EVIDÊNCIAS PARA O USO DE FLUORETOS EM · PDF fileuma publicaÇÃo da...

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  • UMA PUBLICAO DA COLGATE-PALMOLIVE PARA PROMOVER A EDUCAO CONTINUADA AOS PROFISSIONAIS DE ODONTOLOGIA

    ANO 2 | NMERO 4 - JANEIRO 2010

    JAIME APARECIDO CURYProfessor Titular de Bioqumica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP

    EVIDNCIASPARA O USO DE FLUORETOS

    EM ODONTOLOGIA

    LIVIA MARIA ANDAL TENUTAProfessora Doutora de Bioqumica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP

    Uma publicao conjunta

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    O flor hoje um dos mais populares agentes preventivos contra a crie dentria. No entanto, seu mecanismo de ao por diversas vezes interpretado de forma errnea, dando margem, inclusive, a interpretaes incorretas sobre suas reais propriedades na manuteno da sade oral.

    Elucidar todos os pontos sobre o uso do flor o objetivo desta quarta edio do Odontologia Baseada em Evidncias. Aqui, reunimos informaes a respeito da importncia do uso de fluoreto em odontologia, seu mecanismo de ao e seus meios de uso. Alm disso, tambm so tratadas suas limitaes de uso, abordando, inclusive, o tema da fluorose.

    Esperamos que os profissionais da odontologia brasileira possam encontrar neste material um suporte para enriquecer ainda mais seu conhecimento.

    Boa leitura!

    Equipe de Relaes ProfissionaisColgate-Palmolive Brasil

    Apresentao

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    Evidncias para o uso dE fluorEtos Em odontologia

    A atuao dos profissionais da Odontologia nos dias atuais se volta cada vez mais satisfao dos pacientes de forma plena. Aqueles que necessitam de cuidados procuram cada vez mais informaes prvias sobre como e com quem fazer seus tratamentos, muitas vezes testando os conhecimentos profissionais, mesmo que de uma forma leiga.

    O profissional por sua vez tem que estar antenado com o que h de mais atual, sempre buscando evidncia cientfica para a sua atuao se tornar efetiva e ter o reconhecimento desejado. Esta edio do Odontologia Baseado em Evidncias, publicado pela Colgate, em parceria com a ABO NACIONAL, fruto de um trabalho conjunto que vem de longa data, sempre com o objetivo de levar o melhor para os cirurgies-dentistas de todo o Brasil.

    O tema Flor e sua utilizao racional sempre foi motivo de dvidas. Possibilitar o entendimento de forma clara e segura do mecanismo de ao, meios de utilizao, concentrao e limitaes do uso, possibilitando ao profissional decidir o melhor caminho a seguir para cada caso especfico a nossa meta. Para tanto escolhemos os Professores Jayme Aparecido Cury e Lvia Maria Andal Tenuta, professores que se destacam nacional e internacionalmente nos estudos sobre o tema.

    Desejamos uma excelente leitura!

    Norberto Francisco Lubiana Presidente da ABO NACIONAL

    Prefcio

  • Evidncias para o uso dE fluorEtos Em odontologia Uma publicao conjunta Colgate e ABO.

    Colgate-Palmolive Comercial Ltda. Rua Rio Grande, 752 - Vila Mariana - So Paulo/SP - CEP 04018-002. Tel. (11) 5088-5000. www.colgate.com.br | www.colgateprofissional.com.br. Coordenao: Patricia Bella Costa. Presidente da ABO: Dr. Norberto

    Francisco Lubiana. Produo: Cadaris Comunicao | cadaris.com.br. Proibida reproduo total ou parcial sem prvia autorizao.

    Parte I: Por que usar fluoreto em Odontologia e seu mecanismo de ao anticrie ................................................................ 05

    Parte II: Meios de usar fluoreto em Odontologia ................................................................................................................................... 08Meios de uso de fluoreto ................................................................................................................................................................ 07

    Coletivos ...................................................................................................................................................................................... 08Individuais ................................................................................................................................................................................... 09Profissionais ................................................................................................................................................................................ 10

    Concluso ............................................................................................................................................................................................ 12

    Parte III: Limitaes do uso de fluoreto em Odontologia .................................................................................................................... 13

    Bibliografia recomendada ............................................................................................................................................................................... 18

    ndICe

    AUTOReS

    > Livia Maria andaL TenuTaProfessora Doutora de Bioqumica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba [email protected]

    > JaiMe aparecido curyProfessor Titular de Bioqumica da Faculdade de Odontologia de Piracicaba [email protected]

    Todas as informaes e opinies expressas nestes artigos so de total responsabilidade de seus autores.

