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ESTUDO DA FORMAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
DO MUNICÍPIO DE PITANGA (PR) .1
Vany Rocha Ferreira2
RESUMO: O presente estudo aborda o tema do desenvolvimento no Brasil; sendo uma
importante temática para os cientistas sociais, economistas e historiadores. Iniciamos este
artigo abordando de forma não extensiva as questões que permeiam o debate sobre o
desenvolvimento econômico, autonomia e recursos naturais, e sugerindo o uso da palavra
desenvolvimento sócio-espacial. Por último, apresentamos as considerações finais. Neste
texto, cuja proposta está muito longe de ser conclusiva, aponta-se a importância e o
desafio atual de analisar criticamente o tema do desenvolvimento (e
subdesenvolvimento), a fim de subsidiar com argumentação teórica na formulação de um
projeto nacional de desenvolvimento, com justiça social.
Para melhor compreender as macro-articulações que influenciam o desenvolvimento
econômico de um lugar, faz-se necessário partir do que é visível próximo a uma análise
que as relações sociedade-natureza são movidas pela produção de uma materialidade
necessária para a realização de demandas que estão muito além do local, remetendo ao
nacional e internacional.
O estudo ora pretendido, de observação, análise e compreensão da transformação
da formação sócio-espacial do município, preocupa-se em problematizar a forma de
ocupação e uso do solo em atividades econômicas e sua relação com o ambiente.
Entender como o município se insere nos circuitos produtivos e como essa inserção se
reflete em produção do espaço urbano e rural é nosso principal objetivo nesse trabalho.
1 Este texto é resultado das atividades de discussão e pesquisa realizadas no âmbito do PDE e contou com a orientação do professor Nécio Turra Neto (2007) e Pierre Alves da Costa (2008), do curso de Geografia da Unicentro-Guarapuava-PR.2 Professora PDE de Geografia, do Núcleo Regional de Pitanga-PR.
INTRODUÇÃO
Para estruturar a proposta usaremos como referência empírica o município de
Pitanga.
Pitanga está situada no Terceiro Planalto Paranaense. Em 2007 contava com uma
área de 1.664 Km2 e com 34.310 habitantes (IBGE, 2007). Quando foi elevada a categoria
de município, em 30 de dezembro de 1943, desmembrando-se de Guarapuava, contava
com uma área bem mais extensa e um maior número de habitantes. Ainda em 1º de
janeiro de 1989, possuía uma área de 4.042 km2 e uma população estimada em 91.000
habitantes, dos quais 75.000 viviam na zona rural (CHEMUDA, 1998). A diminuição da
área e do número de habitantes deu-se, entre outros fatores, pelos desmembramentos
que aconteceram ao longo do tempo, para formação de outros municípios a partir do
território de Pitanga, tais como: Santa Maria d’Oeste, Nova Tebas, Boa Ventura de São
Roque e Mato Rico.
Sabe-se, pelas pesquisas preliminares já realizadas, que o município de Pitanga
passou por diversos períodos econômicos, inicialmente a erva-mate e a madeira (que
exploraram recursos naturais abundantes na região) e, posteriormente, a moderna
agricultura comercial, que continua ainda hoje como principal atividade econômica do
município.
O fato que nos chama maior atenção nessa realidade particular é que ao longo
desse processo, a cidade de Pitanga não acompanhou a modernização que ocorreu na
sua área rural. Assim, perguntamos: que papel a cidade desempenha nesse contexto
econômico em que seu território abriga uma produção mecanizada de soja, voltada à
exportação, altamente dependente de recursos técnicos procedentes do urbano?
Para respondermos estas inquietações, podemos definir como objetivo geral:
conhecer o processo histórico de formação sócio-espacial do município, articulado as
suas relações em redes produtivas mais amplas; os papéis desempenhados pela cidade
nos diferentes períodos históricos.
Acreditamos que, dessa forma, estaremos contribuindo para conhecer e refletir
mais criticamente sobre o lugar em que vivemos e a sua inserção no mundo, cumprindo
assim, um dos papéis da Geografia, qual seja: estudar os processos de produção do
espaço como forma de compreender como as relações sociais e espaciais do modo de
produção capitalista estão presentes no espaço de vida mais imediato e de refletir sobre
os dividendos ambientais das estratégicas de desenvolvimento econômico localmente
adotadas.
Para melhor compreender as macro-articulações que influenciam o
desenvolvimento econômico de um lugar, faz-se necessário partir do que é visível,
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próximo a uma análise que as relações sociedade-natureza são movidas pela produção
de uma materialidade necessária para a realização de demandas que estão muito além
do local, remetendo ao nacional e internacional.
Para levar a termo essa proposta, nos baseamos em dois conceitos principais:
lugar e ambiente, pois nos permitem pensar os processos econômicos articulados à
economia capitalista global que produzem localmente tanto o espaço urbano, quanto o
rural, bem como os problemas de ordem ambiental.
Nossa intenção é estudar o processo de formação sócio-espacial do lugar e seu
desenvolvimento econômico, procurando identificar os papeis desempenhados pelo
quadro urbano em diferentes contextos históricos.
Para a estruturação deste, o trabalho parte de revisão bibliográfica que é o eixo
organizador para compreender conceitos e formação sócio-espacial, levantamentos
estatísticos que nos situem diante das principais forças produtivas que tiveram lugar em
Pitanga, com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e IPARDES ,
(Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) questionário, entrevistas
com moradores locais no intuito de coletar histórias e grau de satisfação ou não dos
mesmos, considerando a entrevista como meio de estudo da história oral fundamentada
na experiência social de pessoas, portanto experiências de vida que devem ser
respeitadas, pois restringe-se ao estudo de um tema e da vivência do entrevistado e
sistematização final dos resultados.
