ESTUDO DA REORIENTAÇAO DE SPINS EM llTi (R Dy, Tb, … · ESTUDO DA REORIENTAÇAO DE SPINS EM ......
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~RSIDADEDESOPAULO
SBI~FUSP
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ESTUDO DA REORIENTAAO DE SPINS EM (R,R')FellTi (R Dy, Tb, R'=Gd,Er) E DyFe1oSi2
LUIZ CARLOS CAMARGO MIRANDA NAGAMINE
Tese de Doutoramento apresentada ao Instituto de Fsica da Universidade
de So Paulo
Comisso Examinadora: rof. Dr. Herclio R. Rechenberg (lFUSP) (orientador)
Prom. Dra. Snia Franco da Cunha (CBPF) Prof. Df. Adalberto Vazquez (IP-UFRGS) Prof. Df. Mcio A. Continentino (lF-UFF) . Prof. Dr. Annando Paduan Filho (lFUSP)
~>PO"'''~ ~ /-~-P~./b" Luiz C,ldas b Ih fi . d
f/ll#ldrmle da Cornmo de Ps-GraduaJra a o lnanCla o por CNPq, CAPES e FAPESP
So Paulo
Agosto, 1994
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b e. l
nCHACATALOGRnCA
Preparada pelo Servio de Biblioteca e Informao
do Instituto de Fsica da Universidade de So Paulo
Nagamine, Luiz Carlos Camargo Miranda Estudo da reorientallo de spins em IR, R') Fe"Ti
IR= Dy, Tb, R'= Gd, Er) e Dy Fe.oSi.. So Paulo, 1994.
Tese (Doutorado) - Universidade de So Paulo. Instituto de Fsica. Departamento de Fsica dos Materiais e Me cnica.
rea de Concentrao: Fisica do Estado Slido Orientador: Prof. Dr. Herclllo Rodolfo Rechenberg
Unitennos: 1. Reorientao de spins: 2. Espectroscopia MiSssbauer; 3. Ims permanentes; 4. Campo cristalino.
USPIIF/SBI 27/94
ll[lllJ \l
AGRADECIMENTOS
Agradeo a todas as pessoas que colabolaram na realizao deste trabalho
e em especial:
Ao Prof Dr, Hercllo R. Rechenberg pela Sua orientao dedicada e pela
amizade,
,, Aos Profs, Manuel Ricardo !barra e Padro A. Algarabel pela orientao
nos estudos realizados em Zaragoza.
Ao Proi Df, Frank p, Missell pela f.cilidade do uso dos equipamentos do
Laboratrio de Materiais Magnticos.
Ao Erondes A. de Almeida pelo apoio tcnico no laboratrio,
Ao Douglas A. p, BuU. pelas medidas de mio x.
Ao Renato Cohen pelo desenhos e auxlios na rea de informtica,
Ao Srgio Romero pela ajuda no tratamento trmico das amostras.
Ao Marcos e Paulo pelos trabalhos realizados na oficina mecnica.
todos os companheiros de sala e colegas que me acompanharam ao
longo destes anos.
Ao CNPq e CAPES pelo apoio financeiro,
Aos meus pas pelo apoio e incentivo,
mioba esposa, Carla Civile, pelo au",lio na arte final, pelo apoio e
incentivo.
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RESUMO
Investigamos os fenmenos de reorientao de spins em diversos
compostos intermetlicos com a estrutura tipo ThMnlZ. Foram estudadas as ligas
pseudotemrias (DyxGdl_xJFeIlTi, (DYxEq_xlFellTi e (ThxGdl_x)FeIlTi e o
composto temrio DyFeIOSi2. As tcnicas utilizadas neste trabalho foram:
suscetibilidade AC em campos baixos, dependncia angular da magnetizao em
amostras orientadas, e espectroscopia Mssbauer. Todas as ligas sofrem uma
reorientao de spins do tipo axial-cnico ao abaixar-se a temperatura. Alm disto,
(DyxGd l_x)Fell Ti e (DyxEfJ _x)Fell Ti exibem uma reorientao cnico-planar. baixas
temperaturas, mas somente para um intervalo limitado de concentraes de Gd ou Er,
(TbxGdI_xlFeIlT~ por outro lado, sofre uma transio axial-planar para x > 0,6, e
nenhuma transio para x < 0,6. A partir de um modelo a um on para as interaes de
troca e de campo cristalino. calculamos diagramas de fase magnticos, que apresentaram
boa concordncia com os dados ex;perimentais. Finalmente, estudamos a reorientao de
spins em DyFelOSi2 por meio de uma anlse detalhada da variao dos parmetros
hperfinos do 57Fe com a temperatura. Dessa forma, determinamos com preciso o
intervalo de temperaturas da transio axial~cruca e confinnamos a ausncia de uma
transio cnca~planar neste composto.
ABSTRACT
We have investigated spin reonentatio-n phenomena in various rare eartb
iron intermetallic compounds with the ThMnl2 structure. Pseudoternary (DYxGdl_
ilFellTi, (DyxErl_x)FellTi and (IhxGdI_x)FellTi alloys and the temary compound
DyFelOSi2 were studied. The experimental tochniques used in tls work were: low-field
AC susceptibility, oriented-powder magnetizalion angular dependence, .nd Mssbauer
spectroscopy. All alloys studied undergo an axial-conical spio reorientalin 00 cooliog.
In arldition, (Dy"GdI_,,)FellTi and (DyxET!_~ellTi .xIbit a oonical-planar
reorientaton al lower temperatures. but on1y for a small Gd or Er concentration range.
(TbxGdl_x)Fell Ti allays, 00 lhe other hand, undergo a single axial-planar transtion for
x > 0.6, and no reorientatioo at ali for x < 0.6. Theoretical magneti. phase diagrams were
calcul.ted with a single-ioo model for exchangnd crystal-field interactions, showing
good agreemenl with the experimental data. Finally, the DyFeJQSi2 reorienlalioo was
studied by rneans of a detailed analysis of the 57Fe hyperfine parameters temperature
dependence; in this way. the axial-concal transition temperature interva! was accurately
detel1lned, and the ohsence of a further conical-planar transition for this compound was
confirmed.
NDICE
Captulo I - Introduo
1.1 - ms permanentes a base de intermetlicos terra rara-metal de transio
(R-M) ...................................................................................................... .
1.2 - O sistemaRFe]2_.M'x....................................................................... 4
1.3 - Compostos RFellTi (R-terra rara)................................................... 8
1.3.l-DyFeIlTi........................................................................ 8
1.3.2 - ErFe]] Ti .......................................................................... 9
1.3.3 - ThFe]]Ti.......................................................................... 9
1.3.4 - Outros compostos RFe]] Ti ............................................. 10
1.4 - Compostos RFelOSi2 ....................................................................... J I
1.5 - Principais interaes nos interrnetlicos R-M..................................... II
1.5.1 - Interaes de troca........................................................... 12
1.5.2 - Interao de campa cristalino ...... ....... ......... .............. ....... 16
1.6 - Anisotropia magntica nos intermetlioos R-M ............................ ,.... 17
1.7 - Reorientao de spm............ ..... ...................................... .................. 19
1.8 - Modela a um on.. .............. ........... ....... ......... ................... ................. 20
1,9 Parmetros necessrios no modelo"""""""'"'' """'"'''''''''''''''''''''''' 23
1.10 Objetivos deste trabalho"",,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 25
Capitulo 2 - Tcnicas experimentais
2,1 - Magnetmetro de extrao: medidas de magnetizao angnlar ("polar plol") 27
2.2 - Magnetmetro de amostra vibrante ........... " .................................... ., 32
2,3 - Suscetibilidade Ar.",,, '" '"'' '"'' '"'''''''''''''''''''''''''' '"'''''''''''' '"'''''''''' 35
2,4 - Espectroscopia Mossbauer, '"'' '''''''' '''' '"'' "" '"'''' '''' '"'' '''''''''''''' ""'" 39
25 - Construo de um fomo para o tratamento trmico das amostras...... 42
Captulo 3 - Preparao e caracterizao das amostras
3,1 - Preparao das amoslras",,,,,, "," ,","""""""", "'''''''' "'''''''''''''''''' '" 44
3,2 - Caracterizao das amostras ,," """""'''''''''''' """","" "" ", "..""""", 45
),2.1 - Amostras de (DyxGdl_x)FellTL.",,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 4:'
53,2,2 - Amostras de (Dy.Erl_xlFell TL"",,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,
3,2,3 - Amostras de (Tb.Gdl_x)FellTi """"""""""""'" '''''''''''' ~.-
3.2.4- DyFeJOSi......................................................................... 54
3.3 Preparao d. amostras orienladas para medidas de magnetizao e
espectroscopia Mssbauer ""........... " ......................... ",., ..... "-........... .,,,... 56
Captulo 4 - Resultados e Discusso I: (Dy,R')Feu Ti (R'=Gd e
Er) e DyF elOSi2
4.1-(DyxGdj.x)FetITi............................................................................. 58
4.1.1.DyFeIlTi......................................................................... 58
4.1.2 Outros compostos da srie (DyxGdl.,JFell Ti ......... .......... 67
4.Z.(Dy,Er).x)F.J1Ti.............................................................................. 80
4.3 DyFelOSiz ................................................................ .................... 87
Captulo 5 - Resultados e Discusso 2: (Tb,Gd)Fell Ti
5.1-TbFejjTi .......................................................................................... 92
5.2- (TbxGdJ.x}FeJJTi............................................................................. 97
l [ [ ......................................... oq[Bq\Ul 3JS3P SBpUn!-,O S3l!~B3!1qnd
SOl .......................................................... slr.l!J\1.1ifonq!q SB!JU'1.1aJ"lI
901 ................................................................................... saQsnl3uo:)
I Captulo l- Introduo
Capitulo 1 - Introduo
1.1 - ms permanentes base de intermetlicos terra rara-metal
de transio (R-M).
A necessidade de novos materiais para a confec de ms pennanentes,
em grande parte gerada peja minaturizao de dspositivos, tem estimulado uma intensa
atividade de pesquisa.
Os principais parmetros para caracterizar ms permanentes so
mostrados na figura 1.1 (Kumar 1988), que representa uma curva de rusteres .
_ L 1I j.
2 Capitulo 1- Introdufio
Para ms em que os cristalitos individuais so alinhados ao longo de uma
direo preferencial, a amostra permanece magnetizada mesmo quando o campo externo
reduzido a zero, O valor da magnetizao para campo nulo a rernanncia 41tMR
(;;BR). A coercividade intrnseca
3 Captulo l-Introduo
contendo Cu, possve11rocar alguns Co por Fe e aumentar a quantidade de metais de
transio da fase 1:5 para R(M)s+ onde X por apresentarem maiores T, tomaram-se
importantes para aplicaes em condies de altas temperaturas.
A descoberta dos ims Nd,Fe"B (Croal ef ai. 1984. Sag,,"'G el aI. 1984)
contribuiu para baratear o preo dos ms de alta qualidade. A razo que Nd mais
abundante na natureza que Sm e Fe mais barato que Co. Como podemos ver pela
tabela], 1, as propriedades magnticas associadas so excelentes, com exceo de Te que
muito baixa, degradando as propriedades magnticas em temperaturas superiores a
loo'C.
Para encontrar outras alternativas. esto sendo desenvolvidas pesquisas
em novos materiais para ims permanentes e um desses novos candidatos so as ligas
baseadas na fase I: 12.
4 Capitulo 1 Introduo
1.2 - O sistema RFe12_.M'.
Compostos de Fc com estequiometria 1:12, tipo ThMn12. s existem na
presena de um outro elemento M' na frma de RFe12~xM~ com M'= Ti. V. Cr. Mn. Mo)
W, AI e Si e 19
5 Capitul. l-Introdui.
no stio 8i (Buschow 1988). Todavia, com base na distncia mdia M'-M' envolvida,
temos: dM'_li > dM'-tf :> dM'-Ij'
Portanto, a ocupao dos tomos M maiores do que Fe preferencial no
sitio Si, o que est de acordo com a ocupao observada. Podemos concluir que as
distncias entre os metais de transio desempenham papel importante neste sistema.
