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    FACEF PESQUISA - v.12 - n.1 - 200963

    recebido em: 10/2008 aprovado em: 03/2009

    ESTRATGIA COMPETITIVA DAS ACADEMIAS

    DE GINSTICA DA CIDADE DE SO PAULO

    THE COMPETITIVE STRATEGY OF THE GYMS OF THE CITY OF SO PAULO

    Resumo

    O presente trabalho pretende analisar o grau decompetitividade das academias de ginstica e

    esportes em geral, localizadas na cidade de SoPaulo, para tentar oferecer uma contribuiosignicativa na formulao de sua estratgia.O objetivo do estudo foi averiguar quais so osfatores que levam uma academia de ginstica

    a ser mais competitiva que outra. E optou-se

    neste estudo pela realizao de uma pesquisaquantitativa, que permitisse maior generalizaodos resultados a respeito da competitividade das

    academias. Os instrumentos utilizados para acoleta de dados foram trs questionrios fechadosaplicados s empresas estudadas por meio de

    entrevistas e todo este conjunto foi baseado no

    modelo de campos e armas da competio.

    Palavras-chave: Estratgia Competitividade

    Academias de Ginstica.

    Abstract

    The present study analyzes the degree of

    competitiveness of gyms located in the city ofSo Paulo, in an attempt to offer a signicantcontribution to the formulation of their strategy.The study aimed to investigate what factorsmake a gym be more competitive than another.A quantitative research study was carried outin order to enable a greater generalization ofthe results about the gyms competitiveness.The instruments used for data collection werethree questionnaires administered to the studied

    companies through interviews and all thesewere based on the model Campos e Armasda Competio (Competitions Fields andWeapons).

    Keywords: Strategy Competitiveness

    Gyms.

    Silvana Aparecida Martins CORRAMestre em Administrao - UNIP

    [email protected]

    Ademir Antonio FERREIRADoutor - Faculdade de Economia e Administrao USP

    [email protected]

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    Introduo

    H cerca de duas dcadas, o crescimento

    acentuado do nmero de academias de ginstica

    tanto no nosso pas, como em outras partes do

    mundo, reetia uma mudana nos padres decomportamento de uma parcela signicativa

    da populao. A princpio, foi considerado ummodismo pelo pblico em geral, pela mdia,

    assim como tambm por investidores, sempre

    atentos a novas oportunidades de negcios.Percebia-se como algo passageiro entre tantasnovidades que surgiam nos noticirios ou

    provocadas articialmente por organizaesinteressadas em promover eventos, criar

    necessidades e vender produtos ou servios.

    Antes disso, as atividades fsicas ocupavamum papel secundrio na rotina as pessoas e a

    prtica regular de exerccios fsicos restringia-se

    s aulas de Educao Fsica durante o perodo

    escolar, ou lazer nos ns de semana em clubesrecreativos ou centros esportivos, quase sempre

    aliada prtica de uma modalidade esportiva

    de competio. Acreditava-se que a prtica de

    exerccios fsicos programados servia somente

    para o desenvolvimento de habilidades motorasna infncia e adolescncia, presumindo-se que

    no haveria a necessidade de se realizar atividadesfsicas na idade adulta, porque apenas aquela fase

    inicial garantiria a formao de um corpo forte e

    um organismo saudvel para toda a vida.

    Entretanto, os estudos de especialistas nessa

    rea (mdicos, siologistas e professores emEducao Fsica) so unnimes em armar,demonstrar e divulgar que este fato no

    corresponde realidade. Atividade fsica em

    qualquer fase do ciclo da vida to importantequanto a satisfao das necessidades siolgicasdo ser humano, principalmente quando asfacilidades e o conforto proporcionado pela

    evoluo tecnolgica se traduzem em uma vidacada vez mais sedentria, na qual as pessoasso poupadas de quase tudo que necessite

    movimento e esforo.

    Embora a sade devesse nortear a promoo

    da prtica de exerccios fsicos regulares em

    qualquer idade, a esttica o principal motivo

    que leva as pessoas a frequentarem academias.

    Mol e Pires (2005) armam que a mdia tem dadodestaque prtica de atividades fsicas, mas a

    maioria das matrias divulgadas destacam esta

    prtica como a busca pela perfeio do corpo epelo belo, colocando em segundo plano a sade,

    que deveria ser o principal objetivo dessas

    atividades. Foucault (1993), por outro lado,destaca que desde o sculo XVIII a aparnciae a imagem relacionada ao corpo podem ser

    entendidas como fontes de poder. Portanto, aseduo das pessoas por um corpo perfeito um

    atributo antigo da humanidade.

    Ainda assim o nmero de frequentadores de

    academias de ginstica no Brasil continuacrescendo de forma insignicante. PauloAkiau, diretor executivo da Body Systems,em artigo escrito Revista Empresrio Fitness(2003), estima que aproximadamente 1,2%da populao brasileira em 2003 frequentavaacademias, embora no existam estatsticas

    ociais a respeito. Mais recentemente, JorgeGonalves, diretor da JG Consultoria, cita, emartigo escrito para a mesma revista, que, em

    2007, este nmero atingiu 1,6% da populao,ou seja, um aumento de 0,3%, pouco expressivose comparado aos EUA, onde, em 2003, mais de13,5% da sua populao frequentava academias.O Quadro 1 ilustra o nmero de alunos deacademias no Brasil, comparativamente a outros

    pases americanos.

