Estudo Vida de Miqueias
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MENSAGEM UM
A PALAVRA INTRODUTÓRIA
E
A REPROVAÇÃO DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL
Leitura bíblica: Miquéias 1:1-2:11; 3:1-12
Os Profetas Menores revelam que Deus usa os gentios como um
meio, um instrumento, para punir o Seu eleito, Israel. Porém, os gentios
fazem coisas demasiadas, e isto ofende a Deus que então vem para
castigar os gentios. A punição de Deus de Israel e Seu castigo dos gentios
resultam na manifestação de Cristo, e a manifestação de Cristo traz a
restauração que se consumará no novo céu e nova terra. Todos os Profetas
Menores têm este mesmo pensamento básico, embora eles usem
expressões diferentes para transmiti-lo. Em Miquéias as expressões são
muito poéticas. Todo o livro de Miquéias é um livro de poesia.
Nesta mensagem começaremos a considerar a profecia de Miquéias,
abordando a palavra introdutória e a reprovação de Jeová sobre Israel.
I. A PALAVRA INTRODUTÓRIA
A palavra introdutória está em 1:1.
A. O Significado do Nome Miquéias
Miquéias é uma forma encurtada de Micaias, significando “Quem é
como Jah?” “Jah” é uma forma encurtada de Jeová. A forma mais extensa
do nome do profeta é encontrada no texto hebraico de Jeremias 26:18.
B. O Tempo do Ministério de Miquéias
O tempo do ministério de Miquéias era aproximadamente 750-710
a.C., na época de Isaías e Oséias.
C. O Lugar do Seu Ministério
O lugar do seu ministério era Judá.
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D. O Objetivo do Seu Ministério
O objetivo do seu ministério era o reino do norte de Israel (também
Judá). No Antigo Testamento, o termo Israel é usado para dois assuntos:
toda a raça de Israel e o reino do norte de Israel. Pelo fato de o termo ser
usado desses dois modos, às vezes é difícil para nós como leitores saber se
refere ao reino do norte de Israel ou a todo o povo de Israel. Aqui se refere
a toda raça de Israel, inclusive Judá.
E. O Tema
O tema de Miquéias é a reprovação de Jeová sobre Israel e a Sua
restauração de Israel.
F. O Pensamento Central
O pensamento central de Miquéias é que Jeová reprovou Israel por
causa dos seus males e lhe prometeu a Sua salvação e ajuntar seu
remanescente para a restauração (Mt 19:28) no milênio (Ap 20:4, 6).
G. A Revelação a Respeito de Cristo
Em Miquéias a revelação a respeito de Cristo é muito forte. Cristo é
revelado em Sua origem eterna (5:2c); em Seu nascimento humano em
Belém (5:2a); em ser o Soberano, o Pastor, e a paz de Israel no milênio (Ap
20:4, 6; Mq 5:2b, 4a, 5a); em Seu engrandecimento (5:4b); e na Sua salvação
de Israel da Assíria (5:6b).
Miquéias 5:4b diz que no milênio Cristo será engrandecido até os
confins da terra. Daniel 2:34 e 35 nos diz que Cristo como uma pedra
cortada sem auxilio de mãos esmagará a grande imagem humana e se
tornará uma grande montanha, o reino de Deus, e então encherá toda a
terra. Hoje, aparentemente Jesus é muito pequeno, mas no reino vindouro
Ele se tornará grande.
H. As Seções
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O livro de Miquéias tem cinco seções: a palavra introdutória (1:1); a
reprovação de Jeová sobre Israel (1:2-2:11; 3:1-12); o conforto de Jeová a
Israel (2:12-13; 4:1-5:15); a contenda de Jeová com Israel (6:1-16); e a
observação e expectativa do profeta (7:1-20).
II. A REPROVAÇÃO DE JEOVÁ SOBRE ISRAEL
Vamos considerar agora a reprovação de Jeová sobre Israel.
A. A Vinda de Jeová no Julgamento do Seu Santo Templo
No versículo 2 o profeta diz ao povo para ouvir e a terra para
prestar atenção e deixar o Senhor Jeová ser uma testemunha contra eles, o
Senhor do Seu santo templo. Portanto, indicando que Jeová estava vindo
em julgamento do Seu santo templo, o profeta continua, “Porque eis que
Jeová sai do seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da terra. Os montes
debaixo dele se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do
fogo, como as águas que se precipitam num abismo” (vv. 3-4).
