Evangelho de Lucas (1) - Semana Bíblica 2013

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EVANGELHO DE LUCAS Quando se apresentavam palavras tuas, as devorava: Tuas palavras eram para mim contentamento E alegria de meu coração. Pois teu Nome era invocado sobre mim, IAHWEH, Deus dos exércitos. Jr 15,16. HERMENÊUTICA 1 DO N.T A. Crítica das formas Existe uma crítica das formas que leva o estudioso a não ler tudo como se tudo fosse a mesma coisa. Uma coisa é parábola, outra coisa é: alegoria, disciplina eclesial, discurso missionário, escatologia, milagre, apofitéguima ou ditos do Senhor, narração histórica. É Distinguir para em cada momento para saber diante de que se está. B. Crítica das fontes O Evangelho de Marcos está em Mateus 85% e em Lucas 65%. Além disso, existem muitos versículos na questão sinótica mais de 200 em Mateus e Lucas se equiparam, mas que não existem em Marcos. Por exemplo, as três tentações de Jesus são narradas por Mateus e Lucas em ordem invertida, segunda e terceira, e que não se encontram na fonte Marcos. Onde os dois a buscaram? É certo que um não leu o Evangelho do outro. Uma fonte que costumou se chamar fonte Q . Então, quais são as fontes dos Evangelhos sinóticos? A crítica das fontes se dedica a este estudo: Marcos e fonte Q, de maneira muito genérica. Além disso, Mateus e Lucas têm material próprio; além do material de Marcos, eles deviam ter tido uma fonte própria, fonte L (para Lucas) e fonte M (para Mateus). Esta crítica das fontes trata de investigar até que ponto as fontes influenciaram em um determinado evangelista, no nosso caso, sobretudo, Lucas e Mateus. Dessas duas críticas (outras: crítica histórica, crítica da redação, crítica canônica. Crítica contextual, crítica social), como a mais importante seria a crítica das formas , ou seja, catalogar um material Evangélico e não imaginar que tudo seja a mesma coisa. Uma 1 HERMENÊUTICA é a arte de interpretar um texto (antigo/clássico), buscando aproximar- se o mais possível da intencionalidade so autor (sentido literal) a fim de que seja possível uma atualização.

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EVANGELHO DE LUCAS

Quando se apresentavam palavras tuas, as devorava:Tuas palavras eram para mim contentamento

E alegria de meu coração.Pois teu Nome era invocado sobre mim, IAHWEH, Deus dos exércitos.

Jr 15,16.

HERMENÊUTICA1 DO N.T

A. Crítica das formas

Existe uma crítica das formas que leva o estudioso a não ler tudo como se tudo fosse a mesma coisa. Uma coisa é parábola, outra coisa é: alegoria, disciplina eclesial, discurso missionário, escatologia, milagre, apofitéguima ou ditos do Senhor, narração histórica. É Distinguir para em cada momento para saber diante de que se está.

B. Crítica das fontes

O Evangelho de Marcos está em Mateus 85% e em Lucas 65%. Além disso, existem muitos versículos na questão sinótica mais de 200 em Mateus e Lucas se equiparam, mas que não existem em Marcos. Por exemplo, as três tentações de Jesus são narradas por Mateus e Lucas em ordem invertida, segunda e terceira, e que não se encontram na fonte Marcos. Onde os dois a buscaram? É certo que um não leu o Evangelho do outro. Uma fonte que costumou se chamar fonte Q. Então, quais são as fontes dos Evangelhos sinóticos? A crítica das fontes se dedica a este estudo: Marcos e fonte Q, de maneira muito genérica. Além disso, Mateus e Lucas têm material próprio; além do material de Marcos, eles deviam ter tido uma fonte própria, fonte L (para Lucas) e fonte M (para Mateus). Esta crítica das fontes trata de investigar até que ponto as fontes influenciaram em um determinado evangelista, no nosso caso, sobretudo, Lucas e Mateus.

Dessas duas críticas (outras: crítica histórica, crítica da redação, crítica canônica. Crítica contextual, crítica social), como a mais importante seria a crítica das formas, ou seja, catalogar um material Evangélico e não imaginar que tudo seja a mesma coisa. Uma coisa é gênero de milagre, outra coisa é gênero parabólico, narração histórica. Se soubermos fazer uma distinção desses gêneros já temos uma visão diferente, mais crítico. Atenção às críticas das formas: aquele texto proposto onde se encaixa melhor? Sabendo e se lembrando que não se faz ainda uma crítica histórica: se existiu ou não.

1. O MUNDO POLÍTICO DOS TEMPOS DO N.T.

Antes do século I da era cristã

1. De 323 à 175 a.C.

1 HERMENÊUTICA é a arte de interpretar um texto (antigo/clássico), buscando aproximar-se o mais possível da intencionalidade so autor (sentido literal) a fim de que seja possível uma atualização.

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É a passagem do judaísmo, época persa para a época helenista. Foi a primeira grande invasão do Ocidente no Oriente com Alexandre Magno; ele propriamente iniciou sua carreira 10 anos (333 a.C) antes quando derrotou o último rei persa, terminou para os judeus repatriados do antigo exílio o período persa.

