Estudo de Sistemas Dinâmicos - USP

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 Introdução ao Estudo de Sistemas Dinâmicos 1  01 Introdução ao Estudo de Sistemas Dinâmicos O estudo de sistemas dinâmicos envolve a modelagem matemática, a análise e a simulação de sistemas físicos de interesse da engenharia, tais como os sistemas mecânicos, elétricos, hidráulicos, pneumáticos e térmicos. Também são de particular importância os sistemas híbridos, resultantes da combinação de dois ou mais dos sistemas citados. Devemos, entretanto, ressaltar que a teoria dos sistemas dinâmicos pode ser aplicada a outros tipos de sistemas, tais como sistemas biológicos, econômicos, etc. Iniciaremos nosso estudo com o conceito de sistema, diferenciando imediatamente um sistema dinâmico de um sistema estático. Após apresentarmos os vários sistemas dinâmicos físicos usados em engenharia, conceituaremos excitação e resposta de um sistema e, em seguida, ilustraremos através de um exemplo o procedimento para a modelagem e a análise de um sistema dinâmico. Em seguida, depois de abordarmos rapidamente a representação da dinâmica de um sistema por diagramas de blocos, faremos uma classificação didática dos sistemas dinâmicos de acordo com vários critérios. Tal classificação é útil por estar muito vinculada matematicamente com a modelagem. Por fim, examinaremos alguns tipos de resposta (comportamento) que um sistema dinâmico pode apresentar. 1 O QUE É UM SISTEMA? Conjunto de componentes interconectados, que apresentam certas relações de causa e efeito e que atuam como um todo, com um determinado objetivo. Sistema É importante diferenciar um sistema estático de um sistema dinâmico. O sistema estático é aquele em que as propriedades descritivas do sistema não variam com o tempo, podendo variar espacialmente. Já no sistema dinâmico tais propriedades variam no tempo, podendo também variar espacialmente. Exemplo de sistema estático: viga carregada estaticamente, isto é, com cargas constantes, pois os deslocamentos de seus pontos variam espacialmente mas não com o tempo. Exemplo de sistema dinâmico: a mesma viga carregada dinamicamente, ou seja, com cargas que mudam com o tempo, pois os deslocamentos de seus pontos variam também com o tempo. Neste curso estudaremos apenas os sistemas dinâmicos. Os sistemas dinâmicos não são necessariamente de natureza física. Podemos ter sistemas econômicos, sistemas biológicos, sistemas de informação, sistemas ecológicos, sistemas de trânsito, etc. Neste texto, porém, serão tratados exclusivamente os sistemas que mais interessam à engenharia:

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Sistemas dinâmicosCompleto - USP

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  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 1

    01 Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos

    O estudo de sistemas dinmicos envolve a modelagem matemtica, a anlise e a simulao de sistemas fsicos de interesse da engenharia, tais como os sistemas mecnicos, eltricos, hidrulicos, pneumticos e trmicos. Tambm so de particular importncia os sistemas hbridos, resultantes da combinao de dois ou mais dos sistemas citados. Devemos, entretanto, ressaltar que a teoria dos sistemas dinmicos pode ser aplicada a outros tipos de sistemas, tais como sistemas biolgicos, econmicos, etc.

    Iniciaremos nosso estudo com o conceito de sistema, diferenciando imediatamente um

    sistema dinmico de um sistema esttico. Aps apresentarmos os vrios sistemas dinmicos fsicos usados em engenharia, conceituaremos excitao e resposta de um sistema e, em seguida, i os atravs de um exemplo o procedimento para a modelagem e a anlise de um sistema d Em seguida, depois de abordarmos rapidamente a representao da dinmica de um sistema por diagramas de blocos, faremos uma classificao didtica dos sistemas dinmicos de acordo com vrios critrios. Tal classificao til por estar muito vinculada matematicamente com a modelagem. Por fim, examinaremos alguns tipos de resposta (comportamento) que um sistema dinmico pode apresentar. 1 O QUE UM SISTEMA?

    Conjunto de componentes interconectados, que apresentam certas relaes de causa e efeito e que atuam como um todo, com um determinado objetivo.

    Sistema

    importante diferenciar um sistema esttico de um sistema dinmico. O sistema

    esttico aquele em que as propriedades descritivas do sistema no variam com o tempo, podendo variar espacialmente. J no sistema dinmico tais propriedades variam no tempo, podendo tambm variar espacialmente. Exemplo de sistema esttico: viga carregada estaticamente, isto , com cargas constantes, pois os deslocamentos de seus pontos variam espacialmente mas no com o tempo. Exemplo de sistema dinmico: a mesma viga carregada dinamicamente, ou seja, com cargas que mudam com o tempo, pois os deslocamentos de seus pontos variam tambm com o tempo. Neste curso estudaremos apenas os sistemas dinmicos. Os sistemas dinm emos ter sistemas econmicos, sistemas bio icos, sistemas de trnsito, etc. Neste te istemas que mais interessam engenharia:

    icos no so necessariamente de natureza fsica. Podlgicos, sistemas de informao, sistemas ecolg

    xto, porm, sero tratados exclusivamente os slustrareminmico.

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 2

    sistemas mecnicos sistemas eltricos sistemas hidrulicos sistemas trmicos sistemas pneumticos sistemas hbridos

    Vamos tecer algumas consideraes sobre esses tipos de sistemas. sistemas mecnicos

    So sistemas que possuem massas e/ou inrcias, as quais armazenam energia cintica e potencial gravitacional, assim como elementos armazenadores de energia potencial elstica (molas) e dissipadores de energia mecnica (amortecedores). Normalmente, suas entradas so foras, torques ou deslocamentos. Tambm podem ser colocados em movimento atravs da imposio de condies iniciais, tais como deslocamentos iniciais e/ou velocidades iniciais.

    Um automvel um exemplo bastante familiar de um sistema mecnico. Ele apresenta

    uma resposta dinmica durante aceleraes, frenagem, deslocamentos em curvas, passagens sobre irregularidades do terreno, etc. Uma aeronave em vo tambm constitui um exemplo de sistema mecnico: ela tem uma resposta dinmica s mudanas de velocidade, altitude e manobras. Estruturas de edifcios podem apresentar uma resposta dinmica a carregamentos externos, tais como vento, tremores de terra, etc.

    sistemas eltricos

    Normalmente so constitudos por circuitos eltricos que possuem componentes passivos, tais como resistores (dissipadores de energia eltrica), capacitores e indutores (armazenadores de energia eltrica), os quais so excitados por geradores de voltagem ou corrente. J os circuitos eletrnicos envolvem tambm o emprego de transistores e amplificadores. Devido disponibilidade e ao controle que temos sobre a energia eltrica, os sistemas eltricos so os que mais esto presentes na nossa vida diria: circuitos eltricos domsticos, motores eltricos, receptores de TV, rdios, aparelhos de som, computadores, etc. sistemas fluidos

    Classificam-se em dois grandes grupos, conforme a natureza do fluido utilizado: sistemas hidrulicos, quando o fluido de trabalho um lquido, tal como gua ou leo, e sistemas pneumticos, quando o fluido de trabalho um gs, tal como ar, nitrognio, etc. So constitudos por orifcios, restries, vlvulas de controle (dissipadores de energia), reservatrios (armazenadores de energia), tubulaes (indutores) e atuadores excitados por geradores de presso ou escoamento de um fluido. O sistema de abastecimento de gua de um edifcio um exemplo de um sistema fluido (mais especificamente, um sistema hidrulico do tipo sistema de nvel de lquido), no qual o nvel da gua do reservatrio tem uma resposta dinmica em funo da quantidade de gua que bombeada para o reservatrio e da quantidade de gua que consumida no prdio. O escoamento de ar atravs de uma cavidade em um tubo causar uma resposta dinmica (um tom acstico). O sistema de freio hidrulico de um automvel, o sistema de distribuio de ar condicionado de um escritrio, o escoamento da mistura ar-combustvel do sistema de alimentao de um motor de combusto interna, etc., constituem exemplos de sistemas fluidos.

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 3

    sistemas trmicos

    Possuem componentes que oferecem resistncia trmica transferncia de calor (por conduo, conveco e radiao) e componentes que apresentam a propriedade de capacitncia trmica (armazenamento de energia trmica) quando excitados por uma diferena de temperatura ou um fl mento de uma casa tem uma resposta dinmica, conforme a lcanar a temperatura desejada. sistemas hbridos

    So sistemas maioria dos sistemascombinao, podemos

    o sistemas elet

    energia eltricExemplos: alto

    o sistemas fluid

    pneumtica emExemplos: maavio,cilindro p

    o sistemas termenergia mecnExemplos: mot

    o sistemas elet

    trmica. Exemplos: aqu

    2 EXCITAO E

    Quando solicitchamado de resposta.

    3 ANLISE DIN

    A Anlise Din

    de um sistema. Ela se

    uxo de calor. Um sistema de aquecitemperatura ambiente aumente at a

    que combinam dois ou mais dos tipos de sistemas citados anteriormente. A dinmicos aplicados em engenharia so sistemas hbridos. Conforme a ter, dentre outros:

    romecnicos: empregam componentes eletromagnticos que convertem a em mecnica. -falante, atuador solenide, motor eltrico, etc.

    omecnicos: empregam componentes que convertem energia hidrulica ou energia mecnica. caco hidrulico, servo-hidrulico usado para controle do vo de um neumtico, etc.

    omecnicos: empregam componentes que convertem energia trmica em ica. or de combusto interna, motor a jato, turbina a vapor, etc.

    rotrmicos: empregam componentes que convertem energia eltrica em

    ecedor eltrico domstico, aquecedor eltrico de gua, etc.

    RESPOSTA

    ado por uma dada excitao, o sistema exibe um certo comportamento, Outros termos muito empregados:

    sistema = processo = planta excitao = entrada = input resposta = sada = output

    MICA

    mica o estudo da relao de causa e efeito entre excitao e resposta processa nas seguinte etapas:

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    Representar o sistema real na forma de diagrama (modelo fsico) e definir os parmetros do sistema e as variveis envolvidas. Estabelecer

    hipteses simplificadoras

    1

    Escrever as equaes para cada componente do sistema, a partir de equaes constitutivas adequadas

    A partir de Leis Fsicas, de acordo com a natureza do sistema, obter o modelo matemtico do mesmo

    4

    3

    2

    Resolver o modelo matemtico (as equaes do sistema) e comparar o resultado terico obtido com resultados experimentais.

    Se a discrepncia for pequena, pode-se aceitar o modelo; caso contrrio, modificar o modelo e refazer a anlise

    Inicialmente (etapa 1), devemos identificar o sistema a ser modelado e analisado. Como

    exemplo ilustrativo, vamos considerar um sistema mecnico real constando de um pndulo simples, no qual temos uma massa m, suposta concentrada em um ponto, ligada estrutura fixa por um fio inextensvel de comprimento L. Consideremos que, ao serem impostos um deslocamento angular inicial e uma velocidade inicial ao sistema (condies iniciais), o mesmo oscilar dentro de um plano vertical, sendo o seu movimento descrito, a qualquer instante, por uma coordenada angular (t). Tambm vamos desprezar as perdas por atrito na articulao e considerar a inexistncia de resistncia aerodinmica. A fig. 1 ilustra o que foi dito.

    Fig. 1 - Pndulo simples

    Na etapa 1, portanto, foram definidos os parmetros do sistema (m e L) e a varivel (t).