B. A Causa
A causa da reprovação de Jeová sobre Israel é encontrada no
versículo 5. Aqui o profeta diz, “Tudo isto por causa da transgressão de
Jacó e dos pecados da casa de Israel. Qual é a transgressão de Jacó? Não é
Samaria? E quais os altos de Judá? Não é Jerusalém?”
C. A Destruição de Samaria
De acordo com o versículo 6, Samaria será feito um montão de
ruínas num campo, lugares para a plantação de vinhedos. O versículo 7
continua a dizer, “Todas as suas imagens de escultura serão despeda-
çadas, e todos os salários de sua impureza serão queimados, e de todos os
seus ídolos eu farei uma ruína, porque do preço da prostituição os
ajuntou, e a este preço volverão.”
D. A Invasão de Jerusalém
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Os versículos 8 e 9 estão relacionados com a invasão de Jerusalém.
Aqui o profeta declara, “Por isso, lamento e uivo; ando despojado e nu;
faço lamentações como de chacais e pranto como de avestruzes. Porque as
suas feridas são incuráveis; o mal chegou até Judá; estendeu-se até à porta
do meu povo, até Jerusalém.”
E. Os Terrores em Judá e Israel e os Males de Jeová
No restante do capítulo um (vv. 10-16), nós temos um relato dos
terrores em Judá e Israel e os males de Jeová.
F. A Reprovação de Jeová sobre os Males de Israel
Miquéias 2:1-11 é um registro da reprovação de Jeová sobre os
males de Israel.
G. A Reprovação de Jeová Sobre os Cabeças
e Governantes da Casa de Israel
Miquéias 3:1-11 descreve a reprovação de Jeová sobre os cabeças e
governantes da casa de Israel.
H. A Destruição de Jerusalém e do Monte Sião
Por fim, o versículo 12 fala sobre a destruição de Jerusalém e do
Monte Sião. “Portanto, por causa de vós, Sião será lavrado como um
campo, e Jerusalém se tornará em montões de ruínas, e o monte do
templo, numa colina coberta de mato.”
Todos os Profetas Menores tocaram a mesma coisa — a punição de
Deus sobre Israel e o Seu castigo sobre as nações que resulta na
manifestação de Cristo para a restauração de todo o universo, consu-
mando no novo céu e nova terra. Isso mostra que na consideração do povo
piedoso, principalmente os profetas, havia a expectativa de que o Messias
viria para restaurar não só o reino de Israel, mas também todo o universo,
especialmente o sol, a lua, e as estrelas, para o crescimento das coisas vivas
na terra, para que a terra possa ser muito rica em produção. Isaías 30:26
diz que na restauração “a luz do sol será sete vezes intensificada”, não
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para chamuscar, mas para brilhar, pois a luz do sol faz crescer as coisas
vivas na terra. Isto significa que os céus responderão a terra e farão com
que ela produza coisas de maneira rica (Os 2:21-22). O brilho do sol ser
sete vezes mais brilhante indica que o produto da terra será sete vezes
mais rico do que é hoje. Naquele tempo não haverá escassez, mas muita
abundância.
Antes de Adão cair, a terra era rica em produzir. O homem não
precisava trabalhar com suor. Porém, depois que o homem caiu, Deus veio
para amaldiçoar a terra e falar para homem que ele comeria da terra pelo
suor do seu rosto (Gn 3:17-19). Mas na era da restauração, “os montes
destilarão vinho fresco, e os outeiros manarão leite” (Jl 3:18). Desde então
não haverá pobreza ou escassez, não haverá necessidade dos vários
“ismos”, como comunismo e capitalismo, existir para equilibrar a riqueza
social. Como os pássaros (Mt 6:25-26), as pessoas participarão de todos os
recursos naturais da terra de maneira comum. Na restauração não haverá
nenhum comerciante (Zc 14:21b, onde “Cananita” também pode ser
traduzido “comerciante”), nem dinheiro (mamom, Lucas 16:9), nem
comprador e vendedor, nem delegacia de polícia, nem tribunal de justiça.
Cristo estará lá como a fonte de rica provisão, como a lei interior de vida, e
como tudo para nós desfrutarmos.
