ESTUDO DA PERMEAÇÃO DE HIDROGÊNIO EM...

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ESTUDO DA PERMEAÇÃO DE HIDROGÊNIO EM FERRO Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia de Materiais da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro de Materiais. Orientador: Prof. Oscar Rosa Mattos, D.Sc. Rio de Janeiro Fevereiro 2014

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ESTUDO DA PERMEAÇÃO DE

HIDROGÊNIO EM FERRO

Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia de Materiais da Escola

Politécnica, Universidade Federal do Rio de

Janeiro como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de

Engenheiro de Materiais.

Orientador: Prof. Oscar Rosa Mattos, D.Sc.

Rio de Janeiro

Fevereiro 2014

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ESTUDO DA PERMEAÇÃO DE HIDROGÊNIO EM FERRO

Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO

DE ENGENHARIA DE MATERIAIS DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO DE MATERIAIS

Examinado por:

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

FEVEREIRO DE 2014

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BRASILIENSE, Vitor

Estudo da permeação de Hidrogênio em Ferro/

Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo - Rio de

Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica 2014.

viii, 47 p. .:il; 29,7 cm.

Orientador: Oscar Rosa Mattos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola

Politécnica/ Curso de Engenharia de Materiais,

2014.

Referências Bibliográficas, p.

1.Permeação de Hidrogênio 2.Simulações

Numéricas I. Rosa Mattos, Oscar II.

Universidade Federal do Rio de Janeiro , UFRJ,

Engenharia de Materiais III. Estudo da

Permeação de Hidrogênio em Ferro

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Agradecimentos:

Agradeço a todos os que contribuíram de forma direta e indireta para a realização deste

trabalho.

Agradeço ao Prof. Oscar pela oportunidade de realizar esse projeto e pela confiança em

mim depositada no desenvolvimento desse projeto; ao Prof. Juan Blás pela ajuda na

etapa de laminação das amostras; aos professores Oswaldo Barcia e José Pontes pelas

interessantes discussões sobre o tema.

A toda a equipe do laboratório de corrosão do LNDC, Ediléia, Suzana, Kioshi pela

ajuda no laboratório. Em especial, agradeço à Ana Perez por ter dividido a experiência

sobre permeação comigo, me auxiliando em todo o procedimento experimental.

Aos amigos do curso de Engenharia de Materiais e na UFRJ como um todo, pela

companhia e apoio durante toda a graduação: Fernanda Luz, Rafaela Moraes, Luiza

Müri, Camila Maria, Jonas Caride, Fernando Oliveira.

Agradeço também à minha família, que me apoiou em todos os momentos.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Materiais.

Estudo da Permeação de Hidrogênio em Ferro

Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo

Fevereiro/2014

Orientador: Oscar Rosa Mattos

Curso: Engenharia de Materiais

Neste trabalho foram estudadas as características de permeação ao hidrogênio de

membranas de ferro através do ensaio de permeação em células de Devanathan. Um

modelo numérico foi desenvolvido em ambiente Matlab©

para auxiliar na compreensão

dos fenômenos físicos atuantes. Após estabelecimento do modelo numérico, medidas

físicas foram comparadas com simulações e uma análise crítica da reprodutibilidade do

ensaio foi feita. Em particular, através de análise estatística dos resultados, foi

determinado o grau de precisão do ensaio e de métodos clássicos de medida do

coeficiente de difusão através desse ensaio. Algumas sugestões são feitas para melhorar

a reprodutibilidade do ensaio.

Palavras Chave: Permeação de Hidrogênio, Ferro, Modelo Numérico.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfilment of

the requirements for the degree of Engineer.

STUDY OF HYDROGEN PERMEATION ON IRON

Vitor Brasiliense Eleutherio Araujo

February/2014

Advisor: Oscar Rosa Mattos

Course: Materials Engineering

In this work, some fundamental hydrogen permeation characteristics of iron membranes

were studied through the Devanathan cell permeation experiments. A numeric model

was also developed in Matlab© environment in order to help us understand some of the

underlying physical phenomena. After the establishment of the model, some

experimental results were compared with simulations and the reproducibility of the

experiment was made. In particular, through a careful statistical analysis of the data, the

precision of the experimental method was evaluated. Some suggestions are made in

order to enhance its reproducibility.

Keywords: Hydrogen Permeation, Iron, Numerical simulations.

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SUMÁRIO

Capítulo I – Introdução e Revisão Bibliográfica

I.1 Introdução.....................................................................................................................1

I.2 Revisão Bibliográfica...................................................................................................2

I.2.1 Hidrogênio em Aços......................................................................................2

I.2.2 Tipos de Corrosão Resultantes da influencia do hidrogênio....................2

I.2.3 Difusão e Lei de Fick....................................................................................3

I.2.4 Soluções analíticas da Equação de Difusão...............................................4

a) Na reta....................................................................................................4

b) Caso limitado a domínio finito [0,L]....................................................5

I.2.5 Modelo Oriani...............................................................................................7

I.2.6 Formulação Linear do Problema com Traps..............................................9

I.2.7 Formulação não linear do Problema..........................................................10

Capítulo II – Materiais e Métodos

II.1 Descrição dos Experimentos....................................................................................11

II.2 Mecanismo de Entrada de Hidrogênio no Metal...................................................11

II.3 Mecanismo de Saída / Camada de Ni.....................................................................12

II.4 Grandezas de engenharia..........................................................................................12

II.5 Preparação das Amostras..........................................................................................14

II.5 a ) Curva Recristalização..............................................................................15

II.6 Métodos Numéricos.................................................................................................16

II.6.1 Euler Explícito..............................................................................16

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II.6.2 Euler Implícito/ Cranck- Nicholson...............................................17

II.6.3 Métodos ADI..................................................................................19

Capítulo III Resultados e Discussão

III.1 Validação Modelo Numérico..................................................................................21

III.2 Exploração Modelo Oriani......................................................................................22

III.3 Curvas de Permeação Experimentais.............................................................. ......25

III.4 Medidas Coeficiente de Difusão.............................................................................26

III.5 Estratégia Ajuste das Curvas...................................................................................28

III.6 Descontinuidades e Contornos de Grão..................................................................31

III.7 Origens da baixa reprodutibilidade..........................................................................33

Capítulo IV Conclusões e Perspectivas...........................................................................35

Referências......................................................................................................................36

Anexo I – Análise de Estabilidade do método de Euler explícito (1D)......................39

Anexo II – Programa Matlab©

para tratamento automático dos dados..................43

Anexo III – Estudo da função DL do modelo de Oriani...............................................46

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Capítulo I - Introdução e Revisão Bibliográfica

I.1 Introdução

A permeação de hidrogênio no interior de metais é o fenômeno responsável por diversos

casos de corrosão e precoce perda de propriedades em diversos metais e ligas com

funções estruturais. Os primeiros registros de que hidrogênio poderia ser responsável

por falhas datam de 1875 [1], mas o assunto ganhou importância com o

desenvolvimento de aviões e vasos de alta pressão, onde os requisitos sobre os materiais

aumentou muito e pequenas falhas frequentemente geravam desastres. Especula-se que

a maioria dos desastres aéreos registrados nas décadas de 40 a 50 tivera causas

associadas ao hidrogênio [2].

Além da indústria aeronáutica, muitos outros setores industriais sofrem com o efeito do

hidrogênio em metais. Na indústria petroquímica, por exemplo, a presença de H2S gera

hidrogênio que pode entrar na estrutura danificando-a permanentemente. Em um estudo

realizado em uma refinaria nos Estados Unidos, por exemplo, constatou-se que o

percentual de equipamentos apresentando trincas induzidas por hidrogênio chegava a

25% [3].