    Tambm foram adotadas hipteses simplificadoras (massa m concentrada em um ponto, comprimento do fio L constante, oscilao dentro de um plano vertical, desprezadas as perdas por atrito na articulao e atrito com o ar). A adoo de hipteses simplificadoras imperativa na anlise dinmica, pois facilita o lado matemtico. Entretanto, devemos ter muito cuidado ao

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    estabelecer tais hipteses, pois deve haver um compromisso entre simplicidade e preciso: o modelo deve ser o mais simples possvel mas deve reter as caractersticas essenciais do sistema real. Normalmente, quando fazemos a verificao do modelo e constatamos que existe uma discrepncia muito grande entre os resultados tericos e experimentais, a causa do problema reside na adoo de simplificaes inadequadas.

    A seguir (etapas 2 e 3), devemos escrever as equaes para os componentes do sistema e

    para o sistema como um todo. Para os componentes devemos usar equaes constitutivas. Uma equao constitutiva uma relao de causa e efeito, muitas vezes estabelecida experimentalmente, entre duas ou mais variveis descritivas. Exemplos: Lei de Ohm (e = Ri), Lei de Hooke ( = E), Lei dos Gases Perfeitos (p = RT), etc. Aplicando leis fsicas adequadas, como as Leis de Newton, de Kirchhoff, de Fourier, etc., chegamos normalmente a equaes diferenciais que relacionam matematicamente as variveis do modelo com as propriedades do modelo e com o tempo.

    No nosso exemplo, usamos a 2a Lei de Newton para o movimento de rotao em torno do

    centro de oscilao (tambm conhecida como Equao dos Momentos ou Equao de Euler). Fazendo isso, conforme estudaremos mais tarde, encontramos para modelo matemtico a equao diferencial no linear

    (1) 0senLg.. =+

    onde g a acelerao da gravidade e onde foi adotada a notao 22...

    dtd ,

    dtd == , etc.

    O modelo matemtico assim obtido deve ser agora resolvido (etapa 4), para que

    obtenhamos o comportamento (a resposta) do sistema. Tal soluo pode ser feita analiticamente ou numericamente. Se o modelo matemtico for relativamente simples, como no caso de uma equao diferencial ordinria linear (EDOL), devemos preferir uma soluo analtica, a qual exata. Entretanto, se o modelo for mais complicado, como no caso de uma equao diferencial no-linear, podemos apelar para uma soluo numrica, a qual aproximada. Felizmente, hoje em dia dispomos de muitos programas de computador que permitem essa ltima soluo, como o MatLab, o Simulink e o VisSim. Tais softwares permitem, tambm, simular o comportamento atravs de grficos nos quais podemos visualizar, por exemplo, o deslocamento e a velocidade em funo do tempo. Uma outra opo da qual podemos dispor a chamada linearizao do sistema em torno de um ponto de operao. No nosso exemplo podemos observar que, para pequenas oscilaes em torno da posio vertical = 0 (o ponto de operao), o ngulo em radianos tem aproximadamente o mesmo valor que sen . O leitor pode verificar isso em sua calculadora para o intervalo (-/6 < < /6). Ento, considerando sen nesse intervalo, podemos rescrever a eq. (1) como

    (2) 0Lg.. =+

    que uma EDOL de 2a ordem com coeficientes constantes e homognea, a qual de fcil soluo analtica:

    (3) tLg

    sen

    Lg

    tLg

    cos)t( 0.

    0+=

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    onde 0 e so as condies iniciais do problema, ou seja, o deslocamento inicial e a velocidade inicial que so as causas do movimento pendular.

    0.

    Uma vez obtido o comportamento do sistema, atravs da soluo do modelo matemtico,

    devemos compar-lo com o comportamento obtido experimentalmente. Se tal comparao for satisfatria, podemos aceitar o modelo. Caso contrrio, devemos refinar o modelo e repetir o procedime delo satisfatrio. 4 PROJE Prapresenteestgios dpodendo h

    5 REPRE

    O

    conforme

    Cocontrole),

    Em

    fig. 4:

    nto, at encontrarmos um moTO

    ojeto a criao de um sistema que, ao ser solicitado por excitaes conhecidas, respostas especificadas (desejadas). O Projeto envolve praticamente todas os a Anlise, a qual, agora, dever ser repetida vrias vezes. O projeto no nico, aver vrios projetos apresentando desempenho satisfatrio.

    SENTAO POR DIAGRAMA DE BLOCOS

    diagrama de blocos a representao grfica da relao entre entrada e sada, ilustra a fig. 2:

    Fig. 2 - Diagrama de Blocos

    mo exemplo ilustrativo, consideremos o vo vertical de um foguete balstico (sem fig. 3:

    sistema: o prprio foguete Excitaes: fora gravitacional (peso) Fg e resistncia aerodinmica Fd resposta: podemos considerar a altitude h(t), ou a velocidade v(t), ou ambas

    Fig. 3 - Vo Vertical de um Foguete Balstico

    termos de diagrama de blocos, podemos representar o sistema acima pelo diagrama da

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 7

    Fig. 4 - Diagrama de Blocos 6 CLASSIFICAO DOS SISTEMAS DINMICOS Apresentamos, a seguir, uma classificao dos sistemas dinmicos de acordo com vrios critrios. Apesar de didtica, ela importante porque revela uma ligao matemtica com a modelagem. 6.1 SISTEMAS COM PARMETROS CONCENTRADOS E COM PARMETROS DISTRIBUDOS

    No desenvolvimento do modelo matemtico necessrio identificar os componentes do sistema e determinar as suas caractersticas individuais. Tais caractersticas so governadas por leis fsicas (Leis de Newton, de Kirchhoff, de Fourier, etc., conforme a natureza do sistema) e so descritas em termos dos chamados parmetros (ou propriedades) do sistema. Os sistemas podem ser divididos em duas grandes classes, conforme a natureza de seus parmetros: aqueles cujos parmetros no dependem das coordenadas espaciais, chamados sistemas com parmetros concentrados, e aqueles cujos parmetros dependem das coordenadas espaciais, denominados sistemas com parmetros distribudos. No primeiro caso, a excitao e a resposta dependem apenas do tempo, logo so descritos por equaes diferenciais ordinrias; j no caso de parmetros distribudos, a excitao e a resposta dependem do tempo e das coordenadas espaciais, logo so descritos por equaes diferenciais parciais (mais de uma varivel independente). Como exemplo do primeiro caso, citamos um conjunto de discos montados em um eixo cuja massa pequena em comparao com as massas dos discos, logo podemos concentrar nos discos as massas dos eixos. J uma laje constitui um exemplo de segundo caso, pois vemos nitidamente que o parmetro massa est distribudo ao longo das coordenadas espaciais.

    Neste curso sero estudados exclusivamente os sistemas com parmetros concentrados.

    6.2 SISTEMAS VARIANTES NO TEMPO E INVARIANTES NO TEMPO

    No modelo matemtico, i.., nas equaes diferenciais, os parmetros do sistema aparecem sob forma de coeficientes. Se os coeficientes so constantes, dizemos que o sistema invariante no tempo; se no, o sistema considerado variante no tempo. O pndulo simples analisado anteriormente constitui um exemplo de sistema invariante no tempo. J um foguete na sua fase propulsada um sistema variante no tempo, pois o mesmo perde massa durante a queima de combustvel.

    Neste curso sero estudados apenas os sistemas invariantes no tempo.

    6.3 SISTEMAS LINEARES E NO LINEARES

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 8

    Uma propriedade do sistema que tem profundas implicaes na anlise a linearidade. Consideremos a fig. 5, na qual est expressa a relao entre a entrada r(t) e a sada c(t) sob forma de diagrama de blocos:

    Fig. 5 Entrada e Sada de um Sistema

    Consideremos, tambm, dois pares de entrada e sada, r1(t), c1(t) e r2(t), c2(t), conforme fig. 6 (a) e (b). Ento, para o mesmo sistema, seja a entrada r3(t), fig. 6 (c), uma combinao linear de r1(t) e r2(t):

    (4) r3(t) = 1r1(t) + 2r2(t) onde 1 e 2 so constantes.

    Fig. 6 Sistema Linear

    Se a sada c3(t) representa uma combinao linear de mesma forma, i.., se

    (5) c3(t) = 1c1(t) + 2c2(t) ento dizemos que o sistema um sistema linear. Caso contrrio, i.., se (6) c3(t) # 1c1(t) + 2c2(t) ento dizemos que se trata de um sistema no-linear. Em outras palavras, para um sistema linear, respostas a diferentes excitaes podem ser obtidas separadamente e depois combinadas linearmente, o que constitui o Princpio da Superposio, que o princpio fundamental da Teoria dos Sistemas Lineares.

    A grande vantagem de trabalhar com sistemas lineares que o modelo matemtico dos mesmos descrito por um sistema de Equaes Diferenciais Lineares, que so de fcil soluo analtica. J o modelo de sistemas no lineares descrito por Equaes Diferenciais No Lineares, as quais so de difcil soluo analtica (ou mesmo impossvel). Nesse caso, temos duas opes: ou impomos certas hipteses simplificadoras (se forem exeqveis) que conduzam linearizao do sistema, ou apelamos para mtodos numricos aproximados, como os mtodos de Euler, Runge-Kutta, etc., os quais, felizmente, j esto implantados em muitos softwares de simulao, tais como MatLab, VisSim, etc.

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 9

    Conforme veremos mais tarde, um sistema linear com parmetros concentrados com uma s entrada e uma s sada (sistemas SISO = Single Input Single Output) tem por modelo matemtico uma s Equao Diferencial Ordinria Linear (EDOL) do tipo

    (7) r(t)ac(t)da...dada 1 =++++ c(t)dtdt

    c(t)dtc(t)

    n-n1-n

    1-n

    1n

    n

    0 onde c(t) a sada, r(t) a entrada e os coeficiente ai so os parmetros do sistema. A equao acima r presenta uma relao entre entrada e sada para o sistema. Notemos que a entrada r(t) aparecno mem Podemo (8) e reesc (9) que pod

    operadparmeentretpara um (10) onde orecebeblocos

    possam 6.4 SI inserid

    e

    e no membro direito da EDOL, enquanto que a sada c(t) e suas derivadas esto presentes bro esquerdo, assim como as propriedades do sistema.

    s, neste ponto, definir um operador diferencial linear D(t) como

    11 adta...

    dta

    dt D(t) ++++ n-n-n

    1-n

    1n

    n

    0ddda =

    rever a EDOL do sistema como

    D(t)c(t) = r(t) e ser assim representada em diagrama de blocos:

    Fig. 7 Operador Diferencial Linear

    A eq. (9) indica que a excitao r(t) pode ser obtida operando sobre a resposta c(t) o

    or D(t), onde D(t) difere de sistema para sistema, j que os coeficientes ai so os tros do sistema, os quais traduzem as caractersticas dinmicas do sistema. Na anlise,

    anto, temos interesse em determinar a resposta a uma dada excitao, isto , achar c(t) a determinada r(t). Isso pode ser expresso matematicamente por

    c(t) = D-1(t) r(t)

    operador D-1(t) pode ser interpretado como o inverso do operador D(t). O operador D-1(t) o nome de operador integral linear. A eq. (10) pode ser representada pelo diagrama de da fig. 8:

    Fig. 8 Operador Integral Linear

    No nosso curso trataremos apenas dos sistemas lineares e dos sistemas no lineares que ser linearizados em torno de um ponto de operao.

