Estudo Saúde Oral

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Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais

2008

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Portugal, Ministério da Saúde. Direcção-Geral da Saúde

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, Lisboa: DGS, Julho de 2008, 126 p

ISBN: 978-972-675-164-9

Saúde Oral/ Higiene Oral/ Cárie Dentária/ Doenças Periodontais/ Fluorose Dentária/ Comportamentos de Risco/ Promoção da Saúde/ Prevenção e Controlo / Qualidade de Vida/ Percepção/ Serviços de Saúde Bucal.

Coordenação científica e Relatório: Gregória Paixão von Amann, Chefe de Serviço de Saúde Pública, Direcção-Geral da Saúde.

Coordenação técnica: Cristina Ferreira Cádima, Higienista Oral, Direcção-Geral da Saúde.

Agradecimentos À Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular do Ministério da Educação, por ter permitido a realização do Estudo e facilitado a sua execução nas escolas seleccionadas, nomeadamente:

Dr.ª Cristina Paulo, Dr.ª Isabel Baptista e Dr. Rui Lima Aos profissionais de saúde oral que realizaram as observações (sem os quais nenhum Estudo seria possível):

HO Abigail Teixeira e HO Victor Diogo Região Norte HO Mário Valdez e HO José Relvas Região Centro HO Rute Horta e HO Filomena Jesus Região de Lisboa e Vale do Tejo HO Delmira Regra e HO Ana Cristóvão Região Alentejo HO Carla Sofia e HO Hugo Santos Região Algarve Dr. Ricardo Viveiros Cabral e Dr.ª Madalena Montalverne Região Autónoma dos Açores Dr.ª Isabel Bico e HO Filomena Santos Região Autónoma da Madeira

Aos responsáveis pela calibragem: Prof. Doutor César Mexia de Almeida Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa Dr. António Toscano Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa Dr. José Frias Bulhosa Universidade Fernando Pessoa

Aos responsáveis Regionais do Programa Nacional de Saúde Oral pelo apoio à operacionalização do Estudo: Dr.ª Fátima Marques ARS Norte Dr.ª Fernanda Pinto ARS Centro Dr.ª Ana Paula Ramalho Correia ARS Lisboa e Vale do Tejo Dr. Augusto Santana de Brito ARS Alentejo Dr. Carlos André ARS Algarve

Aos responsáveis pela Saúde nas Regiões Autónomas: Dr. Domingos Cunha e Dr.ª Antónia Sequeira Dutra RA Açores Dr.ª Conceição Estudante e Dr.ª Isabel Lencastre RA Madeira

Ao Prof. Doutor Paul Erik Pettersen, Responsable Officer for Oral Health, na OMS, pela assessoria. Ao Dr. Mário Carreira, Médico de Saúde Pública, Direcção-Geral da Saúde e à Dr.ª Carla Cardoso pelo apoio estatístico. À Higienista Oral Maria João Seia, do Centro de Saúde da Amadora, pela organização da calibragem. Ao Dr. Rui Calado, Chief Dental Officer, pelo reconhecimento do nosso trabalho. À Dr.ª Judite Catarino, à Dr.ª Mariana Neto e ao Dr. António Esteves pelas criticas e sugestões. À Dr.ª Emília Nunes Directora de Serviços da Direcção de Serviços de Promoção e Protecção da Saúde. À Dr.ª Maria João Quintela Chefe da Divisão de Saúde no Ciclo de Vida e em Ambientes Específicos. À Ana Rita Ramalho Correia pela introdução dos dados no computador. À Dr.ª Otília Riscado Duarte pela revisão do texto. À Mestre Sandra Ribeiro, coordenadora do Curso de Higienistas Orais, pela leitura critica final.

Editor: Direcção-Geral da Saúde

Arranjo Gráfico: Vítor Alves e Luciano Chastre

Impressão:

Tiragem:

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor

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Resumo Portugal, nos últimos 20 anos, tem desenvolvido programas de promoção da saúde e

de prevenção das doenças orais assentes em estratégias universais (para toda a

população), selectivas (para grupos risco) e indicadas (para os que têm doença),

cuja monitorização tem sido feita, regularmente, pela Direcção-Geral da Saúde.

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, realizado no ano lectivo

2005/06, teve como objectivo avaliar a prevalência da cárie dentária, das doenças

periodontais e da fluorose, bem como compreender alguns dos seus determinantes,

nomeadamente, os relacionados com os hábitos alimentares e de higiene oral.

Para isso, realizámos um estudo transversal a uma amostra aleatória de 2612

crianças de 6, 12 e 15 anos de idade, representativa de todas as regiões de saúde

do Continente e das Regiões Autónomas, que frequentavam as escolas públicas do

ensino básico.

A metodologia cumpriu todos os procedimentos definidos pela Organização Mundial

de Saúde para este tipo de estudos tendo, a mesma, validado as questões

epidemiológicas.

As acções foram desenvolvidas de acordo como o Protocolo e as sete equipas de

observação fizeram a calibragem para a aplicação dos critérios clínicos na

observação e no registo. Relativamente à cárie dentária, os índices de confiança

intra e inter-observadores atingiram valores de 92,8% e 88,9%, respectivamente. Os

conhecimentos e os comportamentos relacionados com a saúde oral foram avaliados

através de um questionário, previamente testado.

O presente Estudo Nacional, ao olhar para a saúde oral como parte integrante da

saúde em geral, destaca a importância de, aos 6 anos de idade, 51% das crianças

portuguesas estarem livres de cárie, quer na dentição temporária, quer permanente.

O peso das doenças orais na população infantil e juvenil foi avaliado através dos

índices de cárie dentária (cpod/CPOD) e de doença periodontal (ICP).

Dos resultados, destacamos o índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos, respectivamente de

0,07, 1,48 e de 3,04, com variações regionais significativas. Aos 12 e aos 15 anos de

idade, a Região de Lisboa e Vale do Tejo apresentava o menor índice de cárie

dentária (0,84 e 1,80, respectivamente) e a menor gravidade da doença, enquanto a

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Região dos Açores, aos 12 anos e da Madeira, aos 15 anos, se destacavam pelos

motivos inversos.

Utilizando como referência os valores da OMS para o índice CPOD aos 12 anos,

Portugal com 1,48, classificava-se entre os países de baixa prevalência de cárie,

tendo atingido em 2006 o valor preconizado para a Região Europeia em 2020 (1,50).

De 2000 para 2006, aos 12 anos, verificou-se um aumento de 30% de jovens com os

dentes tratados. Estes ganhos em saúde oral resultaram, em grande parte, do

processo de contratualização com o sector privado para a prestação de cuidados

médico-dentários às crianças e jovens.

No Estudo Nacional, verificámos que, quanto à prevalência das doenças

periodontais, aos 12 e aos 15 anos de idade, mais de 70% dos jovens apresentavam

hemorragia à sondagem e/ou cálculo. As diferenças regionais são significativas,

evidenciando-se as regiões do Centro e do Algarve por terem a maior percentagem

de jovens com as gengivas saudáveis. As regiões do Alentejo e do Norte tinham a

maior prevalência de hemorragia à sondagem e as da Madeira e dos Açores

apresentavam a maior percentagem de jovens com cálculo.

Numa estratégia de prevenção das doenças orais e de redução do risco, os selantes

de fissura e os fluoretos têm indicações precisas. No Estudo Nacional verificou-se

que, aos 12 anos, 38% dos jovens apresentavam um ou mais dentes selados. Por

regiões de saúde, a Madeira e Lisboa e Vale do Tejo apresentavam percentagens

superiores à média nacional.

A maior parte das crianças não apresentavam alterações do esmalte devido a flúor

em excesso. A aplicação do Índice de Dean aos grupos etários de 6, 12 e 15 anos,

permitiu identificar 6%, 10% e 7% de crianças e jovens, respectivamente, com algum

grau de fuorose nas categorias “muito leve, leve, moderado ou intenso”.

Numa estratégia de promoção da saúde, os conhecimentos correctos e os

comportamentos adequados reduzem os riscos de doenças crónicas, entre elas as

doenças orais.

A higiene oral, questionada através da execução da escovagem dos dentes, duas

vezes por dia com uma pasta dentífrica fluoretada, era realizada por 50% das

crianças de 6 anos e aos 12 e 15 anos, por 67% e 69% dos jovens respectivamente.

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A escovagem dos dentes ao deitar era efectuada, sempre ou quase sempre, por

50% dos jovens. A utilização diária do fio dentário foi referida por 14% e 10% dos

jovens de 12 e 15 anos, respectivamente com variações regionais significativas.

Quanto ao comportamento alimentar, os jovens de 12 e 15 anos responderam que

os alimentos ingeridos com maior frequência eram a fruta (93%) e o leite (90%),

seguidos dos sumos naturais (86%), chocolates (85%), bolos de pastelaria (80%),

refrigerantes com gás (78%), leite achocolatado (78%), rebuçados e gomas (77%).

A qualidade de vida dos jovens pode ser afectada por problemas orais, com impacto

mais ou menos significativo nas suas actividades sociais, familiares e escolares.

No Estudo Nacional, as limitações funcionais decorrentes de problemas orais foram

sinalizadas por muito poucos jovens, sendo referida perturbação nas actividades

escolares por uma pequena percentagem.

A acessibilidade a cuidados médico-dentários, aos 12 e aos 15 anos, foi referida por

mais de 85% dos jovens, no último ano. Os principais motivos da ida a uma consulta

com médico dentista ou higienista oral foram a vigilância da saúde da boca e o

tratamento dos dentes.

A autopercepção que os jovens portugueses tinham da sua saúde oral era boa ou

muito boa para 50% e razoável para outros tantos.

Comparando os indicadores de saúde oral em Portugal, hoje com os de há 20 anos,

independentemente do sistema de recolha de informação epidemiológica, que a

própria OMS também foi ajustando ao longo dos tempos, concluímos que os ganhos

em saúde são bem evidentes. Após 20 anos de programas de saúde oral, dirigidos,

prioritariamente às crianças e aos jovens, a percentagem de crianças livres de cárie

dentária, aos 6 anos, passou de 10% em 1986 para 51% em 2006, o índice de

CPOD de 1,1 para 0,07 e, aos 12 anos de 3,97 para 1,48.

Palavras-chave: Saúde oral, cárie dentária, doença periodontal, fluorose, comportamentos,

conhecimentos, hábitos alimentares, qualidade de vida, percepção da saúde oral.

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Índice

Página

Nota Prévia 1

Introdução 3

Objectivos do estudo 6

Metodologia 7

Tipo de estudo 8

Dimensão da amostra 8

Selecção da amostra 8

Procedimentos 9

Calibragem 9

Instrumentos de recolha de dados 11

Material utilizado 11

Procedimentos para controlo da infecção cruzada 12

Critérios de diagnóstico 13

Tratamento dos dados 17

Apresentação dos resultados 19

Caracterização sociodemográfica da população em estudo 19

Regiões de saúde 20

Género 20

Nível de escolaridade dos pais 21

Profissão dos pais 22

Saúde Oral 23

Crianças livres de cárie dentária 23

Doenças Orais na Infância e na Adolescência 27

Cárie dentária aos 6 anos de idade 28

Cárie dentária aos 12 anos de idade 29

Cárie dentária aos 15 anos de idade 31

Doença periodontal aos 12 e aos 15 anos de idade 34

Fluorose dentária 37

Medidas de redução do risco de doenças orais 39

Selantes de fissura na dentição permanente 39

Suplementos de fluoretos usados pelas crianças e jovens 42

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Promoção da Saúde 45

Conhecimentos e comportamentos relacionados com saúde oral 45

Escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade 46

Escovagem dos dentes ao deitar 48

Utilização do fio dentário aos 12 e 15 anos de idade 51

Fontes de aprendizagem da higiene oral 53

Hábitos alimentares dos jovens de 12 e 15 anos de idade 56

Qualidade de vida em saúde oral 59

Limitações funcionais devido a problemas de saúde oral 60

Limitações escolares devido a problemas de saúde oral 60

Limitações sociais devido a problemas de saúde oral 60

Utilização dos serviços de saúde 63

Acessibilidade a consultas de saúde oral 63

Periodicidade das consultas de saúde oral 64

Motivos da consulta de saúde oral 66

Percepção do estado de saúde oral 69

Discussão e conclusões 71

Saúde oral 72

Doenças orais na infância e na adolescência 73

Medidas de redução do risco de doenças orais 77

Promoção da saúde 78

Qualidade de vida em saúde oral 80

Utilização dos serviços de saúde 81

Percepção do estado de saúde oral 82

Caracterização sociodemográfica da população em estudo 82

Recomendações 85

Índice de Quadros 87

Índice de Figuras 91

Abreviaturas 93

Referências bibliográficas 95

Anexos

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Nota Prévia Investigar é uma forma sistemática de produzir conhecimento.

À luz da evidência científica actual, a compreensão das causas e das consequências

das doenças crónicas no nível de saúde das populações e na sua qualidade de vida

está em mudança. Hoje, os determinantes sociais, económicos, políticos e culturais

têm um impacto significativo na saúde em geral e, melhorá-la, passa por reduzir o

seu maior factor de risco, as desigualdades sociais.

No dealbar do século XXI, em 2003, a World Dental Federation (FDI), a International

Association for Dental Research (IADR) e a World Health Organization (WHO)

envolveram-se activamente na preparação das metas da saúde oral para o novo

milénio.1

Tendo como horizonte temporal o ano de 2020, produziram o documento Global

Goals for Oral Health, com o objectivo de fornecer uma base de trabalho que permita

aos países definir estratégias e políticas de saúde oral a todos os níveis da decisão,

na senda da consecução do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas

Think Globally, Act Locally.

Portugal, cinco anos depois do primeiro Estudo Nacional de Prevalência da Cárie

Dentária, necessitava reavaliar a tendência das doenças orais e medir o impacto de

algumas medidas, entretanto tomadas, sobre a saúde oral das crianças e dos jovens

portugueses.

Por isso, era necessário detalhar conhecimento a nível nacional sem deixar de

evidenciar as diferenças regionais, tendo em conta os determinantes

comportamentais que afectam a saúde oral e a qualidade de vida dos jovens.

O actual Estudo Nacional de avaliação da Prevalência das Doenças Orais abrangeu

as crianças e os jovens que frequentavam os estabelecimentos de educação do

ensino público, tal como o realizado há cinco anos.

Apesar da responsabilidade que a administração pública tem, também, sobre os

estabelecimentos de ensino privado, todos os estudos realizados com alunos que

frequentam estas instituições evidenciam uma prevalência e gravidade das doenças

orais, mais baixa ou muito mais baixa quando comparada como a dos que

frequentam os estabelecimentos públicos.

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Esta investigação teve, ainda, a preocupação de produzir conhecimento que possa

servir de suporte à monitorização das metas do Plano Nacional de Saúde (2004-10),

ao mesmo tempo que se propôs dar resposta a alguns indicadores de saúde oral da

Organização Mundial de Saúde para a Região Europeia.

No contexto do Estudo Nacional foi realizada uma colheita de saliva e placa

bacteriana aos jovens de 12 anos, que servirá para o estudo epidemiológico do

Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus. Esta é uma investigação pioneira

em Portugal, conduzida pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde Abel Salazar,

que visa servir de suporte à produção de uma vacina contra a cárie dentária, cujos

resultados, da responsabilidade dos investigadores, serão oportunamente

publicados.

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Introdução Nas últimas décadas, a cárie dentária tem diminuído significativamente, em especial

na população infantil e juvenil portuguesa. Apesar desta evolução favorável, a cárie

dentária tem uma elevada prevalência e constitui, ainda, um problema de saúde

pública, com uma clara distribuição assimétrica, como os estudos exploradores tem

revelado.

Os factores de risco das doenças orais são, muitas vezes, os mesmos que estão

implicados na maior parte das doenças crónicas e que se apresentam fortemente

relacionados com os estilos de vida.2,3,4

Por isso, a saúde oral é parte integrante da saúde em geral, sendo cada vez mais

consensual que as mudanças de comportamento requerem acções integradas de

promoção da saúde e prevenção das doenças crónicas, entre as quais se incluem as

doenças orais.5

Em Portugal têm sido realizados desde 1986, programas de promoção da saúde e

prevenção das doenças orais, dirigidos especialmente às crianças e aos jovens, sob

orientação técnico-normativa da Direcção-Geral da Saúde.

Ao longo dos anos, as actividades desenvolveram-se predominantemente nos

ambientes onde as crianças passam a maior parte do seu tempo, o jardim-de-

infância e a escola, envolvendo o processo um conjunto diversificado de profissionais

de saúde e de educação, pais e encarregados de educação, entre outros, que têm,

seguramente, contribuído para a evolução favorável do padrão de doença.

Genericamente, entre 1987 e 2005, as orientações dos programas de saúde oral

desenvolvidos em Portugal preconizavam a toma de fluoretos pelas crianças, sob a

forma de gotas orais (dos 6 meses aos 2 anos) e comprimidos (dos 2 aos 16 anos),

cuja dosagem podia chegar a 1mg/dia, dependendo da idade e do teor desse

elemento nas águas de abastecimento público. Esta toma poderia ser feita nos

jardins-de-infância após o consentimento dos encarregados de educação. Nas

escolas do 1.º ciclo do ensino básico, a estratégia era complementada através do

bochecho com uma solução de fluoreto de sódio a 0,2%, efectuado quinzenalmente.

A educação alimentar e a prática da higiene oral através da escovagem dos dentes

com um dentífrico fluoretado, duas vezes por dia, inseriam-se numa estratégia

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preventiva das doenças orais, que incluía, também, a aplicação de selantes de

fissura em dentes molares permanentes, aos 7 e aos 13 anos.

No Serviço Nacional de Saúde, os procedimentos clínicos preventivos,

nomeadamente a aplicação de selantes de fissuras nos dentes permanentes, foram

realizados, maioritariamente por higienistas orais, à medida que foram sendo

integrados nos quadros dos Centros de Saúde.

Em 1999, a estratégia foi redefinida através da aprovação do Programa de

Promoção da Saúde Oral em Crianças e Adolescentes (PPSOCA). Este Programa

complementava a estratégia de prevenção das doenças orais com uma inovadora

forma de tratar os dentes das crianças que necessitavam de uma intervenção

médico-dentária, a contratualização.6

No ano 2000, iniciou-se a prestação de cuidados dentários às crianças de 6-7 anos,

9-10, 12-13 e 16 anos, através de contratualização com médicos dentistas e

estomatologistas do sector privado. Este processo visou o tratamento de lesões de

cárie dentária que a prevenção não conseguiu evitar e a aplicação de selantes de

fissura nos mesmos grupos etários, quando os Centros de Saúde não dispunham de

higienistas orais.

Em 2005, face à evidência científica sobre a eficácia dos fluoretos na prevenção da

cárie dentária na sua forma tópica através de dentífrico com 0,15% F,7 à polarização

da doença, em que 2/3 da mesma se concentram em 1/3 da população8 e, face à

necessidade de trabalhar os determinantes da saúde globalmente, foi aprovado o

Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral (PNPSO) através do despacho

ministerial n.º 153/2005, incluído no Plano Nacional de Saúde.9

A estratégia global de intervenção assenta na promoção da saúde ao longo do ciclo

de vida, em contexto familiar e nos ambientes específicos que as crianças

frequentam, o Jardim-de-infância e a Escola. As medidas de prevenção deverão ser

baseadas na avaliação do risco e os tratamentos deverão ser adequados às

necessidades dos indivíduos.

Ao longo dos anos, a Direcção-Geral da Saúde foi monitorizando os programas

desenvolvidos e promovendo a realização de estudos epidemiológicos que nos

permitiram ir aferindo e propondo novas estratégias.

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Em Portugal, vários investigadores e instituições científicas têm realizado e publicado

estudos de prevalência das doenças orais, constatando-se uma redução significativa

da cárie dentária nos locais onde os programas se desenvolvem de forma holística e

continuada.10,11,12,13,14,15,16

Historicamente, o primeiro Inquérito Nacional foi realizado em 1983-84, numa

parceria entre a OMS/DGS/ESMDL e deu-nos o primeiro retrato da saúde oral dos

portugueses. Neste estudo, aos 6 anos os índices cpod e CPOD eram de 5,2 e 0,5,

respectivamente. Aos 12 anos o índice CPOD era de 3,8.10

Em 1999, um estudo que utilizou o método pathfinder da OMS numa amostra de

conveniência, apresentava, para os 12 anos, valores médios de CPOD de 1,5 com

desvios acentuados entre grupos de diferentes níveis socioeconómicos.17

Em 2000, foi realizado e publicado pela Direcção-Geral da Saúde o Estudo Nacional

de Prevalência da Cárie Dentária na População Escolarizada,18 representativo da

população escolar, cujo objectivo era avaliar a prevalência da cárie dentária na

população que frequentava os estabelecimentos de ensino público com 6, 12 e 15

anos de idade.

Neste Estudo a percentagem de crianças livres de cárie dentária, aos 6 anos, era de

33% e o índice CPOD, aos 12 anos de idade, era de 2,95. Nas conclusões

recomendava-se a realização de um novo estudo a cada 5 anos e propunha-se que,

para além da avaliação da prevalência da cárie dentária, se estudasse a prevalência

das doenças periodontais, o nível socioeconómico, o nível de conhecimentos e o tipo

de comportamentos preventivos sobre saúde oral das crianças e dos jovens.

Assim, em 2005-2006 a Direcção-Geral da Saúde, com o apoio técnico da

Organização Mundial da Saúde, coordenou a realização do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, que agora se apresenta.

O presente Estudo foi desenhado para determinar a prevalência da cárie dentária e

das doenças periodontais, da fluorose dentária, bem como, avaliar os determinantes

comportamentais relacionados com a saúde oral.

O estudo da prevalência das doenças orais impunha-se pela necessidade de

monitorizar a tendência evolutiva da cárie dentária e, ao mesmo tempo conhecer a

situação das doenças periodontais, já que estas nos dão os primeiros indícios da

qualidade da higiene oral.

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 6

Os estudos sobre a fluorose, em Portugal Continental, são escassos. Apesar do teor

de fluoretos nas águas de abastecimento público ser normalmente baixo e as águas

não estarem sujeitas a fluoretação artificial, têm sido detectados locais,

especialmente zonas de águas termais, onde o teor de flúor na água é elevado.19 A

inclusão do estudo da fluorose surge, assim, da necessidade de monitorizar as

manifestações da doença.

