EVENMAG 9

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9 Um jardim PARA D. JOÃO VI

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Revista Evenmag 09, trabalho realizado na J3P PROPAGNDA, direçao de arte e diagramaçao. Abril/2008

Transcript of EVENMAG 9

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9Um jardim

PARA D. JOÃO VI

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A Evenmag é uma publicação trimestral da J3P Propaganda, em parceria com a Even Construtora, que tem como objetivo prin-cipal levar aos clientes entretenimento, novidades e informação. Sua distribuição é gratuita, direcionada aos clientes Even. A Evenmag não necessariamente concorda com os conceitos e opiniões emitidos nas reportagens ou com qualquer conteúdo publicitário e comercial, que são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes. SAC EVEN: Rua James Joule, 92 - São Paulo - SPTel.: (11) 3466-3836 | e-mail: [email protected]

Índice

9

BrasileirosSabores do Brasil 76

Do Projeto à RealidadeReserva Granja Julieta50

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LUMINÁRIA ECLIPSE

EXPEDIENTE PROJETO GRÁFICO: J3P Propaganda - Tel.: 11 - 2182-9500 / DIRETOR DE PRODUÇÃO: Leandro Pereira e Giuliano Pereira / DIRETOR DE CRIAÇÃO: Fábio Pereira DIRETOR DE ARTE: Cesar Rodrigues / DIRETOR DE CONTA: Giuliano Pereira, Alice Bergamin / EDITORA: Vera Severo / JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lígia Prestes MTB 48470 CONSELHO EDITORIAL: Paulo Otávio G. De Moura e Fanny Terepins / COLABORADORES EVEN: Adriane Ouriques, Flávio Moura, Maria Cristina Keating, Nádia da Silva Oliveira, Rita Apoena e William Rahhal / COLABORADORES: Cris Hammes, Denise Fernandes, Flávio Moura e Maria Cristina Keating / FOTÓGRAFO: Paulo Brenta / CAPA: JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO / FOTO CAPA: Pulsar Imagens / REVISÃO: Helder Lange Tiso, Ana Luisa N. Faleiros / COMERCIALIZAÇÃO: J3P Propaganda - Tel.: 11 - 2182-9500 e Publishing Comunicação - Tel.: 11 - 5055-3118

32 Vitrine

44 Novos Rumos

56 Projeto Social

62 Novos Negócios

Blog em RevistaSugestões para Presente

Bairro em FocoMooca, O amor à tradição

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10

Nossa HistóriaPetrópolis quase um museu, Imperial

84

Fernando PradoDesigner da luz

Entrevista 24

94 Jeito Even de morar

106 Obra em Foco

112 Guia Even

Meio AmbienteUm jardim para D. João VI

CulturaFundação Maria Luisa e Oscar Americano

64

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A equipe da Evenmag quer ouvir você.

Mande suas sugestões, críticas e comentários para nós através do

e-mail: [email protected]

UUm bairro que é quase uma cidade dentro

da outra. Mais que um bairro, um estado

de espírito foi o que nos contagiou ao

viajar pela Mooca. Ainda que tivéssemos

percorrido seus quase oito quilômetros

quadrados, muito ainda ficou faltando para

contar. Como também ficará faltando falar

sobre vários apartamentos de moradores

do Condomínio Horizons, que responderam

ao nosso convite e gentilmente abriram

suas portas para mostrar como vivem.

Para esta edição, escolhemos três com a

planta idêntica, onde existe coincidência

na divisão do espaço da área social mas às

vezes muita diferença na hora de decorar.

Muito mais que decoração, ficou evidente

a felicidade dos moradores em seus novos

lares e o orgulho em mostrá-los.

Contagiados pelas comemorações dos

duzentos anos da chegada do Príncipe

Regente D. João VI com a Família

Imperial ao Brasil, fomos até Petrópolis,

uma cidade carioca que se desenvolveu

graças ao interesse que despertou em

D. Pedro II, neto de D. João VI, e nosso

último imperador. Nela, o antigo palácio

da família, hoje Museu Imperial, guarda

um pouco da história familiar e, neste

mês de março, homenageia o evento

com uma exposição. Algumas das peças

pertencentes à Família Imperial foram

parar em mãos particulares e, algumas

delas, encontram-se em exposição na

Fundação Oscar Americano em São Paulo,

um oásis na cidade paulistana para visitar

e também tomar um chá divino.

Dentre as muitas medidas importantes que

D. João VI tomou no País, uma delas foi,

sem dúvida, a criação do Jardim Botânico

do Rio de Janeiro, que nasceu em uma

chácara destinada a abrigar uma fábrica

de pólvora. Não fosse seu interesse pelas

plantas que aqui chegavam trazidas pelos

viajantes, muito do que temos hoje em

nossas mesas – e até acreditamos serem

produtos brasileiros, como a manga e

a pimenta por exemplo – não estaria

hoje tão bem aclimatado e difundido.

Caminhando em outra direção, Ana Luiza

Trajano viajou durante 6 meses pelo Brasil

em busca da verdadeira comida brasileira,

feita com muito afeto e produtos

nacionais, que agora apresenta em seu

espaço cultural gastronômico. Muita

história ela tem para nos contar, assim

como as pessoas que hoje encontraram um

novo rumo na profissão de contadores de

histórias, encantando crianças e adultos

com mil e uma histórias em eventos,

escolas, livrarias, bibliotecas e hospitais.

A luz, natural ou artificial, é um dos

elementos mais importantes em nossas

vidas e influi em nossa saúde e até em

nosso humor. Iluminando todas nossas

matérias, Fernando Prado, um premiado

artista da luz, conta sobre sua trajetória

como designer e a importância do desenho

de uma luminária, cujos efeitos podem

mudar as características de um ambiente

com o simples toque do dedo em um

interruptor.

À luz da chegada do outono, nós

esperamos que a leitura da Evenmag

dê prazer aos leitores e o desejo de

conhecer um pouco mais sobre nossos

sabores e origens.

Vera Severo8

cart

a ao

leito

r

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mooca

Foto da varanda gourmet do apartamento decorado

Rua Dr. João Batista de Lacerda, 693 . João Batista de Lacerda, 693 .Informações: 3067-0000 Informações: 3067-0000 ou terrazzamooca.com.brou terrazzamooca.com.br

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doAcre Av. Sapopemba

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Av. Cassandoca

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Vereador Abel Ferreira

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Parque da Mooca

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N

Um bairro com características muito próprias, a Mooca expõe sua história na cultura

italiana latente, nos galpões industriais que ainda permanecem e nos conjuntos das

pequenas casas residenciais.

MOOcA, O AMOr à trAdiçãOPor Lígia Prestes e Vera SeveroFotos Paulo Brenta

Não é difícil chegar ao bairro da Mooca, a 5 minutos da Praça da

Sé, e não sentir que alguns traços de sua fisionomia estão bem

presos ao passado, muito bem expressos pelas vilas de casas

geminadas, igrejas e importantes indústrias com muita história,

frutos de muito trabalho, que recendem à imigração italiana

e contribuem para o clima interiorano dominante. É quase

uma cidade de interior dentro de uma cidade grande, com uma

população dedicada à eternizá-la. O modo cantado de falar, uma

herança italiana, é o sotaque oficial do bairro que ocupa quase

8 quilômetros quadrados e que se divide em Mooca Alta e Mooca

Baixa. Apesar de serem uma só, possuem diferenças acentuadas

pelo padrão urbanístico. Em ruas muitas vezes estreitas,

ainda com garra conserva galpões de tijolos aparentes e vilas

operárias. Além disso, é um bairro de localização privilegiada,

atendido por trem, metrô e uma infinidade de linhas de ônibus.

Mais ainda, imóveis a custos acessíveis tem atraído “gente de

fora”. Hoje, a simpatia incondicional pelo bairro não é mais só

de quem lá nasceu e vive. Há centenas de paulistanos ávidos por

um lugar na Mooca, graças a sua infra-estrutura e ao seu clima

tranqüilo. No entanto, a história que construiu o mapa do bairro

não escapa aos conflitos humanos, sociais e políticos.

De acordo com o historiador Eugênio Luciano Jr., a primeira

citação encontrada sobre o bairro data de 1556, quando a

Governança de Santo André da Borda do Campo comunicou a

toda a população que esta era obrigada a ajudar a construir

a ponte do rio Tamanduateí, ligação entre a Zona Leste e a

Freguesia Eclesiástica da Sé. A região era habitada pelos índios

da tribo Guaianases, que deixaram de presente ao bairro o nome

que, segundo alguns historiadores, pode ter duas versões. A

primeira – Moo-ka – quer dizer “ares amenos, secos, sadios”.

A segunda – Moo-oca– significa “fazer casa”, uma expressão

usada pelos índios para se referirem aos habitantes brancos

que erguiam suas casas de barro. Esta última definição tem

mais credibilidade, pois a região nunca foi seca e sim, durante

muitos anos, sujeita a inundações dos rios. Como exemplo de seu

encanto, ainda hoje é muito comum acharmos ruas com nomes

indígenas; Javari, Cassandoca, Tabajaras, Itaqueri, Araribóia,

Guaimbé, Caa-Açu, entre outros.

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FÁBRICA DA ANTARCTICA

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Após a transposição do rio Tamanduateí, o crescimento

populacional da área aumentou e a região foi gradualmente

incorporada à cidade. Contudo, uma planta da cidade de 1810

ainda não a identifica – aliás, a nenhum bairro, a não ser o

centro paulistano e algumas referências a seus acessos. Entre

essas vias, estava indicada a ponte sobre o rio Tamanduateí,

no final da que é hoje a rua Tabatingüera, e que seria a região

da então Mooca. Trinta anos depois, os mapas já apontam o

“Caminho da Mooca”, mais ou menos onde hoje se localiza a rua

Piratininga, um lugar então a salvo das inundações da várzea

do rio.

No começo, o bairro era ocupado por chácaras e residências

esparsas. Junto às pontes, animais bebiam água, lavadeiras

cuidavam da roupa, homens pescavam e crianças brincavam. As

residências possuíam jardins com extensos gramados, plantações

de chá e grandes pomares. A tranqüila paisagem e seus usos

foram modificados com a chegada do período chamado de a

Grande Imigração (1870-90), quando europeus vieram para

trabalhar nas fazendas paulistas – era o café trabalhando a nova

fisionomia de São Paulo. A instalação de duas ferrovias – em

1868, a São Paulo Railway (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí,

conhecida como “a Inglesa”, ligando São Paulo ao Porto de

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Santos), e a Estrada de Ferro do Norte em 1875 (o trecho paulista

da estrada de Ferro Central do Brasil, que ligava São Paulo ao

Rio de Janeiro) – e os terrenos baratos atraíram a instalação de

muitas indústrias, bem como seus operários, que se acomodaram

em vilas de casinhas simples e geminadas, características que

ainda permanecem.

As mudanças chegam a cavaloRaphael de Aguiar Paes de Barros, rico proprietário de terras na

região e grande admirador de cavalos, criou em 1876 o Clube

Paulista de Corridas de Cavalo, semente do atual Jóquei Clube

de São Paulo. Situado no sopé das colinas da Mooca, foi um

grande sucesso, freqüentado por uma população também de

outros bairros. Era tal a afluência aos gramados do hipódromo

que foi construída a linha de bonde Mooca-Centro, ainda movida

por tração animal. Especialmente para atender os apostadores

que vinham de Campinas, a São Paulo Railway estendeu seus

trilhos até as proximidades do hipódromo, via que veio a ser

conhecida como a Rua dos Trilhos, hoje já sem eles. As corridas

eram freqüentadas pela alta sociedade paulista e ali o clube

permaneceu até 1941, quando se transferiu para as margens do

rio Pinheiros. Hoje, nesse mesmo terreno bem arborizado está

o Clube da Cidade da Mooca, um amplo complexo público, que

abriga a Subprefeitura, escolas, biblioteca, posto de saúde, posto

da Guarda Civil, além de quadras de esporte, piscinas e muitas

outras instalações esportivas. Nesse oásis, merece uma visita

a Biblioteca Afonso Taunay, que abriga o Núcleo Museológico

da Mooca com vários documentos e fotografias que contam um

pouco da história do bairro, da qual são vaidosos os mooquenses.

Em frente a esse complexo fica outro não menos importante, a

Universidade São Judas Tadeu, uma referência para toda a cidade.

CLUBE DA CIDADE DA MOOCA

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Um bairro industrialTodo o desenvolvimento urbano da Mooca está intimamente ligado

à história econômica de São Paulo e às transformações que se

sucederam no final do século XIX, e que fizeram da capital paulista

uma metrópole industrial bem equipada. Novos costumes chegaram

à região com os italianos que vieram a São Paulo trabalhar nas

lavouras de café e, em pouco tempo, estava formada a sociedade

italiana da Mooca, uma influência nítida ainda hoje. É um dos

poucos locais onde ainda se pode constatar vestígios concretos da

lendária metrópole italianada retratada pelo escritor Juó Bananére

e o sambista Adoniran Barbosa – que ali teria composto o Samba

do Arnesto, em homenagem a um real morador do bairro e não do

Brás, como canta a música. Importantes fábricas para produção

de bens de consumo movimentaram o bairro, como o Cotonifício

Crespi, a São Paulo Alpargatas, os Calçados Clark, os Grandes

Moinhos Gamba, os Biscoitos Duchen, a Companhia Antarctica

de Bebidas, a Companhia União de Refinadores, e muitos mais.

Todas localizavam-se na parte baixa do bairro, onde as terras

eram mais baratas e próximas à linha do trem. Muitos desses

estabelecimentos já fecharam suas portas, mas antes disso foram

todos muito bem sucedidos. Logo na entrada da Companhia de

“A Mooca mudou. Cresceu, já não há mais fábricas, não tem mais apito chamando para o trabalho. Mas tudo continua igual, sabe? Ainda tem

vendedor na porta, tem caminhão que vende gás, tem moço que vende pão na carrocinha. Aqui, quem nasce operário morre operário, com gosto

pra trabalhar”. ( Adélia Ramazzioti no livro Casa de Taipa)

Calçados Clark, erguida em 1904, um quadro com a figura de

D. Pedro II anunciava: “A Família Imperial calça Clark”.

A concentração de indústrias na região foi o fator que levou a

Mooca a ser o palco da primeira greve geral de trabalhadores do

País, quando reivindicaram aumento de salário, regulamentação

do trabalho de crianças e mulheres, redução da jornada –

que muitas vezes estendia-se até por 12 horas – e garantias

trabalhistas. Antes de ser atendido pelos patrões, esse movimento

foi duramente reprimido pela polícia – com um saldo de muitos

feridos e um morto – e São Paulo nunca mais seria a mesma

com a chegada de um novo personagem em sua história, o

proletariado. Outras marcas são as que resultaram da revolução de

1924, quando oficiais do Exército contrários ao governo do então

Presidente da República, o mineiro Arthur Bernardes, deflagraram

um movimento nacional que, em São Paulo, resultou na derrubada

do então presidente do Estado Carlos de Campos. O Governo

Federal reagiu e acabou massacrando a população da cidade.

A Mooca, junto do Brás e Belenzinho, foi um dos bairros mais

atingidos por bombas, justamente porque os imigrantes aliaram-

se aos revoltosos.

ANTIGO MOINHOS GAMBÁ, HOJE MOINHO SANTO ANTÔNIO

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Uma herança preciosaMuito do passado da Mooca é revelado pelas edificações que

sobreviveram. Apesar de mal cuidadas, as fachadas das antigas

fábricas, como da Cervejaria Antarctica, ou da vila operária

projetada pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik, na rua

Barão de Jaguara, do Cotonifício Rodolfo Crespi – atualmente

ocupado por um hipermercado que foi obrigado pelo Patrimônio

Histórico a preservar sua fachada –, do Teatro Arthur Azevedo –

de arquitetura inspirada na obra do arquiteto francês Le Corbusier

–, são o orgulho dos moradores da região, que muito lutaram

para que a maioria desses prédios históricos fosse tombada. O

processo de preservação é contínuo e, ano passado, foi aprovado

pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico

(Conpresp) o tombamento de sete imóveis. Entre os galpões

protegidos pela medida estão o antigo Moinhos Gamba, atual

Moinho Eventos, projetado entre 1909 e 1938, e o conjunto de

armazéns da antiga São Paulo Railway, construídos entre 1898

e 1900. Além do tombamento das edificações localizadas no

perímetro formado pela Rua Borges de Figueiredo, Rua Monsenhor

João Felipo, Avenida Presidente Wilson e Viaduto São Carlos,

o Conselho também regulamentou futuras construções no

entorno dos conjuntos tombados. A exemplo do ocorrido nas

imediações do Parque da Independência, no Ipiranga, foram

estabelecidas alturas máximas que variam de 25 a 30 metros para

construções, de acordo com a localização. Há ainda rumores de

que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

pretende criar o museu da indústria no conjunto onde funcionava

a Cervejaria Antarctica.

Outras construções insólitas também merecem atenção, como

a Igreja de São Rafael em estilo “gótico/Bauhaus”, fundada em

1935 pelos padres Barnabitas, ou perto dali, a rua dos Bancários,

uma rua sem saída que termina em um “cul-de-sac” com uma

interessante divisão de lotes ao redor de uma centenária figueira,

modelo de vila que se repete nessa região.

Muitas outras recordações estão preservadas no Memorial

do Imigrante, onde estão guardados todos os registros dos

imigrantes que desembarcaram no Brasil, de um pouco da vida

que viviam e de como aqui chegaram. Instalado em um dos

poucos edifícios centenários da cidade de São Paulo, o museu

ocupa um imponente complexo – construído entre 1886 e 1888 –

com finalidade de receber e encaminhar ao trabalho os imigrantes

trazidos pelo governo. De 1882 a 1978, passaram por lá mais

ANTIGO COTONIFÍCIO RODOLFO CRESPI, HOJE SUPERMERCADO EXTRA

MEMORIAL DO IMIGRANTE

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de 60 nacionalidades e etnias, todas devidamente registradas

em livros e listagens. Eram atendidas cerca de 3 mil pessoas

por vez e, em casos extremos, até 8 mil. Aberto aos visitantes,

o Memorial do Imigrante é uma justa homenagem aos homens

e mulheres que, com seus sonhos, vontade de vencer e muito

trabalho, transformaram São Paulo e o Brasil.

Toda essa memória é defendida com unhas e dentes pelos

mooquenses, representados principalmente pela Associação

AmoaMooca, que desde 2001 luta pela preservação da história,

da cultura e das tradições do bairro. Entre seus diversos projetos,

o Fala Bello recolhe depoimentos de antigos moradores para um

banco de dados com arquivo também para fotos e documentos.

O bairro está mudando e a associação luta com coragem pela

manutenção do espírito mooquense.

Operários e AtletasSe fosse seguir a tradição, as cores deveriam ser a preta e

a branca, as mesmas do time Juventus de Turim, na Itália.