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MENSAGEM DOIS
O CONFORTO DE JEOVÁ PARA ISRAEL
Leitura bíblica: Miquéias 2:12-13; 4:1-5:15
Nós enfatizamos o fato de que todos os profetas menores falam a
mesma coisa de maneiras diferentes, de ângulos diferentes, e em aspectos
diferentes. Assim, Miquéias também fala a mesma coisa como os outros
profetas menores, mas ele fala isto de sua maneira própria particular.
Na mensagem anterior abordamos a palavra introdutória e a
reprovação de Jeová sobre Israel. Miquéias 1 revela que Jeová saiu do Seu
templo para executar Seu julgamento sobre o Israel pecador. Os versículos
3 e 4 retratam a vinda do terrível julgamento. “Porque eis que Jeová sai do
seu lugar, e desce, e anda sobre os altos da terra. Os montes debaixo dele
se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do fogo, como as
águas que se precipitam num abismo.”
Por causa deste julgamento, o profeta lamentou e chorou, e alguns
do povo também lamentaram (vv. 9-16). Os próximos dois capítulos, parte
da reprovação de Jeová, são uma descrição da pecaminosidade da casa de
Jacó e a casa de Judá.
Nesta mensagem consideraremos o conforto de Jeová a Israel. Este
conforto é de fato uma questão de restauração.
III. O CONFORTO DE JEOVÁ A ISRAEL
O conforto de Jeová a Israel é encontrado em 2:12-13 e 4:1-5:15.
A. A Restauração de Israel no Milênio
Miquéias 4:1-5 diz respeito à restauração de Israel (Mt 19:28) no
milênio (Ap 20:4, 6; Is 2:2-5). Naquele tempo as pessoas já não aprenderão
a guerrear (Mq 4:3), mas, desfrutarão vida sem perturbação, “eles
assentar-se-ão cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e
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não haverá quem os perturbe” (v. 4). Cada um comerá e beberá para o seu
desfrute em paz. Este comer e beber serão um tipo de adoração a Deus.
Os mil anos do milênio serão um banquete ininterrupto. De acordo
com o Antigo Testamento, durante as festas anuais os filhos de Israel eram
encarregados de não trabalhar (Lv 23:7, 8, 35). Trabalhar durante essas
festas seria um insulto a Deus. Era somente para o povo descansar, comer,
beber, e desfrutar a vida deles diante de Deus. Seu comer e beber era a sua
adoração a Deus. De acordo com o Novo Testamento, na mesa do Senhor
no primeiro dia da semana, nós colocamos de lado nosso labor,
descansamos no Senhor, e comemos e bebemos Cristo para desfrutá-Lo e
deixá-Lo desfrutar nossa satisfação. Esta é a principal adoração a Deus, e
esta é a vida cristã — uma vida tranquila para adoração. Deus está
buscando tais adoradores (Jo 4:23-24). Nós fomos chamados não para
trabalhar e labutar, mas para adorar. Diariamente e todas as noites nós
devemos adorar a Deus por desfrutá-Lo.
B. Jeová Ajunta o Remanescente do Povo
Em Seu conforto a Israel Jeová ajuntará o remanescente do povo
(2:12-13; 4:6-8). Em 2:12 Jeová promete ajuntar todos de Jacó e ajuntar o
remanescente de Israel. Em 4:6 e 7 Ele diz que ajuntará os que coxeiam e
recolherá os que foram expulsos e os que Ele afligiu, e Ele fará dos que
coxeiam um remanescente e dos que foram expulsos, uma nação
poderosa.
C. Israel É Capturado e a Libertação de Jeová a Israel
O conforto de Jeová a Israel também inclui a Sua libertação a Israel
depois que Israel é capturado (4:9-13; 5:1). Isto significa que Deus satisfará
cada necessidade e resolverá cada problema.
D. Cristo Vem como o Soberano, Pastor e Paz de Israel
Miquéias 5:2 é uma profecia a respeito de Cristo. Este versículo diz
que Suas “origens são desde os tempos antigos, desde os dias da
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eternidade.” Suas “origens” são Sua vinda. Aos anjos ela é Suas origens,
mas para nós ela é Sua vinda.