A avaliação de conhecimentos e comportamentos sobre alimentação e higiene oral,

apesar de largamente estudados,20,21 oferecia-nos, na actual investigação, uma

excelente oportunidade de os correlacionar com as doenças orais mais prevalentes

na população infantil e juvenil.

Objectivos do Estudo

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais tinha como objectivos:

1. Avaliar a prevalência da cárie dentária na população escolar de 6, 12 e 15

anos de idade;

2. Avaliar a prevalência das doenças periodontais na população escolar de 12 e

15 anos de idade;

3. Avaliar a prevalência da fluorose dentária na população escolar de 6, 12 e 15

anos de idade;

4. Avaliar os conhecimentos e comportamentos sobre os determinantes de

saúde oral na população escolar de 6, 12 e 15 anos de idade;

5. Comparar a prevalência das doenças orais entre as diferentes Regiões de

Saúde;

6. Comparar comportamentos e conhecimentos de saúde oral entre as diferentes

Regiões de Saúde;

7. Estimar os ganhos em saúde obtidos através da estratégia estabelecida com

os programas de saúde oral;

8. Enquadrar os indicadores de saúde oral das crianças e adolescentes

portugueses face às metas estabelecidas pela OMS.

Esta avaliação pretendia, ainda, constituir-se como um referencial para a

monitorização dos indicadores de saúde oral do Programa Nacional de Promoção da

Saúde Oral, inserido no Plano Nacional de Saúde 2004-2010 e no Global Oral Health

Programme da OMS.

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 7

Metodologia O Estudo que realizámos iniciou-se com a elaboração de um Protocolo, que

descrevia todos os procedimentos a executar pelos intervenientes durante o trabalho

de campo. Este Protocolo foi submetido a aprovação superior e dado a conhecer aos

parceiros, considerados indispensáveis para a sua consecução.

À OMS solicitámos assessoria técnica, tendo-se obtido resposta favorável, assim

como para o acompanhamento do Estudo e recebido sugestões para que fosse feita

a avaliação de conhecimentos e comportamentos dos grupos em estudo.

Às Administrações Regionais de Saúde (ARS) e às Secretarias Regionais da Saúde

(SRS) dos Açores e da Madeira foi solicitado apoio para a operacionalização do

Estudo, tendo, todas elas, disponibilizado uma equipa de profissionais de saúde oral

para a realização das observações.

À Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa (FMDUL) solicitámos

apoio para a formação teórica e supervisão do exercício de calibragem dos

profissionais que constituiriam as equipas de observação, o que foi integralmente

concedido.

Para apoio à preparação e realização dos procedimentos da calibragem, solicitámos

a colaboração de um perito da área da medicina dentária da Faculdade de Ciências

da Saúde da Universidade Fernando Pessoa que acompanhou todo o processo.

Ao Ministério da Educação, através da Direcção-Geral de Inovação e

Desenvolvimento Curricular (DGIDC), pedimos autorização para a realização das

observações nas escolas do ensino básico e secundário, tendo-nos sido dada pronta

colaboração, quer para a circulação da informação pelas Direcções Regionais de

Educação, quer para a identificação e documentação das equipas.

Assim, com base nos procedimentos preconizados pela OMS, na sua publicação

Oral Health Surveys – basic methods22, uniformizámos os critérios de diagnóstico e

as metodologias de intervenção, tendo em vista a fiabilidade e a comparabilidade

dos dados recolhidos com outros estudos, quer nacionais, quer internacionais.23

As questões epidemiológicas foram estabelecidas com os serviços competentes da

Direcção-Geral da Saúde e devidamente validadas pela Organização Mundial da

Saúde.

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 8

Tipo de estudo

Este é um estudo descritivo, transversal, que visou obter informação acerca do

estado actual das doenças orais no universo da população que frequenta a escola

com 6, 12 e 15 anos de idade.

Dimensão da amostra

Tendo em conta os objectivos do estudo e a população-alvo, constituímos três

amostras: uma com crianças de 6 anos (nascidas em 1999), outra com jovens de 12

anos (nascidas em 1993) e uma terceira com jovens de 15 anos (nascidos em 1990).

Para a definição do tamanho da amostra, utilizámos como critérios o número de

crianças nascidas, em cada um dos grupos etários, com base nos dados dos

registos de nascimento do Instituto Nacional de Estatística e a prevalência da cárie

dentária (CPOD), encontrada no Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária,

realizado pela DGS em 2000, segundo o qual o índice CPOD aos 6 anos era de

0,23, aos 12 anos de 2,95 e aos 15 anos de 4,72.

Através do programa informático, EPIINFO, foi seleccionada uma amostra de cada

um dos grupos etários, tendo em conta os critérios definidos para a sua selecção, um

intervalo de confiança de 95% e uma margem de erro admissível de 4,5%.

A amostra para o Estudo foi estimada em 2507 crianças e jovens, distribuídas pelos

grupos etários da seguinte forma: 6 anos – 822, 12 anos – 813 e 15 anos - 872.

Para o cálculo da amostra por regiões, utilizámos os mesmos critérios, isto é, o

número de crianças nascidas em cada região, nos anos respectivos e, o índice de

CPOD regional obtido no Estudo Nacional de Prevalência da Cárie Dentária, nos

mesmos grupos etários.18

Selecção da amostra

Para a selecção da amostra de escolas e de alunos, utilizámos os métodos de

amostragem aleatórios sistemáticos.

A selecção das escolas foi realizada pela Direcção-Geral da Saúde, a partir da lista

dos Estabelecimentos de Educação e Ensino inscritos no Roteiro das Escolas, no

Portal da Educação, referente ao ano lectivo 2004-05.24

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 9

A partir da listagem das escolas de cada distrito esta lista seleccionaram-se,

aleatoriamente, as que iriam entrar no estudo segundo a sua tipologia. Esta lista foi

entregue a cada equipa com o número de observações a realizar.

A selecção dos alunos foi feita, em cada escola, a partir da lista de cada grupo etário,

por ano de nascimento. Essa selecção foi realizada, igualmente de forma aleatória

sistemática, por cada equipa de observação. Quando as escolas seleccionadas

tinham sido encerradas ou não possuíam o número de alunos suficientes, as equipas

dispunham de uma lista de escolas suplentes.

Procedimentos

Constituíram-se sete equipas, formadas por um observador e um registador, que,

após calibragem, realizaram as observações na sua Região de Saúde.

Cada equipa de observação organizou as deslocações às escolas de acordo com a

sua administração regional de saúde e com o apoio logístico que a mesma

disponibilizou.

Aos encarregados de educação dos alunos seleccionados foi solicitada a devida

autorização para a participação dos seus educandos no Estudo. Para isso, foi

enviada uma carta, com informação sobre o mesmo, que continha um destacável de

autorização, cuja assinatura era indispensável para a participação das crianças.

(Anexo 1)

Calibragem

A calibragem define-se como o conjunto de meios de que nos servimos para que os

critérios de diagnóstico aplicados pelos observadores estejam de acordo com o

padrão adoptado e, para que assim se conservem ao longo do estudo.

Esta etapa, prévia ao trabalho de campo, visou assegurar uniformidade na

interpretação do protocolo, compreender e aplicar os critérios adoptados, minimizar

os erros e as diferenças eventualmente existentes entre observadores e entre

observações e, acessoriamente, reduzir as variações intra e inter-observadores.

Através da calibragem fomos, também, calcular os Índices de Concordância (IC), os

quais medem a proporção de casos colocados em idênticas categorias por duas

avaliações independentes, da mesma equipa ou entre as diferentes equipas. Estes

índices apresentam-se em percentagem e em estatística kappa.

Page 20: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 10

A aferição foi discriminada por áreas de diagnóstico, considerando-se que os níveis

de concordância são altos quando o IC se situa entre 85% e 100% e k > 0,80.

A calibragem que realizámos para este Estudo constou de uma formação teórica de

um dia e um exercício prático de dois dias. O processo foi supervisionado por peritos

da área da saúde oral comunitária, docentes de duas Faculdades de Medicina

Dentária, referidos no início do capítulo.

A formação teórica realizada a partir de imagens projectadas teve como objectivo a

discussão dos conceitos e dos critérios de diagnóstico usados no Estudo até à

assimilação uniforme e à compreensão global dos mesmos. Percorreu todos os

índices bem como a aplicação do questionário.

O exercício prático de calibragem decorreu numa Escola do 2.º e 3º ciclos do Ensino

Básico. Consistiu na execução de um conjunto de observações e reobservações das

estruturas orais e no preenchimento de um Questionário pelos jovens de um dos

grupos etários em estudo.

Durante o exercício, as discrepâncias identificadas, os critérios de diagnóstico

duvidosos, as codificações e os erros de registo foram discutidas com os

calibradores.

Em cada dia de exercício prático foram observados 21 jovens dos grupos etários de

12 e 15 anos, por 7 equipas, constituídas por observador e registador, tendo-se

realizado, ainda, duplas observações a 10% dos participantes na calibragem.

Todas as Fichas de observação foram agrupadas e introduzidas numa matriz de

dados em ficheiro informático, a que se seguiu a verificação da concordância intra e

inter-observador.

Das 294 observações realizadas durante a calibragem das equipas, obteve-se um

valor de concordância intra-observador de 92,8% e de concordância inter-

observadores atingido 88,9%, o que representa uma fiabilidade muito boa para a

validade dos dados recolhidos sobre prevalência da cárie dentária.

Para que o nível de concordância se mantivesse em níveis elevados durante o

trabalho de campo, efectuaram-se duplas observações durante o mesmo.

Page 21: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 11

Instrumentos de recolha de dados

O Estudo, que constou na observação da boca e dos dentes das crianças e no

preenchimento de um questionário de avaliação de conhecimentos e

comportamentos sobre hábitos de higiene oral e de alimentação, tinha dois

instrumentos de recolha de dados.

Para o exame objectivo das estruturas orais, utilizámos:

1. Ficha de Observação dentária; (Anexo 2)

i. Adaptada do documento da OMS.

Para a avaliação de conhecimentos e comportamentos, utilizámos:

2. Questionário dirigido aos alunos de 6 anos e de 12 - 15 anos; (Anexo 3 e 4)

ii. O questionário para os alunos de 6 anos foi preenchido por entrevista e o

destinado aos alunos de 12 e 15 anos foi de auto-preenchimento;

iii. Os questionários continham, maioritariamente, perguntas fechadas com

respostas alternativas em termos de frequência, com e sem descrição;

iv. Ambos os questionários, apesar de já terem sido utilizados pela DGS, no

âmbito de outros estudos de avaliação de conhecimentos e

comportamentos em saúde oral e do Inquérito de Saúde dos

Adolescentes na Escola, em 2004, foram adaptados ao Estudo actual.

Após as observações, os instrumentos de recolha de dados, devidamente

numerados e emparelhados, foram enviados para a, então, Divisão de Saúde

Escolar da Direcção-Geral da Saúde, para tratamento estatístico.

Material utilizado Para a observação da cavidade oral, foram utilizados os seguintes materiais:

• Um espelho bucal plano, nº 4 e respectivo cabo (ref.ª ASA 2100 ED5B25);

• Uma sonda periodontal (ref.ª ASA 0702L-12S205C08), a

qual apresenta, na sua extremidade activa, uma esfera de

0,5 mm de diâmetro e uma faixa preta entre 3,5 e 5,5 mm,

bem como anéis com a referência a 8,5 mm e 11,5 mm em

relação à extremidade activa, como a figura ilustra;

• Fonte de luz artificial (candeeiro com braço articulado).

Para garantir o controlo da infecção cruzada, os observadores cumpriram todos os

procedimentos universais de assepsia.

Page 22: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 12

Procedimentos para controlo da infecção cruzada

Os princípios gerais do controlo da infecção cruzada passam por evitar o contacto

com o sangue, limitar a sua difusão e tornar os instrumentos e o equipamento

portadores do menor risco possível, durante a sua utilização.

Para isso, os observadores deveriam procurar não tocar na mucosa, utilizar luvas

novas para cada observação, lavar as mãos entre cada mudança de luvas e secá-las

com toalhetes de papel ou limpar as mãos utilizando toalhetes próprios.

O uso de máscara e de bata eram obrigatórios e os materiais contaminados

(máscaras, luvas, toalhetes) eram depositados em sacos de plástico grossos e com

fecho, para posterior recolha selectiva.

Nas escolas onde se realizaram as observações, as superfícies das mesas eram

previamente desinfectadas com desinfectante de superfície. A zona limpa era

protegida com um babete, sobre o qual se colocaram os kits de observação (um

espelho bucal e uma sonda periodontal), esterilizados e empacotados

individualmente em manga, compressas esterilizadas, rolos de algodão e máscaras.

Cada kit de observação individual era aberto no momento de se iniciar a observação.

Em cima de uma outra mesa estava organizada a zona suja, também protegida com

um babete sobre o qual se colocava uma caixa de inox com tampa, onde, após cada

observação, os instrumentos utilizados eram depositados.

Todos os procedimentos de higienização das mãos eram repetidos após cada

observação.

Após a observação dos alunos, no estabelecimento de ensino, as mesas utilizadas

eram desinfectadas com anti-séptico ou toalhetes desinfectantes de superfície.

No final de cada dia de trabalho, os instrumentos utilizados eram colocados na caixa

inox, sendo posteriormente desinfectados, lavados, secos, empacotados e

submetidos a novo processo de esterilização, em autoclave, no Centro de Saúde.

O saco do lixo, colocado junto do lavatório, na zona onde também estavam o sabão

desinfectante para as mãos, os toalhetes de papel e a caixa de luvas eram

recolhidos no final das observações.

Page 23: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 13

Critérios de diagnóstico Os critérios de observação e registo utilizados no estudo da cárie dentária, das

doenças periodontais e da fluorose são os preconizados pela Organização Mundial

da Saúde.22

Os índices foram avaliados da seguinte forma:

Índice de Cárie Dentária (cpod/CPOD) Os critérios relativos à determinação do índice de cárie dentária na dentição

temporária (cpod) e na dentição permanente (CPOD) foram os utilizados no Estudo

Nacional de Prevalência da Cárie Dentária, efectuado em 2000 pela Direcção-Geral

da Saúde. (Anexo 5)

Para a determinação do índice de cárie dentária (cpod/CPOD), registaram-se na

Ficha de Observação Dentária, segundo um sistema de codificação, os dentes

cariados, os dentes obturados com cárie e sem cárie, os dentes perdidos devido a

lesões de cárie, os dentes perdidos por outras causas que não a cárie. Registam-se

ainda, os dentes sãos, os dentes com selantes, os dentes que apresentam coroas ou

facetas, os dentes não erupcionados e os dentes fracturados ou perdidos por

traumatismos.

Os códigos de registo, quer do estado da dentição decídua (dd), quer do da dentição

permanente (DP), foram introduzidos nas mesmas caixas, identificadas na Ficha de

Observação Dentária.

Para a dentição decídua utilizaram-se letras e para a dentição permanente, números,

conforme o sistema de codificação seguinte: Codificação

Dente decíduo Dente permanente Condição

A 0 São B 1 Cariado C 2 Obturado com cárie D 3 Obturado sem cárie E 4 Perdido por cárie - 5 Perdido por outro motivo F 6 Selante de fissura G 7 Suporte de prótese, coroa, faceta ou implante - 8 Não erupcionado T T Traumatismo - 9 Não registado

As superfícies dentárias deveriam ser todas observadas, seguindo sempre a mesma

sequência: 1.º quadrante (17-11); 2.º quadrante (21-27); 3.º quadrante (37-31); 4.º

quadrante (41-47). Um dente era considerado presente na boca, sempre que

Page 24: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 14

qualquer parte dele fosse visível. No caso de um dente permanente e outro decíduo

ocuparem o mesmo espaço dentário, deveria ser registada a condição observada no

dente permanente.

O diagnóstico era essencialmente visual. Só era utilizada sonda quando havia

dúvidas sobre a condição da superfície dentária.

A secagem das superfícies dentárias, com compressas ou rolos de algodão, era um

procedimento usual para o correcto diagnóstico de lesões de cárie e para a avaliação

do estado dos selantes de fissuras ou de reconstruções estéticas.

Índice Comunitário Periodontal (ICP)

A gengivite, pela possibilidade de hemorragia durante a escovagem e por

representar um risco acrescido de outras doenças orais deve ser diagnosticada,

prevenida e controlada precocemente.

Nos adultos a periodontite é uma das doenças crónicas mais prevalentes.26 Se não

for tratada, representa um risco potencial para a saúde em geral e para o bem-estar,

sendo considerada um co-factor na progressão da diabetes e de algumas doenças

cardiovasculares, assim como no risco de prematuridade.

A doença periodontal está, também, associada a populações de baixos recursos

socioeconómicos.

A OMS recomenda a avaliação da doença periodontal, através do Índice Comunitário

Periodontal (ICP), a partir dos 12 anos de idade.25 Nestas idades, o ICP deve ser

avaliado em três categorias: saudável, hemorragia gengival e cálculo.

Para a avaliação do ICP, a boca é dividida em sextantes, de modo a serem

examinados 6 dentes: um em cada sextante – 16, 11, 26, 36, 31 e 46.

Um sextante é examinado somente se houver dois ou mais dentes presentes. Na

ausência de um dos dentes de referência todos os outros dentes do sextante

deveriam ser observados, sendo de registar a mais elevada categoria verificada no

diagnóstico de ICP.

Todas as superfícies dos dentes índice (distais, vestibulares, mesiais e linguais) são

sondadas para a verificação da presença de cálculo e para a avaliação de

hemorragia gengival.

Page 25: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 15

A força utilizada não deve ser superior a 20 gramas. Para o estabelecimento dessa

força, recorreu-se a um procedimento prático, que correspondia à colocação da

ponta da sonda sobre a unha do polegar pressionando-a até que ocorresse

empalidecimento na base distal ungueal.

Sobre a angulação de inserção da sonda, foram dadas rigorosas instruções aos

observadores, para que a ponta esférica seguisse a configuração anatómica da

superfície radicular do dente.

Para a pesquisa dos cálculos subgengivais seria utilizada a menor força possível que

permitisse a movimentação da ponta esférica da sonda ao longo da superfície

dentária. Caso o jovem referisse dor durante a sondagem, isto seria sinal de

utilização de força excessiva e o procedimento deveria ser repetido.

Para o diagnóstico do ICP, a ponta da sonda era inserida suavemente no sulco

gengival ou na bolsa periodontal e deveria ser explorada a extensão total do sulco ou

da bolsa.

Todos os dentes deveriam ser sondados, registando-se, no respectivo campo, o

valor mais elevado verificado.

0 Gengiva saudável 1 Hemorragia Durante ou logo após a sondagem (até vinte segundos). Observada directamente

ou com o espelho bucal 2 Cálculos Detectados durante a sondagem, mas toda a faixa preta da sonda está visível. Os

cálculos visíveis são essencialmente supra-gengivais 3 Bolsa periodontal

superficial (4-5 mm) A margem gengival encontra-se dentro da faixa preta da sonda

4 Bolsa periodontal profunda (6 mm ou mais)

A faixa preta da sonda não está visível

X Sextante excluído Quando há menos de dois dentes presentes 9 Não registado

Por exemplo: a sonda deveria ser colocada no sulco gengival da superfície

distovestibular de um 1.º molar, o mais próxima possível do ponto de contacto com o

2.º molar (caso este já esteja erupcionado), a qual se deveria manter paralela ao

longo do eixo do dente. A sonda seria depois movimentada suavemente, com

movimentos curtos para cima e para baixo, ao longo do sulco vestibular ou da bolsa

periodontal até à superfície mesial do 1.º molar e ao ponto de contacto com o pré-

molar permanente ou 2.º molar decíduo. Todo o procedimento deveria ser repetido

na superfície lingual.

Page 26: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 16

Índice de Fluorose de Dean (ID)

A fluorose dentária pode manifestar-se em ambas as dentições. Na observação

clínica, as lesões apresentam-se geralmente bilaterais, simétricas e com uma

tendência para assumirem um padrão estriado horizontal no esmalte dentário.

Os dentes pré-molares, os molares inferiores e os incisivos superiores são

normalmente os mais afectados. As lesões assemelham-se a “picos com neve” sobre

as cúspides dos pré-molares.

Em alguns jovens, os 2.º molares são os mais atingidos. Os incisivos inferiores são

normalmente os menos afectados. A gravidade da expressão clínica está

directamente relacionada com o efeito tóxico cumulativo. O tipo de dente atingido

depende, sobretudo, do momento em que o efeito tóxico se iniciou e do seu tempo

de duração.

No estudo, o diagnóstico implicava a observação do padrão de distribuição de

quaisquer defeitos e a decisão sobre, se estes, apresentavam características típicas

de fluorose.

Os defeitos nas categorias “em dúvida” a “leve” (categorias com maior probabilidade

de ocorrência) consistem na apresentação de finas linhas esbranquiçadas ou placas,

geralmente próximas dos bordos incisais ou das pontas das cúspides. Estes defeitos

têm uma aparência branca-porosa, semelhante a gelo, como se fosse um pico

nevado, que tende a espalhar-se para o esmalte circundante.

Os critérios de observação e registo são os seguintes:

0 Normal Esmalte superficial liso, brilhante e geralmente de cor branco-bege pálido 1 Em dúvida Esmalte apresentando leves alterações da transparência de esmalte normal, que podem

variar entre pequenos pontos/traços esbranquiçados e manchas ocasionais 2 Muito leve Áreas pequenas, opacas, cor de papel branco, irregularmente distribuídas sobre o dente,

envolvendo menos de 25% da superfície dentária vestibular 3 Leve Opacidades brancas do esmalte dos dentes mais extensas do que para o código 2,

ocupando mais de 25% e menos de 50% da superfície dentária 4 Moderado Superfície do esmalte dos dentes apresentando um desgaste acentuado e pigmentação

castanha, com frequência esteticamente desfigurante 5 Intenso Esmalte muito afectado e hipoplasia (perda de substância) tão acentuada que a forma do

dente pode estar afectada. Áreas com fossetas ou desgaste e manchas acastanhadas espalhadas por toda a parte; dente muitas vezes com um aspecto corroído

8 Excluído Por exemplo, um dente com prótese fixa – coroa 9 Não registado

Page 27: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 17

O registo deveria ser feito com base nos dois dentes que estão mais afectados. Caso

os dois dentes não estivessem igualmente afectados, deveria ser registado o valor

obtido para o dente menos afectado.

