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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA ANABELA CHAZIN MILMAN ESTUDO COMPARATIVO DA OPACIDADE E TRANSLUCIDEZ EM COMPÓSITOS FOTOPOLIMERIZÁVEIS PARA DENTINA Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

ANABELA CHAZIN MILMAN

ESTUDO COMPARATIVO DA OPACIDADE E TRANSLUCIDEZ EM COMPÓSITOS

FOTOPOLIMERIZÁVEIS PARA DENTINA

Rio de Janeiro

2007

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Anabela Chazin Milman

ESTUDO COMPARATIVO DA OPACIDADE E TRANSLUCIDEZ EM COMPÓSITOS

FOTOPOLIMERIZÁVEIS PARA DENTINA

Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Mestrado Profissionalizante em Odontologia. Área de concentração: Dentística.

Co-orientador: Prof Dr. Ivo Carlos Correa

Orientadora: Profa Dra. Denise Fonseca Côrtes

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, ENSINO E PESQUISA Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 20271-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central/UVA Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho

M658e Milman, Anabela Chazin Estudo comparativo da opacidade e translucidez em compósitos fotopolimerizáveis para dentina / Anabela Chazin Milman, 2007. 138p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado Profissionalizante em Odontologia, Dentística, Rio de Janeiro, 2006. Orientação: Professora Denise Fonseca Côrtes Co-orientador: Ivo Carlos Correa

1. Materiais dentários. 2. Dentina. 3. Espectrofotômetro I. Côrtes, Denise Fonseca (orientador). II. Correa, Ivo Carlos (co-orientador). II. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado Profissionalizante em Odontologia, Dentística. III. Título.

CDD – 617.695

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ANABELA CHAZIN MILMAN

ESTUDO COMPARATIVO DA OPACIDADE E

TRANSLUCIDEZ EM COMPÓSITOS FOTOPOLIMERIZAVEIS PARA DENTINA

Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para a obtenção de Grau de Mestre. Mestrado Profissionalizante em Odontologia. Área de concentração: Dentística.

Aprovada em: 02/02/2007

BANCA EXAMINADORA

Profª. Gisele Damiana da Silveira Pereira − Doutor Faculdade de Odontologia de Piracicaba − UNICAMP

__________________________________________________________________

Prof. João Galan Junior− Doutor Faculdade de Odontologia de Bauru − USP

___________________________________________________________________

Prof. Walter Augusto Machado − Doutor Universidade Estadual do Rio de Janeiro − UERJ

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Ao meu marido Ivo, pelos estímulos constantes, cuidados, compreensão, dedicação

e auxílio nesses momentos de sonhos e esperança. Aos meus filhos Flavio e Marcio,

e netos queridos, Enzo e Alix Marie, pelo entusiasmo, alegrias e o apoio nesses

momentos significantes da minha vida. Aos meus falecidos pais, que me deram a

vida e especialmente à minha mãe, que me deu à luz e o amor pelas cores.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

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Ao longo deste trabalho, encontrei amigos, parentes e pessoas desconhecidas

que me estenderam a mão, me apoiaram e me valorizaram, mas ninguém superou a

dedicação, a compreensão, o carinho, o exemplo e a firmeza encontrados em minha

orientadora, Profª. Dra. Denise Fonseca Côrtes. Ao meu querido Prof. Dr. Ivo Carlos

Correa, co-orientador e grande inspirador dessa pesquisa, criativo, sábio e

incansável: o eterno Doutor, Mestre e Aluno. Ao professor José Bernardo Fragoso

Costa com quem aprendi que paciência não tem limite para quem deseja aprender a

difícil arte de ensinar. De todo coração, que Deus os abençoe para sempre.

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AGRADECIMENTOS

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Aos professores, colegas e funcionários do Mestrado Profissional em

Odontologia. À professora Fátima Namen, pela sabedoria e transmissão de amor ao

ensino e à pesquisa.

Às colegas e amigas Cristina Pereira Isolan e Carla Minozzo e ao colega

Frederico de Lima Turl, pela força, carinho e auxílio nos momentos difíceis.

À equipe do Laboratório de Colorimetria do SENAI CETIQT, especialmente à

Aline Damico de Azevedo e Danielle Ferreira de Oliveira pela ajuda inestimável na

Espectrofotometria.

Ao professor Helio Sampaio, da UERJ e senhores Ângelo e Marcelo, do

Laboratório de Pesquisas da UERJ, pela gentileza do oferecimento do laboratório

para o experimento.

Ao sempre amigo Vicente de Paula, do Laboratório da FIOCRUZ, que

confeccionou as matrizes deste estudo.

À Biblioteca da Universidade Veiga de Almeida, pelo auxílio na pesquisa dos

artigos. Às firmas que colaboraram com os compósitos: Dentsply, FGM, 3M-ESPE,

Vigodent e Ultradent.

À Dra. Regiane Azevedo, da Labor Dental, pelas informações prestadas e pelo

empréstimo do aparelho fotopolimerizador.

Ao inesquecível incentivador Professor Dr. Mario João.

A todos os professores e funcionários da Universidade Gama Filho, pelo carinho.

A todos os professores da equipe de Dentística da UGF pelo apoio, sugestões e

estímulo, e aos queridos professores Gláucia Maria de Queiroz, Rosana Reis, Arley

Silva Jr., Adriana Therezinha Neves, Adriana Melo Coscarelli, Raquel Castello,

indispensáveis na elaboração desse trabalho.

Às amigas Marina Fernandes e Vanessa Nicacio, pelo apoio e contribuição

especial no trabalho.

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“Que as figuras, que as cores, que todas as espécies das partes do

universo sejam reduzidas a um ponto; que maravilha de ponto!

Oh admirável e surpreendente necessidade: por tua lei, tu obrigas

todos os efeitos a participarem em tua causa pela via mais curta!

Ali estão os verdadeiros milagres.”

Leonardo da Vinci

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RESUMO

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RESUMO

A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a opacidade e a translucidez

de nove diferentes compósitos fotopolimerizáveis para dentina. Foram avaliados três

compósitos do tipo híbrido (Charisma OA2, Herculite XRV A2 Dentin e Z100 UD),

três compósitos do tipo microhíbrido (Vit-l-escence A2 Dentin, Opallis DA2 e Esthet-

X A2-O) e três compósitos do tipo nanoparticulado (Filtek Supreme A2D, 4 Seasons

A2 Dentin e Concept Advanced Dentina A2). Cinqüenta e quatro corpos-de-prova

foram obtidos através de matriz de aço cilíndrica bipartida e fotoativados por 40

segundos. Seis corpos-de-prova para cada marca foram imersos separadamente em

5 ml de água destilada e armazenados em estufa a 37º C por 24 horas. Após esse

período, foram secos e medidos com Espectrofotômetro com as coordenadas do

Sistema CIE L*a*b*. A opacidade dos compósitos foi avaliada pela Razão de

Contraste (CR) e a translucidez através do Parâmetro de Translucidez (TP). Os

dados foram tratados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA) e teste de

Tukey. Em relação à opacidade, os compósitos do tipo de nanopartículas

apresentaram maior opacidade, estatisticamente diferente do que os tipos híbridos

(Ρ < 0,05) e microhíbrido (Ρ < 0,05), tendo os tipos híbridos e microhíbrido

opacidades semelhantes entre si. O tipo híbrido apresentou translucidez semelhante

aos tipos microhíbrido e nanoparticulado, tendo o nanoparticulado apresentado

menor translucidez que o microhíbrido (Ρ < 0,01). A marca de compósito com maior

opacidade e menor translucidez foi o compósito nanoparticulado Concept Advanced

A2D (Ρ < 0,05). Os compósitos híbrido Z100 UD, microhíbrido Esthet-X A2-O, híbrido

Herculite XRV A2 Dentin e microhíbrido Vit-l-escence A2 Dentin apresentaram

propriedades intermediárias e diferenças significantes entre si (Ρ< 0,05),

apresentando respectivamente valores de opacidade decrescentes e translucidez

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ascendentes. Os compósitos nanoparticulado 4 Seasons A2 Dentin e híbrido

Charisma OA2 obtiveram propriedades significantemente semelhantes (Ρ > 0,05),

apresentando ambos os menores valores de opacidade e a maior translucidez

dentre as marcas avaliadas.

Palavras-chave: opacidade, translucidez, compósitos, espectrofotômetro.

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ABSTRACT

The aim of the present study was to evaluate the opacity and translucency of

nine different light activated composites for dentin. The following materials were

evaluated, three hybrid composites (Charisma OA2, Herculite XRV A2 Dentin and

Z100 UD), three microhybrid composites (Vit-l-escence A2 Dentin, Opallis DA2 e

Esthet-X A2-O). and three nanocomposites (Filtek Supreme A2D, 4 Seasons A2

Dentin and Concept Advanced Dentina A2). The samples were obtained through a

bipartide cylindrical steel matrix into which resin composite was inserted and photo-

activated for 40 seconds. Six samples from each composite were embedded in 5 ml

of distilled water and incubated at 37o C for 24 hours. Afterwards each sample was

dried and measured with spectrophotometer using the CIE L*a*b* system. The

opacity was evaluated using contrast ratio (CR) and the translucency was evaluated

through translucency parameter (TP). The data were analyzed by ANOVA and

Tukey's test. In relation to opacity, the nanocomposites type showed statistically

different higher opacity, than the hybrids (Ρ < 0,05) and microhybrids (Ρ < 0,05), with

the hybrid and microhybrid types having similar opacities between them. The hybrid

type depicted similar translucency when compared to the microhybrid and

nanocomposites types, with the nanocomposites presenting lower translucency than

the microhybrid (Ρ < 0,01). The composite’s brand with highest opacity and less

translucency was the nanoparticulated Concept Advanced Dentina A2 (p < 0,05).

The hybrid composites Z100 UD, microhybrid Esthet-X A2-O, hybrid Herculite XRV

A2 Dentin and microhybrid Vit-I-escence A2 Dentin showed intermediate properties

and significant differences between them (p < 0,05), showing decrescent opacity

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values and ascendant translucency respectively.The nanocomposite 4 Seasons A2

Dentin and hybrid Charisma OA2 presented significantly similar properties (Ρ < 0,05),

both presenting the lowest values of opacity and the highest translucency among the

evaluated brands.