Os prejuízos econômicos associados ao hidrogênio são extensos e de difícil estimativa,

o que justifica o interesse em compreender e quantificar o fenômeno. Apesar de intensa

pesquisa sobre o tema, o assunto ainda não é completamente compreendido.

A norma ASTM-STP 543 reúne métodos para teste quanto à susceptibilidade e níveis de

segurança em diversos metais e ligas [4]. Devido à natureza difusiva do fenômeno, os

ensaios possíveis duram muito tempo e muitas vezes não reproduzem com acurácia as

condições de campo. Além disso, o hidrogênio pode interagir com metais e artefatos

metalúrgicos de diversos modos. A falta de uma teoria completa que englobe todos os

casos de difusão não permite que o comportamento do material seja previsto com

exatidão.

Comum a todos os casos de fragilização pelo hidrogênio é o fenômeno da difusão. Por

essa razão, é fundamental entender como o átomo de hidrogênio se difunde dentro do

metal e como interage com defeitos. Na literatura, podem ser encontrados diversos

trabalhos objetivando descrever e classificar a interação de fenômenos metalúrgicos

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(tais como discordâncias, precipitados, etc.) com hidrogênio [5,6,7], além de procurar

explicar a química de superfície que permite a entrada do hidrogênio no aço [3,8].

O objetivo desse trabalho é fazer uma primeira análise da influência do tamanho de

grão na difusão do hidrogênio no ferro. Para isso, utilizamos o ensaio de permeação,

que consiste basicamente em impor eletroquimicamente um gradiente de concentração a

uma membrana metálica e observar a quantidade de hidrogênio afluente. Para uma

melhor compreensão dos ensaios, um método numérico foi desenvolvido para simular o

problema.

I.2 Revisão Bibliográfica

I.2.1 Hidrogênio em Aços

Através de mecanismos diversos, o hidrogênio interage com a maioria dos metais. Em

aços e ligas metálicas, a corrosão por hidrogênio é frequentemente acontece associada à

solicitações mecânicas.

O hidrogênio pode ser gerado de diversos modos. Por exemplo, ele pode ser resultante

de reações químicas entre substâncias do meio (Por exemplo, Fe + 2 NaOH

Na2FeO2+H2), ou associado à presença de impurezas específicas, como o H2S. Em

certos casos, a fragilização pode ocorrer ainda na etapa de produção. Por exemplo

durante a solidificação, se o hidrogênio apresentar alta solubilidade no metal em estado

líquido [9].

As condições de aplicação de proteção catódica, se mal dimensionadas, também podem

criar condições favoráveis à fragilização devido ao hidrogênio. A aplicação de um

potencial muito catódico em certos meios pode levar à produção de H atômico na

superfície.

I.2.2 Tipos de Corrosão resultantes da influencia do hidrogênio

Podem ser divididas, em duas categorias principais: Irreversível e reversível.

No primeiro caso, a estrutura do metal fica danificada permanentemente. É o que ocorre

quando existem fases não metálicas com alta reatividade em relação ao hidrogênio. O

hidrogênio reage com essas fases, gerando produtos gasosos que geram altas pressões e

causam dilatação local do metal. Isso gera formação de vazios internos susceptíveis à

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nucleação de trincas, além de atuarem como concentradores de tensões [9].

Frequentemente a formação de bolhas ocorre, denunciando empolamento pelo

hidrogênio. Nesse caso, as pressões internas atingem um patamar tamanho que a

estrutura pode colapsar mesmo sem a ação de tensões externas. É o fenômeno

conhecido como fratura induzida por hidrogênio (ou HIC, na sigla em inglês)[9].

A fragilização irreversível também pode ocorrer devido à formação de hidretos cujo

volume molar seja muito diferente do volume molar do metal. Nesse caso, também são

geradas tensões internas capazes de danificar irreversivelmente a estrutura [9].

Na categoria de fragilização reversível, temos a corrosão sob tensão fraturante induzida

por hidrogênio (HISC), que ocorre quando cargas estáticas são aplicadas durante tempos

longos em ambiente com presença de hidrogênio. Os mecanismos exatos ainda são alvo

de discussão na literatura, mas especula-se que a fragilização seja resultado da

interferência do hidrogênio com o movimento de discordâncias, levando à fratura frágil.

Esse tipo de falha é muito perigosa, pois ocorre sob cargas estáticas baixas, e sem dano

aparente até o momento da fratura [9].

I.2.3 Difusão e Lei de Fick

A difusão de uma espécie química em outra é um fenômeno estatístico que na escala da

mecânica do contínuo é descrita por uma equação a derivadas parciais. Sua formulação

matemática data do fim do século XVII e início do século XIX, com contribuições de

Fourier (1822), Fick (1855) e Einstein (1905). A difusão é um fenômeno estatístico

observado em larga escala e descreve como o sistema evolui para reduzir seu potencial

químico.

No caso do hidrogênio no ferro, os átomos de H são muito menores que os da rede e

portanto se difundem na rede de Fe intersticialmente. Podemos assim considerar que as

espécies da rede têm um potencial químico constante enquanto que as impurezas (H) se

difundem.

Em um contexto de mecânica do contínuo, a difusão de uma espécie química em outra

pode ser modelizada pelas leis de Fick.

A lei de Fick descreve a relação entre o coeficiente de difusão (D) e o fluxo difusivo :

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( )

Conciliando o resultado de com conservação de massa, obtemos a equação de difusão.

Ela descreve a variação da concentração de uma determinada espécie em função do

tempo a partir do coeficiente de difusão.

Em presença de uma fonte ou sumidouro de calor, adicionamos um termo extra na

forma de uma função f ao lado direito da equação, levando em conta esse aporte de

matéria. A função f pode descrever, por exemplo, a cinética química do processo.

I.2.4 Soluções analíticas da Equação de Difusão

a) Na Reta

Em um espaço não limitado, a equação pode ser resolvida a partir de uma condição

inicial u(x,0) = phi(x). Computa-se a solução fundamental com a ajuda de uma

transformada de Fourier, obtendo-se assim a solução sob forma de um produto de

convolução:

( ) ∫ ( ) ( )

Com G sendo a solução fundamental (ou função de Green):

( )

Em presença de um termo fonte, podemos resolver o problema dividindo-o em dois

problemas (utilizando o princípio de superposição):

( )

A = {

( ) ( )

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B = {

( )

( )

Substituindo a função f em B por uma condição inicial, temos:

B2 = {

( ) ( )

Cuja solução é:

( ) ∫ ( ) ( )

Integrando a solução para todo menor que t, obtemos u(t) no problema B (princípio

de Duhamel[10]):

( ) ∫ ( )

Assim, utilizando o principio de superposição, a solução do problema inicial fica:

( ) ∫ ( ) ( )

∫ ∫ ( ( ) ( )

)

b) Caso limitado a um domínio finito [0,L]

Em um domínio limitado, podemos resolver a equação de difusão sem fontes através do

método de separação de variáveis. Para que a solução seja única, é necessário conhecer

as condições de contorno [11]. Se por exemplo temos uma condição de contorno sobre a

derivada (condição de contorno de Neumann) em uma extremidade e uma condição

sobre o valor da função na outra extremidade (condição de contorno de Dirichlet). Então

supomos que a solução possa ser exprimida como um produto de uma função espacial e

uma função temporal. Ficamos assim com o seguinte problema:

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

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Supomos ainda condições de contorno homogêneas, por simplicidade (a solução de

problemas não homogêneos decorre facilmente do princípio de superposição, devido à

linearidade da equação):

( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( )

Como essas condições são válidas para todo t, temos:

( )

( )

Reinjetando a solução na equação obtemos:

( ) ( ) ( ) ( )

( )

( )

( )

( )

- Caso 1:

( ) ( )

( )

( ) ⇒

( ) ( ) ⇒ ( )

- Caso 2:

( )

( )

( )

( ) ( )

- Caso 3:

( )

( )

⇒ ( )

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( ) ( ) ⇒ ( ) ( ) ( )

( )

( ) ( )

O que implica:

( )

Ou

(

)

Temos assim infinitas soluções (uma para cada autovalor k). Para satisfazer à condição

inicial, nos apoiamos no princípio de superposição para expressar a solução final como

uma soma infinita de soluções . Em t=0, temos:

( ) ( ) ( ) ∑ ( )

Exprimindo a condição inicial em forma de série de Fourier, determinamos os

coeficientes resolvendo o problema.

