Evangelho de Marcos - Lição Introdutória

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ESCOLA DOMINICAL IGREJA DE CRISTO EM ITU EVANGELHO DE MARCOS Escola Dominical de Itu 1 Conteúdo programático 1. INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MARCOS 2. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS (1:1-13) 3. O MINISTÉRIO NA GALILÉIA (1:14-7:23) 4. O MINISTÉRIO EXPANDIDO (7:24-9:50) 5. A VIAGEM A JERUSALÉM (10:1-13:37) 6. A PAIXÃO DE JESUS (14:1-15:47) 7. A RESSURREIÇÃO E AS APARIÇÕES DE JESUS (16:1-13) 8. O MINISTÉRIO DE JESUS - O NOSSO MINISTÉRIO (16:14-20)

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ESCOLA DOMINICAL – IGREJA DE CRISTO EM ITU

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Conteúdo programático

1. INTRODUÇÃO AO EVANGELHO DE MARCOS

2. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS (1:1-13)

3. O MINISTÉRIO NA GALILÉIA (1:14-7:23)

4. O MINISTÉRIO EXPANDIDO (7:24-9:50)

5. A VIAGEM A JERUSALÉM (10:1-13:37)

6. A PAIXÃO DE JESUS (14:1-15:47)

7. A RESSURREIÇÃO E AS APARIÇÕES DE JESUS (16:1-13)

8. O MINISTÉRIO DE JESUS - O NOSSO MINISTÉRIO (16:14-20)

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Lição 1 INTRODUÇÃO GERAL AO EVANGELHO DE MARCOS

Introdução O evangelho de Marcos segundo a maioria dos especialistas foi escrito primeiro entre os evangelhos canônicos, e seu conteúdo serviu de base para os outros evangelhos. O relato deste evangelho é simples e direto. Com raras exceções, Marcos é o evangelho da ação e não dos longos discursos. Marcos troca rapidamente de cena, e o conectivo muito explorado pelo autor é “imediatamente”. Jesus é apresentado ao leitor do evangelho como estando sempre em movimento: curando,expulsando demônios,confrontando adversários,e instruindo os discípulos. Marcos é um evangelho curto, dinâmico, simples, prático e muito profundo. Tem sido muitas vezes o primeiro a ser traduzido para novas línguas no campo missionário.

I. AUTOR DO EVANGELHO

1. Como os outros evangelhos e muitos livros do N.T. o título “Segundo Marcos” não faz parte do texto original e das cópias mais antigas. Ao que parece os títulos vem nas cópias do 2º século para diferenciar das narrativas dos outros evangelhos.

2. O testemunho mais antigo em favor de Marcos é de Papias (130 d.C.). O historiador da igreja, Eusébio registra a afirmação de Papias, de que Marcos teria sido interprete de Pedro e que teria registrado por escrito a pregação de Pedro sobre Jesus.

3. Escritores cristãos posteriores confirmam que Marcos foi o autor do segundo evangelho e que ele dependia de Pedro quanto às suas afirmações: Justino Mártir (150 d.C.) cita o Evangelho de Marcos como sendo “memórias de Pedro”. Irineu (180 d.C.) concordou com Papias,mas acrescentou que Marcos escreveu depois da morte de Pedro, Já Clemente de Alexandria (200 d.C.) dizia que Pedro estava ainda vivo quando Marcos escreveu. Não se ouvia voz diferente na igreja primitiva, no que diz respeito a autoria de Marcos.

Quem era Marcos? (João Marcos)

1. Seu nome hebraico era João (o Senhor tem sido gracioso), mas o conhecemos pelo seu nome romano, Marcos (guerreiro). Possivelmente morou em Jerusalém com sua mãe, Maria (At 12:12) e é possível que tenha testemunhado alguns acontecimentos do ministério de Jesus em Jerusalém. Alguns o identificam na narrativa de Mc 14:51,52.