Existem versões para as atuais cores branca e grená do time

mooquense e todas elas têm como protagonista a família

do Conde Crespi, que doou parte de sua propriedade para a

construção do campo de futebol na rua Javari. Um time que

IGREJA SÃO RAFAEL

RUA DOS BANCÁRIOS

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ESTÁDIO ESP. CLUBE JUVENTUS

PRAÇA VISCONDE DE SOUZA

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nasceu da amizade de um operário italiano, Vicente Romano, e

de um contabilista português, Manoel Vieira de Souza, ambos

funcionários do Cotonifício Crespi, que fundaram o time e logo

conseguiram adeptos no próprio trabalho. Com altos e baixos

– em tempos muito difíceis chegou a ser cogitada uma fusão

com o Ponte Preta de Campinas – o clube nunca deixou de ser o

“Moleque Travesso”, apelido adquirido por causa da teimosia com

que enfrentava os considerados “papões” do futebol brasileiro,

contando inclusive com jogadores com passagem pela Seleção

Brasileira, que até disputaram a Copa do Mundo. Na década

de 60, o Juventus adquiriu uma área de 85 mil m2 na parte

mais alta do bairro – o Parque da Mooca – e, com o sucesso de

vendas dos títulos, ali instalou sua área social, esportiva e de

lazer, além de comprar o terreno de seu estádio, que até então

pertencia à família Crespi, onde permanece até hoje. A parte do

bairro onde instalou-se o Clube Juventus, a Alta Mooca, é um

local urbanizado com terrenos maiores e ruas mais arborizadas,

característica incomum que atraiu a construção de residências

mais ricas e a conservação de praças maiores, como é o caso da

Visconde de Souza Fontes, quase um pequeno parque.

Times de várzea também fizeram história e são ainda lembrados

como o Xingu, a Portuguesa e a Portuguesinha da Mooca.

Outros, ainda na ativa, como o Madrid, o Paulista e o Danúbio

Azul são parte integrante da história e da cultura do bairro,

bem como alguns campos que ainda existem, como o Parque da

Mooca e o Democrático.

Demônios da GaroaAlém de ter como morador ilustre o verdadeiro “Arnesto” do

samba de Adoniran Barbosa, a Mooca também é o lar de um

conjunto que nasceu imitando vocalistas famosos. Seriam até

hoje humildes trabalhadores se sua fama não tivesse se espalhado

pelo bairro que os incentivou a participar do programa “A hora

da Bomba”, da Rádio Bandeirantes. O jeito irreverente e o

sotaque típico levaram o grupo ao sucesso e, com um disco de

78 rotações que tinha duas músicas do compositor Adoniram

– “Saudosa Maloca” de um lado e “Samba do Arnesto” do

outro – conseguiram ficar um ano e meio nos primeiros lugares

das paradas de sucesso e firmar uma parceria que duraria 29

anos. Alguns anos depois, outro estrondoso sucesso eclodiu

com “Trem das Onze”, até hoje interpretação obrigatória, por

exigência do público, em todos os shows e apresentações. O

GRAFITE ADONIRAN BARBOSA

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ELÍDIO BAR RESTAURANTE DON CARLINI

conjunto ganhou várias vezes o título de Campeões do Carnaval

e o reconhecimento artístico por parte do público. Depois de

percorrer o país durante vários anos, o grupo, que hoje já está em

sua terceira geração, figura desde 1994 no Guiness Book como o

conjunto brasileiro mais antigo em atividade.

Um convite à gulaComo réplica de cidade do interior, a vida noturna da Mooca

não está focada em grandes badalações. Mas os programas

gastronômicos são bem recompensados. O chope bem tirado em

uma máquina alemã, com 180 metros de serpentina, é um dos

responsáveis pelo sucesso do Elídio Bar, que exibe quase um

museu de futebol em suas paredes. São fotos, camisetas, chuteiras,

reportagens e cartazes sobre várias equipes de futebol que ali

convivem pacificamente, lado a lado. Outra atração são as 130

variedades de acepipes dispostos em um balcão, onde o cliente se

serve e paga por quilo. No Chalé Chopperia, não há a necessidade

de se preocupar com fila e demora na comida. A casa oferece

diariamente, no almoço e jantar, um bufê com frios, saladas, pratos

quentes e 15 tipos de carnes preparadas na churrasqueira. E nas

quartas-feiras à noite, o correio elegante promove a paquera.

Com certeza, a maior atração da Mooca é a comida italiana e

ofertas nesse quesito não faltam. Na cantina Don Carlini, o

cardápio apresenta 60 pratos típicos e as massas artesanais,

que são confeccionadas lá mesmo, também abastecem o outro

restaurante em Perdizes, além de serem também vendidas no

varejo. É um festival de cores, massas vermelhas feitas com

beterraba, verdes com espinafre, amarelas com pimentão ou

negras com tinta de lula. O ambiente é muito acolhedor e tanto as

receitas como a supervisão é feita pela família Carlini.

A pizza, já quase tão brasileira quanto italiana, está muito bem

representada em muitas pizzarias. A São Pedro, um dos endereços

mais tradicionais, conquista pela massa fina e crocante. Existem

variações sobre um mesmo tema, como o da berinjela por exemplo,

que pode ser encontrada em 4 tipos. A de rúcula é inigualável.

Outra pizzaria muito freqüentada é a do Ângelo que, em um

ambiente simples, oferece uma carta modesta de pizzas deliciosas

que atraem moradores dos bairros vizinhos. Numa construção

centenária, com um cenário que simula uma vila italiana, a Bendita

Maria serve pizzas de metro, quadradas e retangulares.

No cardápio, são quase 70 sabores que incluem também as doces,

além de massas e risotos e um bufê de saladas durante o almoço.

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Contudo, talvez nenhum outro estabelecimento gastronômico seja

tão famoso no bairro como a doceria – e inicialmente padaria –

Di Cunto. Donato di Cunto desembarcou no Brasil muito antes

da grande imigração italiana, e por engano: seu destino era

Montevidéu, no Uruguai, mas vinha com a informação de que

deveria descer na terceira parada após cruzar o Atlântico. O

que ele não contava é que teria uma parada não prevista em

Recife por causa do escorbuto a bordo. Depois de trabalhar como

carpinteiro – seu chefe era o arquiteto Ramos de Azevedo – Donato

conseguiu comprar um terreno de 850 metros quadrados. Abriu

a padaria com o irmão, voltou para a Itália, casou-se e voltou

para comprar o terreno onde está a Di Cunto atual, em 1896.

Quatro anos depois, foi para a Itália buscar o resto da família,

mas morreu pouco depois. Quem veio para o Brasil foram seus

filhos que aqui chegaram em 1932. Três anos depois reabriram

a padaria do pai e tocaram o negócio, acrescentando novidades

para a época. Em 1936 eles já faziam entrega em domicílio e

três anos depois começaram a produzir o tão famoso panetone,

ponto alto da casa e que faz com que seja a mais antiga fábrica

de panetone do Brasil. Atualmente, além da padaria (que não é

mais a grande parte da produção da Di Cunto), a casa oferece um

serviço de bufê, seção de rotisserie, massas e pratos semiprontos

e, claro, os doces e bolos que são as suas estrelas. São mais de

mil itens preparados todas as semanas por seus 186 funcionários,

muitos deles com mais de três décadas de casa. “Acho que isso

faz a diferença na Di Cunto. Tudo é feito com amor e de forma

artesanal”, diz Marco Júnior, um dos herdeiros da doceria.

PIZZARIA SÃO PEDRO

PIZZARIA SÃO PEDRO

PIZZARIA DO ANGELO

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Freqüentada apenas por moradores da região, a Pasticceria di

Camargo – criada por um ex-funcionário da Di Cunto – oferece

pratos quentes e massas caseiras prontas para gratinar. Lá

também são encontradas delícias doces como a pequena e suave

torta de amêndoas, recheada com mousse de chocolate, um

acompanhamento imperdível para o chá.

E como não só da Itália alimenta-se a Mooca, um médico

apaixonado por paellas, atendendo a pedidos da família e amigos,

abriu seu próprio espaço que leva seu nome: Paella do Neto.

“Vou fazer na Mooca uma paella que não existe por aí, feita

artesanalmente com fartura de camarões e frutos do mar e por

um preço justo” – palavras do proprietário. Vale conferir. De

outro ramo culinário, com uma clientela que extrapola os limites

da Mooca, a Esfiha Juventus é tradicional no bairro desde 1966.

Seu amplo salão vive lotado e não há entrega em domicílio, o

que explica a fila dos pedidos para viagem que não rara toma a

calçada. Do forno para a mesa, sem escalas, saem ótimas esfihas

de carne, queijo, espinafre, calabresa e frango com catupiry.

Podem ser abertas ou fechadas, basta pedir.

O churro da madrugadaPlena madrugada de uma sexta-feira. A rua Dona Ana Néri, e a

maior parte da cidade, dorme profundamente. De repente, no

número 282, uma porta de ferro se abre e rompe o silêncio.

Seu Toninho, de 74 anos, junto da nora Débora Sato e da neta

Vanessa Sato Garcia estão a postos para iniciar uma jornada de

trabalho. Sim, o expediente deles começa às 2h30 da manhã.

A churraria do Toninho, como é conhecida pelos baladeiros, é

sucesso há 47 anos.

Filho de pais espanhóis da região da Andaluzia, seu Antônio é

daquelas pessoas agradáveis, com as quais é fácil passar o dia ou

a madrugada inteira batendo papo e ouvindo histórias deliciosas

acerca dos famosos churros. “A minha vida é isso aqui. Sempre

digo que não tenho fregueses, tenho uma grande família”,

comenta. A casa funciona somente aos sábados, domingos e

feriados, das 2h30 às 11h30 da manhã. Nos horários de pico - às

4h - a fila começa a embalar e ele é obrigado a distribuir senhas

para não virar bagunça. A espera pode chegar a uma hora. O

churro não tem recheio e o segredo da receita é guardado a sete

chaves, seu Toninho não revela para ninguém. A casa com apenas

um balcão na frente vende por dia mais de 10 quilos de churros.

DOCERIA DI CUNTO

DOCERIA DI CUNTO

DOCERIA DI CUNTO

Page 22: EVENMAG 9

ESFIHA JUVENTUS

ESFIHA JUVENTUS

A festa de San GennaroA maioria dos imigrantes italianos que vieram para a Mooca

era napolitana e devota de San Gennaro, um santo que ao ser

decapitado teve o sangue armazenado em uma ampola de vidro

e que, diz a lenda, coagula todo ano em três datas, uma delas a

de seu aniversário, dia 19 de setembro, comemorado em todas

as comunidades italianas pelo mundo. Por isso mesmo, nada

mais natural do que erigir uma igreja em sua homenagem e

buscar dinheiro para sustentá-la. Se já se acha boa pizza e pasta

praticamente em qualquer esquina da Mooca durante o ano todo,

é em setembro que essa facilidade se intensifica. Hoje, sempre

próximo do dia 19 de setembro, as ruas Lins e San Gennaro são

fechadas e lá se instalam barracas que vendem o que as “nonnas”

preparam: toneladas do que há de melhor da culinária napolitana.

No cardápio, polpettas, espaguete, rigatoni, fettuccine e lasanha,

regados ao molho bolonhesa. Há ainda as sfogliatelle e as

zepolle. Sem esquecer a fogazza e a pizza – muita pizza!

E por alguns dias a Mooca é mais italiana do que nunca. Essa

comilança toda – que já vai para a sua 35ª edição – recebe,

aproximadamente, 100 mil pessoas que passam pelo evento,

uma das maiores festas de paróquia do Brasil. Todo o dinheiro

arrecadado é destinado a instituições de caridade. De simples

reunião da comunidade, a Festa de San Gennaro ganhou status de

evento turístico e até entrou para o calendário da Embratur. •

Serviço:

Chalé Chopperia

Praça Visconde de Sousa Fontes, 56

Parque da Mooca

Di Cunto

Rua Borges de Figueiredo, 61/103

Tel.: (11) 2081-7100

Don Carlini

Rua Dona Ana Néri, 265

Tel.: (11) 3207-7621 e (11) 3208-2024

Esfiha Juventus

Rua Visconde de Laguna, 152

Tel.: (11) 6096-7414

Paella do Neto

Rua Itamaracá, 127

Tels.: (11) 2076-8839 ou 9639-9839

Pasticceria Di Camargo

Rua Barão de Penedo, 197

Tel.: (11) 6605-3342/6605-5233

Pizzaria do Angelo

Rua Sapucaia, 527

Tel.: (11) 6692-5230

São Pedro

Rua Javari, 333

Tel.: (11) 6291-8771

Memorial do Imigrante

Rua Visconde de Parnaíba, 1316

www.memorialdoimigrante.sp.gov.br

Saiba mais sobre a Mooca:

Livros: Casa de Taipa, o bairro paulistano da Mooca em livro-reportagem,

de Dimas A. Künsch (org.) – Ed. Salesiana

Dez Roteiros Historicos a pé em São Paulo de Cytrynowicz,

Roney. Ed. Narrativa Um

Histórias da Mooca, de Mino Carta. Ed. Berlendis & Vertecch

Bairros Paulistanos de A a Z, de Levino Ponciano. Ed. Senac - SP

Sites:www.saopaulo.sp.gov.br

www.portaldamooca.com.br

www.dcomercio.com.br/especiais/mooca450anos

www.amoamooca.org.br22

bair

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LPS Brasil Consultoria de Imóveis S/A - Rua Estados Unidos, 1.971 Jardim América - CEP: 01427-002 - São Paulo-SP - Fone: (11) 3067-0000 - www.lopes.com.br - CRECI/SP nº J-19585 - Secovi: 955. Memorial de Incorporação registrado em 3/12/2007 sob o nº R2, na matrícula 148.994, do 7º Cartório de Registro de Imóveis.

Rua Juventus

Clube AtléticoJuventus

PadariaVeredas

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Av. do Estado

Av. Prof. Luís Ignácio de Anhaia Mello

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Rua da MoocaRua do Oratório

Rua José Logulo

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Rua Jumana

Rua Celso de Azevedo Marques

Av. Alcântara Machado (Radial Leste)

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Rua Visc. de Inhomirim

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moocaVeranda

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Rua Celso de Azevedo Marques,361Rua Celso de Azevedo Marques,361(próximo à Av. Paes de Barros e ao Clube Atlético Juventus)óximo à Av. Paes de Barros e ao Clube Atlético Juventus) Informações: 3067- 0000 ou veranda.com.brInformações: 3067- 0000 ou veranda.com.br

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4 dormitórios - 183 e 146 m2

Projeto arquitetônico: Jonas Birger

Foto do terraço do apartamento

10688_05 DUPLA VERANDA Simples F1 1 3/14/08 7:17:26 PM

Page 24: EVENMAG 9

deSiGner dA LUZAtravés do desenho, Fernando Prado direciona

as emoções geradas pelos efeitos da luz.

Por Lígia Prestes

FOTO

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FERNANDO PRADO

24

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Page 25: EVENMAG 9

AApenas três meses para desenhar e o jovem Fernando Prado já

estava com um prêmio no colo. Sua primeira peça premiada, a

Giro, foi o pontapé para uma carreira de reconhecimentos que

está no seu ápice. Hoje é um dos designers mais premiados do

Brasil e sua foto e de seus produtos figuram nos livros de prêmios

de design mais famosos de todo o mundo. Conquistou sucessivos

primeiros lugares no Prêmio Design Museu da Casa Brasileira,

IF Gold Design Award (Hanover, Alemanha), Design Plus Award

(Frankfurt, Alemanha), Red Dot Design Award (Essen, Alemanha)

e Good Design Award. Hoje é o mestre da loja de soluções em

iluminação, a Lumini. Sua visão de design bem sintonizada

com as necessidades e as particularidades do sistema produtivo

industrial faz de Fernando uma referência que extrapola o design

das luminárias.

Como foi sua trajetória?

Eu me formei na FAAP em 1995 no curso de Desenho Industrial.

Na verdade eu nem queria fazer essa faculdade porque o que eu

gostava mesmo era oceanografia, mas como meu pai era arquiteto

e eu sempre gostei de desenhar e de fazer trabalhos manuais,

resolvi prestar o vestibular e me apaixonei pelo curso. Depois

que saí da FAAP arrumei um estágio aqui na Lumini mesmo, onde

fiquei por menos de um ano. Na época, o estágio para mim era

muito chato, porque eu ficava no meio da produção – um mês em

cada setor – carregando chapa, contando parafuso, etc. Mas hoje

eu vejo o quanto aquele estágio foi fundamental para a minha

formação. Quando faço palestra para os estudantes, eu digo para

aproveitarem mesmo quando parece que tudo é chato, pois isso

vai ser muito importante no futuro.

Depois que eu saí da Lumini fui trabalhar com arquitetura. Na

verdade com projetos de iluminação voltados para arquitetura,

o que me deu um bom conhecimento sobre a luz e seus efeitos.

Isso foi ótimo porque, juntando os dois conhecimentos, eu

percebi que você não desenha apenas a forma do objeto mas

também o efeito da luz, e foi isso que me fascinou. O que me

chama atenção na iluminação, em relação a outras áreas, é que

você consegue mexer com a emoção das pessoas com o efeito da

luz. As minhas peças têm todo um cuidado a mais com a parte

técnica do efeito, até quando ela é lúdica, para que esse efeito

faça parte do desenho da peça.

Em 2002, eu resolvi que queria voltar a desenhar, que era o que

eu gostava de fazer, saí do escritório de arquitetura e fui procurar

outras coisas. Como já tinha alguns contatos com o pessoal da

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FERNANDO PRADO

Page 26: EVENMAG 9

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Page 27: EVENMAG 9

Lumini, comecei a desenhar peças como freelancer. Foi então que

criei a Luna (uma das peças mais premiadas) e a Giro, que é um

projetor mais técnico. E deu certo. O pessoal gostou das peças e

um ano depois me convidaram para ser gerente de produto. Hoje,

na Lumini, eu tenho uma dupla função: de designer e gerente de

produto. Essa junção de tarefas me faz ser um profissional mais

completo, pois eu conheço toda a parte gerencial de uma fábrica

e também atuo na criação. De lá para cá, eu tenho desenhado

exclusivamente para a Lumini, muito trabalho a fazer e pouco tempo!

Você acompanha todo o processo?

Sim. Eu desenho a peça – não uso computador, faço na mão –

depois passo para uma equipe que desenha no computador, faço

os primeiros testes, etc. Eu acompanho esse processo de ponta a

ponta, não só até o produto ir para a rua, mas muitas vezes até

depois que ele saiu.

E seus prêmios?

Pois é, são realmente muito gratificantes, principalmente os lá

de fora. Tem um prêmio aqui que eu acho muito importante que

é do Museu da Casa Brasileira que já ganhei quatro vezes. E eu

o considero o mais importante do Brasil – é um prêmio que eu

sempre quis ganhar quando era mais jovem. O primeiro prêmio foi

com a Giro, que ganhei quando havia apenas três meses que tinha

voltado a desenhar e foi uma grande surpresa. Eu tenho cinco

anos de profissão e vinte prêmios: no Brasil uns sete ou oito, uns

dez na Alemanha e alguns nos Estados Unidos. O meu primeiro

prêmio na Alemanha foi especial porque a gente concorre com

empresas tops de iluminação, em geral como Apple, BMW, etc.

Os prêmios, lá, são organizados da seguinte forma: você merece

ou não ganhar. Se o júri acha que você merece, eles te dão

um selo do prêmio e depois escolhem um único ganhador para

quem eles dão uma espécie de Oscar. E nós já ganhamos vários

desses prêmios, na frente de diversas empresas importantes. É

gratificante, pois nós ganhamos com um investimento muito

pequeno em maquinário, se comparado a eles. Aí é que entra a

criatividade do design brasileiro, conseguimos driblar a falta de

infra-estrutura com essas novas formas das peças. Acredito que

o grande tributo do design brasileiro seja mesmo a criatividade,

que é fruto da nossa própria cultura e da forma como levamos

a vida. Isso também se deve a nossa criatividade para resolver

problemas, vivemos isso no dia-a-dia, situação pela qual os

alemães, por exemplo, não passam.