Key words: opacity, translucency, composites, spectrophotometer

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Matriz cilíndrica com anéis separados em aço inoxidável, p. 82

Figura 2 – Montagem da matriz bipartida, p. 82

Figura 3 – Compósitos híbridos, microhíbridos e nanoparticulados, p. 82

Figura 4 – Medição de compósito e conjunto matriz / placa de vidro/papel

celofane, p. 83

Figura 5 – Inserção em único incremento, p. 83

Figura 6 – Inserção do compósito na matriz, p. 83

Figura 7 – Peso utilizado, conjunto matriz/corpo-de-prova; placas de vidro e

espátulas, p. 83

Figura 8 – Aparelho fotopolimerizador Demetron 501, p. 84

Figura 9 – Ponta ativa do aparelho fotopolimerizador diretamente sobre a placa

de vidro inferior, p. 84

Figura 10 – Cilindro de teflon para remoção do corpo-de-prova da matriz, p. 84

Figura 11 – Espessímetro mensurando corpo-de-prova, p. 84

Figura 12 – Espectrofotômetro conectado a computador e fundos branco e preto,

p. 85

Fiigura 13 – Corpo-de-prova sendo avaliado em fundo branco, p. 86

Figura 14 – Esfera de integração do espectrofotômetro, p. 86

Figura 15 – Esquema do funcionamento do Espectrofotômetro, p. 87

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Mediana da opacidade dos nove compósitos estudados, e a

variação dentro dos valores máximo e mínimo de cada

compósito, p. 90

Gráfico 2 – Médias da Opacidade dos compósitos apresentados por seus tipos,

p. 94

Gráfico 3 – Mediana da translucidez dos nove compósitos estudados,

evidenciando a variação dentro dos valores máximos e mínimos de

cada compósito, p. 96

Gráfico 4 – Médias da Translucidez dos compósitos apresentados por seus tipos,

p. 99

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características dos compósitos sob estudo. Marca comercial,

classificação, composição da matriz orgânica, tipo de carga,

percentual de carga, cor, lote e fabricante, p. 80

Tabela 2 – Médias e desvios-padrão da opacidade das marcas dos compósitos e

respectivos tipos, p. 89

Tabela 3 – Análise de variância (ANOVA) para Opacidade por tipo de compósito

(Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado), p. 91

Tabela 4 – Teste de Tukey para Opacidade por tipo de compósito (Híbrido,

Microhíbrido e Nanoparticulado), p. 91

Tabela 5 – Análise de variância (ANOVA) para Opacidade por marcas (n = 9) de

compósitos, p. 92

Tabela 6 – Médias da opacidade das marcas dos compósitos e respectivas

marcas, p. 93

Tabela 7 – Médias e desvios-padrão da Translucidez das marcas dos

compósitos e respectivos tipos, p. 95

Tabela 8 – Análise de variância (ANOVA) para Translucidez por tipo de

compósito composto (Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado), p. 96

Tabela 9 – Teste de Tukey para Translucidez por tipo de compósito Híbrido,

Microhíbrido e Nanoparticulado, p. 97

Tabela 10 – Análise de variância (ANOVA) para Translucidez por marcas (n = 9) e

compósitos, p. 98

Tabela 11 – Médias da opacidade das marcas dos compósitos e respectivas

marcas, p. 98

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a* − Coordenada do CIELAB no comprimento de onda de vermelho a

verde

ADA – American Dental Association

Al – Alumínio

b* − Coordenada do CIELAB no comprimento de onda de amarelo a azul

Ba – Bário

Bis-EMA – Bisfenol Etoxilado Metacrilato

Bis-GMA – Bisfenol Glicidil Metacrilato

Ca – Cálcio

CIE – Comission Internacionale de L’Eclairage

CIE2000 – Fórmula métrica para diferença de cor (ou CIEDE2000)

CIELAB – Fórmula métrica para diferença de cor (ou CIE76)

CR – Razão de Contraste

ETE – Enzima Estearase Salivar

L* – Valor de luminosidade

mW/cm2 – Miliwatts por centímetro quadrado

µm – micrômetro – unidade de medida

mm – milímetros

nm – nanômetro

PBS – Solução Salina Tamponada

p. – Página

Si – Silício

SiO2 – Dióxido de Silício

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T – Fator tempo

TEGDMA – Trietileno Glicol Dimetacrilato

TP – Parâmetro de Translucidez

UDMA – Uretano Dimetacrilato

UV – Ultravioleta

X, Y, Z – Valores Triestímulos

∆TP – Diferença de translucidez

∆E – Diferenças de cor

Zn – Zinco

Zr – Zircônio

ºC – Grau Celsius

% – Percentagem

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SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE GRÁFICOS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1 INTRODUÇÃO, p. 20

2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 24

3 OBJETIVOS, p. 76

3.1 OBJETIVO GERAL, p. 76

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS, p. 76

4 HIPÓTESES, p. 77

5 METODOLOGIA, p. 78

5.1 MATERIAIS, p. 78

5.2 MÉTODOS, p. 81

5.2.1 Estudo Piloto, p. 81

5.2.2 Obtenção dos corpos-de-prova, p. 82

5.2.3 Avaliação da Opacidade e Translucidez, p. 85

5.2.4 Análise Estatística, p. 88

6 RESULTADOS, p. 89

6.1 OPACIDADE, p. 89

6.2 TRANSLUCIDEZ, p. 95

7 DISCUSSÃO, p. 100

8 CONCLUSÃO, p. 110

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 112

10 ANEXOS, p. 120

11 APÊNDICES, p. 133

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1 INTRODUÇÃO

O sorriso é um importante atributo físico que possibilita a comunicação de um

indivíduo com o seu meio social. A sociedade moderna valoriza sorrisos perfeitos

com dentes claros, que guardem as devidas proporções, em agradável harmonia

entre gengiva, lábios e face. Cirurgiões-dentistas, fabricantes e pesquisadores são

desafiados a reproduzir as propriedades óticas dos materiais restauradores na

estética dos dentes naturais. Por essas razões, para a realização de restaurações

estéticas, fazem-se necessário observar os parâmetros de forma, textura de

superfície, translucidez, opacidade, fluorescência e cor (CRAIG; MARCUS, 1997).

O dente e os materiais restauradores estéticos são translúcidos, e,

dependendo do grau de translucidez de ambos, podem ocorrer diferenças na

transmissão e reflexão da luz de modo a afetar a aparência clínica das restaurações.

A superfície dentária reflete a luz e apresenta a coloração correspondente aos

comprimentos de onda nela refletidos. A luz penetra com maior facilidade pelo

esmalte, translúcido, e atinge a dentina, que é a principal fonte de dispersão da luz,

possibilitando a detecção de seus pigmentos. A dentina tem capacidade de

opacificar a passagem de luz, impedindo que essa atinja a polpa (VIEIRA, 2004). O

conhecimento da morfologia do dente, das dimensões da cor, translucidez,

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opacidade, textura e transmissão de luz são essenciais para que resultados naturais

sejam obtidos (FAHL; DENEHY; JACKSON, 1995).

Faz-se necessário diferenciar as propriedades óticas translucidez e

opacidade. Materiais translúcidos permitiriam a transmissão parcial da luz e assim

alguma luz seria refletida, de tal forma que um objeto colocado atrás de um material

translúcido não ficará totalmente obscurecido. Materiais totalmente opacos não

permitiriam nenhuma transmissão de luz (CRAIG; MARCUS, 2004).

Um desafio enfrentado pelo cirurgião-dentista é a restauração de dentes com

pouca ou nenhuma estrutura dentária para refletir ou transmitir a luz, como ocorre,

por exemplo, em restaurações de Classes III e IV. Nesses casos, materiais muito

translúcidos podem prejudicar a estética, produzindo restaurações em coloração

acinzentada afetadas especialmente pela coloração escura do fundo da cavidade

oral (IKEDA et al, 2005; IKEDA; MURATA; SANO, 2004). Autores como Paravina;

Ontiveros; Powers (2002); Kamishima; Ikeda; Sano (2005); Johnston; Reisbick

(1997) têm atribuído às características de translucidez e opacidade de compósitos

para dentina a responsabilidade de atuar como fundo em restaurações de Classes III

e IV ou de restaurações com pouco remanescente dentário.

Para restaurações de larga extensão, onde ocorra grande quantidade de

tecido perdido e haja limitação de espessura, o efeito da coloração escura do fundo

da boca é sempre desfavorável. Para tais situações, Kamishima; Ikeda; Sano (2005)

sugeriram que os clínicos utilizem compósitos opacos em restaurações realizadas

pela técnica incremental. Entretanto, é sabido que as propriedades óticas de

translucidez e opacidade dos compósitos são variáveis e responsáveis muitas vezes

pelo insucesso estético das restaurações. O esmalte atua como um filtro e sua

espessura, translucidez e opacidade representam um importante papel na

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determinação do valor e da cor final da restauração. A dentina e sua espessura são

responsáveis principalmente pela opacidade e croma em diversas áreas do dente,

refletindo-se na aparência final da restauração (CONCEIÇÃO et al, 2005). No intuito

de selecionar os tipos de compósitos e as marcas que melhor poderiam mimetizar

qualidades óticas de opacidade e translucidez em dentina, foi incluída no estudo a

análise de várias marcas de compósitos híbridos, microhíbridos e nanoparticulados

para dentina.

Ahmad (1999, 2000); Goldstein (2000); Duarte; Perdigão (2003); Annusavice

(2005) foram unânimes em afirmar que o estudo dos aspectos óticos e cor dos

compósitos pode ser um tema subjetivo, por reunir componentes físicos (o

iluminante), fisiológicos (o olho humano) e o próprio objeto a ser observado (o

dente). O estudo dessas características torna-se complexo e requer metodologia

objetiva apropriada (CRAIG; MARCUS, 2004; ARTEMIS, 2004).

Em 1994, a Minolta Corporation publicou um livro abordando a comunicação

das cores com maior precisão, sugerindo a utilização de instrumentos para

mensuração de cor, representados pelo colorímetro e espectrofotômetro. Ambos os

equipamentos quantificariam numericamente o matiz, o croma e o valor dos objetos,

identificando as coordenadas espaciais das cores. O colorímetro compara

seletivamente o espectro das cores primárias, o vermelho, o verde e o azul. Os

colorímetros simplificam as medições de cor, apresentando custo menor e maior

mobilidade se comparados aos espectrofotômetros, porém não podem ser

recomendados para análises óticas mais complexas. Os espectrofotômetros, além

de mensurar as três cores primárias, avaliam a distribuição espectral (refletância ou

transmitância) de um objeto, e conseqüentemente sua translucidez e opacidade.

Esse equipamento é mais preciso e completo e seus dados podem ser convertidos

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para qualquer espaço de cores, sendo mais utilizados os sistemas de cores de

Munsell e o CIE L*a*b*. No presente trabalho, foram comparadas as propriedades

óticas de translucidez e opacidade dos compósitos com aparelho de

Espectrofotometria em toda a faixa visual de fundos branco e negro, já que, em

condições clínicas, os materiais estéticos repousam sobre fundos variáveis como

dentina artificial, dentina esclerótica, materiais de forro, base de restaurações e ou

mesmo o fundo escuro da boca.