As entrevistas foram realizadas no primeiro semestre de 2008, uma das formas
usadas na implementação da proposta, pelos alunos/alunas de 8 ª série do Colégio
Estadual D. Pedro I – EFMTN, de Pitanga. Desta metodologia gerou o Quadro Geral de
Entrevistas. (ANEXO I).
Como veremos adiante, ao considerar o município, não estamos recortando a
realidade de seu contexto mais global, mesmo porque os próprios conceitos com os quais
trabalhamos – formação sócio-espacial e lugar – nos remetem a pensar no jogo de
escalas.
1 – REFERENCIAL TEÓRICO
Nessa proposta, os conceitos de lugar e ambiente estão interligados, se permeiam
e se completam no estudo da formação sócio-econômica e ambiental do município.
Conforme Suertegaray (2000), o conceito de lugar já foi definido na história do
pensamento geográfico, a partir da cartografia, como a escala local, considerando-o único
e auto-explicável.
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Mais recentemente, lugar passou a ser analisado de forma mais abrangente,
constituindo a dimensão da existência que se manifesta através “de um cotidiano
compartido entre as mais diversas pessoas, firmas, instituições – cooperação e conflito
são a base da vida em comum” (SANTOS, 1997)
Para esse autor, o lugar tornou-se um conceito importante nos dias de hoje, pois
permite entender como em cada fração do espaço total realizam-se os processos de
globalização (SANTOS, 2002). Trata-se de um conceito que remete a reflexão da relação
global/local. Para Milton Santos (apud SUERTEGARAY, 2000), lugar é o mundo vivido,
nosso cotidiano mais imediato, mas que deve ser visto também a partir das outras
dimensões do espaço geográfico como objetos, ações, técnicas, tempo, articulando
relações objetivas com subjetivas, relações verticais e horizontais de coexistência e
resistência. Ou seja, Milton Santos propõe tratarmos o lugar a partir do quadro teórico-
metodológico que ele mesmo construiu para entender o espaço geográfico e sua
dinâmica no mundo contemporâneo.
Ainda na visão de que os conceitos se permeiam, Milton Santos (1997) afirma que,
no começo dos tempos, cada grupo construía seu espaço de vida com as técnicas que
inventava para tirar do seu pedaço de natureza os elementos indispensáveis a sua própria
sobrevivência. Organizando a produção, organizava a vida social e organizava o espaço,
na medida de suas próprias forças, necessidades e desejos, bem como das técnicas
disponíveis. A cada constelação de recursos correspondia um modelo particular. Pouco a
pouco esse esquema se foi desfazendo: as necessidades de comércio entre coletividades
introduziam lógicas novas e também desejos e necessidades; e a organização da
sociedade e do espaço passava a se fazer segundo parâmetros estranhos às
necessidades íntimas do grupo.
Esse processo culminou, na fase atual, com a economia mundializada, na qual
todas as sociedades adotaram, de forma mais ou menos total, de maneira mais ou menos
explícita, um modelo técnico único que se sobrepõe a multiplicidade de recursos naturais
e humanos. Santos (1991, p. 18,19) escreve:
É nessas condições que a mundialização do planeta unifica a natureza. Suas diversas frações são postas ao alcance dos mais diversos capitais, que as individualizam, hierarquizando-as segundo lógicas com escalas diversas. A uma escala mundial corresponde uma lógica mundial que nesse nível guia os investimentos, a circulação das riquezas, a distribuição das mercadorias. Cada lugar, porém, é ponto de encontro de lógicas que trabalham em diferentes escalas, reveladoras de níveis diversos, e as vezes contrastantes, na busca da eficácia e do lucro, no uso das tecnologias, do capital e do trabalho. Assim se redefinem os lugares: como ponto de encontro de interesses longínquos e próximos, mundiais e locais, manifestados segundo uma gama de classificações que está se ampliando.
As atividades mais modernas, tanto no campo como na cidade, passaram
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a exigir o uso dos avanços nas formulações da ciência e na ajuda da técnica. O meio ambiente construído se diferencia pela carga maior ou menor de ciência, tecnologia e informação, segundo regiões e lugares. O artifício tende a se sobrepor e substituir a natureza.
É desse modo que o espaço humano se reveste hoje de maiores diferenciações e
disparidades, na aparência, nas estruturas ocultas, no uso (SANTOS, 1997).
Nesse sentido, o estudo do lugar é importante, pois os processos globais não se
realizam da mesma forma em todos os locais do globo, o que significa que não há
homogeneização, mas complexificação e maior diferenciação entre os lugares. Assim, se
faz necessário estudar como em cada porção do espaço terrestre, em cada lugar, o
mundo da economia globalizada se realiza, criando ali uma situação particular que reforça
a singularidade daquela fração do espaço. No nosso caso, realizamos o estudo de
Pitanga (PR), o qual encontra-se inserido nessa economia globalizada. É por isso que
hoje o conceito de lugar tornou-se central para a geografia e, paradoxalmente, o estudo
do lugar nos remete ao estudo do mundo contemporâneo, da globalização.