I.2.5 Modelo Oriani

Para levar em conta os efeitos do aprisionamento de hidrogênio na estrutura, alguns

modelos foram propostos na literatura. O modelo desenvolvido por ORIANI [12] em

seu artigo de 1970 é baseado no de MACNABB E FOSTER[13] com uma hipótese

suplementar de que o equilíbrio entre os sítios livres e os de aprisionamento. Ele foi

escolhido para comparação devido ao fato de ser o mais frequentemente utilizado na

literatura [14,15].

Nesse modelo, considera-se que o a lei de Fick é valida para os átomos de hidrogênio na

rede e que a difusão é fundamentalmente unidimensional:

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Onde o índice L faz referência propriedades da rede. Desse modo indica o

coeficiente de difusão na rede do aço, em ausência de defeitos (podemos aproximar esse

valor pelo coeficiente de difusão de um monocristal). Nosso objetivo é determinar a

relação entre o D medido ou aparente ( ) que leve em consideração os sítios de

aprisionamento:

Onde denota a concentração de H aprisionado. Desenvolvendo a expressão acima:

( )

Para extrair

como fator de

, fazemos a suposição de equilíbrio local, isto é, a

razão entre a atividade das espécies livres e aprisionadas é constante:

Se exprimimos as atividades em função da fração de ocupação de sítios livres e

armadilhas (isto é, qual a porcentagem de sítios ocupados):

Além disso, mesmo à concentrações próximas à saturação, temos que a quantidade de

sítios de Hidrogênio ocupada é muito inferior à unidade. Assim, podemos expressar K

como:

( )

Se designam, respectivamente, o número total de sítios tipo armadilha e tipo

livre por unidade de volume, então podemos escrever as seguintes relações entre as

concentrações :

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9

( )

Exprimindo como uma função explícita de e derivando, obtemos a seguinte

relação:

[

( ) ]

Assim, podemos exprimir o coeficiente de difusão na rede cristalina em função do

coeficiente de difusão aparente por:

(

( ) )

Embora os cálculos aqui apresentados sejam feitos em uma dimensão, eles continuam

válidos para dimensões maiores.

I.2.6 Formulação Linear do Problema com Traps

Nosso problema consiste em modelar um problema de difusão que leve em

consideração o efeito dos traps de hidrogênio. Uma primeira aproximação para o

problema seria descrever o aprisionamento de H como uma reação química na qual o H

se transforma em uma espécie que não se difunde com velocidade p+

e se desprende

com velocidade p- .

O que nos leva a um sistema de equações diferenciais de reação-difusão acopladas:

( )

Essa escolha de cinética química para descrição do problema constitui uma primeira

aproximação para o problema. Com a sofisticação do modelo, cinéticas não lineares

podem ser adicionadas.

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I.2.7 Formulação Não Linear do Problema

Utilizando o modelo de Oriani descrito acima, podemos formular o problema como um

problema de difusão clássico sem fontes ou sumidouros de matéria, mas com o

coeficiente de difusão dependente da posição no espaço e da concentração:

(

( ) )

Onde pode ser determinado a partir da definição de K, resolvendo-se uma equação de

segundo grau e tomando a única raiz positiva. Obtém-se:

(

)

√(

)

O que nos permite completar a equação da difusão, com um termo não linear f( )

( )

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Capítulo II – Materiais e Métodos

II.1 Descrição dos experimentos

Como mencionado anteriormente, a técnica de permeação de hidrogênio consiste em

impor um gradiente de concentração de hidrogênio entre duas faces de uma membrana

metálica. Isso é realizado em uma célula formada por dois compartimentos (às vezes

conhecida como célula de Devanathan[16]). No primeiro compartimento o hidrogênio é

gerado sobre uma superfície da membrana, devido à aplicação de potencial. No

segundo, o hidrogênio afluente do outro lado da membrana é oxidado, através da

aplicação de um potencial adequado. Em ambos os compartimentos, são usados

eletrodos de platina como contra eletrodos e eletrodos de referencia de sulfato (reação

do sulfato aqui). A figura 1 sintetiza essa descrição:

Figura 1: Célula de permeação de Devanathan [3].

II.2 Mecanismo de entrada do Hidrogênio no metal

No compartimento de geração, aplica-se um potencial catódico, reduzindo íons H+ em

solução. Essa espécie reduzida entra no metal devido à ausência de hidrogênio no

interior da membrana (gerando um gradiente de potencial químico). Utilizou-se como

eletrólito NaOH 0.1 M com pH controlado.

Dois modelos reacionais principais existem. No primeiro, o hidrogênio adsorvido

difunde diretamente para dentro da membrana [17].

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No segundo, uma espécie absorvida se forma a partir da adsorvida, e somente então se

difunde [18].

A geração pode ser feita com controle potentiostático ou galvanostático. Cada um

desses modos impõe condições de contorno diferentes ao problema e modifica a análise

dos resultados, como será precisado mais a frente. Para evitar a recombinação de

hidrogênio atômico, são adicionados compostos de Arsênico (em baixas concentrações),

que atuam como inibidor da formação de hidrogênio molecular[9].

II.3 Mecanismos de saída / Camada de Ni

No compartimento de detecção, aplica-se um potencial suficientemente anódico para

oxidar todo o Hidrogênio afuente. O objetivo é forçar que a concentração na saída seja

nula, tornando conhecidas, portanto, as condições de contorno do problema. No entanto,

uma parcela dos átomos de hidrogênio se recombina em hidrogênio molecular. Essa

parcela não é medida e prejudica a medida de permeação [19].

Esse problema pode ser evitado com a eletrodeposição de uma camada de Ni [20] ou Pd

[19]. Pois estes inibem a formação de moléculas de hidrogênio, causando a oxidação

completa de todo o fluxo de H afluente.

II.4 Grandezas de Engenharia

Da curva de permeação, é comum computar três parâmetros que descrevem a

susceptibilidade do material considerado à fragilização por hidrogênio. Convém lembrar

que se tratam de parâmetros médios, e portanto só descrevem o material de um ponto de

vista macroscópico (logo o nome, grandezas de engenharia).

Permeabilidade : é definido como a quantidade de hidrogênio afluente na saída

da membrana por unidade de tempo, por unidade de espessura da membrana. No

caso de inserção gasosa de hidrogênio, pode ser obtido através da curva ilim vs.

(pH2)0.5

, de acordo com a lei de Sieverts. Se relaciona com o coeficiente de

difusão através da seguinte relação [21]:

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Onde K é a constante de Sieverts e V o volume molar do metal.

