Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético...

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Ministério da Ciência e Tecnologia Observatório Nacional Pós-graduação em Geofísica Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético Transiente) da Porção Leste da Bacia do Parnaíba: Contribuição ao conhecimento Hidrogeológico Aluno: Paulo Marques Abreu Dissertação de Mestrado Orientador: Sergio L. Fontes Março de 2002

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Ministério da Ciência e Tecnologia

Observatório Nacional

Pós-graduação em Geofísica

Estudos Geofísicos

(Magnetotelúrico e Eletromagnético Transiente)

da Porção Leste da Bacia do Parnaíba:

Contribuição ao conhecimento Hidrogeológico

Aluno: Paulo Marques Abreu

Dissertação de Mestrado

Orientador: Sergio L. Fontes

Março de 2002

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Agradecimentos

Ao meu orientador Dr. Sérgio Luiz Fontes, pela orientação nas atividades de levantamento,

processamento e interpretação de dados geofísicos.

Aos Técnico do Observatório Nacional/MCT, Emanuele Francesco La Terra e Carlos Roberto

Germano, que foram responsáveis pela aquisição e ajudaram no processamento e inversão dos

dados geofísicos.

Ao engenheiro cartógrafo Fabio Braga Nunes Coelho e a Constantino Motta Mello pela ajuda

na confecção de figuras.

Aos Alunos de pós-graduação, Gleide Alencar Nascimento Dias e Alan Freitas Machado

pela orientação nos softwares de processamento de dados e inversão dos dados geofísicos e

acompanhamento do trabalho.

Ao Irineu Figueiredo pelas discussões e recomendações sugeridas no trabalho.

Aos funcionários das bibliotecas da CPRM/RJ e do ON/MCT pelo ótimo trabalho de

atendimento ao publico.

À CAPES, pelo financiamento da bolsa de estudo.

À Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí pelo

convenio com o ON/MCT, que propiciou o financiamento dos trabalhos de campos.

Ao meu pai, Cláudio Joncker Froes Abreu pela correção de parte do texto desta dissertação.

Aos meus pais, Cláudio Joncker Froes Abreu e Maria Fátima Marques Abreu pelo incentivo

e ajuda neste trabalho.

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Resumo

O presente trabalho tem como objetivo contribuir para o conhecimento hidrogeológico da

borda leste da bacia do Parnaíba, através de uma investigação geofísica utilizando os métodos

magnetotelúrico (MT) e eletromagnético transiente (TEM). Ambos fornecem estimativas da

resistividade elétrica em subsuperfície. A partir do mapeamento da resistividade no subsolo é

possível diferenciar camadas areníticas (moderadamente resistivas) de camadas de argila

(condutivas) e embasamento cristalino (mais resistivo), visualizando assim a estruturação da

bacia.

A bacia do Parnaíba, localiza-se na região nordeste ocidental brasileira ocupando uma área de

aproximadamente 600.000 km2, com espessura sedimentar máxima em torno de 3400 m próximo

à sua porção central. Trata-se de uma bacia intracratônica, onde se encontram sedimentos

depositados do Ordoviciano ao Terciário e rochas intrusivas e extrusivas relacionadas a eventos

magmáticos de idades jurotriássica à eo-cretacia. Sobre o contexto hidrogeológico, a Formação

Cabeças e o Grupo Serra Grande, constituídos basicamente por arenitos, contém os principais

aqüíferos regionais. Além deste Grupo, a área deste estudo predomina a Formação Pimenteiras. O

clima é classificado como semi-árido, característico da maior parte do nordeste brasileiro, onde a

falta de água potável é um grande problema da região. Este fato confere relevância aos estudos

visando um melhor conhecimento hidrogeológico da região.

Os estudos geofísicos apresentados nesta dissertação consistem de 28 estações MT e TEM

dispostas em três perfis transversais às principais estruturas da área. Os perfis são:

• Perfil Monsenhor Hipólito, de 58 km de comprimento total, compreendendo 9 estações

MT/TEM, com espaçamento variando entre 4 e 12 Km.

• Perfil Jaicós, de 22 km comprimento total, compreendendo 9 estações MT/TEM, com

espaçamento variando entre 4 e 6 Km

• Perfil Itainópolis, de 41 km de comprimento total, compreendendo 10 estações MT/TEM,

com espaçamento variando entre 4 e 6 Km.

Nos 3 perfis, a freqüência MT foi amostrada na faixa 0,07-0,008 Hz a 334 Hz, enquanto as

medidas TEM variaram entre 33 Hz a 100000 Hz.

Para estimar o tensor impedância e suas resistividades e fases associadas dos dados MT foi

empregado o processamento robusto proposto por Egbert & Eisel (2000). Para determinação do

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strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom e Bailey (1989). Para a correção estática dos

dados MT utilizou-se as curvas de resistividades aparentes do método TEM como base para

correção, como proposta por Sternberg et al (1988). A inversão dos dados MT foi realizada

utilizando o algoritmo 2D de Mackie et al. (1997).

O ajuste da inversão 2D variou de bom a razoável nos perfis, tendo sido obtidos para o Ψ2

(erro médio quadrático) 0.312, 0.408 e 0.218 para os perfis Monsenhor Hipólito, Jaicós e

Itainópolis, respectivamente. As seções de resistividade sugerem para a bacia uma profundidade

do embasamento variando de 100 m a 1300 m, . Nos perfis Jaicós e Monsenhor Hipólito a

profundidade do embasamento não ultrapassa 600 m. No perfil Itainópolis o embasamento atinge

a profundidade de 1300 m. As profundidades do embasamento em torno de 600 a 1300 m dá a

oportunidade da explotação de aqüíferos profundos para abastecimento das áreas urbanas dos

municípios cobertos pela área de estudo.

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Abstract

This research work aims to contribute to the hydrogeologic knowledge of the eastern

margin of the Parnaíba basin through a geophysical investigation by using magnetotelluric (MT)

and transient electromagnetic (TEM) methods. Both methods give estimates of subsurface

electric resistivities. From the resistivity mapping of the subsurface it is possible to differentiate

sandstone layers (moderately resistive) from shale layers (more conductive relative to the first

ones) and the crystalline basement (more resistive), making possible a visualization of the basin's

structure.

The Parnaíba basin is located to the west side of the northeastern region of Brazil. It

occupies an area of about 600000 km2 with an approximate 3400 m maximum sedimentary

thickness near its central position. It is an intracratonic basin where one finds Ordovician to

Tertiary sedimentary deposits and intrusive and extrusive rocks associated to magmatic events

from Jurassic to eo-cretaceous ages. On a hydrogeologic context, the Cabeças geologic

formation and the Serra Grande group (both predominantly sandstones) contain the most

important aquifers in the region.

The Serra Grande group and the Pimenteiras formation predominate in the study area.

They stand over a semi-arid region, particular to most of northeastern Brazil countryside where

water shortage is a long and well-known problem to the region. This fact also calls for the

importance towards a better understanding of the region's hydrogeology. Geophysical studies

presented in this dissertation are based on 28 MT and TEM stations sited upon three cross-section

profiles relative to the area's main structures. These three profiles are (see fig. 2.3):

· (1) the Monsenhor Hipólito profile, 58 km long with 9 MT/TEM stations, 4 to 12 km away one

from the other.

· (2) the Jaicós profile, 22 km long with 9 MT/TEM stations, each 4 to 6 km away from the other.

· (3) the Itainópolis profile, 41 km long with 10 MT/TEM stations, 4 to 6 km away one from the

other.

In all three profiles the MT frequency was sampled between 0.07-0.008 Hz and 334 Hz

whereas TEM measurements were taken between 33 Hz and 100000 Hz. In order to estimate the

impedance tensor and its related apparent resistivities and phases, a robust computer processing

technique given by Egbert & Eisel (2000) was used. To determine the geoelectric strike, Groom

and Bailey's (1989) technique was used. For static shift correction of MT data, we used the

TEM-method's apparent resistivity curves based on Sternberg's (1988) proposal. MT data v

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inversion was achieved using the 2-D algorithm by Mackie et al. (1997). The 2-D inversion

adjustment varied from the label 'good' to 'acceptable' in the profiles. We found the following

square mean errors for Monsenhor Hipólito, Jaicós and Itainópolis profiles, respectively: 0.312,

0.408 and 0.218.

Resistivity sections suggest that the basin's basement depth ranges from 100 m to 1300 m

with graben and horst structures. In Jaicós and Monsenhor Hipólito profiles the basement depth is

not deeper than 600 m. In the Itainópolis profile the basement deeps down to about 1300 m.

Basement depths ranging from 600 m to 1300 m indicate an open opportunity to explore deep

aquifers for water supplying purposes to towns and villages along the study area.

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Índice

AGRADECIMENTOS……............................................................................................................ii

RESUMO………...........................................................................................................................iii

ABSTRACT….......................................................................................................................…….v

ÍNDICE……............................................................................................................................… vii

1-INTRODUÇÃO............................................................................................................................1

2- LOCALIZAÇÃO E GEOLOGIA DA ÁREA DE ESTUDO........................................................ .................3

2.1- Localização.......................................................................................................................... .....3

2.2- Geologia da Bacia do Parnaíba.................................................................................................6

2.2.1-Introdução............................................................................................................................ .6

2.2.2- Embasamento.......................................................................................................................6

2.2.3- Estratigrafia da bacia do Parnaíba......................................................................................11

3- HIDROGEOLOGIA...................................................................................................................16

4-OS MÉTODOS MAGNETOTELÚRICO (MT) E ELETROMAGNÉTICO TRANSIENTE

(TEM)..........................................................................................................................................................................24

4.1- O método magnetotelúrico....................................................................................................24

4.1.2- Fontes do campo EM........................................................................................................25

4.1.3- As equações de Maxwell e as equações constitutivas......................................................26

4.1.4- Indução em uma Terra uniforme......................................................................................28

4.1.5- Indução numa terra unidimensional................................................................................30

4.1.6- Indução em uma terra bidimensional..............................................................................33

4.1.7- Indução em estruturas tridimensionais............................................................................34

4.1.8- Tensor impedância e parâmetros clássicos de MT..........................................................35

4.1.9- Anisotropia......................................................................................................... ..........38

4.1.10– Heterogeneidades e deriva estática...............................................................................38

4.2- O método Eletromagnético Transiente (TEM)......................................................................39

5- AQUISIÇÃO DOS DADOS MT E TEM..................................................................................42

5.1- Aquisição dos dados MT.......................................................................................................42

5.2- Aquisição de dados TEM......................................................................................................45

6- PROCESSAMENTO DOS DADOS..........................................................................................47

6.1- Estimativa dos elementos do tensor impedância......................................... ........................47 vii

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6.1.1- Estimativas dos elementos do tensor impedância através do processamento pelo método

dos mínimos quadrados..................................................................................................................49

6.1.2- Estimativas do tensor impedância através do processamento

robusto............................................................................................................................................50

6.2- Processamento robusto..........................................................................................................51

6.3- Método de estimativa do strike geoelétrico (Groom & Bailey)............................................60

6.4- Determinação do strike geoelétrico utilizando os parâmetros de Groom Bailey (GB) e

Tipper..............................................................................................................................................61

6.5- Metodologia de preparação dados e correção do “Static Shifit” para a

inversão...........................................................................................................................................66

7- INVERSÃO 2D E INTERPRETAÇÃO....................................................................................76

7.1- Inversão 2D...........................................................................................................................76

7.2- Resultados da inversão 2D....................................................................................................78

8- CONCLUSÃO...........................................................................................................................87

9- REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................................. ............90

Anexo A: Comparação entre os métodos de processamentos robusto e mínimos quadrados no

perfil Jaicós.....................................................................................................................................99

Anexo B: Ajuste das inversões 2D para os perfis.................................................................... ..109

Anexo C: Seções geoelétricas, com limites de separação entre o embasamento e os sedimentos da

bacia do Parnaíba, propostos em investigações

anteriores......................................................................................................................................116

Anexo D: Fotos de Afloramentos.................................................................................................120

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1- Introdução O objetivo deste trabalho é o de contribuir para o conhecimento hidrogeológico da borda

leste da bacia do Parnaíba, através de uma investigação geofísica do arcabouço estrutural e lito

estratigráfico da bacia. Foram utilizados os métodos geofísicos magnetotelúrico (MT) e o método

eletromagnético transiente (TEM). Estes métodos geofísicos fornecem estimativas das

resistividades elétricas do interior da Terra. A região de estudo está localizada no centro leste do

estado do Piauí, próximo à cidade de Picos, onde o clima da região é semi-árido, se inserindo

dentro dos limites do polígono da seca do nordeste brasileiro. Este fato faz com que a utilização

de recursos de água subterrânea para o abastecimento de água para população local seja uma

importante alternativa viavel. A investigação geofísica na região tem como objetivo de obter

informações importantes para locação de poços de água subterrânea e para futuros estudos

hidrogeológicos.

Os métodos geofísicos são uma ferramenta muito útil na prospecção de água subterrânea,

tanto na pesquisa como na administração dos aqüíferos. Em paises ou regiões onde existe uma

carência de água superficial, a aplicação de métodos geofísicos torna-se indispensável.

Efetivamente, encontram-se vários trabalhos na literatura sobre prospecção de água subterrânea

com o emprego dos métodos geofísicos. Alguns destes, envolvendo MT, AMT (magnetotelúrico

na faixa de audio ou simplificadamente audiomagnetotelúrico), CSAMT (audiomagnetotelúrico

com fonte controlada) e TEM, são relacionados nos parágrafos abaixo.

Carrasquilla et al. (1999) confirmaram a viabilidade do uso dos métodos TEM/FEM

(eletromagnético no domínio da freqüência) na determinação do contato da água doce e salgada e

na locação de poços na Planície Costeira Norte Fluminense. Goldman & Neubauer (1994)

relataram casos históricos do uso de métodos eletromagnéticos e elétricos integrados na

investigação de água subterrânea. Num estudo em Israel, descreveram a utilização de

ressonância magnética nuclear e TEM para obter informações da distribuição da água em

subsuperfície (água salgada e doce). Osella et al. (1999) utilizaram MT para obter a imagem

elétrica do aqüífero aluvional na Serra Pampeanas, Argentina. Giroux et al (1997) utilizaram MT

para o estudo do aqüífero de Maestrichitian no Senegal. Chouteau et al. (1994) usaram MT para

estudar a geometria do aqüífero de Santa Catarina no México e determinar a fonte de sua

contaminação. Bernard et al. (1990) usaram AMT em um ambiente vulcânico na Ilha de Reunion,

numa investigação voltada para água subterrânea. Nichols et al. (1994) ussaram CSAMT para

estudar a intrusão de água salina no vale Salinas na Califormia.

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O presente trabalho integra estudos geofísicos desenvolvidos na bacia do Parnaíba pelo

Observatório Nacional (ON) e a Universidade de Leicester (Inglaterra) ao longo dos últimos 5

anos. Como referência a resultados prévios desses estudos podemos citar os trabalhos de Fontes

et al. (1997), Meju et al., (1999), Metelo (1999) e Lima (2000). Outros estudos geofísicos na

bacia do Parnaíba foram desenvolvidos por outros grupos, como o estudo de Vitorello & Padilha

(1993), que mostraram a estrutura geoelétrica rasa da bacia com AMT escalar.

Mais especificamente, os estudos geofísicos apresentados nesta dissertação são uma parte

do contrato de serviço entre o Observatório Nacional e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e

Recursos Hídricos do Estado do Piauí, que visa a locação de poços no cristalino e um possível

aproveitamento da água subterrânea para abastecimento das populações urbanas de municípios

situados em terrenos cristalinos próximos à borda da bacia. Foram obtidas 28 estações MT e

TEM dispostas em três perfis transversais às principais estruturas da área.

O método MT é um método eletromagnético de fonte natural capaz de permitir a estimava

da resistividade elétrica da subsuperfície da terra, desde algumas dezenas de metros até

profundidades associadas ao manto superior. Por outro lado o método TEM é um método de

fonte controlada que estima a resistividades em subsuperfície em porções rasas. Os dados MT

estão sujeitos a ruídos que não obedecem a uma distribuição gaussiana (Egbert & Livelybrooks,

1996), tornando inadequada a estimativa do tensor impedância empregando a técnica

convencional dos mínimos quadrados. Dessa forma, para estimativa do tensor impedância e

resistividades e fases associadas, foi utilizado o processamento robusto proposto por Egbert &

Eisel (2000). Para determinação do strike geoelétrico utilizou-se a técnica de decomposição

tensorial de Groom e Bailey (1989), que separa os strikes local e regional supondo que a

distribuição de resistividades é regionalmente bi-dimensional. É bastante conhecido na literatura

que os dados MT estão sujeitos a um efeito de deslocamento das curvas de resistividade aparente

que independem da freqüência, denominada static shift ou deriva estática (Jones, 1988; Sternberg

et al., 1988; Jiracek, 1990; etc.). Para a correção deste efeito dos dados MT utilizou-se a técnica

de deslocamento da curva MT de resistividade aparente, empregando as curvas de resistividades

do método TEM como base para correção, como proposto por Sternberg et al. (1988) e já

empregada em outro conjunto de dados MT da bacia do Parnaíba (Meju & Fontes, 1993; Fontes

et al., 1997; Meju et al., 1999). Após estas fases, executou-se a inversão 2D dos dados MT

utilizando o código proposto por Mackie et al. (1997), baseado na técnica do gradiente

conjugado para a pesquisa do mínimo no espaço dos modelos.