Oulro parmetro que pode explicar a ocupao observada a enlalpa, O
calor de nstura entre R e M' negativo quando M'=Si e positivo quando M'=T~ V ou
Mo (Ni.ssen oI aI. 1983), Como vimos, o stio 2. da terra rara, tem somente quatro
stios Si de primeiro vizinho enquanto que tem oito stios 8j e oito stios Sf Portanto, o
stio Si tem menor rea de contato com os stios R Desde que a contribuio para a
entalpa positiva nos compostos para os quais ~r=Ti, V ou Mo, devemos esperar
ocupao preferencial desses tomos no stio Si. Devido a contribuio negativa do calor
de nstura entre R e S~ esperamos que Si ocupe posies onde as reas de contato sejam
as maiores possveis, ou seja, os sitios 8fe 8j,
Estes compostos tm sido propostos como alternativas mais baratas para
ms permanentes. As temperaturas de Cune e a remanncia tem valores suficientemente
altos para aplicaes tcnicas, No entanto) somente os compostos com Sm apresentam
anisotropia axial suficientemente alta,
O tenno de campo cristalino A~, como veremos na seo 15.2,
negativo na estrutura 1:12 . Isto significa que a subrede da terra rara contribui para
anisotropia uniaxial somente naqueles compostos RFe12.xM~ em que o coeficiente de
Stevens 92 '!;;C(j positivo (Sm, Er, 1m). Todavi~ o Er e o Tm so terras raras pesadas
e seus momentos acoplam-se antiparalelamente aos momentos do Fc, resultando em
baixa magnetizao total (ver seo 1.6, 1(c) ), Portanto, s o Sm resta como candidato a
m permanente.
A figura L3 mostra a dependncia com a temperatura das estruturas
magnticas par. RFellTi, (Hu el aL 1989a),
http:RFe12.xM
6 Captulo 1- Introduo
R'u'UTI)
y
Hd
10m
&
7 Capitulo 1- Introduo
ambiente. Vemos que as regies de duas ou trs tses envolvem pelo menos uma das
fases: a.Fe, Sm2(Fe,Ti)17' Sm(Fe,Ti)9 ou TiFe2. Todas estas fases podem ser
caracterizadas como sendo magneticamente moles e sua presena, mesmo em pequenas
quantidades. pode deteriorar a coercividade nestes materiais. Resultados iniciais de
coercividade revelaram-se baixos. Estudos posteriores mostraram que se pode obter
valores mais altos de coefcividade usando a tcnica de melt~spinning (pinkertol1 el ai.
1989).
.0 ~
25
Figura 1.4 - Parte do diagrama de fase do sislema Sm-Fe-Ti a 1000'(: (NeivCI el ai.
1991).
Apesar dos resultados mostrarem que as propriedades desses materiais.
at agora, so inferiores s de Nd2Fe14B. as ligas 1:12 oferecem interesse para li
compreenso das interaes magnticas de troca e de campo cristalino em sistemas
intennetlicos. Em primeiro lugar porque a ansolropia da subrede de Fe comparvel
anisotropia da terra rara, gerando grande variedade de eslroturas magnticas em funo
das diferentes dependncias desses termos com a temperatura, Isto pode ser usado para
testar modelos tencos.
8 Capitulo l-Introduo
Outra vantagem que o on de terra rara ocupa somente um sitio
cristalogrtico de alta simetria (l4/mmm) e, por isso, so necessrios apenas cinco
parmetros de campo cristalino (CEF), comparado com os dezoito dos compostos
RzFel4R Faremos agora. uma reviso dos resultados experimentais para a srie
RFe"Ti, dividindo esta reviso para cada composto separadamente e dando nfase
especial aos compostos DyFel1Ti, ErFeuTI e ThFenTi~ que sero estudados nesta tese.
1.3 - Compostos RFellTi (R= terra rara)
1.3.1- DyFenTi
Resultados em monoeristal de DyFenTi (11. oi ai. 19900), revelaram a
existncia de duas reorientaes de spin: uma axial~cnica a 200 K e outra cnica-planar
a S8 K, quando se abaixa a temperatura.
Estudos posteriores (Garcia o/ aI. 1993), utilizando o mesmo monoeristal
e fzendo uso de medidas de suscetbilidade AC, confirmaram estas transies em 187 K
e 69 K, respectivamente. Fazendo medidas simultneas de M, e M J. ao campo magntico
e girando a amostra ao redor do eixo 1110] eles concluram que o carter da transio
em 69 K continua (segunda ordem) para H.pt< 2 kOe e de primeira ordem para H"p!.>
2 kOe. Eles concluram, tambm, que a 4.2 K o eixo de fcil magnetizao o [IIOJ, em
contradio com Hu el ai., que afirma que o (100).
Os resultados de magnetizao em monocristais de AlIdreev el ai. (J990).
diferem bastante dos dois trabalhos citados anteriormente, principalmente na transio
cnica-planar. As transies ocorrem em temperaturas mais altas, 220 e 120 K,
respectivamente. O eixo de fGiI magnetizao o [110], em concordncia com os
resultados de Garcia el al., porm com um desvio de cerca de 10 em relao ao plano
basal.
Em policristais, os resultados de outros autores aproximam~se mais
daqueles obtidos por Alldreev el aI. (1990). Estudos iniciais (Li el aI. 1988), usando
9 Capitulo I- IntroduAo
Em policIstais. os resultados de outros autores aproXlmam~se mais
daqueles obtidos por Andreev el ai. (1990). Estudos iniciais (Li el ai. 1988), usando
medidas de magnetizao e espe
Capitulo I-Introdulo lO
Outras temperaturas de reorientao foram mencionadas: 325 K (Bollich
ela/o 1989)e285K(Zhangeta/. /991),
Kou o/ 0/. (1993). mostraram a dependncia da TRS com a aplicao de
um campo magntico. Para isso. fizeram medidas da magnetzao em funo da
temperatura para vrios campos aplicados. Essas medidas foram realizadas com p
orientado. com o campo paralelo direo de alinhamento, De acordo com esses
resultados. a T., fortemente dependente do campo aplicado. variando de 339 K em 0.1
kOe par. 270 K em 23 kOe.
Estudos em monocrstais de TbFe, I Ti foram realizados por AlIdreev el ai.
(19930). Os resultados mostram a dependncia das TRS com a direo e magnitude do
campo aplicado. mostrando a impossibilidade de identificar uma TRS a partir de medidas
de magnetizao em funo da temperatura. O comportamento da magnetizao com os
campos aplicados na direo paralela ao eixo c foi similar ao obtido por KOll el al, com
a presena de largos picos se deslocando para temperaturas mais baixas quando se
aumenta o campo aplicado. J quando o campo aplicado na direo do plano basal. o
comportamento inversa. Nos dais casos os picos so to largos e assimtricos que
torna-se impossvel definIr uma TRS'
Uma tcnica que mostrouse til foram medidas de variao angular, ou
seja, girou-se a amostra no plano (101) e mediu-se a magnetizao paralela ao campo.
Os autores (Alldrev et aI, 1990). determinaram o eixo de magnetizao espontnea para
vrias temperaturas e concluram que a transio ocorre a 320 K para um campo
aplicado de 4 kOe e 270 K para um campo de 0.2 kOe. Medidas de suscetbilidade AC.
com uma amplitude de campo de 3 Oe comprovaram a reorientao de spn entre 250 a
260 K Nestas medidas, ao contrrio do que propuseram KOII e! aI.. o campo externo
parece aumentar as TRS'
1.3.4 - Outros compostos d. RFeu Ti
Segundo os resultados experimentais (Hu et aI. )89a), os compostos
RFeJ1Ti. com R= Y, Sm, Gd, Bo. Tm e Lu so axiais, no apreser.::ando reorientao de
11 Capitulo 1- IntroduAo
spin (ver figura 1.3). Bcl/ch el ai. (1988) propem que haja uma transio axialcnica
em HoFe"Ti 52 K. Este resultado contestado por Hu el al., que concluem que no
h reorientao de spin em HoFellT~ com a sus
12 Captulo I- Introduo
parcialmente cheias (eltrons itinerantes). Na terra rata R. os eltrons desempare1hados
so os 4f, 5d e 6s e no metal de transio M so os 3d .4s.
Os eltrons 4f so fortemente localizados e o elemento R comporta-se,
mesmo em slidos. como um ion isolado. com momento inico i1;:: gll-laJ) determinado
pelas regras de Hund. As interaes de campo cristalino sobre estes momentos
produzem uma anisotropia magnetocristalina aprecivel, que em compostos uniaxiais
pode chegar a centenas de kOe. Por outro lado, as interaes de troca interatmicas
entre estes momentos so fracas para induzir ordenamento magntico a temperatura
significatvas. Em metais R puros, por exemplo, a temperatura de ordenamento mais alta
ti do Gd. que alcana somente 294 K.
Os eltrons Sd. 65 e 3d. 45. por outro lado, esto espacialmente
distribudos numa regio maior e tomam~se itinerantes nos compostos R-M. Quando o
composto R-M se forma, ocorre uma fOorte hibridizao 3d-Sd como consequncia da
diferena de eletronegatividade entre oos metais puros R e M. Isto provoca uma
transferncia dos e1trons 5d em direo aos estados eletrnicOos 3d que so de mais
baixa energia. As interaes de troca intra-atmkas dos eltrons itinerantes 3d
favorecem a formao de momentos, principalmente nos compostos R-h1 ricos em M.
com M=Mn. Fe, Co NL O acoplamento magntico entre estes momentos a interao
de troca direta. associada com o carter itinerante destes eltrons. Graas a este
acoplamento? podemos ter ordem magntica em temperaturas da ordem de 1000 K.
l.5,1-lnleraes de troca
(aJ Interaes de troca R-R
Quando os eltrons itinerantes associados com os elementos M no so
magnticos. as propriedades magnticas dos intermetlicos R~M so detenninadas
someo::te pelas interaes envolvendo os momentos 4f dos ions R. Como os eltrons 4f
so f..;rtemente localizados. no ocorre a sobreposio das suas funes de onda. No
entarr..o, pode haver interao de troca indireta mediada pelos eltrons itinerantes 5d. 65
13 Capitulo 1 .. Inlroduo
que tm urna determinada probabilidade de se sobrepor s funes de onda dos eltrons
localzados 4f (nteraes de contato). Os eltrons itinerantes so espalhados pelos
eltrons 4fcom probab1idade dependente da orientao relativa dos spins dos dois tipos
de eltrons. Isto produz uma polarizao dos eltrons itinerantes ao redor de cada centro
espalhador, que se estende sobre centros espalbadores vizinhos. Como resultado dessas
interaes, h a formao de uma configurao de orientao dos spins dos eltrons 4f
localizados. Um acoplamento efetivo -22: (,ii.. ~,' define a interao de contato 1;
14
(b)
Capitulo 1 Introduo
E, (a) .. (c)
Figura 1.5 ~ Represemaio esquemlica da dependncia com a energia da densidade de estados dos ellroJlS 3d com spill para cima (N(E) 1) e spill para baixo (N(E)J). A energia de Fermi represel1lada por linhas tracejadas.
Se a energia de troca no for suficiente para produzir deslocamento
relativo das sub-handas temos o caso (a) onde no h momento resultante Quando
ocorrer o deslocamento das bandas, possvel a formao de um momento magntico
,u.2.:(N(E) i -N(E).L), com uma das bandas saturada (b) ou com ambas as bandas E
no saturadas (c). A diferena que, quando o composto R-M se forma, podemos ter
um aumento do nmero de eltrons 3d devido a hibridizao e no caso da figura 1.5 (b)
isto implicar diminuio do momento e no CSo da figura lc um aumento iniciaL Os
compostos R~Co recaem no caso (b) e existem evidncias experimentais de que os
compostOs R-Fe recaem no caso (e).
Pelo modelo de Stoner, existe um valor mnimo da interao de troca
para que os momentos se acoplem ferromagneticamente. ou sttia :
k9' D(E,) > 1 (1.1)N
onde ke'=.NIl~ , e . o coeficiente do campo molecular Hrn=I..M, N o nmero total
de eltrons e M a magnetizao.
15 Capitulo l- lotroduo
Nos compostos R-M, o ferromagnetismo pode existir somente para
M=Fe.Co,Ni.