“Suas origens são desde os tempos antigos... desde os dias da
eternidade” significa que na eternidade, antes da criação da terra, Cristo
estava se preparando para vir. Sua aparição, Sua manifestação, começou
na eternidade. Desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade, o
Deus Triúno estava se preparando para sair da eternidade no tempo, para
vir com Sua divindade para dentro da humanidade. Sua criação de todas
as coisas foi a Sua preparação para sair da eternidade no tempo. Este era o
propósito da criação. Então enquanto os gafanhotos estavam operando (Jl
1:4; 2:25), Cristo veio. Na eternidade Cristo estava escondido na Sua
divindade, mas por meio da encarnação Ele veio com Sua divindade para
dentro da humanidade.
A vinda de Cristo, Sua aparição, é uma questão contínua. Desde o
momento da Sua encarnação, Ele começou a vir, e a Sua vinda ainda está
acontecendo hoje. A vinda de Cristo será consumada quando Ele lançar o
Anticristo e o falso profeta no lago de fogo (Ap 19:19-20), quando Satanás
for lançado no abismo (Ap 20:2-3), e quando Cristo estabelecer Seu trono
para reinar como Rei (Mt 25:31, 34, 40). Naquele momento Sua aparição
será completa. Mas hoje Ele ainda está a caminho.
Enquanto Cristo está a caminho, Ele está cuidando dos judeus espa-
lhados. Por um lado, Israel está debaixo da punição de Deus; por outro,
Israel também está debaixo de cuidado apascentador de Deus. Este
pastorear é a Sua preservação de Israel.
Na restauração Cristo será o Soberano, o Pastor e a paz ao Seu
eleito, Israel (Mq 5:2-5a). Hoje, em Sua vinda, Ele é nosso Soberano, Pastor
e paz. Como nosso Soberano, Ele nos guarda; como nosso Pastor, Ele nos
nutre e nos cuida com carinho; e como nossa paz, Ele controla nosso
ambiente de forma que possamos desfrutá-Lo.
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E. Israel É Invadido pela Assíria e Salvo por Cristo
“Quando a Assíria vier à nossa terra e quando passar sobre os
nossos palácios, levantaremos contra ela sete pastores e oito príncipes
dentre os homens. Estes consumirão a terra da Assíria à espada e a terra
de Ninrode, dentro de suas próprias portas. Assim, nos livrará da Assíria,
quando esta vier à nossa terra e pisar os nossos limites” (vv. 5b-6). Estes
versículos também revelam que Cristo salvaria Israel depois que eles
fossem invadidos pela Assíria. A vinda de Cristo assumirá a responsa-
bilidade plena para lidar com tudo do governo humano, representado
pela Assíria e Ninrode.
A menção da Assíria e Ninrode nestes versículos é uma lembrança
do começo dos gafanhotos, uma lembrança de quando e como os
gafanhotos foram produzidos. O lidar do Senhor com os assírios significa
que Ele lida com o primeiro grupo dos gafanhotos, e isto indica que Ele
continuará a lidar com todos os gafanhotos.
Aqui precisamos considerar uma vez mais a grande imagem
humana em Daniel 2, com sua cabeça de ouro (a Babilônia), seu peito e
seus braços de prata (a Média-Pérsia), seu abdômen e suas coxas de
bronze (a Grécia), suas pernas de ferro (Roma), e seus pés em parte de
ferro e em parte de barro (vv. 32-33). O esmagar desta imagem pela pedra
cortada sem auxilio de mãos (Cristo) não começa com a cabeça, mas com
os pés. De acordo com o versículo 34, esta pedra golpeará a imagem em
seus pés e os esmagará. Então serão esmagados o ferro, o barro, o bronze,
a prata, e o ouro tudo de uma vez, e a pedra se tornará uma grande
montanha e encherá toda a terra (v. 35). O ponto aqui é que o esmagar dos
pés, que significa o Anticristo, envolve o esmagar de toda a imagem,
significando a destruição do governo humano desde a Assíria e Babilônia
até Roma. É significativo Miquéias falar da Assíria e Ninrode, o fundador
de Nínive (a capital da Assíria) e Babel (Gn 10:8-11). De fato, a Assíria
pode ser compara a Roma, e Ninrode comparado ao Anticristo.
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Por fim, Israel será invadido pelo Anticristo e seus exércitos. Tendo
reunido seus poderes mundiais, o Anticristo sitiará a cidade de Jerusalém,
com a intenção de dar um fim a ela. Nesta conjuntura Cristo virá para
destruir o Anticristo e seus exércitos e salvar Israel. Naquele momento, a
grande imagem será esmagada pela pedra cortada sem auxilio de mãos; a
Assíria, Ninrode, os impérios de Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, e o
Anticristo não existirão mais; e toda a terra se tornará o reino de Deus pela
eternidade. Então todos do eleito de Jeová O desfrutarão. Este é o Seu
conforto para Israel, um conforto que é uma questão de restauração.