    STEMAS ATIVOS E SISTEMAS PASSIVOS

    Um sistema fsico com fonte interna de energia, como um circuito hidrulico no qual est o uma bomba, chamado sistema ativo. Caso contrrio, ele ser um sistema passivo. Como

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 10

    exemplo de sistema passivo, podemos citar um circuito eltrico RLC sobre o qual no est atuando nenhuma fonte de tenso ou de corrente. No nosso curso trataremos os dois tipos de sistemas. 6.5 SISTEMA Se umtambm contconstitudo podiscreta no te(outra seqnser constitu No nos 7 RESPOST

    Para oexcitao ou resolver a eqinvariantes norepresentam o

    A solusoluo partic

    A solu

    sistema entraexistirem conEngenharia,

    Por ou

    excitao extsoluo partic

    No caspara combinar

    A natu

    do sistema diresposta trans

    S CONTNUOS E SISTEMAS DISCRETOS sistema submetido a uma entrada contnua no tempo, r(t), apresentar uma sada nua, c(t), ele chamado de sistema contnuo e o seu modelo matemtico ser r equaes diferenciais. Por outro lado, se um sistema submetido a uma entrada mpo, {rk} (uma seqncia de nmeros), apresentar uma sada tambm discreta, {ck} cia de nmeros), ele chamado de sistema discreto e o seu modelo matemtico do por equaes a diferenas finitas.

    so curso trataremos os dois tipos de sistemas.

    A DO SISTEMA

    bter a resposta do sistema, ou seja, o seu comportamento quando submetido a uma a condies iniciais (tais como deslocamento inicial e/ou velocidade inicial), basta uao diferencial do modelo matemtico. Para o caso de sistemas lineares tempo, a equao diferencial linear com coeficientes constantes, os quais s parmetros do sistema.

    o de uma equao diferencial consiste de duas partes: a soluo homognea e a ular.

    o homognea corresponde ao caso em que a excitao externa nula, podendo o r em movimento somente quando lhe forem impostas condies iniciais. Se no dies iniciais e nem excitaes externas, o sistema permanece em repouso. Em costume chamar a soluo homognea de resposta livre ou resposta natural.

    tro lado, a soluo particular a parte da resposta devida inteiramente erna, considerando as condies iniciais nulas. Em Engenharia, costume chamar a ular de resposta forada.

    o de sistemas lineares, podemos invocar o Princpio da Superposio dos Efeitos a resposta livre com a resposta forada, obtendo a resposta total:

    Resposta Total = Resposta Livre + Resposta Forada

    reza da resposta depende da excitao utilizada, assim como das caractersticas nmico. A esse respeito, conveniente distinguir entre resposta permanente e iente.

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 11

    A resposta permanente aquela em que o sistema atinge um certo estado de equilbrio, tal como uma resposta constante ou uma resposta peridica que se repete indefinidamente. Matematicamente, a parte da resposta total que permanece quando se faz o tempo tender ao infinito.

    J a resposta transiente depende fortemente do tempo: matematicamente, a parte da resposta total que desaparece quando se faz o tempo tender ao infinito.

    No que diz respeito ao tipo de excitao, podemos dizer que a resposta permanente

    ocorre no caso de excitao harmnica ou peridica, enquanto que a resposta transiente ocorre no caso de outras excitaes que no as mencionadas.

    A natureza da excitao afeta tambm a escolha do mtodo a ser utilizado na determinao da resposta. No caso de excitao harmnica ou peridica, vantajoso estudar a resposta permanente no domnio da freqncia, a qual conhecida como resposta em freqncia. J para os demais tipos de excitao, mais conveniente estudar a resposta transiente no domnio do tempo. No nosso curso faremos ambos os estudos. EXERCCIOS 1. Dadas as equaes diferenciais abaixo, classific-las, seguindo o exemplo do item a):

    a) : EDOL de 1t5x. = a ordem, coeficientes constantes, no homognea

    b) :_________________________________________ t5sen2x9x3x... =++

    c) :_____________________________________________ 0x9x3x... =++

    d) :_________________________________________ 0x9x)1t3(x... =++

    e) :_______________________________________ )t(u3x9x)1t3(x... =++

    f) 22

    2

    2

    t)t,x(y

    x)t,x(y

    9 =

    :________________________________________

    2. Um sistema de nvel de lquido, tal como a caixa dgua de uma residncia, modelado

    matematicamente pela equao diferencial de 1a ordem )t(qA1h

    RAg

    i

    . =+h , onde A a rea da seo reta do reservatrio (constante), R a resistncia hidrulica do sistema (constante), g a acelerao da gravidade (constante), qi(t) a vazo volumtrica de gua que entra no reservatrio (excitao ou entrada do sistema) e h(t) a altura instantnea de lquido dentro do reservatrio, em relao ao fundo do mesmos. Admitindo que o reservatrio inicialmente estava vazio e que a vazo qi = Q constante, use seus conhecimentos de Clculo para resolver a equao diferencial e assim encontrar a resposta no tempo h(t), ou seja, como varia a altura do nvel de atua com o tempo. Esboce um grfico da resposta h(t).

    Resp.: )e1(g

    QRA)t(t

    RAg=h

  • Introduo ao Estudo de Sistemas Dinmicos 12

    3. Usando seus conhecimentos de Clculo, demonstre que a eq. (3) a soluo da eq. (2), ambas do texto.

    4. Suponha que a resposta de um sistema mecnico seja dada por

    x(t) = e-t 2e-3t + sen2t Achar a resposta transiente e a resposta permanente.

    Soluo

    A resposta transiente dada por e-t 2e-3t, pois vemos claramente que ela tende a desaparecer medida que o tempo cresce. J a resposta permanente dada por sen2t, a qual no tende a desaparecer medida que o tempo cresce. 5. Com relao ao Exerccio 2, identificar a resposta permanente. 6. A resposta total de um sistema mecnico de segunda ordem submetido a um deslocamento

    inicial x0 e a uma velocidade inicial dada pela equao 0.x

    ++= tsenxxtcosxe)t(x dd

    0.

    0nd0

    tn , onde n, d e so constantes do sistema, a

    serem definidas mais tarde. Pedem-se:

    (a) a resposta acima livre ou forada? Por qu? (b) Identificar a resposta transiente e a resposta permanente.

  • Representao de Modelos de Sistemas Dinmicos: Espao de Estados 1

    1 INTRODUO

    Conforme j foi mencionado, o modelo matemtico de um sistema dinmico obtido apartir da aplicao de Leis Fsicas e de Equaes Constitutivas dos elementos que compem osistema, o que conduz, normalmente, a um sistema de equaes diferenciais e/ou equaesalgbricas. Tal sistema de equaes, usualmente, representado de trs maneiras:

    (1) Representao no Espao de Estados(2) Representao por Equao I/O (Input/Output = Entrada/Sada)(3) Representao por Matriz de Transferncia

    Na aula de hoje veremos o primeiro tipo de representao.

    2 REPRESENTAO NO ESPAO DE ESTADOS

    um enfoque mais moderno, que repousa sobre o conceito de Variveis de Estado.Nesta representao, um modelo matemtico descrito por uma equao diferencial de ordem n substitudo por um sistema de n equaes diferenciais, todas de 1a ordem. Se o modelomatemtico for descrito por m equaes diferenciais de ordem n, ento ele ser substitudopor um sistema de m x n equaes diferenciais de 1a ordem. A representao no espao deestados particularmente til na anlise e no projeto de sistemas de controle. Ela possui asseguintes caractersticas:

    Q Usa o domnio do tempoQ Quaisquer condies iniciaisQ Aplicabilidade mais ampla: sistema

    sistema

    sistema Output) e

    Q Interpretao fsica mais abstrat

    02Representao De

    Modelos de Sistemas Dinmicos:

    - Espao de Estadoss lineares eno-lineares

    s invariantes no tempo evariantes notempo

    s SISO (Single Input, Single

    MIMO (Multiple Inputs, Multiple Outputs)

    a

  • Representao de Modelos de Sistemas Dinmicos: Espao de Estados 2

    A seguir, apresentaremos os fundamentos do mtodo a partir de exemplos simples.

    Exemplo 1: Representao de um sistema mecnico de 2a ordem com um grau de liberdade,sendo a entrada u(t), que a fora externa aplicada sobre a massa m, e a sada y(t), que odeslocamento medido a partir da posio de equilbrio esttico.

    Modelo matemtico: dado pela EDOL )t(ukyycym... =++

    Duas questes aparecem:

    Q1 Quantas variveis de estado so necessrias?

    A quantidade de variveis de estado igual quantidade de condies iniciais. Como osistema de 2a ordem, ele possui duas condies iniciais, logo necessita de duas variveis deestado para descrever completamente a dinmica do sistema.

    Q2 Quais so as variveis de estado do problema?

    So as correspondentes s condies iniciais do problema. No caso, as variveis deestado so ento, o deslocamento y(t) e a velocidade )t(y

    . .

    Obs.: importante no confundir varivel de estado (ente matemtico) com varivel fsica. Porexemplo, consideremos um sistema dinmico descrito pelo sistema de equaes diferenciaisabaixo, onde x1, x2 e suas derivadas so variveis fsicas:

    0xx2x

    0xxxx

    212.

    211.

    1..

    =+=++

    Nesse caso, existem 3 variveis de estado: duas para a coordenada x1 e uma para acoordenada x2:

    x1 = x1 x2 = x2

    deslocamento (fsico) deslocamento (fsico)varivel de estado varivel de estado (matemtica) (matemtica)

    x3 = 1.x

    velocidade (fsica)varivel de estado

    (matemtica)

    Voltemos ao exemplo 1. As variveis de estado sero x1 e x2:

    x1 = y

    x2 = .y

    Derivando, obtemos:

  • Representao de Modelos de Sistemas Dinmicos: Espao de Estados 3

    um1)ycky(

    m1x

    yx.

    2.

    .1

    .

    +==

    Vemos que a primeira equao no depende da dinmica do sistema, enquanto que asegunda depende. Em termos de variveis de estado:

    um1x

    mcx

    mkx

    xx

    212.

    21.

    +==

    que so s equaes de estado. Sob forma matricial:

    A equa

    equa

    onde

    Exemp

    Pedem-(a) var(b) sup

    da

    (c) rep a um10

    xx

    mc

    mk

    10

    xx

    2

    1

    2.

    1.

    +

    =

    o de sada, y = x1, pode ser escrita

    [ ] [ ]

    ==2

    1xx

    01yy

    Essas duas ltimas equaes matriciais so, respectivamente, a equao de estado e ao de sada. Em forma padro:

    DuCxyBuAxx

    .

    +=+=

    [ ]u(t) xx x

    x

    1.

    1.

    .

    2

    1 =

    =

    = uxx

    [ ] [ ]0 01 m10

    mc

    mk

    10==

    =

    = DCBA

    lo 2: Representao de um sistema de 2a ordem com dois graus de liberdade.Seja o sistema mecnico da fig. 1.

    Fig. 1 Sistema mecnico com 2 GDLse:iveis de estado e equao de estado;ondo que as entradas do sistema sejam f1(t) e f2(t) e que a sada seja x1, obter a equaosada.

    etir o item (b), porm agora as sadas so x1 e 1.x .

  • Representao de Modelos de Sistemas Dinmicos: Espao de Estados 4

    Soluo

    Modelo matemtico: dado pelo sistema de EDOL's

    )t(fxkxkxcxcxm

    )t(fxkx)kk(xcx)cc(xm

    222122.

    21.

    22..

    2

    1221212.

    21.

    211..

    1

    =++=++++

    (a) Como cada equao diferencial de 2a ordem, existem quatro condies iniciais e, portanto,quatro variveis de estado:

    2.

    41.

    32211 xx x x x x xx ====

    Derivando e usando as equaes diferenciais do modelo matemtico, obtemos, apsmanipulaes algbricas:

    )t(fm1x

    mcx

    mcx

    mkx

    mkx

    )t(fm1x

    mcx

    mccx

    mkx

    mkkx

    xx

    xx

    22

    42

    23

    2

    22

    2

    21

    2

    24

    .

    11

    41

    23

    1

    212

    1

    21

    1

    213

    .42

    .31

    .

    ++=

    +++++===

    Notemos que as duas primeiras equaes no dependem da dinmica do sistema,enquanto que a duas ltimas dependem. Em forma matricial:

    1x22

    1

    2x42

    1

    1x44

    3

    2

    1

    4x42

    2

    2

    2

    2

    2

    2

    21

    2

    1

    21

    1

    2

    1

    21

    1x44.

