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A visão materialista do ser converge para o organismo físico, ad- mitindo, em conse- quência, que tanto a saúde quanto a doença se originam nas estruturas celulares que o constituem. Todavia, o Espiritismo nos proporciona uma visão mais abrangente, pois, de acordo com os postulados estabeleci- dos por Allan Kardec, a criatura encar- nada nada mais é do que a resultante harmônica da interação energética entre o espírito e a matéria, tendo a interme- diar esse processo a presença do peris- pírito. É uma concepção de vanguarda a privilegiar a realidade do ser integral, pois do espírito partem as energias dire- toras da vida; energias que tangenciam o campo físico, permitindo-lhe revelar o que o psiquismo de profundidade de- termina. Contudo, no cumprimento de sua trajetória cósmica, nem sempre o espírito encarnado se desempenha a contento. Vários são os arrastamentos para o lado negativo da existência, isso em decorrência do predomínio do ins- tinto animal. Assim sendo, enquanto o sujeito não resolve vencer as imperfei- ções que lhe maculam a consciência, torna-se presa fácil dos impositivos ex- piatórios. Caso o espírito rebelde insista em exagerar no exercício do egoísmo, na prática das viciações costumeiras, na vivência da sexualidade desregra- da, logicamente acumulará, em seus órgãos perispiríticos, as energias densi- ficadas correspondentes aos malefícios praticados. Mais adiante, tais energias resultarão em circunstâncias doridas a se manifestarem sob a forma de enfer- midades físicas ou mentais. Obviamen- te, diante das ocorrências enfermiças, o ser humano, por uma questão de bom senso, deve recorrer aos préstimos das ciências da saúde. Não obstante o au- xílio propiciado pela medicina, faz-se imperiosa a tomada de consciência da realidade espiritual, maneira correta de se ajuizar os benefícios proporcionados pela observação criteriosa dos valores éticos ínsitos na Lei de Deus. A medicina nos convida a va- lorizar os procedimentos profiláticos da saúde, mas, para que o componente psicofísico seja verdadeiramente be- neficiado e nos livremos das consequ- ências daninhas de nossa inquietude interior, faz-se indispensável recorrer-se aos préstimos do Evangelho de Jesus, valioso manual de psicoterapia, hoje, melhor compreendido por expressiva parcela da população. Pois bem. Por evangelhotera- pia entendemos o conjunto de preceitos proporcionados por Jesus, os quais uma vez incorporados ao nosso cabedal de valores, devem ser postos em prática, com vista à melhoria do comportamento humano. Nesse sentido, há dois aspec- tos a serem considerados: o primeiro é de ordem profilática, pois à medida que as sugestões evangélicas são de- vidamente assimiladas o indivíduo aos poucos robustece o caráter e sente-se impelido a pautar seus pensamentos e atitudes em acordo com os critérios superiores ali assinalados. Trata-se, portanto, de verdadeira profilaxia das perturbações decorrentes dos tropeços morais da criatura. O segundo aspecto tem como objetivo soerguer os que fa- liram no cumprimento de seus deveres existenciais, aqueles que, por um moti- vo qualquer, tornaram-se responsáveis pelas aflições atuais. Isso acontece em decorrência das inúmeras imperfeições ainda prevalentes no ser. Todavia, dian- te das circunstâncias, destaca-se o va- lor inconteste da evangelhoterapia, pois só a prática das virtudes assinaladas na Boa Nova age como fator de renovação espiritual, ao curar progressivamente as mazelas milenares que nos afetam, as quais, em tempo algum, seriam resolvi- das com o emprego de medicamentos químicos. À medida que a humanidade se tornar mais amadurecida e compre- enda a importância do “amai-vos uns aos outros”, menor será a promoção do mal, detalhe fundamental na redução da intranquilidade consciencial, visto que, quanto mais tranquila a consciência, menor a possibilidade de se enfrentar as consequências penosas dos proces- sos expiatórios. Por outro lado, o valor do perdão posto em prática, sempre que a criatura se sentir ofendida, im- portará no processo de dulcificação do coração, iniciativa capaz de permitir o aprimoramento dos demais sentimen- tos superiores a serem vivenciados em favor dos semelhantes. No nosso modo de ver, o Evangelho reúne as instruções apropriadas ao incentivo de um com- portamento equilibrado. As informações simples ali contidas alcançam os mais variados níveis de inteligência, oportuno convite à transformação dos indivíduos para melhor. Por isso, as instituições es- píritas se empenham na divulgação do Evangelho do Cristo, confiantes de que a sua vivência corresponderá na prática à terapia que objetiva sanear as nossas consciências, ainda algemadas às defi- ciências morais que nos acompanham há tanto tempo. www.atualpa.org.br [email protected] ANO XLI - N° 188 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima Maio / Junho 2014 ENCARTE ESPÍRITA pág. 4 pág. 3 pág. 2 Palestras Públicas Datas Espíritas Evangelho no Lar ESDE e DIJ Agende-se A Doutrina Explica: A Abstinência do Consumo da Carne tem Embasamento na Doutrina Espírita ? E NOSSOS JOVENS? Orson Peter Carrara Jesus - Farol dos faróis da Humanidade Maurício Curi EVANGELHOTERAPIA: A ESPERANÇA DOS ENFERMOS DA ALMA IMAGENS GOOGLE: HTTP://3.BP.BLOGSPOT.COM/ Vitor Ronaldo Costa (*) Encontro de Trabalhadores (*) Articulista Espírita / médico, escritor e trabalhador espírita residente em Brasília/DF O polo Manaus do 4º Con- gresso Espírita Brasi- leiro aconteceu simul- taneamente ao 6º Congresso Espírita do Amazonas. A emoção inicial ocorreu quando o Hino Nacional brasileiro foi in- terpretado por Djuena no idioma Tikuna da tribo de mesmo nome, cantora ame- ríndia e representante dos povos indíge- nas no evento, o que sensibilizou sobre- maneira aos mais de 1.500 presentes ao Manaus Plaza Centro de Convenções. Os representantes dos governos estadual e municipal, das federativas es- píritas da Região Norte e da Federação Espírita Brasileira assistiram à conferên- cia de abertura “150 anos de O Evange- lho segundo o Espiritismo” proferida pelo confrade Divaldo Pereira Franco. Impor- tante salientar a alegria manauara uma vez que, por opção pessoal, Divaldo es- colheu estar em Manaus para a abertura deste congresso nacional. Presenteados a todo o momen- to com a música espírita, o congresso acolheu irmãos de todas as regiões do Brasil, em sua maioria oriundos dos esta- dos do Norte, e contou com palestrantes muito inspirados/intuídos na transmissão da mensagem evangélica-moral. Os con- gressistas, irmãos fraternos de intimida- de recente, recebiam e doavam conheci- mentos em boa convivência com muita alegria e seriedade. Após o pleno cumprimento da programação planejada para o evento, doutrinária e artística, o palestrante pa- raense Alberto Ribeiro de Almeida encer- rou os trabalhos naquele polo trazendo a reflexão O Homem de Bem. Comparece- mos pelo ATUALPA Noeli, Valéria Viana e eu, e por fim, ainda deu tempo para Djuena nos colocar para dançar ao som de sua música nativa. Retornamos às nossas casas com a responsabilidade ampliada para melhor fazer por nós, pelo próximo e pela divulgação da Doutrina Espírita. Polo MANAUS Paulo de Tarso Pereira Viana(*) (*) Articulista Espírita / Integrante da equide do ESDE e Vice-Presidente do GEABL. Divaldo Franco Manaus/AM Abertura do 4º Congresso Espírita Brasi- leiro. Djuena da tribo Tikuna canta o Hino Nacional Brasileiro

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A visão materialista do ser converge para o organismo físico, ad-mitindo, em conse-quência, que tanto a

saúde quanto a doença se originam nas estruturas celulares que o constituem. Todavia, o Espiritismo nos proporciona uma visão mais abrangente, pois, de acordo com os postulados estabeleci-dos por Allan Kardec, a criatura encar-nada nada mais é do que a resultante harmônica da interação energética entre o espírito e a matéria, tendo a interme-diar esse processo a presença do peris-pírito. É uma concepção de vanguarda a privilegiar a realidade do ser integral, pois do espírito partem as energias dire-toras da vida; energias que tangenciam o campo físico, permitindo-lhe revelar o que o psiquismo de profundidade de-termina. Contudo, no cumprimento de sua trajetória cósmica, nem sempre o espírito encarnado se desempenha a contento.