Sabendo-se da necessidade de informação para o dentista clínico sobre a

transmissão e reflexão luminosa dos compósitos dentais, em especial de sua

habilidade em mimetizar as propriedades óticas da dentina, torna-se desejável o

conhecimento da influência do tipo de compósito para dentina em diferentes marcas

e seu comportamento no que diz respeito à opacidade e translucidez nos

procedimentos restauradores estéticos.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Newton (1704) interceptou um raio de luz utilizando-se de um prisma de

cristal e decompôs a luz solar, obtendo uma faixa colorida a qual deu o nome de

“Espectro Solar”, formado por seis cores divididas em cores primárias e secundárias.

As cores primárias são cada uma das três cores indecomponíveis que misturadas,

em proporções variáveis, produzem todas as cores do espectro. As cores primárias

são o azul-violeta, o verde e o vermelho-alaranjado. Segundo o “fenômeno da

síntese aditiva”, ao se misturar as cores primárias obtêm-se como resultado a cor

“branca”. A decomposição da luz branca pelo prisma permitiu-lhe deduzir que a

separação das cores simples é obtida graças ao grau diferente de refração de cada

cor, revelado ao atravessar corpos transparentes. Essa refração é caracterizada por

certa grandeza, denominada índice de refração. Essas aferições permitiram que

Newton iniciasse o caminho das medidas e verificações matemáticas das cores. As

cores secundárias são o azul-ciano, o amarelo-limão e vermelho-magenta. Ao

misturá-las, obtêm-se as cores primárias, o preto e o cinza-neutro (síntese

subtrativa).

Munsell (1905), pintor americano, desde jovem estudou a cor, e por volta de

1900 já tinha desenvolvido um sistema de análise de cores. Porém, apenas em 1905

publicou um livro, no qual descreveu os principais dados de seu trabalho. Afirmou

que a cor torna-se perceptível quando está numa porção visível do espectro

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eletromagnético. Com a finalidade de ordenar os valores cromáticos da cor, dez

anos mais tarde publicou o Atlas do Sistema Munsell. O sistema espacial de

ordenação de cores é denominado de HVC. No Atlas, várias centenas de amostras

de cores são apresentadas em retângulos de papel pintado em diversos tons e

gradações, indo da cor pura ao tom acinzentado. O HVC é uma técnica visual que

corresponde aos parâmetros de cores em três dimensões e que determinam as

propriedades da cor. A letra H significa o matiz, ou seja, a coloração de um objeto

(amarelo, azul, etc.). A letra V significa o valor (luminosidade ou brilho), e a letra C, o

croma (grau de saturação). O autor sintetizou seus achados num sólido, também

denominado de Árvore de Munsell. Trata-se de uma representação tridimensional do

seu sistema em coordenadas cilíndricas, com escalas de valores neutros como eixo

vertical (o tronco da árvore). Os matizes são organizados verticalmente em

seqüência ao redor desse eixo. As diferenças de matizes são organizadas ao redor

do eixo do valor, ficando as cores mais escuras em direção à base e as mais claras

na direção do topo. As cores ficam gradualmente mais saturadas em direção à

periferia da árvore, e progressivamente menos intensas à medida que se aproximam

do eixo central. Em 1961, em outra edição do seu livro, definiu o matiz como a

qualidade pela qual diferenciamos uma família de cores da outra, e o croma como a

terceira dimensão da cor, sendo a qualidade pela qual uma cor forte é distinta de

uma fraca, significando sua intensidade. O sistema Munsell seria simples e

adequado aos problemas enfrentados pelos profissionais em Odontologia.

Em 1931, a Comissão Internacional de L’Eclairage (CIE) desenvolveu um

sistema para especificação de sinais de cor e recomendou-o para ser utilizado em

larga escala. Os três atributos da cor poderiam ser expressos como uma esfera

tridimensional, expressos numericamente por um sistema de ordens de cores,

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podendo a cor ser quantificada e expressa de maneira objetiva e precisa. Pelo

princípio da síntese de cores aditivas, todas as tonalidades partem da combinação

das cores primárias (o vermelho, o verde e o azul). As quantidades e intensidades

das cores primárias necessárias para produzir uma determinada cor (um

determinado estímulo de cor) formam uma especificação do estímulo em termos das

cores primárias utilizadas. As quantidades de cores primárias utilizadas para um

determinado estímulo de cor são comumente conhecidas como valores triestímulos

e esses valores podem ser observados através de um aparelho denominado

colorímetro. As funções das cores são as quantidades das três cores primárias

necessárias para combinar visualmente uma unidade de intensidade de um único

comprimento de onda de luz. O sistema CIE, como é atualmente conhecido, baseia-

se na transformação de funções das cores originárias das cores primárias

conhecidas como X (vermelho), Y (verde) e Z (azul). As funções de seleção de cores

são conhecidas para cada comprimento de onda e são representadas por x (λ), y (λ)

e z (λ). Um sinal real de cor poderia ser considerado como a soma da energia em

diferentes comprimentos de onda e possibilitaria predizer os valores triestímulos

para qualquer estímulo. O CIE também define padrões para iluminantes em tabelas

de distribuição do poder espectral de refletância de uma superfície. Em 1976 foi

introduzido o sistema para especificação de cores CIELAB, um sistema para

aparência da cor no espaço. Esse sistema, não linear, soluciona problemas de

aparência e diferença de cor do sistema CIE. Os valores triestímulos são

transformados em coordenadas L* a* b* aonde Xn, Yn e Zn, são os valores

triestímulos de um estímulo acromático de um branco específico. O CIELAB

determina um espaço de cor tridimensional onde o eixo do a* e o de b* formam um

plano ortogonal ao eixo do L*. O CIELAB representa o estímulo de cor como um

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sinal acromático (L*) e dois canais cromáticos representando o amarelo – azul (b*) e

vermelho – verde (a*). As coordenadas de cores do sistema CIELAB permanecem

constantes aonde o L* = 100, e o a* = b* = 0 para uma perfeita superfície branca

também permite a representação dos estímulos de cor pelas dimensões de Valor,

Croma e Matiz. Por isso o sistema CIELAB pode ser descrito como um sistema para

aparência da cor no espaço.

Kubelka; Munk (1931) estudaram teoricamente a relação entre a refletância e

a espessura de um material translúcido. Fizeram cálculos para resolver as relações

teóricas dos feixes de luz dentro e fora de material turvo e plano de uma espessura

finita constante ou material que dispersa a luz. Essa teoria tornou-se popularmente

utilizada para a seleção de cores porque oferece um modelo de refletância para

materiais translúcidos colocados em fundos de diferentes cores. Restrições à teoria

foram feitas porque não analisa as reflexões nos limites da média dos diferentes

índices de refração e a mudança na distribuição dos comprimentos de onda por

específica absorção e dispersão da luz, porém essa teoria pôde ser aplicada para

predizer a refletância do esmalte e dentina em várias condições de fundos e

espessuras.

Segundo Clark (1931), a natureza tridimensional da forma, incluindo

comprimento, largura e altura, seria um conceito familiar, porém a natureza

tridimensional da cor não seria facilmente compreendida por ser complexa,

envolvendo fenômenos objetivos e subjetivos. A análise da cor poderia ser feita por

dois métodos. O primeiro seria em termos de estímulo da cor, energia radiante ou

luz refletida da superfície de objetos opacos ou transmitida por objetos

transparentes. O segundo, analisando-se três atributos da cor, ou seja, a

luminosidade, o matiz e a saturação. As diferenças em valor, por ele chamada de

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brilho, e a saturação ou croma teriam um papel mais importante do que a

equiparação do matiz. Clark propôs um guia de cores modificado, contendo um

matiz, dez valores e seis incrementos de croma.

Kubelka (1948) criou uma teoria para medir a cor de uma camada de material

num outro fundo que não com os coeficientes das equações encontradas na sua

teoria com Munk em 1931. A desvantagem desse método nas pesquisas das

propriedades óticas dos materiais estéticos seria que o corpo-de-prova nem sempre

é tão translúcido e sim espesso em determinadas áreas do espectro visível, e

mudanças na distribuição dos comprimentos de onda por absorção ou por dispersão

da luz levariam a erros nas medidas, que deveriam então ser repetidas muitas

vezes.

Sahel (1974) definiu cor como uma propriedade da luz. A luz pertence a uma

faixa do espectro eletromagnético que vai desde os raios Gama (10-14 m) até as

ondas de rádio (10-6 m), porém a visão humana alcança somente comprimentos de

ondas na faixa de 380 nm a 780 nm. O nanômetro (nm) é a medida de comprimento

de onda que equivale à bilionésima parte do metro (10-9 m). O espectro do olho

humano distingue as cores violeta (380-450 nm), azul (450-480 nm), azul-

esverdeado (480-490 nm), verde azulado (490-500 nm), verde (500-560 nm), verde

amarelado (560-570 nm), amarelo (570-590 nm), laranja (590-620 nm) e vermelha

(620-700 nm), cada uma delas com comprimento de onda específico. Além da faixa

visível estariam os raios ultravioletas, com menos de 380 nm e os infravermelhos

com mais de 780 nm. A qualidade da luz, o iluminante, é determinada pela sua

temperatura de cor em Kelvin (K).

Segundo Judd; Wyszecki (1975), a refletividade da luz caracteriza se um

material de infinita espessura é claro ou escuro. O fundo de materiais mais finos

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afeta a refletividade da luz. A refletividade da luz diminui se a proporção entre os

coeficientes de dispersão e absorção aumenta; assim uma alta absorção e uma

baixa dispersão resultam num compósito escuro.

Powers; Dennison; Lepeak (1978) consideraram a estética muito importante

para as restaurações diretas, sendo descrita pela proporção de contraste e

dependente da espessura do material e da reflexão do fundo. Os autores analisaram

o aumento da translucidez causada por diminuição da espessura nos compósitos em

vários estudos. Afirmaram que as restaurações relativamente espessas poderão

efetivamente mascarar a cor do fundo da cavidade bucal, entretanto, se a

restauração for relativamente fina, ela não cobrirá um fundo escuro, apesar de ter

sido realizada com coloração opaca.

Miyagawa; Powers; O'Brien (1981) avaliaram a proporção de contraste, a

refletividade da luz, o coeficiente de dispersão e o coeficiente de absorção de quatro

compósitos e de um compósito sem carga. Obtiveram corpos-de-prova em três

espessuras diferenciadas a partir das equações de Kubelka. Mediram os percentuais

das curvas de refletância versus o comprimento de onda de três repetições para

cada espessura entre 405 e 700 nm em fundos branco e negro. Para o cálculo

utilizaram os valores de Y dos valores triestímulos do CIEL*a*b* de 1931 para o

iluminante C. Examinaram a correlação entre eles e os valores experimentais da

proporção de contraste e encontraram alta significância, apesar de restrições às

teorias de Kulbeka. Concluíram que a proporção de contraste (CR) que descreve a

opacidade e as cores dos materiais restauradores estéticos "in vitro" depende da

tonalidade, da espessura e da cor de fundo das restaurações. Compósitos

translúcidos transmitem luz e tendem a ser influenciados pela cor do fundo.