F. O Remanescente de Jacó Será Abençoado
por Jeová e Vitorioso entre as Nações
Depois que Cristo lidar com todos os inimigos, o remanescente de
Jacó será abençoado por Jeová, e eles também serão vitoriosos entre as
nações. A respeito disso, Miquéias 5:7 e 8 dizem que o remanescente de
Jacó estará no meio de muitos povos como orvalho de Jeová, como chuvas
abundantes, como um leão entre os animais da selva, e como um
leãozinho entre os rebanhos de ovelha. Acerca do remanescente de Jacó, o
profeta continua a dizer, “A tua mão se exaltará sobre os teus adversários;
e todos os teus inimigos serão eliminados (v. 9). Alguns podem achar isto
difícil de acreditar que a pequena nação de Israel será vitoriosa entre as
nações, mas isto está claramente profetizado na Bíblia.
G. Jeová Elimina os Exércitos, Cidades, Fortalezas, Feitiçaria,
Ídolos, e Adoradores de Ídolo de Israel e Executa
Sua Vingança sobre as Nações
Por fim, Jeová eliminará os exércitos, cidades, fortalezas, feitiçaria,
ídolos, e adoradores de ídolo de Israel, e Ele executará vingança com ira e
furor sobre as nações, no dia da restauração (vv. 10-15).
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MENSAGEM TRÊS
A GRANDEZA DOS PROFETAS AO FALAREM
A RESPEITO DE CRISTO
Leitura bíblica: Miquéias 5:2-9; Amós 9:11-15
Nesta mensagem gostaria de dar uma palavra sobre a grandeza dos
profetas ao falarem a respeito de Cristo. Enquanto Miquéias e os outros
profetas falavam a respeito de Cristo, eles estavam tocando coisas
grandiosas. Porém, quando eles se voltaram de Cristo para as suas
próprias observações a respeito da condição e situação do povo de Deus,
eles se tornaram pequenos.
NINRODE E A ASSÍRIA APARENTEMENTE
RELACIONADOS A CRISTO
Na sua profecia a respeito de Cristo, Miquéias diz, “Suas origens
são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (5:2). Então ele
continua a dizer que Aquele, que é Soberano e Pastor de Israel, será a paz
quando a Assíria invadir a terra (v. 5). No versículo 6 o profeta fala
primeiro da terra da Assíria e a terra de Ninrode, e então, profetizando
sobre Cristo, declara, “Ele nos salvará da Assíria.” Nestes versículos
podemos ver como Ninrode e a Assíria estão relacionados com Cristo.
O governo humano começou com Ninrode, o primeiro tipo de
Anticristo. De acordo com Gênesis 10:10 e 11, Ninrode construiu as
cidades de Babel e Nínive. Babel resultou em Babilônia, o cume do
governo humano (Dn 2:31-45) e a primeira fase dos gafanhotos, isto é, os
gafanhotos cortadores (Jl 1:4). O governo humano, inclusive os impérios
de Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, foram usados por Deus para levar a
cabo a Sua de punição sobre Israel. Por fim, todo o governo humano — os
quatro tipos de gafanhotos mencionados em Joel 1 e as quatro seções da
grande imagem descritas em Daniel 2 — serão esmagados por uma única
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pedra, Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos que se tornará
uma grande montanha e encherá toda a terra (Dn 2:34-35). Desta maneira
Cristo salvará Israel da Assíria.
A respeito dos quatro gafanhotos em Joel, o Senhor nos deu uma
revelação brilhante. Esta iluminação, este brilhar, não somente abre a
Bíblia, mas toda a história do mundo. Além disso, esta revelação abre a
economia eterna de Deus, pois as quatro fases dos gafanhotos ocupam
uma grande parte da economia de Deus em relação ao gênero humano.
Pode ser que muito antes de os gafanhotos serem destruídos e, como
Oséias 6:2 profetiza, o Israel adormecido será levantado no terceiro dia.
