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Eunice da Silva
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
UNIVERSIDADE POLITÉCNICA
Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias
MAPUTO
2013
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
Eunice da Silva
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Monografia apresentada à Escola Superior de Gestão,
Ciências e Tecnologias da Universidade Politécnica, como
parte dos requisitos parciais para a obtenção do grau de
Licenciada em Psicologia das Organizações e do Trabalho.
Tutora: Andrea Folgado Serra
MAPUTO
2013
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
Parecer da Tutora:
Eu, Andrea Folgado Serra, Tutora da Monografia de Licenciatura da estudante Eunice da Silva,
intitulada “Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo”,
outorgo à mesma a minha apreciação favorável.
Por estes motivos, considero o presente trabalho de Licenciatura da candidata, apto para ser
submetido à avaliação e defesa pública perante o Júri nomeado para o efeito.
Maputo, 14 de Maio de 2013
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
AGRADECIMENTOS
Um agradecimento especial quero deixar às pessoas aqui relacionadas pelo apoio e contributo
para a concretização desta pesquisa:
À Direcção da Universidade Politecnica pela autorização para a realização do estudo;
À minha tutora, Mestre Andrea Folgado Serra, pela sábia orientação, pela paciência e
incentivo ao longo da realização desta pesquisa;
Ao Dr. Aurélio Ginja pela simpatia, disponibilidade e apoio prestado ao longo de todo
trabalho de pesquisa;
Ao Mestre José Manjate, por todo o apoio e atenção;
Ao Dr. Hachimo Chagane, pelo apoio, atenção e esclarecimentos;
Aos meus professores, pelos preciosos momentos de aprendizagem;
A todos os professores da Universidade Politécnica que se disponibilizaram a dar o seu
contributo neste estudo respondendo ao questionário de pesquisa;
A todos os chefes de turma, que se disponibilizaram a ajudar para a concretização deste
estudo;
Aos meus pais, Maria Inês Langa Silva e Samuel Agapito da Silva (em mémoria), por
estarem sempre presentes na minha vida e pelo apoio e incentivo ao longo de toda a
minha existência;
Ao meu querido amigo e companheiro Hugo Machel, por fazer parte de todos os
momentos da minha vida;
Aos colegas de turma e, em especial à Maria Alice, Kátia e ao Daniel, pela simpatia e pelos
momentos agradáveis que compartilhamos no decorrer do curso;
Aos colaboradores do Secretariado e sala de matérias da Universidade Politécnica, pela
paciência e ajuda.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
RESUMO
O presente estudo teve como principal objectivo analisar as fontes de stress e as estratégias de
coping adoptadas pelos docentes da Universidade Politécnica em Maputo. A amostra foi
composta por 42 docentes, seleccionados de forma intencional. O estudo é predominantemente
descritivo, tendo-se recorrido à combinação de uma abordagem quantitativa. Um questionário
estruturado e de auto-preenchimento foi aplicado à amostra, como forma de colectar dados para
responder aos objectivos da pesquisa. Os resultados da pesquisa revelaram que a amostra de
docentes estudada apontou quatro grandes dimensões de fontes de stress, nomeadamente:
social, trabalho, saúde e economia, sendo os indicadores de stress do contexto laboral, os que
prevaleceram em maior incidência. Relativamente às estratégias de coping, os docentes
apontaram estratégias orientadas para a emoção, problema e relações interpessoais, sendo as
orientadas para a emoção as predominantemente escolhidas por este grupo de profissionais. Os
resultados apontaram ainda para uma relação entre as fontes de stress percebidas e as
estratégias de coping usadas pelos docentes.
Palavras-chave: Stress, Estratégias de Coping, Docentes, Universidade Politécnica, Maputo
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Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
ABREVIATURAS
APA American Psychology Association / Associação Americana de Psicologia ESA Escola Superior Aberta ESAEN Escola Superior de Altos Estudos e Negócios ESEUNA Escola Superior de Estudos Universitários ESGCT Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias EUA Estados Unidades da América IES Instituição de Ensino Superior IFC International Finance Corporation IPS Instituto Politécnico Superior lda. ISHT Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias ISPU Instituto Superior Politécnico e Universitário ISUTE Instituto Superior Universitário de Tete OIT Organizaçaoão Internacional do Trabalho OMS Organização Mundial da Saúde QVT Qualidade de Vida no Trabalho SGA Síndrome Geral de Adaptação UECU Unidade de Extensão e Cooperação Universitária
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1. PERCEPÇÃO DE QVT PELOS COLABORADORES DA UNIVERSIDADE POLITÉCNICA EM MAPUTO (2007) ...................................... 5
TABELA 2. PERCEPÇÃO DO INDICADOR DE QVT “CONDIÇÕES E TRABALHO” POR COLABORADORES D´A POLITÉCNICA (2007) .................... 5
TABELA 3. FONTES DE STRESS PERCEBIDAS POR DOCENTES .......................................................................................................... 26
TABELA 4. ESTRATÉGIAS DE COPING ADOPTADAS POR DOCENTES .................................................................................................. 27
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. MODELO DE STRESS E COPING DE LAZARUS E FOLKMAN (1984) .................................................................................... 16
FIGURA 2. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR SEXO ............................................................................................................... 32
FIGURA 3. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR FAIXA ETÁRIA ..................................................................................................... 32
FIGURA 4. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR ESTADO CIVIL ..................................................................................................... 33
FIGURA 5. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR FILHOS ............................................................................................................. 33
FIGURA 6. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR NÍVEL ACADÉMICO .............................................................................................. 34
FIGURA 7. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR REGIME DE TRABALHO ......................................................................................... 34
FIGURA 8. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR ÁREA DE ESPECIALIDADE ...................................................................................... 35
FIGURA 9. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR ANOS DE EXPERIÊNCIA ......................................................................................... 35
FIGURA 10. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR CATEGORIA PROFISSIONAL .................................................................................. 36
FIGURA 11. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR CARGA HORÁRIA SEMANAL ................................................................................. 36
FIGURA 12. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR EXERCÍCIO DE OUTRAS FUNÇÕES .......................................................................... 37
FIGURA 13. DISTRIBUIÇÃO DOS PROFESSORES POR TRABALHO EM OUTRA UNIVERSIDADE ................................................................... 37
FIGURA 14. OUTRAS UNIVERSIDADES QUE OS PROFESSORES D´A POLITÉCNICA LECCIONAM ................................................................ 38
FIGURA 15. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA UNIVERSIDADE POLITÉCNICA ................................................................................... 43
FIGURA 16. COBERTURA GEOGRÁFICA DA UNIVERSIDADE POLITÉCNICA .......................................................................................... 44
FIGURA 17. EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ALUNOS MATRICULADOS NA POLITÉCNICA DE 2004 A 2010 ................................................. 46
FIGURA 18. EVOLUÇÃO DO CORPO DOCENTE D´A POLITÉCNICA DE 2004 A 2010 ........................................................................... 47
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................1
1.1 PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO ..............................................................................................................1 1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................................6 1.3 OBJECTIVOS ....................................................................................................................................7 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................................................................8
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................................... 11
2.1 STRESS ......................................................................................................................................... 11 2.2 COPING ........................................................................................................................................ 15 2.3 FONTES DE STRESS E ESTRATÉGIAS DE COPING EM DIVERSAS POPULAÇÕES .................................................... 17 2.4 STRESS E COPING EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS .................................................................................. 21
3 MÉTODO ....................................................................................................................................... 29
3.1 MODELO TEÓRICO DE REFERÊNCIA ...................................................................................................... 29 3.2 TIPO DE ESTUDO E DESENHO DE PESQUISA ............................................................................................. 29 3.3 TÉCNICAS E INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS .................................................................................. 29 3.4 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................................ 31 3.4.1 PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................... 31 3.4.2 PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM .......................................................................................................... 31 3.4.3 PROCEDIMENTOS DE RECOLHA DE DADOS .................................................................................................. 38 3.4.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 39 3.4.5 PROCEDIMENTOS DE REDAÇÃO ................................................................................................................. 39
4 RESULTADOS ................................................................................................................................. 41
4.1 APRESENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE POLITÉCNICA .................................................................................... 41 4.1.1 HISTÓRICO ............................................................................................................................................ 41 4.1.2 MISSÃO E OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 42 4.1.3 ESTRUTURA ORGÂNICA ........................................................................................................................... 42 4.1.4 INSTALAÇÕES E COBERTURA GEOGRÁFICA ................................................................................................... 43 4.1.5 OFERTA DE FORMAÇÃO ........................................................................................................................... 45 4.1.6 ESTUDANTES.......................................................................................................................................... 46 4.1.7 CORPO DOCENTE ................................................................................................................................... 47 4.2 FONTES DE STRESS PERCEBIDAS PELOS DOCENTES ................................................................................... 47 4.3 ESTRATÉGIAS DE COPING ADOPTADAS PELOS DOCENTES ........................................................................... 48 4.4 FONTES DE STRESS VERSUS ESTRATÉGIAS DE COPING ............................................................................... 49
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................................................................... 52
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ........................................................................................................... 62
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................ 67
ANEXOS .............................................................................................................................................. 76
ANEXO 1: CARTA DE SOLICITAÇÃO DE CREDENCIAL PARA PESQUISA ..................................................................... 76 ANEXO 2: CREDENCIAL PARA A REALIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................. 77 ANEXO 3: CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................................... 78 ANEXO 4: INSTRUMENTO DE PESQUISA ........................................................................................................ 79 ANEXO 5: FONTES DE STRESS E ESTRATÉGIAS DE COPING DOS PROFESSORES DESTA PESQUISA ................................... 81
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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
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1
1 Introdução
1.1 Problema de Investigação
No mundo moderno, o trabalho tornou-se um valor central e a escolaridade tem sido um
diferencial competitivo de inserção no mercado de trabalho, o que tem levado cada vez mais a
busca pelo ensino superior.
Segundo Matos e Mosca (2010) “O ensino superior responde, a longo prazo, aos desafios da
construção da nação, de uma sociedade aberta e democrática com exercício activo da cidadania e
do desenvolvimento económico num ambiente não protegido e competitivo à escala global”.
Face ao exposto pelos autores entende-se a pertinência do ensino superior numa sociedade, que
contribui para o desenvolvimento do País.
Contudo as mudanças de valores que ocorrem na sociedade, bem como discursos e modelos
propagados pelo mercado em relação à formação do cidadão pela escola, acarretam diversas
consequências no ambiente académico, afectando directamente o profissional de ensino.
Desde os anos 30 considerou-se que esta profissão favorecia o aparecimento de síndromas
nervosos e a partir da segunda metade dos anos 70 começou a desenvolver-se investigações
específicas sobre o stress profissional dos professores.
Em 1981, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) considerou o stress como uma das
principais causas de abandono da profissão docente, considerando a docência como uma
profissão de risco físico e mental. (González, 2007)
Um grande volume de pesquisa tem sido realizado em várias disciplinas sobre o stress de
trabalho. Stress ocupacional é um fenómeno extremamente complexo que se configura em
objecto de pesquisas no campo de várias profissões.
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As situações de stress no trabalho dos docentes são determinadas pelas cobranças que partem
das instituições de ensino, do corpo discente, da sociedade, da comunidade científica, e além
dessas pressões próprias da profissão, o docente ainda está sujeito às cobranças comuns a todo
ser humano, que tem como foco a família, os amigos e a comunidade em que está inserido, entre
outros.
Dados de uma pesquisa realizada com professores, por Doctors et al. (2012), em 7 das 11
províncias de Moçambique, mostram que o estado da motivação e moral dos professores
moçambicanos é complexo. Por um lado, os professores estão comprometidos com a profissão e
querem continuar com o seu papel de educadores dos cidadãos do amanhã. Eles acreditam na
educação como chave para o futuro desenvolvimento e sucesso do seu País e esperam
desempenhar seu papel nesse desenvolvimento. Por outro lado, muitos professores estão
cansados e frustrados por não terem os meios e as condições necessárias para cumprir esse
papel. Eles citam um grande número de factores institucionais, sociais e pessoais que impedem o
uso das suas habilidades para um bom desempenho e que esgotam a sua moral. Estes factores
são geralmente inter-relacionados e perpetuam um ao outro num relacionamento dinâmico
complexo.
O primeiro deles é o salário, que os professores vêem como a fonte primária dos seus problemas,
as dificuldades materiais, problemas de saúde, o estigma social associado ao baixo salário minam
o seu bem-estar e auto-estima e a sua habilidade de trabalhar efectivamente. Além disto, a
necessidade de ter um segundo ou mesmo terceiro emprego de modo a sobreviver restringe sua
capacidade para fazer algum destes trabalhos bem.
O segundo factor geral mais importante é a condição material de trabalho. A tensão de ensinar
turmas numerosas, com falta de material, em escolas que muitas vezes encontram-se em mau
estado soma-se a outros factores, tais como a falta de formação sobre como lidar com estas
condições. A qualidade de ensino é minada por recursos e infra-estruturas não adequadas e os
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alunos não progridem como deviam, o que aumenta a degradação da moral e auto-estima dos
professores.
O terceiro factor geral mais importante é a questão da formação. Outra vez, a situação revelou-se
complexa, já que a formação não é somente a chave para aumentar a auto-confiança e
competência na sala de aulas, mas também leva às camadas sociais mais altas e a melhores
salários.
O quarto factor geral mais importante levantado pela pesquisa é também complexo: este trata
dos procedimentos administrativos que regulam o estatuto profissional que deveria dar acesso a
um salário melhor, a uma sensação de reconhecimento, maior confiança e padrão de vida.
A profissão de docente é, segundo Dejours (1988), citado por Serra (2006), uma profissão de
sofrimento, que origina um grande desgaste a nível físico e mental, resultante das exigências
próprias da academia e do trabalho de docência.
O quotidiano dos docentes é marcado por uma série de actividades diárias que envolvem
questões burocráticas e actualização de conhecimento constante. Para além de enfrentar a falta
de recursos e condições para desenvolver o seu trabalho, observando a realidade do quotidiano
dos docentes, facilmente se percebe as alterações de humor, devido às relações interpessoais
com os estudantes, à sobrecarga de tarefas que se dividem entre a investigação e leitura para a
preparação das aulas, a sua ministração e a correcção de testes e trabalhos.