    Quadro 1- Nmero de associados de academiaspor pases americanos em 2006

    Fonte: Revista Fitness Business (2007)

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    Outro fator que faz as pessoas procurarem asacademias o lazer. Devido principalmente urbanizao excessiva dos grandes centrose a falta de segurana pblica, que reduziu afrequncia da populao aos parques e praas

    pblicas, o contato social puro e simples tambm

    cou limitado.

    Este um aspecto fcil de ser constatado ao

    se observar que nos projetos de academias

    recentemente instaladas existem vrios servios

    proporcionados aos associados, os quais no

    possuem relao aparente com os servios de

    uma academia de ginstica. Espaos reservados

    para comunicao via internet, salo de

    cabeleireiro e esttica corporal, pista de corrida

    a cu aberto e solariumpara banhos de sol so

    algumas das opes oferecidas.

    1.1 Origem e histria da academia

    A palavra academia origina-se do latimakademia,

    nome dado ao jardim na Grcia Antiga onde

    Plato lecionava. J na lngua inglesa, a palavraque identica o local em que atividades fsicasso realizadas gym, que provm de gymnasium

    em latim, cujo signicado o de um lugarpblico onde se realizavam exerccios diversos:a prtica de virtudes, o desenvolvimento da

    alma e tambm das habilidades intelectuais efsicas. Gymnasium em portugus deu origem

    palavra ginsio, como sendo um local em que

    se ensinam e treinam vrias prticas desportivas

    ou recreativas, alm de competies esportivas eno necessariamente competies para o pblicoem geral, compondo apenas o signicado

    parcial, se comparado ao signicado da palavraem latim.

    Na Grcia Antiga uma escola deveria ser

    construda sobre dois pilares: o da msica, para

    trabalhar a concentrao e o equilbrio, a qualmolda o carter, aperfeioa o esprito e cria um

    requinte de sentimento; e o da educao fsica,

    pois se considerava que um corpo saudvel era

    to importante quanto uma mente sadia. Assim,

    o ideal seria que nos primeiros 10 anos de vida

    a educao fosse mais voltada para a educao

    do corpo (anal, o mais relevante era viver paraa sade e no em funo da doena) e, nesseperodo, tambm seria possvel ensinar clculos,

    noes de distncia, velocidade, espao e tempode forma conjunta durante a prtica de exerccios

    fsicos. E foi por essa razo que se denominouacademia, em portugus, os locais em que

    exerccios fsicos so promovidos e tambm

    escolas de ensino superior que geram os outros

    tipos de exerccios no fsicos. (PLATO, 2005;Dicionrio Houaiss, 2006)

    No Brasil, h pouca informao relacionadaao surgimento de academias. Entretanto,

    tradicionalmente, os costumes da nossa

    sociedade associaram a cultura fsica e a prtica

    de esportes aos clubes esportivos. A instalao

    em So Paulo, em 1950, de uma unidade daAssociao Crist de Moos (ACM), conhecidainternacionalmente como Young Men Christian

    Association (YMCA), instituio de carterreligioso originada da Inglaterra, porm voltada

    exclusivamente para a prtica de atividade

    fsica, representou o embrio de uma rede de

    unidades que se espalharam pelo pas, comas caractersticas das atuais academias de

    ginstica.

    Inicialmente, com participao restrita aos

    homens, as ACMs no cobravam taxas deingresso, nem vendiam ttulos individuais ou

    familiares, prtica comum nos clubes existentes

    atualmente. As mensalidades eram mais

    acessveis, porm os associados obedeceriama horrios programados, conforme sua faixaetria, sexo (posteriormente, as mulheres foramaceitas) e o tipo de modalidade.

    O surgimento e crescimento das academias deginstica no Brasil acompanharam o movimentomundial, surgido nos anos 70 e 80, em torno

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    da prtica regular de exerccios fsicos para a

    melhoria e manuteno de uma vida saudvel.

    A IHRSA publicou em 2003, o IHRSASGUIDE to the Health Club Industry for Lenders

    and Investors, no qual apresenta um conceito

    abrangente do negcio e as caractersticas queenvolvem a sua gesto. Esse pequeno manual,

    ou guia para interessados em investir no

    ramo de academias, foi elaborado por JohnMcCarthy, diretor-executivo dessa Associaodesde 1981.

    Visto que no existe nenhum outro estudohistrico e cronolgico sobre o surgimento eevoluo das academias de ginstica, a publicao

    da IHRSA se constituiu em um trabalho nicoe muito til para a pesquisa realizada. Emboradescreva a sucesso de fatos ocorridos nos EUA,

    demonstra uma similaridade histrica e factualmuito grande com o que pudemos perceber no

    desenvolvimento desse setor no Brasil.

    Entre os anos 70 e 80 nos EUA, as academiaseram um amontoado de empresas independentes,

    cujas facilidades eram focadas no na sade,

    mas em bodybuilding, palavra que no possui

    traduo para o portugus, mas tem como

    sentido a obteno de um corpo extremamente

    musculoso, como o de um halterolista.