(o) Interailo de troa R-M
Quando R e M so magnticos, uma interao de troca indireta existe
entre os momentos 4f e 3d responsvel por compostos com alta temperatura de Curie
associada com oS eltrons 3d e grande ansotropia magnetocristalina associada com os
eltrons 4f. O mecanismo desta interailo complexo, combinando as interaes de
banda 3d-5d com as interaes de contato 5d-4f (Campbell 1972). O momento SM
associ.do .0 spin do eltron 3d induz uma polarizao oposta dos eltrons 5d. Estes, por
sua vez, induzem um alinhamento dos spins SR dos ons vizinhos R atravs da interao
de contato. Portanto, h um acoplamento antiferromagntico entre os momentos de spin
3d e4f.
O momento total de M ser dado somente pela contribuio de spin
enquanto que o momento do multipleto do estado fundamental da terra rara R ser dado
pela regra de Hund jl~ g,I-'.), com J ~ IL- si, para camadas menos do que serni-cheias (R leves) e }=L+S para camadas mais que semi-cheias (R pesadas). Isto implicar um
acoplamento ferromagntico entre o momento da terra rara e do metal de transio para
terras raras leves e antiferromagntico para terra rara pesadas, de acordo com o esquema
da figura 1.6 (Bailou 1991J
S 3d S4f L 41 S3d S4f L 41
trj trj terra rara leve terra rara pesada
Figura 1.6 -llu.trato do acoplamento elllre o. mamemos de R (terra rara) e M (metal de Iran.ito)
http:associ.do
16 Captulo 1 -Introduo
1.5.2 -Interao de campo crstalino
Esta interao muito mais fraca que a interao s-pin-rbita. Supondo vlido o
acoplamento de Russel-Saunders, os estados dos ons de terra rara tero a fonna
ILSIM) e a interao de campo cristalino ser uma perturbao sobre estes estados,
quebrando a degenerescncia 2J+Ide cada lvel. total ou parcialmente, dependendo da
simetria pontual do sitio cristalogrfico do on de terra rara. No caso mais comum em
que o desdobramenlo entre multipletos seja muito menor que kBT (kB a constante de
Bohzmann). basta considerar O multipleto fundamental, Neste caso, podemos
desenvolver O formalismo da forma descrita a seguir. O hamihoniano de interao :
Xc ~ -1012: V(x"y"z,) (1.2)
onde a somatFa sobre todos os eltrons do tomo R.
o potencial pode ser expandido como uma srie de harmnicos tesserais,
V(x,y,z) = 2:r"y_Z_(x,y,z) (1.3)-Os hannrucos tesserais so tabelados e podem ser descritos por:
z ;; cf"""- r' (lA)
onde c econstante. As. funes f... podem ser transformadas, usando o mtodo dos
operadores equivalentes de Stevens. atravs da seguinte relao:
2: f':"(x"y, ,z,) = a,{r')O~ (1.5)
17 Captulo I-Introdulo
onde 60 um f.tor multiplicativo (Hutchings, 19(4). O; so os operadores de Stevens.
desoritos em termos de J,. Jy Jz (uso do teorema de Wigner Eclwt). {r'} a ntegral
radial sobre as autofunes 4f
A expresso (1.2) toma a seguinte forma:
li, =LLA;f'~(x..y .. z.)= L [A;'(r'}e,p; (1.6) ~
onde A; = Y:",H~)(um fator numrico ocorrendo em Z::.,)
Fazendo B::::. A:(rn)Sn temos que:
){ = "BmO" (L7)'" L.. li.li. ~
onde B: so os parmetros de campo cristalino.
Os operadores de Stevens (O;) foram tabelados por Hulchillgs (1964),
(rn) so encontrados na literatura (Freemal1 1979) e 9n so constantes conhecidas
(tambm se usa a notao fl2= ajo 64 =flJ' 06 =yiJ
1.6 - Anisotropa magntica nos lntermetlicos R-M.
A anisotropia pode ser produzida por interaes dipolares, ansotropia de
troca e efetos de campo cristalino.
Nos compostos ntermetliros R~M. a ansotropia surge principalmente da
contribuiio dos eltrons 4f associada aos ons R e da contribuio dos eltrons
itinerantes d. Em geral. o primeiro tenno O dOIDnar-e mas o segundo pode tornar-se
importante, como no caso do YCoj , onde a anisotra:-ia do metal de transio produz
um campo de anisotropia de l80 kOe. (Alameda./ ai. ,'981).
18 Capitulo l-lolroduAo
As interaes d. troca 3d-4f podem ser descritas na aproxmao de
campo molecular (Be/orizliy 1987) de forma que a temperatura de ordenamento
magntico dada por:
'l'''] (1.8)1:, ="2I[TflO +(,'I;7~ +4Ti_fz
onde TF< = nF_"NF,[4S'(S' +1) ~! ]3kB
T._" ~ n._"lyJ(NF,NRl"'[2JS(S + I) g,iJ.(JR + I)J.~] (1.9)3k
y = 2(SI-l) , 2JS'(S' +1) o momento efetivo do Fe no estado paramagntico, NFe e S,
NR so os nmeros de Fe e R por unidade de volume. e nF nR_h so os coeficientes de
campo molecular correspondentes aos dois tipos de interao de troca,
Para compostos com simetria axial, a anisotropia da subrede da terra rara
pode ser descrita fenomenolosicameme pela expresso clssica (Culli/)' 1972) :
E:" = K, sin' e+(K, ;. K; co,4$) sin4 9+ (K, + K; cos4lsin' e (L10)
onde ee $ so os ngulos poJares da magnetizao da subrede R relativamente aos eixos cristalogrficos.
As relaes entre os Kj e os B: podem ser deduzidas das propriedades de
transforma~o dos operadvres equivalentes de Stevens. Como exemplo, para a estrutura
tetragonal da fase 1:12, estes coeficientes foram deduzidos por Hu el ai. (Rudowicz
1985) e so mostrados at>.ixo :
1. = _.:3. B'{O') _5B'(0')- 21 B'(O') (1.11)2 21 .. " 2 606
19 Capitulo 1- Introdulio
K, = :[5B:(0:}+27B:(0~}J (1.12)
K; = i[B:(0:)+5B:{0:)] (1.13) K =_ 231 B,(0') (1.14)
1 16 I> I>
'_ 11 ""( ') (1.15)K, --16'" O,
onde (O;:) so as mdias trmicas dos operadores de Stevens,
1.7 - Reorientao de spin
A energia de anisotropia funo da temperatura, Nos sistemas R-M por
ns estudados, a constante de anisotropia da subrede M (K~) positiva e portanto a
anisotropia de M axial,
Como vimos nas equaes Lll a 1.15, os coeficientes de anisotropia da
terra rara dependem de mdia trnca dos operadores de Stevens (O;:'(T) e, segundo
Callen (1965,1966), no modelo de on ruco estes coeficientes so funes cl.
temperatura da seguinte forma :
(O;:'(T)) = (M(T))""." (1.16)M(O})
onde ~~:; a magnetizao reduzida da subrede de R.
Portanto, para temperaturas altas, a contribuio dos termos de ordens
..periores pequena, j que M(T)
20 Capitulo 1 Introduo
Quando as anlsotropias da terra rara e do metal de transio so
competitivas e da mesma ordem de grandeza, pode ocorrer mudana da direo da
magnetizao espontnea quando se varia a temperatura. Este fenmeno conhecido
como reorientao de spn, j mencionado na seo 1.2. Nos compostos RFellTi os
tennos de campo cristalino de maior ordem (quarta e sexta ordem) so importantes. e
podem predominar sobre os de segunda ordem a baixas temperaturas.
1.8 - Modelo a um on
o modelo para explicar o comportamento da anisotropia dos compostos R-M foi inicialmente desenvolvido e usado com sucesso nos intermetlicos Nd2Fe14B
(Cadogull ti ai 1988, Coey ti ai 1989), li um modelo de on nico, com a hamltoni.na
da terra rara envolvendo a interao de gradiente de campo cristalino (CEF), interao
de troca e um termo Zeeman gerado por um possvel campo externo aplicado (B~),
XR =J(vtq +J{CEF+Xt (1.17)
As interaes de troca so consideradas atravs de um modelo de campo
mdio. podendo ser descritas por:
. -Y._ :: gsJ.laHmol.JR (US)
onde Hmol o campo molecular que tem a direo da subrede M e esta relacionado com
o campo de troca atravs de :
2(g, -1)B_ (U9)H""'f g,
o campo de troca pode ser descrito por:
http:gsJ.laHmol.JRhttp:hamltoni.na
II Captulo 1- Introduo
B_ = flR_MN(m) (1.20)
onde nR.M a constante de troca, N o nmero de tomos M por unidade de volume e
(m) o momento mdio da subrede M.
A dependncia do campo molecular com a temperatura pode ser obtida
atr.vs da magnetizao reduzida da subrede M, ou seja:
H".,(T) = H"",,(O) M(T) (1.21)M(O)
onde M(T) pode ser obtida atr.vs de medidas em compostos isoeslmtura;s R-M onde R
no emagntico. A interao de tr"". R-R muito mas fraca e pode ser desprezada.
A expresso (1.17) se transforma em :
liR =gJl1aj.(H~, +H~)+2:B~O: (1.22)
o hamiltoniano pode ser diagonalizado no subespao !1M } e os
autovalores En podem ser obtidos,
A energia livre por ion de terra rara pode ser calculada de acordo com :
F. =-kTlnZ (1.23)
( Tonde Z a funo de partio Z =-~ -~Je "B A direo d. magnetizao espontnea da subrede M pode ser
determinada mnimizando a energia total.
Capitulo 1- Introduo zz
Er=EM+F.(e,q>) (1.24)
onde EM :: K~ sin2 e a energia de anisotropia da subrede M e ee
Captulo 1- Introduo 13
1.9 - Parmetros necessrios no modelo
Os parmetros experimentais necessrios para a aplicao do modelo
terico para a srie isoestrutural RFell Ti, foram determinados por Hu ./ aI. (1989.),
atravs de estudos em po1icristais. Os coeficientes de troca nR_F' por exemplo. foram
obtidos atravs das relaes 1.8 e 1.9, onde Te foi medida, e 2~S'(S' + 1) ~ 3.7, a partir
de comparaes da suscetbilidade paramagntica de compostos relacionados (RFe2,
RFe3' R2Fe!7, R2Fe14B),
O comportamento da magnetiza~o de saturao da subrede de Fe, COm a
temperatura, foi obtido atravs de medidas com trio (no magntico), em YFellTi, para
vrias temperaturas. K~~(T) foi deduzido COmo ~ B:IrMh > onde B:". campo de
amsotropia, foi determinado do grfico de BIM COntra MI.
Fizemos um ajuste por polinmios de terceiro grau desses resultados e.
assim. o comportamento de MFe(T) e K;'(T) foi determinado. Estes polinmios so:
M,AT) ~ 1 _ (2.27xl(},)T _ (4.20xlO,7)T'- (3.09x IO")T' (1.28)MFo(O)
~~:i~; ~ 1- (6.77x10")T - (1.I0xIO")T' +(1.59xUr')T' (1.29)
Atravs de medidas de magnetizao em monocristais de DyFe llTi (Hu et
aI 19900), os autores detenninaram um conjunto de coeficientes de campo cristalino
(A.o= -323 Ka,,", A,,= -12.4 Ka,,-4, A",= 118 Ka,,-4, A",,= 2.56 Ka,,", A,;,= 0.64 Ka,,"),
que davam conta do comportamento das curvas de magnetizao experimentais. Estas
medidas de magne"'izao em funo do campo magntico aplicado foram realizadas com
a direo do ""cnpo nas direes cristalogrficas [IGO]. [001]. [110), para 17
temperaturas e.tn 4.2 e 300 K.
24 Capitulo 1- Introduo
Das componentes da magnetizao nas direes [001] e [100]. o ingulo
a(1) entre a magnetizao total e o eixo C cristalogrfico foi obtido e encontra-se
reproduzido n. figura L7.
t.
