Eu Visitei Ganimedes

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PALAVRAS DO AUTOR

Sei que muitos pensarão que minto, e exponho-me ao mais exacerbado ridículo ante o conceito vulgar daqueles que, seguindo a corrente do pensamento comum das pessoas "sérias", não se atrevem a falar em público de assuntos que, ainda, não foram comprovados cientificamente por esse conjunto muito respeitável de sábios da Terra que - igual a seus colegas de antigamente -, somente aceitam os fenômenos produzidos por eles mesmos em seus próprios laboratórios e dentro de seus próprios métodos ou sistemas de investigação.

Porém ao escrever estas linhas, por estranhas que resultem a todos, limito-me a cumprir a promessa empenhada a um homem que me uniu a mais estreita e fraterna amizade; um homem cuja sinceridade e conduta correta pude apreciar desde os dias distantes do colégio, que me narrou os fatos a que vou me referir, dando-me provas irrefutáveis de sua veracidade, antes de abandonar este planeta para ir viver em outro astro longínquo de nosso sistema solar.

Já não me importa a risada debochada de muitos, nem a piedosa idéia daqueles que pensam que perdi a razão. Cumpro a palavra dada ao homem que foi para mim um irmão, e declaro, com todo o valor ante o escárnio, que os fatos extraordinários motivo desta narração não têm sido fruto de uma mente alucinada, nem produto de uma fantasia de escritor, senão a realidade crua e tangível, assombrosa é certo, porém vivida conscientemente por um homem desta Terra que hoje se encontra, muito longe, no Cosmos...

YOSIP IBRAHIM

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"EU VISITEI GANIMEDES..."

PRIMEIRA PARTE

CAPÍTULO I

A VISITA DO OVNI

Fui amigo de Pepe desde criança (permitam-me guardar respeitoso silêncio sobre seu verdadeiro nome). Crescemos juntos, e juntos passamos, também, as etapas da adolescência, da juventude fogosa e alegre, e da maturidade descansada de homens comuns e amantes da vida caseira, dessa vida modesta e simples que levam neste mundo milhões de seres da classe média. Ambos, igualmente, podemos desfrutar de uma educação esmerada para assegurar uma vida cômoda e respeitável que, sem estar isenta das lutas e problemas comuns à maioria, nos permitiu formar lares dignos. Pepe e eu tivemos a sorte de encontrar boas esposas, compreensivas, diligentes, e ainda que ele não chegou a ter filhos, como eu, desfrutou de trinta anos de vida conjugal verdadeiramente feliz. Com trabalho e honradez conseguiu reunir o necessário para agraciar sua esposa com os elementos suficientes para uma vida tranqüila, e nos últimos anos de seu matrimônio gozaram da comodidade de uma casa própria, circundada por amplo e formoso jardim.

Assim chegou o momento que o destino dispôs a separação dos dois cônjuges: uma noite, demaneira intempestiva, deixou de bater o coração de sua doce companheira, e desde esse instante a vida deste meu amigo mudou por completo. Sempre fora aficionado ao estudo de temas profundos. Conhecia a fundo a Psicologia, a Filosofia e a Metafísica; a maioria das vezes, dedicava muitas horas à investigação do passado da humanidade e à resolução de problemas relacionados com a Vida e com o Cosmos. À morte de sua esposa, depois dos primeiros dias do impacto fatal, se havia trancado em casa, em meio de suas recordações e seus livros, sendo para mim tarefa tremenda conseguir tirá-lo, de tempos em tempos, para procurar-lhe alguma distração.

Transcorreram vários meses desde o sepultamento de sua senhora, e nossa amizade, cada vez mais estreita e mais íntima, fez que nos víssemos e passássemos juntos muitas horas todos os dias. Chegou a ser companheiro freqüente de mesa dos meus, e meus filhos se acostumaram a tratá-lo como "o tio Pepe", e a esperar sua chegada com grande interesse, porque sempre tinha alguma história amena e divertida para contar... Assim iam as coisas - isto faz apenas dois meses - surpreendeu-nos então, não receber sua costumeira visita. Esperamos até tarde para almoçar, e como não chegasse, telefonei repetidas vezes para sua casa, sem obter resposta. Sabíamos que desde a morte de sua esposa, tinha a seu serviço somente um antigo mordomo; porém se havia habituado a fechar à chave todas as portas da residência cada vez que saía, e ainda de noite, permanecia fechado na casa, pois o criado tinha um quarto separado, no jardim, sem comunicação alguma com o resto do prédio, nem com o telefone.

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Como o resto do dia não conseguisse me comunicar com ele, à noite, insisti em meus chamados com idêntico resultado. Estranhávamos aquele silêncio, tão inusitado, e sabíamos por experiência que não costumava pernoitar fora. Por tais razões, ao não conseguir comunicação, na manhã seguinte fui em sua busca. Encontrei o mordomo nervoso e profundamente preocupado.

-Não sei nada do senhor -disse-me-. Ontem à noite chegou à hora de costume, trancou as portas como sempre... e não o vi todo o dia.

- Nem à hora do desjejum?- Tampouco; não abriu as portas em nenhum momento...Guardei silêncio. Uma suspeita percorreu minha mente. Busquei em meu chaveiro as chaves

que Pepe me dera pouco antes de sua esposa morrer. Nessa ocasião me havia dito: "Toma-as para que possas entrar quando quiseres. Se alguma vez eu não abrir as portas como todos os dias, faz tu por mim... E se me encontrares morto, cumpre as indicações de um invólucro lacrado que há na caixa central de meu escritório". Com tais pensamentos ingressei na casa acompanhado pelo criado. Tudo estava em perfeita ordem. Inclusive a cama não havia sido desarrumada; porém o cobertor enrugado denotava que o corpo de uma pessoa havia repousado sobre ela sem levantar as cobertas. Junto ao sofá , o cinzeiro estava cheio de pontas de cigarros. Compreendia-se que esta noite esteve fumando muito. Porém nenhum indício de seu paradeiro.

Cada vez mais intrigado, depois de procurar por todas as partes na esperança de achar algum papel, alguma nota que pudesse lançar luz sobre seu estranho proceder, tão fora de sua conduta diária, telefonei às pessoas com quem houvesse a possibilidade de saber algo. Ninguém o havia visto desde dias antes. Enquanto o mordomo assegurava haver falado com ele aquela noite, sem haver notado nada estranho em suas palavras ou atitudes.

Eu não sabia o que pensar. Conhecendo intimamente o caráter e os hábitos de meu amigo, não podia aceitar a idéia de uma aventura romântica ou sexual, especialmente naquelas circunstâncias, pois o mordomo assegurava haver visto acesa a luz de seu quarto até meia-noite, hora em que foi dormir. Por outra parte, a casa dista muito da cidade e o único meio de comunicação com ela é pela Avenida Central, e a pista a Monterrico em automóvel. E Pepe não havia tirado, sequer, seu carro da garagem.

Caminhávamos pelo jardim, tratando de encontrar soluções lógicas para tão estranho desaparecimento, quando reparei em certos detalhes que, no princípio, não chamaram minha atenção: Na parte central daquela superfície coberta de grama, sobre uma extensão de uns quinze a vinte metros de diâmetro, aparecia a erva queimada em um amplo círculo em cujo centro se apreciava, também, as marcas do amassamento deixadas por algum artefato grande e suficientemente pesado como para imprimir sobre o solo quatro grandes furos.

- Quem fez isto? - perguntei ao mordomo.- Não sei, senhor...- Desde quando estão estas marcas aqui?- Não sei senhor... é a primeira vez que as vejo.- E essa erva queimada?- Eu não a queimei senhor...- E Seu Pepe?- Não o creio, porque faz muito que não vem ao jardim.Olhei longamente o homem em silêncio. Estava nervoso, porém falava com franqueza.

Conheço-o de anos, e sempre foi sério e honrado. Dávamos voltas em torno daquelas misteriosas marcas e cada vez resultava mais confuso e enigmático tudo aquilo. Haviam passado duas horas desde minha chegada. Tinha assuntos urgentes por atender na capital e optei por regressar a Lima. Desta vez, antes de abandonar a casa fechei com chave todos os compartimentos interiores, deixando aberta a comunicação com o telefone, e dei instruções ao mordomo para comunicar-se diariamente comigo caso Pepe tardasse em regressar.

Pelo trajeto, durante a meia hora que se emprega desde Monterrico até Lima, tratava de alinhavar meus pensamentos e encontrar uma resposta lógica do que estava sucedendo. Minha intimidade com Pepe, que não tinha segredos para mim, fazia-me presumir que se houvesse pensado em algum plano preconcebido, alguma coisa me haveria deixado perceber. Não obstante, nada houve em sua atitude diária que eu pudesse relacionar com o que estava sucedendo. E se essa noite

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houvesse saído normalmente de sua casa, haveria necessitado do carro, que permanecia guardado na garagem. Era válido supor, em todo caso, que outra pessoa ou pessoas o houvessem recolhido; porém isso não podia ter sido senão depois da meia-noite, porque o mordomo assegurava estar desperto, escutando o rádio até essa hora, e que antes de dormir havia visto acesas as luzes do dormitório de Pepe. Se passada essa hora alguém o houvesse buscado, teria que fazer soar a campainha da porta exterior do jardim, e essa campainha se comunica diretamente com o aposento do mordomo. Era lícito pensar, ainda, que meu amigo estivesse de acordo com alguém para ter saído; porém em tal caso haviam concordado em não fazer nenhum ruído perceptível para o criado. Esta dedução tomou corpo em mim ao recordar que não se havia deitado e que o cinzeiro estivera cheio de pontas. Isto sugeria um plano premeditado por ele. Caso eu esteja certo, os fatos deviam relacionar-se com alguma faceta da vida íntima de meu amigo que eu desconhecia. Isto não era lógico para mim; ao menos eu queria entender assim, pela profunda e muito ampla confiança existente entre nós.

Quando cheguei a minha casa à hora do almoço, a situação não se havia modificado. Nenhuma notícia de Pepe. E em meu foro íntimo ia ganhando força a suspeita de que havia algum segredo em sua vida, guardado tão zelosamente que nem eu, seu confidente, conhecia...

w v w

Correram os dias e transcorreu uma semana sem ter o menor indício dele. Minha esposa e seu empregado me pediam avisar à polícia. A meus filhos, de comum acordo com minha mulher, havíamos dito que ele estava de viagem. Eu desejava ganhar tempo na esperança de que Pepe aparecesse de um momento para outro, e não queria tomar medidas precipitadas, pela suspeita de que em tudo isso houvesse algum desígnio privado, voluntário de meu amigo. Várias vezes estive tentado a abrir o invólucro lacrado que deixara na caixa de seu escritório. Porém outras tantas me contive, temendo o que pudesse estar escrito nele:

"Para o Sr. Yosip Ibrahim""Meu querido Yosip":"Se eu morrer repentinamente, rogo-te abrir este e realizar, ao pé da letra, todas as

indicações nele contidas, antes de proceder a meu sepultamento. Porém não o abras por nenhum outro motivo". "Pepe".

Estas enigmáticas palavras iam firmando em meu foro íntimo a convicção de que existia um ato voluntário, um determinado propósito só conhecido por ele e por aqueles que, forçosamente, tiveram que participar de sua sigilosa saída. Por tais razões voltei a opor-me a que se tomasse medidas policiais ou de outra ordem. Porém, quem podia ser a pessoa ou pessoas participantes de tão misterioso proceder? ... Com toda a prudência, e sem dar a conhecer os verdadeiros motivos, indaguei entre todas as amizades comuns, relações comerciais e de toda ordem, sendo negativas quantas investigações fizesse. Ninguém sabia nada de Pepe.

Nossa aflição aumentava com o correr dos dias, e cheguei a temer que houvesse sido objeto de algum atentado por motivos que não conseguia presumir. Ao aproximar-se o fim da segunda semana sem notícias, nossa tensão nervosa estava a ponto de estourar.

-Não podemos continuar assim! - repetia-me, a cada instante, minha mulher - Deves fazer algo, e de imediato... não te dás conta que podem complicar-te gravemente por tua inércia, e se lhe aconteceu alguma desgraça? Como explicarias teu silêncio... tua calma para denunciar o desaparecimento dele...?

Eu também pensava o mesmo. Já haviam transcorrido mais de duas semanas. Meu estado de ânimo era tal que não podia trabalhar nem dormir tranqüilo. Aquelas noites - exatos dezoito dias desde seu desaparecimento - nem minha esposa nem eu podíamos conciliar o sono. Toda a madrugada passamos discutindo sobre a conveniência de dar parte à polícia. Ao amanhecer, estávamos de acordo em fazê-lo nessa mesma manhã. Como não havíamos fechado as pálpebras toda a noite, o cansaço nos venceu e dormimos. Porém nosso descanso não durou muito. Às oito da manhã, o telefone tocou, soando insistentemente, despertando-nos: .

- Alô! És tu, irmão? - perguntou a voz de Pepe no outro extremo da linha.- O que te aconteceu? ... onde tens estado?... de onde estás chamando?

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- Falo de minha casa. Estou bem; porém não posso te explicar nada por telefone. Necessito falar contigo urgentemente, a sós. Não digas nada a ninguém. Podes vir hoje mesmo?

- Claro!... Vou te ver imediatamente, é só o tempo de me vestir... Porém, o que está acontecendo?

- Repito que não posso te dizer nada por telefone. Perdoa as incomodações que seguramente te causei, segundo o que me contou Moisés. Não esteve em minhas mãos evitá-lo. Abraça a Rosinha e as crianças e tem a bondade de vir o quanto antes, pois o tempo pressiona. Não me perguntes nada agora. Quando estiveres aqui explicarei tudo...

w v w

Duas horas mais tarde, ao chegar à sua casa, abriu-me a porta Moisés, o mordomo. O homem demonstrava forte excitação, e sem me dar tempo de perguntar nada, disse-me apressadamente:

- Senhor! À noite o trouxeram em um "disco"... com estes olhos eu vi!... Era uma máquina enorme... dessas que dizem que vêm de outros mundos...!

Falava enquanto nos dirigíamos a casa atravessando o jardim; e antes de entrar mostrou-me o centro da esplanada de gramas.

- Ali estavam de novo, as marcas que vimos na outra vez...! Recorda senhor da erva queimada e das marcas que nos chamaram a atenção? Fê-las o "disco"...!

Pepe veio receber-me e me conduziu diretamente a seu escritório. Eu havia ficado mudo. As palavras do criado eram algo inexplicável para mim. E meu amigo não me deu tempo para sair do assombro. Agia com rapidez mas com serena gravidade. Como vira, em meus olhos, a emoção que me embargava, sorriu.

- Vou te servir um uísque. Compreendo o que está te acontecendo - disse-me -e necessitas tranqüilidade para que possas pôr toda tua atenção no que devo te explicar.

- Porém...! o que significa isso do "disco"?- Vejo que Moisés já te disse -. Fez uma pausa enquanto me servia a bebida, e fazendo-me

sentar, continuou: - Compreendo teu estado de ânimo e desejo inteirar-te de tudo, começando desde o princípio.

- Porém ... onde tens estado? Por que não nos avisaste nada?- Não podia... Tudo foi muito rápido, imprevisto até certo limite. Não foi possível me

comunicar com ninguém, já que me levaram para fora deste mundo... Escuta-me tranqüilo e não penses que voltei louco. O que Moisés acaba de te dizer é certo: Viajei num OVNI, num desses aparelhos que o povo batizou com o nome de "disco voador"... Conheci um mundo maravilhoso... um verdadeiro paraíso!... e vou regressar a ele...

- O que...??- Sim, Yosip... Compreendo teu assombro e tenho que te colocar a par minuciosamente de

todo o ocorrido; e, ademais, pedir-te que me ajudes a organizar meus assuntos pessoais, porque dentro de quinze dias voltarão para me...

- Quem...? De que estás falando...!Pepe guardou silêncio. Olhou-me profundamente. Em seus olhos vi um brilho estranho,

uma expressão desusada nele. Seu olhar parecia penetrar até o mais fundo de minha consciência, e senti a rara impressão de que, através desse olhar, uma voz me falava com palavras inaudíveis mas que podia entender no mais profundo de meu ser e que me dizia: "Espera e escuta-me com toda a atenção!"

Abriu a caixa de seu escritório e extraiu o invólucro lacrado. - Recordas isto?Confirmei com a cabeça. Ele abriu o invólucro e, extraindo um volumoso pacote de

documentos continuou:- Vais conhecer, agora, o que te pedi para fazer no caso de minha morte. As circunstâncias

mudaram de forma tão imprevista; os fatos a que vou me referir modificaram de tal maneira minha vida, que vou pôr em prática tudo o que neste documento te indicara, com a única exceção daqueles detalhes que se referiam a minhas instruções post-mortem, já que não vão ser necessárias. Porém

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antes, promete-me guardar o mais estrito segredo, enquanto eu permanecer aqui, sobretudo com o que vais conhecer agora, segredo que manterás até que eu me vá deste mundo.

- Estás falando sério?- Inteiramente... E por isto te peço que guardes o mais absoluto silêncio sobre tudo o que

vais conhecer e sobre os passos que ambos temos que dar nestes dias... Não me interrompas! Vou te revelar um detalhe íntimo de minha vida que ninguém conhece neste país. Leia isto...

Alcançou-me um documento que havia extraído do invólucro. Era algo assim como um diploma, escrito em linguagem que eu não conhecia, e adornado com estranhos símbolos e figuras orientais.

- Está escrito em sânscrito - disse-me -, e é o título de admissão numa antiquíssima ordem esotérica secreta, a que pertenço já há mais de trinta anos. Tu já sabias de meus estudos filosóficos e metafísicos; porém nunca pude revelar-te que esses estudos estavam tão adiantados que eu havia chegado ao domínio de conhecimentos e desenvolvimento de faculdades que muito poucos possuem neste mundo. Desde a morte de Marita me propus investigar, nesse terreno, o enigma apaixonante dos OVNIS. Tinha referências especiais acerca deles e, baseado nos poderes adquiridos em meu longo adestramento esotérico, iniciei a tarefa de descobrir a forma de comunicar-me com os seres que os dirigem. Depois de muitos meses de esforço consegui uma primeira comunicação mental, que logo se repetiu, telepaticamente, de maneira mais convincente e positiva. Pude chegar a captar uma mensagem inteligível e, também, uma conversação concreta e plenamente satisfatória. De tal sorte, naquela noite, no mais profundo segredo, havia me preparado para receber uma nova mensagem... porém em vez da mensagem chegaram eles, em pessoa... Havia estabelecido, horas antes, a comunicação costumeira, e como resposta recebi esta ordem: "Espera-nos!"

- Mas, falam nosso idioma?- Não é exatamente isso... A linguagem falada ou escrita necessita da emissão de sons, de

estruturação de palavras e frases. A linguagem telepática, por meio da transmissão do pensamento, não tem essas limitações. O pensamento se manifesta através de ondas eletromagnéticas parecidas com as que empregam o rádio e a televisão, e que, na verdade, se encontram muito próximo destas no que podemos chamar de "escala cósmica de freqüências". Nosso cérebro, e todo o sistema nervoso, podem ser comparados com um sistema transmissor-receptor, de uma sutileza e qualidade bem superiores a todas as máquinas criadas pelo homem. De tal maneira é possível compreender como se produzem os fenômenos de ideação, ou formação de imagens internas dentro do circuito fechado que constitui nosso corpo, em outras palavras, como pensamos; e também a possibilidade de emitir essas ondas e de recebê-las, segundo seja a potência e a habilidade que se tenha para efetuar esse trabalho. Compreendes?... Assim nos entendemos... Duas horas mais tarde, de madrugada, uma luz poderosa iluminou o jardim e vi descer, suavemente, a máquina...

- Como são...?- Muito parecidos com nós, ainda que possuam características especiais, diferenças próprias

de um desenvolvimento evolutivo de um milhão de anos, aproximadamente, mais adiantados do que nós... Porém permita-me continuar, que, no momento certo, conhecerás todos esses detalhes. Devo confessar-te que apesar do rígido autodomínio a que estou acostumado, como fruto da férrea disciplina que seguimos na Ordem, a presença daquela nave extraterrestre em meu jardim causou-me uma viva emoção. Cheguei à porta e esperei. Lentamente abriu-se um pano da cúpula metálica do "disco", deixando aparecer o marco da entrada. Apareceram duas pessoas vestindo algo assim como os escafandros que utilizam nossos astronautas. Se detiveram na porta e, enquanto da máquina se projetava uma escada mecânica, meu cérebro captou claramente o convite que me faziam para aproximar-me e subir no aparelho. Vencendo o temor que a parte material de minha natureza humana imprimia em minha consciência, obedeci. Receberam-me com demonstrações inequívocas de satisfação, e na silenciosa linguagem telepática em que nos comunicávamos me fez saber que era bem-vindo, e tinham a missão de conduzir-me ante seus superiores para mostrar-me coisas que os homens deste mundo deviam conhecer. Fui guiado amavelmente para o interior. Era um recinto circular rodeado de mecanismos de controle. Algo assim como a sala de comando de um submarino ou uma cabina de controles eletrônicos. Aí nos esperavam outros três tripulantes, e o que parecia ser o chefe me ofereceu uma vestimenta parecida. Disseram-me que íamos viajar para fora da Terra. Que não temesse nada, porque sua missão era de paz e de ensinamento. Que cumpriam

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sabias ordens que só buscavam o melhor para todos os habitantes de nosso sistema solar, e que as perguntas que liam em meu pensamento seriam satisfeitas somente por seus superiores.

Fechara-se a comporta exterior e vi fechar-se, igualmente, outro anteparo da separação interior. Enquanto que os dois que me receberam lá fora me ajudavam a vestir aquela estranha roupa, os outros ocuparam seus postos junto a grandes aparelhos com múltiplos botões. Escutou-se um ligeiro silvo e a vibração de todo o conjunto me deu a entender que partíamos. Um de meus assistentes me convidou a olhar por uma grande janela, e minha surpresa foi grande ao ver que nos elevávamos com tal rapidez que começava-se a ver a Terra em toda a sua redondeza e, segundo a segundo, menor. Ao perguntar-lhes a que velocidade íamos, sorriram.

- Estamos empregando marcha lenta até sair da atmosfera deste mundo - foi a resposta -. Mais adiante utilizaremos velocidade de cruzeiro.

Passavam os minutos. Desde a janela contemplava absorto, como se afastava a Terra que já não era mais que uma simples bola, como uma bola de futebol. Em seguida um novo silvo e uma trepidação mais forte me fizeram notar que a velocidade aumentava, O espaço que nos rodeava, fora do aparelho, era negro, enfeitado com diminutos pontos luminosos. Em curto espaço nosso planeta estava se convertendo em um daqueles pontos longínquos, e não pude deixar de sentir um calafrio em todo o meu ser. Meus dois companheiros me observavam, e um deles pôs a mão em meu peito. Experimentei a sensação de que circulava por minhas veias uma força estranha, algo como o efeito de um estimulante cardíaco como nos casos de choque. A sensação de fraqueza desapareceu e minutos depois me sentia reconfortado e sem nenhum temor.

Convidaram-me a sentar em um dos raros porém muito confortáveis assentos que havia no recinto. Todo o conjunto tinha aspecto metálico; mas nos lugares de contato com o corpo era de uma suavidade e plasticidade superiores a qualquer outro material que eu conhecera. Consultei meu relógio e vi que havia transcorrido uma hora desde a partida. Enquanto descansava, tratei de calcular a distância que nos separava da Terra, que era somente como um grande astro brilhante no espaço, e meu assombro não teve limites ao me dar conta que devíamos nos encontrar a muitas centenas de milhares de milhas...

Os tripulantes estavam dedicados a observar os mecanismos de controle, e poucos minutos mais tarde me chamaram à janela. Frente a nós, ainda muito longe, distinguia-se uma luz celeste que aumentava rapidamente.

- Essa é nossa base - disseram-me -.Ao mesmo tempo notei que o aparelho diminuía sua velocidade. O foco luminoso

aproximava-se vertiginosamente. Dois minutos e já pude ver, claramente, algo como uma enorme bola brilhante que, à medida que fomos nos aproximando mostrava os contornos de uma gigantesca estrutura metálica esferoidal. Nossa nave foi diminuindo a velocidade de seu vôo, e poucos segundos mais tarde girávamos em torno daquele volume enorme suspenso no espaço. Podia-se apreciar uma série de estranhas construções, possivelmente edifícios, e outros aparelhos iguais ao que ocupávamos, ordenadamente alinhados no que supus ser uma pista circular de estacionamento. Nossa nave se deteve exatamente sobre o centro daquela pista, ou o que fosse, mantendo-se imóvel a uma altura como de trezentos metros.

Em seguida, ante os sinais emitidos pela tela de controle, começamos a descer suavemente até pousar, sem a menor trepidação, naquela grande pracinha de metal. Os que me haviam assistido durante a viagem disseram que descesse com eles. Regularam umas chaves do capacete de meu escafandro, e as portas corrediças se abriram. Em baixo esperavam outros seres com iguais vestimentas, que me guiaram até uma construção semi-esférica em um dos extremos do lugar em que ficou a astronave.

Não pude ver, em nenhuma parte, focos de luz, refletores, ou algo da espécie. Não obstante, todo aquele lugar estava profusamente iluminado, como se fosse dia. Era como se das próprias estruturas emanasse a luz em todo o conjunto. Fui introduzido nesse raro edifício, e enquanto atravessávamos vários corredores e salas, em que apreciei mobiliário e artefatos inteiramente diferentes dos que eu conhecia, dei-me conta de que também no interior reinava a mesma luz de fora, sem distinguir janelas nem lâmpadas de nenhuma espécie. Detivemo-nos ante um arco fechado por um anteparo de polido metal que, meu acompanhante ao levantar uma mão, abriu lentamente.

Meu guia me convidou a entrar. Ao fazê-lo, vi que ficava atrás e o anteparo metálico voltava

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a fechar-se. Inquieto olhei ao meu redor. Estava numa ampla sala circular, sobriamente decorada com escassos móveis, todos de aspecto metálico. No centro havia uma grande mesa do mesmo material e frente a ela, sentado numa poltrona parecida com as que vira no OVNI, esperava-me um homem de figura imponente que não vestia escafandro mas uma roupa constituída de uma só peça de textura brilhante como os móveis. Sua estatura era maior que a dos outros e que a minha, sendo sua cabeça, proporcionalmente ao resto do corpo, ligeiramente maior que o comum na terra. De resto, o rosto não acusava diferenças que pudessem ser desagradáveis ao nosso gosto estético, e pude notar em seus olhos, de brilho inusitado, uma aparente expressão de doçura.

- Não temas - transmitiu-me em poderosa linguagem telepática, linguagem que eu sentia cada vez mais nítida e clara em meu interior-. Estás entre seres que servem a todas as humanidades deste sistema planetário, como vocês chamam. Vivemos para a Paz, o Amor e a Luz. Temos recebido tuas mensagens e analisado teus pensamentos. Sabemos que conheces muitas coisas que a maioria dos seres de teu astro ignoram, e por isso te trouxemos. Agora vou te ensinar a te despojar do elmo de tua roupa protetora, pois neste lugar reproduzimos, exatamente, as condições da atmosfera e pressão de teu mundo, o que não nos afeta. Não estranhes que eu não use a vestimenta que tens visto lá fora. Mais adiante compreenderás tudo isso, porque vamos te ensinar muitas matérias e formas de vida e de trabalho que desconhecem por completo no astro que vocês chamam "Terra".

Levantou-se, e com um gesto paternal me ajudou a tirar o capacete do escafandro. Com efeito, a atmosfera e a temperatura naquele recinto não deixavam pensar que estivéssemos a distância tão enorme de nosso planeta. Ainda mais, notei que meus pulmões se dilatavam e que todo o meu corpo recebia como que um banho balsâmico e reconfortante. Ia formular algumas perguntas, mas meu interlocutor se adiantou, respondendo a meu pensamento:

- Somos uma raça muito antiga, que chegou ao grau de evolução que hoje alcança tua humanidade quando teu mundo ainda não era habitado por seres inteligentes. E nosso reino se encontra nos confins deste sistema de astros que vocês denominam "Sistema Solar". Tu vais visitá-lo e verás que já se acham nele outros homens de teu mundo. Descansa aqui - e mostrou-me um objeto parecido com uma mesa baixa e plana - porque dentro de uma hora do tempo que tu conheces empreenderás a viajem a nosso Reino...

Sorriu levemente e saiu. Ao reclinar-me em tão estranha cama senti que aquela superfície moldava-se com perfeição a meu corpo, adaptando-se às diferentes posturas que tomasse, e, ao mesmo tempo, sentia-me envolvido por uma tênue corrente de ar, ou do que fosse, de sutil perfume, que gradualmente me levou a um profundo sono.

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CAPÍTULO II

A VISITA A GANIMEDES

Pepe havia feito uma pausa para servir-se de uma taça de café. Ofereceu-me outra, e depois de saborear a aromática infusão, voltou a acomodar-se em sua poltrona para recomeçar o relato. Observei que já não fumava.

- Assim é - respondeu-me -. Desde então não voltei a usar tabaco. Em realidade é só uma droga estimulante do sistema nervoso. Entretêm-nos, porém pode ocasionar efeitos danosos que é melhor evitar. Ademais, nesta viagem vi muitas coisas novas e recebi correntes estimulantes desconhecidas neste mundo, que substituem com acréscimo todos os tônicos e substâncias químicas empregadas na Terra para ativar nossa energia... No curso desta exposição, e sobre o que falaremos nos próximos dias, vais conhecer detalhes verdadeiramente maravilhosos de como é a vida nesse reino de super-homens...

- Mas, são homens como nós?- Até certo ponto, sim. Já te disse, não obstante, que possuem algumas características

diferentes, devidas ao grande adiantamento evolutivo que eles têm comparados a nós. Não esqueças que sua civilização é um milhão de anos mais antiga que a nossa, e nesse vasto período chegou a possuir dois sentidos a mais que o homem deste mundo: o sexto, que na terra só está em embrião em alguns, muito poucos, mas em todos eles é comum através de órgãos perfeitamente desenvolvidos. A glândula pineal em seu cérebro é quase o dobro da nossa, e no deles se encontra conectada com a pituitária por um filete nervoso, diferente da nossa, que permite possuir a clarividência -"esse terceiro olho" a que se referem os orientais - como sexto sentido, comum e natural. Ademais, em seu cérebro, maior e mais desenvolvido que o nosso, existe um pequeno bulbo, desconhecido por nós, colocado entre o bulbo raquidiano e a pituitária, bulbo que em alguns deles, os mais adiantados, é a sede de um sétimo sentido ou seja o da "Palavra Criadora” ou Verbo, poder para atuar sobre a matéria pelo som, utilizando as vibrações sonoras como força transformadora e reguladora. Por isso aqueles super-homens já não usam a linguagem falada. Não a necessitam, já que seu sexto sentido e sua grande potência cerebral e mental permitem a comunicação pela leitura, ou captação direta, do pensamento e pelo uso da telepatia. Seu órgão da voz utilizam unicamente para determinados efeitos. Para produzir ou destruir fenômenos materiais, para influir à vontade sobre os elementos, e para construir objetos, dirigindo, alterando ou regulando, com o concurso de outras forças cósmicas, o processo atômico e molecular das substâncias.

Seu conhecimento e poder sobre a Natureza e o Cosmos são tão avançados que muitos dos fenômenos considerados como milagres entre nós, são fatos naturais e correntes em seu mundo. Tu recordarás haver-me ouvido explicar, outras vezes, que a matéria é única: uma só em sua essência, e que todas as formas conhecidas por nós não são mais que transformações, mudanças, modificações do funcionamento atômico e molecular e de seus sistemas, em cada corpo ou em cada elemento. Daí o fato, já comprovado na Terra, da possibilidade de transformar uma substância em outra, modificando sua constituição atômica. Portanto, quem conheça as leis que regem as relações entre a energia e a matéria, e possua os meios, ou poder, de fazê-las funcionar à vontade, está em condições de operar toda classe de fenômenos, em relação direta com os alcances de seu poder e de sua ciência...

Pepe fez outra pausa. Bebeu alguns goles de café, e continuou:- Tudo isto e muito mais te explicarei no curso destes dias em que teremos que estar juntos a

maior parte do tempo. Devo preparar todos meus assuntos para não deixar aqui nada pendente... Inteira-te deste outro documento...

Ao dizer isto adiantou-me uns papéis extraídos do invólucro lacrado. Eram seu testamento. Nele doava-me na íntegra seus bens, excetuando os fundos que possuía no banco, os quais me pedia empregar na quitação de uma série de obrigações.

- Preparei tudo isso presumindo um caso de morte repentina. Agora teremos que fazer algumas pequenas modificações. Eu pagarei, pessoalmente, minhas dívidas e atenderei todas as obrigações que ainda tenha. E ao mesmo tempo, faremos a transferência desta casa, do automóvel e

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de todos os meus pertences em móveis e utensílios, para ti e para os teus. - Aquele encontro absurdo. Pepe. Que razão há para que insistas em um propósito de tal

natureza?- Já te disse que, dentro de quinze dias, regressarão para me...Mas..., que loucura é essa?- Não é loucura. Yosip. Vou deixar a Terra voluntariamente... e não serei o primeiro nem o

único... Já vivem lá vários homens dos nossos. Algumas dessas desaparições de cientistas e outros, de quem nunca mais se soube, têm essa explicação: Encontram-se em GANIMEDES...

- GANIMEDES! Que é isso?- É o nome que nossos astrônomos dão a esse mundo: a segunda em tamanho das maiores

"luas", ou satélites naturais, do planeta Júpiter...- Mas Júpiter está a uma enorme distância...- Sim, a mais ou menos setecentos e sessenta milhões de quilômetros de nós. GANIMEDES

é um astro de tamanho maior que o planeta Mercúrio. Mais ou menos da metade do tamanho da Terra, sendo sua constituição física e química bastante similar a nossa; porém a civilização que encontramos lá é bastante diferente, há uma distância tão grande entre ambas, que bem poderíamos dizer que é um verdadeiro paraíso.

- Não consigo compreender-te! Como podes ter ido e voltado a um astro que está a tantos milhões de quilômetros, em apenas duas semanas e meia, se para ir e regressar à Lua que está quase que pegada a nós, demoram uma semana...?

Pepe sorriu. Olhou-me com uma expressão na qual senti muito de paternal condescendência, e de forma lenta, sentenciosa e grave, continuou:

- Nossos sábios, nossos físicos e técnicos, nossos médicos e químicos, nossos políticos, juristas, homens de letras, de leis ou de religião, que até ontem se creram os únicos seres inteligentes em todo o Universo, e que, ingenuamente, pensavam que a Terra - uma simples gota d'água no ilimitado oceano da Vida e do Cosmos - era o único mundo habitado, terão que se convencer, brevemente, de que são como simples estudantes do primário se os comparamos com os habitantes de GANIMEDES... Eles chegaram a construir máquinas capazes de alcançar velocidades incompreensíveis para nós: velocidades próximas à da luz... Deves saber que a viagem, desde a base no espaço a que me referi antes e seu mundo, durou só três dias e quatro horas. ..

Meu assombro não me permitiu articular palavra. Pepe tomou mais café, e continuou:- Quando chegamos, encontrei um país de rara beleza. Um mundo com marcados contrastes

em seu físico, porém com uma vida que é expressão da paz e da harmonia, em graus impossíveis de comparar com qualquer coisa conhecida na Terra. Durante a viagem havia sido submetido a um tratamento de adaptação que me permitia, depois, poder respirar e me mover nesse ambiente sem o escafandro. Da máquina que nos conduz através do espaço, fui transferido, por uma espécie de corredor hermeticamente isolado do exterior, a um recinto bastante parecido ao que conhecera na base espacial. Ali permaneci outros três dias (segundo meus cálculos de tempo, conforme meu relógio) durante os quais me esterilizaram de todos os germes terrestres, completando-se o tratamento para minha adaptação à atmosfera externa. Enquanto estive naquele lugar, recebi a visita de um grupo de homens e mulheres de nosso planeta. Explicaram-me que haviam sido transportados em diferente épocas. Que estavam sendo educados e tratados cientificamente para estarem em condições de voltar à Terra no próximo século, quando as atuais circunstâncias hajam mudado e seja o momento de formar uma nova raça, superior, em nosso mundo. Recordarás, Yosip, que te disse alguma vez que nossa civilização está chegando a seu fim. Que estamos vivendo as profecias dos livros sagrados do Oriente e Ocidente. Já a humanidade terrestre está passando por tudo o que a linguagem simbólica e alegórica da Bíblia prediz no Apocalipse de São João. Os "tempos chegaram” e nossa civilização agoniza. Três dos cavalos alegóricos e funestos daquela profecia desataram sua fúria sobre nosso mundo. Por isso é que se está vivendo um caos tão horrível; toda a humanidade está comovida pela mais absurda explosão dos baixos instintos, das paixões exaltadas, da mais cínica e desavergonhada exposição de seus vícios e de seus brutais apetites. Nunca, até hoje, havíamos assistido uma quebra, tão completa, dos mais altos valores do espírito. As normas elevadas de moral, de beleza e de harmonia, estão esquecidas, produzem risos e escárnio... toda marcha para sua própria destruição, num bestial alarde de materialismo egoísta,

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sádico e repugnante; numa eclosão nefasta da barbárie e da luxúria, que esquece a beleza e o amor e só busca a efêmera e embrutecedora sensação do orgasmo e da orgia, em um ambiente invadido pelas drogas, pela violência e pelo crime... E assim marcham todos, como um rebanho furioso que se lança ao abismo...

O quarto ginete apocalíptico assolará a Terra quando estoure a terceira e última guerra mundial, e os cataclismos e calamidades de toda ordem arrasem integralmente o planeta; porque os homens de nossa raça não têm conseguido avançar moral nem intelectualmente até um nível que seu egoísmo, sua avareza, seu ódio e sua luxúria lhes deixarão passar a concepções superiores, a realizações mais perfeitas e depuradas, a instituições mais sábias e altruístas, a uma convivência mais fraterna e pacífica... Só desenvolveram a ciência e a técnica no afã de lucro, de domínio de egoísta competência e não de útil cooperação. E o resultado é a constante divisão, o enfrentamento do homem contra o homem, e portanto, a guerra...

Deves saber que nesse mundo a que fui levado, e para onde vou regressar, já não se conhecem as guerras nem a menor forma de luta ou antagonismo entre seus habitantes. Eles desenvolveram instituições que permitem a mútua e recíproca convivência num sistema de cooperação mundial perfeito, sob a sábia direção de um estado e um governo que abarca todo esse mundo. Faz muitos séculos, muitos milhares de anos que essa raça alcançou tal grau de adiantamento, que lhes permitiu visitar a Terra em outras oportunidades. Todas as referências conhecidas por nós que nos escritos mais antigos se faz sobre visitas a este planeta de "deuses em carro de fogo” como nas mitologias da Grécia, nos papiros do Egito, da Pérsia, da Índia e do Tibet; as lendas fabulosas dos Maias, dos Aztecas e dos Incas; o "Homem da Máscara de Jade” achado numa desconcertante sepultura sob a pirâmide de Palenque, no México, em 1952, cujo sarcófago de pedra, de dez mil anos de antigüidade, estava coberto por uma enorme pedra com belos alto-relevos representando um homem sentado no comando de uma nave espacial... Tudo isso foi motivado, no início de nossa civilização, pelas visitas que, de tempos em tempos, fazem os homens dessa raça a nosso mundo. Não se trata de visitas de estudo nem de mera curiosidade científica. Desde milhares, muitos milhares de anos, pois quando o Egito dos Faraós era só um conjunto de tribos selvagens, em GANIMEDES já existia uma civilização tão sábia e tão poderosa que lhes permitiu ser os intérpretes e executores do Plano Cósmico de nosso sistema solar. E em cumprimento desse plano vieram à Terra quando sua presença se fez necessária para ajudar a adiantar os seres deste mundo.

O mítico e portentoso Hermes de Trismegisto, pedra fundamental de toda a sabedoria egípcia desde então, e de muitas escolas esotéricas, foi um deles... E a subida ao céu do profeta Elias, em "um carro de fogo", que nos narra a Bíblia, não foi senão uma das tantas missões desse Plano Cósmico, executada pelos seres dessa raça de super-homens...

Meu amigo voltou a calar. Serviu mais café e enquanto o tomava, olhou-me sereno porém insistentemente. Eu estava absorto, sem saber o que dizer. Experimentei uma estranha sensação. Parecia-me que de seus olhos partia uma luz que invadia e enchia meu cérebro. Senti-me confuso e levantei-me bruscamente do assento. Ele sorriu. Deixou a xícara e, abrindo uma caixa do escritório, mostrou-me um pequeno objeto de metal parecido em tamanho e forma com uma máquina fotográfica das menores.

- Trouxe isto e, quando me vá, deixar-te-ei. É um aparelho transmissor e receptor com o qual podemos nos comunicar diretamente com eles. Não se deve usar sem necessidade, pois não teria nenhum resultado positivo e útil fazê-lo por mera curiosidade. Ensinar-te-ei seu manejo e quando eu tenha que entrar em contato, tu estarás presente e assim não duvidarás mais de minhas palavras.

- Porém, de que isso me servirá quando já tiveres ido? - Poderemos continuar nos comunicando. Será um privilégio que guardarás no mais estrito

segredo, exclusivamente para teu bem e dos teus. Talvez mais adiante, vocês possam, também, reunir-se a nós...-Sua potência é permanente, inalterável. Atua com energia cósmica, e unicamente requer

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que receba pelo menos uma hora de luz solar cada semana. Servir-me-á para te instruir através da distância que separa ambos os mundos, e tu e os teus resolverão seus futuros... Não esqueças o que te disse antes: Os tempos chegaram, o Apocalipse se cumpre e esta civilização será extinta, como indicam em símbolos e alegorias, a Grande Pirâmide de Keops no Egito e as profecias de São João, e isto terá lugar nos últimos decênios deste século... A promessa de Cristo se realizará: A famosa "Jerusalém de Ouro", símbolo da nova raça, que "baixa desde os céus à Terra" para estabelecer nela Seu Reino, serão fatos tangíveis e reais no próximo milênio. Porém todos os males deste mundo têm que desaparecer. A humanidade deste planeta deverá ser regenerada, para que uma nova civilização, sobre os moldes da de GANIMEDES, possa substituir as carcomidas e podres estruturas sobre as quais descansam todas as crenças e todas as instituições atuais. Como Fênix, esta raça e esta civilização morrerão para serem purificadas, redimidas, superadas, renascendo de suas cinzas nos albores de um mundo e de uma nova raça, cujos primeiros pais serão aqueles, - homens e mulheres - escolhidos por seu grau de adiantamento, que são, efetivamente, "os das brancas vestimentas do Reino" de que nos fala o Apocalipse e o Juízo Final, que vão ser levados, pouco a pouco, a GANIMEDES, para regressarem, devidamente preparados, quando chegue o tempo de povoar a Terra sob a direção amorosa e sábia de seus mestres desse mundo...

- Disseste que esses homens e mulheres vão vir outra vez, no próximo século... como vão poder viver tantos anos e chegar a ser os pais da nova raça a que te referes?

- Não estranhes minhas palavras: em GANIMEDES, um dos conhecimentos comuns é o da conservação dos corpos. A regeneração celular, e portanto a conservação orgânica sem a esclerose que produz a velhice, é conhecida e utilizada por todos. O segredo dos patriarcas bíblicos, que viveram vários séculos, é comum nesse mundo...

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CAPÍTULO III

A VIAGEM

As provas que Pepe me dera, no curso desses quinze dias, acabaram por convencer-me. As maravilhas de que falava, diariamente, fizeram-me sentir, pouco a pouco, o desejo de conhecer também aquele verdadeiro paraíso... Porém o perigo maior estava em minha família e em nossa falta de preparação. Se eu me havia convencido, nem por isso me encontrava à altura dos conhecimentos e do desenvolvimento moral, mental, e científico conseguido por ele. E os meus, tão distantes como eu. A tal ponto, que tivemos que ocultar nossos passos dos primeiros dias e fazer crer que se preparava uma viagem a outro lugar da Terra, de onde não regressaria.

Todos os seus preparativos já estavam ultimados. Minha família feliz pela inesperada herança. As amizades dele acreditavam em sua partida para um lamastério da Índia. E não obstante, eu cada vez mais inquieto; preocupado minuto a minuto, hora após hora, pelo estranho segredo desse mundo a que Pepe havia ido me ensinando a imaginar, a compreender e, por fim, a desejar...