No caso dos professores universitários, se somam a estas, outras actividades como a participação
em comissões, consultoria, a pressão institucional por pesquisa e publicação, por melhoria na
formação do aluno, aprendizagem de novos recursos tecnológicos; submissão às normas e regras
técnicas da própria instituição de ensino e as governamentais, para enumerar apenas algumas
das mais evidentes. (Meis et al., 2003)
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Para o caso de Moçambique Matos e Mosca (2010) explicam que uma parte importante do
docente tem-se desmultiplicado dando aulas em várias universidades, outra parte significativa
dos docentes não investigam e poucos assistem os estudantes, para além de múltiplas
actividades economicamente mais compensadoras que o mercado oferece com forma de
superação dos baixos rendimentos da função docente, acrescido ao facto de muitos procuram no
mercado ambicionarem carreira política como forma de garantir prestígio social o que a
academia não confere.
Serra (2006) estudou a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) de Professores Universitários nas
cidades de Maputo, Quelimane e Nampula. De acordo com o referido estudo, 57,3% dos
docentes afirmam que as suas instituições não promovem acções de QVT. Ademais, o estudo
revelou que os professores estão moderamente satisfeitos com a sua QVT, em termos globais,
tendo a dimensão compensação justa e adequada sido o ponto crítico de insatisfação para os
mesmos.
O estudo também revelou existirem diferenças significativas entre o nível de satisfação com a
QVT dos professores das IES´s públicas e privadas, sendo esta superior para os das privadas. No
entanto, indicadores como remuneração adequada e equidade externa foram considerados
pontos críticos de insatisfação para os professores de ambas as instituições, enquanto que os
professores das IES´s públicas se mostraram insatisfeitos com os seguintes indicadores de QVT:
remuneração adequada, equidade interna, equidade externa, ambiente físico, material e
equipamento, ambiente saudável, stress, retroinformação, possibilidade de carreira, crescimento
pessoal, senso comunitário, normas e rotinas, papel balanceado no trabalho e responsabilidade
social pelos trabalhadores.
A Universidade Politécnica, instituição objecto deste estudo, também já foi alvo de uma pesquisa
de QVT, em 2007. Dados da referida pesquisa indicam que 50% da amostra de colaboradores,
entre corpo docente e pessoal administrativo e de gestão, respondeu que a instituição não
promove acções de QVT contra os 26.5% que discordam da maioria, sendo que uma percentagem
significativa (23.5%) não respondeu a esta questão. (Costa, 2007)
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Tabela 1. Percepção de QVT pelos Colaboradores da Universidade Politécnica em Maputo (2007)
A organização onde trabalha promove acções de QVT?
9 26,5 26,5 26,5
17 50,0 50,0 76,5
8 23,5 23,5 100,0
34 100,0 100,0
Sim
Não
Não respondeu
Total
Valid
Frequency Percent Valid Percent
Cumulativ e
Percent
Fonte: Costa (2007)
O estudo revelou ainda que, na dimensão Condições de Trabalho, os colaboradores da
Universidade Politécnica sentem-se moderadamente satisfeitos com a maioria dos factores,
sendo, no entanto, de destacar que os factores ambiente saudável, material e equipamento e o
stress na organização foram os que obtiveram pontuação mais baixa. (Costa, 2007)
Tabela 2. Percepção do indicador de QVT “Condições e Trabalho” por colaboradores d´A Politécnica (2007) Descriptive Statistics
34 2 7 4,35 1,475
34 2 7 4,26 1,333
34 1 7 3,85 1,459
34 1 7 3,71 1,194
34 1 7 3,50 1,656
33 1 6 3,73 1,464
34 2,17 6,83 3,9059 1,07942
33
Jornada de Trabalho
Carga de Trabalho
Ambiente Físico
Material e Equipamento
Ambiente Saudáv el
Stress
Condições de Trabalho
Valid N (listwise)
N Minimum Maximum Mean Std. Dev iation
Fonte: Costa (2007)
No ano seguinte, em 2008, outro estudo foi levado a cabo na Universidade Politécnica mas desta
vez com o objectivo de analisar o nível e as fontes de stress numa amostra de 38 trabalhadores
técnicos e administrativos. Os resultados do estudo apontam para níveis moderados de stress na
amostra de trabalhadores estudada mas as pontuações médias parciais para as dimensões
exigência e controle sobre o trabalho mostraram-se elevadas. (Azevedo, 2008)
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Face a este cenário anterior, relativamente à QVT e, concretamente, ao stress ocupacional no
contexto desta instituição de Ensino Superior, e diante de todas as situações que se fazem
presentes no dia-a-dia da profissão do docente universitário, o problema que se coloca para a
presente pesquisa traduz-se na seguinte questão:
“Quais as fontes de stress percebidas pelos docentes da Universidade Politécnica, no exercício da
sua profissão, e que estratégias de coping são por eles adoptadas?”
1.2 Justificativa
A intenção desse estudo é de colaborar para o entendimento das estratégias usadas pelos
docentes na Universidade Politécnica em resposta ao stress vivenciado na profissão, tendo em
conta que cada vez existe uma pressão da sociedade em relação ao ensino universitário.
Pretende-se com esse trabalho, contribuir com a comunidade científica, investigando novos
estudos, buscando novas relações, contribuindo de forma socialmente relevante, na busca de
intervenções que possam melhorar o contexto de trabalho dessa classe.
Como ressaltam Noronha e Fernandes (2008) os estudos a nível internacional sobre o stress
surgiram nas últimas duas décadas e em Moçambique, na última década o que justifica a
necessidade de explorar e ampliar a pesquisa nesta área.
Cabe mencionar, que a relevância no estudo do stress ocupacional encontra sua justificativa
levando-se em consideração que o mesmo se constitui em um problema mundial, sendo ele
reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) como um dos riscos mais sérios para o bem-estar do indivíduo e um dos graves
problemas enfrentados pelos trabalhadores. (González, 2007)
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Por outro lado, a relevância desta pesquisa centra-se no âmbito da actuação da população
escolhida já que o professor é o actor principal de todo o sistema educativo. O stress do
professor está relacionado a variáveis do meio escolar, de fora da escola e do professor
enquanto indivíduo. O impacto desta associação influi na saúde do professor, no seu
desempenho e na qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Importa referir que as pessoas satisfeitas no ambiente laboral, adoptam atitudes mais positivas e
têm taxas de absentismo reduzidas, podendo ser este um factor de decisão para a permanência
na organização/instituição onde desempenham a sua função. (Serra, 2006)
Quando a escola é motivo de constante frustração para o docente, as consequências tendem a
ser negativas. Ocorrendo a frustração, a impossibilidade de atingir metas ou objectivos pessoais,
gera-se o stress e outros comportamentos negativos como a agressão, a fuga, o absentismo,
doenças, falta de comprometimento com os projectos pedagógicos, entre outros aspectos.
(Mussagy, 2008)
Levando-se esta problemática em consideração, torna-se de extrema importância o
desenvolvimento de estudos, a fim de melhor investigar a questão do stress em docentes
universitários, buscando analisar, além das fontes de stress, as estratégias de coping adoptadas
para enfrentar tais situações stressantes.
1.3 Objectivos
Objectivo Geral
Analisar o stress e as estratégias de coping em docentes da Universidade Politécnica em
Maputo.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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Objectivos Específicos
Identificar as situações do quotidiano laboral dos docentes causadoras do stress
ocupacional;
Descrever as estratégias de coping mais usadas pelos docentes em resposta ao stress
ocupacional;
Verificar a relação entre as fontes de stress percebidas e as estratégias de coping
adoptadas pelos docentes.
1.4 Estrutura do Trabalho
O presente trabalho encontra-se estruturado em seis (6) capítulos. No primeiro capítulo,
apresenta-se a Introdução, onde se problematiza o objecto de estudo, argumenta-se a sua
relevância académica, científica e prática, esclarecem-se os objectivos geral e específicos da
pesquisa e, finalmente, o roteiro do trabalho, por forma a orientar o leitor.
No segundo capitulo, apresenta-se o referencial teórico em torno do tema em enfoque,
destacando os principais conceitos, modelos teóricos e estado da arte sobre o stress,
particularmente as fontes de stress e as estratégias de coping, incluindo a manifestação destes
fenómenos nos docentes, muito em particular, no contexto do Ensino Superior.
No terceiro capítulo, tecem-se as principais considerações sobre a metodologia usada para a
realização da pesquisa, discriminando a natureza e abordagem da pesquisa, as técnicas
adoptadas, os sujeitos alvo da pesquisa, o instrumento desenvolvido para a colecta dos dados no
campo e, finalmente, os procedimentos adoptados no decurso da pesquisa, quer para a colecta
de dados, quer para a sua análise e tratamento.
No quarto capítulo, apresentam-se os resultados da pesquisa alinhados com os objectivos que
inicialmente foram definidos, respondendo, assim, ao problema levantado.
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No quinto capítulo, faz-se a Discussão dos Resultados, onde se confronta a literatura e os
principais achados da pesquisa, explorando linhas de convergência e divergência e discutindo as
possíveis tendências.
Finalmente, no sexto capítulo, resumem-se as principais conclusões da pesquisa e endereçam-se
algumas sugestões, a vários níveis de intervenção, incluindo para futuras investigações, em torno
dos principais achados da pesquisa.
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CAPÍTULO 2: FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
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2 Fundamentação Teórica
2.1 Stress O termo stress provém do latim stringere que significava “estreitar”, dando origem às palavras
francesas étreindre para designar “opressão”, “angústia”, “sufoco” e détresse com a conotação
de “perigo”, “sofrimento” ou “necessidades”. No século XVII o vocábulo passou a ser utilizado em
inglês para designar "opressão, desconforto e adversidade" e no século XVIII, o termo passou a
ser adoptado para designar “tensão”. (Labrador, 1992)
Uma das primeiras definições de stress foi feita por um médico austro-húngaro, Hans Selye,
desde então, o conceito de stress tem vindo a evoluir, tendo sido definido como variável
independente, dependente e como um processo. (Martins e Zafaneli, 2006)
As definições de stress como resposta têm as suas origens na medicina, sendo geralmente
consideradas numa perspectiva fisiológica. Segundo Melgosa (1997) e Martins e Zafaneli (2006) o
stress como uma resposta ou uma variável dependente é conceptualizado como o conjunto de
reacções fisiológicas ou psicológicas do indivíduo perante determinados estímulos stressores. É
nesta conceptualização que se inscreve a Síndrome Geral de Adaptação (SGA) de Selye (1956). A
reacção do organismo pode decorrer em três fases:
A reacção de alarme, que é a resposta aos estímulos para os quais o organismo não está
adaptado, ocorre quando a fase inicial de «choque», de menor resistência, é seguida pela
de «contra-choque» ou de mobilização dos mecanismo de defesa da conhecida resposta
«ataque ou fuga»
A segunda fase é o estádio de resistência, onde o organismo procura restaurar o
equilíbrio, habituando-se ao agente indutor de stress (resposta de adaptação) e
substituindo a reacção de alarme.
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A resistência não dura indefinidamente, principalmente se a reacção de alarme é muito
intensa ou frequente ao longo dum extenso período de tempo. A energia necessária à
resistência esgota-se e ocorre o estádio de exaustão.
O stress é definido como um estímulo porque é visto como uma condição ambiental externa ao
indivíduo que perturba o seu funcionamento regular. Podemos incluir esta concepção na
definição apresentada por Ernesto (2008) o stress ocorre em situações novas, intensas e
importantes e que implicam mudanças rápidas e inesperadas.
O conceito de stress como processo transaccional considera que que a pessoa age e reage às
trocas com o ambiente, numa causalidade circular, e em que a interpretação do significado de
determinada relação com o ambiente e as estratégias para lidar com as exigências contidas nessa
mesma relação captam a essência da percepção de stress. O stress não está, portanto, nem na
pessoa nem na situação, mas antes na interacção entre as duas.
Procurando responder à questão: “o que causa stress em diferentes pessoas?” Lazarus e Folkman
em 1984, desenvolveram um modelo que se tornou bastante influente. Este, enfatiza a função
cognitiva do indivíduo na percepção e interpretação das situações de stress, dentro da concepção
de que os eventos não são stressantes, e sim a forma como são interpretados e a reacção que
despertam no indivíduo. (França e Rodrigues, 2002)
O conceito subjacente ao modelo é de que o stress psicológico é uma relação particular entre o
indivíduo e o ambiente que é avaliada pelo indivíduo como onerando os seus recursos internos
colocando em risco o seu bem-estar. (Serra, 2006)
Segundo Muchinsky (2004), o modelo tem em conta quatro fases, vistas como mediadoras da
relação pessoa-ambiente:
Avaliação Primária – a pessoa avalia-se do ponto de vista de seu bem-estar, sendo o
acontecimento irrelevante, positivo ou stressante.
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Avaliação Secundária – é um julgamento relativo ao que pode ser feito (estratégias de
coping).
Reavaliação – é avaliação modificada, com base em novas informações vindas do
ambiente e/ou levantadas pela própria pessoa.
Coping ou afrontamento – refere-se aos esforços cognitivos e comportamentais, em
constante mudança, de que a pessoa se serve para gerir exigências externas e/ou internas
específicas, ao avaliar que um facto ou evento excede os recursos que ela detém.
Alguns autores definem stress ocupacional como um conjunto de perturbações psicológicas ou
sofrimento psíquico associado às experiências de trabalho. Ele é considerado como um problema
de natureza perceptiva, resultante da incapacidade de lidar com as fontes de pressão no
trabalho, tendo como consequências problemas na saúde física, mental e na satisfação no
trabalho, afectando o indivíduo e as organizações. (França e Rodrigues, 2002)
De acordo com Guimarães (2000), o stress ocupacional ocorre quando há a percepção, por parte
do trabalhador, da sua incapacidade para realizar as tarefas solicitadas, o que provoca
sofrimento, mal-estar e um sentimento de incapacidade para enfrentar.