    3.

    2.

    1.

    )t(f)t(f

    m10

    0m1

    0000

    xxxx

    mc

    mc

    mk

    mk

    mc

    mcc

    mk

    mkk

    10000100

    xxxx

    +

    ++=

    ou seja, BuAxx. +=

    onde os vetores e matrizes podem ser facilmente identificados.

    (b) Considerando x1 como sada, i.., y = x1, a equao de sada

    [ ] [ ] [ ]1x22

    12x1

    1x44

    3

    2

    1

    4x11x1 )t(f)t(f

    00

    xxxx

    0001y

    +

    =

    ou seja, y = Cx + Du

    onde os vetores e matrizes podem ser facilmente identificados.

  • Representao de Modelos de Sistemas Dinmicos: Espao de Estados 5

    (d) Considerando como sadas x1 e 1.x :

    1x22

    1

    2x2

    1x44

    3

    2

    1

    4x21x23

    1

    )t(f)t(f

    0000

    xxxx

    01000001

    xx

    +

    =

    =y

    onde os vetores e matrizes podem ser facilmente identificados.

    FORMALIZAO DO MTODO

    Definies:

    Estado de um sistema dinmico: menor conjunto de variveis (denominadas variveis deestado) independentes tal que o conhecimento dessas variveis no instante t = t0, juntamentecom o conhecimento da entrada para t t0, determina completamente o comportamento dosistema para t t0. Portanto, o estado para t t0 no depende do estado e da entrada para t x1:

    Fig. 2

    Fig. 3

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 3

    Aplicando a 2a Lei de Newton ao ponto 1:0xc)xx(k

    0xmF

    1.

    12

    1..

    11x

    ===

    pois m1 = 0.

    Aplicando a 2a Lei de Newton ao ponto 2:0)xx(k)t(f

    0xmF

    12

    2..

    22x

    === pois m2 = 0.

    Logo, o modelo matemtico fica composto pelo conjunto de EDOLs

    (5) 0kxkxxc 211. =+

    (6) )t(fkxkx 21 =+Matricialmente:

    (7)

    =

    +

    )t(f

    0xx

    kkkk

    xx

    000c

    2

    1

    2.

    1.

    Exemplo 3: sistema massa-mola-amortecedor com um grau de liberdade

    Vamos considerar, agora, o sistema mecnico massa-mola-amortecedor (ou sistema m-k-c) da fig.4(a), o qual constitui o sistema com um grau de liberdade mais simples:

    O diagrama de corpo livre correspondente est mostrado na fig. 4(b). Chamando y(t) odeslocamento vertical da massa m a partir da posio em que a mola no est deformada, ouseja, antes da montagem da massa m no sistema, temos, a partir da aplicao da 2a Lei deNewton:

    )t(ymmg)t(f)t(f)t(fF..

    kcy ==Levando em conta as eqs. (1), (2) e (3), chegamos a

    (8) )t(fmg)t(ky)t(yc)t(ym... =+++

    Essa equao pode ser simplificada eliminando o efeito do peso mg. Para isso, vamos medir odeslocamento a partir da posio de equilbrio esttico, x(t), obtida a partir da posioanterior, y(t), porm deixando que a mola sofra uma deflexo esttica est, conforme mostra afig. 5:

    Fig. 4

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 4

    Fig. 5

    Tendo em vista que a deflexo da mola equilibra o peso:

    (9) mg = kest

    Por outro lado, conforme mostra a fig. 5, podemos fazer a transformao de coordenadas

    (10) y)t) = x(t) - est

    Levando as eqs. (9) e (10) na eq. (8), chegamos EDOL de 2a ordem (da o nome sistema mecnicode 2a ordem) que constitui o modelo matemtico do sistema da fig. 4(a):

    (11) )t(f)t(kx)t(xc)t(xm... =++

    Assim, se adotarmos a coordenada x(t) a partir da posio de equilbrio esttico, podemos omitiro peso mg, o que vantajoso, pois podemos usar a eq. (11) como modelo matemtico para sistemasmecnicos de 2a ordem que transladem tanto na vertical como na horizontal.

    Exemplo 4: suspenso de um veculo

    Podemos construir o modelo translacional bastante simplificado da suspenso independente de umcarro considerando apenas o movimento de uma roda do veculo, conforme ilustra a fig. 6:

    A rigidez do pneu modelada pela mola k1. As massas do pneu, roda, eixo e demais peas nosuspensas, so modeladas pela massa m1. O coeficiente de amortecimento do amortecedor viscosoe a rigidez da mola da suspenso so modelados, respectivamente, por c e k2. J a massa suspensadistribuda quele de suspenso modelada pela massa m2. Foram adotadas as coordenadas y1 ey2, medidas a partir da posio de equilbrio esttico do sistema, para descreverem osmovimentos das massas m1 e m2, respectivamente. A coordenada y0 servir para descrever omovimento do solo, devido s irregularidades do terreno.

    Fig. 6

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 5

    O diagrama de corpo livre do sistema mostrado na fig. 7, onde foi considerado que y2 > y1 > y0.

    Aplicando a 2a Lei de Newton massa 1:

    1112122011

    111y

    ym)yy(c)yy(k)yy(k

    ymF

    =++=

    Aplicando a 2a Lei de Newton massa 2:

    1.

    2.

    122

    2..

    22y

    )yy(c)yy(k

    ymF

    =

    Logo, o modelo matemtico fica composto pelo conjunto de EDOLs

    (12) 1221212.

    1.

    1..

    1 kyky)kk(ycycym =+++(13) 0ykykycycym 22122

    .1

    .2

    ..2 =++

    Matricialmente:

    (14)

    ++

    +

    yy

    kkkkk

    y

    ycccc

    y

    ym00m

    2

    1

    22

    221

    2.

    1.

    2..

    1..

    2

    1

    Na eq. (14) podemos identificar os seguintes vetores e matrizes:

    =

    ++

    +

    kyy

    kkkkk

    y

    ycccc

    y

    ym00m

    12

    1

    22

    221

    2.

    1.

    2..

    1..

    2

    1

    As matrizes so todas 2 x 2 (no de graus de liberdade = 2) e os vetores

    Fig. 7

    Vetor d

    Matriz rigidez

    Vetor velocidade

    Matriz amortecimento

    Vetor acelerao

    Matriz massa (ou inrcia)......2..

    2 ym=

    0y

    =

    0y

    k 11

    0y1

    so todos 2 x 1.

    Vetor excitao (entrada)

    eslocamento (sada)

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 6

    EXERCCIOS

    1 Deduzir o modelo matemtico para o sistema massa-amortecedor da figura.

    Resp.: )t(f)t(xc)t(xm... =+

    2 Representar o modelo matemtico do sistema do exerccio anterior no Espao de Estados.

    3 Representar o modelo matemtico do sistema do exerccio anterior na forma de Funode Transferncia.

    Resp.: csms

    1)s(G 2 +=

    4 Considere o exemplo 4 do texto. Considerando y0(t) como entrada e y2(t) como sada,representar o modelo matemtico do sistema no Espao de Estados.

    Resp.: Equao de Estado: )t(y

    00

    mk0

    xxxx

    mc

    mk

    mc

    mk

    1000mc

    mk

    mc

    mkk

    0010

    xxxx

    01

    1

    4

    3

    2

    1

    22

    2

    22

    2

    11

    2

    11

    21

    4.

    3.

    2.

    1.

    +

    =

    onde as variveis de estado foram definidas como

    2.

    4

    23

    1.

    2

    11

    yx

    yxyx

    yx

    ====

    5 Considere o exemplo 4 do texto. Considerando y0(t) como entrada e y2(t) como sada,representar o modelo matemtico por Funo de Transferncia.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 7

    6 Representar o modelo matemtico do sistema da figura pela funo de transferncia

    )s(Y)s(Z)s(G = .

    Dados numricos: m = 2 kg k1 = K2 = 8 N/m c1 = c2 = 16 N.s/m

    Resp.: 2s12s5,8s

    s4)s(Y)s(Z)s(G 23 +++==

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 1

    1 INTRODUO

    Nesta apostila aprenderemos como obter o modelo matemtico de sistemas mecnicosrotacionais, a partir da aplicao da 2a Lei de Newton para o movimento de rotao, tambmconhecida como Equao de Euler. Inicialmente, apresentaremos as equaes constitutivas decada um dos elementos que compem o sistema mecnico rotacional e, aps, mostraremos comotais equaes so inseridas na EDOL que descreve o modelo matemtico do sistema.

    2 RELAES ENTRE EXCITAO E RESPOSTA PARA OS ELEMENTOS DO SISTEMA MECNICO. EQUAES CONSTITUTIVAS

    Conforme j vimos, as equaes constitutivas entre excitao e resposta para os vrioselementos (considerados lineares) de um sistema mecnico so dadas por

    (1) ..

    JT =

    (2) )(CT 1.

    2.

    C =

    (3) TK = K(2 - 1)

    A eq. (1) nada mais do que a 2a Lei de Newton para o movimento de rotao, onde T, que aresultante de todos os torques externos aplicadas ao corpo rgido de momento de inrcia J, proporcional acelerao angular absoluta do corpo. A constante de proporcionalidade omomento de inrcia J.

    A eq. (2) diz respeito ao torque que atua sobre um amortecedor viscoso, a qual proporcional velocidade angular relativa entre as extremidades do amortecedor. A constante deproporcionalidade o coeficiente de amortecimento viscoso C.

    J a eq. (3) mostra a proporcionalidade entre a fora da mola de toro e o deslocamento angularrelativo das extremidades da mola. A constante de proporcionalidade a rigidez K.

    Observemos que a acelerao angular absoluta, ao passo que o deslocamento angular e avelocidade angular so relativos.

    6 Modelagem Matemtica de SistemasMecnicos Rotacionais pela Mecnica

    Newtoniana

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 2

    3 MODELAGEM MATEMTICA DE SISTEMAS MECNICOS ROTACIONAIS

    Para a modelagem de sistemas rotacionais, empregamos as equaes constitutivas (1), (2) e (3) emconjunto com a 2a Lei de Newton para o movimento de rotao, tambm conhecida como Equapde Euler:

    (4)..

    00 JT =

    onde o membro esquerdo representa a resultante dos torques externos que atuam sobre a massa,J0 o momento de inrcia da massa em relao ao eixo de rotao e a coordenada angularadotada.

    Vamos ilustrar a tcnica da modelagem atravs de exemplos.

    Exemplo 1: sistema motor-propulsor (fig. 1)

    Na fig. 1, o momento de inrcia das peas rotativas do motor representado por Je e o momentode inrcia do propulsor por Jp. O torque de acionamento do motor dado por T(t).Consideraremos que o eixo tem massa desprezvel em comparao com as massas do motor e dopropulsor, sendo ele representado por uma rigidez torcional K. Vamos admitir, tambm, aexistncia de um torque de resistncia aerodinmica, proporcional ao quadrado da velocidade derotao do propulsor.

    Para o desenvolvimento do modelo matemtico, vamos escrever as equaes do movimento apartir do diagrama de corpo livre da fig. 2, considerando 2 > 1:

    Coordenada 1: 1..

    e12..

    00 J)K(T(t) JT =+=Coordenada 2: 2

    ..p

    22

    .12

    ..00 JC)K(- JT ==

    (5) T(t)K-KJ 211..

    e =+(6) 0KK-CJ 21

    22

    .2

    ..p =++

    Como vemos, o modelo matemtico composto de duas equaes diferenciais: uma linear e outrano linear.

