Estudo Das Manchas de Sangue - Parte III

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    ESTUDO DAS MANCHAS DE SANGUE – PARTE III

    I – O SIGNIFICADO DAS ALTERAÇÕES FÍSICAS DAS MANCHAS DESANGUE

    1. Tempo de sec!em do s"!#e

    Quando o sangue é exposto ao meio ambiente externo, o processo desecagem nas várias superfícies que contêm esta substância é iniciado. Otempo de secagem do sangue se dá em função do tamano e vo!ume damanca de sangue, do tipo da superfície que contém a manca e da in"uênciaou efeito do meio ambiente externo. #equenas mancas por impacto, mancaspor transferência $pá!idas% e mancas por escorrimento &nas secam dentro depoucos minutos em condiç'es normais de temperatura, umidade e corrente de

    ar, em superfícies não porosas. (ancas de sangue de tamano e vo!umegrandes requerem maior período de tempo de secagem sob condiç'essimi!ares. O tempo de secagem do sangue em gera! diminui com o aumentoda temperatura, a diminuição da umidade e a presença de correntes de arcomo vento ou o efeito de venti!ador. )esta forma, ambientes *midos, comtemperaturas baixas e sem correntes de ar vão exigir maiores tempos desecagem. +uperfícies que permitem o encarcamento de sangue no materia!podem exigir um !ongo tempo de secagem.

    secagem das mancas de sangue é observada inicia!mente em redorde seu bordo ou periferia e prossegue para dentro da porção centra! damanca. Ocasiona!mente, a área centra! seca de uma manca de sangue iráse descamar em !ascas, deixando um aro circu!ar intacto. -sta é referida comouma manca de sangue esque!etiada /F$!#% 10.

    Figura 1 - Descamação da porção central de uma mancha de sangue seca

     produzindo uma mancha esqueletizada.

    Outro tipo de manca esque!etiada ocorre quando a área centra! deuma manca de sangue parcia!mente seca é a!terada por contato ou pormovimento de !impea, deixando o aro periférico intacto. 1sto pode serinterpretado como uma sequência de atividades ocorridas depois do começode secagem da manca de sangue /

    F$!#% &0.

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    Figura 2 – Alteração por limpeza de uma mancha de sangue parcialmente seca,

    indicando atividade ocorrida logo aps o depsito do sangue.

    2ma observação *ti! sobre mancas de sangue em superfícies nãooriontais é o reconecimento de uma ona densa. Quando uma gota desangue com vo!ume su&ciente é arremessada em uma superfície nãoorionta!, a força da gravidade continua a agir sobre a porção !íquida damanca. área inferior ou a base da manca de sangue irá ser mais densadevido 3 continuação da acumu!ação de sangue. )epois que a manca desangue estiver su&cientemente seca, esta ona densa não pode mais ser

    a!terada /F$!#% '0. (ancas de sangue em ob4etos ou superfícies as quaistenam sido movidas depois que o sangue secou podem mostrar onas densasinconsistentes com as posiç'es examinadas. -ste exame irá indicar umaa!teração da cena.

    Figura ! - Acumulação de sangue devido a gravidade na "rea in#erior da mancha de

    sangue, re#erida como zona densa.

    &. Co!#()*o do s"!#e

    coagu!ação do sangue ocorre devido a um comp!exo mecanismoenvo!vendo o p!asma, as p!aquetas e outros fatores de coagu!ação. -!a éobservada visua!mente como uma rede de materia! &broso /&brina e cé!u!as

    verme!as0. +ubsequentemente, o sangue coagu!ado começa a se retrair,causando a separação da porção !íquida remanescente, a qua! é conecidacomo soro /F$!#% +0. O sangue coagu!ado e as mancas de soro ao seuredor, assim como o grau de secagem do sangue observado deverão serreconecidos como informação importante nas cenas de crime.Ocasiona!mente, eventos acorrem depois que o sangue foi espargido e tenacomeçado o processo de coagu!ação. (ancas de sangue produidas porsangue coagu!ado, se4a parcia! ou tota!mente, indicam um interva!o de tempodecorrido entre o derramamento de sangue e a atividade que as produiram.

    -ste interva!o pode ser curto ou !ongo, dependendo do grau de coagu!ação, dafonte e quantidade de sangue, e das condiç'es preexistentes do meioambiente naque!a ora. média de tempo de 5 a 67 minutos pode ser usada

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    como uma diretri para um interva!o mínimo para começo da coagu!ação dosangue fora do corpo.

    Figura $ – Apar%ncia de sangue coagulado no chão. &ote a apar%ncia 'rilhante do

    soro, a retração do co"gulo no centro do sangue e o aro seco de sangue em volta.