    Entre 1950 e 1960, alguns desses proprietriosde academias, reconhecidamente pioneiros,entre eles Joe Gold, nome muito conhecidopela marca Golds Gym, comearam a construir

    academias populares e, em alguns casos, redes

    regionais fortes. Seus clientes nessa poca eram

    homens jovens interessados em obter um corpomusculoso.

    Segundo Coleman (2000), na Europa, essapopularizao comeou com a Fitness First,fundada em 1992, dona atualmente de uma redede 60 academias distribudas no Reino Unido

    e mais 14 na Alemanha. Michael Balfour, seudirigente, arma que a Europa ainda est emevoluo nesse setor, mas 10 anos atrs dos

    EUA em termos de praticantes. Porm, assinalaque a qualidade dos servios prestados por suas

    academias similar s norte-americanas.

    No anos 70 e 80, quatro fatos ocorreramchamando a ateno para a prtica de exercciosfsicos regular:

    Arthur Jones desenvolveu o equipamentoNautilus, que popularizou o treinamento defora.

    Ray Wilson e Augie Nieto trouxerampara o mercado a Lifecycle, a primeira

    bicicleta computadorizada, que contribuiupara a avaliao, treinamento e recuperao

    cardiovascular.

    Estrelas de cinema, como Jane Fonda,deram glamour aos exerccios em grupo

    (aerbica), o que atraiu as mulheres para estemercado.

    Dr. Ken Cooper evidenciou os benefcios paraa sade com a prtica de exerccios regulares e

    a comunidade mdico-cientca internacionalprontamente adotou o mtodo Cooper para

    manuteno da qualidade de vida saudvel

    e preveno de doenas, principalmente

    cardiovasculares. Assim, mais pesquisas

    acadmicas realizaram-se, propiciando maiorpublicidade para o assunto.

    Como decorrncia desses fatos, a demanda por

    esse tipo de servio cresceu extraordinariamente

    e as academias comearam a proliferar emtodos os cantos do pas. Ademais, os clubes

    de modalidades especcas, como tnis egolfe, por exemplo, acrescentaram ao seu

    complexo esportivo os centros especializadosem condicionamento fsico, que se tornaram, a

    curto prazo, a atrao principal do local.

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    1.2 Academia como negcio

    Procurando esclarecer a viso do negcio emque se insere uma academia, a IHRSA (2003)especicou as caractersticas que formam oconceito desse tipo de empreendimento:

    um negcio de varejo, pois as academiasobedecem s mesmas regras de qualquer

    negcio de varejo: localizao, visibilidade,acessibilidade e aparncia, que so fatores

    crticos de sucesso.

    precisa promover a hospitalidade.Tipicamente, quando as pessoas vo

    academia, elas passam o mesmo tempo que

    passariam em um local de lazer, por isso umaequipe de funcionrios amigvel, cordial,

    cheia de energia, prestativa e eciente vital.

    um negcio de convenincia. A frequncia crucial para os benefcios dos exerccios,

    portanto as academias devem se situar o mais

    prximo possvel do local onde as pessoastrabalham ou moram.

    um negcio que promove sade. Emboraisso possa parecer exagerado, no h remdio

    conhecido que proteja tanto o indivduoquanto a realizao regular de exerccios.

    um negcio de entretenimento. Exercciosrealizados isoladamente so entediantese as academias fazem o mximo possvel

    para fazer dos exerccios uma experinciainteressante e prazerosa ao extremo.

    em uma perspectiva econmica, um

    negcio com elevada alavancagem

    operacional, com altos custos xos ou quasetotalmente xos para sua operao. No temgrandes barreiras de entrada, pois ainda

    possvel abrir uma academia pequena, nos

    EUA, com menos de US$ 200.000 dlares. NoBrasil, esse capital inicial ainda menor, se

    forem adquiridos equipamentos dispensados

    pelas academias maiores.

    um negcio orientado para vendas.Por causa do alto turnover (30 a 50% dosassociados deixam a academia todos os anos),as academias somente se tornam lucrativas

    quando atingem o seu ponto de equilbrio.

    um negcio altamente fragmentado. H

    uma relao de 17.000 academias com persdiferentes, como unidades em corporaes,

    franchise como a Golds Gym, unidades

    individuais para todos os objetivos e

    pblicos.

    1.3 A concorrncia no setor

    Como qualquer negcio, as academias tambm

    enfrentam diculdades no desenvolvimentodo negcio. Novos concorrentes esto sempresurgindo e, atualmente, entre os concorrentes

    que comeam a se interessar pelo mercado

    tness brasileiro, esto grandes empresas

    internacionais, cujas marcas tm fora para

    inuenciar potenciais clientes, como aReebok, aCurves for Woman, a World Gyme a Gold Gym.

    Acrescentem-se a esses interessados os hotise as universidades, que j operam as prpriasacademias, e os empreendedores individuais

    associados a nancistas que dispem de umelevado investimento inicial para instalar uma

    academia de grande porte e oferecer um servio

    de qualidade com equipamento e tecnologia

    inovadora.

    Nos anos recentes, outro concorrente surgiu

    no mercado: so os novos empreendimentos

    imobilirios que surgem de forma bastante

    agressiva, com salas de tness modernas e

    cujo custo de aquisio diludo entre todos os

    compradores do imvel.