    Fig. 1

    Fig. 2

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 3

    Exemplo 2: sistema engrenado (fig. 3)

    A fig. 3 mostra um sistema com duas engrenagens, estando a maior delas (N1 dentes e raioprimitivo r1) conectada a um eixo cuja outra extremidade est fixada a uma estrutura. Sobre aengrenagem menor (N2 dentes e raio primitivo r2) atua um torque T(t) = sen t.

    Para o desenvolvimento do modelo matemtico, vamos antes transferir a inrcia da engrenagemmenor para o eixo da engrenagem maior:

    (7) 2

    2

    121

    2

    1.2

    .

    21eq NN

    JJJJJ

    +=

    +=

    O torque T(t), por sua vez, tambm pode ser transferido para o eixo da engrenagem maior, tendoem vista que (ver fig. 4)

    (8) T sent = r2F

    (9) Teq(t) = r1Flogo

    (10) tsenTrr

    )t(T2

    1eq =

    Podemos, ento, escrever as equaes domovimento a partir do diagrama de corpo livre dafig. 5:

    1..

    eq1eq..

    00 JK-T JT ==

    Levando em conta as eqs. (7) e (10): 1..

    2

    2

    1211

    2

    1..00 N

    NJJK-tTsen

    rr

    JT

    +==

    Fig. 3

    Fig. 4

    Fig. 5

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 4

    Ordenando e tendo em conta que , 2

    1

    2

    1NN

    rr

    = , chegamos finalmente a

    (11) tTsenNN

    KNN

    JJ 2

    111

    ..2

    2

    121 =+

    +

    Exemplo 3: sistema rotacional com dois GDL (fig. 6)

    Vamos representar no Espao de Estados o sistema rotacional da fig. 6, considerando e . comovariveis de estado e como sadas os deslocamentos angulares e A.

    Consideremos os diagramas de corpo livre da fig. 7:

    Modelo matemtico:

    Mola K2: 0K)(K JT A1A2..

    00 == Disco J:

    ...A2

    ..00 JC)(K - )t(T JT ==

    Ordenando:

    (12) 0)KK(K A212 =+ += 212

    A KKK

    (13) )t(TKK CJ A22... =++

    Fig. 6

    Fig. 7

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 5

    Equao de Estado:

    Variveis de estado: .2

    1

    x

    x

    ==

    Derivando:

    ]KxKCx)t(T[

    J1]KKC)t(T[

    J1x

    xx

    A2122A22...

    2.

    2.

    1.

    +=+====

    Levando em conta a eq. (12) e ordenando:)]t(TCxx

    KKKK

    [J1x

    xx

    2121

    212

    .21

    .

    ++==

    Na forma matricial:

    (14) [ ])t(TJ10

    xx

    JC

    )KK(JKK

    10

    xx

    2

    1

    21

    212

    .1

    .

    +

    +

    =

    Equao de Sada:A2

    1yy

    ==

    Considerando as variveis de estado e a eq. (12):

    121

    2

    21

    22

    11

    xKK

    KKK

    Ky

    xy

    +=+==

    Na forma matricial:

    (15) [ ])t(T00

    xx

    0KK

    K01

    yy

    2

    1

    21

    22

    1

    +

    +

    =

    EXERCCIOS

    1 Deduzir o modelo matemtico para o pndulo simples da figura. a equao diferenciallinear ou no-linear?

    Soluo

    Seja a coordenada generalizada. Decompondo o peso em suas componentes radial e transversalao fio, podemos aplicar a Equao de Euler em relao ao ponto O. Evidentemente, somente acomponente transversal faz momento:

    ..0 JT =

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 6

    ..2mLL)senmg( =0)t(senmg)t(mL

    .. =+

    Vemos que o modelo matemtico uma EDO no-linear.

    2 Considerando no pndulo do exerccio 2 que, para pequenas oscilaes, sen emradianos (verifique na sua calculadora), linearize o modelo matemtico do pndulo,transformando-o em uma EDOL.

    Resp.: 0)t(mg)t(mL.. =+

    3 Considerando, no exemplo 2 do texto, T(t) como entrada e 1(t) como sada, achar afuno de transferncia do sistema.

    4 Deduzir o modelo matemtico para o pndulocomposto da figura. Linearizar o modelo.

    5 Considere o exemplo 3 do texto. Ache a funo de transferncia sendo T(t) a entrada e a sada.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Translacionais pela Mecnica Newtoniana 7

    6 A figura mostra o motor de um barco (torque Te(t) e momento de inrcia Je) acionando opropulsor a hlice (momento de inrcia Jp), atravs de acoplamentos (momentos de inrciaJc1 e Jc2) e eixos flexveis (rigidezes K1 e K2). Desenvolver um modelo matemtico para osistema, incluindo o torque resistente Tw que a gua oferece ao movimento.

    Resp.:

    7 O sistema da figura consiste de um momento de inrcia J1, correspondente ao rotor deuma turbina, o qual est acoplado ao momento de inrcia J2 do propulsor. Potncia transmitida atravs de um acoplamento fluido com coeficiente de atrito viscoso C e umeixo com rigidez K. Um torque de acionamento T(t) exercido sobre J1 e um torque decarga TL exercido sobre J2. Sendo a entrada o torque T(t) e a sada a velocidade

    angular 2. , representar o modelo matemtico

    (a) no espao de estados;(b) na forma de equao I/O(c) na forma de funo de trans- ferncia

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 1

    1 INTRODUO

    Nesta apostila aprenderemos como obter o modelo matemtico de sistemas mecnicos hbridos(ou seja, aqueles cujas massas executam movimentos de translao e rotao), a partir daaplicao da 2a Lei de Newton e da Equao de Euler. Nosso estudo ficar restrito ao movimentode corpos rgidos no plano, tambm conhecido simplesmente por movimento plano. Felizmente, agrande maioria dos mecanismos existentes nos sistemas reais se enquadra nesse tipo demovimento.

    Inicialmente, apresentaremos um resumo das equaes do movimento plano de um corpo rgido e,aps, mostraremos a obteno do modelo matemtico atravs de exemplos ilustrativos.

    2 EQUAES DO MOVIMENTO PLANO DE UM CORPO RGIDO

    As equaes bsicas da Mecnica Newtoniana para o movimento plano de um corpo rgido so:

    2.1 Translao:

    2a Lei de Newton:

    (1) CM..

    mRF =

    onde F a resultante de todas as foras externas que atuam sobre o corpo de massa m e CM..R a

    acelerao do centro de massa CM.

    2.2 Rotao plana:

    Aqui devemos distinguir 3 situaes:

    (a) Rotao em torno de um eixo passando pelo centro de massa CM:

    (2) ..

    CMMC JT =

    onde TCM a resultante de todos os torques externos que atuam no corpo, em torno de um eixoperpendicular ao plano do movimento e que passa pelo centro de massa do corpo, JCM o momento

    de inrcia do corpo rgido em relao a esse mesmo eixo e .. a acelerao angular do corpo.

    7 Modelagem Matemtica de SistemasMecnicos Hbridos pela Mecnica

    Newtoniana

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 2

    (b) Rotao em torno de um eixo passando por um ponto fixo O que no seja o centro demassa CM:

    (3) ..

    OO JT =

    onde TO a resultante de todos os torques externos que atuam no corpo, em torno de um eixoperpendicular ao plano do movimento e que passa pelo ponto fixo O, JO o momento de inrcia do

    corpo rgido em relao a esse mesmo eixo e .. a acelerao angular do corpo.

    (c) Rotao em torno de um eixo passando por um ponto S que no coincide com o centro demassa CM e que sofre translao:

    (4) S..

    S/CMSS xmJ RrT..+=

    onde TS a resultante de todos os torques externos que atuam no corpo, em torno de um eixoperpendicular ao plano do movimento e que passa pelo ponto que translada, S, JS o momento de

    inrcia do corpo rgido em relao a esse mesmo eixo e .. a acelerao angular do corpo. Alm

    disso, rCM/S o vetor posio do centro de massa CM em relao ao ponto S e S..R a acelerao

    absoluta do ponto S.

    Obs.:

    1. na eq. (4) so consideradas as componentes paralelas ao eixo coordenado z, perpendicular aoplano do movimento de rotao xy;

    2. as eqs. (2), (3) e (4) tambm so conhecidas como Equaes de Euler;

    3. As rotaes relatadas em (a) e (b) j foram estudadas em apostila anterior, vamos nosconcentrar, pois, no caso (c), em ocorrem rotao e translao do centro de rotao.

    3 MODELAGEM MATEMTICA DE SISTEMAS MECNICOS HBRIDOS

    Ser estudada atravs de exemplos ilustrativos.

    Exemplo 1: sistema mola-disco

    O disco da fig. 1 rola sem deslizar sobre o plano horizontal. Achar o seu modelo matemticousando a coordenada .

    Soluo:

    Fig. 1

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 3

    Neste caso, S o centro instantneo de rotao, conforme ilustra o diagrama de corpo livre dafig. 2, no qual kx a fora da mola e f a fora resistente ao rolamento.

    Aplicando a eq. (4): S..

    S/CMSS xmJ RrT..+=

    Usando o Teorema de Steiner, achamos o momento de inrcia JS:

    222S mr23mrmr

    21J =+=

    Por outro lado, o momento TS, provocado apenas pela fora da mola, dado por

    TS = - kxr = - kr2

    onde foi usada a equao de restrio x = r que liga as coordenadas x e .

    Alm disso, o produto vetorial S..

    S/CM xRr nulo, pois ambos os vetores so colineares, comsentido de S para C (notemos que o ponto S tem velocidade nula porm possui acelerao radial

    2.S

    ..rR = no nula, dirigida para o centro de massa; assim, o que torna nulo o termo S

    ..

    S/CM xRr adefinio de produto vetorial).

    Finalmente, levando essas informaes na eq. (4), chegamos ao modelo matemtico

    0m3k2..

    =+

    Exemplo 2 Sistema carro-pndulo simples

    A fig. 3 mostra um carro de massa M que desliza sobre uma superfcie horizontal sem atrito. Eleest ligado parede por uma mola k e um amortecedor viscoso c e submetido a um foramentof(t). O centro de massa do carro serve como eixo de rotao de um pndulo simples de massapunctual m e comprimento L. Deduzir o modelo matemtico para pequenas oscilaes .

    Fig. 2

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 4

    Soluo:

    Temos a um sistema multicorpo (duas massas) com dois graus de liberdade: x para descrever atranslao do carro de massa M e para descrever a rotao do pndulo de massa m. A fig. 4mostra o diagrama de corpo livre no qual esto mostradas apenas as foras que produzemtranslao na direo x e o peso mg que produz momento em relao ao ponto S.

    Como podemos ver, o ponto S um centro de rotao que translada no espao. Portanto, para omovimento de rotao do pndulo, aplicamos a eq. (4):

    (4) S..

    S/CMSS xmJ RrT..+=

    onde....

    S..

    S/CM xcosmL)2sen(xmLxm ==Rr

    JS = mL2 (momento de inrcia de massa punctual)

    TS = - mgsenL

    Levando tudo na eq. (4) e ordenando, chegamos a

    (a) 0senmgLxcosmLmL....

    2=++

    J para o movimento de translao da massa M aplicamos a 2a Lei de Newton:

    CM..

    MRF =

    logo, na direo x temos (levando em conta que so 2 massas a considerar):

    (b) CM.....xmxMxckx)t(f +=

    Fig. 3

    Fig. 4

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 5

    Tendo em vista que

    +=

    +=

    +=

    senLcosLxx

    cosLxx

    senLxx

    2.....CM

    ..

    ..CM

    .CM

    podemos levar essas informaes na eq. (b) e obter, aps ordenao:

    (c) )t(fkxsenmLxccosmLx)mM(2......

    =++++

    Para pequenas oscilaes , podemos considerar

    cos 1 sen 0 0.

    e substituir nas eqs. (a) e (c) para obter o modelo matemtico linearizado

    )t(fkxxcmLx)mM(.....