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2- Localização e geologia da área de estudo.

2.1 Localização.

A área de estudo abrange os limites leste a sudeste da borda da Bacia do Parnaíba (Figura

2.1), na porção centro-leste do estado do Piauí. Esta área está dentro dos limites do polígono da

seca do nordeste brasileiro (Figura 2.2). Na área de estudo (Figura 2.3), afloram o Grupo Serra

Grande (predominantemente constituído por arenitos e principal foco do presente estudo), a

Formação Pimenteiras e o embasamento cristalino. As principais vias de acesso à região são as

BR-316, BR-407, BR-230 e estradas de terra vicinais.

Figura 2.1- Posição das bacias sedimentares do Brasil compilado e modificado de Feijó (1994). A

bacia do Parnaíba é marcada em amarelo e o retângulo verde mostra a área de estudo.

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Figura 2.2- Polígono da seca. Conforme Rebouças & Marinho (1972). A área de estudo e

assinalada por um retângulo.

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Figura 2.3- Localização dos perfis MT e TEM no mapa geológico da área de estudo, compilado e

modificado do mapa geológico do estado da Piauí (CPRM, 1995).

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2.2- Geologia da Bacia do Parnaíba.

2.2.1 Introdução.

A bacia do Parnaíba (Figura 2.1) possui uma cobertura sedimentar de aproximadamente

600.000 km2, apresentando uma forma oval estendendo-se cerca de 1000 Km na direção NE-SW

e 800 km na direção NW-SE. A bacia apresenta espessura sedimentar máxima em torno de 3400

m próximo à sua porção central (Góes et al., 1990). Trata-se de uma bacia intracratônica, segundo

classificação de Klemme (1980), Asmus & Porto (1972).

A borda sul da bacia do Parnaíba é delimitada pelo Arco de São Francisco. As bordas

leste e oeste são delimitadas por rochas da orogenia Brasiliana. A borda noroeste da bacia é

delimitada pelo arco de Tocantins, que separa esta bacia da bacia do Amazonas. Ao norte existem

duas bacias costeiras (bacias de São Luiz e de Barreirinhas), que são separadas da bacia do

Parnaíba pelo Arco de Ferrer-Urbano Santos. A cobertura da bacia, abrange os estados do Piauí,

Maranhão, Tocantins e Pará, abrangendo ainda pequenas partes dos estados da Bahia e Ceará.

A hipótese mais consistente e menos contraditória para origem da bacia seria a de uma

contração térmica e adensamento litosférico ocorrido no final da Orogênese Brasiliana,

provocando fragmentação de um supercontinente no Neoproterozóico. A possível quebra deste

supercontinente tem sido discutida por diversos autores: Lindsay et al. (1987), Lindsay (1991),

Klein (1991), Hartley & Allen (1994), Góes et al. (1990) e Sousa (1996).

Nesta bacia encontra-se uma seqüência transgressiva-regressiva associada ao avanço e

recuo do mar (Mesner & Wooldridge, 1964), com a sedimentação iniciando na Formação

Riachão e terminando com a Formação Poti, (Kegel, 1956), depositados do Ordoviciano ao

Terciário e rochas intrusivas e extrusivas relacionadas a eventos magmáticos de idades

Jurotriássica a Eo-cretácia (Góes & Feijó , 1994).

2.2.2- Embasamento.

A bacia do Parnaíba está localizada na porção nordeste ocidental brasileira (Figura 2.1).

Ela está posicionada sobre um embasamento fortemente estruturado, formado no ciclo Brasiliano.

A consolidação da plataforma Sul-americana foi completada entre o final do Proterozóico e inicio

do Fanerozóico (700-450 Ma). Em torno de 30 % do embasamento da área de estudo estão

mascarados por rochas mesozóicas e cenozóicas (Cordani et al., 1984).

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Na borda ocidental da bacia (Figura 2.4), o embasamento é composto pela faixa móvel

Araguaia-Tocantins que apresenta lineamentos N-S. Esta faixa de dobramento é uma unidade

geotectônica do Proterozóico Superior, com deformações intensas ocorridas entre 1000 a 500 Ma,

as últimas relativas ao ciclo Brasiliano. Ela é composta por duas unidades litoestratigráficas: o

Grupo Estrondo e Grupo Tocantins. A faixa móvel Araguaia-Tocantins termina junto ao

lineamento Transbrasiliano (Figura 2.4).

Na borda sul (Figura 2.4), a bacia desaparece por baixo de rochas mesozóicas da

Formação Urucuia. A região apresenta intensa deformação cataclástica, com os principais

falhamentos de direção NE-SW. Apresenta ainda metassedimentos do Grupo Natividade.

Na borda sudeste encontra-se a Faixa Móvel Riacho do Pontal, limitada a sul e sudeste

pelo craton do São Francisco e ao norte pelo Lineamento de Pernambuco.

Toda a borda leste da bacia, entre o lineamento de Pernambuco e a costa atlântica

encontra-se à província estrutural da Borborema (Figura 2.4). Sua estruturação principal foi

formada no ciclo Brasiliano. As principais estruturas estão orientadas NE-SW, são transversais à

borda da bacia e provavelmente adentram por baixo da bacia.

Segundo Loczy & Ladeira (1976), do ponto de vista tectônico, a bacia representaria um

golfo intracratônico suavemente deformado mostrando assimetria segundo NW. Ao longo do seu

bordo oriental os estratos paleozóicos mergulham regionalmente para o centro, com valores de 4o

a 2o, ao passo que no setor norte-ocidental, os mergulhos nos bordos variam de 4o a 5o. Os rumos

dominantes das falhas são ENE e NNW, aos quais paralelizam vários sistemas de juntas, grabens

e horsts .

Cunha (1986) relaciona duas importantes estruturas do embasamento da bacia do

Parnaíba: o lineamento Transbrasiliano e o lineamento Picos-Santa Inês (Figura 2.5). O

lineamento Transbrasiliano representa uma feição alongada de cerca de 9700 Km, com

orientação NE-SW, que cruza o território brasileiro do Ceará ao Mato Grosso e prossegue para

sudoeste, penetrando no Paraguai e Argentina (Schobbenhaus et al., 1975). Este lineamento é

demarcado na bacia por falhas orientadas na direção NE-SW, que cortam rochas paleozóicas e

mesozóicas, e por diques de diabásicos orientados no mesmo sentido. O lineamento

Transbrasiliano teria mantido ativo desde a sua instalação até a época presente (Cunha, 1986). O

lineamento Picos-Santa Inês constitui uma faixa cataclástica com orientação NW-SE. Esta faixa

reflete a morfologia atual, produzindo alinhamentos orientados na direção NW. Este lineamento

exerceu uma grande influência no desenvolvimento da bacia do Parnaíba, controlando

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importantes eixos deposicionais (Cunha, 1986). A Figura 2.6 mostra a presença de estruturas

grabenformes do embasamento da bacia do Parnaíba, obtidas a partir da modelagem de dados

gravimétricos e aeromagnéticos (Góes & Travassos, 1992).

Figura 2.4- Mapa geológico esquemático do embasamento da bacia do Parnaíba, apresentando os

principais elementos geotectônicos (Cordani et al., 1994).

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Figura 2.5- Distribuição das falhas, diques e alinhamentos morfológicos que definem os

lineamentos Transbrasiliano e Picos-Santa Inês (Cunha, 1986).

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Figura 2.6- Estruturas grabenformes presentes no embasamento da bacia do Parnaíba, em

subsuperfície, segundo Góes & Travassos (1992)

O embasamento da área de estudo (Figura 2.4), localizado na Província da Borborema, é

composto pela Faixa Jaguaribeana e a Faixa Curu-Independência, sendo caracterizado pela ampla

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variação dos lineamentos do embasamento. A principal feição estrutural é o lineamento Senador

Pompeu, que marca a área de estudo com lineamentos de cerca de 500 e separa as duas faixas

(Figura 2.4). Ao sul da área localiza-se o lineamento Picos - Santa Inês (Figura 2.5).

A Faixa Jaguaribeana, que é designada como um cinturão móvel de alto grau do

Paleoproterozóico (Delgado & Augusto, 1994), é composta na área de estudo por rochas:

1-Plutônicas foliadas de composição granodiorítica, apresentando localmente xenólito

supracrustal (granitóides Transamazônicos, 2 Ga)

2-Granitóides com textura milonítica, porfiroclasto de hornblenda, de composição

variando de granito a granodiorito e granitóides porfiríticos, com composição variando de

alcaligranito a sieonogranito e leucogranito (granitóide Brasiliano de idade 0.55 a 0.70 Ga).

A Faixa Curu-Independência, dentro do cinturão móvel Anto Brígida e Ribeira-Vacaica

de idade Neoproterozóica (Delgado & Augusto, 1994), é composta na área de estudo por:

1-Plutônicas foliadas de composição granodiorítica apresentando localmente xenólito

supracrustal (granitóides Transamazônicos, 2 Ga)

2-Quartzitos, xistos, metabasalto, metadácitos e ultramáficos de ambiente fluvio-marinho

epicontinental associado a rift entre o Paleoproterozóico e o Mesoproterozóico.

3-Conglomerados mal selecionados de ambiente de rift da formação da bacia do Parnaíba

(Cambriano).

2.2.3- Estratigrafia da bacia do Parnaíba.

A Figura 2.7 apresenta a carta estratigráfica da bacia do Parnaíba, segundo Góes & Feijó

(1994). Rochas sedimentares imaturas (arenitos arcoseanos, siltitos micáceos e grauvacas),

seriam anteriores à formação da bacia (Caputo & Lima, 1984; Cunha, 1986: Góes et al., 1990;

Góes & Feijó, 1994). Na carta estratigráfica da bacia do Parnaíba estas unidades aparecem

(Figura 2.7) e são representadas pela Formação Riachão (Kegel, 1956) de idade Proterozóica

final, e pela Formação Mirador (Rodrigues, 1967), de idade Cambro-Ordoviciana

• Grupo Serra Grande.

O Grupo Serra Grande foi definido por Small (1914) como série, sendo posteriormente

descrito como Formação por Campbell et al. (1949). Carozzi et al. (1975) promoveu-o a Grupo

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sendo composto pelas Formações Mirador, Ipu, Tianguá e Itaim. Caputo & Lima (1984) e Góes

& Feijó (1994) caracterizam este Grupo como composto pelas Formações Ipu, Tianguá e Jaicós.

O Grupo Serra Grande assenta-se discordantemente sobre rochas ígneas e metamórficas

do embasamento e rochas sedimentares anteriores ao inicio da deposição dos sedimentos da bacia

do Parnaíba (inconformidade). Seu contato superior é discordante (desconformidade) com o

Grupo Canindé.

A Formação Ipu (Campbell et al., 1949) é composta por arenitos, conglomerados, arenitos

conglomeráticos e diamictitos, tendo sido depositada em ambiente fluvial anastomosado com

influência periglacial (Caputo & Lima, 1984).

A Formação Tianguá (Rodrigues, 1967) é composta por folhelho cinza, siltito e arenito

muito micáceo, depositados em ambiente marinho raso (Góes & Feijó, 1994). Caputo & Lima

(1984) consideram a Formação Tianguá como depositada em ambiente marinho raso, durante a

fase máxima de extensão da transgressão glácio-eustática mundial que seguiu à fusão de gelo do

norte da África.

A Formação Jaicós (Plummer, 1948) é composta por arenito e eventuais pelitos,

depositados por sistemas fluviais entrelaçados (Góes & Feijó, 1994). Segundo Caputo & Lima

(1984) e Caputo (1984), a Formação Jaicós é composta por arenitos e conglomerados,

depositados em leques aluvionais e fan deltas.

• Grupo Canindé.

Rodrigues (1967) propôs o grupo Canindé para agrupar as Formações Pimenteiras,

Cabeças e Longa. Caputo & Lima (1984) incluíram a Formação Itaim neste Grupo. Góes et al.

(1992) incluem neste grupo as Formações Itaim, Pimenteiras, Cabeças, Longá e Poti.

O contato do Grupo Canindé com a unidade inferior, o Grupo Serra Grande, é feito

através de uma desconformidade. Com o embasamento seu contato é feito através de uma

inconformidade, no extremo leste da bacia. O contato com a unidade superior o Grupo Balsas dá-

se discordantemente (Góes & Feijó, 1994).

A Formação Itaim (Kegel, 1953) apresenta arenito fino esbranquiçado e folhelhos cinza,

depositados em ambiente deltáicos e plataformais, dominados por correntes induzidas por

processos de marés e de tempestades (Góes & Feijó, 1994).

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Figura 2.7- Carta estratigráfica da bacia do Parnaíba (Góes & Feijó, 1994). Modificada por

Metelo (1999). Em destaque a posição do Grupo Serra Grande (assinalado em azul claro), objeto

do presente estudo.

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A Formação Pimenteiras (Small, 1914), apresenta espessas camadas de folhelho cinza

escuro a preto, retratando um ambiente marinho de plataforma (Della Fávera, 1990), que

depositaram delgadas camadas de arenitos muito fino. Caputo (1984) coloca a Formação

Pimenteiras como sendo um registro da grande transgressão devoniana, com oscilações do nível

do mar.

A Formação Cabeças (Plummer, 1948) apresenta predominantemente arenito com

intercalações delgadas de siltitos e folhelhos, com estratificação cruzada tabular ou sigmoidal,

ocorrendo tempestitos na base da unidade (Della Fávera, 1990). Segundo Della Fávera (1982) e

Freitas (1990) esta unidade teria se depositado em ambiente marinho plataformal, sob ação

predominante de correntes induzidas por processos de maré. Segundo Caputo & Lima. (1984), a

presença de diamictitos e superfícies estriadas na parte superior da Formação Cabeças indicam

influência glacial.

A Formação Longá (Albuquerque & Dequech, 1946) é constituída por folhelho e siltito

cinza e arenito branco, fino e argiloso, depositados em ambiente marinho plataformal dominado

por tempestade (Góes & Feijó, 1994).

Na Formação Poti (Lisboa, 1914) predominam arenitos cinza-esbranquiçados intercalado

e interlaminado com folhelho e siltito, depositados em delta e planícies de maré sob a influência

ocasional de tempestade (Góes & Feijó, 1994).

• Outras unidades da bacia do Parnaíba.

O Grupo Balsas é um complexo clástico-evaporítico, (Góes et al, 1990), constituído pelas

Formações Piauí (Small, 1914), Pedra de Fogo (Plummer, 1948), Motuca (Plummer, 1948) e

Sambaíba (Plummer, 1948).

O Grupo Mearim, definido originalmente por Lisboa (1914) e posteriormente por Aguiar

(1969) é composto pelas Formações Pastos Bons e Corda. A Formação Pastos Bons (Lisboa,

1914) apresenta siltíto e folhelho/argiloso verde castanho-avermelhado, com grãos de quartzo

inclusos, tendo sido depositada em ambiente lacustre e fluvial como o resultado de uma

reorganização da drenagem no nordeste do Brasil (Caputo, 1984). A Formação Corda (Lisboa,

1914), apresenta arenito cinza-esbranquiçado e avermelhado, fino a grosso, por vezes bimodal e

raros níveis de sílex, depositados em ambiente continental desértico, controlado por sistemas

fluviais lacustres, eventualmente retrabalhados por processos eólicos e sujeito à ação esporádica

de processos semelhantes a corrente de turbidez (Góes & Feijó, 1994).

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A Formação Grajaú (Lisboa, 1914) apresenta arenitos esbranquiçados, finos a

conglomeráticos que ocorrem interdigitados aos depósitos de ambiente marinho restrito da

Formação Codó (Góes & Feijó, 1994).

A Formação Codó (Lisboa, 1914) apresenta folhelhos betuminosos, calcário e anidritas,

de ambiente marinho restrito, interdigitados aos sedimentos litorâneos da Formação Grajaú.

A Formação Itapecuru (Campbell et al. 1949) apresenta arenitos avermelhados,

representantes de um sistema fluvial-lacustre desenvolvido em clima semi-árido (Góes & Feijó,

1994).

• Rochas magmáticas.

Rochas ígneas básicas intrusivas e extrusivas, com idade entre 215 a 110 Ma (Jurássico-

Cretáceo) relacionadas a três pulsos magmáticos principais, ocorrem na bacia (Góes et al., 1992).

Foram subdivididas em duas unidades litoestratigráficas, ambas extrusivas, denominadas de

Formações Mosquito e Sardinha.