2. Pelas cartas de Paulo sabemos que ele era primo de Barnabé (Cl 4:10) e que teve uma participação ativa no trabalho missionário na igreja.(Fm 24;2Tm 4:11). Embora tenha desertado de sua primeira missão juntamente com Paulo e Barnabé (At 12:25;13:5,13). Foi pivô da discussão e separação de Paulo e Barnabé, mas integrou a equipe de Barnabé (At 15:37-39).Como visto nas cartas Paulinas Paulo se reconcilia e reconhece o valor de Marcos.

3. A tradição cristã afirma que ele acompanhou Pedro em seu ministério como intérprete. Mesmo não tendo informações exatas sobre isto,mas há indícios bíblicos que apontam neste direção (1Pe 5:12,13)

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II. LOCAL E DATA

A. Roma - A localização mais provável da escrita e mais confiável pelas evidências.

1. Uso frequente de palavras latinas: Legião (5:9), Centurião (15:39), pretório (15:16), executor (6:27), quadrante (12:42)(moeda romana).

2. Explicações costumes judaicos (Mc 7:1- 4), e tradução de expressões aramaicas (Mc 3:17;5:41;7:11,34;14:36;15:34)

3. Menção de Alexandre e Rufo - Filhos de Simão de Cirene, que carregou a cruz de Cristo. Rufo pode ter tido contato com Marcos em Roma (Paulo menciona ele ao escrever aos romanos –Rm 16:13. Esta menção pode significar que eles eram conhecidos em Roma.

4. Menção da cidade de Roma - O apóstolo Pedro menciona no fim de sua epístola (1Pe 5:13) a cidade de Babilônia,símbolo para a cidade de Roma (Ap 14:8;16:19;17:5;18:2,10,21)

B. Antes de 70 d.C. :

1. A destruição do Templo é profetizada por Jesus antes de ter acontecido (Mc 13:1-2) 2. Jesus fala sobre o templo como ainda estando de pé (Mc 12:35,47) 3. Pedro esteve em Roma por volta dos anos 50 - 60 d.C. segundo a tradição cristã primitiva. 4. Pela menção de Rufo (Rm 16:33) se o de Marcos é o mesmo de Romanos,então é provável que

seja entre 56 e 66 d.C. Também as datas de Atos e dos sinóticos (se são posteriores a Marcos) confirmaria esta estimativa.

III. PROPÓSITO

1. Propósito histórico- Com a morte de muitas testemunhas oculares dos ensinos e feitos de Jesus, tornou –se necessário um registro histórico para os gentios destes fatos.

2. Propósito consolador - Visa fortalecer os cristãos que estavam padecendo perseguição por parte do império romano. Talvez escrito entre as mortes de Pedro e Paulo (ou depois da morte de Pedro). Nero estava perseguindo cristão e os culpando pelo incêndio de Roma.

3. Propósito cristológico – Marcos pretende mostrar que Jesus é o Filho de Deus e como tal veio como redentor da humanidade. Concentra-se na atividade de Jesus, especialmente em seus milagres e paixão. O autor enfatiza a filiação de Jesus com Deus.

4. Propósito Evangelístico- No início do evangelho (Mc 1:1) observamos o objetivo evangelístico do Autor. Ele fala do “evangelho”, o sofrimento, paixão de Jesus, mostra a intenção de levar aos cristãos as boas novas de salvação.

IV. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO EVANGELHO DE MARCOS

1. Um Evangelho de ação - Marcos tem movimento. É o mais curto dos evangelhos e conciso. Registra pouco ensino e enfatiza os milagres de Jesus. As ações são narradas em ritmo veloz (mais de 40 vezes usa a palavra “imediatamente”).

2. Um Evangelho de emoção - O livro registra as emoções e respostas dos ouvintes de Jesus. São registradas 23 expressões emotivas dos ouvintes de Jesus. Também registra as emoções de Jesus.

3. Um Evangelho de serviço - Jesus socorreu os estranhos, libertou os mudos, alimentou os famintos e censurou os radicais.