Vários são os arrastamentos para o lado negativo da existência, isso em decorrência do predomínio do ins-tinto animal. Assim sendo, enquanto o sujeito não resolve vencer as imperfei-ções que lhe maculam a consciência, torna-se presa fácil dos impositivos ex-piatórios. Caso o espírito rebelde insista em exagerar no exercício do egoísmo, na prática das viciações costumeiras, na vivência da sexualidade desregra-da, logicamente acumulará, em seus órgãos perispiríticos, as energias densi-ficadas correspondentes aos malefícios

praticados. Mais adiante, tais energias resultarão em circunstâncias doridas a se manifestarem sob a forma de enfer-midades físicas ou mentais. Obviamen-te, diante das ocorrências enfermiças, o ser humano, por uma questão de bom senso, deve recorrer aos préstimos das

ciências da saúde. Não obstante o au-xílio propiciado pela medicina, faz-se imperiosa a tomada de consciência da realidade espiritual, maneira correta de se ajuizar os benefícios proporcionados pela observação criteriosa dos valores éticos ínsitos na Lei de Deus.

A medicina nos convida a va-lorizar os procedimentos profiláticos da saúde, mas, para que o componente psicofísico seja verdadeiramente be-neficiado e nos livremos das consequ-ências daninhas de nossa inquietude

interior, faz-se indispensável recorrer-se aos préstimos do Evangelho de Jesus, valioso manual de psicoterapia, hoje, melhor compreendido por expressiva parcela da população.

Pois bem. Por evangelhotera-pia entendemos o conjunto de preceitos proporcionados por Jesus, os quais uma vez incorporados ao nosso cabedal de valores, devem ser postos em prática, com vista à melhoria do comportamento humano. Nesse sentido, há dois aspec-tos a serem considerados: o primeiro é de ordem profilática, pois à medida

que as sugestões evangélicas são de-vidamente assimiladas o indivíduo aos poucos robustece o caráter e sente-se impelido a pautar seus pensamentos e atitudes em acordo com os critérios superiores ali assinalados. Trata-se, portanto, de verdadeira profilaxia das perturbações decorrentes dos tropeços morais da criatura. O segundo aspecto tem como objetivo soerguer os que fa-liram no cumprimento de seus deveres existenciais, aqueles que, por um moti-vo qualquer, tornaram-se responsáveis

pelas aflições atuais. Isso acontece em decorrência das inúmeras imperfeições ainda prevalentes no ser. Todavia, dian-te das circunstâncias, destaca-se o va-lor inconteste da evangelhoterapia, pois só a prática das virtudes assinaladas na Boa Nova age como fator de renovação espiritual, ao curar progressivamente as mazelas milenares que nos afetam, as quais, em tempo algum, seriam resolvi-das com o emprego de medicamentos químicos. À medida que a humanidade se tornar mais amadurecida e compre-enda a importância do “amai-vos uns aos outros”, menor será a promoção do mal, detalhe fundamental na redução da intranquilidade consciencial, visto que, quanto mais tranquila a consciência, menor a possibilidade de se enfrentar as consequências penosas dos proces-sos expiatórios. Por outro lado, o valor do perdão posto em prática, sempre que a criatura se sentir ofendida, im-portará no processo de dulcificação do coração, iniciativa capaz de permitir o aprimoramento dos demais sentimen-tos superiores a serem vivenciados em favor dos semelhantes. No nosso modo de ver, o Evangelho reúne as instruções apropriadas ao incentivo de um com-portamento equilibrado. As informações simples ali contidas alcançam os mais variados níveis de inteligência, oportuno convite à transformação dos indivíduos para melhor. Por isso, as instituições es-píritas se empenham na divulgação do Evangelho do Cristo, confiantes de que a sua vivência corresponderá na prática à terapia que objetiva sanear as nossas consciências, ainda algemadas às defi-ciências morais que nos acompanham há tanto tempo.

www.atualpa.org.br [email protected] XLI - N° 188 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima Maio / Junho 2014

ENCARTE ESPÍRITApág. 4pág. 3pág. 2

Palestras PúblicasDatas Espíritas

Evangelho no LarESDE e DIJAgende-se

A Doutrina Explica:A Abstinência do Consumo da Carne tem

Embasamento na Doutrina Espírita ?E NOSSOS JOVENS?

Orson Peter Carrara

Jesus - Farol dos faróis da Humanidade

Maurício Curi

EVANGELHOTERAPIA: A ESPERANÇA DOS ENFERMOS DA ALMA

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Vitor Ronaldo Costa (*)

Encontro de Trabalhadores

(*) Articulista Espírita / médico, escritor e trabalhador espírita

residente em Brasília/DF

O polo Manaus do 4º Con-gresso Espírita Brasi-leiro aconteceu simul-

taneamente ao 6º Congresso Espírita do Amazonas. A emoção inicial ocorreu quando o Hino Nacional brasileiro foi in-terpretado por Djuena no idioma Tikuna da tribo de mesmo nome, cantora ame-

ríndia e representante dos povos indíge-nas no evento, o que sensibilizou sobre-maneira aos mais de 1.500 presentes ao Manaus Plaza Centro de Convenções. Os representantes dos governos estadual e municipal, das federativas es-píritas da Região Norte e da Federação Espírita Brasileira assistiram à conferên-cia de abertura “150 anos de O Evange-lho segundo o Espiritismo” proferida pelo confrade Divaldo Pereira Franco. Impor-tante salientar a alegria manauara uma vez que, por opção pessoal, Divaldo es-colheu estar em Manaus para a abertura deste congresso nacional. Presenteados a todo o momen-to com a música espírita, o congresso acolheu irmãos de todas as regiões do Brasil, em sua maioria oriundos dos esta-dos do Norte, e contou com palestrantes muito inspirados/intuídos na transmissão da mensagem evangélica-moral. Os con-gressistas, irmãos fraternos de intimida-de recente, recebiam e doavam conheci-mentos em boa convivência com muita alegria e seriedade. Após o pleno cumprimento da

programação planejada para o evento, doutrinária e artística, o palestrante pa-raense Alberto Ribeiro de Almeida encer-rou os trabalhos naquele polo trazendo a reflexão O Homem de Bem. Comparece-mos pelo ATUALPA Noeli, Valéria Viana e eu, e por fim, ainda deu tempo para Djuena nos colocar para dançar ao som de sua música nativa. Retornamos às nossas casas com a responsabilidade ampliada para melhor fazer por nós, pelo próximo e pela divulgação da Doutrina Espírita.

Polo MANAUSPaulo de Tarso Pereira Viana(*)

(*) Articulista Espírita / Integrante da equide do ESDE e Vice-Presidente do GEABL.

Divaldo FrancoManaus/AM

Abertura do 4º Congresso Espírita Brasi-leiro.

Djuena da tribo Tikuna canta o Hino

Nacional Brasileiro

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Permitida a divulgação, na íntegra ou em parte desde que citada a fonte

ATIVIDADES ASSISTENCIAIS E PROMOCIONAISOficina de Costura: Terça-feira às 14hBazar Beneficente Irmã Virgínia: Domingo às 10hGabinete Odontológico: Sábado às 08h e Domingo às 10hGabinete Médico e Farmácia: Domingo às 10hAlbergue Noturno: Aberto todo anoCampanha Auta de Souza: Domingo às 10hDistribuição da Sopa: Domingo às 10hCaravana Chico Xavier (apoio aos desvalidos):1ª sexta-feira de cada mês às 19h

ATIVIDADES DOUTRINÁRIASReunião Pública e Passe: Segunda-feira: 20h Quinta-feira: 20h Domingo: 09hEvangelização da Juventude: Domingo às 10h30Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita: Sábado às 16h45Evangelização da Infância: Domingo às 09h

DIRETORIAPresidência: LENIRA PEREIRA VIANAVice-Presidência: PAULO DE TARSO P. VIANASecretaria:SOLANGE VAZ DOS SANTOSTesouraria:MARIO RINALDO ARRUDA DE AGUIAR

DEPARTAMENTOSAssistência Espiritual: WILSON JOSÉ RODRIGUES ABREUFormação Doutrinária: CARLA VIEIRA GONÇALVES ABREUInfência e Juventude: MARGARIDA CARDOSO LEITEDivulgação Doutrinária:ANDRÉ RIBEIRO PEREIRAAssistência e Promoção Social Espírita: GILDA GOMES RODRIGUESArte e Cultura Espírita: CONCEIÇÃO DE MORAES CAVALCANTE

Registro no Cartório do 2º Ofício de Registro Civil do Distrito Federal.