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VULG

AÇÃO

JOY

LUNA

Page 28: EVENMAG 9

O design brasileiro está começando a ter uma maior

visibilidade lá fora?

Com certeza. E é por conta da nossa cultura. Aqui em São Paulo,

por exemplo, temos milhares de povos diferentes que trouxeram

culturas diversas. Algum tempo atrás isso era visto como um

defeito, mas hoje dá para perceber que isso é excelente para o

design. Atualmente, todo mundo procura um design globalizado e,

sem querer, o nosso design sempre esteve à frente, seguindo esse

conceito. Nosso design está sendo bem aceito lá fora por conta

dessa mistura étnica que existe aqui. Estamos no caminho certo.

Quem desenha luminária pode fazer um trabalho de

luminotécnica?

Acho que não. Cada profissional tem seu espaço, por isso tem o

designer e o lightdesigner (projetista de iluminação). É difícil

fazer bem as duas coisas. O que eu preciso saber é quais efeitos

são desejados pelos lightdesigners no projeto final. Sem saber

isso não se consegue desenhar produtos vendáveis ou aplicáveis.

Então um projeto de luminotécnica é importante?

É fundamental. Sempre que alguém vem aqui na Lumini comprar

nossas peças, orientamos que ela procure um profissional da área.

Porque a casa é onde as pessoas passam a maior parte do tempo,

onde vão criar os filhos e onde estarão por um bom tempo. Sendo

assim, não pode ser feita qualquer coisa. O lightdesigner senta

junto ao dono da casa, sente o clima da família, qual a forma de

viver, daí ele define quais locais terão um efeito de luz e para

qual finalidade. No Brasil, há ótimos profissionais.

É uma onda nova procurar lightdesigners?

Apesar de ser uma profissão que já existe há algum tempo,

as pessoas estão despertando para esses projetos agora. Um

profissional faz a diferença entre uma casa iluminada e uma com

um bom projeto de iluminação.

Como se ilumina uma casa?

É difícil dizer, porque cada casa, ou apartamento, tem uma

arquitetura diferente, um estilo diferente e, como eu disse, o

projeto depende do estilo de vida do morador. Apesar de não ser

um profissional de luminotécnica, dou os meus palpites: uso sempre

lâmpadas quentes para os lugares mais aconchegantes. Recentemente

eu vi uma entrevista do alemão Ingo Maurer – um papa do design

da iluminação – e ele falava sobre essa onda de proibir lâmpadas

incandescentes, porque consomem muito, e dizia que é contra, pois

cada lâmpada tem sua aplicação certa. Ele diz que as pessoas têm

que economizar parando de iluminar fachadas feias, monumentos

mal conservados e usar essa energia em lugares que dão prazer.

Não dá para usar uma lâmpada de hospital dentro do quarto ou

da sala. E mais, isso vai refletir até na sua qualidade de vida. Por

isso, vale a pena fazer um projeto com um profissional para colocar a

lâmpada certa no lugar certo. Eu, particularmente, só coloco lâmpada

incandescente na minha sala, porque acho mais agradável, se parece

mais com a luz do sol e dá uma impressão de natureza.

Geralmente as tomadas estão posicionadas em lugares

corretos?

Dificilmente as tomadas são projetadas junto ao layout da casa.

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Page 29: EVENMAG 9

Então, para não errar, alguns distribuem muitas tomadas ou, se

você mora em apartamento antigo, existem pouquíssimas. Por

isso, acho que cada vez mais os projetos têm que ser integrados:

elétrico, iluminação, layout, decoração, arquitetura. Quanto mais

juntos estiverem, menor a chance de sair errado.

Quais as dicas que você daria para uma boa ilumina-

ção em casa?

Uma sala deve ser um lugar aconchegante. Os abajures, luzes

incandescentes e pendentes decorativos dão sempre esse ar mais

intimista, que é o que a gente quer para dentro da nossa casa.

Isso acontece porque, na verdade, esse tipo de lâmpada lembra

as luzes das tochas das cavernas, onde ficava o aconchego.

Na cozinha, pode–se usar uma luz mais fria, mais fresca. Nos

banheiros, pode-se temperar a luz quente com a luz fria. Nos

quartos, o conforto é o mais importante e se consegue com o uso

de dimmers, já que com eles se consegue criar cenários diferentes

na casa com as mesmas luminárias.

O projeto de iluminação leva também em conta a

questão ambiental?

É engraçado porque as pessoas, quando pensam em

sustentabilidade, só levam em conta o material usado e na

verdade vai bem mais além. Eu tenho uma luminária de aço inox

que as pessoas acham um absurdo, porque ela dura 300 anos

no meio ambiente, mas eu estou usando uma fonte de luz que é

um led (diodos especiais que emitem luz quando conectados a

uma bateria, muito mais econômicos e brilhantes), que dura 30

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Page 30: EVENMAG 9

“Acredito que o grande tributo do design brasileiro

seja mesmo a criatividade, que é fruto da nossa própria

cultura e da forma como levamos a vida.”

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FERNANDO PRADO | LUMINÁRIA ECLIPSE

30

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Page 31: EVENMAG 9

anos. Se essa luminária não durar pelo menos 30 anos ela está

mal planejada. Então é relativo esse conceito. Nós usamos muito

alumínio, mas ele é reciclável. A coisa é bem mais complexa e

vai além da aplicação do material. Há uma preocupação atual

com a economia de energia. O próprio dimmer é uma forma de

economia, já que se pode usar menos luz, é possível regular.

Há também os leds, que estão surgindo como uma corrente de

economia, tanto de energia como de tempo: eles duram três

décadas e consomem dois watts. Em alguns lugares, a aplicação

dos leds ainda é restrita por causa do custo, mas acredito que o

futuro da iluminação é o led.

Como usar a luz direta ou indireta?

Depende do desejado. Existem salas em que se usa luz indireta

quando o ambiente é claro e outras em que você consegue

combinar perfeitamente a direta com a indireta. A idéia é temperar

esses artifícios, que são o segredo do bom projeto. A Bossa, por

exemplo, é uma luminária que foi criada para ter os dois efeitos,

que se consegue com o simples movimento de colocar o refletor

para cima ou para baixo. Como hoje as salas de jantar e de estar

estão praticamente integradas, eu acho um desperdício criar uma

iluminação apenas para a sala de jantar, sendo que se passa apenas

duas horas por dia lá. A Bossa leva em conta isso: na hora do

jantar se usa o refletor para baixo e quando a intenção é iluminar

o ambiente todo se usa a luz para cima. Isso tira um pouco da

ociosidade do produto e também tem a ver com sustentabilidade,

afinal, uma luminária está fazendo o papel de duas. A minha

intenção foi fazer com que o próprio usuário possa controlar a

intensidade de luz. Dessa maneira, acabo vendendo, junto ao

produto, uma experiência de interação e personalização.

E as pessoas buscam experiência hoje em dia ?

A automação da luz tem a ver com experiência: quando se quer

ver televisão, coloca-se uma luz mais intimista, se está recebendo

pessoas, muda-se a luz. Quando se consegue ter uma gama de

cenários, isso se transforma em uma experiência. O que acho mais

interessante nos efeitos de luz é que é possível emocionar não só

pela estética, mas também pelo efeito de luz, que dá um apelo

emocional.

Dá para agregar a luz de velas?

A luz da vela é a origem de tudo. Acho que é por isso que a

lâmpada incandescente é tão agradável. Quando se tem um jantar

à luz de velas, quer dizer que é aconchegante. E o próprio tom de

amarelo dessa lâmpada lembra a luz do fogo.

Hoje em dia é possível se usar outras cores de luz dentro de

casa, para dar uma idéia mais lúdica. Há também luzes brancas

que oferecem tons azulados e amarelados. Em alguns países da

Europa, onde o sol brilha muito pouco, as pessoas reproduzem o

ciclo do sol dentro das casas através de um controle de luz.

Qual é a tendência em iluminação?

É, inegavelmente, o led. Nas feiras fora do Brasil, na Alemanha

por exemplo, há led para todo lado. Esse é o futuro, quem não

enxergou isso ainda está fora da realidade. Tanto que algumas

fábricas de lâmpadas começaram a fabricar leds. O custo inicial é

maior, mas o custo operacional é muito baixo.

Morar em São Paulo é...

Especial! Nasci e moro aqui. Conheço outras cidades muito mais

charmosas, mas me acostumei com as facilidades da cidade, com

a seriedade do povo, com a maneira como as pessoas encaram

o trabalho. Não é uma cidade fácil de se viver, por isso eu não

critico quem quer sair daqui a todo custo, mas nunca pensei em

morar fora daqui.

São Paulo é bem iluminada?

Não, e está bem longe de ser, principalmente as áreas externas

e públicas. Quando se vai para a Europa, principalmente Itália

e Alemanha, tudo é muito bem iluminado e bonito. Inclusive

dentro das casas, o lightdesign está enraizado nos projetos. Aqui,

o profissional de lightdesign não é respeitado, isso prova que

temos muito o que aprender em iluminação. •

DIVU

LGAÇ

ÃO

THEODORA

Page 32: EVENMAG 9

SUA cASAiLUMinAndO

Por Lígia Prestes

Mini pendente Kling de

alumínio anodizado e polido.

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32

vitr

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Page 33: EVENMAG 9

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La Lampe

Al. Gabriel Monteiro da Silva, 1258 – Jardins – Tel.: (11) 3069-3949

De diferentes designers e com formas ultra

modernas, os artigos de iluminação hoje

fazem parte de um todo na decoração e

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Page 34: EVENMAG 9

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Dr.

Ulp

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Av. Min. Laudo Ferreira de C

amargoAv. Eliseu de Almeida

Rodovia Raposo Tavares

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Av. Escola Politécnica

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Av. Jaguaré Ponte Jaguaré

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Ponte Cidade Universitária

Rua Carlos Lisdegno Carlucci

Av. Prof. Lineu Prestes

Av. Giovanni Gronchi

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i

Cidade Universitária

Escola da Vila

Colégio Miguel de Cervantes

Shopping Raposo Tavares

Estação de Metrô Vila Sônia

Shopping Butantã

McD

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ColégioJoão

Paulo I

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Prefeitura

ParqueShopping

Villa-Lobos

Estaçãode Metrô

de Pinheiros

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Rua Trajano Reis, 777 - Butantã(Altura do Makro da Av. Eliseu de Almeida)

Informações: 3067-0000 - clubparkbutanta.com.br

Perspectiva artística da vista aérea do térreo

Próximo aos shoppings Butantã e RaposoFacilidade de acesso para a Av. Eliseu de Almeida e Rod. Raposo Tavares

Está chegando o residencial mais completo no melhor ponto do Butantã. Um verdadeiro clube dentro de casa. Mais de 40 itens de lazer em um terreno de 19.600 m2.

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Decorados por Fernanda MarquesProjeto arquitetônico: Jonas Birger

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Page 35: EVENMAG 9

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Page 36: EVENMAG 9

Por Lígia Prestes

AcerVOreAL

ÉÉ no centro dos 75 mil metros quadrados da Fundação Maria Luisa

e Oscar Americano que está encravada a casa onde morou o casal

durante 18 anos. O terreno foi adquirido pelo engenheiro Oscar

apenas para ser um sítio de final de semana, mas acabou sendo a

residência oficial da família. Para alguns amigos, o feito pareceu

absurdo, pois na década de 40, quando ele comprou o terreno, as

imediações não tinham o menor sinal de urbanização. Necessário

Com idéia de presentear a cidade de São Paulo, o engenheiro Oscar

Americano transformou sua casa em uma fundação, com acervo que

inclui peças do Brasil colônia e imperial.

dizer que o bairro do Morumbi, propriamente dito, nasceu dos

esforços de Oscar Americano nesta mesma década. Acompanhado

do arquiteto urbanista e amigo Oswaldo Arthur Bratke, que lhe

presenteou com o projeto, construiu uma casa inspirada no

modelo dos bairros-jardins, difundidos em São Paulo desde o final

da década de 1910 pela Companhia City e que previam amplos

terrenos para construção de casas e muitos jardins.

36

cultu

ra

Page 37: EVENMAG 9

Oscar Americano tratou da implementação das obras viárias,

utilizando métodos de trabalho inovadores e equipamentos

de terraplenagem e pavimentação ainda pouco difundidos na

São Paulo da época. Uma dessas máquinas, adquiridas nos

Estados Unidos no pós-guerra de 1945, possibilitou considerável

melhoria na execução e colocação de guias, permitindo, com

tecnologia avançada, melhor padrão e economia. Realização

importante na região foi também a construção do Hospital

Infantil do Morumbi, exemplo do idealismo de Oscar Americano

em prol da criança e cujo projeto também foi entregue a

Oswaldo Bratke.

Além dessas benfeitorias, um grande presente ainda estava

reservado para a cidade: construções e melhorias urbanísticas.

Ele queria – e sempre teve essa idéia – transformar sua casa em

uma fundação. Tanto que deixou um testamento para isso.

A CasaIdealizados nos anos 50, a residência, o pavilhão de lazer

e o parque foram projetados por dois dos mais importantes

profissionais em suas áreas na São Paulo daquele tempo: o

arquiteto Oswaldo Arthur Bratke (que acabou comprando um

terreno ao lado de Oscar) e o paisagista e agrônomo Otávio

Augusto Teixeira Mendes. A casa e o pavilhão estão entre

as melhores obras desenhadas por Bratke, expondo todas as

características que marcaram a grande fase criativa do arquiteto,

como a simplicidade de meios, a racionalização, a flexibilidade

espacial, sua clareza estrutural, o predomínio dos volumes

puros e horizontais, a integração entre exterior e interior e

o diálogo com entorno e paisagens, estabelecendo um novo

modelo brasileiro de morar, que rompeu com velhos e anacrônicos

padrões domésticos do País. O parque é a obra central da

maturidade de Teixeira Mendes.

Quando o paisagista iniciou esse trabalho, não havia nada

que lembrasse o exuberante aspecto atual da propriedade. A

área estava coberta apenas por campos e poucos arvoredos de

espécies estrangeiras, como eucaliptos. Diante dessa situação,

Teixeira Mendes optou por reintroduzir espécies típicas da Mata

Atlântica, chamando a atenção para a necessidade de recuperar

essa formação natural que no passado caracterizou a região

e o estado de São Paulo. A sofisticada composição dispondo

a vegetação em conjuntos formalmente marcantes numa área

de 75.000 m2 envolveu o plantio de cerca de 25.000 mudas de

árvores. O paisagista acompanhou pessoalmente a implantação e

a manutenção dos jardins durante os dez primeiros anos.

FUNDAÇÃO MARIA LUISA E OSCAR AMERICANO E PARQUE

Page 38: EVENMAG 9

RUÍNAS DA SÉ DE OLINDA, FRANS JANSZOON POST (1612-1680)

CIDADE DO INTERIOR,FRANS JANSZOON POST (1612-1680)

38

cultu

ra

Page 39: EVENMAG 9

Um acervo realApós a morte de Maria Luisa, abatido, Oscar resolveu fazer uma

homenagem a sua esposa. O sentimento de preservação ambiental,

que se espalhou pelo mundo décadas depois, já estava presente em

1948. Queria transformar a casa em uma fundação onde também

se preservasse um pouco do verde que, segundo ele sentia,

depois de algum tempo a cidade iria precisar. Foi ao cartório e

registrou que a casa não mais poderia ser vendida. Sua idéia era

expor a pequena coleção de peças antigas e obras de arte (tanto

brasileiras como internacionais). Com sua morte em 1974, ano

que a fundação foi instituída, seus filhos reformaram toda a casa

com a intenção de abri-la ao público. No entanto, gostariam de

que o acervo fosse maior. Sorte ou coincidência, no período dessa

reforma, são levados a leilão diversos lotes de peças do Brasil

Colônia e República, um riquíssimo acervo que foi arrematado

pelos filhos de Oscar e Maria Luisa, ampliando assim o sonho do pai.

Além dos mobiliários, tapetes e peças de arte sacra – que era

o que Maria Luisa mais gostava – a casa é um patrimônio à

disposição da comunidade e tem um acervo permanente, com

mais de 1.600 peças divididas em três núcleos principais: Brasil

Colônia, Brasil Império e Mestres do Século XX.

O acervo da arte colonial da Fundação reúne mobiliário, prataria

de importantes ourives e valiosos exemplares da arte sacra

brasileira. Entre as pinturas, destacam-se oito telas do pintor

holandês Frans Post, que acompanhou a comitiva de Maurício

de Nassau ao Brasil durante a primeira metade do século XVII.

Um dos mais consagrados artistas de seu tempo, Post pintou

inúmeras paisagens de Pernambuco que revelam diversos aspectos

da vida no Nordeste brasileiro durante o Período Colonial. Entre

os móveis do Período Colonial, destacam-se as peças de estilo

D. José I, nas quais são atenuados os traços da influência

portuguesa e incorporadas características do mobiliário francês e

inglês. Também estão conservados na fundação móveis de estilo

D. João VI, ainda próximos da tradição portuguesa, e de D. Maria

I, os quais carregam a renovação estilística que o século XIX

terminaria por consolidar. O conjunto de móveis inclui cômodas,

ÍNDIO CAÇADOR, SÉRIE NOUVELLES INDES, MANUFATURA DOS GOBELINS (SÉCULO XVIII)

Page 40: EVENMAG 9

meia-cômodas, oratórios, tronos e cadeira de bispo, que formam

um seleto e harmonioso grupo de mobiliário luso-brasileiro do

século XVIII. Entre as diversas peças de prata da época é possível

encontrar uma bela naveta D. João VI, o conjunto de gomil e

lavanda em estilo D. José I, o cuité baiano e a bandeja de pé

D. Maria I, tudo feito por importantes prateiros portugueses

e brasileiros da época. Há ainda exemplos de ourivesaria

portuguesa do século XIX, como o par de tocheiros do prateiro

lisboeta Tocato José Clavina Bernardes. A série de tapeçarias

conhecida como Anciennes Indes foi confeccionada entre 1687

e 1730 na manufatura dos Gobelins, em Paris. A composição dos

cartões das tapeçarias foi baseada em pinturas e desenhos do

retratista Albert Eckhout, que também acompanhou a comitiva de

Maurício de Nassau. Quando os cartões originais das tapeçarias

se estragaram pelo uso constante, o pintor François Desportes

DOM JOÃO VI, REI DO REINO UNIDO DE PORTUGAL, DO BRASIL E ALGARVES,CHARLES SIMON PRADIER (1786-1848) / JEAN BAPTISTE DEBRET (1768-1848)

A FAMÍLIA IMPERIAL DO BRASIL, C. 1854, LITOGRAFIA HENRIQUE FLEUISS / F.R. MOREAUX

RETRATO DA FAMÍLIA IMPERIAL, FOTOGRAFIA, 1492 ALBERTO HENSHEL & CIE, 1887Da esquerda para direita: sentada Dona Isabel e seus três filhos, Dom Augusto Saxe-Coburgo e Bragança (segundo filho de Dona Leopoldina), O Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina. Em pé, atrás da Imperatriz, o Conde D’eu (Marido de Dona Isabel) E Sentado à direita Dom Pedro Augusto Saxe-Coburgo E Bragança (filho mais velho de Dona leopoldina).

CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL, LITOGRAFIA MANOEL MARQUES DE AGUILAR (1767- C.1816)

40

cultu

ra

Page 41: EVENMAG 9

executou nos cartões o mesmo espírito dos originais entre 1735

e 1740. Conhecidas como Nouvelles Indes, essas tapeçarias

foram executadas numerosas vezes até o ano de 1802. As duas

tapeçarias que há na fundação, Le Chasseur Indien e Combat des

Animaux, são exemplos de Nouvelles. Vendidas em 1768 ao Duque

de Noailles, passaram mais tarde à propriedade de Lord Byron e

foram adquiridas por Oscar em 1973, na Inglaterra.

