Evangelho de Mateus

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O Evangelho de MaTiTheYâHû (Mateus)ste estudo tem a finalidade de apresentar a verdade sobre a língua original,autoria e autenticidade do Evangelho que leva o nome de Mateus (original

em hebraico: MâTiTheYâHû). Em primeiro lugar extraímos do livro:Christianismo, do autor Yogi Ramacharaka, Editora Pensamento, 1941, SãoPaulo, SP. Terceira Edição, pág. 40, o seguinte texto:

“Com outros termos, queremos dizer que não ha crítico, por maisconservativo que seja, que affirme (sic) que o Evangelho de S. Matheusseja outra cousa mais do que um desenvolvimento, uma elaboraçãomais dilatada dos escriptos (sic) primitivos de S. Mateus, feito muitosannos (sic) antes da compilação do atual.” ( 1 )

Até que ponto é verdadeira a afirmação deste autor? Pode ser provado, porautores mais modernos e autores cristãos as mesmas declarações? Ao fazermosuma pesquisa séria, honesta e descomprometida de todo ou qualquer dogma,notamos de início que existe uma quase unanimidade entre os eruditos eestudiosos da crítica textual em estabelecer a verdade de que o Evangelho deMâTiTheYâHû (Mateus), como o encontramos na atualidade, é umdesenvolvimento, ou melhor um “outro” evangelho, diferente do original escritopor Mateus.

Este estudo é em primeiro lugar para comprovar ou não, se a maioriaconcorda com a afirmação de que o Evangelho original era menor, e que a versãoque temos agora é uma ampliação ou dilatação do anterior; em segundo lugar épara compreender a totalidade dos fatos relacionados com o assunto pesquisado.Se for verdade que o Evangelho de MâTiTheYâHû, como se encontra naatualidade nas Bíblias modernas, é um “outro” Evangelho e não o original. Então,algumas perguntas tornam-se necessárias, por exemplo: Como ocorreu essamudança? Com que propósito? Quem foi que introduziu essas mudanças?Principalmente: Em que língua foi escrito o Evangelho Original? De que maneiraestas respostas, afetariam a fé na verdade?

A Língua do Evangelho Original

Em que língua, ou idioma, foi escrito o Evangelho Original deMâTiTheYâHû? É difícil para nós parar de pensar sobre esta fascinante questão,estamos propondo uma mudança na maneira de ver as coisas, e nesta nova visãoacreditamos que terá grande importância a descoberta da língua original do queconhecemos como o primeiro evangelho. Nossa preocupação com essa questão érelevante, pois mostra que existem fatos históricos desconhecidos para muitaspessoas. Por exemplo: é incrível comprovar que a maioria das pessoas vive a fécomo se Concílios, como Nicéia, Trento, Calcedônia e outros nunca tivessem se

1 A sigla “sic” indica que estamos transcrevendo a fonte citada do livro, com a mesma linguagemem que está escrita, por exemplo, note-se que o livro citado é de 1941, nesse ano o português seescrevia dessa maneira.

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realizado, vivem ignorando que esses Concílios tiveram grande influência no quehoje conhecemos como “cristianismo”.

Nossa primeira citação refere-se justamente à língua original que se falavana Palestina na época do MâShîaH (Messias).

“A língua Aramaica - Esta era a língua comum da Palestina...Depois do retorno do cativeiro babilônico ela foi substituindogradualmente o Hebraico como língua comum falada pelo povo. Ela eraa língua da Síria, muito similar ao Hebraico”. The Bible HandbookSeries, Revised Edition, Henry H. Halley, Ed. Regency, GrandRapids, Michigan, 1962, pág. 31

Notamos, portanto, que a língua falada no primeiro século era o Aramaico.O próprio Messias, o Senhor, falava esse dialeto. Falando dos Evangelhos aEnciclopédia Delta Larousse, Vol. IV, 2a Edição, Rio de Janeiro, 1968, napágina 1812, diz o seguinte:

“O primeiro, obra de São Mateus, exibe o cristianismo como umdesabrochar do mosaísmo... Trata-se de um teólogo vigoroso, quesubordina o histórico ao doutrinário. Escrevia em aramaico - a línguado próprio Cristo - em torno do ano 60...”