    1.4 A gesto do negcio

    Paulo Akiau, j citado anteriormente, tambmconrma a existncia de um alto turnover, em

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    torno de 30 a 50% de associados/ano. Isso ocorreporque as pessoas mudaram de casa ou trabalho,e tambm porque muitos no conseguem

    transformar os exerccios regulares em um

    hbito. Uma parte dessas pessoas retornam paraacademia, mas por outro curto perodo e, assim,

    no podem ser consideradas novos clientes.

    Atento a esse problema, e na tentativa de

    minimizar essa porcentagem, Edgard Corona,scio-proprietrio da rede Bio Ritmo Academia,esclarece, em entrevistas concedidas revista

    Fitness Business, que a sada de alunos muito

    comum nos primeiros trs meses, devido

    falta do hbito de exercitar-se regularmentee ansiedade por resultados no curto prazo.Assim, a Bio Ritmo adota a estratgia de traar

    caminhos alternativos, como programas detreinamentos curtos, prmios por frequncia em

    aulas, medalhas e outros incentivos que evitemuma desistncia prematura.

    Almeris Armiliato, diretor da Inner - Soluesem Fitness, em entrevista concedida para a

    revista Fitness Business (julho/agosto 2007, n32), arma que a falta de formao dos gestores um problema nas academias. Segundo o

    entrevistado, a maioria dos dirigentes no tem

    qualquer formao em Administrao, e a

    academia no dispe de uma fundamentaotcnica especca, sendo administrado de formamuito intuitiva, alm do pequeno volume de

    publicaes tcnicas especicamente sobre essetipo de negcio.

    Outro problema apontado por Armiliato queesse setor um dos que mais tende a perder

    rentabilidade, pois sofre presso das oscilaes

    nanceiras do indivduo e da economia dopas. O gasto com a academia o primeiroa ser cortado quando o indivduo sofre um

    aperto no oramento ou atravessa diculdadesnanceiras.

    Richard Bilton, diretor da Cia Atlhetica erepresentante na Amrica Latina da IHRSA

    Internacional, declara em entrevista Fitness

    Business (maio/junho 2007, n 31) que o maiorobstculo para o setor atualmente a carga

    tributria, pois emprega cerca de 120 mil pessoas,que representam uma contribuio elevada

    devido aos encargos trabalhistas e, mesmoassim, um setor taxado com uma das alquotas

    mais altas no lucro presumido: 32%. Outrossetores, como o hospitalar e o de transportes,tm uma alquota bem menor: apenas 8%. Masressalta que o Brasil o nico pas do mundo

    que exige curso superior de Educao Fsica

    do prossional que trabalha na rea tcnica dasacademias.

    Um recente estudo sobre academias no RioGrande do Sul atesta que os servios prestados por

    esse tipo de organizao so predominantementeos mesmos, ou seja, no existem muitas

    possibilidades de diferenciao e as academias

    mudam, na maioria dos casos, quando todos esto

    mudando, somente adaptando-se realidade

    (Roth, 2007). Embora esse aspecto possa serconsiderado mais uma diculdade para a gestodo negcio, tambm no pode deixar de serobservado que pode se transformar em uma boa

    oportunidade para aquelas que oferecerem um

    melhor atendimento e qualidade dos serviosou, ento, customizarem o servio prestado deacordo com as necessidades especcas de cadagrupo de associados identicados.

    1.5 Um estudo sobre gesto de academias

    A histria, os fatos, as observaes e os dadosestatsticos apresentados at aqui mostram

    o crescimento do mercado e a evoluo do

    negcio academia, em um curto espao detempo e em um contexto mundial, assim como a

    criao do hbito da prtica regular de exercciosfsicos, que, se no novidade, somente agora

    est se popularizando e fazendo parte de umaconscincia coletiva.

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    Revelam tambm a preocupao dosempreendedores entrantes ou j estabelecidos

    no ramo com a gesto ecaz do negcio para queo ROI desejado (ou pelo menos adequado) sejaobtido e o negcio continue atraente. Ganhardinheiro e se consolidar como organizao dereferncia no ambiente em que atua so objetivos

    que todo empresrio almeja e so atingidos com

    servios de qualidade prestados por pessoal

    tcnico e administrativo competente, orientado

    e dirigido por prossionais responsveis pelaelaborao e gesto de planos e estratgias

    voltadas para esse m.

    Assim, este estudo se justica no s pelaimportncia econmica e social assumida pelo

    negcio nesse setor de prestao de servios,mas, e principalmente, pela precariedade e quase

    inexistncia de pesquisas e estudos relacionados

    administrao de academias. Efetivamente,

    uma academia de ginstica se enquadra em

    um setor especco da economia e apresentapeculiaridades e caractersticas prprias deinteresse para insero no conhecimento dateoria e prtica da administrao. Considerando-

    se que existe uma demanda latente e potencial

    muito grande para esse tipo de prestao de

    servios (idealmente toda a populao deveriapraticar ginstica), este estudo pretendeoferecer subsdios para a elaborao de um

    plano estratgico de academias, adequado s

    condies ambientais e s competncias erecursos existentes em cada uma.

    1.6 Os objetivos do estudo

    O objetivo da pesquisa realizada foi o de explicaros fatores que conduzem uma academia deginstica a se tornar mais competitiva que a outra,

    utilizando-se os princpios e pressupostos doModelo de Competitividade de Contador (2007)e considerando-se apenas as academias de grande

    porte instaladas na cidade de So Paulo.