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4. Um Evangelho da cruz - O maior serviço de Jesus foi sua morte na cruz. Cerca de 40% de Marcos trata da última viagem de Jesus a Jerusalém e os acontecimentos consecutivos. Marcos só perde para João na quantidade espaço dedicado a estes acontecimentos.

5. Um Evangelho de vivacidade - O livro relata até os gestos pessoais de Jesus. O estilo é vigoroso e comovente.

V. 1COMO MARCOS APRESENTA JESUS ? A. Percebemos dois retratos de Jesus no Evangelho de Marcos: 1. Jesus, o Messias e 2. Jesus, o

Filho do Homem. No primeiro momento, o ambiente predominante é o da Galileia enquanto, no segundo momento, Jerusalém passa a ser o espaço em foco. O itinerário proposto por Marcos deixa transparecer, na maneira como divide a história de Jesus (Galileia e Jerusalém), sua concepção teológica da salvação que escapa das mãos dos judeus incrédulos para os gentios que creem.

B. A estrutura geográfica-teológica de Marcos realça a natureza cristológica do evangelho. No primeiro momento (1,1-8,26), há alusões esporádicas ao significado da pessoa de Jesus (1:34; 2:10,17b,19,28; 3:11; 4:41 ). Não há referências à necessidade, para a salvação, de sua morte e ressurreição – tema para o segundo momento (8:27-31; 9:2ss; 12,31,41; 10:33s.45 etc.).

VI. ESBOÇO SIMPLIFICADO

1. O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS (1:1-13)

2. O MINISTÉRIO NA GALILÉIA (1:14-7:23)

3. O MINISTÉRIO EXPANDIDO (7:24-9:50)

4. A VIAGEM A JERUSALÉM (10:1-13:37)

5. A PAIXÃO DE JESUS (14:1-15:47)

6. A RESSURREIÇÃO E AS APARIÇÕES DE JESUS (16:1-13)

7. O MINISTÉRIO DE JESUS - O NOSSO MINISTÉRIO (16:14-20)

1 Carlos Cunha. Introdução ao Evangelho de Marcos: Características especiais. http://teologiadefronteira.wordpress.com/2012/09/03/

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Lição 2

O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE JESUS (1:1-13) Introdução

Um estudioso afirmou que o Evangelho de Marcos não é uma argumentação, nem uma discussão, mas uma proclamação. Este evangelho começa com quatro vozes que proclama a Jesus Cristo. Marcos é o primeiro (1:1),depois o profeta Isaías (1:2-3),em seguida João Batista (1:4-8), e finalmente o próprio Deus Pai (1:11). De que maneira Marcos identifica Jesus? O evangelista registra o testemunho de várias fontes fidedignas para garantir que Jesus é tudo o que dizia ser

I. O INÍCIO DA HISTÓRIA (1:1) A. O primeiro versículo de Marcos é tanto o título do livro como uma síntese de todo o seu

conteúdo.Para Mateus e Lucas o “início” da narrativa do evangelho é o nascimento de Jesus. Marcos e João preferem começar o “início”com o ministério de Jesus.

B. J. Vernon McGee diz que há três começos mencionados na Bíblia:

1. No princípio era o verbo (Jo 1.1). Esse princípio está antes do tempo, no bojo da eternidade.

Ele não pode ser datado.

2. No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1). Esse começo é quando nos movemos da

eternidade para o tempo.

3. Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus (Mc 1.1). Esse princípio começa

quando Jesus Cristo se fez carne. Jesus Cristo é o evangelho. Esse princípio pode ser datado

C. Cada palavra deste primeiro versículo é repleta de significado e importância:

Princípio – Enfatiza que Deus é o ponto de partida para a Salvação. Toda a iniciativa salvadora é de Deus.

Evangelho – Palavra grega que significa boas noticia. São as boas noticias da morte,sepultamento e Ressurreição de Jesus Cristo narrada nos quatro livros chamados de “Evangelhos”.

Jesus – Jesus é a forma grega do hebraico Josué que significa: “O Senhor é Salvação”.

