Estudo Comparativo de Alternativas Para Vedações Internas De
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN
DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE
EDIFICAES
CURITIBA
2013
-
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN
DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE
EDIFICAES
Trabalho de Final de Curso em Engenharia Civil, Departamento de Construo Civil, Universidade Federal do Paran como requisito parcial concluso do curso de Engenharia Civil. Orientador: Prof. Me. Jos de Almendra Freitas Junior.
CURITIBA
2013
-
TERMO DE APROVAO
DAYANA RUTH BOLA OLIVEIRA
ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS PARA VEDAES INTERNAS DE
EDIFICAES
Trabalho de Final de Curso aprovado como requisito parcial concluso do curso de Engenharia Civil, Departamento Construo Civil, da Universidade Federal do
Paran, pela seguinte banca examinadora:
___________________________________ Prof. Me. Jos de Almendra Freitas Junior - Orientador Departamento de Construo Civil, UFPR
___________________________________ Prof. Dr. Carlos Frederico Alice Parchen Departamento de Construo Civil, UFPR
___________________________________ Prof. Dra. Laila Valduga Artigas Departamento de Construo Civil, UFPR
Curitiba, 18 de Maro de 2013.
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minha Nona,
a quem eu mais queria
poder ter dito
Adeus...
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AGRADECIMENTOS
minha me por estar sempre presente, me dando fora e incentivo,
acreditando em mim.
A meu pai pelo exemplo de determinao, quem me ajudou a chegar onde
estou.
Ao meu namorado por ter me acompanhado nessa caminhada e por todo
amor e carinho que me dedicou.
Aos amigos Abee, Andr, Anitcha, Bruno, Carol, Cssio, Graseffe e Jhonny,
que me acompanharam no decorrer de mais uma etapa de minha vida. Em especial
a Elaine, pelo tempo dedicado em me ajudar com este trabalho, pelas leituras,
correes e dicas. Tambm a Ana Paula pelos esclarecimentos e alternativas, e a
ambas pelo apoio e palavras de fora e f.
Ao meu amigo Eng. Ronaldo, por sua colaborao em minha formao como
profissional e ajuda com este trabalho.
Ao Prof. Cristvo por suas palavras de motivao, me dando nimo para
seguir em frente com determinao.
E principalmente ao meu orientador Jos A. Freitas, por toda pacincia e
dedicao, tempo e ajuda que tem despendido para comigo.
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RESUMO
Com o crescimento da concorrncia no mercado da construo civil e a grande demanda no setor, a exigncia de agilidade, racionalizao e principalmente economia na execuo, so prioridades das empresas construtoras na execuo de um empreendimento; construir deixou de ser uma simples materializao de formas e volumes e passa cada vez mais a ser uma questo de custos e controles. H exigncia de sistemas que atendam as necessidades do mercado atual em relao a novas tecnologias, mo de obra qualificada e materiais de qualidade, relacionando-os diretamente aos custos. Isso mostra a importncia de estudar os sistemas de vedao vertical e revestimentos que hoje no Brasil tem maior emprego, para oferecer uma alternativa vivel economicamente e de qualidade. Neste sentido, este trabalho apresenta um estudo comparativo entre os sistemas: Bloco cermico revestido com argamassa preparada em obra, bloco cermico revestido com argamassa industrializada, bloco cermico revestido de pasta de gesso, bloco de concreto revestido com argamassa industrializada, bloco de concreto revestido com pasta de gesso, drywall com e sem isolamento em l mineral. O estudo ser demonstrado atravs de tabelas de quantitativos e de caractersticas dos materiais citados, apontando suas vantagens e limitaes. Em relao ao comparativo de custos, podem ser observados por diferentes aspectos: custo direto com materiais da opo, custo para execuo do sistema, custo durante vida til (manuteno), custos indiretos relativos reduo de prazos, valorizao dada pelo cliente e confiabilidade do sistema. Quanto s caractersticas tcnicas, os comparativos dependero do processo de fabricao que o material foi submetido, das propriedades dos materiais, tipologia da edificao, da qualificao de mo de obra, necessidade do cliente, mercado financeiro e condies ambientais que o sistema estar submetido. Tendo isto em vista, pode-se dizer que dentre todas as alternativas apresentadas, o sistema mais eficaz o que inclui as alvenarias, mais especificamente as de blocos cermicos furados e revestidos em argamassa industrializada, logo aps est o drywall, porm ainda no bem difundido na sociedade. Porm, esclarescendo, que no existe efetivamente um tipo de vedao que seja mais eficaz que outro, que h uma srie de fatores que determinam esta definio. Palavras-chave: Custo, Qualidade, Caractersticas, Bloco cermico, Bloco de concreto, Argamassa industrializada, Argamassa preparada em obra, Pasta de Gesso e Drywall.
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 CONDIES PARA INCIO DOS SERVIOS DE REVESTIMENTO . 19
FIGURA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO DE ARGAMASSA DA VEDAO
VERTICAL: EMBOO E REBOCO; MASSA NICA. ............................................... 23
FIGURA 3 ARGAMASSA PRODUZIDA EM OBRA ............................................... 27
FIGURA 4 ARGAMASSA ENSACADA ................................................................... 30
FIGURA 5 ARGAMASSA ENSACADA COM TRANSPORTE VERTICAL ............ 31
FIGURA 6 PASTA DE GESSO .............................................................................. 33
FIGURA 7 PROJEO MANUAL PASTA DE GESSO ....................................... 34
FIGURA 8 PROJEO MENICA PASTA DE GESSO...................................... 34
FIGURA 9 EXECUO DE TALISCAMENTO ....................................................... 35
FIGURA 10 EXECUO DE PASTA DE GESSO ................................................. 35
FIGURA 11 EXECUO DE SARRAFEAMENTO ................................................. 35
FIGURA 12 EXECUO DE ACABAMENTO ........................................................ 35
FIGURA 13 VARIEDADES DE BLOCOS DE CONCRETO................................... 38
FIGURA 14 BLOCO CERMICO FURADO DE VEDAO................................... 40
FIGURA 15 INSTALAES ELTRICAS E HIDRULICAS .................................. 48
FIGURA 16 EXECUO DE PAREDE DE DRYWALL .......................................... 48
FIGURA 17 RECICLADOR - RESDUOS DE ALVENARIA RECICLADOS PARA
REUTILIZAO COMO AGREGADOS DE PAVIMENTAO EM PRPRIA OBRA
.................................................................................................................................. 51
FIGURA 18 USINA PARA RECICLAGEM DE ENTULHO DE CONSTRUO CIVIL
ATERRO DE RESDUOS INERTES ...................................................................... 51
FIGURA 19 RESDUOS GERADOS DO REVESTIMENTO DE PASTA DE GESSO
.................................................................................................................................. 52
FIGURA 20 ARMAZENAGEM DOS RESDUOS DE GESSO ................................ 53
FIGURA 21 REAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATTs) ............................... 54
FIGURA 22 CUSTO TOTAL DOS ORAMENTOS DOS SISTEMAS DE VEDAO
VERTICAL INTERNA COM REVESTIMENTOS ....................................................... 76
FIGURA 23 PERDAS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................... 77
FIGURA 24 TEMPO DE EXECUO DE 1m DOS SISTEMAS ........................... 79
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NOS ESTADOS FRESCO E
ENDURECIDO .......................................................................................................... 22
TABELA 2 CAMADAS DO REVESTIMETNO ......................................................... 22
TABELA 3 DIMENSES REAIS DOS BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES ........ 38
TABELA 4 CARACTERSTICAS DE DESEMPENHO DO DRYWALL .................... 47
TABELA 5 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA
EM OBRA .................................................................................................................. 56
TABELA 6 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA
INDUSTRIALIZADA .................................................................................................. 59
TABELA 7 BLOCO CERMICO REVESTIDO COM PASTA DE GESSO ............. 61
TABELA 8 BLOCO DE CONCRETO REVESTIDO COM ARGAMASSA
INDUSTRIALIZADA .................................................................................................. 62
TABELA 9 BLOCO DE CONCRETO REVESTIDO COM PASTA DE GESSO ...... 64
TABELA 10 DRYWALL SEM E COM ISOLAMENTO EM L MINERAL ................ 66
TABELA 11 COMPARATIVO DE CARACTERSTICAS ENTRE BLOCO DE
CONCRETO E BLOCO CERMICO. ........................................................................ 67
TABELA 12 CARACTERSTICAS DO SISTEMA DE DRYWALL E ALVENARIA .. 68
TABELA 13 PARMETROS PARA ANLISE DOS REVESTIMENTOS EM
ARGAMASSA ............................................................................................................ 70
TABELA 14 CARACTERSTICAS DO REVESTIMENTO EM PASTA DE GESSO E
ARGAMASSA ............................................................................................................ 74
TABELA 15 RESIDUOS DA CONSTRUO CIVIL (DESTINAO) .................... 76
TABELA 16 VIABILIDADE DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ............................ 80
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABCP Associao Brasileira de Cimento Portland
a.C. Antes de Cristo
BDI Benefcios e Despesas Indiretas
NBR Norma Brasileira
TCPO Tabelas de Composies de Preos para Oramentos
UFPR Universidade Federal do Paran
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SUMRIO
1. INTRODUO.....................................................................................................................................12
1.1. IMPORTANCIA DA PESQUISA ............................................................................................................... 12
2. OBJETIVOS DO ESTUDO .................................................................................................................13
2.1. OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................................................ 13
2.2. OBJETIVOS ESPECFICOS................................................................................................................... 13
3. REVISO DE LITERATURA ..............................................................................................................14
3.1. CONCEITOS BSICOS .......................................................................................................................... 14
3.2. VEDAO VERTICAL INTERNA ............................................................................................................ 15
3.2.1. Histrico........................................................................................................................................ 15
3.2.2. Definio ...................................................................................................................................... 16
3.3. REVESTIMENTO VERTICAL ................................................................................................................. 17
3.3.1. Histrico........................................................................................................................................ 17
3.3.2. Definio ...................................................................................................................................... 18
3.3.3. Revestimento em Argamassa Mista ........................................................................................ 20
3.3.3.1. Definio ............................................................................................................................................ 20
3.3.3.2. Caractersticas ...................................................................................................................................21