Bimestral. Editado pelo Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima

Endereço: SGAS, Qd. 610 - Cj. D Brasília - DF CEP 70200-700

CNPJ 00.116.301/0001-85Responsável: Lenira Pereira Viana -

Presidente do GEABLEditor: André R. Ferreira

e-mail: [email protected]ão: Paulo de Tarso Pereira Viana, Lenira Viana, Ruy de Oliveira Barbosa,

Soraia Ofugi, Lenise Amaral e Cesar VianaJornalista: Paulo de Tarso dos Reis Lyra

DRT/MTB 760-95Diagramação/Editoração Eletrônica:

Alexandre Bittencourt de Oliveira e Davi Ribeiro Boaventura

Gráfica: Editora OtimismoTiragem: 2 mil exemplares impressos

A Equipe do Jornal Brasília Espírita agradece a todos os irmãos que direta e indiretamente têm oferecido valioso apoio na divulgação dos ensinamentos do Consolador Prometido, seja no fornecimento de artigos, seja na revisão dos textos ou no serviço de distribuição.

Fundado em 28 de outubro de 1960 - Reconhecido de utilidade pública federal SGAS Quadra 610 Conjunto D - CEP 70200-700 - Brasília/DF - Telefone: (61) 3443-20001960 - 2014

N o transcurso dos ciclos da vida, as páginas do tempo revelam cenários e principal-

mente personagens que não apenas marca-ram a história humana, mas transformaram--na, agindo como faróis a iluminar e apontar, com segurança, os rumos mais seguros na infinita trajetória de evolução. Seres luminares e personalidades diferenciadas sempre povoaram e floresce-ram nos diversos campos do cultivo humano nas glebas de conhecimento, ciência, fé e transcendência. Graças a essas personagens, her-damos uns dos outros e de nós mesmos, no ir e vir das sucessivas romagens, em mergu-lhos nos escafandros carnais, as mais belas realizações de crescimento e incorporação de valores em rotas para existências menos sofridas, mais harmoniosas e plenas. Os expoentes que trouxeram suas colaborações, que se traduziram posterior-mente em verdadeiros saltos na evolução de seus pares em suas épocas, enfrentaram, sem exceções, rejeições de todas as ordens em ações de extremada violência, receben-do o antagonismo da ignorância aferrada em mesquinhos e restritos interesses. As contradições no entendimento das razões existenciais sempre foram motivos para as mais variadas ações de conflitos, traduzidos em crimes e guerras que imprimiram e ainda marcam com sangue e lágrimas o solo da nossa querida Gaia. Compreensível que o fenômeno dialético evolutivo, observado nos processos de destruição, reconstrução e ressurgimento do edifício das realizações dos seres, pode-ria ser menos doloroso se houvesse mais esforço no emprego de decifrar o código ín-timo inerente ao gênero humano e que jaz esquecido nos templos abandonados das consciências das criaturas. Para boa parte da população terrena, eis aí a assinatura do Criador na Criatura. Deus que se mostra pre-sente, não apenas fora, na imensidão infinita de todo o universo, mas também dentro, no universo maravilhoso e pouco conhecido da natureza divina marcada na tessitura do es-pírito humano. A ideia transcendente de um poder absoluto, originário e sobre-humano que a tudo responde pela criação, sempre levou a todos os povos, desde os primeiros habitan-tes da raça humana, a buscá-lo de alguma forma nas mais variadas expressões da es-piritualidade. O caráter divino, espiritual da criatura é a marca de Deus no homem, ser-vindo-lhe de código seguro para as melhores resoluções de vida. Esta é, sem dúvida, a essência da tarefa educativa dos seres missionários em jornadas constantes no planeta em todas as épocas: auxiliar a extrair do íntimo dos seres seus potenciais divinos e construtores, tra-duzidos em conhecimentos e valores impe-recíveis. Entretanto, dentre todos os gran-des guias e educadores que passaram pela Terra em todos os campos do conhecimento humano, um se destaca de forma absoluta pela grandeza de que é possuidor e de sua mensagem, de seu amor infinito aos homens e a Deus.

Jesus. Este ser especial, Farol dos faróis, guia e governador do nosso planeta, sinali-zando aos navegantes da nau terrestre, os rumos seguros pelos mares tormentosos da convivência humana. Seu faixo de luz in-destrutível, abastecido pelo seu psiquismo amoroso, agindo em nome do Pai, oferece a misericórdia infinita em suas ações que não principiaram na manjedoura singela e tão pouco terminaram no madeiro infamante, todos vistos pelo prisma restrito da ignorân-cia dos seres, no vislumbrar dilatado de Sua ação como divino emissário entre as criatu-ras terrenas.

Ei-Lo, já como Cristo do nosso sistema, governador do nosso planeta que presidiu a formação física do nosso orbe e que abraçou há bilhões de anos, na nossa limitada compreensão de tempo e espaço, a tarefa de guiar nossa humanidade nas trilhas que nos levam ao regaço Paterno. Ele pró-prio estaria “fisicamente” conosco em pro-messa feita na espiritualidade maior, envian-do primeiramente, vários embaixadores da sua mensagem a todos os cantos habitados da Terra. Contudo, nenhum destes grandes sábios e expoentes da humanidade, se equi-param à superioridade do meigo Rabi da Galiléia, que reduz a intensidade da própria luz, abrandando-a de tal forma a não ofuscar a nós e para que pudesse estar ao nosso lado sem nos humilhar. Singra nossa atmos-fera terrestre como faixo luminoso que desce ao charco iluminando-o sem se contaminar. Reacende as esperanças de um novo ciclo de vida renovada para todos, vindo na noite escura das trevas das iniquidades humanas para acender estrelas de novos valores na noite dos corações dos homens. O Messias anunciado e previsto pe-las vozes proféticas do seu tempo, chega ao cenário terreno pela via singela e obscura de uma furna cedida como hospedaria, e como berço, uma manjedoura na companhia de pastores e animais. O ambiente escolhido de simplicidade material absoluta, marca desde o início, o símbolo de valores do espírito tra-duzidos em humildade e riqueza espiritual, de valorização de todos os homens indistin-tamente, buscando o convívio com aqueles corações destituídos de separatismo social,

