Estudo Gereniamento Aademia
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7/24/2019 Estudo Gereniamento Aademia
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FACEF PESQUISA - v.12 - n.1 - 200963
recebido em: 10/2008 aprovado em: 03/2009
ESTRATGIA COMPETITIVA DAS ACADEMIAS
DE GINSTICA DA CIDADE DE SO PAULO
THE COMPETITIVE STRATEGY OF THE GYMS OF THE CITY OF SO PAULO
Resumo
O presente trabalho pretende analisar o grau decompetitividade das academias de ginstica e
esportes em geral, localizadas na cidade de SoPaulo, para tentar oferecer uma contribuiosignicativa na formulao de sua estratgia.O objetivo do estudo foi averiguar quais so osfatores que levam uma academia de ginstica
a ser mais competitiva que outra. E optou-se
neste estudo pela realizao de uma pesquisaquantitativa, que permitisse maior generalizaodos resultados a respeito da competitividade das
academias. Os instrumentos utilizados para acoleta de dados foram trs questionrios fechadosaplicados s empresas estudadas por meio de
entrevistas e todo este conjunto foi baseado no
modelo de campos e armas da competio.
Palavras-chave: Estratgia Competitividade
Academias de Ginstica.
Abstract
The present study analyzes the degree of
competitiveness of gyms located in the city ofSo Paulo, in an attempt to offer a signicantcontribution to the formulation of their strategy.The study aimed to investigate what factorsmake a gym be more competitive than another.A quantitative research study was carried outin order to enable a greater generalization ofthe results about the gyms competitiveness.The instruments used for data collection werethree questionnaires administered to the studied
companies through interviews and all thesewere based on the model Campos e Armasda Competio (Competitions Fields andWeapons).
Keywords: Strategy Competitiveness
Gyms.
Silvana Aparecida Martins CORRAMestre em Administrao - UNIP
Ademir Antonio FERREIRADoutor - Faculdade de Economia e Administrao USP
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Introduo
H cerca de duas dcadas, o crescimento
acentuado do nmero de academias de ginstica
tanto no nosso pas, como em outras partes do
mundo, reetia uma mudana nos padres decomportamento de uma parcela signicativa
da populao. A princpio, foi considerado ummodismo pelo pblico em geral, pela mdia,
assim como tambm por investidores, sempre
atentos a novas oportunidades de negcios.Percebia-se como algo passageiro entre tantasnovidades que surgiam nos noticirios ou
provocadas articialmente por organizaesinteressadas em promover eventos, criar
necessidades e vender produtos ou servios.
Antes disso, as atividades fsicas ocupavamum papel secundrio na rotina as pessoas e a
prtica regular de exerccios fsicos restringia-se
s aulas de Educao Fsica durante o perodo
escolar, ou lazer nos ns de semana em clubesrecreativos ou centros esportivos, quase sempre
aliada prtica de uma modalidade esportiva
de competio. Acreditava-se que a prtica de
exerccios fsicos programados servia somente
para o desenvolvimento de habilidades motorasna infncia e adolescncia, presumindo-se que
no haveria a necessidade de se realizar atividadesfsicas na idade adulta, porque apenas aquela fase
inicial garantiria a formao de um corpo forte e
um organismo saudvel para toda a vida.
Entretanto, os estudos de especialistas nessa
rea (mdicos, siologistas e professores emEducao Fsica) so unnimes em armar,demonstrar e divulgar que este fato no
corresponde realidade. Atividade fsica em
qualquer fase do ciclo da vida to importantequanto a satisfao das necessidades siolgicasdo ser humano, principalmente quando asfacilidades e o conforto proporcionado pela
evoluo tecnolgica se traduzem em uma vidacada vez mais sedentria, na qual as pessoasso poupadas de quase tudo que necessite
movimento e esforo.
Embora a sade devesse nortear a promoo
da prtica de exerccios fsicos regulares em
qualquer idade, a esttica o principal motivo
que leva as pessoas a frequentarem academias.
Mol e Pires (2005) armam que a mdia tem dadodestaque prtica de atividades fsicas, mas a
maioria das matrias divulgadas destacam esta
prtica como a busca pela perfeio do corpo epelo belo, colocando em segundo plano a sade,
que deveria ser o principal objetivo dessas
atividades. Foucault (1993), por outro lado,destaca que desde o sculo XVIII a aparnciae a imagem relacionada ao corpo podem ser
entendidas como fontes de poder. Portanto, aseduo das pessoas por um corpo perfeito um
atributo antigo da humanidade.
Ainda assim o nmero de frequentadores de
academias de ginstica no Brasil continuacrescendo de forma insignicante. PauloAkiau, diretor executivo da Body Systems,em artigo escrito Revista Empresrio Fitness(2003), estima que aproximadamente 1,2%da populao brasileira em 2003 frequentavaacademias, embora no existam estatsticas
ociais a respeito. Mais recentemente, JorgeGonalves, diretor da JG Consultoria, cita, emartigo escrito para a mesma revista, que, em
2007, este nmero atingiu 1,6% da populao,ou seja, um aumento de 0,3%, pouco expressivose comparado aos EUA, onde, em 2003, mais de13,5% da sua populao frequentava academias.O Quadro 1 ilustra o nmero de alunos deacademias no Brasil, comparativamente a outros
pases americanos.