A Formação Mosquito (Aguiar, 1969), de idade Jurotriássica define o basalto preto,

amigdaloidal, toleítico, eventualmente intercalado a arenito vermelho com leitos de sílex,

posicionado entre os Grupos Balsas e Mearim.

A Formação Sardinha (Aguiar, 1969) de idade Eo-cretácia, designa o basalto preto,

amigdaloidal, sobreposto ao Grupo Mearim e sotoposto às Formações Itapecuru e Urucuia.

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3- Hidrogeologia.

A região nordeste brasileira apresenta em grande parte um clima semi-árido, que é

caracterizado por temperaturas médias muito elevadas, variando de 23o a 27o C (Frischkorn e

Santiago, 1992). A área que apresenta os efeitos deste clima é denominada de polígono da seca

do nordeste (Figura 2.2), o qual abrange a área de estudo. A região apresenta uma insolação anual

muito longa, uma estação seca (de maio a outubro) e uma estação mais úmida (de novembro a

abril), apresentando uma média pluviométrica anual inferior a 700 mm na zona mais árida

(CPRM, 1978). A evapotranspiração é muito alta, com o volume de água evaporado e transpirado

a partir das precipitações sendo superior ao volume que escoa superficialmente e se infiltra.

O aqüífero Serra Grande predomina na área da presente investigação geofísica. Este

aqüífero apresenta um bom potencial hidrogeológico, segundo Cruz & França (1970). Ele é

representado pelos aqüíferos Ipu e Jaicós com presença de níveis argilosos que leva a serem

confinados.

Soeiro (1992) utilizou informações de salinidade das formações Ipu, Itaim e Cabeças,

mapas de superfície potenciométrica e dados de hidrogeoquímica para estudos de hidrodinâmica,

os quais identificaram áreas de regime hidrodinâmico aberto e estagnante, bem como área de

recarga e direções de fluxo (Figura 3.1). O regime estagnante é caracterizado através das águas de

formações com altas salinidade e protegidas do fluxo meteórico; já no regime aberto predominam

baixas salinidades e ampla movimentação de água meteórica. As principais áreas de recarga

situam-se nas regiões leste e sul da bacia, através dos aqüíferos do Grupo Serra Grande e da

Formação Cabeças.

Na região de estudo e arredores são catalogados 899 poços de água subterrânea, segundo o

cadastro de poços da CPRM (www.cprm.gov.br). A Figura 3.2 mostra a distribuição dos poços na

área e suas profundidades. A maior parte dos poços possue profundidade inferior a 300 m.

Entretanto, encontram-se na região poços com profundidade de até 650 m. Na Figura 3.3 é

apresentada a situação dos poços, onde observa-se que apenas 655 deles estão em funcionamento.

Na Figura 3.4 é apresentado um mapa da distribuição da vazão onde podemos destacar:

• vazões inferiores a 20 m3 /h dominam a região do embasamento cristalino e a região de

borda da bacia do Parnaíba.

• vazões superiores a 20 m3 /h são encontradas distantes da borda da bacia do Parnaíba.

Na Figura 3.5 é apresentado um mapa mostrando o tipo do aqüífero, onde observa-se:

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• uma concentração de aqüíferos do tipo livre próximo a borda da bacia do Parnaíba e

em alguns poços no embasamento.

• os aqüíferos do tipo confinado e semi-confinado estão localizados longe da borda da

bacia do Parnaíba, com grande concentração na cidade de Picos e arredores.

• aqüífero do tipo Fissural onde aflora o embasamento

Na Figura 3.6 é apresentado um mapa mostrando a litologia do aqüífero, onde fica

evidenciado que o aqüífero mais explotado é o do Grupo Serra Grande.

As Figuras 3.2 a 3.6. mostram que as vazões mais elevadas e os aqüíferos confinados e

semi-confinados estão longe da borda da bacia. Nesta região verifica-se a presença de

folhelhos da Formação Pimenteiras. Este fato está retratando as condições geológicas desta

região que, com a presença de folhelhos como camadas selantes, promovem o aparecimento

de aqüíferos confinados e semi-confinados que possuem valores altos de vazões. Estas figuras

mostram poços em aqüíferos fissurais do embasamento na bacia, três destes poços com

profundidades em torno de 60 a 170 m estão próximos ao perfil jaicos.

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Figura 3.1- Regime hidrodinâmico da bacia do Parnaíba (Soeiro, 1992).

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Figura 3.2 – Distribuição dos poços de água subterrânea da área de estudo, com informações de

profundidade. Localização dos perfis MT/TEM é mostrada por traços de cores distintas. Os dados

foram obtidos do cadastro de poços de água subterrânea da CPRM (www.cprm.gov.br).

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Figura 3.3 – Distribuição dos poços de água subterrânea da área de estudo com informações

sobre a situação do poço. Localização dos perfis MT/TEM é mostrada por traços de cores

distintas. Os dados foram obtidos do cadastro de poços de água subterrânea da CPRM

(www.cprm.gov.br).

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Figura 3.4 – Distribuição dos poços de água subterrânea da área de estudo com informações de

vazão. Localização dos perfis MT/TEM é mostrada por traços de cores distintas. Os dados foram

obtidos do cadastro de poços de água subterrânea da CPRM (www.cprm.gov.br).

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Figura 3.5 – Distribuição dos poços de água subterrânea da área de estudo com informações do

tipo de aqüífero. Localização dos perfis MT/TEM é mostrada por traços de cores distintas. Os

dados foram obtidos do cadastro de poços de água subterrânea da CPRM (www.cprm.gov.br).

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Figura 3.6 – Distribuição dos poços de água subterrânea da área de estudo com informações

litológicas. Localização dos perfis MT/TEM é mostrada por traços de cores distintas. Os dados

foram obtidos do cadastro de poços de água subterrânea da CPRM (www.cprm.gov.br).

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4- Os Métodos Magnetotelúrico (MT) e Eletromagnético Transiente (TEM).

4.1- O método magnetotelúrico.

No método magnetotelúrico (MT), campos eletromagnéticos naturais são usados para

estimar as variações de condutividade elétrica do interior da Terra. O sinal eletromagnético (EM)

natural é proveniente de uma variedade de processos a partir de fontes presentes desde o núcleo

da Terra até fontes de galáxias distantes. Fontes naturais do campo EM utilizados em MT, com

freqüências acima de aproximadamente 1 Hz, são devido às tempestades elétricas (relâmpagos)

que ocorrem em todo o planeta, mas com concentração principalmente em 3 centros principais na

Malásia, Amazônia e África, todos em baixa latitudes. Nas freqüências abaixo de 1 Hz, o

aumento no sinal é devido ao aumento de correntes na ionosfera, estabelecidas pela atividade

solar. As flutuações do campo geomagnético estendem-se desde a freqüência de 106 Hz, que são

manifestadas pelas micropulsações geradas na ionosfera até 10-11 Hz, observadas em estudos

paleomagnéticos (Figueredo, 1997). O método MT trabalha tipicamente na faixa de freqüência de

10-4 a 104 Hz.

O campo eletromagnético incide na superfície da Terra quase como uma onda plana. A

maior parte da energia que chega à superfície é refletida, porém uma pequena quantidade

propaga-se verticalmente ao interior da Terra. A amplitude, fase, e a relação direcional entre o

campo magnético (B) e o campo elétrico (E) na superfície depende da distribuição da

condutividade elétrica em subsuperfície.

Para medidas magnetotelúricas, combinam-se equipamentos para medidas do campo

magnético (magnetômetros ou bobinas de indução) com medidas da variação do potencial

elétrico, utilizando eletrodos. Registram-se simultaneamente as componentes Ex, Ey, Bx, By e

Bz. O sistema de coordenadas utilizadas em MT é, em geral, o de coordenadas geomagnéticas: z

positivo para o interior da Terra, x positivo para o norte geomagnético e y positivo para o leste

magnético.

A principal desvantagem do método MT é a dificuldade de obter dados em áreas de ruído

eletromagnético acentuado. A força do método está na sua capacidade singular de exploração em

profundidades rasas e a grandes profundidades sem emprego de fonte artificial, com pouco ou

nenhum impacto ambiental.

Em aplicações empregando altas freqüências ou freqüências na faixa de áudio, a técnica é

denominada audiomagnetotelúrica (AMT), com largo emprego na exploração de água

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subterrânea e de grandes depósitos de metais em profundidade a partir de 5-10 m até alguns

quilômetros (Vozoff, 1991). Uma outra aplicação já consagrada do método MT está na

exploração de petróleo, em áreas onde a reflexão sísmica é muito cara ou ineficiente. Estudos em

regiões cratônicas e o conhecimento de estruturas profundas da crosta têm se beneficiado bastante

com o emprego do método MT (Posgay et al., 1996; Figueiredo, 1997; Davey et al., 1998;

Chen& Chen, 1998, etc). Uma outra aplicação é a exploração termal (Kalvey & Jones, 1995;

Correia & Jones, 1997; Lagios et al., 1998 , etc).

A maior vantagem do método MT em relação à sísmica é seu baixo custo relativo e seu

baixo impacto ambiental; sua desvantagem seria sua menor resolução comparada ao maior

detalhamento sísmico das interfaces. Segundo Vozoff (1972), a interpretação de profundidade

baseada em dados MT é mais bem estimada do que a baseada nos dados gravimétricos e

magnéticos.

4.1.2- Fontes do campo EM.

O método MT depende de campos naturais, os quais são sua maior virtude (fonte natural

sem agressão ao meio ambiente) e sua grande fraqueza (dificuldade de obter-se sinal em certas

freqüências) . As fontes dos campos eletromagnéticos na faixa de aplicação do método MT se

encontram na magnetosfera. É definida como sendo a região na qual o campo magnético

principal (originado no núcleo esterno liquido da Terra) encontra-se confinado. A magnotosfera é

subdividida em varias estruturas, incluindo a parte da atmosfera e a ionosfera.(Rostoker, 1979). A

atmosfera apresenta gases, especialmente oxigênio e nitrogênio, que decrescem suas

concentrações com a altitude. As radiações solares (ultravioleta, infravermelho, etc.) ionizam

esses gases (ionosfera) e abaixo de 100 Km a alta pressão faz com que haja recombinação dos

íons. Acima de 100 Km, partículas carregadas aumentam de densidade rapidamente até cerca de

250 km e então inicia um declínio com o decréscimo da pressão e densidade de partículas. A

existência das cargas ionizadas na ionosfera provoca a existência de ondas hidromagnéticas. Esta

fonte é responsável pelo sinal eletromagnético natural abaixo de 1 HZ.

Entre 1 Hz e 104 Hz a fonte do campo eletromagnético vem das tempestades elétricas

(descargas elétricas na superfície da terra) que geram ondas eletromagnéticas. Estas são

conhecidas como sferics que se propagam ao redor do planeta, aprisionados num guia de onda

formado entre a ionosfera e a superfície da Terra. Tempestades com relâmpagos próximos ao

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local da investigação são tidas como fontes de ruídos por não satisfazerem o princípio da onda

plana.

Sinais em torno de 1 Hz necessitam longos tempos de aquisição, devido ao fato do

persistente espectro de baixa energia. Esta região do espectro do sinal MT é conhecida como

banda morta.

4.1.3- As equações de Maxwell e as equações constitutivas.

A formulação matemática das leis que descrevem o comportamento dos campos

eletromagnéticos em uma terra condutora não homogênea é descrita pelas equações de Maxwell:

tDjH

∂∂

+=∇r

rr , eq-4.1

0=⋅∇ Br

, eq-4.2

tBE

∂∂

−=×∇r

r, eq-4.3

qD =⋅∇r

, eq-4.4

em que:

=Hr

intensidade do campo magnético (ampére/metro, A/m),

=Br

vetor indução magnética (densidade de fluxo magnético)(weber/m2= tesla, T),

=Er

intensidade do campo elétrico (V/m),

=Dr

vetor deslocamento elétrico (densidade de fluxo elétrico) (columb/m2),

=jv

densidade de corrente de condução (A/m2),

tD

∂∂r

= densidade de corrente de deslocamento (ampere/ m2),

26

q = densidade de carga elétrica (coulomb/m3). v

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Das equações 4.1 e 4.4 obtém-se a equação de continuidade de fluxo de corrente

(conservação da carga), que satisfaz a condição:

tqj

∂∂

−=⋅∇r

. eq-4.5

As equações constitutivas são dadas abaixo:

EDrr

ε= , eq-4.6

HBrr

μ= , eq-4.7

em que:

permeabilidade magnética do meio (Henry/metro, H/m). =μ

permeabilidade magnética no vácuo . mH /104 7−×= π=0μ

permissividade elétrica (ou permeabilidade dielétrica) do meio (Farad/m, F/m) =ε

permissividade elétrica no vácuo F/m. 1210854.8 −×==0ε

Experimentalmente observa-se que a densidade de corrente em materiais terrestres é

linearmente proporcional ao campo elétrico vetorial Er

. Isto é conhecido como a lei de Ohm:

Ejrr

σ= , eq-4.8

sendo σ a condutividade elétrica do meio (siemens/metro, S/m). O inverso da condutividade

elétrica é definido como resistividade elétrica ρ .

27

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4.1.4- Indução em uma Terra uniforme.

Numa Terra uniforme, todas as correntes, campo elétricos e magnéticos são praticamente

horizontais, independente da direção em que eles entram na terra. Este fato é explicado pela lei de

Snell ( 1sensen >>=

Terra

ar

Terra

arV

θ ), devido a alta condutividade da Terra em relação ao ar e

as baixas velocidades da onda eletromagnéticas na terra com relação ao ar. Os campos elétricos e

magnéticos são ortogonais.

A indução eletromagnética (EM) na terra no método magnetotelúrico possui três

condições (aproximações) a serem satisfeitas:

(1)- a Terra é um meio continuamente isotrópico, em que

28

ε e μ são constante escalares

independente da freqüência. Os efeitos magnéticos são ignorados, ou seja, nenhum material

magnético esta presente, sendo ; 0μμ =

(2)- os campos elétrico e magnético variam harmonicamente com o tempo. A dependência

temporal é, geralmente expressa por , tal que iwtxyzeEErr

= iwtxyzeHHrr

=tie ω e , sendo

fT ππω 2/2 == , T é o período e f é a freqüência;

tD ∂∂ /r

(3)- as correntes de deslocamentos, , são desprezadas em comparação as correntes de

condução . A segunda condição faz com que a razão entre as duas correntes torna-se Jr

σωε / .

Para faixa de estudos do método MT, 10-4 a 104Hz e considerando que as condutividades na terra

variam de 4 S/m (água do mar) até 10-6 S/m (rochas cristalinas), tem-se que σωε << , que é

conhecida como condição quase-estática.

Estas três condições conduzem a uma difusão do campo eletromagnético quase-

estacionário monocromático. As equações de difusão com base nas equações de Maxwell são

dadas abaixo:

02 =∂∂

−∇tEEr

r μσ , eq-4.9

02 =∂∂

−∇tHHr

r μσ . eq-4.10

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De forma geral, podemos escrever estas equações da seguinte forma.

LkLiL 20

2 −==∇ σωμ , eq-4.11

α)1( ik −=sendo L o campo magnético ou elétrico, com sendo o numero de onda. A solução

geral desta equação para um meio espaço homogêneo tem a forma:

zzititkzi eeeLeLL ααωω −−−− == 0

)(0 , eq-4.12

sendo:

tie ω a variação temporal senoidal, zie α a variação senoidal em profundidade (parte real do numero de onda), ze α− o decaimento exponencial com a profundidade (parte imaginaria do numero de onda).

29

na qual 2/0σωμα = , o valor do campo na superfície. 0L

A profundidade em que o campo cai 1/e do seu valor na superfície, chamada de skin

depth, é dada abaixo:

σωμαδ

o

z 21=== . . eq-4.13

Tρδ 5,0≈ Na pratica esta equação aproxima-se por (km).

( )0,,0 yHH =( )0,0,xEE =Para uma Terra uniforme, considera-se um campo e ,

portanto:

yx Hi

zE

0ωμ−=∂

∂, eq-4.14

sendo que:

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( ) ( )2

1

0042

1

00

21

21

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛+=

+=⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛==

ρωμαωμ

σωμωμ π

ii

ekH

E i

y

x . eq-4.15

A razão E/H é denominada impedância Z (expressa em Ω no SI). Para cada freqüência

tem-se:

∗=⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛= xyxy

y

xxy ZZ

HE

ωμωμρ

0

2

0

11 . eq-4.16

HZErr

= ). Z é um tensor que relaciona os campos elétricos e magnéticos (

4.1.5- Indução numa terra unidimensional.

Uma Terra unidimensional a variação de um parâmetro ocorre em apenas uma direção.