    =++++

    0mgLmLxmL..2..

    =++Sob forma matricial:

    =

    +

    +

    +0

    )t(fxmgL0

    0kx000cx

    mLmLmLmM

    .

    .

    ..

    ..

    2

    Exemplo 3 Sistema carro-pndulo invertido

    A fig. 5 mostra um carro de massa M que rola sem deslizar sob a ao da fora f(t). Ele estligado estrutura fixa pelo amortecedor c. Um pndulo invertido de massa concentrada mc ehaste homognea de massa m gira em torno de um piv fixado ao carro. Deduzir o modelomatemtico para pequenas oscilaes .

    Soluo

    Temos novamente um sistema com duas massas e dois graus de liberdade: x para descrever atranslao do carro de massa M e para descrever a rotao do pndulo invertido. A fig. 6mostra o diagrama de corpo livre para o pndulo invertido no qual esto mostradas apenas asforas que produzem momento em relao ao ponto S.

    Fig. 5

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 6

    Como podemos ver, o ponto S um centro de rotao que translada no espao. Portanto, para omovimento de rotao do pndulo invertido, aplicamos a eq. (4), porm levando em conta queagora temos duas massas m e mc:

    (4) S..

    S/CMSS xmJ RrT..+=

    onde..

    c..

    c..

    c..

    S..

    S/CM xcosL)m2m(x)cosLmcos

    2Lm(x)

    2sen(Lmx)

    2sen(

    2Lmxm +=+=+=Rr

    2c

    22cS L)3

    mm(mL31LmJ +=+=

    +=+= sengL)2mm(sen

    2LmgsengLmT ccS

    Levando tudo na eq. (4) e ordenando, chegamos a

    (a) 0sengL)2mm(L)

    3mm(xcosL)

    2mm( c

    ..2c

    ..c =++++

    J para o movimento de translao da massa M aplicamos a 2a Lei de Newton:

    CM..

    MRF =

    logo, na direo x temos (levando em conta que so 3 massas a considerar):

    (b) cm..

    cCM.....

    xmxmxMxc)t(f ++=

    Da fig. 5 obtemos

    +=

    +=

    +=

    sen2Lcos

    2Lxx

    cos2Lxx

    sen2Lxx

    2.....CM

    ..

    ..CM

    .

    CM

    e

    +=

    +=

    +=

    senLcosLxx

    cosLxx

    senLxx

    2.....cm

    ..

    ..cm

    .cm

    Fig. 6

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 7

    Levando tudo na eq. (b):

    )senLcosLx(m)sen2Lcos

    2Lx(mxMxc)t(f

    2.....c

    2........++++=

    Ordenando:

    (c) )t(fxcsenL)m2m(cosL)m

    2m(x)mmM(

    .2.c

    ..c

    ..c =++++++

    Para pequenas oscilaes , podemos considerar

    cos 1 sen 0 0.

    e substituir nas eqs. (a) e (c) para obter o modelo matemtico linearizado

    )t(fxcL)m2m(x)mmM(

    ...c

    ..c =+++++

    0gL)2mm(L)

    3mm(xL)

    2mm( c

    ..2c

    ..c =++++

    Sob forma matricial:

    (d)

    =

    ++

    +

    +

    +

    +++0

    )t(fxgL

    2mm0

    00x000cx

    L3mmL

    2mm

    L2mmmmM

    c.

    .

    ..

    ..

    2cc

    cc

    EXERCCIOS

    1. Dado o pndulo com massa distribuda da figura, pedem-se:

    (a) Modelo matemtico;(b) Linearizar o modelo matemtico,

    estabelecendo a condio delinearizao.

    Resp.: (a) 0senl2g3..

    =+

    (b) 0l2g3..

    =+ para < 1 rad

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos Hbridos pela Mecnica Newtoniana 8

    2. Idem Exerccio 1, porm agoraexiste uma massa concentrada Mna extremidade da haste e umamortecedor viscoso torcional Cna articulao O.

    Resp.: (a) 0senl)M

    3m(

    g)M2m(

    l)M3m(

    C .

    2

    ..=

    +

    ++

    +

    +

    (b) 0l)M

    3m(

    g)M2m(

    l)M3m(

    C .

    2

    ..=

    +

    ++

    +

    + para < 1 rad

    3 Considere o sistema carro - pndulo invertido do Exemplo 3 do texto, cujo modelomatemtico dado pela equao

    =

    ++

    +

    +

    +

    +++0

    )t(fxgL

    2mm0

    00x000cx

    L3mmL

    2mm

    L2mmmmM

    c.

    .

    ..

    ..

    2cc

    cc

    Sendo f(t) a entrada e x(t) e (t) as sadas, achar as funes de transfernciacorrespondentes.

  • 1Modelagem Matemtica de Sistemas Mecnicos

    Hbridos pela Mecnica Lagrangiana

    Obteno do modelo matemtico de sistemas mecnicos hbridos (sistemas cujas massas executam movimentos de

    translao e rotao), a partir da aplicao das Equaes de Lagrange

    Estudo ficar restrito ao movimento de corpos rgidos no plano, tambm conhecido

    simplesmente por movimento plano

    Introduo

  • 2EQUAES DE LAGRANGE

    Seja um sistema mecnico com n GDL, cujas coordenadas generalizadas so q1, q2, ... , qn

    Energia potencial do sistema em um dado instante:

    Energia cintica do sistema em um dado instante:

    )q,...,q,q(VV n21=

    Lagrangiano do sistema: VTL =

    )q,...,q,q,q,...,q,q(TT n.

    2.

    1.

    n21=

    Equaes de Lagrange: n , ... 2, 1, i ,QqL

    q

    Ldtd

    ii

    i. ==

    Qi = foras no-conservativas

    Exemplo 1: Sistema mola-disco

    O disco rola sem deslizar sobre o plano horizontal. Achar o modelo matemtico usando a coordenada .

    n , ... 2, 1, i ,QqL

    q

    Ldtd

    ii

    i. ==

    2kx21V =

    2.22.2.2.

    mr21

    21xm

    21J

    21xm

    21T +=+=

  • 322.2

    2.kx

    21mr

    21

    21xm

    21VTL +==

    n , ... 2, 1, i ,QqL

    q

    Ldtd

    ii

    i. ==

    = rx .. rx =

    222.2

    2.2 kr21mr

    21

    21mr

    21L +=

    == 1q 1i 0LLdtd

    . =

    ..2.2.2.2. mr2

    3mr23

    dtdmr

    21mr

    dtdL

    dtd =

    =

    +=

    =

    2krL

    0krmr23 2..2

    =+ 0m3k2..

    =+

    Exemplo 2: Sistema carro-pndulo simples

    Deduzir o modelo matemtico para pequenas oscilaes

    += cosmgLmgLkx21V 2

    2.2..2.Lsenm

    21cosLxm

    21xM

    21T

    +

    ++=

    +

    +

    ++== cosmgLmgLkx21Lsenm

    21cosLxm

    21xM

    21VTL 2

    2.2..2.

    n , ... 2, 1, i ,QqL

    q

    Ldtd

    ii

    i. ==

  • 4xq 1i 1 == .. xc)t(fxL

    x

    Ldtd

    =

    == 2q 2i 0LLdtd

    . =

    2..........

    . mLsencosmLxmxMcosLxmxMdtd

    x

    Ldtd ++=

    ++=

    kxxL

    =

    ( ) ..2...222..... mLxmLsencosmLxmdtdLsenmLsencosLcosLxmdtdLdtd += ++=

    +

    +=

    == mgLmgLsenL

    ( ) )t(fkxxcmLxmM ..... =++++0mgLmLxmL

    ..2..=++

    =

    +

    +

    +0

    )t(fxmgL0

    0kx000cx

    mLmLmLmM

    .

    .

    ..

    ..

    2

    Forma matricial:

    Exemplo 3: Sistema carro-pndulo invertido

    Deduzir o modelo matemtico para pequenas oscilaes

  • 5n , ... 2, 1, i ,QqL

    q

    Ldtd

    ii

    i. ==

    gLmcosgLm2Lmgcos

    2LmgV cc +=

    2.22.2..2.

    c

    2..c

    2.mL

    121

    21sen

    2Lm

    21cos

    2Lxm

    21Lsenm

    21cosLxm

    21xM

    21T +

    +

    ++

    +

    ++=

    gLmcosgLm2Lmgcos

    2LmgmL

    121

    21

    sen2Lm

    21cos

    2Lxm

    21Lsenm

    21cosLxm

    21xM

    21VTL

    cc

    2.2

    2.2..2.c

    2..c

    2.

    +++

    +

    +

    ++

    +

    ++==

    xq 1i 1 == .. xc)t(fx

    L

    x

    Ldtd

    =

    == 2q 2i 0LLdtd

    . =

    ++

    ++=

    ....c

    .

    . cos2LxmcosLxmxM

    dtd

    x

    Ldtd

    ++

    +++

    +=

    .2....c

    ..c. mL12

    1sen2Lsen

    2Lcos

    2Lcos

    2LxmLsenLsenmcosLcosLxm

    dtdL

    dtd

    ( ) ( )

    ++

    +

    +

    ++

    +

    +=

    gLsenmsen2Lmgcos

    2Lsen

    2Lm

    sen2Lcos

    2LxmcosLLsenmsenLcosLxmL

    c..

    .....c

    ...c

    0xL=

    ( ) ..c..c. L)m2

    m(xmmMx

    Ldtd ++++=

    ..2c

    ..c

    .2c

    .c. Lm3

    mxLm2mLm

    3mxLm

    2m

    dtdL

    dtd

    ++

    +=

    ++

    +=

    2.....2.c

    ..c

    ..c

    ..

    . Lsen2mcosL

    2mxmLsenmcosLmxmxM

    x

    Ldtd +++++=

    11 00

    ( ) ( ) ++++++=

    .2.222..222c

    .c. mL12

    1sencosL4mxcosL

    2msencosLmxcosLm

    dtdL

    dtd 1 11 1

    += gLm

    2mL

    c

    0 0 0

    0

  • 6( ) )t(fxcL)m2m(xmmM

    ...c

    ..c =+++++

    Forma matricial:

    =

    ++

    +

    +

    +

    +++0

    )t(fxgLm

    2m0

    00x000cx

    Lm3mLm

    2m

    L2mmmmM

    c.

    .

    ..

    ..

    2cc

    cc

    0gLm2mLm

    3mxLm

    2m

    c..2

    c..

    c =

    +

    ++

    +

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas1

    1 INTRODUO

    Os sistemas eltricos so componentes essenciais de muitos sistemas dinmicos complexos. Por exemplo,um controlador de um driver de disco de um computador ou o controlador da velocidade de um automvelnecessitam de certos circuitos eltricos para funcionar. Usaremos os termos sistemas eltricos ecircuitos eltricos como sinnimos. Tendo em vista que existe no currculo uma disciplina de CircuitosEltricos, onde o estudo feito com muito mais profundidade, aqui faremos apenas uma abordagem queseja suficiente para a compreenso das analogias que existem entre certos sistemas dinmicos (analogiaseletromecnicas, eletro-hidrulicas, eletro-pneumticas, eletrotrmicas, etc.), assim como dos sistemaseletromecnicos a serem estudados posteriormente.

    2 ELEMENTOS ELTRICOS PASSIVOS

    Para modelar um sistema eltrico precisamos conhecer os seus componentes eltricos passivos.