econômico e político. Jesus, não olvidou o contato com as forças poderosas da sociedade material de seu tempo. Não negou a concessão das dádivas do seu conhecimento amoroso e li-bertador aos considerados “ricos de espíri-to”, de orgulho de raça e conhecimento de seu tempo. Ofertou, a todos os que o pro-curavam, a palavra franca e magnética que traduzia a Lei em sua feição pura, a verda-de desconcertante aos iludidos pela posse efêmera dos bens perecíveis e temporais da matéria tais como: o poder político, o poder financeiro, o poder religioso, todos revesti-dos pelas túnicas das vaidades, orgulhos e egoísmos humanos. Dirigiu-se particularmente aos co-rações sinceros que habitavam as cidades singelas da Galiléia... Magdala, Dalmanuta, Cafarnaum... comunidades humildes à beira do Jordão, abençoadas pelo frescor de suas águas que espalhavam, em meio a aridez das montanhas e dos desertos ao redor, o perfume das rosas de sharom e dos jasmi-neiros dos muros velhos das cidades de Is-rael. Iniciava-se, ali, a epopeia de amor mais bela de todas na história da humanidade. Neste pequeno oásis, onde a natureza can-tava seus hinos de paz e o povo simples se comprazia nas praias de tonalidades amar-ronzadas, de seixos pequenos e árvores frondosas ao derredor, que os pés do Mestre Nazareno caminharam estabelecendo terno convite para formação do seu primeiro cír-culo de discípulos mais próximos, buscando, inicialmente entre os pescadores do mar da galileia, os primeiros pescadores das almas sedentas de renovação. Ainda hoje, há muita dificuldade em dimensionar a superioridade, a grandeza, a importância e a envergadura moral do Mes-sias. O homem do mundo acostumado a reverenciar a vitória estabelecida através da imposição do jugo do mais forte ao mais fra-co, daqueles que impunham o peso de seus exércitos e de suas demonstrações de su-perioridade, evidenciadas nas construções de seus palácios, seus templos, de sua força e posição social de destaque, de títulos de nobreza que os distinguiam dos demais, não O compreendia e ainda hoje, muitos não O compreendem. Como pôde existir um governa-dor sem palácios, sem ouro, sem exércitos e sem uma pedra aonde recostar a própria cabeça? Como compreender a aplicabilida-de do perdão irrestrito e incontável? Como entender a possibilidade do amor desprovi-do de interesse sensual e egóico? Que amor era esse que transpunha todas as conven-ções, paradigmas e barreiras socioeconômi-cas e que ia além e se estendia até ao ini-migo? Como entender “o retribuir o mal com o bem”? Até hoje, para muitos, soa quase absurdo... Contudo, vê-se nas ações de Je-sus e de seus seguidores fiéis, a aplicação dessas máximas e as transformações pode-rosas que elas alcançaram e continuam a realizar, pela força do exemplo imperecível atravessando a história e influenciando mi-lhões de corações desejosos por renovação. Que ser era aquele que falava de um Reino de Deus tão feliz? Onde as dores encon-trariam solução, onde todos sem exceção tinham direito a acessá-lo, principalmente aqueles deserdados do mundo, os sofredo-res, doentes, esquecidos e vilipendiados da sociedade? Que espécie de líder era aque-le que arrebatava a alma de quem ousava

simplesmente cruzar o seu olhar? Que ins-pirava nos corações mais endurecidos, um misto de admiração e medo? Que majestade oculta exalava de sua personalidade augus-ta que dominava todas as Leis, todas as ci-ências e que revelava aos homens um Deus acessível, misericordioso, justo, mas sobre-tudo amoroso? A voz de Jesus não cabia nos tem-plos de pedra da hipocrisia humana. Suas pregações tinham por cenáculo a natureza, por companhia as águas do mar da Galiléia, os vales e as cidades mais simples em meio ao povo sofrido e dócil das comunidades menos abastadas do mundo judeu, que aco-lhiam suas palavras como bálsamos jamais experimentados, transformando-os para sempre, resgatando de dentro dos corações desiludidos, o Deus interno de força trans-cendental que os testemunhos de autêntica fé, haveriam de chocar e assustar os pode-rosos de todos os tempos. Suas palavras tinham por lastro suas ações e em todos os lugares, Jesus consolava, esclarecia, curava corpos, mas sobretudo beneficiava à todas as almas. Como guia, Ele não estabeleceu fronteiras entre Si e seu povo. Não estava encastelado no conforto dos palácios dos imperadores e nos tronos dos governantes e símbolos de autoridades máximas da época, ditando regras e impondo o seu cumprimen-to. Não indicava apenas o caminho, ia lado a lado explicando e vivenciando suas máxi-mas morais, a aplicação da lei de amor no dia a dia de toda gente. Ainda no lar singelo, ao lado de sua mãe Maria e de seu pai José, escusou-se de não atender ao convite de ir ter em definitivo com os doutores da Lei, como desejava sua mãe, preocupada com sua melhor preparação, preferindo a escola do trabalho bendito no lar e na carpintaria de José. Viveu a vida simples com sua gente sem exaltação de sua personalidade supe-rior, demonstrando que ninguém precisa sair do contexto em que se encontra para viver em sintonia com as Leis de Deus e cumprir a vontade do Pai. Dividia o pão, a água e o vinho com seus irmãos e fazia questão de compartilhar os atos do homem comum, mostrando a grandeza e dignidade abenço-adas do trabalho mais singelo, humilde, con-tudo realizado com amor. Era em suma, o divino pastor por excelência, que por andar e viver junto à seu rebanho, usando as pala-vras do Papa Francisco: tinha nas vestes “o cheiro de suas ovelhas”. Educador amoroso por excelência, em nenhum momento foi visto julgando a quem quer que fosse. Respeitou a tal pon-to a liberdade de pensamento, de arbítrio e ação do homem, que mesmo sabendo ser inocente, submeteu-se à prisão injusta, ao julgamento arbitrário e víl, ao açoite, escár-nios públicos e, por fim, ao calvário humi-lhante. Exemplificou a sua mensagem até o momento extremo, pedindo perdão ao Pai por nós, preso a cruz da ignorância do ho-mem. O Farol dos faróis segue, ao longo dos milênios, iluminando compassivamente os caminhos e alertando as nossas embar-cações dos perigos escondidos nos recifes dos mares perigosos das perturbações hu-manas. Muitas destas embarcações têm relutado em seguir as seguras orientações dos faróis de todos os tempos e presentes em todos os mares da humanidade, resul-tando em naufrágios desnecessários, provo-

JESUS - Farol dos faróis da Humanidade

Maurício Curi (*)

cados pela incúria, orgulho e presunção dos seus capitães equivocados. No entanto, mui-tos já se orientam pelo farol luminoso que é a luz de Jesus nos roteiros das jornadas dos homens e estes uma vez conscientes, tornam-se por sua vez, lanternas as vezes mais fortes, as vezes mais singelas, outras, verdadeiros novos faróis com a missão de espalhar a luz do amor do Cristo por toda a Terra. A felicidade experimentada em auxi-liar outros tantos irmãos infelizes, que ainda permanecem na retaguarda, deve constituir incentivo maior para que a criatura humana deixe, em definitivo, a posição de náufrago e passe a ser farol na escuridão das tormentas daqueles que anseiam pelo mínimo sinal de luz.

(*) Articulista Espírita / Palestrante do GEABL/DF

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Maio / Junho 2014 3

Texto contemplado no concurso A Doutrina Explica, ocorrido no período de março a setembro de 2012, com o objetivo de sensibilizar os participantes para o potencial de racionalização e explicação da

realidade social e espiritual pela Doutrina Espírita, incentivar a leitura, o uso da biblioteca espírita e levar a conhecer alguma metodologia de pesquisa para apoiar o estudo doutrinário.

Apresentamos, abaixo, “A abstinência do consumo de carne tem embasamento na Doutrina Espírita?”, trabalho de pesquisa recomendado para publicação.

A ABSTINÊNCIA DO CONSUMO DE CARNE TEM EMBASAMENTO NA DOUTRINA

ESPÍRITA?1

Marcos Paulo de Oliveira Santos (*)

A Universidade de Harvard (EUA) desenvolveu um estudo acerca dos estilos de vida e hábitos ali-

mentares de 37.689 homens e 83.644 mu-lheres, durante 28 anos. As conclusões do estudo trouxeram à tona um ponto bastante polêmico no bojo das religiões espiritualis-tas, haja vista que, no decurso da pesquisa, 9.464 pessoas tiveram algum tipo de cân-cer em decorrência da ingestão excessiva de carne vermelha. Já mencionei em outro momento2 que a problemática da alimenta-ção, especialmente daquela à base de car-ne, configura-se como um ponto nevrálgico das discussões espiritistas. Não se pode, contudo, adotar uma postura iconoclasta - longe de mim tal conduta nesse artigo-, tampouco ignorar o tema vultoso.

É imperioso, sim, discutir e refletir! Mas, sempre calcados numa base epistemológi-ca consistente; no bom senso.