Neste caso a resistividade varia apenas com a profundidade numa Terra estratiforme. Nesta

situação a energia é refletida para cada interface ocorrendo refração e reflexão interna. Os

campos permanecem ortogonais (( ) e ( )) ao menos que exista alguma anisotropia

na superfície. A solução geral das equações 4.9 e 4.10 são as equações abaixo, com o segundo

termo indicando a energia que entra em cada superfície e a outra parcela, a energia que sai de

cada superfície.

yH, xE xH ,yE

ikjz

xjikjz

xjx eEeEE −−+ += , eq-4.17

ikjz

yjikjz

yjy eEeEE −−+ += . eq-4.18

sendo para todos os valores de z dentro da camada j ou sobre sua interface. 00 −+− ≤≤ jij zzz

Considerando as propriedades de que as componentes da onda plana são iguais sobre todo

o plano xy, temos a equações:

30

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zE

iH y

x ∂

∂=

0

1ωμ

, eq-4.19

zE

iH x

y ∂∂

−=0

1ωμ

, eq-4.20

Após algumas operações algébricas, conforme descritas em Zhadnov & Keller (1994)

tem-se:

( ijj

xy qzikk

zZ −= coth)( 0ωμ ), eq-4.21

21

ln ⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−= −

+

xj

xji E

Eqpara onde ,001 −≤≤+− jj zzz .

Com as condições de contorno aplicada nos campos magnético e elétrico (como

conseqüência a impedância), que são contínuos através da interface entre as camadas e

implicando em que a energia eletromagnética sofre atenuação à medida que penetra na superfície,

a impedância é expressa por:

nxy Rk

Z1

0)0(ωμ

=+ . eq-4.22

O Rn é um denominador de fator de correção de camada para a impedância de onda plana

que em um meio de camadas, definido como:

⎪⎭

⎪⎬⎫

⎪⎩

⎪⎨⎧

⎥⎥⎦

⎢⎢⎣

⎡⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛++−++−= −−−− ...coth..cothcothcothcoth 11

331

222

1111

n

nn k

kdikdik

kk

dikR . eq-4.23

31

O valor obtido na equação 4.22 para a impedância Zxy e o mesmo para impedância Zyx

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A condição para a Terra ser uniforme no caráter elétrico, Rn torna-se 1 e a impedância

toma a forma:

1

0

kZ

ωμ= . eq-4.24

Sendo k dado por e a resistividade o inverso da condutividade, a equação

pode ser expressa como função da resistividade:

σωμ02 ik =

2

01

1 Zωμ

ρ = . eq-4.25

A expressão resistividade neste caso não representa a resistividade absoluta das camadas

de um meio e sim uma resistividade aparente, que representa a resistividade de um meio espaço

o qual contem camadas com resistividades absolutas. A resistividade aparente é função das

resistividades das camadas na terra unidimensional.

Sendo o meio unidimensional, as derivadas de E e H em relação aos eixos x e y são zero,

só existe variação ao longo do eixo z que è dada por:

( ) xyyx HEHEZ //2/1 =−== ωμρ , eq-4.26

A segunda igualdade da equação 4.15 é valida para condição de uma terra uniforme com a

impedância sendo dada por:

( ) 4/2/1 πωμρ ieZ = . eq-4.27

na qual ρ é a resistividade do semi-espaço e a equação estabelece que a impedância EM tem

uma fase de no semi-espaço homogêneo. 4/π

Apresentando a resistividade aparente ( aρ ) em um gráfico bi-logaritmico, sua fase é

proporcional à inclinação da curva tendo como base o ângulo de –45o , cuja a relação é descrita

por Parker (1983):

32

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( ) 22´

´

0 1

´ )(ln

4 ffdffff

xa

−⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−=Φ ∫ ρ

ρπ

π . eq-4.28

)( faρna qual é o valor assintótico para freqüências altas de 1ρ .Weidelt (1972) e Kunetz (1972),

sugerem um valor aproximado.

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡∂

∂+=Φ

ff

f a

log)(log

14

)(ρπ . eq-4.29

4.1.6- Indução em uma terra bidimensional.

Numa terra bidimensional (2D), os valores de resistividades não apenas variam em uma

direção (profundidade) como no caso unidimensional, mas variam em duas direções. Esta

situação e mais real para a maioria das estruturas geológicas em subsuperfície.

Uma estrutura pode ser considerada 2D quando sua extensão em uma determinada direção

é maior que o skin depth do campo excitante sendo esta direção chamada de direção de strike ou

direção principal. Considerando a direção x como a direção de strike (resistividade invariante),

então ),( zyσσ = .

A solução do problema 2D consiste em encontrar soluções nas equações de Maxwell para

a distribuição de condutividade invariante na direção x. As condições (1) e (2) são validas e as

equações de Maxwell podem ser separadas em modos distintos, o modo TE (E , H

33

x y e Hz) e o

modo TM (Ey, Ez e Hx). Estes conjuntos estão relacionados, respectivamente, com os seguintes

conjuntos de equações.

yx Hi

zE

ωμ0−=∂

∂,

zx Hi

yE

ωμ0−=∂

∂,

xyz E

zH

yH

σ=∂

∂−

∂∂

. eqs-4.30

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xyz Hi

zE

yE

ωμ0−=∂

∂−

∂∂

,

yx E

zH

σ=∂

∂,

zx E

yH

σ−=∂

∂. eqs-4.31

O modo TE é aquele em que Ex está perpendicular as correntes (direção de strike)

enquanto no modo TM Ex está paralelo as correntes (direção perpendicular ao strike). A solução

do problema bidimensional está na solução das equações de Helmholtz para Ex do conjunto de

equações 4.30.

002

2

2

2

=−∂

∂+

∂∂

xxx Ei

zE

yE

ωσμ . eq-4.32

A equação de Helmholtz para o modo TM a partir do conjunto de equações 4.31 é.

010

2

2

2

=−⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛∂

∂∂∂

+∂

∂∂∂

+∂

∂+

∂∂

xxxxx Hi

zH

zyH

yzH

yH

ωσμσσσ

. eq-4.33

4.1.7- Indução em estruturas tridimensionais.

Em algumas situações geológicas as aproximações 1D e 2D são viáveis para uma

interpretação geofísica, com a variação da condutividade mais forte em algumas direções e

desprezível em outras. Na realidade as estruturas geológicas possuem uma variação

tridimensional (3D), onde a resistividade varia nas três direções x, y e z. Algumas situações

geológicas, como por exemplo linhas de costa encurvadas, complexas cadeias de montanhas em

grande escala e algumas intrusões magmáticas, caracterizam ambientes tridimensionais.

O tratamento do problema de indução de estruturas 3D tem sido proposto por diversos

autores a partir do inicio da década de oitenta, utilizando técnicas como diferenças finitas,

elementos finitos e equações integrais (Reddy et al., 1977; Jones & Vozoff, 1978; Ting &

Hohmann, 1981; Smith & Booker, 1991: Livelybrooks, 1993; Mackie & Madden, 1993.

34

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4.1.8- Tensor impedância e parâmetros clássicos de MT.

)(ωEr

)(wHr

Como já mencionado, a relação entre os campos e satisfaz uma

proporcionalidade dada pelo tensor impedância como função da freqüência e relacionada com a

resistividade na subsuperfície. No caso geral, numa situação 2D, a relação é:

)()()()()( ωyxyxxxx HwZwHwZwE += , eq-4.34

)()()()()( ωyyyxyxy HwZwHwZwE += . eq-4.35

Em notação matricial:

)()()( ωωω HZErr

= , eq-4.36

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

)( Z)(

)( Z)()(

yy

xy

ωω

ωωω

yx

xx

Z

ZZ . eq-4.37

As estimativas dos elementos do tensor impedância são o passo inicial para a

determinação da distribuição de resistividade em subsuperfície. O procedimento pelo método dos

mínimos quadrados foi o mais utilizado nas décadas passadas. Atualmente, um processamento

mais apurado, a estimativa robusta, vêm sendo mais rotineiramente aplicado.

As componentes dos campos EM são medidas em um sistema de referência, o mais usual

sendo o sistema de referência geomagnético. O fato das medidas serem feitas nestas coordenadas

quase invariavelmente não promove uma situação ideal para solução do caso 2D, já que o strike

não está nas direções das medidas, a menos por coincidência. Dessa forma, existe a necessidade

da determinação de um ângulo de rotação para as componentes do campo medido, tal que se

posicione na direção do strike geoelétrico. Se a rotação é realizada no sentido horário, tem-se:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛−

=⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

y

x

y

x

EE

E

E cos sen

sen cos´

´

θθθθ

. eq-4.38

35

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Na forma matricial fica.

ERErr

=´ , eq-4.39

HRHrr

=´ , eq-4.40

TRZRZ =´ . eq-4.41

A determinação do ângulo de strike é um das etapas mais importante do processamento

para a estimativa adequada do tensor impedância e as resistividades em subsuperfície. Numa

situação ideal, 2D rotacionado para o strike, os elementos da diagonal principal do tensor

impedância (equação 4.37) são nulos. Entretanto este fato não ocorre na pratica devido a ruídos

ou erros nas medidas dos campos.

A forma mais tradicional de determinar o strike é a solução proposta por Swift em 1967

(Vozoff, 1991), na qual maximiza 22

yxxy ZZ + para cada freqüência. Esta solução é.

( )( ) ( ) ( )[ ]22

**

4yxxyyyxx

yxxyyyxxyxxyyyxx

ZZZZ

ZZZZZZZZ

+−−

+−++−=θ . eq-4.42

Esta solução dá um indicativo da dimensionalidade da estrutura em estudo, que no caso

1D não existiria solução, para o caso 2D a solução seria bem definida e para o caso 3D existiriam

várias soluções.

A equação 4.42 fornece um valor de ângulo de rotação pode estar tanto: minimizando os

elementos da diagonal principal, como maximizando os elementos da diagonal principal.

Provocando uma ambigüidade de 90o na determinação do ângulo de strike. Uma maneira de

resolver esta ambigüidade está no conhecimento do strike geológico, o que nem sempre é

possível.

Uma outra maneira de remover a ambigüidade no strike é determinar o Tipper. Uma

descontinuidade lateral gera uma componente vertical do campo que é próxima de zero na teoria

36

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do Método MT, nos casos 1D e 2D, mas não quando a estrutura é 3D ou se tem uma fonte tipo

eletrojato equatorial. A relação da componente com as componentes horizontais é dada por. zH

yyxxz HTHTH += . eq-4.43

Quando a direção de medida coincide com o strike, para uma estrutura 2D, temos

e representa o desvio do vetor Hr

yyz HTH = yT em relação ao plano horizontal. Quando a

direção de medida não é a mesma do strike, a fase de T e T

37

x Y são idênticas , a razão T / Tx Y é

real e o desvio do campo magnético horizontal forma um ângulo φ com a direção x, dado por

)( xy TTarctg=φ , que indica a direção para a região condutiva retirando a ambigüidade da

equação 4.42. Obtém-se então da equação 4.43 as flechas de indução, conhecidas como “vetor de

Parkinson” ou “vetor de Weiss”, com um mapa das flechas de indução indicando o gradiente de

condutividade (Parkinson, 1983).

Algumas relações dos elementos do tensor impedância são invariantes após a rotação dos

elementos do tensor impedância. Os ternos invariantes são:

1cZZ yyxx =+ ,

2cZZ yxxy =− ,

3cZZZZ yxxyyyxx =− . eqs-4.44

/c A razão c α=1 2 , é um outro fator invariante denominado Skew. Este fator para o caso 1D e

2D (rotacionado para o strike) é zero numa situação ideal e diferente de zero para o caso 3D.

Numa situação real, os valores altos de Skew indicam tridimensionalidade da estrutura.

O Skew e o strike podem ser obtidos por outras técnicas mais apuradas, como pode ser

encontrado em Gamble et al. (1982), Groom & Bailey (1989), Bahr (1991), Chakridi et al.

(1992), Smith (1995) e McNeice & Jones (2000).

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4.1.9- Anisotropia.

A situação isotrópica é rara, pois são raros os materiais isotrópicos existentes em

condições geológicas. Em um meio anisotrópico, a condutividade do meio varia em todas as

direções, sendo que todos os elementos do tensor de condutividade são diferentes de zero como

descrito na relação abaixo:

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎟⎟⎟⎟

⎜⎜⎜⎜

=⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

z

y

x

zx

yx

xx

z

y

x

E

EE

j

jj

zzzy

yzyy

xzxy

σσσ

σσσ

σσσ

. eq-4.45

Num meio anisotrópico haverá correntes nas direções x, y e z mesmo que campo elétrico esteja

na direção x. Neste caso, a onda eletromagnética incidente terá um campo magnético na direção

y, onde Hr

jr

não será perpendicular a . Devido a este fato a resistividade aparente dependerá da

direção de medida.

4.1.10– Heterogeneidades e deriva estática.

O problema mais comum nos dados MT são as distorções nos valores medidos devido a

heterogeneidades. Estes efeitos são classificados por Berdichevsky & Dmitriev (1976) como:

1- O efeito galvânico - este efeito é provocado pela ação de um campo elétrico primário que

produz cargas onde existem variações de condutividade em limites distintos ou em

transições contínuas. A existência de cargas nesta transição gera um campo elétrico

galvânico secundário que se adiciona ao campo primário.

2- O efeito indutivo - pela lei de Faraday, a derivada temporal do campo magnético induz

correntes secundárias excessivas, que fluem em circuitos fechados e produzem campos

magnéticos secundários, que são adicionados ao campo primário.

Correntes induzidas pelo campo magnético secundário, o qual é associado a correntes

secundarias do efeito galvânico, são consideradas um efeito indutivo-galvânico.

Os efeitos galvânicos e indutivos também podem ser provocados pela topografia. O

trabalho de Jiracek (1990) apresenta uma boa abordagem sobre distorções devido a

heterogeneidades. 38

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39

O efeito da deriva estática provoca o deslocamento das curvas de resistividades aparentes

por um fator indeterminado do valor real. Este fato é ocasionado pelo efeito galvânico, o qual,

para um corpo condutivo, a polarização das cargas resulta num campo secundário opondo-se

ao campo primário e, para um corpo resistivo, o campo secundário é somado. O efeito

galvânico é fortemente sentido nos métodos que trabalham com freqüência baixa, como no

método MT, enquanto que o efeito indutivo é fracamente sentido. Este fato vai se invertendo

com o aumento da freqüência utilizada no método de investigação EM. Varias técnicas são

propostas para correção do efeito galvânico e indutivo como as descritas por Jiracek (1990).

Sternberg et al. (1988) sugerem uma solução para correção da deriva estática devido a

heterogeneidades locais, com o uso do método transiente eletromagnético em casos 2D. As

heterogeneidades com tamanho da ordem do skin depth ou maior, são tratadas por vários

métodos de inversão.

4.2- O método Eletromagnético Transiente (TEM).

O método Eletromagnético Transiente utiliza uma fonte induzida de excitação numa

forma de um pulso. Este pulso gera um campo eletromagnético primário que induz campos

eletromagnéticos secundários, os quais são medidos quando o campo primário e a fonte em pulso

estão desligados, conforme apresentado na Figura 4.1.

A vantagem deste método em relação a outros métodos eletromagnéticos reside no fato de

ser desnecessário separar o campo magnético primário do secundário. As medidas das sondagens

TEM são feitas utilizando um loop (espira) de forma quadrada ou circular, na qual é injetado uma

corrente constante na forma de pulsos (corrente estabelecida “on” ou não estabelecida “off”).

Esta corrente gera um campo primário que por sua vez induz correntes secundárias no

interior da terra, o que gera um campo magnético secundário. Após a interrupção da corrente, o

campo primário é nulo e a amplitude do campo secundário começa a decair imediatamente. A

amplitude do fluxo de correntes, como função do tempo, é adquirida pela medição do campo

magnético secundário por um bobina receptora localizada no centro do loop (configuração in

loop) ou por um loop receptor (configuração single loop).

Através das medidas de voltagens nas bobinas receptoras em tempos sucessivos são

adquiridas medidas de fluxo de correntes e conseqüentemente da resistividade elétrica.

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Figura 4.1- Forma de onda do pulso de corrente transmitida, força eletromotriz primária induzida

e campo magnético secundário. A medida do campo magnético secundário é realizada quando a

corrente é desligada. O pulso é repetido para melhorar a razão sinal / ruído. Modificado de

Goldman & Neubauer (1994).

)(VErr

Teoricamente a lei de Faraday descreve este fenômeno, no qual a tensão induzida

em um condutor elétrico que se desloca em um campo magnético é dada pela formula:

( )∫ ⋅×= LdBVErrrr

, eq-4.76

em que :

Br

é o vetor intensidade do campo magnético, em Gauss;

Vr

é o vetor velocidade do condutor, em m/s;

40

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Lr

é o comprimento do condutor , em m.

Uma formulação matemática para este método é apresentada por Kauffman & Keller (1983). A

relação entre os campos medidos e a resistividade aparente para tempos tardios é dada pela

expressão (Kauffman & Keller, 1983):

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

za Bt

Mt &5

24

00 μπ

μρ eq-4.77

na qual:

41

dtdBBZ /=& , em V/m2

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42

5- Aquisição dos dados MT e TEM.