3.3.3.3. Procedimento Executivo ...................................................................................................................24
3.3.3.3.1.Revestimento em Argamassa Mista Preparada em Obra ..........................................................26
3.3.3.3.2.Revestimento em Argamassa Mista Industrializada ...................................................................29
3.3.4. Revestimento em Gesso............................................................................................................ 33
3.3.4.1. Definio .............................................................................................................................................33
3.3.4.2. Caractersticas ...................................................................................................................................33
3.3.4.3. Procedimento Executivo ...................................................................................................................35
3.4. ALVENARIA DE VEDAO VERTICAL INTERNA COM BLOCO DE CONCRETO ..................................... 36
3.4.1. Definio ...................................................................................................................................... 36
3.4.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 37
3.4.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 38
3.5. ALVENARIA DE VEDAO VERTICAL INTERNA COM BLOCO CERMICO ............................................ 39
3.5.1. Definio ...................................................................................................................................... 39
3.5.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 40
3.5.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 42
3.6. VEDAO VERTICAL EM DRYWALL .................................................................................................... 43
3.6.1. Definio ...................................................................................................................................... 43
3.6.2. Caractersticas ............................................................................................................................ 44
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3.6.3. Procedimento Executivo ............................................................................................................ 47
4. RESDUOS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS ..............................................................................50
4.1. RESDUOS DE ENTULHOS .................................................................................................................... 50
4.2. RESDUOS DE GESSO .......................................................................................................................... 52
5. METODOLOGIA ..................................................................................................................................55
5.1. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ................................................................................................. 55
6. ESTUDO COMPARATIVO ......................................................................................................................55
6.1. CUSTO DOS SISTEMAS ....................................................................................................................... 55
6.2. CARACTERSTICAS TCNICAS DOS SISTEMAS .................................................................................... 67
6.2.1. Comparativo entre vedaes verticais internas ..................................................................... 67
6.2.1.1. Comparativo entre: Blocos de concreto e Blocos cermicos .....................................................67
6.2.1.2. Comparativo entre: Drywall e Alvenaria .........................................................................................67
6.2.2. Comparativo entre os revestimentos das vedaes verticais interns ................................. 69
6.2.2.1. Comparativo entre: Argamassa Produzida em Obra e Argamassa Industrializada ................69
6.2.2.2. Comparativo entre: Pasta de Gesso e Argamassas ....................................................................74
7. RESULTADOS E DISCUSSO .........................................................................................................75
8. CONCLUSO ......................................................................................................................................84
9. REFERNCIAS ...................................................................................................................................86
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12
1. INTRODUO
A presente pesquisa originou-se da necessidade de conhecimento dos
sistemas construtivos no setor da construo civil. O estudo de vedao vertical
interna mais empregados no Brasil, com intenes de otimizao, produtividade,
diminuio de custos, qualidade, praticidade, agilidade e reduo de desperdcio, de
modo a aliar as peculiaridades da obra que se pretende executar com as vantagens
e limitaes da alternativa construtiva.
1.1. Importncia da Pesquisa
A presente pesquisa tem carter informativo, e possibilita ter uma viso mais
ampla e aprofundada sobre as alternativas de vedao vertical interna empregadas
no Brasil com finalidade de: Produtividade e racionalizao (otimizao); Reduo
de prazos, custos e desperdcio, garantindo qualidade ao setor da construo civil.
Atualmente as principais formas de construo empregadas so: Alvenaria
no estrutural de blocos cermicos ou blocos de concreto, revestidas em argamassa
ou pasta de gesso e vedao em chapas de gesso acartonado. Foram levados em
considerao os aspectos qualitativos e quantitativos desses sistemas. Atravs
deste estudo, pode ser levantada a opo construtiva mais adequada que poder
ser empregada em funo do tipo de obra e das necessidades da mesma.
A pesquisa quantitativa aferir aquilo que pode ser mensurado, medido,
contado. Possui, portanto, alto teor descritivo. J a pesquisa qualitativa constitui uma
propriedade de ideias, coisas ou pessoas que permite que sejam diferenciadas entre
si de acordo com suas naturezas (BONAT, 2009).
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13
2. OBJETIVOS DO ESTUDO
2.1. Objetivos Gerais
Anlise comparativa atravs dos custos de execuo e caractersticas
tecnolgicas entre os sistemas de vedaes verticais internas em alta no mercado
brasileiro a partir de material bibliogrfico, no sentido de servir como apoio para a
construo ou reforma de edificaes.
2.2. Objetivos Especficos
a) Identificar as alternativas mais usuais de vedao vertical interna;
b) Levantar custos para cada processo construtivo;
c) Levantar as caractersticas tecnolgicas dos materiais e sistemas;
d) Comparar custos;
e) Analisar as potencialidades e limitaes em relao s caractersticas.
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14
3. REVISO DE LITERATURA
3.1. Conceitos Bsicos
Para facilitar o entendimento do trabalho, alguns conceitos fundamentais so
descritos abaixo:
Vedao vertical: A vedao vertical pode ser entendida como sendo
um subsistema do edifcio constitudo por elementos que compartimentam
e definem os ambientes internos, controlando a ao de agentes
indesejveis (FRANCO et. al., 2008).
Alvenaria: A alvenaria caracteriza-se por ser um subsistema da
construo produzido no canteiro, resultante da unio de seus
componentes (tijolos ou blocos) atravs de juntas de argamassa,
formando um conjunto rgido e coeso (SABBATINI, 1984).
Argamassa de cal: argamassa preparada com cal como nico
aglomerante (NBR 13529 - ABNT, 1995).
Argamassa mista: argamassa na qual os aglomerantes so o cimento e
a cal, em propores adequadas finalidade a que se destina (YAZIGI,
2004).
Revestimento: o recobrimento de uma superfcie lisa ou spera com
uma ou mais camadas sobrepostas de argamassa, em espessura
normalmente uniforme, apta a receber um acabamento final (NBR 13529 -
ABNT, 1995).
Conformao: vedaes obtidas por moldagem a mido no local
emprega materiais com plasticidade obtida pela adio de gua,
(SABBATINI, 2003).
Acoplamento a seco: vedaes obtidas por montagem atravs de
dispositivos (pregos, parafusos, rebites, cunhas, etc). Compe a tcnica
construtiva conhecida no exterior como Dry Construction, por no
empregar materiais obtidos com adio de gua (SABBATINI, 2003).
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15
Racionalizao: ato ou efeito de racionalizar alguma coisa, tornar
racional, tornar mais eficientes os processos de trabalho ou a organizao
de empreendimentos (BARROS, 1998).
Vedaes leves: representados por elementos de pequena densidade
superficial, no estruturais (SOUZA, 1998).
Vedaes pesadas: so elementos com funo estrutural ou no e com
densidade superficial elevada (SOUZA, 1998).
Vida til de projeto: a vida til uma indicao do tempo de vida ou da
durabilidade de um edifcio e suas partes, como uma aproximao da
durabilidade desejada pelo usurio,representando uma expresso de
carter econmico de uma exigncia do usurio, contemplando custos
iniciais, custos de operao e de manuteno ao longo do tempo (NBR
15575-1:2008).
3.2. Vedao Vertical Interna
3.2.1. Histrico
A evoluo da alvenaria acompanha a evoluo da humanidade, composta de
materiais de alta tecnologia que oferecem maior resistncia, leveza e um menor
custo, alm de apresentarem elevada resistncia ao tempo. O desenvolvimento de
materiais como os blocos de concreto, cermico, slico-calcreo, concreto celular
etc., representam uma revoluo na histria da alvenaria. A alvenaria de vedao
constituda por blocos ou tijolos unidos por juntas de argamassa, formando um
conjunto monoltico de caractersticas prprias. Os elementos que formam a
alvenaria de vedao possuem, cada um, caractersticas prprias, porm so
independentes mas interagem entre si (TRAMONTIN, 2005).
Segundo SILVA (2002), com a necessidade de novas tcnicas para produo
de vedao vertical em 1898 nos Estados Unidos, Augustine Sackett desenvolve a
chapa de gesso acartonado que veio revolucionar a construo civil. Com o passar
do tempo a chapa drywall sofreu muitas alteraes, e em meados de 1990 ganhou
aceitao no Brasil (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
A modernizao da construo civil hoje uma exigncia da sociedade. Os
desperdcios, o atraso tecnolgico, a primariedade dos mtodos construtivos, o
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despreparo da mo de obra, so temas discutidos por toda a coletividade e no
apenas no setor. Mas, alm da exigncia social e ambiental, a modernizao
constitui um fator essencial de sobrevivncia para empresas que atuam neste setor,
levando assim muitas delas a investir em seus meios de produo. A necessidade
obriga a manter-se competitiva e isto cria uma corrente favorvel para modernizao
(MACIEL et.al. 1998).
3.2.2. Definio
CARDOSO (2001), define as vedaes verticais como sendo um subsistema
do edifcio, constitudo pelos elementos que: definem e limitam verticalmente o
edifcio e seus ambientes internos e controlam a passagem de agentes indesejveis.
O autor encara o edifcio como um sistema, do ponto de vista construtivo, pode-se
dividi-lo nas seguintes partes: fundaes, estrutura, vedaes verticais, esquadrias,
instalaes, revestimentos das vedaes verticais, vedaes horizontais,
revestimentos das vedaes horizontais, cobertura, impermeabilizao, entre outros.
A vedao como um sistema est associado ao cumprimento dos requisitos
de desempenho: segurana estrutural, isolao trmica, isolao acstica,
estanqueidade, segurana ao fogo, estabilidade, durabilidade, esttica e economia
(FRANCO, 1998).
So muitas as tipologias possveis de serem empregadas como vedao
vertical, da parede tradicional de alvenaria de tijolo cermico com reboco mais
emboo aos painis pr-fabricados, dos processos de moldagem no prprio local
aos processos de moldagem mecnica e componentes industrializados. Processos
dos mais variados graus de industrializao e nveis de custo. E tambm, com uma
ampla diferenciao no desempenho funcional (MACIEL et.al., 1998).