! ~ .. - Ib)'" ..
cc. , ~ ,j o '00 200 300
T(K)
Figura 1.7 - Variao com a temperatura do ngulo f) entre a magnetizaao e o eixo c
cristalogrfico (eirados negros so os pontos experimenlais e a linha cheia o
resultado de clculos tericos)
Calculando os parmetros de campo cristalino a partir dos Anm para as
outras terras raras e fazendo as mudanas necessrias do campo molecular, Hu el ai.
(1990) construiram o diagrama terico das estruturas magnticas, em funo da
temperatura. para toda a srie RFe11Ti, que se encontra reproduzida na figura I.S.
Comparando os resultados dos diagramas terico e experimental (figura
1.3), vemos que o modelo, usando os coeficientes de campo cristalino de Hu et ai.
correto em linhas gerais, falhando apenas na previso do comportamento deTbFeu Ti.
25 Captulo 1- Introdulo
Figura 1.8 - Variaiio com a temperatura das estruturas magnticas da srie RFe"Ti
(clculos lericos).
1.10 - Objetivos deste trabalbo
Os objetvos deste trabalho podem ser esquematizados como segue:
Detenninar os diagramas de fase magnticos em (RxR;_xlFeuTi, R= (Dy, Tb),
R'=(Gd, Er) para vrias concentraes x usando diferentes tcrcas: magnetizao
angular, suscetibilidade AC e espectroscopia Mssbauer.
~ No caso das estruturas cnicas, determinar o ngulo da magnetizao espontne3. em
relao ao eixo c cristalogrfico, usando medidas de magnetizao angular e
espectroscopia Mssb.uer.
Testar se os coeficientes de campo cristalino determinados por Hu el ai (1990), em
estudos no monocristal de DyFe l1Ti. reproduzem os diagramas magnticos obtidos e
comportamento de e(T) para estes compostos.
- Tentar esclarecer as discrepncias existentes na literatura em relao ao TbFelJTi
~neqssw'e!dOOSru~dds0
a -:JY apttpmQp0:>Sns Opll'lm\ 'r!SO!3.:IG wa u!ds ap o!6'elU0!lO:>1 'EP Op01SE[
9t
27 Capitulo l- Tcnioas uperlmentais
Captulo 2 - Tcnicas experimentais
Alguns dos equipamentos que sero especificados abaixo pertencem ao
Instituto de Cincias de Materiais de Aragon (ICMA), da Universidade de Zaragoza e
outros ao Laboratrio de Materiais magnticos (LM1v1), do Instituto de Fisica da
Universidade de So Paulo.
2.1 Magnetmetro de extrao: medidas de magnetizao
angular ("polar plot")(lCMA).
Esta tcnica de medida est baseada no mtodo de induo. Para isso,
mede-se a voltagem induzida em uma bobina produzida pela variao do fluxo magntico
quando se extrai uma amostra magntica do centro da bobina. A variao do fluxo
magntico. quando se extrai a amostra, dada por:
4>(t)-+(O) = -k(t)m (2.1)
onde k uma funo da geometria do sistema e do tempo e m o momento magntico
da amostr . Esta variao de fluxo induz uma fem. dada por:
V(t) = _ d.p (2.2)dt
Este sinal integrado, resultando:
A ' JV(I)dl=-- m 11:. :)dt= K'm (2.3)
{IReo
28 Capitulo l- n.nica. experimentais
onde A uma constante de amplificao, T o intervalo de tempo da extrao, Rc;, a
constante de tempo do integrador e K' uma constante. Portanto, a voltagem integrada e proporcional magnetizao da amostra. A constante de proporcionalidade K\ pode ser
determinada com urna amostra padro de momento conhecido.
A principal caractenstica deste magnetmetro de extrao. que o
diferencia dos demai., a di,mbuio geomtrica das bobinas sonda. (figura 2.l). Trata
se de dois conjuntos de quatro bobinas, colocadas segundo direes ortogonais, entre as
peas polares do eletrom. As bobinas encontram~se dispostas em srie-oposio~ pois,
desta fonna, a fora eletromotriz induzida por um conjunto de quatro bobinas a sorna
das fem. induzida em cada uma individualmente,
.-'
r-...v'~'E1*/./.
~7;?~
29 Captulo lo- Tcnicas experimentais
Assim, pode-se efetuar a medida da componente paralela (J!I1,,) e
perpendicular (M,) da magnetizao da amostra (M), em relao ao campo magntico
aplicado (fi l M, uma medida indireta do torque produzido pelo campo magntico
(1.,,), j que so proporcionais:
If.HI=IM, x Bi =Il1oM,R sin
30
1
Captulo 2- T.niras experimentais
I~ i i !
i !
I.:.j......I
~ rM I ! i I I I i I ; I . I . I . . i ; I I
I .
! i I
4
lA Motor de passo 7~ Mordaa de giro
2 e 3~ Roldanas de transmisso de giro 8~ SUJX.lrte de bronze
4~ Correia de tnmsrnisso 9- Disco graduado
5~ Suporte de alumnio 10 Haste do porta amostra
6- Rgua para centragem da amostra 11* Pane superior do criostato
Figural.l- Esquema do dispositivo de rotao (Jove/l 1991).
A sada DIA ligada na fonte de alimentao do eletrom. O eletrom
(Newport Instruments), de campo mximo de 20.4 kOe, almentado por uma fonte,
que dispe de um controJe externo mediante um sinal analgico de tenso de O a 5 V.
As funes de 1/0 controlam o acionamento da eletrovlvula do pisto, o
motOr a passos e a chave de comutao dos canais de medida paralelo e perpendicular.
Fazem tambm a leitura da temperatur., atravs da nterface RS232.
O sistema de extrao do tipo pneumtico, por ar comprimido. Sua
funo o de deslocar a amostra na direo vertical. entre o centro dos quatro pares de
bobinas. Um pisto, que se desloca 25 mm, movido pelo acionamento de uma
31 Capitulo 2- T.nicas experimentais
eletrovlvula. O extremo inferior do pisto conectado haste da amostra e, ademais,
dispe de um dispositivo de centragem, para garantir um sinal induzido mximo.
O dispositivo est dotado de um criostato de fluxo continuo (CF-2OD, da
Oxford Instrumenls). Atravs de uma bomba de diafragma, fz-.e circular o gs mo que
provm do dewar de hlio liquido_ O hlio lquido circula atravs de uma serpentina que
envolve a cmara da amostra e para que se estabelea o contato trmico necessrio a
introduo de hlio gs no interior da cmara da amostra.
O controle da temperatura realiza",se atravs de um controJador de
temperatura (!TC-4, da Oxford In.), que pode fornecer potncia a uma resistncia
aquecedora que se encontra na base do tubo da amostra. O sensor de temperatura um
tenmopar de 0.03 % Fe em AulCromel, mantendo-se a juno de referncia na
temperatura do nitrognio liquido (77.7 K). A temperatura comparada com a
temperatura desejada, O sinal de erro gerado tratado por um sistema de realimentao,
gerando uma sada de voltagem, que atua sobre a resistncia aquecedora. A temperatura
se estabiliza com uma preciso de Q, 1 K
Portanto, com este dispositivo que est totalmente automatizado,
podemos medir as componentes da magnetizao. em funo da seguintes variveis
fisicas :
- Magnetizao em funo da orientao da amostra ("polar plotO).
- Magnetizao em funo da temperatura (campo constante).
- Magnetizao em funo do campo magntico aplicado (isotermas)
Este magnetmetro tem uma sensibilidade de aproximadamente 1(F3 emu.
Vamos agora fazer algumas consideraes a respeito da determinao da
reorientao de spin usando medidas de magnetizao em funo da temperatura e
"poJar pIot".
Diferentes tcnicas so usadas na determinao das TRS em medidas de
magnetizao em policristais. Bollich e1 ai. (1989), por exemplo, usa pedaos de amo'lr'
que so pr-magnetizados em campo de 18 kOe e, em seguida, realiza-se medidas de
magnelizao em funo da temperatura em campo de I kOe. Segundo um modelo
31 Caplulo 1- Tcnicas experimentais
terico desenvolvido pelos autores (Bollich el aI. 1987), utilizando um modelo simples
bidimensional de um gro pocristalno e postulando dependncia com a temperatura das
constantes de anisotropia Kl e.Kz, eles concluram que as Tas coincidem em geral com os
pontos de inflexo da curva M vs. T. Nos casos onde, em vez de ponto de inflexo, as
curvas apresentarem joelhos ou forma de cspide. ento estes pontos so as Tas
Segundo este modelo, estas formas caracterizam as transies axial-planar.
Outros autores, tais como Kou'l aI. (1993), Hu cl ai. (1989a), preferem
orientar magneticamente a amostra pulverizada e fix-Ias em resina epoxy. Como as
amostras. em geral. tm anisotropa baixa, o alinhamento obtido bastante deficiente e
toma-se difict a interpretao das curvas experimentais. Nos dois casos, policristais em
pedao e p orientado, as transies podem apresentar picos to largos que toma-se
impossvel. definio de uma T...
Uma outra tcnica. menos usada na literatura mas que fornece
infonnaes mais ricas sobre a transio medida de "polar plot U, descrita acima"
Realiza-se medidas simultneas das componentes da magnetizao paralela e
perpendicular ao campo magntico aplicado em funo do ngulo entre o campo e () eixo
de alinhamento magntico da amostra Fazendo estas medidas para vrias temperaturas,
pode-se detenninar a variao com a temperatura do ngulo 9 entre a direo dos spins e
o eixo c> e a partir da a temperatura de reorientao de spin T RS'
2.2 - Magnetmetro de amostra vibrante (LMM)
Este equipamento foi utilizado em nosso trabalho sobretudo para a
detenninao da temperatura de Curie das amostras., utilizando a tcnica do "ldnk-point".
A base desta tcnica est na medio da fora eletromotriz induzida em
um conjunto de bobinas, provocada por um movimento osci.atrio da amostra
magntica. A amostra presa no porta amostra e parafusada na ~trernldade de urna
haste, que fica situada entre as peas polares de um eletrom. A ",,!Ta extremidade da
haste, esta presa na cabea do magnelmetro, que gera uma vtr.ao de 83 Hz, na
33 Capitulo 2- Tcni_ experimentais
direo longitudinal d. baste. O campo mximo gerado pelo eletrom de 18 kOo. O
esquema d. montagem mostrado na figura 2.3. r.... ..
aI......lI:I~"",(Dl _.rt .,,,,,,, ,*",IrtOOrMIIv fIl"t:reftia:
r~nnoP:"~:::::::[~;:~::~)jII ~
Cabea do m091\~8Metro
"''',1-.
:: ~ rr:=~==~l:! I j
~
" " " " "
-"-------B ~"-FORNO
""",".t8m.tro
"1---1 c.:.uufm61ThI~ ~ ~tttlh!... NU
34 Captulo 2 Tcnic... experimentais
o sinal induzido ser dado por:
&(H,T)= -KIDd sinIDt m(H,T) (25)
onde K constante, (i) a frequncia e d a amplitude da vibrao.
Integrando em um periodo de vibrao, a frequncia induzida
proporcional ao momento da amostra, A calibrao pode ser feita com uma amostra de
nquel, de momento conlJecido. O sinal captado pelas bobinas levado at o
magnetmetro (pAR.EGG 4500), onde filtrado e amplificada somente a componente
de mesma frequnc. do sinal de vibrao, desprezando as demais contribuies. A
escala mais sensvel de 10.3 emu. A haste colocada dentro de um fomo que possui
umas resistncias aquecedoras, alimentadas por urna fonte de tenso varivel. feito
vcuo na cmara externa e na cmara da amostra, com uma bomba mecnica. Na cmara
da amostra injetase argnio. As medidas de magnetizao contra temperatura so feitas
na descida, desligando~se a fonte e deixando o sistema resfriar suavemente, isolado por
vcuo na cmara externa.
A temperatura pode ser medida atravs de um termopar de Cromel
AJumel. conectado a um multmetro digitaL Um gaussimetro com sonda HalJ faz a
medio do campo magntico. Um esquema deste sistema de medida pode ser visto na
figura 23 (al e o esquema do fomo na figura 23 (b).