OS PROFETAS VOLTAM DE CRISTO
PARA AS PEQUENAS COISAS
Os profetas são notáveis ao falarem sobre Cristo, mas não ao
falarem sobre outras coisas. Podemos usar Miquéias e Amós como
exemplos. Por um lado, ambos profetizaram a respeito de Cristo; por
outro, ambos falaram tais coisas sem importância como balanças
enganosas. Amós disse que as pessoas corruptas diminuíam o efa e
aumentavam o siclo procedendo dolosamente com balanças enganosas
(8:5). A respeito disso, Miquéias disse, “Ainda há, na casa do ímpio,
tesouros da impiedade e o detestável minguado? Poderei eu inocentar
balanças falsas e bolsas de pesos enganosos?” (6:10-11). Ambos profetas
observavam que as pessoas usavam uma medida para comprar e uma
medida diferente para vender e que os seus pesos e balanças eram
enganosos. A palavra de Amós e Miquéias sobre tal assunto sem
importância não pode se comparar com a grandeza da palavra deles a
respeito de Cristo.
O profeta Joel difere de Miquéias e Amós, pois ele não fala a
respeito de coisas sem importância. Antes, em apenas três capítulos ele
falou sobre cinco grandes assuntos: (1) os quatro tipos de gafanhotos (1:4);
(2) o derramamento do Espírito (2:28-32); (3) a vinda de Cristo como o
todo poderoso para derrotar o Anticristo com seus exércitos para mudar
esta era (3:11, 13); (4) o julgamento de todas as nações vivas para separar
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as “ovelhas” das “cabras” (3:2, 12; cf. Mt 25:31-46); e (5) o reinar de Cristo
no meio de Israel no reino milenar (Jl 3:16-17, 21b).
PROFETAS, NÃO SALMISTAS
Em contraste, Amós e Miquéias usaram muito mais capítulos que
Joel para falar de coisas além de Cristo. Quando estes profetas falaram
sobre Cristo, eles falaram grandes coisas, mas quando expressaram seu
próprio conceito natural e opinião, eles eram como alguns dos salmistas.
Por exemplo, Miquéias 6:8 diz, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e o
que Jeová pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia,
e andes humildemente com o teu Deus“ Esta palavra está de acordo
com a árvore da vida ou de acordo com a árvore do conhecimento do bem
e do mal? Seguramente está de acordo com a árvore do conhecimento do
bem e do mal. Esta palavra está de acordo com a revelação divina ou de
acordo com o conceito humano do profeta? Esta palavra não é uma
questão da revelação de Deus, mas do conceito do profeta.
Minha preocupação aqui na verdade não é com as falhas destes
profetas, mas com nossa situação hoje. Preocupa-me o fato de que alguns
de nós possamos tomar os quatro princípios governantes, ou os quatro
fatores, que temos visto nos Profetas Menores e usá-los de maneira crítica
para examinar a outros na igreja, especialmente os presbíteros. Aqueles
que fazem isto podem ser como certos salmistas, mas eles não são profetas
que falam por Deus.
Em 1 Coríntios 14 Paulo encorajou-nos a que fôssemos profetas, não
salmistas (vv. 24, 31). Se expressarmos nosso conceito ou opinião, seremos
como alguns dos salmistas. Profetizar não só é falar por Cristo, mas
também expressar Cristo e até mesmo falar Cristo. Se nós temos uma
opinião ou conceito, esta opinião ou conceito deve ser Cristo. Não
devemos ter nenhum desejo de expressar nossa opinião. Nosso encargo,
desejo, intenção, e objetivo deve ser somente falar Cristo. Posso testificar
que meu alvo em todas as mensagens que libero é falar Cristo e somente
Cristo.
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A GRANDEZA DE AMÓS E MIQUÉIAS AO
PROFETIZAR A RESPEITO DE CRISTO
Em seu profetizar a respeito de Cristo, Amós e Miquéias são
notáveis.
A Profecia de Amós a Respeito de Cristo Reconstruir
o Tabernáculo Caído de Davi
Amos é maravilhoso na sua profecia a respeito de Cristo reconstruir
o tabernáculo caído de Davi. Em Amós 9:11 o profeta diz, “Naquele dia
levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e,
levantando-o das suas ruínas restaurá-lo-ei como fôra outrora.” Vimos que
o tabernáculo de Davi é o reino de Davi e a sua família real. O reino de
Davi era um tipo do reino vindouro de Cristo. Quando Cristo voltar, Ele
reconstruirá, isto é, restabelecerá e restaurará o reino do seu antepassado
Davi e fará completamente do reino de Davi o reino de Cristo e de Deus
pela eternidade.