Segundo SABBATINI (2003) As vedaes verticais representam cerca de
35% a 60% do custo total do edifcio. BARROS (1998) descreve que atravs da
racionalizao da produo das alvenarias de vedao possvel reduzir os custos,
aumentar a produtividade e reduzir os problemas patolgicos.
Porm tais desempenhos s podem ser obtidos se, antes de mais nada,
houver um projeto.
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Segundo a ABCP (2012), o projeto de vedao tem a funo de coordenar e
compatibilizar todos os sistemas envolvidos. Alm disso, permite ajustes e detalhes
tcnicos que beneficiam a produtividade da obra. Assume papel importante por
definir parmetros como:
Escolha dos materiais e componentes que devero ser empregados;
Geometria das paredes evitando desperdcios e retrabalho;
Reforos e detalhes adequados para o bom desempenho;
Execuo adequada aos padres escolhidos;
Compatibilidade das vedaes s estruturas e instalaes;
Planejamento logstico;
Tecnologias de produo mais adequadas incluindo equipamentos;
Controle de qualidade tambm para servios;
Integrao das solues de todos os subsistemas.
Ter um projeto de vedao vertical ferramenta essencial para o
planejamento e produo no canteiro de obras. O conceito de racionalizao
construtiva s pode ser plenamente empregado quando as aes so planejadas
desde o momento da concepo do empreendimento. O nvel de detalhamento
alcanado e a diminuio das incertezas trazidas pela padronizao na execuo
das tcnicas e detalhes construtivos, com especificaes claras de todos os
componentes que devem ser empregados, bem como a forma de montagem ou
assentamento, e caractersticas tecnolgicas, fornece informaes necessrias para
o planejamento operacional da obra, auxiliando na atividade de suprimento de
materiais e ferramentas, no controle fsico e financeiro e a gesto da mo de obra
durante a execuo dos servios (FRANCO, 1998).
3.3. Revestimento Vertical
3.3.1. Histrico
Em recentes descobertas arqueolgicas, tornou-se evidente que o emprego
do gesso remonta ao 8 milnio a.C (runas na Sria e na Turquia). As argamassas
em gesso e cal serviram de suporte em afrescos decorativos e na realizao de
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18
pisos. Foram encontrados tambm, nas runas da cidade de Jeric, no 6 milnio
a.C. traos do emprego de gesso em moldagens e modelagens.
O gesso bastante conhecido na grande pirmide erguida por Quops, rei do Egito.
Entretanto, o filsofo Theofraste, que viveu entre IV e III sculos antes de Jesus
Cristo, tornou-se conhecido por seu Tratado de Pedra, que o mais antigo e mais
documentado dos autores que se interessam pelo gesso. Theofraste citou a
existncia de gesseiras em Chipre, na Fencia e na Sria (CLARO, 2013).
Segundo ANTUNES (1999), o gesso o mais antigo aglomerante que se
tem notcia. Seu emprego era variado, desde a confeco de objetos decorativos at
revestimento de paredes. A medida que o conhecimento acerca do gesso se
desenvolveu, a adio da cal tambm passou a ser estudada. Segundo CLARO
(2013), o desenvolvimento da argamassa de cal como sistema construtivo, ocorreu
em Roma, durante o Imprio Romano, h mais de 2000 anos.
No Brasil, a argamassa passou a ser utilizada no primeiro sculo de nossa
colonizao, para assentamento de alvenaria de pedra. A cal que constitua tal
argamassa era obtida atravs da queima de conchas e mariscos. J a argamassa
industrializada s chegou ao Brasil na dcada de 1980 com o objetivo de minimizar
as variaes decorrentes da dosagem em obra; nos anos 90 disseminou-se sua
utilizao com o uso das chamadas argamassas de mltiplo uso, lanadas no
mercado como adequadas para revestimento, assentamento e contrapiso.
Atualmente so disponveis quatro tipos de argamassas para uso em situaes
especficas, tais como: revestimento interno, revestimento externo, assentamento de
vedao e assentamento estrutural (AGUIAR, 2004).
3.3.2. Definio
Segundo SABBATINI (2003) os revestimentos so definidos como sendo um
conjunto de camadas que recobre as vedaes de um edifcio e a estrutura, com
funes de: proteg-las contra a ao de agentes de deteriorao; complementar as
funes de vedao (estanqueidade ao ar e a gua, proteo termo-acstica e
funes de segurana, contra ao do fogo) e, se constituir no acabamento final
exercendo funes estticas e de valorizao econmica, relacionadas com o uso
do edifcio.
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Para incio da execuo dos revestimentos internos so necessrias
algumas verificaes iniciais quanto as vedaes em alvenaria, como descreve
(FIGURA 2) Manual de Revestimentos de Argamassas da ABCP (2012):
Todas as alvenarias devem estar concludas h pelos menos 30 dias e
fixadas internamente h pelo menos 15 dias;
A estrutura deve estar concluda h pelo menos 120 dias, exceo
dos 3 ltimos pavimentos onde se admite 60 dias;
Contra-marcos e batentes (se for o caso) devem estar chumbados ou
os referenciais de vo devem estar definidos;
Quaisquer dutos que passem pelas alvenarias devem estar concludos,
fixados e testados.
FIGURA 1 CONDIES PARA INCIO DOS SERVIOS DE REVESTIMENTO FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassa (2012)
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3.3.3. Revestimento em Argamassa Mista
3.3.3.1. Definio
A NBR -7200 (1998) define a argamassa para revestimento como uma
mistura homognea de aglomerante, agregado mido e gua, contendo ou no
aditivos ou adies, com propriedades de aderncia e endurecimento.
Segundo o Manual de Revestimentos em Argamassa, as argamassas mais
utilizadas para revestimentos so base de cal, base de cimento e as mistas de
cal e cimento, dependendo das propores entre os constituintes da mistura e sua
aplicao.
Este estudo se refere ao uso das argamassas mistas, que segundo CLARO
(2013), so compostas de cimento, cal e areia. A cal pode ser classificada em: cal
hidratada (em p) ou cal virgem (em pedras ou em p), esta deve passar por um
processo de hidratao, enquanto a cal hidratada pode ser comprada pronta.
Cada um dos componentes citados apresentam caractersticas prprias que
interferem nas propriedades da argamassa e do revestimento, formando uma
mistura mais completa (CLARO, 2013).
A funo da cal plastificante, por sua capacidade de reter gua e ter
trabalhabilidade. A funo do cimento dar resistncia e aumentar a velocidade de
endurecimento. Esse tipo de argamassa se adapta e indicada para vrios usos em
alvenaria, seja ela estrutural ou no.
FREITAS JR. (2012) descreve que as argamassas devem apresentar ainda
resistncia mecnica aos impactos, trao, ao cisalhamento, resistncia as
tenses normais e tangenciais, a umidade e agentes agressivos, alm de oferecer
boa aderncia e estar livres de fissuras e bolhas.
AZEREDO (1987) diz que quando se utilizada a cal hidratada, deve-se ter
cuidado de peneirar a cal para evitar no futuro a existncia de gros minsculos de
cal que, com o tempo, ir estufar e estourar o revestimento.
Segundo AZEREDO (1987), na construo civil, mais especificamente na
construo de um edifcio, a argamassa entra como elemento que fixa os materiais
entre si como uma cola e responsvel pela ligao dos elementos, bem como pela
aparncia e qualidade.
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3.3.3.2. Caractersticas
Neste trabalho, optou-se pela utilizao argamassa fabricada com cal
hidratada, por possuir as seguintes vantagens em relao a argamassa preparada
com cal virgem, como descreve CLARO (2013):
Maior facilidade de manuseio, transporte e armazenamento;
Produto pronto para ser utilizado, eliminando operao de
extino e longos envelhecimentos;
Por ser um produto seco, pulverulento, oferece maior facilidade
de mistura na elaborao das argamassas que a pasta de cal resultante da
extino da cal virgem;
No est sujeita aos riscos provocados pela hidratao
espontnea da cal virgem e por incndios que podem ocorrer durante o seu
transporte ou seu armazenamento.
Quanto as principais funes dos revestimentos em argamassa, MACIEL et
al. (1998) define:
Proteger os elementos de vedao dos edifcios da ao direta
dos agentes agressivos;
Auxiliar as vedaes no cumprimento das suas funes como,
por exemplo, o isolamento termo-acstico e a estanqueidade gua e aos
gases;
Regularizar a superfcie dos elementos de vedao, servindo de
base regular e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou
constituir-se no acabamento final;
Contribuir para a esttica.
A fim de que os revestimentos de argamassa possam cumprir as funes
acima citadas, importante que apresente um conjunto de propriedades especficas
(TABELA 1) relativas argamassa no estado fresco e no estado endurecido
(MACIEL et al., 1998).
-
22
TABELA 1 PROPRIEDADES DA ARGAMASSA NOS ESTADOS FRESCO E
ENDURECIDO
ESTADO FRESCO
ESTADO ENDURECIDO
Massa especfica e teor de ar
Aderncia
Trabalhabilidade Capacidade de absorver
deformaes
Reteno de gua Resistncia mecnica
Aderncia inicial
Resistncia ao desgaste
Retrao na secagem
Durabilidade
Fonte: MACIEL et al., 1998.
FIORITO (1994) ressalta que a aplicao deve seguir os padres
recomendados pelas normas tanto em termos de trao como na seleo dos
materiais que fazem parte de sua composio. Em relao espessura para
ambientes internos, SABBATINI (2003) cita uma variao de 5mm a 20 mm. Quanto
s camadas de revestimentos de argamassa podem ser resumidas na TABELA 2,
de acordo BAA e SABBATINI (2001).
TABELA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO
Nmero de
camadas Tipo Funes
Camada nica Massa
nica
Regularizao e
acabamento
Duas Camadas Emboo Regularizao
Reboco Acabamento
FONTE: Baa e Sabbatini, 2001.