Quadro 1- Nmero de associados de academiaspor pases americanos em 2006
Fonte: Revista Fitness Business (2007)
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Outro fator que faz as pessoas procurarem asacademias o lazer. Devido principalmente urbanizao excessiva dos grandes centrose a falta de segurana pblica, que reduziu afrequncia da populao aos parques e praas
pblicas, o contato social puro e simples tambm
cou limitado.
Este um aspecto fcil de ser constatado ao
se observar que nos projetos de academias
recentemente instaladas existem vrios servios
proporcionados aos associados, os quais no
possuem relao aparente com os servios de
uma academia de ginstica. Espaos reservados
para comunicao via internet, salo de
cabeleireiro e esttica corporal, pista de corrida
a cu aberto e solariumpara banhos de sol so
algumas das opes oferecidas.
1.1 Origem e histria da academia
A palavra academia origina-se do latimakademia,
nome dado ao jardim na Grcia Antiga onde
Plato lecionava. J na lngua inglesa, a palavraque identica o local em que atividades fsicasso realizadas gym, que provm de gymnasium
em latim, cujo signicado o de um lugarpblico onde se realizavam exerccios diversos:a prtica de virtudes, o desenvolvimento da
alma e tambm das habilidades intelectuais efsicas. Gymnasium em portugus deu origem
palavra ginsio, como sendo um local em que
se ensinam e treinam vrias prticas desportivas
ou recreativas, alm de competies esportivas eno necessariamente competies para o pblicoem geral, compondo apenas o signicado
parcial, se comparado ao signicado da palavraem latim.
Na Grcia Antiga uma escola deveria ser
construda sobre dois pilares: o da msica, para
trabalhar a concentrao e o equilbrio, a qualmolda o carter, aperfeioa o esprito e cria um
requinte de sentimento; e o da educao fsica,
pois se considerava que um corpo saudvel era
to importante quanto uma mente sadia. Assim,
o ideal seria que nos primeiros 10 anos de vida
a educao fosse mais voltada para a educao
do corpo (anal, o mais relevante era viver paraa sade e no em funo da doena) e, nesseperodo, tambm seria possvel ensinar clculos,
noes de distncia, velocidade, espao e tempode forma conjunta durante a prtica de exerccios
fsicos. E foi por essa razo que se denominouacademia, em portugus, os locais em que
exerccios fsicos so promovidos e tambm
escolas de ensino superior que geram os outros
tipos de exerccios no fsicos. (PLATO, 2005;Dicionrio Houaiss, 2006)
No Brasil, h pouca informao relacionadaao surgimento de academias. Entretanto,
tradicionalmente, os costumes da nossa
sociedade associaram a cultura fsica e a prtica
de esportes aos clubes esportivos. A instalao
em So Paulo, em 1950, de uma unidade daAssociao Crist de Moos (ACM), conhecidainternacionalmente como Young Men Christian
Association (YMCA), instituio de carterreligioso originada da Inglaterra, porm voltada
exclusivamente para a prtica de atividade
fsica, representou o embrio de uma rede de
unidades que se espalharam pelo pas, comas caractersticas das atuais academias de
ginstica.
Inicialmente, com participao restrita aos
homens, as ACMs no cobravam taxas deingresso, nem vendiam ttulos individuais ou
familiares, prtica comum nos clubes existentes
atualmente. As mensalidades eram mais
acessveis, porm os associados obedeceriama horrios programados, conforme sua faixaetria, sexo (posteriormente, as mulheres foramaceitas) e o tipo de modalidade.
O surgimento e crescimento das academias deginstica no Brasil acompanharam o movimentomundial, surgido nos anos 70 e 80, em torno
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da prtica regular de exerccios fsicos para a
melhoria e manuteno de uma vida saudvel.
A IHRSA publicou em 2003, o IHRSASGUIDE to the Health Club Industry for Lenders
and Investors, no qual apresenta um conceito
abrangente do negcio e as caractersticas queenvolvem a sua gesto. Esse pequeno manual,
ou guia para interessados em investir no
ramo de academias, foi elaborado por JohnMcCarthy, diretor-executivo dessa Associaodesde 1981.
Visto que no existe nenhum outro estudohistrico e cronolgico sobre o surgimento eevoluo das academias de ginstica, a publicao
da IHRSA se constituiu em um trabalho nicoe muito til para a pesquisa realizada. Emboradescreva a sucesso de fatos ocorridos nos EUA,
demonstra uma similaridade histrica e factualmuito grande com o que pudemos perceber no
desenvolvimento desse setor no Brasil.
Entre os anos 70 e 80 nos EUA, as academiaseram um amontoado de empresas independentes,
cujas facilidades eram focadas no na sade,
mas em bodybuilding, palavra que no possui
traduo para o portugus, mas tem como
sentido a obteno de um corpo extremamente
musculoso, como o de um halterolista.