De suas explicações, de suas numerosas narrações vividas nos poucos dias que passara lá, desprendia-se uma luz que invadiu totalmente minha alma. É um mundo em que não existe o mal de forma nenhuma. Uma espécie de colméia gigantesca onde todos trabalham felizes, com a alegria e o amor de verdadeiros irmãos. Um mundo em que a sabedoria milenar, a ciência e a técnica em níveis tão elevados, tem conseguido eliminar, desde tempos remotíssimos, todas as enfermidades, todas as paixões comuns a nossa humanidade, todos os elementos de discórdia e divisão. Um mundo onde não existem nem fronteiras, nem credos divergentes, nem mesquinhos interesses econômicos suscetíveis de enfrentar e inimizar seus habitantes. Uma religião superior, sem dogmas absurdos ou caprichosos; uma religião nascida do conhecimento profundo do Cosmos, da Vida e da Eternidade, não imposta com palavras e ameaças, senão demonstrada com o conhecimento científico das grandes verdades espirituais e cósmicas, e obedientes não a seres mortais e imperfeitos, muitas vezes falsos e hipócritas, mas ao mandato direto de entidades superiores, governantes sábios e amorosos daquele Reino a que Cristo se referira, muitas vezes, quando dizia: "Meu Reino não é deste Mundo".

Um mundo guiado, politicamente, por um conjunto de sábios e poderosos Mestres, preparados através de uma longa evolução para seu papel de condutores e de pais da massa. Um país em que seu povo, dotado do sexto e do sétimo sentidos, jamais poderia enganar-se nem ocultar seu pensamento e portanto, na necessidade - feita já faculdade consciente e nata - de fazer o bem e não cair em nenhum erro suscetível de prejudicar... Um lugar onde não falta nada a ninguém para ser feliz, em que tudo se produz para a satisfação de todos, através de sistemas em que cada qual desempenha sua missão com o mais completo conhecimento e dentro do mais depurado conceito da mútua ajuda e da recíproca correspondência. Essa imagem paradisíaca das realizações mais avançadas e mais nobres em todos os campos da vida... E, ao mesmo tempo, o domínio sábio e absoluto das forças naturais e de toda natureza desse mundo, para um aproveitamento integral em benefício coletivo de seus habitantes... que diferente é de nossa mesquinha Terra ! Governada, em muitos casos, por tiranos executores de interesses particulares e escusos; por avarentos comerciantes, ávidos por encher suas arcas à custa do sofrimento, da exploração e do engano de outros; por falsos apóstolos ambiciosos, hipócritas e muitas vezes cruéis; por ignorantes cheios de vaidade por um leve verniz de conhecimentos infantis, que, com alardes de orgulho e vaidade, pavoneiam-se como os únicos definidores da Verdade e da Vida...

Comparava, a cada instante, os alcances de nossa ciência e de nossa técnica, que apesar de progressos tão notáveis deste último século, distam tanto do demonstrado por essas máquinas dominadoras do espaço e de todas as limitações da energia e da matéria conhecidas por nós... Contemplava o panorama deste mundo, habitado em sua maior parte por seres na mais triste condição de vida, material e moral, explorados iniquamente, muitas vezes, para acumular riquezas em benefício de pequenos grupos de polvos humanos... e povoado igualmente, por uma heterogênea multidão em que os baixos instintos, desbocando continuamente impropérios, levam-nos a cometer as ações mais abjetas, os mais vis enganos, as piores traições, os abusos

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mais cruéis e os mais abomináveis crimes...Em tal estado de ânimo, vi chegar, com a ânsia e a sede que teria o perdido num deserto,

o momento em que Pepe ia comunicar-se com GANIMEDES. Cinco dias antes de sua partida, nos encerramos em sua casa pela tarde. Sentou-se junto a mim. Pegou o aparelhinho que me havia mostrado na vez anterior; acionou uma chavezinha, e esperamos em profundo silêncio. O mecanismo começou a emitir um ligeiríssimo zumbido, e na tela do transmissor, parecida com uma de nossas lentes fotográficas, apareceu um ponto luminoso que foi aumentando, segundo a segundo, até encher todo o espaço. Então, Pepe colocou seus dedos sobre um botãozinho, e vimos formar-se uma imagem, a princípio turva, depois cada vez mais nítida: era o panorama de uma região que podia ser algum lugar da Terra. A imagem aproximava-se, e pude perceber vegetação, que uma vez próxima, era diferente de tudo quanto eu conhecia. Ao mesmo tempo escutava algo assim como uma música suave, harmoniosa, de efeito balsâmico. A projeção era como se estivéssemos voando sobre aquela paragem e vimos que nos aproximávamos de um estranho edifício, semi-esférico de um brilho inusitado. A visão passou através dos muros e encontramo-nos em um recinto rodeados por numerosos tabuleiros de controle e telas resplandecentes, com diversas imagens em movimento. No centro, diante de uma rara mesa de metal com numerosos botões e chaves, estava um homem de cabeça ligeiramente grande. Seu rosto ocupou toda nossa lente até que só vimos seus olhos. Olhos raros, profundos e com intenso brilho. Vi que meu amigo concentrava fixamente sua vista naqueles olhos, e ao cabo de alguns segundos falou-me, sem afastar o olhar do aparelho:

− Disse-me que te saúde e que trates de concentrar tua atenção em seus olhos.Esforcei-me em fazê-lo. Aquelas pupilas pareciam emitir ondas que penetravam em meu

cérebro. Nesse momento pensava se, algum dia, poderia chegar a conhecer tão maravilhoso mundo, e senti clara, positivamente, em meu interior, como uma voz que respondia:

− Deixa-te guiar por teu amigo. Ele te ensinará o necessário, e quando tu e os teus estiverem preparados, poderão vir.

Olhei Pepe que sorria. Fez-me sinal que me afastasse e voltou a concentrar-se em sua silenciosa conversação. Passaram alguns minutos. Pepe colocou-se ligeiramente atrás, e aqueles olhos voltaram a fixar-se nos meus: "Tem fé, e até breve"− pude captar nitidamente que me diziam. Meu amigo retirou a mão do aparelho. Apagou-se a imagem da tela e entre os dois desligamos a chavezinha.

− O que me dizes agora? −perguntou-me.Já não necessitava responder. Prometeu ensinar-me como e porquê funcionava o

aparelhinho, recomendando-me não mostrá-lo a ninguém, a não ser à minha mulher, quando ele já houvesse ido, e comunicou-me que tudo estava pronto para a sua viagem.

−Perguntei se na noite de minha partida podes vir com tua família e se me autorizas a fazer para que creiam, e que possas ajudá-los na difícil tarefa de conseguir que te acompanhem, quando chegue o momento propício de afastá-los deste mundo. Pedi com insistência, porque o amor que tenho por eles impele-me a salvá-los dos terríveis tempos que se avizinham. Suas almas chegaram a nível de moral que permita adaptá-las a essa mudança de mundo. Porém requerem a preparação científica e os conhecimentos técnicos indispensáveis a tão formidável salto. Isso vamos fazer se vocês cooperarem. Em tal caso, nossa separação será por curto tempo. Mas não deves esquecer que esse aparelhinho que te deixarei, só tu usarás e ninguém mais... Do contrário, interromper-se-a toda nossa comunicação.

Quando tenham aprendido o suficiente para ter uma base elementar de conhecimentos, especialmente metafísicos, que lhes permita conseguir uma marcada transformação de sua constituição molecular, a fim de alcançar uma elevação de suas freqüências vibratórias em todo o organismo, poderemos levá-los, e gozarão desse reino bendito, no qual serão educados e tratados adequadamente para estarem em condições de repovoar a Terra, com muitos outros, nos começos da Nova Era...

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Na noite de sua partida, Pepe convidou-nos a cear em sua casa. Não me havia atrevido a revelar nada à minha mulher nem a meus filhos. Preferi esperar que os fatos consumados me evitassem luta e discussões para convencê-los de que não estava louco. Somente dissemos que viajaria essa noite e eles concluíram que seria de avião.

O jantar transcorreu animado e tivemos o cuidado de oferecer alguns coquetéis à minha esposa e calmantes para os nervos de meus filhos.

As crianças perguntavam insistentemente pelo país onde ia Pepe, a que horas sairiam para o aeroporto, e toda uma série de perguntas comuns no caso de uma viagem normal.

Falta pouco; esperem, que ainda temos tempo...Esse país é muito longe?Sim, muito longe...E, é muito bonito?Belíssimo! Tudo o que eu possa dizer seria pouco em comparação com a realidade.E, poderemos ir te visitar?Assim espero. Tudo o que vocês têm que fazer é se portar bem. Obedecer e querer

muito a seus pais, e aprender tudo o que o paizinho vai ensinar a partir de hoje...O tempo transcorria lentamente. A conversa girava em torno da suposta viagem à Índia.

Pepe e eu trocávamos olhares inteligentes, e segundo se aproximava a hora marcada, meu nervosismo aumentava, apesar de que havia tomado, às escondidas, boas doses de calmante.

Eram duas da madrugada quando, pelas janelas da sala de jantar, vimos que o jardim se iluminava com uma potente luz que vinha do alto. Todos, menos meu amigo, avançamos para as janelas.

Que luz é essa? perguntaram todos em coro.Eu olhei para Pepe, que, impassível, permanecia em seu lugar. Tenham calma e não se assustem disse, marcando as palavras, nas quais, não

obstante, percebia-se profunda emoção. Vêm por mim...Como! Dessa forma? exclamou assombrada minha mulher.Sim; não temam nada nem se assustem com o que vão ver... São amigos, e chegou a

hora de minha partida...Naquele instante saiu um grito da boca daqueles que desconheciam o segredo: Uma

máquina enorme, em forma de gigantesca lentilha, descia suavemente sobre o jardim, projetando um poderoso facho de luz celeste desde seu centro.

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“EU VISITEI GANIMEDES ...”

SEGUNDA PARTE

O QUE NOSSO AMIGO NARROU

Não sou cientista especializado nos temas que se abordam nestas páginas. Não pretendo assumir pose de astrônomo, de físico, nem de profeta. Limito-me, somente, a transcrever os apontamentos que tomei com Pepe em nossas longas conversações, naqueles dias inesquecíveis que precederam a sua extraordinária partida deste mundo.

Não desejo publicidade pessoal, nem me converter em vedete da Imprensa... Muito pelo contrário: desejo achar a paz e o silêncio que requerem as instruções recebidas de meu amigo para o rápido desenvolvimento individual, meu e dos meus...

Porém, devo cumprir a promessa empenhada. Anunciar o que se aproxima e procurar que a Luz se faça na mente daqueles que já estão preparados para recebê-la, nestes momentos tão críticos para toda a nossa humanidade...Yosip Ibrahim

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CAPÍTULO IV

QUEM SÃO OS HOMENS DE GANIMEDES

Faz muitos séculos, muitos milhares de anos, em nosso sistema solar existia outro planeta que girava em torno do sol entre as órbitas que seguem Marte e Júpiter. Hoje em dia, esse espaço está ocupado pelo Cinturão de Asteróides, como se conhece entre os astrônomos a larga esteira de meteoros e meteoritos que se encontra naquela zona, girando constantemente na mesma órbita.

Nossos homens de ciência conhecem bem sua existência, e sabem que está formada por corpos siderais de todo tamanho, desde simples pó cósmico até massas como a do asteróide Ceres, cujo diâmetro alcança 780 quilômetros. Se tivermos em conta que o mencionado “cinturão” chega a estender-se, na múltipla soma das órbitas de todos seus incontáveis planetóides, até a respeitável cifra de cerca de 250 milhões de quilômetros de largura, podemos imaginar a magnitude de corpos, ou massas dispersas que o formam. Já os astrônomos supõem que podem ser os restos daquele planeta desaparecido... e aqui começa, em verdade, o relato que me fizeram de tão maravilhosa história.

Faz milhares, muitos milhares de anos, repito, aquele planeta, ao qual chamaremos “Planeta Amarelo” pela classe de luz que desprendia, era o lar de uma raça muito antiga, que em sua grande evolução de milênios havia alcançado níveis de cultura semelhantes, ou talvez superiores aos que estamos chegando os homens na Terra. Nesses remotos tempos, nosso planeta ainda não era habitado por seres humanos, Por outro lado, os homens do Planeta Amarelo voavam já pelo espaço... Sua ciência e sua técnica permitiam, então, iniciar as primeiras expedições aos outros mundos de nosso sistema solar, e nessa forma, através de muitos séculos, foram conhecendo a existência e as características próprias de todos e cada um dos diferentes planetas.

Ao que hoje se propõem os homens da Terra, eles haviam conhecido quando na Terra não havia homens... Em tais condições de adiantamento chegaram a visitar outros astros, como hoje o estamos fazendo com a Lua. E sua sabedoria permitiu descobrir a tempo os sintomas precursores da destruição de seu mundo. Quando o terrível cataclismo cósmico reduziu esse planeta aos restos que hoje formam o “Cinturão de Asteróides” muitos deles já haviam conseguido estabelecer-se num dos satélites maiores dos doze que possui Júpiter, batizado por nosso sábio Galileu com o nome de GANIMEDES.

E nesse novo mundo, nessa nova esfera, adaptada pouco a pouco seguiu progredindo e se desenvolvendo a vida e a cultura daquela civilização de super-homens. Porém nem todos voaram para GANIMEDES. Parece que alguns, talvez os mais reacionários a deixar seu mundo ou talvez os derradeiros fugitivos do desastre, chegaram até a Terra... Já começava então a florescer a Humanidade nestes lares. Os homens baixados do céu foram recebidos como deuses pelas primitivas tribos dessas épocas, e sua presença explica o mistério de tantos seres mitológicos na multidão de lendas aborígines nos mais remotos povos deste mundo.

Porém não há somente lendas a respeito. Recentes descobrimentos arqueológicos vêm respaldar essa afirmação. Um dos mais assombrosos é, sem dúvida, o realizado no México pelo arqueólogo Alberto Ruiz Luillier, no ano de 1952, na Pirâmide de Palenque, no Estado de Chiapas, que mereceu ser divulgado amplamente em todo o mundo, pela imprensa, pelo rádio e pela televisão, comovendo profundamente todos os círculos científicos especializados. É o caso que muitos têm denominado “Enigma do Homem da Máscara de Jade”.

Na mencionada Pirâmide de Palenque, foi descoberto o sarcófago com os restos mumificados de um ser a quem os Maias haviam adorado como o deus Kulkulkan. Estava rodeado por todos os atributos da divindade no culto milenar dessa raça, tendo o rosto coberto por fina máscara de Jade e ouro. Porém o mais notável do achado constitui a pedra sepulcral que tapava essa tumba: é uma lápide monolítica de 3,80 metros de altura por 2,20 metros de largura, com espessura média de 25 centímetros e um peso de 6 toneladas, na qual se encontra esculpida nitidamente a figura de um homem sentado no interior de uma máquina que guarda extraordinária semelhança com as cápsulas espaciais empregadas, atualmente, por nossos

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cosmonautas. A escultura maia mostra esse homem em atitude de manejar dito aparelho; tem ambas as mãos nas alavancas de comando, claramente representadas e o pé direito pisando num pedal. Leva na cabeça um estranho capacete e um aparato aplicado ao mesmo à maneira de tubo ou mangueira à altura do nariz. O desenho de todo o conjunto comprova a evidente intenção de reproduzir os complicados mecanismos de uma nave espacial, com surpreendente semelhança com as que hoje usamos na Terra, pois se cuidou até do detalhe da expulsão de gases ou fogo pela parte posterior do aparelho.

Por todo o mundo têm circulado as fotografias e desenhos de tão extraordinário descobrimento. Não será demais dizer que tanto a múmia como o sarcófago e os objetos encontrados na tumba foram submetidos a todas as provas com que nossa ciência pode determinar a autenticidade e a antiguidade dos mesmos e os resultados dessas provas, inclusive as do Carbono 14 renderam um veredicto irrefutável e desconcertante: o Homem da Máscara de Jade e a pedra esculpida com tão estranhas figuras datam de 10.000 anos atrás...!

Além das investigações realizadas depreendeu-se, também, que o personagem enterrado sob aquela enigmática lápide não era da raça Maia. A morfologia e a estatura da múmia eram notavelmente distintas das dos Maias. O “Deus Kulkulkan” − como o denominavam − teve uma altura de 1,72 metros aproximadamente, e caracteres raciais marcadamente distintos dos antigos povoadores do que, depois, foi México e América Central.

Porém não é o da Pirâmide de Palenque o único caso que nos prova a visita à Terra, desde milênios, de seres de uma raça e com uma civilização muito superiores. Durante séculos, nossa humanidade acreditou ser a única habitante do universo. As distâncias e os primitivos meios de comunicação de nosso planeta em tempos remotos favoreceram a ignorância de muitos núcleos e o lento desenvolvimento dos povos, até hoje; originaram conceitos errôneos e o esquecimento de milhões de seres humanos de outras civilizações em diferentes mundos distribuídos no Cosmos.

Não obstante, em distintas épocas e em vários lugares têm ficado as marcas irrefutáveis dessas visitas de seres e máquinas extraterrestres. Os arqueólogos e os eruditos na matéria possuem, já, um copioso arquivo de dados a respeito. Muitos renderam-se à evidência de provas irrefutáveis, como a do Homem da Máscara de Jade. Outros, ainda duvidam... Porém, como poderão explicar fatos e conhecimentos de povos remotos cujas provas se têm mantido através do tempo?

Outro dos casos maravilhosos nos princípios da civilização terrena, é o da famosa Pirâmide de Keops, no antigo Egito. Tem sido estudada por legiões de sábios, no curso de vários séculos. O resultado de todos esses estudos leva à conclusão de que teve que ser dirigida, em sua construção, por homens que possuíam uma ciência que, em matéria de matemáticas, astronomia e metafísica, em engenharia e arquitetura, ainda igualam ou superam as atuais. Os cálculos astronômicos evidenciados na pirâmide egípcia demonstram que, faz 6.000 anos, no Egito havia sábios conhecedores do segredo de nosso sistema solar, das constelações que nos rodeiam, das estreitas relações entre os demais astros e a Terra, das forças naturais e das leis cósmicas, até o grau de permitir-lhes predizer o futuro de nossa humanidade e de sua civilização, em todo um ciclo de 6.000 anos, sem equivocar-se...!

Os velhos papiros egípcios contêm abundantes alusões a respeito e um papiro da época do faraó Tutmosis III, escrito 1.500 anos antes do nascimento de Cristo, relata os detalhes da visita de um “Disco Voador” e descreve o aparelho nos pitorescos termos que o assombrado autor pôde expressar.

As mitologias da Síria, Babilônia, Pérsia, Índia e Tibet, além dos Maias e dos Egípcios abundam em referências deste tipo. Todas elas coincidem em mencionar as visitas de “deuses que baixam das estrelas, em carros ou naves de fogo, que instruem os humanos e depois regressam ao céu, rodeados por grande resplendores”. Os antiqüíssimos livros da Índia, Samarangana Sutradara, Mahabarata e o Ramaiana, escritos faz milhares de anos, contêm precisas descrições de viagens realizadas por “discos voadores”, denominados em sânscrito “vimanas”, conduzindo deuses que baixaram à Terra.

E nas legendárias tradições do povo chinês, também, encontramos a explicação de sua origem atribuída à vinda de seres divinos, baixados do céu para ensinar aos homens. Recordemos

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que os antigos imperadores da China foram chamados sempre “Filhos do Céu...” e, que explicação teriam as pinturas encontradas pelo explorador Henri Lothe nas cavernas de Tassili em pleno deserto do Saara? Este descobrimento teve lugar no ano de 1956 e aquelas figuras, que representam seres muito parecidos com os nossos astronautas têm, igualmente, uma antiguidade de mais de 10.000 anos...

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CAPÍTULO V

COMO SÃO AS MÁQUINAS DENOMINADAS “OVNIS”

Nesses quinze dias em que estive todo o tempo com Pepe, preparando sua partida definitiva da Terra, narrou-me muitas coisas que, às vezes, não podia escrever, pois conversávamos constantemente, a toda hora, e muitas de suas explicações tive que retê-las na memória, por terem sido detalhes que me dava em público no transitar diário dos preparativos necessários para a sua partida.

Isto esclarece que, em algumas passagens desta obra, podem deslizar, talvez, erros de conceitos ou de interpretação, devidos ao meu desconhecimento técnico ou científico, relativos a certos temas tratados com maior autoridade por ele, mas que só pude reter mediante rápidos e nem sempre detalhados apontamentos. Faço a ressalva porque desejo que minha versão consiga ser sincera, ainda que em certos aspectos de ordem científica não chegue a interpretar corretamente, em todas as suas partes, as surpreendentes explicações do meu amigo.

Já manifestei na Primeira Parte a impressão que tive ao contemplar, junto com os meus, a enorme máquina que desceu no jardim da sua casa na noite em que Pepe abandonou, para sempre, este planeta...

Era como uma gigantesca lentilha metálica, de mais ou menos 15 ou 20 metros de diâmetro, com uma cúpula central que poderia ter até 3 metros de altura, contados desde a base do aparelho. Em todo o contorno exterior, o fio daquela “lentilha”, que rodeava a cúpula se via uma fileira de buracos pequenos como tubos de escape. Em ambos os lados da mencionada cúpula pude apreciar janelas estreitas e largas, algo assim como os pára-brisas de um automóvel, sem conseguir ver o interior pela distância de que nos encontrávamos àquela noite, pois já expliquei como foi nossa despedida: minha família e eu profundamente impressionados, permanecemos na porta da casa que dá para o jardim, sem nos aproximarmos do “disco”, quando Pepe, depois de abraçar-nos, ingressou na máquina. Para fazê-lo, subiu por uma escadinha de metal pela qual havia descido da base de uma porta. No anteparo que se abrira na cúpula frente a nós no centro das janelas já descritas esperavam-no duas pessoas de estatura como a nossa, vestindo escafandros no meu entender iguais ou semelhantes aos que usam nossos astronautas.

Quando o OVNI elevou-se brotaram jatos incandescentes dos buracos que circundavam o exterior da “lentilha” e pareceu-me que o metal da estrutura do imenso prato, − e não somente a cúpula −, trocava de cor com uma brilhante iridiscência. Também me chamou a atenção que toda a manobra efetuava-se sem maior ruído, pois só escutamos um leve zumbido, que se perdeu rapidamente à medida que a nave se afastava no espaço.

Até aqui, o que eu vira. Pepe me havia explicado como foram as duas viagens, de ida e volta, a GANIMEDES, e sua passagem , as duas vezes, pela base espacial a que me referi na Primeira Parte deste livro. Disse-me, então, que havia viajado em dois modelos de astronaves diferentes, em tamanho e poder, ainda que similares em suas características essenciais: que da terra à base espacial e vice-versa, empregaram um tipo menor com capacidade para seis pessoas; porém que da base até GANIMEDES usaram máquinas muito maiores e poderosas nas quais comodamente poderiam viajar mais de 20 tripulantes. As características principais dessas naves se diferenciam enormemente das que estamos empregando na Terra, tanto em estruturas quanto em energia, manobras e em velocidade.

Os dois modelos descritos por meu amigo estavam formados, estruturalmente, por dois corpos concêntricos: a cabina de comando e a câmara de máquinas. A cabina de comando, colocada na cúpula central, era algo assim como o cérebro eletrônico de todo o conjunto, desde a qual os tripulantes podiam controlar e dirigir o funcionamento dos complicados mecanismos produtores de energia e impulsionadores da nave espacial, repartidos, por sua vez, em todo o espaço interior do outro corpo, ou câmara de máquinas, enchendo a circunferência de forma lenticular que rodeia o corpo central.

Os homens de GANIMEDES chegaram a produzir e a controlar, de maneira absoluta, a

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energia atômica e a termonuclear. Possuem, também, o segredo de neutralizar à vontade os efeitos daninhos das radiações e sua conversão automática em novas formas de energia, que unidas ao aproveitamento de energia proveniente dos raios solares, dos raios cósmicos e das vibrações luminosas e sonoras, cujo domínio chega neles ao que na Terra nos pareceria milagroso; é assim como suas máquinas do espaço têm podido alcançar metas que ainda nos falta muito alcançar.

Em primeiro lugar, contam com materiais completamente desconhecidos na Terra. Desenvolveram fusões de metais que resistem a todas as forças da natureza por mais poderosas que sejam e por adversas que sejam as circunstâncias em que atuem. Têm, também, produtos maleáveis ou plásticos de propriedades tão maravilhosas que nossos químicos e físicos atuais resistiriam em aceitar. Isto foi evidenciado por Pepe ao comprovar as assombrosas velocidades que essas máquinas podem alcançar. Já disse na Primeira Parte do desconcertante assombro com que vi afastar-se nosso mundo em questão de minutos e como, ao calcular a possível velocidade com referência ao vertiginoso afastamento de nosso planeta, esteve a ponto de sofrer uma síncope ao se dar conta dos resultados do seu cálculo. O trajeto desde a Terra até a base construída por eles no espaço, que, segundo informaram, dista de nós pouco mais de 10 milhões de quilômetros, tardou somente 1 hora e minutos...!

Um simples cálculo basta para chegar a uma cifra que, na atualidade, produz calafrios: 3.000 quilômetros por segundo! Somente 100 vezes menos que a velocidade da luz! Quando tratamos disto, Pepe manifestou que sua primeira reação havia sido de incredulidade. Porém seus acompanhantes no OVNI, lendo seu pensamento, disseram-lhe que esperasse chegar a GANIMEDES, que comprovariam aquilo e muito mais.

Não necessito repetir o exposto na Primeira Parte a respeito da segunda etapa da viagem. A distância de 760 milhões de quilômetros que nos separa de GANIMEDES foi coberta entre as duas etapas, num total de 3 dias e 4 horas, aproximadamente!... Isto corroborou de novo os primeiros cálculos efetuados e a média de vôo de 10 milhões e 800 mil quilômetros por hora...! Tudo isso resulta incrível, e assim opinei então. Porque, além dos problemas diretamente relacionados com a força impulsora necessária para alcançar uma suposta velocidade desse tipo havia que levar em conta os diferentes problemas derivados da resistência de materiais, gravitação, inércia, problemas de ordem térmica, biológica e funcional sobre os organismos vivos. Toda essa enormidade de barreiras que nossa ciência e nossa técnica calculam hoje diante de possibilidades de tal envergadura. Porém ante todas as minhas objeções, Pepe limitou-se a dizer: “Faz somente dois séculos, se houvéssemos falado de televisão , de viagens à lua, de controle remoto, de máquinas no espaço e dos adiantamentos da eletrônica e da energia nuclear, nossos antepassados nos tomariam por loucos...”

E depois explicou-me o que conseguira conhecer sobre essas prodigiosas naves espaciais. Advertiu-me, não obstante, que seus tripulantes não quiseram fornecer detalhes minuciosos a respeito dos mecanismos nem de certas particularidades sobre propulsão, fontes de energia, aplicação de forças e conversão ou neutralização das mesmas e que o obtido era somente fruto de suas observações pessoais, à luz do apreendido por ele na Terra e da comparação de seus conhecimentos com os novos fenômenos comprovados na viagem.

Já se disse que as estruturas e todas as peças de que estão formadas essas máquinas são de materiais completamente desconhecidos na Terra. Portanto, suas resistências e reações às forças e leis da natureza por nós conhecidas são diferentes. Parece que sua força impulsora é o resultado de um complexo sistema no qual intervêm: energia termonuclear dominada e controlada em absoluto, o desenvolvimento de poderosos campos magnéticos e o auxílio e o aproveitamento simultâneo de novas fontes de energia cósmica e luminosa até agora desconhecida por nós. Se um raio de luz viaja no espaço a 300.000 quilômetros por segundo, e se as microscópicas partículas que formam os raios luminosos podem ser suscetíveis de concentrar-se e de dirigir-se como, por exemplo, nos laser, quem se atreveria a negar que, dentro de condições especiais, através de mecanismos ainda não imaginados por nossa humanidade, e no amplo campo das ondas eletromagnéticas e dos raios cósmicos, outra humanidade tenha conseguido encadear a força dessas partículas, obrigando-as a proporcionar uma parte de sua energia cinética em proveito de todo o conjunto...?

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Das observações efetuadas, pude deduzir que os dois corpos concêntricos a que se fez menção: a cúpula central ou cabina de comandos, e a plataforma circular externa, ou câmara de máquinas, não obstante estarem solidamente unidas, ficavam isoladas, automaticamente, pela inserção de materiais que, sem diminuir a solidez do conjunto, garantiam a independência e a segurança da cabina interior, neutralizando forças e possíveis radiações. Ainda quando os tripulantes pudessem cometer algum erro ou descuido fortuito, o sistema de controle eletrônico do aparelho os punha, constantemente, a salvo dos riscos próprios de tão extraordinárias viagens. Tal sistema abarcava solução total dos problemas que, para nossos físicos, apresentam as viagens espaciais, e muitos outros ainda desconhecidos na Terra.

Um dos mais sérios obstáculos que têm que vencer nossos conterrâneos é o conjunto de fenômenos derivados da Lei de Gravidade. Os astronautas de GANIMEDES riem disto: eles resolveram, faz muito tempo, todos os problemas relacionados com o que nós chamamos “Gravidade” segundo a definição de Newton. Suas máquinas podem neutralizar, à vontade, toda a forma de atração de massas, liberando-se, assim, quando convém, da influência de qualquer corpo celeste ou astro em tal sentido. Isto lhes permite realizar as manobras que têm desconcertado a muitos técnicos que, algumas vezes, chegaram a ver um OVNI. Explica porque podem elevar-se com toda a suavidade e lentidão e afastar-se do solo a qualquer tipo de velocidade. Sabemos que nossas naves espaciais devem iniciar seu vôo com determinada velocidade, segundo seu tamanho e peso, para conseguir a força de “arranque” ,ou seja, a velocidade inicial que, resistindo à força de gravidade, permita à máquina afastar-se da Terra, sem o que não poderia continuar a trajetória e cairia de novo ao solo.

Por outro lado, os OVNIS sobem e baixam com toda a suavidade, podem deter-se no espaço a qualquer altura e permanecer imóveis todo o tempo que seus tripulantes desejem e realizar todo o tipo de troca de ângulos, inverossímeis para nossos aviadores, sem que a máquina ou seus ocupantes sofram qualquer dano. Poderosos campos magnéticos e a combinação de forças a que já se aludiu anteriormente, conseguem isso, além da qualidade especial dos materiais mencionados. Quanto ao organismo e funções biológicas de seus tripulantes, sucede o mesmo: nos momentos críticos de certas manobras, como subidas e descidas, ou nas trocas bruscas de velocidade, ou guinadas violentas, toda a estrutura e muito particularmente a cabina central são rodeadas por uma força cuja magnitude está em relação direta com as forças naturais que há de vencer, mantendo assim a nave dentro do que se poderia chamar um “campo gravitacional próprio”. Desta forma, ficam anuladas todas as reações por gravidade ou inércia, e são vencidos todos os efeitos desagradáveis e perigosos provenientes das mudanças de pressão, desgravitação ou perda de peso no espaço exterior e os conseqüentes efeitos fisiológicos e psíquicos para seus ocupantes.

Outro problema que até agora resultou em obstáculo irremovível para nossos sábios: o reaquecimento pelo atrito dos corpos, que pode ter resultados terríveis ao atravessar as zonas da atmosfera da Terra ou de outros astros, tem sido, também, resolvido por eles. Um sistema automático protetor absorve a energia térmica à medida que esta se vai gerando em toda a coberta exterior da astronave, transformando-a em refrigeração controlada e em força propulsora; de tal maneira que a capacidade do vôo permite alcançar velocidades muito superiores, dentro da atmosfera, a todo o calculado por nossos cientistas, ainda quando, em verdade, dentro dessas zonas não se chegue nunca aos limites assombrosos que acima se indicou. Recordemos que, na Primeira Parte, nosso amigo explicou como havia notado uma apreciável troca de velocidade entre o tempo que permaneceram na atmosfera terrestre e quando alcançaram o espaço interestelar.

Outra das características espaciais observada por ele foi a referente ao sistema de detecção à distância. Nós desenvolvemos o radar. O que eles possuem a respeito reúne as condições de serviço, combinadas, do radar, da televisão e da telemetria telescópica. Uma experiência interessante foi presenciada por Pepe quando atravessava a zona conhecida como Cinturão de Asteróides, já mencionada anteriormente. Na respectiva tela da cabina de comandos apareceu de repente a imagem de um meteorito que se aproximava velozmente na mesma trajetória seguida pela nave. Pelas janelas do aparelho não se distinguia nada. Os tripulantes chamaram-lhe a atenção e disseram-lhe, telepaticamente, que iam eliminar esse obstáculo.

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Nosso amigo seguia sem ver nada através da janela. Na tela de controle o asteróide continuava aproximando-se e era visível em todos os seus detalhes. Um dos astronautas regulou uma chavezinha e comprimiu um botão. Na tela viu-se explodir, em formidável estalo, o meteoro e, ao mesmo tempo, nosso amigo pode ver pelas janelas na mesma direção em que viajavam, porém a uma distância enorme, um clarão fugaz que desapareceu... Ao olhar de novo, inquisitivamente a seus acompanhantes, a resposta foi: “Raios cósmicos... e de luz...”

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CAPÍTULO VI

AS BASES NO ESPAÇO

Dissemos, na Primeira Parte, que em ambas as viagens − a ida e a volta de GANIMEDES − fizeram escala numa base espacial. A primeira posição dessa base, a julgar pelos dados obtidos por meu amigo, encontravam-se a pouco mais de 10 milhões de quilômetros da terra; porém, na segunda visita, os cálculos por ele efetuados, a partir do tempo que empregaram no regresso, chegaram quase ao dobro daquela distância. Isto, e as observações mais cuidadosas que pode efetuar nessa nova oportunidade, convenceram-no de que a mencionada base não mantinha uma posição fixa, mas que variava de lugar.

Ampliando suas observações com os dados que pôde obter dos próprios tripulantes das astronaves, havia chegado à conclusão de que aquele artefato espacial não só trocava de posição, mas que, para isso possuía os meios necessários, a força e as fontes de energia suficientes para manter-se no espaço indefinidamente, mudando de lugar à vontade de seus ocupantes, dentro de um plano estabelecido e coordenado com o funcionamento de outras bases similares, distribuídas em diferentes pontos de nosso sistema planetário. Não lhe disseram quantas eram essa bases; porém não negaram sua existência. Ainda mais, informaram que obedeciam a um sistema e que integravam uma organização de serviços permanentes, que permitia aos habitantes do “seu reino” conhecer e manter informação constante a respeito do desenvolvimento evolutivo de toda a família de astros integrantes do que nós chamamos nosso sistema solar. Manifestaram também que todo o conjunto formado por essas bases, além de facilitar-lhes sua comunicação com os diferentes mundos que o integram, eram estações de controle, de regulagem e de abastecimento que permitiam armazenar transitoriamente determinadas substâncias, obtidas da natureza e alguns dos planetas desta família sideral.

Tudo isso foi comprovado, mais tarde, por Pepe. Recordava, com efeito, que na viagem de ida, efetuada, como disse, numa máquina muito maior, viu introduzir bom número de embalagens, algo assim como cilindros de metal polido e parecido com o aço inoxidável, num amplo compartimento, ou depósito de carga, sob a cabina central da nave. Disse já que entre as bases e o mundo ocupado por eles, se emprega tipos de astronaves muito maiores usadas para o que podíamos chamar “viagens curtas”. Meu amigo viu máquinas com capacidade para conduzir mais de 40 ou 50 pessoas e além disso apreciável quantidade de carga em compartimentos especiais. Em informações posteriores a sua partida proporcionou-me maiores detalhes a respeito.

As bases espaciais dessa raça de super-homens tinham dimensões suficientes para abrigar todo um completo conjunto de máquinas capazes de proporcionar formas de força e energia requeridas para manutenção permanente no espaço de um grupo de pessoas que passava nelas determinados períodos de tempo. Geralmente eram turnos renováveis a cada período comparado com nossos meses (porque as medidas de tempo em GANIMEDES são diferentes das nossas, como se explicará mais adiante). Durante esses turnos as distintas tripulações desfrutam de todas as comodidades iguais às que têm em seus próprios lares, pois vivem em edifícios acondicionados como se explicou na Primeira Parte, nos que dentro de espaços, em verdade mais reduzidos, possuem todo o conforto necessário para não tornar tediosa a missão em tais lugares.

Quase todo o trabalho é realizado em recintos fechados. Somente quando se trata de efetuar ou receber viagens, utilizam seus escafandros para atuar no exterior. E o labor desenvolvido por eles, em sua maior parte, é de controle e supervisão de equipamentos e maquinarias. Tudo funciona automaticamente, e as forças empregadas em todo o complexo conjunto daqueles mecanismos, provêm de fontes de energia termonuclear combinadas com outras, como já disse, nas quais intervém o domínio e aproveitamento dos raios gama, cósmicos, fótons ou corpúsculos de luz, íons, vibrações sonoras e radiações de vários tipos e todo um sistema muito mais avançado que o nosso para o aproveitamento integral de prótons, neutrons e elétrons, além de novos corpúsculos atômicos desconhecidos por nós...

Pepe advertiu-me que muitos desses aspectos científicos não pôde conhecê-los em

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detalhe, porque nessa primeira etapa de contato com a civilização de GANIMEDES não lhe deram senão informações muito simples. Compreendia que desejavam manter reservado muitos dos segredos de suas conquistas e de seu adiantamento, até que ele se estabelecesse, definitivamente, entre eles; porém haviam prometido ensinar-lhe tudo, uma vez que estivesse formando parte de seu mundo...

Não obstante, com o observado nesse período, há abundante material de estudo e de comparação para os sábios de nossa Terra.

Por exemplo, já se afirmou que, no referente às energias de tipo atômico e termonuclear, fissão ou fusão dos átomos, têm alcançado nível tão superiores aos nossos que as forças emanadas de ambas as fontes são utilizadas ampla e permanentemente em todas as atividades da vida diária desse mundo, e em todos os centros pertencentes a essa raça, como em suas astronaves e bases espaciais. Conseguiram dominar e controlar à vontade tudo quanto se relacione com essas forças, tanto em seus aspectos positivos quanto negativos. Os problemas de sua produção, controle e aproveitamento foram resolvidos desde os primórdios a que se referem as mais antigas alusões que a história de nossa humanidade conserva sobre eles. No correr dos séculos, aperfeiçoaram métodos e sistemas que lhes permitiu encadear sob suas mãos aquela fonte universal de energia, convertendo a gigantesca força das estrelas num dócil e obediente escravo de sua civilização, como se quisessem imitar, na realidade, o fantástico e simbólico conto das Mil e Uma Noites que nos fala do gênio encerrado na lâmpada de Aladim...

Afirmamos que a radioatividade tem sido controlada e aproveitada por eles em variadas formas. Possuem um material, metal, liga, ou lá o que seja, que não só impede passagens das radiações, mas que as anula por completo. Delgadas lâminas de dito material bastam para neutralizá-las, de tal sorte estão protegidos todos os núcleos produtores de força e todos os artefatos, mecanismos ou ambiente que seja necessário isolar. Além disso, o mencionado material é relativamente leve e muito versátil. Abunda em todas as instalações e ainda nos acessórios ou implementos de trabalho exterior, entra na confecção dos sistemas protetores, quando estes, de alguma forma, possam estar expostos a receber mínimas proporções radioativas.

Se a tudo isso acrescentarmos que nos milhares de anos durante os quais aproveitam essas forças chegaram a descobrir meios e métodos ainda não imaginados na Terra, não estranharíamos saber que também obtêm os mesmos resultados e melhores, em toda a linha de produção, com matéria-prima diferente. Eles já não necessitam dos primitivos sistemas à base de urânio ou de plutônio. Utilizam vários elementos muito mais correntes e tão abundantes na superfície da maioria dos astros que nos rodeiam, que se pode dizer que são inesgotáveis e baratíssimos. Talvez os carregamentos como os que vira Pepe transportados na astronave que o conduziu a GANIMEDES tenham algo a ver com isso... E se tomarmos em conta, igualmente, que chegaram a dominar todas as limitações térmicas e a reduzir ao mínimo os espaços requeridos para a produção e transformação desses tipos de energia, poderemos compreender melhor os prodigiosos coeficientes alcançados por suas naves interplanetárias e suas bases espaciais. Recordemos, quando crianças, o grande adiantamento que entre nós representou, em eletrônica, o descobrimento e a utilização dos transístores, em substituição às antigas e lentas válvulas.

Outro detalhe que chamou fortemente a atenção de Pepe, na base, nos veículos e, depois, na cidade que conhecera, foi o do sistema de iluminação. Como referimos na Primeira Parte surpreendeu-se ao não descobrir, em lugar algum, interior ou exterior, nada que pudesse parecer-se a determinada forma de iluminação, como nós o entendemos ou utilizamos. Quando se aproximava, na viagem de ida, da estação espacial, de longe havia tido a impressão de ver uma estrutura metálica esferoidal brilhando fortemente em meio da treva sideral. Não obstante, quando chegaram, pôde comprovar que se tratava de uma gigantesca plataforma, de vários pisos, na qual estavam distribuídos, equilibradamente, os diversos compartimentos a que antes nos referimos. O que dava a sensação de esfera eram os arcos levemente vibráteis, de material ou substância que não pôde precisar, aparentemente não sólidos; mas que limitavam em todo o contorno da base, ou melhor dito, em todo o seu perímetro, uma zona de luz azulada, suave à retina, porém suficientemente intensa como para manter perfeitamente iluminados os mais afastados lugares de tão gigantesco artefato espacial. E a mesma luz estava presente em todos os

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recintos interiores. Quando inquiriu a respeito, a informação que lhe deram foi parca e condicionada a um

posterior ensinamento em sua futura permanência no “Reino”. Não obstante, pôde compreender o seguinte: o espaço interplanetário não está, absolutamente, vazio, o nada não existe no Universo. Ainda os limitados espaços que separam as constelações, as galáxias, as nebulosas; todos esses bilhões de quilômetros que medeiam entre umas e outras, aparentemente vazios, contêm, além do pó cósmico imperceptível, além dos distintos raios invisíveis que partem dos incontáveis mundos que os povoam, em meio de todo esse páramo solitário de distâncias astronômicas, uma substância tão sutil, tão imponderável, que não pôde sequer ser calculada por nossos astrônomos: chamemo-la “substância matriz universal” ou “matéria originária”. Se tal “substância” é também, suscetível de estar formada por partículas tão infinitamente microscópicas que não possam ser evidenciadas por nenhum instrumento, porém que, não obstante, sirvam de meio comunicante para todas as formas ondulatórias ou vibráteis da Vida ou da Energia, o fenômeno de um tipo de iluminação como o que nos ocupa, só se reduz a encontrar os elementos e os meios para poder ionizar com energia fotônica as mencionadas partículas...

Antes de terminar esta resenha sobre a rede de bases mantidas no espaço por essa raça de super-homens, convém referir a outro aspecto interessante: o método de construção e transporte das mesmas. Na Terra se estuda, já, a possibilidade de estabelecer estações ou bases espaciais. Todavia não se calcula que possam ser tão grandes como para servir de assento a uma tripulação permanente e numerosa, e para assegurar perfeitas condições de serviço auto-abastecido em longos períodos de tempo, com garantia de permanência indefinida e potencialidade suficiente para percorrer todos os espaços interplanetários à vontade de seus tripulantes. Não creio que se haja imaginado ainda planos de tal magnitude. A julgar pelos ensaios e estudos atuais, essas possíveis bases seriam reduzidas aos alcances de nossa técnica espacial atual, e dentro desses sistemas conhecidos de propulsão e mantimento similares aos empregados nas viagens lunares. Ademais, teriam que ser construídas no espaço mediante o acoplamento de estruturas parciais, conduzidas pelos mesmos meios de que hoje nos valemos para enviar à lua os módulos e equipamentos transportados, que não podem ultrapassar determinados limites em tamanho e peso, porque seguimos sendo freados pelos problemas antes enunciados.

Por outro lado, os de GANIMEDES podem construir, tranqüilamente suas gigantescas bases espaciais nas próprias oficinas, ou usinas, sobre a superfície de seu astro, em solo firme, com todo o tempo e segurança necessários para garantir o acabamento perfeito de todas as suas partes. Depois, por seus próprios meios de propulsão e conduzidas diretamente por suas próprias tripulações, são submetidos a ensaios prévios de subida, manobra e descida, antes de enviá-las, definitivamente, ao lugar de seu destino. Devemos ter em conta que, pelo já explicado a respeito de materiais, potencialidade, forças propulsoras e demais detalhes anotados anteriormente, encontram-se em situação sumamente vantajosa para poder superar, com sobras, a velocidade de escape de seu astro que, sendo a metade da massa da Terra, enormemente inferior aos 11,2 quilômetros por segundo que, em nosso mundo temos que vencer para poder afastar-nos da gravidade do planeta...

CAPÍTULO VII

COMO É GANIMEDES

Para compreender melhor o ambiente que rodeia essa humanidade, é necessário conhecer as condições reinantes na família de astros que formam o grupo joviano como se denomina em Astronomia o conjunto planetário integrado por Júpiter e seus doze satélites. Como se disse, esse gigantesco planeta representava, até certo ponto, um sistema planetário menor, dentro da família de astros que integram nosso sistema solar. E as enormes dimensões jupiterianas, assim como a grande distância que o separa do Sol, dão lugar a características especiais que diferenciam, bastante, esse grupo de mundos, se o comparamos com a Terra e os outros três planetas interiores que conformam a série chamada, também de “planetas terrestres”, ou seja, aos quatro corpos

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celestes mais próximos do Sol que giram em órbitas interiores com respeito à zona dos asteróides, e que são: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, além de seus respectivos satélites.