A aquisição dos dados MT e TEM empregados neste estudo foi realizada em duas etapas,

no final do 1o semestre e meados do 2o semestre de 2000. Foram levantadas 28 estações MT e

TEM, como mostra a Figura 5.1. As estações estão distribuídas em três perfis perpendiculares às

principais estruturas:

• Perfil Monsenhor Hipólito, de 58 km de comprimento total, compreendendo 9 estações

MT/TEM, com espaçamento variando entre 4 e 12 Km.

• Perfil Jaicós, de 22 km comprimento total consistindo de 9 estações MT/TEM, com

espaçamento variando entre 4 e 6 Km

• Perfil Itainópolis, de 41 km de comprimento total, compreendendo 10 estações MT/TEM,

com espaçamento variando entre 4 e 6 Km.

Nos 3 perfis, a freqüência MT foi amostrada na faixa 0,07-008 Hz a 334 Hz, enquanto as

medidas TEM variaram entre 33 HZ a 100000 Hz

. A duração da aquisisão variou de 1 a 1 dia e meio dependendo da freqüência amostrada,

considerando: localização do melhor lugar para estação, tempo gasto para pedido de permissão

para montagem da estação, montagem e desmontagem da estação e operação da estação.

5.1- Aquisição dos dados MT.

Os dados MT foram adquiridos utilizando dois equipamentos pertencentes ao

Observatório Nacional (MT1 e MT2), fabricados pela Eletromagnetic Instruments (EMI),

Califormia, EUA. Os principais componentes desses equipamentos são: sensores elétricos,

sensores magnéticos, unidade de aquisição e processamento (APU), módulo de sincronização e

um computador portátil. Estes componentes são descritos sucintamente abaixo:

Sensores Magnéticos – Durante a aquisição, três sensores magnéticos são utilizados para medir as

componentes x, y e z. Estes sensores consistem em bobinas de indução eletromagnética com

núcleo de μ-metal e com pré-amplificadores internos. Podem ser empregados diversos tipos de

bobinas com diferentes respostas. Como exemplo, as bobinas BF4 e BF7 são utilizadas para as

medidas das componentes horizontal e vertical, respectivamente para freqüências intermediárias e

baixas (entre 1000 Hz e 0.001 Hz) e as bobinas BF6 para as altas freqüências (entre 1000 Hz e

30000 Hz).

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Figura 5.1- Localização dos perfis MT e TEM no mapa geológico da área de estudo, copilado e

modificado do mapa geológico do estado da Piauí (CPRM, 1995).

Sensores Elétricos – São utilizados 3 eletrodos não polarizáveis com um solução de Cu-CuSO4

(sulfato de cobre) contido dentro de um pote de forma cilíndrica com base de cerâmica

permeável, que permite o contato elétrico com o solo através da solução. Estes três eletrodos são

conectados na forma de um L e ligados a uma unidade pré-amplificadora onde as medidas da

diferença de potencial nas duas direções do arranjo em L (x, y) são amplificadas. A unidade

amplificadora de corrente telúrica (EFSC) também funciona como filtro, atenuando freqüências

fora da faixa de interesse. Tipicamente a configuração em L tem comprimento de 100 m para

cada uma das direções.

43

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Unidade de Aquisição e Processamento (APU) – A APU amplifica os sinais elétricos e

magnéticos medidos nos sensores e converte os sinais analógicos para digitais, armazenando as

séries temporais em um computador externo conectado a esta unidade. Através do software

presente no computador, são fornecidas as instruções para aquisição dos dados. A APU permite a

utilização de até 10 canais, podendo ser utilizadas várias configurações. As configurações para

levantamento de uma estação MT isolada (single station), são 2 canais para o campo elétrico (as

duas componentes horizontais) e 3 canais de campo magnético (as duas componentes horizontais

e a componente vertical). A amplificação de cada canal é ajustada manualmente antes do início

da aquisição dos dados. A APU ainda apresenta um filtro notch para a freqüência de 60 Hz,

correspondente a freqüência da rede elétrica do Brasil.

Computador – O computador utilizado na APU é do tipo portátil, de interface RS232 e

configuração de memória mínima de 640 KB suficiente para controlar a APU. O software de

aquisição dos modos de processamentos de sinais são: detecção sincronizada (não utilizado) para

freqüências nas faixas 20 Hz - 20 kHz e a Transformada Rápida de Fourier (FFT) para

freqüências de 0,003 Hz a 300 Hz. Neste último modo os dados são coletados em bandas

limitadas por valores de freqüência (TS1, TS2, TS3, TS4), sendo estas determinadas de acordo

com o objetivo da investigação. A seleção da banda é feita pelo usuário que define os parâmetros

abaixo:

44

)1-Freqüência de amostragem - É o inverso do tempo de amostragem. ( fΔ

2-Comprimento da série temporal - Números observações (N) contidas num segmento temporal,

os valores de N podem ser 256, 512,1024 ou 2048.

)(4 TNfm Δ=3-Filtro passa banda – Definido para freqüência mínima e para freqüência máxima

, sendo ( Tf M Δ= 4/1 ) TΔ o intervalo de amostragem digital.

4-Números de blocos - Este é o número de segmentos os quais são avaliados antes da matriz de

potencia cruzada seja produzida e armazenada no disco. A potencia cruzada estimada partir desta

media são referidas como um bloco.

Durante a aquisição é possível inspecionar “em tempo real” as séries temporais

(rejeitando ou aceitando-as), verificar os parâmetros utilizados na interpretação (resistividade

aparente, coerências, strike). O monitoramento durante a aquisição é essencial para uma boa

coleta de dados.

A configuração da estação MT é mostrada na Figura 5.2, onde as direções dos

dispositivos de medidas são orientadas para as direções geomagnéticas com a direção x orientada

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para o norte magnético e a direção y orientada para o leste magnético. Elas podem também estar

orientadas nas direções opostas, sendo este fato informado nos parâmetros de entrada para

aquisição dos dados. Os sensores elétricos são enterrados em buracos onde é adicionada uma

argila na forma de lama à base de bentonita, que tem propriedade de reter a umidade por longos

tempos, permitindo um bom contato dos eletrodos com o solo. Os sensores magnéticos são

orientados e nivelados.

Algumas precauções devem ser respeitadas para uma boa aquisição de dados, conforme

descrito abaixo:

- Evitar a proximidade da estação MT de linhas de transmissão, tubulações metálicas, estradas de

ferro, cerca de arame, bombas de irrigações, tráfico de carros, pedestres e animais.

- O local da estação deve ser plano e distante de relevos abruptos.

Figura 5.2-Esquema de montagem do sistema de aquisição MT. Compilado de Figueiredo (1997).

5.2- Aquisição de dados TEM.

Os dados TEM foram adquiridos com o equipamento SIROTEM MK3 da

Geoinstruments (Austrália), sendo utilizados loops de 50m colocados no lugar das estações MT e

com os fios colocados na mesma direção das medidas MT (referenciadas às direções magnéticas).

Foram utilizadas duas configurações in loop e single loop:

45

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46

• A configuração in loop consiste em utilizar o loop como transmissor e bobinas como

receptor. Está colocada no centro do loop e são adquiridas medidas nas três direções x, y e

x.

• A configuração single loop consiste em utilizar o loop como transmissor e receptor

(quando a fonte está desligada), sendo adquirida apenas a componente Z. Esta

configuração possui um alcance maior em profundidade quando comparado com a

configuração in loop.

Neste trabalho, as medidas de resistividade provenientes do método TEM, foram utilizadas como

base para correção estática.

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6- Processamento dos dados.

Para determinação dos parâmetros MT (resistividade aparente e fase em função da

freqüência), utilizou-se o programa de processamento robusto de Egbert & Eisel (2000) e o

processamento pelo método dos mínimos quadrados, com o progama da EMI. Uma comparação

entre os dois métodos é apresentada no anexo A e na Figura 6.1 (item 6.2).

A estimativa do strike geoelétrico foi obtida através da técnica de Groom & Bailey

(1989). A correção estática foi feita utilizando a técnica de deslocamento da curva para as curvas

de resistividade obtidas pelo método (TEM), como descrito por Sternberg et al. (1988).

6.1- Estimativa dos elementos do tensor impedância.

A técnica utilizada até o final da década de 80 para determinação dos elementos do tensor

impedância é a técnica dos mínimos quadrados descrita por diversos autores (Swift, 1967; Sims

et al., 1971; Vozoff, 1972; Hermance, 1973; Gundel, 1977; Kao & Rankin, 1977; Goubau et al.,

1978; Kroger et al., 1983). A implementação de referência remota para estimativa do tensor

impedância foi proposta por Gamble et al. (1979 a, b). Esta técnica consiste em medir

simultaneamente dos conjuntos de dados em duas estações distintas, para corrigir erros

tendenciosos devido a ruídos localizados. Jupp (1978) e Park & Chave (1984), propuseram o uso

da técnica de decomposição de valor singular (SVD). Eggers (1982) propôs a formulação de “auto

estado”. O uso da estatística robusta para a função transferência geomagnética foi proposta por

Egbert & Booker (1986). Chave et al. (1987) propôs estimativa robusta para função

transferência, coerência e espectro de potência.

Como já mencionado o tensor impedância é dado pela relação dos campos elétricos e

magnéticos na seguinte forma.

HZErr

)()( ωω = , eq-6.1

em que:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛=

Z

Z)(

yy

xy

yx

xx

Z

ZZ ω , eq-6.2

47

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obtendo-se:

)()()()()( ωyxyxxxx HwZwHwZwE += , eq-6.3

)()()()()( ωyyyxyxy HwZwHwZwE += . eq-6.4

A maneira convencional de resolver a equação da impedância é assumi-la constante sobre

uma banda, o qual é fisicamente razoável se a banda é suficientemente estreita. Em cada banda,

cada equação tem potências cruzadas (de diferentes índices), dando os pares de equação tal como:

*)()()()()()()()( wHHwZwHwHwZwHwE xyxyxxxxxx ω+= ∗∗ , eq-6.5

*)()()()()()()()( wHHwZwHwHwZwHwE yyxyyxxxyx ω+= ∗∗ . eq-6.6

Mais duas equações são obtidas pela multiplicação dos complexos conjugados de H na

equação 6.4 e mais quatros equações pela multiplicação dos conjugados de E. No total, obtemos

oito equações para determinar os elementos do tensor impedância. As partes imaginárias e reais

de cada Z são encontradas pela solução de pares de equações como as equações 6.5 e 6.6. Como

exemplo temos para Zxx.

**

**

**

**

xyxx

xyxx

yyyx

xyxx

xx

HHHH

HHHH

HHHE

HHHE

Z = . eq-6.7

Existe a possibilidade de usar as equações 6.3 e 6.4, para estimar os elementos do tensor

impedância. Entretanto como as medidas do campo E estão mais sujeitas a ruídos, torna-se mais

confiável determinar os elementos do tensor impedância pelas equações 6.5 e 6.6, as quais

utilizam H multiplicando as equações 6.3 e 6.4 .

48

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6.1.1- Estimativas dos elementos do tensor impedância através do processamento pelo

método dos mínimos quadrados.

As estimativas das resistividades do interior da Terra são obtidas a partir dos elementos do

tensor impedância, como visto no capítulo 4. A equação 6.1 nos dá uma relação linear que é

justificada se a fonte do campo são ondas planas de extensão horizontal infinita. Na realidade a

suposição de onda plana é apenas uma aproximação, além do que as medidas dos campos são

contaminadas por erros. O problema torna-se estatístico. Em geral, a estimativa é feita pelos

métodos dos mínimos quadrados. A presença de erro nas medidas torna a equação 6.1 em:

eHZE +=rr

)()( ωω . eq-6.8

O procedimento de estimativa da impedância pelo método dos mínimos quadrados

consiste em minimizar os erros dos dados nas estimativas. A estimativa dos mínimos quadrados

(MQ), referida como norma L2, tem a seguinte forma:

( ) minimoˆ 2=−∑

iii YY , eq-6.9

sendo e respectivamente o valor esperado e observado de uma função linear. Aplicando a

norma MQ na equação 6.2

iY iY

( ) ( ) 0ˆ)(2

,→−∑

jijiji HZE ωωω , eq-6.10

02→∑

iieem que , eq-6.11

sendo a estimativa do tensor impedância. )(ˆ ωZ

Na aplicação dos métodos dos mínimos quadrados supõe-se que os erros apresentem uma

distribuição Gaussiana. Egbert & Booker (1986) mostram que esta suposição nem sempre é

válida para dados MT. O número significativo de outliers, em MT, provoca distribuições com

caudas longas destruindo a suposição de distribuição Gaussiana.

Um modo de tentar reduzir a influência de outliers é atribuir pesos na estimativa MQ.

Assim, a equação 6.10 toma a seguinte forma:

49

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( ) ( ) 0ˆ)(2

,

2 →−= ∑∑ji

jijiiii HZEwew ωωω , eq-6.12

21 σ

50

na qual os pesos são proporcionais a iw , onde é a variância do ruído. 2σ

6.1.2- Estimativas do tensor impedância através do processamento robusto.

A equação 6.8 considera implicitamente que fontes externas são espacialmente

uniformes e inclui a colocação do ruído em uma maneira simples. Esta aproximação simples pode

ser violada de uma forma catastrófica em dados ruidosos, produzindo estimativas fortemente

tendenciosas ou bastante oscilatórias. (Egbert & Livelybrooks, 1996).

A quebra da norma L2 (least squares) de estimativa da impedância pode ser vista por

insuficiências fundamentais do modelo simples da equação 6.8:

1- O modelo de estatística linear é apropriado para casos onde o ruído é restrito aos canais

elétricos, enquanto os canais magnéticos são observados sem erro. A violação desta suposição

resulta numa dependência tendenciosa na estimativa na amplitude da impedância. Para evitar o

erro tendencioso pode –se utilizar o método de referência remota (RR).

2- A aplicação da norma L2 implica em supor uma distribuição gaussiana para o erro na equação

6.8. Esta suposição freqüentemente falha para dados MT por causa da não estabilidade tanto do

sinal como do ruído. A distribuição gaussiana de erros no domínio da freqüência é bastante

distorcida ou contaminada por outliers.

Esforços para uma melhor estimativa do tensor impedância foram baseados em algumas

estimativas ponderadas na coerência (CWE) (Stodt, 1983 e 1986; Jones & Jodicke, 1984).

Também a estimativa M (RME) (Huber, 1981) foi adaptada para produzir estimativas do tensor

impedância que são robustas para as violações ou suposições das distribuições e resistentes a

outliers.

As normas RME e CWE são estimativas ponderadas da norma LS (least squares). O

processamento inicia-se com a divisão da série temporal em uma seqüência de curtos segmentos

de dados, às quais é aplicada, a transformada de Fourier. A combinação de bandas de freqüência

média produz séries de I vetores de dados complexos identificados, com freqüências fixas (ω ).

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A impedância é estimada pela minimização ponderada da soma dos quadrados residuais. Para a

componente x do campo elétrico tem-se:

51

)(2

1∑

=

++I

iyixyxixxxii HZHZEw , eq-6.13

sendo o peso determinado pelos dados. iw

Para o RME, os pesos são determinados iterativamente a partir da normalização residual.

O peso usado por Egbert a Booker (1986) e Chave et al. (1987) é

⎪⎩

⎪⎨⎧

>

≤=

,5.1r se r1.5/

,5.1r se 1

ii

iiw eq-6.14

( )[ ]σ

yixyxixxxii HZHZEr +−= , eq-6.15

em que σ e uma estimativa de escala de erro típica.

Para o CWE, a seqüência de I vetores de coeficientes de Fourier é dividida em M grupos

temporalmente contínuos. Para cada grupo, a coerência múltipla padrão entre e Hr

2mp xE é

computada. Pesos são determinados como função de , com alta coerência nos segmentos de

dados determinando grandes pesos.

2mp

O RME pode ser severamente mais tendencioso do que a norma L2 quando a taxa

sinal/ruído é baixa (como às vezes observados na banda morta ou na presença de ruído cultural).

Uma utilização de um esquema híbrido RME/CWE foi desenvolvida por Egbert &

Livelybrooks (1996). Neste método ocorre uma seleção preliminar de dados baseada na

coerência. Após os segmentos serem eliminados, o RME é aplicado para o conjunto de alta

coerência.

6.2- Processamento Robusto.

No inicio do processamento dos dados MT, foram utilizados o processamento robusto

(Egbert & Eisel, 2000) e o de mínimos quadrados (Software do EMI), para os dados do perfil

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52

Jaicós, com o objetivo de definir o melhor método para o processamento dos dados. A

comparação dos resultados está apresentada na forma de pseudoseções (Figura 6.1 ) e de gráficos

(Anexo A).

O resultado do processamento robusto mostra curvas mais contínuas (observada nas

curvas de sondagem do Anexo A) e mais suaves (pseudoseções da Figura 6.1) do que o resultado

do processamento pelos métodos dos mínimos quadrados. Este fato determinou a escolha do

processamento robusto de Egbert & Eisel (2000) para estimativa do tensor impedância e

determinação das resistividades neste trabalho. O resultado do processamento robusto não

eliminou a presença de outliers na faixa de freqüência na região em torno da freqüência 60 Hz

(ruído cultural) e nas freqüências da banda morta, porém melhorou os resultados em relação ao

processamento pelo método dos mínimos quadrados.