    Os objetivos especcos decorrentes darealizao desta pesquisa tambm estoassociados aplicao desse modelo de

    competitividade, e se inserem num contexto

    em que se procurou avaliar a inuncia nacompetitividade do negcio das variveis queso ou podem ser utilizadas como vantagemcompetitiva pelos gestores do negcio: valor damensalidade, planos de pagamento, qualidade do

    atendimento e do servio prestado, modalidades

    dos exerccios e das prticas esportivas,

    instalaes e equipamentos, diversicao ediferenciao do servio frente aos concorrentes,

    localizao, propaganda e comunicao como pblico. A formao educacional, idade e

    sexo do principal dirigente, assim como as

    caractersticas do modelo de gesto adotado,

    foram tambm considerados para se estabelecer

    possveis correlaes com a competitividade daacademia.

    2. Metodologia da pesquisa

    Para o atendimento dos objetivos especicados,a pesquisa foi realizada em academias de

    grande porte, assim consideradas aquelas que,no perodo de 2003 a 2006, apresentassemum nmero de alunos matriculados maior que

    800 por ano; cujo plano de pagamento maisacessvel fosse no mnimo de R$ 150,00 porms; possussem mais de uma unidade instaladana regio metropolitana de So Paulo e cujoespao til ocupado pelas instalaes de cadaunidade fosse superior a 1000 m2. Foi 19 onmero de empresas que atenderam a essas

    condies e que se constituem numa rede deaproximadamente 250 unidades de academiasde ginstica instaladas na cidade de So Paulo.A identicao desse universo foi obtida de umgrupo de aproximadamente 1.500 academias

    listadas no cadastro fornecido por uma empresa

    de consultoria e assessoria para academias de

    ginstica

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    2.1 O modelo de estudo

    O Modelo de Competitividade de Contador(2007) se enquadra, em termos de estratgia dosnegcios de uma organizao, nos pressupostosda escola de posicionamento, que acrescentou

    substncia ao modelo da escola do designe s

    abordagens genricas da escola do planejamento,

    elevando as estratgias a um plano de destaque,

    igual ou maior que o anteriormente dado ao

    processo de formulao. A gama de modelos

    e abordagens sobre formulao de estratgias

    nesta escola grande, desde mximas militares,

    tticas de guerra, matriz de crescimento/participao (Boston Consulting Group- BCG),curva de experincia (BCG), Prot Impact of

    Market Strategy - PIMS, modelo de anlisecompetitiva (Porter, 1991), cadeia de valores(Porter, 1989), teoria dos jogos (Von Neumann& Morgenstern, 1947) e outros.

    O Modelo de Competitividade de Contadorprocura identicar os fatores ou as variveissob o controle da organizao que podem serexploradas na busca da excelncia do seu

    desempenho e, assim, formular a sua estratgia

    de negcio e operacional. A estratgia pode servista como a lgica ao desempenho superior.Magretta (2002) arma que a estratgia fundamental para o desempenho de qualquerorganizao, pois pode ajud-la a atingir emanter uma vantagem competitiva frente a seus

    concorrentes.

    O Modelo de Competitividade composto por:

    campos da competio: so as variveis sobcontrole da organizao que podem tornar-se vantagens competitivas. Eles retratam

    as possveis estratgias competitivas de

    negcio e de posicionamento do produto nomercado. So 14 no total: preo, condiesde pagamento, prmio e/ou promoo,projeto do produto, qualidade do produto,

    diversidade do produto, atendimento

    acessvel, projeto do atendimento, qualidade

    do atendimento, prazo de entrega do produto,prazo de atendimento, imagem do produto eda marca, imagem de empresa convel eresponsabilidade social.

    matriz produto/mercado: a empresaescolhe o mercado em que deseja atuar comdeterminado produto. Este par pode variar

    de acordo com o campo escolhido. A palavraproduto pode ser substituda por servio ou

    famlia de produtos, caso a empresa tenhauma variedade grande de produtos ou seja

    prestadora de servios.

    armas da competio: retratam as

    estratgias competitivas operacionais e

    podem ser utilizadas para competir emmais de um campo; contudo, possuemum objetivo diferente para cada campo

    respectivo. O objetivo tambm denominadoalvo, elemento de ligao entre o campo e

    suas armas. So necessrias vrias armas

    para competir num campo. As armas so

    agrupadas conforme sua natureza: produo,

    atendimento, planejamento e apoio; numalista h 200 armas catalogadas atualmentee, aps sua seleo, so consideradas emum conjunto de 40 a 60, cuja denominao modicada para armas da competio. E, deacordo com o campo, so classicadas em:relevantes: proporcionam elevada vantagem

    competitiva no campo principal e precisam

    ter alto desempenho; semirrelevantes:propiciam vantagem competitiva mediana

    no seu campo principal; e irrelevantes: suaexistncia intil para determinada estratgia

    competitiva de negcio.

    Segundo Contador, a estratgia de uma empresa

    ou de uma unidade de negcio um conjunto deatividades relacionadas para o posicionamento de

    um produto ou da prpria empresa num mercado,

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    cuja essncia est na escolha dos campos dacompetio e dos campos coadjuvantes para

    cada par produto/mercado.