Entre 1950 e 1960, alguns desses proprietriosde academias, reconhecidamente pioneiros,entre eles Joe Gold, nome muito conhecidopela marca Golds Gym, comearam a construir
academias populares e, em alguns casos, redes
regionais fortes. Seus clientes nessa poca eram
homens jovens interessados em obter um corpomusculoso.
Segundo Coleman (2000), na Europa, essapopularizao comeou com a Fitness First,fundada em 1992, dona atualmente de uma redede 60 academias distribudas no Reino Unido
e mais 14 na Alemanha. Michael Balfour, seudirigente, arma que a Europa ainda est emevoluo nesse setor, mas 10 anos atrs dos
EUA em termos de praticantes. Porm, assinalaque a qualidade dos servios prestados por suas
academias similar s norte-americanas.
No anos 70 e 80, quatro fatos ocorreramchamando a ateno para a prtica de exercciosfsicos regular:
Arthur Jones desenvolveu o equipamentoNautilus, que popularizou o treinamento defora.
Ray Wilson e Augie Nieto trouxerampara o mercado a Lifecycle, a primeira
bicicleta computadorizada, que contribuiupara a avaliao, treinamento e recuperao
cardiovascular.
Estrelas de cinema, como Jane Fonda,deram glamour aos exerccios em grupo
(aerbica), o que atraiu as mulheres para estemercado.
Dr. Ken Cooper evidenciou os benefcios paraa sade com a prtica de exerccios regulares e
a comunidade mdico-cientca internacionalprontamente adotou o mtodo Cooper para
manuteno da qualidade de vida saudvel
e preveno de doenas, principalmente
cardiovasculares. Assim, mais pesquisas
acadmicas realizaram-se, propiciando maiorpublicidade para o assunto.
Como decorrncia desses fatos, a demanda por
esse tipo de servio cresceu extraordinariamente
e as academias comearam a proliferar emtodos os cantos do pas. Ademais, os clubes
de modalidades especcas, como tnis egolfe, por exemplo, acrescentaram ao seu
complexo esportivo os centros especializadosem condicionamento fsico, que se tornaram, a
curto prazo, a atrao principal do local.
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1.2 Academia como negcio
Procurando esclarecer a viso do negcio emque se insere uma academia, a IHRSA (2003)especicou as caractersticas que formam oconceito desse tipo de empreendimento:
um negcio de varejo, pois as academiasobedecem s mesmas regras de qualquer
negcio de varejo: localizao, visibilidade,acessibilidade e aparncia, que so fatores
crticos de sucesso.
precisa promover a hospitalidade.Tipicamente, quando as pessoas vo
academia, elas passam o mesmo tempo que
passariam em um local de lazer, por isso umaequipe de funcionrios amigvel, cordial,
cheia de energia, prestativa e eciente vital.
um negcio de convenincia. A frequncia crucial para os benefcios dos exerccios,
portanto as academias devem se situar o mais
prximo possvel do local onde as pessoastrabalham ou moram.
um negcio que promove sade. Emboraisso possa parecer exagerado, no h remdio
conhecido que proteja tanto o indivduoquanto a realizao regular de exerccios.
um negcio de entretenimento. Exercciosrealizados isoladamente so entediantese as academias fazem o mximo possvel
para fazer dos exerccios uma experinciainteressante e prazerosa ao extremo.
em uma perspectiva econmica, um
negcio com elevada alavancagem
operacional, com altos custos xos ou quasetotalmente xos para sua operao. No temgrandes barreiras de entrada, pois ainda
possvel abrir uma academia pequena, nos
EUA, com menos de US$ 200.000 dlares. NoBrasil, esse capital inicial ainda menor, se
forem adquiridos equipamentos dispensados
pelas academias maiores.
um negcio orientado para vendas.Por causa do alto turnover (30 a 50% dosassociados deixam a academia todos os anos),as academias somente se tornam lucrativas
quando atingem o seu ponto de equilbrio.
um negcio altamente fragmentado. H
uma relao de 17.000 academias com persdiferentes, como unidades em corporaes,
franchise como a Golds Gym, unidades
individuais para todos os objetivos e
pblicos.
1.3 A concorrncia no setor
Como qualquer negcio, as academias tambm
enfrentam diculdades no desenvolvimentodo negcio. Novos concorrentes esto sempresurgindo e, atualmente, entre os concorrentes
que comeam a se interessar pelo mercado
tness brasileiro, esto grandes empresas
internacionais, cujas marcas tm fora para
inuenciar potenciais clientes, como aReebok, aCurves for Woman, a World Gyme a Gold Gym.
Acrescentem-se a esses interessados os hotise as universidades, que j operam as prpriasacademias, e os empreendedores individuais
associados a nancistas que dispem de umelevado investimento inicial para instalar uma
academia de grande porte e oferecer um servio
de qualidade com equipamento e tecnologia
inovadora.
Nos anos recentes, outro concorrente surgiu
no mercado: so os novos empreendimentos
imobilirios que surgem de forma bastante
agressiva, com salas de tness modernas e
cujo custo de aquisio diludo entre todos os
compradores do imvel.