O magnetmetro~ O gaussmetro e o multmetro possuem uma sada no
padro IEE-488, penntindo o interfaceamento com o microcomputador, via cabos
GPlB. Um programa de aquisio de dados, feito na macrolinguagem do Symphony,
permite () armazenamento dos dados de M contra T ou M contra H. A temperatura de
Curie corresponde a um ponto de inflexo de M(T) medida num campo H fixo. Para
maior precisi.J, calcula-se numericamente a derivada : obtendo um mnmo agudo a
T~Tc'
35 Capitulo 2- Tcnica ...perimentais
2.3 - Suscetibilidade AC
2.3.1 - Su,.etmetro 1 (leMA).
'I - ...
z ~ ;c.@) " ~f t o
Figura 2.4 - Esquema para medida de suscelibildade magntica.
A figura 2.4 mostra um par de solenides contendo uma amostra
magntica em seu interior. A fora eletromomz gerada no secundrio pode ser descrita
por:
dI dm &,(t) = M,-+K (2.6) - dt dt
Onde Mo a indutncia mtua. que pequena na ausncia da amostra,
devido ao secundrio possuir duas metades em oposio, K uma constante que
depende da geometria do sistema e m o momento magntico da amostra. lo uma
corrente de fonna senoidal ~ 1(t);;;; Ioe-) que cria no primrio um campo de excitao da
f.onua h(l) =: hoe,(IJt e o momento magntico pode sofrer uma defasagem
m(t) :::::; mi f""''''.).
A suscetibilidade AC resultaote :
m _ mo e'~ ::= i-ii' (2,7)-fAC = h - h"
36 Capitulo :z,. Tcnic experimentais
A relall.o acima define as oomponentes real e imaginria da
suscetibildade, A parte imaginria est relacionada com a dissipao de energia na
amostra,
Substituindo I(t) e m(t) em (2.6).
e, (t) = iroI,e~(M, + Kh, X",,) = irol,e~ (M, + K'XAC) (2.8)I,
Portanto, para medirmos IA
37 Captulo 1 Tcnl.... Rperimentais
A aparelhagem no est automatizada e as medidas so feitas ponto a
ponto, Ajusta-se a temperatura desejada no controlador e espera~se o equilbrio trmico.
Para cada temperatura ajusta-se a ponte obtendo .t: e X" e assim sucessivamente.
Gerador de baixa frequnca
Fonte de I Atenuador I
corrente
I I ~er. de volteiem I Primrio I
de OPOSle o
llelelor Secundrio mplificador sincrono
Figura 2.5 .. Diagrama de blocos da ponte de mtua indutdnci.
2.3.2 Suscetllmetro 2.
Um outro suscetmetro foi construdo no nosso laboratrio para operar
desde a temperatura do nitrognio liquido at a temperatura ambiente. Um esquema do
suscetmetro pode ser visto na figura 2.6.
A variao da temperatura feita fazendo passar nitrognio gs pelo
interior de uma serpentina de cobre, imersa em um recipiente de nitrognio Jiquido. Em
seguida, o fluxo atravessa o tubo interno. resfriando a amostra. Este tubo isolado
atraves de uma cmara externa,. que evacuada por uma bomba de vcuo. O fluxo
desligado e o sistema aquece at a temperatura ambiente.
O sstema formado por uma bobina primria envolta por uma bobina
secundria. A bobina secundria enrolada com duas metades em oposio. de ~o a
zerar o efeito de mtua indutncia
38 Capitulo 2- Tcnicas perimenlais
dispomos de uma ponte de mtua indutncia que pode separar a componente em fase e
em quadratura da suscetibilidad." No nosso caso, o que podemos fazer nos fixarmos
em um dos canais do lock-in e maximizar este sinal ajustando a sua fase" claro que este
sinal no representa nem a parte real nem a parte imaginria da sU$cetibilidade, No
entanto, tem componentes destas duas quantidades e, portanto, deve apresentar picos na
temperatura de reorientao de spin.
r-----------------~~~~
Figura 2.6 - Esquema da momagem do ""se.16melra 2.
Para a medio da temperatura utilizamos um termopar de cromel-aumeJ
que conectado a um multimetro (Fluke 8242a), cuja juno de referncia mantida a
77 K O lock-in e o multmetro possuem uma sada no padro IEEE488, pennitindo que
os dados sejam lidos pelo computador. Um programa de aquisio de dados
desenvolvido na macro linguagem do Symphony, pennite que os dados sejam
annazenados e graficados na tela do computador,
A suscetibilidade AC permite a determinao da reorientao de spin. no
entanto, a grande disperso dos resultados experimentais publicados por diferentes
autores revela, no s as dificuldades experimentais, como tambm diferentes
interpretaes desses resultados, Em particular, h ~trovrsias sobre a verdadeira
39 Capitulo 2- ncnic8! ..perimentais
localizao de Tas a partir de um pico de suscetibitidade: o mximo d. curva ou o ponto
de inflexl!o (minimo de :~)?
Num estudo em monacristais de Ho,Fe14B (Rillo e/ ai. 1988), os autores
usaram um modelo terico para explicar as curvas experimentais da suscetibilidade AC e
concluem que a TRS aquela do ponto de mximo da parte real da suscetibilidade, obtida
experimentalmente atravs da interseco das tlIllgentes de ambos os lados do mximo.
Por este modelo explicar bastante bem os resultados tericos, conclumos que a melhor
identificao do ponto onde ocorre a reorientao de spin a do mximo e no do ponto
de inflexo.
2.4 - Espectroscopia Mssbauer (LMM).
o espectrmetro Mssbauer de transmisso utilizado um equipamento comercial que consta da fonte de 51Co que movimentada por um transdutor (WISSEL,
MA260); que faz a varredura em velocidades. Este, por sua vez, controlado pelo
controle da transdutor (WISSEL, MR360) que conectado a um gerador de funes
(WISSEL, DFG-120Q). A radiao gama que passa pela amostra detectada pelo
contador proporcional que pr-amplificado (pr- amplificadar Canberra 806),
amplificado (amplificador Camberra 816) e em seguida passa pelo analisador monocanal
(Hamner), que seleciona as energias prximas a 14 kev. Uma placa de multicanal (ACE
MCS, Ortec) conectada ao microcomputador (pCXT-SID), sincronizada com o
gerador de funes e recebe os dados do monocanal. podendo fazer os registros das
contagens por canal,
Para auxiliar no ajuste da janela de energia do monocanal, dispomos de
um. placa (ACE-MCA, Ortec), que fome.. o espectro de energia da radiao gama do
pr amplificador e tambm de selecionado! de energia (analisador monocanal)
Para converto- os dados de canais em unidades de velocidade,
necessrio a calibrao com "ma substncia de parmetros conhecidos (Fe metlico).
40 Captulo 2- Tcnica ...perimentais
Atravs do espectro de calibrao, podemos obter a converso de canais em velocidade e
(} canal que corresponde a velocidade nula,
O sistema criognico compe~se de um criostato de nitrognio lquido.
podendo operar entre a temperatura do nitrognio lquido e a temperatura ambiente
(figura 2.7). Uma resistncia aquecedora de manganina est instalada sobre uma pea de
cobre, abaixo do qual li fixada a amostra Dentro desta pea li instalado um diodo, que
funciona como um sensor de temperatura do controlador.
r ~ ~ vcuo
.. . , , . . . . . . INOXt!{~q; . ........ , . . . , , .. . . . , , . .. . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . . . . . . , . . . . . . F . . . LX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , . . . . . . . ,, . , . . . . . , . .
' . . . COBRE . . . , . . . " . . .
JANELAS DE M'(I.AR 6"
Figura 2.7 - Esquema do criostato (partiti 1987).
No estudo de reorientaes de spin, conveniente utilizar amostra em p
orientada magneticamente e fixada com resina epoxy" A disposio geomtrica para
medidas com a amostra orientada com a direo de alinhamento dos gros dispostos
paralelos direo do feixe de raio gama incidente. As intensidades das linhas de
absoro de um espectro de ''Fe magntico apresentam-se n. razo 1: A, : 1/3 : 1/3 .
A,: 1, onde:
A2 = (.!L) = 4(l-(Co$le}) (2.9)
1, 3 b+(cos>e})
~ li o ngulo entre .0 campo hipemno e a direo de propagao do raio gam.
Para um p perfeitamente orientado (caso deaJ), a medida experimental
tk Al d diretamente o ngulo da magnetizao com o eixo de orientao. Quando a
41 Capitulo l- Tcnicas experimentais
orientao dos gros no peneit. temos que introduzir um parmetro que reflete o
grau de alinhamento. A funo de distribuio dos gros em relao ao eixo c pode ser
considerada como:
P(a)=(n+1) cos"a. (2.10)
onde fi o grau de alinhamento e a. o ngulo entre o eixo do gro considerado e a
direo de propagao do raio gama.
Aps a integrao desta funo de distribuio para obtennos a mdia
(em? e) a expresso (2.9) se transforma em :
2 (2nsina e+4) A2--'~--~--~ (2.11)
- 3 [n(l+cos"S)+4]
No caso axial em que 9=0
4 (2.12)A2~3n+6
Para orientao perfeita dos cristalitos do p, temos n-~,
42 Capitulo 2- Ttnicas uperimentais
Portanto, para esta geometria, esperamos que a intensidade da linha 12 (A
m=O) aparea fraca (totalmente ausente para um perfeito alinhamento dos gros).
Ajustando os espectros Mssbauer para as diferentes temperaturas e obtendo o
parmetro de ajuste A" podemos tentar determinar o comportamento de S(T),
Mesmo para as amostras no orientadas, podeMse obter informaes sobre
a reorientao de spins por especlrosoopia Mssbauer, atravs das interaes hiperfnas.
Na temperatura de reorientao de spin pode ocorrer descontinuidade do campo
biperfino ou do desdobramento quadrupolar, em funo da mudana na direo da
magnetizao com a temperatura, Urna anlise deste tipo ser feita para DyFelOSi,
(Capitulo 4),
2.5 - Construo de um forno para tratamento de amostras.
Um forno foi construdo no nosso laboratrio, para que pudssemos fazer
tratamento trmico de nossas amostras,
O esquema do fomo mostrado na figura 2,8, O sistema de isolamento
trmico compreende uma caixa de formato hexagonal. feito com material isolante
trmico (placa durabord), fixada com presilhas, com orifieios para a passagem de seis
elementos resistivos e do tubo de alumin. (figura 2.8), Esta parte envolve apenas a zona
quente das resistncias, no centro do fomo. A pane externa do fomo feita de lato
(I.ta de leo de 25 litros), que foi desencapada e pintada com uma tinta protetora. Na
tampa, foi fixado uma pea de amianto, par. a sustentao das resistncias e do tubo de
alumina. O interior da lata preenchido com material isolante de l de vidro e que
envolve a caixa. As resistncias so de material cermico (carborundum) de dimetros
menores na zona quente, de 3 Olun, coneotadas em ,ene, resultando 18 Ohr:1, A unidade controladora do tipo proporcional (Pyrotec, Indic-SO) e regula a unidade de potncia,
que tiristorizada e fo construda no laborat6rio.
43
~
unldd d' patinelc
1- base do forno
Capitulo 2- Tkni... e.perimentai.
df?' referncia
......-- reslstl'lClaS
i:erl"lopnr f" regl.o do onostrQ
1.,I1"t1e!ne!Er de controle
Figura 2.8 - Esquema da montagem do fomo.
o fomo foi testado, chegando a temperaturas mximas de cerca de 1100'e e apresentando boa estabilidade na temperatura.
44 Captulo 3 P ... para~io o.ara.t.......~o das amostras
Capitulo 3 - Preparao e caracterizao das amostras.
3.1 - Preparallo das amostras.
As amostras d. srie (R,. R' ,.JFenTi foram preparadas fundindo os
elementos constituintes em quantidade quase estequomtrica, usando um forno a arco
voltaico, em atmosfera inerte (argnio). Foi usado a seguinte relao em porcentagem de
tomos: R (8.5%), Ti (7.7%), e Fe (83.8%). Isto representa a frmula nominal
(R)I.l"Fe,..... Ti,.oo,' Esta relao foi usada por sugesto do Dr. AC. Neiva, tendo em
vista seus estudos sobre {) slstema Sm-Fe-Ti. que permitiu a construo da seco do
diagrama de fse Sm-Fe-Ti a lOOO"C e que foi reproduzido na figura 1.4.