Em 1979, Robert Karasek, desenvolveu o modelo Exigência-Controle relacionado com as
características psicossociais do trabalho. De acordo com este modelo o stress no trabalho resulta
do desequilíbrio entre as exigências do trabalho e as capacidades, recursos ou necessidades do
trabalhador. De acordo com o modelo Exigência-Controle, os diferentes tipos de trabalho são
caracterizados pela combinação de exigências e controle. Os trabalhos que envolvem altas
exigências e baixo controle (ex. operadores de linhas de montagem, garçons) resultam em
tensão. Os trabalhos que envolvem alta exigência de trabalho e alta latitude decisória, chamados
activos, levam ao desenvolvimento de novos padrões de comportamento, no ambiente de
trabalho e fora do mesmo. No extremo oposto, os trabalhos com baixas exigências e baixo
controle, chamados passivos, são indutores de um declínio na actividade geral do indivíduo e da
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redução da sua capacidade de resolver problemas, podendo levar ao quadro de “desperança
aprendida”. (França e Rodrigues, 2002)
No modelo publicado em 1979, Karasek referia que as relações sociais no ambiente de trabalho,
estavam relacionadas de forma indirecta, no entanto, desenvolvimentos posteriores levaram-no
a incorporar no modelo o conceito de suporte social, representado pela natureza de relações
interpessoais entre trabalhador, colegas e chefes. Quando estas relações são de apoio,
constituem um factor protector contra o stress (França e Rodrigues 2002).
Baker e Karasek (2000), citados por França e Rodrigues (2002), apontam como agentes stressores
do contexto organizacional os seguintes:
Exigências de tempo, estrutura temporal do trabalho e ritmo: horas extras, trabalho em
turnos, trabalham ao ritmo de máquina, pagamento por produção. Estrutura das tarefas:
falta de controlo, subutilização das capacidades.
Condições físicas: desagradáveis, ameaça de riscos físicos ou tóxicos, riscos ergonómicos.
Organização do trabalho: ambiguidade do papel, conflito e papel, competição e rivalidade.
Extra-Organizacionais: factores relacionados à comunidade, insegurança no emprego,
preocupações com a carreira.
Cooper e seus colaboradores também deram a sua contribuição para a compreensão do
fenómeno do stress ao desenvolverem um modelo teórico, buscando integrar diferentes
colaborações que foram sendo dadas aos estudos do stress, tendo em conta o ambiente laboral.
De acordo com o modelo proposto por estes pesquisadores o stress resulta de forças que
conduzem ao organismo a limites físicos ou psicológicos criando tensão no indivíduo. Esta tensão
pode resultar de factores intrínsecos do trabalho; o papel da organização; o relacionamento no
trabalho; o desenvolvimento na carreira e a estrutura e clima organizacionais. (França e
Rodrigues, 2002)
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2.2 Coping
O coping é uma palavra de origem anglo-saxónica não traduzível directamente para o português,
embora a literatura tenha apresentado traduções do termo como: enfrentamento, mecanismos,
entre outros. No entanto, o termo adoptado para este trabalho é o de estratégias de coping,
termo este que se refere às “formas de lidar com”, “estratégias de confronto” ou “mecanismos
que habitualmente os indivíduos utilizam para lidar com os agentes indutores de stress. (Ramos e
Carvalho, 2009)
O modelo de Stress e Coping de Folkman e Lazarus (1980), que tem sido referido como o mais
compreensivo dos modelos existentes e envolve quatro conceitos principais: (a) coping é um
processo ou uma interacção que se dá entre o indivíduo e o ambiente; (b) a sua função é de
gestão da situação stressante, ao invés de controlo ou domínio da mesma; (c) os processos de
coping pressupõem a noção de avaliação, ou seja, como o fenómeno é percebido, interpretado e
cognitivamente representado na mente do indivíduo; (d) o processo de coping constitui-se em
uma mobilização de esforço, através da qual os indivíduos irão empreender esforços cognitivos e
comportamentais para gerir (reduzir, minimizar ou tolerar) as exigências internas ou externas que
surgem da sua interacção com o ambiente, conforme se apresenta na figura 1. (Antoniazzi,
Dell'Aglio e Bandeira, 1998, p.4)
As estratégias de coping reflectem acções, comportamentos ou pensamentos usados para lidar
com um stressor e podem ser classificadas em três tipos, dependendo da sua função: as
estratégias focadas no problema, as estratégias focadas na emoção e, finalmente, as estratégias
focadas nas relações interpessoais. (Melo, 2008)
O coping focalizado na emoção é definido como um esforço para regular o estado emocional que
é associado ao stress, ou é o resultado de eventos stressantes. Estes esforços de coping são
dirigidos a um nível somático e/ou a um nível de sentimentos, tendo por objectivo alterar o
estado emocional do indivíduo. (Antoniazzi, Dell'Aglio e Bandeira, 1998)
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Figura 1. Modelo de Stress e Coping de Lazarus e Folkman (1984)
Fonte: Antoniazzi, Dell'Aglio e Bandeira (1998)
O coping focalizado no problema constitui-se em um esforço para actuar na situação que deu
origem ao stress, tentando mudá-la. A função desta estratégia é alterar o problema existente na
relação entre a pessoa e o ambiente que está causando a tensão. A acção de coping pode ser
direccionada internamente ou externamente. (Antoniazzi, Dell'Aglio e Bandeira, 1998)
O coping focado na emoção pode facilitar o coping focado no problema por remover a tensão e,
similarmente, o coping focado no problema pode diminuir a ameaça, reduzindo assim a tensão
emocional. Os estudos indicam que ambas as estratégias de coping são usadas durante
praticamente todos os episódios stressantes, e que o uso de uma ou de outra pode variar em
eficácia, dependendo dos diferentes tipos de estressores envolvidos. Por exemplo, fumar um
cigarro, tomar um tranquilizante, assistir a uma comédia na TV, sair para correr, são exemplos de
estratégias dirigidas a um nível somático de tensão emocional. A função destas estratégias é
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reduzir a sensação física desagradável de um estado de stress. ( Antoniazzi, Dell'Aglio e Bandeira,
1998).
A estratégia de coping focalizada nas relações interpessoais, o sujeito busca apoio nas pessoas do
seu círculo social para a resolução da situação stressante. Segundo Lopes, Catarino e Dixe (2010)
a manifestação de estratégias envolvendo relações interpessoais podem centrar-se em três
subcategorias resultantes do conteúdo das acções: apoio de profissionais de saúde, apoio de
familiares e outros apoios (ex: linhas de ajuda não profissionais disponíveis on-line, a procura de
informação on-line e contratação de terceiros para apoio em determinadas actividades, etc.).
Todas as estratégias de coping, focalizadas no problema, na emoção ou nas relações
interpessoais são importantes, mas a sua eficácia é caracterizada por flexibilidade e mudança.
Novas exigências requerem novas formas de coping, pois uma estratégia não é eficaz para todos
os tipos de stress. Torna-se então necessário considerar a natureza da fonte de stress, a
disponibilidade de recursos de coping e o resultado do esforço de coping. Ademais as estratégias
de coping são utilizadas individualmente, consecutivamente e em combinação. Assim, o impacto
de uma estratégia de coping pode ser confundido pelo efeito de outras estratégias. (Antoniazzi,
Dell'Aglio e Bandeira, 1998; Melo, 2008)
2.3 Fontes de Stress e Estratégias de Coping em diversas populações
Vários estudos sobre o stress tem sido levados a cabo com uma tendência a crescer na última
década, particularmente, no Brasil. Em Moçambique, a produção científica nesta área de
conhecimento ainda é pobre mas alguns estudos já realizados, em diferentes populações, trazem
importantes contribuições.
Mcintyre, T., Mcintyre, S. e Silvério (1999) analisaram as fontes de stress numa amostra de 62
enfermeiros em Portugal. O estudo apurou como principais fontes de stress percebidas por estes
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profissionais a sobrecarga de trabalho, as más condições físicas e tecnológicas e a carência de
recursos humanos, materiais e técnicos para a execução do seu trabalho.
Serra (2002) encontrou elevados níveis de stress numa amostra de 368 estudantes de uma
Universidade privada de Maputo, em Moçambique. De acordo com esta pesquisa, verificou-se
que os níveis mais elevados de stress foram detectados em estudantes trabalhadores, do sexo
feminino, casados, com filhos, com idade superior a 35 anos e que frequentam o turno Pós-
Laboral, tendo 70% dos estudantes apontado o excesso de trabalho como um dos agentes mais
stressantes.
James e Nahl (2002) nos seu estudo sobre o stress no tráfego nos E.U.A. concluiu que o
congestionamento no tráfego constitui um dos factores de stress percebido por homens e
mulheres adultos, sendo mais evidente nos homens. Factores como a urbanização, o aumento
anual da frota de veículos tem contribuído para o aumento do stress no tráfego que tem
consequências na saúde das pessoas.
Outra pesquisa, realizada em 2011 pela empresa TomTom1 envolvendo mais de 10,000 pessoas,
em 11 países, revelou que 72% das pessoas com idades entre 18 e 64 anos conduzem
diariamente, 92% das pessoas conduzem de casa para o trabalho e 80% de casa para a escola.
Com uma estimativa de 1 bilião de carros circulando pelas estradas no total de países abrangidos
pelo estudo, não foi surpreendente verificar que 86% das pessoas que conduziam afirmaram que
sentiam-se negativamente afectadas pelo impacto do tráfego que produz um aumento dos níveis
de stress de 60% nos homens e 9% nas mulheres. O estudo indicou também que para lidar com o
stress induzido pelo tráfego, as pessoas desenvolveram uma diversidade de estratégias de
coping, sendo que 82% das pessoas optam por ouvir música enquanto 21% optam por conversar
com os outros passageiros para passar o tempo e reduzir a tensão. No entanto, o estudo revelou
1 Fundada em 1991, a TomTom é uma organização com sede na Holanda, reconhecida como a maior fornecedora de produtos de
localização e navegação e serviços focados em providenciar a todos os condutores a melhor experiência de navegação do mundo. A organização possui mais de 3500 trabalhadores e vende os seus produtos em mais de 40 países do mundo.
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também existir diferenças nas estratégias adoptadas pelas pessoas de diferentes países. Por
exemplo, 38% dos americanos e 39% dos suíços tendem a falar ao telemóvel enquanto conduzem
por forma a fazer melhor uso do seu tempo, enquanto que 14% dos holandeses optam por
comer. Ademais, os falantes de língua inglesa, no geral, preferem cantar para si próprios para
reduzir o stress enquanto conduzem (E.U.A.:20%; Reino Unido: 19%; África-do-Sul: 16%). Para
alguns esta estratégia parece resultar uma vez que a pesquisa mostrou que duas em três
mulheres experimentam uma redução significativa de stress na condução quando cantam.
(TomTom, 2011)
Birch e Paul (2003) identificaram no seu estudo realizado junto a dez mil trabalhadores, na
Austrália, que os factores organizacionais percebidos como principais fontes de stress eram, por
ordem de importância: o aumento de quantidade de trabalho, reestruturação/mudança
organizacional, fracas oportunidades de carreira, temperaturas desconfortáveis, insegurança no
emprego, insuficiente formação, dificuldades de comunicação, longas horas de trabalho, fraca
organização do trabalho, conflitos com gestores/superiores, excesso de supervisão/monitoria,
problemas de saúde e segurança não resolvidos, insuficientes períodos de descanso, dificuldades
de relacionamento com clientes e excesso de ruído.
Um outro estudo, realizado por Felício e Pereira (1994), sobre o stress ocupacional em 60 clínicos
gerais de ambos os sexos de três centros de saúde de Lisboa, revelou níveis um pouco mais
moderados de stress ocupacional, sem diferenças significativas entre os sexos. O estudo revelou
como principais fontes de stress a sobrecarga de trabalho e a falta de recursos técnicos e físicos
apontados por aqueles profissionais. (Lino, 2002)
Costa (2006), ao analisar o stress numa amostra de operários e trabalhadores administrativos da
Fábrica Fasol Lda., em Moçambique, concluiu que características relacionadas com Requisitos de
Trabalho, Discriminação de Tarefas, Condições de Emprego, Autoridade Decisória e Apoio de
Chefes e Colegas constituem factores de stress ocupacional, percepcionados pelos trabalhadores
da Fasol. A pesquisa também indicou que a percepção dos diversos factores de stress ocupacional
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por parte dos trabalhadores daquela fábrica varia em função das variáveis sócio-demográficas:
sexo, idade, anos de serviços e turno de trabalho.
Raimundo (2006) analisou o stress ocupacional numa amostra de 101 trabalhadores de sete
instituições do sector bancário na cidade de Maputo. A pesquisa revelou que os trabalhadores
mostraram-se vulneráveis ao “stress” quando comparados aos grupo de controle de 99
profissionais de outros sectores de actividade. O estudo revelou também que as características
psicossociais do ambiente de trabalho que mais contribuem para o elevar o nível de “stress” nos
profissionais do sector bancário foram o nível de exigência ou requisitos de trabalho,
principalmente, o ritmo de trabalho muito acelerado, o controle sobre o trabalho, o fraco uso de
habilidades próprias, fraca capacidade de iniciativa, o trabalho repetitivo e a fraca autonomia na
tomada de decisão relativas ao próprio trabalho.
Torres (2006) analisou os factores de stress ocupacional no universo de profissionais de
enfermagem que lidam com pacientes com HIV/SIDA, num Hospital-Dia da cidade de Maputo
onde concluiu que os profissionais daquela unidade apresentam níveis de stress elevados quando
confrontados com alguns factores intra/intre-pessoais e externos tais como: medo de contágio
do HIV, pressão de tempo, sobrecarga de trabalho e lidar com mulheres seropositivas, crianças
sem pais e jovens à beira da morte.
Sanzovo e Coelho (2007) estudaram o stress em 15 psicólogos clínicos tendo apurado que as
principais fontes de stress percebidas por estes profissionais relacionam-se, entre outros
factores, com o relacionamento com os clientes, o relacionamento com os colegas de trabalho,
excesso de horas de trabalho, horários de trabalho e instabilidade financeira e indicam que as
estratégias de coping mais mencionadas por estes profissionais foram foram “tirar férias” e
“praticar exercícios físicos”.