A Profecia de Miquéias a Respeito da Vinda de Cristo
A profecia de Miquéias a respeito da vinda do Cristo todo-inclusivo
é uma grande questão. Nesta profecia Cristo é todo-inclusivo porque Ele
será Soberano, o Pastor e a paz de Israel, e Ele também trará os sete
pastores e os oito príncipes (5:2-5).
Cristo veio de Belém, uma pequena cidade chamada de “a cidade
de Davi” (Lc 2:4). Entretanto, Sua vinda não era desde esse tempo, mas da
eternidade. Na eternidade passada Ele nos escolheu e nos predestinou (Ef
1:4-5). Enquanto Ele estava fazendo estas coisas, Ele considerava como
viria. Se Ele tivesse somente nos escolhido e predestinado sem preparar
Sua saída da eternidade, Ele não poderia fazer nada conosco. Tudo que Ele
fará e pode fazer por nós depende da Sua vinda. Ele veio na encarnação, e
Ele passou por meio do viver humano, morte, ressurreição, ascensão, e o
derramamento do Espírito consumado que é a realidade do próprio
Cristo. Todos estes são grandes passos na vinda de Cristo. Sua vinda não
parou, mas tem continuado ainda hoje.
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MENSAGEM QUATRO
A CONTENDA DE JEOVÁ COM ISRAEL
E
A OBSERVAÇÃO E EXPECTATIVA DO PROFETA
Leitura bíblica: Miquéias 6-7
No capítulo cinco Miquéias atinge o pico elevado da sua profecia a
respeito de Cristo. Então nos capítulos seis e sete, que abordaremos nesta
mensagem, ele desce para o mais baixo plano. Sua profecia no capítulo
cinco é maravilhosa, mas sua profecia nos capítulos seis e sete não é
elevada, mas estão muito de acordo com o conceito humano.
IV. A CONTENDA DE JEOVÁ COM ISRAEL
Miquéias 6 é um registro da contenda de Jeová com Israel.
Contender é uma questão de guerrear por meio do falar, não é agradável
para ninguém estar envolvido.
A. Toma a História de Israel como Base
Em Sua contenda com Israel, Jeová tomou a história de Israel, desde
a época do êxodo, como base (vv. 1-5). O versículo 2b afirma que Jeová
tem uma contenda com o Seu povo e que Ele entrará em juízo com Israel.
Então Ele lhes pede que se lembrem do que Ele fez por eles tirando-os do
Egito. “Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e
enviei adiante de ti Moisés, Arão e Miriã. Povo meu, lembra-te, agora, do
que maquinou Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu Balaão,
filho de Beor, e do que aconteceu desde Sitim até Gilgal, para que
conheças os atos de justiça de Jeová” (vv. 4-5).
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B. O Almejo Depois da Adoração Genuína
e Serviço Sincero de Israel
Os versículos de 6 a 8 revelam o almejo de Jeová depois da
adoração genuína e serviço sincero de Israel. Israel tinha estado envolvido
com a adoração a Deus durante séculos, mas sua adoração não era
genuína. Muito do que eles ofereciam não era oferecido a Deus, mas para
eles mesmos ou para seus ídolos. Desse modo, no versículo 6 o profeta
pergunta com o que ele deveria vir diante de Jeová, “Com que me
apresentarei à Jeová e me inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele
com holocaustos, com bezerros de um ano?“ No versículo 7 ele pergunta
se Jeová se agradaria com milhares de carneiros ou com dez mil ribeiros
de azeite, e então ele diz, “Darei o meu primogênito pela minha trans-
gressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?“ Deus jamais
exigiria que qualquer um oferecesse seus filhos como sacrifício, mas o
povo de Israel na verdade fizeram isto para cumprir as exigências dos seus
ídolos. Somente adoradores de ídolos fariam sacrifícios dos seus filhos.
Aqui Jeová estava contendendo com Israel a respeito da sua adoração de
ídolos e sua oferta de sacrifícios aos ídolos. Por isto, no versículo 8
Miquéias profetiza, dizendo, “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e
que é o que Jeová pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia,
e andes humildemente com o teu Deus?“
C. A Declaração da Causa e o Efeito
Nos versículos de 9 a 16 nós temos a declaração da causa e do
efeito. A causa é os pecados de Israel, e o efeito é a punição de Jeová.