    E a competitividade a capacidade da empresa

    em obter resultado sustentvel superior ao

    dos concorrentes, medido por um indicador

    de crescimento de mercado e assegurada uma

    rentabilidade satisfatria, por meio do alcancede uma ou mais vantagens competitivas. A

    competitividade tambm a comprovao de

    um fato e, escolhido o indicador, possvelconstatar se uma empresa mais competitiva

    que outra.

    O Modelo de Competitividade utilizado

    nesta pesquisa como um referencial de anliseque oferece os instrumentos necessrios

    para explicar o desempenho competitivo dasorganizaes em estudo. um modelo centradonos recursos internos da organizao, que podemser utilizados se devidamente selecionados eexplorados na formulao da estratgia que ser

    adotada no seu ambiente competitivo.

    2.2 Coleta de dados

    Uma vez que est sendo utilizado o MCAC comoreferncia e modelo conceitual para a realizaoda pesquisa, os instrumentos de coleta de dados

    foram elaborados em funo dos pressupostos

    dele, de modo que as informaes obtidas eposterior anlise dos dados se adequassem

    aos testes estatsticos aplicados para o clculo

    dos ndices do grau de competitividade dasacademias. Foram elaborados e aplicados trs

    questionrios mediante entrevista pessoal com

    os principais responsveis de cada organizaoselecionada:

    a) questionrio 1 - Identicao e caractersticasda organizao

    O questionrio 1 composto pelasinformaes gerais da empresa e do perltcnico-gerencial do entrevistado. Esto

    contemplados tambm os dados necessrios

    para o clculo do grau da competitividade das

    empresas estudadas (evoluo do nmero de

    ingressantes nos ltimos anos), bem como adescrio de sua infraestrutura fsica, tcnica

    e operacional.

    b) questionrio 2 - Avaliao dos campos decompetio

    As empresas escolhem um campo prioritrio,no qual se consideram mais competitivas, e

    outro campo de importncia secundria. Os

    campos j mencionados no corpo deste trabalhoesto reunidos em cinco macrocampos: preo,

    produto, assistncia, prazo e imagem. Noquestionrio 2, o respondente deveria indicarum desses campos, de acordo com a viso da

    empresa, outro com a viso do cliente, e mais

    quatro campos conforme seus concorrentes.

    c) questionrio 3 - Avaliao das armas dacompetio

    O questionrio 3 foi composto por 40 armasselecionadas dentre as que so propostas

    pelo modelo MCAC para todos os tipos deorganizao. Logicamente, o critrio para aseleo dessas variveis foi a adequao de

    cada uma s caractersticas particulares da

    atividade gerencial, tcnica e operacional de

    uma academia de ginstica. Essas armas foram

    propostas aos entrevistados, obedecendo a uma

    escala de 0 a 5 (na qual zero signica no terimportncia e 5 signica muito importante),de modo a permitir que o respondente

    avaliasse, segundo a sua percepo, o grau de

    importncia de cada um desses fatores para o

    desenvolvimento do negcio e a intensidadecom que utilizada.

    Silvana Aparecida Martins CORRAAdemir Antonio FERREIRA

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    2.3 Anlise dos dados

    De acordo com a relevncia das armas apontadapelos entrevistados, foi elaborada uma matrizde priorizao que apresenta a classicaode cada arma na linha com todas as armas dascolunas, e da atribuio em cada clula da

    matriz, de pesos que variam entre +2 e -2. Ospesos de cada linha so somados, gerando umranking de relevncia, para cada campo. Com

    o rankingde relevncia gerado por essa matriz,aliado s respostas do questionrio 3, formou-seuma nova planilha, para cada academia com asseguintes representaes numricas:

    do foco, isto , a varivel matemtica que

    mede a aplicao de esforos nas armas que

    proporcionam vantagem competitiva nocampo escolhido;

    da disperso, ou seja, a varivel matemtica

    que mede a aplicao de esforos nas armas

    que no proporcionam vantagem competitiva

    no campo escolhido;

    da intensidade mdia das armas, que a

    mdia aritmtica da intensidade de todas as

    armas da competio da empresa, tantos asrelevantes, quanto as semirrelevantes e as

    irrelevantes.

    Esses valores individuais foram utilizadosde forma global na concluso dos resultados,

    comparando-se com o grau de competitividade

    de cada academia. O indicador do grau decompetitividade da academia foi obtido pela

    diferena do nmero de associados entre dois

    perodos de tempo, dividido pelo aumento dos

    associados de todas as academias nesse mesmo

    espao de tempo:

    Com esse ndice calculado, foi possvel aplicar

    o coeciente de correlao linear de Pearson,que corresponde medida do grau e do sentido

    da correlao linear, indicado por r, variando

    de -1 a +1 entre o grau de competitividade e as

    trs variveis principais do modelo: o foco, a

    disperso e a intensidade mdia das armas.

    A amostra da pesquisa (19 academias), que narealidade a populao total das academias de

    grande porte, foi dividida em mais competitivas

    (M) e menos competitivas (m), de modo que sepudessem vericar as razes pelas quais umaacademia mais competitiva que a outra. Porm, aplicou-se o teste t (cauda 1, tipo 3) comvariao desigual das duas amostras.