Guimarães (2008) concluiu que a amostra 61 médicos que estudou aproventava um nível de
stress actualmente mais elevado que no passado, tendo os mesmos apontado várias fontes de
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stress relacionadas com o trabalho em si mesmo, com o contexto laboral e com a relação do
sujeito com o trabalho. Outras fontes de stress no trabalho apontadas pelos médicos foram as
más condições de trabalho, a sobrecarga de trabalho, o baixo salário e a metodologia de
trabalho.
Rossana (2012) estudou os factores de stress no trabalho junto a 15 consultores que actuam na
cidade de Maputo. Os resultados do estudo revelam que a amostra de consultores estudada está
exposta a situações de stress no trabalho devido a factores organizacionais como excesso de
trabalho, horários de trabalho, clima organizacional, natureza do trabalho, métodos de trabalho,
relacionamento com os clientes, relacionamento com a liderança, relacionamento com os colegas
de trabalho, avaliação de desempenho e salário e benefícios auferidos.
Mahamad (2012) analisar as fontes de stress e as estratégias de coping adoptadas por 16
psicólogos clínicos que actuam na cidade de Maputo tendo os profissionais apontado quatro
grandes dimensões de fontes de stress, nomeadamente: social, trabalho, saúde e economia,
sendo que, indicadores de stress do contexto laboral, os que prevaleceram em maior incidência.
Relativamente às estratégias de coping, os psicólogos apontaram estratégias orientadas para a
emoção, problema e relações interpessoais, sendo as orientadas para a resolução de problemas
as predominantemente escolhidas por este grupo de profissionais. Os resultados apontaram
ainda para uma relação entre as fontes de stress percebidas e as estratégias de coping usadas
pelos psicólogos.
2.4 Stress e Coping em Docentes Universitários
Várias pesquisas têm enfocado mais especificamente o stress e as condições stressantes
relacionadas com a actividade docente. Ainda assim, as mesmas são escassas, particularmente,
em Moçambique, onde as condições de trabalho escondem problemas sociais e psicológicos
graves.
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Brun e Ivers (2008) e Akbar e Akhter (2011) concluem que o nível de stress ocupacional tem
aumentado ao longo dos últimos anos nos docentes universitários, devido às pressões
organizacionais e à falta de apoio social, estando relacionados com uma administração excessiva
e com longas horas de trabalho, tornando-se como uma grande preocupação para os decisores
políticos.
Outros pesquisadores como Esteves (2004), Ulrich (2005), Martins e Zafaneli (2006), Lima e Filho
(2009), Braz e Fêo (2012) e Amorim et al. (2012), Paiva e Saraiva (2005) também confirmam a
presença de stress negativo em professores universitários.
Numa tentativa de articulação compreensiva dos diversos factores que contribuem para o stress
percebido na docência, Ernesto (2008), aponta dois níveis de análise desta problemática: os
factores organizacionais, que afectam directamente os professores na sua actividade profissional
e os factores de natureza social que actuam indirectamente pelos condicionalismos que criam no
contexto de ensino.
Segundo Ernesto (2008) no primeiro tipo de factores, destaca-se a sobrecarga de trabalho a que o
professor está sujeito, a qual é função da discrepância existente entre as exigências que lhe são
feitas. Por exemplo, lidar com a indisciplina dos alunos, atender os pais ou fazer trabalho
administrativo e a falta de recursos materiais, institucionais e de tempo de que dispõe.
Relativamente aos factores de natureza social, a autora salienta as profundas alterações
verificadas: no estatuto e imagem social da classe docente, claramente desvalorizados pela
massificação do sistema de ensino, pelas alterações nos valores sociais conducentes; nos papéis
atribuídos aos professores, nos objectivos e competências pedagógicas orientadores da sua
actividade profissional; e nas atitudes que a sociedade lhes reserva, apontando-os, muitas vezes
como responsável pelas deficiências do sistema educativo e negando-lhes a participação na
tomada de decisões que condicionam as suas funções, bem como as formas de treino e suporte
adequadas.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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Ayres, Brito e Feitosa (1999) concluiram no seu estudo com professores universitários, no Brasil,
que as principais fontes de stress percebidas por este grupo profissional foram a rede de
comunicações, o relacionamento com colegas e com os alunos.
Matos (2000) no seu estudo junto a 87 docentes universitários, no Brasil, percebeu que os
principais factores geradores de stress nestes profissionais são a compensação/reconhecimento,
o relacionamento entre colegas, a identidade profissional, as actividades burocráticas e o
desempenho docente.
Souza (2001) estudou a qualidade de vida no trabalho (QVT) junto a 200 professores
universitários no Brasil tendo verificado que 100% dos professores não possuía uma qualidade de
vida ideal, demostrando deficiências em vários aspectos e deixando claro o desequilíbrio entre as
necessidades psico-fisiológicas, assim como 88% apresentou níveis de stress elevado e 12% níveis
de stress tolerável.
Christophoro e Waidman (2002) detectaram elevados níveis de stress numa amostra de 30
professores universitários do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Maringá, no
Estado do Paraná, no Brasil. Segundo este estudo, os docentes atribuíram como causas dos níveis
de stress apresentados às condições de trabalho, à dupla ou tripla jornada de trabalho, às
questões financeiras e às pressões do trabalho como pós-graduação, competitividade e
relacionamento interpessoal conflituoso.
Esteves (2004) investigou as implicações da actividade docente do ensino superior privado, na
produção de stress psíquico dos professores, entre as principais características do trabalho, os
professores indicaram algum controle sobre suas actividades e a presença de altas cargas físicas e
psíquicas.
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Marques e Paiva (1999) fizeram uma pesquisa sobre o stress em professores de duas IES (uma
pública e outra privada) em Belo Horizonte, no Brasil. Os achados da pesquisa indicaram um nível
de stress normal e baixo pela maioria dos pesquisados.
Sorato e Marcomin (2007) concluíram, no seu estudo com professores universitários, no Brasil,
que 62,5% dos professores apresentaram stress na fase de resistência à fase de exaustão e que as
principais causas do stress associam-se a questões relativas ao excesso de trabalho (25%) e às
dificuldades no relacionamento interpessoal (25%).
Barreto (2007) estudou o stress em 17 professores de duas IES na cidade de Natal, no Brasil
tendo concluído que as fontes de stress percebidas por estes profissionais foram as más
condições de trabalho, as exigências institucionais, o descompromisso dos alunos, a jornada
excessiva de trabalho, a baixa remuneração, a falta de incentivos ao professor, as incertezas
quanto à carga horária e as dificuldades na gestão do tempo.
Schuldt e Totten (2008) realizaram um estudo sobre o stress em professores de duas
universidade nos E.U.A e identificaram elevados níveis de stress no corpo docente devido à
sobrecarga de trabalho, exigências de tempo, estudantes pouco preparados e pressão para
investigação científica.
Ernesto (2008) verificou que os professores com elevadas exigências da escola e baixo controlo
sobre os alunos sofriam de mais exaustão emocional, no seu estudo realizado no Brasil. Por outro
lado, Olivereira e Cardoso (2011) constataram a presença de stress em professores universitários
da área da saúde, também no Brasil, tendo sido apontadas como principais causas a sobrecarga e
as condições de trabalho a que estão expostos.
Lima e Filho (2009) realizaram uma pesquisa em que o objectivo foi verificar as relações entre o
processo de trabalho docente, as condições sob as quais ele se desenvolve e o possível
adoecimento físico e mental dos professores em uma universidade no Brasil. Os resultados da
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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pesquisa mostram que os docentes apresentam exaustão emocional, considerando a elevada
manifestação de sintomas tais como nervosismo, stress, cansaço mental, esquecimento, insónia,
entre outros
Carvalho (2009) cita uma investigação realizada com 700 professores ingleses que reforça o
desgaste da profissão docente. Os seus resultados demonstram que 25% dos docentes
caracterizam a profissão como muito stressante e dão relevo ao facto dos efeitos negativos se
repercutirem ao nível do rendimento profissional e em certas variáveis psicológicas, como a
depressão e o burnout. Estes dados permitem concluir que a vivência de stress por parte da
docência, neste caso, constitui-se como uma ameaça para o seu bem-estar, auto-estima e valor
pessoal, o que, em consequência pode acarretar o desenvolvimento de sentimentos negativos,
como a insatisfação e a desmotivação, o que, na sua prática laboral, se manifesta pela diminuição
da qualidade e investimento nas actividades desenvolvidas.
Atindanbila (2011) analisou as fontes de stress percebidas por 432 professores da Universidade
do Gana. A análise dos dados revelou que os professores tinham níveis de stress moderado e suas
principais fontes de stress estão relacionados ao ambiente escolar.
Akbar e Akhter (2011) investigaram o stress em professores de duas universidades no Paquistão,
uma pública e outra privada. De acordo com os achados da investigação a carga de trabalho, os
assuntos relacionados com estudantes e o conflito de papéis são as principais fontes que
contribuem, significativamente, para a produção de stress nos docentes desta universidade.
Iqbal e Kokash (2011) estudaram o stress junto a 68 professores de uma universidade privada na
Arábia Saudita tendo concluído que as principais fontes de stress percebidas pelos docentes
foram salário inadequado, falta de reconhecimento pelo desempenho, sobrecarga de trabalho e
ensinar estudantes mal preparados. Por outro lado, os resultados do estudo indicam ainda que o
relacionamento com os superiores e com os colegas não contribui para a percepção de stress
nestes profissionais.
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Makhbul e Khairuddin (2013) estudaram o stress em professores universitários na Malásia e
concluiram que os mesmos percebiam como principais fontes de stress o relacionamento
interpessoal, a sobrecarga de trabalho, o equilíbrio vida e trabalho, a remuneração e benefícios e
segurança no emprego.
Na tabela que se segue, sistematiza-se um conjunto de fontes de stress para docentes apontadas
por diversos autores na literatura pesquisada e que são de relevância para o presente estudo.
Tabela 3. Fontes de Stress percebidas por Docentes
# Fontes de Stress Autor(s)
1 Sobrecarga de trabalho Sorato e Marcomin (2007); Pinto (2009), citado por Carvalho (2009); Carvalho (2009 ); Martins e Zafaneli (2006); Schuldt e Totten (2008); Brun e Ivers (2008); Iqbal e Kokash (2011); Barreto (2007); Makhbul e Khairuddin (2013)
2 Relacionamento interpessoal Matos (2000); Pinto (2009, citado por Carvalho, 2009); Carvalho (2009); Ayres, Brito e Feitosa (1999); Sorato e Marcomin (2007); Garcia e Benevides-Pereira (2003); Christophoro e Waidman (2002); Makhbul e Khairuddin (2013)
3 Questões financeiras Serra (2006); Gasparini, Barreto e Assunção (2005); Costa (2004). Garcia e Benevides-Pereira (2003); Christophoro e Waidman (2002); Iqbal e Kokash (2011); Barreto (2007); Makhbul e Khairuddin (2013)
4 Desvalorização profissional Codo (1999); Gasparini, Barreto e Assunção (2005); Ayres, Brito e Feitosa (1999); Garcia e Benevides-Pereira (2003); Iqbal e Kokash (2011); Barreto (2007)
5 Condições trabalho Pinto (2009), citado por Carvalho (2009); Christophoro e Waidman (2002); Barreto (2007)
6 Actividades burocráticas Ayres, Brito e Feitosa (1999); Matos (2000): Brun e Ivers (2008); Iqbal e Kokash (2011)
7 Falta de material para trabalho
Ernesto (2008); Garcia e Benevides-Pereira (2003); Martins e Zafaneli (2006)
8 Falta de promoção Pinto (2009, cito em Carvalho, 2009); Garcia e Benevides-Pereira (2003)
9 Conciliação casa/trabalho Pinto (2009) citado por Carvalho (2009); Makhbul e Khairuddin (2013) 10 Indisciplina/Desrespeito dos
estudantes Ernesto (2008); Pocinho e Capelo (2009); Akbar e Akhter (2011)
Fonte: Análise da Autora
No estudo conduzido por Ayres, Brito e Feitosa (1999) entre as estratégias de coping usadas pelos
professores universitários, as predominantes foram a expressão dos sentimentos (focadas nas
emoções) e a busca de suporte social (focadas nas relações interpessoais).
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As estratégias de coping mais adoptadas pelos docentes da pesquisa realizada por Matos (2000)
foram as que buscam evitar lidar directamente com os problemas, portanto, as focadas nas
emoções.
Já na pesquisa levada a cabo por Bachion et al. (2005) junto a docentes universitários, no Brasil,
as principais estratégias de coping usadas para lidar com situações de stress foram as orientadas
para as relações interpessoais e para as emoções.
No estudo de Barreto (2007) as estratégias de coping utilizadas pelos professores universitários
oscilaram desde a busca de opções de lazer, desabafo com colegas de profissão e com familiares,
actividades físicas, planeamento individual e rezar.
Na tabela, que se segue, sistematizam-se uma série de estratégias de coping especificamente
adoptadas por docentes, de acordo com a literatura.
Tabela 4. Estratégias de Coping adoptadas por Docentes
Estratégias de Coping adoptadas por Docentes
Autor(es)
Auto-Controlo Pocinho e Capelo (2009); Carvalho (2004)
Suporte Social Brito et al. (1998); Ayres, Brito e Feitosa (1999); Carvalho (2004); Paiva e Saraiva (2005); Bachion et al. (2005)
Actividades extra trabalho Paiva e Saraiva (2005)
Aceitação de Responsabilidades Carvalho (2004)
Demonstração dos sentimentos/emoções
Brito et al. (1998); Ayres, Brito e Feitosa (1999); Matos (2000); Bachion et al. (2005)
Manutenção da auto-estima elevada Brito et al. (1998)
Zelo pelas condições de saúde Brito et al. (1998)
Fonte: Análise da autora
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CAPÍTULO 3: MÉTODO
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3 Método
3.1 Modelo Teórico de Referência
Como referencial teórico na elaboração do presente trabalho, tendo em conta os objectivos
deste estudo, optou-se por seguir o modelo e linhas de investigação de Lazarus e Folkman (1984),
já apresentado no capítulo anterior.