Difusibilidade: é a grandeza medida pelo coeficiente de difusão. Pode ser

medido de muitas formas, dependendo do setup experimental utilizado.

o Método Time Lag

Esse método é baseado no estabelecimento de um estado estacionário.

Tomamos a curva integrada em relação ao tempo, isto é:

( ) ∫ ( )

Quando o estado estacionário é atingido, ( ) torna-se uma reta em

relação ao tempo. A interseção dessa reta com o eixo x, ttimelag , é então

utilizada para determinar o coeficiente de difusão, através da expressão

(válida para geração galvanostática de hidrogênio) [21]:

o Método Break Through

Nesse caso, procura-se o ponto de inflexão da curva de permeação, ou

seja, o ponto onde:

Ou onde a primeira derivada atinge valores máximos. A partir daí,

extrapola-se a reta tangente nesse ponto para encontrar o tbreakthrough , que

é usado para calcular o coeficiente de difusão a partir da formula(válida

para geração galvanostática de hidrogênio) [21]:

A utilização desses métodos é ilustrada na figura 2 abaixo [21]:

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14

Figura 2: Obtenção dos tempos de break through e time lag [21]

Solubilidade: É uma medida da capacidade da membrana a reter hidrogênio e

pode ser estimada a partir dos valores da permeabilidade (P) e do coeficiente de

difusão(D), através da relação:

II.5 Preparação das Amostras

As amostras foram preparadas a partir de um bastão trefilado (diâmetro de 7 mm) de

ferro 99,95% adquirido de Goodfellow. A primeira etapa consistiu em um tratamento

térmico de recristalização (a temperatura de recristalização foi obtida segundo

metodologia descrita na próxima sessão), seguida de laminação até a espessura de 0.5 –

1 mm.

Ao final dessa etapa, as chapas apresentavam a microestrutura apresentada na figura 3

(B). Em seguida, realiza-se um novo tratamento térmico para recristalizar a amostra,

obtendo-se uma microestrutura constituída de grãos de tamanho equiparável mostrada

na figura 3 (A).

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15

Figura 3: (A) Micrografia após a laminação e tratamento térmico. (B) Amostra após

laminação e antes do tratamento térmico de recristalização.

Finalmente, um lado das chapas foi polido até lixa #600 e uma camada de Ni é

eletrodepositada (segundo metodologia desenvolvida por [20]). No outro, lixa-se a

amostra até lixa #1500. Um contato elétrico é soldado.

II.5.a Curva Recristalização

Para permitir a laminação das amostras de aço, foi necessário determinar a temperatura

de recristalização do Ferro. Para tal, diversas amostras foram aquecidas até diversas

temperaturas por uma hora e em seguida resfriadas à temperatura ambiente no ar. A

dureza foi então medida.

Figura 4: Dureza observada após tratamento térmico de recozimento por uma hora

A queda brusca observada próximo à 550o

C corresponde à recristalização dos grãos, o

que é corroborado por observações da microestrutura, vide figura.

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16

II.6 Métodos Numéricos

As equações propostas para a descrição da permeação não possuem em geral solução

analítica simples, portanto empregamos métodos numéricos para resolvê-la. Foram

utilizados métodos de diferenças finitas devido à simplicidade de implementação.

A dificuldade principal no desenvolvimento de um método adequado foi levar em conta

a presença de contornos de grão. O processo de difusão global acontece numa escala

algumas ordens de grandeza superior às dimensões de contornos de grão, assim é

necessário que haja resolução suficiente para inclui-lo. Nas seções seguintes, são

detalhados alguns dos métodos usados e as dificuldades encontradas em cada um deles.

Optamos por modelos em duas dimensões devido à topologia gerada pelos contornos de

grão. Isto é, em 2D o fluxo difusivo pode contornar o grão caso seja favorável (o que

não é possível em 1D).

Comum a todos os métodos é a discretização do espaço e tempo. A relação entre o

tamanho dos passos espaciais e do tempo, além da escolha do método acarretam

consequências na estabilidade e precisão dos resultados, como será visto nas seguintes

seções. Adotamos, por simplicidade o mesmo tamanho de passo nas direções x e y.

II.6.1 Euler Explícito

É o método numérico mais simples para resolver um sistema de forma

( )

Consiste em aproximar a derivada em relação ao tempo por uma diferença dos valores

da função em t e t+1. A função F é calculada em t, gerando assim um sistema de

equações facilmente exprimível em forma matricial. Cada iteração que faz passar de um

tempo t a t+1 corresponderia a uma multiplicação por um operador matricial

diretamente calculado (sem necessidade de inverter matriz alguma).

Para a formulação linear do nosso problema, isso corresponderia ao seguinte esquema:

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17

(

)

(

)

Uma análise de estabilidade (ver Anexo I), no entanto, impõe a seguinte condição para o

passo no tempo (condição CLF):

Isso nos obriga fazer muitas iterações para computar o fluxo em um dado espaço de

tempo. Essa restrição faz com que o método fique excessivamente caro, e não aplicável

para nosso caso.

II.6.2 Euler Implícito/Cranck Nicholson

Uma alternativa viável nesse caso pode ser calcular o valor de F no tempo t+1 ao invés

de t. Pode-se mostrar que o método é nesse caso incondicionalmente estável,

eliminando assim a restrição a .

Tal mudança nos obriga a reformular o problema matricialmente, reduzindo assim a

busca pelo inverso de um operador à um problema de inversão de matrizes:

(

)

(

)

(

)

(

)

(

)

Tomando e definindo

temos:

(

) (

)

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18

Para evitar a criação de operadores representados por tensores de ordem superior a dois,

utilizamos uma indexação diferente para as matrizes , correspondente à contar os

elementos linha por linha, começando pelo elemento (0,0). Com isso, transformamos

matrizes NxN em vetores de dimensão N².

Por exemplo,

[

] → [ ]

Com isso, o operador laplaciano pode ser representado por uma matriz esparsa de

estrutura semelhante à mostrada abaixo:

Figura 5: Estrutura do operador diferenças finitas 2D.

Matrizes são facilmente invertíveis. Utilizando a biblioteca de Matlab para matrizes

esparsas [22], essa inversão precisa de um número de operações proporcional ao

número de colunas da matriz vezes a quantidade de diagonais. No nosso caso a matriz

tem N² colunas, com N diagonais engendradas por diagonais nulas. Desse modo, um

total de N4

operações é necessário.

Representando o operador diferenças finitas 2D por :

( )

Isso permite cálculo rápido de cada iteração. Esse método apresenta convergência de

primeira ordem em relação ao espaço. Isso pode ser facilmente melhorado utilizando-se

um esquema ligeiramente diferente, chamado de Cranck-Nicholson, que apresenta

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19

convergência de segunda ordem:

(

) (

)

A limitação dessa metodologia é devido ao tamanho das matrizes envolvidas (N² x N²).

Rapidamente (N da ordem de 100) alcançam-se os limites de operação de qualquer

computador, devido ao fator quatro no expoente.

II.6.3 Métodos ADI

Uma estratégia muito útil para evitar a utilização de matrizes grandes foi desenvolvida

na década de 50 por PEACEMENT, RACHFORD e DOUGLAS [23]. Ela consiste em

dividir o operador computacionalmente caro em diversas operações e executar cada

parte do operador em iterações intermediárias.

No problema da permeação, o operador laplaciano foi dividido em relação a cada

variável. Na primeira semi-iteração, computa-se a derivada em relação em y

explicitamente e a em relação a x implicitamente, no segundo, computa-se ao inverso:

derivada x explícita e derivada y implícita. Obtém-se assim o seguinte esquema:

(

)

Onde

denotam os operadores diferenças finitas em relação à x e y

respectivamente.