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Pedrosa (1982) afirmou que a cor é um atributo de um conjunto complexo de

propriedades ainda não tão bem compreendidas que define a aparência de tudo que

nos cerca. Quando a luz é refletida das superfícies restauradas ou de algum cenário,

ou olhamos diretamente a luz emitida por fontes de luz, experimentamos a sensação

da cor. Para estudar a opacidade em materiais estéticos faz-se necessário estudar

os estímulos que causam as sensações cromáticas, divididos em dois grupos: o das

cores-luz e o das cores-pigmento. A cor-luz ou luz colorida é a radiação luminosa

visível, que tem a luz branca como síntese aditiva. Sua melhor expressão é a luz

solar, por reunir de forma equilibrada todos os matizes existentes na natureza. As

faixas coloridas que compõem o espectro solar, quando tomadas isoladamente, uma

a uma, denominam-se luzes monocromáticas. A cor pigmento é a substância

material que, conforme sua natureza, absorve, refrata e reflete os raios luminosos

componentes da luz que se difunde sobre ela, e é a qualidade da luz refletida que

determina sua cor. A mistura das cores-pigmento produz um cinza escuro, chamada

cinza neutro, por encontrar-se eqüidistante a suas cores de origem.

De Gee; ten. Harkel-Hagenaar; Davidson (1984) discutiram os fatores clínicos

de determinação da fonte de luz, da direção da luz, a intervenção dos tecidos

dentais e profundidade de cura em compósitos. A superfície endurecida após a

fotopolimerização não significaria uma adequada polimerização na base da

cavidade. Compósitos inadequadamente fotopolimerizados exibirão pobre

estabilidade de cor e maior manchamento. A profundidade de polimerização dos

compósitos ativados por energia externa como a luz dos aparelhos

fotopolimerizadores pode variar de acordo com a composição da carga do material e

a química do compósito, sua tonalidade e translucidez, a concentração do

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catalisador, a intensidade e distribuição espectral da fonte de luz e a duração da

irradiação.

Seghi; Johnston; O'Brien (1986) afirmaram que a cor dos dentes depende da

capacidade de modificar a luz incidente. O efeito total da cor dos dentes naturais é

resultado da combinação da luz refletida da superfície do esmalte e da luz

dispersada e refletida pelo esmalte e dentina.

Hunter; Harold (1987) afirmaram que brilho é a reflexão especular como a

reflexão da superfície de um espelho. Já a opacidade é um fenômeno de difusão da

luz mais do que a aparência especular. A translucidez é o potencial de um material

para dispersar uma porção da luz emitida e transmitir a parte da luz remanescente.

Recomendaram que as avaliações de propriedades óticas em compósitos fossem

realizadas em espectrofotômetros de esfera integrada, cujas configurações

permitiriam obter melhores resultados do que com acessos visuais ou outras

configurações. Concluíram que as mudanças na coloração intrínseca dos

compósitos após o envelhecimento podem afetar o resultado da correta seleção

inicial da cor das restaurações e dos procedimentos clínicos.

Miller (1987) descreveu a organização de cores em odontologia. Uma das

maiores exigências para uma escala padrão é que cada amostra possa apresentar

uma cor definida, de modo que possa haver diferenciação entre elas para ser

perfeitamente reprodutível. Apesar da escala de cores Vita não estar

sistematicamente distribuída em um espaço de cor relevante para os dentes

humanos, ainda permanece como referência para os profissionais.

Seghi (1990) determinou por meio visual a cor dos dentes e considerou este

método altamente subjetivo. Variáveis fisiológicas como a idade, a experiência, a

fadiga do olho humano e condições externas conduzem a inconsistências.

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Baseando-se nos parâmetros do CIELAB de 1976 com dados matemáticos obtidos

de colorimetria e espectrofotometria, concluiu que as diferenças encontradas entre

os vários instrumentos usados em colorimetria poderiam ser causadas por perdas de

mensurações nas margens dos dentes como corpos-de-prova. Dependendo da

forma como o corpo-de-prova é conduzido ao aparelho para as medições, essas

diferenças podem ser minimizadas. Encontraram uma diferença de cor de 1 ou 2

para o ∆E* que é bastante significante para ser visualmente perceptível.

Segundo Davis et al (1992), a opacidade de um objeto depende de vários

fatores, incluindo a espessura, reflexão especular e aspectos de reflexão e difusão

da luz. A geometria difusa de 0º é a mais comumente utilizada para a aplicação das

teorias de refletância através de formulações coloridas e a incluiu em sua

metodologia pela importância do componente de reflexão especular na análise dos

materiais opacos. Outra variável que afeta a resultante de cor dos substratos opacos

são as condições do iluminante. Utilizou-se do iluminante D65 em seu estudo por ser

representativo das medidas de colorimetria para a luz do dia. Baseou-se nas

numerosas medidas espectroradiométricas da luz do dia em diferentes locais e sua

correlação com a temperatura de cor de 6500 K e a temperatura da luz diurna global.

A correlação da descrição numérica de cor com interpretação visual requer a

compreensão dos sistemas de cores espaciais CIELAB e Munsell. Apesar de cada

sistema apresentar diferentes coordenadas, a comparação entre eles revela arranjos

espaciais semelhantes. Embora as coordenadas a* e b* do CIE não sejam

diretamente correlacionadas com as coordenadas de matiz e croma do sistema de

Munsell, ambas descrevem os componentes cromáticos das cores percebidas. O

arranjo do sistema de Munsell como um sistema de coordenadas polar e o arranjo

do sistema CIELAB como um sistema de coordenadas cartesiana permitem a

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determinação das coordenadas de Matiz e Croma das coordenadas do CIE a* e b*.

Em ambos os sistemas CIELAB e Munsell, modificações no Matiz ocorrem

circunferencialmente ao eixo L* ou eixo do Valor. No sistema CIELAB, as mudanças

no Croma aumentam radialmente do eixo L*. A relativa distância da origem a*b* é

indicativa da magnitude do Croma; enquanto que a magnitude dos valores de a* e b*

é relatada ao matiz. No sistema de Munsell, as mudanças no croma ocorrem

radialmente ao eixo do Valor. A relativa distância do eixo do Valor indica maior

magnitude no Croma.

Para Kawaguchi; Fukushima; Miyazaki (1994), certos tipos de compósito

poderiam ter um coeficiente de transmissão de luz menor por dispersão da luz após

a fotoativação em função da amplitude do tamanho das partículas. Estudaram as

relações entre o coeficiente de transmissão e a profundidade de cura de oito

compósitos fotoativados (Silux Plus, Clearfil Photo Posterior, Photo Clearfil, P50,

Opalux, Occlusin, Palfique Light, Palfique Estelite), classificadas em três tipos de

acordo com sua carga. Determinaram o coeficiente de transmissão utilizando um

radiômetro para as várias cores de compósitos. Os resultados revelaram que houve

uma significante correlação entre o coeficiente de transmissão e a profundidade de

cura para as diferentes cores, menos para o compósito híbrido P50. Os materiais de

micropartículas apresentaram coeficiente de transmissão menor do que os híbridos e

os microhíbridos. Os materiais em cores mais claras (XL, L e INC) mostraram maior

profundidade de cura do que as outras cores dentro da mesma marca de compósito.

Para alguns compósitos, a composição dos monômeros e das partículas poderia ter

sido as mesmas, assim, o coeficiente de transmissão e a profundidade de cura

tiveram significante correlação, porém os índices de refração das partículas

poderiam ter variado. A dispersão da luz pela ativação poderia ter aumentado,

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aumentando a diferença nos índices de refração entre as partículas e a matriz

resinosa, afetando as características estéticas das restaurações, como a

translucidez e a opacidade, que poderiam estar relacionadas à profundidade de

polimerização. O coeficiente de transmissão da luz poderia ser controlado pelo tipo e

conteúdo dos pigmentos nos compósitos.

Em 1994, a Minolta Corporation publicou um livro abordando a comunicação

das cores com maior precisão e sugeriu a utilização de instrumentos para medidas

de cor (o colorímetro e o espectrofotômetro) para quantificar numericamente o matiz,

o croma, o valor dos objetos, e observar e identificar as coordenadas espaciais das

cores. O colorímetro utiliza o método dos valores triestímulos e três filtros coloridos e

compara seletivamente o espectro das cores primárias (o vermelho, o verde e o

azul). Os resultados das leituras de X, Y e Z referem-se à quantidade das três cores

primárias que poderão ser convertidas para coordenadas de um espaço de cor

específico. Os colorímetros simplificam as medições de cor, mas não são

recomendadas para análises mais complexas, apesar de possuírem um custo menor

e maiores mobilidades quando comparados aos espectrofotômetros. Os

espectrofotômetros medem a distribuição espectral (refletância ou transmitância) de

um objeto, além de medir as três cores primárias. Esse método é mais preciso e

pode determinar a cor sob diversos iluminantes e os dados obtidos das curvas de

refletância e transmitância, podendo os dados serem convertidos para qualquer

espaço de cores, sendo mais utilizados os sistemas de cores de Munsell e o CIE

L*a*b*.

Shortall; Wilson; Harrington (1995) afirmaram que uma inadequada

profundidade de cura pode reduzir a longevidade de restaurações de compósitos

ativados por luz. Esses compósitos geralmente são vendidos como materiais

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restauradores para dentes anteriores e posteriores com diversas opacidades e

tonalidades e diferentes marcas de compósitos são geralmente fabricadas na escala

de cor tradicional Vita. O objetivo do estudo foi estabelecer a profundidade de

polimerização em condições padronizadas de teste para investigar a influência da

tonalidade do material e da opacidade na profundidade de polimerização. Fatores

clínicos, tais como o acesso da fonte de luz em camadas mais profundas, a

aparência dos tecidos circunvizinhos e a profundidade da cavidade podem limitar a

profundidade de cura em uma restauração. A metodologia utilizada foi o

preenchimento de matrizes cilíndricas com cinco compósitos híbridos e um

compósito microhíbrido nas tonalidades Vita A2, A3,5 e C2. Materiais que possuíam

mais de uma opacidade com as variantes para dentina e esmalte também foram

avaliados. As leituras foram realizadas por um método digital denominado

penetômetro. Os autores concluíram que a profundidade de polimerização da

opacidade do esmalte é sempre maior que a profundidade de polimerização da

mesma tonalidade da dentina para cada faixa de produto fabricado.