Júpiter percorre sua órbita em torno do Sol num período de quase 12 anos dos nossos. A distância que o separa do astro-rei de nosso sistema solar é de 778 milhões de quilômetros e seu diâmetro se calcula em 143 mil quilômetros, o que faz com que tão gigantesco planeta seja mais de 120 vezes maior que a superfície da Terra. Está rodeado por uma espessa camada de nuvens, de muitos milhares de quilômetros de espessura, com temperaturas médias de 110 graus centígrados abaixo de zero, que oferecem o aspecto de franjas paralelas, claras e escuras que constituem a característica mais notável do astro, entre as que se vem observando no último século uma extensa mancha vermelha de uns 40 mil quilômetros de largura que parece deslocar-se em torno do planeta e cuja origem é ainda desconhecida por nós.

Recentes observações chegaram a estabelecer que atrás dessa compacta massa de nuvens existe uma superfície sólida que acusa altas temperaturas, até 330 graus centígrados, o que faz pensar numa intensa atividade vulcânica e na impossibilidade da existência de um tipo de vida orgânica e biologicamente considerada como a nossa.

Já dissemos que Júpiter possui um sistema de 12 satélites, dos quais 8 não têm maior importância, por serem tão pequenos que poder-se-iam considerá-los como simples asteróides. Porém os outros 4, entre os que figura GANIMEDES, e que foram descobertos e classificados por Galileu desde 1610, já são de dimensões apreciáveis. A ordem em que giram em torno do gigantesco planeta é: Io, o mais próximo, com o diâmetro de 3.735 quilômetros; Europa, com 3.150 quilômetros de diâmetro; GANIMEDES, com 5.150 quilômetros de diâmetro; e Calisto, com 5.180 quilômetros de diâmetro. Vê-se, portanto, que GANIMEDES é notavelmente maior que o planeta Mercúrio.

GANIMEDES encontra-se a 10 milhões e 70 mil quilômetros de distância de Júpiter, girando numa órbita circular em torno a este equivalente a 7 dias, 3 horas, 42 minutos e 32 segundos dos nossos, porque as medidas de tempo lá diferem muito das nossas, por razões óbvias. Além disso, naquele satélite joviano, cuja rotação sobre si mesmo se efetua num eixo perpendicular à sua órbita, apresentando sempre a mesma face ao planeta, não existe o dia e a noite como na Terra. Isto se deve a que recebe luz de duas fontes: por um lado, do Sol, que ainda que seja em menor intensidade que nós pela maior distância, chega ainda com suficiente volume de luz e calor, energias vitais que são acrescentadas por seus sábios habitantes como veremos mais adiante. E por outro lado recebe luz refletida por Júpiter, como se fosse um gigantesco espelho, que desde GANIMEDES se vê como uma monstruosa bola luminosa, achatada e com franjas. De tal maneira, o que nós conhecemos como “dia” dura lá quase 4 dos nossos dias; e o que chamamos “noite” que nesse astro é o tempo empregado em recorrer o cone de sombra projetado por Júpiter, ou seja a parte posterior do planeta com respeito ao Sol, é o saldo do período em que realiza sua revolução completa segundo indicado acima. Esse período de obscuridade de quase três dias e meio dos nossos, transcorre dentro de um regime de iluminação artificial de todas as zonas povoadas, como veremos conforme avançamos.

Por tudo o que acabamos de expor, vemos que GANIMEDES é, realmente, um mundo de contrastes muito marcados; até certo ponto, um mundo paradoxal, no qual se encontram condições ambientais tão opostas, fenômenos naturais tão antagônicos, em meio a uma natureza tão agreste, que bem caberia dizer que trata-se de um mundo cuja natureza, violenta e explosiva, foi dominada pela inteligência do homem, ao transformar o negativo em positivo, o absurdo em lógico, o violento em dócil... Um mundo que nos prova como é possível utilizar até as mais adversas condições de existência, quando se conta com a sabedoria e o poder necessários para tanto.

Na Primeira Parte dissemos que meu amigo havia encontrado “um mundo de estranha beleza”. Agora trataremos de explicar o alcance e profundidade dessa expressão. Uma visão panorâmica do astro que nos permitisse vislumbrá-lo de perto em todos os seus detalhes, nos mostraria o mapa de uma superfície profundamente acidentada. A topografia bastante parecida com a de algumas regiões montanhosas da Terra, tais como os imponentes maciços da Cordilheira do Himalaia. A superfície de GANIMEDES é formada por uma série ininterrupta de grandes cordilheiras que se entrelaçam, em todas as direções, elevando a consideráveis alturas

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seus majestosos picos eternamente cobertos por espessas mantas de neve e gelo. Essa roupagem branca e gelada estende-se por toda a parte, através do abrupto emaranhado daquele mosaico montanhoso formado pela tremenda atividade vulcânica do astro. Porém, em meio desse gélido conjunto de montanhas, com seu extenso sistema de glaciares, notamos, já colorida, a presença de numerosos e profundos vales nos quais a policromia da paisagem vai desde diferentes matizes do verde a tons azuis e alaranjados, produto da vegetação e da atividade vital de seus povoadores, até a rutilante luminescência que as concentrações urbanas, todas de aspecto metálico, projetam para o alto, como se fossem múltiplas facetas de um formidável porta-jóias de gigantescos diamantes.

A vida em GANIMEDES se estende através desse mosaico de profundos vales, encravado entre as redes daquele enxame de sólidas montanhas, em muitas das quais se distinguem os penachos vaporosos de múltiplos vulcões. Para os homens da Terra, um mundo com tal proliferação vulcânica resultaria catastrófico ou, pelo menos, terrível. Por outro lado, para os habitantes desse grande satélite de Júpiter é uma bênção. Essa raça de super-homens soube aproveitar ao máximo todos os recursos naturais, e dominou de tal maneira as forças e energias encerradas em seu astro, que a assombrosa quantidade de vulcões disseminada sobre toda a superfície ganimediana, representam, em realidade, outras tantas gigantescas centrais de força, nas quais se controla e regula seu funcionamento, utiliza-se em diferentes formas todos os elementos físicos e químicos que nelas intervêm, convertendo assim cada vulcão num centro produtor de inúmeros benefícios para a comunidade que o trabalha e o domina. Não estranhará, portanto, saber que bom número destes foram “construídos” ou “fabricados” (vale a expressão) artificialmente faz muitos séculos.

Uma das principais e mais imediatas vantagens que reportam a essa humanidade é o aproveitamento permanente de água para a população. Isto, à primeira vista, parece absurdo. Não obstante, não é. Devemos ter em conta o já explicado com respeito às baixíssimas temperaturas reinantes em sua atmosfera. Por isso não existem oceanos ou mares, nem grandes rios em GANIMEDES. Todas as grandes extensões de terreno, montanhosas no geral, estão cobertas pelo manto de gelo a que nos referimos antes, capa gelada que em muitos lugares alcança vários quilômetros de espessura. Não fosse pela intensa atividade vulcânica manifestada em toda a superfície do astro não seria possível a subsistência dos seres que o povoam. Desde os tempos mais remotos, quando colonizaram (permita-se o uso desse termo) esse corpo celeste, no início da vida em seu planeta de origem, sua primeira preocupação e os primeiros labores realizados foram os de transformar os vulcões em centrais de força e aproveitar as enormes quantidades de energia térmica neles encerrada, para assegurar temperaturas saudáveis e água corrente no fundo dos profundos vales a que nos referimos. Por isso, um dos contrastes mais notáveis que assombram o visitante é a proliferação de tantas e tantas bocas de fogo em meio àquele conjunto gelado de altíssimas montanhas, vulcões que não são outra coisa que gigantescas chaminés das formidáveis usinas criadas por essa raça de super-homens, nas entranhas rochosas de seu admirável mundo...

Com o correr do tempo, foram conquistando e dominando toda a natureza do astro. Segundo a tradição a mim narrada por meu amigo, quando chegou o momento de abandonar, em massa, o “Planeta Amarelo”, pela proximidade de sua iminente destruição, já haviam sido transformados muitos vales de GANIMEDES em verdadeiros lugares habitáveis. Foi obra de séculos. Porém essa raça formidável pôde conhecer, com grande antecedência, o cataclismo cósmico que se avizinhava e transferir a tempo seus habitantes, instalando-se no novo mundo que hoje habitam. Temos que recordar que tal migração teve lugar faz mais de 10 mil anos. Em tão extenso período de tempo continuaram desenvolvendo e adaptando sua nova morada, até alcançar os maravilhosos resultados que agora comprova nosso amigo ao chegar, pela primeira vez, a esse longínquo satélite de Júpiter.

Já dissemos que a água e a temperatura ambiental nesses vales, onde se encontram os povoados, provêm do trabalho efetuado por cada uma dessas bocas vulcânicas. Dentro de nosso modo de pensar, segundo o que conhecemos na Terra, pode resultar algo difícil de entender. Temos que fazer um esforço de imaginação para compreendê-lo. Mas se partimos da premissa de que os homens de GANIMEDES alcançaram o conhecimento e o poder sobre a natureza, há

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mais de 10 mil anos, não nos será impossível pensar que possuem os meios, os sistemas e os equipamentos necessários para chegar a dominar até as forças interiores de um planeta, aproveitando essas forças e todos os elementos que as geram, na diversidade de fins que se proponham conseguir. Por isso é que vemos, ao chegar a qualquer de seus vales, uma vegetação viçosa e abundante, cultivada com os mais avançados conhecimentos de uma ciência e uma técnica muito superiores às nossas, e regada com um sistema de canais que distribui as águas de grandes reservatórios, verdadeiros lagos artificiais, mantidos pelas cristalinas vertentes que descem pelas ladeiras de cada vulcão. Estes arroios e pequenas torrentes são o fruto do degelo constante produzido pelas altas temperaturas geradas no fundo subterrâneo e nas massas ígneas de cada um. Grande parte de tal energia térmica é aplicada através de uma rede de túneis à parte inferior das espessas crostas de gelo que envolvem os cumes. É um processo permanente de produção e recuperação do elemento líquido. Processo que, como tudo em GANIMEDES, é regulado e controlado eletronicamente. Os níveis dos grandes reservatórios não podem passar de certos limites, e sua multiplicação com respeito à multidão de vales, assegura a amplitude de superfícies de evaporação necessárias para a recuperação, o que se mantém dentro de limites perfeitamente calculados, que asseguram o constante abastecimento de água pura em todo esse mundo.

Outro dos aspectos curiosos e de marcada diferença com a Terra é a ausência absoluta de fauna em GANIMEDES. Lá não existem animais... Somente existem os reinos mineral, vegetal e humano ou super-humano. Isto, foi explicado a nosso amigo, é atribuído às primitivas condições ambientais desse astro que não permitiram a vida animal antes da chegada a ele de seus atuais habitantes. E estes não consideraram necessário nem prudente levar consigo animais, calculando as possibilidades de existência das primeiras “colônias” nesse novo mundo que estavam adaptando às suas próprias exigências de vida. A flora, o reino vegetal, foi transplantada conduzindo desde o seu planeta de origem todas as espécies que julgaram conveniente aclimatar e propagar na nova morada em que haveriam de ficar. Tal proceder, também, influiu posteriormente numa série de modificações e diferenças com a vida na Terra. Entre nós, aqui, parecerá impossível nossa existência, sem as numerosas espécies zoológicas, muitas das quais formam parte de nosso programa de vida diária. Os animais constituem, para a humanidade terrestre, elos vitais em infinidade de aspectos. Porém os homens de GANIMEDES desde milênios souberam acomodar-se para que não fizessem falta de forma alguma. E neste aspecto chegaram a tais extremos, ou melhor dito, adiantamento, como a superação absoluta dos microorganismos geradores da maior parte de nossas enfermidades. Esta interessantíssima faceta de sua civilização, ou seja, a conservação da saúde e também o segredo da longevidade, trataremos de maneira especial no próximo Capítulo.

Muitos pensarão que num mundo com tal quantidade de vulcões a atmosfera estaria envenenada pelos gases; que as contínuas emanações deletérias a fariam irrespirável. Isto seria lógico e possível em nosso planeta com sua atual humanidade. Porém em GANIMEDES é outro problema resolvido satisfatoriamente desde então. Tem-se afirmado, e repetiremos agora, que o domínio da atividade vulcânica e o aproveitamento de todas as forças e de todos os elementos que nela intervêm, são absolutos nessa civilização. Os produtos gasosos de tal atividade, que entre nós escapam livremente para a nossa atmosfera, são absorvidos por um amplo e poderoso sistema, que, qual emaranhada rede subterrânea de ventilação e drenagem, vai retirando, em diferentes níveis, no coração da montanha, os produtos sólidos, como lavas e cinzas, dos gases; estes são tratados por meios mecânicos e químicos em grandes instalações também subterrâneas, nas quais se aproveita, integralmente, todas as substâncias, sejam estas sólidas, líquidas ou gasosas. De tal sorte, o só escapa das crateras vapor d’água, que ao condensar-se pelas baixas temperaturas reinantes nos cumes, cai sobre estes em forma de flocos de neve.

E quanto às matérias-primas que assim se obtêm, são transformadas em inumeráveis subprodutos que aproveitam, depois, nas indústrias manufatureiras, junto com os derivados obtidos na conversão dos gases, dentro do mesmo processo químico. Quanto às forças telúricas e sísmicas geradas por uma atividade vulcânica de tal magnitude, no próximo Capítulo veremos como têm sido dominadas, igualmente, por aquela assombrosa raça de super sábios.

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CAPÍTULO VIII

COMO É A VIDA NESSE MUNDO.

No capítulo anterior, ao começar, referimo-nos a uma das características mais notáveis apresentadas ao exame telescópico de GANIMEDES por nossos astrônomos: desde os tempos de Galileu, este satélite de Júpiter é conhecido como o mais brilhante dos 4 que formam o grupo das “grandes luas interiores jovianas” que já sabemos. levam os nome de Io, Europa, GANIMEDES e Calisto. Este fenômeno celeste chamou sempre a atenção daqueles que o têm observado, sem chegar, até hoje, a compreender sua verdadeira causa, pois segundo os cálculos e a lógica, a magnitude e, portanto, o brilho de Calisto deveria ser maior, já que Calisto possui um tamanho ligeiramente maior e gira numa órbita relativamente mais próxima de nós. Não obstante, o brilho demonstrado por GANIMEDES ainda com os primitivos telescópios de Galileu foi muito mais notável.

Agora temos a explicação deste fenômeno. Deve-se à abundância de centros povoados pela humanidade que o habita. Claro está que tal afirmação requer ser explicada. E vamos fazê-lo:

Já dissemos que a vida se desenvolve nesse astro em todos e em cada um dos profundos vales colocados nas bases da intrincada rede de cordilheiras que forma a superfície ganimediana. À luz natural refletida desde o planeta primário, Júpiter, une-se a que recebem desde o Sol, que não obstante ser menor que a recebida pela Terra, em razão da maior distância, é bastante apreciável. E se tomarmos em conta que cada vale é o centro de um agrupamento urbano, a povoação, cuja área depende do terreno disponível para as edificações e que estas, em sua totalidade, estão construídas com material brilhante, de aspecto metálico cintilante pelos reflexos que produz, o que contribui para aumentar a luminosidade do conjunto, podemos explicar facilmente a razão, muito simples, em realidade, daquele fenômeno que sempre intrigou nossos astrônomos.

As cidades em GANIMEDES não se parecem com as nossas. Os métodos de construção e os materiais empregados são distintos. Teria sido profundo erro de seus habitantes projetar elevados edifícios de muitos andares e empregar sistemas e materiais de construção inconsistentes como nos nossos, num mundo exposto, constantemente, aos movimentos sísmicos naturais num corpo celeste de tão tremenda atividade vulcânica. Assim como nós, em nossas grandes cidades, construímos para cima, eles constroem para baixo... Têm vários modelos de edificação. Porém, no geral, os edifícios de vários pisos penetram no solo, sobressaindo na superfície um ou dois níveis a partir do solo. Ademais, todas as estruturas são desenhadas em forma cilíndrica encravadas no terreno; cada bloco ou unidade das moradias, por grande que seja, está em direta conexão com a vizinhança, o que contribui para a maior solidez do conjunto. Pensar-se-á que tal sistema é demasiado oneroso. Que os custos e o tempo resultam anti-econômicos. Talvez seja certo do ponto de vista terreno. Nossa humanidade se orgulha e enlouquece pelos coeficientes econômicos porque vive e pensa dentro de normas e costumes diferentes dos que regem a vida e o pensamento dessa outra humanidade. Quando vemos quais são as bases fundamentais daquela civilização, compreendemos muitas das profundas diferenças com a nossa. Quanto ao aspecto que estamos descrevendo, prima neles o conceito de segurança e da permanência estável, sobre o de maior ou de menor custo. Porque, em primeiro lugar, eles são seres que alcançam uma média de vida equivalente a vários séculos dos nossos... Em segundo lugar, vivem num mundo em que tiveram que dominar continuamente a natureza. Num mundo no qual as condições econômicas, sociais, políticas, religiosas e culturais, são diferentes das nossas... Num mundo em que já não existem comerciantes... Num mundo em que já não se pensa em utilidades, senão em garantir o máximo bem-estar de seus habitantes... Num mundo em que o trabalho e a direção do mesmo alcançam formas e sistemas enormemente superiores aos que nós conhecemos. A este respeito, tratando-se do tema da construção, deve-se saber, também, que as máquinas empregadas por eles para tais fins são tão poderosas e versáteis que a escavação dos terrenos maiores pode realizar um só homem, em pouco tempo, só controlando um painel de comandos eletrônicos...

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De tal maneira, eles podem relegar o fator econômico a um segundo plano, tendo em conta, ademais, que toda a economia desse mundo está dirigida e controlada pelo Estado, como veremos mais adiante, e, portanto, o que prima neste caso, como em todos, é a máxima garantia de todos e cada um dos seres que o habitam, dentro do amplíssimo conceito de uma perfeita fraternidade e de um regime de vida que assegure a todos uma verdadeira felicidade integral... Antes de terminar o referente a construções importa dizer-se que a maioria desses conjuntos de moradias apresentam o que nós chamamos “tetos” ou “terraços” em forma ligeiramente convexa e livre de obstáculos. Isto obedece, também, a dois fins utilmente calculados: primeiro, representa a proliferação de múltiplas áreas para a descida de máquinas aéreas de diferentes tipos e tamanhos, já que a maioria dos habitantes pode requerê-las em qualquer momento, e dessa forma não se obstaculiza, como entre nós, o trânsito urbano, que para as curtas distâncias se faz a pé. Para percursos maiores, qualquer um pode dispor de pequenos equipamentos individuais que, adaptando-os às costas, permitem realizar vôos pessoais de considerável alcance. Assim, em todas as cidades está assegurada a mobilidade sem prejudicar a circulação dos pedestres na superfície, que podem percorrer livremente todas as artérias e avenidas sem o incômodo e os riscos que vimos hoje em quase todas as cidades da Terra. O outro fim a que nos referimos ao mencionar a forma superior dos edifícios é permitir a eliminação imediata da chuva ou neve (o mais comum), que por um sistema automático de calefação é liquefeita à medida que se vai acumulando. As superfícies ficam constantemente limpas, desembaraçadas, sem maior trabalho para os ocupantes dos edifícios e podem, também continuar refletindo os raios luminosos das fontes siderais já mencionadas, com o que se assegura uma melhor iluminação geral do ambiente urbano.

A este respeito deve-se recordar o que foi explicado no começo do Capítulo anterior. Que em GANIMEDES o dia tem uma duração aproximada de 4 de nossos dias, e a noite, 3. Enquanto este satélite percorre a parte superior de Júpiter, sua passagem pela zona denominada “cone de sombra” do planeta dura mais ou menos 3 dias e 2 a 3 horas de nosso tempo. Nesse lapso, todas as zonas habitadas possuem o mesmo sistema de luz artificial que mencionáramos ao nos ocupar das bases no espaço. Este sistema de iluminação está presente, sempre, em todos os recintos fechados, junto com outro sistema automático de controle e regulagem permanente da atmosfera interior de todos os recintos e edifícios. Algo parecido, porém mais perfeito, que nossos sistemas de ar condicionado.

E ao falar de atmosferas ambientais, temos que explicar, também, que tanto nos lugares abertos, como nas vias de circulação urbana, e em todo tipo de instalações industriais, geralmente subterrâneas, reina a mais absoluta assepsia. Não existem máquinas nem veículos que contaminem o ambiente porque a maior parte das usadas no que diríamos transporte menor, é acionada elétrica e eletronicamente. Chegaram a desenvolver formas de eletricidade novas para nós e equipamentos eletromagnéticos de potência tal que −já o vimos no caso de suas naves espaciais− podem anular e controlar as forças de gravidade e de inércia. E quanto a todas as máquinas, equipamentos ou instalações acionadas por energias atômicas, termonucleares ou de outra ordem, como dissemos anteriormente, têm os meios e elementos mais perfeitos para garantir o uso permanente e inócuo de todas elas.

Antes de terminar com o referente à construção de edifícios, a sua segurança e estabilidade permanentes, em vista das condições vulcânicas e sísmicas do astro, deve-se saber que o material empregado para as estruturas e em geral para todo o tipo de paredes, solos e tetos, é uma substância plástica de aspecto metálico leve e resistente, com resistência comparável ao melhor de nossos aços, que não se altera diante de nenhuma das reações provenientes da atmosfera ou dos diferentes tipos de solos em que se fixem, e de tal solidez que pode resistir aos mais fortes movimentos sísmicos sem quebrar ou perder a forma. Ademais, o sistema de construção é por acoplamento de seções pré-fabricadas, que ao ser colocadas no lugar vão sendo montadas umas sobre as outras de tal forma, mediante um processo químico especial, que chegam a constituir um só bloco, como se tivesse saído todo o edifício de um molde. Não há juntas, não há amarras; depois de ser submetido ao processo indicado, todas as seções ficam unidas como se houvessem sido fundidas umas às outras, numa gigantesca matriz. Pode-se

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imaginar a solidez total do conjunto. Mas não é esta a única maneira de prevenir o que, na Terra, causa tão catastróficos

efeitos. Eles contam, além disso, com um vasto sistema de detecção e controle dos mais imperceptíveis movimentos da crosta de seu astro. Tal sistema, amplamente distribuído nas próprias entranhas do subsolo, observa e verifica, constantemente, o desenvolvimento das forças que podem gerar os movimentos. E se tomarmos em conta que esses homens possuem o sexto sentido, ou seja, a clarividência, não estranharemos que possam conhecer com muita antecedência as causas geradoras de toda a classe de alterações, até nos mais recônditos lugares do interior de seu mundo, podendo também, aplicar a tempo as formidáveis fontes de força e de energia por eles dominadas nos lugares e momentos que seja necessário para deter um processo, modificar uma determinada tensão ou neutralizar em certos lugares perigosos índices da contínua atividade vulcânica de seu mundo...

Afirmou-se anteriormente que essa raça de super-homens alcança média de vida equivalente a vários séculos dos nossos. Trataremos de explicar alguns aspectos relacionados com este ponto. Tão prolongada longevidade obedece a uma série de fatores, muitos deles que ainda desconhece a maior parte dos homens da Terra. É lógico que a maior sabedoria seja a base de tudo. A experiência e o estudo, através dos milhares de séculos de existência de sua civilização, dá-lhes o conhecimento perfeito das íntimas relações entre seu corpo e toda a natureza que os rodeia. O funcionamento de todo o seu organismo é conhecido, no detalhe, até pelas crianças. Nisto influi, naturalmente, de maneira notável, aquele sexto sentido a que nos referimos várias vezes. A clarividência, ao permitir ver os mais ocultos planos da matéria e, ademais, os níveis de vida superior à vida física, ou seja, os correspondentes a esse plano da natureza que já, na Terra, começamos a estudar e calcular com o nome de “Quarta Dimensão”. Coloca-os em condições de ver como se desenvolvem todos os seus processos vitais e se em algum lugar de seu corpo está sendo gerada a causa de algum desequilíbrio, de uma alteração metabólica ou de qualquer outra ordem. Podem controlar, em qualquer momento, o funcionamento de seus aparelhos digestivos, circulatórios, respiratórios; da maravilhosa rede do sistema nervoso ou das menores células de seu cérebro. Assim, pois, aprendem desde a infância conhecer e controlar pessoalmente como, porquê e para que, trabalham todas as partes, todos os mecanismos de seu corpo, e podem portanto escolher, sabiamente, as substâncias mais apropriadas requeridas para a sua conservação.

Disto se depreende que levam um regime de vida especial, uma dieta alimentícia cientificamente controlada e abstenção de qualquer elemento perigoso e impróprio para o superior desenvolvimento integral de todo o seu ser. A maior parte de seus alimentos provém do reino vegetal; mas utilizam também uma série de produtos químicos de origem mineral que, em conjunto balanceado, mantêm em perfeitas condições todos os órgãos do corpo físico aumentando sua vitalidade e reforçando até limites incríveis a energia de seu corpo etérico-vital, para a máxima capacitação das energias provenientes do cosmos...

Assim conseguem, por exemplo, manter secularmente limpo todo o sistema vascular, evitando a tão comum esclerose que entre nós afeta desastrosamente nossas veias e artérias e que é, em realidade, a causa principal da velhice. Para isso, todos os adultos, a partir de uma idade equivalente a nossos 40 anos, submetem-se a um tratamento especial que consiste na administração de pequenas doses de uma essência vegetal proveniente de uma planta que Pepe não recorda ter conhecido na Terra. Trata-se de uma espécie parecida com alguns cactáceos de folhas pequenas e carnudas, de cor entre verde e azul, que é cultivada em estufas especiais, com muito pouca luz e a temperaturas constantes que não devem ultrapassar os 30 graus centígrados nem baixar dos 22 graus centígrados. O líquido essencial extraído dessas folhas, depois de um delicado processo químico, é injetado por via endovenosa, em doses mínimas, durante um período de 15 dias, nos quais o paciente guarda absoluto repouso em hospitais do Estado, nos quais recebe dieta alimentícia de equilíbrio constante com relação às reações que se vão observando e que nunca duram mais do que os mencionados quinze dias. Mediante esse tratamento, que se repete uma vez cada ano, todo o sistema vascular é limpo integralmente de impurezas e os tecidos que formam ditos condutos, até nos vasos capilares, renovam sua elasticidade e viço. A mencionada substância, ademais, contribui igualmente para a depuração

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renal impedindo a formação de possíveis cálculos. Também já dissemos que em GANIMEDES faz séculos que deixaram de existir as

doenças de origem microbiana. Desde alguns milênios, todo o tipo de bactéria, vírus ou qualquer outra forma de germes patogênicos havia sido eliminada totalmente. Portanto lá não existem nenhuma das enfermidades que entre nós são comuns. E se levarmos em conta que a alimentação é sabiamente administrada e controlada segundo o já explicado, chegamos a compreender como a saúde estável e perfeita pode alcançar índices de até 95% do total da população. A maioria dos casos, dentro dos 5% restantes obedecem normalmente a situações de emergência, acidentes fortuitos de caráter imprevisível que, no geral, requerem tratamentos de tipo cirúrgico. E neste campo, como no da medicina geral, alcançaram conquistas verdadeiramente milagrosas. Basta dizer que podem substituir qualquer órgão do corpo, não com substitutos tirados de cadáveres como estamos começando a ensaiar na Terra, mas com órgãos novos “fabricados” (vale a expressão) à base de uma pequena porção, mínima porção, do mesmo órgão que se requeira substituir. Em outra parte deste livro dissemos que possuíam um sétimo sentido: o do “Verbo Criador” e que com ele podiam atuar sobre todas as formas de matéria e, ainda, sobre os elementos da natureza... Suponha a expressão de incredulidade que mostrarão muitos ao ler isto... Porém não esqueçam que faz 2.000 anos, na velha Galiléia, a voz potente e divina de Jesus, o Cristo, foi obedecida várias vezes, pelos ventos e o mar, pelas águas que se transformaram em vinho ou pelos olhos e os ouvidos mortos de muitos enfermos dessa época; e ainda mais, por todos os órgãos, já decompostos, de seu discípulo Lázaro...

Muitos rirão ao ler isto, e a maioria pensará que é pura imaginação ou excesso de misticismo cego, porque os que ignoram as grandes verdades cósmicas, procedem como o faria nossa humanidade do século passado, se ouvisse falar de televisão, dos computadores eletrônicos ou de nossas atuais viagens à Lua. Para seres acostumados a viver num mundo com somente três dimensões e cinco sentidos, que unicamente conseguem perceber e conhecer a vida física dentro dessas três dimensões, acontece o mesmo que sucederia a um ser que, supostamente, sendo inteligente e podendo raciocinar, vivesse, por exemplo, uma classe de vida igual à existência dos peixes. Se somente pode apreciar as formas de vida submarina, sem conseguir jamais conhecer o mundo terrestre que se estende mais além de seu mundo aquático, é lógico que aquele ser tão sozinho pensaria a vida segundo as condições reinantes nesse mundo aquático por ele conhecido. Para esse ser imaginário, como para os peixes, todo o Universo, todas as formas de vida e todas as possibilidades de existência ficariam reduzidas às dos seres que habitam o fundo dos mares...

Como pode nossa humanidade opinar certamente sobre mundos e existências que transcendam à quarta, à quinta, ou superiores dimensões; sobre condições de vida, de conhecimento ou de poder, através de sentidos superiores aos cinco por nós conhecidos...? Não estaríamos procedendo, em verdade, como aquele ser imaginário do mundo submarino?

E cada mundo, cada plano da Natureza ou “dimensão” possui características próprias, forças e energias especiais, que se manifestam e atuam de acordo com leis fixas e imutáveis, leis e forças impossíveis de compreender por aqueles que, desconhecendo-as, estão impedidos de entendê-las. Devemos saber que aquelas “dimensões” existem. Que naqueles Planos da Natureza moram seres diferentes de nós, entidades invisíveis para o olho físico e inaudíveis para os ouvidos comuns do homem da Terra. Porém entidades muitas delas tão poderosas que sua ação transcende os limites de cada plano ou dimensão, manifestando-se como forças em determinados aspectos do plano de matéria física apreciado pelos cinco sentidos de nossa humanidade. Em certas Escolas Esotéricas e no campo da metafísica e da metapsíquica, ensina-se algo disso e se denomina a muitos de tais seres como “Espíritos da Natureza” . Para os profanos, tudo isso pode parecer absurdo, fantástico ou supersticioso... Porém não esqueçamos que todas as religiões têm reconhecido e ensinado, veladamente é certo, porém o têm tratado apresentando, como diferentes nomes, a existência daquelas entidades superiores, daquelas formas de vida inteligente muito mais avançadas e poderosas dos que as nossas, aqueles que o Cristianismo agrupa nas diferentes categoria de anjos, arcanjos, querubins, serafins, tronos e outras tantas que não puderam ser explicadas satisfatoriamente pela mesma falta de meios para isto num mundo, ou plano, de existência e possibilidades inferiores. Porém ainda em nossa Terra existem alguns que sabem,

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que têm conseguido penetrar, conscientemente, nessa “Quarta Dimensão” e que, portanto, estão capacitados não só para compreendê-la, senão para chegar a comunicar-se e até “trabalhar” em contato com as entidades desse plano.

Isto, que é comum e normal na humanidade que habita GANIMEDES, dá lugar a outra conseqüência direta da vida na Quarta Dimensão: para os seres que possam atuar, consciente e regularmente, nesse Plano da Natureza, deixa de existir a morte, segundo o conceito que dela temos na Terra. Porém tão transcendental aspecto da vida requer, para sua compreensão, uma maior análise e uma explicação mais detalhada. Trataremos de consegui-lo no próximo Capítulo.

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CAPÍTULO IX

A QUARTA DIMENSÃO

Devo advertir que resulta muito difícil tentar explicar fenômenos ou fatos correspondentes ao mundo de quatro ou mais dimensões com a linguagem corrente estruturada para um mundo em que só se conhecem três. Porém já que não temos outro, sigamos adiante. O gênio investigador em alguns sábios modernos, como Albert Einstein entre outros deste século, já chegaram a vislumbrar sua existência. Porém a principal dificuldade esbarra em que o método e os cálculos matemáticos baseiam-se em leis e comprovações correspondentes à física de um determinado Plano da Natureza: O Plano da Matéria Concreta, da Física em três dimensões... E nos planos superiores ao da matéria, como a conhecemos, regem outras leis, existem novas forças e a própria matéria se nos apresenta em novas formas, que em certos níveis pode chegar a confundir-se com a energia. O conceito da constituição atômica e molecular da matéria, que rege até agora nossa ciência, não é um conceito absoluto, senão relativo, como tudo no Universo. As teorias clássicas do átomo tiveram que ser modificadas, paulatinamente, à medida que se foi descobrindo a existência, dentro do mesmo, de partículas ainda menores. Já se vislumbra a presença, na matéria, de corpúsculos ou partículas tão infinitamente microscópicas, menores ainda que os prótons, elétrons e neutros... Isto poderá aproximar nossos físicos, brevemente, aos limites dessa Quarta Dimensão. Porém não se poderá solucionar o problema até que não se encontrem os meios adequados para o seu estudo, e se possa compreender, primeiro, e trabalhar depois, nos Planos da Natureza que transcendem e dominam o mais inferior deles, ou da matéria física e concreta conhecida por uma humanidade que só conta com cinco sentidos num mundo de três dimensões...

Esses outros planos, ou dimensões − pois os nomes importam pouco − foram conhecidos, estudados e comprovados desde a mais remota Antiguidade, por determinadas “Escolas” ou Centros de Ensinamento Esotérico que em diferentes épocas e lugares distribuíram sua instrução dentro de normas e disciplina muito severas, a grupos muito selecionados, pela índole especial dos conhecimentos e da necessidade imperiosa de empregá-los, somente, àqueles que chegaram a capacitar-se e provar sua idoneidade para isso. Porque o conhecimento de tais verdades implica o desenvolvimento de novos poderes ou faculdades que, estando em mãos inexperientes ou imorais, poderiam ocasionar verdadeiros cataclismos. O domínio absoluto da Matéria e suas relações íntimas com a Energia, dentro dos infinitos limites do Cosmos, só podem ser obtidos por aqueles que, através de uma grande evolução, hajam alcançado os mais altos níveis morais, intelectuais e mentais, para não fazer mau uso, de nenhuma parte e sob qualquer forma, desses mencionados poderes, que vão implícitos em cada uma das grandes verdades ocultas que a Vida manifesta nos diferentes níveis, planos ou dimensões em que se divide o Universo físico e seu correspondente, o Cosmos Integral...

Qualquer pessoa, com certa cultura, terá, pelo menos, alguma noção ou elementar conhecimento da existência de tais Escolas, Fraternidades ou Órgãos, alguns melhor conhecidos, outras em verdade tão secretas, que sua existência transcorreu, desde séculos, entre os herméticos limites de seus disciplinados membros. Quem não ouviu falar, por exemplo, dos Irmãos Essênios da época de Cristo; dos Rosacruzes, ou Fraternidade Rosacruz; dos Magos de Zoroastro, na antiga Pérsia; das Sociedades ou Escolas Teosóficas; dos Mistérios de Eleusis, na antiga Grécia; dos misteriosos Lamastérios do Tibet e da Índia; ou da Moderna Fraternidade Universal de Irmãos Aquarianos ou Ordem de Aquário?... Porém, haverá muitos que podem saber algo positivo a respeito dos Irmãos da Esfinge do antigo Egito, da Irmandade Secreta dos Antigos Nazarenos; dos Herméticos Cavaleiros da Mesa Redonda; ou dos Invisíveis Discípulos da Grande Loja Branca dos Himalaias...?

Muito tem avançado nossa cultura nos últimos séculos. É realmente incomensurável o rápido e surpreendente desenvolvimento da ciência e da técnica, em especial o que alcançamos na últimas décadas do presente século; porém temos avançado, igualmente, nos domínios da Moral, da Ética, da Política Regional ou Internacional ou, simplesmente, no desenvolvimento dos campos ilimitados da mente e do espírito...? E é precisamente nesses terrenos nos quais o

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Homem da Terra necessita cultivar-se, conquistar novos lauréis, subir muitos degraus na Escola da Vida para conseguir a superação integral requerida para seu ingresso consciente e voluntário a planos, reinos, dimensões ou mundos superiores ao da matéria física...

Não é uma discriminação caprichosa. No Universo e no Cosmos nada se faz por capricho. Já disse também Einstein ao refutar a teoria do físico alemão Heisenberg sobre o “Princípio da Incerteza” que pretendia afirmar que alguns fenômenos ocorridos nos átomos eram fruto do acaso. O sapientíssimo pai da Teoria da Relatividade manifestou a respeito: “Não posso crer que Deus jogue roleta com o mundo”.

Com efeito, nada é fruto do acaso nem de mera coincidência no Cosmos. Registre-se que não dissemos no Universo senão no Cosmos; porque devemos entender que nos referimos ao Cosmos como forma integral do Universo: universo físico, material, tangível, visível, audível e computável com os meios e os sentidos conhecidos num tipo de mundo como o nosso. E esse outro universo suprafísico, etérico, extra-sensorial, psíquico, imaterial para o conceito que nós temos da matéria, porém material também, desde o ponto-de-vista das diferentes gradações em que se desenvolve a Matéria, desde os níveis mais baixos e pesados até aqueles em que chega a confundir-se com a Energia, nessas escalas supremas da Vida que representam os Reinos do Mundo e do Espírito, um deles é aquele ao qual referiu-se várias vezes Cristo quando dizia: “Meu Reino não é desde mundo “.

E nesses reinos, planos ou dimensões, como prefiramos chamá-los, geram-se as causas de muitos efeitos que, em planos inferiores têm lugar, sem, às vezes, uma causa lógica aparente. Porque a lógica e a razão estão subordinadas ao conhecimento comprovado dos fatos. E os fatos, ou fenômenos num mundo determinado devem suceder dentro dos limites das forças ou leis que regem esse mundo, para serem aceitos pela inteligência ou pela consciência comum das pessoas desse mundo. Não obstante, em nosso Planeta abundam os casos de fatos ou fenômenos realizados, em todos os tempos e lugares, que sendo inegáveis, escapam a toda lógica ou razoabilidade, a toda comprovação dos meios científicos credenciados ou a toda forma de análise comum ou corrente. Como explicá-los?... Aí está o problema. Quando a existência de tais fatos resulta comprovada, seriamente, às vezes até por povos inteiros, ninguém se atreve a negá-los. Exemplos, temos vários através da História e das tradições aceitas por todos os povos e por todos os seres humanos. Poder-se-ia dizer que não há uma só pessoa na Terra, a quem não tenha ocorrido pelo menos uma só vez um desses fatos inexplicáveis. E isto se multiplica por milhões de seres que povoam nosso mundo. Se isto tem sucedido e continua sucedendo, apesar do grande adiantamento da Ciência e da Técnica atuais sem que essa Ciência e Técnica possam encontrar resposta satisfatória ao enigma proposto por um daqueles casos, onde achar a solução?

Tem que aceitar-se, então, a presença da causa ou causas que geram esses fatos, e se tais causas produziram fenômenos de certa magnitude, e tanto os efeitos quanto as causas não têm explicação dentro dos conhecimentos de nossa Humanidade ou de nosso mundo, é forçoso reconhecer que devem existir forças ou entidades geradoras daquelas, pelo simples fato de que o nada gera nada, que o nada inexiste no Universo e que todo o efeito, por estranho que pareça, supõe uma causa. E se essa causa escapa a toda possibilidade de explicação terrena é devida a que nossos conhecimentos ainda não chegaram ao nível onde se movem, reinam ou se desenvolvem tais forças ou entidades. Em outras obras estamos à porta ou na fronteira desses mundos superiores a que nos vimos referindo, planos ou dimensões como melhor nos agrade chamá-los, nos que se gera ou têm sua evidente expressão os múltiplos aspectos da vida eterna ainda incompreensíveis para nós...

E um desses planos, o mais próximo, é aquele da “Quarta Dimensão”. Vem a ser, como se disséssemos, uma ponte entre o nosso mundo físico e os mundos superiores suprafísicos, ou planos de matéria e de energia superiores a todas as conhecidas por humanidades do tipo da nossa. A que habita GANIMEDES − já o dissemos − possui dois sentidos a mais, e com eles, os meios e instrumentos para atuar, simultaneamente, nos planos inferiores e no imediato superior. O sexto sentido, ou da clarividência e da clariaudiência, permite receber, organizar e controlar, consciente e voluntariamente, a amplíssima gama de fenômenos que se originam e têm sua cabal expressão nas novas formas que assume a matéria nesse plano, e as diferentes classes de ondas e freqüências vibratórias que se manifestam no mesmo. Isto é, que a Matéria e a Energia oferecem

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novos campos de experimentação e de trabalho àqueles que possuem tal sentido que, em certo modo, é aquele “terceiro olho” do qual nos falam antigas escolas esotéricas orientais. Porém já dissemos e deve ter-se presente que os homens de GANIMEDES o têm por natureza. É um sentido com órgãos fisiológicos próprios e de nascimento. Tem se dito igualmente que resulta difícil explicar em linguagem do outro mundo realidades ou fenômenos de um mundo diferente. Procuraremos ajudar-nos na tarefa com exemplos de funcionamento de tal faculdade ou sexto sentido.

Em primeiro lugar, temos que recordar que a constituição atômica e molecular de todos os corpos, sejam elementos ou compostos, segundo a classificação de nosso mundo, alcança níveis cada vez mais sutis e atua dentro da influência de forças e energias também diferentes, em vários aspectos às já conhecidas por nós. Todas elas são captadas pelo novo sentido, e isto não é difícil de entender se recordamos que, entre nós, muitas ondas visuais e sonoras escapam aos limites de nossa vista ou ouvido. Também toda a variedade de ondas eletromagnéticas, por exemplo, as utilizadas na televisão ou no rádio, tendo sempre existido em torno de nós só foram conhecidas quando se as pôde evidenciar com o descobrimento de meios modernos e instrumentos adequados. Outro exemplo, mais simples ainda dá a fotografia com raios infravermelhos. Sabemos como é impossível impressionar placas na escuridão; porém, com a ajuda dos raios infravermelhos, que não são visíveis para o olho humano, consegue-se fazê-lo. Igual fenômeno acontece com o Raio X . A retina é incapaz de captá-lo. Porém desde seu descobrimento por Conrado Roentgen, tem sido possível ver através de certos corpos opacos. É óbvio que essa visão não é absolutamente clara nem alcança, totalmente, a toda matéria universal, muito menos a cósmica. Porém nos permite evidenciar objetos que, sem eles, estariam fora do alcance de nossa vista comum.

Algo parecido, em escala muito maior é aquele sexto sentido, ou “terceiro olho” . Esta denominação, de origem oriental, não é propriamente exata. Não se trata, em realidade, de um novo olho, senão da faculdade de perceber, claramente, os fenômenos, forças e entidades que existem dentro de um plano em que a matéria se encontra em graus mais sutis que os conhecidos em outro plano inferior da natureza, que é o nosso. Os descobrimentos, cada vez mais notáveis no campo da eletrônica, das ondas eletromagnéticas e outros no curso deste último século, demonstram-nos a realidade de tais fenômenos. E se temos em conta que, a cada plano da Natureza, ou dimensão na escala da Vida , correspondem certos graus ou limites de sutileza, freqüências de onda ou manifestações de tipo etérico da Substância Cósmica Universal que intervém nas diferentes formas como se manifesta a Vida em todos e cada um dos planos ou mundos que integram o Cosmos, poderemos compreender que o problema se reduz a encontrar os meios de evidenciar tais formas de vida, como já se tem obtido em alguns casos, com os últimos descobrimentos, alguns dos quais temos mencionado.

O sexto sentido, portanto, sendo uma faculdade nova, que se manifesta através de todo o corpo, especialmente do cérebro, permite conhecer a vida e os seres que vivem dentro daqueles limites, aos que não alcançaram as possibilidades materiais sensoriais de um plano inferior. Assim, aqueles que o possuem, podem ver através de todas as formas de matéria sólida. As paredes, as mais compactas pedras, metais, ou tudo quanto conhecemos em nosso mundo, são como cristal transparente e limpo para esse “terceiro olho” . O interior do corpo humano e de todos os corpos e de todas as substâncias e de todos os seres é perfeitamente visível, compreensível e até audível. Nada pode permanecer oculto a tão poderosa visão. Nem sequer o pensamento. Porque o sexto sentido, já o dissemos, pode “ver“ ou alcançar a perceber não só todas essas novas formas de matéria, senão até as forças que as movem e o desenvolvimento e trajetória que essas seguem. De tal sorte, o clarividente conhece, em sua amplitude, (relativa, pois tudo se condiciona em maior ou menor grau de potência de dita faculdade) quando existe ou vibra num mundo novo além do mundo físico por nós conhecido. E nesse outro plano, ou Quarta Dimensão, têm sua morada muitos seres e entidades inteligentes, não só do tipo humano, senão também infra-humano e supra-humano, como aqueles “espíritos da natureza” já mencionados; e também, junto com os seres angélicos de nível superior a toda a Humanidade, que podem visitá-la com freqüência para o cumprimento de missões cósmicas especiais, acham-se de passagem as almas daqueles que abandonaram a Terra ao morrer.