2. De 175 à 63 a.C.

Antíoco Epífanes IV subindo ao trono tomou a peito a helenização de todo o seu território: a Síria e a Palestina. O que significava na época helenizar? (Helenismo é uma mistura híbrida de cultura grega com culturas orientais locais, produzida pelas conquistas de Alexandre o Grande); destruir velhas cidades e reconstruí-las nos moldes da polis da Grécia: construir grandes avenidas, cardos com um ginásio onde se praticava a cultura do corpo, a ginástica e onde os gregos estavam totalmente nus; os gregos e os romanos nunca tiveram escrúpulos de ficaram nus uns com os outros (mas para os judeus isso era uma abominação); introduzir nas cidades os jogos Olímpicos (de 4 em 4 anos) como acontecia na Grécia; passar a falar o grego comum e não por último aceitar também o panteon religioso da Grécia com seus em primeiro lugar e depois os desuses subalternos. Antíoco tomou a peito e levou a sério a helenização do seu reino e todos aceitaram tranquilamente porque o progresso e a modernidade naquela época pareciam naquela direção, os ventos sopravam desse lado. Os únicos refratários a isso foram os judeus.

3. De 63 à 4 a.C.

Em 63 e diante do judaísmo esmigalhado por lutas civis, o general Pompeu entrou em Jerusalém e dominou a cidade e passa a Palestina a ser província romana. Inicialmente foi bom porque os romanos puseram fim as lutas fratricidas de judeus entre si que não se entendiam e se devoravam uns aos outros. Chegou mesmo a penetrar no Sancta Sanctorum de Jerusalém.

Era cristãDe 04 à 30 d.C. > período de JesusDe 30 à 70 d.C. > período apostólicoDe 70 à 140 d.C. > período sub-apostólico ou pós-apostólico (Evangelho)

De 70-140 foi a época em que a maior parte do Evangelho foi escrita. Aí está um resumo da história: desde Alexandre, O Grande até os imperadores romanos dos tempos e um pouco depois de Jesus. É bom situar o Novo Testamento no contexto desta história. Provavelmente todo N.T. foi escrito por judeus cristãos, exceto Lucas, que era um prosélito. Nenhum deles foi escritos fora da Palestina.

O pano de fundo do Evangelho é tudo isso o que foi comentado.

2. EVANGELHOS EM GERAL

1. O vocábulo “evangelho”

Foi traduzida do hebraico para o grego, como sendo aquele que anuncia a paz a boa nova, como são belos os passos do mensageiro que traz um evangelho, assim fala a tradução dos setenta.

Para Paulo evangelho significa o complexo o conjunto o todo e definitiva da revelação de Deus a humanidade centrada em Jesus Cristo, e assim foi que esta palavra entrou para o

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cristianismo, através de Paulo ou ate antes de Paulo, e se tornou o termo técnico para indicar o evento Cristo com todas suas implicações.

2. Três estádios na formação dos Evangelhos

a) 1º estádio: o ministério público de Jesus

O primeiro é os anos 20, Jesus histórico um galileu que anunciou o reino de Deus na galileia e na judeia, que teve seu seguidores e admiradores e aqueles que não gostou também, e morreu numa cruz, e seus seguidores mais íntimos depois afirmaram que tinha ressuscitado.

b) 2º estádio: a pregação apostólica de Jesus (de 30 a 70 d.C.)

O segundo estádio é o da pregação apostólica, uma vez refeitos do susto e da frustação da paixão puseram-se a pregar, e se supõe que esta primeira pregação foi de língua aramaica, dentro da própria palestina.

a) 3º estádio: os Evangelhos escritos (de 70 a 100 d.C.)

Em 70 o problema esta que marcos não fala da destruição de Jerusalém, e se tivesse havida já por que não falou? E são afirmações eu poderiam colada a varias pregações de Jesus a respeito da destruição do templo. Marcos escreveu e o que fez, de certa maneira ele pinçou, os episódios mais marcantes em vista da catequese, e não havia nada em ralação com a catequese como temos hoje, compôs um texto que de certa maneira corre e corre tão bem que o leitor pode ser conduzido ao engano pensar que é uma sequencia cronológica quanto não é, simplesmente é uma parábola justaposta a outra através de estruturas literárias, e o que pareceu mais importante aos seus leitores. Pinçando e organizando material como organizou ele seguia uma visão cristológica, e começou com o batismo de João terminando com a morte e ressurreição.

3. O problema sinótico e a solução mais seguida chamada solução das duas fontes

A teoria mais seguida é das duas fontes,

Agora qual é a solução mais proposta para o problema sinótica, é a uma fonte hipotética, chamada Q que vem do alemão chamada quelli, que quer dizer fonte, uma fonte hipotética, porque não chegou a fonte a Q, ate nós.

Não se esqueça que cada evangelista tem um material que cada um traz, somente eles, temos que postular uma terceira fonte, Mateana e Lucana, que somente eles conheceram. Fonte própria de cada um. Com isto a grande maioria tenta resolver o problema sinótico.

Nenhum dos quatro evangelhos apresentam um retrato completo de Jesus, mas juntos sim refletem um retrato completo de Jesus.

Mc Qüelle (fonte Q)

Mt Lc

Mt

Lc