Cristo – Significa “ungido”, Messias em hebraico. Jesus é o nome humano do Senhor (Mt 1:21;Lc 1:31) e Cristo é a designação de sua função (Dn 9:25-26)

Filho de Deus – Este é o tema principal de Marcos. Marcos progressivamente mostra e comprova o caráter messiânico e divino de Jesus.

D. O começo do Evangelho de Marcos é uma síntese de todo o livro. Marcos sisntetiza o evangelho numa pessoa: Jesus Cristo. O evangelho está centralizado na pessoa de Jesus Cristo. O conteúdo do evangelho é Jesus Cristo: sua vida, obra, morte, ressurreição, governo e segunda vinda.

II. O PREPARADOR DO INÍCIO (1:2-8) A. As profecias sobre João Batista - Marcos relaciona o início do evangelho de Jesus com

o ministério de João Batista. João Batista foi o precursor do Messias profetizado por Isaías (40:3) e Malaquias (3:1) .O que eles profetizam sobre o trabalho de João Batista?

1. Ele vai adiante do Senhor, abrindo o caminho (1.2) - Na Antiguidade, antes de um rei ir visitar alguma parte de seu reino, era costume enviar adiante dele um mensageiro para preparar o caminho. O trabalho do mensageiro era providenciar para que as estradas fossem reparadas e também preparar as pessoas. João Batista faz isso chamando a nação ao arrependimento e a se preparar para a vinda do Messias – Jesus.

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2. Ele é voz que clama no deserto (1.3). João Batista, embora seja da classe sacerdotal, um levita,

foi chamado por Deus para ser profeta. Ele não prega no templo nem nas praças da cidade

santa para a elite judaica. Ele prega no deserto da Judéia. Por que ele escolhe pregar no deserto.

Algumas possíveis razões: Evitar distrações

Chamar a atenção do povo

Romper com a hipocrisia da elite religiosa

3. Ele prepara o caminho do Senhor (1.3). O trabalho de João Batista era preparar o caminho para Jesus. O verbo preparar está no imperativo, representando que João está falando como um general aos seus comandados

B. A pregação de João Batista – João Batista é um profeta profetizado no Antigo Testamento que profetiza na transição da Velha para a Nova Aliança.Sua mensagem constava de duas verdades fundamentais:

A superioridade de Jesus – “aquele que é mais poderoso do que eu”

A superioridade da obra de Jesus - “ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo” C. O batismo de João Batista – Por que João Batizava? Qual a relação entre o batismo de

João Batista e o batismo de Jesus?

1. João Mesmo afirmou a superioridade do batismo de Jesus em relação ao seu batismo (v.8) 2. O batismo de João era transitório e incompleto. Seria substituído pelo batismo em Jesus. O

batismo de João confessava pecados, o batismo em Jesus devia confessar Jesus. 3. Os batizados no batismo de João depois do Pentecostes são orientados e batizados no

batismo em Jesus (At 18:25,26;19:1-7) 4. O batismo em Jesus é ordenado após a obra redentora de Cristo ter sido consumada na Cruz

(Mc 16:15-16) D. O sucesso do Ministério de João Batista – Por que João obteve tanto sucesso na sua

pregação? Podemos notar algumas marcas do ministério bem sucedido de João: João era autêntico – Ele viveu o que pregou – (Jo 3:26-30) João era humilde (Jo 3:26-30) João era estranho- Vestia roupas esquisitas, comia comidas estranhas e pregava num local inóspito.

João era pregador de uma única mensagem- Jesus (Jo 1:29) E. João era um bom modelo de servo de Cristo. Ele tinha uma missão e foi fiel a ela até o fim.

III. A CONFIRMAÇÃO DO INÍCIO (1:9-11) A. O batismo de Jesus é um marco na transição do Ministério de João para o ministério de

Jesus. Após este evento o foco passa a ser Jesus.

B. O batismo de Jesus por João levanta muitas questões. Por que Jesus foi batizado? Há uma relação entre o batismo de Jesus e o nosso?