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Todos estes pontos requerem uma maior explicação. Vamos dá-la num próximo Capítulo. Porém antes de terminar este, convém expor que tais fatos foram conhecidos e comprovados na Terra, por todos os discípulos avançados daquelas Escolas Esotéricas ou Ordens Iniciáticas secretas já mencionadas. E entre os sábios modernos mais conhecidos aquele grande inventor norte-americano, Thomas Alva Edison, também chegou a participar, secretamente, de tal conhecimento. Antes de morrer esteve empenhado em descobrir a forma de construir mecanismo que pudesse evidenciar aquele plano da Natureza, permitindo comunicação com os mortos.

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CAPÍTULO X

MUNDOS EM QUE NÃO EXISTE A MORTE

Ao finalizar o Capítulo anterior, referimo-nos ao propósito de Edison de conseguir um mecanismo para comunicar-se com os espíritos das pessoas falecidas. Talvez houvesse conseguido; porém a morte deteve suas investigações. Não obstante, seu afanoso empenho nesse sentido é uma demonstração de que aquele sábio conhecia bastante esse terreno. E não é estranho, porque o homem que inventou o fonógrafo, as lâmpadas incandescentes e mais de mil outros inventos de grande utilidade para nossa Humanidade, foi membro − em segredo como todos os demais − da mais rígida e hermética Escola Iniciática dentre as mencionadas no Capítulo anterior: a dos “Cavaleiros da Mesa Redonda” ...

Porque nessas ‘Escolas”, ao chegar a certos graus ou estágios evolutivos de própria superação, os mais adiantados conseguem desenvolver a “visão clarividente” não como órgãos permanentes como na humanidade de GANIMEDES; porém de maneira transitória, consciente e voluntária, com a qual podem, também, conhecer, comunicar-se e atuar, até certos limites, nessa “Quarta Dimensão ” e nela comprovam que a morte, segundo a conhecemos, só existe em mundos como o nosso, limitados por cinco sentidos e três dimensões...

Para poder compreender a grande amplitude desse complexo fenômeno da Vida que em nosso mundo chamamos “Morte” , é indispensável conhecer uma série de fatores que intervêm no seu desenvolvimento, verdades cósmicas intimamente ligadas ao sábio processo da Evolução Universal que, obedecendo às Grandes Leis do Cosmos, buscam facilitar o alcance da Perfeição a todos os seres que vivem e se desenvolvem nos vastos confins do Universo Integral. Como uma explicação detalhada do tema requereria, por si só, um amplíssimo volume, e tendo em conta que tais verdades cósmicas foram ensinadas desde então por todas as Escolas Esotéricas já mencionadas, existindo uma abundante bibliografia de diferentes épocas para ilustrar aqueles que o desejarem, limitar-nos-emos a apresentar, agora, simples esboço esquemático, uma síntese clara, suficientemente explícita para que os profanos alcancem idéia básica dos fundamentos sobre os quais gira todo o processo da Evolução da Vida no Cosmos, sem ir além dos limites de esboço elementar. Os que, depois de lerem isto, desejarem ampliar conhecimentos sobre o tema, poderão encontrar em todas as bibliotecas e livrarias especializadas em assuntos de metafísica e ciências esotéricas, grande quantidade de livros que se ocupam, detalhadamente, deste estudo.

Devemos começar por enunciar (para os profanos) que no Cosmos, ou seja, no Universo Integral, tudo evolui desde os aspectos ou formas mais simples, até aos mais complexos e avançados níveis de vida ou de existência. Em todos os reinos da Natureza, e em todos os planos, mundos ou dimensões da mesma, cumpre-se essa eterna e grande verdade cósmica, esta Lei do Universo tem sua máxima expressão na sapientíssima forma que nos legou, há milhares de anos, o pai de toda a formidável cultura esotérica do antigo Egito, Hermes Trismegisto, um dos grandes mestres extraterrestres mencionados na Primeira Parte, quando escreveu, para todas as Idades: “Como é em cima é em baixo” ... E isto tem sido comprovado, com o correr dos séculos, pelos mais renomados sábios da Terra. Ele queria dizer que assim como a Vida se manifesta nos mais pequenos, no mais íntimo e oculto do Universo e do Cosmos, assim também atua nos maiores, no mais evidente e magno de toda a Criação. Exemplos, cientificamente comprovados, existem aos milhares. Basta um só, porém de força contundente. Os átomos são verdadeiros sistemas planetários microscópicos, onde as forças e energias cósmicas e universais atuam da mesma maneira que nesses outros átomos gigantescos, os grandes sistemas estelares ou famílias planetárias que povoam os espaços infinitos...

E outras dessas grandes verdades é que nada se destrói totalmente. A matéria e energia podem manifestar-se nas mais diversas formas, nas múltiplas forças que movem os mais variados mundos e a todos os seres que neles evoluem. Nossa ciência, igualmente, tem comprovado esta outra Lei Universal. A matéria e a energia podem transformar-se até o infinito. Manifestar-se nos níveis mais distantes da Vida, atuar e trabalhar desde os aspectos microscópicos incalculáveis até as magnitudes astronômicas, também inalcançáveis, ainda, por nós... Jamais se destroem

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totalmente; ainda que em aparência acreditemos que um fenômeno determinado ocasionou a destruição de certa forma de matéria ou de energia, a ciência demonstra que só houve mudança, transformação, em novos elementos ou compostos, em novas forças ou manifestações de energia, que prosseguem existindo e trabalhando nesse infinito e incomensurável caminho da Vida Eterna...

E a Morte, que para os profanos de um tipo de mundo como o nosso, cegos ainda para muitos aspectos dessa Eterna Vida, é a destruição final, o término da vida, é, em realidade, uma daquelas transformações, fenômeno magistral com que a Sabedoria Suprema proporciona aos seres as oportunidades necessárias de progredir, evoluir desde os níveis ínfimos de primitivas existências, até aos mais altos degraus nessa escala que se manifestou no sonho simbólico de Jacó, como alegoria do eterno caminho da evolução, caminho da vida, em que todos os seres vão avançando desde os estados mais ínfimos até as supremas alturas luminosas da sabedoria, do poder e do amor. E esse progresso paulatino, esse “Longo Caminho da Evolução” , não se pode alcançar numa só existência. Basta olhar o mundo que nos rodeia, com todas as suas desigualdades, com todos os seus extremos e contradições, com diferenças tão grandes entre uns e outros seres para compreender que esse processo de superação, se é certo, não se pode conseguir no curto espaço de uma vida. Por muitos que sejam os anos na existência de um homem, é impossível que um selvagem, como os primitivos trogloditas habitantes das cavernas, chegue a converter-se, em tão curto lapso, num sábio como Edison, Einstein, ou outros tantos ou num santo como Francisco de Assis. Porém a História demonstra que os povos têm evoluído, como evoluem os homens. E se os homens têm progredido desde os tempos das cavernas, e se a Humanidade, apesar dos muitos defeitos que ainda possui, chegou a níveis de civilização tão altos como os que ocupa hoje, é lógico pensar que esse processo de superação cumpre-se e, se se cumpre, tem que obedecer a um plano determinado, a um sistema em que se manifesta uma inteligência capaz de projetá-lo e à concorrência de um poder suficiente para mover forças que ponham em ação tão complicado plano. E se o plano tem êxito, se essa humanidade vai saindo dos ínfimos níveis de selvageria e alcança etapas cada vez mais superiores, temos que aceitar que a inteligência e o poder do projetista têm sido grandes para transformar toda uma humanidade e modificar todo um mundo.

Agora bem, se vimos que esse processo de superação constante, ou fenômeno da evolução, manifesta-se não só em nosso mundo senão em outros, como o caso que vimos estudando neste livro, diante da inegável presença de seres mais adiantados que nós, temos que reconhecer, apesar de todo o ceticismo, − por ordem ou capricho − que essa inteligência e poder de tão magno projetista chega a outros mundos, a outras humanidades com a mesma potência e a mesma sabedoria comprovadas por nós. Aqueles que puderam propor tais processos e realizar seus planos com os efeitos que evidencia cada caso, demonstram, inegavelmente, a existência de um ser ou seres capazes de dirigir e controlar a vida em qualquer dos mundos que integre nosso sistema solar. Tal poder e tal sabedoria, logicamente, superam todo o nível humano... Portanto aquele ser, ao apresentamos no exemplo como “O Projetista” , podemos dar-lhe qualquer nome, sem alterar em nada a existência de tão supremas faculdades. E nossa humanidade, como também a de GANIMEDES, o chama DEUS...

Em ambos os mundos o conceito de Deus implica a suprema sabedoria, a onipotência infinita, a suprema bondade e o supremo amor. E agora cabe a pergunta: Um Ser com tais atributos seria capaz de fazer, por capricho, tão tremendas injustiças como nos mostram as enormes desigualdades reinantes na humanidade que conhecemos? ... É possível conceber Deus como a Suprema Perfeição, ao contemplar em nosso mundo seres de tão diferente condição, de tão extremos e separados meios de vida, com tão opostas faculdades: perpétuos mendigos e afortunados milionários; ignorantes e analfabetos frente a sábios de todo tipo; criminosos empedernidos e homens ou mulheres cuja bondade e altruísmo alcança a santidade; tiranos todo poderosos e humildes servos oprimidos... Toda essa multifacetada expressão de nossa humanidade com seus vícios e virtudes, arrastando-se no caminho da Vida...?

Este doloroso panorama tem feito muitos duvidarem da existência de Deus... Muitos ateus têm se baseado, precisamente, no elevado desejo de uma maior justiça, de uma maior igualdade. E ao não conseguir explicação razoável, caíram no rechaço de todo o conceito da

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supremacia divina e da negação absoluta desses mundos superiores defendidos pelas religiões... Porém a resposta a seus desejos e perguntas esteve, sempre, nas profundas lições dessas Escolas Iniciáticas tantas vezes mencionadas. Nos antigos e sempre novos ensinamentos que, ao dar-nos o conhecimento de outros planos, de outros mundos e dimensões, em que se desenvolve a Vida e todas as forças e leis do Cosmos, explicam, amplamente, o porquê desse enigma.

E numa só existência não se pode dar o gigantesco salto desde a primitiva selvageria em que estiveram sumidos os contemporâneos do Pitecantropos Erectus, dos “Homens de Cromagnon” do ”Neardenthal “ até os de nosso Século XX. Isto é óbvio, porém se pensamos que um espírito qualquer pode dispor de tempo, dos séculos indispensáveis para o lento desenvolvimento de toda a conformação fisiológica e psíquica que vá transformando, pouco a pouco, todo o conjunto para poder adquirir os conhecimentos que hão de converter-se, depois, em faculdades, desde a mais simples e grosseira forma de pensamento, de assimilação de experiência e de transmutação de efeitos progressivos, até aos níveis de nossa humanidade contemporânea, chegaremos a aceitar que esse processo, ainda que seja milenar, pode ser, sim, um verdadeiro caminho de superação, comparável, dentro da máxima hermética, ao processo cultural que segue qualquer homem, no curto lapso de uma só existência para chegar a capacitar-se em determinada atividade, emprego ou profissão, com o objetivo de um melhor nível de vida. Isto significa a necessidade de aprender, trocar a ignorância pelo saber, pela aquisição de todos os conhecimentos referidos pela meta ambicionada. E assim, a criança ingressa numa escola onde adquire, ano após ano, a instrução básica ou primária. Segundo seja a meta a que se proponha alcançar, terá que seguir estudando mais ou menos anos, para aprender todos os cursos que a profissão, emprego ou ofício pretendidos o exijam. É o comum e sempre repetido caminho que todos tem seguido e seguem. E se comparamos esse processo diário e geral de superação pessoal, numa simples existência, ou seja, no pequeno, com a evolução progressiva que pode transformar esse selvagem das cavernas num sábio do Século XX, coloquemos para o caso sob enfoque, em realidade, os amplos e profundos alcances que neste campo tem aquela sábia fórmula de Hermes: “Como é em cima, é em baixo” . Para obter os conhecimentos necessários relativos a uma determinada atividade, no curto lapso de uma “encarnação” (ou manifestação da vida do espírito dentro de certo limite de tempo, num determinado espaço e forma de matéria) podem bastar os anos que durem essa existência. Porém se pensarmos na Sabedoria Absoluta, no Poder Supremo Universal e na Perfeição que é a meta macrocósmica do Ser Humano, temos que compreender que sessenta, oitenta, cem ou mais anos são muito poucos para poder conhecer tudo, adquirir absoluta experiência de todo o Universo Integral... Os mais sábios dentre todos os sábios da Terra conhecem muito bem quanto lhes falta ainda aprender quando se referem aos limites do nosso Sistema Solar... Se recordamos que nosso sistema planetário é nada mais que um dos muitos milhões de sistemas que formam o conjunto de astros de uma só galáxia: nossa Via Láctea. E que igual sucede nas milhares de galáxias e nebulosas já conhecidas pela Astronomia, temos que render-nos à evidência de que por muito que se haja avançado e se avance na ciência deste mundo, sempre há e haverá um “mais além “, porque só somos como uma pequena gota d’água nesse oceano incomensurável da vida que é o Cosmos... E para chegar, pelo menos, a conhecer todo o referente a nosso pequeno sistema planetário, quanto nos falta aprender ainda, em que pese aos milênios com que conta nossa civilização? Quantos milhões e milhões de anos necessitaremos, se pretendemos estender nossa sabedoria até aos insondáveis limites de nossa “Via Láctea” , ou das demais galáxias cuja presença nos mostram os mais modernos telescópios eletrônicos...?

A existência desse outro mundo habitado, a sabedoria alcançada pelos homens de GANIMEDES e suas periódicas visitas à Terra, vêm hoje demonstrar muitas das grandes verdades cósmicas que, desde então, foram ensinadas no seio daquelas fraternidades ocultas, dessas “Escolas Esotéricas” a que nos temos referido. E uma das mais comuns lições, a que poderíamos chamar pedra fundamental de todo esse ensinamento é a “Lei Cósmica da Evolução Progressiva” de todos os seres e de todos os mundos, planos e dimensões, num eterno processo para a Perfeição Absoluta... E como isto ninguém pode conseguir numa só existência, chegamos ao ponto de explicar, também, como se desenvolve o processo dentro dos planos cósmicos, ou divinos para dar a todos, sem exceção, as oportunidades que requeira a grande peregrinação

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através de todo o Universo, até conquistar os cumes gloriosos da Luz, da Verdade e da Vida... O desenvolvimento de tal processo nos enfrenta com outra das grandes verdades cósmicas: a da pluralidade de existências ou “Lei da Reencarnação” .

Para compreendê-la vamos usar, de novo, o exemplo dos estudantes comuns dos centros de instrução espalhados em todo o nosso mundo. Segundo seja a meta a que se proponha um estudante, tal há de ser o tempo que se lhe exija o aprendizado dos cursos requeridos e a prática ou experiência que eficientemente o capacite para a atividade escolhida. Esses cursos e essa experiência hão de tomar-lhe determinado tempo. Mais ou menos anos, segundo seja a importância dos conhecimentos necessários e sua aplicação ao trabalho proposto. Cada ano de estudos, nessa analogia da vida diária, podemos comparar, na escala cósmica, e na proporção que a fórmula de Hermes nos indica, a uma “encarnação” em determinado mundo. Vale dizer ao curso de uma existência em determinadas condições de vida, para adquirir os conhecimentos necessários ou experiências, a respeito dessa forma de vida, desse tipo de mundo ou ambiente, dentro dos limites calculados pelo volume e qualidade das lições que se deva aprender, tudo isso marcado entre as medidas de tempo, espaço, matéria e energia que constituam o “programa de estudo” comparável ao volume de cursos que leva em determinada classe e tempo o estudante da vida diária comum. Assim como este, se cumpre as lições e trabalha com esmero, consegue ser aprovado nos cursos e pode passar ao próximo ano a uma classe superior, ou, se é folgado, despreocupado e não estuda, será colocado tantas vezes quantas falhe no devido aproveitamento; do mesmo modo, nessa Grande Escola da Vida que é o Cosmos, todos os espíritos têm que trabalhar com afã por aprender, avançar e superar-se na procura de níveis cada vez maiores, em todas as atividades, em todos os campos do saber e do atuar com eficiência. Como o pequeno estudante do exemplo, se aproveita bem seu tempo, isto representará um progresso cada vez mais sólido, mais elevado, mais nobre e poderoso à medida que vá subindo os degraus da simbólica “Escada de Jacó” . Se cumpre com perfeição um “programa de estudos” (vale a expressão), pode passar a outro programa superior, como aluno que foi aprovado em seus exames. Mas se falhou em alguns pontos ou em todos, terá que repetir, tantas vezes quantas seja necessário, porque nessa “Escola da Vida” que é o Cosmos, não se pode enganar nem escudar-se em padrinhos ou em “pistolões” complacentes. Cada um é o único responsável por seu triunfo ou fracasso...

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A REENCARNAÇÃO

Temos visto que de conformidade com a “Lei Cósmica da Evolução Progressiva” todos os mundos e todos seus habitantes marcham por aquele “caminho” ou processo de superação através de constantes mutações, mudanças e depurações para a meta da Perfeição. Isto é um axioma cósmico. Porém o primeiro obstáculo que se apresenta ao profano para entender tal processo é sua crença em que só se vive uma vez. A dificuldade fundamenta-se no desconhecimento do que poderíamos chamar a “mecânica” desse processo. É natural o ceticismo daqueles que ignoram como são formados todos os seres humanos e quais os meios que a Natureza emprega para realizar tão magno e sapientíssimo trabalho.

Comecemos por descrever, elementarmente, a conformação integral do sujeito evoluído. Para isso temos que partir da base fundamental, amplamente explicada pela metafísica e a psicofísica do Cosmos, que toda entidade vivente, para poder atuar eficazmente em determinado plano da Natureza ou mundo requer um corpo construído com o tipo de matéria correspondente a este mundo. Em nosso mundo, a Terra, temos o corpo físico visível e tangível; porém o espírito(que pertence a um tipo de mundo ou plano muito diferente e superior, porque entre aquele e o nosso existem mais de sete dimensões, cada uma delas conformada por diferentes graus ou tipos de substância), não pode atuar no plano físico inferior senão possuir todos os corpos que, escalonadamente, permitam desenvolver-se com toda a eficácia através de tal graduação de planos, entre o seu e o da matéria física por nós conhecida. Como isto resulta bastante complicado para aqueles que não sejam suficientemente versados no tema, simplificaremos a exposição agrupando toda essa série de corpos, dos que só são visíveis para nossos sentidos o mais baixo ou de primeiro plano, o de carne e osso, como o chama o vulgo, e em certa maneira, em condições especiais, o segundo, o corpo etérico. Este é uma reprodução exata de todos os órgãos ou partes que formam nosso corpo visível, porém constituído por matéria de tipo muito menos densa, algo assim como a matéria de que estão formadas todas as ondas que se utilizam para o rádio, televisão, radar etc. Não as vemos, porém sabemos que existem e as evidenciamos e utilizamos em diferentes usos. Assim mesmo, o corpo etérico pode evidenciar-se de diferentes maneiras e até chega a ser visível, por alguns com certo adestramento da vista, como uma sutil fosforescência na obscuridade. Sua missão é captar as diferentes formas de energias cósmicas e solar, vivificando todo o nosso sistema celular, o qual é impregnado através da constituição molecular de todos os órgãos e de todos os tecidos, fluídos e demais que integram o corpo físico visível. Todos haverão sentido, alguma vez, o fenômeno comum do adormecimento de um membro. “Adormeceu a mão ou o pé” − dizemos − ao notar esse órgão pesado, insensível, paralisado momentaneamente. Isto se deve a que, de momento, o corpo etérico se separou nessa região do corpo físico. Isto é, também a base da anestesia, seja por meios químicos, magnéticos ou psíquicos, os quais, ao separar o etérico de alguma porção de nosso organismo, ou totalmente no sistema nervoso, afastam toda sensibilidade.

Este corpo etérico também é conhecido como “corpo vital“ pois vitaliza, permanentemente, o físico, ao absorver e transformar as energias já mencionadas canalizando-as para todos os órgãos do mesmo. Além disso serve de ponte ou enlace com o corpo superior imediato. Esse entrelaçamento ou compenetração magistral de todos os elementos, corpos ou veículos de vida e de inteligência permite ao espírito participar do conhecimento e da atividade dos diferentes planos de existência entre seu mundo e o da matéria inferior. Aquele outro elemento cósmico, ou veículo intermediário, é, talvez, um dos mais importantes do conjunto: trata-se da alma. Para os profanos resultará confuso tudo isto. A maioria das pessoas confundem “alma” com “espírito” . São duas coisas ou elementos diferentes. O espírito é melhor chamá-lo “Ego” (do latim) ou “Eu” . É o “Eu Supremo” consciente, imortal. O que atua, estuda e aprende. O que decide e adquire, para sempre, toda a experiência de sua peregrinação pelo Caminho da Vida. Porque todos os conhecimentos que se aprendem, em todos os campos de experimentação, planos ou mundos, em todas as matérias e seus diferentes graus, são assimilados pelo Ego, ficando gravados em sua consciência para sempre, perpetuamente, pois sendo imortal, ao ser uma emanação da Fonte Eterna da Vida ou DEUS, uma vez “nascido” ou criado, vive a perpetuidade, até regressar e confundir-se na Eternidade com Seu Pai Eterno. Por isso é que o

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Espírito necessita evoluir, aprender todo o relacionado com o Universo e com o Cosmos, conhecer e experimentar todas as formas de vida, todas as grandes verdades ou leis cósmicas e universais, provar e manejar, sabiamente, quantas forças e energias atuem e se movam nesse conjunto infinito, e de tal sorte, alcançar a Perfeição Suprema, única maneira de poder regressar ao Seio de Seu Pai...

A alma é somente um dos mencionados corpos, ou veículos, que serve de ponte ou laço intermediário entre o que podemos chamar “o reino do espírito” ou plano do Ego, e o plano da matéria mais densa, nosso mundo. Porém sua importância é muito grande por ser o elemento que em todo o conjunto constituído pelo homem é o que regula, dirige e controla todas as emoções, desejos ou paixões. Toda a vida emocional, todos os pensamentos, ambições, ações e relações do homem com o ambiente que o rodeia e com seus habitantes, sejam estes outros homens ou seres de reinos inferiores ou superiores, são realizados através deste corpo, influídos por ele e dominados pela ação do mesmo e das demais entidades viventes que têm seu assento no plano correspondente ao tipo de substância e as freqüências vibratórias desse mundo, substâncias e freqüências vibratórias que têm que formar parte do veículo ao ser construído dentro do conjunto integral do ser humano ao começar uma existência . A alma é conhecida com vários nomes entre as diferentes escolas esotéricas. As Escolas Orientais, no geral, a denominam “corpo astral” por ser o centro que mais capta as influências cósmicas dos diferentes sistemas estelares próximos a nós. Outras escolas como as Rosacruzes, o chamam “corpo de desejos” ou “veículo emocional”. E a seu mundo ou plano da Natureza, “Plano Astral”, “Mundo do Desejo” ou a “Quarta Dimensão ”... Tal corpo e seu correspondente plano é, como dissemos, a ponte inevitável ou laço iniludível entre o corpo físico e seu correspondente etérico, e esse outro conjunto superior de veículos − entre os quais se encontra a Mente e seu respectivo plano − que servem ao Ego para poder manifestar-se e atuar nessa peregrinação periódica em busca de conhecimentos e experiências em sua longa viagem pelo Caminho da Vida e da Evolução. Dissemos que íamos esclarecer o conceito sobre a Morte; e em todo este livro só nos interessa o relacionado com a civilização de GANIMEDES. Portanto não nos ocuparemos daquele grupo de corpos superiores ao “astral” ou “alma”, pois com ele temos o suficiente para a explicação que nos interessa desenvolver. Os demais planos e seus correspondentes veículos no homem, podemos agrupá-los em torno da mente para não complicar mais o entendimento de nossos leitores com assuntos relacionados com a Vida mais além da Quarta Dimensão .

Quando nasce um ser humano num mundo como a Terra, tem em si mesmo toda a série de veículos, ou corpos, integralmente compenetrados uns nos outros, pois ao ser cada um de diferentes densidades, suas constituições moleculares, de distinta gradação em substância e freqüência vibratória, permite o perfeito e estável acoplamento e funcionamento de todo o conjunto, dentro dos níveis que a cada plano correspondam. Temos dito que o Ego não perde nem esquece nada do aprendido em cada existência. Porém isto se manifesta, somente, quando o Ego se encontra livre dos laços de todo esse conjunto de corpos. Porque cada um deles, por sutis que sejam os superiores, vêm representar, de certo modo, uma limitação à plenitude de faculdades de espírito. E as mais fortes dessas limitações as oferece o corpo físico, pela extrema condensação de seus materiais. É como se um homem qualquer tivesse de atuar num meio ambiente metido numa pesada armadura, ou dentro de vários escafandros superpostos que limitariam grandemente a liberdade e a agilidade de seus movimentos. Além disso, ao nascer com um cérebro novo, não pode trazer a esse corpo novo a memória do passado, porque o cérebro, como se fosse uma máquina eletrônica, gravadora ou computadora, só pode saber o que recebeu em conhecimento e trabalho durante sua existência. E esse cérebro não existia em vidas anteriores, senão outros cérebros que se desintegraram ao morrer. Esta é a chave de todo o processo da Reencarnação. Como um corpo físico não pode alcançar mais que limitados períodos de tempo e esses lapsos não bastam para adquirir a sabedoria, não digamos do Cosmos; nem de um só mundo em sua totalidade, não há outro meio para o Ego que mudar de corpo uma vez que o que estava empregando já não sirva. O corpo físico, como toda a máquina, desgasta-se com o tempo e o trabalho. Chega a ficar .inútil com as enfermidades e a velhice, e seu ocupante, o espírito, vê-se forçado a abandoná-lo ao término dessa existência, que foi, em realidade, um “programa de estudos” como vimos no exemplo anterior das classes e dos alunos. Chegou o

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momento da partida. Isto é, a Morte. Ao paralisar-se o funcionamento da máquina por falha de alguma de suas peças mais debilitadas, ou por qualquer outra das muitas causas que podem intervir no declínio começa um processo inverso ao que serviu na construção de todo esse conjunto. O corpo vital ou etérico deixa de funcionar e toda a estrutura física, ao faltar sua energia, entra num período de desintegração total. O Ego, depois de um período de mais ou menos 20 a 30 horas, tempo no qual descansa numa situação parecida a um sono profundo requerido pela Natureza para permitir que o Ego assimile e fixe em sua memória perpétua o total das experiências passadas nessa existência que acaba de terminar, desprende-se do corpo físico levando consigo todos os demais veículos enlaçados a ele pelo corpo astral ou alma. Desde esse momento desenvolve a atividade na Quarta Dimensão. Não obstante, segundo tenha sido a influência que a vida no mundo físico tivesse para ele, decorrerá algum tempo percorrendo os lugares em que costumava atuar durante a existência que acaba de terminar. Esse período pode ser mais ou menos extenso, de acordo com o grau de evolução alcançado pelo Ego, e geralmente é motivo de grande confusão para o mesmo, porque já não tendo o corpo da matéria física resulta inteiramente invisível, inaudível e intangível para os demais seres encarnados. Porém ele, pela visão espiritual que possui, e mantendo ainda toda a gama dos demais corpos desde o astral, vê-se, sente-se, pensa como o fazia até antes de morrer e isto produz uma raríssima impressão de sobrevivência, que aos menos adiantados não permite compreender, em princípio, a realidade do seu novo estado. Ao dirigir-se a todas as pessoas com quem alternara nessa encarnação e não ser percebido por elas, passa por uma série de situações incompreensíveis que podem ser motivo de sofrimento em maior ou menor grau. Por isso é que todas as religiões pedem a seus fiéis afastar-se dos “laços da matéria” ; mas são poucas as que explicam o fenômeno em sua positiva realidade. Tal situação, ademais, é a real explicação de muitos fenômenos telepáticos e aparições “post mortem”, já que nesse período o Ego, impulsionado por veemente desejo de comunicar-se com os seus, consegue muitas vezes (ainda que não possua chave para fazê-lo) que a sutil matéria de seu corpo astral chegue a condensar-se pela força mental que seu desejo está gerando em todo o conjunto de corpos que ainda o acompanham. Essa condensação, quando alcança os limites da matéria física, assume formas visíveis e audíveis para nossos sentidos. A aparição e os efeitos sonoros são captados pelas pessoas no plano físico e tal fenômeno explica a presença e realidade de tantos fatos aos quais a humanidade encarnada tem denominado, vulgarmente, “fantasmas” .

Tal materialização pode repetir-se e obter-se, voluntariamente, quando o Ego conheça as leis cósmicas e as forças que nelas intervêm. Porém, na generalidade dos casos, nos dias ou meses posteriores ao falecimento, se ocorrer, obedecem unicamente ao tremendo esforço volitivo do Ego para comunicar-se com os seus na Terra. Em tais casos resulta um fenômeno fugaz, porque lhe falta o conhecimento e o poder necessários para a conquista consciente; está só e o efeito de uma materialização fortuita é ocasionado por um desprendimento cego das energias que intervêm no processo.

À medida que corre o tempo, o Ego, sempre envolto pelo conjunto de seus outros veículos, enlaçados pela força do corpo astral, ou alma, desenvolve sua vida nos domínios da Quarta Dimensão , até que chegue o momento em que possa libertar-se, também, dos laços que o amarram a esse mundo, e partir para os mundos superiores. Porém isso vamos explicar no Capítulo seguinte.

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CAPÍTULO XIA VIDA NA QUARTA DIMENSÃO

A Quarta Dimensão , ou o Mundo da Alma, é um plano da Natureza com substanciais e subjetivas diferenças a respeito de nosso mundo físico. Num capítulo anterior adiantamos conceitos que permitem entender, principalmente, as diferenças de substância, ou tipos de matéria, de que está formada. Agora trataremos de dar uma idéia que, sem deixar de ser elementar, permite aos profanos enfocar os principais aspectos da vida nesse mundo, e poder formar-se um conceito mais lógico, mais compreensível, a respeito do magno processo evolutivo que seguem os espíritos em sua grande peregrinação desde o primitivismo até a perfeição.

Em primeiro lugar, devemos imaginar um plano ou região dividido em vários níveis; porem não são níveis como os que poderíamos pensar a respeito de um edifício de vários pisos, por exemplo. Não; os níveis dos planos cósmicos não são, propriamente, posições superpostas no sentido horizontal ou vertical à maneira dos diferentes planos ou níveis que conhecemos no mundo físico. De modo algum. São estados ou condições diferentes no desenvolvimento da matéria e da Energia, ou melhor dito, Substância Cósmica Primitiva a que nos referimos na Primeira Parte deste livro que, segundo suas gradações, freqüências de onda ou vibração, e tipo de forças que neles se manifestam, conformam um determinado nível de vida. Isto não é tão difícil de compreender, se temos conhecimento dos diferentes graus em que a matéria, e suas diferentes constituições moleculares, são conhecidas em nosso mundo, e as diferenças de freqüência e manifestação de energia que conhecemos e utilizamos já na Terra. Podemos dizer mais: no campo das ondas eletromagnéticas tão minuciosamente investigado hoje por nossos físicos, mais além das empregadas pelo rádio, a televisão e todas as que se está utilizando na moderna eletrônica, encontra-se o limite ou fronteira em que operam essas outras forças, energias, ondas vibratórias correspondentes à Quarta Dimensão . As que norteiam o desenvolvimento da clarividência e da clariaudiência, que nos abrem o conhecimento direto e comunicação com esse mundo, ou plano cósmico, não estão muito longe das que conhecemos e sobre as quais já nos referimos. Isto era a base da investigação do sábio Edison em seu afã de conseguir o mecanismo adequado para sua evidente manifestação de nosso plano.

E de tal sorte, as divisões ou níveis a que nos estamos referindo nesse mundo da Alma, correspondem não a posições superpostas, senão a diferenças de grau na substância ou constituição atômica ou molecular dos tipos de matéria que o formam, e a diferença de vibrações correspondentes a tais graduações. Como ocorre em nosso mundo físico, ou da matéria mais densa e pesada, à maior densidade substancial corresponde uma menor freqüência vibratória. Por isso os seres humanos com menor evolução, com menor adiantamento nos diferentes níveis da Vida, fruto de um estado menos avançado no caminho do progresso integral ou cósmico, apresentam características diferentes em seu comportamento, em sua capacidade intelectual, mental, moral, psíquica e até em sua constituição molecular e vibratória, com outros mais adiantados em todos esses conceitos, pela progressiva transmutação de todos os elementos integrantes do conjunto de corpos que os formam. Quanto mais vulgar, mais torpe, imoral, impulsivo ou defeituoso é um ser nos diferentes campos da vida humana, também seu cérebro, seu sistema nervoso, toda a sua constituição molecular são mais grosseiros, mais pesados, mais densos, vibram mais lentamente, necessitam de estímulos muito mais fortes e violentos para reagir e compreender, são mais propícios às manifestações da vida inferior ou animal; e tudo isso tem seu efeito direto, seu nível correspondente em cada um dos subplanos ou diferentes regiões em que se divide essa Quarta Dimensão, esse Mundo da Alma.

Para melhor entendimento, agruparemos em somente três níveis, ou regiões, a variada gradação que se observa no Plano da Alma: Região Inferior, Região Média e Região Superior. Conste que são nomes que damos para facilitar o entendimento e que nesta divisão pretendemos abarcar a variadíssima gradação de estados em que se encontram todos os espíritos que vivem, transitoriamente, nesse Plano Cósmico.

Quando o Ego ingressa nele, por causa de sua definitiva separação do corpo físico (já dissemos que também pode ser conhecido e visitado em vida do corpo físico, dentro de

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condições de uma especial preparação, esotérica e iniciática) o faz sempre pela Região Inferior. Esta é o que na religião cristã se denomina o “Purgatório” e nas religiões industânicas chamam “Kamaloka”. É a morada em que se encontram as forças mais negativas da Vida. Os mais baixos instintos, as mais denegridas paixões, os mais torpes, ferozes, abomináveis apetites; as formas de pensamento mais abjetas e absurdas têm seu assento ali. E os seres humanos, ou Egos, que por essa Região passem ou tenham de nela permanecer se vêem obrigados a alternar com o mais imundo de nossa humanidade ao mesmo tempo que com os mais baixos espíritos da Natureza, monstruosas entidades cuja repugnância ou maldade correm parelhas e ainda superam o mais horripilante de nossa Terra...

Uma das leis do Cosmos, a de Afinidade, ou seja, a que impele e une todo o semelhante, que se baseia, igualmente, na recíproca atração de condições moleculares e vibratórias similares têm lá a mais evidente e objetiva manifestação. Um Ego que não conseguiu alcançar níveis de superação ou vida, superiores às que reinam em tal região, começa a sofrer os efeitos causados por todas as ações delituosas, por todos os variados fenômenos de sua vida de erros. E nesse Plano de Existência ninguém se pode subtrair, nem esquivar, nem esconder. Desde o momento em que se penetra na Quarta Dimensão , já o dissemos, tudo é visível, evidente em sumo grau e ninguém pode impedir que se manifestem as conseqüências do mal gerado no mundo físico, à maneira de reflexos permanentes de potência multiplicada pelas novas condições ambientais, que seguem atuando nesse plano, no mesmo sentido em que o Ego as exercesse contra outros na Terra, porém em direção contrária, ou seja, contra o mesmo autor dos delitos, dos erros ou desequilíbrios de ordem moral, material ou cósmica, ocasionadas pelo Ego. Segundo seja a maior ou menor gravidade dos mesmos, é maior ou menor a intensidade com que o Ego sofre esses efeitos. Porém deve ter-se em conta que sendo um mundo conformado por substância e forças mais sutis que as nossas, no mundo físico, assim também, são maiores, mais intensas, as repercussões geradas pelo fato realizado em nosso mundo inferior, por ser muito mais fortes, mais rápidas e potentes nesse meio ambiente, as energias vibratórias que o movem.

Não vamos entrar em maiores detalhes, porque nos afastaríamos do tema principal deste trabalho, e ademais, voltaremos a ocupar-nos deste assunto quando tratarmos o referente à religião em GANIMEDES. Basta-nos saber, por agora, que o Ego se vê obrigado a permanecer naquela região inferior todo o tempo que sua maior ou menor culpabilidade ou atraso na escala da Vida requeiram para depurar as conseqüências malsãs deste atraso. Como tudo evolui para níveis superiores, os laços, ou forças que o atrelam a esse meio ambiente, vão se atenuando progressivamente. Além disso, não está só. Em toda a Quarta Dimensão, como em todos os Planos Superiores, atuam constantemente diversas hierarquias de seres super-humanos. Aqueles espíritos superiores, guardas e guias da evolução, aqueles que as religiões cristãs e judaicas chamam de “anjos” em suas diferentes posições ou níveis. Dissemos, também, que a liberdade absoluta e o livre arbítrio só operam nos planos de prova, nesse caso, o plano físico. A partir da Quarta Dimensão , o controle e a supervisão de entidades superiores, mestres, condutores ou vigilantes, é permanente e adequada ao estado de superação de cada espírito. Aquelas entidades superiores podem transitar pelos diferentes planos cósmicos, segundo as limitações correspondentes a sua maior ou menor hierarquia, sem serem afetadas pelas condições reinantes, pois seu maior adiantamento, sabedoria e poder proporcionam os meios adequados para dominar todas as condições inferiores. Isto se manifesta ostensivamente, desde a Quarta Dimensão , numa aura ou envoltura radiante, luminosa, cujos reflexos e potência luminosa estão em relação direta com o grau de adiantamento a que chegaram, e portanto ao poder que detenham. Algo disto tem relação com as auréolas com que na Terra se representam os santos. E os mencionados seres são os encarregados de ajudar aos Egos em sua peregrinação, e ensinar-lhes a subir a níveis superiores, quando o período de depuração, ou passagem pelo “purgatório” vá chegando ao fim. O espírito sobe, assim pouco a pouco, aos diferentes graus da Região Média, ou do tipo de humanidade que já desenvolveu uma vida mais normal, equilibrada e com menos erros. E de tal modo o Ego segue avançando, em tempos que dependem exclusivamente de seus próprios esforços e melhores intenções, até chegar aos níveis superiores da Terceira Região, onde se encontram os Egos cujas almas alcançaram, em existências terrenas, os mais puros e belos aspectos da vida humana. Até esta Região o espírito segue atrelado a todos os seus veículos

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superiores pelos laços do corpo astral, a Alma. E como a mente é um daqueles corpos, superior ao astral, segue aprendendo e assimilando ensinamentos e experiências em todo esse trajeto, mais ou menos duradouro, pelo mundo psíquico ou da alma.

Quando se eliminaram as últimas impurezas, as forças que o retinham no plano astral desaparecem, o corpo astral se desintegra e o espírito, já livre de seus laços e da substância inferior desse veículo, pode passar aos mundos superiores, pelas “portas” do Mental. Desde este momento se abre para o Ego uma etapa brilhantíssima de paz e felicidade, em cujo descanso, como as férias no exemplo dos alunos da Terra, pode valorizar todo o trabalho realizado na última existência e nas anteriores, porque nessas condições pode memorizar, contemplar e aquilatar os resultados de toda a sua evolução . E do balanço que faz decorre a comprovação de resultados. Se teve uma longa evolução e aprendeu tudo quanto na Terra é possível conhecer e experimentar, mostrar-se-ão novos campos de experimentação e de prova. Outros tantos mundos, superiores à Terra, onde possa continuar trabalhando para aumentar sua sabedoria, sua moral e seu poder. Porém se o seu adiantamento, aproveitamento, desenvolvimento e nível evolutivo gerais, não são ainda suficientes, terá que voltar à Terra para viver em condições que permitam adquirir novas lições, passar pelas provas necessárias, salda as contas que, nos níveis cósmicos da Vida ficaram pendentes, pagando em situações parecidas por todos os erros, delitos ou faltas de qualquer ordem que houvesse cometido e que, sofrendo-os em si mesmo, ensinar-lhe-ão a tomar consciência do verdadeiro erro, consciência que uma vez impressa indelevelmente na memória cósmica do Ego, chega a constituir norma de conduta permanente nas vidas sucessivas.

Apreciado tudo isto pelo Ego, chega o momento de preparar seu regresso à Matéria, ao mundo físico. Ajudado por seus Guias Superiores, planeja todo o novo programa de existência e as entidades encarregadas de sua execução vão elaborando todos os requisitos necessários. Todos os detalhes da nova Encarnação são estudados e criados minuciosamente desde a classe de lar em que nascerá, os pais que há de ter, o lugar e país, a educação que deverá receber, as relações que o rodeiem... Todos os detalhes da nova existência, até as provas que há de vencer, acidentes, enfermidades e tudo quanto possa servir para novas e úteis experiências, formam esse plano da nova encarnação. E assim preparado, inicia-se a viagem de volta, passando outra vez por todos os planos intermediários, em cada um dos quais irá recebendo o invólucro ou corpo respectivo, até seu ingresso no novo corpo físico, o que será adequado às novas atividades que seu proprietário ou condutor necessita.

Porém em seu novo trânsito pela Quarta Dimensão , desta vez como observador ou estudioso espectador, enquanto o “impregnam” ou construam sua nova alma, tem oportunidade de apreciar as tremendas forças positivas e negativas que nesse mundo se movem, e suas influências e efeitos no mundo físico. Do maior ou menor impacto dessa nova experiência, e a forma como consiga imprimi-la em sua consciência de espírito, dependerá muito a têmpera com que, mais tarde, enfrente as provas em que tais forças atuem sobre ele. O que chamamos tentação não é senão a influência daquelas forças provenientes dos diferentes níveis inferiores do Astral. E o que conhecemos ou denominamos a “consciência” é a voz interior do Ego que, em sua recordação das provas e experiências passadas, trata de fazer-se ouvir através do emaranhado de corpos que o envolvem. Se essa recordação tem sido suficientemente evoluída e forte para impor-se e vencer evitar-se-a novos erros como os já cometidos outras vezes. Assim vai superando o Ego, pouco a pouco, a ignorância, o erro e a maldade, que não é senão o fruto da ignorância de tudo isso. Superando suas debilidades, seus defeitos, suas paixões e seus vícios, fortalecendo suas atitudes positivas, todas as suas qualidades e virtudes, vai deixando atrás, no tempo, a figura débil e negativa de suas primeiras encarnações, até chegar a níveis em que, próximo à superação terrena, abrem-se as portas de mundos habitados por humanidades mais avançadas e perfeitas. Em nosso Sistema Solar, como em todos os demais sistemas planetários, existe uma grande variedade de mundos habitados por diferentes níveis de vida inteligente. Entre nós, no momento, nos bastam como exemplos a Terra e GANIMEDES...

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“EU VISITEI GANIMEDES...”TERCEIRA PARTEA CIVILIZAÇÃO DE GANIMEDES

CAPÍTULO XII

A CULTURA E A MORAL NESSE MUNDO

Com o exposto na Segunda Parte desta obra, poderá o leitor compreender mais facilmente as profundas e notáveis diferenças que separam nossa civilização daquela raça de super-homens. Muitas de tais diferenças obedecem, em verdade, à posse por eles desse sexto sentido que vimos explicando. A clarividência e a clariaudiência, natas em todos os habitantes de GANIMEDES, permitiram a aquisição de progressos surpreendentes em infinidades de aspectos da vida em seu astro, e suas favoráveis influências norteiam e fundamentam métodos, sistemas e instituições no amplo panorama da convivência e desenvolvimento de todas as atividades naquele interessante satélite de Júpiter.

As vantagens derivadas de tal estado evolutivo, alcançado por eles através dos muitos milênios que nos levam de vantagem, manifestam-se em todos os aspectos de sua vida desde a mais tenra infância. A este respeito, é triste comparar como transcorrem os anos para nossas crianças e as de GANIMEDES. Enquanto aqui, especialmente nos últimos tempos, estamos envenenando a alma infantil de nossos filhos, com espetáculos de cinema, televisão e outros, que em sua maioria não mostram senão a barbárie das guerras, a violência e o crime de argumentos policiais, os grosseiros costumes e os brutais métodos sempre encaminhados ao delito, dos dramas tipo “western” norte-americanos; e para seus jogos e distração proporcionamos joguinhos e artefatos que representam as armas assassinas e toda a classe de aparatos mais ou menos enfocados no afã de destruição. Enquanto na grande maioria dos lares populares, em todo o planeta, os exemplos que essas crianças contemplam são, quase sempre, de vício, de baixeza moral e de violência; e em outros lares, de condição social e econômica mais elevada, muitas vezes encontram o abandono de seus genitores, preocupados com uma série de compromissos, interesses, frívolas vaidades ou vícios secretos e promíscuos...