    As principais variveis analisadas foram: idade e

    sexo do principal dirigente; tempo de existnciada academia; porcentagem de recursos investidosna academia e em propaganda; quantidade demodalidades da academia; rea em metrosquadrados; comparado ao seu melhor concorrentede acordo com a viso do entrevistado: projeto

    do produto, qualidade do produto, variedade de

    planos de pagamento, qualidade no atendimento,

    agilidade no atendimento, servio, imagem daempresa; total de equipamentos da musculaopara: membros superiores, membros inferiores,

    abdominais, alongamento e cardiovasculares,

    soma de todos os tipos, total de marcas;campo no qual a academia compete: preo ou

    qualidade; programas para: bebs, para crianasde at 10 anos, adolescentes, adultos, gestantes

    e gerontes; administrao prossional e familiare equipamentos aquticos.

    3 Resultados obtidos

    A utilizao do ndice de Pearson nas correlaespropostas pelo modelo, observveis na tabela de

    anlise geral, apresentou uma relao positiva,

    ESTRATGIA COMPETITIVA DAS ACADEMIAS DE GINSTICA DA CIDADE DE SO PAULO

    acrscimo de associados (2008-2003)

    acrscimo de mercado (2006-2003)

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    porm fraca, baseada nos valores do r de

    Pearson, pois quando o grau de competitividade correlacionado com:

    a intensidade: obteve-se r = 0,63, isto ,uma correlao positiva fraca;

    o foco: obteve-se r = 0,69, isto , umacorrelao tambm positiva fraca;

    a disperso: obteve-se r= 0,28, isto , umarelao positiva muito fraca.

    A diviso das academias foi realizada apartir do teste t que indicou que a mdia

    (113,3) das academias mais competitivas(denominadas grupo M) signicativamente

    maior que a mdia (98,3) das academias menoscompetitivas. O clculo do grau de conanafoi de 99,6%, consolidando essa diviso comoadequada.

    Outras classicaes foram consideradas,como, por exemplo, academias com ou sem

    piscina, com atividades para bebs e crianas,

    campo em que atua, tipo de administrao e

    localizao da academia, mas nenhuma delasapresentou resultados expressivos.

    3.1 Fatores que explicam a competitividade

    das academias

    O Quadro 2, a seguir, foi elaborado a partirdos clculos e anlises estatsticas realizadas,e sintetiza os resultados obtidos em funo de

    cada uma das variveis pesquisadas.

    No que se refere ao aspecto preo, aqui

    consideradas a mensalidade paga pelos usurios,

    a variedade de planos e as opes de pagamento,mostrou-se uma preocupao considervel dos

    entrevistados e tambm um fator inuente sobre

    a competitividade das academias. Constatou-se

    que as academias mais competitivas tm mais

    tipos de planos, oferecendo deste modo mais

    opes de utilizao e respectivo pagamentopelos seus servios

    Por outro lado, demais fatores que a princpiopoderiam ser considerados importantes,como a qualidade do servio e a agilidade

    do atendimento, no apresentaram valores

    signicativos no que se refere sua inunciana competitividade do setor. Isto pode ser

    explicado e justicado pelo fato de que apreocupao com esses fatores comum a todas

    as academias. Entretanto, o fator qualidade no

    atendimento mostrou-se signicativamente

    inuente e concentrado nas academias maiscompetitivas. Esta diculdade tambm ocorrequando se baliza o estudo apenas na intensidademdia das armas, no foco e na disperso

    com resultados pouco expressivos quando

    relacionados ao grau de competitividade,

    podendo ser ainda devido pouca maturidade

    do setor e similaridade dos produtos.

    A localizao e a rea construda tambmno se mostraram fatores preponderantes na

    competitividade das academias, do mesmo

    modo que a existncia de piscina na unidade.

    Em termos de localizao, deve ser observadoque todas as academias pesquisadas possuem

    unidades espalhadas pela cidade, o que revelaa preocupao de se chegar prximo dopotencial cliente. Com relao parte aqutica,

    a inuncia na competitividade pelo teste tfoi

    de 93%, portanto no possvel armar queesse fator isoladamente proporcione inunciana competitividade; porm, possvelconsiderar que as academias com parte aqutica

    so maiores e possuem mais modalidades,

    aumentando dessa forma suas chances de seremmais competitivas.

    Silvana Aparecida Martins CORRAAdemir Antonio FERREIRA

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    Quadro 2 Resultados organizados conforme objetivos especcos

    Resultados organizados de acordo com os objetivos especfcos

    1 campo qualidade x preo 106.12 102.04 0.18 0.82 no inuencia

    2IMA grupo Mx grupo m 3.85 0.27 0.27 0.73 no inuenciafoco grupo Mx grupo m 0.79 0.19 0.19 0.81 no inuenciadisperso grupo Mx grupo m 0.72 0.480.18 0.48 0.52 no inuencia