Os retratos a óleo são as peças mais importantes do acervo

Imperial da Fundação. Entre eles há o de membros da Família

Imperial brasileira, como os Imperadores D. Pedro I e D. Pedro

II, D. Amélia de Leuchtenberg, D. Leopoldina e as princesas D.

Maria Amélia e D. Francisca. As louças imperiais, muito utilizadas

na residência do imperador, também são de grande interesse e

variedade. O conjunto de pratos da Ilustríssima Câmara é um

exemplo. Trata-se do refinado serviço de porcelana francesa, com o

qual a Câmara presenteou D. Pedro I por sua decisão de permanecer

no Brasil. No acervo também há porcelana da Companhia das

Índias, elaborada na China sob encomenda e sob medida para o

gosto ocidental. É possível encontrar diversos documentos, cartas

e até exercícios de caligrafia das princesas. Além disso há diversos

adereços como leques típicos de época – até um em comemoração

à chegada da Família Real no Brasil – miniaturas, abotoadeiras,

botões de uniformes do Exército Imperial e de funcionários da

Corte, brasões móveis e vários outros objetos que completam a rica

e diversificada mostra de arte e do modo de vida no Brasil Imperial.

Oscar Americano e seus filhos também fizeram questão de ter na

fundação obras dos mestres do século XX. Há pinturas e esculturas

dos mais destacados artistas brasileiros contemporâneos, como

Victor Brecheret, Lasar Segall, Alberto da Veiga Guignard, Di

Cavalcanti e Cândido Portinari.

FAVELA COM MÚSICOS, 1957, CÂNDIDO PORTINARI (1903-1962)

Page 42: EVENMAG 9

Project1 28.03.08 13:59 Page 1

Atividades da FundaçãoNão bastasse apenas o rico acervo que a Fundação preserva há

muitos anos, é possível também fazer um passeio, que dura

cerca de uma hora, para observar as centenas de espécies de

pássaros que há no parque. Ainda neste ano o museu pretende

oferecer diversos cursos, como o de paisagismo por exemplo.

Regularmente promove exposições temporárias e no seu auditório

são realizados concertos, recitais, conferências e cursos sobre

história da arte, literatura e música. Em tão agradável lugar

não falta um Salão do Chá, onde é possível desfrutar de um

chá completo servido à moda inglesa com um farto menu:

chá, chocolate, brioches, croissants, pãezinhos, salgadinhos,

sanduíches, torradas, bolos, biscoitos, etc. E tudo isso apreciando

uma vista pouco comum na cidade de São Paulo, a de um

majestoso jardim de Mata Atlântica!

Quem foi Oscar AmericanoFormado pela Escola de Engenharia Mackenzie, em 1931, Oscar

Americano de Caldas Filho foi um destacado engenheiro civil e

empresário da construção no Brasil. Fundou e dirigiu uma das

principais empresas de engenharia e construção no País – a

Companhia Brasileira de Projetos e Obras (CBPO) – cuja história

se confunde com o processo de modernização de alguns setores

essenciais na vida nacional a partir da década de 1940, como o

rodo-ferroviário, hidroelétrico e aeroportuário. Recém-formado,

Oscar Americano iniciou-se modestamente na construção

civil. Seu escritório realizava serviços de terraplenagem com

equipamentos de tração animal, entre outros trabalhos. No estado

de São Paulo, foi um dos responsáveis pela introdução de novos

equipamentos e processos de execução de infra-estrutura viária

ao participar da construção de rodovias como Anchieta, Dutra,

Castelo Branco e tantas outras .

No campo hidrelétrico estão algumas das mais notáveis

realizações de sua empresa, a CBPO. Participou da construção

das usinas de Xavantes, Capivara, Foz do Areia e outras. Foi uma

das cinco empresas brasileiras selecionadas para a construção da

usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo no final do século

XX. Ao longo de sua trajetória, Oscar Americano enfrentou os

mais variados desafios profissionais. Realizou todo tipo de obras

no ramo da construção civil, como o Aeroporto Internacional do

Rio de Janeiro (Galeão). •

Serviço:Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

Av. Morumbi, 4077 – Morumbi

Tel.: (11) 3742-0077

www.fundacaooscaramericano.org.br

PARQUE DA FUNDAÇÃO MARIA LUISA E OSCAR AMERICANO

cultu

ra

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Page 43: EVENMAG 9

Project1 28.03.08 13:59 Page 1

Page 44: EVENMAG 9

erAhiStóriAUMA VeZ UMA

Por Lígia Prestes

44

novo

s rum

os

Page 45: EVENMAG 9

NO ato de contar histórias e o prazer

de ouvi-las ressurgem, apesar de toda

tecnologia contemporânea.

Nos tempos atuais, em que a tecnologia substituiu diversas

expressões de cultura, a profissão de contador de histórias, na

prática, deveria ser um ofício fadado ao fracasso. Muito pelo

contrário. Antes era uma tarefa exercida em casa pelos pais e

avós, ou por professores em escolas infantis, hoje é levada por

profissionais para hospitais, livrarias e até mesmo empresas.

“Freqüentemente recebo propostas para ir contar histórias em

empresas. Claro que o contexto tem a ver com o momento da

companhia, mas o conto ajuda na hora da reflexão e desenvolve

a individualidade”, explica Regina Machado, que há mais de

20 anos é contadora de história profissional e pesquisadora de

narrativas tradicionais da Universidade de São Paulo. “O trabalho

do contador de história não precisa estar atrelado apenas ao

incentivo à leitura, mas também a fins terapêuticos, filosóficos,

sociais, artísticos, entre outros”, completa Carlos Eduardo Cinelli,

fundador do Tapete Contadores de História, grupo de atores e

arte-educadores que produz exposições interativas, sessões de

histórias, espetáculos de narração e oficinas.

Apesar de a arte de contar histórias existir desde os mais remotos

tempos da história da humanidade, é a partir da década de 70

que essa arte começou a renascer no meio urbano no mundo

todo. “Tudo que o mundo moderno não oferece, o contador

proporciona. É como se ele trouxesse o encontro humano – que

hoje quase não existe – através da forma de contar a história

do seu próprio jeito”, acredita Regina. Atualmente, há diversos

encontros e festivais de contadores de história que provam que

o ofício tem tomado força no Brasil. Um deles é o Simpósio

Internacional de Contadores de História, que acontece no Rio

de Janeiro, e que já vai para sua sétima edição em agosto deste

ano. Esse encontro oferece espetáculos tanto para adultos

como para crianças e reúne profissionais de diversos países.

Um dos pontos altos do evento é a Maratona de Contos, que

dura 24 horas: durante o dia há histórias infantis; de noite e

de madrugada, histórias de humor, erotismo e terror. Graças a

sua magnitude, o encontro já chamou a atenção da Unesco, que

desde 2004 apóia o evento.

Já há cursos que desenvolvem a prática de contador de

história, pois, segundo Regina, não há técnicas ou dicas de

como narrar, e sim um desenvolvimento que vai melhorando

com a experiência ao longo do tempo. Carlos Eduardo também

BICHO DO MATO

Page 46: EVENMAG 9

concorda: “O curso que oferecemos é uma ‘provocação’ sobre

esse contador de histórias que todos temos dentro de nós.

Durante a oficina trabalhamos com os mesmos princípios que

desenvolvemos no nosso grupo. Esses princípios têm sempre como

eixo a narrativa, a história. A utilização de suportes plásticos,

cenários e outros recursos exteriores são desdobramentos da

nossa relação com o conto”, explica. Para Carlos, o contador de

história está sempre aprendendo e não há uma fórmula, apenas

princípios, olhares e perspectivas sobre essa arte. “O importante

é conhecer bem o que vai contar. O contador tem que demonstrar

que está descobrindo a história naquele momento e não apenas

contar e ponto final. Isso não tem aura”, completa Carlos.

Formado em teatro pela UniRio, Carlos Eduardo encontrou na

faculdade e na relação com seus colegas de sala afinidades

artísticas que se entrelaçavam com seus desejos pessoais. “O

grande despertar foi quando conhecemos um artesão e contador

de história francês chamado Tarak Hammam, que desenvolve até

hoje um projeto educacional de confecção e narração de histó-

rias com tapetes. Aquilo me chamou a atenção pela ludicidade,

pela memória da infância e a forma de manipular os suportes

plásticos que servem de cenários para as histórias. Encontrei-

me de forma múltipla”, conta. E não é apenas para crianças que

esses contos são recitados. Quando para adultos, as histórias

variam entre romance, suspense, comédia, terror ou com algum

teor de lição de vida.

Regina também oferece cursos para contadores de história e

alerta que não é um curso técnico e sim uma preparação que leva

a vida toda. Segundo ela, qualquer pessoa pode contar história,

em todos os momentos e em diferentes profissões. “Nas minhas

aulas costumo fazer os alunos se concentrarem em um único

conto e transformá-lo em desenho, em canto e em dança. Você

aprende quando descobre suas potencialidades e as transforma

para contar. Faço a pessoa se encantar pela história”, completa

Regina, que tem planos para criar uma pós-graduação voltada

para os contadores de história.

O grande segredo é experimentar e ter a intenção de fazer a

história ser real, o que significa colocar-se dentro dela. “Se

você sabe o que quer contar, ao longo da história essa inten-

ção transparece”, diz a profissional. O ritmo que se dá ao conto

também faz parte de uma história bem contada. “Uma monótona

história lida não permite que a pessoa ‘veja’ o que está sendo

contado. Para aprender mais dos recursos corporais que você

pode transportar para a história, basta observar o dia-a-dia das

pessoas, a natureza, os objetos”, explica Regina. “O contador

profissional nunca deve esquecer que ele também é, e sempre

será, um homem que precisa contar algo, e que, apesar dele estar

inserido em um contexto sociocultural específico, ainda assim é

um desses que simplesmente conta. O contexto da profissão não

deve ofuscar esse primeiro impulso de alguém que quer compar-

tilhar uma memória, uma história que gosta, ou um fato que o

mobiliza”, complementa Carlos.

CABE

46

novo

s rum

os

Page 47: EVENMAG 9

Reconhecimento Apesar do constante crescimento desse ofício, a profissão de con-

tador de história ainda tem muito a ser explorada aqui no Brasil.

“Já está havendo uma boa discussão sobre a profissionalização,

mas ainda falta um incentivo. Nós já estamos em diversas áreas:

em empresas, em desenvolvimento de pessoas, em tratamentos

para doentes, em cultura, etc. Já está na hora de sermos reconhe-

cidos”, diz Regina. Ainda segundo ela, os contadores de história

são os remanescentes na tradição milenar das populações mais

antigas, indígenas e orientais, onde quem exercia esse ofício era

um dos membros mais respeitados da comunidade. •

Serviço:Os Tapetes Contadores de Histórias

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Page 48: EVENMAG 9

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Page 49: EVENMAG 9

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Page 50: EVENMAG 9

VISÃO ARTÍSTICA DO PROJETO DO BOULEVARD DO CONDOMÍNIO GRANJA JULIETA.

FOTO DO BOULEVARD NA ÉPOCA DA ENTREGA DAS CHAVES.

nNo Condomínio Reserva Granja Julieta é difícil acreditar que

estamos em São Paulo. Os edifícios baixos de apenas oito andares

e o amplo boulevard ajardinado proporcionam um clima de

tranqüilidade que faz parecer que, ali, a vida passa mais devagar.

Talvez uma das maiores qualidades desse empreendimento seja

mesmo a esplanada que conecta os oito edifícios com baixa

estatura. Entremeado por jardins, bancos e lagos, esse espaço

possui uma escala tão adequada que nos sentimos como que

em outra cidade, longe da agitada vida paulistana onde o

barulho não nos deixa ouvir sequer a nós mesmos. Quando a

tarde cai, um pouco antes das luzes se acenderem, o pôr do sol

é um espetáculo quase diário para quem está caminhando pelo

boulevard – só depende das condições climáticas. E quando as

luzes se acendem, ainda uma outra bela atração nos aguarda.

GrAnjA jULietAreSerVAPor Vera Severo / Fotos Paulo Brenta

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roje

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rea

lidad

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VISÃO ARTÍSTICA DO PROJETO DA VARANDA DO CONDOMÍNIO GRANJA JULIETA. FOTO DO BOULEVARD NA ÉPOCA DA ENTREGA DAS CHAVES.

Como é bonito o caminho iluminado ao cair da noite, quando a

água corre tranqüila pelo córrego que se insinua por seu piso e

as luzes dos apartamentos também começam a se acender. Na

volta para casa, depois de mais um dia na cidade inquieta, somos

brindados com uma visão que acreditávamos ser impossível existir

em São Paulo.

Depois de investimentos bem sucedidos no Brasil em

empreendimentos comerciais, pela primeira vez a Tishman

Speyer participa do segmento residencial e, em parceria com a

Construtora Even, acaba de entregar a Reserva Granja Julieta,

um condomínio inédito na história do mercado imobiliário

paulista. Com uma área de 26,6 mil metros quadrados, o

complexo residencial com projeto arquitetônico contemporâneo

está perfeitamente integrado a uma área verde pré-existente,

na verdade quase um bosque, que foi preservada e destinada à

área de lazer. Além disso, os jardins projetados são extensões

dos lobbies dos edifícios que se comunicam através deles

ininterruptamente.

Em função das amplas janelas panorâmicas e dos generosos

terraços, a luminosidade é uma característica marcante

nos interiores do empreendimento. Os amplos livings dos

apartamentos são acompanhados em toda sua extensão por

varandas que estão sempre em contato com os jardins, mantendo

a associação com a natureza – um dos elementos mais prazerosos

do empreendimento. Outro toque de genialidade do projeto são

os painéis deslizantes em treliça metálica nos terraços, que

podem ser deslocados conforme o desejo dos moradores, criando

ambientes mais sombreados ou privados. A possibilidade de

deslocamento dos painéis também confere jogos interessantes de

fachada e uma constante mudança visual.

Page 52: EVENMAG 9

FOTO DA PISCINA NA ÉPOCA DA ENTREGA DAS CHAVES.

VISÃO ARTÍSTICA DO PROJETO DA PISCINA DO CONDOMÍNIO GRANJA JULIETA.

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Page 53: EVENMAG 9

VISÃO ARTÍSTICA DO PROJETO DO SPA DO CONDOMÍNIO GRANJA JULIETA.

FOTO DO SPA NA ÉPOCA DA ENTREGA DAS CHAVES.

Page 54: EVENMAG 9

E não foi apenas a qualidade de vida dos moradores que

preocupou empreendedores e construtores: a qualidade dos

acabamentos pode ser notada nos menores detalhes, tanto na

sua especificação como na sua confecção. Diferenças no desenho

dos pisos – internos e externos – foram habilmente tratados e

por isso a integração entre jardins e passeios é sutil e delicada,

aliando elegância e qualidade estética.

Mas as inovações não ficaram só no projeto e na sua construção.

Com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento pessoal

e profissional de seus funcionários, a Even criou um curso

de alfabetização de adultos e o instalou no canteiro durante

as obras. O curso teve duração de oito meses, três vezes na

semana, após o expediente de trabalho. Munidos de uma cartilha

oferecida juntamente a todo o material necessário, os operários

receberam conteúdos equivalentes aos estudados do 1º ao 4º ano

do Ensino Fundamental.

Reserva Granja JulietaProjeto de Arquitetura: Márcio Cury e Azevedo Antunes Arquitetos.

Paisagismo: Isabel Duprat .

Decoração: Patrícia Anastassiadis.

Iluminação: Senzi Lighting.

Construção: Even Construtora.

Incorporação: Tishman Speyer.

FOTO DO SALÃO DE JOGOS NA ÉPOCA DA ENTREGA DAS CHAVES.

VISÃO ARTÍSTICA DO PROJETO DO SALÃO DE JOGOS DO CONDOMÍNIO GRANJA JULIETA.

54

do p

roje

to à

rea

lidad

e

Page 55: EVENMAG 9
Page 56: EVENMAG 9

Através de doações financeiras, a BrazilFoundation capta, nos

EUA, fundos para ajudar o Brasil no âmbito social.

AjUdA AMericAnAPArA O BrASiL

Por Lígia Prestes

56

proj

eto

soci

al

Page 57: EVENMAG 9

UUma causa nobre por trás de um trabalho único. Talvez essa

seja uma das diversas denominações que se pode atribuir à

BrazilFoundation, uma entidade pública sem fins lucrativos

incorporada em Nova York. Com escritório na cidade nova-

iorquina e comitês de voluntários em Boston, Califórnia, Flórida

e Washington, a organização tem como premissa captar recursos

nos Estados Unidos para investir em trabalhos sociais qualificados

aqui no Brasil. A BrazilFoundation mobiliza recursos e o talento

de indivíduos e empresas brasileiras, além de estrangeiros

estabelecidos nos Estados Unidos interessados em contribuir

para a melhoria das condições sociais no Brasil. A ONG canaliza

o desejo de transformação social desses indivíduos e corporações

relacionando-as diretamente às organizações não-governamentais

que atuam no Brasil.

Essa captação é feita através de campanhas de mobilização, como

a campanha Amigos da BrazilFoundation, onde cada associado

contribui por ano com uma quantia de US$ 30 e, no caso dos

cidadãos americanos, se beneficiam de uma rede de descontos

e benefícios oferecidos por negócios parceiros nos Estados

Unidos. Além disso, a entidade promove, todos os anos, um

Baile de Gala Beneficente nos EUA para angariar fundos. No ano

passado, o evento que aconteceu em setembro arrecadou mais

de US$ 400.000,00 destinados aos projetos sociais nas áreas de

educação, saúde, direitos humanos, cidadania e cultura que a

BrazilFoundation apóia, após seleção feita anualmente. O baile, que

conta com um leilão de peças doadas por alguns parceiros (design,

moda, etc.), tem seu público composto por diplomatas, designers,

artistas, modelos, empresários e gente disposta a ajudar.

O início de tudoDepois de se aposentar de uma carreira de mais de 20 anos na

Organização das Nações Unidas (ONU), Leona Forman criou a

BrazilFoundation para apoiar ONGs que trabalham em prol da

transformação social no Brasil. O projeto de vida de Leona é

inspirado por um desejo de retribuir ao Brasil, país que acolheu

sua família refugiada da China, as muitas oportunidades que teve,

como adolescente e jovem jornalista correspondente do jornal O

Globo na França, morando no Rio de Janeiro. Em junho de 2000,

Leona fez parceria com Marcello Hallake, advogado brasileiro que

atua em Nova York e que representou a fundação na obtenção

do status de organização sem fins lucrativos. Logo depois, a

carioca Susane Worcman, experiente pesquisadora e curadora

de Artes, se juntou ao grupo e ajudou a estabelecer o escritório

de representação da BrazilFoundation no Rio de Janeiro, hoje

chefiado por ela.

No início de 2001, Roberta Mazzariol, cuja experiência em bancos

de investimento ajudou a desenvolver o plano de trabalho da

BrazilFoundation, foi convidada a fazer parte da Diretoria.

Roberta, com a ajuda de Danyela Moron, estagiária e ponto de

contato da BrazilFoundation em São Paulo, vem coordenando

atividades, inspirando voluntários e atraindo o interesse de

empresários paulistas.