O que podemos esperar de crianças educadas de tal forma? Temos de culpá-las pelo mal que depois façam? Não somos nós seus pais e mestres que deformamos essas almas tenras com nosso proceder, nossa torpeza ou egoísmo, nossa inconsciente frivolidade ou a satisfação, criminosa, de vícios e aberrações, muitas vezes ocultos porém, nem por isso, menos malignos?... Não quero seguir adiante com tão vergonhoso panorama. Todos sabemos, muito bem, como é nossa humanidade e como se vive na Terra...

Por outro lado, essa raça que habita GANIMEDES contempla desde o berço os mais belos e amorosos exemplos; até em seus brinquedos e distrações infantis estão presentes valiosos ensinamentos, úteis demonstrações do que é o mundo que os rodeia e como aproveitar, mais tarde, as lições que, brincando, são aprendidas. O fato de serem clarividentes e clariaudientes desde que nascem, permite-lhes avançar com muito maior rapidez no desenvolvimento cultural. E nos primeiros sete anos de sua vida, muitos de seus brinquedos e variadas formas de distração são empregados pelos pais como complementos de um amplo, sábio e paulatino método de ensinamento e de instrução. Daremos algumas mostras que ilustram melhor este ponto:

Sendo possuidores daquele sexto sentido, sua visão e audição abarcam, ao mesmo tempo, seu mundo físico, a porção etérica e a Quarta Dimensão. De tal maneira, uma das primeiras preocupações dos pais é a de explicar, pacientemente, o rol de cada um dos seis sentidos (porque o sétimo somente se desenvolve neles ao chegar a idade adulta) e muito especialmente quando se relaciona com o sexto. Porque, igual a nossas escolas iniciáticas, a variedade de aspectos, forças e formas, em constante movimento e contínua mutação, nesse mundo astral ou Quarta Dimensão é fácil de ocasionar terríveis confusões, perigosas reações de ordem psíquica e mental e até danos no organismo fisiológico. Assim, as crianças de GANIMEDES aprendem desde a mais tenra infância a utilizar aquele “terceiro olho”, a identificar forças e seres desse plano astral ou da alma, e a diferenciar as causas e efeitos dessa Quarta Dimensão em suas relações com o

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mundo físico. Este adestramento progressivo, com um instrumento de tal poder, coloca-as em situação de evoluir rapidamente no conhecimento de todas as matérias básicas de sua primeira instrução, e permite aos pais educar seus filhos com métodos altamente objetivos, pois o ensinamento vai atrelado à prática, o que é facilitado em todo o momento e em todas as circunstâncias por aquele sexto sentido.

Dissemos que muitos dos brinquedos são, também, proveitosas lições. Compreenderemos melhor com um exemplo: entre a multidão de seres que povoam a Quarta Dimensão, estão as diferentes categorias e espécies de “Espíritos da Natureza” como já dissemos. Muitos deles assumem formas belíssimas e são acessíveis ao ser humano, quando lhes demonstra sua bondade e simpatia. Para dar-nos uma idéia de alguns desses seres, recordemos uma das mais formosas e profundas películas de Walt Disney: “Fantasia” . Os que a tenham visto recordarão algumas cenas, como as das flores de que brotavam diminutas fadas, luminosas, graciosas, com rápidos e harmoniosos movimentos de uma dança maravilhosa, ao compasso das doces melodias, num conjunto esplendoroso de luz, graça e de beleza. Para aqueles que conhecem estas coisas, esta obra de Walt Disney não foi só fantasia, como parece indicar seu nome: Walt Disney teve estudos rosacruzes, sabia o fundo oculto do que estava fazendo, e essas cenas são iguais às que o sexto sentido nos descortina quando visitamos muitos prados...

As crianças de GANIMEDES, em tais condições, com sua pureza e bondade, atraem a simpatia desses seres e brincam com eles com freqüência, aprendendo a tratá-los, ganhando sua amizade e preparando , assim, o caminho que mais tarde, quando chegarem à maioridade, permite-lhes utilizar todas as forças da Natureza, porque essas forças na Quarta Dimensão assumem as mais variadas formas, porém estão sempre dispostas a obedecer como fiéis servidores daqueles que as conheçam e possuem o poder e sabedoria necessários para seu manejo. Isto explica, agora, com maior clareza, aquela passagem da Segunda Parte em que nos referimos ao episódio bíblico em que os ventos e o mar obedeceram à ordem de acalmarem-se, dada pela divina e poderosa voz de Cristo...

A educação das crianças e os métodos e sistemas de instrução nesse mundo oferecem marcadas diferenças com os nossos. Em primeiro lugar, entre eles não existe, propriamente, a primeira etapa escolar conhecida na Terra com vários nomes: primário, básico, academia etc. Esta fase inicial da instrução geral corre por conta dos pais, diretamente, em forma combinada com a educação familiar, a fim de distribuir os conhecimentos básicos à criança ao mesmo tempo que se modela sua alma e sua mente. Este período, comumente, dura até uma idade de sete a oito anos dos nossos, em que o filho se encontra, inteiramente, nas mãos de seus genitores, sendo estes seus primeiros mestres. Este labor é prioritariamente realizado pela mãe, intervindo o pai nas horas em que seu trabalho diário o permita. Deve ter-se em conta que em GANIMEDES não existe um só analfabeto nem ignorante. Isto é inconcebível lá. Homens e mulheres recebem a mesma instrução, alcançam os mesmos níveis culturais, sem distinções de nenhuma classe e sem custo algum para eles, pois tudo é proporcionado pelo Estado, segundo veremos depois. Homens e mulheres trabalham por igual em todas as atividades desse mundo. Porém quando uma mulher é mãe, concede-se-lhe cuidar e ensinar ao filho até o término dessa primeira etapa básica de instrução, dispondo de todos os recursos que o Estado lhe proporciona, como se estivesse desempenhando seu trabalho cotidiano, porque nesse período se converte em mestra-mãe de um novo ser cuja moral, inteligência e desenvolvimento prévios merecem de todos um minucioso cuidado. Sendo esmeradíssima e de uma amplitude que na Terra não alcançamos a educação que todos os habitantes desse mundo recebem, é fácil de compreender este aspecto no que os pais, em especial a mãe, são os primeiros professores, no grande percurso cultural dessa raça. E os métodos de ensino , particularmente nessa primeira etapa, são eminentemente práticos e diretos. Para isso, o sexto sentido oferece incalculáveis vantagens. As crianças aprendem brincando. Muitos de seus passatempos são outras tantas lições que a mãe aproveita para instruí-los. Assim, por exemplo, todo o relacionado com anatomia, a fisiologia, o funcionamento geral de todos os órgãos internos dos sistemas digestivo, circulatório, nervoso, respiratório; dos complicados mecanismos e funções cerebrais, glandulares e outros, ao poder serem vistos e apreciados com toda a clareza e em qualquer momento, constituem motivo de entretenimento para eles, ao mesmo tempo que utilíssimas lições que jamais esquecem e que vêm a ser a base para estudos

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superiores que, mais tarde, converterão esses homens nos próprios conservadores de sua saúde, ou em médicos especializados capazes de realizar verdadeiros milagres em comparação com nossa medicina terrestre. Assim sucede em todo o demais. Uma forma comum e geral de aproveitar os dias de descanso, que lá equivalem a dois e meio dos nossos, são os passeios campestres e as viagens de lazer. Neles toma parte toda a família, constituída quase sempre pelos pais, um ou dois filhos, (pois a descendência é cuidadosamente controlada segundo veremos depois) e os avós se é que vivem com aquele filho ou filha. Quando se trata de um simples passeio, por zonas próximas à cidade de residência, o grupo familiar utiliza veículos coletivos de transporte. Para estes casos empregam naves aéreas com capacidade para até vinte passageiros, que fazem o trajeto aos lugares de destino em poucos minutos. Quando o plano de diversão contempla uma viagem de lazer e de descanso, a maiores distâncias, costumam empregar naves do mesmo tipo com capacidade para cinqüenta pessoas. Tais viagens, geralmente, os conduzem a visitar outros vales ou centros povoados, pois se deve recordar o que explicamos na Segunda Parte, ou seja que todas as cidades ou povoações estão concentradas nos milhares de vales disseminados entre os patamares dessa intrincada rede de cordilheiras e montanhas que cobre todo o astro. A velocidade de suas naves aéreas permite fazer tais viagens, aos mais afastados lugares de GANIMEDES, em curtíssimo tempo. E assim a família pode desfrutar de todos os dias de seu passeio. Isto permite a todos, especialmente às crianças, conhecer e aprender objetivamente tudo o quanto se refira ao que, em nossa linguagem, chamamos de geografia, posto que esta palavra, derivada do grego, refere-se entre nós à Terra, eles dão ao seu mundo o nome de “Reino de Munt” ...

Com este método e dentro de tal sistema de educação, à idade correspondente a sete ou oito anos dos nossos, essas crianças aprenderam, de forma indelével, todos os conhecimentos básicos sobre seu mundo, sua natureza, suas formas de vida e assimilaram também uma série de lições sobre a moral e as normas de conduta que haverão de observar no resto de suas vidas, confirmadas com os exemplos que a convivência familiar proporciona a cada instante. Porque nessa raça, o amor, o respeito aos pais e maiores, a sabedoria e autoridade de seus mestres e governantes, como base da magistral síntese de todos os mais elevados atributos da alma, e preparação para o entendimento das grandes verdades cósmicas, aprendem-se e inculcam-se desde o berço.

Quando chegam a essa idade, todos, homens e mulheres, ingressam no que eles chamam a “Shamata”. Este é um período que perdura até os quinze anos. Os alunos nessa etapa recebem instrução geral enfocada para definir as qualidades e aptidões especiais de cada um e desenvolvê-las no sentido mais conveniente. Isto se consegue, comumente, na metade desse tempo: o resto da etapa é utilizada numa instrução preparatória especializada que aproveita as condições particulares de cada um, estimulando-as e desenvolvendo-as, para conseguir o melhor aproveitamento de sua personalidade e a confirmação de suas aptidões predominantes, a fim de dirigi-las pelo caminho mais adequado no futuro desempenho de suas atividades. Tanto na etapa “Shamática” quanto nas posteriores, toda a instrução é ministrada em centros estatais inteiramente gratuitos e sob a direção de mestres especializados, igualmente dependentes do Estado.

Ao término dessa segunda fase do ensino, todos os alunos, sem exceção, ingressam nos diferentes centros de instrução altamente especializada, segundo as qualidades e aptidões demonstradas por cada um na etapa anterior. Nos mencionados centros se lhes capacita ao mais eficiente desempenho do tipo de atividade escolhida, e não saem dele até alcançar a mais alta qualificação. Obtendo esse resultado, chega para eles, sem nenhuma espécie de discriminação, o momento talvez mais desejado por todos: o despertar do sétimo sentido. Isto se consegue dentro de um período no qual se submetem a um adestramento especial e muito rigoroso, em centros ou institutos exclusivamente dedicados a isto, que requer a permanência constante de todos os educandos à maneira de internato, algo parecido com os lamastérios do Tibet ou da Índia entre nós, nos quais recebem o ensinamento e a prática de exercícios adequados em meio da mais estrita disciplina. Isto se compreende, facilmente, se recordamos o que no princípio se disse a respeito: é o “Verbo Criador” a faculdade de influir pela linguagem, ou a emissão de ondas sonoras da voz, na constituição molecular da matéria, nas vibrações da mesma, e portanto o

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poder de atuar voluntariamente sobre a “Nota Chave” de todos os corpos, de todas as substâncias, influindo e até dominando, em muitos casos as próprias forças da Natureza... Recordemos que em partes precedentes desta obra fizemos referência a vários exemplos históricos e bíblicos, tais como o famoso caso da desintegração das muralhas de Jericó, pelo efeito das ondas sonoras das trombetas israelitas dirigidas por Josué; alguns dos efeitos produzidos no caso da destruição de Sodoma e Gomorra sobre o corpo da mulher de Lot; vários dos prodígios realizados por Cristo que já mencionamos anteriormente...

E um poder assim não é possível conferi-lo a quem não haja demonstrado, à saciedade, uma fortaleza moral à toda prova e uma inteligência capaz de impedir-lhe cometer o mínimo erro... Por isso, durante todos os anos de sua preparação cultural e científica, profissional ou técnica, os integrantes dessa raça superior estão submetidos a uma disciplina e a uma modelação cuidadosa do caráter, da vontade e do pensamento, enfocadas para a máxima superação moral, intelectual e mental de todos e cada um deles. Especialmente é a base moral, sobre a qual sustentam, particularmente, a estruturação total de sua civilização.

Antes de estudar alguns aspectos relativos a este campo, desejamos mencionar um detalhe muito interessante a respeito do sistema de ensino nesse mundo. A instrução lá se distribui, quase sempre, por métodos teórico-práticos simultâneos. É lógico que nisto influi, também, o sexto sentido. E em GANIMEDES não existem livros nem escritos de nenhuma espécie como os que conhecemos e empregamos. É natural que assim seja. Num mundo em que a linguagem falada já não se usa, por ser muito mais fácil, mais rápido e efetivo comunicar-se direta e instantaneamente pela linguagem mental, pela leitura simultânea e recíproca do pensamento, não teria, tampouco, razão de ser a linguagem escrita. Esta é substituída por um admirável sistema eletrônico suscetível de captar o pensamento e gravá-lo em fitas especiais. Uma vez gravadas, reproduzem indelevelmente em toda a sua amplitude, com imagens e freqüências de ondas que são projetadas por aparelhos receptores que nos recordam, de certa forma, nossas máquinas filmadoras. Assim se pode reter as lições, e quanto material mereça ser conservado para reprodução futura. E essas máquinas são construídas até em tamanhos portáteis. Do mesmo modo, os documentos oficiais e administrativos são transcritos nessas fitas, nas quais, junto com o que chamaríamos “texto”, à maneira de assinatura e selo identificatórios, vai impressa a imagem do autor ditando o fechamento dos mesmos. E já dissemos que, a diferença de nossas fitas magnéticas ou nossas películas sonoro-visuais, aquelas gravam para sempre o pensamento completo, sem que se possa alterar em nada o conteúdo posteriormente, o que implicaria a destruição total da fita.

Ademais, ninguém se atreveria, nem em pensar, em alterar um documento, coisa tão comum entre nós... Chegou a oportunidade de referir-nos à moral reinante nessa raça, base fundamental, como já disse, da civilização de GANIMEDES.

Ao descobrir a Quarta Dimensão e como se desenvolve a vida nesse Plano do Cosmos, percebemos as tremendas forças positivas e negativas que nela atuam. E vemos, também, a poderosa influência que, constantemente, exercem na alma humana. Parecerá redundância que digamos “Alma Humana”, porém não é. Ainda que não tenha maior importância para esta obra, estamos obrigados a explicar, de passagem, que o fazemos pelo conhecimento de que os animais, em mundos em que existem como o nosso, também possuem alma, ou seja, aquele veículo correspondente à Quarta Dimensão , e são suscetíveis de muitas daquelas influências anotadas.

Ao mesmo tempo, mencionamos o papel das diferentes categorias de seres ou entidades superiores, e como se relacionam com os Egos em sua contínua evolução. Recordaremos haver dito que ninguém pode passar de um mundo inferior a outro superior sem estar devidamente preparado e possuir o veículo ou corpo correspondente. Vale dizer, ter alcançado as condições evolutivas e vibratórias adequadas. Este é um dos fatores que, relativamente, garantem em GANIMEDES, ou em qualquer outro mundo similar, o ingresso ou intromissão que disséssemos clandestinamente, de algum Ego não capacitado para isso. Porém quanto às entidades astrais e as forças dessa Quarta Dimensão , é diferente. Elas atuam em seu mundo e em seu mundo ou plano podem afetar a qualquer ser humano encarnado, pois a encarnação pressupõe a existência num mundo material ainda que este seja do tipo de GANIMEDES, ou “Reino de Munt” como eles o chamam.

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De tal maneira, grande parte do ensino, disciplina e cuidados que recebem todos os seus habitantes, estão encaminhados a conseguir a permanente segurança e o perfeito equilíbrio de suas almas, nos níveis mais altos de consciência. Nisto ajuda-os eficazmente seu sexto sentido, que em todo momento lhes permite descobrir a proximidade de qualquer entidade baixa ou maligna, podendo afastá-la com a força de sua mente ou, se preciso, com o poder do sétimo sentido. Dissemos que este só é desenvolvido quando finaliza a etapa de instrução superior. Isto nunca acontece antes dos 28 ou 30 anos. Referimo-nos ao despertar do sentido mencionado. Ainda assim, pode manter-se dita faculdade num estado latente de média expressão quando, a juízo dos mestres responsáveis por esse trabalho, o aspirante não alcance as mínimas condições requeridas para o pleno uso de tão formidável poder.

Por tudo isto, essa raça vive uma vida de paz, de absoluta serenidade, bondade e amor... Quem poderia pensar em mentir, enganar, atraiçoar ou burlar alguém sem os mais recônditos pensamentos e intenções se estão lendo-se mutuamente? Como se pode cometer algum delito quando nada fica oculto ante a clarividência e clariaudiência de todos? Como poderiam cair nas paixões comuns entre nós, se para chegar a esse estado teriam que sofrer as provas de centenas de encarnações prévias, que forjaram neles, não só uma sólida consciência, como o conhecimento total de sua vasta evolução, senão o mais amplo e poderoso domínio de todo esse mundo astral em que se desenvolve então sua alma?... É assim que de seu reino resulta a expressão viva das mais belas qualidades concebíveis na alma humana. E isto se manifesta na família, no trabalho, nas relações de uns e outros e, portanto, em toda a organização social, política, econômica e religiosa desse mundo em que não há fronteiras, nem exércitos, nem polícia, como vamos ver nos próximos Capítulos desta obra.

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CAPÍTULO XIII

O “REINO DE MUNT”

SUA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA, SOCIAL E ECONÔMICA

Vimos que a humanidade estabelecida no satélite do Planeta Júpiter conhecido por nós com o nome de GANIMEDES, denomina sua morada sideral como ‘REINO DE MUNT’. Consideramos interessante saber a origem de tal nome, porque também contribui, de certa forma, ao conhecimento do passado dessa raça e à comprovação do desenvolvimento evolutivo da mesma, que em alguns aspectos poderemos comparar com o de nossa Humanidade.

A tradição histórica desse povo nos refere que, faz mais de dez mil anos dos nossos, quando ainda existia o Planeta Amarelo a que fizemos menção em outras passagens desta obra, e que, ao desintegrar-se, dera lugar ao “Cinturão de Asteróides” que hoje gira em torno do Sol entre as órbitas de Marte e Júpiter, os habitantes daquele planeta se distribuíam entre os domínios de dois grandes reinos ou impérios. Impérios que, no transcurso do tempo, depois de etapas remotíssimas nas quais existiram outras divisões estatais, ou nações, que em longos períodos de lutas e guerras, chegaram a unificar-se naqueles dois grandes blocos ou potências, e que, havendo alcançado um notável progresso em todos os aspectos de sua civilização, possuíam já os segredos da Natureza que hoje temos na Terra e começavam a utilizar o sexto sentido e todas as forças derivadas do mesmo. Alcançavam já o domínio do espaço e haviam desenvolvido modelos de astronaves que, sem ser tão perfeitas como as atuais, eram mais poderosas e versáteis que as que hoje temos na Terra. Com elas puderam visitar diferentes mundos em nosso sistema solar, conhecendo desde tão remotos tempos, a constituição dos planetas e satélites e as formas de vida ou existência que nele se desenvolviam.

Um desses grandes impérios, originários da raça que hoje reside em GANIMEDES, era governado então por um grande rei, de nome Munt, homem de sabedoria excepcional e notáveis poderes supra-físicos, que era assessorado por um conselho de sábios e evoluídos mestres, distribuindo a seu povo uma amorosa e patriarcal direção. Ambos os reinos viviam, já, dentro de um equilíbrio de forças que deu por resultado uma longa etapa de paz e de comum entendimento, porque sabiam que seu poder e seus formidáveis meios de ataque ocasionariam a aniquilação total no problemático supor de um choque entre ambos.

O Rei Munt, que alcançou uma existência equivalente a vários séculos dos nossos, chegou a conhecer com muita antecipação o tremendo cataclismo cósmico que se estava gestando nas entranhas de seu planeta. Assessorado pelos outros sábios de seu elevado conselho, comprovou no plano físico e nos outros planos suprafísicos a exatidão de seus cálculos e de suas apreciações, chegando a fixar matematicamente as datas em que ocorreria o terrível fenômeno. Sua extraordinária longevidade, pois ainda era jovem, relativamente, permitiram-lhe elaborar todos os planos e tomar todas as providências necessárias para evacuar os habitantes do Planeta Amarelo antes da catástrofe. Esta iria produzir-se um século depois. Munt e seus colaboradores imediatos contavam com tempo suficiente. Entre os mundos visitados por eles em nosso sistema planetário, foi escolhido o grande satélite de Júpiter, por sua maior proximidade, pelas fáceis condições ambientais de acomodar e dominar, pelas fontes inesgotáveis de força e de energia que a sabedoria de seus homens descobriram lá e, também, por encontrar-se totalmente desabitado. Em comparação com nosso planeta, de tamanho maior porém muito mais longe, essas duas facetas resultaram decisivas na eleição de um novo mundo, uma nova morada para estabelecer-se, em que sua raça pudesse continuar desenvolvendo-se com inteira liberdade e sem os inconvenientes, moléstias e riscos de toda ordem, muito em especial no campo da supremacia de níveis evolutivos. A distância maior e a existência na Terra nesse tempo de uma humanidade tão primitiva e atrasada em todos os níveis da Vida foram de grande importância para a decisão final que fez de GANIMEDES a nova morada dessa raça. Devemos pensar que em tão remotas épocas nossa humanidade se encontrava na Idade da Pedra...

Nos cem anos, mais ou menos, de que dispunham os homens de Munt, trabalhou-se

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intensamente nos preparativos de tal evacuação. Aquele sábio rei comunicou tudo isso a seu colega reinante no outro império. A tradição não explica os motivos que influíram nos homens desse outro reino para não fazer caso das previsões de Munt. Talvez uma menor sabedoria que lhes impedisse de comprovar por eles mesmos a veracidade dos fenômenos que eram gestados nas entranhas do planeta. Deixaram-se, talvez, tentar pela ambição de serem os únicos dominadores desse mundo? Só Deus sabe... Assim pois, naquele período de um século, Munt e seu povo foram estabelecendo bases no satélite de Júpiter, acondicionando as primeiras zonas eleitas para seu posterior estabelecimento; construindo a numerosa frota de astronaves com que evacuariam as pessoas e a todos os implementos e equipagens necessárias para o traslado de sua civilização ao novo mundo... Quando se aproximava a data prevista, já estava trabalhando nele paciente e disciplinadamente, a maior parte dos habitantes do Reino. Conta sua tradição que o sábio Munt fez vários esforços para convencer os governantes do povo vizinho. Transcorrido o século, haviam falecido muitos dos principais conselheiros antigos desse país e o próprio rei era novo. A fraterna e sapientíssima intervenção dos enviados de Munt não obteve maior crédito. Assim chegou o momento em que abandonaram o Planeta Amarelo as últimas esquadrilhas de astronaves, conduzindo o Rei Sábio, todos os altos membros do seu governo e os últimos habitantes de sua velha pátria... Reza a tradição que, algum tempo depois, não mais de um mês dos nossos, chegaram até eles algumas astronaves do outro império. Conduziam técnicos e populares que haviam fugido, apavorados, e que explicavam que nesse planeta se estavam produzindo gigantescos terremotos e explosões vulcânicas nunca vistas; que o terror dominava em todas as partes e que a confusão e o pânico eram gerais. Assim, um dia, puderam contemplar as coisas desde seu novo mundo e como aumentava desmesuradamente o brilho e a magnitude do longínquo planeta. O fenômeno aumentava, o resplendor cada vez maior ia igualando ao do Sol (fenômeno conhecido por nossos astrônomos por “supernova”) e, pouco depois, chegava até o satélite de Júpiter um surdo rumor que vinha do espaço como o de uma remota e extensa tempestade. O espetáculo sideral durou dois dias. Ao cabo deles, aquele resplendor inusitado e aqueles rumores cessaram por completo. O Planeta Amarelo havia desaparecido do firmamento. A sábia predição do Rei Munt acabava de cumprir-se...

Refere nosso amigo Pepe que os homens que em GANIMEDES o estão reeducando, manifestaram-lhe que aquele sábio rei chegou a viver dois séculos mais. Em todo esse tempo foram se desenvolvendo as estruturas fundamentais e as instituições que haveriam de transformar o novo mundo sobre a base das que tiveram no planeta destruído. E que todo o povo decidiu denominar, para sempre, REINO DE MUNT a sua nova morada sideral, como homenagem de amor e de respeito ao sapientíssimo e bondoso mestre e soberano autor de tão magna proeza...

***

Se recordarmos o explicado nas duas partes anteriores a respeito de várias das visitas de extraterrestres à Terra, como os exemplos do descobrimento arqueológico na Pirâmide de Palenque, do “Homem da Máscara de Jade” e de seu desconcertante sarcófago; os das pinturas das grutas de Tassilli, no Deserto do Saara; os referentes à origem celeste atribuída aos primeiros imperadores chineses; e todos os outros já mencionados, e compararmos as datas com a tradição que hoje nos vem desde esse “Reino de Munt”, encontraremos coincidência no tempo e nos detalhes, até agora enigmáticos, de todos eles... Foram fugitivos do Planeta Amarelo o “Homem da Máscara de Jade”, Hermes Trismegisto, Zoroastro, os primeiros fundadores da civilização chinesa e alguns outros?... Os homens de GANIMEDES dizem que sim. Podemos nós provar o contrário?... Se não podemos provar, tampouco devemos negá-lo. Ainda mais, quando nos ocupemos da religião nesse Reino de Munt, veremos novos aspectos e comprovações sumamente interessantes acerca deste problema. Agora. vejamos como é a organização política, social e econômica nesse mundo.

Já dissemos que nele não existem fronteiras. Dentro de nossa linguagem e segundo nossos conceitos, poderíamos dizer que há uma só nação espalhada em todo o mundo. Ou, de outra forma, um Estado que abarca toda a humanidade desse astro. O Reino de Munt vem a ser

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como uma grande comunidade verdadeiramente fraternal. Algo parecido ao que foi, entre nós, uma comunidade gigantesca daquelas formadas pelas ordens religiosas. Porém com desenvolvimento e alcances muito mais vastos. Um governo central, de tipo teocrático, rege os destinos desse povo, formado por uma só raça. Encabeçam o governo um soberano reinante e dois supremos regentes, assistidos por um conselho supremo que integram dez Grandes Conselheiros do Reino. Tanto o rei quanto seus dois regentes imediatos são homens que alcançaram a plenitude do desenvolvimento evolutivo a que se pode aspirar naquele mundo. Sua sabedoria e poder, em todos os planos da vida material, como nos da vida suprafísica, chegam a níveis impossíveis de compreender por nós na Terra. E isso lhes permite realizar um labor que, entre nós, poderia assumir caracteres de semi-divindade. Podem trabalhar, simultaneamente, nos diferentes planos da natureza; isto faculta-lhes a comunicação e a atuação em constante e íntimo contato com todas as forças e entidades desses planos, e portanto, conhecer e manter estreita relação com todos os planos cósmicos emanados e dirigidos desde o reino central de nosso sistema planetário, o Sol, que, em verdade, é aquele reino a que se referiu Cristo como “O SEU”... Isto há de causar assombro e perplexidade; porém deste ponto trataremos quando nos ocuparmos da religião em GANIMEDES.

Não deve estranhar, então, que tais governantes imponham uma direção de tão suprema sabedoria e eficácia, e que simultaneamente, seus métodos e sua conduta sejam a manifestação mais efetiva e positiva do AMOR UNIVERSAL, pois trabalham com pleno conhecimento e perfeita aplicação de tudo quanto diz respeito à Lei Cósmica do Amor, o que explicaremos também depois ao tratar da religião.

Dentro da filosofia, da doutrina e prática do governo, a trilogia conformada pelo soberano e seus dois regentes, recorda e simboliza a trindade de elementos no Cosmos: Espírito, Matéria e Energia. O Rei é. ao mesmo tempo, Chefe Supremo do Estado e Sumo Sacerdote, ou cabeça visível do que, entre nós, conhecemos ou entendemos por “Igreja”. A sucessão do trono do Reino de Munt não é hereditária, nem eletiva: verifica-se por um estrito e minucioso processo de seleção. Num mundo como esse isto é possível sem o menor risco de erro ou de injustiça. O soberano, por suas faculdades e poderes especiais, conhece com grande antecedência a época e a data em que haverá de desencarnar. Escolhe, minuciosamente, aqueles que serão durante certo tempo seus dois regentes. Isto se faz, sempre, entre os demais membros de seu Grande Conselho, os que por sua vez, são elevados a tão alta posição, através de muitos anos de trabalho e de esmerada seleção em escalas sucessivas encarregados da administração geral daquele Estado. Pode-se pensar, com a suspeita e malícia tão estendidas pela Terra, que tal sistema gere favoritismos, acomodações, adulação, postergações injustas, intrigas e lutas, rancores, e todas as formas conhecidas de perseguir e favorecer os poderosos ou para obstaculizar o progresso de um rival... Isso sucede na Terra, por nosso atraso na evolução, no Caminho da Vida, neste mundo de cinco sentidos e de potente influência da Região Inferior do Astral ou Quarta Dimensão... Mas em GANIMEDES, ou Reino de Munt, tudo isso é impossível. Desde as remotíssimas idades em que conseguiram chegar ao sexto sentido, chegou a desenvolver-se entre eles o Sistema da Seleção Perfeita, da justa promoção pelo trabalho, pela ciência e moral de cada um. Já temos dito que num mundo onde não se pode ocultar nada, nem os próprios pensamentos; em que não é possível deturpar, tergiversar ou encobrir a verdade, ninguém pode pretender o que não lhe corresponda, aspirar o que não mereça, nem favorecer ou outorgar injustamente nada... Compreendemos que tudo isto pode parecer uma utopia, um absurdo, fruto da imaginação ou do idealismo, ingênuo de um escritor. Não duvidamos que a maioria pensará de tal modo. Como pode pretender tão belas realidades, tão elevados níveis, uma humanidade que apesar de suas notáveis conquistas na ordem científica e técnica, vive ainda em estados tão deprimentes de moral, de psiquismo e de espiritualidade?

Porém a presença dos OVNIS é um fato real. Tudo o que vimos explicando baseia-se em fatos comprovados por diversas disciplinas científicas, por escolas que existiram e existem ainda que os ignorantes as desconheçam; corroborados através do tempo e em diferentes lugares da Terra por outros tantos fatos históricos que a arqueologia tem comprovado. Todo esse conjunto de provas nos fala de um mundo superior ao nosso, de uma humanidade mais poderosa e sábia que a nossa; e agora o destino quer mostrar-nos como vive essa humanidade e como existem

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outros níveis de vida que apesar de ainda ignorados pela grande maioria deste mundo, já chegaram a ser conhecidos por muitos...

Continuando com o tema deste Capítulo devemos explicar que a sucessão ao poder supremo nesse Reino se decide com bastante antecedência da data em que terminará a existência material do soberano. Dissemos que seus dois colaboradores imediatos, os regentes, havendo subido, degrau por degrau, os diversos níveis administrativos do Reino, alcançam a máxima expressão que a vida nesse mundo pode oferecer junto ao soberano. Este, em seu devido tempo, designa entre eles o que o sucederá. Deve ter-se em conta que essa trilogia governante, ao deter a máxima sabedoria e poder na variedade de planos cósmicos em que trabalha ao chegarem a tão altos cargos, domina também o segredo da longevidade. E de tal sorte o futuro soberano é preparado, adequadamente, para assumir seu posto quando morra no mundo físico o corpo inferior de seu antecessor. Porém já explicamos anteriormente como é o fenômeno e de que maneira essa humanidade segue comunicando-se e convivendo na Quarta Dimensão com os Egos desencarnados. Assim o anterior rei segue ajudando e assistindo ao novo, durante um tempo em todos os problemas em que este o requeira.

Os postos de Regentes e de Grandes Conselheiros do Reino são vitalícios, pela mesma razão de haverem sido selecionados, progressivamente, entre os mais capacitados para isto entre toda a população. Cada um dos dez Grandes Conselheiros encabeça, como chefe superior, um conselho funcional integrado por diferentes grupos de assessores administrativos entre os quais divide a atenção, direção e controle geral de todas as atividades do país, ou neste caso, do mundo. Para isto todo o território está dividido em governos comuns urbanos encarregados de atender o correspondente ao desenvolvimento da vida em seus diferentes aspectos na respectiva zona. Estes são os obstáculos a que nos referimos em Capítulos anteriores na intrincada rede montanhosa que cobre toda a superfície do astro, as múltiplas planícies encerradas entre os patamares de tão complicado sistema orogênico são os centros de atividade humana do Reino. Em cada vale se assenta uma cidade, mais ou menos grande segundo as áreas disponíveis, com sua zona agrícola correspondente e o respectivo sistema hidráulico proveniente de um reservatório natural ou artificial que abastece d’água a dita região. Cada vale constitui, ademais, um centro de produção industrial e está regido por um daqueles governos comunais, integrados à semelhança do governo supremo central por um governador, dois subgovernadores e um comitê ou conselho administrativo, cujos membros dependem da importância que possa ter o território sob seu comando. Estes governos comunais têm bastante semelhança com nossas municipalidades; porém seus alcances, atributos e poder são muito maiores, pois neles abarcam o controle geral de todas as atividades de sua região, sendo dependentes e responsáveis, por sua vez, ante o Supremo Conselho do Reino, por intermédio dos grandes conselhos funcionais que já mencionamos, segundo sejam os assuntos a resolver.

A economia geral desse povo depende exclusivamente do Estado. A planificação, organização e desenvolvimento de todas as formas de trabalho e produção são absolutamente estatais. Todas e cada uma das diferentes atividades em que se desenvolve a vida nesse mundo são minuciosamente estudadas, planificadas, estruturadas, dirigidas e controladas por organismos do Estado, enfocando-as para o mais perfeito e amplo fim de assegurar a todos o maior bem-estar, a satisfação total de suas necessidades e o desenvolvimento de uma existência isenta de preocupações, num nível de vida que garanta a dignidade mais elevada, a harmonia mais completa e a paz de espírito e de corpo tão cabalmente equilibradas, que de todo o conjunto derive felicidade coletiva e pessoal do povo.

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COMO FUNCIONA ESSE REGIME

Para uma melhor compreensão tomaremos um exemplo do desenvolvimento esquemático da vida de qualquer habitante de GANIMEDES. Desde o momento em que a futura mãe vai dar à luz ao filho ou filha, ao ser internada no centro de saúde correspondente, deixa de trabalhar em suas obrigações funcionais. Deve ter-se em conta que todos, sem exceção, trabalham para o Estado. No Reino de Munt não existe nenhuma forma de trabalho particular. Todas as ocupações, todas as atividades, por mais variadas que sejam, desenvolvem-se dentro de organismos pertencentes ao Estado. Assim, qualquer que seja a ocupação de uma mulher, quando vai ter seu primeiro filho, entra num novo regime de vida: o da maternidade e atenção de seu lar. A este respeito convém ressaltar que nesse mundo o conceito de lar, da família e da maternidade, é elevadíssimo. Não é estranho, portanto, que o que nós chamamos “cidade capital” ou capital de uma nação tenha lá um termo equivalente à “matriz”, ou cidade mãe de todo o Reino. Isto veremos com mais detalhes, depois.

Cada zona urbana conta com um ou mais centros de saúde, segundo seja o volume da população. Nestes o atendimento e todos os serviços são inteiramente gratuitos. Aí a parturiente é rodeada dos mais esmerados cuidados pré e pós-parto. Ao retornar a seu lar, pode dedicar-se com toda a tranqüilidade à criança e à sua educação. Já explicamos, no Capítulo referente à Cultura, que os primeiros sete anos de instrução básica transcorrem no lar sob a direção exclusiva dos pais, especialmente da mãe. Durante esse tempo, esta recebe do Estado o necessário para si e para seu filho. Isto não quer dizer que prescinda do pai. Este trabalha, como sempre, em sua ocupação normal, recebendo também do Estado quanto seja necessário para sua vida diária e a de sua família; porém como já dissemos que tanto os homens quanto as mulheres trabalham igual, e todo o mundo o faz para o Estado, no período básico de instrução e educação infantil, a mãe é considerada “mestra” do filho. Deve ter-se em conta o já explicado anteriormente. No Reino de Munt a totalidade de seus habitantes recebe o mais completo ensinamento. Todos, homens e mulheres passam pelo mesmo processo que descrevemos no Capítulo anterior. Portanto, cada mãe está capacitada para ser, ao mesmo tempo, a professora de seus filhos, e isto é muito apreciado pelos sábios dirigentes desse mundo em que tanto valor e importância se dá à formação moral, intelectual, mental e psíquica do ser humano.

Isto contribui, ademais, para reforçar os vínculos de amor, de compreensão e muito respeito de todos no seio da família, considerada em GANIMEDES a célula substancial e básica da sociedade humana, fundamento em que estão cimentadas todas as suas instituições. Esse conceito familiar, poderíamos dizer patriarcal, domina em todos os aspectos da vida no Reino de Munt, estendendo-se desde o lar particular até os supremos níveis do Estado. A família é sagrada para eles. Desde a constituição dos lares, todo o seu desenvolvimento e evolução merecem o cuidado especial de todos os organismos estatais, porque do seio da família, qual um cadinho de mágicas propriedades devem sair todos os seres que encarnem nesse mundo com as formosas qualidades, com a superação moral requerida naquela sociedade, com a educação necessária para o absoluto domínio das baixas paixões provenientes da influência que, na Quarta Dimensão , exercem as forças negativas do Plano Astral ou da Alma. E a esse fim se encaminha, principalmente, aquele primeiro período de ensinamento para o que se considera o melhor ambiente, o seio do próprio lar.

O novo ser dispõe, assim, de tudo quanto seja necessário para aprender a viver em mundo tão elevado. E quando chega à idade de ingressar na segunda etapa, a “shamática”, tudo é proporcionado gratuitamente pelo Estado. Não é separado dos seus. Recebe a instrução em centros apropriados, mas permanece vivendo em seu lar. Só quando chega à terceira etapa, ou de especialização, havendo superado já a adolescência, ingressa em centros de instrução superior, igualmente do Estado, nos quais se mantém o mesmo regime de gratuidade absoluta e em que vive junto com os demais discípulos, aprendendo ao mesmo tempo que as matérias requeridas para uma auto-especialização a rígida disciplina que observam em toda a sua vida os habitantes desse Reino, e a íntima e estreita confraternidade que une a todos os seres desse mundo.

Chegado o momento em que terá que trabalhar, como todos os habitantes, homens e mulheres, o Estado o coloca no posto para o qual foi capacitado. Desde seu ingresso, tem

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assegurada sua vida até o dia, longínquo, de sua morte física. Desempenha suas tarefas, em qualquer ocupação que seja, sem receber nem pretender salário, soldo ou remuneração específica de nenhuma espécie, porque o Estado lhe proporciona tudo quanto necessite para subsistir: vestuário, alimentação, moradia, comodidades, transporte, distrações, viagens de lazer, serviços assistenciais de toda a ordem, comunicações etc. estão ao alcance de todos, na medida que os necessitem, nesse intercâmbio magistral entre o trabalho de cada qual para o Estado e a retribuição desse trabalho pelo Estado, proporcionando a todos e a cada um tudo quanto seja necessário para o desenvolvimento de uma vida feliz nos mais altos e amplos níveis, dos quais não possuímos na Terra a mais remota idéia...

A esse respeito cabe assinalar um detalhe singularíssimo daquela civilização: no Reino de Munt não existe dinheiro... Isto pode parecer absurdo para uma humanidade como a nossa. Aqui, o dinheiro é imprescindível para tudo. Porque sem ele não se pode comprar nem vender nada. Nosso mundo está dirigido para o comércio. O comércio domina todos os aspectos da vida terrena, até os altos níveis das relações internacionais. E num mundo dividido e numa multidão de Estados, a moeda é imprescindível para o intercâmbio comercial e o desenvolvimento econômico dos povos. Ainda mais, o comércio tem constituído uma das alavancas mais poderosas de nossa civilização, chegando a motivar os mais terríveis confrontos em todos os níveis, desde o íntimo e pequeno das famílias, até o grande das nações e de todos os povos do mundo, que lutam constantemente pelos mercados e as esferas de influência, gerando os conflitos e as guerras. O comércio favoreceu muito o progresso material de nossa humanidade; porém acostumando aos homens da Terra a medir tudo em termos de moeda, a negociar tudo para usufruto de uma riqueza material, nessa escola que nos ensina que tudo se pode vender e comprar, chegou-se, em todas as épocas e em todos os níveis, até o extremo, muito comum por certo, de negociar com a honra, com a alma e a consciência...

Em GANIMEDES não se compra nem se vende nada. Desde a mais tenra infância todos aprendem, como axioma, que todas as coisas materiais desse mundo, que todos os bens, frutos e produtos pertencem, por igual, a todos os habitantes do Reino.

Antes de terminar este Capítulo, devemos anotar algo mais sobre a constituição social dessa raça. Continuando com o exemplo do homem que chegou até a etapa de trabalho, é corrente que os filhos continuem vivendo ao lado de seus pais até que formem um novo lar. Temos dito como se destaca e se magnífica a família, elevando-a ao mais alto conceito nessa humanidade. De tal maneira, a eleição do cônjuge é também cuidadosa e sabiamente enfocada. O absoluto domínio do corpo astral ou alma, pelo conhecimento e trabalho consciente através do sexto sentido, permite a todos superar as manifestações comuns do instinto sexual, que na Terra chega a níveis inferiores ao dos animais . Os jovens de GANIMEDES, quando alcançam a etapa da puberdade, já obtiveram toda a instrução nos diferentes planos a que têm acesso por seu sexto sentido, para possuir o mais claro discernimento e a força volitiva e mental suficiente para proceder equilibrada, científica e harmoniosamente nesse campo. A união do homem e da mulher tem lá um elevadíssimo conceito. Suas condições especiais de clarividência os afastam de todos os erros tão comuns na Terra em matéria sexual. E sendo o lar e a família verdadeiramente sagrados nesse mundo, essa união sempre se realiza por amor e com a bênção dos pais, da Religião e do Estado. Quando dois jovens se conhecem e simpatizam, sua mútua clarividência evita as idiotas posturas dos principiantes da Terra. A recíproca atração de duas almas destinadas a unir-se está presente no pensamento de ambos. Eliminam rodeios e hipocrisias. O engano e a falsidade não podem existir. O amor se manifesta espontâneo em toda a amplidão das almas que se vêem e se entendem. E como a educação e a alta moral alcançadas nesse mundo seriam incompatíveis com os múltiplos desvios, subterfúgios e aberrações tão comuns entre os seres, ao tratar-se, compreender-se e amar-se com a mais elevada pureza de pensamento; para a união carnal só necessitam o cumprimento dos pequenos requisitos que a sociedade estabelece para o matrimônio. Como em tudo, lá também se facilita tudo o que é preciso para a felicidade dos enamorados. Jamais cabe a oposição familiar. A superação moral e fraternal reinante entre eles, afastou faz milhares de anos as mesquinharias e torpezas que muitos pais da Terra cometem. A leitura do pensamento e a visão permanente da Quarta Dimensão evidenciam, desde o princípio, se um casal está capacitado para unir-se dentro dos melhores augúrios. Isto conhecem,

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pessoalmente, os próprios noivos desde o primeiro momento. Todo o demais é facilitado logicamente. Acordado o enlace, este é comunicado às respectivas autoridades, civis e religiosas. Percorrem-se os trâmites pertinentes à constituição do novo lar e se realiza o matrimônio em conformidade com as práticas litúrgicas e legais que a tradição estabelece desde a mais remota antiguidade. Nada custa algo. Nem aos noivos nem a seus pais. O Estado, como sempre, proporciona todo o necessário. A cerimônia nupcial é igual para todos os habitantes do Reino: simples, amorosa, rodeada pelo afeto de parentes e amigos, como entre nós; porém sem afetação de vaidades, sem distinção de classes porque lá não existem diferenças de nível social, e dentro do marco de uma formosa cerimônia em que se reúne o material, o psíquico e o espiritual para a bênção efetiva, não fictícia como na Terra, senão materializada com a presença efetiva de grandes entidades cósmicas, como detalharemos ao tratar desse ponto no Capítulo da Religião.

Desde o momento em que se realiza o matrimônio, os nubentes contam com nova morada, com todo o mobiliário, utensílios de conforto e equipamentos de higiene e para a alimentação, proporcionados pelo Estado, onde poderão instalar seu novo lar ao regressar de uma etapa de descanso e de viagem nupcial em que tudo se lhes facilita pelo mesmo sistema descrito anteriormente. Nasceu uma nova família e o ciclo se repete, para todos, através da sábia e paternal organização desse Reino de super-homens.