C. O batismo de Jesus certamente não tem nada a ver com perdão de pecados, Jesus nunca pecou (Hb 4:15).O batismo de Jesus,como Ele mesmo afirma foi para cumprir “toda a justiça de Deus” (Mt 3:15) Esta frase pode significar cumprir “toda a vontade de Deus”.Vejamos como:

1. Um batismo de identificação ( Jo 1:29-34)- João pode identificar Jesus após o batismo. O

povo também poderia identificar que Jesus era o esperado.

2. Um batismo de afirmação (v.11) – Deus o Pai fala dos céus que Jesus é o Filho amado, o

Espírito Santo aparece em forma corporal. Toda a Trindade testifica da Divindade de Jesus e da Sua escolha e confirmação.

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3. Um batismo de capacitação – As profecias do Velho Testamento diziam que o Messias seria

ungido com o Espírito Santo (Is 42:1;61:1)O batismo de Jesus significou a sua unção com o Espírito Santo.

D. O batismo de Jesus não explica ou exemplifica o propósito do batismo Cristão. Apenas se relaciona na questão de cumprir “toda a justiça de Deus”, ou seja, nos batizamos para cumprir a vontade de Deus para o perdão de nossos pecados e a salvação. Jesus não se batizou por estes motivos. Ele mesmo era a fonte de perdão e salvação.

IV. A AMEAÇA DE FIM DO INÍCIO (1:12-13) A. A Tentação de Jesus é um evento significativo e um tanto enigmático. Por que Jesus foi

tentado pelo diabo, se Ele mesmo expulsa o diabo várias vezes em seu Ministério? Por que Deus permitiu que Ele fosse tentado? Qual o significado de Sua tentação? Jesus poderia pecar?

B. Alguns aspectos da tentação de Jesus são importantes para esclarecer e responder estas questões e nos mostrar o caminho da vitória para a tentação.

1. A realidade da tentação- A tentação de Jesus foi real e não hipotética (Hb 4:15). Apesar da resistência de alguns estudiosos, a Bíblia afirma que Jesus foi de fato tentado pelo diabo e poderia pecar. Outro fato significativo é que nos sinóticos é dito que o Espírito Santo foi quem conduziu Jesus ao deserto para ser tentado (Mt 4:1;Mc 1:12;Lc 4:1). Não foi um ataque do Diabo a um Messias despreparado, mas o ataque do Filho de Deus no terreno do Inimigo.

2. O Simbolismo da tentação- Podemos ver um simbolismo paralelo da tentação de Cristo com os períodos de provação na história judaica.

O povo de Israel fracassou ao ser testado no deserto por 40 anos – Jesus venceu a tentação no

deserto após 40 dias.

O 1º Adão falhou ao ser tentado pelo diabo— O 2º Adão (Jesus) foi vitorioso contra o diabo. 3. O propósito da tentação- Por que Jesus foi tentado? Algumas razões:

Para apresentar a sua perfeita humanidade

Para ser nosso exemplo e socorro (Hb 4:14-15)

Para vencer o Diabo 4. A vitória sobre a da tentação- Eu acredito que outra razão para este evento ser registrado

É para nos ensinar como vencer as tentações de satanás. Note como Jesus venceu a tentação:

Jesus estava cheio do Espírito Santo (Lc 4:1)

Jesus passou tempo em oração e Jejum (Mt 4:2)

Jesus usou a Espada da Palavra de Deus para defender-se e atacar o Diabo (Mt 4:4,7,10)

CONCLUSÃO

O Evangelho de Marcos inicia mostrando a identidade de Jesus como Messias confirmada pelas profecias, proclamada por João Batista e testemunhada por Deus.

Em Marcos Jesus é apresentado como o Messias Divino dos profetas (Jeová) e o ao mesmo tempo como Homem que se submete a vontade de Deus no batismo e na luta contra a tentação.

O início de Marcos mostra que Deus é o iniciador, o originador de tudo (criação,redenção,etc). Todo bom começo deve incluir Deus.