3.2 Tipo de estudo e desenho de pesquisa
Para elaboração do presente trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva. De acordo com Gil
(2008) as pesquisas descritivas possuem como objectivo a descrição das características de uma
população, fenómeno ou de uma experiência. Por exemplo, quais as características de um
determinado grupo em relação a sexo, faixa etária, renda familiar, nível de escolaridade etc.
No âmbito do presente estudo optou-se por incluir uma abordagem quantitativa que, segundo
Oliveira (2001) é utilizada em pesquisas de âmbito social, garantindo a precisão dos resultados e
evitando distorções de análise e de interpretação.
3.3 Técnicas e instrumento de recolha de dados
As técnicas de investigação usadas para a concretização deste estudo foram a pesquisa
bibliográfica e o questionário. A primeira técnica – pesquisa bibliográfica - permite conhecer e
aprofundar o estado da arte e as diferentes formas de contribuição científica que se realizam
sobre determinado assunto. (Gil, 1996; Oliveira, 2001)
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30
A segunda técnica – questionário - permitiu recolher dados quantitativos referentes às variáveis
em estudo para responder aos objectivos do estudo. Segundo Gil (2008) por questionário
entende-se um conjunto de questões que são respondidas por escrito.
O instrumento utilizado para a recolha de dados tem por finalidade identificar as fontes de stress
percebidas pelos professores e estratégias de coping adoptadas pelos docentes universitários na
tentativa de superar o stress no seu quotidiano. Este instrumento foi adaptado do original de
Mamad (2012) no seu estudo com uma amostra de psicólogos clínicos. O mesmo passou por
alterações especificamente para efeitos de recolha de dados, no âmbito dos objectivos definidos
no presente estudo.
O referido instrumento foi acompanhado por uma carta de apresentação que visa introduzir o
público alvo, no âmbito e objectivos da pesquisa (vide Anexo III) e compreendeu duas partes,
conforme se apresenta no Anexo IV deste trabalho:
Na primeira parte constam os dados sócio-demográficos, onde se investigam
características pessoais e profissionais.
Na segunda parte, encontra-se uma tabela com duas colunas de 10 itens, uma para os
agentes stressantes e outra para as respectivas estratégias utilizadas. Na primeira coluna,
o participante deverá mencionar os aspectos que constituem para si agentes stressantes,
e, na segunda coluna, ele deverá fazer corresponder a cada um dos agentes stressantes a
estratégia que adopta para superar o stress que o mesmo agente provoca a si próprio.
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31
3.4 Procedimentos
3.4.1 Procedimentos Administrativos
Para iniciar o trabalho de pesquisa, foi redigida uma carta à direcção da Universidade solicitando
uma credencial para efeitos de recolha de dados. A referida carta encontra-se no anexo I do
presente trabalho.
Como resposta à referida carta, foi entregue à pesquisadora deste estudo uma credencial (vide
anexo II) passada pela Direcção da universidade para que pudesse ser usada durante a fase de
recolha de dados no campo.
3.4.2 Procedimentos de Amostragem
Para a presente pesquisa foi definido como universo de pesquisa todos os professores que
leccionam na Universidade Politécnica em Maputo. Dado ser extremamente difícil e de elevados
custos estudar toda a população foi selecionada uma amostra de professores. Existem, no
entanto, vários tipos de procedimentos de amostragem que podem variar em função da natureza
e objectivo de cada pesquisa, como é o caso da amostra intencional, aleatória, estratificada,
entre outras.
No âmbito deste estudo, recorreu-se ao uso da amostra intencional da população estudada pelo
facto de constituir uma estratégia que permite reduzir custos de deslocação, permite, também,
colectar dados num curto espaço de tempo e, ao mesmo tempo, obter dados mais abrangentes,
conforme defende Ribeiro (1999).
Para o efeito, a amostra deste estudo foi composta por quarenta e dois (42) professores que
leccionam na Universidade Politécnica, sendo que mais de 50% são homens.
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32
Figura 2. Distribuição dos Professores por Sexo
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 42 professores, 18 compreendem idades entre os 41 e os 50 anos e 16 professores idades
entre os 31 e os 40 anos. Apenas 5 professores que participaram da amostra são jovens, com
idades entre 20 a 30 anos. No entanto, 3 dos 42 professores tem mais de 50 anos de idade.
Figura 3. Distribuição dos professores por faixa etária
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Mais de metade dos 42 professores desta pesquisa são casados, 13 são solteiros e um pequeno
número são divorciados ou vivem em união de facto.
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33
Figura 4. Distribuição dos professores por estado civil
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 42 professores a grande maioria tem filhos (34 professores) e apenas 8 professores não tem
filhos.
Figura 5. Distribuição dos professores por filhos
Fonte: Instrumento de Pesquisa
A maioria dos professores que participou desta pesquisa tem o grau de Mestrado, seguindo-se os
professores com o grau de Licenciatura. Apenas 6 destes professores possui o grau de
doutoramento.
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34
Figura 6. Distribuição dos professores por nível académico
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 42 professores desta amostra, 26 trabalham em regime de tempo parcial e os restantes 16 a
tempo inteiro.
Figura 7. Distribuição dos professores por regime de trabalho
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Os professores abrangidos por esta pesquisa são de diversas áreas de especialidade com
destaque para as áreas de Psicologia, Gestão, Engenharia, Economia, entre outras.
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35
Figura 8. Distribuição dos professores por área de especialidade
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Do total de professores que compôs a amostra deste estudo, 11 tem entre 6 a 10 anos de
experiência, 10 tem até 5 anos de experiência na docência e 9 tem entre 11 a 15 anos e igual
número mais de 20 anos de experiência na profissão.
Figura 9. Distribuição dos professores por anos de experiência
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Os professores deste estudo, na sua maioria, tem como categoria profissional a de Professor
Assistente, seguindo-se a de Professor Auxiliar. 28 professores não indicaram qual a sua categoria
profissional.
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36
Figura 10. Distribuição dos professores por categoria profissional
Fonte: Instrumento de Pesquisa
A maioria dos professores (13) que participou desta pesquisa tem uma carga horária semanal de
até 4 horas, seguindo-se 9 professores com entre 4 a 8 horas, 8 professores com entre 8 a 12
horas semanais e, finalmente, 3 professores com mais de 12 horas. Um total de 9 professores não
indicou a sua carga horária semanal.
Figura 11. Distribuição dos professores por carga horária semanal
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 42 professores da amostra deste estudo, 24 indicou exercer outras funções além da
docência. Deste número 14 professores exercem funções de gestão, 6 professores funções
administrativas na universidade e apenas 4 deles, exercem funções técnicas.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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37
Figura 12. Distribuição dos professores por exercício de outras funções
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 42 professores da amostra desta pesquisa, 22 afirmam leccionar actualmente em outras
universidades, além d´A Politécnica. Os restantes 20 apenas leccionam nesta universidade.
Figura 13. Distribuição dos professores por trabalho em outra universidade
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Dos 22 professores que afirmaram leccionar em outras universidades, além d´A Politécnica, 7
leccionam na UEM, 2 no ISTEG e os restantes, em outras instituições de Ensino Superior.
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38
Figura 14. Outras universidades que os professores d´A Politécnica leccionam
Fonte: Instrumento de Pesquisa
3.4.3 Procedimentos de Recolha de Dados
O trabalho de recolha de dados junto dos professores da Universidade Politécnica decorreu entre
os meses de Fevereiro e Abril do presente ano. O local de recolha de dados decorreu no campus
da própria universidade, durante os diversos períodos lectivos.
A pesquisadora abordou individualmente cada docente presente na instituição tendo
apresentado a credencial, explicado os objectivos da pesquisa e procedido à entrega do
instrumento de pesquisa em formato físico a cada docente para auto-preenchimento.
Importa referir que apenas se procedeu à entrega do instrumento de pesquisa, após o docente
manifestar o seu consentimento livre de participar na pesquisa de forma voluntária, tendo se
previamente, explicado as vantagens da sua participação e os cuidados éticos no tratamento da
informação que seria disponibilizada.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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39
Foi definido o procedimento de devolução dos questionários preenchidos pelos docentes junto
ao secretariado da ESGCT, local este onde a pesquisadora procedeu à recolha dos mesmos no
final de cada semana.
3.4.4 Procedimentos de Análise de Dados
A análise dos dados teve início com a devolução e respectiva codificação dos questionários pela
amostra de professores. Recorreu-se, para o efeito, ao uso da técnica de análise de conteúdo das
respostas obtidas através do instrumento de pesquisa, possibilitando o agrupamento, quer das
fontes de stress, quer das respectivas estratégias de coping, em grandes dimensões de análise.
O uso do Programa Microsoft Excel do Windows foi fundamental para a sistematização dos dados
numa tabela que incluia também a análise de frequências. Os dados referentes à caracterização
sócio-demográfica da amostra foram tratados no mesmo programa e apresentados em formato
de gráfico incluíndo o cálculo de frequências.
3.4.5 Procedimentos de Redação
Sistematizados os dados seguiu-se a fase de redacção da presente monografia, tendo-se
procurado seguir as normas de citação e referências da Associação Americana de Psicologia (APA)
e que vai ao encontro dos requisitos impostos pela Universidade Politécnica para a apresentação
de trabalhos desta natureza, particularmente, no campo das Ciências Sociais.
A partir dos dados obtidos foi possível discutí-los, à luz da fundamentação teórica apresentada,
elaborar as principais conclusões do estudo e, finalmente, tecer as respectivas recomendações.
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40
CAPÍTULO 4: RESULTADOS
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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41
4 Resultados
4.1 Apresentação da Universidade Politécnica
A Universidade Politécnica, abreviadamente A Politécnica, é uma instituição de Ensino Superior
que está fundamentalmente vocacionada para três grandes domínios, nomeadamente: Ciências
Empresariais, Ciências Sociais e Tecnologias, processando-se a sua acção através de um conjunto
diversificado de actividades, com permanente sentido de interdependência entre
ensino/formação, investigação e prestação de serviços à comunidade. (ISPU, 2005)
4.1.1 Histórico
A Universidade Politécnica, inicialmente designada de Instituto Superior Politécnico e
Universitário (ISPU), é a primeira instituição Ensino Superior, privada em Moçambique, criada em
13 de Setembro de 1995 pelo Decreto nº 44/95 do Conselho de Ministros, e pertence à sociedade
IPS, Lda. (Instituto Politécnico Superior, Limitada), com capitais maioritariamente moçambicanos.
(ISPU, 2005)
Em 1996 a instituição tinha como lema “Queremos ser a melhor Universidade”, em 2001 o lema
mudou para “Bons alunos, os melhores profissionais” e desde 2006 o lema passou para
“Humanismo, Rigor e Profissionalismo”. Foi neste mesmo ano, em 2006, que a instituição foi
considerada pelo International Finance Corporation (IFC) como a melhor IES de moçambique. (A
Politécnica, 2013)
Em 2007, o ISPU passou ao estatuto de universidade, passando a designar-se Universidade
Politécnica, por aprovação do governo moçambicano. Esta transformação ocorreu devido ao ao
facto da instituição ter expandido e crescido em número de estudantes, corpo docente e
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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42
administrativo, como também, em infra-estruturas e instalações, além de ter consolidado a sua
natureza politécnica e universitária. Como universidade, a instituição continuaria a manter e
expandir o seu principal objecto nos domínios do ensino, investigação e extensão universitária. (A
Politécnica, 2013)
Hoje, 17 anos após a criação desta IES, a Universidade Politécnica é uma instituição de referência
no país e tem vindo a marcar o seu posicionamento estratégico, diante de uma forte
concorrência com a criação de novas IES privadas.
4.1.2 Missão e Objectivos
A Politécnica tem como missão, contribuir para a elevação do nível educacional, técnico científico
e cultural dos moçambicanos, perseguindo os mais altos padrões de qualidade do ensino
ministrado aos seus estudantes e da formação dos seus docentes e investigadores,
perspectivando uma abordagem teórico-prática e profissionalizante das matérias.
A Politécnica tem como objectivo reforçar o sentimento patriótico; intervir criticamente na
análise e debate de questões de interesse público, a nível nacional e internacional; e contribuir
para a eliminação das assimetrias no desenvolvimento nacional, nomeadamente, através da
promoção do acesso dos cidadãos ao ensino e à formação. (ISPU, 2005)
4.1.3 Estrutura Orgânica
Em termos organizacionais a Universidade Politécnica é gerida, a nível máximo, pelo Reitor sob o
apoio das duas vice-reitorias administrativo financeira e científico pedagógica. Do ponto de vista
administrativo a Direcção Executiva é a unidade orgânica que garante todo o funcionamento da
universidade e articula com todas as restantes unidades orgânicas ligadas à área científico
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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43
pedagógica, nomeadamente: a Unidade de Extensão e Cooperação Universitária (UECU), a Escola
Superior de Altos Estudos e Negócios (ESAEN), a Escola Superior de Gestão Ciências e Tecnologias
(ESGCT), o Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias (ISHT) de Quelimane, a Escola
Superior Aberta (ESA), a Escola Superior de Estudos Universitários de Nampula (ESEUNA) e
Instituto Superior Universitário de Tete (ISUTE).