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CAPÍTULO XIV

UM MUNDO SEM EXÉRCITO NEM POLÍCIA

De todo o exposto até aqui se depreende, por lógica dedução, que em GANIMEDES não pode haver exércitos nem forças armadas. Como conceber marinha num mundo que não tem mares? − Já explicamos nos primeiros capítulos que toda a água desse astro está repartida na multidão de lagoas, lagos e reservatórios existentes em todos os vales. Segundo a existência de cada um destes, é maior ou menor a área aquática. Muitos desses lagos ou lagunas foram formados pela ação inteligente dos habitantes, através de séculos, em sua constante expansão por toda a superfície do satélite. Quando chegaram nele, como temos visto, estabeleceram as primeiras bases no vale que foi depois o assento de sua capital, ou “Cidade Mãe” como a chamam e nos vales circunvizinhos. O vale “matriz” é um dos mais extensos e formosos do país. Rodeado por altíssimas montanhas cobertas de neves perpétuas e de brilhantes geleiras, entre as quais elevam ao céu, no geral celeste e limpo, seus brancos penachos de vapor oito majestosos vulcões. Referem as crônicas do Reino que em sua origem eram só cinco os vulcões; porém que os três restantes foram abertos e “fabricados” por eles a propósito, para aliviar a forte pressão interna sobre a superfície dessa região e para aumentar os coeficientes de forças, energias e materiais que eles obtêm. A planície em que se estende a cidade, bastante grande pois abriga dois milhões de habitantes, pode comparar-se em beleza panorâmica a alguns lugares da Suíça ou do Tirol. Rodeiam a zona urbana grandes campos cultivados e frondosos bosques de espécies desconhecidas na Terra, margeando um lago de cristalinas águas alimentadas pelas vertentes montanhosas. Nos limites próximos da cidade apreciam-se variadas instalações, refulgentes como tudo em GANIMEDES, que culminam em gigantesca represa.

Dissemos que não havendo mares não podiam existir armadas. Porém naquele plácido e pitoresco lago, como em todos de maior ou menor extensão, há diferentes tipos de embarcações: umas grandes, com linhas marcadamente elípticas e coberturas chatas, convexas e do mesmo acabamento rutilante como prata brilhante que se observa em todos os lugares; outras pequenas, de variadas formas, porém do mesmo material das grandes. São naves de passeio, coletivas as primeiras e familiares as pequenas, para o prazer e distração dos populares que as desejarem. Não são empregadas como meio de transporte porque este, em geral, é do tipo aéreo, e para evitar que as águas pudessem ser contaminadas ou sujas por tal motivo. Com efeito, com as magníficas e poderosas máquinas aéreas que possuem, todo o transporte de pessoas e materiais é feito pelo ar. O transporte terrestre só se usa entre as instalações subterrâneas. Em tais casos, a propulsão é do tipo elétrico, porém os equipamentos alcançaram limites verdadeiramente maravilhosos quanto à diminuição de espaço-peso-massa e em multiplicação de potência.

Agora vejamos o referente às forças armadas e policiais. Bem sabemos que os exércitos são necessários para resguardar as fronteiras de um país, fazer respeitar sua soberania na ordem internacional e, muitas vezes, no ambiente interno. Isto se justifica num mundo dividido em diferentes nações. Mas numa civilização estendida por todo o mundo dentro de um só Estado, para que serviria um exército?... Ainda pode argüir-se que para a segurança interna desse Estado. Isto, igualmente, explica-se, na Terra, por nosso atraso moral e de outras ordens... Porém, numa humanidade como a de GANIMEDES... − Se compreendermos os alcances de tudo o que foi exposto, resultaria absurdo, ingênuo, crer que o Reino de Munt possa necessitar de forças armadas...

Não pensemos, não obstante, que essa raça de super-homens é inerme. Longe disto! Contam com meios assombrosos, em seu formidável adiantamento científico e técnico para dominar, se quiserem, todos os mundos de nosso sistema planetário. Dissemos que, desde os tempos mais remotos, estabeleceram bases no espaço como a que descrevemos no começo desta obra. Temos dito, também, que essas bases, distribuídas estrategicamente em diversos pontos de nosso sistema solar serviram para estudar e conhecer todos os planetas, extrair e utilizar diversos materiais de vários deles, vigiar e controlar o desenvolvimento evolutivo dos mesmos, e poder cumprir as missões cósmicas emanadas do centro governante de todo o sistema

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que, como dissemos, é o Sol. Isto mantém estreita relação com suas atuais visitas à Terra, como as que efetuaram em outras épocas em cumprimento de Planos Cósmicos aos quais nos referiremos depois, nos próximos capítulos. Porém quanto à qualidade e extensão desse poder, recordemos o presenciado por nosso amigo Pepe em sua primeira viagem através do “Cinturão de Asteróides” já narrado e recordemos, igualmente, o fato misterioso e conhecido por todo o nosso mundo atual do fantástico e gigantesco blecaute que sofreu toda a costa oriental da América do Norte faz poucos anos. Na memória de todos, em nossa Terra, estão frescas, ainda, as notícias propaladas em todo o planeta daquele tremendo e inexplicável fenômeno. Uma noite, subitamente, cessou de repente a corrente elétrica ao longo de toda a Costa Atlântica, desde o norte do Canadá até o sul dos Estados Unidos. Ao faltar a energia desligarem-se, em seguida, nessa área, todos os mecanismos e aparelhos elétricos. As cidades ficaram às escuras. Pararam os trens, os automóveis; paralisaram as usinas, fábricas e oficinas. As pessoas ficaram encerradas nos elevadores, detidas nos subterrâneos, nas Lojas com portas automáticas... Tudo isto através de milhares de quilômetros numa extensa faixa de território que abrangeu centenas de cidades e povoações, entre elas a populosa Nova Iorque. O blecaute durou duas horas sem que as numerosas equipes de técnicos e engenheiros que buscavam a causa por todos os lugares, sem poder achá-la ou explicar o que acontecia, conseguissem localizar o defeito. Transcorrido esse tempo, voltou a corrente, da mesma forma súbita e misteriosa como faltou... Ninguém no mundo pôde explicar este fenômeno; porém o pânico, o desconcerto e a curiosidade de milhões de seres perduram ainda... Que aconteceu nessa noite nas costas orientais de toda a América do Norte?... Agora, desde GANIMEDES, nos vem a resposta: foram duas astronaves deles, não as de modelo maior, mas as de tipo para seis tripulantes, já descritas. Detidas no espaço, a uma altura impossível de ser descobertas, uma sobre o Golfo do México e a outra sobre o Atlântico, num ponto próximo ao Cabo Farewell, Groenlândia, estabeleceram circuitos de ondas que paralisaram toda a energia elétrica daquele setor... Não quiseram revelar o segredo dessa força, mas explicaram que havia sido um ensaio e um aviso, com íntima relação aos sucessos mundiais que se avizinham e com a futura missão cósmica em que terão de atuar para bem de muitos seres deste mundo.

Talvez não seja exato dizer que não contam com forças armadas, se consideramos a amplidão dos serviços aéreos, a quantidade de pessoas que neles trabalha, a perfeita organização e a férrea disciplina que se nota em todos e cada um dos elementos que os formam. E se temos em conta que as bases no espaço também estão compreendidas dentro dos organismos estatais que dirigem e controlam todos os serviços aéreos, e meditamos um pouco acerca do exemplo do sucedido naquela noite nas costas atlânticas da América do Norte, podemos pensar que tudo isto representa uma verdadeira organização aérea de tipo militar, ainda quando não manifestem, ostensivamente, nenhum propósito bélico.

Com respeito ao fenômeno do gigantesco blecaute mencionado, muitos acreditaram poder atribuí-lo a uma falha que, de alguma maneira, pudesse ser a causa, ainda que tal falha jamais se soube que tivesse sido localizada. E, em tal caso, ao ser possível tal hipótese porque os automotores, como os automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas, alheios por completo ao mencionado blecaute na corrente urbana, como meios independentes de propulsão, também se viram paralisados...?

Todo o material deste livro baseia-se nos informes proporcionados por nosso amigo como se explicou desde o começo. A maior parte deve-se a observações diretas de Pepe. Outras, à informação recebida por ele dos próprios habitantes de GANIMEDES. É lógico supor que haja muito mais que o captado até agora. Que possuam segredos e detalhes ou aspectos muito íntimos de sua civilização que não revelaram, ainda; ao menos até que haja alcançado maior confiança deles. Isto se depreende claramente de certas facetas de sua narração: no desenvolvimento informativo de vários temas, Pepe declarou-me que lhe haviam dito: “Com o tempo compreenderás e conhecerás novas coisas...”

Agora, antes de terminar este Capítulo, vejamos também como não é necessário o que entre nós conhecemos por “polícia”. O alto nível moral alcançado e as especiais condições de vida num mundo em que a Quarta Dimensão está presente para todos, segundo o que temos explicado, resulta supérflua uma instituição policial. Se não pode haver delinqüentes, porque a

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superação moral e psíquica, unida ao sexto sentido, o impede, que justificação teria organizar e manter um sistema policial, inclusive o estabelecimento de cárceres?... Neste campo de ação, todo o indivíduo é seu próprio guardião, e o conhecer e atuar simultaneamente no mundo e na Quarta Dimensão , está manifestando, em todos os instantes de sua vida física, a presença daquelas entidades superiores, suprafísicas encarregadas de vigiar e dirigir a evolução de todo o seu mundo. Ao não se poder ocultar nada, nem o menor pensamento, que sucederia a um indivíduo na suposição impossível de deixar-se arrastar por uma tentação? Todos quantos o rodearem, a sociedade inteira desse mundo, conheceriam, de imediato, sua intenção e o impediriam de realizá-la...

O que existe lá, para o melhor desenvolvimento da vida nas cidades, nos campos, e em todas as organizações através das quais se produzem e realizam os diferentes serviços, é o sistema coletivo de assistência social para a previsão e auxílio de emergência. Nele tomam parte, sem exceção, todos os habitantes do Reino, que se mobilizam automaticamente no lugar e na proporção em que forem necessários. Este mesmo serviço atende, de certa forma, tudo o que se relacione com a higiene, limpeza, e eliminação de desperdícios. Estes dois últimos aspectos são executados por meios mecânicos inteiramente automáticos, acionados por controle remoto e, em certos aspectos, por mecanismos eletrônicos de auto-controle, algo assim como robôs, de uma eficiência assombrosa. Ademais, a alta cultura e o esmerado asseio dos habitantes faz que em todo o lugar, até nos mais afastados cantos do Reino, se mantenha a limpeza e a higiene geral em níveis que superam até as salas de cirurgia de nossos mais modernos hospitais. O mesmo serviço comunal de assistência que acabamos de mencionar controla, também, este aspecto da vida em GANIMEDES.

E para terminar este Capítulo devemos dizer que lá tampouco se conhecem jornais, revistas, ou publicações como as que temos na Terra. Em todos os confins do satélite funciona uma gigantesca rede de comunicações por ondas eletromagnéticas e lumínico-sonoras que chega a todos os lares, centros de trabalho, dependências administrativas e oficiais, centros de cultura, saúde e lazer, sem que falte, em nenhuma parte, que capta, transmite e reproduz tudo o que sucede nos mais afastados lugares do Reino. Assim, imediatamente, toda a população conhece qualquer notícia; nada escapa ao olho e ao ouvido múltiplo daquele sistema-serviço gratuito como todos os demais.

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CAPÍTULO XVA RELIGIÃO NO REINO DE MUNT

Resulta interessante comprovar que a religião dos super-homens que habitam GANIMEDES é, em essência, a mesma doutrina de amor e confraternidade que predicou faz dois mil anos o Sublime Mestre Jesus, o Cristo nas margens do Jordão. Todos os ensinamentos fundamentais do primitivo cristianismo e muitas das práticas esotéricas costumeiras no período inicial da vida dos primeiros cristãos, encontram-se na base fundamental da estrutura religiosa daquele Reino de Munt. E para maior compreensão, cabe notar a assombrosa coincidência da forma como em GANIMEDES a figura central, ou personagem divina em torno à Qual gira todo o culto. Chamam-no com o mais profundo respeito e veneração: “O Sublime Mestre, Deus de Amor e de Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida”.

Nisto encontramos também outra surpreendente coincidência com práticas e lições ocultas de uma das mais antigas ordens iniciáticas de nosso mundo: a secretíssima dos “Cavaleiros da Mesa Redonda” já mencionada em outros capítulos deste livro. Entre os herméticos Irmãos Cavaleiros dessa tão antiga instituição esotérica, chama-se a Cristo, em nosso mundo, “O Sublime Mestre, Deus do Amor e do Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida”... A mesma fórmula, exatamente idêntica, o mesmo conceito e os mesmos ensinamentos fundamentais. Através de milênios de separação no tempo, e de mais de 760 milhões de quilômetros de distância no espaço, que relação existe ou existiu entre ambos...? Não estamos capacitados para resolver este mistério. Porém, vejamos: à medida que avancemos, descobriremos muitas outras coincidências e semelhanças estreitíssimas entre a religião desse mundo e várias doutrinas do nosso.

Porém se comprovamos abundantes concordâncias, vemos, também, profundas e múltiplas divergências na prática religiosa, com respeito à Terra. Em primeiro lugar, lá só há uma religião, como um só governo, A proliferação de credos, que é uma das tantas causas de divisão entre nossa humanidade, lá não existe. Sua religião é a mesma para todos, com uma mesma doutrina, uma filosofia uniforme e uma prática igual em todos os confins do Reino. E para todos e cada um dos seus habitantes. O dogmatismo, tão comum entre nós, foi superado pela explicação científica no ensinamento religioso, e pela comprovação metafísica nos diferentes planos cósmicos, tanto para a prática geral dos preceitos quanto na liturgia dos ofícios da profissão sacerdotal. Nos capítulos anteriores manifestamos que o Soberano reinante lá é, ao mesmo tempo, o Sumo Sacerdote. Porém o sacerdócio, em GANIMEDES, não pretende apoderar-se da consciência popular nem dominar a vontade e a mente de seus fiéis. Em todos os níveis eclesiásticos, reduzidos, na verdade, pois só há quatro categorias entre o sacerdote comum e o supremo pontífice, o labor diário está dirigido, principalmente para a instrução das grandes verdades cósmicas, sólido sustento de toda a doutrina, e as práticas do culto que não têm nada de teatral ou espetacular mas, sim, muito de comprovação objetiva dos ensinamentos prévios ou teóricos. As cerimônias ritualísticas são verdadeiras provas demonstrativas da existência e da interconexão dos diferentes planos cósmicos, ou da Natureza, das forças e energias que neles atuam e da estreita relação entre as diversas entidades superiores e inferiores que os povoam. Cada cerimônia, cada ritual, põe em evidência alguma ou várias dessas forças e entidades, porque o sexto sentido presente em todos, permite vê-las, ouvi-las, unir-se a elas, se conveniente, para realizar conjuntamente os maravilhosos serviços que em tais oportunidades têm lugar em benefício geral de todos.

Quando falamos do matrimônio no Capítulo precedente, prometemos dar maiores dados sobre a cerimônia. Vamos fazê-lo, como um exemplo do que vimos explicando. Dissemos que para todos, sem distinção, era igual, em sobriedade, ausência de luxo e aparência vaidosa na maravilhosa experiência de manifestação efetiva das grandes forças cósmicas que nesse ato intervêm. Os noivos avançam sozinhos até o centro do templo, que invariavelmente é de forma circular e em cujo centro está colocado o altar, uma simples mesa, redonda e de material dourado e refulgente ante o qual os espera o sacerdote. Todos os demais assistentes, pais, parentes e amigos, dividem-se em torno deles, porém a discreta distância, preenchendo o amplo espaço e

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formando assim um compacto círculo humano em cujo centro permanece o triângulo integrado pelos contratantes e o sacerdote que rodeiam o altar. Tudo isso tem um significado cósmico profundo: o recinto simboliza o universo; os participantes colocados em círculo em torno do altar, recordam os mundos e habitantes de nosso sistema planetário; girando em suas órbitas ao redor do Sol, representado pelo Altar; e os três personagens centrais da cerimônia vêm a ser o símbolo da Vida naquele astro. Não há qualquer imagem, qualquer objeto, tampouco utensílio material sobre o altar. O sacerdote veste uma longa túnica dourada, sem nenhuma espécie de emblema, e os noivos são cobertos, naquele momento, por seus respectivos pais, com um sutil e vaporoso manto branco. Isto simboliza a educação que os pais lhes deram para elevar suas almas aos altos níveis da pureza moral, mental e psíquica que todos estão vendo, com o sexto sentido, nos brilhantes resplendores de suas respectivas auras. Cumprido este primeiro rito e ocupando todos seus postos correspondentes, começa a cerimônia sacramental. O sacerdote eleva suas mãos aos céus imitado por todos os assistentes, inclusive os noivos. Uma prece muda toma forma no pensamento, visível, de todos, seguindo à prece que dirige o oficiante. Pouco a pouco vai se notando um suave rumor que parte de todos os lábios, como as notas muito tênues de uma salmódia. A pregação telepática, uniforme e concentrada, une-se na Quarta Dimensão às ondas sonoras que se está modulando naquela ladainha cantada e muda. À medida que a intensidade aumenta, sem chegar nunca a dissonâncias ou estridências, o recinto se vai iluminando com uma estranha luz dourada que aumenta em intensidade segundo a segundo. Junto com aquele brilhante resplendor, aprecia-se uma música melodiosa e de singular harmonia que envolve a todos num ambiente balsâmico. na parte central, exatamente sobre o altar, começa a notar-se como que um torvelinho de luz de lampejos fulgurantes que giram vertiginosamente ao princípio e que, diminuindo pouco a pouco a velocidade vão se condensando e tomando forma humana... Aquela figura resplandecente já é perfeitamente visível. É um ser de indescritível beleza que se mantém no ar, sobre o altar. De seus olhos e de toda sua pessoa brotam raios de potente luz dourada, branca ou ligeiramente celeste em combinações impossíveis de explicar em nossa linguagem. O Sacerdote oficiante baixa os braços e dirige suas mãos para os noivos. Estes, igualmente, baixam os braços e tomam-se as mãos. Nesse momento aquele Ser maravilhoso, materializado sobre o Altar, dirige seu olhar aos nubentes. Todo o templo transborda de harmonias impossíveis de explicar em nosso mundo. São melodias celestiais que vão acompanhadas por uma suave fragrância que invade todos os ângulos do templo e que exaltam os sentidos de todos os presentes. Em torno ao Ser resplandecente que se dispõe a abençoar os noivos, giram então uma série de entidades também luminosas, porém sem alcançar a magnitude do resplendor que brota da figura central. Tudo é um conjunto glorioso, divina emanação dos Planos Superiores da Vida, mensageiro celestial do Reino da Luz Dourada que, mais adiante veremos, em verdade, é o Reino de Cristo...

Aquele belíssimo e esplendoroso Ser, dirige suas mãos, o mesmo que o sacerdote, em direção dos nubentes unidos em amoroso laço. Das divinas mãos da aparição brotam feixes de luz, como raios que envolvem os noivos, e algo assim como um coro de mil distantes vozes é percebido claramente por todos os assistentes. A visão se vai esfumando. Cessam as vozes e as harmonias, extinguem-se os lampejos luminosos e tudo volta à normalidade anterior. Os dois esposos acabam de formar um novo lar consagrado, não por homens mortais como na Terra, senão, diretamente, pelas altíssimas entidades daquele Reino da Luz, do Amor e da Vida a que tantas vezes mencionou Cristo quando, há dois mil anos, nos dizia: “Meu Reino não é deste Mundo... Sigam-me porque Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida...”

Dâmo-nos conta de que parecerá fantástico à maioria dos leitores. Não podemos evitar que pensem assim aqueles que ignorem as grandes verdades do Cosmos. É o mesmo caso que, em outras partes deste livro, comparamos com o que pensariam há cem ou duzentos anos, se lhes houvesse descrito naquele momento nossa atual televisão, radar, computadores eletrônicos ou as viagens à Lua em máquinas controladas por controle remoto... Quem ignora, não está em condições de opinar sobre isto. Porém todo aquele que possua uma cultura metafísica e que tenha conseguido algum progresso nas ciências esotéricas, compreenderá que estamos referindo a fenômenos positivos, a fatos reais e comuns nos Planos Superiores do Cosmos.

Muitos, também, perguntar-se-ão o que significa tudo isto de “A Luz Dourada”, “Reino

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Solar de Cristo”, “Mensageiros do Reino da Luz Dourada” etc. Vamos explicá-lo. Já dissemos em diferentes passagens desta obra como é conhecido, amplamente, nosso Sistema Solar, pelos super-homens dessa raça. E também explicamos o referente à Quarta Dimensão e ao Sexto Sentido. Com tal bagagem de conhecimento não é de estranhar que consigam, em sua ciência e em sua religião, conhecer que a estrela primária de nosso sistema planetário, o Sol, seja realmente a morada, o mundo em que se assenta a Vida num “Reino da Natureza” inteiramente superior a tudo imaginável na Terra. Isto, à primeira vista, pode parecer engraçado ao ignorante, ao cético e ao materialista. Porém muitos cientistas de nossa época atual já vislumbram que a Vida pode manifestar-se em milhares de formas, não só nas que nós compreendemos. Para a Vida que emana dos mais altos níveis do Cosmos, que é completamente imaterial, com absoluta independência do meio em que lhe corresponda manifestar-se e que o espírito, participante dessa vida e perpetuamente imortal, pode, assim mesmo, atuar livremente em qualquer plano da Natureza e assentar-se em qualquer mundo, sem que as condições ambientais desse mundo o afetem por sua própria imaterialidade; um mundo como o Sol, em que a vida material, física, é inconcebível pode, não obstante, ser a morada, o reino especial de um tipo de seres, isto é, espíritos que nele concentrem a força incomensurável de sua inteligência e poder para os Supremos Fins da Sabedoria Infinita do Criador... E esta é a verdade. O Sol, não é somente o centro astronômico de nosso sistema planetário, cuja força de gravidade mantém em suas órbitas tantos outros corpos celestes. Não é unicamente a fonte central de energia e forças que irradia a todos eles, como já sabem nossa Física, nossa Química e todas nossas Ciências Naturais e Astronômicas... É também o centro, a Matriz, numa palavra O REINO, onde se encontram, como uma gigantesca central distribuidora, todas as Forças, todas as Inteligências, todos os Poderes da Natureza e o Cosmos relacionado com todos os mundos e todos os seres que integram a grande família de Seu sistema planetário. E essa central gigantesca, esse reino sideral não é outro que o Reino Cósmico, o Trono Supremo desde o qual governa todo um sistema solar Aquele Sublime e Grande Espírito a Quem na Terra denominamos O Cristo...

Isto o sabem, com provas como tudo, em GANIMEDES. E dão os nomes mencionados acima. Quanto a este ponto, devemos manifestar que na Terra também o conhecem muitos. Nos grandes lamastérios do Tibet e em alguns da Índia e do Nepal se chama o Sol “ O País da Luz Dourada” e os Grandes Lamas possuíram sempre o segredo desse nome. Entre os Cavaleiros da Mesa Redonda tudo isto é conhecido amplamente, e o mesmo que em GANIMEDES, denominam o Sol “O Reino da Luz Dourada”. E na mais remota antiguidade, porque adoravam o Sol as mais cultas e avançadas civilizações daquela época? ... Egito, Pérsia, Tiahuanaco, Maias, Astecas e Incas centralizaram no Sol o supremo culto de suas religiões e, sob diferentes nomes, pelos diferentes léxicos puseram o Sol na cabeça de suas complicadas teogonias. Nesses longínquos tempos não se explicava ao povo as grandes verdades cósmicas ocultas na simbologia. Eram segredos conhecidos por poucos sacerdotes, nem todos, senão os verdadeiros iniciados nas ciências herméticas, como aqueles “Irmãos da Esfinge” já mencionados no princípio desta obra. Os historiadores comuns creram ver nisso − no culto ao Sol − o reconhecimento, somente, das forças e energias físicas, luz, calor etc., que dão vida químico-física aos muitos dependentes do astro-rei. Assim explicaram à posteridade. Porém aqueles que têm estudado, em diferentes épocas, a metafísica profunda naquelas escolas esotéricas tantas vezes mencionadas, sabem que existem muitas provas do outro aspecto, coincidentes em tudo com o que em GANIMEDES constitui uma verdade comprovada e um fundamento essencial de sua Religião. A este respeito podemos dizer que, no Tibet, antes que a China comunista o invadisse convertendo-o numa sua província, os Dalai-Lamas e os mais altos lamas conheciam e guardavam no mais cuidadoso segredo um volumoso papiro egípcio dos tempos da Segunda Dinastia − isto há mais de cinco mil anos − que a tradição para chegar até seu longínquo país conduzido por dois “Irmãos da Esfinge” na época em que se estava derrubando o Reino dos Faraós pela decadência dos Ptolomeus. É conhecido em todas as escolas ocultas dos antigos mistérios o êxodo dos últimos “Irmãos da Esfinge” antes que chegassem os romanos a conquistar as terras do Nilo. Sabe-se como repartiram seu mundo, estabelecendo novas escolas de suas ciências em diferentes lugares da Terra. Os Rosacruzes da Europa medieval foram uma delas. E

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no volumoso rolo de papiros confiado à custódia e perpétua instrução dos mais sábios lamas do Tibet, entre muitos ensinamentos relacionados com o Cosmos, estava o que se refere ao Sol como sede central de um “Reino de Grandes Espíritos, Deuses dos mundos que o envolvem, que governam os céus e a Terra, os homens, animais e plantas, e todas as coisas que dependem do domínio e vontade suprema de Amon-Ra”...

Esta alusão não pode ser mais clara. Interpretando as amplas lições do papiro, à luz dos conhecimentos emanados do sexto sentido e da Quarta Dimensão , “Amon-Rá”, o pai da teogonia do antigo Egito, não é só o disco solar, o astro físico central de nosso sistema planetário, senão o Grande Espírito que o rege como Rei e Senhor de todo o sistema. E esse Grande Ser, reconhecido e reverenciado pelos “Irmãos da Esfinge”, pelos Magos de Zoroastro na antiga Pérsia, pelos sacerdotes iniciados dos Maias, Astecas e Incas, é o mesmo a quem os homens do Reino de Munt consideram “O Sublime Mestre, Deus de Amor e de Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida”...

Se todas estas coisas fossem conhecidas pelos sacerdotes das diversas regiões da Terra, em diferentes lugares e épocas, quantos erros e crimes haver-se-ia evitado!... Porém nossa humanidade estava, ainda, na infância da evolução. Não podemos estranhar que assim seja se comparamos os povos com os indivíduos que os formam. Que distância tão grande, em faculdades, experiência, sabedoria e poder há entre uma criança terrena e um adulto instruído. E essa distância se multiplica até o Infinito se tomamos como elementos de comparação dois seres pertencentes a tipos ou níveis de evolução muito afastados, por exemplo, o membro de uma raça de pigmeus da Austrália e um homem de ciência atual. E essa progressão, como já se disse, alcança o infinito. É o resultado iniludível das leis cósmicas que governam a Evolução Universal. Isto já tratamos ao nos ocuparmos da Quarta Dimensão e ao explicar a Lei da Reencarnação.

Já que chegamos a este ponto, devemos anotar, também, que o conhecimento profundo e comprovado pela experiência na Quarta Dimensão da “Lei Cósmica da Evolução Progressiva Universal” e da Reencarnação constituem verdadeiros pilares fundamentais da Religião em GANIMEDES. Por todo o explicado na Segunda Parte deste livro, abstemo-nos de repetir informação que seria redundante. Porém temos de mencionar certas coincidências notáveis entre os conceitos e os fundamentos religiosas dessa raça e nossa humanidade, procurando esclarecer divergências de opinião e os graves erros que na Terra têm motivado sua ignorância.

Não vamos deter-nos, principalmente, nas antigas e modernas religiões que participam daquele conhecimento, como as da Índia e do Tibet. Nem de repetir o vasto domínio que existe do tema em todas as escolas esotéricas. Queremos nos referir, muito particularmente, ao grande bloco cristão, sem diferenças de igrejas, por ser o Cristianismo a última e mais elevada concepção religiosa a que chegou o processo evolutivo correspondente na etapa atual de nossa civilização. Vimos explicando que a religião em GANIMEDES participa de todos os elementos essenciais contidos nos sublimes ensinamentos de Cristo, e que a diferença que pode haver entre a denominação e conceito absoluto do personagem se deve, unicamente, a diferenças de léxico, muito pequenas e relativas, porém em maior grau à distância enorme do desenvolvimento evolutivo de ambas as humanidades. Todas as lições substanciais da doutrina crística estão presentes, de maneira inconfundível, na doutrina básica da religião de Munt. E não só estão presentes como corpo da doutrina e como guia filosófico. São verdadeiras forças vivas que têm sua manifestação objetiva no desenvolvimento moral, psíquico e mental de todos os seres que habitam esse mundo. De que maneira puderam gravar com tal intensidade, com tão poderosa influência na mente e na alma de toda essa humanidade? ... Primeiro, pelos métodos de ensinamento dos pais, mestres e sacerdotes, que jamais pretenderam obrigar a crer em determinada verdade ou como um dogma imposto e não explicado. Em segundo lugar, por aquele sexto sentido que permitiu a todos, mestres e discípulos, comprovar a realidade do ensinamento em todos os níveis da Vida, desde o mundo físico até domínios superiores à Quarta Dimensão . E assim se tem comprovado, desde os tempos remotos do Planeta Amarelo de origem , o processo evolutivo e seu imediato instrumento, a Reencarnação. Esta grande verdade, sem a qual não tem lógica nem explicação a variedade de estados, formas e níveis de vida, desde o mais ínfimo até o supremo em todo o Universo, também foi ensinada na Terra por Cristo... !

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Tomemos a Bíblia, no Evangelho de São Mateus, Capítulo ll, Versículos 13 a 15, o Senhor falando com seus discípulos sobre a missão de João, o Batista, disse: “Porque todos os profetas e a Lei até João profetizaram. E se queres receber, ele é aquele Elias que haveria de vir. O que tem ouvidos para ouvir , ouça”... Mais adiante, no mesmo Evangelho, Capítulo 17, Versículos de 10 a 13, repete: “Então seus discípulos lhe perguntaram, dizendo, porque dizem, pois, os escribas que é necessário que Elias venha primeiro? − e respondendo Jesus, disse-lhes: “Em verdade, Elias virá primeiro, e restituirá todas as coisas. Mas vos digo que Elias já veio e não o conheceram ; antes fizeram nele tudo o que quiseram; assim também o Filho do Homem padecerá com eles. − Os discípulos então entenderam o que lhes falou de João, o Batista “... No Evangelho de São Marcos, Capítulo 9, Versículos 10 a 13, falando sobre a ressurreição dos mortos, lê-se: “E retiveram a palavra em si, altercando, o que seria aquilo: Ressuscitar dos mortos”. − “E perguntaram-lhe, dizendo: Porque os escribas dizem que é necessário que Elias venha antes? “− E respondendo lhes disse: “Elias, na verdade, veio antes, restituirá todas as coisas: e como está escrito do Filho do Homem, que padeça muito e seja tido em nada”. “Entretanto, digo-lhes que Elias já veio, e lhe fizeram tudo o que fizeram, como está escrito dele”... No Evangelho de São João, Capítulo 3, Versículo 1 a 7 lemos uma das mais claras referências. Diz assim: “E havia um homem dos fariseus que se chamava Nicodemos, Príncipe dos Judeus. De noite, este veio a Jesus, e disse-lhe: Rabi, sabemos que vieste de Deus como Mestre; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, senão não fosses Deus como Ele. Respondeu Jesus, e disse-lhe: De certo, de certo te digo que o que não nascesse outra vez, não pode ver o Reino de Deus” − Disse-lhe Nicodemos: Como pode o homem nascer sendo velho? Pode entrar outra vez no ventre de sua mãe e nascer? − “Respondeu Jesus: Com efeito, te digo que o que não nasce da água e do espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne, carne é; e o que nasceu do espírito, espírito é. Não te maravilhes com o que te disse: Pois é necessário que todos nasçam outra vez”.

Através dos séculos se tem pretendido interpretar sofisticamente estas concretas palavras do Salvador, empregando os mais complicados jogos da dialética teológica. Porém Cristo referenda sua afirmação a Nicodemos com estas palavras: “Com efeito, te digo que o que não nascesse da água e do espírito não pode entrar no Reino de Deus”... Todos sabemos que para nascer o corpo físico passa por um período de nove meses no claustro materno, dentro de uma bolsa cheia de água que é a placenta. Assim, pois, confirma a necessidade de voltar a nascer em corpo físico, ou de carne, e com seu correspondente Ego, ou seja, o Espírito. E volta a repetir: “Não te maravilhes que te diga: É necessário que todos nasçam outra vez”.

Pode haver declaração mais concreta, direta e objetiva sobre a Lei de Reencarnação? Através da Bíblia muitos exemplos. Estes nos bastam. Nos “Registros Akáshicos”, Plano Cósmico em que está gravado tudo quanto sucedeu e sucede num mundo, plano que também é conhecido pelas escolas iniciáticas com o nome de “Memória da Natureza” e em que se encontram as fontes da Profecia por encerrar em suas regiões superiores todo o Passado, o Presente e o Futuro, pode-se ver como se ensinavam todas essas verdades suprafísicas aos primeiros cristãos ; e nos tempos das perseguições romanas, nos segredos das catacumbas e das reuniões clandestinas, todo esse ensinamento foi a chave da misteriosa força demonstrada pelos milhares de mártires cristãos, que marchavam para a morte com inteireza, serenidade e até, em muitos casos, com alegria de quem está seguro que a morte não é a destruição final, e que através dela o espera um futuro promissor e belo.

Cabe, agora, perguntar: Porque se esqueceu, ocultou e negou posteriormente, o ensinamento da Reencarnação no Cristianismo? − Com efeito, a partir do Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia, no ano 325 da Era Cristã, e dos posteriores concílios desse século, quando se inicia a vida pública e livre da Igreja, ao amparo dos decretos do Imperador Constantino e com já nascente proteção do Estado para a nova religião, vai-se esquecendo o ensinamento esotérico daquela grande verdade do Cosmos, até perder-se por completo nos séculos tenebrosos de ignorância e de superstição da Idade Média. Não pretendemos investigar o mistério de seu desaparecimento, do conjunto doutrinário que depois se predicou a todos os cristãos nos séculos posteriores. Porém aí estão, nos Evangelhos, as palavras categóricas, as afirmações positivas de

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Jesus Cristo a Nicodemos sobre a necessidade, iniludível, de voltar a nascer, de renascer, para poder chegar ao Reino de Deus... E à medida que aumentava o poder da Igreja, que se acrescentavam suas riquezas materiais e seu domínio sobre as consciências dos povos e dos seus governantes, difundiam-se mais os dogmas criados pelos homens, e se explicavam menos os grandes mistérios do Cosmos, as profundas e imutáveis Leis Fundamentais da Vida, que em poucos anos transformaram em titãs os primitivos cristãos, como o provam as listas heróicas dos mártires do Primeiro e Segundo Séculos. Porque se afastaram, em muitos aspectos de básica importância os governantes da Igreja medieval, da essência e do caminho traçado pelo Salvador? Exemplos destes há muitos na história. Que o digam, senão, os rios de sangue vertidos pelos cruzados, em nome do Deus do Amor, do Perdão, da Paz e da Confraternidade Humana... Como explicar essa abominável instituição, sarcasticamente chamada a “Santa Inquisição”? ... E as aberrações, crimes e violências praticadas até por Papas e Cardeais, entre a Idade Média e o Renascimento, e que foram a causa dos cismas protestantes e das guerras de religião que, até hoje, enfrentam uns cristãos contra outros, convertendo-os em feras, como estamos, ainda, contemplando na convulsionada Irlanda... E tudo isto em nome de um Deus de Amor, de Paz e de Humanidade... ?

Não seguiremos adiante. Só pretendemos fazer uma ligeiríssima comparação entre nosso “Cristianismo” e o “Cristianismo Esotérico” dos homens de GANIMEDES. Lá não existe o símbolo cristão do Crucificado, porque nessa civilização não se crucificou jamais ao Rei do Reino do Amor, da Verdade e da Luz, como o crucificamos desde os dias do Calvário, até agora, em todos os povos, em grande parte das almas e das instituições deste mundo...! Por tudo isto é que se revelou ao discípulo vidente, na Ilha de Patmos, o Apocalipse transcrito por São João. E essa profecia tremenda que já está se cumprindo, terminará muito em breve nos próximos trinta anos; e nela, também, está assinalada a missão que, por desígnios do Reino da Luz Dourada, começam a cumprir, com suas contínuas visitas à Terra, as astronaves do Reino de Munt. Faltam poucos anos para que toda nossa humanidade contemple, absorta, a chegada de numerosas esquadrilhas que trarão os super-homens dessa raça, no desempenho da missão apocalíptica para a qual foram designados, missão que trataremos de explicar nos próximos capítulos e que tem a mais íntima relação com o Juízo Final prometido pelo Salvador.

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CAPÍTULO XVI

RELAÇÕES EXTRATERRESTRES COM A TERRA

Em várias oportunidades nos referimos às contínuas visitas realizadas ao nosso planeta por homens de outros mundos. Agora chegou o momento de explicar como, em verdade, muitas delas foram mais que simples visitas de estudo ou de investigação. Com todo o informado até aqui, poderá o leitor compreender melhor a estreita relação existente entre as humanidades que habitam nosso Sistema Solar sob a sábia e vigilante direção daquele reino central a que temos nos referido como o “Reino da Luz Dourada”, e sua Corte de Grandes Espíritos que clareiam a evolução de todo o conjunto, apesar do que queiram pensar ou opinar os homens da Terra, muito em especial os ignorantes ou maliciosos “fariseus” das diferentes religiões que durante séculos se pavonearam como “ministros de Deus”, criando dogmas e mitos que hoje começam a desmoronar diante do avanço inexorável da Verdade e da Luz, para o próprio cumprimento dos imutáveis Planos Cósmicos dirigidos desde aquele Sublime Reino Central onde assenta seu Glorioso Poder o Sublime Senhor a Quem já temos chamado várias vezes “Deus do Amor e do Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida”.

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A ORIGEM DAS RAÇAS

Nos Capítulos anteriores só fizemos referências. Simples esboços de algumas daquelas visitas. Agora vamos tratar de explicar um bom número delas, tomando como exemplo as mais notáveis e fáceis de entender, entre a grande quantidade de intervenções que, para o melhor desenvolvimento da vida inteligente em nosso planeta, tiveram nos primitivos albores da civilização terrestre humanidades vindas de outros mundos.

Em primeiro lugar vamos fazer referência a um fato capital, a um fenômeno inegável que, até hoje, não pôde ser explicado satisfatoriamente nem pelos antropólogos, arqueólogos, paleontólogos, nem mesmo pelos sacerdotes das diferentes religiões: a variedade de raças na Terra. Se nossa humanidade teve uma mesma origem, se descende, toda − como a Bíblia narra no Gênesis, de Moisés − de um casal original, Adão e Eva, primeiros pais de todos os seres humanos, como explicar a série de contradições que brotam do texto bíblico, contradições impossíveis de negar a quem estude o Gênesis com critério científico imparcial?...

Adão e Eva se nos mostram como pertencentes à raça branca. Todos os seus descendentes imediatos, na longa lista bíblica até Noé, possuem os caracteres morfológicos e antropomórficos distintivos da raça. E se toda a humanidade foi exterminada pelo Dilúvio, lógico é que a nova humanidade nasceu da descendência direta de Noé. A ciência demonstra que as leis da herança não permitem manifestar caracteres diferentes enquanto não intervêm elementos novos que introduzam novas características raciais, ou seja, a mistura de raças na procriação de novos seres. Como explicar, então, que de pais sem nenhuma característica alheia à raça branca, pôde nascer a raça negra, a raça vermelha, a raça cor de cobre e a raça amarela?...

A resposta a tal enigma, que tem ocasionado centenas de discussões e até muito ateísmo, chega-nos agora de GANIMEDES. Adão não foi um homem, um indivíduo, senão toda uma raça: a branca, última das raças assentadas na Terra. Isto não contradiz a Bíblia porque todos os discípulos das diferentes escolas esotéricas sabem que o Gênesis, como a grande maioria dos textos sagrados mais antigos, foi escrito em certas partes de uma forma simbólica. A criação do homem ali aludida representa amplo e infinito processo cósmico, em que as figuras dos textos literais se referem a fenômenos abstratos e suas conseqüências objetivas a diferentes planos da Natureza. O pó da Terra com que Deus aparece formando o homem é a matéria que forma todos os mundos em nosso sistema planetário. Tem os mesmos componentes materiais, químico-físicos, os mesmos minerais que integram, como sabemos, nosso corpo, e o espírito infundido, à maneira de “sopro” divino, segue o processo já explicado quando falamos da Quarta Dimensão . Ademais, se conhecemos o significado hebraico da palavra Adão, veremos que é “humanidade”. E isto encontramos, também no Gênesis: no Capítulo 5, Versículo 2: “Varão e fêmea os criou; e os bendisse, o dia em que todos foram criados”.

Se acrescentarmos a isso a aparente contradição que se percebe nas diferentes passagens referentes ao diálogo entre Deus e Caim, depois do assassinato de Abel, em que Deus põe a marca em Caim para que não seja perseguido e morto ao fugir do Éden, quem ou quais poderiam fazê-lo, se só foram Adão e Eva, com Caim, os únicos habitantes da Terra nesse momento? E vemos, também, que Caim, segundo o Capítulo 4, Versículos 16 e 17, dirigiu-se à Terra de Nod, onde conheceu a que foi sua mulher e com a qual teve seu filho Enoch. Era, portanto, outra região já habitada por outros seres humanos. Isto prova que não só Adão e sua mulher eram os únicos habitantes do planeta... Quem eram os outros, e de onde saíram?

Além disso, no Capítulo 6 do Gênesis, Versículo 2, lemos: “Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram mulheres escolhendo entre todas” - bem claro está que se tratava de dois tipos ou raças de seres humanos, neste caso; “os filhos de Deus” e “as filhas dos homens”. A explicação para essa confusão é, sem dúvida, muito simples. A raça adâmica, ou branca, ao chegar à Terra, já encontrou nela outras raças mais velhas, ou anteriores. E elas foram, por ordem cronológica, a raça lemúrica, ou negra e a raça atlante, ou vermelha.

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A raça negra pode dizer-se que foi a única autóctone da Terra. Teve sua origem num grande processo evolutivo muito anterior à chegada, a nosso planeta, dos primeiros representantes do que, depois, foi a raça atlante. Desenvolveram-se principalmente num continente hoje desaparecido. A Lemúria estava localizada numa grande extensão do que hoje é o Oceano Pacífico. Num desenvolvimento de milênios, conseguiram disseminar-se até às costas do sul da África. Austrália e Nova Zelândia são restos daquele grande continente que desapareceu sob as águas numa série de cataclismos sucessivos, num período de mais ou menos dez mil anos; sua existência teve lugar, provavelmente, entre oitenta mil e quarenta mil anos atrás. Nessa época a Terra ainda tinha duas luas. A outra era de tamanho menor que a atual e girava numa órbita mais ampla, a quase o dobro de distância que a atual. Referem as informações obtidas por nosso amigo em GANIMEDES que a influência combinada proveniente de ambas as luas motivou um crescimento notável do corpo físico em homens e animais, e isto foi a causa de que nesses tempos viveram homens gigantescos no planeta. Por outro lado, isto se menciona, também na Bíblia.

Essa lua menor e mais afastada foi atraída, violentamente, por um grande corpo celeste que cruzou com a Terra há aproximadamente trinta mil anos. A influência tremenda exercida sobre nosso astro por aquele insólito visitante foi, em verdade, a causa do tremendo cataclismo final que transformou a geografia na época. Muitas porções superficiais em diferentes lugares do globo fundiram-se sendo invadidos pelas águas que formaram novos mares. E outras, até então submersas, emergiram. Disto a Geologia tem abundantes provas, e muitos homens da ciência e até simples cidadãos comuns tiveram a oportunidade de ver e estudar os extensos campos cobertos com resíduos marinhos em diferentes lugares elevados de nossos atuais continentes. Em muitos cumes da Cordilheira dos Andes; no altiplano do Peru e Bolívia, a mais de quatro mil metros de altura; em vários lugares dos Himalaias, entre cinco e sete mil metros de altitude e até em pleno centro do atual Deserto do Saara, encontra-se abundante sedimento de conchas e toda a classe de restos marinhos que provam como, em verdade, foram fundos os mares desaparecidos.