Assim, de antemão sublinhamos que é mister compreendermos o que diz a ques-tão 723 da obra basilar, O Livro dos Espíri-tos: “A alimentação animal é, com relação ao homem, contrária à lei da Natureza?”. E, os espíritos redarguiram: “Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a car-ne, do contrário o homem perece. A lei de conservação lhe prescreve, como um de-ver, que mantenha suas forças e sua saú-de, para cumprir a lei do trabalho. Ele, pois, tem que se alimentar conforme o reclame a sua organização” 3.

Eis o ponto de pouca reflexão ou de ra-dicalismo. É imprescindível a dissecação

(sem nenhum trocadilho!) do vocábulo “car-ne” para melhor interpretação do trecho. Aliás, o vetusto idioma português brasileiro é um filho profícuo do latim, logo, plurissig-nificativo por excelência! Assim, tomar o trecho de forma literal é empobrecer a inte-lecção textual.

Quando se diz que a “carne alimen-ta carne”, os espíritos não se referem ao sentido concreto, real; utilizam-se de uma metáfora. Ora, o organismo humano não é constituído tão só de carne! Há inúmeros outros nutrientes necessários à sobrevi-vência humana. É de se estarrecer que há incautos que sustentam veementemen-te que os espíritos determinaram que se coma carne, porque senão cometeríamos suicídio! Sinceramente, é demonstrar uma leitura bastante superficial do trecho e, so-bretudo, desconsiderar a questão 722, que diz: “Permitido é ao homem alimentar-se de tudo o que lhe não prejudique a saúde (...)”4. Acrescente-se a isso que o próprio Allan Kardec recomendou que se o Espiri-tismo estivesse equivocado em algum tre-cho demonstrado pela Ciência, ele aban-donaria aquele equívoco e optaria pela argumentação científica.

O problema constante da questão 723, não está desatualizado. As pessoas, infe-lizmente, não sabem interpretá-lo! O Livro dos Espíritos é atualíssimo! Mas, como a interpretação por si só não basta, vejamos o que nos diz Emmanuel, na obra O Conso-lador, questão 129:

“A ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram numerosos vícios da nutri-ção humana. É de lastimar semelhante si-tuação, mesmo porque, se o estado de ma-terialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos pro-dutos de origem vegetal, sem a necessida-de absoluta dos matadouros e frigoríficos. Temos de considerar, porém, a máquina econômica do interesse e da harmonia co-letiva, na qual tantos operários fabricam o seu pão cotidiano. Suas peças não podem

ser destruídas de um dia para o outro, sem perigos graves. Consolemo-nos com a vi-são do porvir, sendo justo trabalharmos, dedicadamente, pelo advento de tempos novos em que os homens terrestres pode-rão dispensar da alimentação os despojos sangrentos de seus irmãos inferiores” .5

O trecho é bastante autoexplicati-vo e o próprio Emmanuel estabelece que podemos encontrar recursos para a nossa subsistência em fontes de origem vegetal.

Outro espírito que corrobora o pensamento de Emmanuel é Humberto de Campos, que na obra Cartas e Crônicas, no capítulo “Treino para a morte”, tece a se-guinte observação:

“Comece a renovação de seus costu-mes pelo prato de cada dia. Diminua gra-dativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, tempe-rados com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros” .6

O espírito André Luiz explicou no capítu-lo 9, “Problemas de Alimentação”, da obra Nosso Lar, que “muitos recém-chegados [...] duplicavam exigências. Queriam mesas lautas, bebidas excitantes, dilatando velhos vícios terrenos”, que quase colocaram toda estrutura da colônia em risco, por conta de vícios alimentares, dos quais podemos in-ferir que contenham também a famosa car-ne. Imaginemos a estrutura de uma colônia estar ameaçada por conta de problemas alimentares! Logo, a questão proposta nes-te artigo não é somenos importante, mas um convite à reflexão séria!

Na obra Missionários da Luz, ca-pítulo 4, André Luiz se mostra estupefato diante da temática do vampirismo. Todavia, seu mentor o indaga do motivo pelo qual ele se achava impressionado diante da si-tuação e passa a descrever a ontologia hu-mana:

“(...) e nós outros, quando nas esferas da carne? Nossas mesas não se manti-nham à custa das vísceras dos touros e das aves? A pretexto de buscar recursos protei-cos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. Sugávamos os tecidos musculares, roíamos os ossos. Não contentes em matar os pobres seres que nos pediam roteiros de progresso e valores educativos, para melhor atenderem

a Obra do Pai, dilatávamos os requintes da ex-ploração milenária e infligíamos a muitos deles determinadas moléstias para que nos servissem ao paladar, com a máxima eficiência. O suíno comum era localizado por nós, em regime de ceva, e o pobre animal, muita vez à custa de re-síduos, devia criar para nosso uso certas reser-vas de gordura, até que se prostrasse, de todo, ao peso de banhas doentias e abundantes. Co-locávamos gansos nas engordadeiras para que hipertrofiassem o fígado, de modo a obtermos pastas substanciosas destinadas a quitutes que ficaram famosos, despreocupados das faltas co-metidas com a suposta vantagem de enriquecer valores culinários (...)” 7.

O texto acima é apenas um trecho, o rol exemplificativo do mentor é bastante vasto e vergonhoso para nós, denominados “civiliza-dos”, porque demonstra o quanto somos maus nos tratamentos para com os animais.

O artigo motivador desse texto demonstrou que a alimentação à base de carne faz mal ao ser humano. Um sem-número de pesquisas demonstra também o mesmo fato. Aqui pince-lamos os apontamentos de alguns espíritos e concluímos que há dois caminhos a serem per-corridos: o caminho simples, que é continuar se alimentando de carne e ignorar os ensinamen-tos espíritas e o caminho correto, que é se edu-car, tornando-se um colaborador da Vida.

(*) participante do Concurso “A Doutrina Explica” de 2012

Bibliografia 1-QUEIROZ, Nana. Estudo aponta que consumo

excessivo de carne pode elevar riscos de câncer. Disponível em <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2012/03/14/interna_ciencia_saude,293198/estudo-aponta-que-consumo--excessivo-de-carne-pode-elevar-riscos-de-cancer.shtml>. Acesso em: 10/07/2012.

2- SANTOS, Marcos Paulo de Oliveira. Problema de Alimentação. Disponível em <http://www.oconso-lador.com.br/ano4/174/especial.html>. Acesso em 10/07/2012.

3-KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 84.ed. Rio de Janeiro, RJ: Federação Espírita Brasileira, 2003.

4-Op. cit., 2003.5-XAVIER, Francisco Cândido (médium); Emma-

nuel (Espírito). O consolador. 18. ed. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1997.

6-XAVIER, Francisco Cândido (médium); Irmão X (Espírito). Cartas e Crônicas. 8. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1991.

7-XAVIER, Francisco Cândido (médium); André Luiz (Espírito). Missionários da Luz. 28. ed. Rio de

Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1997.

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C onvido o leitor a refletir sobre a oportuna res-

posta da consagrada expositora espírita Sandra Borba, de Natal-RN, na entrevista que publicamos no portal www.oconso-lador.com, de onde extraímos uma per-gunta específica sobre a preparação de jovens e crianças para o trabalho espírita do futuro. Para acesso à íntegra da en-trevista, acesse o endereço indicado, na edição 98, de 15/03/09. A pergunta e respectiva resposta sobre o tema ora abordado está abaixo para nossas reflexões: O Consolador: Em sua opinião temos preparado devidamente nossos jovens e crianças para o trabalho espírita do futu-ro? Resposta: De modo geral, pela experi-ência pessoal que vivo, creio que hoje o

jovem tem mais espaço do que no pas-sado, no movimento espírita. No entanto, tem ele também muitas outras solicita-ções e, convenhamos, adquirir estabilida-de social hoje é mais difícil, sobretudo em face das exigências da vida profissional. Um curso de graduação não tem mais o mesmo peso de algumas poucas décadas atrás. Isso significa que o jovem, no meu entender, tem menos tempo do que nós tivemos para se dedicar à Doutrina e ao movimento, de modo geral. Essa é uma das razões pelas quais temos que inves-tir no jovem desde os primeiros momen-tos, especialmente quanto aos aspectos doutrinários e aqueles voltados para as relações interpessoais. Não podemos nos descuidar, ainda, da formação específica para as tarefas que deverá assumir (de acordo com o perfil exigido pela tarefa), sem esquecermos a postura educacional: nem afastamento do jovem pelo rigor e desconfiança, nem paternalismo e o equí-voco de que o jovem tudo pode. Agradeço até hoje aos que me disseram “não” e me admoestaram com carinho e respeito. Notem os leitores o detalhe final da oportuna resposta: nem afastamento