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    Evidncias para o uso dE fluorEtos Em odontologia

    Dentre os mais diversos agentes preventivos ou teraputicos de sucesso, que causaram um impacto importante na sade e qualidade de vida das pessoas, talvez seja difcil encontrar um que se assemelhe ao on flor (fluoreto = F-). No h quem no saiba, mesmo entre os indivduos com menor acesso ao conhecimento gerado no meio cientfico, que o flor protege os dentes das cries. Por outro lado, o meca-nismo de ao muitas vezes interpretado de forma inadequada, no sendo raro encontrar descries incorretas ou inapropriadas como: fortalece os dentes, inibe a produo de cidos produzidos pelas bactrias da placa dental, m-todo sistmico de uso de flor, entre outras, que muitas vezes dificultam a adequada indicao deste on na preveno das cries.

    Frente aos mais diversos meios de uso e novos produtos lanados no mercado diariamente, fica difcil indicar o mais adequado, em nvel populacional ou individual, sem que a real ao do on na cavidade bucal seja conhecida. O ob-jetivo dessa srie intitulada Evidncias para o uso de F- em Odontologia discutir os mais di-versos aspectos do uso do on na preveno das cries, desde seu mecanismo de ao (Parte I), os meios de utilizao (Parte II) e as limitaes de seu uso, em termos de toxicidade aguda e crnica (Parte III).

    O primeiro conceito importante: o mecanismo de ao do on flor sempre o mesmo, inde-pendente do meio de utilizao. gua fluoreta-da, dentifrcios, bochechos, produtos para apli-cao profissional, materiais odontolgicos que liberam fluoreto, todos agem da mesma forma: fornecem ons flor para a cavidade bucal. necessrio mais do que o simples conceito de

    que o mineral fluorapatita (FA) menos solvel do que a hidroxiapatita (HA) da estrutura dental para entender o mecanismo de ao. Quando as primeiras observaes foram feitas de que populaes que consumiam gua naturalmente fluoretada apresentavam um menor ndice de crie, acreditou-se que o mineral FA incorpo-rado ao dente seria importante para diminuir a sua solubilidade. Essa idia perdurou por mais de meio sculo, e ainda hoje vemos tal des-crio em divulgaes sobre o mecanismo de ao do flor. No entanto, mesmo que o dente seja enriquecido com uma grande quantidade de FA, a porcentagem em relao ao mineral total no chega a 10%. Portanto, a menor solu-bilidade do mineral FA no muda significativa-mente a solubilidade do dente enriquecido com ela. Portanto, no necessrio incorporar F- no dente em formao (efeito sistmico) para que ele tenha efeito anticrie.

    Mas afinal, como o F- controla a crie dental? Para entender, voltamos ao conceito de que FA um mineral menos solvel do que a HA. Sendo menos solvel, a FA um mineral que tende a se precipitar mais facilmente do que a HA em meio contendo clcio e fosfato inorg-nico, minerais esses presentes na saliva e placa (biofilme) dental. Assim, havendo F- presente na cavidade bucal, toda perda mineral ocorren-do sob o biofilme dental cariognico tender a ser parcialmente revertida pela precipitao no dente do mineral menos solvel FA. Com isso, a perda mineral lquida reduzida, uma vez que parte dos minerais perdidos reposta no-vamente na estrutura dental. Assim, comum a descrio de que o fluoreto diminui a desmine-ralizao e ativa a remineralizao do esmalte e da dentina.

    Por que usar fluoreto em Odontologia e seu mecanismo de ao anticrie

    Parte I:

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    A diminuio da desmineralizao diz respeito precipitao de minerais na forma de FA quando a HA da estrutura dental est sendo solubilizada pelo baixo pH gerado no biofilme dental exposto a carboidratos fermentveis. A ativao da remi-neralizao sugere que, quando o pH do biofilme dental volta a subir, ou quando este removido pela escovao expondo a estrutura dental capa-cidade remineralizadora da saliva, a precipitao de mineral nos locais onde ele foi perdido ser ati-vada se houver F- presente no meio ambiente bu-cal. Portanto, mais importante do que ter F- incor-porado na estrutura mineral do dente, ter fluoreto disponvel na cavidade bucal para ser incorpora-do na estrutura mineral do dente quando o mine-ral mais solvel HA est sendo dissolvido como consequncia do processo de crie. Portanto, uma maior concentrao de F- no dente conse-quncia desses eventos, e no a causa da menor perda mineral que ocorre na presena deste on.

    O segundo conceito importante diz respeito palavra parcialmente, descrita acima para refletir a reverso da perda mineral pelo F-. Nesse sen-tido, a causa da perda mineral no processo de crie dental a presena de um biofilme dental cariognico, que produz cidos quando exposto a ca