Que o Mestre da Galiléia falava o Aramaico está também documentado naEnciclopédia Cattolica, Vol. I, pág. 1763. Isto significa o seguinte: Se o Mestrefalava e ensinava a seus apóstolos e ouvintes em Aramaico, devemos então fazer acontextualização, ou seja, colocar as palavras e ensinos no ambiente do primeiroséculo, no idioma falado na Palestina no primeiro século. Diante das investigaçõespodemos afirmar com certeza que o Evangelho Original de Mateus foi escritoem Aramaico. Vejamos mais uma declaração, agora dos monges da Bélgica:

“MATEUS - cujo verdadeiro nome é Leví, coletor de imposto antesde ter sido chamado... redigiu seu Evangelho em aramaico (dialeto dohebraico), segundo uma antiqüíssima tradição, no ano 60...” BíbliaSagrada, Editora Ave Maria, Versão dos monges de Maredsous(Bélgica), 106a Edição Claretiana, 1996, pág. 43 do NovoTestamento. (2)

A mesma declaração, ou seja, que MâTiTheYâHû escreveu em aramaico,pode ser encontrada na Bíblia de Jerusalém, Edições Paulinas (Editora Católica),3a Edição, 1984, pág. 12. Vejamos.

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“Mateus... pertencente ao colégio dos doze apóstolos... escreveuo primeiro; redigiu-o na Palestina... e sua obra composta em “línguahebraica”, isto é, em aramaico; foi depois traduzido para o grego...”

No quarto século, Jerônimo afirma a mesma verdade em três de suas obras:No Comentário a São Mateus, Livro II, capítulo XII, na obra: De VirisInlustribus, capítulo 3, e na Carta ao papa Dâmaso a propósito da tradução daVulgata. O interessante é que Jerônimo também afirma que o Evangelho deMâTiTheYâHû em aramaico foi posteriormente traduzido para o grego e não sesabe quem foi o autor (ou autores) da nova versão grega. Para comprovar nossaafirmação, vejamos o texto de Jerônimo na obra De Viris Inlustribus:

“Mateus, também chamado Leví, e que de publicano se tornouapóstolo, primeiro de tudo produziu um Evangelho de Cristo na Judéia,na língua e nos caracteres hebraicos (Aramaico)... Não se tem suficientecerteza de quem o traduziu mais tarde para o grego... os Nazarenos,que usam este Volume, na cidade de Beréia, permitiram-me tambémcopiá-lo”. Tradução do texto latino editado por E. C. Richardson epublicado na série em alemão: Texte und Untersuchungen zurGeschichte der Altchristlichen Literatur. Vol. 14, Leipzig, 1896,págs. 8-9.

Notamos algumas declarações importantes, feitas no quarto século: (1) OEvangelho de MâTiTheYâHû, o original, foi escrito em Aramaico (dialeto doHebraico). (2) A tradução para o grego foi posterior. (3) Não se conhece otradutor do texto para o grego. (4) Os Nazarenos que moravam em Beréia tinhamum exemplar do Evangelho em Aramaico.

A seguir inserimos um outro documento que vai esclarecer melhor o que foidito por Jerônimo:

“Segundo Papias (60-135), bispo da cidade grega de Hierápolis.Mateus escreveu primeiro ”em língua hebraica” sendo depois traduzidopara o grego. O que Papias chamou de hebraico era o aramaico, idiomafalado na Palestina desde o século 6 a. C....” Revista: Globo Ciência,Dezembro, 1997, pág. 40.

Portanto, em nossa pesquisa, até este momento, temos o testemunho dePapias e Jerônimo, entre os chamados “pais da igreja”, ou seja, como eramconhecidos os escritores cristãos dos primeiros quatro séculos. (2)

2 A época “patrística” é nomeada dessa maneira pelos historiadores, especialmente entre ospesquisadores de História Eclessíastica, porque corresponde aos 4 primeiros séculos e entre essesescritores pelo menos quatro declaram que MâTiTheYâHû (Mateus) escreveu em Aramaico.

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A Enciclopédia Globo, 21a Edição, 1984, no verbete Aramaico, explicaque na época do Messias (1o século) havia um Aramaico chamado peloshistoriadores de Aramaico-palestinense, muito diferente do Babilônico, doPalmiriano e de outros.

Na Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria, Versão dos monges de Maredsous[Bélgica], 106a Edição Claretiana, 1996, encontramos uma cronologia que forneceas datas dos escritos do Novo Testamento, no ano 50 d.C. podemos ler estaafirmação:

“Por volta de 50, consignação por escrito do evangelho oral: oMateus aramaico e a coleção complementar”. Quadro cronológico doNovo Testamento, pág. 691 na Bíblia Sagrada, Editora Ave Maria,Versão dos monges de Maredsous [Bélgica], 106a EdiçãoClaretiana, 1996.