Para BAA e SABBATINI (2001), esses dois tipos de revestimento podem ser
aplicados sobre uma camada de preparo de base, denominada chapisco conforme
apresenta a FIGURA 2 a seguir:
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FIGURA 2 CAMADAS DO REVESTIMENTO DE ARGAMASSA DA VEDAO
VERTICAL: EMBOO E REBOCO; MASSA NICA
FONTE: MACIEL et.al. (1998).
Os revestimentos de modo geral so sempre constitudos de diversas
camadas de materiais diferentes ligados entre si, as quais deve se ter muita
ateno, pois qualquer deformao no conjunto resultara em tenses no mesmo
(FIORITO, 1994).
Para obter um resultado satisfatrio na produo do revestimento e no seu
desempenho, atravs do aumento da qualidade e produtividade e da reduo de
falhas, desperdcios e custo, MACIEL et.al. (1998) fala que necessrio a
elaborao do Projeto de Revestimentos, devendo conter:
O tipo de revestimento (nmero de camadas);
O tipo de argamassa;
Espessuras das camadas;
Os detalhes arquitetnicos e construtivos;
As tcnicas mais adequadas para a execuo;
O padro de qualidade dos servios.
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24
3.3.3.3. Procedimento Executivo
Segundo MACIEL et.al. (1998), para qualquer tipo de revestimento (emboo
e reboco ou camada nica) deve-se executar a camada de aderncia e a
preparao da superfcie para recebimento da camada de revestimento.
Camada de aderncia (Chapisco)
Refere-se ao preparo da base, aplicada de forma contnua ou descontnua,
com a finalidade de uniformizar a superfcie quanto absoro e melhorar a
aderncia do revestimento (NBR 13529/95).
O chapisco composto basicamente de argamassa de cimento e areia
grossa no trao em volume de 1:3 e 1:4 bastante fluida. O acabamento
extremamente spero e irregular, criando ancoragens mecnicas para aderncia da
camada seguinte (FIORITO, 1994; LORDSLEEM Jr., 2001).
Segundo a TCPO (2010):
Para aplicao do chapisco, a base devera estar limpa, livre de p,
graxas, leos, eflorescncias, materiais soltos, ou quaisquer produtos que
venham prejudicar a aderncia.
A aplicao do chapisco devera ser realizada atravs de asperso
vigorosa da argamassa, continuamente sobre toda rea da base que se
pretende revestir. AZEREDO (1987) lembra tambm que deve ser
lanado com certa violncia, de uma distncia aproximada de um metro.
Quando a base apresentar elevada absoro, molhar antes da
aplicao. AZEREDO (1987),sugere que em concreto no se deve molhar
a superfcie que receber chapisco, j em superfcies de alvenarias deve-
se molhar a superfcie, para que no ocorra absoro da gua necessria
cura da argamassa do chapisco (YAZIGI, 2006). Entretanto, o autor
observa que o excesso de gua (saturamento), pode ser prejudicial, uma
vez que os poros saturados iro inibir o microagulhamento da pasta de
aglomerante dentro dos mesmos (mecanismo que configura a aderncia
sobre substratos porosos).
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Preparao da superfcie para recebimento da camada de revestimento
TCPO (2010):
Deve ser executada 3 dias aps a aplicao do chapisco.
Usar guias para sarrafeamento, espaadas no mnimo 2m.
Segundo BAA e SABBATINI (2001), o taliscamento a definio da
espessura do revestimento, consistindo na fixao de cacos cermicos,
com a mesma argamassa utilizada para o revestimento, em pontos
especficos e respeitando a espessura definida. recomendvel que o
taliscamento seja feito previamente em toda a extenso da superfcie a
ser revestida, de forma que a argamassa se encontre endurecida,
mantendo as taliscas fixas e firmes, para apoiarem e servirem de
referncia para a execuo das mestras.
Executar as guias ou mestras.
Segundo MACIEL et.al. (1998), as mestras so faixas estreitas e
contnuas de argamassa feitas entre duas taliscas, que servem de guia
para a execuo do revestimento. Atravs desses elementos, fica
delimitada uma regio onde ser aplicada a argamassa. Sobre as
mestras, a rgua metlica apoiada para a realizao do sarrafeamento.
Retirar o excesso e regularizar a superfcie com a passagem do
sarrafo.
Em seguida, as depresses devero ser preenchidas mediante novos
lanamentos de argamassa nos pontos necessrios, repetindo-se a operao ate
conseguir uma superfcie cheia e homognea.
aconselhvel que a aplicao da argamassa seja feita de maneira
sequencial, em cada trecho delimitado pelas mestras. Depois de aplicada a
argamassa, deve ser feita uma compresso com a colher de pedreiro, eliminando os
espaos vazios e alisando a superfcie (MACIEL et.al.,1998).
Segundo a ABNT NBR 7200 (1998) durante esta operao devem ser
retiradas as taliscas e preenchidos os vazios deixados por elas.
A partir dos procedimentos apresentados, segue-se a execuo de acordo
com o tipo de argamassa empregado: Argamassa mista preparada em obra ou
argamassa industrializada.
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26
3.3.3.3.1. Revestimento em Argamassa Mista Preparada em Obra
Segundo o Manual de Revestimentos de Argamassas, a argamassa
preparada em obra conhecida como um sistema tradicional, onde a fabricao
emprica (trao), resume-se em definir os materiais constituintes em volume ou
massa misturados na prpria obra, mecanicamente em uma certa sequencia por um
dado tempo (NBR 13529/95).
Segundo AZEREDO (1987), nos canteiros de obra das edificaes
habitacionais e comerciais, a definio dos traos das argamassas feita, em geral,
ao arbtrio de mestres, pedreiros ou serventes. Dessa forma, h dificuldade com as
quantidades e mistura, tornando a qualidade varivel e ainda existe a possibilidade
de contaminao dos materiais, ou seja, uma argamassa muito mais suscetvel a
problemas (FREITAS JR., 2012).
O Manual de Revestimentos de Argamassas cita a importncia de ter
controle da uniformidade do produto, seja atravs do controle dos materiais
constituintes, seja pelo controle da prpria argamassa.
Outro fator que deve ser levado em considerao quanto a armazenagem
dos materiais (FIGURA 3), que deve ser feita de maneira adequada, havendo a
necessidade de se prever reas de estocagem para as matrias-primas, tais como
agregados e cal. A cal deve ser sempre armazenada protegida de intempries e em
local de fcil acesso. Os agregados devem ser estocados em baias cujos pisos
devem ser preferencialmente cimentados e separadas em funo de cada tipo de
material (Manual de Revestimentos de Argamassas (2012).
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FIGURA 3 ARGAMASSA PRODUZIDA EM OBRA
Recebimento
Armazenagem:
Preparo da
Argamassa Cal
Cal (sacos)
Areia Areia (sacos)
Armazenagem:
Espera por
transporte
vertical
Armazenagem no
andar:
Espera por aplicao
Aplicao
FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (s/d)
SALGADO (2012), cita os dois tipos de revestimentos de argamassas, cada
uma com propriedades diferenciadas, adequadas ao cumprimento das funes
especficas.
Argamassa de regularizao (Emboo)
Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfcie da
base ou chapisco, propiciando uma superfcie que permita receber outra camada, de
reboco ou de revestimento decorativo, ou que se constitua no acabamento final
(NBR 13529/95).
Para FREITAS JR. (2012), o emboo, ou massa grossa, composto
basicamente de argamassa de cimento, cal e areia mdia no trao 1:2:9 em volume
e deve apresentar espessura mdia entre 15mm e 25mm, admitindo-se at 30mm.
aplicada diretamente sobre a base previamente preparada (chapiscada) e se
destina receber as camadas posteriores (reboco e revestimento final). Para tanto
deve apresentar porosidade e textura superficiais compatveis com a capacidade de
aderncia do acabamento previsto. Ambas so caractersticas determinadas pela
granulometria dos materiais e pela tcnica de execuo. Segundo SABBATINI
(2003).
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Argamassa de acabamento (Reboco)
Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboo (NBR
13529/95). Segundo FREITAS JR. (2012), composto por argamassa de cal e areia
fina no trao 1:4, em volume. Tem finalidade de servir de acabamento dos
revestimentos de argamassa ou de suporte para a pintura, devendo ser
perfeitamente regular, com pouca porosidade. Sua espessura, apenas o suficiente
para constituir uma pelcula sobre o emboo, no deve ultrapassar 5mm. Deve
apresentar resistncia superficial elevada, para absorver as solicitaes sem
danificar-se, pois est sujeita a desgaste superficial provocado por atividades do
usurio ou por agentes agressivos (SABBATINI, 2003).
Para SILVA (2006) a aplicao segue molhando-se o emboo, colocando a
argamassa na desempenadeira e comprimindo-a, de baixo para cima no emboo, de
maneira que se obtenha uma espessura de 3 a 4 mm. Em seguida, com movimentos
circulares, procura-se desbastar a espessura e ao mesmo tempo uniformizar a
parede de maneira a se atingir uma camada de 2 a 3 mm.
MACIEL et al. (1998) descreve as atividades, equipamentos e aspectos
quanto a produo e organizao do canteiro, para produo de argamassa
preparada em obra:
Atividades: medio, em massa ou em volume, das quantidades de
todos os materiais constituintes; Transporte desses materiais at o
equipamento de mistura; Colocao dos materiais no equipamento;
mistura.
Equipamentos: equipamento de mistura (betoneira ou
argamassadeira); Recipientes para a medio dos materiais (carrinhos de
mo ou padiolas); ps; peneiras para eliminar torres e materiais
estranhos ao agregado.
Central de produo: nmero de equipamentos de mistura adequado
ao volume dirio de consumo e prxima ao estoque dos materiais e ao
equipamento de transporte vertical).
Estocagem individual de cada material, tendo assim, maior rea de
estocagem e interferncia com o transporte vertical de outros materiais.
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Normatizao para execuo de argamassa preparada em obra:
NBR 7200:1998 - Execuo de revestimento de paredes e tetos de argamassas
inorgnicas Procedimento.