    As relaes elementares de voltagens so:

    Resistor (Lei de Ohm)

    (1) eA eB = R iR

    Indutor

    (2)

    Capacitor

    (3)

    onde R, L e C so a resistncia, a

    08 Modelagem Matemtica deSistemas Eltricos.

    Analogias Eletromecnicas

    di L e -e LBA =

    -eAdt

    dtiC1 e

    t

    0CB = indutncia e a capacitncia, respectivamente.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas2

    As relaes elementares de correntes so:

    Resistor (Lei de Ohm)

    (4)

    Indutor

    (5)

    Capacitor

    (6)

    3 MODELAGEM DE CIRCUITOS ELTRICOS. LEIS DE KIRCHHOFF

    A modelagem matemtica de um sistema eltrico simples feita aplicando-se as Leis de Kirchhoff: a Leidos Ns e/ou a Lei das Malhas.

    Modelagem Matemtica pelo Mtodo dos Ns

    Aplica-se a Lei dos Ns a cada n do circuito eltrico:

    Exemplo 1

    No circuito da fig. 1, o interruptor S fechado no instante t = 0. Achar o modelo matemtico, sendo E aentrada e as tenses eA e eB as sadas.Considerar: 2R1 = R2 = R3

    R3C = 1 E = 12 v

    Re -e i BAR =

    dt)ee(L1 i B

    t

    0AL =

    dt)ee(dC i BAL

    =

    A soma das correntes que entram em um n de um circuito eltrico igual soma das correntes que saem do mesmo n

    Fig. 1

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas3

    Soluo

    Referncia para voltagem: no n D eD = 0

    Lei dos Ns aplicada ao n A:(a) i1 = i2 + i3

    Usando as equaes das correntes:

    Levando essas trs ltimas equaes na eq. (a):

    (b)

    Por outro lado, temos no ponto B:

    logo(c)

    Substituindo os dados do enunciado na eq. (b), chegamos a

    (d) 4eA eB = 24

    Analogamente, levando na eq. (c):(e)

    Eliminando eA nas eqs. (d) e (e), chega

    (f)

    Assim, o modelo matemtico compos

    Modelagem Matemtica pelo Mtodo d

    Aplica-se a Lei dos Malhas a cada ma

    1

    A1 R

    eE i =2

    A

    2

    DA2 R

    eR

    ee i ==

    3

    BA3 R

    ee i =

    3

    BA

    2

    A

    1

    AR

    eeRe

    ReE +=

    dtde

    Cdt

    )ee(dC i BDB3 =

    =

    dtde

    CRee B3BA =

    BA.B eee =

    A soma das quedas de voltagsoma das voltagenm

    to

    a

    lh

    esos EDOL de primeira ordem

    pela EDOL (f) e pela equao algbrica (d).

    s Malhas

    a do circuito eltrico:

    6e75,0e B.B =+

    m em uma malha de um circuito eltrico igual que so introduzidas na mesma malha

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas4

    Exemplo 2

    No circuito RL srie da fig. 2 o interruptor S fechado no instante t = 0. Achar o modelo matemtico,sendo E a entrada e i(t) a sada.

    Fig. 2

    Soluo

    Lei das Malhas: eL + eR = E

    Usando as equaes das voltagens, chegamos a

    (a)

    Vemos que se trata de uma EDOL de primeira ordem bastante simples.

    4 ANALOGIAS ELETROMECNICAS

    At agora, estudamos os sistemas mecnicomatemticas. Vamos, a seguir, estabelecer cque permite definir o que chamamos analogia

    Dois sistemas fsicos so anlogos (duais) seja, pelo mesmo conjunto de equaes difere

    Os sistemas anlogos caracterizam-se posubmetidos a excitaes do mesmo tipo. Essanlise e projeto, trabalhar experimentalmenmecnico que est sendo projetado, antes dmais caro). O dimensionamento do circuito Dimensional e Semelhana.

    O conceito de sistemas anlogos bemeletrotrmica, eletropneumtica, etc.

    No que diz respeito analogia eletromecnicLei de Kirchhoff dos ns, e a analogia fora-v

    ERidtdiL =+s e os sistemas eltricos, apresentando suas modelagensertas caractersticas comuns aos dois tipos de sistemas, oeletromecnica.

    quando so descritos pelo mesmo modelo matemtico, ounciais ou pela mesma funo de transferncia.

    r apresentarem a mesma forma de resposta quandoe fato de extrema importncia, pois permite, nas fases dete com o circuito eltrico (mais barato) anlogo do sistemaa implementao do prottipo do sistema mecnico (muitoeltrico anlogo feito com base na Teoria da Anlise

    mais amplo: podemos ter analogias eletro-hidrulica,

    a, temos dois tipos: a analogia fora-corrente, com base naoltagem, amparada na Lei de Kirchhoff das malhas.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas5

    5 ANALOGIA FORA-VOLTAGEM

    Vamos considerar o sistema mecnico massa-mola-amortecedor com um GDL e o sistema eltricoresistor-indutor-capacitor srie, mostrados na fig. 3:

    Sistema mecnico Circuito eltrico

    Fig. 3

    Os modelos matemticos dos dois sistemas, conforme j vimos, so:

    Sistema Mecnico Sistema Eltrico

    (a) Sistema translacional:

    )t(fkxxcxm... =++

    (b) Sistema rotacional:

    )t(TKCJ... =++

    )t(eidtC1Ri

    dtdiL

    t

    0=++

    ou, como dtdqi = q

    tdqd

    dtdi ..

    2

    2==

    =t0 qidtento )t(eq

    C1qRqL

    ... =++

    Examinando os modelos matemticos dos sistemas mecnico e eltrico, verificamos que os mesmos socompostos pelas mesmas equaes diferenciais, a menos dos smbolos utilizados. Pela posio que ocupamnas equaes, podemos facilmente estabelecer as quantidades anlogas dos dois sistemas:

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas6

    Sistema Mecnico Sistema Eltrico

    Fora f (ou Torque T)Massa m (ou Inrcia J)

    Coef. Amortecimento Viscoso c (ou C)Rigidez k (ou K)

    Deslocamento x (ou )Velocidade ,. ou x Acelerao

    ,... ou x

    Voltagem eIndutncia LResistncia R

    Inverso da Capacitncia 1/CCarga eltrica q

    Corrente eltrica iVariao di/dt

    6 ANALOGIA FORA-CORRENTE

    Vamos considerar, agora, o mesmo sistema mecnico massa-mola-amortecedor com um GDL e o sistemaeltrico resistor-indutor-capacitor paralelo, mostrados na fig. 4:

    Sistema mecnico Circuito eltrico

    Fig. 4

    Semelhantemente ao caso anterior, podemos ter os dois modelos matemticos:

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas7

    Sistema Mecnico Sistema Eltrico

    (a) Sistema translacional:

    )t(fkxxcxm... =++

    (b) Sistema rotacional:

    )t(TKCJ... =++

    iC + iR + iL = i

    iedtL1

    Re

    dtdeC

    t

    0=++

    ou, como dtde = onde = fluxo magntico

    = ..dtde e =t0edt

    ento )t(iL1

    R1C

    ... =++

    Analogamente, podemos facilmente estabelecer as quantidades anlogas dos dois sistemas:

    Sistema Mecnico Sistema Eltrico

    Fora f (ou Torque T)Massa m (ou Inrcia J)

    Coef. Amortecimento Viscoso c (ou C)Rigidez k (ou K)

    Deslocamento x (ou )Velocidade ,. ou x Acelerao

    ,... ou x

    Corrente eltrica iCapacitncia C

    Inverso da Resistncia 1/RInverso da Indutncia 1/L

    Fluxo magntico Voltagem e

    Variao de/dt

    Portanto, podemos concluir que:

    sistemas anlogos mesma equao diferencialmesma funo de transferncia

    7 OBTENO DO CIRCUITO ELTRICO ANLOGO POR INSPEO

    Comparando as figuras anteriores, podemos observar que:

    (1) Analogia fora-voltagem: k e c em paralelo anlogos C e R em sriek e c em srie anlogos C e R em paralelo

    (2) Analogia fora-corrente: k e c em paralelo anlogos 1/L e 1/R em paralelok e c em srie anlogos 1/L e 1/R em srie

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas8

    Os fatos acima permitem construir o circuito eltrico anlogo a um dado sistema mecnico simplesmentepor inspeo.

    Assim, na figura do sistema mecnico colocamos um ponto (P, Q, S, etc.) em cada um dos seguintes locais:massas, pontos de aplicao de foras e pontos de ligao entre elementos flexveis (molas eamortecedores). A quantidade de pontos assim definidos nos informa a quantidade de GDL do sistemamecnico.

    Para a construo do circuito eltrico levamos em conta que a quantidade de GDL do sistema mecnico igual quantidade de malhas do circuito eltrico e que cada ponto do sistema mecnico (P, Q, S, etc.)corresponde a uma malha do circuito eltrico.

    Com essas informaes, podemos construir o circuito eltrico anlogo, conforme ilustram os exemplos dasfigs. 5 e 6:

    Exemplo 3 (fig. 5):

    Exemplo 4 (fig. 6):

    Fig. 5

    Fig. 6

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas9

    8 OBTENO DO CIRCUITO ELTRICO ANLOGO A PARTIR DASEQUAES DIFERENCIAIS

    Mostraremos a seguir, atravs de um exemplo, uma maneira mais rigorosa de obter o circuito eltricoanlogo a um dado sistema mecnico, a partir do modelo matemtico desse ltimo.

    Exemplo 5

    Usando a analogia fora-voltagem, obter o circuito eltrico anlogo do sistema mecnico da fig. 7.

    Soluo

    Inicialmente, vamos achar o modelo matemtico do sistema mecnico. Para isso, construmos o diagramade corpo livre (fig. 8) e aplicamos a Segunda Lei de Newton:

    Fig. 8

    massa m1:

    massa m2:

    Ordenando:

    1..

    11.

    1111.

    2.

    2122 xmxcxk)xx(c)xx(k =+

    2..

    21.

    2.

    2122 xm)xx(c)xx(k =

    0)xx(k)xx(cxm

    0)xx(k)xx(cxkxcxm

    1221.

    2.

    22..

    2

    2122.

    1.

    2111.

    11..

    1

    =++=++++

    Fig. 7

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas10

    Usando a analogia fora-voltagem, obtemos as equaes do circuito eltrico anlogo:

    Vemos, nas equaes acima, que o termo de acoplamento, i1 - i2, est presente nas duas equaes. Logo,ele deve pertencer simultaneamente s duas malhas do circuito eltrico, ou seja, deve estar presente noramo comum a ambas as malhas. Assim, podemos construir o circuito eltrico anlogo:

    Comparando as figs. 7 e 9, podemos comprovar que a cada grau de liberdade no sistema mecnicocorresponde uma malha no circuito eltrico.

    Fig. 9

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas11

    EXERCCIOS

    1 Representar o modelo matemtico do Exemplo 1 do texto pelas funes de transferncia

    )s(E)s(E

    )s(G e )s(E)s(E)s(G B2

    A1 ==

    2 Dado o circuito RLC srie da figura, determinar:(a) modelo matemtico;(b) freqncia natural;(c) fator de amortecimento;(d) funo de transferncia EC(s)/E(s), onde eC(t) a sada (tenso no capacitor) e(t) a entrada.

    Resp.: (a) dtde

    L1i

    LC1

    dtdi

    LR

    dtid2

    2=++ (b)

    (c) LCR

    21 2= (d)

    )LC1s

    LRLC(s

    1)s(E)s(E

    2C

    ++=

    3 Dado o circuito da figura, deduzir o modelo matemtico e obter as funes de transfernciaI1(s)/E(s) e I2(s)/E(s).

    Resp.: Modelo matemtico: 0dt)ii(

    C1iR

    dtdiL

    Edt)ii(C1iR

    12222

    2111

    =++

    =+

    LC1

    n =

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eltricos. Analogias Eletromecnicas12

    4 Obter o circuito eltrico anlogo do sistemamecnico da figura, usando a analogiafora-voltagem e as equaes diferenciaisdo sistema mecnico (a serem deduzidas previamente).