As amostras preparadas foram:
a) (Dy,Gd,.JFellTi, x=l, 0.8, 0.6, 0.4, 0.2
b) (Dy,Er,.,)FenTi, x=1, 0.85, 0.70, 0.55, 0040, 0.25, O.
c) (Tb,Gd,.,)FeIlTi, x=1, 0.8, 0.7, 0.6, 0.4.
d) DyFelOSi,
A amostra de DyFelOSi1 foi preparada em quantidade estequiomtrica,
com excesso de 5% em massa de Dy para compensar a evaporao, j que a presso de
vapor do Dy maior do que do Ti e F .
As massas dos botes resultantes da fuso foram medidas e eomparadas
com a massa total dos elementos antes da fuso. Todos os botes apresentaram
diferenas relativas menores que 1.5 % em massa. Em seguida, foram enrolados em
tntalo e encapsulados em tubos de quartzo, COm o interior sendo preenchido com
arg..,.
As amostras foram submetidas a tratamento trmico durante duas
"'lllIOO..S 8SO"C. Isto foi feito para eliminar a possibilidade de possveis fases SOCUI>!rias presentes na amostra e tambm para a homogeneizao da fase J: 12
Captulo 3 - Preparao e earacterizaio da. amostras 4S
desejada, Aps o tratamento, para evitar possveis modificaes durante o r friamento,
os tubos de quartzo foram retirados do rorno e resfriados rapidamente dentro de um
balde com gua,
3.2 - Caracterizao das amostras
3.2.1- Amostras d. (Dy.Gd,.,lFe"Ti, I~I. 0.8, 0.6, 0.4, 0.2.
Foi utilizada. tcnica padro de difrao de raio x , usando o mtodo do
p (Debye-Scherrer), para toda a srie,
Como podemos ver do difratograma de raio x d. amostra DyFe"Ti
(ligura 3, I l, foi indexada somente a fase I:12, O silcio foi introduzido propositadamente
como amostra padro, Resultados semelhantes foram obtidos dos difratogramas para as
outras amostras desta srie, com exceo da amostra de (DyGd"A)FellTi, onde foi
identificado o composto TiFe, (figura 3.2). Isto tambm pode ser visvel por
espectroscopia Mssbauer. cujos resultados sero apresentados adiante.
Os parmetros de rede a e c foram determinados atravs das linhas
principais da fs. 1:12 : [3 OI], [O O 2], [222), [3 12], [5 I O], [4 2 2]. O programa
utilizado foi o LCLSQ (verso 8.4), que utilza o mtodo proposto por Cohen (l935) e
descrito por BUT11Mm (1962), O refinamento dos parmetros de rede feito por ajuste
de minimos quadrados, Estes resultados so apresentados na tabela 3.2 .
.. flI .......p ""'~ - I ...., ~fSlI'" v .....~ ",,,......o;c; 1~.YrV'" -."'" ., 11"
Amostra c() a () cla
DyFe Ti 4,783 + 0.005 8.489 0,007 0.5634+ 0,0007
ffi, Gd.,)Fe Ti 4,787+0.005 8.501 0.007 ' 0.5631 +0,0007
(DyGd.,)Fe TI 4,782 + 0,005 8.504 + 0,007 0.5623 0,0007
ffiv. Gd .)Fe Ti 4,782 + 0,005 8505 + 0,007 0.5622 + 0,0007
(Dy.,G
--
u ll':f('vpflvlCa) ,p x 010-' 'P IJUiJJ.t$Olo4ia -t' n~!!:I
(Sfl\tl:l9 )6
47 Capitulo 3 - Prepara~io e cara
48 Captulo 3 - Pr.paraiio e taratterizaiio du amostra.
Tabela 3.3 - Parmetros de ajuste tios espectros Mssbauer de DyFeJjTi
Fase 1:12 Fe.TI
SfSiStio S.i
H (kG) 277 251 41222
S (mm/s) 0.06 0.070.07 0.05
DQ(mmls) -0.29-0.29 -0.16 -0.26
LARG(mm!s) 0.510.52 0.57 0.11
onde li o campo hiperfino, DQ o desdobramento quadrupolar, S a deslocamento
isomnco e Larg a largura,
Como podemos ver pela figura 3.4, o aju.te obtido bastante razovel,
revelando a presena da impureza TiFe, (espectro destacado). Atravs das reas dos
subespectros, podemos avaliar a porcentagem em Fe de cada fase e estes resultados so
apresentados n. tabela 3.4. Segundo Briiclmer,' aI. (1968), TiFe, paramagntico a
temperatura ambiente e antiferromagntico a temperatura do nitrognio lquido. Para
composies mais ricas em F~ o composto TiJ~!,~+l{ torna-se ferrmagntico, com a
temperatura de ordenamento magntico dependente desta concentrao, variando entre
50 e 150'C.
De acordo com estes resultados. no foi possvel preparar amostras
monofasicas da srie (DYxGdl_loJFeIlTi. Em todas as amostras foi dentificada a presena
da fase 1:12 e TiFe, por espectrosoopia Mssbauer. De acordo com a tabela 3.4, a
amostra que apresenta maiores quantidades da impureza TiF~ a (DYO.6GdOA)FelJ Ti,
cujas linhas de difrao tambm aparecem no difratograma de raio x . Portanto, pare""
que h TiFe, em todas as amostras, mas em pequenas quantidades (
49 Captulo 3 - Preparao e earacterizaio das amostras
Tabela 3.4 - Purcentagem em Fe presentes em cadafase.
Fe,Ti (% de Fe) Fase 1:12 (% de Fe) Amostra ,,
96% 4%DvFe Ti ,
,, Gd,,)Fe Ti 92% 8%
90"10 10%~,.,Gd ..)Fe, Ti
97% 3%....illlJ Gd IFe, Ti
97"1. 3%(DYIl2Gd IFe Ti
DyFenTi
-10 -6 -2 2 6 10 VELOCIDADE (MMjS)
Figura 3.4 - Espectro MiJsshauer da amostra de DyFe11 Ti. (o espectro destacado o da
impureza de Fe,Ti).
Foi feita tambm anlise termomagntica desta srie de amostras. com o
uso de um rnagnetrnetro de amostra vibrante, cujo sistema foi visto em detalhes na
o< 1.00 rn rn ...... ;:?j rn Z
--
50 Capitulo 3 - Preparaio e taractemaio da. amostra.
seco 2.5. Par. isso, as amostras foram cortadas em paraleleppedos de 5:2::2 mm. Uma
desta. medidas mostrada na figura 3.5 {a} e apresentamos na figura 3.5 (b) sua
derivada, A temperatura onde a derivada mnima indca a temperatura de Curie da fase
1:12.
(a)
"""'". T QC.tPJU..!''''TI...,.....,... ....
i ......I cai
""h... " ::j ""~... ~
=~
, ... - ,. .. = ... ...~ '_0
(b)
SIGMA .. T
QoJC.II !l,'tU , ... fiDO ____
... ~
~1
::!j,~ 0(1.6"; ~ 4? -f ....... ..,J ' IJ ~
-u~ -~ -~. \~,
~
':1 .
y,.. ... - .. .. .., ... '" '" Figura 3.5 - Magnetizao contra temperatllra e sua derivada da amostra de
(DyO.1Gd.JFeJl TI. mostrando a determinao da temperatura de Curie.
51 Capitulo 3 PreparaAo e caracterizalo d .. amostro
N. figura 3.6 podemos ver que o comportamento da temperatura de
Corie em funo d. concentrao de Dy linear, comprovando que o desvio da razo
nominal R:R' pequeno neslas amostras. Nesta figura, os crculo, so os resullado,
experimentais e a reta o resultado do ajuste.
620~,--------------------------~-:..: '"'" (Dy"Gd1_x)FeU Ti liI::J 600 ~ :;:l u
~580
~ :;:l o
~560 g:; liI::J p...
o~540
520 I I .. I ....._... I I 0,0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
x Figura 3.6 - Temperatura de Curie em funo da concentrao de Dy nos compostos de
(DyPdJ.,)FeJl Ti
3.2.2. Amostras de (Dy,Er,.,lFeuTi =1, 0.85, 0.70, 0.55, 0.40, 0.25, O.
Medimos difrao de raio x dessas amostras e, assim como na srie
anteriort pudemos indexar somente a fase 1: 12. com exceo da amostra de
(Dy.,Er .,lFellTi, onde foram identificadas linhas de TiFe,.
Calculamos parmetros de rede pera algumas dessas amostras e este,
resultados encontrarn~se na tabela 3.5-.
52 Capitulo 3 - Preparao e caracterizao da. amostras
Tabela 3.5 - Parmetros de rede da srie (Dyp,.,)PeJJTi
x
0.85
a (,b C(A) ela 8.506O.005 4.797O.O03 O.564O.OOI
0.70 8.505O.003 4.783O.OO3 O. 562O.00 1
0.55 8.5100.OOS 4.789O.003 O.563O.001
0.40 8,497O.OO4 4.7900.O03 O.564O.OOl
540T'--------------------------. ~ ~
rx:l..... (Dy"Erl_X)Fell Ti5 530 t> u o rx:l
A
o~520 ;:l o :;;; ~ rx:l p.. o::;;510 rx:l E-<
500+1-----,----,----,-----.--~0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
x Figura 3.7 - Temperatura de Curie contra conce1Jtrao de Dy em (Dyp ,)F'f,11.
Atravs da anlise lermomagntica, determinamos Te de quase todas as
amostras. A figura 3.7 mostra o comportamento d. temperatura de Curie em funo da
concentrao de Dy. Novamente. o comportamento linear indica a qualidade na
composio dessas amostras.
53 Captulo 3 - Preparao e caracterizao das amostras
3.2.3- Amostras de (TbJ:GdJ_J:)FenTi t x=l, 0.8, 0.7, 0.6, 0.4
Difratograma de raio x de TbFeuTi pode ser visto na figura 3.8. Foi
indexada a fase 1: 12 e no apareceu nenhuma outra impureza. Os parmetros de rede de
TbFe llTi encontra-se na tabela 3.6.
~
!! N
Tb Fe"Ti
- ,
.... ....
::>, -N- o o~w NO
5 Cf) z - --oW ~ Vi~NI -Z roi'
N
in N N - cn o
o
4J F" ;-(; _ NN _!!- -" --o - N ~ ~ -!!- " !! 1 -;" o ~~ ..~ ~ J.
30 35 40 45 50 55 60
29(GRAUS)
Figura 3.8 - Difratograma de raio x de TbFe1JTi.
Tabela 3.6 - Parmetros de rede da srie (TbxGdJ.)FellTi.
X a (A) C(A) c/a
1 8.54O.OI 4.802O.OO5 O.562O.OOI
0.8 8.55O.OI 4.81OO.OO7 O.563O.OOI
0.7 8.56O.OI 4.808O.OO5 O.562O.OOI
0.6 8.544O.OO8 4.805O.OO5 O.562O.OOI
65
--
Captulo 3 - Preparaiio e CJlracterizaio das amostras !4
Fizemos anlise termomagntica somente d. amostra TbFellTi. Atravs
da medida da magnetizao em funo da temperatura, detenninamos a temperatura de
Curie deste composto
55 Capitulo 3 - Preparao e earacterizalo das amostras
dependente da solubilidade do Si nestes compostos, variando de 335 K (xcO) para
valores acima de 500 K (x>3), Os resultados de espectroscopia MO.bauer, que sero
apresentados no capitulo 4, confirmaram que a presena desta fase magntica pequena
j que o espectro foi ajustado com somente trs stios magnticos de Fc. Atravs das linhas indexadas obtivemos os seguintes parmetros de rede: a=8.4000,002 A, c=4,748
O,QOZ A, Estes resultados concordam com Buschow oi ai, (1992), com a=8.404O,002 A, c=4,748O,002 A,
MOMEHfOAT ."........ ~....""",'-I~ UIIO -;
I I ,
I I I.....