Johnston; Ma; Kienle (1995) preconizaram um único parâmetro de

translucidez (TP), definido como a diferença de cor entre uma espessura uniforme

do material em fundos preto e branco, correspondendo aos acessos visuais mais

comuns de translucidez. Afirmaram que a espessura, a textura de superfície, a

fotopolimerização, armazenamento e o envelhecimento dos materiais restauradores

também podem influenciar clinicamente a estética das restaurações e sugeriram que

a escolha de cor deve levar em conta as modificações que ocorrem nas cores dos

compósitos após esses processos. Uma dificuldade para especificar a translucidez é

que os materiais restauradores poderiam ser mais translúcidos em alguns

comprimentos de onda que em outros. Enfatizaram que a cor e a translucidez dos

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materiais estéticos são determinadas por adição de pigmentos menores e outros

componentes químicos desses materiais e não somente pelos fenômenos

macroscópicos dos compósitos após esses processos.

Fahl; Denehy; Jackson (1995) afirmaram que a cor de um objeto se modifica

não apenas pela intensidade e tonalidade do pigmento do corante, mas também

pela translucidez ou opacidade do objeto. Os tecidos corpóreos variam o grau de

opacidade que eles exibem. A maioria exibe certo grau de translucidez e isso é

verdadeiro para o esmalte dental e os tecidos moles de sustentação que circundam

os dentes. O conhecimento da morfologia do dente, as dimensões da cor, a

translucidez, a opacidade, a textura e transmissão de luz são essenciais para

conseguirmos resultados naturais. O uso de diferentes opacidades e translucidez,

características de cromacidade, matizes e valores é importante para que se recrie os

vários graus de transmissão de luz que ocorrem naturalmente no dente, pelo fato de

que a luz pode ser refletida, transmitida ou absorvida pela estrutura dental. Uma vez

a luz alcançando o esmalte e a dentina, seu trajeto é interrompido, e quando esse

desvio é tratado com os compósitos e técnicas apropriadas, esses efeitos serão

reproduzidos na estrutura dental. Afirmaram que as propriedades físicas dos

compósitos alcançaram um alto nível de excelência e para se confiar na longevidade

das restaurações surgiram formulações com o tamanho das partículas e sua

distribuição, adicionando mais resistência e variados graus de polimento para em

áreas de altos graus de tensões. Somando-se a isso, são fabricados produtos

comerciais com variados graus de opacidade para diferentes áreas dos dentes e

para conferir-lhes características de policromacidade, respeitando-se a idade do

paciente e variável de croma, valor, matiz e translucidez. Se os clínicos entenderem

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as relações dessas características com as dos dentes naturais, poderão reproduzi-

las melhor nas restaurações.

Ikonoshi et al (1996) afirmaram que a descoloração clínica dos materiais é

afetada por muitos parâmetros, incluindo o tipo de material restaurador, a

manipulação do material, a dieta e higiene oral dos pacientes e representa uma

mistura de manchamentos e descolorações intrínsecas. Testaram a opacidade

intrínseca e as alterações de cor de cinco compósitos quimicamente ativados, sete

compósitos fotoativados (APX, Charisma, Estio LC, Herculite XR, Palfique Estelite

Silux Plus e Z100) nas cores A2 e U, e três cimentos ionômero de vidro modificados

por compósito, segundo teste de envelhecimento. Analisaram os valores triestímulos

(XYZ) em um colorímetro e convertidos para o Sistema CIELAB (L*a*b*) tomando-se

o cuidado de não contaminar as amostras com os dedos ou “debris” por ser a

opacidade sensível à superfície de refletância, podendo modificar-se com

rugosidades superficiais ou simples toques manuais e elevando seus valores. O

polimento diminui a superfície de reflexão, fazendo com que a opacidade fique

menor. Calcularam a opacidade dos materiais com a fórmula da razão de contraste

CR = Yb/Yw, onde Yb representa o valor do corpo-de-prova num fundo negro e o Yw,

o valor no fundo branco. A proporção de contraste representa o poder de mascarar

materiais translúcidos com um valor de 0 a 1. Quanto maior o valor da opacidade,

maior a proporção de contraste; desta forma, um material completamente opaco

deveria esconder os fundos branco e negro resultando em Yb = Yw, e a proporção de

contraste = 1. O autor padronizou os a espessura dos corpos-de-prova em 1 mm.

Concluíram que a opacidade dos materiais testados decresceu pelo envelhecimento

e foi um fator intrínseco de descoloração. Os cimentos ionômero de vidro

modificados por compósito mostraram um escurecimento marcante com o tempo e

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aumentaram sua translucidez inicial e isto pode ter sido causado pela modificação

no índice de refração de fase na matriz dos materiais, levando a um decréscimo na

diferença do índice de refração entre as partículas e a matriz. Devido às múltiplas

reflexões e refrações, quanto mais altas forem as diferenças entre o índice de

refração das partículas inorgânicas nas interfaces com a matriz orgânica, maior será

a opacidade. Os compósitos fotopolimerizados resultaram em uma maior

estabilidade de cor e de opacidade mesmo após quatro semanas, talvez indicando

uma estabilidade na matriz dos compósitos. Os autores definiram a opacidade como

a proporção de refletância de um corpo-de-prova em formato de disco quando

medido em fundo negro e fundo branco. A opacidade é mais fácil de ser calculada

do que a translucidez, e é considerada o inverso da translucidez quando visualmente

comparada.

Johnston; Reisbick (1997) afirmaram a importância de manter a cor de um

material restaurador estético estável após completar o processo de polimerização e

o material entrar em equilíbrio com o meio bucal. Com o objetivo de avaliar as

diferenças de cores e a translucidez após a fotopolimerização e a imersão em água,

realizaram um estudo para observar as cores claras, escuras e médias de seis

compósitos híbridos (Prisma APH L, U, DG; Charisma A10, A20, A3,5; Herculite XRV

A2, B3, C3; TPH A2, B2, C4; Pert XL, U, D; Z100 A35, CY), de três cimentos

ionômero de vidro, dois compósitos microparticulados (Durafill A10, A20 e A3,5,

Helio Progress LY, B, G). Obtiveram corpos-de -prova com dois milímetros de

espessura e 9 mm de diâmetro. As cores desses materiais também foram avaliadas

pela teoria de Kubelka-Munk para camadas num fundo de cor B2 em colorímetro. Foi

encontrada uma interação estatística significativa entre os produtos, cores e

intervalos de tempos para ambas as diferenças de cores e translucidez. Os valores

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de luminosidade (L*) e a translucidez (TP) variaram consideravelmente, sendo que

alguns aumentaram e outros diminuíram após polimerização e imersão em água.

Existe uma variedade relativamente alta de alterações na translucidez dos materiais

estéticos após imersão em água, com alguns produtos aumentando os parâmetros e

outros diminuindo. Consideraram os valores dos parâmetros de translucidez

consistentes, mas o significado clínico variou dependendo da finalidade do material

restaurador. A cor e a translucidez dos materiais estéticos são determinadas não só

por fenômenos macroscópicos, como a matriz e a composição da carga, como

também pela adição de pigmentos, componentes químicos, componentes de

iniciação e a carga do agente de união. Os autores comentaram as dificuldades para

interpretar os parâmetros de translucidez, e que um maior TP é indicativo de maior

translucidez e menor opacidade. Nesse estudo, foi empregado esse parâmetro

específico para uma espessura conhecida de material e para os fundos utilizados, e

foi considerado consistente, embora o significado clínico desse parâmetro varie

dependendo da aplicação do material. Quando o fundo tem a mesma cor que o

material restaurador que o recobre, qualquer modificação na translucidez do material

restaurador poderia ficar imperceptível, mas uma modificação na translucidez nessa

camada de recobrimento poderia tornar-se perceptível ou inaceitável, especialmente

em áreas interproximais ou incisais ou em Classes III e IV, que se apresentem com

pouca ou nenhuma estrutura em volta para refletir ou transmitir a cor de base. O

problema muitas vezes reside na colocação de múltiplas cores em muitos

incrementos com uma última camada translúcida superficial para copiar o efeito de

translucidez natural do dente. Nesse estudo, o fundo teve um efeito pouco

significante nos valores de refletância e na espessura dos corpos-de-prova na

porção visível. Os autores concluíram que a espessura, a textura de superfície, a

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fotopolimerização e o envelhecimento dos materiais restauradores também podem

influenciar a estética, sugerindo aos clínicos levar em conta as modificações que

ocorrem nas cores dos compósitos após a polimerização, armazenamento e o

envelhecimento. A translucidez dos compósitos pode variar com o aumento da

polimerização.

Craig; Marcus (1997) afirmaram que a cor é um atributo de um conjunto

complexo de propriedades ainda não tão bem compreendidas e que define a

aparência de tudo que nos cerca. Quando a luz é refletida das superfícies

restauradas ou de algum cenário, ou olhamos diretamente a luz emitida por fontes

de luz, experimentamos a sensação da cor. O problema da cor aparece quando

necessitamos selecionar e equiparar a cor das restaurações com os dentes naturais.

Na Ótica Física, busca-se a interpretação dos fenômenos que estão associados à

própria natureza da luz, fundamentada nas radiações eletromagnéticas. Três fatores

podem influenciar a percepção da cor: a fonte de luz, o objeto que está sendo

observado e o observador. A fonte de luz pode emitir energia como comprimentos de

ondas, e isto se caracteriza pela relativa quantidade de energia emitida em cada

comprimento de onda do espectro visível. A fonte de luz que ilumina um objeto afeta

a percepção da cor, pois essas fontes contêm uma quantidade variada de cada um

dos comprimentos de onda da luz. O espectro de reflexão ou de transmissão de um

objeto caracteriza a cor para aquele objeto. Um objeto parece vermelho porque

reflete comprimentos de onda vermelhos, mais do que azul ou verde, conforme o

sistema visual do olho e cérebro do observador. As ondas são medidas em

comprimentos de onda, definidos como a distância entre dois picos de ondas e são

medidas em nanômetros.

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Yap; Tan; Bhole (1997) determinaram as propriedades de cor e translucidez

de materiais estéticos para comparar se a escala dos produtos apresentava os

mesmos padrões de cor da escala Vita Lumin. Avaliaram o valor, o croma, o matiz e

a translucidez de cinco diferentes materiais estéticos nas cores da escala Vita Lumin

A2, A3, B3, C2, C3 (Z100, TPH, Durafill e Fuji II LC e Dyract). Os materiais estéticos

foram classificados visualmente por 40 profissionais de Odontologia em contraste

com a escala Vita, usando uma escala de avaliação 5 pontos (1 = similaridade muito

pobre; 2 = pobre; 3 = médio; 4 = bom; 5 = excelente). Os resultados confirmaram a

observação clínica de que o matiz, o croma, o valor e a translucidez dos diferentes

materiais avaliados não combinam com as amostras da escala Vita a qual deveriam

se assemelhar. Concluíram que as propriedades estéticas de matiz, croma, valor e

translucidez eram todas dependentes da tonalidade. A comparação entre produtos

revelou que nenhum dos materiais tinha bons ou excelentes resultados e os

compósitos tinham significantemente maior habilidade para se equiparar com a

escala Vita que os outros materiais.

