Estudo Dirigido Seso 1

4
Estudo Dirigido Seso1 Bruno Schiaffarino Luzze Partindo de uma realidade concreta, entendendo que é concreta por ser síntese de múltiplas determinações, podemos partir inicialmente de um período histórico entre a República velha (ou oligárquica) e o Estado novo. Procurando uma análise onde para enriquecer o clareamento deste período, procuramos identificar os aspectos econômicos, políticos e sociais. No Brasil temos a formação do capitalismo sob uma via diferente das tradicionais( França, Inglaterra e Estados Unidos), feita sem uma acumulação primitiva de capitais, sendo sua industrialização feita sob a importação de capitais, emoldurando a dependência ao capital externo. Temos Sob o governo provisório da primeira república uma tentativa industrializante, tendo seus resultados sendo incipientes. Sendo até um período bem recente o Brasil como um país agro-exportado e seu processo de industrialização limitado pela divisão internacional do trabalho. Atingiu certa maturidade após a crise de 29, onde afim de atender o mercado interno, tivemos uma industrialização e larga urbanização e a formação das classes a esse modo de produção: burguesia e proletário. Para organizar esta nova conjuntura temos o Estado que em sua permeabilidade capta os interesses antagônicos de classes e aparentando estar acima das classes vai favorecer e funcionar aquela que a capta, neste caso temos a burguesia industrial, as diversas oligarquias, o capital externo e as classes subalternas e ainda blocos como a Igreja católica. Na disputa pela hegemonia e na crise de hegemonia dentro do estado vamos ter estratégias diferentes para se chegar a este fim, e relacionaremos como isso foi determinante da profissionalização e institucionalização do Serviço Social na sociedade brasileira. A Igreja Católica em um primeiro momento, objetivando recuperar privilégios perdidos com a República que sucedeu a monarquia no Brasil e aumentar seu contingente de fieis, vai mobilizar sua cama média, com intuito de formar uma intelectualidade católica, onde fará o enfrentamento ideal a

Transcript of Estudo Dirigido Seso 1

Page 1: Estudo Dirigido Seso 1

Estudo Dirigido

Seso1

Bruno Schiaffarino Luzze

Partindo de uma realidade concreta, entendendo que é concreta por ser síntese de múltiplas determinações, podemos partir inicialmente de um período histórico entre a República velha (ou oligárquica) e o Estado novo. Procurando uma análise onde para enriquecer o clareamento deste período, procuramos identificar os aspectos econômicos, políticos e sociais.

No Brasil temos a formação do capitalismo sob uma via diferente das tradicionais( França, Inglaterra e Estados Unidos), feita sem uma acumulação primitiva de capitais, sendo sua industrialização feita sob a importação de capitais, emoldurando a dependência ao capital externo. Temos Sob o governo provisório da primeira república uma tentativa industrializante, tendo seus resultados sendo incipientes. Sendo até um período bem recente o Brasil como um país agro-exportado e seu processo de industrialização limitado pela divisão internacional do trabalho. Atingiu certa maturidade após a crise de 29, onde afim de atender o mercado interno, tivemos uma industrialização e larga urbanização e a formação das classes a esse modo de produção: burguesia e proletário.

Para organizar esta nova conjuntura temos o Estado que em sua permeabilidade capta os interesses antagônicos de classes e aparentando estar acima das classes vai favorecer e funcionar aquela que a capta, neste caso temos a burguesia industrial, as diversas oligarquias, o capital externo e as classes subalternas e ainda blocos como a Igreja católica. Na disputa pela hegemonia e na crise de hegemonia dentro do estado vamos ter estratégias diferentes para se chegar a este fim, e relacionaremos como isso foi determinante da profissionalização e institucionalização do Serviço Social na sociedade brasileira.

A Igreja Católica em um primeiro momento, objetivando recuperar privilégios perdidos com a República que sucedeu a monarquia no Brasil e aumentar seu contingente de fieis, vai mobilizar sua cama média, com intuito de formar uma intelectualidade católica, onde fará o enfrentamento ideal a ordem capitalista, a desmoralização da sociedade. Tentara fazer o Estado ceder sua soberania, embora o apoie. Internamente vai aumentar a centralização através de aparatos que vão sendo criados, como jornais católicos, eleitorados católicos e ação social. Esta de fundamental importância ao Serviço Social. Dentro de um aparato de enorme importância para a Igreja Católica será a revista Ordem, na qual será instrumento de mobilização do Laicato, de combate ideopolítico.

Suas principais pautas foram medidas autoritárias, defendendo autoridade total ao Estado, desde que guiada sob princípios critãos, combate a toda forma de rebelião, ao liberalismo ( confundido com capitalismo) ao socialismo ( entendido como filho do liberalismo) e dos desvios morais.