NBR 5735:1991 - Cimento Portland de alto-forno.
NBR 5732:1991 - Cimento Portland comum.
NBR 13749:1996 - Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas
Especificao.
NBR 13530:1995 - Revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgnicas.
NBR 13529:1995 - Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgnicas.
NBR 13276:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimentos de
paredes e tetos Determinao do teor de gua para obteno do ndice de
consistncia-padro Mtodo de ensaio.
NBR 13277:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de
paredes e tetos Determinao da reteno de gua Mtodo de ensaio.
NBR 13278:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de
paredes e tetos Determinao da densidade de massa e do teor de ar incorporado
NBR 13279:2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos Determinao da resistncia a compresso Mtodo de ensaio.
NBR 13280:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos - Determinao da densidade de massa aparente no estado endurecido.
NBR13281:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos
NBR 15258:2005 - Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinao
da resistncia potencial de aderncia trao.
NBR 15259:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos - Determinao da absoro de gua por capilaridade e do coeficiente de
capilaridade.
3.3.3.3.2. Revestimento em Argamassa Mista Industrializada
Segundo a NBR 13529/95, a argamassa industrializada proveniente da
dosagem controlada, em instalao prpria, de aglomerante(s) de origem mineral,
agregado(s) mido(s) e, eventualmente, aditivo(s) e adio(es) em estado seco e
homogneo. A embalagem pode ser plstica ou de papel Kraft, semelhante aos
-
30
sacos de cal e cimento. No momento da utilizao, o preparo da argamassa feito
apenas com adio de gua. No que se refere as composies, optamos pelo
chapisco rodado em obra e o camada nica com argamassa industrializada.
O Manual de Revestimentos em Argamassa fala que por serem produzidas
por processos industriais, mecanizados e com controle rgido de produo, as
argamassas ensacadas apresentam grande uniformidade de dosagem. Isto significa
dizer que se pode conseguir a repetio de um trao com um grau de confiana
satisfatrio.
O preparo pode ser efetuado em uma nica central que se faa o transporte
da argamassa pronta at o local de uso (FIGURA 4), ou de uma maneira mais
racional, pode-se transportar os sacos e armazen-los nos andares (FIGURA 5),
efetuando o preparo atravs de misturadores alocados no pavimento, no momento
da aplicao (Manual de Revestimentos em Argamassa (s/d).
FIGURA 4 - ARGAMASSA ENSACADA
Recebimento: Sacos de argamassa
Armazenagem no andar: Sacos de argamassa
Preparo da Argamassa Armazenagem no andar: Pequenas quantidades
Aplicao
FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (2012).
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FIGURA 5 ARGAMASSA ENSACADA COM TRANSPORTE VERTICAL
Recebimento: Sacos de argamassa
Armazenagem: Sacos de argamassa
Preparo da Argamassa Armazenagem: Espera por transporte vertical
Armazenagem no andar: Espera por aplicao
Aplicao
FONTE: Manual de Revestimentos de Argamassas (s/d).
MACIEL et al. (1998) descreve as atividades, equipamentos e aspectos
quanto a produo e organizao do canteiro:
Atividades: colocao da quantidade especfica do material em p no
equipamento de mistura, seguida da adio da gua.
Equipamentos: argamassadeira e os recipientes para a colocao da
gua.
Central de produo: caso no seja produzida nos prprios pavimentos
do edifcio, h possibilidade de reduo da ocupao do canteiro e
interferncia com o transporte vertical dos outros materiais.
Estocagem dos sacos de argamassa, menor rea de estocagem, maior
facilidade de controle do material.
Caractersticas:
Na mistura da argamassa recomenda-se o uso de equipamentos de
mistura mecnica, onde pode ser utilizada a argamassadeira. A mistura
manual deve ser evitada, pois no permite uma mistura homognea,
podendo comprometer o desempenho do revestimento.
-
32
A quantidade de gua que ser acrescentada na mistura deve
sempre ser dosada, de acordo com o trao exigido;
Exige a regularidade das alvenaria, assim como, blocos de concreto e
cermicos de melhor qualidade.
As propriedades so asseguradas pelo fabricante.
Espessura varia de 5mm a 10mm, podendo chegar at no mximo
20mm.(FREITAS JR., 2012).
Normatizao para execuo de argamassa industrializada:
NBR 13281:2005 Argamassa industrializada para assentamento de paredes e
revestimento de paredes e tetos Especificao.
NBR 13276:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimentos de
paredes e tetos Determinao do teor de gua para obteno do ndice de
consistncia-padro Mtodo de ensaio.
NBR 13277:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de
paredes e tetos Determinao da reteno de gua Mtodo de ensaio.
NBR 13278:2005 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de
paredes e tetos Determinao da densidade de massa e do teor de ar incorporado
NBR 13279:2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos Determinao da resistncia a compresso Mtodo de ensaio.
NBR 13280:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos - Determinao da densidade de massa aparente no estado endurecido.
NBR 15258:2005 - Argamassa para revestimento de paredes e tetos - Determinao
da resistncia potencial de aderncia trao
NBR 15259:2005 - Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e
tetos - Determinao da absoro de gua por capilaridade e do coeficiente de
capilaridade.
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3.3.4. Revestimento em Gesso
3.3.4.1. Definio
Segundo CLARO (2013) o revestimento de gesso o recobrimento de
superfcies, paredes e tetos confeccionado in-loco. uma mistura de aglomerante e
gua, conforme FIGURA 6. Quando aplicado em paredes substitui o chapisco, o
emboo, o reboco e a massa corrida. Este tipo de revestimento chamado de gesso
sarrafeado (FREITAS JR., 2012).
FIGURA 6 PASTA DE GESSO
FONTE: Revista Tchne (2012)
3.3.4.2. Caractersticas
CLARO (2013) recomenda a utilizao em superfcies internas secas, pois a
umidade e a gua alteram as caractersticas do gesso. De acordo com Antunes
(1999), a aderncia e a dureza superficial so as principais propriedades mecnicas
a sofrerem influncia pela relao gua/gesso. De maneira geral, o aumento da
relao gua/gesso provoca o aumento da porosidade na pasta.
Segundo SILVA (2012), a aplicao da pasta de gesso pode ser executada
por projeo manual (FIGURA 7) ou mecnica (FIGURA 8) para alvenarias de
blocos cermicos e de concreto. De acordo com SABBATINI (2003) a pasta tm as
seguintes caractersticas:
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34
Tempo de pega inicial: 10 min.
Tempo de pega final: 45 min.
Espessura do revestimento: 4 a 15mm.
FIGURA 7 - PROJEO MANUAL FIGURA 8 - PROJEO MECNICA
PASTA DE GESSO PASTA DE GESSO
FONTE: Revista Tchne (2012)
Para aplicao da pasta h necessidade de bases com boa regularidade
superficial e preciso geomtrica (SABBATINI, 2003). Este tipo de revestimento
proporciona excelente acabamento e de pequena espessura, substituindo com
vantagens de rapidez e custo os revestimentos convencionais. No necessita
acabamento, frequentemente dispensa massa corrida ou reduz muito seu uso,
proporcionando economia de mo de obra (FREITAS JR., 2012). Porm, so
suscetveis a deformaes, choques, no auxiliam no isolamento acstico e fixao
de cargas suspensas (SABBATINI, 2003). FREITAS JR. (2012) fala ainda da
importncia de utilizar proteo ou pintura anticorrosiva quando h presena de
peas metlicas, para que sejam evitados aparecimento de manifestaes
patologicas.
Quanto a estocagem do material:
A pasta de gesso fornecida em sacos, e a estocagem do material feita sobre
paletes de madeira, em lugar seco, afastado das paredes e empilhamento mximo
de 15 sacos (SABBATINI, 2003).
-
35
3.3.4.3. Procedimento Executivo
De acordo com SILVA (2012), a pasta de gesso lanada manualmente ou
mecanicamente sobre a alvenaria, e as demais etapas de acabamento do
revestimento de gesso so iguais s do processo convencional:
Preparao da superfcie;
Execuo das taliscas (FIGURA 9);
Execuo das mestras (FIGURA 10);
Projeo da pasta;
Sarrafeamento (FIGURA 11);
Correo do sarrafeamento e alisamento (FIGURA 12) .
Em relao ao revestimento com argamassa, eliminam-se as etapas de chapisco,
emboo e reboco (CORSINI, 2011).
FIGURA 9 EXECUO DE TALISCAMENTO FIGURA 10 EXECUO DE MESTRAS
FONTE: Revista Tchne (2012)
FIGURA 11 EXECUO DE SARRAFEAMENTO FIGURA 12 EXECUO DE ACABAMENTO
FONTE: Revista Tchne (2012)
-
36
SILVA (2012) explica que este sistema aplicvel apenas em reas internas
do edifcio, isto , ambientes secos. No recomendvel a utilizao da pasta de
gesso nas paredes ou estruturas de cozinhas, banheiros, reas de servio e outras
reas molhveis e molhadas do edifcio.
No caso de revestimento de gesso sobre estruturas de concreto armado
(lajes, vigas e pilares) deve ser prevista a preparao da superfcie com a aplicao
de chapisco rolado, a fim de eliminar a possibilidade de deslocamento do gesso de
revestimento em funo do desmoldante utilizado nas frmas usadas na
concretagem, sendo este removido da superfcie do concreto antes da aplicao do
revestimento de gesso projetado.
De acordo com CORSINI (2011), a espessura da camada de gesso vai
depender, principalmente, da regularidade da superfcie, no ultrapassando 20mm.
Normatizao para execuo de pasta de gesso:
NBR 12127:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades fsicas
do p;
NBR 12128:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades fsicas
da pasta;
NBR 12129:1991 Gesso para construo - Determinao das propriedades
mecnicas;
NBR 12130:1991 Gesso para construo - Determinao da gua livre e de
cristalizao de teores de xido de clcio e anidrido sulfrico;
NBR 13207:1994 Gesso para construo civil Especificaes
NBR 13867:1994 Revestimento interno de paredes e tetos com pastas de gesso -
Materiais,preparo, aplicao e acabamento
3.4. Alvenaria de Vedao Vertical Interna com Bloco de Concreto
3.4.1. Definio
Conforme a NBR 6136:2007, caracteriza-se bloco vazado de concreto
simples para alvenaria sem funo estrutural o componente de alvenaria em
concreto cuja rea lquida for igual ou inferior a 75% da rea bruta. Classificam-se
na Classe D, para uso em paredes acima do nvel do solo.