Essa nova forma de economia, comandada por interesses que vêm de fora, faz
com que as cidades se reorganizem nas práticas necessárias as atividades de produção e
circulação. Sendo os investimentos externos voltados para essas transformações, o resto
da aglomeração não recebe cuidados. Essa diferença de tratamento é um dos fatores de
problemas ambientais urbanos, ou seja, os investimentos do poder público voltam-se a
atender as demandas de forças capitalistas que se instalam no local, em detrimento dos
interesses da própria sociedade local.
A cidade, cheia das intencionalidades do novo modo de produzir, ao sabor das
exigências sempre renovadas e da tecnologia, torna-se espaço dominador dos processos
econômicos e políticos que acontecem no seu campo e, dependendo do seu grau de
polarização, de processos que acontecem em várias outras cidades da rede urbana.
Assim, temos que o lugar se produz nessa articulação contraditória com o mundo, com
outros lugares, próximos e distantes, não é, portanto, um espaço fechado, mas um
espaço em relação.
Para Massey (2000), complementando o conceito de Milton Santos, está cada vez
mais difícil conceituar “lugar”, como nos relacionamos com ele e suas particularidades,
diante dos movimentos e misturas provocadas pela internacionalização do capital.
A aceleração contemporânea, contudo, não atinge todos os lugares ou todas as
pessoas da mesma forma. Isso concorre com as desigualdades sociais de acordo com o
poder em relação aos fluxos e ao movimento. Há os que estão na posição de controle em
relação à mobilidade, portanto em vantagem, mas há também aqueles que apesar do
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movimento físico, não se beneficiam do processo de “compressão de tempo-espaço”.
Também é preciso considerar, conforme Massey (2000), que a força de movimento de
algumas pessoas, dentro do sistema, pode conduzir ao enfraquecimento do poder de
mobilidade de outras.
E, em comum com Milton Santos, Massey sugere que entendamos o lugar a partir
de suas relações com uma série de outros lugares, pois essas relações o constituem
internamente. A Geografia das relações sociais está mudando, estendem-se cada vez
mais pelo espaço. “As relações econômicas, políticas e socioculturais, cada qual cheia de
poder e com estruturas internas de dominação e subordinação, estendem-se pelo planeta
em todos os diferentes níveis, da família a área local e até a internacional” (MASSEY,
2000, p.183).
Dessa forma, na interpretação de lugar, sua especificidade não se dá por uma
história particular, mas pela forma como se articula historicamente em relações com um
conjunto mais amplo de outros lugares. Assim, o lugar não é uma área com fronteiras bem
definidas, mas está em ligação com o mundo mais amplo, integrando o global e o local.
Um conceito progressista de lugar não é estático, ele parte das interações sociais que
agrupam, que não são inertes, congeladas no tempo: elas são processos (MASSEY,
2000).
Em consonância aos conceitos de Milton Santos e Doreen Massey, para estudar o
desenvolvimento de um município, se faz necessário saber qual sua relação com o
mundo, principalmente no plano econômico, de onde deriva os níveis técnicos, os objetos
e as ações voltadas à produção, que não é só produção de mercadorias, mas também
produção de espaço, tempo e relações sociais.
Por outro lado, como já dissemos, o conceito de lugar não está dissociado do de
ambiente, pois ambos envolvem as relações sociais que se constroem ao longo do tempo.
A sociedade, cada vez mais, e de forma mais organizada, vem transformando a natureza
para satisfazer suas necessidades de produção, consumo e lucro. Atualmente, com a
ampliação de suas capacidades técnicas e científicas, o escopo dessas transformações
tornou-se ilimitado, chegando mesmo à transfigurar a natureza, conforme argumenta
Suertegaray (2000).
Em Gonçalves (2005), o conceito de meio ambiente deve ser substituído pelo de
ambiente por inteiro, em que se considere não somente a natureza, mas também a
sociedade e, sobretudo, a relação sociedade-natureza.
Para o autor, o humano é a natureza que toma consciência de si própria e esta é
uma descoberta verdadeiramente revolucionária numa sociedade que disso se esqueceu
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ao se colocar o projeto de dominação da natureza. Cada povo/cultura constrói o seu
conceito de natureza, ao mesmo tempo em que institui as suas relações sociais.
Segundo Medina (1994, p. 19), ambiente é:
[...] conjunto de componentes naturais e sociais e suas interações em um espaço e em um tempo determinados, associado à dinâmica das interações sociedade-natureza e suas conseqüências no espaço em que habita o homem, e do qual o mesmo também é parte integrante.
Portanto, o conceito de ambiente deve contemplar as dimensões do social, cultural,
e política, além do meio físico. Nesse sentido, a análise que se fizer do meio ambiente
deve considerar as inter-relações do meio natural com o social. E seja essa análise em
escala global, regional ou local, a concepção mais adequada é com relação às atividades
humanas e ao modelo de desenvolvimento adotado.
Assim, pensamos que a articulação entre esses conceitos nos permite pensar que
as transformações ambientais e os problemas delas decorrentes que estão presentes no
lugar devem ser entendidas dentro dos quadros mais amplos de relação do lugar com o
mundo e do processo histórico de formação sócio-espacial do município, no nosso cão:
Pitanga E é essa reflexão que estamos propondo desenvolver a partir da pesquisa da
realidade municipal, de sua história, de sua economia, da produção do seu espaço urbano
e rural.
Pela leitura das entrevistas realizadas nota-se a expressão, por repetidas vezes, de
lugar conservador. Para Silva (2007), conservadorismo está na composição histórico-
geográfico regional, nas relações de poder político e nos que estimulam as formas de
produção e de economia.