-c
:L , ,m.., ... .., ..,= '" .", ef.4/dT "r OyF.lOSi2 "-NJ.IW~ .. 11/4. ,..... ~
~...;
--1 ,..,",
-0.01 ~ \ ~
J ~
~ ~,l...,. ...,. ...... ..., ..... ~...,. ,... .. .., J...
,
'" '" - .'" Figura 3.1. - Magnetizao em follo da temperatura de DyFe,uS" e sua dervada,
Capitulo 3- Preparao e earacterizao das amostras 56
3.3 - Preparao de amostras orientadas para medidas de
magnetizao e espectroscopia Mssbauer.
Para a orientao magntica das amostras, utilizamos a montagem
esquematizada na figura 3.11. A amostra inicialmente foi pulverizada em gros menores
do que 53 llm e colocados em urna moldura de teflon, misturados em resina epoX}'. fluida
o suficiente para permitir a movimentao dos gros. O endurecimento da resina se
processa temperatura de 70C. Para isso, Osistema dotado de resistncia aquecedora
sobre a base de cobre que sustenta a moldura de teflon. Quando o campo magntico
ligado, a amostra se orienta em uma direo preferenciaJ (no nosso caso, o eixo c da
estrutura tetmgonal). O campo usado foi de 4.5 kOe.
[SJ o O
57 Capitulo 3 - Preparalo e earaelerizaio da. amostra.
Para que haja orientao dos gros necessrio materiais com anisotropia
magntica elevada temperatura de endurecimento da resina
58 Capitulo" - (Dy,R')Fe"Ti (R'=Gd e Er) e DyFo.,8i,
Capitulo 4 - Resultados e Discusso I: (Dy,R')FeIlTi (R'=Gd e Er) e DyFelOSiZ
4.1 - (Dyx Gd1..)FellTi
4.1.1 - DyFellTi
Fizemos medidas de suscetibilidade AC da amostra de DyFellTi, cujo
resultado encontra-se n. figura 4. L Como foi mencionado na seo 1.3.1, h divergncia
de interpretao da curva de suscetibilidade. com alguns autores considerando a
temperatura do mximo da suscetibitidade e outros considerando a do ponto de inflexo
da parte direita do pico como sendo T "'.
Se considerannos o pico. a transio axial-cIca ocorre em 198 K. que
concorda com Hu el ai, 1990 (200 K) e razoavelmente com Garcia oi 01, /993 (187 K),
Para. inflexo da curva, foi obtido 210 K, que se aproxima mais do resultado de 220 K
(Andreev'f a/ 1990), 210 K (Li e/ ai 1988),235 K (Bollch oI 01/989), 218 K (KOll el
(11993), 1.1 --- ---------,
~...., ::> 0.9 ~
u -< 0.7 ~ -< 0.5Q , ::s i-e3 0.3 ~ lZl 0,1 ::> ri)
-0.1 I I I , .....-------.-.-.-.-. . 50 100 150 200 250 300
TEMPERATURA (K)
Figura 4.1- Suscetibildade AC emfun/o da temperalura no composlo de DyFej , -/.
59
Captulo 4 (Dy,R')Fe" Ti (R'=Gd Er) e DyFe,,,si.
Tentamos usar espectroSCpia Mssbauer para elucidar .$Ia questo. Para
isso, preparamos absolVedoreS de DyFeuTi em p na concentrallo de 15 mglcm2,
Medimos espectros Mssbauer para vrias temperaturas em torno da provvel
temperatura de reorientao de spin. Ajustamos os espectros a princpio com trs sidos
de Fe, fixando as intensidades das linhas e tambm a populao dos sitios na proporllo
4:3:4 (Sr, 8~ Sj), uma vez que 1/4 dos stios gi esto ocupados pur Ti (ver seo 1.2).
Para melborannos o ajuste, desdobramos cada subespectro em dois, aumentando para
seis subespectros. Isto pode ser entendido como efeito da ocupao preferencial dos
tomos de Ti, quebrando a equivalncia dos sitios cristalogrficos de Fe. Um ajuste para
T=220 K pode ser visto na figura 4,2, Na prtica, o campo hiperfino de um stio pode ser
calculado como a mdia aritmtica dos dois subespectros correspondentes que o
constituem.
DyFe Ti 11
1.00
0.98 '\O loP:: 00.96 til
~ 0.94
0.921 i I I I I I j t I J -10 -8 -6 -4 -2 O 2 8 10
VELOCIDADE (MM/S) Figura 4.2 EspeclroMssbauer (crculo.) e ajuste (Ji'- cheia) para DyFe"Ti.
60 Capitulo 4 (Dy,R')Fe..Ti (R'=Gd Er) e DyFe,.Si,
Pela figura 4.3, que mostra os campos bipernnos em funo da
temperatura, podemos concluir que no houve uma mudana ntida do campo hpernno
no intervalo de temperatura entre 180 e 240 K que poderia caracterizar uma reorientao
de spin. Nos pareceu que os ajustes no resultaram suficientemente bons para obtermos
parmetros com uma boa preciso para detectarmos a reorientao de spin. Finalmente.
para tentar desvendar esta controvrsi~ resolvemos fazer uma anlise completa no
composto isoestrutural de DyFe"Si" que apresenta espectros Ms,baner mais bem
resolvidos. Este estudo ser apresentado na seo 4.3.
340 -t.!l 330 ~ .......320
O Z310-t:..p;;: 300 JiI;:l -Q.. 290 ::t:: 260
O
Q.. 270
::;!l
61 Capitulo" - (Dy,R')Feu TI (R'=Gd Er) e DyF~.si,
Orientamos magnetiC>lJllente esta amostra conforme o procedimento descrito na seo
3.3, Medidas de magnetizao com IIl11ll0stra fixa perpendicular e paralelo ao C>lJllpO
revelaram anisotropia razovel, mostrando que o alinhamento foi satisltIo (figura 4.4).
Como podemos notar, a anisotropia maior para um campo aplicado entre 4 e 5 kOe.
~120"--------------~==::~p ~
j 100 :5P1 80 ii:
..... 1 t. "4 7 7 .. .~
o' ~ 00
/ o o
O o..: 601.., o t)
~ 40-E-< ~ Z 20 c.!l
~ 8 o I O
t 5
! 10
-~,----< 15 20
H.pl. (kOe)
Figura 4.4 - Magnetizalo em funo do campo aplicado com a amostra disposta com
o eixo de orientao paralelo (circulos cheios) e perpendicular (crculos brancos) ao
campa magm!tico aplicado.
Fizemos medidas das componentes da magnetizao paralela (Mil) e
perpendicular (M.J ao campo magntico de 5 kOe, em funo do ngulo de rotao.
Este campo foi escolldo pois a regio onde a amostra apresenta a maior anisotropia.
Estas medidas foram feitas para vrias temperaturas entre 4.2 a 300 K. Esta tcnica nos
pennite determinar a T.. e o ngnlo a(T) da maguetizao em relao ao eixo c
cistalogrfico. O sistema de medida foi descrito na seo 2.1.
Medidas de Mi I para algumas temperaturas selecionada. podem ser vistas
Da figura 4.5.
62 Captulo 4- (Dy,R')Fe"TI (R'=Gd e Er) e DyF.,,,si,
-'00 .. To=lI2G X e
A fi100 \ \ I Oi (1
c c o I60 ';.!>"I
.0
_00
T=l.&O :a:~
IM
l .. ..V~V'S ~ .. 7.,,'----------------------~
~ -1'=00"
~ ;..
1#~ /'\I" ~~ o ~ "'t ..o.' ,& 'ri. .~o
iNGULD (GR1US)
-"'O 1'=180 I '" i -'" .. ,..-,...
o I .. o[ o
63 Capitulo 4- (D)',R')Fe" Ti (R'=Gd e Er) e DyF.,.si.
A T~220 K, a magnetizao paralela emxima em e~. mostrando que (> eixo de .oeil magnetizao o c. A T=180 K, 140 K, 110 K, vemos o aparecimento de
novos mximos n. curva Mil. Isto uma indicao de que a m.gneticao no est em
uma direo de alta simetria, A distncia entre os mximos corresponde a duas vezes o
ngulo do cone, A T=90 K e 4.2 K, vemos que reaparece a forma anterior, s que os
mximos de Mil aparecem em 9=90, mostrando que a magnetizao est no plano
basaJ. At mesmo quando os mximos so mal resolvidos, devido ao pequeno valor de 9
ou ao alinhamento imperfeito do p~ 9 pode ser visualmente avaliado com preciso de
]0.
A detenninao completa de 9(T) mostrada na figura 4.6. A linha cheia
representa a previso terica de Hu el ai (1990). Notamos discordncia bastante grande
entre as T .. terica e experimental. Atravs destes resultados foram detenninadas as
reorientaes de spin experimentais em 95JO K (cnica-basal) e 22010 K (axial
cnica).
80
Z "" O USO
O
A
O
,.:; 40 :::> Z '" ...:
20
50 100 150 200 TEMPERATURA
Figura 4.6 ~ ngulo cnico emfuno da temperatura para o composto de DyFeJJTi.
00
l-.......!
---1 I _
250 300 (K)
http:DyF.,.si
--
Captulo 4- (Dy,R')FellTi (R'=>Gd e Er) e DyFe,oSi. 64
Fizemos tambm, medidas de suscetibilidade AC d. amostra 2 usando o
suscetmetro 1, que mede desde 4.2 a )00 K (figura 4.7). A temperatura do pico da
suscetibilidade ocorre em ,.220 K, dando-nos uma primeira indicao de que a
temperatura do pico que ocorre a transio de reorientao de spin, Podemos ver que
TRS1~ 220 K para esta amostra superior quela de 198 K, medida na amostra J e que
concordava com medidas de monocristaL O joelho na curva de suscetibilidade em T..,'"
135 K deve ser a transio cone-plano. A maior temperatura desta transio,
determinada pela suscetibilidade, pode ser explicada pelo seu comportamento, sendo de
primeira ordem par. H,.,.>2 kOe e de segunda ordem par. H",:>2 kOe, como nos
mostrou Garcia el ai. (l993). atravs de estudos em monocristal. A figura 4.8 a
reproduo destes resultados.
DyFe li 11
1.2
1 ~ --: ,.li".de 4.2 a 300 K.
65 Captulo .... (Dy,R')FollTi (R'-Gd Er) e DyFe,.Si,
100
DyFe Ti80 . "11'
"[
t:. 1 1 . I ~
V>
" I
Eo t\O : '\S I '" I,,40 *--~-." ~
220 t T TI ..
o o 50 100 150 200 250
T(K)
Figura 4.8 - Dependncia com o campo do eixo de fcil magnetizao (EMD) do
monot:ristal de DyFeJJTi. obtido de medidos de magnetizao em juno da
temperatura: (circulos vazias) ngulo EMD para Hopf:Q kO'. em toda m/ervalo ""
temperalura: (asteriscos) ngulo EMD paro Hapl'>] kOe e Ta]; (tringulo vazios)
segundo eixo de fcil magnelizao (SEMD) para Hapl.>2 kOe; (circulos cheios) ngulo
EMD para Hapl.>lO kOe e SEMD para 2 kOe
-----
66 Capitulo 4- (Dy,R')FellTi (R'=G;:I e Er) e DyFe,.Si,
70~i--~~~--~---'----r-~
- ' 60 DyFe"Ti
-::I
~ 50 .u
~ : 30 HH ::;:
20,
101 ! I ! ! I I O 50 100 150 200 250 300
TEMPERATURA {K}
Figura 4.9 Magnetizao em funo da temperatura da composto DyFe"Ti, com O
eixo c da amostra mantida paralelo ao campo aplicada de 1 kOe.
A tabela 4.l mostra os resultados das TRS detenninadas atravs de
magnetizao angular, suscetibilidade. previses tericas e os dados de rnonocristal
(Garcia et al. 1993).
Tabela 4~1 ~Temperaturas de reoriellialio de spin
TR' (K)(axial-cone) T,,< (K)( cone-plano) 135+5suscetibilidade 220S
Magnetizao
An!!ular
220 10 95 5
MODocristal
(Garcia et a\. 1993)
Previso terica
(Hu et aI. 1990)
187 69
194
, 62
http:DyFe,.Si
67 Capitulo 4- (Dy,R')FeuTi (R'=(;d e Er) e DyF ...Si,
Os valores obtidos da amostra 2 _corclam com os de Andrew el ai.