A segunda raça, ou seja, a vermelha, foi de origem extraterrestre. Para ser mais concreto, foi venusiana. Nos albores da nova era, que começou para nós faz exatamente 28760 anos foram transportados, em diferentes grupos e num período de mais ou menos cem anos, muitos dos habitantes do planeta Vênus, por astronaves provenientes do Planeta Amarelo, do qual nos ocupamos anteriormente. As crônicas do Reino de Munt narram que nesses remotos anos se estava gestando em Vênus terríveis transtornos, mutações catastróficas e mudanças ambientais que dariam lugar à extinção total da vida nesse astro. E que por mandato expresso dos Sublimes Seres Governantes do Reino da Luz Dourada, tiveram que intervir para salvar a humanidade daquele Planeta. Não era uma humanidade tão adiantada como a deles. Porém já tinham um grau bastante elevado de civilização. Não foi tarefa fácil fazê-los compreender tão extraordinária missão e vencer o temor que à maioria lhes inspirava a presença dos habitantes do Planeta Amarelo, descendo em máquinas de fogo desde os céus inteiramente nublados de Vênus. Porém os mais sábios puderam entendê-los e dar-se conta do perigo. Assim, por grupos, foram sendo transportados à Terra, onde se estabeleceram, principalmente, no grande continente que chamaram a “Terra de Mu”, a famosa Atlântida dos egípcios e de Platão. No curso dos séculos, num período de mais ou menos dez mil anos, aquela pujante e sábia raça havia desenvolvido a grande civilização atlante, centralizando seu poder no extenso continente em que se assentavam dez reinos, como as mais antigas tradições egípcias e maias nos recordam. E nessas tradições se conservava, até os tempos mais próximos, a história “daquele povo descido dos céus”, ao qual, também, conheciam como vivendo no “País de Mu”.

A existência da Atlântida, tão discutida até hoje, deixou profundas marcas na grande maioria dos povos antigos de nosso planeta. Seria muito extenso e fora do tema desta obra pretender explicar a infinidade de provas de toda a ordem que abonam sua poderosa influência no mundo do passado. Todas as religiões dessa etapa de evolução de nossa humanidade; os costumes, ritos, tradições de muitos povos, especialmente nas três Américas; muitos dos marcos de civilização dos primitivos gregos, fenícios e etruscos; até os atuais habitantes do norte da África registram a influência atlante em suas origens. Existe uma grande bibliografia sobre o

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tema, a que podem recorrer aqueles que se interessarem. Porém não será demais indicar que os atlantes, em sua grande expansão pelo mundo daquela época, chegaram aos confins do norte da América, transpuseram o Mediterrâneo e alcançaram as margens do Nilo e as então férteis planícies da Mesopotâmia e de toda a Península Arábica.

Um recente livro dado à publicidade pela arqueóloga alemã Karola Siebert, apresenta abundância de irrefutáveis provas da presença e da influência genuinamente atlante e venusiana daquelas raças e de suas civilizações na costa ocidental da América, especialmente no Peru. Demonstrou a senhora Siebert a existência, em abundantes ruínas pré-incaicas, dos principais elementos ritualísticos simbólicos, tradicionais e até costumeiros daqueles homens de origem venusiana. A esse respeito é muito interessante conhecer que no Altiplano entre Peru e Bolívia, nas famosas ruínas pré-incaicas de Tiahuanaco, encontra-se o monumento mais antigo do mundo: A Porta do Sol, que tem esculpida no centro a figura do deus rodeado por outras figuras com asas, clara alusão a seres alados ou descidos do céu, e que em tão formidável monumento existe, também, esculpido, um calendário considerado como o mais antigo que se conhece pois as provas do Carbono 14 atribuem-lhe mais de quinze mil anos. Porém o surpreendente de tal calendário é que representa o ano venusiano, com os 255 dias terrestres e os meses de 24 dias, exatamente. E merece citar-se, igualmente, o escrito faz muito anos pelo famoso historiador, filósofo e sábio professor da Universidade de São Petersburgo, Dimitri Mereshkowsky, em seu livro: “O Segredo do Oeste”: “Os restos da Atlântida submersa encontram-se no misterioso Egito, México e no Peru”.

E agora passaremos a ocupar-nos da terceira raça: a raça de Adão, ou branca, chamada também caucásica, e que apareceu na Terra mais ou menos em meados de nossa atual etapa evolutiva, dentro do conhecimento cósmico da existência de ciclos, ou “revoluções cósmicas” com uma duração de 28.791 anos cada um. A esse respeito, a informação obtida desde GANIMEDES por nosso amigo é categórica. Refere que os primitivos representantes dessa raça foram trazidos à Terra por astronaves do grande império, que, mais tarde, seria chamado “Reino de Munt”, como vimos em Capítulos anteriores. Explicaram-lhe que nessa época, há mais ou menos doze mil anos, quando ainda perduravam no Planeta Amarelo as últimas contendas entre os dois poderosos blocos étnicos em que se dividiram, como já vimos anteriormente, um numeroso grupo de prisioneiros do país vizinho, que não podia ser assimilado por sua civilização, pois não alcançavam o alto nível moral requerido, foi transportado para nosso planeta, localizado nos territórios então desabitados por inférteis e com abundância de recursos naturais que agora conhecemos como Síria, Jordânia e Iraque. Isto explica, hoje, diferentes passagens da Bíblia, entre elas a expulsão do Éden dos primeiros genitores dessa raça, como castigo. Vieram, com efeito, de um mundo superior, de um mundo em que se desenvolvia uma civilização facilmente comparada com o Paraíso. E vinham ao mundo no qual teriam que “trabalhar com o suor de seu rosto”, e onde teriam que “sofrer e sentir dor” e “onde conheceriam a morte”, pois já vimos que no Reino de Munt esta já não existe, como se explicou em Capítulos anteriores.

Tudo isso concorda, ampla e logicamente, com o relato bíblico. E agora vamos ver, também, a explicação que deram aqueles super-homens a diferentes casos referidos pelo Antigo Testamento, comprovando, assim, a permanente intervenção que tiveram no desenvolvimento e evolução dessa raça em nossa Terra. Previamente temos que acrescentar o que se explicou a Pepe: sempre atuaram e atuam por ordem e direção dos Supremos Senhores do Reino da Luz Dourada. Porém, antes de passar ao ponto seguinte, devemos anotar que, pouco tempo depois de trazer aquele primeiro grupo de “emigrantes” transportaram também outro grupo que deixaram nas costas setentrionais do Mar Negro, na região compreendida entre as desembocaduras dos rios Dnieper e Danúbio. Esse segundo núcleo de seres da raça branca foi o que, ao espalhar-se com o correr dos séculos, subindo pelas margens de ambos os rios povoaram toda a Europa.

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O DESVIO DO NILO

A formidável civilização do antigo Egito não haveria existido jamais, não fora a intervenção daquela super-raça extraterrestre nos destinos de nossa humanidade. Sempre se disse que o Egito era um produto do Nilo. Porém nesses remotíssimos tempos o Nilo não percorria o que, depois, foi o poderoso império dos Faraós. O extenso e caudaloso rio que tem suas nascentes nos territórios em que hoje estão Uganda e Etiópia, chegava até mais ao norte da primeira catarata, na região em que agora se levanta a grande represa de Assuam. Dali desviava em direção ao Mar Vermelho, desembocando nele. Toda a região ocupada pelo Egito era desertoo, continuação do da Líbia, com exceção de uma estreita zona fértil limitada pelos desertos da Núbia e da Líbia, que se estendia até próximo do lugar em que hoje está a população de El Quoseir na margem do Mar Vermelho, seguindo o curso original do Nilo.

Mil e quinhentos anos mais tarde, quando já os povoadores dessa região da Terra se haviam multiplicado e formado grandes tribos, algumas das quais chegaram a pôr-se em contato com descendentes da raça lemuriana e da raça atlante, os Sublimes Senhores do Reino da Luz Dourada ordenaram ao povo do Reino de Munt que em seguida voltasse à Terra e preparasse o assento do que devia ser, nos Planos Cósmicos, a grande civilização Egípcia. Durante um tempo realizaram-se os estudos correspondentes e decidiu-se desviar o Nilo antes da grande curva que formava ao norte da primeira catarata, para levá-lo através do deserto até desembocar no que é hoje o Mar Mediterrâneo. Enormes astronaves conduziram engenheiros, máquinas e equipamentos até a zona escolhida. Um grupo de técnicos extraterrestres se encarregou de educar os aterrorizados povoadores primitivos que depois dos primeiros dias de terror adoraram-lhes como deuses e serviram de operários na obra. Ao cabo de poucos anos, pelos formidáveis meios com que contavam, havia-se aberto o novo leito e os cinco canais simétricos que constituiriam o grande Delta. O antigo leito que desaguava no Mar Vermelho foi anulado e o tempo se encarregou de cobri-lo totalmente. Uma pequena carga nuclear desmoronou a barreira natural que separava o Nilo de seu novo curso, e o gigantesco rio correu, desde então, através do que, séculos mais tarde, iria ser o grande império dos Faraós, e o centro inicial das grandes escolas esotéricas do futuro... Cumprida sua missão, os homens, os equipamentos e as máquinas retornaram a seu planeta de origem.

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A FUNDAÇÃO DO IMPÉRIO EGÍPCIO

Muitos têm sido os problemas que durante séculos preocuparam os homens de ciência que estudaram a civilização egípcia. Alguns foram resolvidos à luz de modernos descobrimentos. Outros, continuam sem resposta até hoje. Entre estes últimos figurava o enigma do surpreendente desenvolvimento desse povo, relativamente, em poucos lustros. Sociólogos, historiadores, arqueólogos e filósofos não conseguiram imaginar qual pôde ser a causa do fenômeno de evolução apresentado pelos egípcios, distinto de todos os demais povos. Em todas as partes, em todas as raças e nas civilizações mais remotas, observa-se o processo lento e escalonado, sucessivo em seus diferentes graus, desde os níveis mais primitivos até o apogeu de suas respectivas culturas, na variada gama de matizes que oferece ao investigador estudioso a marcha de qualquer grupo humano na história de nossa humanidade.

Porém com os egípcios não aconteceu isso. O país dos Faraós resulta um caso único. Até há mais ou menos oito mil anos, nas margens do Nilo encontravam-se tribos dispersas, com um nível de vida e de cultura muito pobres, como o demonstram restos arqueológicos dessa época. Possuíam somente elementos rudimentares, tosca cerâmica e modestas construções de adobe sem maiores alardes de cultura. Porém, de repente, no transcurso de somente um par de séculos, começa a florescer lá uma surpreendente civilização. Começa a construir grandes cidades, com edifícios de pedra que assumem formas e estruturas cada vez mais notáveis, até chegar, em pouco tempo, à assombrosa demonstração de progresso que chegou a causar o respeito e a admiração dos homens cultos de todos os países e de nossos sábios modernos.

Que aconteceu no Egito entre o oitavo e o sétimo milênio da era atual?... Também desde GANIMEDES nos vem a resposta. Recordemos que três mil anos antes a super-raça extraterrestre havia preparado as bases com o desvio do rio Nilo. Porém nessa época começaram a apresentar-se no Planeta Amarelo os primeiros sintomas de sua futura desintegração, como explicamos ao nos ocupar-nos da história do Reino de Munt. Era, precisamente, o começo do reinado daquele portentoso soberano. E, por tal razão, terminada a missão que se lhes encomendara na Terra, dedicaram-se exclusivamente a seus próprios e urgentes problemas. Já vimos na Terceira Parte o referente a seu traslado ao satélite de Júpiter e a destruição do Planeta Amarelo. Nesse período de cerca de três mil anos dos nossos, estiveram muito atarefados em adaptar um novo mundo à perfeita evolução de sua civilização, e não vieram à Terra.

Porém uma vez satisfeitos com sua nova morada, receberam do Sol outra missão: fundar a grande civilização do Nilo.

Devemos recordar que a história do antigo Egito é perfeitamente conhecida pela abundância de documentos de todas as épocas, em que se narra, minuciosamente, o desenvolvimento desse grande povo. E é conhecido em detalhes o desenvolvimento evolutivo de tão formidável civilização, desde os tempos do Rei Menes, fundador oficial da primeira dinastia, que no ano 5004 antes de Cristo estabelece a organização política e administrativa que haveria de perdurar através das vinte e seis dinastias que, reconhecidas oficialmente como tais, regem no Vale do Nilo até ser conquistado por Cambises, Rei da Pérsia, no ano 527 antes da era cristã; cinco dinastias mais, de origem estrangeira, completam a série de 31 que termina com o domínio do Egito pelos romanos.

Porém é historicamente conhecido, também, que ao assumir Menes o poder soberano do Egito, já encontra um país organizado, com uma civilização florescente e um governo teocrático exercido pela casta sacerdotal, que, num período indefinido de tempo, havia estabelecido as bases da cultura, religião, economia e administração de todo o país, que são continuadas por Menes e seus sucessores durante mais de cinco mil anos. Esta etapa anterior à dos Faraós que começa com Menes, está assinalada na tradição e escritos antiqüíssimos como o tempo em que esse povo foi governado pelos "deuses descidos do céu". Não se fixa com exatidão quanto durou aquela primeira etapa. Os egípcios não costumavam assinalar cronologicamente os tempos em forma correlativa. Preferiam relatar os fatos correspondentes a cada período governamental, referindo-os ao personagem governante. E dessa distante época não existem dados concretos que permitam identificar os personagens. Por isso aquele período em que se manifesta, claramente, um tipo de governo manobrado por seres divinos, que delegam seus poderes aos sacerdotes

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governantes mas sem descuidar seu controle direto, parece a muitos uma etapa legendária ou mítica da história do Egito. Porém os fatos comprovam que não houve tal lenda, e que os aparentes mitos tem sido a transcrição pitoresca na forma, porém exata no fundo, referente a um período de mais ou menos mil anos durante os quais se converteu as tribos dispersas entre as regiões do Baixo e Alto Nilo, de núcleos humanos dispersos e desorganizados, num florescente império que nos tempos de Menes já contava com importantes cidades, nas quais se levantavam magníficos templos e majestosos monumentos.

Um destes, possivelmente o mais notável por muitos conceitos, foi a Esfinge. Esta formidável e enigmática figura, gigantesca peça de granito que se levanta hoje nas areias vizinhas do Cairo, junto com as três grandes pirâmides de Keops, Kefren e Mikerinos, tem causado o assombro de milhares de gerações e mantido no mais estrito segredo o mistério de sua origem e o dos fins para os quais foi construída. Agora, o "Segredo da Esfinge", como se chamou por muitos séculos a tão enigmático monumento, chega a seu fim com as explicações que nos vêm de GANIMEDES. Eles, os homens do Reino de Munt, foram seus construtores. Melhor dito, os arquitetos dirigentes da obra. Colocou-se num lugar solitário, frente ao Nilo, como templo iniciático e sede hermética dos primeiros "Irmãos da Esfinge", aquela fraternidade oculta tantas vezes mencionada neste livro. Nela preparavam-se os sacerdotes escolhidos como os mais capacitados para governar o nascente império, e mais tarde, no correr dos séculos, quando já havia desaparecido o primeiro governo teocrático, seguiu sendo o local de reunião e de instrução dos membros dessa escola de sabedoria cósmica. Desde os tempos da terceira dinastia puderam ingressar nela membros leigos, e assim teve o Egito, posteriormente, sábios portentosos alheios por completo à orgulhosa casta sacerdotal que, por milênios, tratou sempre de dominar os Faraós, sucessores de Menes.

Até hoje não se descobriu o verdadeiro sentido da Esfinge, em grande parte devido à aversão ou negligência para remover as milhares de toneladas de areia sob as quais dorme seu sono de séculos o templo iniciático e todas as dependências, muitas delas câmaras secretas, utilizadas pelos Irmãos da Ordem em sua vida institucional. Quantos tesouros culturais nossa humanidade poderia achar se se cavasse em tão misteriosos recintos?... Dali saíram homens que foram marcos na história de toda a Terra. Entre eles, o famoso Moisés da Bíblia. E também, a enigmática e sapientíssima personalidade conhecida nos tempos da quarta dinastia com o nome de Imhotep, o famoso arquiteto construtor da Grande Pirâmide, colocada a pequena distância da Esfinge, que já, por aqueles tempos, era vizinha da grande capital do Baixo Egito, Menfis, levantada com tal fim por Menes, nas proximidades do misterioso monumento.

Não vamos nos deter mais nestes pontos. Há ainda muito por explicar sobre missões terrenas daquela raça extraterrestre; portanto vamos nos ocupar, agora, com outras missões, todas elas transcendentais, para o desenvolvimento e evolução do homem em nosso planeta.

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A DESTRUIÇÃO DE SODOMA E GOMORRAHoje em dia, muitos homens da ciência têm opinado que a destruição das duas cidades,

chamadas " malditas", deveu-se ao emprego de bombas atômicas do tipo das que aniquilaram Nagasaki e Hiroshima. Entre estes o físico soviético Alexei Kazantzev e o professor, também russo, Agrest, participam dessa opinião e este último apresentou como provas de sua afirmação elementos encontrados naquela região, materiais rochosos que todos os físicos nucleares sabem que só podem formar-se em conseqüência de reações atômicas.

Os homens do Reino de Munt explicaram este caso como o cumprimento de outra missão que lhes fora encomendada pelos sublimes "Senhores da Face Resplandecente" para castigar a desenfreada e abominável corrupção reinante naquelas cidades que ameaçavam se estender pelo resto dos novos povos escolhidos para o futuro desenvolvimento da humanidade terrestre. Era um castigo que precisava servir de lição.

Os varões considerados anjos na Bíblia, que visitaram Lot e o preveniram para abandonar esses lugares, eram membros da tripulação de uma astronave das do tipo de seis tripulantes. O próprio Gênesis confirma os poderes extraordinários que tinham, que os permitiu defender-se da multidão sodomita com um simples gesto que cegou a todos os que pretendiam atacá-los, podendo escapar em companhia de Lot e sua família. Depois, quando estes últimos estavam a salvo e a prudente distância, eles regressaram a sua máquina oculta atrás de uma elevação. Uma bomba termonuclear sobre cada uma das cidades as fez passar para a história...

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A PASSAGEM DO MAR VERMELHO

Uma das passagens mais notáveis da Bíblia é a referente a fuga de Israel, perseguida pelo exército do Faraó, através das águas do Mar Vermelho como eles o chamavam. Muitas discussões tem havido sobre o tema. E muitos homens da ciência materialista acreditaram ver nela uma fábula inventada por Moisés. Porém a verdade do fato histórico não pode refutar-se. Os judeus saíram do Egito e atravessaram o Mar Vermelho em sua parte mais estreita, que separa a África da Península do Sinai. A própria história egípcia confirma. E não o fizeram em barcas, que não possuíam. O Êxodo o refere com luxos de detalhes. E o prodígio custou ao Faraó uma grande redução de suas tropas. Tudo isso foi conhecido desde os mais remotos séculos e não perderemos tempo em repeti-lo. Porém, vejamos agora como nos explicaram os super-homens de GANIMEDES a sucessão de fatos portentosos que tiveram lugar naquele episódio.

Os israelitas haviam acampado na margem ocidental do Mar Vermelho, conduzidos até ali pela famosa coluna de fumaça que os guiara constantemente em todo o êxodo. Esta nuvem, que de dia era uma gigantesca coluna de fumaça, e de noite, de fogo, marchava sempre na frente do povo, e aquele dia se encontrava detida sobre a beira do mar. Os judeus, ao perceberem que o exército egípcio se aproximava velozmente pelo deserto, apavoraram-se, assim como refere a Bíblia. Porém também narra que, nesse momento, a coluna de fumaça se pôs em movimento, colocando-se às costas do povo, entre este e o lugar por onde haveriam de chegar as tropas do Faraó. Moisés acalmou os ânimos, assegurando-lhes que "Jeová os defenderia"... E começaram os prodígios. Da nuvem de fumaça saíram raios e se estabeleceu uma espessa cortina de escura fumaça e fogo que separou os egípcios dos israelitas. Daquela gigantesca cortina saíam raios e trovões e tão ameaçador espetáculo deteve os egípcios que, atemorizados, começaram a gritar que Jeová estava defendendo a seu povo. Esta situação se prolongou por todo um dia. Enquanto isto, formavam-se grandes nuvens desde a praia e sobre o mar em direção às margens opostas. Durante a noite um furacão açoitou as águas em toda a zona fronteiriça. Os israelitas estavam pasmados e tremiam ante aqueles fenômenos. Seus inimigos continuavam detidos no outro lado da barreira de chamas. Com as primeira luzes do novo dia um grito de assombro partiu de todo o acampamento: o mar estava dividido, as águas formando altas muralhas de ambos os lados e um amplo corredor ou passagem. Moisés ordenou aos seus que o seguissem e penetrou pelo centro do providencial caminho em direção da outra distante margem. Ao ver isso, não sem temer, os demais seguiram atrás dele, marchando apertados pelo centro seco daquele caminho constituído pelo fundo do Mar Vermelho. Com terror olhavam ambos os lados das muralhas líquidas e trepidantes, como se estivessem contidas por espessas e poderosas malhas de gigantescas redes invisíveis. Quando todos os israelitas já se encontravam atravessando o mar, com pés enxutos, a coluna de fumaça que os protegia se moveu, desaparecendo a cortina de fogo que separava os dois campos. Desta vez foram os egípcios que lançaram grandes gritos ante o espetáculo que presenciavam. Detidos na praia, presa do terror que tal prodígio lhes infundia, não se atreviam a avançar atrás dos judeus que iam se afastando em busca da outra margem. Porém seus chefes, mais audazes, vendo que a presa se lhes escapava, conseguiram impor-se. Os carros e a cavalaria começaram a ingressar em tão insólito corredor e vendo que não acontecia nada, o resto das tropas os seguiu. Os israelitas já estavam próximos da outra margem e iam pela estrada aberta quando os soldados do Faraó chegavam ao centro do mar. Da coluna de fumaça que protegia os judeus começaram a partir raios que destroçavam as rodas dos carros, matando cavalos e ginetes, detendo todo o exército. O pânico se apoderou de todos. Pretenderam voltar. Porém naquele momento as muralhas líquidas se desfizeram como gigantescas cataratas e toda a tropa foi sepultada pelas águas do Mar Vermelho.

Os homens de GANIMEDES explicam assim todos estes fenômenos: Tinham a missão dos Sublimes Senhores do Reino da Luz Dourada, de proteger e salvar o povo de Moisés para fins posteriores no desenvolvimento dos Planos Cósmicos, quanto à evolução da humanidade terrestre. Moisés, como secreto Irmão da Esfinge, possuía a sabedoria e conhecimentos

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necessários para poder comunicar-se com eles. Assim, desde os momentos em que lutou por conseguir que o Faraó os deixasse sair do Egito, sabia que contaria com aquela ajuda. Porém não podia revelar a um povo tão ignorante e atrasado em todo conceito as grandes verdades científicas e cósmica que ele, por sua iniciação, sabia como utilizar. Ao não poder explicar muitas coisas ocultas, segredos obtidos na forma tradicional e extremamente rigorosa de sua irmandade iniciática, viu-se obrigado a atribui-lo à figura do deus Jeová, personagem que, segundo analisaremos depois, teve muitos aspectos pouco divinos em sua longa intervenção na vida e religião do povo israelita.

Assim pois, desde a saída do Egito, estiveram acompanhados e guiados por aquela famosa nuvem em forma de coluna, de fumaça durante o dia e de fogo à noite, na qual se "encerrava Jeová" e que os protegeu como já vimos na passagem do Mar Vermelho. Tal nuvem, em realidade, foi sempre uma astronave das do tipo pequeno que já conhecemos, que se apresentava envolvida por uma nuvem gasosa para não aterrorizar os primitivos e ignorantes judeus, mais afeitos a aceitar explicações do tipo sobrenatural, divino ou fabuloso, que a compreender fatos e verdades científicas que, até hoje, são, para muitos, difíceis de entender. E já sabemos que à noite aparecia como uma nuvem de fogo, fenômeno que não necessita de maior explicação agora.

Quanto à separação das águas do mar, dizem que se utilizou a força combinada de uma de suas bases espaciais e seis astronaves do tipo grande, já descritas anteriormente, que se colocaram numa altura conveniente, em fila indiana, tendo três máquinas em cada extremo e a base no centro, sobre toda a extensão do braço de mar que separa as costas dessa zona. Essa foi a gigantesca nuvem que cobria todo o corredor formado pelas águas separadas. Este fenômeno foi conseguido mediante o emprego de poderosas forças eletromagnéticas em combinação com forças vivas da Quarta Dimensão , que anulando a gravidade das águas, suspendendo-as como as suspendem as trombas marinhas nos grandes tufões, e mantendo uma coesão molecular parecida com a dos blocos de gelo em ambas as "muralhas" aquáticas, conseguindo o efeito desejado e o mantiveram durante todo o tempo que foi necessário... Quanto ao ataque aos carros e a cavalaria, realizou-o a máquina pequena com seus próprios e simples elementos defensivos-ofensivos, armas incompreensíveis ainda para nós, sobre as quais nos referimos num Capítulo anterior e que os homens do Reino de Munt não parecem estar dispostos a explicar em detalhes...

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VISITA DE MOISÉS AO MONTE SINAI

Durante todo o tempo em que os israelitas acamparam ao sopé do Monte Sinai, foram muitas as vezes que Moisés subiu ao cume. Sempre o fez só, exceto na ocasião em que o acompanhou seu irmão Aarón, destinado a ser o Sumo Sacerdote. Ninguém se atreveu, jamais, a subir atrás dele, porque isso seria punido com a morte.

E sempre, também, em tais casos, era chamado desde o cume, que nesses momentos estava coberto por uma grande nuvem resplandecente, com raios e trovões que aterrorizavam o povo. Quando Moisés regressava, trazia as mensagens "que lhe dava Jeová".

...É fácil, agora, compreender que se tratava de uma astronave cumprindo missões de ensinamento, para ir estruturando as bases culturais e religiosas que se propunha inculcar na alma dos israelitas. Uma daquelas visitas durou "quarenta dias e quarenta noites". Todo o povo viu que Moisés penetrava na espessa nuvem que cobria o cume e depois a nuvem se afastou... Foi uma viagem ao Reino de Munt, onde aprendeu muitas lições novas e de onde trouxe, já gravadas, As Tábuas da Lei...

Já é amplamente conhecido que ao retornar, esse povo ignorante, rebelde, libidinoso e cobiçoso, na tradicional anarquia que sempre o caracterizou, havia lhe voltado as costas e, em meio a uma formidável orgia estava adorando o Bezerro de Ouro...

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O "MANÁ" DO CÉU

A Bíblia nos diz que durante os quarenta anos que durou a permanência dos israelitas no deserto, estiveram recebendo diariamente do céu sua ração de "maná". Era constituído de umas bolinhas de substância parecida com o pão, que todas as manhãs aparecia cobrindo o solo de seu acampamento em quantidade suficiente para todos. Os homens de Munt explicam este fato manifestando que se tratou de um material alimentício comum entre eles, com alto conteúdo de proteínas, carboidratos e minerais vitaminados, provenientes de seu reino vegetal, com elevado poder nutritivo, que elabora continuamente sua indústria manufatureira desde os mais remotos tempos. Era transportado em grandes quantidades desde seu Reino até uma de suas bases especiais, localizada a mais ou menos 12.000 quilômetros de altura sobre nosso planeta. Levavam-no em grandes vasilhas hermeticamente fechadas para evitar sua decomposição, e o armazenavam nos grandes depósitos da base, de onde se retirava a quantidade necessária para a ração diária, do que se encarregava uma das grandes astronaves de carga com base na mencionada estação espacial, a qual nas últimas horas da madrugada, em poucos minutos baixava até pequena altura sobre o acampamento, envolvida sempre na já referida nuvem de vapor, atirava o carregamento num lento vôo circular e retornava a sua base.

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CONSTRUÇÃO DA "ARCA DA ALIANÇA"

Entre os muitos objetos fabricados nessa época sob a direção de Moisés para o novo culto da nascente religião, o principal foi a Arca da Aliança, ou "Santuário Secreto de Jeová". Os ensinamentos místicos primitivos confirmados depois pela tradição, o faziam parecer como lugar sagradíssimo no qual se encerrava o Deus dos Israelitas, lugar que ninguém podia ter acesso, exceto o Sumo Sacerdote em determinadas ocasiões. Sobre tal condição pesava, nada menos, que a pena de morte, e essa sanção teve lugar de maneira maravilhosa e impressionante várias vezes, como no episódio daquele oficial do rei Davi, que ao ver que os carregadores da Arca haviam tropeçado, temendo que o Santuário caísse à terra, agarrou-o com a mais sã intenção: um raio fulgurante partiu da arca e o oficial caiu fulminado...

Nessas épocas remotas um fato assim era prodigioso. Vinha confirmar a presença daquele deus iracundo e muitas vezes cruel no interior do artefato. Um povo ignorante não podia encontrar outra explicação para fenômenos de tal natureza, que as maravilhosas e fantásticas oferecidas pelos sacerdotes, cujo chefe era o único possuidor do segredo. Este, em realidade, era muito simples: a Arca segundo se expressa detalhadamente na Bíblia estava recoberta inteiramente de ouro, por dentro e por fora. Em sua construção (o que não se diz em nenhum dos livros de Moisés) intervieram instruções secretas recebidas no Reino de Munt para converter aquele objeto de culto num poderoso elemento gerador de eletricidade. Convenientemente ocultas na estrutura interior haviam pilhas formando uma potente bateria acumuladora de força, que se manifestava, às vezes, em certas cerimônias, como chispas e resplendores fulgurantes, atribuídos à divindade que nela se encerrava. Nesses tempos não se conhecia a eletricidade nem como produzi-la. Isto só era privilégio dos "iniciados" de algumas escolas esotéricas. E Moisés foi um dos Irmãos da Esfinge, os mais adiantados naquele terreno. De tal maneira, não foi difícil conceber um artefato que, dentro de um conceito mítico inspirado pelo desejo e a necessidade de impulsionar a seu povo pelo caminho da superação, viu-se obrigado a empregar uma série de truques e estratagemas, únicas formas de dominar a tremenda rebeldia e os poderosos impulsos para o vício e as baixas paixões que dominaram, por séculos, os israelitas.

Estando a Arca revestida de ouro, metal condutor, posto em contato direto com os acumuladores de seu interior, mediante um dispositivo habilmente dissimulado e só conhecido pelo sumo sacerdote que podia conectar ou desconectar à vontade a passagem da corrente, é fácil compreender que qualquer neófito que se atrevesse a tocar na Arca, receberia, instantaneamente, uma descarga mortal, como sucedeu ao oficial de Davi. E as pilhas, de um tipo de alta potência, eram proporcionadas pelo homens de GANIMEDES. Naquele tempo, os fins justificavam os meios...

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VISITAS DE PROFETAS AO REINO DE MUNT

Não só Moisés teve o privilégio de conhecer o mundo maravilhoso organizado no satélite de Júpiter. Muitas das grandes figuras representativas do progresso cultural, moral e religioso da humanidade terrestre tiveram essa oportunidade, em diferentes épocas e lugares. A lista é muito grande, pois se divide entre todos os povos da terra. Para detalhar todos e cada um dos casos, necessitaríamos ocupar um volume especial, tão extenso como este livro em sua integridade. Tal vez possamos fazê-lo com o tempo. Mas agora, devemos considerar o desenvolvimento do tema principal que motiva esta obra, que em realidade, vem a ser uma mensagem extraordinária devido ao momento histórico e apocalíptico em que se encontra nossa humanidade.

Entre os muito nomes que poderíamos citar dessa longa lista, mencionaremos Imhotep, Henoch e Elias, O Senhor Buda, Zoroastro, Lao-Tsé e Confúcio.

Imhotep, a quem nos referimos ao tratar da história do Egito, foi o sábio construtor da Grande Pirâmide de Keops, foi um Irmão da Esfinge e sua admirável sabedoria, demonstrada pelas maravilhas desse milenar monumento, teve confirmação e reforço objetivo em várias visitas realizadas secretamente ao Reino de Munt. Viveu mais de duzentos e cinqüenta anos e sua morte foi um mistério, pois sendo personagem tão notável, ninguém soube até hoje onde foi sepultado. A verdade é que ao término de sua missão na Terra o levaram à GANIMEDES.

Os profetas Henoch e Elias, tão mencionados no Antigo Testamento, também foram conduzidos ao Reino de Munt, como se confirma nos textos bíblicos ao narrarem que "foram levados ao céu em carros de fogo".

Quanto ao Senhor Buda, ou seja o príncipe Sidarta Gautama, ou Sakia-Muni como também foi chamado, fundador do Budismo, é figura tão conhecida na história que nos evita dar maiores referências pessoais. Porém no Reino de Munt existem as provas de que tal personagem visitou seu mundo, conduzido para estudo e comprovação das grandes verdades cósmicas e eternas que, depois, foram a base de sua elevada doutrina, tão parecida na essência, elevação e pureza, aos posteriores ensinamentos de Cristo.

A figura grandiosa de Zoroastro, ou Zorathustra, autor do conjunto de livros sagrados conhecidos como Send-Avesta, pilares fundamentais da religião mazdeísta da antiga Pérsia, a mais elevada e nobre por sua alta moral, pela profundidade e sabedoria de seus conceitos básicos quanto à interpretação simbólica ou alegórica das grandes verdades cósmicas, guarda uma estreita relação fundamental com os mesmos princípios essenciais que encontramos na religião mosaica, no budismo e no cristianismo primitivo e substancial. Ainda que a roupagem de que fazem gala, em mitos e cerimoniais cada uma destas grandes religiões possa ser diferente, pelas distâncias que as separam em tempo e ambiente de desenvolvimento, tais diferenças revelam ao analista imparcial que são o produto, exclusivo, da intervenção dos homens e dos costumes de cada lugar e época. Porém a essência de todas elas é a mesma, o que prova, logicamente, a uniformidade de origem.

E se a comparação é levada até essa outra grande doutrina constituída pelo conjunto de ensinamentos dos grandes filósofos chineses Lao-Tsé e Kung-Fu-Tsé, melhor conhecido no ocidente pela derivação latina do nome, Confúcio, ambos anteriores a Cristo, concluímos pela surpreendente analogia dos princípios fundamentais de moral, de estímulo à virtude, à pureza de pensamentos e de conduta, às práticas mais belas e mais nobres, mais fraternas e elevadas para o trato e a mútua convivência entre todos os seres humanos. Tudo isto, no fundo, não é outra coisa que o já descrito em capítulos anteriores sobre a cultura e religião que reinam em GANIMEDES.

Não é estranho, portanto, que os super-homens do Reino de Munt asseguraram terem sido os intermediários encarregados, em diferentes épocas e diferentes lugares e povos da Terra, de facilitar a difusão das doutrinas e ensinamentos emanados daquele Sublime Reino da Luz Dourada, daqueles Grandes Espíritos governados diretamente pelo Supremo Rei do Sol a Quem chamamos na Terra O Cristo...

Nos próximos capítulos, ao explicar os pormenores da transcendental Missão que agora, depois de muitos séculos, motiva seu regresso a nosso mundo, teremos oportunidade para ampliar conceitos e opiniões a respeito de todos esses pontos. Resta-nos, somente, ocupar-nos de

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outra visita importantíssima, realizada há quase dois mil anos, e que, em verdade, obedeceu aos preparativos preliminares da Grande Missão Atual.

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O ENIGMA DA "ESTRELA DE BELÉM".

A História e o Novo Testamento, na Bíblia, referem-nos que "uns magos, chegados do Oriente", visitaram o Rei Herodes para perguntar-lhe pelo "novo Rei dos Judeus" nascido em terras da Judéia. São Mateus, em seu Evangelho, diz-nos que nessa entrevista aqueles magos se expressaram assim: "Onde está o Rei dos Judeus que nasceu? Porque vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo".- E no curso dos seguintes versículos do Cap. 2, narra como esses magos, depois de falar novamente com Herodes, voltam a ver a mencionada estrela que os vai guiando até Belém, e que se detém exatamente sobre a manjedoura em que se achava o Menino Jesus e seus pais.

À luz de nossos modernos conhecimentos científicos, muitos se tem feito esta pergunta: O que anunciou no Oriente o nascimento aos Magos era uma estrela, e o que os conduziu até Belém? - A Astronomia, a Mecânica Celeste e a atual Ciência do Espaço nos demonstram a impossibilidade de que se tratasse de uma estrela ou qualquer outro tipo de astro. Sua existência na época nos prova a História, que conserva as marcas do tremendo impacto causado em Jerusalém pela visita dos Magos a Herodes e toda a seqüela de conseqüências que derivaram dela, até a terrível matança de meninos ordenada pelo déspota. Também nos afirma a Bíblia, e foi presenciada, ademais, por uma multidão de pastores que chegaram até Belém com o mesmo propósito dos Magos. Porém hoje, já não podemos aceitar a idéia de uma estrela, nem de um cometa, nem sequer a de um satélite, satelóide ou meteorito. Se analisarmos os textos bíblicos encontramos que a forma como se referem a essa "estrela" nos afasta por completo do conceito comprovado sobre todo corpo celeste comum e corrente. Todos os astros conhecidos estão sujeitos a leis universais que norteiam sua equilibrada e matemática marcha no espaço. Todos seguem, perpetuamente, as trajetórias traçadas pela Natureza, e se algum se afasta de sua órbita isto significa catástrofes astronômicas. Não obstante, aqueles Magos do Oriente mencionam terem realizado sua viagem porque "essa estrela anunciou-lhes em sua terra" um fato digno de sua máxima adoração. E essa "estrela", posteriormente, na Judéia, volta a apresentar-se e os guia até um lugar determinado, ao lento passo dos camelos e cavalos, e sobre esse lugar se detém e se mantém suspensa no espaço.

Se compararmos estes fatos com as manobras já conhecidas dos OVNIS em nossos dias, encontramos coincidências que podem levar-nos a deduções muito interessantes. Em primeiro lugar, naqueles tempos qualquer ponto luminoso no firmamento era considerado uma estrela. E a magnitude de sua luminosidade, com maior razão, era suficiente para impressionar a muitos. Agora bem, sabemos que os OVNIS podem ser confundidos a certa distância com luzes celestes; e todos já conhecemos que podem se manter estáticos no espaço, e percorrer o céu a diferentes velocidades, desde as mais vertiginosas, impossíveis de serem alcançados por nossas astronaves, até as de menor intensidade, parando ou avançando em qualquer direção, à vontade. Não é esta, exatamente, a forma como nos apresenta no texto bíblico a "estrela” de Belém?... Sempre se representou a mesma detida sobre a manjedoura do Menino Jesus, lançando raios de luz que iluminavam o lugar. Já sabemos, também, que aquelas máquinas extraterrestres tem sido vistas da mesma forma: detidas no espaço, imóveis à certa altura do solo, iluminando com potentes raios de luz o lugar sobre o qual se encontravam...

Então cabe perguntar, foi uma nave extraterrena que anunciou, em seu distante país, o nascimento de Jesus aos Magos e os guiou, posteriormente, até a manjedoura? A resposta é óbvia. Eles haviam afirmado, categoricamente, que a "estrela" anunciou-lhes, em sua terra, o nascimento do Menino e sua condição de "novo Rei dos Judeus"... E uma estrela não fala para anunciar tais coisas... Portanto a conclusão, lógica, é evidente: foi uma astronave tripulada por seres capazes de realizar tal comunicação e guiar, mais tarde, o grupo de Magos até seu destino.

Porém uma conclusão de tal natureza abre-nos novas interrogações: Se aqueles Magos do Oriente foram buscados e conduzidos, assim, por seres extraterrestres, quem eram esses Magos para serem solicitados de maneira tão especial e para realizarem uma viagem tão longa e penosa por tal motivo? A História e a Bíblia não nos dão detalhes a respeito. Só dizem que chegaram a Jerusalém procedentes de longínquas terras do Oriente e que, ao serem avisados, em sonho, das

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nefastas intenções de Herodes, regressaram a seus países por outro caminho para evitarem passar de novo pela capital da Judéia.

Quem foram essas personagens tão importantes e tão misteriosas? Que relação tinham com a vinda do Messias, para tão longa, penosa e perigosa aventura, com o único objetivo de renderem uma homenagem a um menino que acabava de nascer? E que relação havia entre esse Menino, os Magos e os seres extraterrestres que tripularam aquela máquina especial?...

Tão emaranhado problema não teve jamais uma resposta plausível, a não ser que se considere a intervenção direta dos super-homens de GANIMEDES. E por esses habitantes do Reino de Munt que agora voltam a visitar-nos, podemos conhecer o portentoso enigma da "estrela", descobrir o misterioso véu que durante dois milênios envolveu a personalidade daqueles magos, e conseguir vislumbrar as profundas relações de todos os personagens e elementos que intervieram nesse acontecimento, ainda que as respostas possam parecer aos profanos nas ciências metafísicas surpreendentemente desconcertantes.

Esses Magos eram iniciados Irmãos da Esfinge, oriundos do Egito; e sacerdotes iniciados do Zoroastro. Os egípcios, que foram três, vinham da região da Caldéia onde se refugiaram fugindo do domínio romano imposto anos antes em sua terra natal. E os persas, que também foram três, provenientes da região da Bactriana. Conhecedores profundos dos Planos Cósmicos de acordo com os quais se norteia a marcha de todos os mundos e de todas as humanidades que os povoam. Nesses Planos Cósmicos, os homens beberam seus conhecimentos e traçaram na Pirâmide de Keops as famosas profecias a que nos referimos como um oráculo perfeito de nossa atual civilização, e nesse oráculo, como entre as profecias da Bíblia, também estava assinalada a vinda a este mundo do Messias prometido, do Ser divino que baixaria à Terra para marcar novos rumos para esta humanidade. Os grandes iniciados dessas escolas de mistério sabiam QUEM devia baixar em cumprimento de tão magna missão cósmica, e conheciam, portanto, que Aquele Grande Ser podia chamar-se "Rei" pois era e é O REI DE NOSSO SISTEMA SOLAR...

Quanto à relação que houve entre esses "Magos", o nascimento de Cristo e a intervenção dos seres extraterrestres em todo o episódio, chegamos à parte mais transcendental do grande mistério cósmico realizado nesses tempos. Devemos esclarecer, em primeiro lugar, que o nome de "magos" que se lhes concedera a priori, e que se conservou na Bíblia, foi devido à profunda sabedoria e maravilhosos poderes demonstrados ante Herodes, que concitaram seu temor e respeito assim como a admiração supersticiosa de quantos tiveram contato com eles em sua visita a Jerusalém. Porém não eram alardes frios como os da magia barata de outros encantadores e prestidigitadores comuns dessa época. Eram em verdade poderes elevados, alcançados numa grande evolução a serviço da DIVINDADE por dois dos espíritos que integravam esse grupo: o grande mestre persa e o grande iniciado egípcio, cada um deles acompanhado por dois discípulos íntimos. E agora terá o leitor que repassar tudo o que explicamos acerca da Quarta Dimensão e da Reencarnação, pois temos que declarar que essas duas importantes personagens que infundiram temor ao Rei Herodes eram, nada menos, que o Espírito de Moisés, reencarnado como sacerdote persa de Zoroastro, e o espírito de Sakia-Muni, o Senhor Buda, encarnado então como Grande Irmão da Esfinge do Egito. A oculta identidade de tão altos personagens foi revelada pelos super-homens de GANIMEDES para explicar a formidável missão cósmica que por desígnios divinos do Reino da Luz Dourada, começava a desenvolver-se naqueles dias, em direta concordância com a descida à Terra do Supremo Senhor do Reino de nosso sistema solar, que vinha fundar a Nova Religião chamada a substituir todas as formas religiosas e doutrinas anteriores, preparando a aproximação da Nova Era neste mundo...

Não importa que os homens hajam criado barreiras divisórias, interpretações caprichosas da Divindade, religiões que em vez de unir tem separado, pela ignorância e a ambição de poder daqueles que, sempre, na Terra, trataram de impressionar as mentes populares intitulando-se "profetas ou ministros de Deus". Não importa que as castas sacerdotais de todos os tempos, até o presente, hajam explorado mais ou menos às massas, impondo-lhes obrigações, umas vezes úteis, porém muitas outras tolas; tratando de explicar, à sua maneira, segredos da Natureza e do Cosmos que, na maior parte dos casos, eles mesmo desconheciam. O fenômeno tem se repetido sempre, desde os mais remotos tempos, porque o "CAMINHO PARA DEUS" tem sido e é uma necessidade inerente ao Espírito Humano, presente em todos com maior ou menor intensidade,

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porém eterno como o próprio Espírito. E, ante a multidão ignorante, ansiosa de Luz e de Verdade, sempre se formaram grupos de Mestres ou de Guias dispostos a ensinar e conduzir... A origem de todos eles sempre foi parecida: Nos Planos que norteiam a marcha da Humanidade para o progresso, nunca faltaram Apóstolos da Verdade que iniciaram um labor efetivo de ajuda e assistência, de instrução e educação positivas. Isto deriva, precisamente, daqueles Planos Cósmicos já mencionados. Porém com o correr do tempo, ao irem desaparecendo os pioneiros, os fundadores, os verdadeiros guias, amorosos e desinteressados como autênticos "Soldados do Reino", foi degenerando, na maior parte dos casos, o grupo colegiado, a instituição ou igreja por eles criada; e ao faltar a sabedoria e o amor dos genuínos apóstolos, a ambição ou egoísmo dos seguidores chegou, muitas vezes, às mais absurdas pretensões, às aberrações mais baixas e aos mais censuráveis meios para manter a autoridade e o poder sobre as massas, que foram cimentados, a princípio, sobre fundamentos nobres, amorosos e elevados...