1.4 A gesto do negcio
Paulo Akiau, j citado anteriormente, tambmconrma a existncia de um alto turnover, em
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torno de 30 a 50% de associados/ano. Isso ocorreporque as pessoas mudaram de casa ou trabalho,e tambm porque muitos no conseguem
transformar os exerccios regulares em um
hbito. Uma parte dessas pessoas retornam paraacademia, mas por outro curto perodo e, assim,
no podem ser consideradas novos clientes.
Atento a esse problema, e na tentativa de
minimizar essa porcentagem, Edgard Corona,scio-proprietrio da rede Bio Ritmo Academia,esclarece, em entrevistas concedidas revista
Fitness Business, que a sada de alunos muito
comum nos primeiros trs meses, devido
falta do hbito de exercitar-se regularmentee ansiedade por resultados no curto prazo.Assim, a Bio Ritmo adota a estratgia de traar
caminhos alternativos, como programas detreinamentos curtos, prmios por frequncia em
aulas, medalhas e outros incentivos que evitemuma desistncia prematura.
Almeris Armiliato, diretor da Inner - Soluesem Fitness, em entrevista concedida para a
revista Fitness Business (julho/agosto 2007, n32), arma que a falta de formao dos gestores um problema nas academias. Segundo o
entrevistado, a maioria dos dirigentes no tem
qualquer formao em Administrao, e a
academia no dispe de uma fundamentaotcnica especca, sendo administrado de formamuito intuitiva, alm do pequeno volume de
publicaes tcnicas especicamente sobre essetipo de negcio.
Outro problema apontado por Armiliato queesse setor um dos que mais tende a perder
rentabilidade, pois sofre presso das oscilaes
nanceiras do indivduo e da economia dopas. O gasto com a academia o primeiroa ser cortado quando o indivduo sofre um
aperto no oramento ou atravessa diculdadesnanceiras.
Richard Bilton, diretor da Cia Atlhetica erepresentante na Amrica Latina da IHRSA
Internacional, declara em entrevista Fitness
Business (maio/junho 2007, n 31) que o maiorobstculo para o setor atualmente a carga
tributria, pois emprega cerca de 120 mil pessoas,que representam uma contribuio elevada
devido aos encargos trabalhistas e, mesmoassim, um setor taxado com uma das alquotas
mais altas no lucro presumido: 32%. Outrossetores, como o hospitalar e o de transportes,tm uma alquota bem menor: apenas 8%. Masressalta que o Brasil o nico pas do mundo
que exige curso superior de Educao Fsica
do prossional que trabalha na rea tcnica dasacademias.
Um recente estudo sobre academias no RioGrande do Sul atesta que os servios prestados por
esse tipo de organizao so predominantementeos mesmos, ou seja, no existem muitas
possibilidades de diferenciao e as academias
mudam, na maioria dos casos, quando todos esto
mudando, somente adaptando-se realidade
(Roth, 2007). Embora esse aspecto possa serconsiderado mais uma diculdade para a gestodo negcio, tambm no pode deixar de serobservado que pode se transformar em uma boa
oportunidade para aquelas que oferecerem um
melhor atendimento e qualidade dos serviosou, ento, customizarem o servio prestado deacordo com as necessidades especcas de cadagrupo de associados identicados.
1.5 Um estudo sobre gesto de academias
A histria, os fatos, as observaes e os dadosestatsticos apresentados at aqui mostram
o crescimento do mercado e a evoluo do
negcio academia, em um curto espao detempo e em um contexto mundial, assim como a
criao do hbito da prtica regular de exercciosfsicos, que, se no novidade, somente agora
est se popularizando e fazendo parte de umaconscincia coletiva.
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Revelam tambm a preocupao dosempreendedores entrantes ou j estabelecidos
no ramo com a gesto ecaz do negcio para queo ROI desejado (ou pelo menos adequado) sejaobtido e o negcio continue atraente. Ganhardinheiro e se consolidar como organizao dereferncia no ambiente em que atua so objetivos
que todo empresrio almeja e so atingidos com
servios de qualidade prestados por pessoal
tcnico e administrativo competente, orientado
e dirigido por prossionais responsveis pelaelaborao e gesto de planos e estratgias
voltadas para esse m.
Assim, este estudo se justica no s pelaimportncia econmica e social assumida pelo
negcio nesse setor de prestao de servios,mas, e principalmente, pela precariedade e quase
inexistncia de pesquisas e estudos relacionados
administrao de academias. Efetivamente,
uma academia de ginstica se enquadra em
um setor especco da economia e apresentapeculiaridades e caractersticas prprias deinteresse para insero no conhecimento dateoria e prtica da administrao. Considerando-
se que existe uma demanda latente e potencial
muito grande para esse tipo de prestao de
servios (idealmente toda a populao deveriapraticar ginstica), este estudo pretendeoferecer subsdios para a elaborao de um
plano estratgico de academias, adequado s
condies ambientais e s competncias erecursos existentes em cada uma.
1.6 Os objetivos do estudo
O objetivo da pesquisa realizada foi o de explicaros fatores que conduzem uma academia deginstica a se tornar mais competitiva que a outra,
utilizando-se os princpios e pressupostos doModelo de Competitividade de Contador (2007)e considerando-se apenas as academias de grande
porte instaladas na cidade de So Paulo.