(1990), Li el ai. (1988) e K01I oI ai. (1993). No ectanto, no se pode negar que os
resultados obtidos em monocnstais, com o mesmo sistema de medida. so mais precisos
e confiveis e, por isso, resolvemos fazer uso do resultado do monocristaI, da transio
cone-plano para a confeco do diagrama de fase magntico.
A principio, as TRS obtidas em palicostais no deveriam diferir das
medidas em monocristaL Todavia, at em distintos monocristais ocorreram diferenas
considerveis entre QS TRS ~o que nos leva a suspeitar que diferenas estequiomtricas
podem ser as causas para tais diferenas. Estudos nos compostos isoestruturais de
RFelOV2 revelaram que pequenas diferenas na concentrao de V alteram a anisotropia
da tiga (pareli oi ai 1991). Por isso, achamos que o Ti tambm pode ter papel
fundamental na anisotropa da Ega e qualquer diferena estequiomtrica pode alterar as
T...
dificil controlar pequenas diferenas na concentrao de Ti, j que na
fuso a arco; fundimos Ti ao lado das matrias primas a serem fundidas (em cadinhos
distintos), para que este reaja primeiro com o oxignio remanescente na campnula do
forno. Desta forma, epossivel que pequenas quantidades de Ti evaporado se depositem na liga fundida, afetando levemente a concentrao de Ti na liga. Outro rato que vem
reforar esta idia foram os distintos valores obtidos das T RS da amostra 1 e 2. Na
amostra 1 usamos a relao sugerida por Neiva, que contm um pouco mais de Dy
(+10'/0 em massa) e Ti (+0.1%) do que a composio estequiomtrica. J a amostra 2 foi
preparada com a composio estequiomtrica., com um pequeno excesso de Dy (+5%).
Esta pequena diferena pode ter provocado uma diferena na composio final.
explicando a diferena de 20 K na transio axial-cnico.
4,1.2 Outros mposto. d. srie (Dy,Gd,.)FellTL
Fizemos medidas de suscetibilidade das ligas de (Dy,Gdl~)FellTi, com
FI, 0.8, 0.6, 0.4, 0.2 (figura 4.10). As primeiras quatro amostras no ,useel6metra 2 por
n. construido e a de x=0.2, no suseel6metm I, que mede desde 4.2 a 300 K.
68 Capitulo 4- (Dy,R')FeuTi (R'..(;d e Er) e DyF.,.Si,
A TRS pode ser identificada como sendo o pico da curva de
suscetibilidade. Conforme podemos observar, o acrscimo de Gd faz decrescer a T RS"
Este efeito j era esperado j que o Gd isotrpico (B~ = O) e portanto a adio de Gd
apenas dilui a anisotropia planar do Dy.
Orientamos magneticamente as amostras de (DYxGdl_x)FellTi, x=0.8,
0.6, DA, 0.2 conforme o procedimento descrito na seo 3.3.
(Dy. Gd,_. )Fe"Ti~ .,: 1.2 ~
xO.2 0.4 0.6 0.8 1::i ~
u 1.0 < u.l 0.8Cl < Cl ..l
0.6 -Cl-I- 0.4 u.l U Vl 02::o Vl
O
I O 50 100 150 200 250 300
TEMPERATURA (K)
Figura 10- Susce/ibilidade AC nos compostos de (DyPdJ.,)FeJ/Ti.
Para verificarmos a qualidade da orientao, medimos a magnetizao
com o campo magntico aplicado paraJelo e perpendicular a direo de orientao das
amostras. O campo mximo fornecido pelo eletrom foi de 20 kOe. Os resultados so
apresentados na figura 4.11, mostrada abaixo.
http:DyF.,.Si
69 Captulo 4- (Dy,R')FellTi (R'=Gd Er) DyFe,.Si,
(a) (b)
IDy.6d 1Ft! 111.2 11 IDy 6d IFe 11 1.1 1.4 11
120 T.388 IC 100 I
I ' 100 ~ ooooooooo~ooo;;;;;;;r&-80 ~ H par. c ~ -,.; I oooooooooocP~,.; zz 80 1[ ( .......~ 60~( ~o o :il I .........,.~
60 o ~ N 1i: g
40 f.1i: 40 ~ / cc :;
J ~
g
2: VH~'.c20 ri O LI __'---_--'--_----''---_...J
O 5 10 15 20 O 5 10 20 H (kOe)
(c)
IDy 6d IFellli .... Ui
1
70 Captulo 4- (Dy,R')FellTi (R'=Gd e Er) e DyFeIOSi,
Como podemos ver, a magnetizao axial entre 170 e 200 K. Em 130 K
cnica. com o ngulo aumentando para temperaturas mais baixas. A T=4.2 K percebe-
se que houve uma perda acentuada da anisotropia, com os dois mximos tomando-se
quase indistinguveis. No entanto, podemos estimar e~60. Uma reorientao com 8=90
parece ser inconsistente com estes dados.
Para nos certificarmos de que a magnetizao no se tomou planar
mesmo a 4.2 K, fizemos medidas da magnetizao em funo de H, com o campo
disposto paralelo ao eixo c da amostra (crculos) e perpendicular (quadrados),
temperatura de 4.2 K~I(~fi~guEra,-,4".-,,14,,),,-._____________,
"........
o-< 120 0 o/"0o o o o
o o o o;::::J o oo oo'-' o o oo o o 'b o o o KO oj 100 T=200 o oo o o oo oI'z;:l o oo o.....:l o o o o
QP 00:9
~ 80
71 Caplulo 4- (Dy,R')F.uTi (R'=Gd tEr) e DyFe Si,
-~ - J ~
..,:s l!~"." ..l 80-1 ."o O"" /;0
o
o o u. fi"" -N ... 40
..,'":z'" '" '" "" '""
0:-.'" , , .~ O fi la 15 20
H.,. (kOe)
Figura 4.14 - Magnetizailo em funlo do compo aplicodo o T~4.2 K. com a amoSlro
de (I)yo.Gd.,JFeJlTi mantida com O eixo c paralelo (circulo) e perpendicular
(quadrado) ao campo aplicado de 1 /cOe.
~6001 (DYo.,Gdo.)FellTi
::> --500 u
73 Capitulo .... (Dy,R')Fe"Ti (R'-Gd. Er) e DyFe,.Si,
o resultado do magnetizao em funo do temperatura, com o eixo c mantido alinhado com o campo aplicado de I kOe mostrado na figura 4.16. N. parte
direita da curva, notamos um patamar qua.. contante que comea em "J60 K. A partir
dai, a magnetizao cai continuamente quando se abaixa a temperatura. j que ocorre a
transio axial-
74 Captulo .... (Dy,R')FellTi (R'=Gd. Er). DyF...si.
120
.( ~
2:s -' ~ 80 '" ;;: O.<
~ [;; 40
~ ::<
T=295 K
'\ "'~ 00 oi Oe
o () o ri'o,! 0 rJl CD ..O (I (I "" 150 K V
../'.\.0 .1:>0 Cb o'~u- (lO' o. ,'"
100 K -~m"""t
4.2 K ~
00 9NGUL6~gRAUS)270 360
Figura 4.17 - Mag11etizao em funo do ngulo de rotalio em (Dyo.fJdQ)Fe}lTi.
para algumas temperaturas selecionadas.
160,,-----------------------, ~
-<
-:;j .f~tJ ,,C ~ ~ # \v~OO T=lOO ]( ';o~lof20 00 l"'~o
'li> " .... fi
I o 80 '.,/ T;70 X V
~ V ,T;30 K V'
~ 40 \ ..~ fSl
c. o ~ o ~ " ,l' o~.. 1'='.2 X 0'1'
90 180 270 360 ~NG:LO (GRAUS)
Figura 4.18 -Magnetizao em fu11o u' ngulo de rotao em (Dyo.,GdQ."IFeJiTi.
para algumas temperaturas selecionadas.
75 Capitulo 4- {Dy,R')FellTi (R'=Gd Er) e DyFe,.,si,
200,-----------------------, ~
< % ~A ::> Q o co , CIo ,~ 0C) o o o
o co o o co o T=150 K" o::i 150 o o ti o ~o V{.1~
p; ~ d o c?" '1:10 00-< o o o o.... o 0 o o
o " o (;I T=60 K o o100 o o o o0 o o o o...: "" .." /""""" V ~ o o o"
o o oi;:: 00% 0 T=40 K 0
~ 50 'v' 'o"",t!I
~, ;] - cDe I) o o o o , o o 'b\"pJ' T=4.2 K ""J
D \lO 180 270 360NGULO (GRAUS)
Figura 4.19 - Magnelizao em funo do ngulo de rolao em {Dyo.2GdaJFeJJ T,
para algumas temperaturas selecionadas,
Nas figuras 4.18 e 4.19 vemos as CUNas de "polar pio!" de
(DyU.4Gdu.)FenTi e (Dy.,Gd,.,)FeIlTi, para algumas temperaturas.
Medindo o ngulo cnico das curvas de "polar plot", podemos construir
as curvas B{T) para toda a srie (figura 4,20l Os crculos negros so os resultados
experimentais e as linhas cheias so os resultados tericos, usando os coeficientes de
campo cristalino deHu el ai (1990).
Na amostra de (DYo.sGdO.2)Feu Ti, a previso terica indica que a
magnetizao permanece cnica a I K Fizemos clculos tericos para sabermos o limite
de concentrao de Dy para o qual ocorre a transio cnico-planar. Descobrimos que
""'" transio s ocorre para concentraes de Dy partir de (Dy, ... Gd".I.)Fe" Ti (linha
!::..cojada). Este resultado confinna que esta amostra est numa regio de concentrao
C" tica para a presena da transio cone-plano.
76 Capitulo 4- (D)',R')Fe"Ti (R'=Gd Er) DyF.,,,si,
r: e60
(Dy",GcIu)Fe"Ti
!!'l ~45~,
I:: ,01 l '6 ,~jj.'3- '$' 330
(Dy",Gd",)Fe"Ti
(Dy...Gdo..)Fe"Ti (Dy..,Gdo..)Fe"Ti
Figura 4.20 - ngu}os cnicos experimemais (circulos cheios) e clculos tericos
(linhas cheias) em juno da lemperalllra 110S compostos de (Dy.Gd},)FellTi, x~O,2,
0.4, 0,6, 0,8,
Os resultados experimentais em (Dy",Gd",,}FellTi concordam com a
previso terica da magnetizao pennanecer cnica em 4.2 K. Todavia o ngulo
estimado para as temperaturas de 10 K e 4,2 K (60) muito superior ao 38 terico e
at mesmo dos 44 de DyFellTi. Podemos argumentar que a anisotropia tomou-se to
baixa que a incerteza experimental aumentou consideravelmente, tomando-se maior do
que os IO" dos outros ngulos, mostrados na figura 4,20. Por outro lado, razovel
supor que, em virtude das flutuaes locais de concentrao, haja regies da amostra
com magnetizao planar e outras com magnetizao cnica,
77 Capitulo 4- (Dy,R')Fel1Ti (R'=Gd e Er) e DyFe."si,
Para as outras concentraes, obtivemos uma concordncia bastante boa
com a previso terica. Outro fato importante. salientar que as T"" deternDadas por
magnetizao angular estlo de acordo com as medidas de suscetibilidade (ver tabela
4.2).
Tabela 4.2 - Resu/lado das TRS da transio cOlle-plollo determilladas por
S/lscetibilidnde AC e magnetizao angular em (IJypdJ~FeJ1Ti.
:x
I
0.8
0.6
T". (K)
suscetibilidade
198 +5'
1665
146 + 5
T", (K)
ma~. an~ular
170 10
150 + 10
004
0.2
115 + 5
695
100 + 10
80 10
'da amostr I
** no foi detenninada para amostra 1 Alguns comentrios so pertinentes sobre os possveis efeitos do campo
magntico aplcado durante os experimentos de magnetizao angular. Intuitivamente,
um campo aplicado paralelo ao eixo c aumenta a estabilidade da magnetizao axial,
reduz