Em 2003, o primeiro Baile de Gala Beneficente da fundação em

Nova York gerou recursos para apoiar 17 projetos sociais. Graças

ao seu sucesso, este evento tornou-se uma importante fonte de

recursos. Nos anos seguintes, a entidade organizou palestras nos

EUA com líderes sociais brasileiros, pondo-os em contato direto

com doadores para promover melhor conhecimento do trabalho do

Terceiro Setor brasileiro. Essas palestras ainda contribuem para o

crescimento tanto do número de pessoas interessadas no trabalho

da fundação, quanto da sua arrecadação. Conseqüentemente, o

número de projetos apoiados no Brasil também subiu de quatro

em 2002 para 30 em 2007. O número de propostas recebidas de

organizações em busca de apoio financeiro também aumentou

substancialmente, passando de 73 em 2002 para 975 em 2007.

Através do trabalho de apoio das organizações de base, a

equipe no Brasil percebeu que muitas das iniciativas apoiadas

demandavam mais do que recursos financeiros para realizarem

ações transformadoras em suas comunidades. A partir daí,

a fundação desenvolveu e implementou uma metodologia

de Monitoramento Participativo, através do programa de

Monitoramento e Avaliação, a fim de acompanhar passo a passo

a aplicação dos recursos. A BrazilFoundation também criou um

programa de Capacitação em gestão e comunicação, que oferece

apoio técnico continuado aos líderes dos projetos apoiados.

Desde sua fundação, a BrazilFoundation apoiou 222 projetos

sociais em todos os 27 estados brasileiros. Alguns destes projetos

hoje são referências em suas áreas de atuação, recebendo prêmios

nacionais e internacionais, como por exemplo o Prêmio Ashoka-

MacKinsey de Empreendedores Sociais, Prêmio Unicef de Educação

e Prêmio de Direitos Humanos, Brasil 2007. Hoje, a fundação

é reconhecida mundialmente por seu profissionalismo e sólida

trajetória e, conseqüentemente, estabeleceu novas parcerias com

fundações como a Ford Foundation, Interamerican Foundation,

W.K.Kellog, Lemann e com entidades empresariais como Instituto

HSBC Solidariedade, Fundação Vale, Embraer e TAM Linhas Aéreas.

Page 58: EVENMAG 9

Exemplos de gratidão A Artidéias adota a economia solidária para gerar alternativas

de trabalho e renda e contribuir para a diminuição dos níveis de

pobreza em comunidades de Vitória e Espírito Santo. Formada por

grupos de artesãos, a instituição estimula microempreendimentos

capacitando os trabalhadores e facilitando a entrada de seus

produtos no mercado. O Banco Bem, projeto apoiado pela

BrazilFoundation, é uma iniciativa inovadora da Artidéias, que

está oferecendo microcrédito para 15 famílias da comunidade

construírem e reformarem suas moradias na favela de São

Benedito. A iniciativa oferece financiamento com juros baixos e

sem burocracia e as famílias serão capacitadas para realizarem as

obras com técnicas de baixo custo e em regime de mutirão. Com

o retorno do financiamento, novas famílias serão beneficiadas.

Em um intercâmbio com a Ação Moradia, outro projeto apoiado

pela BrazilFoundation, os moradores estão tendo acesso a uma

tecnologia de construção de casas populares a baixo custo (ver

abaixo Tijolos Ecológicos).

Já a Ação Moradia trabalha para a melhoria das condições de vida

em comunidades de baixa renda através de ações direcionadas

para a família e focadas na área da habitação. Em 2003, com

recursos doados pela BrazilFoundation, foi implantada em

Uberlândia uma fábrica de tijolos ecológicos, uma tecnologia

social utilizada na construção de casas populares a baixo custo e

sem agredir o meio ambiente. O projeto Tijolos Ecológicos – Casas

com Dignidade possibilitou que 15 famílias construíssem suas

casas. Para difundir esse trabalho, a Ação Moradia está criando

uma metodologia de gestão tecnológica para a fabricação de

tijolos e construção de casas, que vai possibilitar a aplicação da

tecnologia dos tijolos ecológicos em outras comunidades rurais

58

proj

eto

soci

al

Page 59: EVENMAG 9

e quilombolas. Para alcançar este objetivo, o projeto também

vai treinar lideranças de organizações não-governamentais na

implantação do modelo.

Outro projeto apoiado pela entidade é a Associação Lua Nova, em

Araçoiaba da Serra, no estado de São Paulo, que é um centro de

acolhimento e tratamento para mães adolescentes em situação

de risco, químico-dependentes, moradoras de rua e vítimas

da violência doméstica. O centro oferece abrigo temporário,

atendimento psiquiátrico e cursos profissionalizantes.

Os recursos doados pela BrazilFoundation em 2004 destinaram-

se à qualificação de profissionais e agentes sociais para a

formação de três núcleos de acolhimento nas cidades de

Votorantim, Sorocaba e Araçoiaba. O apoio possibilitou também

a participação de 40 meninas em programas de qualificação

profissional e geração de renda. As jovens criam e vendem

produtos artesanais, com destaque para a oficina de bonecas

de pano, que chegaram a ser exportadas para a Itália. A renda

obtida com a comercialização dos produtos permitiu a abertura de

cadernetas de poupança para as jovens mães.

Uma iniciativa idealizada a partir do intercâmbio com a Ação

Moradia, outra instituição apoiada pela BrazilFoundation,

possibilitou que algumas jovens do projeto aprendessem a

construir suas casas. A Lua Nova promoveu cursos de capacitação

em construção civil, criando mutirões para a construção das

moradias. Foi utilizada uma técnica de construção com “tijolos

ecológicos”, feitos pelas próprias moças a partir da mistura de

solo com cimento, sem a queima de combustíveis. Criatividade,

flexibilidade e disciplina são instrumentos que levam essas jovens

à inclusão social.

Como ajudarPara fazer doações à BrazilFoundation, os brasileiros podem

entrar em contato através do e-mail: [email protected]

Desde sua fundação, a BrazilFoundation apoiou

222 projetos sociais em todos os 27 estados

brasileiros. Alguns destes projetos hoje são

referências em suas áreas de atuação,

recebendo prêmios nacionais e internacionais.

Page 60: EVENMAG 9

Leona Forman, um exemplo a ser seguidoSua intenção era devolver ao Brasil um favor. Ela foi acolhida

aqui junto da família que veio refugiada da China. A retribuição

foi dar aos brasileiros um pouco mais de esperança e auxílio em

diversos projetos sociais.

Além da gratidão que tem pelo Brasil, algum outro

ponto fez a senhora se empenhar em auxiliar os

projetos sociais brasileiros?

Tendo trabalhado na ONU com representantes do Terceiro Setor

de todas as regiões do mundo, vi como era difícil – em todos

os países – para eles conseguirem recursos para implementar

seus projetos, muitas vezes mais criativos, mais flexíveis,

mais adaptados às necessidades das comunidades onde atuam.

Como brasileira vivendo nos EUA, achei que haveria uma ótima

possibilidade de engajar outros brasileiros interessados em,

de longe, fazer investimentos sociais em pequenas e médias

organizações sem fins lucrativos espalhadas pelo nosso

grande País, sem muito acesso a financiamento ou parcerias.

A resposta das pessoas com quem comecei a conversar sobre

o estabelecimento da BrazilFoundation foi tão encorajadora –

queriam participar, fosse com recursos ou com o seu tempo e

talento – que senti que estava com uma idéia boa e realizável.

A senhora acredita que o Brasil poderá ser melhor,

caso os projetos sociais sejam mais atuantes?

Acabei de voltar de uma visita a nove projetos em Pernambuco

e Paraíba que receberam apoio da BrazilFoundation. Estou

convencida de que as organizações que visitei conseguiram

utilizar o nosso apoio – não somente para realizar os projetos

propostos como para encontrar novos parceiros e receber

reconhecimento das autoridades públicas (principalmente no

nível federal e estadual). Todos que visitei estão desenvolvendo

trabalho com membros das comunidades em que atuam,

participativos, qualificados e atuantes como cidadãos dignos que

são. Exemplo: em um dos vilarejos, 30 cisternas de placa foram

construídas por famílias que as necessitavam. Além de fornecer

água potável para o consumo, essas cisternas melhoram a saúde

da família (as crianças têm menos resfriados ou problemas de

verminoses, a mãe tem mais tempo para cuidar da horta, dos

filhos e até de sua própria educação, já que não precisa passar

horas buscando água). A comunidade se uniu no esforço, criando

um fundo rotativo de repagamento das cisternas, o que permite

a construção de cisternas para quem ainda não as tem. Juntando

todos os recursos disponíveis na comunidade para um objetivo

comum, contribui-se para o desenvolvimento. Sem apoio, os

projetos sofrem uma dificuldade imensa.

Quais são os próximos planos da BrazilFoundation?

Os planos da BrazilFoundation incluem promover conhecimento

sobre o trabalho do Terceiro Setor brasileiro através de novas e

diversas audiências nos Estados Unidos – indivíduos e empresas

de todos os setores da indústria e do comércio. Ao fazerem

uma contribuição para organizações sem fim lucrativo, eles

podem se beneficiar das leis do Imposto de Renda americano,

que permitem dedução na declaração de imposto de renda.

Estamos expandindo nossa atuação de Nova York para a

Flórida, Califórnia, Washington, Massachusetts. Este ano vamos

desenvolver novas parcerias com empresas e indivíduos, fazendo

investimentos econômicos e financeiros no Brasil. Oferecemos

a eles a oportunidade de fazer um investimento social usando

tecnologias e metodologias desenvolvidas por projetos sociais

que já apoiamos no Brasil. O investimento social trará soluções

inovadoras, trazendo melhorias nas áreas de habitação, educação,

saúde, geração de renda e desenvolvimento local sustentável nas

comunidades de atuação. •

60

proj

eto

soci

al

Page 61: EVENMAG 9

Em 2007, a Gerdau esteve por dentro de todas as obras da EVEN. E foi reconhecida como um dos 10 melhores fornecedores de materiais, não só por abastecer essas obras com os melhores produtos para a construção civil, mas por buscar a constante excelência em prazo, atendimento, qualidade e segurança. Obrigado, EVEN. Esse reconhecimento nos motiva, cada vez mais, a oferecer produtos e serviços diferenciados para nossos clientes.

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Page 62: EVENMAG 9

C

eMPreSA dO SUL

eVen

Com o claro objetivo de expandir seus negócios e se consolidar

como uma empresa de nível nacional, a Even firmou no começo de

março uma parceria com o Grupo Melnick, com larga experiência

na incorporação e construção de empreendimentos residenciais

e comerciais no estado do Rio Grande do Sul. “A Even, além de

já ter conquistado espaço em empreendimentos de alto e médio

padrão, agora quer atacar em empreendimentos mais acessíveis. E

a Melnick, no Rio Grande do Sul, vai nos auxiliar em todos esses

segmentos na região”, explica Alexandre Dinkelmann, da Even.

A escolha da Melnick como parceira foi feita após uma avaliação

de construtoras e incorporadoras do Sul. “Nós a escolhemos por

causa da semelhança que a empresa tem com o nosso modelo

de negócios integrados, além de sua tradição e competência

reconhecidas no ramo imobiliário. As perspectivas e os objetivos

também são iguais, o que foi “relevante” na escolha, conta

Alexandre. Outro ponto levado em consideração foi a empatia que

firMA

os diretores da Even tiveram com os diretores da própria Melnick.

“Nós valorizamos muito o lado pessoal. Não é apenas fechar um

negócio e assinar um contrato. Queremos também que exista

um bom relacionamento, que seja perene e que compartilhe os

mesmos valores éticos e institucionais”, diz Alexandre.

As sinergias esperadas na associação são relevantes.

“Preservaremos ao máximo a forma de atuação da Melnick no

mercado, dado seu know-how local, ao passo que pretendemos

contribuir com nossa experiência de empresa atuante no mercado

mais competitivo do Brasil, que é São Paulo”.

Ainda em 2008, a Even e a Melnick pretendem fazer lançamentos

distribuídos nos segmentos de alta e média rendas, assim como no

acessível. “Nós estamos buscando a liderança de mercado e por isso

nos unimos à Melnick, pois eles estão entre as maiores construtoras

do Sul”, finaliza Alexandre. As duas empresas ainda querem expandir

suas operações também para Santa Catarina. •

PArceriA cOM

novo

s neg

ócio

s

62

Por Lígia Prestes

Page 63: EVENMAG 9

SUGeStõeS PArA PreSente Por Rita Apoema

Amor. Bolinhas de sabão. O som de copos

com água. O som das gotas no chão. Um

sorriso tímido. A música por trás dos

ruídos. Um coração encostado no outro.

Um ou dois para sempres. Um avião

nas mãos de um menino. Um barquinho

de papel. Uma pipa atravessando as

nuvens. Uma sementeira de tulipas.

Um mingauzinho de aveia. Um par de

meias listradas. Dois ou três cata-ventos.

Uma palavra inventada. •

http://ritaapoena.zip.net/

63

blog

em

rev

ista

Page 64: EVENMAG 9

PArA d. jOãO Vi UM jArdiM

Por Vera Severo | Fotos Flávio Moura

64

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Page 65: EVENMAG 9

MA incrível viagem das plantas

Muitas das frutas comuns em nossas mesas, e que acreditamos

serem brasileiras, tiveram que percorrer uma longa viagem para

chegar ao Brasil e foram tão bem aclimatadas que é difícil, hoje

em dia, acreditar que uma banana ou uma manga não sejam

de fato verdadeiramente brasileiras. Apesar de o continente

americano ter sido o responsável pela introdução na alimentação

da humanidade de importantes vegetais, como por exemplo a

batata, o tomate, o milho e o cacau – até então desconhecidos

na Europa e no Oriente – dentre muitos outros, estes foram

trazidos para cá e aclimataram-se perfeitamente, fazendo parte de

nossa alimentação diária, a exemplo do trigo, do arroz, do café e

da cana-de-açúcar, assim como várias frutas e temperos.

Sem dúvida, os descobrimentos do século XVI foram

impulsionados principalmente pela busca das especiarias

e iguarias que valiam tanto quanto o ouro e que já eram

conhecidas na Europa há algum tempo. Supõe-se que tenham

sido introduzidas pelos árabes orientais em arriscadas e difíceis

jornadas que aportaram em primeiro lugar no Egito, onde

eram usadas na conservação de cadáveres e na preparação das

múmias. Provavelmente, esses usos promoveram outros mais

difundidos, como o emprego de ervas para conservar carnes e

outros alimentos. Era tal o valor dessas especiarias que volumes

de pimentas e outras eram armazenadas e transmitidas como

herança, da mesma forma como hoje se procede com dinheiro

e jóias. Dentre as mais famosas, pode-se mencionar a pimenta,

o gengibre, o cardamono, a canela, o cravo-da-índia e a noz

moscada. Outras razões para o grande intercâmbio de plantas

eram a necessidade de alimentos a bordo, a interrogação do que

seriam as plantas indígenas que encontrariam nos países recém

descobertos e a “saudade” dos alimentos aos quais estavam

acostumados.

Madeiras – espécies que forneciam tinta ou açúcar, remédios ou

carvão, frutas, raízes, flores, bebidas – eram tesouros para os

países que os conquistavam, uma reserva de capital que podia

garantir suas finanças. E as novas plantas introduzidas nesses

intercâmbios assumiram, com o tempo, importância tão grande

que modificaram profundamente o panorama da economia e dos

costumes de regiões inteiras.

Se por um lado os portugueses adaptaram nas novas regiões as

plantas que já conheciam e utilizavam, por outro também tiraram

proveito das que passaram a conhecer, transformando umas e

A SUMAÚMA, UMA DAS MAIORES ÁRVORES AMAZÔNICAS

O CHAFARIZ DAS MUSAS QUE VEIO DA INGLATERRA EM 1885

Page 66: EVENMAG 9

JARDIM JAPONÊS

O LAGO QUE É O CORAÇÃO DO JARDIM

66

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Page 67: EVENMAG 9

outras em fonte de progresso e fomento. Como o transporte de

plantas também era oneroso, a descoberta de plantas nativas que

substituíssem as “importadas” requisitadas pela alimentação dos

europeus, como o trigo por exemplo, foi imprescindível. Nessa

troca, a mandioca foi uma das escolhidas e assim foi reconhecido

seu enorme valor na cultura alimentar, capaz de substituir cereais

até no fabrico do pão.

Os primeiros Jardins Botânicos – que nas suas origens haviam

sido criados para abrigar coleções de ervas farmacêuticas e

aromáticas – na época dos descobrimentos obtiveram grande

importância, ao servirem de estágio para a aclimatação das

plantas que chegavam ao Novo Mundo e também para aquelas que

eram levadas para os países dos conquistadores.

Quando D. João VI chegou ao Brasil em 7 de março de 1808,

às margens das águas salobas de uma grande lagoa no Rio de

Janeiro (a Lagoa Rodrigo de Freitas), uma antiga fazenda já

muito descuidada abrigava pomares de frutas estrangeiras e

nativas, plantações de batatas, milho, cana-de-açúcar e café.

As matas encontravam-se bastante degradadas pelo plantio do

café e pela queima de madeira para carvoarias. Já no dia 13 de

maio, o príncipe regente assinava vários decretos, entre eles a

compra dessa fazenda para instalar a Real Fábrica de Pólvora, um

empreendimento urgente para a defesa do poder português recém

chegado. Com o tempo, o projeto inicial da fábrica de pólvora

acabou sendo suplantado pelo que veio a ser um grande jardim

de aclimatação – o mais importante da época da colonização

– que acabou por mudar a feição da região, antes alagadiça e sem

urbanização, além de atrair grande interesse de cientistas europeus.

A primeira leva de árvores, que se destinou à então fábrica de

pólvora, chegou em 1809, embarcadas no navio francês Ville de

Autum que vinha das Ilhas Maurício, no Oceano Índico. Em sua

bagagem vieram sementes e mudas de moscadeiras, canforeiras,

lichias, cajás, mangueiras, cravos-da-índia, canelas, acácias,

palmeiras sagu e areca, nogueiras, frutas-pão e outras nativas do

próprio continente americano, mas que já tinham se aclimatado

no oriente e voltavam para casa, como o abacate por exemplo. Os

europeus já conheciam as práticas dos jardins de aclimatação há

pelo menos 3 séculos e pomares de laranjas, limões e tangerinas

asiáticos já tinham sido transplantados pelo príncipe Maurício de

Nassau, no século XVII em Pernambuco.

E muitas outras espécies foram chegando, como vários tipos de

cana e chá chinês, fumo e amoreiras para criação do bicho-de-

seda. De Goa a Macau, da África, da Guiana ou do norte do Brasil

chegavam as sementes preciosas de longana, anis estrelado,

canela-da-china, bambus e gingseng, fruta-do-conde, carambola,

groselha, pimenta-do-reino, cânfora. Conviviam em harmonia

espécies estrangeiras e nativas, árvores gigantes de madeira de

lei, figueiras, paus-brasil, tecas, palmeiras da Ásia, da África e

América, tamareiras e dendezeiros, espécies raras que viajaram

pelo mundo e que aqui chegaram como presentes trazidos

pelos viajantes para D. João VI. Estudiosos e historiadores

contam que o príncipe regente fazia longos passeios pelo

jardim, acompanhando o progresso das plantas e que também lá

pernoitava, na sede da fazenda, por ser longo o caminho de volta

Page 68: EVENMAG 9

para o Palácio da Quinta da Boa Vista, onde morava. Nessa época,

assinou decretos que premiavam e isentavam de impostos quem

aclimatasse árvores de especiarias e outras “úteis ao progresso

agrícola do Brasil”.