do jovem pelo rigor e desconfiança, nem paternalismo e o equívoco de que o jovem tudo pode. O trecho transcrito define bem a postura ideal: nem excessivo rigor e des-confiança, nem tampouco paternalismo ou o equívoco da libertinagem. É o desa-fio que pede o discernimento do dirigente. Afinal, não somos imortais no corpo. Bre-ve deixaremos a vida na Terra, mas o tra-balho vai continuar, com ou sem a nossa presença. Não é mais prudente preparar continuadores? Por outro lado, o final da respos-ta também é igualmente oportuno e im-portante: Agradeço até hoje aos que me disseram “não” e me admoestaram com carinho e respeito. A humildade de Sandra é indicada tanto para os jovens atuais quanto à pos-tura dos dirigentes e coordenadores de nossas instituições. As observações de-vem vir saturadas de respeito e carinho; por sua vez, os jovens devem ponderar as razões dos “não” que recebem. Em tudo deveremos buscar equi-líbrio. Quando optamos pela indiferença, pela imposição ou pela descrença no va-

lor dos jovens, estamos atentando contra o futuro... Melhor valorizar, estimular e oferecer oportunidades.

E NOSSOS JOVENS? Orson Peter Carrara (*)

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(*) Articulista Espírita / Palestrante MATÃO/SP

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Maio / Junho 20144TEMA DAS PALESTRAS Segundas e Quintas às 20h

Domingo às 9h DATAS ESPÍRITAS

01/05/1864 - O Clero coloca as obras espíritas no índice de livros proibidos; 01/05/1880 - Nasce em Sacramento, MG, Eurípedes Barsa-nulfo 05/05/1927 - Nasce em Feira de Santana, BA, Divaldo Pereira Franco; 07/05/1878 - Nasce em Piracicaba, SP, Pedro de Camargo (Vi-nícius) ;07/05/1934 - A FEB é considerada de utilidade pública pelo decreto lei 4.765; 08/05/1952 - Nos Estados Unidos, teve início o periodismo espírita mundial, quando foi publicada a primeira folha espiri-tista: “The Spiritual Telegraph”;22/05/1885 - Desencarnação de Victor Hugo;22/05/1932 - Moços espíritas se reuniram em São Paulo e no Centro Espírita Maria de Nazareth constituíram o primeiro nú-cleo de mocidades espíritas do Brasil; 27/05/1832 - Nasce em São Petersburgo, Rússia, o cientista Alexander N. Aksakof, espírita e diretor de dois jornais de es-tudos psíquicos; 30/05/1431 - Joana D´Arc é sacrificada na fogueira pela In-quisição;01/06/1984 - Desencarnação de Hilpert Viana -Fundador do Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima;03/06/1925 - Desencarnação de Camille Flammarion 12/06/1902 Nasce Jésus Gonçalves, chamado de O Poeta das Chagas Redentoras , em Borebi, São Paulo; 14/06/1902 - Desencarnação da médium Linda Gazera, em Turim, Itália; 16/06/1966 - Desencarnação de Peixotinho; 17/06/1832 - Nasce o cientista William Crookes em Londres Inglaterra. Ficou famoso pelas pesquisas sobre materialização de espíritos; 24/06/1943 - Desencarnação de Ernesto Bozzano;26/06/1890 - Nasce a médium Linda Gazera em Roma, Itália; 28/06/1972 - Francisco Cândido Xavier responde a perguntas de alunos do Colégio Militar do Rio de Janeiro; 30/06/2002 - Desencarnação de Chico Xavier, o maior mé-dium espírita do Brasil, O Mineiro do Século;

EDITORA OTIMISMO www.editoraotimismo.com.br / http://editoraotimismo.blogspot.com.brSIBS - Qd. 03 Cj. C lt. 26 - Brasília/DF - cep.: 71736-303(61) 3386-0459 (seg à sex das 8h às 12h e de 13h às 18h)

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2ª Avenida Bloco 565 B Loja 01 - Núcleo Bandeirante

AGENDE-SEMaio

Junho

2014

01ESPAÇO FEDERATIVO / FEDF

07REUNIÃO DE DIRETORIA

08Dia da Família

29Reunião do Conselho Federativo

Distrital - CRD / FEDF

01Encontro de Trabalhadores e Fre-

quentadores GEABL

Palestra lítero-musical da obra “É

Tempo de Harmonia?” de Terezinha

de Jesus, explorando poeticamente

passagens de “O Evangelho segun-

do o Espiritismo”

Expositora: Terezinha de Jesus

04LANCHE BENEFICENTE

INSCRIÇÕES ONLINE

( www.atualpa.org.br )

JUN

HOM

AIO

01 Teresinha de Jesus LANÇAMENTO DA OBRA: “É TEMPO DE HARMONIA”.

04 Flávio Bastos “EM TORNO DA ADOÇÃO DE FILHOS” Minha Família, o Mundo e Eu/ Camilo/ Raul Teixeira.

05 Sérgio Castro

Dom

“AJUDAR O SEMELHANTE”, Horizontes da Mente - Miramez, psicografia João Nunes Maia.

08 Maurício Curi “A ÚLTIMA CEIA”, Boa Nova, Humberto de Campos, psicografia Francisco C. Xavier.

11 Fabiano Augusto

Seg

“MÃE”, Mãe, Antologia Mediúnica do Natal, Espíritos Diversos psicografia Francisco C. Xavier.

12 Carmelita Indiano

Quin

“MELANCOLIA DESTRONADA”, Horizontes da Mente - Miramez, psicografia João Nunes Maia.

15 Niraldo Pulcineli “A POSSÍVEL SAÚDE INTEGRAL” Em Busca da Verdade, Joanna de Ângelis, psicografia Divaldo Franco.

18 Cristina Leite

Seg

“A MÃE EDUCADORA QUE JESUS ESPERA NO LAR” Livro: A Arte Moral de Educar os Filhos.

19 Luiz Augusto

Quin

“VITORIOSOS NA DOR”, Justiça e Felicidade, Walter Barcelos.

22 Carlos Sá

Dom

“PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS”. “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec.

25 Adauto Santos

Seg

“DEVERES DOS FILHOS” Leis Morais da Vida, Joanna de Ângelis/ psicografia Divaldo P. Franco.

26 Saulo César

Quin

“ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA DIVINA”, Justiça e Felicidade, Walter Barcelos.

Warwick Mota “FRAGMENTAÇÕES MORAIS” Em Busca da Verdade, Joanna de Ângelis, psicografia Divaldo Franco.

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Vítor Ronaldo “EVOLUÇÃO MENTAL”, Horizontes da Mente - Miramez, psicografia João Nunes Maia.

Sérgio Castro CONTINUAÇÃO DO ESTUDO DO LIVRO “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec.

DIJ DIA DA FAMÍLIA

Carmelita Indiano “LIMITE DO TRABALHO. REPOUSO”. “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec.

Costa Júnior “ORAI PELOS QUE VOS PERSEGUEM”, Revista Internacional de Espiritismo,Lêda Maria.

LUIZ AUGUSTO “O PODER EDUCATIVO DO BOM EXEMPLO” Livro: A Arte Moral de Educar os Filhos, Walter Barcelos.

Roberto Versiani “A AUSÊNCIA DA PRÁTICA DO BEM”, Justiça e Felicidade, Walter Barcelos.

Carlos Sá “O CÉU E A FELICIDADE DOS ESPÍRITOS”, Justiça e Felicidade, Walter Barcelos.

Ricardo Honório “AS VINCULAÇÕES DOS MEMBROS DO LAR” Minha Família, o Mundo e Eu/ Camilo/ Raul Teixeira.