O processamento robusto de Egbert & Eisel (2000) permite o uso da coerência no

processamento, como descrito no item 6.1.2. Quando a coerência estava abaixo de 0.6, a

estimativa robusta, que utilizava como parâmetro a coerência, provocou um aumento na presença

de outliers. Este fato deve estar relacionado à utilização de poucos segmentos, definidos por uma

seleção baseada na alta coerência. No processamento robusto, para estes casos, não se utilizou a

coerência como parâmetro na estimativa, pois a qualidade dos dados melhora sensivelmente.

O resultado deste processamento robusto, para os 3 perfis, é apresentado nas Figuras 6.2

a 6.4 em gráficos de resistividade e fase. As seções corrigidas de efeito estático são apresentadas

na seção 6.5.

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Processamento pelo método dos minimos quadrados. Perfil Jaicós

0 5 10 15 20Distancia

Fase. (direção x)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancia

Fase. (direção y)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20Distancia

Log ( resistividade apar. direção x )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20Distancia

Log ( resistividade apar. direção y )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Processamento pelo método robusto. Perfil Jaicós

0 5 10 15 20Distancia

Log ( resistividade apar. direção x )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20Distancia

Log ( resistividade apar. direção y )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20Distancia

Fase. (direção x)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancia

Fase. (direção y)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

53

Figura 6.1- Pseudoseções de resistividade e fase para o perfil Jaicós, mostrando os resultados do

processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000) e mínimos quadrados (Software do EMI)..

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Processamento pelo método robusto. Perfil Itainópolis

0 10 20 30 40Distancia

Log ( resistividade apar. direção x )

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30Distancia

40

Log ( resistividade apar. direção y )

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40Distancia

Fase. Direção x

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 4Distancia

0

Fase. Direção y

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 101 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 6.2- Pseudoseções de resistividade e fase para o perfil Itainópolis, mostrando os resultados

do processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000).

54

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Processamento pelo método robusto. Perfil Jaicós

0 5 10 15 20Distancias

Log ( resistividade apar. direção x )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20Distancias

Log ( resistividade apar. direção y )

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20Distancias

Fase. (direção x)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancias

Fase. (direção y)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 6.3- Pseudoseções de resistividade e fase para o perfil Jaicós, mostrando os resultados do

processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000).

55

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Processamento pelo método robusto. Perfil Monsenhor Hipólito.

0 10 20 30 40 50Distancia

Log ( resistividade apar. direção x )

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30 40 50Distancia

Log ( resistividade apar. direção y )

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase. direção x

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase. direção x

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 6.4- Pseudoseções de resistividade e fase para o perfil Monsenhor Hipólito, mostrando os

resultados do processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000).

56

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1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10

1

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10-20-10

0102030405060708090

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

pxy pyx

Log

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stiv

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e (o

hm.m

))

Log (periodo (s) )

Log

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hm.m

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pxy pyx

Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

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pxy pyx

Log

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hm.m

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Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

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pxy pyx

Log

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Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

Log

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Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

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pxy pyx

Log

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Ph xy Ph yx

Fase

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Log

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))Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

pxy pyx

Log

(resi

stiv

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e (o

hm.m

))

Log (periodo (s) )

E stação IP 010E stação IP 09E stação IP 08E stação IP 07E stação IP 06

E stação IP 05E stação IP 04E stação IP 03E stação IP 02E stação IP 01

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

pxy pyx

Log

(resi

stiv

idad

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))

Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

Log

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hm.m

))

Log (periodo (s) )

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

Figura 6.5- Gráficos de resistividade aparente e fase do perfil Itainópolis (processamento robusto de Egbert & Eisel (2000)).

57

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1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

100

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-40-30-20-10

0102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000

pxy pyx

Log

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

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pxy pyx

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Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

Log

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Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

Log

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hm.m

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Log (periodo s )

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo s)

Estação JC09Estação JC08Estação JC07Estação JC06

Estação JC05Estação JC04Estação JC03Estação JC02Estação JC01

pxy pyx

Log

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e (o

hm.m

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Log (periodo s )

Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

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Ph xy Ph yx

Fase

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Ph xy Ph yx

Fase

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pxy pyx

Log

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stiv

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e (o

hm.m

))

Log (periodo s )

Figura 6.6 - Gráficos de resistividade aparente e fase do perfil Jaicós (processamento robusto de Egbert & Eisel (2000)).

58

Page 67: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

1E-3 0.01 0.1 1 10

-100

-50

0

50

100

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.1 1 100

102030405060708090

1E-3 0.01 0.11

10

100

1000

10000

1E-3 0.01 0.10

102030405060708090

pxy pyx

Log

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hm.m

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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hm.m

))

Log (periodo (s) )

Estação MH05Estação MH04Estação MH03Estação MH02

Estação MH06 Estação MH07 Estação MH08 Estação MH09

Estação MH01

Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

pxy pyx

Log

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hm.m

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

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Ph xy Ph yx

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

Figura 6.7- Gráficos de resistividade aparente e fase do perfil Monsenhor Hipólito (processamento robusto de Egbert & Eisel (2000)).

59

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6.3- Método de estimativa do strike geoelétrico (Groom & Bailey).

Um breve relato da decomposição do tensor impedância, na presença de distorção

galvânica local 3D, para determinar o strike geoelétrico é descrita abaixo (Groom & Bailey,

1989).

Experimentalmente, a determinação do tensor impedância não ocorre para uma

situação teórica 2D. Não existe rotação dos eixos de coordenada tal que os elementos da

diagonal principal do tensor impedância sejam ambos exatamente iguais a zero. Este fato

ocorre devido:

1-presença de erros nos dados no caso de indução 1D ou 2D.

2-devido à indução 3D.

3-devido à indução 1D ou 2D acoplada com o efeito de distorção telúrica galvânica.

Numa situação ideal de uma Terra com estrutura regional de condutividade

bidimensional (2D), com os dados rotacionados para direção de strike, o tensor de

impedância que relaciona os campos elétricos e magnéticos é dado por:

rrr HZHE ⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡== ⊥

0 Z0

//Z. eq-6.16

Larsen (1977), supondo uma terra estratiforme com heterogeneidades na camada

superior, propôs que o tensor impedância representativo da camada seria distorcido pela

heterogeneidade tal que:

⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡=

2221

1211

C C

CC

Z nCZZ

=⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡ ⊥

0 Z0

//

, eq-6.17

em que Zn é o tensor impedância para uma situação ideal e C é a matriz distorção, que pode

ser escrita como o produto de 3 operadores básicos e um fator escalar de ganho.

TSAC g= , eq-6.18

na qual g é o site gain, S é o parâmetro shear, T é o parâmetro twist e a A é a anisotropia. O

fator escalar g é necessário devido à normalizações que coloca o produto TSA com um valor

diferente de C. As características dos outro elementos da decomposição são:

60

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1- Twist - rotaciona os vetores do campo elétrico de um ângulo no sentido horário.

2- Shear- desenvolve a anisotropia nos eixos que dividem no meio os eixos principais da

estrutura regional. A máxima variação angular ocorre quando o vetor sobre o qual o operador

é aplicado está alinhado com os eixos principais. Ele é caracterizado por um ângulo, assim

como o twist.

3-Anisotropia- separa as 2 componentes principais do campo elétrico por diferentes fatores.

Uma anisotropia é então gerada devido às distorções e adicionada à anisotropia já existente no

tensor de impedâncias regional 2D.

A decomposição produz 8 parâmetros que são: partes reais e imaginárias da maior e

menor impedância, respectivamente a e b, os strikes regional θ e local, os ângulo de twist e

shear.

6.4- Determinação do strike geoelétrico utilizando os parâmetros de Groom Bailey (GB)

e Tipper.

Encontram-se descritos na literatura procedimentos e exemplos de determinação do

strike geoelétrico, utilizando os parâmetros de Groom Bailey (1989). Podemos citar os

trabalhos de Groom et al. (1993) e Jones & Groom (1993). A técnica utilizada foi a do

histograma para a determinação de um único valor de strike regional para cada perfil. Esta

técnica foi utilizada por Figueiredo (1997) e Lima (2000).

Neste trabalho a técnica de Groom & Bailey (1989), só foi usada para a determinação

do strike geoelétrico não foi realizada correção das distorções. A idéia de obter-se um valor

de strike para cada perfil tem como objetivo uma orientação para uma mesma direção. Em

alguns casos, para esta situação, um perfil necessita ser dividido em dois ou mais devido a

grande variação do strike ao longo dele. Para retirada da ambigüidade do strike utilizou-se o

strike geológico e o Tipper. O Tipper foi obtido dos resultados preliminares de campo através

do processamento pelo método dos mínimos quadrados (software do EMI).

No perfil Itainópolis o Tipper (Figura 6.8) apresenta suas maiores freqüência entre –

70o e ––80o indicando o strike geoelétrico próximo à direção N-S e outra concentração menor

em torno de 20o. O strike regional GB (Figura 6.9) apresenta as maiores freqüências de

ocorrência em torno de 60o com uma outra menor concentração em –65o. O valor de strike

geoelétrico 60o o, considerando a declinação magnética de –22 , está aproximadamente de

acordo com o strike geológico de 50o graus com uma discrepância ao redor de 10o. O valor de

60o foi o valor de strike geoelétrico utilizado neste perfil.

61

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-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

20

40

Tipper

Perfil ItainópolisHistograma de STRIKE TIPPER

Figura 6.8- Histograma de Tipper do perfil Itainopólis.

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

10

20

30

Strike

Perfil ItainópolisStrike regional gb

Figura 6.9- Histograma de strike regional GB do perfil Itainópolis.

No perfil Jaicós o Tipper apresenta suas maiores freqüências em torno de -50o

indicando um strike geoelétrico na ordem de 40o e outra concentração em torno de 18o (Figura

6.10). O strike regional GB dois pontos de maiores freqüências em –30o e 40o (Figura 6.11).

62

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O strike geoelétrico de 40o observado no histograma para este perfil coincide com a indicação

do Tipper e não está de acordo com o strike geológico de 50o para região (levando em

consideração a declinação magnética de –22o o da região). Considerando a ambigüidade de 90

em cima do strike de –30o temos um strike geoelétrico na ordem de 60o próximo do strike

geológico de cerca de 50o o. O strike geoelétrico adotado para este perfil foi o de 60 .

63

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

20

40

60

Tipper

Perfil JaicosHistograma de STRIKE TIPPER

Figura 6.10- Histograma de Tipper do perfil Jaicós.

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-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

20

40

Strike

Perfil JaicósStrike regional gb

Figura 6.11- Histograma de strike regional GB do perfil Jaicós.

No perfil Monsenhor Hipólito há duas concentrações de Tipper (Figura 6.12) em –65o

e 15o indicando strikes geoelétrico nas direções de 25o e –75 (Figura 6.8). Nesta região,

ocorrem duas direções de strike geológico nas direções –50 e 70o que explicam as duas

direções do Tipper. O strike regional GB apresenta suas maiores concentrações em torno de

-30o

64

e outra em torno de 30o o (Figura 6.13). Considerando o strike –30 como um strike

geoelétrico e levando em conta a declinação magnética da região (-22o) este strike

apresentaria uma discrepância com o strike geológico (-50o) em torno de 2o . O strike

geoelétrico utilizado neste perfil foi o de 30o, o que pode estar indicando um strike geológico

de 8o próximos à direção dos contatos geológicos dos sedimentos da bacia. Este strike

também pode estar refletindo a estruturação definida para a região pelos strikes geológico de

–50 e 70o. O strike geoelétrico de 30o foi escolhido para este perfil, pois aproximadamente

concorda com o strike swift da ordem de 20o (Figura 6.14).

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-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

10

20

Tipper

Perfil Monsenhor HipólitoHistograma de STRIKE TIPPER

Figura 6.12- Histograma de Tipper do perfil Monsenhor Hipólito.

-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

5

10

15

20

Strike

Perfil Mosenhor HipólitoStrike regional gb

Figura 6.13- Histograma de strike regional GB do perfil Monsenhor Hipólito.

65

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-80 -60 -40 -20 0 20 40 60 800

10

20

Strike

Perfil Mosenhor Hipólito Strike Swift

Figura 6.14- Histograma de strike Swift do perfil Monsenhor Hipólito

6.5- Metodologia de preparação dados e correção da deriva estática para a inversão.

Utilizaram-se três etapas para preparação dos dados de resistividade aparente e fase

para inversão:

1- na primeira etapa, os elementos do tensor impedância dos perfis Itainópolis, Jaicós e

Monsenhor Hipólito foram rotacionados para a direção de strike geoelétrico, respectivamente,

de -30o

66

, -30 o e 30o.

2- na segunda etapa foram analisadas as curvas de resistividades aparente e fase retirando os

outliers. A retirada dos outliers suaviza as curvas de resistividades e fase, em formas

adequadas para uma boa inversão. Os outliers retirados estavam em sua grande maioria na

faixa de freqüência do ruído cultural e da banda morta.

3- na terceira etapa foi realizada a correção estática para cada estação. O método

utilizado foi o de deslocamento da curva. Para o deslocamento das curvas de resistividade

aparente utilizaram-se as curvas de resistividade aparente obtidas pelo método TEM como

base para correção. Esta metodologia para correção estática foi proposta por Sternberg et al.

(1988).

Para realizar o deslocamento das curvas de resistividade do método MT para as do

TEM e por conseguinte realizar a correção estática é necessário ter uma comparação entre as

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curvas de resistividades nas mesmas profundidades. Sternberg et al, (1988) utilizaram com a

profundidade de investigação (“skin depth”) para o método MT, que é dada pela equação

6.19, e para método TEM, dada pela equação 6.20. A relação entre f e t para os métodos MT

e TEM para uma mesma profundidade é da ordem de 200, com a freqüência em Hz e o t em

ms. Este fator deve ser considerado na comparação das curvas de resistividade para ambos os

métodos, para poder comparar as resistividades na mesma profundidade de investigação. O

programa utilizado neste trabalho foi o Lemix (desenvolvido por E. Ulugergerli & L.

Montagne, quando visitantes no ON no ano 2000), o qual aplica a correção acima e

disponibiliza uma fácil correção para a deriva estática utilizando dados MT e TEM. A Figura

6.15 mostra a correção estática para 2 estações utilizando o programa Lemix.

67

)(σμϖ2=z , eq-6.19

σμtz 28.1= . eq-6.20

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Figura 6.15 – Correção estática para duas estações, uma localizada no embasamento cristalino e outra localiza na bacia

sedimentar. 68

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69

Os resultados finais dos dados para a inversão estão apresentados na forma

pesudoseções de resistividades e fase (Figuras 6.16 a 6.18) e na forma de curvas de

resistividades e fase (Figuras 6.19 a 6.21).

As pseudo-seções de resistividade e fase calculada e observada para os perfis (Figura

6.16 a 6.18) mostram que em geral os modos TE e TM apresentam tendência a estruturas

verticais, que devem estar relacionadas a uma estruturação da região por falhas.

As curvas de resistividade para os modos TE e TM dos perfis (Figuras 6.19 a 6.21)

sugerem:

1- estruturas predominantemente 1D para períodos baixos, demonstrado pela proximidade

dos valores de resistividade nas curvas TE e TM;

2- estruturas 2D ou 3D para períodos mais elevados, onde as curvas de resistividade TE e

TM apresentam diferentes valores de resistividade.

O modelo 1D é adequado para definir uma estruturação horizontal da variação da

resistividade, tal com podem apresentar bacias sedimentares. Entretanto, a presença de uma

bacia sedimentar estruturalmente complexa (estrutura de borda da bacia ou estruturas do

embasamento da bacia falhado) pode estabelecer estruturas 2D a 3D numa bacia.

O modelo que parece ser mais adequado para área deste trabalho na bacia do Parnaíba

é de uma bacia com a presença de falhas do embasamento, na proximidade da borda da bacia.

Desse modo, a utilização de um algoritmo de inversão 1D se justificaria em porções próximas

a superfície e distantes da borda da bacia. Este fato não acontece na região em estudo, sendo

mais adequado, portanto o emprego de inversões 2D a 3D para o conjunto de dados.

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Processamento pelo método robusto, correção estática e rotação para o angulo de strike. Perfil Itainópolis.

0 10 20 30 40Distancia

Log (resistividade apar. do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30Distancia

40

Log (resistividade apar. do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40Distancia

Fase do modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 4Distancia

0

Fase do modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 6.16- Pseudoseções de resistividade e fase do perfil Itainópolis, mostrando os

resultados após o processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000), correção estática e

orientação para a direção de strike.

70

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Processamento pelo método robusto, correção estática e rotação para o angulo de strike. Perfil Jaicós.

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade apar. do modo TM)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade apar. do modo TE)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20Distancia

Fase do modo TE

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancia

Fase do modo TM

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 6.17- Pseudoseções de resistividade e fase do perfil Jaicós, mostrando os

resultados após o processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000), correção estática e

orientação para a direção de strike.