O profissional que realizava o exame usaria um método de exclusão de partes, isto

é, começava por classificar o que observava pelo critério mais elevado, avançando

sucessivamente para as pontuações mais baixas, até que o observado se ajustasse

aos critérios de classificação mais próximo do nível que está a ser considerado.

Em caso de dúvida, o índice mais baixo era o que deveria ser registado.

Tratamento dos dados

Na Direcção-Geral da Saúde foi criada uma base de dados informatizada, constituída

por 72 variáveis, para os grupos etários de 12 e de 15 anos de idade, e de 41

variáveis, para o grupo etário de 6 anos.

Cada registo corresponde aos dados do exame objectivo da boca e dos dentes, bem

como às respostas ao questionário de avaliação de conhecimentos.

Para a organização e interpretação dos dados recolhidos, recorremos ao programa

de análise de dados Statistical Package for Social Sciences® (SPSS), versão 14.0.

Todas as variáveis em estudo foram analisadas individualmente.

Para as variáveis de medida ordinal e nominal, fez-se uma análise univariada,

determinando-se a frequência absoluta e as percentagens. Para as variáveis com

nível de medida quantitativo, calculámos os valores das médias e dos desvios-

padrão.

Para avaliar a distribuição normal, ou não, das variáveis dependentes, aplicámos o

teste de Kolmogorov-Smirnov. Verificada a distribuição da amostra, utilizámos testes

de comparação de médias e de análise de variância.

A aplicação de testes paramétricos permitiu-nos fazer a análise de variância e testar

diferenças entre diversas situações para duas ou mais variáveis.

Para a análise da significância estatística, utilizaram-se os testes do Qui-Quadrado,

Teste T e ANOVA (Analysis of Variance).

Todos os testes estatísticos usados foram aplicados para um nível de significância

inferior a 5%.

Page 28: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 18

Algumas variáveis independentes foram recodificadas, para melhorar a sua

operacionalidade, nomeadamente o cpod e o CPOD e os respectivos componentes,

para todos os grupos etários.

Para as duplas observações, utilizou-se a estatística k e o Índice de Concordância.

Page 29: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 19

Apresentação dos Resultados A saúde oral, enquanto parte integrante da saúde em geral, deverá ser

compreendida num contexto mais vasto, onde, as doenças orais são influenciadas

por comportamentos individuais e colectivos e, têm um peso mais ou menos

significativo na qualidade de vida das populações.

No âmbito do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais as observações

foram realizadas por sete equipas de profissionais de saúde oral, médicos dentistas

e higienistas orais, devidamente calibrados, que efectuaram os exames clínicos da

boca e dos dentes e promoveram a realização dos Questionários, em todas as

Regiões de Saúde do Continente e das Regiões Autónomas.

Os resultados são o produto do apuramento dos dados das observações que, numa

lógica de análise da saúde e das doenças orais na infância e na adolescência, são

lidos à luz da compreensão dos seus determinantes, evidenciáveis no questionário.

Começamos por fazer uma breve caracterização sociodemográfica da população

abrangida pelo estudo, apresentando depois, os indicadores de prevalência das

doenças orais, os quais, são ilustrados com quadros de frequência e histogramas

comparativos entre grupos e entre regiões. Os testes estatísticos e a sua

significância são referenciados a cada variável.

Caracterização sociodemográfica da população em estudo

O Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, que decorreu no ano lectivo

de 2005/2006, nas Escolas do Ensino Básico e Secundário, do Ministério da

Educação abrangeu uma amostra de 2612 crianças e jovens, representativa dos

grupos etários de 6 anos (890), 12 anos (837) e 15 anos (885) de idade.

Quadro 1: Distribuição da população do estudo por regiões e grupo etário

Região de Saúde / Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos Total

Norte 133 127 123 383 Centro 93 105 139 337 Lisboa e Vale do Tejo 155 126 130 411 Alentejo 121 124 126 371 Algarve 148 138 136 422 Açores 105 99 104 308 Madeira 135 118 127 380

Total 890 837 885 2612

Page 30: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 20

Regiões de Saúde A amostra tem uma distribuição homogénea por regiões de saúde e por grupo etário.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Norte Centro Lisboa ev Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 1: Distribuição dos alunos observados, por Regiões e grupo etário

Género

Foram observados 1270 rapazes e 1342 raparigas, com a distribuição por grupo

etário e por género que se apresenta no Quadro 2 e Figura 2.

Quadro 2: Distribuição da amostra segundo o género e o grupo etário

6 Anos 12 Anos 15 Anos Grupo etário /Género M F M F M F

Total 449 441 413 424 408 477

50% 49% 46%

50% 51% 54%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

6 anos 12 anos 15 anosMasculino Feminino

Figura 2: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos observados, segundo o género

Por idade, por género e por região o número de alunos observados não teve

diferenças, estatisticamente significativas.

Page 31: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 21

Os determinantes sociofamiliares condicionam comportamentos individuais, tais

como, as práticas de higiene oral, hábitos alimentares e cuidados preventivos.

Atendendo aos grupos etários em estudo é importante analisar o contexto familiar,

nomeadamente através do nível de escolaridade e da profissão de ambos os

progenitores.

Nível de escolaridade dos pais

Esta avaliação foi feita apenas aos alunos de 12 e 15 anos e contemplava o nível de

escolaridade, mais alto, atingido pelo pai e pela mãe.

Quadro 3: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 12 anos

PAI MÂE Nível escolaridade dos pais n.º % n.º %

Não sabe ler e escrever 11 1,3 7 0,8

Sabe ler e escrever 34 4,1 42 5,0

1º Ciclo/4º ano 262 31,3 203 24,3

2º Ciclo/6º ano 168 20,1 174 20,8

3º Ciclo/9º ano 144 17,2 152 18,2

Secundário/12º ano 101 12,1 144 17,2

Curso Médio ou Superior 73 8,7 93 11,1

Não respondeu 44 5,3 22 2,6

Total 837 100,0 837 100,0

Quadro 4: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 15 anos

PAI MÂE Nível escolaridade dos pais n.º % n.º %

Não sabe ler e escrever 19 2,1 11 1,2

Sabe ler e escrever 33 3,7 47 5,3

1º Ciclo/4º ano 331 37,4 288 32,5

2º Ciclo/6º ano 164 18,5 189 21,4

3º Ciclo/9º ano 139 15,7 169 19,1

Secundário/12º ano 86 9,7 85 9,6

Curso Médio ou Superior 69 7,8 71 8,0

Não respondeu 44 5,1 25 2,9

Total 885 100 885 100

Os pais dos jovens de 12 e de 15 anos tinham, maioritariamente, a escolaridade

básica obrigatória. A percentagem de pais que tinham o 12.º ano, curso médio ou

curso superior, oscilava entre os 17 e os 28%, tendo, as mães dos adolescentes de

12 anos um nível de escolaridade mais elevado.

Page 32: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 22

Profissão dos pais

Esta avaliação contemplava a profissão principal, do pai e da mãe, dos alunos de 12

e 15 anos.

Quadro 5: Profissão dos pais dos jovens de 12 anos

PAI MÂE Profissão dos pais n.º % n.º %

Desempregado 18 2,2 18 2,2 Quadros superiores da AP, dirigentes e empresas 57 6,8 24 2,9 Especialistas das profissões intelectuais e científicas 47 5,6 66 7,9 Técnicos e profissionais de nível intermédio 39 4,7 40 4,8 Pessoal administrativo e similares 41 4,9 65 7,8 Pessoal dos serviços e vendedores 104 12,4 152 18,2 Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas 55 6,6 20 2,4 Operários, artífices e trabalhadores similares 286 34,2 59 7,0 Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem 70 8,4 6 0,7 Trabalhadores não qualificados 14 1,7 104 12,4 Forças Armadas 4 0,5 0 0 Doméstica 0 0 202 24,1 Não responde 102 12,0 81 9,6

Total 837 100,0 837 100,0

Quadro 6: Profissão dos pais dos jovens de 15 anos

PAI MÂE Profissão dos pais n.º % n.º %

Desempregado 28 3,2 22 2,5 Quadros superiores da AP, dirigentes e empresas 62 7,0 24 2,7 Especialistas das profissões intelectuais e científicas 50 5,6 47 5,3 Técnicos e profissionais de nível intermédio 33 3,7 31 3,5 Pessoal administrativo e similares 17 1,9 49 5,5 Pessoal dos serviços e vendedores 103 11,6 148 16,7 Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas 54 6,1 20 2,3 Operários, artífices e trabalhadores similares 282 31,9 69 7,8 Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem 99 11,2 3 0,3 Trabalhadores não qualificados 33 3,7 138 15,6 Forças Armadas 2 0,2 0 0 Doméstico/a 1 0,1 258 29,2 Não responde 121 13,8 76 8,6

Total 885 100 885 100

Os pais dos jovens de 12 e 15 anos tinham, maioritariamente, profissões de nível

intermédio. Cerca de 25 % das mães eram domésticas e, eram também elas, as que

desempenham, com mais frequência, profissões não qualificadas.

Page 33: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 23

Saúde Oral

A saúde oral, enquanto parte integrante da saúde em geral, põe em evidência a

percentagem de crianças e de jovens livres de cárie dentária, isto é, a face positiva

da saúde bucal.

A OMS definiu um conjunto de indicadores de saúde oral para a Região Europeia

que visam, monitorizar os processos e os resultados das intervenções desenvolvidas

nesta área, tendo em conta os seus determinantes.

Para o ano 2020, as metas referentes às crianças e aos jovens, são dirigidas para

que, aos 6 anos de idade aumente o número de crianças livres de cárie e, aos 12

anos diminua o número médio de dentes cariados (C) perdidos (P) e obturados (O),

na dentição permanente, especialmente da sua componente «C».

Crianças e jovens livres de cárie dentária

Por «livre de cárie» entende-se a inexistência de qualquer experiência de cárie em

ambas as dentições, isto é, nenhum dos dentes presentes na boca apresenta

evidência clínica de cárie dentária, tratada ou não.

No Estudo Nacional este indicador foi analisado por grupo etário e por regiões de

saúde.

Aos 6, 12 e 15 anos de idade a percentagem de crianças livres de cárie dentária era

de 51%, 44% e 28%, respectivamente.

51%

28%

44%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 3: Percentagem de crianças livres de cárie dentária, por grupo etário

Page 34: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 24

Por regiões de saúde a variabilidade foi estudada através da estatística z, que

analisa a proporção das crianças e dos jovens ‘livres de cárie’ de cada região com a

média nacional, tendo em conta a dimensão da amostra de cada grupo etário. A

verificação do significado estatístico foi feita utilizando a tabela da distribuição normal

padronizada. Quadro 7: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

* |Z|<5%

Ao nível regional, existiam variações em todos os grupos etários. Aos 6 anos,

Lisboa e Vale do Tejo, apresentava a percentagem mais elevada de crianças livres

de cárie (60%) e, a Madeira tinha a percentagem mais baixa (39%), a qual, é

estatisticamente significativa, quando comparada com a média nacional.

Nos grupos etários de 12 e 15 anos, Lisboa e Vale do Tejo tinha a melhor

percentagem de jovens livres de cárie dentária (64% e 49%) e, os Açores

apresentavam a percentagem mais baixa (22% e 12%, respectivamente), sendo

estes valores, estatisticamente, significativos em comparação à média nacional.

48%51%

56%60% 58%

42%39%

37%

46%

64%

37%

49%

22%

48%

32% 32%

49%

25% 26%

12%

19%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Norte Centro Lisboa e vale Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 4: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Livres de cárie /Região de Saúde 6 Anos 12 Anos 15 Anos Norte 48,1 37,0 31,7 Centro 50,5 45,7 32,4 Lisboa e Vale do Tejo 56,1 63,5* 48,5* Alentejo 59,5 37,1 24,6 Algarve 58,1 49,3 25,7 Açores 41,9 22,2* 11,5* Madeira 39,3* 47,5 18,9*

Nacional 50,9 43,8 28,1

Page 35: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 25

No grupo etário de 6 anos de idade analisámos, separadamente, a percentagem de

crianças livres de cárie na dentição temporária e na dentição permanente segundo a

região de saúde. Os valores destes indicadores apresentam-se no Quadro 8 e na

Figura 5.

Quadro 8: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos na dentição temporária e na dentição permanente, por região de saúde

Na dentição temporária, metade das crianças (52%) tinham os seus dentes sãos e,

outras tantas apresentavam cárie dentária. A Região da Madeira, com 39%,

apresentava a pior percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos de idade.

Na dentição permanente, a maior parte das crianças (95%) tinham os dentes

saudáveis. A Região dos Açores, com 85%, apresentava uma percentagem de 10%

abaixo da média nacional.

48%54%

57%60% 59%

44%39%

96% 98% 97% 97% 99%

85%

96%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa e vTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira

Dentição temporária Dentição permanente

Figura 5: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos, na dentição temporária e na dentição permanente, por regiões de saúde

6 Anos Dentes sãos /Região de Saúde Dentição temporária Dentição permanente

Norte 48,1 95,5 Centro 53,8 97,8 Lisboa e Vale do Tejo 56,8 97,4 Alentejo 60,3 96,7 Algarve 58,8 98,6 Açores 43,8 84,8 Madeira 39,3 95,6

Nacional 51,7 95,5

Page 36: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 26

Page 37: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 27

Doenças Orais na Infância e Adolescência

As doenças orais mais frequentes na infância e na adolescência, como a cárie

dentária e as doenças periodontais, apesar das melhorias observadas, têm afectado,

ao longo dos anos, muitos jovens. A estas patologias, em áreas geográficas

específicas, junta-se a fluorose.

O Índice CPOD que permite calcular o

número médio de dentes cariados,

perdidos e obturados na dentição

permanente, foi avaliado aos 6, 12 e 15

anos, sendo a prevalência da doença, de

0,07, 1,48 e 3,04, respectivamente,

conforme está representada na Figura 6.

O Índice Comunitário Periodontal

(ICP)23,26 que avalia a prevalência e o

número médio de sextantes afectados

por hemorragia gengival e/ou cálculo foi

estudado aos 12 e aos 15 anos. A Figura

7 compara a taxa de prevalência da

doença entre os dois grupos etários.

O Índice de Dean, que mede a

percentagem de crianças e de jovens

que não apresentam alterações do

esmalte dentário e os que têm fluorose

em dúvida, muito leve, leve, moderado e

intenso, foi avaliado aos 6, 12 e 15 anos.

A maior parte das crianças e dos jovens

não têm fluorose. A Figura 8 representa

a prevalência das alterações do esmalte

nos três grupos etários.

0,07

1,48

3,04

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 6: Índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos

29%

36% 36%

22%27%

52%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Gengiva saudável Hemorragia à sondagem Cálculo

ICP aos 12 anos ICP aos 15 anos

Figura 7: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos

87%76% 79%

7%

14% 13%

2% 4% 5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

6 anos 12 anos 15 anos

Normal Em dúvida Muito leve Leve Moderado Intenso

Figura 8: Índice de Fluorose aos 6, 12 e 15 anos

Cada um dos indicadores das doenças orais será analisado segundo o grupo etário

e o tipo de dentição e, comparados os valores médios entre as regiões de saúde.

Page 38: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 28

Cárie dentária aos 6 anos de idade

Aos 6 anos, a prevalência da cárie dentária na dentição temporária (índice cpod),

era de 2,10 e na dentição permanente (índice CPOD) de 0,07.

Quadro 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade por regiões de saúde

Índice de cárie / Região de Saúde cpod CPOD

Norte 2,42* 0,06 Centro 1,90 0,02* Lisboa e Vale do Tejo 1,61* 0,03* Alentejo 1,45* 0,04* Algarve 1,86* 0,03* Açores 1,74* 0,24* Madeira 3,61* 0,06*

Nacional 2,10 0,07

* p<5%

Por Regiões de Saúde as variações do índice cpod e CPOD têm diferenças

estatisticamente significativas.

Na dentição temporária, a Madeira, com um índice cpod de 3,61, apresentava a

maior prevalência de doença, sendo a diferença, estatisticamente significativa face à

média nacional.

Na dentição permanente, os Açores, tinham um índice CPOD de 0,24, que era

triplo da média nacional. As regiões do Centro (0,02), de Lisboa e Vale do Tejo e do

Algarve (0,03) apresentavam os valores mais baixos. Estas variações são

estatisticamente significativas.

2,1

3,61

1,741,86

1,451,61

1,9

2,42

0,070,060,24

0,030,040,030,020,06

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Norte Centro Lisboa V.Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

cpod CPOD

Figura 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade, por regiões de saúde

Page 39: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 29

O índice cpod é um indicador composto, com uma componente de dentes cariados,

perdidos e obturados, cuja decomposição permite pôr em evidência a distribuição

média da doença. No grupo de crianças de 6 anos de idade, a percentagem de

dentes temporários com cárie por tratar era de 88%.

87% 90% 94%83% 87% 83% 88% 88%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Norte Centro LisboaVale Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

cariados perdidos por cárie obturados com cárie obturados sem cárie

Figura 10: Percentagem de dentes temporários cariados, perdidos e obturados, aos 6 anos, com índice cpod>0, por regiões

Por regiões de saúde a percentagem de dentes temporários cariados era muito

elevada, variando entre 83% no Alentejo e Açores e 94% em Lisboa e Vale do Tejo.

Cárie dentária aos 12 anos de idade

Aos 12 anos de idade, a prevalência da cárie dentária, avaliada através do índice

CPOD é um indicador sentinela, usado como referência, em todo o mundo. Por si só,

o índice CPOD, enquanto valor médio de um grupo, não permite identificar os

subgrupos de maior risco, deixando-os dissimulados entre os resultados globais.

Atendendo a que, a cárie dentária é uma doença polarizada e assimétrica, para que

se possa fazer uma maior aproximação à realidade da doença, Douglas Bratthall,

propôs um indicador mais específico, o Índice SiC (Significant Caries Índex), ou

Índice de Cárie Significativo.27

O índice SiC tem por base o índice CPOD e calcula-se a partir do terço da

população, com maior prevalência de doença. Permite identificar os grupos de

indivíduos com elevados índices de cárie dentária, numa população.

Bratthall (2000, citado por Marthaler, 2004) refere que o índice SiC é uma ferramenta

fiável para identificar grupos de crianças e regiões com experiência elevada de cárie

dentária.28

Page 40: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 30

Segundo a OMS, o índice SiC deverá ser utilizado, complementarmente, ao índice

CPOD, nos países e zonas onde, este último atingiu um valor de três ou inferior. O

grupo etário, recomendado, para esta monitorização é o dos 12 anos.

Atendendo a que, no Estudo Nacional, aos 12 anos, o índice CPOD era de 1,48,

fomos avaliar o índice SiC, cujo valor médio era de 3,8. Quadro 10: Índice CPOD e Índice SiC aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Índice de cárie/ Região de Saúde Cariados (C) Perdidos (P) Obturados (O)

Índice CPOD

Indice SiC

Norte 0,83 0,12* 0,67 1,62* 4,0

Centro 0,67 0,14* 0,67 1,48 3,7

Lisboa e Vale do Tejo 0,46* 0,03* 0,35* 0,84* 2,4

Alentejo 1,08* 0,05* 0,64 1,77* 4,3

Algarve 0,48* 0,05* 0,85* 1,38 3,8

Açores 1,13* 0,14* 0,78* 2,05* 4,0

Madeira 0,73 0,08 0,58 1,39 3,8

Nacional 0,75 0,08 0,65 1,48 3,8 * p<5%

Por regiões de saúde, a região de Lisboa e Vale do Tejo, com um índice CPOD de

0,84, apresentava o valor mais favorável e, a região dos Açores, com um índice

CPOD de 2,05, tinha a maior prevalência de cárie dentária. A polarização regional da

doença, avaliada através do índice SiC, identificou as regiões do Alentejo, do Norte e

dos Açores, como as que apresentavam grupos de jovens, com índices de cárie

dentária mais elevados. Estas variações regionais são, estatisticamente,

significativas.

1,62 1,48

0,84

1,771,38

2,05

1,39 1,48

3,7

2,4

4,3

3,84

3,843,8

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

Norte Centro Lisboa V Tejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

CPOD Índice SiC Figura 11: Índice de CPOD e Índice SiC, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Page 41: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 31

A decomposição do índice CPOD nos seus componentes C (Cariado), P (Perdido) e

O (Obturado), permitiu-nos verificar que, dos 50% de jovens do grupo etário de 12

anos que já tiveram experiencia de cárie, 51% dos dentes permanentes estavam

cariados, 5% foram perdidos devido a cárie e 44% estavam tratados.

Por regiões de saúde, o Algarve, com 62%, tinha a percentagem mais elevada de

com dentes tratados e, as regiões com menos dentes tratados eram, o Alentejo e os

Açores, com 36% e 38%, respectivamente.

Estas variações são, estatisticamente, significativas em relação à média nacional e,

encontram-se representadas na Figura 12.

51%45%

55%61%

35%

55% 53% 51%

7%9%

4%3%

4%

7%6%

41% 45% 42% 36%

62%

38% 42% 44%

5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Cariados Perdidos Obturados

Figura 12: Percentagem de dentes permanente Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de 12 anos com índice CPOD > 0, por regiões

Cárie dentária aos 15 anos de idade

Aos 15 anos a avaliação da prevalência da cárie dentária foi feita através do Índice

CPOD e índice SiC.

A OMS utiliza, frequentemente, os 18 anos como indicador de referência, no entanto,

em Portugal, os 15 anos são uma idade de frequência da escolaridade obrigatória,

pelo que, nas nossas investigações anteriores e na actual, optámos por estudar este

grupo etário.

Page 42: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 32

Dos resultados do Estudo Nacional verificámos que, aos 15 anos, o Índice CPOD é

de 3,04 e o Índice SiC é de 6,9, conforme se pode observar no Quadro 11 e na

Figura 13.

Quadro 11: Índice CPOD e índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Índice de cárie/ Região de Saúde Cariados Perdidos Obturados

Índice CPOD

Índice SiC

Norte 1,24* 0,28* 1,23 2,75* 6,4

Centro 1,40 0,32 1,15 2,87 6,7

Lisboa e Vale do Tejo 0,97* 0,15* 0,68* 1,80* 4,7

Alentejo 1,83* 0,29 1,36* 3,48* 7,8

Algarve 1,21* 0,27* 1,25 2,73 6,0

Açores 2,11* 0,52* 1,14 3,77* 7,1

Madeira 2,30* 0,61* 1,17 4,08* 9,0

Nacional 1,56 0,34 1,14 3,04 6,9 * p<5%

Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo, com um Índice CPOD de 1,80,

apresenta a média mais baixa de dentes cariados e, em sentido contrário, a Madeira,

com 4,08 apresenta a maior prevalência de cárie dentária aos 15 anos de idade.