Os objetivos especcos decorrentes darealizao desta pesquisa tambm estoassociados aplicao desse modelo de
competitividade, e se inserem num contexto
em que se procurou avaliar a inuncia nacompetitividade do negcio das variveis queso ou podem ser utilizadas como vantagemcompetitiva pelos gestores do negcio: valor damensalidade, planos de pagamento, qualidade do
atendimento e do servio prestado, modalidades
dos exerccios e das prticas esportivas,
instalaes e equipamentos, diversicao ediferenciao do servio frente aos concorrentes,
localizao, propaganda e comunicao como pblico. A formao educacional, idade e
sexo do principal dirigente, assim como as
caractersticas do modelo de gesto adotado,
foram tambm considerados para se estabelecer
possveis correlaes com a competitividade daacademia.
2. Metodologia da pesquisa
Para o atendimento dos objetivos especicados,a pesquisa foi realizada em academias de
grande porte, assim consideradas aquelas que,no perodo de 2003 a 2006, apresentassemum nmero de alunos matriculados maior que
800 por ano; cujo plano de pagamento maisacessvel fosse no mnimo de R$ 150,00 porms; possussem mais de uma unidade instaladana regio metropolitana de So Paulo e cujoespao til ocupado pelas instalaes de cadaunidade fosse superior a 1000 m2. Foi 19 onmero de empresas que atenderam a essas
condies e que se constituem numa rede deaproximadamente 250 unidades de academiasde ginstica instaladas na cidade de So Paulo.A identicao desse universo foi obtida de umgrupo de aproximadamente 1.500 academias
listadas no cadastro fornecido por uma empresa
de consultoria e assessoria para academias de
ginstica
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2.1 O modelo de estudo
O Modelo de Competitividade de Contador(2007) se enquadra, em termos de estratgia dosnegcios de uma organizao, nos pressupostosda escola de posicionamento, que acrescentou
substncia ao modelo da escola do designe s
abordagens genricas da escola do planejamento,
elevando as estratgias a um plano de destaque,
igual ou maior que o anteriormente dado ao
processo de formulao. A gama de modelos
e abordagens sobre formulao de estratgias
nesta escola grande, desde mximas militares,
tticas de guerra, matriz de crescimento/participao (Boston Consulting Group- BCG),curva de experincia (BCG), Prot Impact of
Market Strategy - PIMS, modelo de anlisecompetitiva (Porter, 1991), cadeia de valores(Porter, 1989), teoria dos jogos (Von Neumann& Morgenstern, 1947) e outros.
O Modelo de Competitividade de Contadorprocura identicar os fatores ou as variveissob o controle da organizao que podem serexploradas na busca da excelncia do seu
desempenho e, assim, formular a sua estratgia
de negcio e operacional. A estratgia pode servista como a lgica ao desempenho superior.Magretta (2002) arma que a estratgia fundamental para o desempenho de qualquerorganizao, pois pode ajud-la a atingir emanter uma vantagem competitiva frente a seus
concorrentes.
O Modelo de Competitividade composto por:
campos da competio: so as variveis sobcontrole da organizao que podem tornar-se vantagens competitivas. Eles retratam
as possveis estratgias competitivas de
negcio e de posicionamento do produto nomercado. So 14 no total: preo, condiesde pagamento, prmio e/ou promoo,projeto do produto, qualidade do produto,
diversidade do produto, atendimento
acessvel, projeto do atendimento, qualidade
do atendimento, prazo de entrega do produto,prazo de atendimento, imagem do produto eda marca, imagem de empresa convel eresponsabilidade social.
matriz produto/mercado: a empresaescolhe o mercado em que deseja atuar comdeterminado produto. Este par pode variar
de acordo com o campo escolhido. A palavraproduto pode ser substituda por servio ou
famlia de produtos, caso a empresa tenhauma variedade grande de produtos ou seja
prestadora de servios.
armas da competio: retratam as
estratgias competitivas operacionais e
podem ser utilizadas para competir emmais de um campo; contudo, possuemum objetivo diferente para cada campo
respectivo. O objetivo tambm denominadoalvo, elemento de ligao entre o campo e
suas armas. So necessrias vrias armas
para competir num campo. As armas so
agrupadas conforme sua natureza: produo,
atendimento, planejamento e apoio; numalista h 200 armas catalogadas atualmentee, aps sua seleo, so consideradas emum conjunto de 40 a 60, cuja denominao modicada para armas da competio. E, deacordo com o campo, so classicadas em:relevantes: proporcionam elevada vantagem
competitiva no campo principal e precisam
ter alto desempenho; semirrelevantes:propiciam vantagem competitiva mediana
no seu campo principal; e irrelevantes: suaexistncia intil para determinada estratgia
competitiva de negcio.
Segundo Contador, a estratgia de uma empresa
ou de uma unidade de negcio um conjunto deatividades relacionadas para o posicionamento de
um produto ou da prpria empresa num mercado,
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cuja essncia est na escolha dos campos dacompetio e dos campos coadjuvantes para
cada par produto/mercado.