Saulo César “A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS”, Em busca do Mestre, Vinícius.

Fabiano Augusto “SÓ O ARREPENDIMENTO NÃO BASTA!”, Justiça e Felicidade, Walter Barcelos.

“BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS”. O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Niraldo Pulcineli “TRANSTORNOS DE CONDUTA NA FAMÍLIA”, Constelação Familiar/Joanna de Ângelis /Divaldo.

Warwick Mota

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Atualpa recebe confrades espíritas da América do Sul.Atendendo à solicitação do Conse-lho Espírita Internacional – CEI e da Federação Espírita Brasileira – FEB, nossa Casa recebeu nos dias 8 e 10 de março irmãos do Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai que es-tavam em Brasília cumprindo agenda de capacitação de trabalhadores es-píritas dos países da América do Sul.

No dia 8 os confrades participaram como ouvintes, com direito ao escla-recimento de dúvidas, da Assembléia Geral Ordinária do Atualpa, que deli-berava sobre as contas de 2013, bem como da prestação de contas daquele ano de todos os departamentos e dire-

toria. Foi um momento muito rico para trocas de experiências, apresentação das ações realizadas e em andamento, que tornou ainda mais gratificante a Assembléia.

No dia 10 os confrades retornaram à nossa Casa para conhecer, in loco, onde se dão as atividades que são desenvolvidas pelo Atualpa, tais como o albergue, os consultórios médico e dentário, a cozinha e refeitório, as salas de estudo da infância, juventude e do ESDE, a sala da Campanha Auta de Souza, o Bazar permanente Irmã Virgínia, a sala da oficina de costura, dentre outros setores de assistência, promoção social e de ações doutrinárias.

Agradecemos ao CEI e à FEB a oportunidade de recebermos os amigos e já esperamos sermos novamente brindados na próxima turma.

“Sabemos que, por causa do grau de imperfeição em que ainda nos encontramos, não conseguimos o equilíbrio e a paz duradoura nas nossas 24 horas do dia. No entanto, podemos e devemos garantir-nos, o mais tempo possível, voltados para o alto, na vertical em direção do mais alto, o que vai possibilitar assim uma atuação mais positiva e eficaz de grupos que se deslocam na esfera superior para ir ao en-contro da permanência do bem a todos que, imbuídos do desejo de melhorar-se e de ser instrumento útil nesse Universo imenso, atuem, dissolvendo animosidades, pensamentos e sentimentos difíceis que possam trazer transtornos futuros, bem como espalhando paz e certe-za na proteção daquele que nos criou para o bem e para a felicidade eterna.”

Hilpert Viana (espírito)

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Encarte do Jornal Brasília Espírita - Maio / Junho - 2014 Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima

O Evangelho é Je-sus falando ao nosso coração.

Mestre por ex-celência, pois exemplificava tudo o que falava, Jesus fez de sua Vida o mais belo poema de amor de que a história da humanidade tem notícia.

Pedagogo Divino, Sua didática se utilizava de versos, histórias e poesias para tocar o nosso cora-ção e iluminar a nossa mente com o propósito de nos revelar que Deus é amor e, assim, nos estimu-lar a amar como Ele nos amou.

Neste contexto, Jesus nos re-velou que a arte é a linguagem do sentimento que, aliada ao Evan-gelho, desperta em nós a mais su-blime emoção, estimulando-nos a fazer brilhar a nossa luz e sermos melhores a cada dia; estimulando--nos a enfrentar com destemor as provas e expiações do cotidiano; alimentando em nós a certeza e a fé na Vida Futura.

Eis a proposta do Encontro de Trabalhadores do Grêmio Espí-rita Atualpa neste ano em que se comemora o sesquicentenário da obra “O Evangelho segundo o Es-piritismo”: descortinar o consolo de passagens extraídas dessa obra singular por meio da arte.

A sua execução possui cinco momentos marcantes descritos no roteiro a seguir...

Momento 1: Apresentação das Salas de Exibição

Os participantes são direciona-dos a uma das cinco salas de exi-bição conforme o caso que haja selecionado para sua reflexão.

As referidas salas apresentarão artisticamente trechos extraídos da obra “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Os casos são extraídos de obras da literatura espírita e serão revelados na penúltima parte do encontro.

Na sequência, temos a relação dos casos por sala de exibição:

Sala de Exibição 1 – O Ca-minho, a Verdade e a Vida

Caso 1:“Joaquim Peixoto desencarna-

ra. Fora vítima de varíola hemorrá-gica. Sofrera muito. Acabara san-grando e com febre alta. De todos os acometidos na cidade, tinha sido o único que sucumbira.

Agora, após as orações da noi-te, José Lourenço, o amigo de

infância, recordava os aconteci-mentos daquele dia triste. O des-consolo da pobre viúva... As lágri-mas dos filhinhos órfãos...

Debatia consigo mesmo o ocor-rido. Era espírita. Compreendia muitas coisas. Entretanto, Joa-quim era moço e partira cedo de-mais. Vivia bem com a família. Vi-sitava os necessitados e socorria os enfermos. É verdade que não se ligara a religião nenhuma. Era, contudo, extremamente caridoso.”

José Lourenço não entendia por que o amigo desencarnara assim,

com tamanho tormento.

Sala de Exibição 2 – O Con-solador Prometido

Caso 2:“O moço estava melhor dos pul-

mões no hospital serrano em que se tratava. Mas a notícia do jor-nal era de estarrecer. O chefe da grande organização a que o rapaz servia, seguira para a Europa e o diário mencionava esta frase ter-rível, no corpo da notícia: _“Antes de viajar, o diretor despediu todos

os empregados.”O doente soou frio. Estava sem

trabalho... E agora, o que fazer?”

Sala de Exibição 3 – Apren-dendo a amar

Caso 3:“Era o filho único do casal. Criado com amor, porém com

férrea disciplina, muito criança ain-da, já se queixava da falta de liber-dade.

Crescia, desse modo, revolta-do, embora o constante carinho no lar.

Completando dezoito anos, fu-giu de casa, abolindo as obriga-ções afetivas. Declarava-se tolhi-do e cansado. (...)

Os anos correram. Ele prospe-rou. Adquiriu maiores experiên-cias. Ganhou abastança. Casou--se.

Conservava, no entanto, o ve-lho e amargoso ressentimento contra os pais...”

Sala de Exibição 4 – A Forta-leza da Fé Raciocinada

Caso 4:Berenice envidará inúmeros es-

forços para engravidar, confiando sempre na ajuda dos bons espíri-tos.

Certo dia, recebeu de seu gine-cologista a notícia que tanto espe-rava. Finalmente, estava grávida.

Todavia, ao longo de quatro meses sofreu consecutivos san-gramentos, recebendo orienta-ções médicas para se manter em repouso absoluto a fim de susten-tar a gravidez. Mesmo diante des-sa situação, Berenice continuou a confiar na assistência espiritual.

Quando entrou no 5º mês de gestação, foi informada por sua amiga de que, em reunião medi-única, os amigos espirituais pedi-ram lhe para avisá-la que conti-nuasse confiando em Deus, pois eles iriam ajudá-la.

Nesta mesma noite, acordou de madrugada com sangramento e teve de ser levada às pressas para o hospital. Aflita, perguntou--se: “Meu Deus! O que está acon-tecendo?”

Sala de Exibição 5 – O Cha-mado

Caso 5:“Sebastião Lobo, estimado mo-

torista, depois de afeiçoar-se ao Evangelho, fizera-se mais consa-grado à oração. Mas, justamente neste dia, Sebastião rixou com alguns colegas, perdeu a calma, abusou da velocidade, foi multa-do, desentendeu-se fortemente com o posto fiscal.

À noite, no instante das ora-ções, sentia-se envergonhado. E, ao avistar o seu mentor espiritual, insatisfeito consigo mesmo, disse em voz alta:

-Meu amigo, meu irmão, como proceder?”