A autora escreve que conservador é sinônimo de atraso econômico-tecnológico,
algumas formas de produção, conseqüência das ações da sociedade e não a sociedade
do lugar. Não desenvolveremos está última característica na presente pesquisa, a qual
será limitada a compreender a formação do território como conservador a partir da história
da ocupação e formação territorial, das características socioeconômicas.
O estudo da ocupação e da formação territorial e suas singularidades demonstrou um grande empobrecimento local e um atraso socioeconômico quando comparado a outros municípios [...]: uma estrutura de produção tradicional voltada à pecuária; o isolamento decorrente da inexistência de vias de transportes adequadas e meios de comunicação [...] indústria ainda vinculada ao extrativismo da madeira e erva-mate. Indústrias em processo de decadência com baixo valor agregado (SILVA, 2007, p.16).
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O relato de Márcia referindo-se à Guarapuava se aplica também a Pitanga, até
porque, Pitanga pertencia ao território de Guarapuava, e possui algumas das
características da formação e de sua ocupação.
Para entender o processo de ocupação do município de Pitanga se faz necessário
voltar no tempo e relatar como aconteceu a ocupação do Paraná. Esse processo de
ocupação e formação do Paraná aconteceu de três diferentes formas: Paraná Tradicional,
Norte e Sudoeste/Oeste.
Ocupado por diversas frentes colonizadoras com maior destaque aos que vieram
pelo litoral chegando aos campos de Guarapuava e conseqüentemente Pitanga, formando
segundo os historiadores, o Paraná Tradicional colonizado pelos portugueses.
Outra ocupação se deu ao Norte, com paulistas, mineiros e nordestinos, a
chamada frente cafeeira paulista. A terceira, com catarinenses e riograndenses
descendentes de imigrantes, principalmente italianos e alemães, a chamada frente sulista
que avançou ao Sudoeste no sentido Oeste até encontrar a frente nortista.
Para Prado Junior (2000), os fatores principais que determinaram a penetração
desse povoado foram a mineração e o gado. Como a produção do ouro não teve sucesso
no Paraná, instalou-se a pecuária na ocupação do interior do Paraná, isso na economia
colonial.
Com o tropeirismo na condução do gado que vinha de Viamão, no Rio Grande do
Sul, à feira de Sorocaba, em São Paulo, foi acontecendo a ocupação do Segundo
Planalto e parte do Terceiro Planalto, áreas de formação campestre. Atividade que
passou a ser praticada pela população dessas áreas, constituindo a chamada sociedade
tradicional campeira, no final do século XVIII.
A expansão do tropeirismo para o Terceiro Planalto, no início do século XIX, a
exploração da erva-mate contribuíram para o crescimento econômico do Paraná,
elevando-o a categoria de província. A erva-mate, nativa na região, a princípio consumida
pela população local, teve grande importância no inicio do século XX, com a exportação
para a Argentina, o Uruguai e o Chile. Ademais, a madeira também ocupou lugar
importante na atividade econômica da região, rica em espécies, como: pinheiro-do-
paraná, cedro, imbuia, canela-preta, sassafrás, carvalho e outras.
Assim, essa formação social se expandiu, pela própria estrutura econômica, para além dos limites campestres, adentrando às matas que misturavam araucárias e ervais, sob a forma de pequena produção cabocla, o que assegurou a expansão do território também em outras direções, como aos atuais municípios de Cascavel, Pitanga, Ortigueira, Faxinal, enfim, a outras áreas do estado (SILVA, 2007).
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Então podemos confirmar que inicialmente a estrutura econômica de Pitanga foi um
prolongamento das mesmas atividades desempenhadas no município de Guarapuava.
Constamos que com o passar do tempo essas atividades econômicas entraram em
decadência em virtude das precárias vias de transporte – os chamados “caminhos” e
outros fatores, e fez surgir vilarejos onde os tropeiros faziam suas paradas. Esses
vilarejos foram se transformando em núcleos urbanos, com outros ramos de atividade,
tanto no setor primário, como no secundário e terciário, recebendo também incentivos do
setor público em infra-estrutura. Desta formação surgiram as cidades de Curitiba, Ponta
Grossa, Lapa, Palmas, Guarapuava, Jaguariaiva, Castro.
O Norte Paranaense, após os anos 1960, recebeu grandes incentivos do poder
público no setor industrial, com destaque para a agroindústria. Região historicamente
vinculada à produtos agrícolas como erva-mate, madeira, café e mais recentemente, soja,
trigo, milho e cana-de-açúcar.
Investimentos em infra-estrutura, principalmente no setor elétrico e rodoviário, em
órgãos públicos e instituições financeiras; a formação do sistema cooperativo são fatores
que impulsionam o desenvolvimento econômico de região agrícola.
No Paraná estes investimentos restringiram-se a regiões de Londrina, Maringá,
Ponta grossa, Curitiba, hoje centros industriais. “O surto industrial da década de 1970
contou com uma agricultura que se modernizava, exigindo dinamismo de outros setores,
além da existência de infra-estrutura econômica e da presença de mecanismos
institucionais em processo de modernização e consolidação” (FERREIRA, 1986, p. 118).