Temos dito que não importa muito este fenômeno, porque é fruto da própria debilidade humana, debilidade que deve fortalecer-se e transformar-se, na marcha progressiva para a perfeição de todos e de TUDO... E para isto sempre existiu aqueles secretos "Soldados do Reino" como os misteriosos membros das Escolas Iniciáticas autênticas, não as que se atribuem esse nome sem merecê-lo que em todas as épocas e em todos os povos trabalharam ao amparo do hermetismo de que se rodearam, para poder proteger o melhor cumprimento de suas missões, que muitas vezes, ou na generalidade dos casos, foram incompreendidas e não duvidamos obstaculizadas pelos homens de sua época. Somente em oportunidades em que a missão obriga ao iniciado manifestar-se publicamente, de alguma forma, é que o fazem. Porém, ainda assim, é comum que guardem o segredo de sua verdadeira identidade esotérica, de sua íntima condição substancial e de sua vinculação com determinada "ordem" ou "irmandade", atendo-se ao estritamente necessário para o conhecimento do vulgo ignaro, e reservando a quem for necessário os detalhes confidenciais de sua personalidade e de seu labor.

Este é o caso daqueles "Magos", que, com o correr dos séculos, chegaram a ser considerados "Reis". A Bíblia não os chama assim. Unicamente se refere a eles dizendo: "Uns Magos vieram do Oriente a Jerusalém"... viajavam sem séquito, com a simplicidade própria dos grandes mestres esotéricos, e levando com eles tão somente o equipamento requerido por sua missão especial. Não os acompanhava faustoso cortejo, como era costume de todos os reis orientais. E a segurança pessoal e a dos valiosos presentes que conduziam estavam sob proteção, em verdade, de suas grandes sabedorias e da amorosa vigilância que, desde o espaço, exercia sobre eles a máquina extraterrestre que os cuidava.

Por outra parte, haveriam feito mal ao pretender que os tomassem por reis, e tampouco necessitavam aparecer ao mundo como tal. No geral, a realeza da Terra tem sido, muitas vezes, acompanhada das baixas paixões, pelos níveis mais pecaminosos que nos mostra a escala evolutiva dos seres humanos... E os grandes espíritos iniciados têm preferido, quase sempre, diminuir sua luminosidade pessoal sob aparências simples. Que melhor exemplo que o de CRISTO, Rei de nosso Sistema Solar, descendo à Terra no mais pobre e humilde dos ambientes populares!... E agora vejamos qual foi a verdadeira missão, oculta, daqueles grandes homens. Cumprida a homenagem a seu Rei e Senhor recém encarnado na Terra, saíram da Judéia tal como narra a Bíblia. Porém não se afastaram muito. Somente a distância necessária para não serem vistos pela população das zonas circundantes. Acamparam num oásis do deserto, longe de qualquer olhar impertinente e ali aguardaram a descida da astronave do Reino de Munt. Quando isto aconteceu, um dos discípulos egípcios do Grande Irmão da Esfinge, foi conduzido no OVNI até as portas do monastério dos Irmãos Essênios nas proximidades do Mar Morto. Estes já sabiam, em segredo, sua missão e a do mensageiro do espaço, que permaneceu com eles preparando tudo o que, no correr dos anos, teriam que fazer em torno da Grande Missão de Jesus de Nazaré. A máquina retornou ao oásis, e transportou para a Pérsia, seu lugar de origem, outro dos discípulos iniciados de Zoroastro, que devia continuar trabalhando pelo restabelecimento da doce e elevada religião dos Medas, que três séculos depois, ao estabelecer-se a dinastia dos Sassânidas, voltou a dominar na Pérsia por um secular período.

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Sabemos a facilidade com que se transportam a qualquer distância aquelas poderosas astronaves. Ambas as viagens foram breves, e em seu retorno ao oásis, os outros quatro personagens subiram nela. O grande sacerdote persa em quem morava então o espírito de Moisés, foi conduzido, junto com seu outro discípulo, a um lugar próximo a Roma, a orgulhosa capital do novo império que, nesses dias, começava a ser organizada pelo todo-poderoso Otávio, chamado, desde então Augusto. E o grande iniciado egípcio que encarnava o espírito de Sakia-Muni, acompanhado também por seu discípulo, foram levados até um lugar conveniente próximo do que é hoje a Espanha, onde progrediam as vastas colônias estabelecidas pelos romanos nessa florescente província de seu império.

Começava a Nova Era que, mais tarde, seria conhecida em todo o mundo como a Era Cristã... Porém, também, iniciava-se o último período no grande círculo evolutivo de 28.791 anos a que nos referimos anteriormente, ciclo que mencionamos com o nome de Grande Revolução Cósmica, cujo último ano corresponde a 2001 de nossa era cristã, ano em que fecha a Grande Pirâmide do Egito o longo oráculo de seis mil anos que se referem à nossa atual humanidade... A missão desses quatro grandes seres, divididos em pontos estratégicos da nascente Europa haveria de coincidir, no segredo dos Planos Cósmicos, com os Supremos desígnios dos sublimes Senhores da Face Resplandecente, para o futuro de todo o planeta... Porém disto vamos tratar nos próximos capítulos.

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"EU VISITEI GANIMEDES..."

QUARTA PARTE

O "FIM DOS TEMPOS" E A GRANDE MISSÃO ATUAL

CAPÍTULO XVII

UMA CIVILIZAÇÃO QUE AGONIZA

É possível que a muitos pareça absurdo o que se narra no Capítulo anterior. Outros encontrarão lógica em muitas dessas explicações. E alguns, talvez mais do que possamos supor, compreenderão toda a verdade encerrada em tão surpreendentes revelações. Tudo está em relação direta com o grau evolutivo em que se encontram, porque numa humanidade tão heterogênea como a nossa podemos apreciar hoje, ainda, os expoentes de todos os níveis da cultura simbolizados naquela escada do sonho de Jacó que ia desde o solo até o céu... Ninguém negará que na Terra, apesar de estar chegando a etapa da conquista do espaço sideral, possuímos exemplares de todos os tipos comuns da evolução humana: desde os mais primitivos selvagens que ainda abundam em diversas regiões do globo, até os depurados exemplos de elevada moral e brilhante gênio que têm marcado ou marcam rumos da superação integral de seus congêneres.

E isto, que motiva uma série de desarmonias e desequilíbrios para a própria convivência dos homens e dos povos no planeta, é uma das causas primordiais do grande fenômeno cósmico em gestação nos planos superiores que, a partir da Quarta Dimensão , está desenvolvendo todo o conjunto de elementos, forças e energias de toda ordem que haverá de produzir as profundas mudanças, as formidáveis mutações e dantescos reajustes previstos nos Planos Cósmicos de nosso sistema solar para a nova estruturação da Vida neste planeta.

Aqueles que tiveram oportunidade de estudar o que a metafísica ensina a respeito, em suas classes mais adiantadas, não se surpreenderão. E os que puderam ler, alguma vez, obras sérias relacionadas com os sábios ensinamentos da Grande Pirâmide do Egito, já saberão tudo quanto se prepara e vem realizando, desde o começo deste século, como prólogo dos tremendos acontecimentos que haverão de modificar por completo a face do globo terrestre e todas as estruturas, instituições, idéias e até a própria vida neste mundo, no breve lapso que nos separa daquela data mencionada no capítulo anterior: o ano 2001...

Para aqueles que se interessem em conhecer riquezas de detalhes a respeito, recomendamos ler uma das obras mais completas e melhor documentadas que se tenha publicado até hoje. Trata-se de um livro recente do profundo escritor mexicano Rodolfo Benavides e tem por título "Dramáticas Profecias da Grande Pirâmide". Permitimo-nos mencioná-lo, ainda que não tenhamos a honra de conhecer tão esclarecido mestre asteca, porque em todas as suas magníficas obras publicadas e espalhadas por diferentes países, brilha a luz dos Planos Superiores...

Quanto à série de modificações transcendentais que acontecerão nos últimos decênios do presente século, muitos deles já começaram a manifestar-se, e os sintomas tradicionais e característicos precursores das grandes mutações que sofrerá o planeta, podem ser conhecidos facilmente por aqueles que conheçam o processo evolutivo da Terra e as profundas transformações operadas nela através dos milhões de anos de sua existência como tal. Para os menos avisados sobre o tema temos que recordar o que a ciência nos ensina nos campos da Geologia, Paleontologia, Antropologia, Sociologia e História, e mais especialmente nos terrenos da Biologia, da Física e da Química, para poder penetrar-se na moderna Cibernética, num esforço por compreender as estreitas relações da Metafísica e da Mitologia, com os atuais adiantamentos da Física moderna e da Astronomia, se quisermos alcançar uma correta interpretação de todo o conjunto fenomênico atual e sua íntima e lógica relação com vinculações tão estreitas entre a evolução de nossa humanidade e essa outra humanidade extraterrestre a que nos vimos referindo.

Para os homens de ciência não é nenhum segredo o fato de que todas as grandes

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civilizações têm seguido um ciclo evolutivo comparável ao processo vital dos seres humanos como indivíduos: nascimento, infância, juventude, maturidade, velhice e morte. A História nos demonstra. E esse processo, geral para todos os povos e todas as civilizações que passaram pela Terra, conheceram, várias vezes, com profundas mudanças operadas na crosta terrestre, modificações algumas de tal magnitude que chegaram a modificar a fisionomia geográfica do planeta, como a Geologia, a Paleontologia e a Arqueologia têm comprovado em numerosas ocasiões. E a metafísica nos ensina que as grandes transformações operadas no globo terrestre, comprovadas pelas outras ciências, obedeceram a forças até hoje não identificadas nem em sua verdadeira identidade nem na magnitude exata de seu tremendo poder, dentro dos ciclos repetidos periodicamente, alguns dos quais têm se desenvolvido entre lapsos de tempo que pela igualdade de sua extensão denotam a presença de causas ocultas que atuariam sincronicamente produzindo efeitos similares diante da repetição de situações fenomênicas também semelhantes, e tudo isso marcado por um processo cíclico de evolução geral do planeta.

A isto se refere aquela cifra misteriosa que temos mencionado várias vezes nos capítulos anteriores: os algarismos 28.791, o que significa esse número? É a soma de anos em que se desenvolve um daqueles ciclos evolutivos, conhecidos nas escolas esotéricas como "Revolução Cósmica" ou seja o período de tempo durante o qual tem lugar uma série de fenômenos encaminhados a favorecer o progressivo desenvolvimento do planeta e de seus habitantes , desde as formas inferiores até as superiores, como vimos em capítulos anteriores. Tal processo tem lugar dentro de ciclos nos quais se manifestam determinadas características, circunscritas pelo desenvolvimento de forças da Natureza que vão gestando paulatinamente as diversas mudanças, e que são reguladas por leis fixas que obedecem a impulsos e energias provenientes dos planos superiores, ou dimensões como vimos ao tratar da "Quarta Dimensão", pelo que geralmente, apresentam características semelhantes, na manifestação de seus efeitos, diante da concorrência de fatores, também semelhantes, e em prazos iguais em duração, pela concordância de influências astrais poderosas que têm sua máxima expressão dentro de certos limites de tempo, fixos, por obedecer à sincrônica marcha dos astros que formam nosso sistema solar e suas relações com outros sistemas vizinhos na galáxia a qual pertencemos, ou seja a Via Láctea.

É por isso que cada 28.971 anos, apresentam condições similares, mudanças profundas na vida e povoação do globo, fenômenos geológicos e transformações transcendentais que influem poderosa e drasticamente em toda a topografia da Terra, e portanto na marcha progressiva de sua população, com a conseqüente marca inevitável sobre o desenvolvimento das civilizações ou formas de vida inteligente que tenham conseguido produzir.

O final do ciclo anterior teve lugar na época em que desapareceu sob as águas do Pacífico a Lemúria, fenômeno mencionado anteriormente ao nos ocupar das raças. E nessa ocasião, também, mencionou-se a presença no céu de um astro gigantesco a cuja tremenda influência se deveu, entre outros efeitos, a desaparição da segunda lua terrestre, a modificação do eixo de rotação de nosso planeta e todas as transformações geológicas, climáticas e geográficas de que nos temos ocupado nesse Capítulo. Agora, igualmente, para o final deste século teremos a visita do planeta frio a que se refere a Bíblia no Apocalipse com o nome de Ajenjo, planeta gigantesco de outro sistema solar e que nos referimos anteriormente com o nome de Hercólubus, pertencente a sistema planetário desconhecido por muitos de nossos astrônomos, mas que em GANIMEDES conhecem como o da estrela Tila, cujas descomunais dimensões podem se imaginar ao saber que Hercólubus, um dos seus planetas, é três vezes maior que o planeta Júpiter, o gigante de nosso sistema solar, e que sua órbita em torno de sua estrela primária, Tila, demora quase catorze mil anos dos nossos. Se temos em conta que esse tempo representa, aproximadamente, a metade do tempo assinalado por aquela cifra de 28.791 anos, e que o grande cataclismo representado pela destruição da Atlântida, mencionado na terceira parte deste livro, teve lugar, mais ou menos, numa época próxima à metade daquele ciclo, não é aventurado pensar que a repetição do fenômeno sideral correspondente a passagem periódica de tão gigantesco astro próximo de nosso sistema planetário, tenha tido uma direta e poderosa influência na realização da mencionada catástrofe.

É fácil supor os efeitos que há de ocasionar ao nosso planeta a nova visita de Hercólubus, que esta vez passará a uma distância aproximada de um milhão e meio de quilômetros da Terra.

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A formidável indução eletromagnética do gigantesco astro inverterá os pólos magnéticos terrestres e voltará a modificar o eixo de rotação, com o que os pólos geográficos tornarão a mudar de posição. Isto reproduzirá uma série de cataclismos descomunais: afundamento e elevação de continentes inteiros, como aconteceu com a Lemúria e com a Atlântida, transformação completa de mares, cursos d'água e cordilheiras em todo o mundo, desaparecimento de extensas zonas continentais que ficarão submersas, e o afloramento de outras, hoje submarinas, que emergirão para formar novas ilhas e continentes distintos dos atuais... Uma verdadeira revolução cósmica da crosta terrestre...!

Mas tudo isso virá a ser o final das tremendas modificações que a Terra sofrerá como crise derradeira do ciclo a que nos estamos referindo. Antes, nossa atual humanidade haverá presenciado e sofrido as conseqüências catastróficas do processo evolutivo que todas as diversas fontes de predições mencionadas no curso desta obra vêm assinalando para essa etapa e que na linguagem bíblica se chama "O Fim dos Tempos". É conveniente recordar que todas as profecias, de diferente época ou origem, como a da Grande Pirâmide do Egito, a do Rosacruz Nostradamus, as de Daniel no Antigo Testamento, as dos Cavaleiros da Mesa Redonda, o Apocalipse de São João, as predições da moderna Ordem de Aquário e, por último, a terceira profecia da Virgem Maria aos pastorzinhos de Fátima, que foi retida pelas altas autoridades eclesiásticas e guardada em reserva pelo Vaticano, com a promessa de comunicá-la ao público trinta anos depois e que havendo vencido esse prazo com excesso não foi, até agora, dada a conhecer, pelos terríveis vaticínios que encerra para toda a humanidade, coincidem em tudo, com as revelações que nos chegam desde GANIMEDES, sobre a realização efetiva, nestes últimos vinte e nove anos do presente século, do apocalíptico processo evolutivo que se está cumprindo na Terra como síntese cósmica do "Fim dos Tempos" aos quais se referem, em símbolos e complicadas alegorias, as visões de São João na ilha de Pátmos e a mensagem de Cristo referente ao "Juízo Final".

Todo o caótico panorama que nos mostra nosso mundo na atualidade, não é outra coisa que o conjunto fenomênico de sintomas reveladores para os entendidos dos derradeiros dias de uma civilização que está agonizando. E o retorno, depois de muitos séculos, das astronaves do Reino de Munt, tem a mais íntima relação com todo aquele processo, porque agora, como em outros tempos, aquela super-raça vem de novo, em cumprimento de uma transcendental Missão emanada do Reino Central de nosso Sistema Solar, a tomar parte ativa no desenvolvimento final da Era que termina para a atual humanidade da Terra, e a preparação do planeta para o cumprimento da Promessa Crística de estabelecer Seu Reino neste mundo...

Vivemos, pois, o final de outro ciclo de 28.791 anos, que esta vez coincide com a mais profunda das modificações operadas, até agora, nas diferentes eras precedentes. E a transcendência cósmica do fenômeno é tal que nele intervirão fatores de toda ordem: Astronômicos, Geológicos, Espirituais, Antropológicos e Biológicos, Psíquicos e Mentais, Físicos e Químicos, Terrestres e Extraterrestres, porque desta vez terminam para sempre uma civilização, uma humanidade, e um mundo, que vão ser substituídos por outra humanidade e outra civilização, num mundo regenerado e novo, capaz de receber Aquele Reino que Cristo prometia...

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CAPÍTULO XIX

O JUÍZO FINAL (CONT.)

O Mistério dos NúmerosChave.

Chegou o momento de nos referir ao apaixonante segredo dos "números-chave". Que significa isto? Vamos tentar dar uma idéia aproximada de um dos mais intrincados segredos do Cosmos, antecipando que nossas explicações somente alcançarão à simples informação que nos proporcionaram a respeito. E se deve recordar, como já manifestamos em outras oportunidades, que ao falar do Cosmos não o entendemos na forma comum que se lhe atribui hoje em dia em matéria de Astronomia ou no campo da Astronáutica, senão ao conceito do Cosmos como Universo integral, Suprema Síntese dos três reinos da Vida: ESPÍRITO, MATÉRIA E ENERGIA.

No Cosmos, os números têm uma explicação e um sentido muito mais amplo que os conhecidos correntemente na aritmética ou nas matemáticas de nosso mundo. A essência cósmica das cifras está estreitamente ligada à essência cósmica dos elementos e das forças de todos os planos da Natureza. Suas relações são tão íntimas que se pode dizer que cada coisa, cada porção do Universo está identificada com determinado número, que assim vem a ser a chave metafísica daquela. E tais algarismos servem aos entendidos para expressar, também em chave, grandes fenômenos ou relações de ordem suprafísica entre os diferentes fatores que intervêm na evolução universal. As leis e os métodos que seguem são de absoluto conhecimento dos iniciados nos mais profundos segredos do Cosmos. E a matemática precisão de inumeráveis acontecimentos, tem também, estreita relação com o jogo das cifras-chave nas transcendentais matemáticas dos Guias da Evolução...

Lamentamos não poder proporcionar maiores dados num trabalho destinado ao público em geral. Devemos ater-nos aos simples dados que eles nos proporcionaram. Porém o exemplo que vamos oferecer, restringido ao que nos permite explicar em relação ao trabalho deste livro, os leitores poderão tirar interessantes conclusões, mais ou menos importantes segundo sejam os conhecimentos metafísicos de cada um.

No curso dessa obra temos mencionado, várias vezes, a cifra 28.791, vinculando-a com alguns aspectos de nossa evolução, muito especialmente quando se tratou dos ciclos conhecidos como "Revoluções Cósmicas" e ao ocuparmos de todo o relacionado com o fim desta Era, e a coincidência desse número de anos com a data que nas predições da Grande Pirâmide de Keops marcou o ano de 2001 como o final de todas as profecias.

Vejamos agora o desenvolvimento de uma série de operações que dentro das normas especiais da Aritmética Cósmica, ou aplicação de valores essenciais metafísicos dos números-chave, levar-nos-ão a admiráveis e enigmáticos resultados: Na Bíblia, o Apocalipse de São João, ao ocupar-se do Fim dos Tempos, menciona concretamente algumas cifras que merecem ser detidamente estudas à luz do que estamos explicando. Diz-se que "serão salvos 144.000 escolhidos"; e para chegar a tal número declara que "procederão das 12 tribos de Israel, a razão de 12.000 descendentes de cada tribo", o que forma esse total de 144.000.

Já sabemos que tais documentos, muito especialmente o Apocalipse, foram escritos a base de símbolos, alegorias cósmicas, isto é, chaves iniciáticas. Não teria sentido lógico nem justo pretender interpretar ao pé da letra esta parte, como já temos visto com muitas outras partes dos textos bíblicos. E aplicando as normas da Aritmética Cósmica a que estamos nos referindo, veremos o que acontece. Para isto devemos explicar que cada número é um símbolo. Que para chegar à chave, devemos realizar operações diferentes das comuns da aritmética oficial, buscando os valores positivos e rechaçando, em certos casos, os negativos. Assim, neste exemplo, vamos considerar nulos, como negativos, os zeros: Se somamos os valores positivos de cada algarismo na cifra 144.000, suprimindo os zeros, temos 1 + 4 + 4 = 9. Esta soma acaba de nos levar a um dos números-chave. Na metafísica elevada, ou Aritmética Cósmica, o 9 é o número-chave da Humanidade. Agora tomemos as outras duas cifras: 12 tribos e 12.000 seres por tribo. Com o mesmo procedimento, suprimindo os zeros, em ambos os casos 1 + 2 = 3. Este

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é outro dos número-chave, também conhecidos como "números sagrados". O três representa a Trindade, a Trilogia de Princípios Fundamentais do Cosmos: ESPÍRITO, MATÉRIA E ENERGIA... Porém o simbolismo hermético está nos repetindo o número três, duas vezes. Se somamos 3 + 3 = 6, temos outro número-chave: 6 é o símbolo da "besta", para renascer, mais tarde, como Fênix surgindo de suas cinzas...?

Porém, ainda há algo mais. Temos repetido que o oráculo desta civilização traçado na Grande Pirâmide do Egito fecha a série ininterrupta de predições em data coincidente com o ano 2001 de nossa era atual. E tal número, pelo mesmo procedimento, nos dá, também o número 3. Se este 3 o multiplicamos pelo 9 do resultado final anterior, teremos 27. Se a estes algarismos devolvemos os três zeros que se desprezaram da cifra básica apocalíptica, ou seja 144.000, temos 27.000. Façamos agora uma nova operação, fazendo intervir, como fatores a Terra, morada de nossa humanidade, e GANIMEDES, lar da super-raça ou, humanidade nossa irmã:

Resultados da última operação 27.000Diâmetro da Terra em Kms. (12.760) 1.276 (zero suprimido)Diâmetro de GANIMEDES em Kms. (5.150) 515 (zero suprimido) Total 28.791

A reunião de todos os fatores, neste processo dos números-chave, unindo as predições de duas fontes distintas e de diferentes épocas, e analisando o fundo essencial das misteriosas cifras, acaba de dar-nos, por diversos caminhos, a cifra exata do número de anos dos ciclos cósmicos a que nos vínhamos referindo anteriormente: 28.791. E para isto tivemos que unir numa operação conjunta Terra e Ganimedes... O que se depreende de todo este mistério matemático do Cosmos? Cada um de vocês pode tirar as conclusões que estime... Quanto a nós, daremos também as nossas nos últimos capítulos do livro.

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SEUS EFEITOS E DESENVOLVIMENTO.-

Dissemos ao final do capítulo anterior que as profecias da Grande Pirâmide assinalam o ano de 1975 de nossa era atual como começo da terrível crise bélica mundial. E se comparamos a lacônica mensagem das cifras-chave bíblicas e as simbólicas predições do Apocalipse com os diferentes anúncios em tal sentido contidos em todas as outras fontes proféticas já mencionadas, referindo-as ao curso dos acontecimentos e ao panorama internacional, compreenderemos que algo muito grande e de transcendental importância para a humanidade está se gestando nestas horas cruciais para todo o planeta.

E a tal conjunto de fatores, vem se unir, hoje, a dramática mensagem que nos chega desde o longínquo GANIMEDES... Estamos vivendo as horas derradeiras do Apocalipse e os acontecimentos que dia a dia se desenvolvem em todos os confins da Terra, são, em verdade, o desenvolvimento das forças geradas na Quarta Dimensão pelos tremendos desequilíbrios acumulados no curso dos últimos séculos, forças que se estão manifestando nos planos físicos e psíquicos, materiais e mentais de nosso mundo em todas as diferentes formas de perturbações sociais, políticas, econômicas, particulares ou coletivas, individuais ou familiares, nacionais e internacionais, climáticas, geológicas, sísmicas e de toda ordem. São, realmente, as expressões no mundo da matéria daqueles alegóricos "Selos" que na Quarta Dimensão , ou mundo Astral, vão mostrando os Guardiões Invisíveis desta humanidade, que não são outros que os "Sete Anjos" da visão de São João na ilha de Patmos.

Cada vez, à medida que correm os dias, irão se acentuando as mais fortes mudanças, as mais violentas controvérsias e lutas, nas inundações, movimentos sísmicos e quantos fenômenos contribuam ao desenlace previsto... E quando, em 1975, a tensão das relações internacionais haja alcançado seu máximo nível, a loucura dominante precipitará o dantesco choque: em poucas horas serão apagadas do mapa enormes cidades e centros de vida e de produção...Os terríveis cogumelos gigantescos das explosões termonucleares converterão em fumaça a milhões e milhões de seres humanos, em diferentes lugares do globo. A satânica demência, fazendo presa nos condutores dos povos, empregará todos os meios de destruição largamente acumulados, em seu afã de acabar com o adversário. No Oriente e Ocidente, um mar de fogo e radiações arrasará, em pouco tempo, mais da metade dessa pobre humanidade. E quando os colossos que acenderam a chispa do gigantesco holocausto caírem fulminados por suas próprias forças destruidoras, uma humanidade enlouquecida pelo terror, apavorada pelo pânico, dizimada dia a dia pelas radiações que invadirão todos os confins da Terra, buscará desesperadamente, um lugar onde abrigar-se... O implacável flagelo desatado pela cobiça e o ódio, continuará exterminando "os sobreviventes da terrível catástrofe bélica. E as forças vivas da Natureza, profundamente afetadas, farão sentir por sua vez, os efeitos negativos gerados pelos formidáveis desequilíbrios produzidos na crosta terrestre, nos mares e nos campos: as falhas geológicas perfeitamente conhecidas na atualidade, estimuladas pelos contínuos impactos massivos das grandes concentrações nucleares postas em jogo na infernal contenda, começarão a produzir extensos e repetidos terremotos, maremotos e erupções vulcânicas em diferentes lugares do planeta. Buscando seu novo equilíbrio, as forças orogênicas e telúricas, ao modificar a superfície do solo, contribuirão, em todas as partes, para o extermínio progressivo dos homens, animais e plantas... Os campos e os mares, contaminados pela radioatividade impossível de controlar, negarão seus frutos e seus peixes aos restos famintos desta humanidade sacrificada diante do altar de seus próprios egoísmos e rancores... Assim passarão os anos da década de oitenta, encontrando os albores do último decênio deste século um planeta arrasado em que perambularão, miseravelmente, poucos milhões de seres embrutecidos, dementes e monstruosos pelas deformações geradas, em tempo, por causa do louco emprego de uma energia nuclear que poderia ter dado à Terra a prosperidade e a ventura...

E em tais condições, ao final desse decênio, os seres que ainda continuem com vida e com razão para poder pensar, verão aproximar-se nos céus com estranho resplendor aquele gigante do espaço que mencionamos como Hercólubus o planeta frio. Momento a momento, sua visão irá aumentando, até ocupar uma considerável porção do firmamento. Já explicamos, anteriormente, os efeitos que a visita desse astro produzirá no nosso. Quando seu trânsito alcance a maior proximidade da Terra, esta sofrerá violentamente as diferentes mudanças enumeradas no

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capítulo XVII... O cataclismo final fechará o ciclo previsto nas profecias, e o "Fim dos Tempos" a que alude a Bíblia haverá chegado a seu apogeu...!

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INTERPRETAÇÃO DO JUÍZO

Tanto no Apocalipse de São João, como nos Versículos do Cap. 25 de São Mateus referente ao "Juízo Final", encontramos a promessa de que serão "salvos aqueles que tenham as brancas vestes do Reino", e que os bons, ou seja os que cumpriram os ensinamentos de Cristo, receberão o prêmio de entrar em Seu Reino... É aqui o momento de explicar, que uma parte, o sentido enigmático das alegorias e símbolos bíblicos, e por outra, o motivo porque voltam à Terra, depois de séculos, os super-homens do Reino de Munt.

Para poder cumprir a promessa crística, as Altas Dignidades desse Reino da Luz Dourada tantas vezes mencionado neste livro, encomendaram aos habitantes de GANIMEDES a nova missão que haveriam de cumprir em proveito deste mundo. Já se viu pelo desenvolvimento desta obra, como e quantas vezes trabalharam, em outros tempos, em altos labores de ajuda a nossa humanidade, no curso de sua evolução. Agora, a Grande Missão é salvar a todos aqueles que a Bíblia menciona com o simbolismo de "Os Eleitos das Brancas Vestes do Reino". Que significado tem isto? Todos os alunos de qualquer escola metafísica inciática sabem, perfeitamente, desde os primeiros estudos, que o ser humano possui uma aura, ou envoltório luminoso que rodeia integralmente o corpo físico e que se manifesta como um resplendor de diferentes cores, numa gama variadíssima de tons e de intensidade, segundo seja o nível evolutivo, ou grau de desenvolvimento psíquico e espiritual em que se encontra o ser. Todas as emoções, pensamentos ou atitudes internas da alma produzem raios de cores determinadas e de maior ou menor luminosidade nessa envoltura fluídica, que é visível permanentemente nos domínios do Plano Astral ou Quarta Dimensão , e pode ser vista e analisada por qualquer pessoa que possua a clarividência, ainda no plano físico. Essa "aura" é a que os pintores de todas as épocas tem colocado em torno das cabeças dos santos, e que expressaram como raios de luz refletidos pelo corpo dos seres divinos em todas as religiões.

Cada paixão, ou estado d'alma em determinado momento, gera um tipo de luz e calor caraterísticos, e os conhecedores disto podem saber, imediatamente, a classe de pessoa e seu modo peculiar de ser e de pensar, somente vendo sua aura. Nos clarividentes avançados, basta contemplar a pessoa, ainda que a certa distância, para conhecer, imediatamente, seu estado psíquico, sua qualidade moral, sua posição exata nas diferentes escalas da evolução... As auras, portanto, vêm a ser como uma roupa identificadora de seus proprietários, vestido que ninguém pode tirar e que o descobre em toda a intimidade de sua nudez espiritual. Agora poderemos compreender porque se fala no Apocalipse nas "brancas vestes do Reino". As luzes e raios da cor da aura correspondem ao estado da alma de cada um, e somente mudam se a pessoa muda o modo de ser e de pensar. E se é de baixos instintos, má, mal-intencionada, sua aura tem cores mais escuras, mais sujas, brilho débil e opaco, porque o espectro luminoso manifestado nela está em relação direta com a freqüência vibratória gerada pela constituição molecular de todos os corpos que integram o indivíduo, como explicamos ao tratar da Quarta Dimensão .

De tal maneira as auras de pessoas mais puras, mais elevadas na escala moral e espiritual desprendem os mais brilhantes raios de luz em tonalidades belíssimas e de uma resplandecente suavidade, em cujas radiações se aprecia uma delicada mistura de luz branca, com ligeiros toques dourados e celestes, indicadores das mais excelsas condições de espiritualidade, ou seja, as "Brancas Túnicas do Reino".

Nossos Irmãos Maiores de GANIMEDES têm a missão de buscar em toda a Terra, possuidores desse tipo de aura. Por isso é que, faz vários anos, eles tem visitado diferentes regiões do planeta, sobrevoando as cidades e as aldeias, observando detidamente, especialmente à noite, todos os lugares em que brilhe algumas dessas resplandecentes "vestimentas áuricas". Todas as pessoas se perguntam, o que é que fazem? Por que não descem e se manifestam publicamente?... Eles sabem. Porém só lhes interessa cumprir com sua missão. E essa missão é a de localizar a todos os que mereçam ser salvos do extermínio total por haver alcançado o mais alto nível moral que é possível nesse mundo, conduzindo-os, no momento oportuno, até seu maravilhoso reino. Muitos já partiram, como o caso narrado na Primeira Parte deste livro. E outros, também, já se preparam para abandonar a Terra. É um labor silencioso e sem alardes jatanciosos, pois os que já sabem o seu destino, por sua própria elevação, há muito venceram a

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soberba, o orgulho e a vaidade, já outros, aproveitariam para pretender uma mesquinha publicidade. Os que estão saindo tem seguido caminhos e métodos parecidos com os de nosso amigo Pepe. A maioria não deixa rastros, pois muitos, pertencem as classes humildes e esquecidas, aquele tipo de seres da rua que a fantasmagoria social, política ou econômica deste mundo não registra e, portanto, sua presença ou sua ausência não importa a ninguém...

Quando estoure a terceira guerra mundial, já haverão partido da Terra todos os que já alcançaram o mais alto nível de evolução nesta humanidade. Serão instalados no Reino de Munt para educá-los adequadamente e submetê-los a um longo processo de recondicionamento orgânico e fisiológico que os permita viver, fisicamente, vários séculos. Assim poderão assimilar o enorme adiantamento de seus mestres e preparar-se para regressar ao planeta de origem, em corpo e alma, quando chegue a hora de iniciar a NOVA ERA...

Se analisamos, detida e cuidadosamente, os tantas vezes mencionados textos do Novo Testamento, veremos que no "Juízo Final" e no Apocalipse existe uma marcada diferença entre os que "serão salvos" e os que "serão julgados". Já vimos quem são os "salvos", e como se está efetuando desde agora o processo cósmico... Devemos ocupar-nos, portanto, dos que serão "julgados". No capítulo 25 de São Mateus aparecem com a denominação simbólica de "as ovelhas" e "os cabritos". As ovelhas simbolizando os bons, aqueles que foram justos e fiéis servidores dos doces e amorosos ensinamentos de Cristo; e os cabritos, aos que se mantiveram reacionários e malévolos, obstinados em seus vícios e erros, toda essa legião tenebrosa da maldade humana... Quando termine o ciclo das terríveis provas. Quando o "Final dos Tempos" esteja consumado com a passagem de Hercólubus, os espíritos desencarnados de toda a população terrestre verão aparecer, na Quarta Dimensão , o Sublime Rei e Senhor do Reino da Luz Dourada em meio do glorioso esplendor de sua Corte Celestial... A separação de ambas as multidões já se fez, automaticamente, pela diferença vibratória correspondente a cada grupo, segundo as explicações metafísicas dada em capítulos das partes precedentes, ao tratar da Vida na Quarta Dimensão , e todos aqueles que não tenham conseguido superar os níveis inferiores e médios do Plano Astral, irão formar parte da nova povoação espiritual do gigantesco planeta Hercólubus, no sistema estelar de Tila, atraídos pela afinidade vibratória daquele astro, que como já dissemos, encontra-se num nível comparável ao grau de evolução que existia na Terra nos tempos da pré-humanidade. Para aqueles que, em meio de seu atraso moral, conservem a recordação subconsciente de haver vivido num mundo melhor, conhecendo posições de vida e civilizações muito superiores, ter que encarnar e permanecer por muitos milênios presos a um mundo inferior, das tristes perspectivas daquele astro, será em verdade, um pavoroso inferno... Porém dentro da admirável sabedoria divina, esta emigração de espíritos que chegue a Hercólubus, ajuda-lo-á a progredir no curso de sua própria evolução milenar com a injeção de novas forças civilizadoras que permitam o desenvolvimento, através dos tempos, de outra civilização nos confins do Cosmos...

Quanto aos seres classificados como "as ovelhas" de Cristo, permanecerão nos domínios espirituais da Quarta Dimensão do Planeta Terra, na espera de condições favoráveis que hão de transformar este mundo, segundo a promessa divina de que "SEU REINO BAIXARIA À TERRA".

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CAPÍTULO XX

A NOVA ERANos Capítulos finais do Apocalipse, 21 e 22, o simbolismo alegórico das profecias nos

mostram o cumprimento da Promessa Crística. Começam com a visão de "um céu novo e uma Terra nova: porque o primeiro céu e a primeira terra se foram"... Claramente se compreende que, depois da passagem de Hercólubus, o planeta haverá mudado totalmente. Novos continentes substituirão os atuais, e portanto serão novas terras as que se mostrarão à luz do Sol. E como a poderosa atração do gigantesco visitante haverá atraído à Lua, levando-a consigo em seu perpétuo girar em torno de Tila e produzirá a mudança de nosso eixo, fazendo a Terra rodar em forma diferente da atual, é lógico então que uma nova fisionomia do firmamento aparecerá, pois a posição de todas as constelações haverá mudado desde o novo ângulo de observação terrestre: serão "uma terra e um céu novos..."

Ao mesmo tempo, nesses capítulos nos mostra a descida a este mundo da nova "cidade de Deus", "a Nova Jerusalém, de ouro e pedras preciosas" cuja descrição constitui um conjunto simbólico de profundas alegorias em que, de novo, manifesta-se a intervenção dos Números-Chave, comprovaremos que todo esse conjunto de versículos encerra uma maravilhosa e extensa referência às novas condições de vida, civilização, nível de humanidade, cultura e elevação moral e espiritual da nova raça que povoará a nova Terra, ou seja este mesmo planeta, regenerado. Isto é, o estabelecimento de uma nova humanidade que realize aqui o ideal crístico. Em outras palavras: A Nova Era, o novo ciclo ou Revolução Cósmica de 28.791 anos, que começarão no ano 2001, em que termina o atual.

Então realizar-se-ão as partes mais importantes da Grande Missão que nossos Irmãos Maiores do Reino de Munt começarão a executar. Passados os cataclismos e todas as formalidades transformadoras, nosso planeta seguirá um tempo firmando e estabilizando sua nova topografia. E para que possa ser habitado outra vez, terão que desaparecer todas as causas de perturbação que impedem o florescimento de uma nova vida em seu solo. Nisto intervirão, diretamente os super-homens de GANIMEDES. Já dissemos que, antes do extermínio total, serão transportados para o reino deles todos aqueles que, mediante o grande poder da clarividência do sexto sentido dos homens de Munt, foram descobertos e salvos. Para os profanos que leiam isto, deve se explicar que aquele sexto sentido permite aos tripulantes dos Ovnis apreciar desde suas máquinas a brilhante luminosidade das auras, através de qualquer muro, teto ou o que seja. É por isso que tem estado e estão visitando constantemente todos os centros povoados deste mundo. Não necessitam descer, senão quando vão recolher alguém, pois do alto conhecem muito bem onde se encontra cada um dos possuidores das "brancas vestes do Reino". E quando se aproximar o momento propício para a viagem, cada um deles já sabe, com antecipação, que virão recolhê-lo...

E a preparação que recebem em Ganimedes os capacitará para serem, depois, em seu retorno a este mundo, os progenitores da Nova Raça, os fundadores efetivos da Nova Era... Por isso é necessário que sejam transportados em corpo físico, homens, mulheres e crianças, para que adaptados no Reino de Munt a semelhança de seus mestres desse mundo, possam alcançar vários séculos de existência e procriar, na nova Terra, filhos com o sexto sentido e com uma educação similar à que se obtém nesse reino de super-homens.

Enquanto nossos conterrâneos sejam assim preparados para o cumprimento de tão honroso destino, os homens de Munt trabalharão por longo tempo no recondicionamento da Terra, a fim de fazê-la novamente habitável. Sua ciência e sua técnica permitirá eliminar, totalmente, a radioatividade e os restos de isótopos radioativos que ficaram em todo o planeta como conseqüência da loucura bélica da extinta humanidade. Os novos continentes serão semeados com sementes trazidas do seu mundo para estender uma nova flora em todas partes. Todos os germes perigosos ou negativos que possam ameaçar a perfeita iniciação de uma nova humanidade, serão eliminados deste mundo, assegurando assim a existência dos novos povoadores num mundo como o deles, isento de enfermidades...

E quando as condições o permitam, voltarão a trazer todos os filhos deste mundo que foram salvos do desastre. Uma nova civilização começará a florescer aqui, a imagem e

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semelhança do Reino de Munt, sobre a base dos homens e mulheres que foram "salvos" por serem dignos precursores daquele Novo Mundo que se constituirá na Terra, sob a sábia e amorosa direção das Sublimes Inteligências do Reino da Luz Dourada, e com a cooperação fraternal de seus Irmãos de GANIMEDES...

Um novo reino de paz e de harmonia, de LUZ, de AMOR, e de VERDADE, haverá nascido na Terra de então. E as últimas partes do Apocalipse haverão tido sua mais fiel realização, pois com as mudanças sofridas se modificará até o clima, já que ao trocar de posição o eixo de rotação, e modificar-se totalmente os pólos geográficos e magnéticos, nosso planeta gozará de condições ambientais diferentes. Os brutos e marcados fenômenos meteorológicos haverão sido substituído por uma perpétua primavera em todas as regiões do globo e uma nova luz permanente e que encherá até os mais recônditos e fechados recintos, haverá substituído à variante luz do Sol... Com isto se cumprirá, também, aqueles versículos 4 e 5 do Cap. 22, que dizem: "E verão Sua face; e Seu nome estará em suas frentes". "E ali não haverá mais noite; e não tem necessidade de lume de tocha, nem da luz do sol: porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão para sempre". Esta última profecia nos leva, também, as últimas explicações que nosso Irmãos nos deram para completar esta Mensagem.

No curso de toda a obra se tem mencionado o Reino de Cristo como o REINO DA LUZ DOURADA. Até aqui, entendeu-se como referente, de maneira exclusiva, ao Sol... Porém a última profecia assinalada no Apocalipse nos abre uma nova pergunta. E essa pergunta se une à pergunta que muitos, os mais observadores, haver-se-ão feito: Se pensamos que o Sublime Espírito de Cristo era Rei do Sol, como poderemos explicar o mistério de que seu domínio se estendesse, também, a Hercólubus, sendo esse planeta de um sistema estelar diferente do solar? e que significado teria a última profecia mencionada, quanto a que não terão já necessidade da luz do Sol?...

Uma vez mais teremos que nos referir a Grande Pirâmide do Egito e a assombrosa sabedoria dos homens que a construíram. E isto servirá como derradeira comprovação de que a origem primordial de ambas as fontes proféticas, através do tempo e da distância, tem sido, sempre, o mesmo. Na Pirâmide de Keops e em alguns dos mais secretos papiros do antigo Egito, existem marcadas e enigmáticas alusões à estrela Alcion, da constelação de Touro, e seu grande sistema estelar. Igualmente, na Bíblia, no livro de Job, Cap. 38 Vers. 31, falando Deus a Job, diz-lhe: "Poderás tu impedir as delícias das Plêiades, ou desatarás as ligaduras de Órion? E no Vers. 33, Soubeste tu, os estatutos dos céus?"... Se levarmos em conta que a estrela Alcion pertence ao grupo que nossos astrônomos denominam "as Plêiades", e que desde GANIMEDES se informa que, nesse tempo, a Terra e todo nosso sistema solar haverá ingressado numa zona de "perpétua Luz Dourada” que abarca um perímetro de muitos anos-luz nos domínios do astro que nós conhecemos como "estrela Alcion", e que essa luz será de tal natureza que se encontrará presente em todas partes, alumiando até os mais recônditos lugares, aquela profecia do Cap. 22 do Apocalipse adquire, já, um realismo astronômico de transcendental importância.

Quanto à outra pergunta, relacionada com os alcances siderais do Reino Cósmico de Cristo, deu-nos esta enigmática resposta: "Se em vosso mundo, os reis da Inglaterra, simples mortais, foram os soberanos, simultaneamente, da Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Índia e de todas as colônias espalhadas, em outro tempo, nos diferentes continentes da Terra"... "Podes tu negar que o Sublime Reino da Luz Dourada ultrapasse os pequenos limites da família de astros que vocês denominam "sistema solar", e que o império celestial de Nosso Senhor e Mestre, Deus de Amor e de Perdão, Caminho da Luz, da Verdade e da Vida, alcance também, os limites daquela grande família estelar que os cientistas da Terra batizaram com o nome de um animal com chifres...? "Espera, que ao vir viver entre nós, aprenderás tudo isto e muito mais"...

Diante de tal resposta, abstemo-nos de qualquer comentário. Só nos resta dizer que a Promessa de Cristo, ao cumprir-se integralmente na Terra já purificada para sempre, dará a essa grande legião de espíritos que foram considerados "Suas Ovelhas", o reino que todos anelamos. Porque ao ir renascendo nos corpos procriados pelos "eleitos", serão super-homens como seus irmãos de GANIMEDES. Construirão uma nova civilização, educados e guiados por eles, segundo os moldes do Reino de Munt, e viverão já num mundo que, iluminados pela LUZ DOURADA, essa luz a que os últimos versículos do Apocalipse chamam "a luz de Deus", que

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iluminará até o fundo das almas, será a expressão material e moral do doce e prazeiroso paraíso, sem maldade, dor nem morte, que o Sublime Mestre predicara, dois mil antes, nas margens do Jordão...

Fim

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