Numa de suas visitas à Fábrica, D. João VI encantou-se com uma

palmeirinha e quis ele mesmo plantar uma muda de Roystonea

oleracea, originária das Antilhas e do norte da Venezuela, e que

passou a ser conhecida como a “palmeira imperial”, tornando-se

um ícone do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, um jardim de

aclimação que nasceu de forma imprevista, sem planejamento

algum, nos terrenos de uma fábrica de pólvora. A intensa troca

de espécies e experiências de cultivo dessa época fizeram com

que o Jardim fosse um importante fator no desenvolvimento

agrícola do País.

Quando a “palma mater” frutificou, suas sementes foram

disputadas e tornaram-se objeto de desejo de nobres e plebeus,

um símbolo da aristocracia, haja vista os costumeiros renques de

palmeiras plantados nas fazendas dos barões de café.

A disseminação de suas sementes foi fomentada por um diretor

do jardim que, proibindo que fossem colhidas e estocadas,

motivou a formação de uma eficiente rede de contrabando

alimentada pelos escravos que recolhiam-nas de madrugada para

vendê-las mais tarde por um bom dinheiro. Depois de desistirem

do monopólio das sementes, a diretoria plantou as filhas dessa

palmeira nos 740 metros de uma avenida central do jardim, onde

atingiram em pouco tempo a altura média de 30 metros, e que

hoje figuram como o cartão postal do lugar. Um autor francês

escreveria mais tarde sobre D. João VI que “se ele pouco se dava

às idéias e às guerras, comprazia-se com as flores”.

Com o tempo, as primeiras plantações com fins agrícolas

realizadas no Jardim foram perdendo sua importância – como

a do chá, uma das plantações de maior sucesso do jardim,

importado junto a um grupo de chineses para ensinar a cultivá-

lo. Mesmo as especiarias, que um dia perfumaram o passeio do

príncipe, acabaram por ter seu número diminuído para favorecer

as espécies nativas, antiga reivindicação não só dos cientistas

visitantes mas também dos que ali trabalhavam e pesquisavam a

sua preservação e propagação.

Muitas foram as transformações sofridas nestes duzentos anos

e o jardim de especiarias de D. João VI passaria por muitas

modificações, com períodos ora de glória, ora de abandono, pois,

muitas vezes, o que o homem faz a natureza desfaz. Apesar disso,

muitos são os que lutam por sua manutenção e conservação, e a

O ANTIGO PORTAL DA REAL ACADEMIA DE BELAS ARTES - DEMOLIDA EM 1937 RECONSTRUÍDO NO JARDIN

BEBEDOURO EM FERRO FUNDIDO DE ORIGEM FRANCESA ( c. 1878)

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multidão que por lá passeia não tem noção do invisível mundo

científico que estuda e protege um dos parques mais notáveis do

mundo, o mais importante da América Meridional, com um grande

número de belos exemplares de plantas raras e esplêndidas.

Além de toda sua importância no mundo científico, e apesar de

ter nascido sem um projeto definido, no Jardim Botânico do Rio

de Janeiro a natureza exuberante teceu cenários de uma beleza

indescritível e hoje é, sem dúvida, um ícone do patrimônio

carioca. D. João VI hoje ficaria espantado se pudesse contemplar

a impressionante aléia de palmeiras imperiais em seu jardim,

todas descendentes da pequena palmeirinha por ele singelamente

plantada há quase duzentos anos. (A palmeira “mater” foi

atingida por um raio em 1992 e em seu lugar foi plantada uma

filha sua, hoje a palmeira “filia”.) Talvez não reconhecesse mais os

recantos por onde um dia passeara, mas identificaria os aromas,

se espantaria com a grandiosidade das árvores e com muitas

espécies que não chegou a conhecer, e se sentiria orgulhoso por

ter-nos deixado essa herança magnífica.

A jornalista e escritora Rosa Nepomuceno, em seu livro O Jardim

de D. João VI, que consultamos para este artigo, conta que no dia

21 de março de 1925 o Jardim recebeu a visita de um viajante

ilustre, o físico Albert Einstein, que passeava com uma comitiva,

em sete automóveis para admirar as belezas do Rio de Janeiro.

“Einstein deslumbrou-se com tudo o que viu, especialmente

com um jequitibá-rosa e quis saber que árvore era aquela. O

diretor Pacheco Leão respondeu que, além de gigante da nossa

flora, era uma das mais belas das matas brasileiras, fornecia

sombra protetora para gente e bicho, produzia madeira nobre,

vermelho-rosada, usada na construção de casas, canoas e pontes,

e sua casca continha tanino, substância com propriedades

adstringentes, úteis nas diarréias e nas anginas e que entrava no

fabrico de papel.

Mais um tanto de coisas disse o biólogo sobre o jequitibá e ainda que,

quando um deles caía na floresta, de velhice, serrado pelo homem ou

derrubado por um raio, o estrondo era tremendo, ouvido no fim do

mundo. O ilustre físico, então, abraçou o tronco e o beijou.”

Um pouco de história sobre algumas frutas e as especiarias que

vieram com os portugueses.

Page 70: EVENMAG 9

Cravo-da-ÍndiaSyzygium aromaticum

O craveiro, árvore nativa das Ilhas

Molucas, é usado no Oriente desde

há muitos séculos para eliminar o

mau-hálito. Na China, no século III

a.C., as pessoas mascavam o cravinho

antes de se dirigirem ao Imperador,

em sinal de respeito. Em outros locais,

como a Índia e a Pérsia, atribuíam-lhe

poderes afrodisíacos. Era a mais cara

das especiarias comercializadas, pois

sua viagem era uma das mais longas

até chegar na Europa. Existe uma certa

discordância quanto à data de introdução

no Brasil, pois aqui existiam espécies

semelhantes. No Jardim Botânico do Rio

formam um dos caminhos mais cheirosos.

Pimenta-do-reinoPiper nigrum

A pimenta deve ter sido a primeira

especiaria a ser conhecida na Europa e

foi a que assumiu maior importância,

chegando os mais ricos a fazer reserva

de bens em pimenta e que depois eram

transmitidos a seus descendentes. Era

usada na conservação de carnes, como

condimento e remédio, vendida em

farmácias e trocada por igual peso em

moedas de ouro (pesada a peso de ouro).

Com a descoberta do caminho para a

Índia, a pimenta passou a constituir

a mercadoria fundamental que os

portugueses traziam do Oriente. Nos

tempos de D. João VI, o consumo de

pimenta já era uma realidade. Introduzida

no Brasil pelos jesuítas, a cultura foi

muito bem sucedida.

CháCamellia sinensis

Introduzido no Brasil no Jardim do

príncipe regente, em 1817 já se expandia

em 6 mil pés – produção que era

comercializada pela instituição. No Rio

de Janeiro, só se tomava esse chá àquela

época e chegou-se a pensar em fazer do

País o maior exportador do mundo. Hoje,

quem detém esse título são a Índia, a

China e o Sri Lanka, e no Jardim de D.

João VI apenas um arbusto restou.

JacaArtocarpus heterophyllus

Os portugueses conheceram a jaca na

Índia, de onde supõe-se que ela seja

originária.

Aclimatou-se tão bem no Brasil que

cresceu por todos os cantos do país,

agradando várias espécies de nossa

fauna, alimentando principalmente

pássaros, macacos e sendo muito

apreciada pelo gado. Como as

mangueiras, as jaqueiras eram figuras

centrais em todos os pomares. Hoje, um

pouco deixada de lado pela abundância

de novos tipos de frutas à disposição no

comércio, ainda pode ser encontrada em

jardins de São Paulo. Na rua Prudente

Correia uma jaqueira graciosa parece

uma árvore de natal quando frutifica, e

seus ramos se cobrem de pequenas jacas

arredondadas.

CanelaCinnamonum zeylanicum

Originária do antigo Ceilão, hoje Sri

Lanka, é a mais famosa dentre as

especiarias que aqui chegaram trazidas

pelos jesuítas e espalhadas do Rio

de Janeiro ao Maranhão. Foi uma das

primeiras mudas a ser introduzida no

Jardim de D. João VI, formando até

um bosque de caneleiras, mais tarde

desaparecido. Existem várias outras

espécies de caneleiras mas esta é a mais

especial, aquela que é a “mais cheirosa,

macia, doce, amarga, quente e picante,

capaz de aquecer as amizades, segundo a

tradição indiana, de pôr os povos a lutar

pelos mares”.

TamarindoTamarindus indica

Essa fruta da Índia e da África tropical,

como a banana, já era plantada na

fazenda da Lagoa Rodrigo de Freitas

quando a Corte lá instalou a fábrica de

pólvora. Considerada como árvore mal

assombrada por espíritos malignos em

seus países de origem, o tamarindo

adaptou-se muito bem nas regiões do

semi-árido brasileiro, principalmente

no Nordeste. Utilizado em vários pratos

tradicionais em sua origem, o tamarindo

foi considerado como purgativo por um

médico português já em 1524. Seu valor

econômico e paisagístico justificou seu

plantio no jardim do príncipe e muitos

tamarindos ainda são encontrados nas

ruas em volta da Lagoa.

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Referências: A aventura das Plantas e os

Descobrimentos Brasileiros de

José E. Mendes.

O Jardim de D. João VI de Rosa

Nepomuceno.

LichiaLitchi sinensis

Há poucos anos no mercado paulista,

em 1809 a lichia foi uma das primeiras

espécies a serem introduzidas no Jardim

de D. João VI, o responsável pela sua

aclimatação no Brasil. Originária do sul

da China, onde é cultivada há pelo menos

3.000 anos, é uma séria concorrente da

manga na competição pela fruta mais

saborosa do mundo. Sua importância para

a China é a mesma que a da manga na

BananaAlém de ser um alimento complementar

na dieta de muitos povos, inclusive

o nosso, a banana é uma das

frutas mais importantes do mundo,

tanto quanto à produção quanto à

comercialização. A origem da banana

no Brasil ainda é discutida pelos

cientistas e alguns acreditam que uma

espécie de banana já se encontrava

aqui à chegada dos portugueses. Mas

essa que hoje saboreamos trazida

por eles provavelmente veio da costa

mediterrânea ou da ocidental africana.

Em 1938, os compositores Braguinha

e Alberto Ribeiro fizeram uma crítica

bem humorada à empáfia americana

que denomina de “bananas republics”

os países da América Latina, com a

marchinha carnavalesca “Yes, nós temos

bananas”, o que é um fato, pois o Brasil

é o terceiro produtor de banana do

mundo, atrás da Índia e do Equador.

CitrinosSão muitas as espécies de laranjas,

tangerinas e limões que chegaram ao

Brasil com os portugueses logo depois

de seu descobrimento. Já eram plantadas

em Portugal, onde eram conhecidas

muito tempo antes dele existir como

país, introduzidas pelos árabes. Em uma

carta de Manoel da Nóbrega, de 1549,

na fundação da cidade de S. Salvador, há

referência a “cidras, laranjas e limões que

se dão em muita quantidade”.

CarambolaAverrhoa carambola

Originária provavelmente das Ilhas

Molucas ou da Ásia, a carambola foi

introduzida no Brasil em 1817, em

Pernambuco, vinda das Ilhas Maurício, e

daí espalhou-se por todo País. É também

uma árvore muito ornamental por sua

floração abundante mas nunca despertou

muito interesse da parte dos agricultores.

Hoje já aparece no comércio sofisticado e

é até utilizada em caipirinhas. Sua forma

estrelada enfeita qualquer prato.

MangaMangifera indica

Originária do Oriente, provavelmente de

uma região compreendida pela Índia e

pela Birmânia, a mangueira – uma das

frutas mais apreciadas em todo planeta

– graças aos descobridores portugueses

espalhou-se por todas as regiões

tropicais. Ocupa um lugar importante

em quase todo o mundo tropical,

principalmente na Índia, seu principal

produtor. Além de ocupar posição de

destaque em qualquer pomar brasileiro,

sua imponente figura – grande porte,

copa densa e floração abundante – fez

com que fosse também requisitada pelo

paisagismo de praças e jardins. Em Belém

do Pará, muitas ruas foram plantadas

com renques de mangueiras que hoje

formam verdadeiros túneis vegetais. No

Jardim Botânico do Rio, na Praça das

Mangueiras, alguns exemplares possuem

cerca de 180 anos!

Índia. Outra espécie muito saborosa, que

chegou junto da lichia ao Jardim, foi a

longana, em São Paulo mais encontrada

no comércio do bairro da Liberdade.

Page 72: EVENMAG 9

lembrar, nunca haviam perdido nenhuma batalha por toda Europa.

Às sete horas da manhã, a nau Príncipe Real (que levava a bordo

o Príncipe Regente, D. João VI; sua mãe, D. Maria – a Louca; e

os príncipes D. Pedro e D. Miguel) inflou suas velas,

deslizando rumo ao Atlântico, seguida pelas

outras três naus principais e pelo

restante da esquadra portuguesa.

No cais, além de muitos

cidadãos portugueses

assistindo a partida com

lágrimas nos olhos,

ficaram também os

60 mil exemplares da

Biblioteca Nacional

e o dinheiro retirado

dos cofres públicos

(que, segundo

alguns historiadores,

teria sido saqueado

pelos franceses logo

depois).

Após dois meses ao mar, as

naus portuguesas finalmente

atracaram em terras brasileiras.

O primeiro itinerário da nau Príncipe

Real foi Salvador (BA). Após passar pouco

mais de um mês no nordeste brasileiro, D. João VI

embarca novamente para o Rio de Janeiro, a nova sede do Reino

português.

Durante os 16 anos em que esteve no Brasil, a corte portuguesa

promoveu diversas mudanças, principalmente na cidade do

Rio de Janeiro, onde ficou instalada. Na visão portuguesa, a

colônia precisava de algumas obras urgentes, entre elas estradas,

escolas, tribunais, fábricas, bancos, moeda, comércio, imprensa,

OS feitOS de d. jOãO ViPor Denise Fernandes

O plano de mudar a capital do reino para o Brasil não era novo.

Em muitos outros períodos de crise, a transferência da corte

para a Colônia foi vista como uma proposta de solução. No

entanto, foi somente no final de 1807, quando as

tropas napoleônicas de fato entraram em

território português, deixando a Corte

entre a cruz e a espada (de um

lado, se mantivesse contato

com a Inglaterra, seria

invadida pela França; de

outro, se cedesse ao

bloqueio continental

promovido pela

França contra a

Inglaterra seria

atacada por

navios ingleses),

que o plano foi

definitivamente

colocado em prática.

Em uma manhã de

novembro, em 1807, após

uma decisão de última hora

do Príncipe Regente D. João VI,

o povo português pôde notar uma

movimentação incomum às margens do

Tejo: quatro navios acompanhados de dezenas

de outros barcos eram carregados com as bagagens da Família

Real e dos membros da gorda corte portuguesa. Pelas ruas de

Lisboa, circulava o boato de que a corte fugia devido à chegada

do exército napoleônico em território português. Embasbacados

de curiosidade e medo, os cidadãos portugueses simplesmente

assistiam o embarque daqueles que seriam os únicos que

poderiam defendê-los dos ataques daquelas tropas que, vale

72

mei

o am

bien

te

Page 73: EVENMAG 9

biblioteca, hospitais e comunicações mais eficientes. Assim, mal

chegara no Brasil, D. João VI já nomeou um novo ministério,

cujo principal foco deveria ser criar um novo país, merecedor do

título de capital da corte. Ainda em Salvador, o príncipe regente

havia decretado a Abertura dos Portos às Nações Amigas, o que

significava para o Brasil o fim, de fato, da condição de colônia,

uma vez que se extinguia o pacto colonial (no qual a colônia só

poderia comercializar com a Metrópole). No aspecto econômico,

outra medida importante tomada por D. João VI foi a concessão

de liberdade à Indústria e ao Comércio, antes proibidos no Brasil,

o que colaborou para a fundação de algumas indústrias em

território brasileiro.

No que se refere à educação e à cultura, as mudanças foram

ainda mais radicais: foram introduzidos no País o ensino leigo e

superior (D. João VI criou a primeira Escola Superior brasileira,

destinada ao estudo de Medicina; e outra, destinada ao estudo

de técnicas agrícolas). Ainda no âmbito cultural, foram criados

um laboratório de análises químicas, a Academia Real Militar,

a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional, o Jardim Botânico e

o Real Teatro de São João. A Gazeta do Rio de Janeiro também

foi criada neste mesmo contexto de melhorias na cultura e

comunicação. Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de Reino

Unido a Portugal e Algarves, o que acabou de vez com a condição

de Colônia desempenhada pelo Brasil (pelo menos do ponto de

vista burocrático).

Do ponto de vista arquitetônico, também houve algumas

importantes mudanças: quando chegou ao Brasil, D. João VI

detestou o estilo mourisco das janelas das casas cariocas que,

por serem de madeira e praticamente fechadas, lhes davam um

aspecto escuro, e mandou que fossem trocadas imediatamente

por vidraças. Assim, a chegada da Família Real no Brasil trouxe

importantes mudanças à colônia, tanto do ponto de vista

administrativo, quanto do ponto de vista artístico, cultural e

econômico, muitas delas podem ser notadas até hoje na cidade

do Rio de Janeiro e por todo o Brasil. •

EMBARQUE DE D. JOÃO VI, PRÍNCIPE REGENTE DE PORTUGAL, PARA O BRASIL, EM 27 DE NOVEMBRO DE 1807. PINTURA DE NICOLAS LOUIS ALBERT DELERIVE, 1807-1818.

Page 74: EVENMAG 9

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BrASiLSABOreS dO

Por Lígia Prestes

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ANA LUIZA TRAJANO

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Junte um pouco de amor pela terra, curiosidade por ingredientes

brasileiros e intimidade com as panelas. A isso, misture uma

missão: preservar a cultura de pratos tipicamente do Brasil sem

perder sua essência. Foi tudo isso que levou a jovem Ana Luiza

Trajano, com apenas 29 anos, a idealizar o projeto Sabores do

Brasil. O primeiro fruto do projeto foi o livro “Brasil a Gosto”,

com 172 páginas de poesias e imagens, resultado de uma viagem

de mais de seis meses pelos vários cantos do Brasil, visitando

47 cidades e provando mais de 300 receitas. Na companhia do

fotógrafo Alexandre Schneider, da ceramista Gisele Gandolfi e do

cinegrafista Giuliano Zanelato, Ana viajou pelo País à procura

de respostas à pergunta que não saía de sua cabeça: “Qual é

a receita do Brasil?”. E essa fascinante busca resultou em um

volume de imagens e belos poemas, indo além de um simples

livro culinário.

O segundo fruto do seu trabalho foi o restaurante, de mesmo nome

do livro, que está em uma pequena rua do Jardins. Completamente

diferente dos outros, o menu é recheado de pratos típicos – e

desconhecidos – de vários estados do Brasil, feitos a partir da mais

alta gastronomia. Outro ponto que diferencia o restaurante Brasil

a Gosto das outras casas brasileiras é a leveza das combinações

feitas por Ana. Mas não é apenas na cozinha que a jovem chef quer

perpetuar a comida brasileira. Ainda para este ano, ela prepara um

filme com imagens de sua longa viagem pelo Brasil, contando e

mostrando que a boa e saborosa culinária do Brasil vai bem além

da feijoada e do churrasco.

O que veio primeiro, o amor pelas panelas ou a idéia

de difundir a verdadeira comida brasileira?