Na década de 1960, porem, todo o Estado do Paraná está com o seu território ocupado, desaparecendo as frentes pioneiras e os grandes problemas de terras. Encontram-se e começam a confundir-se as três ondas de povoamento, a do Paraná Tradicional que se expandia desde o século XVII, de Paranaguá a Curitiba, pelas regiões de campos, com a criação de gado, e depois com a indústria da erva-mate e da madeira de pinho; a do Paraná moderno, aquela da agricultura tropical do café que, pela origem e interesses históricos, ficaram mais diretamente ligados a São Paulo e; a dos colonos da agricultura de subsistência, plantadores de cereais e criadores de suínos que, pela origem e interesses históricos, se ligaram mais intimamente ao Rio Grande do Sul. Cada uma dessas três ondas criou seu próprio tipo de economia, formou um tipo de sociedade e fundou as suas próprias cidades (BALHANA, MACHADO e WESTAPHEN, 1969, p. 264).
“Desses processos, o Centro-Sul paranaense ficou excluído, sofrendo apenas seus
reflexos, sem um impulso interno que gerasse fatores positivos a sua transformação.”
(SILVA, 2007, p. 62). Por outro lado, no desenvolvimento econômico das áreas do Norte
do estado predominam setores tecnologicamente inovadores e poucos em métodos
arcaicos. Municípios do Oeste e do Noroeste tiveram expressiva modernização
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tecnológica superando as formas tradicionais de exploração das atividades econômicas,
agrícola e pecuária, e as indústrias atreladas a esses setores.
(...) no entanto, outras áreas permaneceram em sua quase totalidade vinculadas a atividades tradicionais, ficando economicamente atrasadas e pouco integradas à dinâmica econômica mais geral, em níveis estadual e nacional dadas, especialmente, em função das características estruturais da base produtiva (...) (SILVA, 2007, p.62).
O atraso econômico e a falta de integração dessa economia, citado pela autora, se
aplica de forma nítida no município de Pitanga. Este é o caso do Centro-Sul Paranaense,
do Município de Pitanga, assim como também de outras cidades, que tiveram uma
estrutura baseada nos latifúndios, pecuária tradicional e indústrias primárias na
exploração da madeira. Lembrando que a exploração, tanto da madeira como da erva-
mate que são recursos naturais, foram feitas de forma rudimentar e predatória.
Outro fator de entrave da rede viária do Centro-Sul a regiões mais dinâmicas foi a
base das atividades econômicas que eram praticadas em grandes regiões rurais com
agricultura de subsistência e trabalho familiar, economia de pouco dinamismo com quase
nenhuma via de comunicação.
Conhecendo as formas históricas de ocupação das regiões do Paraná e as
características de Pitanga, município localizado no Terceiro Planalto a 860 metros de
altitude, desmembrado de Guarapuava, instalado em 01 de janeiro de 1944, com uma
extensa área de 1.665,901 km2, pertencente a Mesorregião do Centro Sul Paranaense
(IPARDES, 2007), passamos a relatar algumas singularidades das condições sócio-
geográfica de Pitanga.
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2 – CONDIÇÕES SÓCIO-GEOGRÁFICAS DE PITANGA
Analisando o quadro elaborado a partir das entrevistas com moradores de Pitanga
(ver anexo), verifiquei as respostas dos mesmos sobre itens como: opinião sobre o
desenvolvimento do município, o que falta para melhorar e outros. Para demonstrar os
resultados de forma mais expressiva elaborei gráficos que permitem a melhor a
visualização dos dados dos entrevistados.
Foram 33 pessoas entrevistadas, com idades e níveis de escolaridade variados,
alguns nascidos em Pitanga e outros que moram a tempos aqui.
Tabela 1 Idade e anos que os entrevistados moram em Pitanga - 2008
IDADE N º DE PESSOAS
% TEMPO DE RESIDÊNCIA
N º DE PESSOAS
%
30 A 40 6 18 10 A 20 1 341 A 50 12 37 21 A 30 8 2451 A 60 5 15 31 A 40 9 2761 A 70 6 18 41 A 50 4 1271 A 80 3 9 Mais de 50 11 3481 A 90 1 3
33 100% 33 100%
Fonte: Entrevistas realizadas no primeiro semestre de 2008.Org.: Vany Rocha Ferreira
Com base na tabela de idade e tempo que os entrevistados residem no município
de Pitanga foram elaborados os gráficos 1 e 2.
Gráfico 1 – Idade dos entrevistados – Pitanga- 2008
0
2
4
6
8
10
12
14
30 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a80 81 a90
Fonte: Entrevistas realizadas no primeiro semestre de 2008.Org.: Vany Rocha Ferreira
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Na demonstração do gráfico de idade verificamos o maior percentual é de pessoas
da faixa etária de 41 a 50 anos.
Gráfico 2 – Tempo em anos de residência em Pitanga - 2008
0 2 4 6 8 10 12
10 a 20
21 a 30
31 a 40
41 a 50
mais de 50
Fonte: Entrevistas realizadas no primeiro semestre de 2008.Org.: Vany Rocha Ferreira
Esses dados confirmam que a maioria dos entrevistados são moradores a muito
tempo, portanto estão aptos a falar sobre a evolução do município.
Tabela 2 Nível de escolaridade – Pitanga (PR) - 2008
NÍVEL DE ESCOLARIDADE N º DE PESSOAS %Analfabeto 1 3Fund. Incompleto 12 37Fund. Completo 3 9Médio Incompleto 2 6Médio Completo 6 18Superior Incompleto 4 12Superior Completo 3 9Pós Graduado 1 3Não respondeu 1 3Total 33 100%
Fonte: Entrevistas realizadas no primeiro semestre de 2008.Org.: Vany Rocha Ferreira
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Gráfico 3 – Nível de Escolaridade – Pitanga - 2008
ESCOLARIDADE
0
5
10
15
1 2 3 4 5 6 7 8 9
NIVEL
Nº
DE
PE
SS
OA
S
Fonte: Entrevistas realizadas no primeiro semestre de 2008.Org.: Vany Rocha Ferreira.OBS.: Um entrevistado não preencheu este item.