-
37
3.4.2. Caractersticas
Segundo o Sindicato Nacional da Indstria de Produtos de Cimento, os
blocos de concreto so fabricados com cimento, agregados e gua, sendo ainda
permitido o uso de aditivos. A cura deve assegurar a homogeneidade e integridade
em todo processo construtivo.
A NBR 6136:2007 apresenta as caractersticas tcnicas que a alvenaria
vertical interna com blocos de concreto sem funo estrutural deve atender:
Resistncia compresso: A resistncia compresso dos blocos de
concreto simples (sem funo estrutural) deve ser maior ou igual a 2,0 MPa.
Aspecto visual: Os blocos devem ter arestas vivas e no apresentar trincas
ou outras imperfeies que possam comprometer a resistncia e durabilidade da
construo ou prejudicar o seu assentamento.
Absoro de gua: No caso de uso de agregado normal, a absoro mdia
de gua deve ser menor ou igual a 10%. Caso tenha sido utilizado agregado leve, a
absoro mdia deve ser menor ou igual a 13% e a absoro individual deve ser
menor ou igual a 16%.
Retrao na secagem: Menor ou igual a 0,0065%.
Tolerncias dimensionais: As tolerncias dimensionais so de 2mm
para largura e 3mm para altura e comprimento.
Classificao quanto a dimenso : Possuem diversas dimenses de
fabricao, como possvel observar na FIGURA 13, entre elas as mais comuns
existentes no mercado so (largura x altura x comprimento): blocos da famlia
09x19x39cm, blocos da famlia 14x19x39cm e blocos da famlia 19x19x39cm.
-
38
FIGURA 13 - VARIEDADES DE BLOCOS DE CONCRETO
FONTE: TRAMONTIN (2005)
As dimenses reais dos blocos vazados de concreto, devem corresponder
as dimenses apresentadas na TABELA 3.
TABELA 3 - DIMENSES REAIS DOS BLOCOS DE CONCRETO SIMPLES
Dimenso Designao
Dimenses padronizadas (mm)
(cm) Largura Altura Comprimento
20 M - 20 190 190 390
190
15 M - 15 140 190 390
190
12,5 M - 12,5 115 190 390
190
10 M - 10 90 190 390
190 FONTE: NBR 6136:2007
Vida til de projeto : A vida til do projeto da alvenaria de vedao interna
com blocos de concreto simples de 20 a 30 anos (NBR 6136:2007).
Resduos de blocos de concreto sem funo estrutural : Conforme a
resoluo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 307 de 05 de julho de
2002, os resduos de concreto e argamassa so considerados classe A, sendo
possvel serem reutilizados conforme item 4.1 Resduos de Entulhos.
3.4.3. Procedimento Executivo
Quanto execuo da alvenaria com blocos de concreto, so sempre
assentados em p com os furos na vertical, e devem ser molhados para que no
absorvam a gua da argamassa de assentamento, no ocasionando diminuio de
sua resistncia (Rodrigues, (s/d)).
-
39
O TCPO (2010) apresenta o procedimento para execuo de vedaes com
bloco de concreto:
1) Executar a marcao da modulao da alvenaria, assentando-se os
blocos dos cantos, em seguida, fazer a marcao da primeira fiada com blocos
assentados sobre uma camada de argamassa previamente estendida,
alinhados pelo seu comprimento.
2) Ateno construo dos cantos, que deve ser efetuada
verificando-se o nivelamento, perpendicularidade, prumo e espessura das
juntas, porque eles serviro como gabarito para a construo em si.
3) Esticar uma linha que servir como guia, garantindo o prumo e
horizontalidade da fiada.
4) Verificar o prumo de cada bloco assentado.
5) As juntas entre os blocos devem estar completamente cheias, com
espessura de 10 mm.
6) As juntas verticais no devem coincidir entre fiadas contnuas, de
modo a garantir a amarrao dos blocos.
Normatizao para execuo de vedao com bloco de concreto
NBR6136:2007 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Requisitos.
3.5. Alvenaria de Vedao Vertical Interna com Bloco Cermico
3.5.1. Definio
Segundo a NBR 15270-1 (ABNT, 2005), os blocos cermicos para vedao
constituem as alvenarias externas ou internas que no tem a funo de resistir a
outras cargas verticais, alm do peso da alvenaria da qual faz parte.
-
40
FIGURA 14 - BLOCO CERMICO FURADO DE VEDAO COM FUROS NA HORIZONTAL
FONTE: NBR 15270-1, 2005
Os blocos cermicos so definidos como sendo um componente de
alvenaria em forma de um prisma reto, que possui furos prismticos ou cilndricos
perpendiculares s faces que os contm. A qualidade dos blocos cermicos est
intimamente relacionada qualidade das argilas empregadas na fabricao e
tambm ao processo de produo, queimado a elevadas temperaturas (NBR15270-
1:2005).
3.5.2. Caractersticas
Segundo a NBR 15270:2005, a alvenaria vertical interna com blocos
cermicos deve atender as seguintes caractersticas tcnicas:
Resistncia compresso: A resistncia compresso dos blocos
cermicos de vedao tem os seguintes valores mnimos: 1,5 MPa para blocos
usados com furos na horizontal e 3,0 MPa para blocos com furos na vertical, referida
rea bruta.
Aspecto visual: A norma especifica que o bloco cermico de vedao seja
isento de defeitos sistemticos, como quebras, superfcies irregulares ou
deformaes (desvios de forma) que no permitam seu emprego na funo
especificada.
As caractersticas da superfcie externa do bloco so especificadas de
comum acordo entre fornecedor e comprador (face lisa ou com ranhuras).
-
41
Absoro de gua: Limite mnimo de 8% e mximo de 22%.
Desvio em relao ao esquadro: Mximo de 3mm.
Planeza das faces ou flecha: Flecha mxima de 3mm.
Tolerncias dimensionais (relacionadas s dimenses de fabricao):
As tolerncias dimensionais individuais so de 5mm e as tolerncias dimensionais
relativas mdia das dimenses so de 3mm, para cada grandeza considerada:
largura, altura e comprimento.
Espessura das paredes dos blocos e dos septos: A espessura mnima
das paredes dos blocos deve ser de 7mm e a espessura mnima dos septos, de
6mm. Quando a superfcie do bloco apresentar ranhuras, a medida das paredes
externas corresponder menor espessura.
De acordo com Martins (2009) outros aspectos a serem analisados quanto
s alvenarias de blocos cermicos:
Arestas vivas e cantos resistentes;
Som claro quando percutido;
Ausncia de fendas e cavidades;
Facilidade no corte;
Homogeneidade da massa e cor uniforme;
Pouca porosidade (baixa absoro).
As alvenarias apresentam um bom comportamento s solicitaes de
compresso, e o principal fator que influi na resistncia compresso da parede a
resistncia compresso do bloco. Quando executadas com juntas de amarrao,
elas apresentam um razovel poder de redistribuio de cargas, distribuindo as
cargas das paredes mais carregadas para as paredes menos carregadas. A
redistribuio de cargas s ser interrompida em vos de portas e janelas, onde
haver uma concentrao de tenses, onde a utilizao de elementos pr-moldados
(cintas, vergas e contravergas), elimina possibilidades de rupturas e aparecimento
de fissuras (RIPPER, 1995).
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42
Os blocos furados tm tambm um bom comportamento quanto ao
isolamento trmico e acstico, devido ao ar que permanece aprisionado no interior
dos seus furos (RODRIGUES (s/d)).
Vida til de projeto: A vida til do projeto de alvenaria de vedao com
blocos cermicos sem funo estrutural de 20 a 30 anos (NBR15270:2005).
Resduos de blocos de concreto sem funo estrutural: Conforme a
resoluo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) 307 de 05 de julho de
2002, os resduos de concreto e argamassa so considerados classe A, sendo
possvel serem reutilizados conforme item 3.1 Resduos de Entulhos.
3.5.3. Procedimento Executivo
A TCPO (2010) apresenta o procedimento para execuo de vedaes
internas e externas:
1) Executar a marcao da modulao da alvenaria, assentando-se
os tijolos dos cantos, em seguida, fazer a marcao da primeira fiada com
tijolos assentados sobre uma camada de argamassa previamente estendida,
alinhados pelo seu comprimento. Segundo LORDSLEEM JR. (2001),
desejvel que para a locao da alvenaria seja designado um pedreiro ou
equipe de pedreiros, devidamente qualificados e treinados (habilidosos,
motivados, de grande responsabilidade profissional e com capacidade para
ler e interpretar o projeto). Recomenda-se tambm que este pedreiro ou
equipe sejam os nicos a executar a locao de todos os pavimentos,
resultando no ganho de produtividade, uniformidade e qualidade do servio.
2) Ateno construo dos cantos, que deve ser efetuada
verificando-se o nivelamento, perpendicularidade, prumo e espessura das
juntas, porque eles serviro como gabarito para a construo em si.
3) Esticar uma linha que servir como guia, garantindo o prumo e
horizontalidade da fiada.
4) Verificar o prumo de cada tijolo assentado.
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43
5) As juntas verticais no devem coincidir entre fiadas contnuas,
de modo a garantir a amarrao dos tijolos.
Segundo LORDSLEEM Jr. (2001), antes da locao dever ser verificado o
nivelamento da laje, atravs do nvel de mangueira ou aparelho de nvel, devendo-se
fazer correes caso o desnivelamento seja superior a 2cm. De acordo com o
mesmo autor, deve-se dar ateno quanto marcao da alvenaria em relao aos
eixos de referencia, os quais, preferencialmente devem ser os mesmos que foram
utilizados na locao da estrutura. Iniciando a locao pelas paredes da fachada e
em seguida, locar as paredes internas de acordo com a locao das paredes de
fachada.