Yap (1998) avaliou se as cores das escalas fabricadas para se assemelhar

com as cores da escala Vita apresentavam as mesmas propriedades óticas como

prescrito em colorimetria. Em 1997, fez um estudo semelhante por comparação

visual. Os resultados mostraram que nenhuma das tabelas de cores fabricadas tinha

os valores de L*, a* e b* idênticos aos respectivos valores na escala Vita Lumin.

Geralmente as cores das escalas dos materiais eram mais escuras do que as

correspondentes às da escala Vita. Compararam a precisão das tabelas de cores de

diferentes materiais estéticos nas cores da escala Vita Lumin A2, A3, B3, C2, C3

(Z100, TPH, Durafill e Fuji II LC e Dyract), como no estudo de 1997, e encontraram

resultados significativamente melhores para as escalas do compósito Z100 e para o

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cimento ionômero de vidro modificado Fuji II LC do que para as escalas do

compósito Durafill VS ou TPH. A escala de cores do compósito modificado por

poliácidos Dyract foi considerada a mais precisa, e concluíram que a precisão das

escalas não era dependente do produto, mas sim da cor. A seleção clínica de cores

deveria ser realizada com a própria escala do material que seria utilizado para que

as restaurações não tivessem uma coloração mais escura do que o dente a ser

restaurado.

Brie et al (1999) investigaram as propriedades óticas de alguns compósitos

dimetacrílicos fotopolimerizados e resinas com o objetivo de avaliar o efeito das

partículas de carga nas propriedades de opacidade de uma série de compósitos

experimentais. Explicaram que os ésteres do ácido metacrílico são comumente

utilizados como monômeros em resinas dentais e materiais compósitos. Os

dimetacrilatos com peso molecular alto, tais como o Bisfenol A e Glicidil Metacrilato

(Bis-GMA) são os mais utilizados. Realizaram a pesquisa com Bis-GMA, o Etileno

Glicoldimetacrilato (EGDMA) e partículas inorgânicas como sílica coloidal, quartzo e

dióxido de titânio em formulações especiais para o experimento, e compararam os

efeitos do nível e a natureza da carga na opacidade nesses compósitos com

compósitos sem carga, em espectroscopia com UV-visível em espectrofotômetro de

transmitância e microscopia eletrônica. Partículas inorgânicas como sílica coloidal,

quartzo ou óxido de titânio podem conferir ao compósito uma opacidade em grau

semelhante a dos dentes naturais. Os autores concluíram que aspectos de

espectros de luz visível sugerem que nos materiais com Bis-GMA, existe dispersão

de luz visível e a natureza e o nível da carga incorporados são importantes para

determinar as propriedades óticas nesses copolímeros. Encontraram grandes

diferenças entre as opacidades dos copolímeros sem carga e os compósitos com

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incorporação de partículas. A maior opacidade foi obtida nos compósitos que

continham óxido de titânio (TiO2). Há uma tendência à diminuição nos valores de

transmissão quando existe aumento do nível das partículas.

Campos et al (1999) avaliaram a influência de vários tipos de corantes sobre

a translucidez de dois compósitos restauradores, o microhíbrido Charisma e o

microparticulado Durafill na cor A2. Confeccionaram corpos-de-prova cilíndricos com

10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. Os corpos-de-prova foram

acondicionados em recipientes contendo saliva artificial em estufa a 37º C por 24

horas. Os valores de translucidez iniciais foram obtidos por eletroforese com o

aparelho de Jouan. Os corpos-de-prova foram mantidos em recipientes individuais

imersos nos corantes café, refrigerante (Coca-Cola), vinho tinto e anti-séptico bucal

(Listerine), sendo a translucidez avaliada com 10, 31 e 90 dias. Os resultados

demonstraram que a diferença de translucidez nos materiais estudados relacionou-

se com a diferença de composição dos materiais, como tipo de carga, quantidade e

tamanho das partículas de carga. Os compósitos híbridos são considerados como

tendo uma lisura superficial e uma estética que permitem restaurações em anteriores

do mesmo modo que os compósitos de micropartículas; no entanto, como as

partículas de vidro contêm metais pesados, a radiopacidade é maior que a do

esmalte dental. A translucidez dos compósitos pode variar em função da capacidade

da passagem de luz pelos seus componentes, do número e tamanho de bolhas

internas, do índice de refração dos componentes e o tamanho das partículas de

reforço. Os autores concluíram que o compósito microhíbrido obteve o menor

percentual de translucidez quando comparado ao compósito de micropartícula,

influenciados pelos corantes, e o vinho proporcionou o maior manchamento e, por

conseqüência, os menores valores de translucidez. O anti-séptico Listerine foi o que

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obteve os maiores valores de translucidez, e assim, o que sofreu menor

manchamento. Ambos compósitos estudados apresentaram a translucidez alterada

em função do tempo. A proporção de contraste de uma espessura infinita descreve a

translucidez de um material quando observado com o iluminante (luz branca). As

cores mais opacas de um compósito tendem a ter maiores coeficientes de absorção

e dispersão. Traduzindo para a clínica, uma restauração mais espessa não será

afetada pela cor do fundo com a fonte de luz branca. Nesse estudo, para cada

propriedade ótica analisada, diferenças significativas foram observadas para os

índices de reflexão, absorção e dispersão.

Pozzobon; Candido; Rodrigues (1999) avaliaram "in vitro" o efeito de agentes

clareadores em cinco diferentes tempos de observação. Para isso, foram utilizados

quatro materiais restauradores, sendo um compósito híbrido (Z100), um compósito

microparticulado (Silux-Plus), um compômero (Dyract) e um cimento de ionômero de

vidro modificado por compósito (Vitremer). Foram utilizados também dois agentes

clareadores distintos, o Opalescence, à base de peróxido de carbamida a 10%, e Hi-

Lite, à base de peróxido de Hidrogênio a 35%, e saliva artificial como controle e meio

de imersão, com trocas diárias durante o período de experimento. Prepararam 120

corpos-de-prova, em 12 diferentes grupos, que foram observados após 1 hora de

confecção e antes da imersão (To), após o início de um dia de tratamento clareador

(T1), com 7 dias de tratamento clareador (T2), com 15 dias de tratamento clareador

(T3) e com 30 dias após o início do tratamento clareador (T4). Concluíram que a

translucidez dos materiais restauradores estéticos, de forma geral, altera-se quando

expostos a diferentes agentes clareadores que permaneçam em contato ao longo do

tempo. Em função dos fatores analisados, a translucidez apresenta-se em diferentes

níveis. Assim, em função do material restaurador, o material Vitremer apresentou a

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maior média estatisticamente significante de translucidez, seguido pelos materiais

Z100, Silux Plus e Dyract considerados estatisticamente iguais. Para o fator Agente

Clareador, os agentes clareadores Opalescence e Hi-Lite, isoladamente, não foram

capazes de exercer ação sobre os materiais restauradores, porém, quando

interagidos com os fatores Materiais e Tempos, o agente clareador Opalescence

diminuiu estatística e significativamente a translucidez do material Silux Plus,

enquanto o agente clareador Hi-Lite aumentou essa propriedade para todos os

materiais avaliados. Em função do fator Tempo, ou seja, tempo de permanência do

agente clareador sobre a superfície dos materiais restauradores, observou-se

influência estatisticamente significativa sobre a translucidez, o que pode ser

representado em ordem crescente de forma: T1 < T0 < T2 = T3 < T4.

Hosoya (1999) relatou que os componentes químicos dos compósitos como o

ativador, o inibidor ou o iniciador, a qualidade do polímero, o tipo de partícula de

carga, o Bis-GMA do monômero, a quantidade e o tipo de carga, a oxidação das

duplas ligações de carbono, a iluminação ultravioleta, o calor e a água podem

contribuir para as descolorações internas proporcionalmente ao tempo de

permanência na boca. Investigou a influência dos tempos de fotopolimerização nas

mudanças de cor que podem ocorrer após períodos específicos de tempo (10, 20 e

60 segundos por grupo) e modificações que podem ocorrer na transparência de sete

cores diferentes de um compósito de micropartículas (Silux Plus) em um fundo

branco. Os compósitos não foram polidos e sim polimerizados através de duas

placas de vidro. Uma placa branca foi confeccionada especialmente como fundo,

como se fosse um material de base de restaurações em dentes naturais, e outra de

vidro transparente para proteger o compósito da camada inibitória de oxigênio,

armazenada a 37o em saliva artificial, e avaliadas com espectrofotômetro no Sistema

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CIELAB e a fórmula para 100% de opacidade (100x Yb/Yw). O mesmo procedimento

repetido a cada seis meses e após cinco anos. Os valores medidos imediatamente

após a polimerização foram os padrões porque é comum aos clínicos verificar a cor

do compósito imediatamente após a polimerização como padrão. O significado

clínico desse estudo foi que o tempo de polimerizarização influenciou na variação de

cor e opacidade dos compósitos de micropartículas utilizados.

Ahmad (1999) apresentou os princípios da cor, com definições, medidas,

sensações, percepções e aplicações práticas para aplicação em Odontologia.

Definiu cor como o resultado de três processos (o estímulo, a sensação e a

percepção), envolvendo ciências como física, química, fisiologia, psicologia e a

psicofísica (a luz, como energia radiante, e a experiência psicológica, a cor). Para

que a cor seja percebida, existem experiências conscientes (o iluminante, o objeto e

o instrumento ou o observador visual), experiências subconscientes (a memória e os

sonhos) e experiências paraconscientes (experiências psicodélicas). Qualquer

experiência com cor depende de como o cérebro a interpreta. O processo da

percepção da cor inicia-se com o estímulo físico da energia radiante, a luz, e a visão

existe somente quando existe luz. Para definir as três dimensões da cor (Matiz,

Croma e Valor), o autor fez uma analogia com as dimensões cúbicas da forma,

definindo o Valor de um objeto como a quantidade de luz que ele reflete (o objeto

com 100% de reflexão é o branco puro e terá uma aparência de alto valor). Um

objeto negro absorve toda a luz incidente e possui uma aparência opaca. Definiu o

Matiz de um objeto como o comprimento de onda da luz refletida sobre um objeto,

sendo dependente da refletância espectral desse objeto, existindo uma relação

direta entre o grau de saturação de um matiz e o Croma resultante. Os objetos

opacos refletem um comprimento de onda específico do espectro visível,

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estabelecendo uma curva de refletância espectral. Um objeto transparente (ex: um

vidro colorido) forma uma curva de transmitância e um objeto translúcido (ex: dente)

estabelece curvas de refletância e de transmitância. As curvas espectrais são

análogas ao poder de distribuição das curvas dos iluminantes. Concluiu que

perceber fisicamente o mundo significa a interpretação das imagens visuais através

do cérebro e é fundamental para os profissionais de Odontologia Restauradora, o

conhecimento das definições de cor (qualidade, quantidade e complexidades) para

uma perfeita comunicação com os laboratórios de prótese e seus pacientes durante

o tratamento.

