Estudos do evangelho " Não julgardes para não serem julgados"

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Estudos do Evangelho O Evangelho Segundo o Espiritismo por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires Leonardo Pereira

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Estudos do EvangelhoO Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Leonardo Pereira

Capítulo 10 – bem Aventurados os Misericordiosos

"Não Julgueis Para Não Serdes Julgados"

NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. “AQUELE QUE ESTIVER

SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA”

11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros,

sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão

também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

O significado de Julgar:

v.t. Decidir um litígio na qualidade de juiz ou árbitro: julgar um processo.

Pensar, supor: julgou necessário protestar.

Avaliar, emitir opinião, formular um juízo: julgar uma pessoa pela aparência.

Reputar, considerar: julgo-o bastante competente.

V.pr. Ter-se por, considerar-se.6

A mulher adultera

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12 – Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em

adultério....

Como sabiam onde Jesus estava?

As folhas do outono juncavam o chão.Terminadas estavam as festividadesdos Tabernáculos, ou Festa das Tendas,considerada pelo povo de Israel a maisespetacular de todas as festas.

Para a celebrar, cada família deviaconstruir nos arredores de Jerusalémuma cabana de folhagens, na qualresidiria por uma semana. As cabanasdeviam relembrar aos filhos de Israelque Iavé os fizera morar nelas, quandosaíram do Egito e peregrinavam pelodeserto.

Dos rituais, fazia parte toda manhã,uma procissão de sacerdotes quedescia o monte Moriá até a fonte deSiloé, acompanhada pelo povo, quelevava palmas, ao som do shofar (longo chifre

de carneiro que serve de trombeta).

Colhida a água em vaso de ouro,tornava a multidão a subir a colina dotemplo, onde os sacerdotesderramavam o líquido, misturado comvinho, no altar dos holocaustos.

Jesus viera a Jerusalém para participarda Festa e permanecera, concluídas asfestividades, pregando.Naquele dia, "Ele estava próximo àporta Nicanor, do lado leste doTemplo, chegando pelo caminho doMonte das Oliveiras, acompanhadodos discípulos." (1)

...e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi

agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a

estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto?

Diga-se que, entre o povo de Israel, adefinição de adultério não era a mesmapara o homem e a mulher. O homemsomente era acusado de adultério setivesse relações com uma mulhercasada ou noiva, porque, entendia-se,agredia outro homem. A mulher,adulterando, agredia o matrimônio.

Como faziam para comprovar o adultério?

Suspeita de adultério, era submetida àprova da água amarga. Devia beber umamonstruosa bebida à base de póapanhado no Templo. Se vomitasse ouficasse doente, era consideradaculpada. Surpreendida em flagrante, apena era a morte, que igualmente eraaplicada à mulher que fosse violadadentro dos muros da cidade, poissupunha a Lei que, dentro da cidade, seela tivesse gritado por socorro, teria sidoouvida e socorrida.

Por que trazer a Jesus?

Diziam pois os judeus, tentando-o, para o poderem

acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever

com o dedo na terra...

Enquanto a indagação dos fariseus aguarda uma resposta do Rabi, sobre a

pecadora, Ele se inclinou e traçou na areia do pavimento caracteres

misteriosos.

Que escreveria Ele? O nome do cúmplice que se evadira? O nome do marido que,

ferido no orgulho, permitia fosse sua esposa tão vilmente tratada?

...E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e

disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a

primeira pedra. E tornando a

abaixar-se, escrevia na terra.

...Ele grafava a marca moral do erro de cada um. Curiosos, os que ali esperavam a sentença de morte, para se extasiarem no espetáculo de sangue e impiedade,

podiam ler: ladrão, adúltero, caluniador... Em síntese, as suas próprias

mazelas morais.

Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os

primeiros.

"Sim, os mais velhos trazem maior soma de empeços e problemas, remorsos e

azedumes..."

E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então,

erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te

condenou?

Quando o silêncio se fez, Ele se levantou. Ali estava a mulher à espera do seu castigo. Se todos os demais haviam

partido, ela devia esperar da parte dEle a sentença e a execução. O Divino Pastor

considerou a fragilidade do ser humano e, compadecido com suas misérias morais, lhe disse: "Mulher, onde estão aqueles

que te acusavam? Ninguém te condenou?"

Respondeu ela: Ninguém, Senhor.

Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei;

vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

"Ninguém, Senhor" - ousou responder à meia-voz. Então, em vez do sibilar mortífero das pedras, ela ouviu as

palavras do perdão e da vida: "Nem eu tão pouco te condeno: vai e não tornes a

pecar!"

13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira

pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não

necessite para si mesmo.

Ensina que não devemos julgar os outros mais

severamente do que nos julgamos a nós mesmos,

nem condenar nos outros os que nos desculpamos em

nós.

Pesos e Medidas diferentes

Antes de reprovar uma falta de alguém,

consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.

Auto análise

A censura de conduta alheia pode ter dois motivos:

reprimir o mal,ou desacreditar a pessoa

cujos atos criticamos.

Quando a censura da conduta alheia reprime o

mal ?

O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode

resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido

na sociedade.

Quando a censura da conduta alheia não contribui em nada ?

Este último motivo jamais tem escusa, pois decorre

da maledicência e da maldade.

Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus

semelhantes?

Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não

julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito

vivifica.

Quando então posso julgar?

Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez

em termos enérgicos.