71

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Processamento pelo método robusto, correção estática e rotação para o angulo de strike. Perfil Monsenhor Hipólito.

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade apar. do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade apar. do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase do modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase do modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 6.18- Pseudoseções de resistividade e fase do. perfil Monsenhor Hipólito

mostrando os resultados após o processamento robusto (Egbert & Eisel, 2000), correção

estática e orientação para a direção de strike

72

Page 81: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 10-100

102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

1E-3 0,01 0,1 1 10-10

0102030405060708090

1E-3 0,01 0,1 1 101

10

100

1000

10000

100000

E s tação IP 05E stação IP 04E stação IP 03E stação IP 02

E stação IP 10E stação IP 09E stação IP 08E stação IP 07E stação IP 06

E stação IP 01 T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s))

P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (periodo (s)) P h T M P h T E

Fase

(Ph)

Log (periodo (s))

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))Log (periodo (s))

Figura 6.19- Gráficos de resistividades e fase após correção do correção estática, retirada de outliers e rotação para direção de strike.

(PERFIL ITAINÓPOLIS) . 73

Page 82: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000 TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10000

102030405060708090

Ph T M Ph T E

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s ))1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10000

102030405060708090

Ph TM Ph TE

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000

E s ta çã o JC 0 9E s ta çã o JC 0 8E s ta çã o JC 0 7E s ta çã o JC 0 6

E s ta çã o JC 0 5E s ta çã o JC 0 4E s ta çã o JC 0 3E s ta çã o JC 0 2E s ta çã o JC 0 1 TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000 T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph TM Ph TE

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000 TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph TM Ph TE

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph T M Ph T E

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000 T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000 TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph TM Ph TE

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000

T M T E

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph TM Ph TE

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000

-100

102030405060708090

Ph T M Ph T E

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000

TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0102030405060708090

Ph T M Ph T E

Fase

(Ph)

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000

TM TE

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

Figura 6.20- Gráficos de resistividade e fase após correção da correção estática, retirada de outliers e rotação para direção de strike.

(PERFIL JAICÓS).

74

Page 83: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mH

01

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

MH

02Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))MH

02

Log (p eriod o (s ))

0 .01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mH

01

Log (p eriod o (s ))1E -3 0.01 0.1 1 10

-100

102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

3

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

3

Log (p er iod o (s) )

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

4

Log (p er iod o (s ) )

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

4

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

5

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

5

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

E s ta ç ã o M H 0 9E s ta ç ã o M H 0 8E s ta ç ã o M H 0 7E s ta ç ã o M H 0 6

E s ta ç ã o M H 0 5E s ta ç ã o M H 0 4E s ta ç ã o M H 0 3E s ta ç ã o M H 0 2E s ta ç ã o M H 0 1

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

6

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0 .01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

6

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

7

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

7

Log (p er iod o (s ) )

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

8

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

8

Log (p eriod o (s) )

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

P h T E P h T M

Fase

(Ph)

mh0

9

Log (p eriod o (s ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 T E T M

Log

(resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))mh0

9

Log (p eriod o (s ))

Figura 6.21- Gráficos de resistividade e fase após a correção estática, retirada de outliers e rotação para direção de strike

(PERFIL MONSENHOR HIPÓLITO).

75

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7- Inversão 2D e interpretação.

Dado um conjunto de medidas geofísicas é desejável determinar todas as informações

possíveis sobre as estruturas geológicas que estão contidas nessas medidas. No caso dos

métodos eletromagnéticos, estima-se a estrutura geoelétrica (distribuição da resistividade

elétrica com a profundidade), a qual relacionamos posteriormente a geologia.

Nos estudos de inversão, é importante distinguir entre modelagem (problema direto) e

inversão propriamente dita (ou problema inverso). Meju (1994) apresenta as descrições

abaixo para cada um desses procedimentos.

Modelagem – Conhecidas algumas informações sobre os valores de conjuntos de

parâmetros para um modelo de Terra (numero de camadas, suas resistividades e espessuras),

uma relação teórica (modelo matemático) é usada para derivar os valores de algumas

medidas quantitativas (resistividade aparente e fase).

Inversão - Conhecidas algumas informações dos valores de algumas medidas

quantitativas (medidas experimentais de campo: resistividade aparente e fase), emprega-se

uma relação teórica para derivar os valores do conjunto de parâmetros que explicam ou

reproduzem as observações de campo.

7.1- Inversão 2D.

A inversão 2D dos dados MT para estimar a estrutura geoelétrica ao longo dos perfis

medidos foi realizada utilizando o programa de inversão 2D de Mackie et al. (1997).

Este programa aplica a inversão dos dados magnetotelúricos através de simulação do

problema direto utilizando as equações para o caso 2D. A solução para o problema inverso é

um modelo m que minimiza a função S sendo dado por:

( ) ( ) 2

)01 ()()()( mmLmFdRmFdmS dd

T −+−−= − τ , eq-7.1

em que:

d = Vetor dos dados observados.

F = Operador de modelagem “forward”.

m = Modelo de vetor não conhecido.

Rdd = Matriz de erro covariante

L = Um operador linear.

= modelo a priori. m0

76

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τ = parâmetro de regularização.

O programa usa um operador laplaciano:

∫ −Δ=− .)))()((()( 200 dxxmxmmmL , eq-7.2

)(log)( xxm ρ= , sendo x a posição e

77

em que ρ a resistividade.

Dois algoritmos são disponíveis para minimização numérica da função S (equação

8.1):

1. Inversão Gauss- Newton de matriz (GN-1).

2. Gradiente conjugado não linear (NLCG).

, m ,..., pela solução: O algoritmo Gauss-Newton gera uma seqüência de modelos m0 1

( )( ) jjjT

jddTj gmmLLARA

21

11 −=−+ +

− τ , eq-7.3

na qual

= derivada de Frechet de F calculada em mAj j

gj = gradiente de S calculado em mj ).(2))((2 01 mmLLdmFRA j

Tjdd

Tj −+−= − τ

Este algoritmo é uma aproximação convencional usada em problemas inversos na

geofísica. Para grandes modelos e grandes conjuntos de dados, os tempos computacionais e a

memória requerida podem inibir o uso deste algoritmo.

O Gradiente conjugado não linear (NLCG) adapta diretamente para minimização de S

(equação 7.1). A seqüência de modelo é dada por

111 +++ += jjjj hmm α , eq-7.4

em que é uma dada direção de busca. 1+jh

Para execução do programa é necessário o estabelecimento de alguns parâmetros para

inversão. Estes parâmetros estão descritos abaixo:

1. τ é um parâmetro de regularização que controla o compromisso entre ajuste aos

dados e aderência do modelo. Valores grandes provocam modelos suaves acarretando

um pior ajuste aos dados. Valores entre 3 e 300 são típicos para inversão MT.

2. Fator damping é um fator que é usado para amortecer o algoritmo de inversão Gauss-

Newton no inicio do estágio não linear da inversão. Ele é reduzido quando o

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78

problema torna-se mais linear, e não é usado no algoritmo do gradiente conjugado não

linear.

3. Noise floor é o ruído de fundo para os dados. Valores percentuais maiores do que 1

são recomendáveis.

7.2- Resultado da inversão 2D.

No emprego do código de Mackie et al. (1997) para a inversão 2D dos dados MT dos três

perfis da bacia do Parnaíba, os seguintes passos foram considerados:

(i) adotou-se o meio – espaco de resistividade 100 Ω.m. como modelo inicial;

(ii) o valor escolhido para τ foi 3, valor este obtido após uma serie de tentativas entre

os limites de 3 e 300 sugeridos pelos autores;

(iii) o ruido de fundo admitido variou entre 2 e 5 %;

(iv) o número de iterações variou entre 50 a 100 para os três perfis, considerando os

sucessivos ajustes do modelo inicial.

(v) inverteu-se os modos TE e TM simultaneamente.

De um modo geral, a inversão 2D mostrou-se satisfatória na definição das estruturas

da bacia. O ajuste da inversão 2D apresentou erros médios quadráticos (Ψ2 ) de 0,312, 0,408

e 0,218 para os perfis Monsenhor Hipólito, Jaicós e Itainópolis, respectivamente. As curvas

MT observadas e calculadas são apresentadas no anexo B e sob a forma de pseudoseções nas

Figuras 7.5 a 7.7. As seções de resistividade dos perfis nas Figuras 7.2 a 7.4.

Antes da discussão dos resultados das inversões é oportuno discutir alguns aspectos

associados com a variabilidade dos valores da resistividade elétrica para as várias litologias,

em especial os sedimentos. A tabela de Keller (1982) (Figura 7.1) mostra que os valores

acima de 1000 Ω.m de resistividade são para rochas cristalinas não intemperizadas,

conglomerado, etc. Observa-se nesta tabela uma superposição dos valores de resistividade

dos sedimentos e camadas de rochas intemperizadas. Blaricom (1988) e Griffiths & King

(1972) apresentam tabelas de variação de resistividades das rochas, nas quais o arenito pode

alcançar resistividades um pouco acima de 1000 Ω.m, embora a maior concentração das

medidas encontra-se entre 100 e 1000 Ω.m.

A melhor maneira para a definição é vincular os resultados da inversão com valores de

resistividade medidos em poços na região de estudo. Lima (2000), numa investigação da

borda sudeste da bacia do Parnaíba, atribui valores acima de 250 Ω.m para rochas do

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embasamento. Numa investigação da borda sudeste, próximo à região em estudo, Metelo

(1999) coloca o embasamento em torno de 600 Ω.m. O Observatório Nacional, utilizando

informações geológicas de poços junto com medidas de resistividades, mostra que o

embasamento deve ter resistividades próximas de 200 Ω.m . Este valor de resistividade foi

adotado no trabalho de investigação magnetotelúrica por Meju et al. (1999), para separar

sedimentos e embasamento nos quais foram feitas modelagens com informações de perfis de

poços. As diferenças nos valores adotados nestes trabalhos, devem estar relacionadas com

diferenças nas características litológicas das unidades envolvidas. As grandes variações das

resistividades atribuídas para as rochas nas tabelas deve-se à sua dependência à um grande

numero de fatores, tais como:

• temperatura

• conteúdo de água

• condutividade da água

• tamanho do grão

• porosidade

• metamorfismo

Figura 7.1- Tabela de resistividade para rochas segundo Keller (1982). Traduzida por Dias, G.

N. A. (2001).

79

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80

Seções de resistividade para os perfis com marcações a 300 Ω.m, 600 Ω.m e 1000

Ω.m são apresentadas no anexo C. Nestas seções observa-se que o limite de 300 Ω.m para

separar embasamento e sedimentos promove o desaparecimento geoelétrico da bacia em

regiões dos perfis Itainópolis e Jaicós

A seguir é apresentada seções geoeletricas para os perfil, adotando como base o limite

de resistividade superior de 1000 Ω.m para arenitos, conforme a tabela de resistividade de

Keller (1982). Foi realizado está escolha devido a falta de controle de poços na região de

estudo (como medidas geofísicas de resistividade) .

Nas seções geoelétrica este limite superior de 1000 Ω.m, não separa embasamento e

bacia totalmente, devido a sobreposição dos valores de resistividade entre sedimentos e rochas

do embasamento alterado. Em cada perfil é indicado: a localização (aproximada) do contato

embasamento/ bacia em superfície e o provável limite geoelétrico entre sedimento e

embasamento (amarrados a vínculos geológicos).

Nas seções geolétricas aparecem feições do tipo graben e horst que são visualizados,

entretanto sua caracterização foi omitida, devido ao espaçamento entre as estações não

permite diagnosticar estas feições.

• Perfil Itainópolis.

Na seção de resistividade do perfil Itainópolis o contato bacia/embasamento é próximo

a estação 8 (observações de campo) (Fig. 7.2), o embasamento apresenta profundidades

máxima em torno de 1100 a 1800 m, adotando o limite superior para arenitos da tabela de

resistividade de Keller (1982).

Adotado um limite de resistividade vinculado a geologia de subsuperficie para o perfil

teriamos o limite de 450 Ω.m, com as profundidades variando em torno de 400 a 1300 m.

Quanto à variação de resistividade, observa-se um aumento da resistividade com a

profundidade. Este aumento deve estar relacionado com a diminuição da quantidade de água

provocado pela pressão ou à presença de baixa porosidade relacionada à possíveis sedimentos

grosseiros mal selecionados.

Inspeções em afloramentos neste perfil indicaram a presença freqüente de camadas

areníticas com leitos conglomeráticos, também é observado a presença de matriz argilosa e

solos siltíticos à argilosos. Os sedimentos próximos às estações mais resistivas são arenitos à

conglomeráticos, com níveis de conglomerado dispostos em camadas métricas. O

embasamento na estação 9 e composto por gnaisse esporadicamente migmatítico com

intrusões de granitos félsicos à rochas de composição mais máfica. A estação 10 encontra-se

num corpo granitico. No anexo D encontram-se algumas fotos de afloramentos deste perfil.

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Figura 7.2- Seção de resistividade do perfil Itainópolis.

• Perfil Jaicós.

No perfil Jaicós (Fig. 7.3) o contato entre a bacia e o embasamento está entre as

estações 7 e 8, bem próximo à estação 8. A profundidade do embasamento variam em torno

de 100 a 800 m, adotando o limite superior para arenitos da tabela de resistividade de Keller

(1982).

Como no perfil Itainapólis o limite de resistividade vinculado a geologia de

subsuperficie seria de 450 Ω.m para o perfil, com as profundidades variando entre 100 a 600

m.

81

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Figura 7.3- Seção de resistividade do perfil Jaicós .

• Perfil Monsenhor Hipólito

No perfil Monsenhor Hipólito (Fig. 7.4) o contato geológico entre os sedimentos da

bacia e seu embasamento está entre as estações 7 e 8. A seção de resistividade mostra que o

embasamento está em torno de 500 a 700 m, adotando o limite superior para arenitos da tabela

de resistividade de Keller (1982).

Adotado um limite de resistividade vinculado a geologia de subsuperficie, o limite

geoeletrico seria de 300 Ω.m para o perfil, com as profundidades variando ao longo do perfil

em torno de 600 m. As estações 5 e 2 apresentam camadas condutivas provavelmente devido

a presença de fácies pelíticas da Formação Jaicós. Uma outra explicação estaria na presença

de água com grande quantidade de sais nestas camadas.

82

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Figura 7.4- Seção de resistividade do perfil Monsenhor Hipólito.

• Correlação de informações de poços e as seções de resistividade.

A Figura 3.6 (Capitulo 3) mostra a litologia atingida nos poços cadastrados pela

CPRM. Três poços próximos ao perfil Jaicós alcançam o embasamento cristalino. Na inversão

não foi usado a profundidade dos poços como vinculo. Em dois poços próximos as estações 4

e 5 (onde ocorrem as menores profundidades no modelo geoelétrico) a profundidade do

embasamento atinge em torno de 60 m. O terceiro poço próximo a estação 3 atinge a

profundidade de 147 m, enquanto o modelo geoelétrico adotado (Figura 7.3) indica

profundidades superiores. Este fato sugere que o limite superior de resistividade dos

sedimentos para este perfil esteja em torno de 300 a 450 Ω.m. Esta possivel faixa de limite

geoeletrico para separar sedimentos e embasamento estão de acordo com o limite geoeletrico,

que separa aproximadamente bacia de embasamento em subsuperficie, considerando os três

perfis.

83

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.

Pseudoseções de resistividade e fase observadas e calculadas. Perfil Itainópolis

0 10 20 30 40Distancia

Log (resistividade observada do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30Distancia

40

Log (resistividade observada do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40Distancia

Fase observada do modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 4Distancia

0

Fase observada do modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40Distancia

Log (resistividade calculada do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30 4Distancia

0

Log (resistividade calculada do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40Distancia

Fase calculada do modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 40Distancia

Fase calculada do modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 101 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 101 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 7.5- Pseudo-seções de resistividade e fase calculadas e observadas para o modo TE e

TM, perfil Itainópolis .

84

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Pseudoseções de resistividade e fase observadas e calculadas. Perfil Jaicós.

0 5 10 15 20Distancia

Fase observada do modo TE

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancia

Fase observada do modo TM

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade observada do modo TM)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade observada do modo TE)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade calculada do modo TE)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 5 10 15 20Distancia

Log (resistividade calculada do modo TE)

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20Distancia

Fase calculada do modo TE

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 5 10 15 20Distancia

Fase calculada do modo TM

-2

0

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

0 5 10 15 20

Estação

-2

0

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 7.6- Pseudoseções de resistividade e fase calculadas e observadas para o modo TE e

TM, perfil Jaicós. 85

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Pseudoseções de resistividade e fase observadas e calculadas. Perfil Monsenhor Hipólito.