Ahmad (2000) afirmou que, para a seleção de cores, o melhor método ainda

seria a diferenciação visual, definindo as variáveis físicas da cor, as fisiológicas, as

psicológicas e as clínicas. As variáveis físicas seriam o iluminante, o metamerismo,

e a influência do meio ambiente. Padronizou o iluminante de acordo com suas

qualidades e quantidades, como a luz proveniente do norte de um dia nublado ao

meio dia com temperatura de cor de 5500K e distribuição espectral uniforme, e o CIE

padrão C ou D65. A quantidade ou intensidade da luz deve ser de 1500 lux e é,

geralmente, equivalente a quatro tubos de lâmpada fluorescente de 220W a uma

distância de 2m, e uniformemente distribuída para evitar reflexão especular na

superfície do objeto (brilho). O metamerismo é o fenômeno no qual a cor de um par

de objetos é percebida diferentemente quando um dos fatores de percepção se

modifica, como o iluminante (a distribuição do poder espectral), o objeto (a espectral

refletância ou transmitância) e o observador (a resposta espectral). A influência do

meio ambiente na forma com que percebemos a cor faz com que um objeto brilhoso

se torne turvo, e o fundo ideal utilizaria um cartão cinza neutro (Munsell) sem

interferência na área a ser observada. As variáveis fisiológicas seriam os próprios

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processos degenerativos da visão que surgem com a idade, o metamerismo do

observador, as diferenças de opinião. As variáveis psicológicas seriam os estímulos

de detecção e adaptação. A detecção seria o estado psicológico como expectativas,

experiência, motivação, cansaço e habilidades individuais. As diferenças mínimas de

cores perceptíveis pelo olho humano são definidas pelo CIE e variam de ∆E* 0,3 a

0,5, mas os limites aceitáveis de tolerância para restaurações que não estão

perfeitamente adaptadas em cor variam de ∆E* 1,1 a 2,1. A adaptação é a sensação

de percebermos a mesma cor dos objetos sob mesmos iluminantes, como uma

adaptação cromática, onde o cérebro grava a imagem. O autor considerou as

variáveis dos dentes (saturação após os 35 anos e aumento da translucidez do

esmalte, com diminuição no Valor e revelação da camada de dentina), de gênero (as

mulheres têm dentes mais amarelos e com maior valor do que os homens) e as

diferenças de cores entre os arcos (incisivos anteriores superiores são mais

amarelados do que os antagonistas mandibulares, e incisivos centrais têm maiores

valores do que os outros dentes). Concluiu que a cor é um fenômeno que depende

primordialmente de interpretações subjetivas

Goldstein (2000) definiu as três dimensões da cor, sendo o Matiz de um

objeto a propriedade pelas quais as cores são descritas. O Matiz seria a família da

cor (ex: família da cor amarela, azul, verde, etc.), sendo resultado do comprimento

de onda do estímulo (a luz). O Croma seria a qualidade pela qual distinguimos uma

cor fraca de uma cor forte, representando a intensidade da cor. Relacionou o Valor

ao brilho da cor da área específica de uma escala entre o preto e o branco. O Valor

de uma cor é determinado pela qualidade de cinza com o qual seu brilho pode ser

equiparado, representando a qualidade e não a quantidade do acinzentado da cor.

Uma fotografia em preto e branco de um objeto colorido seria a imagem de um valor.

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Para testar as diferenças de Valor, é recomendado fechar um pouco os olhos, o que

permite reduzir o campo visual a uma condição mais acromática. O autor descreveu

a luz como uma forma de expressão da matéria, sendo uma radiação

eletromagnética emitida pelas substâncias que, por sua vez, são constituídas por

elétrons (carga negativa), prótons (carga positiva) e nêutrons (sem carga). Emitir luz

é propriedade de todos os corpos quentes. A luz é apenas uma pequena parte do

espectro eletromagnético e todas as formas comuns de energia encontram-se nesse

sistema, desde as que têm comprimentos curtos de onda (raios cósmicos) até as

que possuem comprimentos mais longos (energia elétrica). A fonte de energia

chamada espectro visível corresponde a uma faixa estreita de 380 a 760 nm, com

capacidade de estimular as células da retina que, interpretadas pelo cérebro,

possibilitam a visão. A faixa de energia com comprimento de onda mais curto é a da

cor violeta, e a faixa criada por comprimentos mais longos é a da cor vermelha, com

760 nm, acima do espectro visível.

Hasegawa; Ikeda; Kawaguchi (2000) analisaram o problema da inconsistência

nas escalas de cores de compósitos, esclarecendo a diferença de cor e translucidez

entre dentes naturais e a escala de cores Vita Lumin Vacuum. Pesquisaram “in vivo”

a cor e a translucidez de incisivos centrais de 87 homens e mulheres classificados

em seis grupos de acordo com a idade (13 a 84 anos) e o sexo. Examinaram cinco

áreas na vestibular dos incisivos centrais direito e esquerdo da maxila. Os autores

utilizaram-se de um espectroradiômetro para medir a cor dos dentes naturais e o

espectro de reflexão das cores dos dentes da escala Vita com a fórmula do Sistema

CIELAB para definir as diferenças de cor. As diferenças de translucidez entre as

cores da escala Vita e a cor dos dentes foram calculadas com a fórmula do

parâmetro de translucidez (TP). Os autores afirmaram a utilidade dessa metodologia

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para escanear pequenas áreas da superfície dentária e esclarecer a diferença de cor

e a translucidez em cada setor dos dentes naturais, comparando com os dentes da

escala Vita. Encontraram dados significativos para concluir que com o avanço da

idade os dentes ficam mais escuros no centro da cervical e mais amarelados em

todas as outras áreas. O desgaste oclusal pode causar uma diminuição da

translucidez em indivíduos mais idosos nas regiões incisal e formação de dentina

secundária mais escura. As áreas próximas ao sítio incisal podem ser afetadas por

um fundo escuro porque, nessas regiões, o esmalte tem alta translucidez. Na

cervical, onde a camada de esmalte é mais fina, podemos encontrar pouca

translucidez pela dentina mais escura e a proximidade da raiz. A translucidez dos

dentes naturais na região incisal tende a decrescer em direção à região cervical. As

diferenças em translucidez entre dentes naturais e escala de cor Vita tendem a

aumentar perto da raiz porque os dentes naturais exibem aumento de cor vermelha

e diminuição da translucidez nesta região.

Pereira; Porto; Mendes (2000) afirmaram que a intensidade de luz influencia

na conversão dos monômeros em polímeros dos compósitos, pois os maiores

valores de dureza seriam obtidos pelas intensidades mais elevadas. Assim sendo,

os autores sugeriram que aparelhos fotopolimerizadores apresentassem a

intensidade de luz mínima de 400 mW/cm² para serem capazes de promover

adequada polimerização de incrementos de 2 mm de compósitos e que sejam

associados ao tempo de exposição de 40 segundos. A intensidade de luz e a

profundidade de polimerização estariam relacionadas com a espessura da camada

de compósito.

Segundo Sproull (2001), vários sistemas de organização de cores foram

propostos, considerando que as escalas de cores deveriam ter uma organização

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espacial lógica. A manipulação das escalas de cores e de materiais no consultório

seria um desafio à capacidade do dentista para ver e reconhecer as três dimensões

da cor. O autor investigou a aplicação prática dos conceitos de natureza

tridimensional de cor e sua correta terminologia, e recomendou aos dentistas o

sistema de Munsell para compreender as dimensões e a linguagem das cores de

maneira lógica. Acrescentou que o ensino, a aprendizagem e as pesquisas estavam

sendo analisados e aperfeiçoados por profissionais especializados, levando-se em

conta o papel da visão humana, das diferentes fontes de luz, da análise das

superfícies, do efeito das cores das estruturas adjacentes ou do fundo em que se

encontra o material e muitos outros aspectos que entram na avaliação final pelo

cérebro humano. Em estudo, através de espectrofotometria, descreveu requisitos

básicos para guias de cores com um arranjo lógico no espaço da cor, ou seja, com

uma distribuição espacial adequada. Definiu que um espaço de cor ideal ocorreria

quando cada cor fosse o centro de uma esfera de cor e as cores mais próximas

estivessem em torno dela. Recomendou procedimentos para selecionar

corretamente cores de restaurações e fabricar as escalas de cor. As escalas

deveriam ser revisadas e aulas com especialistas em cor deveriam ser incluídas nas

faculdades para estimular as pesquisas.

Koishi et al (2001), com o propósito de determinar a fidelidade de cor de um

compósito fotoativado em várias espessuras e tonalidades e avaliar a relação entre a

variação de espessura do material e a reprodutibilidade de cor, utilizaram-se de

cores claras (A1, B1, C1, e D2) e escuras (A4, B4, C4, D4) para compósitos de

corpo. Os corpos-de-prova foram preparados em seis espessuras de 0,5, 1,0, 1,5,

2,0, 2,5 e 3,0, sendo o parâmetro de cada cor analisado em colorímetro conectado a

um programa de computador. Foram calculados os valores de L*, a* e b* para

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diferença de cores (∆ E*) entre os corpos-de-prova com 3,0 mm de espessura e os

corpos-de-prova com outras espessuras. A análise estatística revelou que todos os

parâmetros de cor variaram significativamente pela espessura e pela letra e número

da tonalidade na escala. O valor de L* (luminosidade) diminuiu consistentemente em

todas as tonalidades à medida que a espessura aumentou, embora não tenha

havido uma correlação óbvia entre a espessura do material e os valores de a* e b*.

Entre os valores de ∆E*, os corpos-de-prova entre 2,5 e 3 mm de espessura

obtiveram os menores valores e ainda foram menores que os corpos-de-prova com

2,0 mm de espessura para todas as tonalidades. A fidelidade da precisão da cor dos

compósitos protéticos fotoativados foi relacionada à espessura do material sem

considerar a cor. Para reprodução aceitável de cor, uma espessura de pelo menos

2,5 mm em materiais protéticos fotoativados foi necessária, apesar de que muitas

vezes, clinicamente, apenas uma espessura de 1,0 mm ser necessária. Os

resultados desse trabalho sugeriram que a cor de compósitos com pouca espessura

poderá ser afetada pela cor do fundo, tais como materiais opacos, agentes

cimentantes ou a cor da estrutura dental remanescente, e conseqüentemente são

necessárias a observação da cor de fundo e da espessura do material em si.