Face à média nacional, o número de dentes perdidos é maior nas regiões da

Madeira e dos Açores e número médio de dentes obturados, por jovem, é superior à

média nacional no Alentejo. Estas variações são, estatisticamente significativas.

2,75 2,87

1,80

3,482,73

3,774,08

3,04

6,9

9

7,1

6

7,8

4,7

6,4 6,7

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

CPOD Índice SiC

Figura 13: Índice CPOD e Índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Page 43: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 33

O Índice SiC acompanha a polarização da doença, identificando a região da

Madeira, como aquela que apresenta, grupos de jovens de 15 anos, com maior

severidade de cárie dentária.

A decomposição do Índice CPOD nos seus componentes (Cariado), (Perdido) e

(Obturado), permite-nos verificar que, dos 71% de jovens de 15 anos que já tiveram

experiência de cárie, 51% dos dentes permanentes estavam cariados, 11% foram

perdidos devido a cárie e 38% estavam tratados, conforme se pode observar na

Figura 14.

45% 49% 54% 53%44%

56% 56% 51%

10%11%

8% 8%10%

14% 15%

45% 40% 38% 39%46%

30% 29%38%

11%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Cariados Perdidos Obturados

Figura 14: Percentagem de dentes permanente Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de 15 anos com índice CPOD> 0, por regiões

Por regiões de saúde, o Algarve e o Norte têm as melhores percentagens de dentes

tratados (46% e 45% respectivamente). As regiões com menos dentes tratados são a

Madeira e os Açores, com 29% e 30%, respectivamente. Estas diferenças são

estatisticamente significativas.

Aos 15 anos, as regiões com maior percentagem de dentes perdidos devido a cárie

são a Madeira e os Açores (15% e 14%, respectivamente), tal como as que

apresentam mais dentes cariados.

Page 44: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 34

Doença periodontal aos 12 e aos 15 anos de idade

A prevalência da doença periodontal foi avaliada através do Índice Comunitário

Periodontal (ICP) no grupo etário de 12 e de 15 anos, a partir do exame de seis

dentes: um em cada sextante – 16, 11, 26, 36, 31 e 46.

Este índice é apresentado sob a forma de taxa de prevalência e média de sextantes

afectados. A taxa de prevalência da doença periodontal corresponde à percentagem

de jovens com o índice mais elevado na condição observada, isto é, com gengiva

saudável, com hemorragia à sondagem e com cálculo.

A média de sextantes afectados corresponde ao número de dentes observados com

a condição em causa ou mais alta, por indivíduo.29

O resultado do estudo do ICP, aos 12 e aos 15 anos, está expresso no Quadro 12.

Quadro 12: Índice Comunitário Periodontal, aos 12 e aos 15 anos de idade

ICP aos 12 anos ICP aos15 anos Condição periodontal/ Grupo etário Prevalência

(%) Média de sextantes

Prevalência (%)

Média de sextantes

Gengiva saudável ICP 0 29% 3,2 22% 3,0 Hemorragia à sondagem ICP 1 36% 2,8 27% 3,0 Cálculo ICP 2 36% 0,9 52% 1,2

Aos 12 e 15 anos, a prevalência da doença periodontal é de cerca de 70% e 80% e,

a média de sextantes saudáveis é de 3,2 e 3,0 respectivamente.

3 3

1,20,9

2,83,2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

Gengiva saudável Hemorragia à sondagem Cálculo

12 Anos. N.º médio de sextantes 15 Anos. N.º médio de sextantes

Figura 15: Número médio de sextantes com doença periodontal, aos 12 e 15 anos

À medida que se sobe no grupo etário, acentua-se a gravidade da doença

periodontal. Aos 12 anos, 36% dos jovens têm, cerca de um sextante, com cálculo e,

aos 15 anos, 52% apresentam, mais de um sextante, com essa condição.

Page 45: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 35

Por regiões de saúde, a condição periodontal é muito variável aos 12 e aos 15

anos.

Quadro 13: Prevalência de doença periodontal, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Prevalência Média de Sextantes Condição periodontal/Região de Saúde

ICP 0 ICP 1 ICP 2 Saudáveis Hemorragia Cálculo

Norte 0%* 58%* 42% 0,7** 5,2** 0,7** Centro 52%* 14%* 33% 5,1** 0,9** 0,6** Lisboa e Vale do Tejo 40%* 42% 18%* 4,8** 1,2** 0,3** Alentejo 0%* 86%* 14%* 1,1** 4,9** 0,2** Algarve 57%* 28% 16% 4,0** 2,0** 0,7** Açores 36% 2%* 62%* 3,5** 2,5** 2,1** Madeira 19%* 8%* 74%* 3,4 2,6** 1,9**

Total 29% 36% 36% 3,2 2,8 0,9 *|z|<5% **t<5%

Aos 12 anos, a região do Algarve, com 57%, detém a melhor percentagem de jovens

com gengivas saudáveis, seguida da região Centro com 52%.

A hemorragia gengival afecta 86% dos jovens do Alentejo e o cálculo atinge, na

Madeira e nos Açores, 74% e 62% dos adolescentes, respectivamente.

O número médio de sextantes saudáveis é maior na região Centro (5,1). Os Açores e

a Madeira apresentam o maior número de dentes com cálculo por indivíduo (2,1 e

1,9, respectivamente). Face às médias nacionais, as diferenças são estatisticamente

significativas.

Quadro 14: Prevalência da doença periodontal, aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Prevalência Média de Sextantes Condição periodontal/Região de Saúde

ICP 0 ICP 1 ICP 2 Saudáveis Hemorragia Cálculo

Norte 0%* 30% 70%* 0,7** 5,3** 1,4** Centro 48%* 9%* 43%* 5,0** 1,0** 0,7** Lisboa e Vale do Tejo 32%* 36%* 32%* 4,2** 1,7** 0,6** Alentejo 2%* 67%* 32%* 1,6** 4,4** 0,4** Algarve 29% 34% 38%* 2,9 3,1 1,1** Açores 10%* 6%* 84%* 3,3** 2,7** 2,2** Madeira 27% 5%* 68%* 3,1 2,9 2,3**

Total 22% 27% 52% 3,0 3,0 1,2 *z<5% **t<5%

Aos 15 anos, a região Centro, com 48%, destaca-se por ter a menor prevalência de

doença periodontal e o maior número de sextantes saudáveis (5,0). Os Açores e a

Madeira detêm a maior prevalência de jovens com doença periodontal (84% e 68%)

e o maior número de dentes com cálculo (2,2 e 2,3, respectivamente).

Page 46: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 36

Comparámos depois a prevalência da doença periodontal e a média de sextantes

afectados, nos dois grupo etários. Os resultados encontram-se representados nas

Figuras 16 e 17.

48%

52%

32% 40

%

29%

57%

27% 36

%

10% 19

%30%

58%

9%

14%

36%

42%

67% 86

% 34%

28%

70%

42%

43% 33

%

32% 18

%

32%

14%

38%

16%

68% 62

%

84% 74

%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

Norte Centro Lisboa e V.Tejo

Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

ICP0 ICP1 ICP2

Figura 16: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

Verificámos que, dos 12 para os 15 anos, há um aumento da prevalência da doença

e do número médio de sextantes com cálculo.

0,7

0,7

5,1 5

4,8

4,2

1,1 1,

6

4,0

2,9 3,

5

3,3

3,4

3,1

5,2

5,3

0,9 1

1,2

1,7

4,9 4,

4

2,0

3,1 2,

5

2,7

2,6

2,9

0,7 1,

4

0,6 0,7

0,3 0,6

0,2 0,4 0,7 1,

1 2,1 2,2

1,9 2,

3

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

12Anos

15Anos

Norte Centro Lisboa e V. Tejo Alentejo Algarve R.A. Açores R.A. Madeira

Saudável Hemorragia Calculo

Figura 17: Média de sextantes com doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

As diferenças observadas entre as regiões são, estatisticamente, significativas,

quando comparadas com a média nacional.

Page 47: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 37

Fluorose dentária

A avaliação da fluorose dentária foi feita através do Índice de Dean, aos 6, 12 e 15

anos de idade. No Estudo Nacional, o estado do esmalte dentário das crianças

observadas, encontra-se descrito no Quadro 15.

Quadro 15: Índice de Dean por grupo etário

Da análise dos resultados verificámos que, a maior parte das crianças e dos jovens

não apresentavam alterações significativas dos seus dentes devido a flúor em

excesso. Aos 6, 12 e 15 anos, os dentes foram considerados “normais” para 87%,

76% e 79%, respectivamente. Nos mesmos grupos etários, entre os que

apresentavam algum grau de fluorose, esta foi encontrada no grau “duvidoso” em

7%, 14% e 13 % e, nos graus “leve e muito leve” em 4%, 7% e 6%, respectivamente.

A fluorose de grau “moderado” foi observada em 1% de cada grupo etário e de grau

“intenso” entre 0,1% e 0,2%.

87%

76%79%

14% 13%

4% 5%2% 3% 1%1% 1% 1%7%

2%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

6 anos 12 anos 15 anos

Normal Em dúvida Muito leve Leve Moderado Intenso

Figura 18: Percentagem de crianças com e sem fluorose, por grupo etário

6 Anos 12 Anos 15 Anos Índice de fluorose / Grupo etário

0 Normal 775 634 702 1 Em dúvida 61 118 116 2 Muito leve 16 35 41 3 Leve 18 25 12 4 Moderado 8 11 5 5 Intenso 1 1 0 8 Excluído 0 2 2 9 Não registado 11 11 7

Total 890 837 885

Page 48: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 38

O grupo etário dos 12 anos é o recomendado pela OMS para a avaliação do Índice

de Dean. No Quadro 16, avaliámos o peso relativo de cada categoria do índice, nas

várias regiões de saúde e o seu contributo para a percentagem a nível nacional.

Quadro 16: Índice de Dean aos 12 anos de idade por regiões de saúde

Normal Em duvida Muito leve

Leve Moderado Intenso Excluído Não registado

Região de

Saúde N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º %

Norte 87 10,4 24 2,9 4 0,5 8 1,0 1 0,1 0 0,0 0 0,0 3 0,4

Centro 92 11,0 5 0,6 1 0,1 4 0,5 1 0,1 0 0,0 0 0,0 2 0,2

Lisboa V Tejo 121 14,5 3 0,4 1 0,1 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,1

Alentejo 83 9,9 17 2,0 5 0,6 8 1,0 8 1,0 1 0,1 0 0,0 2 0,2

Algarve 129 15,4 0 0,0 4 0,5 2 0,2 1 0,1 0 0,0 0 0,0 2 0,2

Açores 25 3,0 58 6,9 13 1,6 3 0,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Madeira 97 11,6 11 1,3 7 0,8 0 0,0 0 0,0 0 0,0 2 0,2 1 0,1

Nacional 634 75,7 118 14,1 35 4,2 25 3,0 11 1,3 1 0,1 2 0,2 11 1,3

Da padronização do índice de Dean por regiões de saúde, verificámos, que os

Açores apresentavam a percentagem mais elevada de casos de fluorose “duvidosos”

(59%). O grau “muito leve a intenso”, observou-se maioritariamente, no Alentejo

(17%) e nos Açores (16%). Na região de Lisboa e Vale do Tejo, apenas, 1% dos

jovens, apresentavam fluorose “muito leve”.

69%

19%

5%

14%

59%

9%

14%

3% 4% 3%

13%

6% 4%6%

4%6%

3% 3%6%

25%

82%

93%

67%

96%

88%

76%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Normal Em duvida Muito leve Leve Moderado Intenso

Figura 19: Percentagem de crianças com e sem fluorose, aos 12 anos, por regiões de saúde

Page 49: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 39

Medidas de Redução do Risco de Doenças Orais

Os fluoretos e os selantes de fissura são medidas de redução do risco, com uma

longa história na prevenção da cárie dentária.

Os fluoretos, sob as mais diversas formas, são, reconhecidamente, a componente

central de uma estratégia de prevenção da cárie dentária.

Os selantes de fissura, quando aplicados correctamente, são eficazes na prevenção

das lesões de cárie que se localizam nas superfícies oclusais dos dentes molares e

pré-molares.

Selantes de fissura na dentição permanente

Em Portugal, desde 1990 até 2005, a aplicação de selantes de fissura em 1.ºs e 2.ºs

molares permanentes foi uma das estratégias recomendadas. Assim, era importante

avaliar a sua implementação, especialmente aos 12 e aos 15 anos, para melhor

compreendermos a influência dos selantes de fissura na prevalência da doença,

nestes grupos etários.

Aos 6, 12 e 15 anos de idade, a maior parte das crianças e dos jovens não tinham

dentes com selantes de fissura aplicados (97%, 62% e 80%, respectivamente).

97%

62%

80%

5%

5%

6%

3%

6%

2%10%

3%6% 3%4% 3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

6 anos 12 anos 15 anossem selantes 1 dente selado 2 d.c/selantes 3 d. c/selantes4 d. c/selantes 5 a 8 d.c/selantes 9 ou + d. c/selantes

Figura 20: Percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de idade

O número de dentes com evidência clínica de selantes de fissura aplicados variou

entre 1 e 16.

Page 50: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 40

Quadro 17: Número e percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos

6 Anos 12 Anos 15 Anos Selantes fissura/Grupo etário N.º % N.º % N.º %

Crianças sem dentes selados 867 97 518 62 710 80

Crianças com 1 ou mais dentes selados 5 1 43 5 47 5

Crianças com 2 dentes selados 9 1 53 6 30 3

Crianças com 3 dentes selados 3 0 54 6 19 2

Crianças com 4 dentes selados 6 1 86 10 23 3

Crianças com 5 a 8 dentes selados 0 0 51 6 27 3

Crianças com 9 ou mais dentes selados 0 0 32 4 29 3

Total 890 100 837 100 885 100

No grupo de crianças com 6 anos, a percentagem das que tinham selantes era de

3%, e neste subgrupo, a média de dentes selados era de 2,4, o que era expectável

dado a maioria das crianças não ter 1.ºs molares permanentes erupcionados. No

grupo de 12 anos e de 15 anos, 38% e 20% dos jovens tinham selantes, sendo

nestes subgrupos, a média de dentes selados de 4,2 e 4,4, respectivamente. Quadro 18: Média dentes com selantes no subgrupo com dentes selados, aos 6, 12 e 15 anos

Média de dentes c/ selantes fissura /Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos

N.º de crianças com dentes selados 23 319 175

N.º de selantes aplicados 56 1339 764

Média de selantes/criança 2,4 4,2 4,4

Por regiões de saúde, o número médio de dentes com selantes, em cada um dos

grupos etários, tem variações significativas, especialmente nos grupos etários de 12

e de 15 anos e revela o investimento feito pelos serviços, o qual é, obviamente,

muitas vezes condicionado pelas disponibilidade de recursos técnicos e humanos. Quadro 19: Média de dentes com selantes aos 6, 12 e 15 anos de idade, por regiões de saúde

6 Anos 12 Anos 15 Anos Média de dentes selados/ Região de Saúde Média

Grupo Média

Subgrupo Média Grupo

Média Subgrupo

Média Grupo

Média Subgrupo

Norte 0,10* 2,6 1,30* 4,1 0,45* 3,2

Centro 0,02* 2,0 1,50 3,7 0,65* 4,0

Lisboa e Vale do Tejo 0,02* 1,5 2,19* 5,3 1,42* 5,0

Alentejo 0,10* 3,0 0,44* 2,8 0,58* 4,3

Algarve 0,04 2,0 2,15* 4,2 0,90 4,5

Açores 0,01* 1,0 1,09* 4 0,63* 4,3

Madeira 0,14* 2,7 2,37* 4,2 1,36* 4,4

Nacional 0,06 2,4 1,60 4,2 0,86 4,4

Page 51: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 41

*p<5%

1,30 1,50

2,19

0,44

2,15

1,09

2,37

1,60

0,450,65

1,42

0,58

0,90

0,63

1,36

0,86

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

Norte Centro Lisboa vTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 21: Número médio de selantes aplicados em cada grupo etário, por regiões

Globalmente, as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e da Madeira apresentavam maior

número de dentes selados por criança, quer aos 12 anos (2,19 e 2,37), quer aos 15

anos (1,42 e 1,36). A região do Alentejo apresentava a média mais baixa de dentes

com selantes, especialmente aos 12 anos (0,44). Estas diferenças são

estatisticamente significativas.

Nos subgrupos com dentes selados as variações regionais não apresentavam

diferenças tão marcadas, mantendo-se Lisboa e Vale do Tejo como a região onde os

jovens de12 e 15 anos tinham mais selantes aplicados.

2,6 2,0 1,53,0

2,01,0

2,7 2,4

4,13,7 5,3 2,8 4,2

4,0

4,2 4,2

3,24,0

5,0

4,34,5

4,3

4,4 4,4

0

2

4

6

8

10

12

14

Norte Centro Lisboa e Vale doTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

6 Anos 12 Anos 15 Anos

Figura 22: Média de selantes nos subgrupos com selantes aplicados, por regiões

Page 52: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 42

Suplementos de fluoretos usados pelas crianças e jovens

A utilização do dentífrico fluoretado constitui um benefício para a saúde oral,

claramente evidenciado na investigação científica. No entanto, outros produtos

contendo flúor, nomeadamente, comprimidos e solução para bochechar são

preconizados e utilizados em programas comunitários.

No Estudo Nacional a utilização dos suplementos fluoretados foi analisada a partir

das respostas dos jovens a uma pergunta directa, incluída no Questionário de

Avaliação de Conhecimentos e Comportamentos.

Quadro 20: Suplementos de fluoretos usados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Suplementos de fluoretos /Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos

Comprimidos de flúor 241 0 0 Soluções para bochecho fluoretado 33 159 193 Outros produtos 0 33 36 Não utiliza 605 0 0 Não respondeu 1 485 521

Total 890 837 885

A percentagem de crianças que referem fazer suplementos de fluoretos varia

segundo o grupo etário e o tipo de produto.

Aos 6 anos de idade, 27% das crianças dizem tomar regularmente comprimidos de

fluoreto e, 4% refere fazer bochecho fluoretado.

Aos 12 e 15 anos, 19% e 22%, respectivamente, referem usar uma solução

fluoretada para bochecho.

4%

27%

4%

19%

4%

22%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

Comprimidos de f luoretos Solução f luoretada Outros produtos

6 Anos 12 Anos 15 Anos

Figura 23: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos que utilizavam suplementos de fluoreto

Page 53: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 43

Por regiões de saúde, a Madeira é aquela onde os suplementos de fluoretos, sob a

forma de comprimidos e bochechos, são feitos por mais crianças aos 6 anos (30% e

36% respectivamente). A região do Algarve, do Alentejo e de Lisboa e Vale do Tejo

são aquelas onde o bochecho fluoretado é feito por mais jovens de 12 e 15 anos.

Globalmente a utilização de suplementos fluoretados é baixa.

Quadro 21: Suplementos de fluoretos utilizados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos, por regiões

6 Anos 12 Anos 15 Anos Suplementos de fluoretos/ Região de Saúde Comprimidos Soluto Soluto Soluto

Norte 40 17% 2 6% 17 11% 21 11%

Centro 34 14% 1 3% 16 10% 32 17%

Lisboa e Vale do Tejo 58 24% 3 9% 29 18% 28 15%

Alentejo 15 6% 6 18% 28 18% 30 16%

Algarve 11 5% 7 21% 28 18% 36 19%

Açores 10 4% 2 6% 20 13% 19 10%

Madeira 73 30% 12 36% 21 13% 27 14%

Nacional 241 100% 33 100% 159 100% 193 100%

Page 54: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 44

Page 55: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 45

Promoção da Saúde

A capacitação dos cidadãos para a gestão da sua saúde passa, para além da

informação adequada sobre saúde, por ambientes de suporte à mudança e pelo

reforço do papel da comunidade na assumpção de estilos de vida saudáveis.

Os programas de promoção da saúde são efectivos quando desenvolvem uma

abordagem holística da saúde e do bem-estar.

A avaliação dos processos e dos resultados é indispensável para aferirmos da

efectividade das intervenções e da adequação dos programas.

Jovens saudáveis e informados reduzem, a médio prazo, as desigualdades sociais e

contribuem para a saúde e o bem-estar das suas comunidades, a longo prazo.

Conhecimentos e comportamentos relacionados com saúde oral

Em Portugal, os programas de saúde oral têm, desde sempre, dado a maior

importância à higiene oral e à promoção de estilos de vida saudáveis.

Em contexto comunitário o enfoque tem sido dado à responsabilização progressiva

das crianças e dos jovens num processo de empowerment das populações com a

sua saúde oral.

A escola, enquanto espaço de saúde, ideal para viver, aprender e trabalhar, tem

constituído um lugar privilegiado para a promoção da saúde oral.

As equipas de saúde escolar, em parceria com a comunidade educativa, têm

desenvolvido estratégias de educação para a saúde que reforçam a capacidade da

escola e da família na implementação da escovagem dos dentes, no uso do fio

dentário e na promoção de uma alimentação saudável.

Assim, tendo em conta as estratégias de promoção da saúde desenvolvidas e as

recomendações do Programa Nacional, neste Estudo fomos questionar em que

medida, os determinantes da saúde oral relacionados com comportamentos de

higiene oral e os conhecimentos de alimentação são, objectiva ou subjectivamente,

assumidos pelas crianças e pelos jovens.

Page 56: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 46

Escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade

A evidência científica é clara. A escovagem dos dentes com um dentífrico com flúor,

executada, pelo menos, duas vezes por dia é eficaz na prevenção da cárie dentária.

No Estudo Nacional a percentagem de crianças e de jovens de 6, 12 e 15 anos que

diziam «escovar os dentes duas ou mais vezes por dia» era de 50%, 67% e 69%,

respectivamente.

Quadro 22: Frequência da escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade

Escovagem dos dentes/ Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos

Duas ou mais vezes por dia 445 558 612

Uma vez por dia 210 184 183

Às vezes 206 89 79

Não escovo 27 3 8

Não respondeu 2 3 3

Total 890 837 885

À medida que o grupo etário sobe a percentagem de jovens que escovava os dentes

com mais frequência aumenta e, consequentemente a dos que não escovavam ou

escovavam poucas vezes, diminui.