Percebe-se a diversidade de escolaridade, porém o maior número é dos que não
completaram o Ensino Fundamental.
A tabela 2 mostra que o maior percentual é de pessoas com nível de escolaridade
“Fundamental Incompleto”. Numa comparação sumária entre tabelas 1 (idade) e 2
(escolaridade), verificamos que pessoas com idade ainda produtiva não tiveram
oportunidade de estudar. Conforme as falas dos entrevistados, por falta de escolas e
dificuldade de acesso a escolas de outros municípios.
Na questão de opinar sobre o desenvolvimento local é bastante expressiva a
quantidade que concorda que o crescimento é lento, ruim, quase nada, que poderia ter
sido melhor considerando o tempo de sua existência. Foram 22 pessoas.
Para 3 entrevistados: “vai de mal a pior”, “nunca desenvolveu”, “é péssimo”, “sem
planejamento e com governantes fracos”.
Oitos dos colaboradores responderam que houve progresso em todas as áreas. A
cidade aumentou em população e construções e houve evolução na agricultura e na
educação, na pavimentação das estradas que ligam aos municípios vizinhos.
Quanto a pergunta – o que falta em Pitanga para melhorar? As respostas foram
muito parecidas, destacando a instalação de indústrias para a geração de empregos; a
necessidades de médicos especialistas e hospitais bem equipados e de melhores
governantes.
Ao se referirem a uma fase de desenvolvimento, lembram do tempo da exploração
da madeira, quando tinha muitas serrarias e marcenarias; o grande benefício causado
pelo asfalto das estradas que ligam Pitanga à Guarapuava e a Campo Mourão; a vinda
dos Bancos, como: Banco do Brasil, Caixa Econômica, Itaú (antigo Banestado); a
instalação da Coamo (Cooperativa Agropecuária de Campo Mourão).
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Pitanga tem uma situação de diminuição de área devido a desmembramento de
distritos que foram elevados a municípios, foram os seguintes: Nova Tebas (1989), Mato
Rico (1993), Santa Maria do Oeste (1993) e Boa Ventura de São Roque (1997).
De 1980 até os dias atuais, segundo o IBGE, sua área ficou assim:
Tabela 3Área Territorial do Município de Pitanga (Pr) – 1980 a 2000
Área em km2Censos Pitanga1980 4.0681991 2.6832000 1.664
Fonte: IBGE – Censos Demográficos 1980, 1991, 2000.Org.: Vany Rocha Ferreira
Com base na tabela 3, observamos que mesmo com significativa diminuição da
área, Pitanga, hoje está entre os treze maiores municípios em extensão territorial do
Paraná, do total de 399.
Tabela n º 4População dePitanga (PR), 1980 a 2000
População residenteSexo X ano
Total Homens Mulheres1980 1991 2000 1980 1991 2000 1980 1991 200084.504
64.514 35.861 43.580 32.850 18.145 40.924 31.664 17.716
Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2000. Org.: Vany Rocha Ferreira.
A tabela 4 demonstra que dos 35.861 habitantes em 2000, 18.324 (51%) é
população urbana e 17.537 (49%) compõe a população rural.
Na agricultura e pecuária temos os seguintes dados:
Tabela 5 Pecuária – Pitanga (PR), 1980 a 2000
Efetivo dos rebanhos (cabeças)Tipo de rebanho 1980 / % 1991 2000 / %Bovino 68.384 / 11,28% 89.700 70.053 / 33,17%Eqüino 12.000 / 1,97% 9.000 8.503 / 4,03%Suino 112.876 / 18,62% 50.000 51.001 / 24,15%Ovino 2.245 / 0,37% 9.000 7.497 / 3,55%Galinhas 410.666 / 67,76% 173.000 74.100 / 35,09%TOTAL 606.171 / 100% 330.700 211.154 / 100%
Fonte: IBGE
Org.: Vany Rocha Ferreira
14
Gráfico 4
Pecuária – Pitanga 2006
010.00020.00030.00040.00050.00060.00070.00080.000
bovino equino suino ovino galinhas
Fonte: IBGE (2006)Org. : Vany Rocha Ferreira
Observamos, a partir da tabela 5 e gráfico 4, que a criação de eqüinos, suínos,
ovinos e galinhas são atividades da pecuária que estão diminuindo dando lugar a criação
de bovinos.
Tabela 6
Agricultura – Pitanga 2006
Quantidade produzida (toneladas) e %Lavoura temporária 1991 2000
Feijão (em grãos) 9.100 / 6,80 % 9.140 / 8,20 %Milho (em grãos) 102.375 / 76,47 % 57.698 / 51,76 %Soja (em grãos) 22.400 / 16,73 % 44.640 / 40,04 %TOTAL 133.875 / 100 % 111.478 / 100%
Fonte: IBGE (2006) Org. Vany Rocha Ferreira
Gráfico 5 Agricultura – Pitanga 2006
8%
52%
40% feijão
milho
soja
Fonte: IBGE (2006) Org.: Vany Rocha Ferreira
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Gráfico 6Agricultura – Pitanga 2006
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
feijão milho soja
Fonte: IBGE (2006) Org.: Vany Rocha Ferreira
A tabela 6 e os gráficos 5 e 6 mostram estável produção de feijão, diminuição na
produção de milho e aumento na de soja, cultura destinada a exportação e a
industrialização de seus derivados. Predominando em porcentagem o cultivo do milho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intenção desse trabalho foi a de procurar entender a formação sócio-espacial e o
desenvolvimento econômico do município de Pitanga, sem a pretensão de dá-lo por
encerrado, mas no sentido de contribuir para novos estudos.