Normatizao para execuo de vedao com bloco cermico
NBR 15270-1:2005 - Componentes cermicos - Blocos cermicos para alvenaria
de vedao: terminologia e requisitos.
NBR 15270-3:2005 Blocos cermicos para alvenaria estrutural e de vedao:
mtodos de ensaio.
NBR 8545:1984 - Execuo de alvenaria sem funo estrutural de tijolos e blocos
cermicos
3.6. Vedao Vertical em Drywall
3.6.1. Definio
Segundo COMAT (2012), o sistema drywall utilizado na construo de
paredes e forros para ambientes internos. um sistema composto por chapas de
gesso (sanduche de carto com gesso), parafusadas em perfis de ao
galvanizado, com alta resistncia mecnica e acstica. tambm chamado de
Sistema de Construo a seco. So compostos por um conjunto de componentes,
com funes de compartimentao, que definem e limitam verticalmente os
ambientes internos dos edifcios, controlando o fluxo de agentes solicitantes e
cumprindo as exigncias dos usurios (NBR 15758-1:2009).
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3.6.2. Caractersticas
O sistema construtivo composto de chapas de gesso com grandes
dimenses (120cm de largura e comprimento variando de 180cm a 360cm, podendo
ser produzidas com outros comprimentos mediante encomenda) e espessuras de
6,0, 6,5, 9,0, 12,5 e 15 mm, sendo a de 12,5mm a de uso mais comum
(ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
As chapas so compostas por massa de gesso com aditivos prensada entre
duas lminas de carto. H trs tipos de chapas principais: Standard (ST), para uso
geral; Resistente umidade (RU), tambm conhecida como chapa verde, para
usos em ambientes sujeitos a umidade; e Resistente ao Fogo (RF), para reas nas
quais o Corpo de Bombeiros exige maior resistncia a incndios, conhecidas como
chapa rosa. As bordas ainda podem ser rebaixadas ou quadradas (ASSOCIAO
BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
Segundo a NBR 14715:2001, as chapas de gesso acartonado devem ter as
seguintes especificaes:
Marca e/ou fabricante;
Identificao do lote de produo;
Tipo de chapa;
Tipo de borda;
Dimenses da chapa: espessura, largura, expressas de acordo com
Sistema Mtrico Internacional;
Referncias a esta Norma.
Quanto ao aspecto, s chapas devem ser slidas, ter faces planas, sem
ondulao aparente e sem manchas. O carto deve estar solidrio ao gesso.
As peas utilizadas para fixar os componentes do sistema Drywall (paredes)
so: buchas plsticas e parafuso com dimetro mnimo de 6mm e a fixao deve ser
base de tiros (com pistolas adequadas para a finalidade) (COMAT, 2012).A
fixao entre os componentes do sistema drywall se dividem em dois tipos:
Fixao dos perfis metlicos entre si (metal/metal).
Fixao das chapas de gesso sobre os perfis metlicos (chapa/metal).
Para as juntas e colagens se utiliza massas (em p ou massa pronta) e fitas
apropriadas para o acabamento, no devendo usar gesso em p ou massa-corrida
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para pintura na execuo das juntas.Definidos em projetos ou especificados por
profissionais qualificados, os acessrios responsveis pela montagem do sistema de
drywall so citados a seguir, por COMAT (2012):
Tirante;
Juno H;
Suporte nivelador (possuir trs tipos);
Pea de reforo;
Clip;
Conector;
Apoio poliestireno (banda acstica);
Apoio ou suporte metlico;
Alapo.
COMAT (2012) ainda faz uma relao de equipamentos utilizados para
montagem do sistema:
Marcao, medio e alinhamento (nvel laser e bola, prumo e
mangueira de nvel e linha de nilon);
Corte das chapas (faca retrtil ou estilete, serrote comum e de ponta);
Parafusamento automtico das chapas nos perfis (parafusadeira);
Furao (furadeira);
Desbaste das bordas das chapas (plaina);
Abertura articulares (serra copo);
Corte de perfis metlicos (tesoura);
Fixao dos perfis entre si (alicate puncionador);
Posicionamento e ajustes das chapas (levantador de chapa de p e
levantador manual);
Tratamento das juntas entre as chapas (esptula metlica, esptula
metlica larga, esptula metlica de ngulo e desempenadeira metlica);
Preparo das massas (batedor);
Fixao (pistola finca-pino).
Os paredes podem ser dividas em parede simples (composta por uma nica
camada de chapas de gesso acartonado em cada face) e parede dupla (parede
composta por duas camadas de chapas de gesso acartonado em cada face),
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46
podendo ter isolamento acstico com o uso da l mineral instalada entre as chapas
(COMAT, 2012).
A definio das paredes descrita por uma sequencia de at 9 itens, entre
nmeros e letras, definidos pela COMAT (2012):
1 letra identificao do tipo de parede pelo fabricante;
1 nmero espessura total da parede (mm);
2 nmero largura dos montantes (mm);
3 nmero largura dos montantes (mm);
Detalhe construtivo dos montantes:
MD Montante duplo;
MS Montante simples;
DE (L ou S) Dupla estrutura (ligada ou separada);
Chapas de 1 face quantidade e tipos de chapas de uma face;
Chapas 2 face quantidades e tipos de chapas da outra face;
LM presena de l mineral (de vidro/ de rocha) com quantidade de
camadas e respectivas espessuras.
As caractersticas do desempenho das paredes com chapa de gesso
acartonado so apresentadas por COMAT (2012) de acordo com a TABELA 7:
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47
TABELA 4 CARACTERSTICAS DE DESEMPENHO DO DRYWALL
FONTE: COMAT SINDUSCON-MG (2012)
3.6.3. Procedimento Executivo
O processo de montagem da parede de gesso acartonado pode ser
executado como descreve MEDEIROS (2005):
a) Marcao e fixao da estrutura metlica no piso nivelado e limpo;
b) Colocao de uma das faces da chapa;
c) Colocao de reforos em madeira e acessrios metlicos;
d) Instalaes eltricas e hidrulicas (FIGURA 15 );
f) Isolamento termo-acstico;
g) Fechamento com chapa da 2 face da parede;
h) Tratamento das juntas e acabamento.
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48
FIGURA 15 INSTALAES ELTRICAS E HIDRULICAS
FONTE: Apartamentos novos (2013).
Para MACIEL et.al. (1998), aps a montagem das paredes de drywall
(FIGURA 16) a estrutura da edificao pode ser executada de maneira independente
das vedaes e instalaes, o que aumenta a produtividade.
FIGURA 16 EXECUO DE PAREDE EM DRYWALL
FONTE: Drytec (2012).
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Normatizao para execuo de gesso acartonado (Drywall)
NBR14715:2010 - Chapas de gesso acartonado - Requisitos
NBR 15758:2009 Sistemas construtivos em chapas de gesso para drywall
Projeto e procedimentos executivos para montagem.
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50
4. RESDUOS DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS
A gesto de resduos passou a demandar ateno cada vez maior dos
construtores, em razo das exigncias da legislao ambienta brasileira. Uma boa
gesto ambiental do canteiro de obras no tem como objetivo nico o cumprimento
da legislao. Em paralelo, gera qualidade e produtividade, contribuindo para a
diminuio dos acidentes de trabalho, alm de reduzir os custos de produo dos
empreendimentos e de destinao de resduos. O grande benefcio para o meio
ambiente a menor gerao de resduos e, consequentemente, o menor uso dos
recursos naturais (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
A coleta seletiva ou diferenciada melhora a qualidade do resduo a ser
enviado para a reciclagem, tornando-a mais fcil. Nesse sentido, o treinamento da
mo de obra envolvida nas operaes, incluindo os prestadores de servios
terceirizados, fundamental para a obteno de melhores resultados
(ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
4.1. Resduos de Entulhos
um conjunto de fragmentos e restos de construo civil, provenientes de
reformas, ou demolio de estruturas (prdios, residncias, pontes, etc.), conhecidos
como entulho. Compe-se de restos (concretos e argamassas, ou seja, aqueles que
contem cimento, cal, areia e brita) e fragmentos de materiais (elementos pr-
moldados, como materiais cermicos, blocos de concreto, e outros). So
classificados como Resduos Classe A.
A reciclagem do entulho tem como destino peas no estruturais, pois
geralmente no apresenta caracterstica de homogeneidade de resistncia e de
outras propriedades para ser usado em concretos estruturais, por ter origem variada
(ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
A Resoluo n307/2002 (Anexo I) estabelece diretrizes, critrios e
procedimentos para a gesto dos resduos da construo civil atravs da
implementao de diretrizes para a efetiva reduo dos impactos ambientais
gerados pelos resduos oriundos da construo civil (SECRETARIA DO MEIO
AMBIENTE E RECURSOS HDRICOS PR).
De acordo com essa mesma resoluo (Anexo 10), os resduos da
construo civil Classe A devero ser destinados das seguintes formas: devero ser
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51
reutilizados ou reciclados na forma de agregados (FIGURA 17), ou encaminhados a
reas de aterro de resduos da construo civil (FIGURA 18), sendo dispostos de
modo a permitir a sua utilizao ou reciclagem futura (obras de edificao,
infraestrutura ou outras obras de engenharia).
FIGURA 17 - RECICLADOR RESDUOS DE ALVENARIA RECICLADOS PARA
REUTILIZAO COMO AGREGADOS DE PAVIMENTAO EM PRPRIA OBRA.
FONTE: Revista Tchne Construo e Tecnologia de Materiais (s/d)
FIGURA 18 - USINA PARA RECICLAGEM DE ENTULHO DE CONSTRUO CIVIL
ATERRO DE RESDUOS INERTES.
FONTE: Dirio de Sorocaba
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52
De acordo com FREITAS JR. (2012), a destinao dos resduos Classe A
(entulhos) tem em mdia custo de R$ 150,00 por caamba.