E a competitividade a capacidade da empresa
em obter resultado sustentvel superior ao
dos concorrentes, medido por um indicador
de crescimento de mercado e assegurada uma
rentabilidade satisfatria, por meio do alcancede uma ou mais vantagens competitivas. A
competitividade tambm a comprovao de
um fato e, escolhido o indicador, possvelconstatar se uma empresa mais competitiva
que outra.
O Modelo de Competitividade utilizado
nesta pesquisa como um referencial de anliseque oferece os instrumentos necessrios
para explicar o desempenho competitivo dasorganizaes em estudo. um modelo centradonos recursos internos da organizao, que podemser utilizados se devidamente selecionados eexplorados na formulao da estratgia que ser
adotada no seu ambiente competitivo.
2.2 Coleta de dados
Uma vez que est sendo utilizado o MCAC comoreferncia e modelo conceitual para a realizaoda pesquisa, os instrumentos de coleta de dados
foram elaborados em funo dos pressupostos
dele, de modo que as informaes obtidas eposterior anlise dos dados se adequassem
aos testes estatsticos aplicados para o clculo
dos ndices do grau de competitividade dasacademias. Foram elaborados e aplicados trs
questionrios mediante entrevista pessoal com
os principais responsveis de cada organizaoselecionada:
a) questionrio 1 - Identicao e caractersticasda organizao
O questionrio 1 composto pelasinformaes gerais da empresa e do perltcnico-gerencial do entrevistado. Esto
contemplados tambm os dados necessrios
para o clculo do grau da competitividade das
empresas estudadas (evoluo do nmero de
ingressantes nos ltimos anos), bem como adescrio de sua infraestrutura fsica, tcnica
e operacional.
b) questionrio 2 - Avaliao dos campos decompetio
As empresas escolhem um campo prioritrio,no qual se consideram mais competitivas, e
outro campo de importncia secundria. Os
campos j mencionados no corpo deste trabalhoesto reunidos em cinco macrocampos: preo,
produto, assistncia, prazo e imagem. Noquestionrio 2, o respondente deveria indicarum desses campos, de acordo com a viso da
empresa, outro com a viso do cliente, e mais
quatro campos conforme seus concorrentes.
c) questionrio 3 - Avaliao das armas dacompetio
O questionrio 3 foi composto por 40 armasselecionadas dentre as que so propostas
pelo modelo MCAC para todos os tipos deorganizao. Logicamente, o critrio para aseleo dessas variveis foi a adequao de
cada uma s caractersticas particulares da
atividade gerencial, tcnica e operacional de
uma academia de ginstica. Essas armas foram
propostas aos entrevistados, obedecendo a uma
escala de 0 a 5 (na qual zero signica no terimportncia e 5 signica muito importante),de modo a permitir que o respondente
avaliasse, segundo a sua percepo, o grau de
importncia de cada um desses fatores para o
desenvolvimento do negcio e a intensidadecom que utilizada.
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2.3 Anlise dos dados
De acordo com a relevncia das armas apontadapelos entrevistados, foi elaborada uma matrizde priorizao que apresenta a classicaode cada arma na linha com todas as armas dascolunas, e da atribuio em cada clula da
matriz, de pesos que variam entre +2 e -2. Ospesos de cada linha so somados, gerando umranking de relevncia, para cada campo. Com
o rankingde relevncia gerado por essa matriz,aliado s respostas do questionrio 3, formou-seuma nova planilha, para cada academia com asseguintes representaes numricas:
do foco, isto , a varivel matemtica que
mede a aplicao de esforos nas armas que
proporcionam vantagem competitiva nocampo escolhido;
da disperso, ou seja, a varivel matemtica
que mede a aplicao de esforos nas armas
que no proporcionam vantagem competitiva
no campo escolhido;
da intensidade mdia das armas, que a
mdia aritmtica da intensidade de todas as
armas da competio da empresa, tantos asrelevantes, quanto as semirrelevantes e as
irrelevantes.
Esses valores individuais foram utilizadosde forma global na concluso dos resultados,
comparando-se com o grau de competitividade
de cada academia. O indicador do grau decompetitividade da academia foi obtido pela
diferena do nmero de associados entre dois
perodos de tempo, dividido pelo aumento dos
associados de todas as academias nesse mesmo
espao de tempo:
Com esse ndice calculado, foi possvel aplicar
o coeciente de correlao linear de Pearson,que corresponde medida do grau e do sentido
da correlao linear, indicado por r, variando
de -1 a +1 entre o grau de competitividade e as
trs variveis principais do modelo: o foco, a
disperso e a intensidade mdia das armas.
A amostra da pesquisa (19 academias), que narealidade a populao total das academias de
grande porte, foi dividida em mais competitivas
(M) e menos competitivas (m), de modo que sepudessem vericar as razes pelas quais umaacademia mais competitiva que a outra. Porm, aplicou-se o teste t (cauda 1, tipo 3) comvariao desigual das duas amostras.