As pesquisas realizadas com algumas concepções dos conceitos de lugar e
ambiente, dados fornecidos por instituições como IPARDES e IBGE, trabalhos de
entrevistas e construção de tabelas e gráficos, levam a refletir na complexidade de
alcançar os objetivos propostos nesta construção. Pelos conceitos mencionados e
abordagem ao processo de ocupação e formação territorial paranaense, buscar a
identidade da realidade local.
Historicamente, regiões do Paraná foram ocupadas de formas diferentes, cada
uma acrescentando suas peculiaridades que são elementos diferenciadores que lhes dão
características próprias que levam a maior ou menor desenvolvimento.
Conforme relatado a característica de ocupação da região Centro-Sul, se deu de
forma diferente das outras e não teve o mesmo desenvolvimento.
Entre os fatores diversos temos a concentração fundiária inicial, o não incentivo a
imigração estrangeira, a falta de comunicação mais estreita com outras regiões; a
economia vinculada a agricultura e extração de pouca expressão econômica, política de
pequena influência com instâncias superiores.
16
A grande maioria das propriedades agrícolas do município é de pequeno e médio
porte, em mãos de famílias descapitalizadas que trabalham em regime pouco evoluído
tecnologicamente, sem uma ideologia de trabalho coletivo que leve a um maior
desenvolvimento.
A política de incentivos à indústria, oferecida pelo Governo do Estado, não atingiu o
município de Pitanga, fator gerador de empregos, de distribuição de rendas e melhorias
sociais.
Com esses elementos a imagem que fica é que no local tudo é mais difícil de
acontecer e a evolução não acompanha a mesma velocidade da que acontece em outras
escalas, que embora inseridos no processo global, o sentimento é de isolamento.
17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHEMUDA, Denise Maria. A exploração da erva-mate no município de Pitanga-PR (1980-1998). 1998. 56 f. Monografia. Pós-graduação em geografia – Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro, Guarapuava, 1998.
FERREIRA, Yoshiya N. Industrialização e urbanização no Paraná. Revista Geografia. Londrina: UEL, v.03, 1986, p 113-128.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Os (Des) caminhos do meio ambiente. 13ª ed. São Paulo. Contexto, 2005.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
MASSEY, Doreen. Um sentido global do lugar. In. ARANTES, Antonio A. (org). O Espaço da diferença. Campinas: Papirus, 2000. p. 176-185.
PARANÁ, (Estado). Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES). Perfil Municipal de Pitanga. Curitiba: IPARDES. Disponível em http://www.ipardes.pr.gov.br/html. Acesso em 10 de nov. 2008.
SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. 3ª ed. SP. Hucitec, 1991.
________ . Técnica, espaço, tempo; globalização e meio técnico-cientifico informacional. 3ª ed. SP. Hucitec, 1997.
________ . A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2002.
SILVA, Márcia da. Analise Política do Território: poder e desenvolvimento no Centro-Sul do Paraná. Guarapuava: Unicentro, 2007.
SUERTEGARAY, D. M. A. Espaço geográfico uno e múltiplo, In: SUERTEGARAY, D. M. A.; BASSO, L. A. e VERDUM, R., (org.). Ambiente e lugar no urbano: A grande Porto Alegre. Porto Alegre: ED. Universidade/UFRGS, 2000.
TAMOIO, Irineu. O professor na construção do conceito de natureza: uma experiência de educação ambiental. São Paulo: Annablume; WWF, 2002.
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ANEXOQuadro GeralInformações gerais sobre os entrevistados – Pitanga – 2008
Nº Nome Idade Tempo que reside em Pitanga
Nível de escolaridade
Opinião Sobre desenvolvimento de Pitanga
O que falta em Pitanga p/ melhorar
Conhece pessoas q/ saíram de Pitanga? Motivo
Lembra-se de alguma fase de desenvolvimento marcante
01 Ana 60 60 2º primário
Cresce lentamente, podia ser mais desenvolvida.
Na saúde: hospital, aparelhos e médicos
Sim.Emprego e saúde
Construção do prédio no centro
02 Romoaldo
43 43 Fund.imcompl.
Ruim, podia ter melhorado mais
Muitas coisas ainda
Sim.Emprego
Fase da madeira e das serralherias
03 Irma 71 30 Fund.incompl.
Acha que desenvolveu em 30 anos
Um bom prefeito
Não lembra
Cinema, lanchonete no vagão.
04*
Maria 46 25 3º grau compl.
Teve algum, mas ainda falta mto o q fazer como asfalto na área urbana
Valorização do comércio
Não conhece
Nunca houve, é pequeno e contínuo
05 Leoni 78 62 4ª série Alfalto nas estradas
Indústrias e políticos conscientes
Sim.Emprego
Comércio, asfalto e população.