Desde criança sempre gostei de cozinhar, mas a minha primeira

formação foi em Administração. Isso porque eu ia seguir o

caminho que minha família, proprietária de uma grande rede de

lojas, havia planejado. Fiz Administração porque há quatorze

anos, quando tive que escolher um curso universitário, a profissão

de chef de cozinha não existia. Não tinha grandes chefs. Entre

Engajada no propósito de difundir o que

há de mais rico na culinária brasileira,

Ana Luiza Trajano, a estrelada chef do

Brasil a Gosto, mostra o que uma viagem

de seis meses pelo País é capaz de oferecer.

BRASIL A GOSTO

BRASIL A GOSTO

Page 78: EVENMAG 9

BRASIL A GOSTO

BRASIL A GOSTO

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os

Page 79: EVENMAG 9

as aulas da USP, comecei a fazer alguns dos poucos cursos que

começaram a aparecer, e amava tudo aquilo. Levava meus amigos

da faculdade em casa e me deliciava em cozinhar para eles. Assim

que me formei, parti para a Itália, onde freqüentei o Italian

Culinary Institute for Foreign Professionals, em Piemonte e o

Istituto per la Promozione della Cultura Alimentare, em Milão.

Quando voltei tinha uma missão muito forte de divulgar nossas

comidas. Eu sou neta de cearense, de mineiros e sou do interior,

então percebi que eu tinha um leque muito grande para trabalhar.

Porque eu vejo a gastronomia não só como uma receita e um

prato, foi a forma que eu encontrei para contar a história do

nosso País. Há muito o que se falar sobre um prato. Então eu

fiz esse trabalho de pesquisa porque eu precisava conhecer mais

dessa história que eu queria contar. E para aprender, precisava

conhecer hábitos, consumos e ingredientes. Mas antes de

começar a minha viagem, fiz algumas peregrinações por outras

cozinhas, como a do nobre restaurante Beccofino, em Florença.

Aqui no Brasil, aprendi muito com Sérgio Arno. Sempre soube que

eu queria divulgar o Brasil, mas antes da viagem, ainda não sabia

direito como seria a maneira.

Para conseguir viajar, eu fiz o projeto do livro juntando uma

equipe e buscando patrocinadores. Foi uma viagem que custou

150 mil reais e eu, no começo da minha carreira, não tinha

todo esse dinheiro. Consegui cadastrar o projeto na lei Rouanet

para obter recursos para viajar. O primeiro produto foi o livro,

logo depois o restaurante, que também gerou os insumos de

pesquisas para construção do cardápio. E agora, até o fim do ano,

estou lançando um filme sobre a cozinha brasileira, que terá 52

minutos.

Após conseguir levantar a verba para a viagem, como

foi a escolha do roteiro?

No meu roteiro, eu tracei algumas coisas macro e fiz um estudo

prévio do que eu queria ver. Só que tudo que recebi de material

era muito pouco e além disso tive que filtrar muita coisa. Então o

meu filtro se realizava nos mercados. Eu chegava lá, fazia amizade

com as pessoas e ia descobrindo outros lugares que valia a pena

a visita. A viagem inteira foi assim. Conheci o pessoal do Passo

a Passo, que fez o Brasil inteiro a pé, e que me davam auxílio

para achar os lugares. E minhas viagens de pesquisa continuam.

Ano passado fui para o Maranhão e Rio Grande do Sul e esse ano

pretendo ir para o Rio Grande do Norte.

BRASIL A GOSTO

Page 80: EVENMAG 9

Como você conseguiu juntar o restaurante ao centro

cultural?

Tudo aqui no restaurante tem um porquê. As pessoas comem

muito juntas, então é possível contar história quando você põe

um prato na mesa. Mas isso não era suficiente, o que eu queria

é que as pessoas viessem aqui no restaurante e tivessem uma

experiência de Brasil. Então por isso que havia a necessidade

de ter um projeto que fosse mais a fundo, que contasse mais

coisas. Todas as pessoas do atendimento do restaurante

contam as histórias dos pratos, dos ingredientes, da viagem e

com a programação cultural, consigo trazer artistas populares

para dar mais detalhes do Brasil. Nada melhor que as pessoas

que bebem da fonte para contar essas histórias para nós. Daí

eu faço um cardápio especial e uma sessão de fotos, então

cada vez mais o cliente que vem ao restaurante pode absorver

mais e mais sobre o Brasil.

Você vende artesanato no restaurante?

Sim, mas ao contrário do que as pessoas pensam, não são de

projetos sociais. O que temos aqui é artesanato e não projetos

sociais, que nem sempre mostram artesanato da terra. Faço

temporadas temáticas e todo o cenário do restaurante muda de

acordo com esse tema. E o artesanato faz parte deste resgate,

pois o artesão que produz essas peças faz disso sua vida e tem

a preocupação de perpetuar uma cultura. Os produtos brasileiros

que vendo aqui é com a intenção de manter a arte brasileira.

Se neste artesanato se consegue unir trabalhos sociais, melhor

ainda. Mas o meu trabalho é manter uma cultura. Por isso é claro

que me preocupo com a origem desses objetos artesanais. Não

vendo nada que seja feito à base de escravismo ou qualquer outra

forma ilícita de trabalho.

Por que você levou uma ceramista na viagem?

Justamente para desenvolver peças que tivessem a ver com o

menu e recriassem todo o clima que estava estudando. A cada

festival que acontece aqui, ela cria novos utensílios que têm a

ver com o tema em questão.

Há muitas frutas, e acredito que até diversos

alimentos, que não são típicas do Brasil, mas que já

foram incorporadas ao nosso cardápio, não é?

Os portugueses, africanos e indígenas foram os formadores

da alimentação brasileira. Então esses povos vieram para cá e

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Page 81: EVENMAG 9
Page 82: EVENMAG 9

modificaram sua gastronomia. Por exemplo, a base da doçaria

mineira é a mesma da portuguesa. Só que ela tem uma diferença

que já transmite a idéia de doces nacionais. Então essas frutas

foram incorporadas para a base da nossa alimentação. O Brasil é

na verdade vários países em um só, então não dá para falar de

uma gastronomia brasileira, você pode falar de uma raiz – que

é única – com interferência da comida portuguesa, indígena,

africana – como a baiana –, cada uma com peculiaridades.

Então não é possível fazer um prato brasileiro, apenas

um prato regional?

O que eu faço no restaurante é pegar ingredientes do Brasil

inteiro, então faço pratos que representem o país. Mas o prato

sempre terá uma identidade que se refere a alguma região ou

estado.

Dos lugares que visitou, qual achou mais rico?

É difícil dizer, porque cada um tem uma riqueza muito peculiar.

Mas a região Norte foi a mais desconhecida para mim. Me

apaixonei pelas ervas e frutas que lá encontrei. Também

desmistifiquei a idéia de que o peixe de água doce não era bom.

E onde você consegue esses ingredientes tão

regionais?

Como hoje São Paulo é a casa de todos os brasileiros, há boas

Casas do Norte, onde encontro diversos produtos. Ou alguns dos

amigos que fiz na viagem me mandam os ingredientes.

O brasileiro dá valor para a cozinha brasileira ou

ainda prefere os importados?

Quando se fala de grandes centros, as pessoas não dão valor para

a culinária do Brasil. Aqui em São Paulo há poucos restaurantes

de comida regional. Mas na verdade é uma mania que as

pessoas têm de não valorizar nada daqui, seja na educação, na

vestimenta, arte, ou no que for. Hoje o Brasil está na moda,

então a nossa gastronomia também está na moda. Já no interior

é o contrário, se valoriza muito a comida regional, pois ela

está sempre nas mesas. Além disso, as pessoas se importam em

guardar suas próprias culinárias. Hoje, essa “cozinha das casas”

está começando a ter uma maior valorização, aparecendo nas

universidades de gastronomia e nos restaurantes de grandes chefs.

Qual a visão de alimentação que você tinha antes de

viajar e a que tem agora?

Eu sempre tive para mim que a alimentação não é apenas aquilo

que você engole e sim o que alimenta a alma, aquilo que você

cheira, aquilo que se vê. O que ficou muito claro para mim depois

da viagem é que a comida brasileira vai além das panelas. Quando

eu quero conhecer a alimentação de um povo, eu tenho que

aprender muito mais do que como usar os ingredientes, tenho

que entender aquela cultura, aqueles hábitos. Esse é o principal

conhecimento que se deve ter para cozinhar bem. •

Serviço:Brasil a Gosto

Rua Prof. Azevedo do Amaral, 70 – Jardins – SP Tel.: (11) 3086-3565

www.brasilagosto.com.br | www.saberesdobrasil.com.br

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Page 83: EVENMAG 9
Page 84: EVENMAG 9

QUASe UM MUSeUPetróPOLiS,

iMPeriALUm dos acervos mais completos e bem conservados sobre o Brasil Imperial, a

cidade e o museu de Petrópolis também fazem parte da comemoração dos 200

anos da chegada da corte portuguesa em terras brasileiras.

Por Lígia Prestes Fotos Cris Hammes

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Page 85: EVENMAG 9

PALÁCIO DE CRISTAL

Page 86: EVENMAG 9

QQuem anda pelas ruas arborizadas de Petrópolis logo sente a

importância histórica da cidade. Todos os 300 mil habitantes

sabem e têm enraizados em suas consciências as influências

do modo de vida da Corte Imperial do Brasil. Além de casas

tombadas, há diversos imóveis remanescentes do reinado de D.

Pedro I e II. Um desses lugares é o Palácio de Cristal, inaugurado

em 1884 e construído na França em estrutura pré-moldada de

ferro fundido, então coberta por cristal. O Conde d’Eu – marido da

Princesa Isabel – teve essa iniciativa graças ao seu envolvimento

com horticultura. Segundo historiadores, foi lá que a lei áurea foi

assinada. Hoje vidros substituem os cristais, exatamente como

antigamente, e o lugar é palco de diversos eventos artísticos e

culturais. A casa da Princesa Isabel também é um dos imóveis

que se pode contemplar. Apesar de estar fechada para visitas

– só é permitido passear nos jardins – a casa também tem sua

importância. Da casa da princesa pode ser avistada a Igreja São

Pedro de Alcântara, com seu estilo neogótico francês. O grande

destaque está na Capela Imperial, onde estão os restos mortais

de D. Pedro II, dona Teresa Cristina, Conde d’Eu e Princesa Isabel.

No entanto, a grande vedete da cidade é o Museu Imperial.

Construído entre 1845 e 1862 pelo Major Júlio Frederico Koeler, o

palácio foi construído para ser a casa de veraneio de D. Pedro II.

Originalmente, Petrópolis era a Fazenda do Córrego Seco que D.

Pedro I adquiriu em 1830, pretendendo nela construir um palácio.

Como a idéia não foi concretizada pelo primeiro imperador, seu

filho recebeu-a como herança e construiu o sonho do pai.

Um acervo brilhanteAs coleções históricas preservadas no museu fazem parte do

próprio processo de sua criação, por decreto governamental,

que mandou recolher ao Palácio de Petrópolis todos os objetos

significativos e representativos do período. Inúmeras peças foram

trazidas ao Museu Imperial transferidas de outros órgãos públicos

e museus – como o o Museu Histórico Nacional, a Biblioteca

Nacional, o Palácio do Itamaraty. Outras foram adquiridas

especialmente das mãos de colecionadores privados, ou em leilões,

e muitas foram doadas pelos beneméritos que se sucederam ao

longo de mais de meio século da vida da instituição, que foi

inaugurada em março de 1943 por Getúlio Vargas.

O acervo tem quase oito mil peças entre artesanatos, alfaias,

instrumentos musicais, esculturas, pinturas, prataria, porcelanas,

móveis, gravuras, viaturas, acessórios, mobiliários, entre outros.

Na sala de jantar, há mobílias de mogno carimbadas pelo

marceneiro e tapeceiro F. Lèger Jeansèlme Père Cie, fornecedor

PALÁCIO DE CRISTAL

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Page 87: EVENMAG 9

MUSEU IMPERIAL

CASA DA PRINCESA ISABEL

Page 88: EVENMAG 9

da Casa Imperial. Na Sala de Música, aconteciam os saraus e

recitais promovidos pelo Imperador, nos quais se reunia a corte,

os diplomatas e artistas nacionais e estrangeiros.

Entre os instrumentos musicais apresentados destacam-se uma

harpa dourada, de fabricação Pleyel Wolff, um “saltério” (um

tipo de cítara) do século XVIII, fabricado no Rio de Janeiro, e

uma “espineta”, instrumento de cordas da família do cravo, em

madeira dourada e policromada, fabricada em Lisboa em 1788.

Há também exposta a Coroa Imperial de D. Pedro II, uma das

peças mais valiosas das coleções nacionais. Para a confecção

não só da coroa mas do anel da sagração de D. Pedro II, foram

desmanchadas várias jóias de família. Depois de proclamada a

República, a Coroa Imperial foi guardada no Tesouro Nacional

onde permaneceu até 1943, quando foi transferida ao recém-

criado Museu Imperial, de onde, desde então, nunca saiu e ocupa

um lugar especial.

A Sala de Estado, como era chamada na época, era a sala mais

importante do Palácio. Nela o Imperador recebia os visitantes

ilustres e diplomatas em recepções formais. O trono, os espelhos

e os consoles vieram da antiga “Sala do Trono” do Paço de

São Cristóvão. O Palácio Imperial de Petrópolis, por ser uma

residência de veraneio e descanso, não possuía Sala do Trono.

Era no seu gabinete de trabalho que D. Pedro II encontrava

seu refúgio. Gostava tanto do lugar que, próximo à janela, é

possível observar um óculo de alcance que ele usava para ver o

céu. Também se vê nesse cômodo, em cima da mesa, o primeiro

telefone que trouxe para o Brasil após conhecer Graham Bell nos

Estados Unidos. Os quartos das princesas, ambos no fundo do

casarão, porém em lados opostos, têm uma decoração delicada. O

quarto da princesa Leopoldina possui mobiliário do século XVIII

estilo D. José I e algumas peças típicas do rococó português, em

jacarandá, feitas no Brasil.

Há também no museu um cofre de porcelana, biscuit e bronze

dourado – uma peça rara da manufatura de Sèvres – que

pertenceu ao príncipe François d’Orleans, cunhado de D. Pedro II.

O cofre tem cenas da vida do príncipe, que foi oficial da Marinha

Francesa, em placas de porcelana. Colares e brincos de esmeraldas

e rubis, que pertenceram a D. Leopoldina, e colar da Marquesa de

Santos, formado por ametistas e ouro, também podem ser vistos

por lá. Outras peças especiais como o traje e o cedro que D. Pedro

II usava na abertura da Assembléia Geral, a pena que a Princesa

Isabel usou para assinar a Lei Áurea e diversas carruagens fazem

parte do rico e conservadíssimo acervo do Museu Imperial.

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noss

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Page 89: EVENMAG 9

O acervo do Arquivo Histórico do museu é formado por

aproximadamente 100 mil documentos textuais. Destaca-se o

Arquivo da Casa Imperial do Brasil, doado ao Museu Imperial

pelo príncipe D. Pedro de Orleans e Bragança, importante

fonte de estudo do período monárquico no Brasil. Trata-se de

documentos pertencentes à Família Real e Imperial. Os demais

arquivos – pertencentes a personagens ilustres que participaram

ativa e intimamente daquele regime – complementam o primeiro,

fornecendo, além de subsídios de caráter biográfico de seus

donos, valiosas informações para o estudo de aspectos da vida

política e administrativa do País. O Arquivo Histórico é ainda

detentor de uma rica fototeca que conta com aproximadamente

13 mil fotografias, entre originais e reproduções, tendo por

temas personalidades, fatos históricos, geográficos e sociais,

relacionados ao Período Monárquico e à formação do Estado do

Rio de Janeiro e, em especial, à cidade de Petrópolis e à Família

Imperial. Complementam o acervo iconográfico aproximadamente

duas mil gravuras de autores renomados e mais de 500 mapas e

plantas datados a partir do século XVI.

Especializada em História, a Biblioteca do Museu Imperial abriga

livros que relatam principalmente a fase do Brasil no Período

Imperial, história de Petrópolis e artes em geral.

Seu acervo, constituído basicamente por doações, conta hoje

com aproximadamente 40 mil volumes em suas diversas formas –

livros, jornais, revistas, folhetos, artigos de periódicos, etc.

200 anos e muitas comemorações comsonhos e travessiasApesar de não ter uma ligação direta com D. João VI – a não ser

claro por algumas telas do Rei português e por sua descendência

– o Museu Imperial inaugurou, no final de fevereiro, duas

exposições que comemoram o bicentenário da chegada da Família

Real no porto do Rio de Janeiro. Travessias – relatos trágico-

marítimos da passagem do Atlântico pela corte portuguesa

e outros navegantes – e Sonhos – os projetos e feitos de um

príncipe clemente e inteligente, que queria ficar no Brasil para

sempre – são as duas exposições que ficam até final de julho.

Fazem parte do projeto O Império de João, conjunto de eventos

que o museu fará ao longo de 2008 em homenagem aos 200 anos

da chegada de D. João VI e da corte portuguesa ao Brasil. Na

inauguração dessas exposições, o Coral Municipal de Petrópolis,

especialmente para a ocasião, incluiu em seu repertório peças do

Padre José Maurício, um dos principais compositores da época.

AMBIENTES E PEÇAS DA FAMÍLIA IMPERIAL CONSEVADOS NO MUSEU IMPERIAL.

Page 90: EVENMAG 9

O evento O Império de João prevê ainda, entre outras iniciativas

além das exposições, o lançamento de um DVD com toda a

documentação e iconografia referente a D. João VI e do projeto

Cadernos de Marcos, com a compilação da obra completa de

Marcos Portugal, professor de música de D. Pedro I e pioneiro da

música de concerto no Brasil.

Para a exposição Travessias, além de uma imensa reprodução da

tela de Nicolas Louis Albert Delerive logo na entrada do pavilhão,

sobre o embarque de D. João VI para o Brasil, o cenógrafo

Pedro Girão, um dos talentos que faz o carnaval da Imperatriz

Leopoldinense, criou um navio cenográfico onde o público pode

experimentar duas viagens. A primeira é a travessia do Atlântico

feita por D. João VI, então príncipe regente de Portugal; sua

mãe, a rainha dona Maria, a Louca; sua mulher, Carlota Joaquina;

seus filhos e a nata da nobreza e do clero português. A outra é a

realizada por um navio negreiro. “Esta exposição além de contar

detalhes da travessia, também mostra a formação do povo, a

miscigenação e a cultura híbrida que temos hoje no Brasil, e

que contou com a contribuição específica de um contingente

fortíssimo de escravos e africanos que para cá vieram. Por

isso os dois lados – a corte e os escravos – estão lado a lado

no mesmo barco aqui na exposição”, explica Maurício Vicente

Ferreira Júnior, chefe do setor de museologia do Museu Imperial.

Responsável pela curadoria das duas exposições e diretora da

instituição, Maria de Lourdes Parreiras Horta resolveu mesclar as

duas viagens para lembrar que, no momento em que D. João VI

atravessava o Atlântico para fugir de Napoleão e dar sobrevida

à sua coroa, o Rio de Janeiro já tinha se transformado no maior

porto escravagista das Américas.

Travessias foi baseada em dois documentos raros que fazem parte

do acervo do Museu: um relato biográfico até hoje inédito do

Visconde do Rio Seco, nobre português que organizou a viagem

de D. João VI; e outro do reverendo Pascoe Granfell Hill, chamado

Cinqüenta dias a bordo de um navio negreiro, que dispõe sobre a

missão da marinha britânica, que ele acompanhou em meados do

século XIX para a captura de um navio que transportava escravos

para o Brasil.