50%

24% 23%

3%

67%

22%

11%

0%

69%

21%

9%

1%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2 ou + vezes/ dia 1 vez por dia Às vezes Não escovo

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 24: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que escovavam os dentes

Analisámos depois a frequência da escovagem dos dentes em cada um dos grupos

etários, segundo a região de saúde, conforme se pode observar nas Figuras 24, 25 e

26. Os quadros com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

Page 57: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 47

Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, as crianças que afirmavam escovar os

dentes com mais frequência (duas ou mais vezes por dia) eram as da Madeira (75%)

e, as que menos frequentemente a faziam residiam na região Centro (30%).

46%

30%

53%44%

51%43%

75%

50%

21%

10%

41%

15%

28%

30%

14%26%

55%

5%

39%

18% 26%

10%

23%

24%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa valeTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

2 ou + vezes/dia 1x dia Às vezes Não escova

Figura 25: Percentagem de crianças com 6 anos que escovavam os dentes por regiões

Por regiões de saúde, aos 12 anos de idade, Lisboa e Vale do Tejo (73%) e o

Algarve (72%) eram aquelas, onde a escovagem dos dentes era realizada por maior

número de jovens.

54%66%

73% 69% 72% 69% 65% 67%

33%19%

20%

17%23%

20%20%

22%

13% 12%6%

14%5%

11% 14% 11%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa vTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

2 ou + vezes 1x dia Às vezes Não escova

Figura 26: Percentagem de jovens com 12 anos que escovavam os dentes por regiões

Page 58: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 48

Por regiões de saúde, aos 15 anos de idade, a percentagem de jovens que

escovava os dentes, duas ou mais vezes por dia, era de 69%, residindo 82% na

região de Lisboa e Vale do Tejo e 81% no Alentejo.

67%60%

82% 81%72%

52%

67% 69%

19%27%

14%10%

22%

35%

21%

13% 12%4%

9% 4% 13% 10%

21%

9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa vTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

2 ou + x dia 1x dia Às vezes Não escova

Figura 27: Percentagem de jovens com 15 anos, que escovavam os dentes, por regiões

Escovagem dos dentes ao deitar

A escovagem dos dentes, antes de deitar, é uma das actividades mais importantes

na prevenção da cárie dentária, na qual, assenta a estratégia de promoção da saúde

oral do Programa Nacional.

No Estudo Nacional, verificámos que aos 6, 12 e 15 anos, a percentagem de

crianças e jovens que referiu executar, sempre, a escovagem dos dentes antes de

deitar era de 35%, 51% e 45%, respectivamente.

Quadro 23: Frequência da escovagem dos dentes, antes de deitar, aos 6, 12 e 15 anos

Escovagem dos dentes ao deitar/

Grupo etário

6 Anos 12 Anos 15 Anos

Sempre 309 425 399 Muitas vezes 200 161 221 Poucas vezes 247 209 213 Nunca 132 38 49 Não respondeu 2 4 3

Total 890 837 885

Page 59: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 49

35%

23%

43%

51%

19%

30%

45%

25%

30%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sempre Muitas vezes Poucas/nenhumas vezes

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 28: Percentagem de crianças de 6, 12 e 15 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar

Analisámos depois a frequência da escovagem dos dentes antes de deitar em cada

um dos grupos etários, segundo a região de saúde, apresentando-se os resultados

nas Figuras 29, 30 e 31. Os quadros com os dados regionais são apresentados no

Anexo 6.

Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, as crianças que dizem escovar os

dentes ao deitar, sempre, são maioritariamente da Madeira (58%), dos Açores (46%)

e de Lisboa e Vale do Tejo (40%)

16% 20%

40%32% 28%

46%58%

32% 20%

29%

15% 25%

16%

16%

22%

52%59%

31%

53%47%

38%

25%

35%

43%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa valeTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Sempre Muitas vezes Poucas vezes ou nunca

Figura 29: Percentagem de crianças de 6 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar, por regiões

Page 60: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 50

Por regiões de saúde, aos 12 anos, os jovens das regiões do Algarve (57%) e de

Lisboa e Vale do Tejo (56%) eram os que diziam que escovavam os dentes, sempre,

antes de deitar, em maior percentagem.

49% 47%56%

50%57%

46% 47% 51%

17% 21%

24%

17%

19%

19% 19%19%

34% 30%20%

32%24%

34% 34% 30%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa ValeTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Sempre Muitas vezes Poucas ou Nenhumas vezes

Figura 30: Percentagem de jovens de 12 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Por regiões de saúde aos 15 anos de idade, o Alentejo (55%), Lisboa e Vale do

Tejo (51%) e o Norte (50%) eram aquelas onde a escovagem dos dentes era

realizada, sempre, antes de deitar, por maior número de jovens.

50% 45%51% 55%

41%30%

42%

19%21%

26% 21%

34%

27%

28%

32% 34%23% 25% 24%

42%

31%

45%

25%

30%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa ValeTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Sempre Muitas vezes Poucas ou nenhumas vezes

Figura 31: Percentagem de jovens de 15 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Page 61: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 51

Utilização do fio dentário aos 12 e 15 anos de idade

Os programas de saúde oral desenvolvidos e em curso em Portugal recomendam

que o fio dentário seja utilizado quando os jovens começam a ter destreza manual

para a sua manipulação, o que ocorre, por volta dos 9-10 anos.

No Estudo Nacional a frequência da utilização do fio dentário foi questionada,

apenas, nos grupos etários de 12 e 15 anos. Os jovens de 12 anos e de 15 anos

referiram utilizá-lo numa percentagem de 25% e 20%, respectivamente.

Quadro 24: Frequência da utilização do fio dentário pelos alunos de 12 e 15 anos de idade

Fio dentário / Grupo etário 12 Anos 15 Anos

Mais de uma vez por dia 36 22

Uma vez por dia 81 69

Algumas vezes por semana 55 56

Algumas vezes por mês 38 29

Não utiliza fio dentário 623 703

Não respondeu 4 6

Total 837 885

No entanto, com uma regularidade que possamos considerar eficaz, isto é, uma ou

mais vezes por dia, apenas, 14% e 10% dos jovens de 12 e 15 anos,

respectivamente, referiu utilizar o fio dentário.

4,5%

6,6%

9,7%

4,3%

3,3%

6,3%

7,8%

2,5%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

Mais de 1 vez/dia Uma vez/dia Algumasvezes/semana

Algumas vezes/mês

12 Anos 15 Anos

Figura 32: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam fio dentário

Page 62: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 52

Analisámos depois a frequência da utilização do fio dentário, nos grupos etários de

12 e 15 anos, segundo a região de saúde, conforme se pode observar na Figura 33.

Os quadros com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

Por regiões de saúde aos 12 anos de idade verificámos que, os jovens da região do

Algarve (18%) e de Lisboa e Vale do Tejo (17%) utilizavam o fio dentário numa

percentagem superior à média nacional. Neste grupo etário, o Alentejo (8%) situava-

se abaixo dessa referência. Aos 15 anos, os jovens do Algarve (14%) e da Madeira

(13%) utilizavam o fio dentário numa percentagem superior à média nacional. Aos 15

anos, o Norte (7%) situava-se abaixo dessa referência.

8%

14%15%

12%

18%17%

13%13% 13%14%

7%

9%10% 10% 10% 10%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

14%

16%

18%

20%

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

12 Anos 15 Anos

Figura 33: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam o fio dentário, uma ou mais vezes por dia, por regiões de saúde

Comparativamente, a frequência da utilização do fio dentário dos 12 para os 15 anos

baixa em termos nacionais e, em todas as regiões de saúde, com excepção da

região Alentejo, onde esse valor aumenta, situando-se aos 15 anos dentro da média

nacional do grupo.

Page 63: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 53

Fontes de aprendizagem da higiene oral

Ao longo do processo de crescimento e desenvolvimento as crianças vão adquirindo

conhecimentos e competências que as capacitam para o auto-cuidado, sendo muito

diversificadas as fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes e as motivações

para a sua prática regular.

No Estudo Nacional as principais fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes,

nos grupos etários de 6, 12 e 15 anos foram ‘a casa’ (68%, 60% e 57%) e depois ‘a

escola’ (20%, 18% e 16%, respectivamente).

Quadro 25: Fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes dos alunos de 6, 12 e 15 anos

Aprendizagem da escovagem dos dentes/ Grupo etário

6 Anos

12 Anos 15 Anos

Em casa 586 501 500 Na escola 160 151 144 No Centro de Saúde 8 18 18 No consultório do dentista 17 50 83 Em revistas ou jornais 0 1 3 Em programas de TV/rádio 0 2 4 Nas embalagens de dentífricos e escovas 0 2 1 Não me ensinaram 0 30 54 Não me lembro 108 81 77 Não respondeu 11 1 1

Total 890 837 885

2%1%

20%

68%

1%6%

2%

18%

60%57%

16%

2%

9%

1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Casa Escola Centro Saúde Consultório Outras fontes

6 anos 12 anos 15 anos

Figura 34: Fontes de aprendizagem da escovagem, segundo os alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Page 64: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 54

Analisámos depois as fontes de aprendizagem ao longo do ciclo de vida, segundo a

região de saúde, conforme se pode observar nas Figuras 35, 36 e 37. Os quadros

com os dados regionais são apresentados no Anexo 6.

Por regiões de saúde, aos 6 anos de idade, há diferenças significativas,

destacando-se a Madeira como a região onde, mais crianças aprendem as técnicas

da higiene oral na ‘escola’.

66% 65%

77%

55%66%

80%

52%

66%

8%20%

22%

14%

5%

7%

47%6%

3%17%

11%

29% 27%

11% 13%

18%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Em casa Na escola Centro Saúde Consultório Não lembro/não responde

Figura 35: Fontes de aprendizagem da escovagem nas crianças de 6 anos por regiões

Por regiões de saúde, aos 12 anos, a casa, era a principal fonte de ensino da

escovagem dos dentes, especialmente na região dos Açores. Os jovens da Madeira

e do Alentejo eram os que referiram, com mais frequência, o meio escolar, como

fonte de educação para a saúde oral.

59% 64% 62% 59% 54%69%

56% 60%

9%

15%13%

26%

20%

8% 33%18%

8%8%

6% 10% 11% 6%21%

13% 14% 11% 12% 13% 9% 13%3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Em casa Na escola Centro Saúde consultório outras fontes não se lembra

Figura 36: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 12 anos, por regiões

Page 65: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 55

Por regiões de saúde, aos 15 anos os jovens ainda recordavam que aprenderam a

escovar os dentes em casa, com variações regionais significativas, continuando a

destacar-se a ‘escola’ como uma fonte de aprendizagem importante, na região da

Madeira.

59% 54%60%

52%60%

68%

45%

13%10%

18%22% 13%

7%

31%

5%9%11%

12%11%

8%

10%9%

18% 21%

8% 13% 18% 16%10% 15%

56%

16%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa VTejo

Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Em casa Na escola Centro Saúde Consultório Outras fontes Não se lembra

Figura 37: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 15 anos, por regiões

Page 66: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 56

Hábitos alimentares dos jovens de 12 e 15 anos de idade

O comportamento alimentar dos jovens é alvo frequente de investigação já que, tem

um impacto significativo no desenvolvimento das doenças crónicas, entre elas, as

doenças orais. No contexto do Estudo Nacional fomos avaliar aspectos particulares

da alimentação com uma evidente correlação com a saúde oral. Por isso, o inquérito

alimentar foi dirigido à frequência com que os alimentos saudáveis e os

potencialmente cariogénicos são ingeridos.

Quadro 26: Frequência da ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade Nunca 1-2 Vezes

/Semana 3 ou mais vezes

/Semana Ingestão de alimentos / Grupo etário

12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A

Pastéis e bolos de pastelaria 18% 12% 60% 60% 19% 28% Sobremesas doces 28% 25% 55% 57% 13% 16% Bolachas ou pão c/chocolate 24% 21% 49% 49% 25% 30% Chocolates 15% 12% 54% 51% 30% 35% Caramelos, rebuçados ou gomas 21% 24% 46% 45% 31% 31% Compotas doces ou mel 60% 57% 27% 30% 9% 11% Leite achocolatado 19% 22% 31% 27% 47% 49% Leite 7% 7% 14% 12% 77% 79% Fruta 4% 4% 21% 21% 72% 73% Refrigerantes com gás 20% 18% 42% 35% 36% 46% Sumos naturais 11% 12% 38% 38% 48% 48% Cerveja 90% 80% 3% 12% 1% 5% Vinho 92% 92% 1% 3% 0% 1%

Nun

ca Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes 3

ou +

vez

es

3 ou

+ v

ezes

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Past

éis

e bo

los

depa

stel

aria

Sobr

emes

as d

oces

Bola

chas

ou

pão

c/ch

ocol

ate

Cho

cola

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Car

amel

os,

rebu

çado

s ou

gom

as

Com

pota

s do

ces

ou m

el

Leite

ach

ocol

atad

o

Leite

Frut

a

Ref

riger

ante

s co

mgá

s

Sum

os n

atur

ais

Cer

veja

Vinh

o

Figura 38: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 anos de idade

Page 67: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 57

Aos 12 e aos 15 anos os alimentos mais frequentemente ingeridos pelos jovens

eram o leite (90%), a fruta (93%) e os sumos naturais (86%). Em ambos os grupos

etários, mais de 75% dos jovens comia, uma ou mais vezes por semana, bolachas

(74%), rebuçados e gomas (77%) e bebia leite achocolatado (78%) e refrigerantes

com gás (78%). Também faziam parte da sua dieta semanal os chocolates (85%) e

os bolos de pastelaria (80%). As bebidas alcoólicas, como vinho e cerveja,

praticamente, não entravam na alimentação dos jovens de 12 anos, mas aos 15

anos, a cerveja era bebida, uma ou mais vezes por semana, por 17% dos jovens.

Nun

ca Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca

Nun

ca Nun

ca

1-2

veze

s 1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

1-2

veze

s

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes 3 ou

+ v

ezes

3 ou

+ v

ezes

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Pas

téis

e b

olos

de

past

elar

ia

Sob

rem

esas

doc

es

Bol

acha

s ou

pão

c/ch

ocol

ate

Cho

cola

tes

Car

amel

os,

rebu

çado

s ou

gom

as

Com

pota

s do

ces

ou m

el

Leite

ach

ocol

atad

o

Leite

Frut

a

Ref

riger

ante

s co

mgá

s

Sum

os n

atur

ais

Cer

veja

Vin

ho

Figura 39: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 15 anos de idade

Dos 12 para os 15 anos mantinha-se o consumo de caramelos, leite e fruta e

aumentava o consumo de refrigerantes com gás.

21% 24%

46% 45%

31% 31%

7% 7%14% 12%

77% 79%

4% 4%

21% 21%

72% 73%

20% 18%

42%35% 36%

46%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Nunca Nunca 1-2 vezes 1-2 vezes 3 ou + vezes 3 ou + vezes

12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A

Caramelos.Gomas Leite Fruta Refrigerantes c/ gás

Figura 40: Comparação da ingestão de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Page 68: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 58

Page 69: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 59

Qualidade de vida em saúde oral

O conceito de qualidade de vida é subjectivo. Está relacionado com os efeitos

percebidos, pelo indivíduo, sobre o impacto do seu estado de saúde na sua

capacidade para se sentir bem consigo e com os outros. A avaliação da qualidade

de vida incorpora, por isso, aspectos positivos e negativos do bem-estar.

As dimensões da qualidade de vida mais estudadas são as limitações funcionais,

escolares e sociais. O impacto provocado pela doença ou pelos tratamentos pode

ser analisado a partir da autopercepção da doença na funcionalidade, ao nível do

trabalho, da escola, das relações familiares, no usufruir das férias e do lazer.30

A OMS recomenda a avaliação da qualidade de vida em saúde oral a partir dos 12-

14 anos. No Estudo Nacional utilizámos algumas questões do Questionário OHIP

(Oral Health Impact Profile)31, na sua versão reduzida, tendo por base as dimensões

da escala relacionadas com as limitações funcionais, escolares e sociais.

Limitações funcionais devido a problemas orais

As doenças orais podem afectar os jovens do ponto de vista físico e psicológico,

mas, também, podem influenciar a forma como crescem, vivem a vida, falam,

socializam e se sentem consigo e com os outros.

Esta dimensão é definida como a experiência de dor ou desconforto, percebida pelos

indivíduos, em actividades do dia-a-dia tais como, comer, escovar os dentes e/ou

ingerir alimentos quentes ou frios.

Quadro 27: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos

12 Anos 15 Anos Dor de dentes/ Grupo etário n.º % n.º %

Sim 294 35,1% 367 41,5%

Não 542 64,8% 517 58,4%

Não responde 1 0,1% 1 0,1%

Total 837 100,0% 885 100,0%

No Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a percentagem de jovens de

12 e 15 anos que referiu ter tido dor de dentes, ao escovar, ao comer ou beber

alimentos quentes ou frios, nos últimos 6 meses era de 35% e 42%,

respectivamente.

Page 70: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 60

Nos grupos etários avaliados a cárie dentária severa afectava um número limitado de

jovens pelo que, a maior parte, não referiu limitações escolares nem familiares.

Limitações escolares devido a problemas orais

Os problemas orais, como dor de dentes ou outros, podem, afectar ou não, o

desempenho das actividades escolares dos jovens. Quando este elemento interfere

com as actividades escolares está, claramente, a interferir com as aprendizagens.

No Estudo Nacional avaliámos a frequência com que os problemas da boca e dos

dentes afectaram as actividades escolares dos alunos de 12 e de 15 anos referindo,

20% e 23% respectivamente, que a dor de dentes teve impacto na sua actividade

escolar.

Quadro 28: Perturbação da frequência da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos

12 anos 15 anos Actividade escolar/ Grupo etário n.º % n.º %

Sim 163 19,5 199 22,5

Não 134 16,0 170 19,2

Não responde 540 64,5 516 58,3

Total 837 100,0 885 100,0

Limitações sociais devido a problemas orais

Este indicador avalia, em que medida, os problemas orais restringem as actividades

sociais, nomeadamente, no relacionamento com a família, os amigos e outras

pessoas.

No Estudo Nacional, os protagonistas sociais considerados, foram a família, os

amigos, os professores e os vizinhos.

Família

Quadro 29: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos

12 anos 15 anos Perturbação da relação com a família/ Grupo etário n.º % n.º %

Sim 290 34,6 365 41,2

Não 547 65,4 520 58,8

Total 837 100,0 885 100,0

Aos 12 e 15 anos, 35% e 41% dos jovens, respectivamente, referiram que os seus

problemas orais perturbaram a sua relação com a família.

Page 71: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 61

Amigos

Aos 12 e 15 anos, 34% e 41% dos jovens, respectivamente, disseram que os seus

problemas orais perturbaram a relação com os amigos.

Quadro 30: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos

12 Anos 15 Anos Perturbação da relação com os amigos / Grupo etário N.º % N.º %

Sim 283 33,8% 359 40,6%

Não 554 66,2% 526 59,4%

Total 837 100,0% 885 100,0%

Outras Pessoas

Aos 12 e 15 anos, 33% e 40% dos jovens, relataram que os seus problemas orais

perturbaram a relação com os vizinhos, professores, etc.

Quadro 31: Perturbação da relação com outras pessoas segundo os jovens de 12 e 15 anos

12 Anos 15 Anos Perturbação da relação c/ outras pessoas / Grupo etário n.º % n.º %

Sim 279 33,3% 357 40,3%

Não 558 66,7% 528 59,7%

Total 837 100,0% 885 100,0%

Os impactos das perturbações escolares e sociais, aos 12 e 15 anos, devidas a

problemas orais encontram-se resumidos na Figura 41.

45% 46%57% 56%

63% 61%

75% 70%

30% 33%23% 25%

22% 24%

17%20%

21%19% 15% 15% 13% 14%

7% 8%2%

2%2% 2% 1% 2% 2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

12 anos 15 anos 12 anos 15 anos 12 anos 15 anos 12 anos 15 anos

Escola Familia Amigos Outros

Nunca Raras vezes Ás vezes Muitas Vezes Sempre

Figura 41: Limitações causadas pelos problemas de saúde oral na actividade escolar, na vida da família, nas relações com os amigos e com outros, aos 12 e 15 anos

Page 72: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 62

A qualidade de vida por grupo etário e por regiões de saúde encontra-se descrita nos

quadros apresentados no Anexo 6.

Page 73: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 63

Utilização dos serviços de saúde

A acessibilidade a cuidados de saúde oral é condicionada por motivos geográficos,

financeiros, estruturais ou mesmo pessoais. A periodicidade e os motivos da sua

utilização apresentam diferenças significativas, entre crianças e adultos, entre grupos

populacionais mais ou menos desfavorecidos e entre pessoas com e sem

deficiência.

Os resultados da avaliação destas condições dão-nos informação preciosa sobre a

disponibilidade dos recursos e a sua utilização e, reflectem o nível de

desenvolvimento e de educação de uma população ou de um grupo.

No Estudo Nacional avaliámos a acessibilidade, a regularidade e os motivos que

levam os jovens de 6, 12 e 15 anos à consulta com médico dentista ou com

higienista oral, durante o último ano.

Acessibilidade a consultas de saúde oral

Em Portugal o acesso a serviços de cuidados de saúde primários é universal e, a

prestação de cuidados medico-dentários para crianças e jovens iniciou-se no ano

2000, através de contratualização.

Quadro 32: Frequência da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 6, 12 e 15 anos

Consulta de saúde oral /Grupo etário 6 Anos 12 Anos 15 Anos

Frequentaram 331 713 756

Não frequentaram 559 124 129

Total 890 837 885

Aos 6 anos a percentagem de crianças que referiu ter ido, pelo menos a uma

consulta de saúde oral, no último ano, foi de 40% e, aos 12 e 15 anos foi de 85%.

37,2%

85,2% 85,4%

62,8%

14,8% 14,6%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

6 anos 12 anos 15 anos

Frequentaram Não frequentaram

Figura 42: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas no último ano

Page 74: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 64

Por regiões de saúde, as crianças de 6 anos que foram com menos frequência a

consultas médico-dentária eram as da Madeira (28%) e, com mais frequência, as do

Centro (46%). Aos 12 e 15 anos, não há diferenças regionais significativas, situando-

se entre 80% e 90% a percentagem de jovens que foi a, pelo menos uma consulta

no último ano. A acessibilidade a consultas de saúde oral, por grupo etário e por

regiões de saúde está descrita nos quadros apresentados no Anexo 6.