Esse método apresenta a vantagem de utilizar apenas operadores diferenças finitas 1D,

logo podemos aplica-los linha por linha/ coluna por coluna na matriz u, dessa forma

evitando o uso de matrizes N4. Além disso, o método é significantemente mais rápido

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20

relativamente ao método de Euler Implícito. A título de exemplo, a tabela 1 mostra

comparativamente o tempo gasto em uma iteração utilizando os dois métodos.

Crank Nicholson (ms) ADI (ms)

20 x 20 1 0.2

50 x 50 5 1

100 x 100 - 5

Tabela 1: Tempo de cálculo de uma interação para os métodos de Euler implícito e

ADI.

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21

Capítulo III – Resultados e Discussão

III.1 Validação do modelo numérico

Para a validação do modelo, realizamos simulações com diferentes tamanhos de malha e

passos no tempo. Na figura 6 abaixo podemos verificar os resultados do perfil

estacionário para diferentes tamanhos de malha. Na figura 7, são apresentadas as curvas

de permeação obtidas através da simulação de um problema sem aprisionamento com

diferentes tamanhos de malha. Resultados semelhantes foram obtidos ao incluirmos o

aprisionamento.

Figura 6: Perfis estacionários simulados com diversos tamanhos de malha

Figura 7: Curva de Permeação simulada com diversos tamanhos de malha.

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22

As diferenças observadas são pequenas, dentro da precisão do método utilizado.

Conclui-se, portanto, que o modelo é robusto em relação ao tamanho dos passos

espacial e temporal. Para as simulações subsequentes, trabalharemos com malhas de

100 x 100 pontos, pois elas apresentam bom compromisso entre tempo de cálculo e

tamanho da malha.

III.2 Exploração do Modelo de Oriani

O modelo de Oriani modifica o coeficiente de difusão através das seguintes formulas,

deduzidas no capítulo II:

(

( ) )

(

)

√(

)

Existem, portanto três parâmetros a serem estimados: , Uma análise mais

detalhada da fórmula revela que variar de modo proporcional não altera os

resultados. Deste modo, apenas

importa e ficamos com apenas dois parâmetros para

estimar:

e

O parâmetro representa pode ser estimado facilmente a partir da estrutura CCC ferro

e do tamanho do seu parâmetro de rede. A estrutura CCC possui seis interstícios

octaédricos por célula unitária e doze interstícios tetraédricos. Os interstícios

tetraédricos, no entanto, são acessíveis a partir dos octaédricos, dado o tamanho dos

átomos de hidrogênio. Desse modo, consideraremos que existem seis interstícios por

célula unitária de Fe.

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23

Figura 8: interstícios na estrutura CCC [24]

O parâmetro de rede do ferro é estimado em 286 pm [25]. Assim temos seis defeitos por

286 pm³, ou aproximadamente 4 000 000 mol/m³.

Com fixo, variamos K e de maneira logarítmica, obtendo os resultados

apresentados nas figuras 7 e 8 .

Com

e K < 0.1, não há nenhuma mudança significativa na curva de

permeação, como pode ser verificado na figura 8. Esse resultado era esperado, uma vez

que nessas condições, sempre pode ser desprezado face à

.

Figura 9: Variação de Nx para (A)K=0.001 (B)K=0.01 (C)K =0.1 e Comparação entre

os diferentes K’s para Nx = . Para baixos valores de relativamente à

não há diferença significativa entre as curvas de permeação (as curvas se sobrepõem

completamente).

Aumentando ainda mais os valores de e K, começamos a perceber o efeito das

armadilhas de hidrogênio sobre a curva de permeação final. A figura 10(A) mostra o

efeito de aumentar o parâmetro K com = . Na figura 10(B), K é mantido fixo

(=1000) e varia-se . Além disso, também aparece na figura 10(B) a curva obtida com

K = 100 e =40000 (em azul), que se sobrepõe perfeitamente à curva K = 1000 =

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24

4000 (em amarelo). Resultados semelhantes foram obtidos se mantivermos o produto K

fixo, sugerindo que a curva de permeação é função apenas da razão

.

Figura 10 : (A) Variação da curva de permeação com K ( = ) e (B) Variação

da curva de permeação com Nx (K =1000)

Em seguida, foi verificado como o valor absoluto da concentração afetava a curva final.

Para tal foram traçadas as curvas simuladas com diferentes valores de fluxo, para Nx =

40000, 10000 e zero (caso sem armadilhas de hidrogênio). O resultado pode ser visto na

figura 11.

Figura 11: Influência do fluxo sobre a curva de permeação normalizada pela corrente

em tempo infinito ( ) K =100.

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25

Esse resultado é uma expressão da não linearidade do sistema, introduzida pela

dependência do coeficiente de difusão aparente com a concentração. Dessa forma, uma

mudança da escala da experiência pode modificar o formato da curva de permeação.

Esse fato pode ser utilizado em nosso favor para fazer o fit de uma curva experimental:

O fluxo pode ser determinado a partir do valor de , medido facilmente. Em seguida,

normalizando-se a curva, pode-se ajustar o valor de Nx e K para minimizar a diferença

entre as curvas experimental e simulada. No entanto, Nx e K modificam o valor de D na

saída, modificando portanto a curva de permeação.

III.3 Curvas de permeação experimentais

As curvas de permeação experimentais obtidas para amostras recozidas estão

relacionadas na figura 12. Pode-se notar que o experimento sofre com flutuações nas

condições experimentais, inerentes à sua forma de preparo. Com isso, não tem alta

reprodutibilidade do experimento é reduzida, podendo-se tirar apenas conclusões sobre

os coeficientes de difusão a menos de uma ordem de grandeza(esse assunto será alvo de

discussão em uma seção futura).

Figura 12: Curvas de Permeação Experimentais

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26

III.4 Medidas do Coeficiente de difusão

Os coeficientes de difusão foram então calculados seguindo os métodos clássicos

descritos no primeiro capítulo (‘break through’ e ‘time lag’). A determinação desses

coeficientes envolve o cálculo da derivada e integral da curva. Para facilitar essas

operações, um programa foi escrito em linguagem Matlab©

, apresentado na íntegra e

descrito no anexo II.

Como todas as amostras vêm do mesmo material e sofreram o mesmo tratamento

térmico, elas representam diferentes medidas do coeficiente de difusão. Podemos assim

estimar a incerteza sobre essa medida. Além disso, podemos testar se o método é

robusto em relação à reprodutibilidade experimental.

Embora automatizado, o procedimento ainda está sujeito à atuação do o usuário, que

determina, por exemplo, o regime de linearidade no método de time lag. Assim, ele fica

sujeito a incertezas de medida.

O método de Análise de variância (ANOVA) foi utilizado para separar a influência

experimental e a do cálculo do coeficiente de difusão. Nos gráficos a seguir,

apresentamos os coeficientes de difusão medidos em cada uma das curvas de

permeação. As barras de erro individuais dizem respeito à incerteza introduzida devido

ao cálculo do coeficiente de difusão.

Gráfico 1: Valores medidos para o coeficiente de difusão utilizando o método ‘break

through’.

LAM01_P1; 1,644

LAM01_P2; 1,006

LAM02_P1; 2,408

LAM02_P2; 5,695

LAM03; 1,227

LAM01_P1

LAM01_P2

LAM02_P1

LAM02_P2

LAM03

Coeficiente de Difusão (10-11 m²/s) Método Break Through

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27

Gráfico 2: Medidas do Coeficiente de Difusão utilizando o método time lag.

