Estudo de caso - Turquia na UE
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Estudo de Caso:Novos Alargamentos
Países Candidatos
Croácia
Capital: Zagreb Idioma: Croata Religião: cristianismo (91%),
outras (2,7), sem religião e ateísmo (6,3%)
Moeda: Kuna
Macedónia
Capital: Skopje Idioma: Macedónio (oficial), Albanês Religião: Cristianismo 63,7%
(ortodoxos 59,3%, outros 4,5%), islamismo 28,3%, sem religião 6,6%, ateísmo 1,4%, judaísmo 0,1% (2000)
Moeda: novo dinar macedónio
Turquia
Capital: Ancara Idioma: Turco (oficial), Curdo Religião: Islamismo 99,8% (sunitas 80%,
xiitas 19,8%), cristianismo 0,2% (1994). Moeda: Lira turca
A Turquia na UE
Prós e Contras
Os Prós da Turquia na UE
Uma plataforma geopolítica; O nascimento de uma política de defesa; O árbitro da questão do Médio Oriente; Um maior dinamismo socioeconómico; Expansão de ideais democráticos da união.
Os contras da Turquia na UE
A Turquia não pertence à Europa; A economia turca; Os direitos humanos; A questão Islâmica; O Chipre e a Turquia; O peso no Conselho Europeu.
Trabalho Realizado por: Joana Elias Nº. 7 Mariana Mendes Nº. 14
11º4 - ESFMP
Uma plataforma geopolítica
Com a entrada da Turquia na UE, torna-se claro que as fronteiras da Europa se estenderão a zonas até hoje tidas como demasiado distantes.
O acesso ao Cáucaso e aos seus diversos recursos naturais pode ser visto como um instrumento muito importante para que a Europa consiga desenvolver o seu potencial económico e estratégico.
Com a Turquia na União Europeia a questão do Médio Oriente deixa de ser um tema que Bruxelas pode entregar de mão beijada a Washington.
O nascimento de uma política de defesa
O sistema de defesa da União Europeia é praticamente inexistente. Não existe um exército europeu nem uma politica internacional delineada para servir os interesses da Europa.
Em alturas de conflito Bruxelas escuda-se na NATO, na ONU e principalmente nos Estados Unidos.
A entrada da Turquia poderia ajudar a alterar este cenário. Os turcos têm o segundo maior exército da NATO, logo a seguir aos norte-americanos.
O árbitro da questão do Médio Oriente
A opinião pública queixa-se de que a Europa deu carta-branca aos Estados Unidos para fazerem o que se lhes aprouvesse no Médio Oriente.
A Turquia, apesar de ser um estado islâmico, tem óptimas relações tanto com o mundo árabe como com Israel e pode servir como intermediário das políticas europeias para gerir os confrontos do Médio Oriente.
E com a Turquia no jogo as cartas estariam do lado de Bruxelas.
Um maior dinamismo socioeconómico Aqueles que defendem o veto da entrada turca na UE
apresentam a Turquia como um país demasiado pobre e atrasado para ser membro da União. Além do mais a Europa ficaria a ganhar um novo e dinâmico mercado de trabalho.
A Turquia tinha tudo para ser um pólo de desenvolvimento económico a ser aproveitado. Se a tendência é das grandes corporações se dirigirem para o Sudeste Asiático onde a mão-de-obra é abundante e barata, então ter a Turquia dentro das fronteiras europeias garantia um dinamismo demográfico em que valerá a pena investir.
Expansão de ideais democráticos da UE
Mas se a União estiver disposta a abrir as portas à Turquia, poderá estar a contribuir decisivamente para a instalação definitiva dos ideais de democracia que são o sustentáculo da união dos estados europeus.
Mais ainda! Se essa politica encontrasse sucesso na Turquia, poderia eventualmente ser bem sucedida nos países árabes que partilham com a Turquia não só fronteiras como também valores e ideais. E esse seria o maior triunfo da Europa. Fazer pela diplomacia o que outros não conseguem fazer pelas armas.
A Turquia não pertence à Europa
Uma mera questão geográfica de fácil constatação (só cerca de um terço da Turquia se encontra em solo europeu), mas que é apresentado como o primeiro argumento de todos aqueles que não estão dispostos a ver a Turquia na família europeia.
Muitos acreditam que a Europa deve crescer primeiro dentro do seu espaço geográfico, especialmente expandindo-se para Leste, em vez de albergar um estado que é mais asiático que europeu.
A economia turca
Segundo estudos levados a cabo pela própria União Europeia, a adesão da Turquia custaria aos cofres da UE entre 19 e 27 milhões de euros por ano. Ou seja, o preço a pagar pela entrada da Turquia na UE custaria anualmente 0.17% do PIB europeu.
Tudo isto porque a Turquia ainda é um país com uma economia bastante atrasada. A agricultura é particularmente arcaica (o que se reflectiria perigosamente na Politica Agrícola Comum) e a indústria e comércio não estão suficientemente desenvolvidos para competirem com os parceiros europeus.
Os direitos humanos
O caso Leyla Zana é o espelho da política turca em relação aos direitos humanos. A antiga deputada e militante dos direitos da minoria curda esteve detida durante 10 anos por lutar pelos direitos dos curdos. Só este ano é que Zana foi libertada pelo governo de Ancara.
O facto de ainda existirem presos políticos na Turquia; da liberdade de expressão não ser ainda um direito garantido; e de que todos os dias existam mulheres a serem desrespeitadas impunemente é um dos grandes senãos da adesão turca.
A questão Islâmica
A Europa é um pais maioritariamente cristão e que vê o Islão com desconfiança. Para muitos europeus, é impossível conciliar os valores e ideais judaico-cristãos, com uma mentalidade conservadora e arcaica como o Islão.
E se é verdade que muitos líderes europeus queriam incluir o legado e a herança cristãos na fundação da Europa (algo que não chegou a ser concretizado), então é mais verdade ainda que os cidadãos da Europa não estão com vontade de partilhar o seu mundo com setenta milhões de pessoas com as quais não possuem quaisquer semelhanças.
O Chipre e a Turquia A Turquia ocupa a parte norte da ilha do Chipre, tendo
aí instalado uma República reconhecida apenas por Ancara. No sul da ilha está a Republica do Chipre, que em Maio passado se tornou oficialmente membro da União Europeia.
É impossível um membro não reconhecer um outro dentro da União. E assim a Turquia tem apenas uma solução. Retirar as tropas do norte da ilha, desfazer a divisão que existe ainda e reconhecer a Republica do Chipre como estado legítimo.
O peso no Conselho Europeu
Muitos são os países europeus que estão assustados com a possibilidade da Turquia passar a ser o 2º maior estado da Europa. E como a nova Constituição Europeia explicita que, para a maior parte das políticas comuns será necessária uma maioria de dois terços dos europeus, então o papel que a Turquia poderá representar no futuro da Europa salta à vista.
Muitos dos países de pequena e média dimensão acham que é perigoso abrir as portas para um consulado dos grandes países. Já os grandes países não estão dispostos a perder a sua influência com a entrada de um membro igualmente poderoso e que, aliado com vários outros estados pode ditar as regras do jogo europeu.