Figura 15. Estrutura Organizacional da Universidade Politécnica
Fonte: Universidade Politécnica (2013)
4.1.4 Instalações e cobertura geográfica
Em termos geográficos A Politécnica iniciou o seu funcionamento na cidade de Maputo, tendo
posteriormente aberto o ISHT em Quelimane. Ao longo dos últimos anos a instituição tem
expandido para outras zonas geográficas do país e actualmente está presente em 5 províncias de
Moçambique, conforme ilustra a figura a seguir.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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44
Figura 16. Cobertura geográfica da Universidade Politécnica
Fonte: Adaptado do Jornal “O Académico”, Universidade Politécnica (2013)
Nampula, Nacala e Tete são as zonas mais recentes onde a instituição se faz presente com cursos
de nível superior. Ainda no âmbito dos seus projectos de expansão, A Politécnica tem feito
investimentos de grande vulto não só em Maputo como em Quelimane, Nampula e Tete,
construindo instalações próprias e alugando espaços. (Universidade Politécnica, 2013)
Inaugurado em Abril de 2003 e localizado no centro da cidade de Maputo, o Campus da
Universidade, em Maputo, possui, edificações com três pisos, dois blocos escolares e um bloco
central, onde estão localizados um pátio amplo para actividades culturais e de lazer, os Serviços
Administrativos, a Biblioteca Central da Instituição, com uma Sala de Leitura, o Anfiteatro, uma
Agência Bancária com um serviço de Caixa Automática do BCI Fomento, um Centro Social com
serviços de lanchonete/bar e os serviços de Internet.2
2 Informação obtida a partir do website da Universidade: www.apolitecnica.ac.mz
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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45
Os dois blocos escolares do Campus Universitário possuem um total de 58 salas (29 por bloco),
um Auditório para 100 pessoas sentadas, quatro Laboratórios de Informática, um Laboratório
para práticas de Engenharia, uma Sala para Desenho de Arquitectura e um Laboratório de
Psicologia e tem uma capacidade para acolher 1.500 estudantes em cada turno, o que aponta
para cerca de 6.000 estudantes em dois turnos de funcionamento nas Escolas Superiores.3
Mais recentemente, em 2013, foram inauguradas a segunda fase das instalações do campus
universitário em Maputo, incluindo as instalações da nova biblioteca central, os edifícios da
reitoria, um campo desportivo, entre outros espaços para escritórios e salas de aulas.
(Universidade Politécnica, 2013)
4.1.5 Oferta de Formação
A Universidade Politécnica possui actualmente uma oferta formativa variada a nível de graduação
e pós-graduação. Ao nível de graduação a instituição oferece actualmente as seguintes
Licenciaturas: Administração e Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos, Contabilidade
e Auditoria, Gestão Bancária, Engenharia Civil, Turismo e Gestão de Empresas Turísticas, Ciências
da Comunicação, Psicologia, Ciências Jurídicas, Assessoria de Direcção, Ciências Sociais e Políticas,
Estudos de Desenvolvimento, Engenharia Eléctrica, Ciências Agrárias, Economia, Engenharia
Agro-Alimentar, Ciências da Educação e Informática de Gestão. A nível de pós-graduação, a
instituição oferece vários cursos de mestrado, por exemplo, MBA, Administração Pública, Gestão
Estratégica de Recursos Humanos, Gestão Estratégica de Marketing, Economia Agrária e
Sociologia Rural e Gestão Estratégica de Negócios. (Universidade Politécnica, 2013)
3 Informação obtida a partir do website da Universidade: www.apolitecnica.ac.mz
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46
4.1.6 Estudantes
Quando iniciou em 1996, a universidade tinha apenas 160 alunos. Em 1998 o número de alunos
quase que duplicou passando para 356 e em 2000 a instituição já contava com cerca de 1000
alunos. Em 2003, estavam matriculados na Politécnica cerca de 2000 alunos, na sua maioria do
sexo feminino. (A Politécnica, 2013) O gráfico a seguir apresenta a evolução do número de alunos
matriculados nesta universidade nos últimos anos parecendo existir uma tendência para se
estabilizar nos cerca de 3000 estudantes.
Figura 17. Evolução do Número de Alunos matriculados na Politécnica de 2004 a 2010
2573
2991
2570
2695
2630
2763
3081
2200 2400 2600 2800 3000 3200
Ano 2004
Ano 2005
Ano 2006
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
Fonte: MINED – Estatísticas do Ensino Superior (2004 a 2012)
Ao longo dos 17 anos da sua existência a universidade já graduou mais de 6000 estudantes, dos
quais 3473 ao nível de bacharelato, 2116 com o nível de licenciatura, 502 com pós-graduação, 94
com o nível de mestrado e 3 com o nível de doutorado. Só no ano de 2012, A Politécnica
graduou, na cidade de Maputo, 238 estudantes nos níveis de bacharelato, licenciatura, mestrado
e doutoramento. (A Politécnica, 2013)
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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47
4.1.7 Corpo Docente
Actualmente A Politécnica conta com um corpo docente composto por 206 professores na sua
maioria a tempo parcial. Conforme o gráfico a seguir, pode-se verificar que o crescimento do
corpo docente da universidade foi contínuo de 2005 a 2007 e a partir daí começou a diminuir até
o ano de 2010.
Figura 18. Evolução do Corpo Docente d´A Politécnica de 2004 a 2010
234
201
245
391
235
321
201
0 100 200 300 400 500
Ano 2004
Ano 2005
Ano 2006
Ano 2007
Ano 2008
Ano 2009
Ano 2010
Fonte: MINED – Estatísticas do Ensino Superior (2004 a 2012)
4.2 Fontes de Stress percebidas pelos Docentes Para responder ao primeiro objectivo específico do presente trabalho procurou-se identificar as
principais fontes de stress percebidas pelos docentes da Universidade Politécnica. Conforme se
pode ver na tabela do Anexo V, os dados indicam que os 42 docentes da amostra deste estudo
apontaram quatro grandes dimensões que caracterizam as fontes de stress, nomeadamente:
social, trabalho, saúde e economia. Contudo, a maioria dos professores apontam fontes de stress
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
48
que se enquadram na dimensão trabalho, seguindo-se a dimensão social, a dimensão economia
e, finalmente, a dimensão saúde.
Relativamente à dimensão trabalho, os docentes apontam fontes de stress relacionadas com os
factores do contexto laboral, do trabalho em si e da relação do sujeito com o trabalho, mas as
fontes de stress mais mencionadas relacionam-se com o contexto laboral e o trabalho em si. No
factor contexto laboral, foram mencionados 11 indicadores, com maior frequência os seguintes:
actividades burocráticas, métodos de trabalho e sobrecarga de trabalho. Em relação ao factor do
trabalho em si, os professores apontaram 5 indicadores de stress com maior incidência para lidar
com determinados estudantes e horário de trabalho.
No que tange à dimensão social, os docentes apontam fontes de stress relacionadas com os
factores relações interpessoais e o contexto social, com 7 e 4 indicadores respectivamente.
Quanto ao factor relações interpessoais, os docentes indicaram, como indicadores de maior
incidência de stress o relacionamento interpessoal e o relacionamento com os superiores. Em
relação ao factor contexto social, os indicadores de maior incidência apontados pelos professores
foram os relacionados com, a conciliação casa/trabalho (profissional, familiar, social), a mudança
de casa e o tráfego.
Quanto à dimensão economia, os docentes indicaram apenas um único factor relacionado com o
contexto económico, os problemas financeiros com que se confrontam na sua vida, tendo sido
este indicador mencionado por 19 dos 42 professores da amostra desta pesquisa.
Para a dimensão saúde, os factores considerados foram a insónia e outras doenças.
4.3 Estratégias de Coping adoptadas pelos Docentes Outro dos objectivos preconizados pelo presente estudo consistia em descrever as estratégias de
coping mais usadas pelos docentes em resposta ao stress ocupacional.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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49
De acordo com os resultados, sistematizados na tabela do Anexo V, os docentes apontaram três
tipos de estratégias de coping, nomeadamente: estratégias focadas na emoção, estratégias
focadas no problema e estratégias focadas nas relações interpessoais. No geral, os dois tipos de
estratégias, orientadas para o problema e para a emoção são usadas com o mesmo nível de
predominância neste grupo de profissionais.
Especificamente, os dados analisados indicam que, para as estratégias orientadas para a
emoção, os docentes do presente estudo têm adoptado com maior frequência o investimento no
lazer e a busca de momentos de relaxamento, incluindo a prática de exercício físico.
Relativamente às estratégias orientadas para o problema, as mais adoptadas pelos docentes
deste estudo têm sido: 1) diminuir horas de trabalho e familiarizar-se com hábitos da instituição,
2) demonstração de sentimentos e paciência,3) busca de actividades que rendam mais.
Em relação às estratégias orientadas para as Relações interpessoais, os docentes do presente
estudo tem adoptado, principalmente, a estratégia a busca de suporte de amigos e colegas.
4.4 Fontes de Stress versus Estratégias de Coping Visando estabelecer uma relação entre o tipo de agente stressante e as estratégias de coping
adoptadas pelos docentes, verificar-se que:
Para uma mesma fonte stressante, diferentes indivíduos adoptam diversas estratégias de
coping, e as mesmas estratégias de coping podem ser adoptadas para lidar com diferentes
fontes de stress;
Em relação um mesmo agente stressante, os docentes adoptam várias estratégias, mas
todas elas integradas na mesma classificação. Por exemplo, para gerir as actividades
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
Universidade Politécnica - Eunice Silva - 2013
50
burocráticas, os docentes adoptam diferentes estratégias, como exercícios fisícos,
alimentação saudável, investir no lazer e momentos de relaxamento, sendo todas estas
estratégias orientadas para a emoção;
As estratégias de coping mais adoptadas pelos docentes diante de fontes de stress,
associadas à dimensão social (contexto social e relações interpessoais), são as do tipo
problema e relações interpessoais;
No que concerne às estratégias de coping mais adoptadas pelos docentes diante de fontes
de stress, associadas à dimensão trabalho (contexto laboral e trabalho em si), são as como
foco na emoção;
As estratégias de coping mais adoptadas pelos docentes diante de fontes de stress da
dimensão economia são as focadas no relacionamento interpessoal;
Das estratégias de coping associadas a fontes de stress da dimensão saúde, os docentes
recorrem mais às orientadas para a resolução do problema e foco na emoção.
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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51
CAPÍTULO 5: DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS
Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo
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52
5 Discussão dos Resultados
Os resultados deste estudo são compatíveis com outros estudos internacionais e nacionais que
relevam que o stress negativo oriundo do contexto laboral predomina em vários grupos
profissionais como estudantes universitários (Serra, 2002), profissionais da educação (Mussagy,
2008), profissionais da saúde (Mcintyre, T., Mcintyre, S. e Silvério, 1999; Lino, 2002; Torres, 2006;
Guimarães, 2008; Sanzovo e Coelho, 2007; Mandlate, 2010; Mahamad, 2012), profissionais
bancários (Raimundo, 2006; Pereira, Braga e Marques, 2008), operários (Costa, 2006), técnicos
administrativos (Azevedo, 2008) e consultores (Rossana, 2012).
Ademais, as evidências de que os professores universitários também padecem de stress
confirmadas pelo presente estudo vão ao encontro dos resultados apresentados em outros
estudos também envolvendo este grupo de profissionais, realizados por Brun e Ivers (2008),
Akbar e Akhter (2011), Matos (2000), Souza (2001), Esteves (2004), Ulrich (2005), Martins e
Zafaneli (2006), Lima e Filho (2009), Braz e Fêo (2012), Amorim et al. (2012), Paiva e Saraiva
(2005), Ernesto (2008), Sorato e Marcomin (2007), Schuldt e Totten (2008), Carvalho (2009), Iqbal
e Kokash (2011) e Atindanbila (2011). No entanto, estes resultados são contrários aos do estudo
de Marques e Paiva (1999) que encontraram niveis de stress normais e baixos em professores
universitários, no Brasil.
À semelhança dos estudos desenvolvidos por Ayres, Brito e Feitosa (1999), Brun e Ivers (2008),
Iqbal e Kokash (2011) e Akbar e Akhter (2011) as actividades burocráticas ou administrativas são
percebidas pelos professores deste estudo como fonte de stress. Esta fonte surge entre os
docentes como uma dificuldade em perceber o que, realmente, compõe as actividades da
profissão, visto que estes precisam realizar actividades, essencialmente pedagógicas como a
preparação de aulas, elaboração de projectos de trabalho, registo de actividades e frequência dos
alunos, aplicação e correcção de provas, entre outras.
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A sobrecarga de trabalho foi uma das fontes de stress citada pelos docentes do estudo, tal como
verificado nos estudos de Sorato e Marcomin (2007), Pinto (2009), citado por Carvalho (2009),
Martins e Zafaneli (2006), Schuldt e Totten (2008), Carvalho (2009), Iqbal e Kokash (2011) e Brun
e Ivers (2008) e Makhbul e Khairuddin (2013). A mesma fonte foi identificada em estudos
nacionais, nomeadamente, no estudo realizado por Serra (2002), numa população de estudantes
universitários, no estudo de Raimundo (2006), realizado junto de uma amostra de profissionais
bancários, na pesquisa realizada com médicos, por Guimarães (2008), na pesquisa de Torres
(2006) em enfermeiros, no estudo realizado com professores do ensino secundário por Mussagy
(2008), no estudo realizado com psicólogos, por Mahamad (2012) e no estudo realizado com
consultores, por Rossana (2012).
Quanto aos métodos de trabalho são também outra fonte de stress laboral percebida pelos
docentes deste estudo, resultados estes compatíveis com os apresentados em pesquisas
internacionais (Comissão Europeia, 2002; Carvalho, 2009; Ayres, Brito e Feitosa , 1999; Sorato e
Marcomin, 2007; Garcia e Benevides-Pereira, 2003; Christophoro e Waidman, 2002) e estudos
nacionais (Raimundo, 2006; Guimarães, 2008; Torres, 2008; Mussagy, 2008).
A Indisciplina/desrespeito dos estudantes similar aos trabalhos de Ernesto (2008), Pocinho e
Capelo (2009), neste estudo equiparado a lidar com determinados estudantes foi outra fonte de
stress percebida pelos docentes do presente estudo. Isto pode dever-se ao facto das turmas
serem bastante heterogénias, com estudantes de diferentes idades, níveis de maturidade e
características e necessidades diferenciadas, exigindo dos professores maior habilidade para lidar
com tamanha diversidade. Nos estudos de Akbar e Akhter (2011) e Iqbal e Kokash (2011) esta
fonte de stress foi também evidenciada.
Ademais, o presente estudo indicou que os horários de trabalho são percebidos como fontes de
stress pelos professores tal como se verificou na literatura internacional (Kompier e Levi, 1995;
Chiavenato, 1999; Stacciarini e Tróccoli, 2001; Comissão Europeia, 2002; Ballone, 2006).