No segundo momento orientados pelas Encíclicas Sociais Rerum Novaram e Quadragesimo Anno, que vão orientar o laicato a sair de seu mero combate de ideias e partir a prática onde vai intervir na “questão social” através das obras de caridade e ação de grupos

Page 2: Estudo Dirigido Seso 1

laicos. Sua orientação a naturalizar as classes sociais, cortando seus antagonismo e colocando como finalidade destas, a cooperação as supondo como amigas e não inimigas onde deveriam confluir ao bem comum. Continuaram a ter como combate o liberalismo, o socialismo e a cristianização da ordem burguesa, tendo por adptar à população a ação comunitarista cristã. A Ação Social que seria a via humana de intervenção mais forte da Igreja Católica

Dentro deste momento, junto ao governo provisório de Vargas teremos a perfusão maior da Igreja católica no bloco hegemônico, devido a crise de hegemonia instalada pela disputa de vários setores dominantes da sociedade brasileira como as lutas operárias, a ANL, AIB, burguesia industrial e oligarquia paulista sob a materialidade da revolução federalista. A Irgeja católica sob o discurso de: “ou o estado reconhece a nação católica ou esta nação não reconhecera o Estado” conseguir restaurar seus privilégios e conseguir outros mais. Esta relação vai ser de enorme valia a vinculação das práticas assistenciais, a profissionalização e institucionalização do Serviço Social no Brasil.

Dentro da crise de hegemonia e a instabilidade do tecido social, determinado pelas lutas operárias, decorrente da formação da classe proletária, de sua condição de classe e sua passagem de classe em si de classe para si. Exigindo reconhecimento pelo estado e empresariado, colocando suas necessidades imediatas como necessidade políticas e pondo em possibilidade a ruptura com a ordem estabelecida gerou nos setores hegemônicos a necessidade de um trato diferente e alias seu reconhecimento da “questão social”. Foi então que pela necessidade de uma sistematização da atuação da Ação Social e da Ação católica que se criou a CEAS, onde seria possível ampliar a base de agentes para o controle e manutenção da força de trabalho e intervenção na regulamentação da exploração do trabalhador.

Temos neste período de 1934 reconhecido por parte do Estado e do empresariado a conquistas de direitos trabalhistas, como oito horas diárias, férias e etc. Paralelo a Igreja no bloco hegemônico e a suas antigas práticas, confluíram para estes três blocos. Sendo após a profissionalização, sendo entendida como a apropriação de um corpo teórico para a formação instrumentalizada de agentes para intervir sobre a “questão social”. Um ano após a formação da CEAS foi criado o departamento de Assistência Social do Estado. Entre vários avanços na criação de escolas, no intercâmbio com escolas dos Estados Unidos foi se avançando na profissionalização do Serviço Social

Já a institucionalização do Serviço Social se deu entre esses avanços da profissionalização, da crescente necessidade do Estado e do empresariado em precisar para harmonizar a ordem social para a acumulação capitalista. Precisando exorcizar a ameaça que a classe trabalhadora exercia sobre a ordem, para incutir a ideia que o estado poderia estar acima das classes e aproveitando do aparato teórico criado com as escolas de serviço social e para o objetivo criar o homem apropriado para um determinado tipo de acumulação, o disciplinamento. Foi criado a LBA.

Temos como a criação das Instituições de assistência o marco da institucionalização da profissão, contudo dentro de um determinado quadro. Dentro de uma demanda oferecida pelo estado, do alargamento da base de formação de novos agentes ou seja da inserção dos agentes na divisão sócio-técnica do trabalho. Constituindo-se como um mercado de trabalho, onde já não se constituía voluntário, mas um trabalhador remunerado. Legitimado pelo

Page 3: Estudo Dirigido Seso 1

Estado, instituição ou meio privado Onde agi pelas políticas sociais que tem por sua dupla face a redistribuição da riqueza socialmente produzida e legitimar a dominação de classes. Instrumentalizado sob uma metodologia e uma técnica para a atuação junto aos usuários que estas instituições recebiam. Agindo dentro das

Dentro deste complexo quadro temos a profissionalização a institucionalização da profissão, deixando claro que até hoje permanecem aspectos das suas protoformas, de sua atuação ideopolítica, onde se busca legitimar a ordem burguesa pela ação de uma demanda da necessidade do Estado e da classes hegemônicas, e não por uma requisição das classes a quem são dirigidas as políticas sociais. Veio pela mão da igreja que deu os primeiros passos para a formação dos agentes. O Serviço Social veio então como arma ideológica de dominação, garantir a manutenção, controle e introduzir o modo de ser e pensar burguês