas as componentes de custos, estas
foram as que menos diminuiram.
Na amostra o peso dos Custos com Pessoal é inferior ao da média do sector devido ao facto
da amostra concentrar empresas de elevada dimensão.
IMPACTO NA NEGOCIAÇÃO COLECTIVA
A estrutura de custos sectorial é uma ferramenta que permite dotar os intervenientes na
negociação colectiva de maior conhecimento do nível de desempenho das empresas, no
sentido em que permite antecipar os reflexos das alterações da actividade económica em
função desta dimensão crucial para a criação de riqueza e de lucro.
81
Sendo o pessoal, pela natureza da indústria, uma componente muito significativa, é uma
rubrica que se mantém valorizada quer num contexto de perda de actividade, quer num
contexto de aumento de actividade produtiva. Em termos globais, as ITVC registaram
quebras de empresas e trabalhadores, acompanhadas de quebras no seu volume de
negócios. No entanto, ainda num contexto desfavorável, compensam os seus trabalhadores
através de aumentos salariais que se evidenciam nos dados estatísticos das empresas,
ajustando os seus custos sobretudo pela redução da sua componente mais significativa, os
CMVMC. Em casos particulares de crescimento da actividade operacional, este só é
possível com o respectivo incremento ao nível do pessoal e dos seus custos.
Da análise efectuada anteriormente foi possível obter o peso dos Custos com Pessoal na
estrutura de custos e assim estimar o impacto de um aumento nesta componente no total
dos custos da empresa.
As conclusões demonstram claramente estruturas de custos bastante diferenciadas entre
sectores e subsectores. Não incluir esta realidade de diferenciação sectorial nas respectivas
grelhas salariais torna a negociação salarial mais complexa, sobretudo no que diz respeito
aos Têxteis e Vestuário. A negociação colectiva deverá incorporar esta diferenciação,
adoptando propostas de grelha salarial distintas, designadamente para Têxteis e para
Vestuário, sectores onde o respectivo impacto dessa grelha se faz sentir de forma bastante
diferenciada.
Tendo em conta que, mesmo assumindo uma importância primordial, os Custos com
Pessoal são apenas uma parte das componentes de custos das empresas e mantendo o
pressuposto de se manter tudo o resto constante, um aumento salarial de 3% a nível
nacional, considerando que os Custos com Pessoal representam 14,6% dos custos totais,
acarreta um aumento dos encargos das empresas na ordem dos 0,5%. Considerando um
peso dos Custos de Pessoal de 21,9% das Indústrias Têxteis, de 31,5% no Vestuário, de
18,4% nos Curtumes e de 24,5% no Calçado, mantendo tudo o resto constante, um
aumento salarial de 3% acarreta um aumento nos custos totais de 0,37%, 0,95%, 0,55% e
0,73%, respectivamente.
A dimensão das empresas influencia este impacto. Com efeito, as empresas com maior
dimensão, embora envolvendo mais trabalhadores, têm custos mais significativos com as
outras componentes de custo, diluindo-se o peso dos Custos com Pessoal.
85
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