    -xemp!os do signi&cado das mancas de sangue coagu!adas ouparcia!mente coagu!adas8

    6. (ancas de sangue coagu!adas presentes nas roupas da vítima ouem superfícies em vo!ta desta, associadas com o go!pe morta!, podem indicarum interva!o signi&cante entre a administração dos go!pes e um possíve! go!peap!icado ap9s a morte /F$!#%s , A e -0.

    Figura ( – )A* +ancha de sangue coagulado produzida por impacto no travesseiro,

    indicando intervalo de tempo entre o sangramento inicial e os golpes nais na

    vtima so're a cama. 'serve os centros escurecidos das manchas, os quais

    indicam coagulação. )/* Foto de apro0imação da mancha coagulada.

    :. (ancas de sangue coagu!ado associadas com uma vítima deatrope!amento em uma estrada podem indicar um interva!o de tempo entre osimpactos produidos por mais de um veícu!o.

    5. (ancas de sangue coagu!ado produidas por tosse ou expiraçãopodem estar associadas com ap!icação de go!pes durante o tempo desobrevivência da vítima.

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    2ma estimativa do grau de coagu!ação do sangue e da secagem desangue empoçado, associados com uma vítima, quando usada em con4untocom outros vestígios de mudanças ocorridas no corpo em raão da morte, porexemp!o, rigide cadavérica, pode ser *ti! na determinação do interva!o de

    tempo que a vítima !evou para morrer, ou para dar sustentação 3 constataçãode movimento de seu corpo ap9s a morte. estimativa do grau de coagu!ação e do tempo de secagem do sangue

    nas cenas de crime deve ser reproduida experimenta!mente usando sangueumano fresco em vo!ume igua!, co!ocado em uma superfície idêntica, emcondiç'es ambientais simi!ares 3s existentes quando do crime. -stimativasdestes interva!os devem ser feitas com precaução.

    '. A $dde ds m"cs de s"!#e

    ; medida em que as mancas de sangue aumentam em idade, e!as vãoadquirindo uma série de mudanças de cor, que vão do verme!o ao marromaverme!ado, ao verde e eventua!mente ao marrom escuro e preto. -stasmudanças de cor são atribuídas 3s a!teraç'es na emog!obina do sangue. 2mmeio ambiente que apresenta determinadas características em particu!ar eespecia!mente a presença de bactérias e outros microorganismos vão afetar asequência e duração das mudanças de cor nas mancas de sangue.

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    Figura – Apar%ncia de uma mancha de sangue seca produzida por uma gota de

    sangue diluda (3( com "gua, que caiu so're uma super#cie de papelão. 'serve

    o aro e0terno mais escuro.

    Outra forma de mancas de sangue di!uídas ocorrerem ocasiona!mente,é com forte trauma na cabeça envo!vendo a combinação de sangue e "uído da

    co!una vertebra!. -m um recente suicídio, um omem 4ovem sentou=se emuma cama e disparou uma espingarda em sua testa. >ecido cerebra! e sangueforam pro4etados por todo o quarto.

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    Figura 6 – )A* +ancha de sangue em uma parede antes do #ogo. )/* Aps o inc%ndio,

    apar%ncia da mesma "rea onde estava a mancha de sangue.

     >entativas de se e!iminar evidências de mancas de sangue nos !ocaiseBou a !avagem de roupas ensangCentadas ocorrem com frequência durante ocurso de uma investigação. >entativas têm sido feitas para !impar ou e!iminarmancas de sangue de superfícies nas cenas e nas roupas por vários métodos,

    os quais resu!tam em a!teraç'es e remoç'es parciais ou comp!etas de áreasensangCentadas.

    -stes procedimentos inc!uem o uso de detergente e água, águasanitária, c!oro, tinta, fogo e mesmo raspagem. Domo as experiências têmmostrado, os processos de !impea uti!iados gera!mente não e!iminamcomp!etamente a presença de sangue. O uso de !umino! irá detectar pequenasquantidades da substância. (ancas por borrifo em m9veis, paredes, tetos eem outros ob4etos frequentemente não são notadas pe!a pessoa que tenta!impar a cena do crime. Domo resu!tado, usua!mente restarão evidências

    forçadas em decorrência do uso de água sanitária e agentes cáusticos. -m umcaso em particu!ar, um autor tentou remover mancas de sangue de umcarpete marrom com água sanitária, sendo que o resu!tado foi muito 9bvio, ouse4a, a desco!oração do tapete na área !impada. O mesmo indivíduo tentouainda raspar pequenas mancas de sangue de uma parede pintada, masabandonou seu esforço devido ao grande n*mero de mancas que avia.

    +angue tem sido removido com sucesso de roupas pe!a !avagem, masisto depende da quantidade e da idade das mancas de sangue e do tipo detecido envo!vido, como também do processo de !avagem uti!iado. (ancas de

    sangue frescas são mais fáceis de remover pe!a !avagem em água fria.

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    sangue.