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Tal como os trabalhos de Carvalho (2009 ), Ayres, Brito e Feitosa (1999), Matos (2000), Sorato e
Marcomin (2007), Garcia e Benevides-Pereira (2003), Christophoro e Waidman (2002) e Makhbul
e Khairuddin (2013), também realizados no contexto da academia, o relacionamento
interpessoal foi uma das fontes de stress percebida pelos professores deste estudo. O
relacionamento interpessoal, particularmente, no contexto académico é fundamental para se
criar um ambiente de trabalho saudável aplicando princípios de cooperação, confiança e
trabalho em equipa. Só assim será possível chegar a resultados organizacionais positivos.
Contrariamente aos resultados deste estudo, a pesquisa desenvolvida por Iqbal e Kokash (2011)
numa universidade da Arábia Saudita indicou que o relacionamento interpessoal, concretamente
com os colegas de trabalho não é uma fonte de stress percebida pelos professores.
De igual forma, o relacionamento com os superiores que, geralmente, advém da falta de
mecanismos adequados de comunicação e do estilo de liderança predominante, foi também
mencionado pelos docentes deste estudo como um dos factores que contribue para gerar stress
negativo. Nenhum dos estudos apresentados na literatura que tenham envolvido docentes
universitários aponta esta fonte de stress específica, porém, estudos realizados junto de outros
profissionais (Baccaro, 1990; Kompier e Levi, 1995; Comissão Europeia, 2002; França e
Rodrigues, 2002; Chiavenato, 1999; Stacciarini e Tróccoli, 2001; Birch e Paul, 2003; Oliveira, 2003;
Rossana, 2012) revelam ser bastante comum esta fonte de stress. Contrariamente aos resultados
deste estudo, a pesquisa desenvolvida por Iqbal e Kokash (2011) na Arábia Saudita revelou que o
relacionamento com os superiores não é uma fonte de stress percebida pelos professores uma
vez que sentem o suporte adequado por parte da gestão da universidade.
No contexto social, a mudança de casa constituiu outra fonte de stress percebida pelos
professores deste estudo, porém, nenhum dos estudos realizados com professores universitários,
apresentados na fundamentação teórica deste trabalho, indica esta fonte de stress. No entanto,
sabe-se que as mudanças por implicarem incerteza e exigirem adaptação a novos hábitos,
horários, distâncias, entre outros aspectos, são, geralmente, geradoras de stress, conforme
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lembram Kompier e Levi (1995). No estudo de Mamad (2012), realizado no contexto
moçambicano, a habitação foi indicada como fonte de stress para os psicólogos.
Conforme o grupo de profissionais deste estudo o trafégo constitui uma fonte de stress
vivenciado no seu dia-a-dia, no âmbito social. Apesar de ser uma fonte externa ao contexto
laboral pode gerar implicações negativas na sua actividade profissional que requer o
cumprimento de horários e pontualidade. Apesar de não ter sido encontrado nenhum estudo em
populações similares que indiquem esta fonte de stress, James e Nahl (2002) e TomTom (2011)
comprovam nas suas pesquisas o impacto do tráfego no aumento dos níveis de stress, com
predominância nos homens. Ademais, esta fonte percebida pela amostra deste estudo pode estar
associada ao actual congestionamento no tráfego que se vive na cidade de Maputo, devido, por
um lado, ao aumento desproporcional da frota automóvel e, por outro, do fenónemo de rápida
urbanização, além das péssimas condições das estradas que limitam a transitabilidade dos
veículos, sendo que não existem vias alternativas para a circulação da frota automóvel dentro da
cidade.
Outra fonte de stress percebida pelos docentes deste estudo foi a conciliação casa/trabalho que
também foi verificado nos estudos de Pinto (2009), citado por Carvalho (2009) e Makhbul e
Khairuddin (2013), junto de professores universitários. Esta fonte é compatível com a sobrecarga
de trabalho que indicaram estar expostos e com o perfil destes docentes que, além de
leccionarem, dedicam-se a actividades de gestão, técnicas e administrativas na universidade e
ainda leccionam em outras IES, comprometendo o seu tempo de vida pessoal e familiar. No
estudo realizado por Loonat (2013) sobre qualidade de vida no trabalho (QVT) junto de
profissionais de consultoria, o desiquilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho foi considerado
como estando a afectar a QVT daqueles profissionais.
As questões financeiras apresentadas neste estudo pelos docentes como problemas financeiros
foram também percebidas como geradoras de stress nos estudos realizados com populações
similares por Serra (2006), Gasparini, Barreto e Assunção (2005), Costa (2004), Garcia e
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Benevides-Pereira (2003), Christophoro e Waidman (2002), Mussagy (2008), Doctors et al. (2012)
e Makhbul e Khairuddin (2013). A avaliação dessa fonte como stressante, pode ser justificada, em
grande parte, pela política actual do país, que não vem permitindo que a carreira de docência
tenha o reconhecimento e a remuneração adequada. É acrescido a isso o elevado custo de vida
que actualmente se vive no país, daí que a maioria destes professores trabalhar para mais de
uma instituição de ensino com vista a complementar o seu rendimento mensal, como forma de
garantir que os salários possibilitem responder às necessidades existentes. As questões
financeiras foram também apontadas nas pesquisas realizadas por Raimundo (2006), Sanzovo e
Coelho (2007), Guimarães (2008), Iqbal e Kokash (2011), Rossana (2012), Mahamad (2012) e
Loonat (2013), em outros grupos profissionais.
No que se refere à saúde, os docentes apresentam queixas em relação a doenças e à insónia. O
sono é um elemento importante para a recuperação do cansaço provocado pelo trabalho.
Entretanto, passa a ser motivo de preocupação adicional, ou seja, exactamente por reconhecer a
importância do repouso proporcionado pelo sono, o professor se vê obrigado a dormir, o que
reforça a insónia e aumenta o cansaço, conforme as achados similares de Paiva e Saraiva (2005).
Conforme o estudo de Paiva et al. (2002, p.10) a saúde dos professores universitários pode estar
comprometida como se pode constatar na fala de uma das professoras entrevistadas:
Mas eu acredito que muitas pessoas chegam a ter problemas de pressão, de estômago, esse tipo de coisa. Eu acho que está muito relacionado a um stress, quer dizer, problemas que tem no trabalho, que deve colocar, deve não, coloca dificuldades para a pessoa se alimentar, etc. [...] Eu pedi férias-prêmio que vai começar agora em junho, exactamente para dar uma relaxada, para ver se eu consigo dar uma mudada nisso. [...] A impressão que eu tenho é que, se eu continuar nesse ritmo, eu vou ter problema sim, de saúde, claro que eu vou ter. Porque fumando muito, dormindo pouco, isso tudo interfere. [...] Isso é uma coisa, é difícil a gente tentar subverter uma tendência... muito complicado... Mas era isso, quer dizer, que realmente eu percebo que não só eu, mas muitos de nós aqui, estamos num ritmo perigoso, com poucas possibilidades de reverter.
Outros estudos como os de Birch e Paul (2003), Mahamad (2012) indicam os problemas com a
saúde como fontes de stress percebidas. Ademais, conforme Carvalho (2009) o estudo junto a
professores ingleses evidencia a questão da saúde do professor através da depressão e do
burnout podendo significar os limites do desgaste mental da profissão.
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No que concerne às estratégias de coping, os resultados deste estudo revelam que os docentes
pesquisados, perante situações indutoras de stress, utilizam mais as estratégias de coping
focadas na emoção, do que as focadas no problema e nas relações interpessoais. Estes achados
são compatíveis com os estudos de Mazon, Carlotto e Câmara (2008) e Pinto, Lima e Silva (2007),
ambos sobre a profissão docente. Matos (2000) no seu estudo junto a 87 docentes universitários,
no Brasil, também identificou que os docentes buscam evitar lidar directamente com os
problemas, adoptando, portanto, à semelhança deste estudo, mais estratégias focadas nas
emoções.
Segundo Gomes e Pereira (2008), dependendo das situações, as estratégias focalizadas na
emoção podem aliviar a tensão numa fase inicial, possibilitando uma maior adaptação aos
contextos, facilitando, assim, a tomada de decisões para a resolução dos problemas e evitar
situações de doença. No entanto elas criam um desligamento mental e desviem a atenção da
fonte de stress. Assim, o docente, ao evitar pensar, não reconhece as fontes de stress
relacionados ao seu trabalho e, portanto, não consegue desenvolver estratégias para encará-las.
Importa refererir que os resultados do presente estudo são contrários aos de Pocinho e
Perestrelo (2011), junto a docentes universitários e Mamad (2012), junto a psicólogos, que
utilizaram mais estratégias de coping focadas no problema e nas relações interpessoais.
No entanto, também no estudo de Patrão, Pinto e Santos (2013), embora realizado junto a uma
amostra de professores de outros níveis de ensino, ficou evidente que os professores no geral
recorrem a estratégias menos eficazes para gerir as exigências na gestão da relação com os
alunos e pais.
No geral, na tentativa de superar o stress, de todas as estratégias de coping apontadas pelos
profissionais deste estudo, as que mais se destacaram para cada tipo de estratégias foram,
nomeadamente: investir no lazer e a busca de momentos de relaxamento, incluindo a prática de
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exercício físico; (estratégia focada na emoção); Diminuir horas de trabalho e familiarizar-se com
hábitos da instituição,(estratégia focada no problema); e procurar suporte/apoio de colegas e
amigos (estratégia focada nas relações interpessoais). Todas estas estratégias são mencionadas
pela amostra de docentes estudados.
No estudo de Barreto (2007) os professores também indicaram buscar opções de lazer, incluindo
actividades físicas, tal como os professores do presente estudo, assim como buscar suporte junto
a colegas de profissão e familiares. Interessante foi constatar que, à semelhança do estudo
desenvolvido por TomTom (2011), diante de engarrafamentos ou má condução no tráfego, os
professores deste estudo optam por ouvir música como forma de lidar com a situação. Ademais,
“tirar férias” e “praticar exercícios físicos” foram indicadas como as principais estratégias de
coping dos psicólogos no estudo realizado por Sanzovo e Coelho (2007).
A aceitação das responsabilidades referida no estudo de Carvalho (2004) é neste trabalho
equiparada a familiarizar com a instituição, uma vez que o docente ao aceitar o compromisso de
dar aulas tem de assumir a responsabilidade de desempenhar a função de direccionador do
conhecimento. A aceitação de responsabilidades é uma dimensão em que a pessoa aceita a
realidade de uma situação stressante e parece estar engajada em tentar lidar com a mesma,
porque entende ser a “culpada“ por desencadear tal situação. Neste sentido, enfrentando
sentimentos de autocrítica e repreensão.
A procura por suporte social de colegas e amigos foi também referida pelos autores Brito et al.
(1998), Carvalho (2004); Paiva e Saraiva (2005) e Bachion et al. (2005). A dimensão suporte social
tem dois sentidos: o primeiro seria procurar apoio social por motivos de assistência, busca de
informações, o segundo procurá-lo por razões emocionais, como forma de conseguir apoio
moral, simpatia e compreensão das pessoas. Portanto, são distintos conceitualmente, o primeiro
focalizado para problemas e o último para as emoções. (Carvalho, 2004)
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No que concerne às relação entre as fontes de stress e estratégias de coping, a literatura não
tem apresentado dados conclusivos. Alguns estudos têm demonstrado não haver uma relação
directa entre as fontes de stress e as estratégias de coping seleccionadas pelos indivíduos (ex:
Talarico et al., 2009). No entanto, à semelhança do presente estudo, a pesquisa levada a cabo por
Mahamad (2012) concluiu para a existência de uma relação entre as duas variáveis.
Conforme os resultados do presente estudo, o facto de, para um mesmo agente stressante,
diferentes indivíduos adoptarem diversas estratégias de coping e a situação inversa (uma mesma
estratégia de coping pode ser adoptada para lidar com diferentes fontes de stress), pode ser
explicado pelo repertório individual de cada sujeito (personalidade, idade, género, valores,
crenças, etc.) e pela diversidade de contextos em que se inserem tais indivíduos, além dos
impactos de experiências prévias tidas pelos sujeitos.
Sobre o facto de os docentes deste estudo adoptarem mais estratégias focadas na emoção para
situações stressantes no contexto do trabalho; estratégias focadas no problema e relações
interpessoais para situações sociais e relações interpessoais para o âmbito da saúde, pode dever-
se, por um lado, à natureza das próprias fontes de stress (intensidade, quantidade, exigências de
adaptação) e, por outro, com o próprio repertório individual, conforme indicado anteriormente.
Ademais, pressupõe-se que situações stressantes relacionadas com o trabalho e questões
económicas necessitam de intervenções práticas, resultantes, por isso, de elevada capacidade
cognitiva e pensamento criativo para encontrar soluções rápidas e eficientes que possam alterar
as situações percebidas como potencialmente stressantes.
Por outro lado, também é certo que situações que envolvem questões relacionadas com a saúde
e com contexto social, muitas vezes até impossíveis ou difíceis de ser modificáveis, exigem uma
maior maturidade e sensibilidade para desenvolver competências e mecanismos para a sua
adaptação. Uma forte rede de apoio social pode ser crítico para ajudar o indivíduo em situações
de stress, desde os seus familiares, amigos e colegas de profissão, podendo ter um efeito positivo
sobre o bem estar físico e mental do indivíduo. O apoio social ajuda na solidão, aumenta a auto-
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estima e remete para uma sensação de segurança, pelo facto de poder a ele recorrer em
momentos de necessidade. Como ressaltam Antoniazzi, Dell´Aglio e Bandeira (1998) e Ravagnani,
Domingos e Miyazaki (2007), a eficácia das estratégias de coping dependem dos agentes de stress
e, dependendo da situação e do momento da sua utilização, há sempre vantagens e limitações
envolvidas.
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CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES E
SUGESTÕES
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6 Conclusões e Sugestões
Este trabalho teve como objectivo analisar o stress e as estratégias de coping em docentes da
Universidade Politécnica Maputo. Em resultado disso foi possivel foi possível chegar às seguintes
conclusões, aplicáveis apenas à amostra deste estudo:
A maioria dos professores apontam fontes de stress que se enquadram na dimensão
trabalho, seguindo-se a dimensão social, a dimensão economia e, finalmente, a dimensão
saúde.
Relativamente à dimensão trabalho, os docentes apontam fontes de stress relacionadas
com os factores do contexto laboral, com maior frequência os seguintes: actividades
burocráticas, métodos de trabalho, sobrecarga de trabalho, lidar com determinados
estudantes e horário de trabalho.
