Estudos

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Abandono Carcerário ''Segundo o relatório do DEPEN - Departamento Penitenciário Nacional de dezembro de 2013 (o último relatório divulgado), há 641 mulheres encarceradas no o Presídio Feminino do Distrito Federal, chamado de Colméia. Dentre estas, 493 mulheres foram presas por tráfico de entorpecentes. A maioria das mulheres encarceradas são jovens, solteiras, pardas e com ensino fundamental incompleto. O texto da Luciana Ramos expõe que esses dados acima não são e xclusividade do Distrito Federal, assim como, acompanhando outros estudos, podemos ver que quando presas, são abandonadas pela família e não possuem garantia do direito à visita íntima, se derem à luz dentro do presídio são separadas de seus filhos recém- nascidos, não possuem qualquer atendimento especializado, entre outras violências. Confirmando que o sistema penal e a sociedade em geral punem a mulher encarcerada de inúmeras formas. Como a grande maioria das mulheres encarceradas é por tráfico de entorpecentes, as formas de punição e controle são ainda maiores pois essas mulheres não apenas descumpriram regras penais, como também se colocaram em posições diferentes das estabelecidas pela sociedade ao papel de mulher, como ser mãe, esposa. Estas mulheres quebram a imposição de gênero e, portanto, devem ser mais punidas pelo sistema penal é como funciona. Como os dados mostram, o sistema penal é seletivo, classista, pune duplamente a mulher pelo controle formal do poder judiciário à execução penal e pelo controle informal da família e sociedade, gerando uma situação de invisibilidade da mulher nos índices de criminalidade e violência institucional que reproduz a violência estrutural das relações sociais patriarcais e de opressão sexista. Além disso, o que mais afeta é a não ressocialização dessas mulheres dentro e fora dos presídios, assim como a humanização. As mulheres encarceradas do DF e no restante do Brasil são tratadas e colocadas em situações de completa humilhação e descaso, em situação de sofrimento, sem família, sem seus filhos, sem itens básicos femininos de higiene, sem apoio especializado. A mulher é encarcerada com o objetivo unicamente de ser punida, não há interesse algum na ressocialização e no tirá-la da situação do crime, de ajudá-la a não ter que recorrer a tais ações para se sustentar.

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Abandono Carcerrio ''Segundo o relatrio do DEPEN - Departamento Penitencirio Nacional de dezembro de 2013 (o ltimo relatrio divulgado), h 641 mulheres encarceradas no o Presdio Feminino do Distrito Federal, chamado de Colmia. Dentre estas, 493 mulheres foram presas por trfico de entorpecentes. A maioria das mulheres encarceradas so jovens, solteiras, pardas e com ensino fundamental incompleto.O texto da Luciana Ramos expe que esses dados acima no so exclusividade do Distrito Federal, assim como, acompanhando outros estudos, podemos ver que quando presas, so abandonadas pela famlia e no possuem garantia do direito visita ntima, se derem luz dentro do presdio so separadas de seus filhos recm-nascidos, no possuem qualquer atendimento especializado, entre outras violncias. Confirmando que o sistema penal e a sociedade em geral punem a mulher encarcerada de inmeras formas.Como a grande maioria das mulheres encarceradas por trfico de entorpecentes, as formas de punio e controle so ainda maiores pois essas mulheres no apenas descumpriram regras penais, como tambm se colocaram em posies diferentes das estabelecidas pela sociedade ao papel de mulher, como ser me, esposa. Estas mulheres quebram a imposio de gnero e, portanto, devem ser mais punidas pelo sistema penal como funciona.Como os dados mostram, o sistema penal seletivo, classista, pune duplamente a mulher pelo controle formal do poder judicirio execuo penal e pelo controle informal da famlia e sociedade, gerando uma situao de invisibilidade da mulher nos ndices de criminalidade e violncia institucional que reproduz a violncia estrutural das relaes sociais patriarcais e de opresso sexista.Alm disso, o que mais afeta a no ressocializao dessas mulheres dentro e fora dos presdios, assim como a humanizao. As mulheres encarceradas do DF e no restante do Brasil so tratadas e colocadas em situaes de completa humilhao e descaso, em situao de sofrimento, sem famlia, sem seus filhos, sem itens bsicos femininos de higiene, sem apoio especializado. A mulher encarcerada com o objetivo unicamente de ser punida, no h interesse algum na ressocializao e no tir-la da situao do crime, de ajud-la a no ter que recorrer a tais aes para se sustentar.