Momento 2: Refletindo sobre a mensagem

Nesse momento, os participan-tes têm a oportunidade de refletir individualmente sobre o conteúdo das mensagens apresentadas nas

Expressando a Pedagogia do Amor

Conceição Cavalcante (*)

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Maio / Junho 20146 Encarte do Jornal Brasília Espírita

salas de exibição, descrever em um papel os sentimentos desper-tados ao assisti-las, e aplicar o seu conteúdo ao caso anteriormente selecionado. Após o que lerão a história completa do referido caso e compartilharão em grupo a re-flexão individual com aqueles que selecionaram o mesmo caso.

Momento 3: Aprendendo a expressar sentimentos

Os participantes escolhem a expressão artística com a qual mais se identificam (ex.: música; dramatização; poesia; artes plás-ticas; literarterapia) para trabalhar trechos previamente selecionadas da obra “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

Momento 4: Declarando Sen-timentos

É o instante de se registrar em uma frase, trova, canto ou poe-sia o significado do que se viveu durante o Encontro em resposta à pergunta: “O que o Evangelho Segundo o Espiritismo” represen-ta em sua vida?” Essas respostas serão fixadas em um mural e aqueles que quiserem, poderão externá-las publicamente.

Momento 5: Cantando para e com Jesus

Todos são convidados a cantar a seguinte canção:

O Homem(Música de Roberto e Erasmo

Carlos)

“Um certo dia um Homem esteve aqui

Tinha o olhar mais belo que já existiu;

Tinha no cantar uma ora-ção

E no falar a mais linda can-ção que já se ouviu.

Sua voz falava só de amor;Todo gesto seu era de amor

E paz, Ele trazia no cora-ção.

Ele pelos campos cami-nhou,

Subiu a montanha e falou do amor maior.

Fe a luz brilhar na escuri-dão

O sol nascer em cada cora-ção que compreendeu...

Que além da vida que se tem

Existe uma outra vida além,e assim,

O renascer, morrer não é o fim.

Tudo que aqui Ele deixouNão passou e vai sempre

existir;Flores nos lugares que pi-

souE o caminho certo pra se-

guir.

Eu sei que Ele um dia vai voltar

E nos mesmos campos pro-curar o que plantou;

E olhar o que de bom nas-ceu;

Chorar pela semente que morreu sem florescer.

Mas ainda há tempo de plantar;

Fazer dentro de si a flor do bem crescer

Pra Lhe entregar quando Ele aqui chegar.

Tudo que aqui Ele deixouNão passou e vai sempre

existir;Flores nos lugares que pi-

souE o caminho certo pra se-

guir.”

Ilustrando o Momento 4 do refe-rido roteiro com o depoimento de organizadores do Encontro:

“O que o Evangelho Segundo o Espiritismo” representa em sua vida?

Lucimar:

“Fez-se luz sobre os nossos co-rações naquele abril de 1864. Kar-dec, o professor dedicado e amo-roso, compila os ensinamentos dos espíritos superiores em mais uma obra: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, a chave para enten-der Jesus.

Para mim, o Evangelho na ale-gria é sublime; na dor, aconchego, acalanto. Archote divino em nos-sas mãos, iluminando os cami-nhos em direção ao Divino Mestre que aguarda todos nós, paciente e amorosamente.”

Samita:

“O Evangelho teve e ainda tem um papel fundamental em minha vida. Sempre o li e o estudei, seja no culto do lar ou nos estudos na casa espírita. Mas o evangelho só virou livro de cabeceira após um período difícil que passei na minha vida. Quando eu tinha entre 15 a 17 anos, minha mediunidade eclo-diu e comecei a ouvir muitas vozes

na hora de dormir e também via espíritos com frequência. Apesar de nascer no lar espírita, foi real-mente assustador. Para mim foi como respirar muito bem após um grande período com nariz entupi-do. No início eu tentava ignorar a mediunidade, hoje eu sei que foi a pior escolha. Quando eu via algum espírito e ele falava comigo, eu fin-gia que não o via e nem o ouvia. Mas durante a noite meu sono era perturbado pelas vozes distintas e eu demorava muito a dormir.

Um dia, após não conseguir pegar no sono por conta das vo-zes, eu me levantei de madruga-da e fui no quarto dos meus pais. Acordei minha mãe e contei a ela o que estava acontecendo. Minha mãe sabiamente falou: “Então lê o Evangelho antes de dormir.” Desde então virei leitora assídua do Evangelho, principalmente an-tes de dormir. As vozes foram di-minuindo e comecei a frequentar reunião de educação mediúnica, da qual até hoje participo.

Como leio com frequência o Evangelho, consigo lembrar das li-ções de Jesus em outros momen-tos de dificuldades e de alegria.”

Margarida:“O Evangelho Segundo o Espi-

ritismo” é o meu guia para o exer-cício do bem. É a trilha de harmo-nia para a canção da minha vida.”

Adolfo:“O Evangelho representa o en-

sinamento de Jesus Cristo com as elucidações trazidas pelos espíri-tos amigos e, como tal, representa uma bússola para orientar o meu caminho.”

Conceição:“Recordo-me que em todos os

momentos de aflição vividos em família, meus pais liam o Evan-gelho antes de orar e, logo após, rogavam o auxílio dos espíritos protetores para nos elucidar. Culti-vamos este hábito até hoje.

No Culto do Evangelho no lar, esta sempre foi a obra norteadora de nossos comentários.

Neste instante em que me orga-nizo para trabalhar artisticamente trechos dessa obra, percebo que as suas palavras ao serem lidas, interpretadas e vividas concentram as vibrações amorosas do Mestre Jesus, resgatando a sua presença entre nós.

Por isso, sinto que o Evangelho é como um farol que ilumina a mi-nha vida e de todos aqueles que se permitem abri-lo, lê-lo, estudá--lo e lutar por vivê-lo.”

(*)Articulista Espírita do GEABL , Coordenadora do Departamento de Arte e

Cultura Espírita - DACE

Visão de Eurípedes(Adaptação da história: “Visão de Eu-rípedes”, capítulo 27 do Livro “A Vida

Escreve”, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira e ditado pelo espírito

Hilário Silva).

Dorme o apóstolo de SacramentoE num suave desdobramento

É levado aos cumes da espirituali-dade.

Numa região de infinita beleza,Eurípedes Barsanulfo tem a certe-

zaQue o ampara algum anjo de

bondade.

E o Benfeitor ao caminharConsegue alguém avistar,

Um homem iluminado e em me-ditação.

Quem seria afinal?Seria alguém especial?

O ser tem o rosto coberto pelas mãos.

Eurípedes sente que não deve avançar

E de imediato o ser deixa-se mos-trar:

Era o Cristo, era Jesus!O jovem não sabia o que dizer,

Jamais sonhara ter o prazerDe estar à frente do Homem Luz!

Mas o Rabi estava chorando,O apóstolo não estava sonhando,Cristo tinha um pesar profundo.

Eurípedes, comovido, tenta ajudarE a certa altura vai indagar:

“Choras pelos descrentes do mun-do?”.

E o Messias gentil e melancólico,Naquele local bucólico,

De belezas que iluminam,Olhando-o fala que chora

Pelos que perdem suas horas,Que conhecem o Evangelho e

não o praticam!

Eurípedes sem dizer nada,Desperta em plena madrugada

Sem mais conseguir dormirE sem contar nada a ninguém,

Vivenciou somente o bemAté o fim de o seu breve existir!

Herlen Lima

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Eurípedes Barsanulfo

Contempla, mãe, o lar que se Constela

De esperança, De paz e De beleza.

na sublime ampliDão, na luz aCesa

Da imensiDaDe azul, estranha e bela!...

anjo na Cruz De espinhos Da

tristeza,VenCe o frio Da Dor que te

enregela

e ergue os olhos, aCima Da proCela,

Da amargura, Da sombra e Da inCerteza!...

além Da angústia que te aflige os passos,

Verás teus filhos nos DiVinos braços,

no milagre Da fé serena e forte!...

e sentirás, enfim, Ditosa e Crente,

que teus filhos te busCam DoCemente,

estenDenDo-lhe as mãos, além Da morte!...

Homenage

m às

Mães

MÃE, FITA O CÉU

Vallado Rosas (do livro Mãe, Chico Xavier)