28%

42%

34%

43%

32%

46%

41%

83%87

%

91%

80%87

%

83%86

%

80%

83%87

%

84%87

%

88%

89%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Norte Centro Lisboa e V.Tejo

Alentejo Algarve R.A. Açores R.A.Madeira

6 Anos 12 anos 15 Anos

Figura 43: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consulta, por regiões

Periodicidade das consultas de saúde oral

A regularidade com que os jovens de 12 e 15 anos frequentaram as consultas com o

médico dentista ou com o higienista oral, no último ano, foi: mensal (6% e 9%),

trimestral (12% e 9%), semestral (21% e 13%) e anual (16% e 19%).

Quadro 33: Periodicidade com que os jovens de 12 e 15 anos foram à consulta de saúde oral

Periodicidade da consulta /Grupo etário 12 Anos 15 Anos

Mensal 54 6,5% 79 8,9% Trimestral 104 12,4% 84 9,5%

Semestral 173 20,7% 117 13,2% Anual 138 16,5% 169 19,1% Ocasional 242 28,9% 304 34,4% Não respondeu 126 15,1% 132 14,9%

Total 837 100% 885 100%

Page 75: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 65

Aos 12 e 15 anos, 70% e 65% dos jovens, frequentaram as consultas de saúde oral,

mais do que uma vez por ano.

28,9%

16,5%

20,7%

12,4%

6,5%

8,9% 9,5%

13,2%

19,1%

34,4%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional

12 Anos 15 Anos

Figura 44: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que frequentaram consultas de saúde oral

Por regiões de saúde, excluindo os 15% de jovens que não respondeu ou não

frequentou as consultas de saúde oral, há variações significativas entre os dois

grupos etários, destacando-se a Madeira e o Centro por efectuarem mais consultas,

especialmente, no grupo etário dos 12 anos. A periodicidade a consultas por grupo

etário e por regiões de saúde está descrita nos quadros apresentados no Anexo 6.

53%

22%

54%

21%

44%

17%

42%

18%

44%

28% 43

%

32% 48

%

21%

13%

41%

19%

42%

22%

37%

17%

46%

20%

32% 22

%

31%

24%

30%

34%

37% 27

%

38%

34%

46% 42% 36%

37%

40%

36%

38% 28

%

49% 34

%

40%

22%

47%

19%

37%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

Norte Centro LVT Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Uma vez/ano Mais de 1 vez/ano Ocasional

Figura 45: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos que frequentaram consultas de saúde oral, por regiões de saúde

Page 76: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 66

Motivos das consultas de saúde oral

As razões para frequentar uma consulta de saúde oral são diversas.

Nesta avaliação pretendemos identificar se, as razões são, predominantemente, para

vigilância regular da boca e dos dentes, para tratamentos de rotina ou de

emergência ou, ainda, para cuidados preventivos.

No Estudo Nacional os motivos apontados pelos jovens de 12 e de 15 anos foram,

genericamente, para vigilância da boca e dos dentes (56% e 39%) e para

tratamentos dentários (22% e 36%, respectivamente)

Quadro 34: Motivos da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 12 e 15 anos

Consulta de saúde oral /Grupo etário 12 Anos 15 Anos

Vigilância 465 349

Rotina (ortodôncia) 46 69

Tratamentos dentários 180 321

Outra razão 15 17

Não frequentou 131 129

Total 837 885

Nos grupos etários de 12 e 15 anos, apenas 15% dos jovens não frequentaram as

consultas no médico dentista ou no higienista oral.

56%

6%

22%

8%

36%39%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Vigilância Tratamentos dentários Rotina (ortodoncia)

12 Anos 15 Anos

Figura 46: Principais motivos da ida a consulta de saúde oral pelos jovens de 12 e 15 anos

Page 77: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 67

Por regiões de saúde, há diferenças regionais significativas. Aos 12 anos os jovens,

foram à consulta para vigilância da boca, especialmente na Madeira, no Algarve e

em Lisboa e Vale do Tejo e, aos 15 anos, foram com mais frequência para

tratamentos dentários na Madeira, no Centro e no Alentejo. 62

%

46%

65%

37%

69%

50% 55%

42%

70%

53%

70%

59% 70

%

40%

27%

41%

28%

49%

23%

37% 34

%

45%

24%

38%

23%

32% 19

%

54%

46%

66%

25%

42%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

Norte Centro LVT Alentejo Algarve Açores Madeira Nacional

Vigilância Tratamento Ortodôncia

Figura 47: Motivos da consulta dos jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Page 78: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 68

Page 79: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 69

Percepção do estado de saúde oral

O self é um complexo sistema de constructos que tem propiciado a existência de um

conjunto de termos empregues indiscriminadamente e gerando ambiguidades. Sem

nos querermos deter sobre as diferentes terminologias do self, diremos apenas que

com a autopercepção pretendíamos saber como é que os jovens de 12 e 15 anos

avaliam, por si próprios, o estado de saúde da sua boca e dos seus dentes.

Quadro 35: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 e 15 anos

12 Anos 15 Anos Percepção da saúde/ Grupo etário N.º % N.º %

Muito bom 53 6,3% 47 5,3%

Bom 322 38,5% 295 33,3%

Razoável 410 49,0% 457 51,6%

Mau 40 4,8% 71 8,0%

Muito mau 9 1,1% 11 1,2%

Não responde 3 0,4% 4 0,5%

Total 837 100,0% 885 100,0%

Pela análise dos resultados do Estudo Nacional concluímos que os jovens

portugueses tinham uma imagem positiva da sua saúde oral. Aos 12 e 15 anos, 39%

e 45% dos jovens consideravam o estado da sua boca e dentes ‘bom ou muito bom’.

Nos mesmos grupos etários, apenas 6% e 9% consideravam ‘má ou muito má’ a

saúde da sua boca.

Muito bom Muito bom

BomBom

RazoávelRazoável

Mau Mau

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

12 Anos 15 Anos

Figura 48: Autopercepção do estado de saúde oral aos 12 e 15 anos

Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve tinham a maior

percentagem de jovens com 12 anos que considerava a sua saúde oral ‘boa ou

Page 80: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 70

muito boa’ e a Madeira a taxa mais baixa. Aos 15 anos de idade, a percentagem de

jovens com pior percepção da sua saúde oral pertencia à região Norte, Algarve e

Madeira.

Bom

Bom

Bom Bom Bo

m

Bom

Bom

Bom Bo

m

Bom

Bom

Bom Bo

m

Bom

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

Raz

oáve

l

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

12anos

15anos

Norte Centro Lisboa V Tejo Alentejo Algarve Açores Madeira

Muito bom Bom Razoável Mau Muito mau

Figura 49: Percepção do estado de saúde oral segundo os jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Page 81: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 71

Discussão e conclusões Os Estudos Nacionais realizados em 2000 e 2005/6 visaram constituir-se como um

referencial sobre a saúde oral das crianças e dos jovens portugueses dos grupos

etários de 6, 12 e 15 anos.

O primeiro, realizado no ano 2000, fez o diagnóstico de situação da prevalência da

cárie dentária na população escolarizada, enquanto que, o actual, aprofunda e

alarga a investigação à prevalência de outras doenças orais e a alguns dos seus

determinantes.

Estes estudos nacionais permitem-nos monitorizar a tendência evolutiva dos

problemas orais e dos factores de risco que lhe estão associados. Para isso, em

ambos os Estudos utilizámos amostras representativas das populações em análise,

critérios de diagnóstico padronizados e observadores calibrados.

A metodologia cumpriu, integralmente, as recomendações do manual da OMS (Oral

Health Survey, 1997) – desde o desenho da investigação, ao tratamento e à

apresentação dos resultados.

Para a realização do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2005/6

(ENPDO) seleccionámos uma amostra aleatória de crianças e jovens, estratificada

por idade, representativa dos grupos etários de 6, 12 e 15 anos, com uma

distribuição homogénea por género e por regiões de saúde (Norte, Centro, Lisboa e

Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira). A amostra que excedeu em 105

unidades o número estimado foi trabalhada, estatisticamente, a um nível de

confiança de 95%, sendo o erro amostral de 4,5%.

O nível de concordância intra e inter-observadores, obtido antes da colheita de

dados para o ENPDO, foi de 92,8% e de 88,9%, respectivamente, o que nos permite

garantir a fiabilidade e a comparabilidade dos dados recolhidos pelas sete equipas

de observadores, assim como com outros estudos internacionais que utilizaram a

mesma metodologia.

Com os resultados do Estudo pretende-se em primeiro lugar, dar resposta aos

objectivos com que o mesmo foi conceptualizado e, em segundo lugar, monitorizar

os indicadores dos programas de saúde oral em curso em Portugal.

Page 82: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 72

Ter saúde oral é muito mais do que ter dentes sãos. É ter práticas de higiene oral

adequadas, comportamentos alimentares saudáveis e é ter qualidade de vida.

Nos últimos 20 anos a saúde oral das crianças e dos jovens portugueses tem

melhorado visivelmente. No entanto para além da saúde, hoje, as pessoas

preocupam-se com o impacto dos problemas orais na sua funcionalidade e no

exercício da cidadania.

O ENPDO 2005/6 deu-nos um diagnóstico de situação da saúde oral, com

informação quantitativa, nomeadamente, sobre o peso das doenças orais e a

implementação das medidas de redução do risco e dados qualitativos sobre o nível

dos conhecimentos e comportamentos dos jovens que as podem influenciar. Por

isso, poderá constituir um instrumento para a definição de metas e políticas de saúde

oral com vista à sua melhoria.

A investigação científica actual vem alertando para a polarização dos problemas de

saúde em grupos de risco, para a importância dos ambientes específicos e dos

comportamentos sociais, bem como para a acessibilidade a cuidados de saúde,

como factores determinantes da prevalência e da gravidade das doenças,

designadamente, das doenças orais.

Na discussão dos resultados vamos destacar os indicadores de saúde oral e o

impacto dos programas desenvolvidos em Portugal, os quais, privilegiaram sempre

as estratégias de promoção da saúde e de prevenção das doenças orais. Os dados

obtidos serão ainda analisados, tendo em conta um percurso realizado, as

orientações produzidas, os grupos etários em causa e as variações entre regiões.

Os valores médios nacionais serão ainda comparados com as metas que a OMS

preconiza para a região Europeia para o ano de 2020.32,1

Saúde oral

No Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a ausência de doença em

ambas as dentições foi avaliada através da percentagem de crianças livres de cárie.

Da análise dos resultados, verificámos que a percentagem de crianças livres de cárie

aos 6 anos era de 51%, aos 12 anos de 44% e aos15 anos de 28%.

Page 83: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 73

Por regiões de saúde, Lisboa e Vale do Tejo apresentava, em todos os grupos

etários, a percentagem mais alta de crianças livres de cárie. A Madeira aos 6 anos e

os Açores aos 12 e 15 anos apresentavam as percentagens mais baixas.

Aos 6 anos, a maior parte das crianças (95%) tinham os seus dentes permanentes

sãos e em mais de metade (52%) o mesmo acontecia com os dentes temporários.

De 2000 para 2005/6, houve uma melhoria significativa da percentagem de crianças

livres de cárie dentária, passando aos 6 anos de 33% para 51%, aos 12 anos de

27% para 44% e aos 15 anos de 19% para 28%. Em Espanha (2005) a percentagem

de crianças livres de cárie aos 6 anos era de 64%.33

Apesar da melhoria verificada, não podemos perder de vista a meta da OMS, que

prevê que, no ano 2020, a percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos, seja

de 80% na Região Europeia.

Doenças orais na infância e na adolescência

Na infância e adolescência a principal doença crónica é a cárie dentária, podendo no

entanto coexistir doença periodontal e fluorose.

Nos últimos anos o indicador de doença oral - índice cpod/CPOD, tem diminuído

significativamente, ao mesmo tempo que a percentagem de crianças com os dentes

tratados tem aumentado em todos os grupos etários.

No ENPDO 2005/6, a gravidade da cárie na dentição temporária (índice cpod) era

de 2,10 aos 6 anos, apresentando a região da Madeira a maior prevalência de

doença (3,61). A percentagem de dentes temporários por tratar, variava entre 86%

no Alentejo e 96% na região de Lisboa e Vale do Tejo

Na dentição permanente, a prevalência de cárie dentária (índice CPOD) aos 6, 12 e

15 anos era de 0,07, 1,48 e 3,04, respectivamente. Por regiões, Lisboa e Vale do

Tejo apresentava a menor prevalência de doença (0,03, 0,46, 0,97 nos grupos

etários respectivos) seguida do Centro e do Algarve. Os Açores, aos 6 anos e aos 12

anos (0,24 e 2,05) e a Madeira, aos 15 anos (4,08), apresentavam a maior

prevalência de cárie dentária.

De 2000 para 2005, houve uma melhoria significativa do índice CPOD em todos os

grupos etários, passando aos 6 anos de 0,23 para 0,07, aos 12 anos de 2,95 para

1,48 e aos 15 anos de 4,72 para 3,04.

Page 84: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 74

Em 2005, o índice CPOD aos 12 anos, em outros países Europeus era: Espanha

1,33, França 1,2, Suécia 1,0, Dinamarca 0,8, Alemanha e Reino Unido 0,7.

A nível nacional, os jovens de 12 e 15 anos, com índice CPOD maior que zero,

tinham 51% dos dentes permanentes cariados. Aos 12 anos, 5% dos dentes foram

perdidos devido a cárie e 44% estavam tratados. Aos 15 anos 11% dos dentes foram

perdidos devido a cárie e 38% estavam tratados.

Em Espanha (2005) os jovens com 12 e 15 anos, com índice CPOD maior que zero,

53% e 60% dos dentes estavam tratados.

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Algarve (62% e 46%) destacava-se por

ter as percentagens mais elevadas de dentes tratados, ao contrário do Alentejo (36%

e 39%), dos Açores (38% e 30%) e da Madeira (42% e 29%), onde a percentagem

de dentes tratados era menor.

Em Portugal, de 2000 para 2005/6, aos 12 anos de idade, a percentagem de jovens

de com os dentes tratados aumentou cerca de 30% e aos 15 anos cerca de 20%.

Estes ganhos em saúde oral resultaram, em parte, do processo de contratualização

com prestadores privados que decorreu nos últimos 5 anos e que tinha como alvo,

precisamente, os grupos etários em análise.

Segundo a classificação da OMS, que utiliza como referencial os níveis de cárie

dentária (índice CPOD) aos 12 anos, Portugal situa-se entre os países de baixa

prevalência de doença (1,48), tendo já atingido os valores preconizados para a

Região Europeia em 2020 (1,50).34

Nos países com um índice CPOD inferior a 3,0, aos 12 anos, como é o caso de

Portugal, a determinação do Índice Significativo de Cárie (SiC) do terço da população

com maior gravidade de doença permite-nos identificar as regiões de maior

polarização da mesma.

O índice SiC para Portugal era de 3,8. Por regiões de saúde, o Alentejo tinha o valor

do índice SiC mais elevado (4,3) e Lisboa e Vale do Tejo (2,4) apresentava o valor

mais baixo. O índice Sic em Espanha (2005) era de 3,5.

Segundo a OMS, o índice SiC é um parâmetro a incluir na avaliação da saúde oral,

cujo objectivo, para o grupo etário dos12 anos, deverá ser a obtenção de um valor

inferior a 3,0 no ano 2015.35

Page 85: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 75

A existência de doenças periodontais foi avaliada através do Índice Comunitário

Periodontal (ICP),23,26 que mede a prevalência da doença e o número médio de

sextantes afectados por hemorragia gengival e/ou cálculo.

Aos 12 e aos 15 anos, as doenças periodontais afectavam, aproximadamente 70% e

80% dos jovens, diminuindo com a idade a prevalência de adolescentes com

gengivas saudáveis (de 29% para 22%) e aumentando, significativamente, a

percentagem dos que tinham cálculo (de 36% para 52%).

Em Espanha (2005) a percentagem de jovens de 15 anos com as gengivas

saudáveis era de 35%.

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Centro (52% e 48%) e o Algarve (57% e

29%), tinham as melhores percentagens de jovens com gengivas saudáveis. O

Alentejo (86% e 67%, nos mesmos grupos etários) tinha a maior prevalência de

hemorragia gengival e a Madeira (74% e 68%) e os Açores (62% e 84%)

apresentavam a percentagem mais elevada de jovens com cálculo.

A média nacional de sextantes saudáveis, aos 12 anos, era de 3,2 e aos 15 anos,

52% dos jovens apresentavam, pelo menos, um sextante com cálculo.

Dos 12 para os 15 anos, verificou-se uma tendência para descida do número médio

de dentes saudáveis (3,2 para 3,0) e para subida da média de sextantes que

apresentavam hemorragia à sondagem (2,8 para 3,0), assim como da média de

dentes com cálculo (0,9 para 1,2).

Por regiões de saúde, aos 12 e 15 anos, o Centro tinha a melhor média de sextantes

saudáveis (5,1 e 5,0), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (4,8 e 4,2). Nos mesmos

grupos etários, o número médio de sextantes com hemorragia à sondagem era maior

na região Norte (5,2 e 5,3) e na região Alentejo (4,9 e 4,4). As regiões dos Açores e

da Madeira tinham a média mais elevada de sextantes com cálculo (2 ou mais).

Comparando os nossos dados com a investigação nacional disponível, realizada em

1997, nos mesmos grupos etários,15 verificou-se que aos 12 e aos 15 anos a

percentagem de sextantes saudáveis aumentou, tal como a hemorragia gengival,

especialmente à custa de uma diminuição da prevalência dos sextantes com cálculo.

Nos grupos etários em análise, os indicadores de prevalência das doenças

periodontais, reflectem, em primeiro lugar, o nível de higiene oral, revelando os

Page 86: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 76

dados recolhidos um perfil de saúde oral deficiente, que, apesar da melhoria,

continua a exigir projectos efectivos de intervenção sobre a higiene oral das crianças

e dos jovens.

No âmbito das doenças periodontais, a OMS tem como objectivos específicos para

2020 reduzir o número de dentes perdidos devido ao tabaco, higiene oral deficiente,

stress e doenças sistémicas.

Ao longo dos anos, os fluoretos sistémicos e tópicos têm desempenhado um papel

determinante na diminuição dos índices de cárie dentária nas populações que deles

beneficiam. A investigação científica tem demonstrado que os fluoretos são efectivos

na prevenção da cárie, especialmente quando uma baixa dosagem é mantida,

constantemente, na cavidade oral. No entanto, o excesso de flúor também tem

evidenciado efeitos adversos, que se podem traduzir na ocorrência de fluorose.

A prevalência da fluorose, avaliada através do índice de Dean, aos 6, 12 e 15 anos

era relativamente baixa, encontrando-se no grau “duvidoso” em 7%, 14% e 13 %,

“leve e muito leve” em 4%, 7,2% e 6%, respectivamente. A fluorose de grau

“moderado” foi observada em 1% de cada grupo etário e a de grau “intenso” entre

0,1% e 0,2%.

Por regiões de saúde, da análise da fluorose dentária no grupo etário de referência

da OMS, isto é os 12 anos, verificámos que os Açores apresentavam a percentagem

mais elevada de casos de fluorose “duvidosos” (59%), observando-se o grau “muito

leve a intenso”, maioritariamente, no Alentejo (17%) e nos Açores (16%). Na região

de Lisboa e Vale do Tejo, apenas 1% dos jovens apresentava fluorose “muito leve”.

A prevenção da cárie dentária passa pela utilização de fluoretos, os quais têm

benefícios inegáveis, que foram confirmados, em Novembro de 2006, numa reunião

de peritos da OMS, FDI e IADR.36

A OMS recomenda que seja avaliada a magnitude dos problemas orais e que, face à

prevalência das doenças orais, a legislação dos países, os programas de saúde oral

e a intervenção pública promovam o acesso aos fluoretos, através da água, sal e

leite fluoretados, mas especialmente através de dentífricos fluoretados disponíveis a

custos suportáveis pelas populações mais desfavorecidas.37 Como medida de saúde

pública, recomenda, ainda, que os dentífricos fluoretados sejam isentados das taxas

aplicadas aos produtos cosméticos.

Page 87: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 77

As preocupações da OMS prendem-se, por um lado, com o peso da doença nos

grupos e nas populações de baixos recursos, onde, habitualmente, há défice de

consumo de fluoretos; por outro, com o eventual impacto estético do excesso de

flúor.

Medidas de redução do risco de doenças orais

No âmbito dos programas de intervenção desenvolvidos em Portugal, as medidas

preventivas preconizadas incluíram sempre: a higiene oral com dentífricos

fluoretados; a protecção dos dentes pré-molares, 1.ºs e 2.ºs molares permanentes

com selantes de fissura e a administração de fluoretos em comprimidos ou

bochechos quinzenais, em casa ou na escola.

Em Portugal, a prestação de cuidados preventivos tem sido assegurada, em grande

parte, pela rede de Centros de Saúde, através dos higienistas orais e das equipas de

saúde escolar que integram médicos de família e de saúde publica, enfermeiros,

nutricionistas e psicólogos, entre outros.

Aos 6, 12 e 15 anos a percentagem de crianças e jovens com dentes permanentes com selantes de fissura era de 3%, 38% e 20%, respectivamente, apresentando,

estes grupos, uma média de 2,4, 4,2 e 4,4 dentes selados.

As regiões que mais investiram na aplicação de selantes de fissura foram as de

Lisboa e Vale do Tejo e da Madeira e a que revelou menor investimento foi a do

Alentejo.

De 199015 para 2005 a percentagem de crianças e jovens com selantes de fissura

passou, aos 6 anos, de 0,4% para 3%, aos 12 anos, de 1,7% para 38% e aos 15

anos de 1,8% para 20%.

No Estudo Nacional de Espanha (2005) a percentagem de jovens de 12 e 15 anos

com dentes permanentes com selantes era de 34% e 29% com uma média de 1,04 e

1,05, respectivamente.

Em 2004, a European Association of Pediatric Dentistry 38 publicou recomendações

sobre o uso de selantes de fissura, advogando que os mesmos não devem ser

usados por rotina, em todas as crianças e em todos os dentes, mas aplicados com

base na avaliação do risco individual.