    3

    beb sim x no* 107.41 0.06 0.18 0.82 no inuenciacriana sim x no* 106.18 0.00 0.06 0.94 no inuenciaadolescente sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciaadulto sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciagestante sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciaidoso sim* 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia

    piscina sim x no* 106.44 101.95 0.07 0.93 no inuencialocalizao sul x leste e oeste 102.98 109.43 0.10 0.90 no inuencia

    quantidadede modalidades

    grupo Mx grupo m 53.75 29.67 0.00 0.998 inuencia

    4

    rea em m2 grupo Mx grupo m 4625 2600 0.06 0.94 no inuenciaquantidade grupo Mx grupo m 125.25 98.33 0.14 0.86 no inuenciacardiovasculares grupo Mx grupo m 46.75 50.78 0.35 0.65 no inuenciamembros superiores grupo Mx grupo m 35.75 22.67 0.05 0.95 inuenciamembros inferiores grupo Mx grupo m 27.25 14.33 0.04 0.96 inuenciaabdominais grupo Mx grupo m 7.75 5.78 0.05 0.95 inuencia

    para alongamento grupo Mx grupo m 6.75 4.78 0.14 0.86 no inuenciatotal de marcas grupo Mx grupo m 4.38 4.11 0.42 0.58 no inuencia

    5fuso no 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuenciadesmembramento no 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia

    6

    tipo deadministrao

    prossional xfamiliar

    107.85 98.01 0.01 0.99 inuencia

    sexo masculino 0.00 0.00 0.00 0.00 no inuencia

    idade grupo Mx grupo m 45.63 51.56 0.04 0.96 inuencia

    7 idade da academia grupo Mx grupo m 12.63 21.67 0.05 0.95 inuencia

    8em propaganda grupo Mx grupo m 3.50 5.11 0.04 0.96 inuencia

    na academia grupo Mx grupo m 68.75 61.11 0.32 0.68 no inuencia

    9

    projeto do produto grupo Mx grupo m 9.50 9.56 0.43 0.57 no inuenciaqualidade

    do seu produto

    grupo Mx grupo m 9.00 9.00 0.50 0.50 no inuencia

    variedade de planos grupo Mx grupo m 9.50 8.44 0.04 0.96 inuencia

    10

    qualidade do

    atendimentogrupo Mx grupo m 9.25 8.44 0.03 0.97 inuencia

    agilidade do

    atendimentogrupo Mx grupo m 8.38 8.56 0.39 0.61 no inuencia

    11 servio grupo Mx grupo m 9.25 9.00 0.33 0.67 no inuencia

    12 imagem grupo Mx grupo m 9.13 8.22 0.05 0.95 inuencia*sim = possui fator estudado, no = no possui fator estudado

    reasdeatuao

    objetivos

    especfcos

    classifcao

    realizada

    quando

    possvel

    grupo1

    conforme

    classifcao

    grupo2

    conforme

    classifcao

    testet

    confana

    equipamentosde

    musculao

    principal

    dirigente

    recursos

    investidos

    visodoentrevistadocom

    parado

    aoseumelhorcomcorrente

    fator

    estudado

    resultadocom

    relaoa

    inunciaso-

    breacompeti-

    tividadedas

    academias

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    4 Concluso

    O setor estudado neste trabalho corresponde aum dos mercados mais jovens e em crescente

    evoluo no Brasil e no mundo. Entretanto, a

    evoluo desse mercado, dos servios prestados,

    dos equipamentos utilizados e das tcnicas detness, que esto sempre oferecendo inovaes,no acompanhada por um aprimoramentoe especializao das atividades gerenciais eadministrativas. Deve se observar tambm que, noBrasil, existem poucos trabalhos acadmicos narea de Administrao de Empresa relacionados

    ao gerenciamento de uma academia. Trabalhostcnicos voltados para o setor se referem, quase

    que exclusivamente, s atividades de marketingpara academias e s aes voltadas para oatendimento ao cliente, encontrados em sua

    maioria em mestrados prossionalizantes.

    Trabalhos internacionais, principalmente norte-americanos e europeus, constituem a base de

    estudo do mercado nacional, que possui diferenas

    extremamente signicativas em termos dehbitos, costumes e renda do brasileiro.

    Assim, a contribuio deste estudo reside

    na tentativa de oferecer subsdios para aformulao da estratgia de negcios dasacademias de ginstica, mediante uma anlise

    das caractersticas do setor e dos fatores que

    propiciam vantagem competitiva, j destacados

    nos resultados da pesquisa: o tempo de existncia

    da academia, a qualidade de atendimento, o

    seu tamanho, a diversicao de modalidadesoferecidas, a variedade de planos de pagamento,

    a imagem projetada aos potenciais clientes e a

    atualizao tecnolgica dos equipamentos e doprocesso.

    E um fato que restringe o desenvolvimento do

    negcio no Brasil espelha-se na consideraoatribuda academia como supruo, sendoo primeiro item a ser eliminado quando o

    oramento familiar ou individual tende a

    diminuir. Assim a previso de demanda de uma

    academia se torna muito vulnervel s condiesdo ambiente externo.

    As academias mais competitivas apresentam um

    equilbrio muito visvel sobre o que consideram

    qualidade e quanto cobram por essa qualidade,

    desenvolvendo uma poltica de preos (planosde pagamentos) coerente com a qualidadeproporcionada, que foi um dos pontos mais

    destacados pelos entrevistados.

    luz das teorias vigentes sobre estratgiaempresarial, o entendimento, a adequao

    e a explorao desses elementos num

    plano estratgico de atuao da academia,

    considerando-se tambm as competncias

    internas existentes em cada uma, deveropropiciar a desejada vantagem competitiva

    e uma denio muito clara da posio quepretende ocupar no seu ambiente de negcios.

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