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Estudo do texto "SOBRE O MECANISMO PSÍQUICO DOS FENÔMENOS HISTÉRICOS" do capítulo II da coleção de Freud, S., “Estudos sobre histeria”, de 1925

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Faculdade Ruy BarbosaCurso: Psicologia/ 3o. SemestreDisciplina: Teorias e Sistemas - PsicanliseProfessora: Marlene Brito de Jesus PereiraAluno:Andre Luis Vasconcellos de Mello

Fichamento do texto "SOBRE O MECANISMO PSQUICO DOS FENMENOS HISTRICOS" do captulo II da coleo de Freud, S., Estudos sobre histeria, de 1925

Segundo o dicionrio de Psicanlise de LaPlanche (2001), a histeria um tipo de neurose com quadros clnicos variados. As suas formas sintomticas mais bem identificadas so a histeria de converso, em que o conflito psquico simbolizado em sintomas corporais sbitos ou duradouros; e a histeria de angstia, quando a angstia fixada, de maneira mais ou menos estvel neste ou naquele objeto.

Breuer e Freud perceberam que as histerias sempre tm um fato causador. Assim como uma histeria traumtica pode ser ligada diretamente a um acidente gerador uma mordida de cachorro acarreta um medo de cachorros, outros sintomas histricos aparentemente espontneos esto ligados de maneira similar a um trauma gerador, este de ordem psquica. Os autores perceberam, ainda, que com grande frequncia, algum fato da infncia que estabelece um sintoma mais ou menos grave, que persiste (...) (FREUD, 2009, p.40). Na maioria dos casos, porm, no possvel estabelecer a origem do sintoma histrico apenas perguntando ao paciente, seja por se tratar de um assunto que o paciente no gostaria de discutir ou, principalmente, porque incapaz de record-lo e, mesmo que o faa, no tem nenhuma suspeita da conexo entre causa e efeito.

Em muitas ocorrncias, a ligao evidente, sendo claro como um fato ocorrido determinou certo sintoma histrico. Em outras situaes, entretanto, (...) a conexo casual no to simples. Consiste apenas no que se poderia denominar uma relao simblica entre a causa precipitante e o fenmeno patolgico (FREUD, 2009, p.41), tal como ocorre em sonhos.

Em verdade, os autores perceberam que Qualquer experincia que possa evocar afetos aflitivos (...) pode atuar como um trauma dessa natureza; e o fato de isso acontecer de verdade depende, naturalmente, da suscetibilidade da pessoa afetada (...) (FREUD, 2009, p.41). Um mesmo evento pode causar um trauma em um indivduo e passar totalmente desapercebido para outro. Essencialmente, apenas aquelas lembranas associadas a um afeto podem gerar sintomas. Nas palavras dos autores, A lembrana sem afeto quase invariavelmente no produz nenhum resultado. (FREUD, 2009, p.42).

Em um processo normal, ao ocorrer o fato que poderia causar o trauma psquico ocorre uma reao energtica. Quando essa reao ocorre em grau suficiente, grande parte do afeto desaparece como resultado. (FREUD, 2009, p.42). Essa reao pode ocorrer por aes, palavras ou mesmo, em casos mais benignos, por lgrimas, preservando as lembranas, mas amenizado o afeto associado.

A reao no o nico meio de se lidar com o trauma psquico. Em condies normais, uma pessoa pode associar o fato a outras experincias passadas e, assim, igualmente fazer desaparecer o afeto por meio de associaes entre os fatos presente e passados.

No evento de ao fato no incorrer suficiente reao, um afeto associado a uma lembrana. Essas lembranas (...) que se tornaram os determinantes de fenmenos histricos persistem (...) e com todo o seu colorido afetivo. (FREUD, 2009, p.43).

H dois grupos de razes para essa reao no ter ocorrido (ou ocorrido a contento):1. Quando a natureza do trauma no contempla uma reao como no caso da morte de um ente querido; e2. Quando a natureza do estado do indivduo torne essa reao impossvel.Em ambos os casos, os afetos que no foram eliminados pela reao tambm no sero pela associao.

Os autores concluem, assim que (...) pode-se dizer que as representaes que se tornaram patolgicas persistiram com tal nitidez e intensidade afetiva porque lhes foram negados os processos normais de desgaste por meio da ab-reao e da reproduo em estados de associao no inibida. (FREUD, 2009, p.45).

Deve-se salientar, porm que o trauma psquico no age somente como o provocador do sintoma, que depois seguiria uma vida independente. Segundo os autores, Devemos antes presumir que o trauma psquico ou mais precisamente, a lembrana do trauma age como um corpo estranho que, muito depois de sua entrada, deve continuar a ser considerado um agente que ainda est em ao (...) (FREUD, 2009, p.41).

(...) a diviso da conscincia que to marcante nos casos clssicos conhecidos sob a forma de double conscience, acha-se presente em grau rudimentar em toda histeria, e a tendncia tal dissociao, e com ela o surgimento dos estados anormais da conscincia, constitui o fenmeno bsico dessa neurose. (FREUD, 2009, p. 35)

(...) ataques histricos, alm disso, so especialmente interessantes se tivermos em mente uma teoria, que mencionamos atrs, a saber, que na histeria, certos grupos de representaes que se originam nos estados hipnides esto presentes e so isolados da ligao associativa com as outras representaes, mas podem associar-se entre si, formando o rudimento mais ou menos altamente organizado de uma conscincia, uma condition seconde (FREUD, 2009, p.47)

Quando o ataque surge pela primeira vez, indica um momento em que essa conscincia hipnoide adquiriu controle sobre toda existncia do indivduo. (...) Durante o ataque, o controle sobre toda a inervao somtica passa para a conscincia hipnoide. A conscincia normal (...) pode at mesmo perceber os fenmenos motores do ataque, enquanto os fatos psquicos concomitantes ficam fora de seu conhecimento. (FREUD, 2009, p.48)

Seguindo com suas experincias, Breuer e Freud perceberam que ao em se trazendo luz com clareza a lembrana do fato provocador do sintoma isto , trazendo-o para a conscincia normal e despertar o afeto associado e quando o paciente consegue traduzir esse afeto em palavras, o afeto se esvai e, com ele o sintoma. Na maioria das vezes, entretanto, essas lembranas no esto disposio do paciente em seu estado normal, pelo que se faz necessrio a hipnose. Os autores postulam a necessidade deste procedimento para rememorar o momento em que o evento se deu pela primeira vez para, assim, poder se demonstrar sua conexo para, posteriormente, desencadear a lembrana, traduo e cura.

Referncias bibliogrficas

FREUD, Sigmund. Obras Psicolgicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 2009.

LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulrio da psicanlise. So Paulo: Martins Fontes, 2001.