Page 88: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 78

A evidência científica refere que a aplicação dos selantes nas superfícies oclusais

dos dentes é efectiva na prevenção da cárie dentária, mas a sua utilização deve ter

em conta o nível de cárie individual.39

Em programas comunitários, a recomendação deve ser baseada em factores

adicionais, tais como a acessibilidade, os recursos comunitários e a disponibilidade

de outras medidas preventivas. Por isso, no âmbito do Programa Nacional de

Promoção da Saúde Oral, foi definida e normalizada uma estratégia que permite

identificar os factores de risco individuais e os procedimentos preventivos para as

crianças e jovens de alto risco à cárie dentária. 40

A administração de fluoretos em comprimidos ou bochechos quinzenais, em casa

ou na escola foi um dado recolhido através de questionário de auto-preenchimento e

entrevista. Aos 6 anos, ressaltou a toma de comprimidos e aos 12 e 15 anos o

bochecho fluoretado foi referido apenas por cerca de 20% dos jovens. As regiões

onde o bochecho fluoretado foi feito por maior número de jovens foram a Madeira, o

Algarve, o Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo.

Promoção da saúde oral

Os determinantes das doenças orais, tais como os hábitos de higiene oral a

educação alimentar, o tabaco e o álcool são comuns a muitas outras doenças

crónicas.

Os programas de saúde oral desenvolvidos em Portugal fizeram, sempre, apelo à

promoção da saúde oral, num contexto mais vasto da promoção de estilos de vida

saudáveis e de prevenção das doenças, em geral, e das doenças orais, em

particular.

Da analise dos determinantes de saúde que mais influenciam a saúde oral – a

escovagem dos dentes com uma pasta dentífrica fluoretada, verificámos que aos 6,

12 e 15 anos de idade, 50%, 67% e 69% dos jovens, respectivamente, diziam

escovar os seus dentes duas mais vezes por dia. As regiões de saúde com melhores

taxas de escovagem dos dentes eram a Madeira, aos 6 anos e Lisboa e Vale do Tejo

aos 12 e 15 anos.

Comparando os nossos resultados com os do Estudo sobre a Saúde dos

Adolescentes,20 integrado no Health Behaviour in School-aged Children, da OMS,

Page 89: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 79

realizado em 2006, verificamos que, nesta amostra, representativa dos jovens

portugueses de 15 anos de idade, 63% referiam escovar os dentes mais de uma vez

por dia.

Em Espanha (2005) a percentagem de jovens, de 15 anos, que dizia escovar os

dentes, diariamente, era de 85%.

A escovagem dos dentes ao deitar era executada por cerca de metade dos jovens,

em especial pelos da região da Madeira e os que com menos frequência referiram

fazê-la residiam na região Centro.

O fio dentário era utilizado por cerca de 25% dos jovens de 12 e 15 anos, mas com

uma regularidade que possamos considerar eficaz, isto é, uma ou mais vezes por

dia, apenas o faziam 14% e 10% dos jovens dos respectivos grupos etários. As

regiões onde os jovens usavam o fio dentário com mais frequência eram o Algarve e

Lisboa e Vale do Tejo. O Alentejo e o Norte apresentavam valores inferiores à média

nacional.

As fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes eram, para a maioria dos

jovens, a casa e depois a escola, destacando-se na Madeira, a escola, como o local

de aprendizagem mais relevante.

Uma alimentação saudável tem um impacto positivo na saúde em geral e na saúde

oral em particular. Existe uma conexão clara entre o tipo de alimentos e a frequência

da sua ingestão com o desenvolvimento de cárie dentária, defeitos do esmalte,

erosão dentária e doenças periodontais, especialmente se não forem tomadas

medidas preventivas adequadas.

Por isso, é importante analisar o conteúdo e a frequência da ingestão de alimentos e

bebidas pelos jovens, quer enquanto factor de risco de doenças orais, quer pelo

efeito benéfico que a educação alimentar tem na redução das doenças crónicas.

Aos 12 e 15 anos de idade os alimentos mais frequentemente ingeridos pelos jovens

eram o leite (90%), a fruta (93%) e os sumos naturais (86%), mas também faziam

parte da sua dieta semanal os chocolates (85%) e os bolos de pastelaria (80%), cuja

frequência aumentava com a idade. Nestes grupos etários mais de 75% dos jovens

comia várias vezes por semana bolachas (74%), rebuçados e gomas (77%) e bebia

leite achocolatado (78%) e refrigerantes com gás (78%).

Page 90: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 80

Comparando os resultados do ENPDO 2005/6 com os da Saúde dos Adolescentes

Portugueses,20 verificamos que existe um comportamento alimentar semelhante ao

por nós identificado, já que, aos 15 anos de idade, 91% dos jovens referiam comer

fruta, 88% diziam comer doces e 77% afirmavam beber refrigerantes uma ou mais

vezes por semana.

Na Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Maio de 2007, foi aprovada uma

resolução sobre saúde oral, intitulada Oral Health: action plan for promotion and

integrated disease prevention.41 Nela é solicitado aos Estados Membros que

adoptem medidas que assegurem a incorporação da saúde oral nas políticas de

prevenção e tratamento das doenças transmissíveis e não transmissíveis, assim

como nas políticas de saúde da mulher e da criança. Esta resolução revela bem a

importância das estratégias globais de promoção da saúde e prevenção das

doenças crónicas, cujos determinantes são comuns às doenças orais.

Qualidade de vida em saúde oral

A investigação em saúde tem cada vez mais a preocupação com a avaliação da

qualidade de vida, até porque é necessário evidenciar o peso que as doenças orais

têm na saúde física e psicológica dos indivíduos. Existe uma grande variedade de

instrumentos, sendo a informação, normalmente, obtida por questionários, os quais

nos dão perfis, mais gerais ou mais específicos.

A qualidade de vida em saúde oral é um território novo, quer em termos de

investigação, quer de análise, que exige uma leitura cautelosa dos resultados do

ENPDO 2005/6, já que, nos grupos etários avaliados a cárie dentária severa

afectava um número limitado de jovens e a frequência de respostas nos itens

«muitas vezes e sempre» era muito baixa.

Por isso, o impacto das doenças orais na qualidade de vida, dos jovens de 12 e 15

anos, em termos de limitações funcionais, escolares e familiares era referido com

uma frequência mais elevada (‘muitas vezes’ e ‘sempre’ na escala de Likert),

principalmente para as actividades escolares e, mesmo para essas actividades,

apenas por 2% e 4% dos jovens.

Por regiões de saúde, aos 12 anos, os jovens que referiram mais frequentemente dor

de dentes com impacto na sua vida diária eram os do Norte e dos Açores. Aos 15

anos, eram os jovens do Centro e do Norte os mais queixosos.

Page 91: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 81

A OMS prevê, para 2020, uma redução dos episódios de dor, do número de dias de

absentismo escolar, de perturbação nas actividades do dia-a-dia e uma redução do

impacto causado pelos problemas orais na funcionalidade.

A qualidade de vida em saúde oral tem um quadro conceptual bem estabelecido,

instrumentos de avaliação passíveis de serem usados e um conjunto de indicadores

que fazem parte do Sistema de Vigilância da Saúde na Europa.25

No futuro, os instrumentos de avaliação disponíveis deverão ser testados para a

população portuguesa, especificamente para a população infantil e juvenil,

aprofundados e disseminados, para que, do seu uso sistemático possamos

compreender melhor o impacto dos problemas orais na qualidade de vida dos

portugueses.

Utilização dos serviços de saúde

A acessibilidade, a periodicidade e os motivos que levam os jovens a procurar

cuidados de saúde oral pode estar limitada por motivos financeiros, geográficos ou

de distribuição dos recursos técnicos e humanos.

Em Portugal, os serviços de saúde têm, ao longo dos últimos 20 anos, desenvolvido

actividades preventivas universais, orientadas para a redução do risco e a prestação

de cuidados de saúde primários. No ano 2000, iniciou-se um processo de

contratualização de cuidados médico-dentários com prestadores privados, que

pretendeu promover a equidade no acesso, especialmente das crianças até aos 16

anos.42

No ENPDO 2005/6, 40% das crianças de 6 anos foram a pelo menos uma consulta

com médico dentista ou com higienista oral no último ano. Aos 12 e aos 15 anos,

85% dos jovens teve acesso a cuidados de saúde oral.

Nos resultados obtidos quando comparados com outros estudos nacionais15,

verificou-se que é cada vez maior a acessibilidade por parte dos jovens a cuidados

médico-dentários.

Aos 12 e aos 15 anos, mais de 60% dos jovens foram uma ou mais vezes por ano a

consultas de saúde oral, sendo os seus principais motivos a vigilância da saúde da

boca e dos dentes (56% e 39%) e os tratamentos dentários (22% e 36%). Por

regiões de saúde, os jovens de 12 anos, da Madeira, do Algarve e de Lisboa e Vale

Page 92: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 82

do Tejo foram, maioritariamente, para vigilância da boca e os jovens de 15 anos, da

Madeira, do Alentejo e do Centro foram, principalmente, para tratamentos dentários.

Das recomendações da Assembleia Mundial da Saúde de 2007,41 uma delas, vai no

sentido de os Estados Membros terem mecanismos que lhes permitam prover

cuidados de saúde oral essenciais às populações e serviços de saúde oral

direccionados para a prevenção da doença e a promoção da saúde, especialmente

para os mais desfavorecidos.

Face aos dados apresentados, importa reforçar o acesso a cuidados de saúde oral

ao grupo com 6 anos ou menos.

Percepção do estado de saúde oral

A percepção e a avaliação positiva que os jovens fazem de si próprios é importante,

mas não está, necessariamente, associada a comportamentos adequados.

No ENPDO 2005/6, apenas 6% e 9% dos jovens de 12 e 15 anos, consideram ‘má

ou muito má’ a saúde da sua boca. Os jovens com pior percepção da sua saúde oral

residem no Norte, no Algarve e na Madeira.

Esta é uma área onde futura investigação é necessária, não só para confirmar o

entendimento do conceito, como também para validar, por grupos e por género, a

importância atribuída à saúde oral.

Caracterização sociodemográfica da população em estudo

O estado da boca e dos dentes é condicionado por determinantes relacionados com

conhecimentos e comportamentos, mas, enquanto persistirem desigualdades no

acesso aos cuidados de saúde, um baixo nível educacional, baixos rendimentos e

algumas crenças que em nada contribuem para a melhoria da saúde, o risco das

doenças orais persistirá, especialmente entre as populações economicamente

débeis e socialmente excluídas. As famílias de baixos recursos têm mais

probabilidade de ter cárie dentária e de esta não ser tratada.

A intervenção sobre os factores de risco das doenças orais passa pela compreensão

e valorização das capacidades dos pais como potenciais agentes da promoção da

saúde. Estes parâmetros são determinantes dos comportamentos e dos estilos de

vida, que influenciam o nível de saúde ou doença, dos seus filhos.

Page 93: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 83

Por isso, no ENPDO 2005/6, fizemos uma caracterização sociofamiliar, sucinta, a

partir do nível de escolaridade e profissão dos pais dos jovens de 12 e 15 anos.

Os pais, dos jovens de 12 e 15 anos, inquiridos possuíam um nível de escolaridade

baixo, tendo 30% a 40% atingido o 4.º ano de escolaridade ou menos e 20% a 30%

o ensino secundário ou superior. Em ambos os grupos etários, o nível educacional

mais elevado foi sempre atingido pela mãe.

A maior parte dos pais tinha uma profissão e estava no activo. A taxa de

desemprego oscilava entre os 2% e os 3% para ambos os progenitores.

Os pais dos jovens de 12 e 15 anos que desempenhavam profissões como quadros

superiores e especialistas eram de 8% a 12%. A percentagem de mães domésticas

variava entre 25% e 30%.

Uma estratégia de saúde oral que assegure mudanças sustentáveis no padrão de

doença e na qualidade de vida deverá ter em conta a família, a escola e os parceiros

sociais. Daí a importância de, para além do nível de escolaridade e da profissão dos

pais, ser da maior utilidade conhecer o que sabem e o que podem fazer para se

protegerem e para intervir na saúde da sua família e da sua comunidade.

Este é o princípio básico da promoção da saúde que importa cruzar com os

objectivos dos programas de saúde oral.

Resumindo:

O índice cpod/CPOD aos 6 anos era de 2,10 e de 0,07. Aos 12 e aos 15 anos, o

índice de CPOD era de 1,48 e 3,04. As diferenças regionais são estatisticamente

significativas em todos os grupos etários.

A prevalência das doenças periodontais na população escolar de 12 anos era

elevada, com 36% a apresentarem hemorragia à sondagem e outros tantos a

apresentarem cálculo. Aos 15 anos, diminuiu a percentagem que apresentava

hemorragia e aumentou a percentagem dos que apresentavam cálculo, o que

representa um agravamento da situação periodontal.

Na população escolar a prevalência de fluorose era baixa. Aos 6, 12 e 15 anos a

percentagem de casos “duvidosos” era de 7%, 14% e 13 % e, nos graus “leve e

muito leve” era 4%, 7,2% e 6%, respectivamente. A fluorose de grau “moderado” foi

Page 94: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 84

observada em 1% de cada grupo etário e de grau “intenso” entre 0,1% e 0,2%. Por

regiões de saúde há diferenças estatisticamente significativas.

Os conhecimentos sobre os determinantes de saúde oral, nomeadamente, a

importância da escovagem dos dentes, durante o dia e ao deitar e, do uso do fio

dentário são procedimentos que vão melhorando com o nível etário. No entanto, há

diferenças regionais significativas e mensagens como “escovar os dentes ao deitar e

usar o fio dentário, diariamente, reduzem a cárie dentária” que é urgente reforçar.

Os comportamentos alimentares da população de 12 e 15 anos de idade eram muito

semelhantes nos dois grupos, destacando-se o leite e a fruta como os alimentos

ingeridos com mais frequência.

Com as estratégias estabelecidas nos Programas de Saúde Oral, obtivemos ganhos

em saúde, evidenciáveis, nomeadamente, no aumento da percentagem de crianças

livres de cárie e na diminuição da gravidade da cárie dentária.

Os números são expressivos: a percentagem de crianças livres de cárie, aos 6 anos,

passou de 10% em 1986, para 33% em 2000 e para 51% em 2006. Aos 12 anos, o

índice CPOD passou de 3,97 em 1986, para 2,95 em 2000 e para 1,48 em 2006.

Com a estratégia da contratualização, obtivemos ganhos em saúde oral, que

permitiu, de 2000 para 2006, aumentar a percentagem de dentes tratados em 30% e

20% nos jovens de 12 e de 15 anos, respectivamente.

Os indicadores de saúde oral das crianças e adolescentes portugueses, aos 12 anos

(1,48 em 2006), são melhores que os preconizados pela OMS em 2020 (1,50) e, na

senda de uma aproximação às metas previstas para os 6 anos é necessário um

investimento precoce e sustentado na saúde oral desde o nascimento e ao longo do

ciclo de vida bem como, em todos os ambientes onde as crianças e jovens vivem e

estudam.

Com o Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, monitorizámos em

2005/6 a tendência dos indicadores de saúde oral e descobrimos novas áreas de

investigação. A base de dados de que dispomos tem informação que nos permite

continuar a aprofundar a investigação, correlacionar as variáveis de saúde e de

doença com conhecimentos e comportamentos, bem como com todos os outros

tópicos que o Estudo aborda.

Page 95: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 85

Recomendações Os resultados do Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 2005/6

constituem uma boa plataforma para a redefinição das estratégias de saúde oral e

para a definição dos objectivos nacionais, tendo em conta as metas da OMS.

A prevalência das doenças orais, as condições socioeconómicas das famílias e a

acessibilidade a cuidados de saúde por parte das crianças e dos jovens constituem

informação básica para a definição das prioridades regionais e locais.

A baixa prevalência de cárie dentária aos 12 anos e a polarização da doença, em

regiões específicas, impõem estudos mais detalhados das mesmas, para que se

identifiquem os grupos mais vulneráveis ou as áreas onde a sua gravidade é maior e

se reforcem as medidas preventivas.

No entanto, alguns problemas persistem, especialmente antes dos 6 anos de idade,

onde a dentição temporária não tem sido, suficientemente, preservada.

O conhecimento dos determinantes de saúde que afectam a saúde oral e a

qualidade de vida dos jovens são da maior importância para alavancar a definição de

politicas de redução do risco e de promoção da saúde.

Da análise da prevalência das doenças orais em Portugal e da sua evolução nos

últimos 5 anos, recomenda-se, activamente, a implementação das estratégias

definidas no Programa Nacional de Promoção Saúde Oral, o mais cedo possível, na

vida das crianças.

Da discussão dos resultados do ENPDO 2005/6, importa recomendar:

1. Que seja realizado um novo estudo nacional em 2010, com a metodologia

usada no actual, para que se possa continuar a monitorizar a tendência do

estado da saúde oral das crianças e dos jovens, bem como dos seus

determinantes;

2. Que as estratégias de prevenção das doenças orais sejam integradas na

promoção da saúde em geral, utilizando, para isso, uma abordagem holística

de intervenção multifactorial sobre os riscos comuns às doenças crónicas;

Page 96: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 86

3. Que os programas de saúde oral assentem em projectos de boas práticas que

permitam capacitar as crianças e os jovens para a assunção progressiva das

suas responsabilidades com a saúde oral;

4. Que sejam criados serviços de saúde oral acessíveis às crianças e aos

jovens, que integrem estratégias universais, isto é, dirigidas a toda a

população, selectivas, quando pretendemos intervir sobre grupos de risco e,

indicadas, porque os que têm doença necessitam de cuidados orais regulares,

5. Que sejam criadas parcerias interdisciplinares e intersectoriais para a

promoção da saúde, a prevenção das doenças orais e a redução de

desigualdades em saúde, para que, os projectos desenvolvidos neste âmbito

encontrem condições favoráveis de sucesso;

6. Que o trabalho desenvolvido em meio escolar, desde o Jardim-de-infância às

Escolas do Ensino Básico, tenha continuidade e reforce a promoção de estilos

de vida saudáveis e a redução dos factores de risco de doenças orais, e seja

complementado com a formação de educadores, professores, pais e restante

comunidade educativa;

7. Que seja criado um sistema de recolha de informação epidemiológica, que

inclua indicadores de processo e de resultados, para que, ao nível nacional,

possamos ter informação, permanentemente actualizada, que nos permita

avaliar o custo-efectividade das intervenções, mas também para que, ao nível

local, uma avaliação satisfatória, sistematicamente, constitua um estímulo

para outro tipo de apoios, nomeadamente, técnico e financeiro;

8. Que os instrumentos de avaliação da qualidade em saúde oral sejam

melhorados, testados e aplicados à população portuguesa.

Tendo em conta os objectivos da OMS, os valores dos índices CPOD e SiC e as

diferenças regionais, urge implementar estratégias de prevenção específicas

dirigidas aos grupos mais vulneráveis nos próximos anos.

No futuro, a investigação deverá dar mais ênfase à avaliação do impacto da

intervenção sobre os factores de risco comuns às doenças crónicas em geral, tais

como a alimentação e o tabaco na redução das doenças orais.

Page 97: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 87

Índice de Quadros Quadro 1 – Distribuição da população do estudo por regiões e grupo etário

Quadro 2 – Distribuição da amostra segundo o género e o grupo etário

Quadro 3: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 12 anos

Quadro 4: Nível de escolaridade dos pais dos jovens de 15 anos

Quadro 5: Profissão dos pais dos jovens de 12 anos

Quadro 6: Profissão dos pais dos jovens de 15 anos

Quadro 7: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Quadro 8: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos na dentição temporária e,

na dentição permanente, por região de saúde

Quadro 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade por regiões de saúde

Quadro 10: Índice CPOD e índice SiC aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 11: Índice CPOD e índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 12: Índice Comunitário Periodontal, aos 12 e aos 15 anos de idade

Quadro 13: Prevalência de doença periodontal, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 14: Prevalência da doença periodontal, aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 15: Índice de Dean por grupo etário

Quadro 16: Índice de Dean aos 12 anos de idade por regiões de saúde

Quadro 17: Número e percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos

Quadro 18: Média de dentes com selantes no subgrupo com dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de

idade

Quadro 19: Média de dentes com selantes aos 6, 12 e 15 anos de idade, por regiões de saúde

Quadro 20: Suplementos de fluoretos usados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Quadro 21: Suplementos de fluoretos utilizados pelos alunos de 6, 12 e 15 anos, por regiões

Quadro 22: Frequência da escovagem dos dentes aos 6, 12 e 15 anos de idade

Quadro 23: Frequência da escovagem dos dentes, antes de deitar, aos 6, 12 e 15 anos

Quadro 24: Frequência da utilização do fio dentário pelos alunos de 12 e 15 anos de idade

Quadro 25: Fontes de aprendizagem da escovagem dos dentes dos alunos de 6, 12 e 15 anos

Quadro 26: Frequência da ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Quadro 27: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos

Page 98: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 88

Quadro 28: Perturbação da frequência da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos

Quadro 29: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos

Quadro 30: Perturbação da relação com os amigos segundo pelos jovens de 12 e 15 anos

Quadro 31: Perturbação da relação com outras pessoas segundo pelos jovens de 12 e 15 anos

Quadro 32: Frequência da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 6, 12 e 15 anos

Quadro 33: Periodicidade com que os jovens de 12 e 15 anos foram à consulta de saúde oral

Quadro 34: Motivos da consulta de saúde oral, no último ano, pelos alunos de 12 e 15 anos

Quadro 35: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 e 15 anos

Quadros do Anexo 6

Escovagem dos dentes

Quadro 1: Frequência da escovagem dos dentes aos 6 anos de idade, por regiões

Quadro 2: Frequência da escovagem dos dentes aos 12 anos de idade, por regiões

Quadro 3: Frequência da escovagem dos dentes aos 15 anos de idade, por regiões

Escovam os dentes antes de deitar

Quadro 4: Frequência de crianças de 6 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Quadro 5: Frequência de jovens de 12 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Quadro 6: Frequência de jovens de 15 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Fio dentário

Quadro 7: Frequência da utilização do fio dentário aos 12 anos por regiões de saúde

Quadro 8: Frequência da utilização do fio dentário aos 15 anos, por regiões de saúde

Fontes de aprendizagem

Quadro 9: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 6 anos por regiões

Quadro 10: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 12 anos por região

Quadro 11: Fontes de aprendizagem da escovagem dos jovens de 15 anos por regiões

Qualidade de Vida

Quadro 12: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

Quadro 13: Perturbação da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

Quadro 14: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

Quadro 15: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

Page 99: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 89

Quadro 16: Perturbação da relação com outras pessoas aos 12 e 15 anos por regiões