O navio cenográfico está instalado no Pavilhão das Viaturas,

edifício localizado nos jardins do Museu, e que foi dividido em dois.

Uma parte tem peças que lembram a viagem dos portugueses

– retratos da nobreza, baú de correspondências do Príncipe

Regente, objetos de uso cotidiano e documentos raros como

A luz da liberal arte da cavalaria, livro do final do século XVIII

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PEÇAS DA EXPOSIÇÃO “SONHOS” E DO ACERVO LEGADO PELA FAMÍLIA IMPERIAL.

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dedicado a D. João VI, com gravuras de Gaspar Fróes, que dá

ensinamentos de cavalaria artística. Há também os códices

secretos de Carlota Joaquina, compilação em quatro volumes

de cartas da princesa para parentes e amigos, na qual podem

ser lidas suas tramas contra D. João VI e as críticas ferozes

que dirigia a Napoleão. Do outro lado, peças que lembram

a travessia dos escravos, as condições precárias como eram

tratados e a herança cultural que a chegada deles trouxeram para

o Brasil: roupas, instrumentos de orixás, batas e alguns objetos

usado para castigos. Outro grande destaque são os retratos de

negros feitos no século XVI por fotógrafos como Marc Ferrez,

que receberam molduras sofisticadas, semelhantes àquelas dos

retratos da nobreza portuguesa.

“Sonhos conta quem foi D. João VI e o que sua chegada propiciou

e, mais tarde, o que suas ações propiciaram ao País. Essa

exposição tenta discutir um pouco sobre o homem D. João VI

com as dificuldades e contingências sofridas, mas também os

feitos e aquilo que ele produziu. E não só sonhos, mas também

pesadelos e aspirações, em uma linguagem metafórica mesmo”,

explica Maurício. Instalada dentro de uma das salas do Museu,

a mostra tem uma tenda cenográfica que ocupa o ambiente,

lembrando a tenda do “beija-mão”, montada no porto no

momento do desembarque de D. João VI, para que a Família Real

fosse saudada pela elite do Rio. A exposição mostra, além dos

feitos do monarca, imagens que se referem ao Jardim Botânico,

à Biblioteca Nacional, à Casa da Moeda, à Imprensa Oficial e

à Academia Real de Belas Artes, entre outras realizações. Além

disso, algumas peças pessoais de D. João VI estão expostas.

A principal delas é uma camisola de cambraia usada por ele.

Segundo a diretora Maria de Lourdes, a inscrição na peça “Deus fez

imperador do Ocidente ao Príncipe Regente para sempre” confirma

a idéia de que a Família Real já tinha planos de vir para o Brasil.

Também faz parte da mostra uma réplica da coroa de D. João VI.

A Exposição Sonhos mostra o homem que foi

D. João VI, as dificuldades e contingências

que passou e os feitos que realizou.

ACIMA A COROA DE D. JOÃO, NO MEIO A CAIXA DE CORRESPONDÊNCIA REALE ABAIXO A CAMISOLA DO MONARCA PORTUGUÊS

Serviço:Museu Imperial

Rua da Imperatriz, 220 – Centro – Petrópolis – RJ | Tel.: (24) 2237-8000

De terça a domingo, das 11h às 18h. (Bilheteria fecha às 17h30)

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Sustentabilidade:

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Page 94: EVENMAG 9

A Evenmag visita três apartamentos do Condomínio Horizons – um projeto do

arquiteto Jonas Birger construído pela Even – e conta como três casais e

suas famílias escolheram viver. Com uma planta que valoriza a área social, a

decoração de três apartamentos do Condomínio Horizons apresenta idéias

inovadoras de acordo com a visão de cada proprietário.

Apartamento de Alessandra e HenryJá no hall de entrada do apartamento do casal Alessandra e Henry

com a filhinha Isabella, a sensação é de muito capricho. A parede

lateral forrada por um espelho reflete arranjos de orquídeas

em vidros transparentes que estão sutilmente iluminados, bem

como a tela de Ilca Braggion. Nota-se que o vão da entrada foi

ampliado para receber uma alinhada porta pivotante.

A primeira impressão que se tem, ao entrar, é a de um ambiente

muito claro e aconchegante. Alessandra é arquiteta e, junto da

sua sócia Eliana, projetou todo o mobiliário. As duas escolheram

tons claros e neutros para combinar com o uso de fibras naturais,

o que garantiu a total integração nos três ambientes que criaram

para o espaço do living, cujo piso é revestido em perobinha e

arrematado por um rodapé de MDF em laca branca.

idÉiAS de decOrAçãOtrÊSAPArtAMentOS iGUAiS

Por Maria Christina KeatingFotos Paulo Brenta

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Henry, exímio cozinheiro, adora preparar pratos especiais e receber os amigos em volta da mesa em aço projetada pela dupla de arquitetas e

executada pela empresa do pai de Alessandra. As cadeiras antigas foram revestidas com tecido floral e, para marcar esse recanto, um painel

de palhinha natural foi aplicado na parede de fundo. Sobre ele, mais duas telas de Ilca Braggion, artista plástica mãe de Alessandra.

Para fugir da decoração tradicional e não pendurar uma tela sobre o sofá, as arquitetas criaram um painel de laca branca com iluminação

embutida para apoiar flores preservadas, produzindo assim um cenário romântico. O sofá de chenile está ladeado por duas poltronas de ratan,

reforçando o conceito do uso de fibras naturais.

Page 96: EVENMAG 9

Nas janelas e nas portas, que dão para a grande parte central do

condomínio, foram utilizadas persianas rolô em tecido rústico,

arrematadas nas laterais por cortinas transparentes com desenho

floral e que proporcionam uma luz suave ao living durante o dia.

Para a noite, o projeto de luminotécnica valoriza telas e objetos

através de iluminação ora pontual ora difusa, obtida por circuitos

elétricos independentes.

O lavabo, que faz parte do living, recebeu forração em tecido de

linho floral e um espelho antigo, do acervo da moradora. O piso e

a bancada em mármore branco são opções oferecidas pela Even.

Consultores e Fornecedores

Projeto: AE Arquitetura-Alessandra Braggion e Eliana Toledo.

Marcenaria: AE Arquitetura.

Tapetes: Avanti.

Cortinas: De Angelis.

Mesa de jantar e acessórios inox: Sergio Braggion.

Tecido cortina e forração do lavabo: Kauany.

Iluminação: Ligth Center.

Objetos de decoração: Cecília Dale, Home Marche.

Telas: Ilca Braggion.

Nada convencional, uma peça com formato em “L”, confeccionada

em laca branca, abraça dois espaços, servindo de aparador para

sala de jantar e de console para a de estar, além de ab rigar a

adega climatizada. Espelhos, com arremates de perobinha do

campo, foram colocados revestindo a parede na parte superior

desse móvel, dando sensação de amplitude.

Para curtir filmes em família ou com os amigos, elas projetaram

um móvel com prateleiras, também em laca branca e perobinha

do campo, para receber o home theater e objetos de decoração.

Para o conforto da platéia, dois sofás ladeiam a mesa de centro

retangular. Completam esse ambiente banquinhos de ratan, um

baú antigo e um vaso com bambu mossô também preservado.

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Apartamento de Edson e CristinaEdson e Cristina, dentistas de profissão, queriam um lugar

acolhedor e tranqüilo onde pudessem receber amigos para jantar

ou para um bate-papo informal.

Há um ano e quatro meses no Condomínio Horizons, o casal, que

já morou na Zona Norte, está muito feliz com a nova moradia

e o bairro. Eles mesmos foram atrás de revistas, exposições de

decoração e lojas de móveis para ter referências na hora de

escolher a decoração de seu apartamento. Escolheram otimizar os

espaços sem perder a sensação do conforto e buscar um ambiente

sóbrio com toque de refinamento nos detalhes, mas onde não se

perdesse a identidade da família. E esse objetivo foi conseguido

com sucesso.

Para o hall de entrada, a idéia do casal foi a de causar uma

sensação intimista e por isso escolheram um tom escuro de bordô

para as paredes, que também receberam espelhos e uma prateleira

de vidro de apoio para objetos de decoração.

Page 98: EVENMAG 9

madeira escurecida, tem como pano de fundo um painel forrado

com papel de parede e arrematado por duas colunas de gesso.

Entre essas colunas, duas prateleiras de vidro apresentam a

coleção de xícaras antigas de Edson – herança de família – e

outras garimpadas em viagens. Na mesma altura da mesa, outra

prateleira, agora em madeira, também serve de aparador. A

parede lateral revestida com espelho ajuda a ampliar a sensação

de profundidade do ambiente.

Para a iluminação o casal pediu auxílio profissional, que resultou

em spots embutidos no forro rebaixado. Essas luminárias criam

focos de luz e mantêm um clima acolhedor durante a noite.

O móvel em estilo clássico, que já pertencia ao casal, serve para

guardar louça e talheres e, junto do quadro do artista acadêmico

Vincenzo Cencin, conferem sobriedade à parede principal do living.

Para o lavabo, Edson e Cristina optaram por revestir a parede

frontal com pastilhas de vidro em tons de azul e branco e

arrematá-la com rodameio de mármore branco espanhol, o mesmo

usado na bancada e no piso.

FornecedoresMesa de jantar, cadeiras e poltronas: Villa Marinho. | Home Theater, movele aparador: marceneiro. | Tapetes: Leroy Merlin. | Iluminação: Lustres Yamamura.

Sofá: La Barca. | Pastilhas de vidro: Vidrotil.

Em contraste, a porta de entrada foi pintada em laca branca e

demarcada por três painéis horizontais. Da mesma forma, aqui no

hall já se pode sentir o conceito inspirador para todo o trabalho

de interiores.

Os dois interessados proprietários escolheram um piso uniforme

para todo o living, um porcelanato bege de origem espanhola,

ampliando a sensação de espaço e integrando os três usos: jantar,

estar e home theater.

Com um desenho de Edson, um marceneiro executou um móvel

baixo em madeira embuia escura que define o espaço onde a TV de

plasma é o centro das atenções. Esse recanto é também um lugar

especial para os dois filhos adolescentes curtirem filmes e jogos,

confortavelmente instalados em um amplo sofá em chenile bege.

Na sala de estar, um sofá em veludo marrom, acompanhado por

cortinas do mesmo tom, acentua a sobriedade do ambiente e está

harmonizado por uma tela de cores fortes e contrastantes, de autoria

da artista plástica Cristina Ipólito, conhecida de longa data do casal.

No espaço do jantar, a mesa quadrada para oito pessoas, em jeito

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Page 100: EVENMAG 9

Apartamento de Patrícia e SandroPatrícia e Sandro já haviam utilizado os serviços da AE

Arquitetura em seu apartamento anterior e também na

decoração de sua empresa, uma agência de marketing

e eventos. Para o seu novo apartamento, desejavam a

integração total do espaço social e que fosse usado um

material inusitado.

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Page 101: EVENMAG 9

O uso da pedra mineira em paginação canjiquinha – que reveste

o hall de entrada e a parede principal do living – foi o material

escolhido e é o toque de rusticidade que contrasta com o

acetinado do piso de taco de madeira amêndola e das paredes

pintadas em branco off white, utilizado para a integração dos

espaços. Os rodapés de MDF em laca branca têm 20 cm de altura

e são complementados pelo rodateto na mesma medida, um

truque que dá a impressão do pé direito ser mais alto. A idéia

da porta pivotante também se fez presente no hall de entrada,

onde a pedra mineira antecipa a idéia eleita para a decoração do

apartamento. A parede lateral, forrada por espelho, é uma opção

bem sucedida repetida aqui.

Para formar o recanto da sala de jantar, painéis em tecido floral

teflonado, divididos em três módulos, acompanham a mesma

modulação do espelho bisotê da parede ao lado e que reflete todo

o ambiente. Os móveis da sala de jantar já eram do apartamento

anterior do casal: uma mesa retangular com tampo de vidro e

cadeiras, agora repaginadas com capa de linho. O toque clássico e

moderno foi obtido pelo lustre de design italiano em cristal.

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Na sala de estar, um sofá em chenile – que veio do antigo

apartamento – está ladeado por duas mesinhas revestidas de

espelho, material também usado no painel da sala de jantar e sobre

o aparador fixado na parede de pedra. Acima do sofá, destaca-se

uma simpática tela de Ilca Braggion, peça preferida de Patrícia.

Executado em laca branca, o móvel que ampara a TV de plasma

de 42’’ também abriga uma lareira elétrica. Nas laterais inferiores,

portas retráteis escondem equipamentos de som e vídeo. Dois

confortáveis sofás ladeiam a mesa de centro.

O forro de todo living foi rebaixado para conter iluminação com

spots embutidos com lâmpadas AR70 e dicróicas, com circuitos

elétricos independentes, que garantem efeitos de luz.

No lavabo, o papel de parede floral cor de água é refletido nas

paredes de vidro do piso. A bancada em laca com auto brilho e

branca sustenta uma cuba inox e o espelho colocado sobre um

painel também em laca finaliza o conjunto.

Consultores e FornecedoresProjeto: AE Arquitetura - Alessandra Braggion e Eliana Toledo. | Marcenaria: AE

Arquitetura. | Tapetes: Fio sobre Tela. | Cortinas: De Angelis. | Persianas rolo: Caran Uniflex.

Varões e tecidos para cortina: Kauany. | Iluminação: Light Center. | Sofá, mesa de jantar,

mesa de centro, poltronas: Breton. | Objetos de decoração: Cecília Dale, Home Marche.

Telas: Ilca Braggion. | Acessoorios inox: Sergio Braggion.

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Empreendimentos em São Paulo

AcOMPAnhe O AndAMentO dO SeU eMPreendiMentO - ABriL 2008AcOMPAnhe O AndAMentO dO SeU eMPreendiMentO - ABriL 2008Empreendimentos em São Paulo

Participação: Concord

Participação: Ecoesfera

BOULEVARD S. FRANCISCO • Rua Dr. Cândido Mota Filho, 81 • Vila São Francisco

BREEZE • Rua Jorge Americano x Pres. Antônio Cândido • Alto da Lapa

ACQUA AZULI • Rua Santa Virginia, 247 • Tatuapé

ECOLIFE • Rua Valson Lopes, 70 • Cidade Universitária

obra

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Participação: Tishman Speyer

Participação: JCR Construção Civil Ltda. CAMPO BELÍSSIMO • Rua Volta Redonda, 270 • Campo Belo

CONCETTO • Rua Dr. Homem de Melo, 1180 • Perdizes

DUO • Rua Prof. Frederico Herman Junior x Nicolau Gagliard • Alto de Pinheiros

CLUB PARK SANTANA • Rua Ataliba Leonel, 1716 • Santana

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IN CITTÀ • Alameda dos Guaiós x Av. Indianópolis • Moema

INSPIRATTO • Rua Mourato Coelho, 716 • Pinheiros

ESPECIALE • Rua Franco da Rocha, 336 • Perdizes

ILUMINATO • Rua Francisco Cruz, 284 • Chácara klabin

obra

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foco

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Page 109: EVENMAG 9

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Participação: Yuny

Participação: MBIGUCCI

PLAZA MAYOR • Av. Imperatriz Leopoldina x Rua Mergenthaler • Alto da Lapa

PARTICOLARE • Rua Volta Redonda x Rua Zacarias • Campo Belo

WINGFIELD • Rua Pinto Gonçalves, 85 • Perdizes

SPAZIO DELL’ ARTE • Rua Lupércio Miranda, 1776 • Santo André

Participação: Tishman Speyer

Page 110: EVENMAG 9

santacruz

VERTE ACLIMAÇÃO • Rua Pires da Mota, 979 • Aclimação

VIDA VIVA SANTA CRUZ • Av. do Cursino x Rua Tupanaci, 77 • Santa Cruz

THE GIFT • Rua Luiz Correa de Melo x Luis Seraphico Júnior • Granja Julieta

VITÁ • Rua Carlos Weber, 87 • Alto da Lapa

obra

em

foco

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Page 111: EVENMAG 9

Empreendimento no Rio de Janeiro

RESERVA DO BOSQUE • Estrada dos Três Rios, 1721 • Freguesia

tatuapé

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Participação: W3 Engenharia

mooca

VIDA VIVA TATUAPÉ • Rua Guaraciba • Tatuapé

VIDA VIVA VILA MARIA • Rua do Imperador, 1585 • Vila Maria

VIDA VIVA MOOCA • Rua Canuto Saraiva, 280 • Mooca

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Arts Ibirapuera 3057.3437 4 4 4

Azuli Vila Mariana 5581.0222 2 4 1

Boulevard Vila SãoFrancisco

3714.0705 2/3 3/4 1/2

Breeze Alto da Lapa 3831.4684 3/4/5 4 2

CampoBelíssimo

Campo Belo 5044.7295 3/4 4 2/4

Club ParkSantana Santana 6972.0224 4 4 4

Concetto Perdizes 3466.3836 2 3 1

Du Champ Campo Belo 3067.0000 4 3/4 3/4

Duo Alto de Pinheiros

3816.1055 4/5 4 4

Ecolife Cidade Universitária

3067.0000 1/2 3 1

Especiale Perdizes 3877.0593 4/5 4 4

Gabrielle Campo Belo 3067.0000 4 3/4 3/4

Grand ClubSão José

Vila Ema(12)

3021.01312/3 4 2

Icon Itaim 3842.1032 2/3 3 2

Iluminatto ChácaraKlabin

5084.2034 3/4 4 2

In Città PlanaltoPaulista

5072.4840 3/4 4 2

Inspiratto Pinheiros 3037.7568 2/4 4 2/3

L`EssenceCampolim

Campolim(15)

3234.61443/4 3/4 2/3

Morumbi Trend Morumbi 3079.6044 1 1 1

Particolare Campo Belo 5531.2609 5/7 4 4

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GUiA de eMPreendiMentOSUm guia para facilitar a sua escolhaUm guia para facilitar a sua escolha

GUiA de eMPreendiMentOS

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Personale Campo Belo 5092.7262 3 4 2

Plaza Mayor Alto da Lapa 3466.3820 2/3/4 2/3 2/3

Reservado Bosque

Freguesia(21)

3526.00002 4 2/3

ReservaGranja Julieta

GranjaJulieta

5183.9759 3/4 4 3/4

SPA - Spazio Dell`acqua

Vila da Serra(31)

3541.21113 4 2

Terrazza Mooca Mooca 3067.0000 2 4 2

The Gift GranjaJulieta

3466.3820 4 4 2/4

The View Brooklin 5505.1729 2 3/4 1/2

Up Life Recreio(21)

3526.0003311.1600

1/2 2/3 1

Verte Aclimação 3277.3108 3/4 4 2

Vivre Alto da BoaVista

3067.0000 2 3/4 1/2

Vida VivaButantã Butantã 3766.5368 2 3/4 1

Vida VivaFreguesia do Ó

Freguesiado Ó

3991.2919 1/2 3 1

Vida Viva Mooca Mooca 3067.0000 1/2 3 1

Vida VivaSanta Cruz Santa Cruz 3067.0000 2 3/4 1/2

Vida VivaSão Bernardo Baeta Neves 4122.1501 2 3/4 1

Vida Viva Tatuapé Tatuapé 3067.0000 1/2 3/4 1

Vida VivaVila Maria Vila Maria 3067.0000 1/2 3 1

Villaggio Monticiello Vila da Serra

(31)3264.9049

4 4 4

Vitá Araguaia Freguesia(21)

3526.00001/2 2/3 1

Wingfield Perdizes 3868.2469 3 4 2

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