No que tange à dimensão social, os docentes apontam fontes de stress relacionadas, com
indicadores de maior incidência de stress o relacionamento interpessoal, o
relacionamento com os superiores, a conciliação casa/trabalho (profissional, familiar,
social), a mudança de casa e o tráfego.
Quanto à dimensão economia, os docentes indicaram apenas um único factor relacionado
com o contexto económico, os problemas financeiros com que se confrontam na sua vida.
Para a dimensão saúde, as fontes de stress percebidas pelos professores foram a insónia e
outras doenças.
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No que tange às estratégias de coping, foram apontadas estratégias com foco na emoção,
problema e relações interpessoais, sendo as como foco na emoção as
predominantemente usadas pela amostra de docentes deste estudo.
No geral, de todas as estratégias de coping apontadas por este grupo de docentes, as que
mais foram indicadas para cada tipo de estratégia investir no lazer e a busca de
momentos de relaxamento, incluindo a prática de exercício físico.
Existe uma relação entre as fontes de stress e as estratégias de coping, pois os docentes
utilizam mais estratégias orientadas para a emoção de fontes de stress do âmbito laboral
e económico; mais estratégias orientadas para as relações interpessoais e problema para
situações stressantes, de âmbito social e, por fim, mais estratégias focadas nas relações
interpessoais para situações percebidas como stressantes associadas à saúde.
Partindo destas conclusões, torna-se pertinente endereçar um conjunto de sugestões a nível
institucional, individual e académico, nomeadamente:
A nível institucional
Elaborar uma política de Qualidade de Vida no Trabalho inserida na estratégia de recursos
humanos das próprias organizações de educação, que possibilite atrair, motivar, reter e
desenvolver este grupo de profissionais, através da sua operacionalização, via programas
que possibilitem, por um lado, prevenir o stress ocupacional, promover um maior
equilíbrio entre trabalho e saúde e, por outro, reforçar a sua identidade organizacional,
com efeitos na qualidade do ensino;
Desenvolver programas de capacitação com foco na dimensão humana dos professores;
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Realizar reuniões sistemáticas para discussão das actividades docentes, motivação dos
professores e desafios experinciados, deixando claro o apoio que a instituição pode
oferecer como contribuição ao desenvolvimento profissional;
Adoptar de modelos de gestão que favoreçam a participação e o diálogo entre os
coordenadores de cursos e professores;
Organização de oficinas ou acompanhamento psicoterápico que ajudem no
fortalecimento da estrutura psíquica e desenvolvimento das relações e competências
interpessoais dos professores;
A nível individual:
Aos docentes do presente estudo, sugere-se uma maior aposta no equilíbrio entre
trabalho e vida pessoal, buscando uma maior qualidade de vida, utilizando, para o efeito,
as seguintes estratégias:
o Planificar e gerir melhor o seu tempo;
o Investir em actividades de lazer, incluindo a prática contínua de actividade física,
por forma a reduzir as tensões e manter a sua saúde;
o Procurar mais apoio social, incluindo junto de seus colegas de profissão,
partilhando situações, vivências e boas práticas no contexto da sua actuação
profissional, para que não se sintam isolados em situações recorrentes de stress
laboral;
o Trabalhar dentro da carga horária prevista por lei, normalizada institucionalmente
e aceite eticamente;
o Sempre que possível, limitar a sua actuação laboral a uma única instituição e ao
campo de trabalho da sua especialidade, fruto da sua formação e prática.
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A nível académico:
Alargar este estudo para uma população mais representativa de docentes universitários,
abrangendo outras províncias do país, de modo a efectuar análises comparativas por
região geográfica;
Aprofundar em estudos posteriores, a influência das variáveis sócio-demográficas (sexo,
idade, estado civil) e profissionais (categoria, nível de formação, carga horária) na fontes
de stress percebidas e estratégias de coping utilizadas pelos docentes universitários;
Realizar outras pesquisas similares abrangendo professores de vários níveis de ensino por
forma a que se possam efectuar comparações sobre o stress nos professores por nível de
ensino.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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Anexos
Anexo 1: Carta de Solicitação de Credencial para Pesquisa
À Universidade Politécnica Att: Reitoria
Maputo, 06 de Fevereiro de 2013 Exmos Senhores Na qualidade de estudante finalista do Curso Superior de Psicologia Organizacional, da Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias, da Universidade Politécnica, em Maputo, e pretendendo desenvolver o meu trabalho de conclusão de Licenciatura, sob o tema “Stress e Estratégias de Coping em Docentes Universitários”, venho, por este meio, solicitar a autorização de V.Exas para a realização do referido estudo junto a uma amostra de docentes desta instituição de Ensino Superior, através da aplicação de um questionário. Caso a vossa apreciação ao pedido acima seja favorável, solicito uma credencial da Direcção da instituição para que possa apresentar junto à amostra de docentes participantes da pesquisa. Esperando poder contar com a colaboração por parte de V.Exas, rumo ao desenvolvimento da investigação e produção científica, nesta área de conhecimento, endereço, antecipadamente, os meus mais cordiais cumprimentos. A pesquisadora Eunice da Silva (Estudante Finalista do Curso de Psicologia) E-mail: [email protected] Tel. 828961100 A Tutora Andrea Folgado Serra (Psicóloga , Consultora e Mestre em Gestão de RH) E-mail: [email protected] Tel. 824215190
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Anexo 2: Credencial para a realização da Pesquisa
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Anexo 3: Carta de Apresentação da Pesquisa
Maputo, 12 de Fevereiro de 2013 Exmos Senhores Na qualidade de estudante finalista do Curso Superior de Psicologia Organizacional, da Escola Superior de Gestão, Ciências e Tecnologias, da Universidade Politécnica, em Maputo, e estando actualmente a desenvolver o meu trabalho de conclusão de Licenciatura, sob o tema “Stress e Estratégias de Coping em Docentes da Universidade Politécnica em Maputo”, venho, por este meio, solicitar a sua colaboração para participar da amostra deste estudo, respondendo ao questionário em anexo. Importa referir que a presente pesquisa é direccionada apenas ao corpo docente da Universidade Politécnica que actua, no presente momento, nas diferentes áreas de conhecimento desta instituição, podendo, além da docência, exercer outras actividades de gestão e pesquisa. Agradeço ainda que repasse este instrumento a eventuais colegas de profissão que, eventualmente, possam colaborar nesta pesquisa. Esperando poder contar com o seu contributo para dar mais este passo, rumo ao desenvolvimento da investigação e produção científica, nesta área de conhecimento, endereço, antecipadamente, os meus agradecimentos pela sua colaboração. Com os melhores cumprimentos, A pesquisadora Eunice da Silva E-mail: [email protected] Tel. 828961100 A Tutora Andrea Folgado Serra (Psicóloga , Consultora e Mestre em Gestão de RH) E-mail: [email protected] Tel. 82 4215190
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Anexo 4: Instrumento de Pesquisa
QUESTIONÁRIO
PARTE A. Dados de Identificação Assinale a opção de resposta que melhor caracterize a sua situação em cada uma das questões abaixo colocadas.
1. Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) 2. Idade: ___ anos 3. Estado Civil: Casado ( ) Solteiro ( ) Divorciado ( )
Viúvo ( ) União de facto ( ) 4. Tem filhos? Sim ( ) Não ( ) 5. Regime de Trabalho: Tempo Inteiro ( ) Tempo Parcial ( ) 6. Nível Académico: Licenciatura ( ) Mestrado ( ) Doutoramento ( ) 7. Área de Especialidade: _________________________________________________________ 8. Lecciona em outra Universidade além desta?
Sim ( ) Não ( ) 9. Se respondeu afirmativamente na questão anterior (nº8) indique o nome da instituição:
____________________________________________________ 10. Anos de experiência de leccionação: _________ anos 11. Categoria Profissional: __________________________________________________________ 12. Possui outra função administrativa/gestão além da docência? Indique: ___________________ 13. Qual a sua carga horária lectiva semanal nesta instituição? __________horas
PARTE B. Identificação de Agentes Stressantes e Estratégias de Coping No espaço que se segue, pedimos-lhe que liste, na primeira coluna, o maior número possível de agentes stressantes com que se tem deparado actualmente, no âmbito da profissão docente, até a um máximo de 10. Em seguida, solicitamos-lhe que, para cada agente stressante listado na primeira coluna, coloque, na segunda coluna, a respectiva estratégia de coping que tem adoptado.
O presente questionário é direccionado ao corpo docente da Universidade Politécnica
em Maputo. Agradecemos que colabore no seu preenchimento e ao terminar, o
encaminhe para o seguinte endereço de correio electrónico [email protected] ,
num espaço de tempo de 7 dias. Não faremos uso do seu nome pessoal nesta pesquisa
respeitando os aspectos éticos. Todos os dados de identificação serão usados apenas
para efeitos de caracterização da amostra do estudo.
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Para melhor compreender os dois conceitos que acima lhe apresentamos, leia com atenção as respectivas definições e exemplos abaixo, antes de preencher as duas colunas. Agentes Stressantes são todos os acontecimentos, situações ou características individuais que são percebidas pelo indivíduo como ameaçadoras à sua integridade física, psicológica ou social e que excedem os seus recursos internos ou mecanismos de defesa para ultrapassá-los, gerí-los, enfrentá-los ou a eles se adaptar.
Exemplos de agentes stressantes podem ser: métodos de trabalho, mudança de casa, um conflito interpessoal com um colega ou familiar, problemas financeiros, lidar com determinados estudantes, entre outros aspectos relacionados com a vida familiar, social e laboral, etc.
Estratégias de Coping são todas as formas ou mecanismos que habitualmente o indivíduo utiliza para lidar, gerir ou adaptar-se aos agentes que percepciona como stressantes.
Exemplos de estratégias de coping podem ser: tirar férias, diminuir as horas de trabalho, elaborar um plano de trabalho, fazer exercício físico, seguir uma alimentação saudável, ir a uma festa ou encontro social, entre outras estratégias que ajudam o indivíduo a melhor lidar com a situação percebida como stressante dentro ou fora do contexto de trabalho.
Agentes Stressantes Estratégias de Coping
1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.
5. 5.
6. 6.
7. 7.
8. 8.
9. 9.
10. 10.
Mais uma vez, agradecemos pela sua colaboração!
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81
Anexo 5: Fontes de Stress e Estratégias de Coping dos Professores desta pesquisa
E P R
1 Problemas sociais 2 Diálogo,Relaxar e ouvir música 2
Investir no lazer 6
Conciliação de horários e priorização das
responsabilidades3
Sair mais cedo de casa e deixar tudo organizado 2
Alimentação saudável e técnica de relaxamento 4
Sair da cidade de Maputo 3Pedir boleia ao local de trabalho e conduzir menos
tempo 3
5 Ambiente político 1 Actividade de cidadania 1
6 Lidar com estacionamento 3 Exercitar a mente e diminuir a ansiedade 3
7 Má condução 1 Ouvir uma música clássica 1
30
Procurar um mediador 2
Investir no lazer 4
Busca suporte de amigos e colegas 3
Comunicação assertiva 1
9 Problemas familiares 2 Demontração de sentimentos e paciêcia 2
10 Relacionamento com cônjuge 1 Encontro social com amigos 1
Diminuir horas de trabalho 1
Meditação, momentos de relaxamento e exercio fisíco 5
Apoio de amigos , colegas e familiares 7
Investir no lazer 3
29
Investir no lazer e hábitos saudáveis 8
Diminuir horas de trabalho e familiarizar-se com hábitos
da instituição3
Desenho de projectos 1
Exercício fisíco 3
14 Exercer outras actividades além da docencia 1 Momentos de relaxamento e de lazer 1
Exercícios fisícos e alimentação saudável 3Investir no lazer e momentos de relaxamento 13
16 Condições de trabalho 2 Busca de suporte social 2
Aquisição de equipamento próprio 1
Uso do material disponivel 1
18 Sobreposição de horário de trabalho 1 Trocar horários com outro professor 1
19 Preparação de aulas 1 Trabalhar aos fins de semana 1
20 Ambiente de trabalho 1 Momentos e técnicas relaxamento 1
21 Pressão do tempo 1 Trabalhar mais 1
22 Comunicação 1 Prática do desporto 1
38
Dedicar os fins de semana com amigos e familia 4
Práctica de Desporto 1
Diminuir horas de trabalho 2
Busca de momentos de relaxamento 1
Uso de técnicas de relaxamento 6
Tentar entendê-los e reflexão 7
Rigor,disciplina e paciência 3
Investir no lazer 3
25 Jornadas duplas de trabalho 1 Fazer exercicíos 1
26 Dificuldade em obter obras cientificas 2 Recorrer a livrarias fora do País 2
27 Lidar com estudantes adultos 1 Procurar motivá-los 1
29
28 Conflitos pessoais 1 Manter a calma 1
29 Desgaste fisíco 2 Alimentação saudável e corrida 2
3
31 Insónia 1 Alimentação Saudável 1
32 Doenças 1 Suporte da religião 1
2
Busca de actividades que rendam mais 2
Oracação e Busca de suporte de amigos e colegas 8
Busca de momentos de relaxamento e exercicio fisíco 7
SAÚDE
19
Saúde
TOTAL
TOTAL
TOTAL
41
2
15 Actividades burocráticas
33 Problemas finaceirosContexto
Económico19
ECONOMIA
8
24 Lidar com determinados estudantes 17
17 Falta de equipamento
TOTALRelação do
sujeito com o
trabalho
TOTAL
23 Horário de trabalho
Trabalho em
si mesmo
16
12 Métodos de trabalho
Contexto
Laboral
11
4
13
2
13 Sobrecarga de trabalho
TOTAL
8 Relacionamento interpessoal
Relações
Interpessoais
10
Conciliação casa/trabalho2
11 Relacionamento com o Superior
Fontes de Stress
3 Mudança de casa 7
ƒ(A)
Contexto
Social
Factores
9
TOTAL
Dimensões ƒ(B) Estratégias de CopingTipo
4 Tráfego 7
ƒ(C)
SOCIAL 30
TRABALHO
SAÚDE