Como todas as curvas de permeação foram obtidas a partir de amostras do mesmo

material na mesma condição metalúrgica, podemos também calcular a incerteza sobre a

medida global do coeficiente de difusão, levando em conta o procedimento

experimental.

Gráfico 3: Medida do coeficiente de difusão, as barras de erro indicam a

variabilidade da medida de uma curva à outra.

Os valores obtidos são compatíveis com os encontrados na literatura [24,26,27], entre

0.8 10-11

e 10 10-11

m²/s.

LAM01_P1; 5,735

LAM01_P2; 4,35

LAM02_P1; 8,02

LAM02_P2; 4,828

LAM03; 1,022

1

2

3

4

5

Coeficiente de Difusão (10-11 m²/s) Método Time Lag

Break Through 2,396

Time Lag 4,791

Coeficiente de Difusão (10-11 m²/s)

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28

É interessante notar que o método time lag computa coeficientes de difusão

sistematicamente maiores que o método break through.

Também é interessante observar que, se medidos das presentes formas, não há diferença

significante entre o coeficiente de difusão de uma amostra na primeira ou na segunda

permeação.

Simulações utilizando o modelo descrito acima indicam variações de coeficiente de

difusão muito inferiores às incertezas experimentais. Dessa forma, para monitorar um

efeito sutil como o dos contornos de grão é necessário melhorar o aspecto experimental

da técnica, reduzindo, portanto a incerteza. Outra opção seria trabalhar com uma

densidades de defeitos suficiente para alterar o coeficiente de difusão em mais de uma

ordem de grandeza. Um rápido cálculo, tomando uma concentração média de H da

ordem de 0.1 molar, mostra que para reduzir D de uma ordem de grandeza, Nx deve

respeitar a relação:

O que representaria uma concentração de defeitos muito alta, dificilmente obtida

experimentalmente.

III.5 Estratégia para o ajuste das curvas.

A primeira etapa da determinação dos parâmetros é a determinação de uma

aproximação em primeira ordem da razão fluxo/D, pois ela pode ser determinada a

partir do estado estacionário, para o caso sem aprisionamento de H. Isso é decorrente do

fato que, caso

, a equação de difusão se reduz à equação de Laplace,

independente do coeficiente de difusão. Nas condições do problema, a solução final é

um plano de inclinação igual à derivada imposta em x = 0. Logo, o único parâmetro que

importa para obtenção do perfil adimensional de concentrações é a derivada em x = 0,

que é obtida por:

|

|

Na saída da amostra, a corrente de permeação é obtida a partir do fluxo em x=L. Assim,

a corrente limite é proporcional à:

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No caso sem armadilhas de hidrogênio, D é uma constante logo somente o fluxo

importa para obtenção de . Em um caso com armadilhas, D é diferente na entrada e

na saída da membrana, modificando assim o valor da corrente de permeação obtido.

A função que modifica o coeficiente de difusão é limitada e recebe valores entre 0 e 1

somente (resultado apresentado no anexo 3), assim, o coeficiente de difusão sofre

apenas pequenas variações.

Ajusta-se primeiro, portanto, o coeficiente de difusão para o caso sem traps, que deve

ser similar ao coeficiente de difusão obtido através dos métodos clássicos de análise da

curva de permeação (break-through time-lag).

Em seguida, ajusta-se o fluxo e o valor de

para melhor adaptar o formato da curva.

Esse procedimento foi realizado fazendo ajustes alternados de Nx e do fluxo, para

valores fixos de K e NL.

Figura 13: Fit da curva de permeação (Amostra LAM03) com traps. D0 = 1.74 10-11

m²/s fluxo = 8.5 10-6

mol/m²s, Nx = 400 mol/m³, K=100, NL = 4 106 mol/m³

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Figura 14: Fit da curva de permeação (Amostra LAM01) com traps. D0 = 5 10-11

m²/s

fluxo = 2.2 10-6

mol/m²s Nx = 1000 mol/m³, K=200, NL = 4 106 mol/m³

Dois exemplos de fit de curvas experimentais são apresentados nas figuras 13 e 14

acima.

Pode ser observado na figura 13. que a concordância entre o modelo e experimento é

ótima nos primeiros instantes da curva. Em seguida, a curva de simulação apresenta

corrente superior à curva experimental até que elas voltam a entrar em acordo no estado

estacionário. Isso é atribuído a reações que consumam elétrons na superfície de saída do

hidrogênio, formando um filme, por exemplo. Por essa razão, os valores de coeficiente

de difusão obtidos através do método ‘break through’ são em geral muito perturbados e

apresentam em geral menor concordância com os resultados de simulação que as

medidas obtidas através do método ‘time lag’ (que coloca em valor o tempo necessário

para estabelecimento do estado estacionário).

O ajuste das curvas revelou valores de Nx baixos, o que era esperado, uma vez que todas

as amostras foram recristalizadas. Isso implica também que nenhuma das curvas

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31

apresenta um comportamento não linear muito forte. Como resultado, a escolha de

parâmetros que melhor descrevem não é única, assim como também a escolha do

modelo não o é.

III.6 Descontinuidades e Contornos de Grão

Uma outra maneira de levar em conta heterogeneidades metalúrgicas no ensaio de

permeação consiste a levar em conta o efeito dos contornos de grão. Uma forma de

fazer isso é considerar que, devido à alta densidade de defeitos, os contornos de grão

são uma região fundamentalmente diferente do interior dos grãos. Assim, podemos

atribuir a essas regiões valores de coeficiente de difusão diferentes.

Isso pode ser feito através da binarização de uma micrografia. Desse modo, a

distribuição de tamanhos de grão também é levada em consideração. Uma geometria

obtida a partir de uma microestrutura real é apresentada na figura 15.

Figura 15: Efeito do tratamento de binarização sobre uma micrografia. A geometria

binarizada é utilizada para definir a posição de contornos de grão.

A introdução de descontinuidades pode no entanto levar à perturbações no método

numérico, que perde garantias de estabilidade e convergência. Alguns testes foram

feitos para analisar até que ponto essas descontinuidades geram instabilidades no

modelo. Para isso, foi gerada uma geometria que mantém constantes a razão de áreas

entre as diferentes regiões mas modifica a quantidade de descontinuidades. Os

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32

resultados são apresentados nas figuras 16 e 17 a seguir, e não mostram qualquer

evidência de instabilidades.

Figura 16: Perfil estacionário para diferentes quantidades de descontinuidades na

direção x.

Figura 17: Resultado semelhante obtido para descontinuidades na direção y.

No entanto, descontinuidades podem introduzir resultados inesperados e não

completamente compreendidos, como evidenciado na figura abaixo.

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33

Figura 18: Perfil de concentrações obtido utilizando a geometria apresentada a direita.

Nota-se acumulação de hidrogênio em todas as descontinuidades, mesmo quando o

coeficiente de difusão aumenta na direção do fluxo de difusão.

Uma alternativa a essas descontinuidades seria suavizar a função D artificialmente,

aplicando algumas iterações de difusão. O resultado é apresentado na figura seguinte:

Figura 19: Função Coeficiente de difusão suavizada.

Nesse caso, ainda seria necessário adaptar o método numérico para levar em conta a

variação da função D em relação ao espaço. Além disso, se o coeficiente de difusão é

dependente da concentração, ele deve ser recalculado a cada iteração, logo o tempo de

cálculo é aumentado consideravelmente, nesse caso.