    5 Resolver o Exerccio 4 por inspeo. Deu o mesmo resultado?

    6 Obter o circuito eltrico anlogo do sistemamecnico da figura, usando a analogiafora-voltagem e as equaes diferenciaisdo sistema mecnico (a serem deduzidas previamente).

    7 Resolver o Exerccio 6 por inspeo. Deu o mesmo resultado?

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos1

    1 INTRODUO

    Veremos, a seguir, a modelagem matemtica de sistemas eletromecnicos, ou seja, sistemas que tratamda converso de energia eletromagntica em energia mecnica com o objetivo de acionar um sistemamecnico, como os j estudados at aqui.

    Na modelagem matemtica de sistemas eletromecnicos temos necessidade de:

    (1) aplicar as Leis de Newton e as relaes constitutivas dos elementos mecnicos, para desenvolver asEDOLs que descrevem o movimento do subsistema mecnico;

    (2) aplicar as Leis de Kirchhoff e as relaes constitutivas dos elementos eltricos, para desenvolver asEDOLs que descrevem o comportamento do subsistema eltrico;

    (3) aplicar as Leis da Induo Magntica, para modelar a interao entre os subsistemas mecnico eeltrico.

    Aps a apresentao das Leis da Induo Magntica (as Leis de Newton e de Kirchhoff j foramestudadas), desenvolveremos, a ttulo de ilustrao, o modelo matemtico de um sistema eletromecnico.

    2 LEIS DA INDUO MAGNTICA

    Consideremos, inicialmente, um campo magntico B, tal como o que existe entre os plos de um impermanente construdo com material ferromagntico.

    Primeira Lei da Induo Magntica

    Se uma partcula com carga eltrica q estiver em movimento, com velocidade V, no interior de umcampo magntico de intensidade B, sobre ela o campo gerar uma fora F, dada por

    (1) F = qV x B

    A unidade SI de B [N/mA

    Observemos que a fora F velocidade V, de acordocom a eq. (1). Portanto, ela n

    9 Modelagem Matemtica deSistemas Eletromecnicos]. Define-se 1 gauss (G) = 10-4 N/mA.

    no executa trabalho mecnico, pois ela normal

    o altera a energia cintica da partcula.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos2

    Consideremos, agora, um elemento de fio condutor de comprimento dl, posicionado dentro de um campomagntico B, atravs do qual circula uma corrente I, conforme fig. 1.

    Fig. 1

    Sobre esse elemento agir uma fora elementar dF, a qual pode ser obtida a partir da eq. (1):

    dF = dq V x B Bl xdtdIdt=

    (2) dF = I dl x B

    Para um comprimento finito de fio, a fora resultante ser obtida integrando a eq. (2):

    (3) F = Bl xIdA eq. (3) a base para dispositivos atuadores, tais como motores, motivo pelo qual ela conhecida comoLei do Motor (acompanhar pela fig. 2):

    Fig. 2

    O mdulo da fora, em N, vale

    (4) F = B I l sen onde B = campo magntico

    I = corrente eltrica que circula no condutorl = comprimento do condutor imerso no campo magntico = ngulo entre o condutor e o campo magntico

    A passagem de uma corrente eltrica em um condutor situado em um campo magntico provoca oaparecimento de uma fora eletromagntica que atua sobre o condutor, cuja direo e sentido so dados

    pela produto vetorial da eq. (3).

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos3

    O valor mximo de F obtido quando sen = 1 = 900, motivo pelo qual sempre se coloca o condutorperpendicular ao campo magntico.

    Segunda Lei da Induo Magntica

    a chamada Lei da Induo Eletromagntica de Faraday:

    Se um fio condutor estiver em movimento dentro de um campo magntico, ento um gradiente depotencial (voltagem) gerado ao longo do fio.

    Fig. 3

    Para um condutor elementar de comprimento dl, movendo-se com velocidade V dentro de um campomagntico B, a diferena de potencial elementar dada por

    (5) de = V x B dl

    A voltagem induzida aumenta na direo de V x B. Para um comprimento finito de fio, a voltagem induzida obtida integrando a eq. (5):(6) lBV d xe =A eq. (6) forma a base para dispositivos que geram energia eltrica a partir de energia mecnica, taiscomo turbinas a vapor e geradores em geral, motivo pelo qual ela constitui a chamada Lei do Gerador:

    O valor da voltagem, em volts, dado por

    (7) e = B l V

    onde B = intensidade do campo magnticol = comprimento do condutor imerso no campo magnticoV = velocidade do condutor perpendicularmente ao campo

    Se um condutor de comprimento l move-se com velocidade V em um campo magntico de intensidade B eperpendicularmente a ele, ento gerada uma voltagem e no condutor.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos4

    Na discusso anterior foram apresentados os dois efeitos eletromagnticos de maior interesse para amodelagem de um sistema eletromecnico. Se considerarmos simultaneamente a ocorrncia desses doisefeitos, podemos ver claramente que as partes eltrica e mecnica iro interagir. Assim, supondo que umfio condutor seja fixado a um corpo que se move dentro de um campo magntico, a fora eletromagnticagerada far com que o corpo seja acelerado. Por outro lado, medida que o corpo se movimenta, a suavelocidade far com que seja gerada uma voltagem (denominada fora contra-eletromotriz), a qualafetar a corrente eltrica no condutor, e essa ltima, por sua vez, afetar a fora exercida sobre oobjeto e assim por diante. Portanto, durante o funcionamento de um sistema eletromecnico, aplicam-se ambas as leis, a do motor e a do gerador.

    3 MODELAGEM MATEMTICA DE UM SERVOMOTOR DE CORRENTE CONTNUA

    O controle dos servomotores CC pode ser feito atravs da:

    corrente de campo, if (no caso de o campo magntico ser gerado por um eletroim);

    corrente da armadura, ia (mais comum).

    Consideremos um servomotor CC controlado pela armadura, conforme fig. 4, onde a corrente de campodo eletroim, if, constante:

    Fig. 4Fig. 4

    Na fig. 4 identificamos:

    Ra = resistncia da armadura []La = indutncia da armadura [H]ia = corrente na armadura [A]if = corrente de campo [A]ea = voltagem na armadura [V]eb = fora contra-eletromotriz [V] = deslocamento angular do eixo do motor [rad]T = torque desenvolvido pelo motor [Nm]J = momento de inrcia do motor e da carga, referidos ao eixo do motor [kg m2]C = coeficiente de amortecimento viscoso do motor e carga, referidos ao eixo do motor [Nms/rad]

    Obs.: o eixo ser suposto rgido, ou seja, no ser levada em conta a sua elasticidade.

    Para a modelagem matemtica, necessrio aplicar as leis fsicas dos vrios componentes.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos5

    Parte eltrica:

    Fluxo magntico, : proporcional corrente de campo

    (8) = kf if

    onde kf uma constante de proporcionalidade.

    Torque desenvolvido pelo motor, T: proporcional ao produto da corrente da armadura pelo fluxomagntico

    T = k1 ia

    ou T = k1 ia kf if

    Como k1, kf e if so constantes: k1 kf if = k (constante do motor, fornecida pelo fabricante). Logo:

    (9) T = k ia

    Fora contra-eletromotriz eb: quando a armadura est girando, est presente tambm a lei do gerador,fazendo com que surja uma voltagem proporcional velocidade angular

    (10) dtd

    kbeb=

    onde kb a constante do gerador.

    Lei de Kirchhoff das malhas para o circuito eltrico da armadura:

    (11) aebeaiaRdtadi

    aL =++

    Parte mecnica:

    2a Lei de Newton:

    (12)Levando em conta a eq. (9):

    (13) iakdtdC

    dtdJ 2

    2=+

    Funo de transferncia do servomotor CC:

    Considerando todas as condies iniciais nulas, podemos obter as transformadas de Laplace das eqs. (10),(11) e (13):

    TdtdC2dt

    dJ

    2dtdJ

    dtdCT2dt

    dJText

    2

    22

    =+

    ==

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos6

    (14)

    (15)

    (16)

    Substituindo a eq. (14) na eq. (15):

    RasLa

    )s(skb)s(Ea)s(Ia

    )s(Ea)s(skb)s(IaRa)s(IasLa

    +=

    =++

    Levando Ia (s) na eq. 6), aps manipulaes algbricas, ficamos com:

    Considerando ea(t) co

    (17)

    Vemos (eq. (17)) que um sistema de 2a orseja muito pequena ntransferncia simplif

    (18)

    Por outro lado, chama

    podemos, finalmente

    (19)

    )s(Iak)s( Cs)s(s2J

    )s(Ea)s(Eb)s(IaRa)s(IasLa

    )s( sbk)s(bE

    =+

    =++

    =(1 )s(EaRasLak)s()

    RasLa

    skbkCss2(J +=+++

    mo entrada e (t) como sada, podemos achar a funo de transferncia:

    ]kbkCRas)JRabLa(s2JLas[

    k=)s(Ea

    )s(++++

    se trata de um sistema de 3a ordem. Entretanto, podemos baixar a sua ordem paradem, levando em considerao que muito comum que a indutncia da armadura Laa presena dos demais parmetros, podendo ser desprezada. Nesse caso, a funo deica para:

    ndo

    motor do tempo de constante =Tm=kbkCRaJRa

    motor do ganho=km=kbkCRak

    +

    +

    , rescrever a eq. (18) como

    )1smT(s

    km=)s(Ea

    )s(+

    )

    JRakbkCRas(s

    JRak

    =)s(Ea

    )s(

    )kbkCRaJsRa(s

    k=)s(Ea

    )s(

    ++

    ++

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Eletromecnicos7

    EXERCCIOS

    1 Achar a funo de transferncia 2(s)/Ea(s) do servomotor CC da figura, cuja indutncia daarmadura desprezvel (no mostrada). Desprezar a elasticidade dos eixos e os amortecimentos.

    Resp.:

    sKKsJJR

    Knn

    )s(E)s(

    )s(G

    b2

    21

    21a

    2

    1

    a

    2

    +

    +

    ==

    2 dado o servomotor CC da figuratransferncia 2(s)/Ea(s). DesprezDados numricos:

    Ra = 0,2 Kb = 5,5 x 10-2 V.s/radK = 8,1365 x 10-5 N.m/AJmotor = 1,356 x 10-5 kg.m2

    JL = 5,9664 x 10-3 kg.m2

    CL = 5,424 x 10-2 N.m.s/radN1/N2 = 0,1n

    n2

    , cuja indutncia da armadura desprezvel. Achar a funo dear a elasticidade dos eixos.

  • Modelagem Matemtica de Sistemas Hidrulicos 1

    Modelagem Matemtica de Sistemas Hidrulicos

    10 1 INTRODUO Os fluidos, estejam na forma lquida ou gasosa, constituem os meios mais versteis para a transmisso de sinais e de potncia, sendo largamente empregados na indstria, principalmente em processos qumicos, sistemas automticos de controle, atuadores, automao de mquinas, etc. Os sistemas fluidos so normalmente interconectados a sistemas mecnicos atravs de bombas, compressores, vlvulas e cilindros. Uma turbina acionada por gua e usada para movimentar um gerador eltrico um exemplo em que interagem elementos hidrulicos, mecnicos e eltricos. Basicamente, lquidos e gases podem ser diferenciados por suas compressibilidades: um lquido considerado praticamente incompressvel, ao passo que um gs deforma-se facilmente com a mudana de presso. Alm disso, um lquido pode apresentar uma superfcie livre, enquanto que um gs expande-se de modo a ocupar totalmente o seu reservatrio. Vamos utilizar o termo sistema hidrulico para descrever sistemas que usam um lquido como fluido de trabalho e sistema pneumtico para sistemas que utilizam um gs como fl