4.2. Resduos de Gesso
Todas as utilizaes do gesso (paredes, forros e revestimentos) geram
resduos. Estes, ao contrrio do que se imaginava at pouco tempo, no lixo, mas
materiais que podem ser reaproveitados de diferentes formas (ASSOCIAO
BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
Segundo o mesmo autor, o gesso merece cuidado, nas diversas formas em
que aplicado na construo civil, desde sua especificao correta, passando pelo
treinamento da mo de obra responsvel por sua aplicao e pelo cumprimento das
normas tcnicas relacionadas sua utilizao, at a fase de coleta, segregao,
transporte e destinao final dos seus resduos.
Em ordem de importncia, pelo volume de resduos gerados nas obras,
esto os seguintes materiais produzidos base de gesso: gesso para revestimento;
placas e ornamentos de gesso fundido; chapas para drywall; e massas para
tratamento de juntas de sistemas drywall (ASSOCIAO BRASILEIRA DO
DRYWALL, 2011).
No revestimento de pasta de gesso, a gerao de resduos ocorre tanto na
operao de aplicao quanto no posterior nivelamento da superfcie do
revestimento como mostra a FIGURA 19 (ASSOCIAO BRASILEIRA DO
DRYWALL, 2011).
FIGURA 19 Resduos gerados do revestimento de pasta de gesso.
FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.
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53
Quanto aos resduos gerados pelo drywall, alm das chapas e massas de
tratamento das juntas, so compostos por perfis estruturais de ao galvanizado,
parafusos, fitas de papel para tratamento de juntas e banda acstica (fita
autoadesiva de espuma colada em todo o permetro externo da estrutura, visando
compensar pequenas imperfeies da superfcie de contato, bem como aumentar o
ndice de isolamento sonoro, assegurando o conforto acstico do ambiente). Todos
esses componentes, assim como as chapas e as massas so 100% reciclveis
(ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
Todos os resduos de gesso devem ser coletados e armazenados em local
especfico nos canteiros conforme FIGURA 20. Devem ser separados de outros
materiais com madeira, papis, restos de alvenaria (tijolo, blocos, argamassa, etc.) e
lixo orgnico. O local de armazenagem dos resduos de gesso na obra deve ser
seco e pode ser feita em caixa com piso concretado ou em caamba. Em ambos os
casos o local deve ser coberto e protegido das chuvas e outros possveis contatos
com a gua (ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
FIGURA 20 ARMAZENAGEM DOS RESDUOS DE GESSO
FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.
O transporte de resduos deve obedecer s regras estabelecidas pelo rgo
municipal responsvel pelo meio ambiente ou pela limpeza pblica. Os
transportadores devem ser cadastrados nesses rgos so e autorizados a circular
(ASSOCIAO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2011).
Quanto destinao, devero ser encaminhados a reas de Transbordo e
Triagem (ATTs), licenciadas pelas prefeituras para receber os resduos de gesso,
-
54
entre outros materiais (FIGURA 21). Algumas dessas empresas fazem a coleta dos
resduos nas obras, mediante o pagamento de taxa por metro cbico. As ATTs,
depois de triar e homogeneizar os resduos, vendem para os setores que faro a sua
reciclagem. Aps a reciclagem os resduos do gesso readquirem as caractersticas
qumicas da gipsita, minrio do qual se extrai o gesso, desse modo, o material limpo
pode ser utilizado novamente na cadeia produtiva. (ASSOCIAO BRASILEIRA DO
DRYWALL, 2011).
FIGURA 21 - REAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATTS)
FONTE: Associao Brasileira do Drywall, 2011.
De acordo com FREITAS (2012), a destinao dos resduos Classe B
(gesso) tem em mdia custo de R$ 700,00 por caamba.
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55
5. METODOLOGIA
O mtodo utilizado para a realizao desta pesquisa foi baseado em coleta
de informaes, bibliografias, visitas obras, artigos, monografias e outros trabalhos
realizados. Teve o intuito de fazer uma avaliao comparativa entre os sistemas
construtivos de vedaes verticais internas, para servir de parmetro para a escolha
do sistema que poder ser aplicado em determinada obra.
5.1. Procedimentos Metodolgicos
O presente trabalho, como refere-se a um estudo no ramo da Construo
Civil, alm de tambm avaliar caractersticas quantitativas das alternativas
estudadas, se utiliza principalmente de dados obtidos das Tabelas de Composies
de Preos para Oramentos (TCPO-14, 2012) comparando custos. As informaes
qualitativas foram coletadas na pesquisa bibliogrfica. Quando no utilizada a TCPO
para a avaliao dos custos, citado o meio utilizado para se obter os custos.
6. ESTUDO COMPARATIVO
O mtodo aplicado neste trabalho consiste em um estudo comparativo
baseado no confronto entre elementos, levando em considerao seus atributos. O
mtodo promove o exame dos dados a fim de obter diferenas ou semelhanas que
possam ser constatadas, e as devidas relaes entre as duas (BONAT, 2009).
6.1. Custo dos Sistemas
Em um projeto de edificao, a tecnologia envolvida deve surgir junto com
os estudos de viabilidade fsico-financeiras. Cada fase de pensar o projeto
fundamental. Especial ateno deve ser dada na forma efetiva de aplicar os
recursos tecnolgicos, tanto das caractersticas das alternativas, quanto
propriamente no que se refere aos custos, evitando que decises sejam tomadas
sem informaes mais aprofundadas.
Aps levantamento de dados das tabelas de composio de custos da TCPO e
oramentos na regio de Curitiba, tm-se as tabelas de oramentos a seguir:
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56
Na TABELA 5 descrito o oramento referente elevao com blocos
cermicos revestidos com argamassa preparada em obra (Oramento TCPO);
A TABELA 6 refere-se ao oramento de vedao vertical com blocos cermicos
revestidos com argamassa industrializada (Oramento TCPO);
Na TABELA 7 tem-se o oramento da elevao com blocos cermicos revestidos
com pasta de gesso (Oramento TCPO e fornecedor);
Na TABELA 8 descrito o oramento de vedao vertical em blocos de concreto
revestido com argamassa industrializada (Oramento TCPO);
A TABELA 9 refere-se ao oramento da elevao com bloco de concreto revestido
com pasta de gesso (Oramento TCPO e fornecedor);
E por fim na TABELA 10 levantado o oramento de drywall para elevao vertical
sem e com o emprego de l mineral (Oramento diretamente com fornecedor).
Para o levantamento dos custos das argamassas na cidade de Curitiba, utilizou-se
para a composio a areia mdia, devido a disponibilidade na regio.
TABELA 5 - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM
OBRA - INCIO
ORAMENTO - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM OBRA
Vedao vertical interno com Bloco cermico
Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo
Unit.R$ Preo
TotalR$ Alvenaria de vedao com bloco cermico furado, 9 x 19 x 39 cm (furos verticais), espessura da parede 9 cm e juntas de 10 mm.
m
1,00
Bloco cermico de vedao (altura: 190 mm / comprimento: 390 mm / largura: 90 mm) Un.
MAT 13,5 0,91 12,29
Argamassa de assentamento
Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo
Unit.R$ Preo
TotalR$ Bloco assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar trao 1:2:8
m
1,00
Areia lavada tipo mdia m MAT 0,017934 54,27 0,97
Cal hidratada CH III kg MAT 2,6754 0,32 0,86
Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 2,6754 0,44 1,18
Pedreiro h MOD 0,71 5,14 3,65
Servente h MOD 0,577 3,65 2,11
Total s/ Taxas: 21,05
-
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TABELA 5 - BLOCO CERMICO REVESTIDO COM ARGAMASSA PREPARADA EM
OBRA - CONTINUAO
Revestimento com Argamassa preparada em obra
Descrio Un Clas Qtd/Coef. Preo
Unit.R$ Preo
TotalR$ Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e areia sem peneirar trao 1:3 e=5 mm
m 1,00
Areia lavada tipo mdia m MAT 0,0061 54,27 0,33
Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 2,43 0,44 1,07
Pedreiro h MOD 0,1 5,14 0,51
Servente h MOD 0,15 3,65 0,55
Total s/ Taxas: 2,46
Emboo para parede interna com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar trao 1:2:9, e=30 mm
m 1,00
Areia lavada tipo mdia m MAT 0,0366 54,27 1,99
Cal hidratada CH III kg MAT 4,86 0,32 1,56
Cimento Portland CP II-E-32 kg MAT 4,86 0,44 2,14
Pedreiro h MOD 0,57 5,14 2,93
Servente h MOD 0,64 3,65 2,34
Betoneira eltrica monofsico (potncia: 2 HP / capacidade: 400 l)
un EQA 0,00017 2.438,00 0,41
Ajudante h MOD 0,009194 3,65 0,03
Total s/ Taxas: 11,4
Reboco parede interna, com argamassa de cal hidratada e areia peneirada trao 1:3,e=5 mm
m 1,00
Areia lavada tipo mdia m MAT 0,00561 54,27 0,30
Cal hidratada CH III kg MAT 1,215 0,32 0,39
Pedreiro h MOD 0,5 5,14 2,57
Servente h MOD 0,55122 3,65 2,01
Ajudante h MOD 0,001530 3,65 0,01
Betoneira eltrica monofsico (potncia: 2 HP / capacidade: 400 l)
un. EQA 0,000028 2.438,00 0,07
Total s/ Taxas: 5,35
Total execuo do revestimento em Argamassa Preparada em Obra 19,21
Total do sistema R$ 40,26
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Contedo do servio:
Vedao vertical interna com bloco cermico
1) Consideram-se material e mo de obra para preparo da argamassa,
marcao e execuo da alvenaria de vedao. Excetos os servios de
fixao (encunhamento) da alvenaria.
2) Perda adotada para os blocos cermicos: 5%.
3) Perda considerada para a argamassa: 30%
Revestimento com argamassa preparada em obra
1) Considera material e mo de obra para preparo e aplicao da
argamassa.
2) O chapisco empregado como base para outros revestimentos,
quando a superfcie for muito lisa ou pouco aderente, ou ainda quando
apresentar reas com diferentes graus de absoro.
3) Para emboo consideram-se material e mo de obra para secagem e