As principais variveis analisadas foram: idade e
sexo do principal dirigente; tempo de existnciada academia; porcentagem de recursos investidosna academia e em propaganda; quantidade demodalidades da academia; rea em metrosquadrados; comparado ao seu melhor concorrentede acordo com a viso do entrevistado: projeto
do produto, qualidade do produto, variedade de
planos de pagamento, qualidade no atendimento,
agilidade no atendimento, servio, imagem daempresa; total de equipamentos da musculaopara: membros superiores, membros inferiores,
abdominais, alongamento e cardiovasculares,
soma de todos os tipos, total de marcas;campo no qual a academia compete: preo ou
qualidade; programas para: bebs, para crianasde at 10 anos, adolescentes, adultos, gestantes
e gerontes; administrao prossional e familiare equipamentos aquticos.
3 Resultados obtidos
A utilizao do ndice de Pearson nas correlaespropostas pelo modelo, observveis na tabela de
anlise geral, apresentou uma relao positiva,
ESTRATGIA COMPETITIVA DAS ACADEMIAS DE GINSTICA DA CIDADE DE SO PAULO
acrscimo de associados (2008-2003)
acrscimo de mercado (2006-2003)
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porm fraca, baseada nos valores do r de
Pearson, pois quando o grau de competitividade correlacionado com:
a intensidade: obteve-se r = 0,63, isto ,uma correlao positiva fraca;
o foco: obteve-se r = 0,69, isto , umacorrelao tambm positiva fraca;
a disperso: obteve-se r= 0,28, isto , umarelao positiva muito fraca.
A diviso das academias foi realizada apartir do teste t que indicou que a mdia
(113,3) das academias mais competitivas(denominadas grupo M) signicativamente
maior que a mdia (98,3) das academias menoscompetitivas. O clculo do grau de conanafoi de 99,6%, consolidando essa diviso comoadequada.
Outras classicaes foram consideradas,como, por exemplo, academias com ou sem
piscina, com atividades para bebs e crianas,
campo em que atua, tipo de administrao e
localizao da academia, mas nenhuma delasapresentou resultados expressivos.
3.1 Fatores que explicam a competitividade
das academias
O Quadro 2, a seguir, foi elaborado a partirdos clculos e anlises estatsticas realizadas,e sintetiza os resultados obtidos em funo de
cada uma das variveis pesquisadas.
No que se refere ao aspecto preo, aqui
consideradas a mensalidade paga pelos usurios,
a variedade de planos e as opes de pagamento,mostrou-se uma preocupao considervel dos
entrevistados e tambm um fator inuente sobre
a competitividade das academias. Constatou-se
que as academias mais competitivas tm mais
tipos de planos, oferecendo deste modo mais
opes de utilizao e respectivo pagamentopelos seus servios
Por outro lado, demais fatores que a princpiopoderiam ser considerados importantes,como a qualidade do servio e a agilidade
do atendimento, no apresentaram valores
signicativos no que se refere sua inunciana competitividade do setor. Isto pode ser
explicado e justicado pelo fato de que apreocupao com esses fatores comum a todas
as academias. Entretanto, o fator qualidade no
atendimento mostrou-se signicativamente
inuente e concentrado nas academias maiscompetitivas. Esta diculdade tambm ocorrequando se baliza o estudo apenas na intensidademdia das armas, no foco e na disperso
com resultados pouco expressivos quando
relacionados ao grau de competitividade,
podendo ser ainda devido pouca maturidade
do setor e similaridade dos produtos.
A localizao e a rea construda tambmno se mostraram fatores preponderantes na
competitividade das academias, do mesmo
modo que a existncia de piscina na unidade.
Em termos de localizao, deve ser observadoque todas as academias pesquisadas possuem
unidades espalhadas pela cidade, o que revelaa preocupao de se chegar prximo dopotencial cliente. Com relao parte aqutica,
a inuncia na competitividade pelo teste tfoi
de 93%, portanto no possvel armar queesse fator isoladamente proporcione inunciana competitividade; porm, possvelconsiderar que as academias com parte aqutica
so maiores e possuem mais modalidades,
aumentando dessa forma suas chances de seremmais competitivas.