Continuando na ordem cronológica, ou seja, avançando 15 anos, isto é, noano 65, encontramos uma outra afirmação que se refere ao ano em que a traduçãodo Evangelho de MâTiTheYâHû para o grego foi feita: “O Evangelho grego deMateus...” O que demonstra que entre o original e a tradução para o grego houveum intervalo de 15 anos.

As pesquisas apontam para uma única conclusão: A língua era oARAMAICO.

A Bíblia de Estudo Almeida, Revista e Atualizada, SBB, 1999, na página13 do Novo Testamento, declara: “vem-se discutindo a possibilidade de que [Mateus]fora redigido inicialmente em aramaico e traduzido mais tarde para o grego.”

Uma pergunta importante deve ser respondida a esta altura: Por queMâTiTheYâHû teria tanto interesse em escrever o seu Evangelho em Aramaico?Lemos na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. III, pág, 69, noverbete “Arameísmo” o seguinte, que serve como resposta a nossa pergunta:

“Termo peculiar ao dialeto aramaico ou sírio-caldiano, falado pelopovo no tempo de Cristo, e por ele próprio”.

A revista: Globo Ciência de Dezembro de 1997, pág. 41, esclarece aindamais:

“[O Messias] não falava ao povo em hebraico, como muitospensam, mas num idioma que hoje está quase extinto; o aramaico... Nacomunicação comum do dia-a-dia, desde a época do exílio na Babilônia

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(586-538) a.C.), só se usava o aramaico ... [O Messias] comunicava-seem aramaico “. (3)

Estes dois documentos, entre muitos outros em nosso acervo, respondem aquestão. A razão pela qual MâTiTheYâHû escreveu em aramaico foi paraconservar a língua falada pelo MâShîaH (Messias). Unicamente dessa maneirapoderia ser original, autêntico ao conteúdo e significado das palavras, poissabemos que ao fazer uma tradução para outra língua o sentido original se perde.

Um autor evangélico (batista) fez duas afirmações: (1o) - Que o MâShîaH(Messias) de YiSeRâ‘êL (Israel) falava com o povo em Aramaico. (2o) - Que astraduções não correspondem com toda fidelidade ao original.

“Dalman provou, por exemplo, que [O Messias] falava o aramaicoda Galiléia”. Obra: Jesus Cristo no Panorama da História,Reynaldo Purim, Editora JUERP, 1979, págs. 84-85,

E acrescentando uma importante afirmação, na página 85, diz:

“Traduções nunca podem substituir o original”.

Temos, então, as provas de que o MâShîaH (Messias) se comunicava comseus discípulos e com o povo, em Aramaico:

“O Talmud Palestinense em Aramaico conserva a língua falada naPalestina, fato referido pelas palavras aramaicas registradas nosEvangelhos, como pronunciadas pelo Messias na sua língua materna”.Enciclopédia Italiana, Ed. 1949, Vol. II pág. 952.

E diante destas provas, devemos começar a entender a razão fundamentalpela qual MâTiTheYâHû escreveu seu Evangelho na linguagem usada peloMestre da Galiléia, ele escreveu em Aramaico, para conservar o original emtoda sua pureza.

Se sabemos que uma tradução nunca pode substituir o original, vamosentender porque houve uma forte oposição dos primeiros discípulos aoEvangelho posterior em grego de MâTiTheYâHû. Uma oposição que criouconflitos e resultou em dois pensamentos antagônicos.

No documento citado na página 3 (estudo 15), Jerônimo afirmava que osNazarenos, lhe emprestaram um exemplar do Evangelho de MâTiTheYâHû emAramaico. Um autor católico reconhece a obra de Jerônimo de cita tambémEpifânio, vejamos: 3 Os colchetes [...] foram acrescentados para ter uma melhor compreensão do texto citado.

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“A respeito dos livros usados pelos nazarenos em suassinagogas, tanto Jerônimo como Epifânio estão inclinados a identificar oseu Evangelho como o de Mateus”. - Citação do livro: A Igreja daCircuncisão - História e Arqueologia dos judeus-cristãos,Bellarmino Bagatti, Editora Vozes, 1975, pág. 45.

Conclusão

Diante da documentação apresentada, na forma de um resumo, pois no acervo daCasa temos muitos documentos, fica comprovado que MâTiTheYâHû escreveuo Evangelho que leva seu nome em ARAMAICO, a versão grega que temos naBíblia na atualidade (traduzida para o português) é uma obra posterior, escritapor autor ou autores desconhecidos.

Pesquisa Bíblica e Histórica Realizada Pela:Casa de Estudos Nazarenos

[email protected]://planeta.terra.com.br/arte/beithnazarenos/