Marcos começa com 4 vozes: Marcos,uma voz de proclamação de boas novas (1:1);Os Profetas,uma voz de comprovação (1:2-6);João,uma voz de preparação (1:7-8);A voz de Deus,uma voz de aprovação (1:11) e por fim a voz do Diabo,uma voz de ameaça. Qual voz você tem dado ouvidos?

Marcos começa com dois grandes exemplos: João Batista e Jesus. Sigamos seus bons exemplos.

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Lição 3

O MINISTÉRIO DE JESUS NA GALILÉIA (1:14-7:23) Introdução

Este período compreende 1 ano e 9 meses- Mais da metade do Ministério geral de Jesus. Nos primeiros meses Jesus fez uma única visita a Jerusalém. Os últimos 6 meses foram marcados por uma série de retiradas para as províncias do norte e do leste da Galiléia. Com essas exceções, a Galiléia foi o grande cenário e Cafarnaum, centro dessa parte importante do Ministério de Cristo. Foi um período de:

1. Intensa atividade, repleto de viagens,milagres de amor e poder,discursos públicos e ensinos em particular,com pausas para orar;

2. Popularidade entre as massas. Multidões de todas as partes e classes,ansiosas por Suas palavras, testemunharam seu poder divino,obstruindo de tal forma seu caminho dentro das cidades que Ele muitas vezes apelava para campos abertos;

3. Crescente hostilidade dos escribas e fariseus e também de Herodes Antipas. No final desses meses, diminuída sua popularidade entre as massas, Ele se retirou várias vezes para a Galiléia.

I. UM MINISTÉRIO DE PREGAÇÃO (1:14-15; 4: ) A. O Ministério público de Jesus começa com a pregação intensa e extensa do Evangelho do

Reino de Deus. B. Jesus começa a pregar após a prisão de João Batista (v.14). Jesus entendeu ser prudente

sair da Judéia e começar a pregar na Galiléia. C. Qual era a essência da pregação de Jesus?A pregação de Jesus era simples, O Reino era o

centro da mensagem de Jesus. A chegada do Reino (v.15 a)- “O tempo está cumprido” – “O Reino está próximo” – O Reino

chegou na pessoa de Jesus! – O Reino é o domínio de Deus na vida humana.

As Exigências do Reino (v.15 b) - “Arrependimento” e “Fé” – Arrependimento sozinho é incapaz de salvar. A fé é a maneira de agradar a Deus (Hb 11:6) A pregação de Jesus inclui a

Fé aliada ao arrependimento. Arrependimento sem fé transforma-se em remorso. O remorso

destrói o pecador ao invés de salvar (ex: Judas e Pedro)

A Receptividade e produtividade do Reino (4:1-20)- A semente é sempre perfeita e boa,mas a qualidade do solo (coração) que recebe e reproduz a Palavra é que é variável.

A Manifestação do Reino (4:21-25) – O Reino deve ser proclamado e não monopolizado e escondido!Devemos pregar o evangelho.

O crescimento do Reino (4:26-29) – Deus é o agente responsável pelo crescimento espiritual “Deus só teve um Filho e ele era pregador”. A pregação do Evangelho foi a primeira e principal

parte do seu ministério público e esta deve ser a primeira e principal parte da obra da sua igreja..

II. UM MINISTÉRIO DE CONVOCAÇÃO (1:16-20;2:13-14;3:13-19;6:7-13) A. Ao pregar o Evangelho e ajudar as pessoas Jesus se depara com uma realidade: É muito

trabalho para uma só pessoa! (Mt 9:37-10:1) Jesus convoca discípulos, pessoas que possam compartilhar o ministério e serem transformados no processo. Parte importante do Ministério de Jesus foi chamar e treinar pessoas que continuariam a sua obra.

B. O Ministério de convocação e treinamento de Jesus incluía algumas etapas:

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1. O Chamado (1: 16-20)– Jesus chama pessoas para segui-lo por onde Ele for e para fazer

o que Ele fizer. Notamos algumas características deste chamado do Mestre: Um chamado a salvação (Jo 1:35-51)- Esta não é a 1ª vez que Jesus encontra Pedro e André.