06* Cirléia 42 42 3º grau
compl.Caminha a passos lentos
Indústrias, hospital bem equipado, ruas alfaltadas
Sim, muitos.Estudo, trabalho
Época do asfalto que liga a Guarapuava, Campo Mourão e Ivaiporã
19
Nº Nome
Idade Tempo que reside em Pitanga
Nível de escolaridade
Opinião Sobre desenvolvimento de Pitanga
O que falta em Pitanga p/ melhorar
Conhece pessoas q/ saíram de Pitanga? Motivo
Lembra-se de alguma fase de desenvolvimento marcante
07 Marilda 39 32 3º grau imcompl.
Podia ser melhor, com a falta de união Pitanga parou no tempo
Emprego, saúde educação
Simestudo
Não se lembra
08 Edilson 37 37 Fund.imcompl.
Vai de mal a pior
Precisa melhorar tudo
Sim e não voltaram mais
Não lembra
09 Sueli 48 32 Médio completo
Já desenvolveu mais, parou e o nº de hab. diminuiu
Bom prefeito
SimEmprego e estudo
Presença da Petrobrás
10 Maria 48 46 Médio compl.
Bom desenvolvimento na população
Indústrias, empregos
Simemprego
O laticínio
11 Lindolfo 82 82 Semi analfab.
Houve progresso em todas as áreas
Bons governantes, emprego
Simemprego
Construção das estradas
12 Maria 56 38 Fund.compl.
Lento e a longo prazo
Bons administradores
Sim emprego
Não lembra
13 Claudia 42 40 Fund.incompl.
Acha que nunca desenvolveu
Emprego bom atendimento na área da saúde
Não tem Época do asfalto
20
Nº Nome
Idade Tempo que reside em Pitanga
Nível de escolaridade
Opinião Sobre desenvolvimento de Pitanga
O que falta em Pitanga p/ melhorar
Conhece pessoas q/ saíram de Pitanga? Motivo
Lembra-se de alguma fase de desenvolvimento marcante
14 Noeli 36 25 Médio compl.
Pouco, quase nada
Indústrias, melhorar área de saúde e lazer
Sim emprego
Época das serrarias
15 Paulo 59 59 Fund.compl.
Melhorou bastante, a cidade aumentou
Médicos, industrias, educação, bons politicos
Sim emprego
Época das serrarias
16 Celenir 50 30 3ë grau incompl.
Está sempre do mesmo jeito não evolui
Melhor prefeito
Sim estudo
Não se lembra
17 Amélia 73 23 Fund.imcompl.
Acha que por ser antiga não é muito desenvolvida
Mais cursos nas faculdades
Sim emprego
Fase da madeira
18 Agenir 62 62 Médio incompl.
Melhorou um pouco
Melhorar a parte urbana
Sim Presença da Petrobrás
19 Nelson 42 6 Médio compl.
Um pouco, quase nada
Indústrias e explorar o gás
Sim emprego
Não
20 Maria 39 39 Pós graduada
Péssimo, sem planejamento, governantes fracos
Planejamento e ação
Sim estudo
Exploração do gás
21
Nº NomeIdade Tempo
que reside em Pitanga
Nível de escolaridade
Opinião Sobre desenvolvimento de Pitanga
O que falta em Pitanga p/ melhorar
Conhece pessoas q/ saíram de Pitanga? Motivo
Lembra-se de alguma fase de desenvolvimento marcante
21 Silvane 31 31 3º grau incompl.
Houve mudanças
Melhores governantes
Sim emprego
Asfalto nas avenidas
22 Ivanil 74 60 Fund.imcompl.
Melhorou Médicos especialistas
Sim emprego
Médicos bons
23 Izabel 43 25 4ª série Pouco, precisa muita coisa pra melhorar
Na área da saúde, segurança e urbanização
Sim emprego
Tempo do asfalto
24 Eni 55 44 Fund.compl.
Melhorou o comércio, construções e nº de habitantes
Industrias e saude
Sim emprego
Criação do Parque industrial
25 Pedro 64 64 3º grau completo
Bom, mas poderia ser bem melhor
Planejamento municipal
Sim emprego
Instalação do Banco do Brasil, da Coamo
26 Antonio 61 51 Primário Muito lento
União política, empregos e médicos
Não Asfalto que liga a Guarapuava e Campo Mourão
27 Adaltina 70 60 Primário Falta de emprego
Mais emprego
Não Desenvolvimento escolar
28 Acacia 70 61 Médio incompl.
Acha mal Indústrias
Sim emprego e estudo
Chegada da luz elétrica
22
Nº NomeIdade Tempo
que reside em Pitanga
Nível de escolaridade
Opinião Sobre desenvolvimento de Pitanga
O que falta em Pitanga p/ melhorar
Conhece pessoas q/ saíram de Pitanga? Motivo
Lembra-se de alguma fase de desenvolvimento marcante
29 Maria 50 22 Fund.incompl.
Houve evolução na agricultura e na educação
Indústrias
Não lembra
Criação das faculdades
30 Maria 63 63 (Não Preencheu)
Quando criança era melhor
Bons políticos
Sim estudo e emprego
Asfalto
31 Inês 44 22 Médio compl.
Lento, poderia ser melhor
Empresas, indústrias
Sim emprego
Não
32 Amilton 40 40 Médio compl.
Melhorou muito
Falta muitos itens para melhorar
Sim emprego
Época da Petrobrás explorando gás
33 Rita 36 3º grau cursando
Tem desenvolvido muito
Fábricas, empregos
Sim emprego
Quando encontraram gás
Fonte: Entrevistas feitas pelos alunos e alunas da 8ª série “a” doColégio Estadual D. Pedro I – EFMTP de Pitanga – PR, no primeiro semestre de 2008.
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