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34

III.7 Origens da Baixa Reprodutibilidade

A alta incerteza sobre as medidas feitas tem alta correlação com o processo de produção

das amostras e montagem do ensaio. Seguem na presente seção algumas das possíveis

razões pelas quais o experimento não apresenta boa reprodutibilidade:

Laminação: o procedimento de laminação é ainda muito sujeito à forma inicial

da amostra, o que dificulta a entrada no laminador, obrigando o operador a

adaptar os passos de laminação à geometria obtida, o que acarreta baixa

reprodutibilidade do processo.

Lixamento, levando à amostras de espessura não homogênea. O processo pode

ser melhorado através de polimento eletrolítico ou da automatização do

processo. A utilização de corpos de prova padronizados também ajuda, já que

eles estarão dessa forma menos sujeitos à heterogeneidades.

Montagem da célula muito dependente do fator humano, sujeita a vazamento de

eletrólito e à fratura da célula. Pode ser melhorado a partir da utilização de

corpos de prova de tamanho e espessura padronizados, o que permitiria a

construção de uma célula com encaixes já adaptados aos corpos de prova.

Os experimentos são muito longos (da ordem de uma semana para o presente

caso, mas podendo se estender por meses em outros materiais). Assim, eles

ficam sujeitos à alterações das condições do ambiente, como temperatura,

vibrações, falta de energia, etc. Apesar de algumas medidas já terem sido

tomadas para minimizar essa influência (por exemplo, a utilização de banhos

para controle da temperatura), as células poderiam ser confinadas em um

ambiente mais controlado.

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35

Capítulo IV – Conclusões e Perspectivas

No presente trabalho, o coeficiente de difusão do Hidrogênio no ferro foi medido

através do ensaio clássico em uma célula de Devanathan. Utilizando o método

‘breakthrough’, obtivemos um intervalo de confiança a 95% de [0,83 ; 3,956] (10-11

m²/s). Utilizando o método ‘timelag’, esse intervalo é de [2,13 ; 7,45] (10-11

m²/s).

Uma análise estatística demonstra que, da forma como o experimento é montado e feito,

só podemos aferir a ordem de grandeza do coeficiente de difusão. Algumas mudanças

são sugeridas para melhorar o procedimento experimental.

Um modelo numérico foi desenvolvido para auxiliar a compreensão dos fenômenos

físicos em jogo. O código escrito em linguagem Matlab©

é facilmente adaptável à

mudanças no modelo, permitindo modificações para utilização futura de outros

usuários.

Além do modelo, o processo de análise clássica de curvas de permeação foi

automatizado, permitindo cálculo rápido e eficiente dos coeficientes de difusão.

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36

Referências:

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Disponível em: < http://www.mcgill.ca/newsroom/channels/news/study-reveals-

clues-cause-hydrogen-embrittlement-219051> Acesso em 03 fev 2014

[2]WILLIAM CRAIG “Hydrogen Embrittlement : A Historical Overview”

Disponível em:

<http://www.omegaresearchinc.com/Publications/getpub.cfm?pub_id=15>

Acesso em: 03 fev 2014

[3] CARREÑO V.J.A Interação do Hidrogênio com Filmes Passivos na Célula

Eletroquímica de Permeação. Tese de D.Sc. COPPE/UFRJ Rio de Janeiro, RJ, Brasil

2007

[4]ASTM INTERNATIONAL “STP:543 Hydrogen Embrittlement Testing”

Disponível em :

<http://enterprise.astm.org/SUBSCRIPTION/DIGITAL_LIBRARY/STP/SOURCE_PA

GES/STP543.htm>

Acesso em: 03 fev 2014

[5]DARKEN, R.S; SMITH, R.P. “Behavior of Hydrogen in Steel During and after

Immersion in Acid” Corrosion v.5 p.1-15 (1949)

[6]PRESSOUYRE, G.M. “A Classification of Hydrogen Traps in Steel” Metallurgical

Transactions A v.10A p.1571-1573 (1979)

[7]JOHNSON, H.H.; KUMMINICK A.J.; “Deep Trapping States for Hydrogen in

Deformed Iron” Acta Metallurgica v.28 p.33-39 (1980)

[8]FLIS-KABLUSKA,I.; ZAKROCZYMSKI, T. “Enhanced Hydrogen Entry into Iron

from 0.1M NaOH at definite potentials” Electrochimica Acta 53 3094 (2008)

[9] GENTIL, V. 2012 Corrosão 6a Ed. Rio de Janeiro LTC

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37

[10] WIKIPEDIA, “the Duhamel’s Principle”

Disponível em : http://en.wikipedia.org/wiki/Duhamel%27s_principle. Acesso

em: 03 fev 2014 12:00:00

[11] STAVROULAKIS, I.; TERSIAN, S.A. 2004 Partial Differential Equations : an

Introduction with Maple and Mathematica 2a Ed World Scientific Publishing Co.

Singapore.

[12]ORIANI,R.A; “The diffusion and trapping of Hydrogen in steel” Acta

Metallurgica 18 147(1970)

[13]MCNABB,A; FOSTER, P.K. “A new analysis of the diffusion of hydrogen in iron

and ferritic steels” Trans.Metall.Soc.A.I.M.E. v.227 p.618-627 (1963)

[14]BOUHATTATTE, J.; LEGRAND, E; FEAUGAS, X. “Computational Analysis of

Geometrical Factors affecting experimental data extracted from hydrogen permeation

tests: I – Consequence of Trapping” International Journal of Hydrogen Energy v.36

p.12644-12652 (2011)

[15] ILLIN, D.N; SAINTIER, N.; OLIVE, J.M, ABGRAIL, R. ; AUBERT I;

“Simulation of Hydrogen Diffusion Affected by Stress-strain Heterogeneity in

Polycristalline Stainless Steel” International Journal of Hydrogen Energy v.39 p.

2418-2422 (2014)

[16] DEVANATHAN, M.A.V; STACHURSKI, Z. “The Adsorption and Diffusion of

Electrolytic Hydrogen in Palladium.”Proc.of the Royal Society of London 270 90

(1962)

[17]FRUMKIN, A.N.; 1963 Advances in Electrochemistry and Electrochemical

Engineering 2a Ed New York, P.Delayay

[18]BOCKRIS, J.O.M.; MCBREEN, J.; e NANIS, L. “The hydrogen evolution

Kinetics and Hydrogen Entry into alfa-Iron” Journal of Electrochemical Society, 112

1025 (1965)

[19]MANOLATOS, P.; JEROME, M.; GALLAND, J. “Necessity of a Palladium

Coating to ensure hydrogen oxidation during electrochemical permeation measurements

on Iron” Electrochemica Acta v.40 7 867-871 (1995)

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38

[20] SANTANA,A.I.; DIAZ, S.L., BARCIA, O.; MATTOS, O.R., “A Kinetic Study on

Nickel Electrodeposition from Sulfate Acid Solutions.” Journal of the Electrochemical

Society v.156 p. D.326-D330 (2009)

[21] BOES, N; ZUCHNER, H. Electrochemical Methods for Studying Diffusion

Permeation and Solubility of Hydrogen in Metals Journal of the Less-Common

Metals, 49 223 (1976)

[22] GOLUB,G.H; VANLOAN, C.F.; 1996 Matrix Computations 3a Ed Baltimore,

Johns Hopkins University Press

[23] USADI, A; DAWSON, C. “50 years of ADI Methods: Celebrating the

Contributions of Jim Douglas, Don Peaceman and Henry Rachford” SIAM News,

v.39, 2 (2006)

[24] PADILHA, A. 2007 Materiais de Engenharia 1ª Ed Hemus Brasil

[25] WIKIPEDIA, “Iron”

Disponível em : http://en.wikipedia.org/wiki/Iron.