Eles encontraram Jesus antes por intermédio de João Batista e conheceram Jesus como Messias

e Salvador.

Um chamado ao discipulado (Mc 1:16-20)- Agora Jesus os chama para assumir um compromisso sério de entrega e dedicação exclusiva. Este discipulado implica em algumas mudanças.

Uma mudança de vocação- “Pescadores de homens”

Uma mudança de Lealdade – “Vinde a Mim” , “deixando seu pai Zebedeu”

Um rompimento com o passado – “largaram as redes”

Uma consagração do presente – “e eles passaram a segui-Lo”

2. O Treinamento (3:13-19) – Jesus não apenas chama discípulos, mas também treina os

chamados. O processo de treinamento de Jesus é modelar para qualquer processo de discipulado e treinamento de líderes.

A escolha (v.13-14)- Jesus escolheu 12 dentre as multidões que o seguiam. Não podemos treinar todos, mas alguns em quem vemos disposição e potencial.

O relacionamento pessoal (v.14)- Jesus não chamou os apóstolos para “um trabalho”, mas

para “um relacionamento”. O que aprendemos aqui? Que o nosso trabalho para Jesus e fruto

de nosso relacionamento pessoal com Jesus!.

A Missão (v.14) – A missão é bem definida por Jesus: Pregar o evangelho e expulsar demônios.

3. O Envio (6:7-13) – Jesus treina os seus discípulos encarregando de tarefas desafiadoras.

No Ministério cristão há desafios e riscos. Decidir ser um obreiro é decidir assumir riscos e

confiar em Deus. Tradução: Viver pela Fé 100%. Parece muito radical e soa como missão

impossível,mas as orientações de Jesus mostra como tornar possível:

Trabalhar em Equipe (v.7)- “dois em dois”

Confiar e depender em Deus (v.8-10) A palavra “alforge” significa “bolsa de mendigo”. Eles deveriam “mendigar”, “pedir” por comida.

Abençoar pessoas (v.12-13) – Nossa missão é a mesma de Abraão: Sê Tu uma Bênção! .

III. UM MINISTÉRIO DE PODER E AUTORIDADE

(1:21-45;2:1-12;3:1-12;4:35-41;5:1-43;6:30-46) A. Se há alguém que falou a verdade de Deus com autoridade, esse alguém foi Jesus Cristo.

Costuma-se dizer que os escribas falavam segundo as autoridades, enquanto Jesus falava

com autoridade. B. As palavra “autoridade” e “poder” correspondem ao mesmo vocábulo em grego “exousia”.

Jesus tinha “exousia”(autoridade e poder) em seu Ministério. Foi justamente a “autoridade”e o Seu “poder” que causou tanto impacto e atraiu multidões.Observe:

1. Autoridade de Jesus: A fonte de autoridade de Jesus não era oriunda de posição de autoridade humana,mas da Palavra de Deus e do exemplo coerente.

Autoridade no ensino (1:22)

Autoridade sobre os demônios (1:23-27;5:1-20)

Autoridade sobre as tradições humanas legalistas (2:23-3:12;7:1-23)

Autoridade para repreender líderes hipócritas (2:15-28;3:20-35;7:1-23)

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2. O poder de Jesus: Jesus afirmou ser o Filho de Deus e Seus milagres e sinais eram a comprovação de suas afirmações. (Jo 20:31).

Poder para curar (1:29-32,40-45;2:1-12;3:1-12;5:24-34)

Poder para expulsar satanás (1:21-28,39;3:20-30;5:1-20)

Poder sobre a Morte (5:35-43)

Poder sobre a Natureza (4:35-41;6:45-52) C. O Segredo para o “poder” e “autoridade” Divina em nosso Ministério é Jesus. Jesus mesmo

afirmou que com Ele nosso ministério e eficaz e frutífero.

“Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim

nada podeis fazer.” (João 15:5)