Acessibilidade a cuidados de saúde oral

Quadro 17: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 12 anos, por regiões de saúde

Quadro 18: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 15 anos, por regiões de saúde

Autopercepção do estado de saúde oral

Quadro 19: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 anos, por regiões

Quadro 20: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 15 anos, por regiões

Page 100: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 90

Page 101: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 91

Índice de Figuras

Figura 1. Distribuição dos alunos observados, por Regiões e grupo etário

Figura 2: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos observados, segundo o género

Figura 3: Percentagem de crianças livres de cárie dentária, por grupo etário

Figura 4: Percentagem de crianças e de jovens livres de cárie, por grupo etário e por regiões

Figura 5: Percentagem de crianças de 6 anos, com todos os dentes sãos, na dentição temporária e na

dentição permanente, por regiões de saúde

Figura 6: Índice CPOD aos 6, 12 e 15 anos

Figura 7: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos

Figura 8: Índice de Fluorose aos 6, 12 e 15 anos

Figura 9: Índice cpod/CPOD aos 6 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 10: Percentagem de dentes temporários cariados, perdidos e obturados, aos 6 anos, com

índice cpod>0, por regiões

Figura 11: Índice de CPOD e Índice SiC, aos 12 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 12: Percentagem de jovens com dentes Cariados, Perdidos e Obturados aos 12 anos, com

índice CPOD>0, por regiões

Figura 13: Índice CPOD e Índice SiC aos 15 anos de idade, por regiões de saúde

Figura 14: Percentagem de dentes Cariados, Perdidos e Obturados em jovens de 15 anos, com índice

CPOD>0, por regiões

Figura 15: Número médio de sextantes com doença periodontal, aos 12 e 15 anos

Figura 16: Prevalência da doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

Figura 17: Média de Sextantes com doença periodontal aos 12 e 15 anos, por regiões

Figura 18: Percentagem de crianças com e sem fluorose, por grupo etário

Figura 19: Percentagem de crianças com e sem fluorose, aos 12 anos, por regiões de saúde

Figura 20: Percentagem de crianças com e sem dentes selados aos 6, 12 e 15 anos de idade

Figura 21: Número médio de selantes aplicados em cada grupo etário, por regiões

Figura 22: Média de selantes nos subgrupos com selantes aplicados, por regiões

Figura 23: Percentagem de alunos de 6, 12 e 15 anos que utilizavam suplementos de fluoretos

Figura 24: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que escovavam dos dentes

Figura 25: Percentagem de crianças com 6 anos que escovavam os dentes por regiões

Page 102: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 92

Figura 26: Percentagem de jovens com 12 anos que escovavam os dentes por regiões

Figura 27: Percentagem de jovens com 15 anos, que escovavam os dentes, por regiões

Figura 28: Percentagem de crianças de 6, 12 e 15 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar

Figura 29: Percentagem de crianças de 6 anos, que escovavam os dentes, antes de deitar, por regiões

Figura 30: Percentagem de jovens de 12 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Figura 31: Percentagem de jovens de 15 anos que escovavam os dentes antes de deitar, por regiões

Figura 32: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam fio dentário

Figura 33: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que utilizavam o fio dentário, uma ou mais vezes

por dia, por regiões de saúde

Figura 34: Fontes de aprendizagem da escovagem, segundo os alunos de 6, 12 e 15 anos de idade

Figura 35: Fontes de aprendizagem da escovagem nas crianças de 6 anos por regiões

Figura 36: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 12 anos, por regiões

Figura 37: Fontes de aprendizagem da escovagem, nos jovens de 15 anos, por regiões

Figura 38: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 12 anos de idade

Figura 39: Ingestão semanal de alguns alimentos aos 15 anos de idade

Figura 40: Comparação da ingestão de alguns alimentos aos 12 e 15 anos de idade

Figura 41: Limitações causadas pelos problemas de saúde oral na actividade escolar, na vida da

família, nas relações com os amigos e com outros, aos 12 e 15 anos

Figura 42: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas no último ano

Figura 43: Percentagem de jovens de 6, 12 e 15 anos que frequentaram consultas, por regiões

Figura 44: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos, que frequentaram consultas de saúde oral

Figura 45: Percentagem de jovens de 12 e 15 anos que frequentaram consultas de saúde oral, por

regiões de saúde

Figura 46: Principais motivos da ida a consulta de saúde oral pelos jovens de 12 e 15 anos

Figura 47: Motivos da consulta dos jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Figura 48: Autopercepção do estado de saúde oral aos 12 e 15 anos

Figura 49: Percepção do estado de saúde oral segundo os jovens de 12 e 15 anos, por regiões

Page 103: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 93

Abreviaturas

ARS Administração Regional de Saúde

dd Dentição decídua

DD Dentição Permanente

DGIDC Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular

DGS Direcção-Geral da Saúde

ESMDL Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa

FMDUL Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa

HO Higienista Oral

IADR International Association for Dental Research

IC Índice de Concordância

ICP Índice Comunitário Periodontal

ID Índice de Dean

Índice cpod Número médio de dentes cariados, perdidos e obturados na dentição temporária

Índice CPOD Número médio de dentes cariados, perdidos e obturados na dentição permanente

Índice SiC Índice Significativo de Cárie

OMS Organização Mundial da Saúde

PNPSO Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral

PPSOCA Programa de Promoção da Saúde Oral em Crianças e Adolescentes

RA Região Autonoma

SPSS Statistical Package for Social Sciences

SRS Secretaria Regional de Saúde

WDF World Dental Federation

WHO World Health Organization

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 94

Page 105: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 95

Referências Bibliográficas

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 97

Anexos 1 Carta para os Encarregados de Educação e pedido de autorização para a

participação das crianças no Estudo

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 99

Anexos 2 Ficha de observação dentária

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Anexos 3 Questionário dirigido aos alunos de 6 anos

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Anexos 4 Questionário dirigido aos alunos de 12 e 15anos

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Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 105

Anexos 5 Critérios de observação e registo

• Dente são (A/0): dente que não apresenta evidência clínica de cárie dentária, tratada ou não. São consideradas sãs as manchas brancas, manchas pigmentadas ou rugosas que não estão amolecidas no toque com a sonda, fissuras ou fossetas pigmentadas que não têm sinais visuais de esmalte não suportado ou amolecimento das paredes ou do fundo detectáveis com a sonda., lesões que com base na sua localização e na história ou na sua observação aparentam ter sido provocadas por atrição oclusal ou abrasão cervical e zonas escurecidas, duras, com depressões do esmalte em dentes mostrando sinais de fluorose moderada ou intensa. As formas não cavitadas de cárie estão excluídas. Sempre que há dúvida quanto à existência de cárie regista-se dente são.

• Dente cariado (B/1): dente, que à observação, apresenta indubitavelmente uma cavidade, com esmalte não suportado ou fundo amolecido. Consideram-se igualmente cariados os dentes que apresentam uma obturação provisória e os que, apesar de restaurados ou selados, têm uma superfície cariada ou com recidiva de cárie. Se necessário confirmar o diagnóstico com sonda periodontal. Quando há dúvida sobre se o dente está cariado ou não, o dente é considerado são.

• Dente obturado com cárie (C/2): dente em que se verifica a existência de uma ou mais obturações e uma ou mais cáries, sendo estas recidivas ou não, isto é, sem distinção entre cáries primárias e secundárias.

• Dente obturado sem cárie (D/3): dente em que se verifica a existência de uma ou mais obturações permanentes, sem recidivas de cárie dentária nem outras cáries noutras faces. Excluem-se as obturações por razões traumáticas ou estéticas.

• Dente perdido devido a cárie (E/4): dente que foi extraído devido a cárie. Estão excluídas extracções por ortodontia, ausências congénitas, trauma e doença periodontal. Na dentição decídua tem que se avaliar se a extracção foi por cárie ou se se trata de esfoliação natural. Na dentição permanente, dos 6 aos 10-11 anos surgem dúvidas semelhantes.

• Dente perdido por outros motivos (-/5): caso aplicado apenas a dente permanente extraído por ortodontia, devido a doença periodontal, trauma, ou que está ausente por razões congénitas.

• Dente selado (F/6): dente que apresenta um selante na sua superfície oclusal. Independentemente de estar integro ou não. Se tem selante e está cariado registar cariado (B/1) Se o selante foi colocado juntamente com uma obturação preventiva, registar obturado (D/3) – situação muito difícil de diagnosticar.

• Dente com implante ou prótese fixa (G/7): dente suporte de prótese, implante, ponte, coroa ou faceta. Se tivermos informação que a coroa ou faceta foi colocada devido a cárie, registar como obturado (D/3). Se tivermos informação que o implante ou o elemento da ponte foi colocado devido a dente perdido por cárie, registar E/4. Se o implante ou o elemento da ponte foi colocado por outros motivos que não a cárie, registar -/5

• Dente não erupcionado (-/8) – caso aplicado apenas a dente permanente e é utilizado apenas para um espaço dentário com um dente permanente não erupcionado mas sem dente decíduo. Os dentes classificados como não erupcionados são excluídos de todos os cálculos relativos à cárie dentária. Esta categoria não inclui os dentes com ausência congénita (-/5), nem os dentes perdidos por traumatismo (T), ortodontia (-/5) ou doença periodontal (-/5). Molares decíduos ausentes aos 6 anos, normalmente estão ausentes devido a cárie. Nesta idade forem os incisivos a estarem ausentes regista-se dente não erupcionado. Coroa parcialmente erupcionada e sã regista-se A/0.

• Dente excluído (-/9) – este código é utilizado para quaisquer dentes permanentes erupcionados que não possam ser examinados por qualquer razão (ex.: bandas ortodonticas, hipoplasia acentuada)

• Dente com traumatismo (T/T) – quando parte da sua superfície está ausente devido a traumatismo e não há evidência de cárie mesmo que reconstruído (diagnóstico difícil).

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Anexos 6 Escovagem dos dentes

Quadro 1: Frequência da escovagem dos dentes aos 6 anos de idade, por regiões

Escovagem dos dentes/Região de Saúde

2 ou mais vezes/dia

1x dia Às vezes Não escova

Não respondeu Total

Norte 61 28 35 9 0 133

Centro 28 9 51 5 0 93

Lisboa e Vale do Tejo 82 64 7 1 1 155

Alentejo 53 18 47 3 0 121

Algarve 75 41 26 6 0 148

Açores 45 31 27 2 0 105

Madeira 101 19 13 1 1 135

Nacional 445 210 206 27 2 890

Quadro 2: Frequência da escovagem dos dentes aos 12 anos de idade, por regiões

Escovagem dos dentes/Região de Saúde

2 ou mais vezes/dia

1x dia Às vezes

Não escova

Não respondeu

Total

Norte 68 42 16 0 1 127

Centro 69 20 13 2 1 105

Lisboa e Vale do Tejo 92 25 8 0 1 126

Alentejo 85 21 17 1 0 124

Algarve 99 32 7 0 0 138

Açores 68 20 11 0 0 99

Madeira 77 24 17 0 0 118

Nacional 558 184 89 3 3 837

Quadro 3: Frequência da escovagem dos dentes aos 15 anos de idade, por regiões

Escovagem dos dentes/Região de Saúde

2 ou + vezes/ dia

1x dia Às vezes

Não escova

Não respondeu

Total

Norte 82 23 16 1 1 123

Centro 84 37 17 1 139

Lisboa e Vale do Tejo 107 18 5 0 130

Alentejo 102 12 11 1 126

Algarve 98 30 5 3 136

Açores 54 36 13 0 1 104

Madeira 85 27 12 2 1 127

Nacional 612 183 79 8 3 885

Page 118: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 108

Escovam os dentes antes de deitar

Quadro 4: Frequência de crianças de 6 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Escovagem dos dentes ao deitar/ Região de Saúde

Sempre Muitas vezes

Poucas vezes

Nunca Não respondeu

Total

Norte 21 43 48 21 0 133

Centro 19 19 36 19 0 93

Lisboa e Vale do Tejo 61 44 28 20 1 154

Alentejo 39 18 40 24 0 121

Algarve 42 37 48 21 0 148

Açores 48 17 29 11 0 105

Madeira 79 22 18 16 1 136

Nacional 309 200 247 132 2 890

Quadro 5: Frequência de jovens de 12 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Escovagem dos dentes ao deitar/ Região de Saúde

Sempre Muitas vezes

Poucas vezes

Nunca Não responde

Total

Norte 62 21 38 5 1 127

Centro 49 22 26 6 2 105

Lisboa e Vale do Tejo 71 30 25 0 0 126

Alentejo 62 21 36 4 1 124

Algarve 79 26 27 6 0 138

Açores 46 19 27 7 0 99

Madeira 56 22 30 10 0 118

Nacional 425 161 209 38 4 837

Quadro 6: Frequência de jovens de 15 anos que escovam os dentes antes de deitar, por regiões

Escovagem dos dentes ao deitar/ Região de Saúde

Sempre Muitas vezes

Poucas vezes

Nunca Não responde

Total

Norte 61 23 30 9 0 123

Centro 63 29 40 7 0 139

Lisboa e Vale do Tejo 66 34 28 2 0 130

Alentejo 69 26 27 4 0 126

Algarve 56 46 24 8 2 136

Açores 31 28 31 13 1 104

Madeira 53 35 33 6 0 127

Nacional 399 221 213 49 3 885

Page 119: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 109

Fio dentário

Quadro 7: Frequência da utilização do fio dentário aos 12 anos por regiões de saúde

Fio dentário / Região de Saúde

Mais de 1 vez/dia

Uma vez/dia

Algumas vezes/semana

Algumas vezes/mês

Não utiliza

Não responde

Total

Norte 3 14 7 5 98 0 127

Centro 4 10 10 3 77 1 105

Lisboa V Tejo 6 15 7 7 91 0 126

Alentejo 6 4 7 3 104 0 124

Algarve 7 18 9 7 96 1 138

Açores 3 9 6 12 68 1 99

Madeira 7 11 9 1 89 1 118

Nacional 36 81 55 38 623 4 837

Quadro 8: Frequência da utilização do fio dentário aos 15 anos, por regiões de saúde

Fio dentário / Região de Saúde

Mais 1 vez/dia

Uma vez/dia

Algumas vezes/semana

Algumas vezes/mês

Não utiliza

Não responde

Total

Norte 1 7 5 2 107 1 123

Centro 1 11 10 7 110 0 139

Lisboa V Tejo 4 9 14 5 98 0 130

Alentejo 4 8 5 5 104 0 126

Algarve 5 14 8 4 105 0 136

Açores 3 7 6 2 81 5 104

Madeira 4 13 8 4 98 0 127

Nacional 22 69 56 29 703 6 885

Page 120: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 110

Fontes de aprendizagem

Quadro 9: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 6 anos por regiões

Aprendizagem da escovagem / Região de Saúde

Casa Escola Centro Saúde Consultório Não me lembro/ não responde

Norte 88 11 4 8 22

Centro 60 19 1 3 10

Lisboa e Vale do Tejo 120 34 0 1 0

Alentejo 66 17 1 2 35

Algarve 98 8 0 2 40

Açores 84 7 1 1 12

Madeira 70 64 1 0 0

Nacional 586 160 8 17 119

Quadro 10: Fontes de aprendizagem da escovagem dos alunos de 12 anos por região

Aprendizagem da escovagem /

Região de Saúde Casa Escola Centro

Saúde Consul-

tório Revistas/ Jornais

TV/rádio

Embalagens

Não ensinaram

Não se lembra

Total

Norte 75 12 2 10 0 1 0 10 17 127

Centro 67 16 1 6 0 0 1 4 10 105

Lisboa V Tejo 78 16 2 12 0 0 1 2 15 126

Alentejo 73 32 1 4 0 0 0 5 9 124

Algarve 74 28 4 15 1 0 0 4 12 138

Açores 68 8 8 2 0 0 0 2 11 99

Madeira 66 39 0 1 0 1 0 3 8 118

Nacional 501 151 18 50 1 2 2 30 81 837

Quadro 11: Fontes de aprendizagem da escovagem dos jovens de 15 anos por regiões

Aprendizagem da escovagem /

Região de Saúde

Casa Escola Centro Saúde

Consul-tório

Revistas/jornai

s

TV/ rádio

Emba-lagens

Não ensinaram

Não se lembra

Total

Norte 72 16 1 11 0 0 1 8 14 123

Centro 75 14 3 15 1 2 0 10 19 139

Lisboa V Tejo 78 23 2 16 0 0 0 6 5 130

Alentejo 66 28 1 14 0 1 0 6 10 126

Algarve 81 17 2 11 0 1 0 13 11 136

Açores 71 7 5 3 1 0 0 7 10 104

Madeira 57 39 4 13 1 0 0 4 9 127

Nacional 500 144 18 83 3 4 1 54 78 885

Page 121: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 111

Qualidade de Vida

Quadro 12: Dor de dentes segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

12 Anos 15 Anos Dor de dentes Região de Saúde N.º % N.º % Norte 51 17,3 67 18,3

Centro 38 12,9 70 19,1

Lisboa e Vale do Tejo 45 15,3 50 13,6

Alentejo 42 14,3 48 13,1

Algarve 32 10,9 41 11,2

Açores 50 17,0 38 10,4

Madeira 36 12,2 53 14,4

Nacional 294 100,0 367 100,0

Quadro 13: Perturbação da actividade escolar segundo os jovens de 12 e 15 anos por regiões

Nunca Raras vezes Às vezes Muitas vezes

Sempre Perturbação escolar/ Região de Saúde

12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A Norte 22 43 17 18 13 8 2 0 0 0

Centro 18 32 10 31 10 8 0 0 0 0

Lisboa e Vale do Tejo 21 23 17 14 8 11 0 3 0 0

Alentejo 18 23 7 15 13 7 2 1 2 1

Algarve 15 20 12 10 3 9 1 1 0 0

Açores 30 11 9 11 7 15 2 1 2 0

Madeira 10 18 16 22 9 13 0 0 1 0

Nacional 134 170 88 121 63 71 7 6 5 1

Quadro 14: Perturbação da relação com a família segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

Nunca Raras vezes Às vezes Muitas vezes Sempre Perturbação familiar/ Região de Saúde

12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A Norte 23 45 19 16 10 6 1 0 0 2

Centro 22 42 9 16 3 10 1 1 2 1

Lisboa e Vale do Tejo 31 28 5 15 7 7 1 0 1 0

Alentejo 26 29 6 8 6 8 0 1 2 1

Algarve 22 20 7 12 2 6 0 3 0 0

Açores 31 13 8 10 7 8 2 3 1 1

Madeira 11 26 13 15 8 10 2 1 1 1

Nacional 166 203 67 92 43 55 7 9 7 6

Page 122: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 112

Quadro 15: Perturbação da relação com os amigos segundo os jovens de 12 e 15 anos por região

Nunca Raras vezes Às vezes Muitas vezes

Sempre Perturbação relação com os amigos/

Região de Saúde 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A

Norte 33 54 13 10 7 4 0 1 0 0

Centro 26 43 6 17 5 8 0 0 0 0

Lisboa e Vale do Tejo 27 33 9 10 7 6 0 1 1 0

Alentejo 23 28 9 13 3 6 2 0 2 0

Algarve 23 24 5 9 2 5 0 3 0 0

Açores 30 13 9 8 6 11 0 1 1 1

Madeira 15 23 12 18 6 9 1 0 0 0

Nacional 177 218 63 85 36 49 3 6 4 1

Quadro 16: Perturbação da relação com outras pessoas aos 12 e 15 anos por regiões

Nunca Raras vezes Às vezes Muitas vezes

Sempre Perturbação na relação com outras pessoas/

Região de Saúde 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A 12 A 15 A

Norte 35 58 11 9 6 1 0 1 0 0

Centro 28 49 7 13 2 5 0 0 0 0

Lisboa e Vale do Tejo 37 36 4 9 2 4 0 1 0 0

Alentejo 27 32 5 6 5 6 0 1 1 1

Algarve 27 29 3 9 0 2 0 1 0 1

Açores 33 17 8 11 3 3 1 2 0 0

Madeira 23 29 9 14 1 7 1 0 0 0

Nacional 210 250 47 71 19 28 2 6 1 2

Page 123: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 113

Acessibilidade a cuidados de saúde oral

Quadro 17: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 12 anos, por regiões de saúde

Periodicidade da consulta/ Região de Saúde Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional Total

Norte 14 20 24 14 37 109

Centro 5 10 31 16 23 85

Lisboa e Vale do Tejo 5 21 22 24 37 109

Alentejo 11 11 20 17 42 101

Algarve 5 20 30 25 46 126

Açores 8 8 21 19 31 87

Madeira 6 14 25 23 26 94

Nacional 54 104 173 138 242 711

Quadro 18: Periodicidade da consulta de saúde oral, aos 15 anos, por regiões de saúde

Periodicidade da consulta/ Região de Saúde Mensal Trimestral Semestral Anual Ocasional Total

Norte 16 14 15 24 40 109

Centro 19 16 17 26 47 125

Lisboa e Vale do Tejo 12 14 16 19 52 113

Alentejo 13 15 20 19 38 105

Algarve 9 8 20 33 46 116

Açores 4 8 14 27 32 85

Madeira 6 9 15 21 49 100

Nacional 79 84 117 169 304 753

Page 124: Estudo Saúde Oral

Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais 114

Autopercepção do estado de saúde oral

Quadro 19: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 12 anos, por regiões

Percepção da saúde/ Região de Saúde

Muito bom

Bom Razoável Mau Muito mau

Não responde

Total

Norte 9 49 61 7 1 0 127

Centro 5 34 57 6 1 2 105

Lisboa e Vale do Tejo 12 57 48 6 3 0 126

Alentejo 6 46 61 9 2 0 124

Algarve 12 59 60 5 1 1 138

Açores 5 38 52 4 0 0 99

Madeira 4 39 71 3 1 0 118

Nacional 53 322 410 40 9 3 837

Quadro 20: Autopercepção do estado de saúde oral, aos 15 anos, por regiões

Percepção da saúde/ Região de Saúde

Muito bom

Bom Razoável Mau Muito mau

Não responde

Total

Norte 7 41 61 13 1 0 123

Centro 11 45 71 9 2 1 139

Lisboa e Vale do Tejo 7 53 58 11 1 0 130

Alentejo 7 46 62 9 1 1 126

Algarve 11 53 57 12 3 0 136

Açores 2 26 69 5 1 1 104

Madeira 2 31 79 12 2 1 127

Nacional 47 295 457 71 11 4 885