Acesso em: 03 fev 2014

[26] PARK, G.T;KOH,S.U.;JUNG,H.G.;KIM,K.Y. “Effect of microstructure on the

hydrogen trapping efficiency and hydrogen induced cracking of line pipe steel”

Corrosion Science 50, 1865-1871 (2008)

[27]BRUZZONI,P.; CARRANZA, R.M.; LACOSTE, J.R.C.; CRESPO,E.A.

“Hydrogen Diffusion in alfa-iron studied using an electrochemical permeation transfer

function” Electrochimica Acta 44 2693 (1999)

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Anexo I: Análise de Estabilidade do método de Euler explícito (1D)

O sistema

( )

Pode ser formulado da seguinte maneira:

[

] ( [

] )

( )

(

) (

)

Usando o método de Euler explicito, temos o seguinte esquema numérico:

( (

) )

Aplicando sob forma de exponenciais, temos:

[

( ( ) )]

A estabilidade do método depende da convergência de múltiplas aplicações do operador

iteração. Isto é, o método é estável se a série abaixo for limitada:

[ ]

Supondo que essa matriz tenha autovalores distintos, podemos escrevê-la em uma base

de autovalores, isto é:

Com M uma matriz diagonal composta pelos autovalores da matriz G. Nesse caso

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40

E como M é diagonal, estudar a estabilidade da série Mn é o mesmo que estudar a

estabilidade das séries geométricas de razão igual aos autovalores de G:

O polinômio característico de G pode ser escrito:

( ) ( ) ( )

Onde Tr(G) designa o traço da matriz G e det(G) o seu determinante. As raízes desse

polinômio são:

( )

√(

( )

)

( )

Para que o método seja estável, é necessário que a parte real dos autovalores seja

inferior a um em módulo.

Para saber se os autovalores são reais ou imaginários, computamos o discriminante:

( ( )

)

( )

( ) [

( ( ) )] ( )

(

( ( ) ) ) (

( ( ) ))

( ) ( )

( ( ) )

No caso de autovalores imaginários, < 0 , a convergência ocorre se:

( )

( )

( ( ) )

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41

( )

( ( ) )

Como é pequeno :

( )

( ( ) )

( ( ) )

Logo chegamos à seguinte condição de convergência:

No caso de autovalores reais, > 0 , temos convergência se:

| ( )

√(

( )

)

( )|

O que implica que | ( )

| logo

Além disso, Tr(G) < 0, se ( )

, logo temos:

√( ( )

)

( ) ( ( )

)

( ( )

) devido à imposição anterior, logo elevando os dois lados da

inegualdade ao quadrado temos:

( ( )

)

( ) ( ) ( ( )

)

( ) ( )

O que implica:

( )

( ( ) )

( )

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O que é verdade se

O que nos leva novamente à mesma condição de convergência anterior. Logo as

condições de convergência do método são

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ANEXO II: Programa Matlab© para tratamento automático dos dados

O programa a seguir foi desenvolvido com o objetivo de automatizar as medidas de D

através do método de time lag e break through. Embora na forma proposta ele utilize as

fórmulas correspondentes à aplicação de um gradiente constante em um lado da

membrana e concentração constante no outro, ele é facilmente adaptável à outros

métodos, bastando apenas trocar as fórmulas das linhas finais.

O programa importa os dados da curva de permeação. Em seguida suaviza a curva,

permitindo o cálculo da derivada. Isso ocorre através da aplicação de um filtro (função

filtMED( ), mostrada abaixo)que substitui cada ponto pela média entre os dez pontos

seguintes e os dez anteriores. Com isso, qualquer erro aleatório de medida (ruído

branco, cujo valor médio no tempo é nulo) é retirado da curva.

Em seguida, para calcular pelo método do Break through, ele toma a derivada da curva.

Essa derivada é calculada a partir de diferenças finitas, o que consiste a tomar a

aproximação:

Em seguida, o programa mostra o gráfico da derivada e o usuário deve informar onde se

encontra o máximo da derivada.

Para o método do time lag, a integral da curva é calculada, através da aproximação da

integral por uma soma de Riemmann:

∫ ( ) ∑ ( )( )

onde K é o índice de xk.

O programa em seguida mostra o gráfico da função integrada. O usuário deve informar

dois pontos em uma região onde a integral aumente linearmente com x (logo, indicando

que o estado estacionário foi atingido).

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%CALCULO DO COEF.DE DIFUSÃO VIA MÉTODO 'BREAK THROUGH' E 'TIME LAG'

%Esse programa auxilia no cálculo do coeficiente de difusão,

utilizando %os métodos de break through e time lag.

clear all;close all;clc;clf; %=INPUTS============================================================== fname = 'LAM03_2.txt'; %nome do arquivo e = 0.0245; %espessura da amostra (cm) vmed = 20; %numero de pontos para remoção do ruido iin = 79200; %indice do tempo t=0 da curva de permeação ifin = 99200; %índice do tempo final até o qual se

deseja calcular %=====================================================================

A = LeArquivo(fname,2); B = A(iin:ifin,:); x = B(:,1)-(ones(size(B(:,1)))*B(1,1)); y = B(:,2);

yf = filtMED(y,vmed);

plot(x,yf); title('Curva de Permeação Experimental');

%Computa tempo de Break Through yder = filtMED(deriv(yf,x),vmed); figure(2) plot(x(1:end-vmed),yder(1:end-vmed)); [tbt,dertbt] = ginput(1);

%Computa tempo de Time Lag yint = inte(yf',x); plot(x,yint); [xl1,yl1] = ginput(1); [xl2,yl2] = ginput(1); der = (yl2-yl1)/(xl2-xl1); tlag = xl2 - yl2/der;

%Calculo do coeficiente de difusão Dtb = (0.76*e^2/3.14159^2)/(tbt); %[cm²/s] Dtlag = (0.5*e^2)/(tlag); %[cm²/s]

function y = deriv(Y,X) res = zeros(size(Y)); for k = 2:size(Y) res(k) = (Y(k)-Y(k-1))/(X(k)-X(k-1));

end y = res; end

function y = LeArquivo(f_name,nx) fid = fopen(f_name,'r'); A = fscanf(fid,'%g '); fclose(fid); A= A';

R = speye(nx);

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V = zeros(size(A,2)/nx,nx)'; size(kron(speye(size(A,2)/nx),R(1,:)')') for i = 1:nx V(i,:) = A*(kron(speye(size(A,2)/nx),R(i,:))'); end y = V'; end

function y = filtMED(yv,s) yf = zeros(size(yv)); for i = floor(s/2): size(yv)-floor(s/2) yf(i) = sum(yv(i-floor(s/2)+1:i+floor(s/2))/s); end

y = yf;

end

function y = deriv(Y,X) res = zeros(size(Y)); for k = 2:size(Y) res(k) = (Y(k)-Y(k-1))/(X(k)-X(k-1));

end y = res; end

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ANEXO III : Estudo da função DL do modelo de Oriani

O modelo de Oriani propõe um coeficiente de difusão aparente que depende da

concentração:

(

( ) )

(

)

√(

)

Essa função pode ser escrita como:

( )

(

( (

)

√(

)

)

)

Ou:

( ) ( ( ( )))

Onde:

( ) (

)

√(

)

( ) ( )

( )

A imagem da função h(x) é o conjunto logo podemos definir g(x) apenas para

valores reais positivos. Definindo A = (constante), temos:

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( )

( )

( )

Logo g(x) é monótona, crescente e limitada entre 0 e 1 pois:

( ) →

( )