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade observada do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade observada do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase observadado modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase observadado modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade calculada do modo TE)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

00.20.40.60.811.21.41.61.822.22.42.62.833.23.43.63.844.2

0 10 20 30 40 50Distancia

Log (resistividade calculada do modo TM)

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase calculada modo TE

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

0 10 20 30 40 50Distancia

Fase calculada modo TM

-1

0

1

2

Log

(freq

uenc

ia)

051015202530354045505560657075808590

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

0 10 20 30 40 50

Estação

-1

0

1

2

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 6 7 8 9

1 2 3 4 5 6 7 8 91 2 3 4 5 6 7 8 9

Figura 7.7- Pseudoseções de resistividade e fase calculadas e observadas para o modo TE e

TM, perfil Monsenhor Hipólito.

86

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8- Conclusões.

Uma porção da borda leste da bacia do Parnaíba foi estudada empregando os métodos

geofísicos magnetotelúrico (MT) e eletromagnético transiente (TEM), ao longo dos perfis

Monsenhor Hipólito, Jaicós e Itainópolis (Fig. 2.3). Foi realizado um total de 28 sondagens MT-

TEM nos 3 perfis, nas faixas de freqüência 0,07-0,008 Hz a 334 Hz (dado MT), 33 Hz a 100000

Hz (dado TEM) e espaçamento médio de 5 Km entre as sondagens. Os dados MT foram

processados utilizando o procedimento robusto proposto por Egbert & Eisel (2000). O strike

geológico foi estimado empregando-se a decomposição do tensor de impedância proposta por

Groom & Bailey (1989). Os dados TEM foram utilizados na correção estática presente nas curvas

MT, conforme inicialmente proposto por Sternberg et al. (1988). As seções geoelétricas

(resistividade x profundidade) para os 3 perfis foram obtidas com o algoritmo de inversão 2D

descrito em Mackie et al. (1997). Os ajustes dos modelos de resistividades nos perfis foi de uma

forma geral bom a razoável, tendo sido obtido para o Ψ2 (erro médio quadrático) os valores

0,312, 0,408 e 0,218 para os perfis Monsenhor Hipólito, Jaicós e Itainópolis, respectivamente.

O limite para valores máximos para a resistividade elétrica dos sedimentos obtidos

através de vínculos geológicos de poço e de geologia de subsperficie foi da ordem de 300 a 450

Ω.m para os arenítos da região de estudo. Estes valores são mais altos que os adotados em

estudos anteriores na bacia (Meju et. al., 1999;; Lima, 2000), mas variações apreciáveis podem

ser esperadas em função dos vários fatores que contribuem para a resistividade elétrica do meio,

conforme discutido no capitulo 7. A informação de um poço do cadastro da CPRM (Figura 3.6,

capitulo 3) indica para o perfil Jaicós um limite superior de resistividade para os sedimentos

entre 300 e 450 Ω.m.

As seções de resistividade dos perfis mostraram um aumento da resistividade com a

profundidade, com valores variando desde alguns Ω.m (possivelmente associados aos folhelhos

da formação Pimenteiras ou argilas das fácies pelíticas da Formação Jaicos), até valores

próximos de 450 Ω.m, devido possivelmente à presença de sedimentos mais grosseiros, por

exemplo arenítos conglomeráticos da formação Ipu, unidade basal do Grupo Serra Grande.

Valores superiores a 450 Ω.m. são creditados ao embasamento cristalino.

A seção de resistividade do perfil Itainópolis (Fig. 7.2) mostrou profundidades do

embasamento variando de 400 a 1300 m. Camadas mais condutivas são vistas na seção de

resistividade próxima à borda da bacia.

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A seção de resistividade do perfil Jaicós (Fig. 7.3) mostra profundidades do embasamento

variando de 100 a 600 m. Camadas mais condutivas também são observadas na seção de

resistividade próxima a borda da bacia.

A seção de resistividade do perfil Monsenhor Hipólito (Fig. 7.4) mostra profundidades do

embasamento variando em torno de 600 m.

Nas seções apresentadas, notam-se profundidades máximas para o embasamento da

ordem de 600 m para os perfis Monsenhor Hipólito e Jaicós e profundidade máxima da ordem de

1300 m para o perfil Itainópolis. Este fato sugere uma região da borda da bacia com maior

profundidade do embasamento em direção ao sul da bacia. Este resultado é corroborado pelos

estudos geofísicos empregando o método MT apresentado por Metelo (1999), que estudando a

borda sudeste da bacia, obteve valores máximos da ordem de 3000 m para a profundidade do

embasamento nas regiões de São Raimundo Nonato e São João do Piauí.

A presença de camadas condutivas, próximo à borda nos perfis pode estar indicando

camadas mais argilosas como as fácies pelíticas da Formação Jaicós ou mesmo grande

quantidade de sais presente nas águas subterrâneas destas camadas. Esta ultima hipótese é

entretanto pouco provável, pois não se tem registro de ocorrências de aqüíferos regionais salobros

no interior da bacia.

O aqüífero mais explotável na bacia do Parnaíba, na área de estudo, é o do Grupo Serra

Grande. Os poços com as maiores vazões estão localizados longe da borda na região dos

folhelhos da Formação Pimenteiras, captando água de aqüíferos do tipo confinado a semi-

confinados. Os dois últimos fatos relatados mostram claramente o efeito das camadas selantes

dos folhelhos (Formação Pimenteiras) no tipo de aqüífero e conseqüentemente maior vazão.

Nas seções geolétricas aparecem feições do tipo graben e horst que são visualizados,

entretanto sua caracterização foi omitida, devido ao espaçamento entre as estações não permite

diagnosticar estas feições. Para o mapeamento de detalhe de tais estruturais o espaçamento entre

as estações teria que ser da ordem da profundidade da estrutura a ser detalhada.

No cadastro de poços de água subterrânea da CPRM encontra-se na região poços que em

sua maioria têm profundidades inferiores a 300 m, com alguns poços alcançando entre 450 m a

650 m e não atingindo o embasamento.

As seções de resistividades revelaram profundidades do embasamento máximas nos perfis

entre 600 e 1300 m, conseqüentemente há uma indicação de aqüíferos mais profundos os quais

podem ser explotados. Logo é indicado para área dos perfis a explotação de aqüíferos profundos,

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cornforme indicado pelas seções geoeletricas (com o limite embasamento/bacia entre 300 a 450

Ω.m de resistividade).

Os trabalhos magnetotelúricos forneceram informações valiosas para a bacia, indicando

áreas com maiores probabilidades de sucesso na explotação de águas subterrâneas, contribuindo

de forma relevante para futuros trabalhos hidrogeológicos. Qualquer programa de perfuração de

poços na região estudada dever ser precedido de um estudo geofísico de detalhe, tendo em vista o

caráter regional dos resultados apresentados neste estudo.

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Anexo A

Comparação entre os métodos de processamentos robusto e mínimos quadrados no perfil Jaicós.

99

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc01- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm.m

))

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc01- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm.m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc01- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jco1- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

Figura A-1 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 1).

100

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc02- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc02- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc02- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc02- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

Figura A-2 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 2).

101

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc03- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc03- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc03- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc03- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

Figura A-3 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 3).

102

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc04- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc04- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc04- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc04- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

Figura A-4 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 4). 103

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc05- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc05- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc05- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc05 resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

104Figura A-5 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 5).

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1E-3 0.01 0.1 1 10 1001

10

100

1000

10000

100000Estação jc06- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc06- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc06- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc06- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

Figura A-6 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 6).

105

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc07- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc07- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc07- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc07- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))

Figura A-7 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 7).

106

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

100

1000

10000

100000Estação jc08- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100-120-105-90-75-60-45-30-15

0153045607590

105120

Estação jc08- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

-120-105-90-75-60-45-30-15

0153045607590

105120

Estação jc08- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc08- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

Figura A-8 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 8). 107

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc09- fase- PH XY

MQ P

FASE

XY

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100

-90

-75

-60

-45

-30

-15

0

15

30

45

60

75

90Estação jc09- fase - PH YX

MQ R

Fase

yx

Log (periodo (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10 100

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc09- resistividade aparente- PYX

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))1E-3 0.01 0.1 1 10 100 1000

1

10

100

1000

10000

100000Estação jc09- resistividade aparente- PXY

MQ R

Log

(resi

stiv

idad

e ap

aren

te (o

hm m

))

Log (periodo (s))

Figura A-9 – Comparação entre processamento robusto (R) e mínimos quadrados (MQ), perfil Jaicós (estação 9).

108

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Anexo B Ajuste das inversões 2D para os perfis.

109

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1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S))

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alcu lad o

Fase

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0

10

20

30

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90

O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

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10

100

1000

10000

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resi

stiv

idad

e (o

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Fase

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10

100

1000

10000

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Log(

resi

stiv

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e (o

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Fase

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10

100

1000

10000

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resi

stiv

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O b servad o C alcu lad o

Fase

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10

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1000

10000

100000

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E s ta ç ã o IP 0 5E s ta ç ã o IP 0 4E s ta ç ã o IP 0 3E s ta ç ã o IP 0 2E s ta ç ã o IP 0 1

O b servad o C alculad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

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10

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1000

10000

100000

O b servad o C alculad oLo

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sist

ivid

ade

(ohm

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1000

10000

100000

O b servad o C alcu lad oLo

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sist

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ade

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1000

10000

100000

O b servad o C alcu lad oLo

g(re

sist

ivid

ade

(ohm

.m))

Log (p eriod o (s))

Figura B-1 – Ajuste da inversão 2D para o modo TM do perfil Itainópolis.

110

Page 119: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

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resi

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10

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1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

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O b servad o C alcu lad o

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10

100

1000

10000

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Log(

resi

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O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S))1E-3 0.01 0.1 1 10-10

0

10

20

30

40

50

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90

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

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10000

100000 O b servad o C alculad o

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10000

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O b servad o C alculad o

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1000

10000

100000 O b servad o C alculad o

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10

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10000

100000

E s ta ç ã o IP 1 0E s ta ç ã o IP 0 9E s ta ç ã o IP 0 8E s ta ç ã o IP 0 7E s ta ç ã o IP 0 6

E s ta ç ã o IP 0 5E s ta ç ã o IP 0 4E s ta ç ã o IP 0 3E s ta ç ã o IP 0 2E s ta ç ã o IP 0 1

O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

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10000

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10000

100000

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g(re

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100000

O b servad o C alculad oLo

g(re

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ivid

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(ohm

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Log (p eriod o (s))

Figura B-2 – Ajuste da inversão 2D para o modo TE do perfil Itainópolis.

111

Page 120: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

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100000 O b servad o C alcu lad o

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O b servad o C alcu lad o

Log(

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O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))1E -3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

0

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20

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O b servad o C alculad o

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10000

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100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

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O b servad o C alcu lad oLo

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O b servad o C alcu lad o

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10

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1000

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100000

E s ta ç ã o J C 0 9E s ta ç ã o J C 0 8E s ta ç ã o J C 0 7E s ta ç ã o J C 0 6

E s ta ç ã o J C 0 5E s ta ç ã o J C 0 4E s ta ç ã o J C 0 3E s ta ç ã o J C 0 2E s ta ç ã o J C 0 1

O b servad o C alcu lad oLo

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O b servad o C alcu lad oLo

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Fase

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10

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100000

O b servad o C alcu lad oLo

g(re

sist

ivid

ade

(ohm

.m))

Log (p eriod o (s))

Figura B-3 – Ajuste da inversão 2D para o modo TM do perfil Jaicós.

112

Page 121: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 10 100 10001

10

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100000 O b servad o C alcu lad o

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O b servad o C alcu lad o

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Fase

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O b servad o C alculad o

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100000 O b servad o C alcu lad o

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Fase

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E s ta ç ã o J C 0 9E s ta ç ã o J C 0 8E s ta ç ã o J C 0 7E s ta ç ã o J C 0 6

E s ta ç ã o J C 0 5E s ta ç ã o J C 0 4E s ta ç ã o J C 0 3E s ta ç ã o J C 0 2E s ta ç ã o J C 0 1

O b servad o C alcu lad oLo

g(re

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O b servad o C alcu lad oLo

g(re

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1E-3 0.01 0.1 1 10 100 1000-10

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O b servad o C alculad o

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100000 O b servad o C alculad o

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Figura B-4 – Ajuste da inversão 2D para o modo TE do perfil Jaicós.

113

Page 122: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

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1E-3 0.01 0.1 1 10-10

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1E -3 0.01 0.1 1 101

10

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10000

100000 O b servad o C alculad o

Log(

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0102030405060708090

O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S))1E-3 0.01 0.1 1 10-10

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50

60

70

80

90

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alculad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alculad o

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resi

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Log (p eriod o (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

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10000

100000 O b servad o C alculad o

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1E -3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

E s ta ç ã o M H 0 9E s ta ç ã o M H 0 8E s ta ç ã o M H 0 7E s ta ç ã o M H 0 6

E s ta ç ã o M H 0 5E s ta ç ã o M H 0 4E s ta ç ã o M H 0 3E s ta ç ã o M H 0 2E s ta ç ã o M H 0 1

O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

stiv

idad

e (o

hm.m

))

Log (p eriod o (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

O b servad o C alculad oLo

g(re

sist

ivid

ade

(ohm

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Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

O b servad o C alcu lad oLo

g(re

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ade

(ohm

.m))

Log (p eriod o (s))

Figura B-5 – Ajuste da inversão 2D para o modo TM do perfil Monsenhor Hipólito.

114

Page 123: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000 O b servad o C alcu lad o

Log(

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1E-3 0.01 0.1 1 10-10

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Fase

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E-3 0.01 0.1 1 101

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1E -3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alcu lad o

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1E -3 0.01 0.1 1 101

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1E -3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S))1E-3 0.01 0.1 1 10-10

0

10

20

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40

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O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

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100

1000

10000

100000 O b servad o C alculad o

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1E -3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

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100000 O b servad o C alculad o

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1E-3 0.01 0.1 1 10-10

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O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

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1000

10000

100000 O b servad o C alculad o

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Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alculad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E-3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

E s ta ç ã o M H 0 9E s ta ç ã o M H 0 8E s ta ç ã o M H 0 7E s ta ç ã o M H 0 6

E s ta ç ã o M H 0 5E s ta ç ã o M H 0 4E s ta ç ã o M H 0 3E s ta ç ã o M H 0 2E s ta ç ã o M H 0 1

O b servad o C alcu lad o

Log(

resi

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Log (p eriod o (s))

1E-3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S ))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

O b servad o C alculad oLo

g(re

sist

ivid

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(ohm

.m))

Log (p eriod o (s))

1E -3 0.01 0.1 1 10-10

0102030405060708090

O b servad o C alcu lad o

Fase

Log (p eriod o (S))

1E -3 0.01 0.1 1 101

10

100

1000

10000

100000

O b servad o C alcu lad oLo

g(re

sist

ivid

ade

(ohm

.m))

Log (p eriod o (s))

Figura B-6 – Ajuste da inversão 2D para o modo TE do perfil Monsenhor Hipólito.

115

Page 124: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

Anexo C

Seções geoelétricas, com limites de separação entre o embasamento e os sedimentos da bacia do Parnaíba, propostos em investigações anteriores.

116

Page 125: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

C-1- Seção de resistividades do perfil Itainópolis, mostrando os limites aproximados para separar as rochas sedimentares do embasamento: 1000

Ω.m (usado no presente trabalho), 600 Ω.m e 300 Ω.m (usados em trabalhos anteriores na bacia do Parnaíba realizados pelo Observatório

Nacional e a Universidade Leicester da Inglaterra).

117

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C-2- Seção de resistividades do perfil Jaicós, mostrando os limites aproximados para separar as rochas sedimentares do embasamento: 1000 Ω.m (usado no presente trabalho), 600 Ω.m e 300 Ω.m (usados em trabalhos anteriores na bacia do Parnaíba realizados pelo Observatório Nacional e a Universidade Leicester da Inglaterra).

118

Page 127: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

C-3- Seção de resistividades do perfil Monsenhor Hipólito, mostrando os limites aproximados para separar as rochas sedimentares do embasamento: 1000 Ω.m (usado no presente trabalho), 600 Ω.m e 300 Ω.m (usados em trabalhos anteriores na bacia do Parnaíba realizados pelo Observatório Nacional e a Universidade Leicester da Inglaterra).

119

Page 128: Estudos Geofísicos (Magnetotelúrico e Eletromagnético ...rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/241/1/diss_pauloabreu.pdf · strike geoelétrico utilizou-se a técnica de Groom

120

Anexo D

Fotos de Afloramentos

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D-1-Foto de afloramento, composto por intercalação de camadas areníticas e comglomeráticas.

D-2- Foto de afloramento, composto por camadas sedimentares estação IP08. Atrás do morro, encontra-se um vale, onde visualiza-se o contato da bacia com o embasamento, para o perfil Itainópolis. 121

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D-3- Foto de afloramento, composto por leucognaisse intercalado com biotita xisto bem alterado apresentando intrusões félsicas á mais máfica de bolsões, diques e sills. Próximo a estação IP09, perfil Itainópolis.

122