Mas quis dizer que autoridade da censura está na razão da

autoridade moral daquele que a pronuncia.

E se não sou tão melhor assim que o outro?

Posso dar uma julgadinha?

Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar

dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o

direito de repressão.

Ou como poderás dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro

do teu olho, quando tens a trave no teu?” (Mateus 7:1-5)

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A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de

algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima,

aos olhos de Deus, é a que se apoia no bom exemplo. É o que resulta

evidentemente das palavras de Jesus.

Se estiverdes em dúvida, fazei sempre o bem: os erros do Espírito pesam menos na balança de Deus que os

erros do coração.Autor: Allan Kardec

Fonte: Revista Espírita, fevereiro de 1862 – Resposta à mensagem de Ano Novo dos espíritas lioneses.

Bibliografia!

01.FRANCO, Divaldo Pereira. Atire a primeira pedra. In:___. Luz do mundo. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1971. cap. 13.02.______. Encontro de reparação. In:___. Pelos caminhos de Jesus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1988. cap. 15.03.______. A consciência de culpa. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1993. cap. 13.04.ROHDEN, Huberto. A adúltera. In:___. Jesus nazareno. 6. ed. São Paulo: UNIÃO CULTURAL. v. 2, cap. 92.05.ROPS, Daniel. Família, "Meus ossos e minha carne". In:___. A vida cotidiana na Palestina no tempo de Jesus. Livros do Brasil. pt. 2, cap. 2, item VII.06. SAULNIER, Christiane e ROLLAND, Bernard. As instituições religiosas. In:___. A Palestina no tempo de Jesus. 2. ed. São Paulo: PAULINAS, 1983. item As festas.07.VAN DER OSTEN, A . Adultério. In:___. Dicionário enciclo-pédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.Federação Espírita do Paraná – matéria publicada no Jornal Mundo Espírita – Fev.2004

Uma linda noite e uma Feliz Semana!

PORQUE O DEFEITO É SEMPRE DO OUTRO?

“QUANDO O OUTRO

NÃO FAZ É

PREGUIÇOSO.

QUANDO VOCÊ NÃO FAZ...

ESTÁ MUITO OCUPADO.

QUANDO O OUTRO FALA

É INTRIGANTE.

QUANDO VOCÊ FALA...

É CRÍTICA CONSTRUTIVA.

QUANDO O OUTRO SE DECIDE

A FAVOR DE UM PONTO, É

“CABEÇA DURA”.

QUANDO VOCÊ O FAZ...

ESTÁ SENDO FIRME.

QUANDO O OUTRO NÃO

CUMPRIMENTA,

É MASCARADO.

QUANDO VOCÊ

PASSA SEM

CUMPRIMENTAR...

É APENAS

DISTRAÇÃO.

QUANDO O OUTRO FALA

SOBRE SI MESMO,

É EGOÍSTA.

QUANDO VOCÊ

FALA...

É PORQUE PRECISA

DESABAFAR.

QUANDO O OUTRO SE ESFORÇA

PARA SER AGRADÁVEL,

TEM UMA SEGUNDA INTENÇÃO.

QUANDO VOCÊ AGE ASSIM...

É GENTIL.

QUANDO O OUTRO FAZ

ALGUMA COISA SEM ORDEM,

ESTÁ SE EXCEDENDO.

QUANDO VOCÊ FAZ...

É INICIATIVA.

QUANDO O OUTRO

PROGRIDE,

TEVE OPORTUNIDADE.

QUANDO VOCÊ

PROGRIDE...

É FRUTO DE MUITO

TRABALHO

QUANDO O OUTRO LUTA

PELOS SEUS DIREITOS

É TEIMOSO.

QUANDO VOCÊ O FAZ...

É PROVA DE CARÁTER.

QUANDO VOCÊ MANDA UM

E-MAIL DESSE É PORQUE

GOSTA DOS AMIGOS.

QUANDO O OUTRO

MANDA...

É UM DESOCUPADO”.

QUANDO PENSAR EM JULGAR

O OUTRO...

OLHE PRIMEIRO PARA

DENTRO DE VOCÊ...

EM MUITOS JULGAMENTOS

MESQUINHOS,

JULGAMOS A NÓS

MESMOS NA FIGURA DO

OUTRO.

Bibliografia!

01.FRANCO, Divaldo Pereira. Atire a primeira pedra. In:___. Luz do mundo. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1971. cap. 13.02.______. Encontro de reparação. In:___. Pelos caminhos de Jesus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1988. cap. 15.03.______. A consciência de culpa. In:___. Trigo de Deus. Pelo espírito Amélia Rodrigues. Salvador: LEAL, 1993. cap. 13.04.ROHDEN, Huberto. A adúltera. In:___. Jesus nazareno. 6. ed. São Paulo: UNIÃO CULTURAL. v. 2, cap. 92.05.ROPS, Daniel. Família, "Meus ossos e minha carne". In:___. A vida cotidiana na Palestina no tempo de Jesus. Livros do Brasil. pt. 2, cap. 2, item VII.06. SAULNIER, Christiane e ROLLAND, Bernard. As instituições religiosas. In:___. A Palestina no tempo de Jesus. 2. ed. São Paulo: PAULINAS, 1983. item As festas.07.VAN DER OSTEN, A . Adultério. In:___. Dicionário enciclo-pédico da bíblia. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.Federação Espírita do Paraná – matéria publicada no Jornal Mundo Espírita – Fev.2004

Uma linda noite e uma Feliz Semana!