V. A REFLEXÃO E A EXPECTATIVA DO PROFETA
O capítulo sete fala da reflexão e expectativa do profeta Miquéias. A
sua reflexão envolvia um estudo e um exame profundo da condição e
situação do povo de Deus. A sua expectativa estava relacionada à sua
tentativa de encontrar algo com que ele pudesse se encorajar. Muito do
que ele diz neste capítulo é uma expressão do seu sentimento natural.
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A. A Reflexão de Desencorajamento do Profeta
Primeiro, o profeta refletiu sobre a condição e situação do povo
escolhido de Deus e ficou completamente desencorajado (vv. 1-6). No seu
desencorajamento ele disse, “Ai de mim! Porque estou como quando são
colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da vindima: não há cacho de
uvas para chupar, nem figos temporãos que a minha alma deseja. Pereceu
da terra o piedoso, e não há entre os homens um que seja reto; todos
espreitam para derramarem sangue; cada um caça a seu irmão com rede”
(vv. 1-2).
Na reflexão de desencorajamento de Miquéias há uma lição para
nós hoje. Da experiência de Miquéias devemos aprender a não olhar para
nós mesmos. Se olharmos para nós mesmos somente um pouco, seremos
desencorajados.
B. A Expectativa do Profeta de Encorajamento
Nos versículos de 7 a 20 nós temos a expectativa do profeta de
encorajamento. De fato, esta era uma questão de autoconsolo. Miquéias
escreveu as coisas encontradas nestes versículos para se consolar. Assim,
eles eram o autoconsolo de Miquéias.
1. Tomar a Dianteira para Buscar Jeová e Esperar por Deus
Após observar a pobre situação do povo de Israel, o profeta tomou
a dianteira para buscar Jeová e esperar por Deus (vv. 7-10). Embora a
condição e situação do povo de Deus fizeram com que Miquéias fosse
desencorajado, ele ainda poderia dizer, “Eu, porém, olharei para Jeová
e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (v.
7).
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2. Assegura a Israel da Sua Restauração
Nos versículos de 11 a 13 Miquéias assegura a Israel da sua
restauração. Primeiro, ele disse que haverá um dia para a reedificação dos
muros de Israel (v. 11a). Então ele continua a assegurar a Israel, dizendo,
“Nesse dia, virão a ti, desde a Assíria até às cidades do Egito, e do Egito
até ao rio Eufrates, e de mar à mar, e de montanha à montanha” (v. 12).
3. Pede a Jeová para Alimentar Seu Povo Israel
Nos versículos de 14 a 17 o profeta pede a Jeová que alimente Seu
povo Israel.
4. Agradece a Deus pelo Seu Perdão do Remanescente do Povo
O profeta conclui agradecendo a Deus pelo Seu perdão do remanes-
cente do povo (vv. 18-20). Miquéias não pôde louvar a Deus de que a
condição e situação do Seu povo eram maravilhosas, porque eles não
tinham nada que pudesse agradá-Lo. Em vez disso, o profeta disse,
“Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade e te
esqueces da transgressão do restante da tua herança? Jeová não
retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia”
(v. 18). Aqui Miquéias parecia estar dizendo, “Ó Deus, tudo que nós temos
são pecado e iniquidade. Nós não temos nada para Te dar. Mas Tu és um
Deus que perdoa nossa iniquidade. Não há Deus como Tu. Tu também és
muito especial nisso que não retém Sua ira para sempre, mas se compraz
na misericordia.” O louvor de Miquéias aqui não está centrado nas
virtudes do povo eleito de Deus, mas nos atributos de Deus. Tal louvor é
muito confortante.
No versículo 19 o profeta continua, “Tornará a ter compaixão de
nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos
pecados nas profundezas do mar.” Uma vez mais, Miquéias confessa que
o povo tem muitas iniquidades, mas que Deus é um Deus perdoador e
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pisará as suas iniquidades debaixo dos pés e lançará os seus pecados nas
profundezas do mar.
Finalmente, Miquéias diz, “Mostrarás a Jacó a fidelidade e a
Abraão, a misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde os dias
antigos” (v. 20). Aqui nós vemos a esperança e a expectativa de Miquéias.
De certo modo, a palavra de Miquéias nos capítulos seis e sete é
boa, mas não pode ser comparada com a sua revelação a respeito de Cristo
no capítulo cinco.