Silvana Aparecida Martins CORRAAdemir Antonio FERREIRA
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ESTRATGIA COMPETITIVA DAS ACADEMIAS DE GINSTICA DA CIDADE DE SO PAULO
Quadro 2 Resultados organizados conforme objetivos especcos
Resultados organizados de acordo com os objetivos especfcos
1 campo qualidade x preo 106.12 102.04 0.18 0.82 no inuencia
2IMA grupo Mx grupo m 3.85 0.27 0.27 0.73 no inuenciafoco grupo Mx grupo m 0.79 0.19 0.19 0.81 no inuenciadisperso grupo Mx grupo m 0.72 0.480.18 0.48 0.52 no inuencia
3
beb sim x no* 107.41 0.06 0.18 0.82 no inuenciacriana sim x no* 106.18 0.00 0.06 0.94 no inuenciaadolescente sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciaadulto sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciagestante sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciaidoso sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia
piscina sim x no* 106.44 101.95 0.07 0.93 no inuencialocalizao sul x leste e oeste 102.98 109.43 0.10 0.90 no inuencia
quantidadede modalidades
grupo Mx grupo m 53.75 29.67 0.00 0.998 inuencia
4
rea em m2 grupo Mx grupo m 4625 2600 0.06 0.94 no inuenciaquantidade grupo Mx grupo m 125.25 98.33 0.14 0.86 no inuenciacardiovasculares grupo Mx grupo m 46.75 50.78 0.35 0.65 no inuenciamembros superiores grupo Mx grupo m 35.75 22.67 0.05 0.95 inuenciamembros inferiores grupo Mx grupo m 27.25 14.33 0.04 0.96 inuenciaabdominais grupo Mx grupo m 7.75 5.78 0.05 0.95 inuencia
para alongamento grupo Mx grupo m 6.75 4.78 0.14 0.86 no inuenciatotal de marcas grupo Mx grupo m 4.38 4.11 0.42 0.58 no inuencia
5fuso no 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciadesmembramento no 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia
6
tipo deadministrao
prossional xfamiliar
107.85 98.01 0.01 0.99 inuencia
sexo masculino 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia
idade grupo Mx grupo m 45.63 51.56 0.04 0.96 inuencia
7 idade da academia grupo Mx grupo m 12.63 21.67 0.05 0.95 inuencia
8em propaganda grupo Mx grupo m 3.50 5.11 0.04 0.96 inuencia
na academia grupo Mx grupo m 68.75 61.11 0.32 0.68 no inuencia
9
projeto do produto grupo Mx grupo m 9.50 9.56 0.43 0.57 no inuenciaqualidade
do seu produto
grupo Mx grupo m 9.00 9.00 0.50 0.50 no inuencia
variedade de planos grupo Mx grupo m 9.50 8.44 0.04 0.96 inuencia
10
qualidade do
atendimentogrupo Mx grupo m 9.25 8.44 0.03 0.97 inuencia
agilidade do
atendimentogrupo Mx grupo m 8.38 8.56 0.39 0.61 no inuencia
11 servio grupo Mx grupo m 9.25 9.00 0.33 0.67 no inuencia
12 imagem grupo Mx grupo m 9.13 8.22 0.05 0.95 inuencia*sim = possui fator estudado, no = no possui fator estudado
reasdeatuao
objetivos
especfcos
classifcao
realizada
quando
possvel
grupo1
conforme
classifcao
grupo2
conforme
classifcao
testet
confana
equipamentosde
musculao
principal
dirigente
recursos
investidos
visodoentrevistadocom
parado
aoseumelhorcomcorrente
fator
estudado
resultadocom
relaoa
inunciaso-
breacompeti-
tividadedas
academias
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4 Concluso
O setor estudado neste trabalho corresponde aum dos mercados mais jovens e em crescente
evoluo no Brasil e no mundo. Entretanto, a
evoluo desse mercado, dos servios prestados,
dos equipamentos utilizados e das tcnicas detness, que esto sempre oferecendo inovaes,no acompanhada por um aprimoramentoe especializao das atividades gerenciais eadministrativas. Deve se observar tambm que, noBrasil, existem poucos trabalhos acadmicos narea de Administrao de Empresa relacionados
ao gerenciamento de uma academia. Trabalhostcnicos voltados para o setor se referem, quase
que exclusivamente, s atividades de marketingpara academias e s aes voltadas para oatendimento ao cliente, encontrados em sua
maioria em mestrados prossionalizantes.
Trabalhos internacionais, principalmente norte-americanos e europeus, constituem a base de
estudo do mercado nacional, que possui diferenas
extremamente signicativas em termos dehbitos, costumes e renda do brasileiro.
Assim, a contribuio deste estudo reside
na tentativa de oferecer subsdios para aformulao da estratgia de negcios dasacademias de ginstica, mediante uma anlise
das caractersticas do setor e dos fatores que
propiciam vantagem competitiva, j destacados
nos resultados da pesquisa: o tempo de existncia
da academia, a qualidade de atendimento, o
seu tamanho, a diversicao de modalidadesoferecidas, a variedade de planos de pagamento,
a imagem projetada aos potenciais clientes e a
atualizao tecnolgica dos equipamentos e doprocesso.
E um fato que restringe o desenvolvimento do
negcio no Brasil espelha-se na consideraoatribuda academia como supruo, sendoo primeiro item a ser eliminado quando o
oramento familiar ou individual tende a
diminuir. Assim a previso de demanda de uma
academia se torna muito vulnervel s condiesdo ambiente externo.
As academias mais competitivas apresentam um
equilbrio muito visvel sobre o que consideram
qualidade e quanto cobram por essa qualidade,
desenvolvendo uma poltica de preos (planosde pagamentos) coerente com a qualidadeproporcionada, que foi um dos pontos mais
destacados pelos entrevistados.
luz das teorias vigentes sobre estratgiaempresarial, o entendimento, a adequao
e a explorao desses elementos num
plano estratgico de atuao da academia,
considerando-se tambm as competncias
internas existentes em cada uma, deveropropiciar a desejada vantagem competitiva
e uma denio muito clara da posio quepretende ocupar no seu ambiente de negcios.
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