Paul et al (2002), partindo da hipótese de que a determinação da cor dos

dentes com Espectrofotometria é comparável à escolha da cor por técnicas visuais,

testaram com três examinadores sem deficiências visuais a cor do terço médio dos

dentes incisivos centrais de 30 pacientes. Trabalharam com métodos de seleção

objetiva de cor para representar a percepção do sistema visual humano. Os mesmos

dentes foram medidos por espectrofotômetro de refletância e os resultados

sugeriram que a análise com o instrumento foi mais precisa e mais reprodutível do

que a comparação visual. Se necessários efeitos de translucidez, como no terço

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incisal de incisivos dos dentes humanos, informações em duas dimensões não são

suficientes para um resultado estético perfeito. Concluíram que o espectrofotômetro

avaliou melhores resultados. Para a espectrofotometria de refletância são utilizadas

duas geometrias básicas, diferentemente da observação clínica, com uma única

geometria. Normalmente, a luz penetra através do esmalte e dentina antes de se

refletir exteriormente. O efeito da transmissão de luz reproduz as características

estéticas vitais dos dentes naturais e o esmalte natural tem inerente translucidez.

Observaram que as escalas de cores disponíveis variam muito devido à dificuldade

de controlar parâmetros durante a fabricação em camadas. Nenhuma das escalas

comercialmente disponíveis é idêntica e apresentam diferentes propriedades de

absorção e reflexão. Apesar dessa falta de padronização, essas escalas seriam o

principal padrão disponível para determinação de cor. Novas tecnologias para

escalas de cores foram formuladas com base em análise de sistemas de

espectrofotometria e colorimetria com instrumentos óticos que interpretam os

comprimentos de onda da luz em valores numéricos, expressos por L*, a* e b*, ou

L*, c* e h*.

Nakamura et al (2002) relataram a importância da introdução de novos

materiais compósitos com partículas de carga com maior resistência à tensão e ao

desgaste, com boa adaptação e resistência à fratura para substituir coroas e facetas,

em locais onde os antagonistas não podem receber maiores cargas oclusais. Para

avaliar a translucidez e estabilidade de cor de compósitos de conteúdo maior de

partículas inorgânicas e matriz resinosa com melhores propriedades, selecionaram

oito tipos de compósitos (Artglass, Belle Glass, Estónia, Gradia, 6Targis, Empress,

Herculite XRV e Solidex), polimerizados e submetidos a testes de envelhecimento

com imersão em água destilada a 60o C por oito semanas. Examinaram em

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colorímetro os valores triestímulos X, Y, Z de seis corpos-de-prova para cada tipo de

material, realizando o cálculo da translucidez. Os materiais Targis e Solidex

tornaram-se mais opacos no início e após a imersão em água. A causa provável foi o

envelhecimento acelerado da polimerização dos materiais a uma elevada

temperatura, que produziu maior diferença entre o índice de refração da matriz

resinosa e a carga. Os autores não puderam associar a magnitude da alteração de

cor com o conteúdo de carga e concluíram seu estudo afirmando que todos os

compósitos tiveram aumento de translucidez, após a imersão em água, com exceção

do compósito Herculite XRV que teve estabilidade na cor e na translucidez.

Buchalla et al (2002) partiram da hipótese de que a descoloração interna dos

compósitos pode ocorrer no meio intra-oral e que o acúmulo de água e a exposição

à luz têm influência nas propriedades de cor nos compósitos Silux Plus

(micropartícula) e Tetric (microhíbrido). Determinaram as modificações de cor e

translucidez que ocorrem nesses materiais quando submetidos à luz artificial UV,

com e sem armazenamento em água. Analisaram as amostras com um colorímetro

em fundos branco e preto com a fórmula da proporção de contraste (CR) para

opacidade CR=Yb /Yw, calculando as diferenças encontradas entre um estudo inicial

(∆E*ab) com os materiais secos e úmidos e em 1 mês (∆E*ab) de armazenamento

em água destilada. O valor do CR após um mês foi maior para o compósito Tetric

Ceram úmido, seguido em ordem decrescente para Silux Plus úmido, Silux Plus

seco, Tetric Ceram seco. Os materiais avaliados após armazenagem úmida ficaram

significativamente mais opacos e mais claros (L* >) do que os materiais secos.

Argumentaram que a instabilidade hidrolítica das ligações de silano entre a carga e a

matriz nos compósitos de micropartículas foi responsável pela diminuição do valor

devido ao armazenamento em água (L* <). O compósito microhíbrido Tetric Ceram

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possui Iterbiotrifluoretado, liberaria flúor e poderia ter sido solúvel em água, afetando

as propriedades óticas. Concluíram que os materiais restauradores resinosos

estudados sofreram modificações mensuráveis de translucidez e cor no colorímetro

sob a influência de luz diurna artificial e do armazenamento em água após um mês,

porém imperceptíveis, e foram considerados aceitáveis para diferenças de cor e

translucidez clinicamente.

Paravina; Ontiveros; Powers (2002) realizaram um estudo para avaliar as

mudanças no parâmetro de translucidez e cor de compósitos fabricados

especialmente para dentes clareados, justificando que, geralmente, os dentes após

clareamento ficam mais claros do que a cor mais clara da escala Vita (B1).

Avaliaram nove compósitos microhíbridos (3D Direct EN2, OM2 e OPOM2; Esthet-X

White e XL; TPH Spectrum BW e XL; Charisma SLO, SLT e SL; Point4 XL1, XL2, e

XL; Filtek Z250 B0, 5; Tetric Ceram Bleach L e Bleach XL; Sinergy Super White N;

Renamel Universal SB1, SB2 e SB3) e três compósitos de micropartículas (Durafill

VS SLO, SSL e SL; Renamel Microfill SB1, SB2, e SB3; Filtek A110 B0,5). Os dados

foram coletados antes e depois de polimerização, utilizando-se um

espectrofotômetro. A análise dos resultados mostrou que a polimerização causou um

aumento na média dos valores de translucidez dos compósitos microhíbridos (+0.7)

e um decréscimo na média dos valores de translucidez nos compósitos de

micropartículas (-0.7). As diferenças de cor foram aceitáveis para cinco dos seis

pares de compósitos da mesma designação de cor (cada uma delas feita pelo

mesmo fabricante) nas medidas verificadas após a polimerização contra o fundo

branco. Os autores definiram a translucidez como o grau relativo ao qual os

materiais permitiriam ou preveniriam que a aparência de alguma cor fosse afetada

pela cor de um fundo. O parâmetro de translucidez foi utilizado para medir

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quantitativamente a translucidez após o clareamento, determinando que um material

seria absolutamente opaco se o TP fosse igual a zero. Se o TP aumentasse, a

translucidez do material seria maior. Concluíram que para selecionar bem cor e

translucidez de compósitos, os cirurgiões-dentistas precisam polimerizá-los antes de

restaurar. Os materiais testados tornaram-se menos saturados, os microhíbridos

mais escuros e os microparticulados mais claros. A fotopolimerização causou um

aumento na translucidez dos microhíbridos e menor translucidez nos

microparticulados.

Chu (2003) analisou os benefícios da utilização do espectrofotômetro de

refletância na análise das modificações de cores em estudos clínicos para dentes

clareados, introduzindo um espectrofotômetro com 45/0o de geometria. Explicou a

cor como resultado de uma interação de três elementos: a fonte de luz, o objeto e o

olho humano. A cor não é inerente aos objetos, sendo que a superfície de um objeto

reflete alguns comprimentos de ondas de luz e absorve todos os outros. Cada cor

tem um padrão de comprimento de onda único. Este padrão é denominado de dado

espectral e pode ser representado pela curva espectral a qual permite a

representação visual de cores. Comparando a utilização de novas tecnologias com

as escalas de cores tradicionais, atribuiu vantagens nas técnicas inovadoras, como a

captura relativamente fácil de imagens precisas, e com menor subjetividade do que

as interpretações visuais. O espectrofotômetro mede e grava a quantidade de

energia irradiante para cada matiz presente no espectro visual e também o quanto

de claro ou escuro está presente no mesmo espectro. A espectrofotometria baseia-

se em aparelhos que medem a refletância de um objeto em vários intervalos ao

longo do espectro visível, fornecendo valores de refletância que são interpretados

visualmente em forma de curva espectral. Esses instrumentos dividem e medem o

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espectro visual em múltiplas partes, resultando em 16 ou 32 dados ao longo da

escala. Já colorímetros são aparelhos que medem a luz refletida em somente três

comprimentos de onda (vermelho, verde e azul) e dependem de filtros bem

controlados e com características de fonte de luz que não podem ser modificadas,

ao contrário dos espectrofotômetros. As duas geometrias óticas básicas utilizadas

nos espectrofotômetros foram a iluminação a 0o e observação a 45o ou iluminação a

45o e observação a 0o.. Os espectrofotômetros usam filtros polarizados para eliminar

o brilho na superfície devido à excessiva reflexão durante a captura das imagens.

Westland (2003) afirmou que a demanda por estética necessita mais

aperfeiçoamento porque na Odontologia a percepção das diferenças de cor,

principalmente entre o amarelo e o branco, é de particular importância. Para medir

ou especificar a cor de um objeto é necessário levar em consideração a natureza da

luz sob a qual o objeto está sendo visualizado, as propriedades de refletância

espectral na superfície e as propriedades do sistema visual humano. A luz é uma

forma de energia os objetos interagem com a luz de forma complexa e variada,

incluindo processos de absorção, dispersão, refração, porém é a luz refletida pelos

objetos que é responsável pela identificação desses objetos por sua cor. As

propriedades de refletância dos objetos podem ser definidas pelos fatores de

refletância espectral que são normalmente medidos em intervalos regulares dentro

do espectro visível de radiação. Espectrofotômetros de refletância são capazes de

medir os fatores de refletância em intervalos de 10 nm na faixa de 400 a 700 nm,

embora alguns instrumentos possam medir comprimentos de onda mais curtos ou

mais longos. Os fatores de refletância normalmente se encontram na faixa de 0 a 1 e

representam a quantidade de luz refletida proporcional em cada intervalo de

comprimento de onda. A luz que nós vemos quando olhamos para um determinado

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ponto depende da distribuição espectral da fonte luminosa e das propriedades de

refletância do cenário naquele ponto.

Mitra; Wu; Holnes (2003) relataram o desenvolvimento de dois novos tipos de

nanopartículas (partículas nanométricas e partículas nanoclusters) para produzir um

compósito denominado nanocompósito (Sistema Universal Restaurador Dental Filtek

Supreme). Os autores avaliaram “in vitro” as propriedades mecânicas e físicas do

nanocompósito e o comparam a alguns compósitos já existentes nanoparticulados

(Filtek Supreme Translucent e Filtek Supreme Standard), híbridos (Filtek Z250 e

TPH Spectrum), microhíbridos (Esthet-X e Point4) e microparticulado (Filtek A110).

Utilizaram combinações dessas nanopartículas em uma matriz resinosa apropriada

para preparação do sistema dos nanocompósitos com uma ampla variedade de

tonalidades e opacidades. Estudaram as propriedades de força compressiva,

tensões flexurais e diametrais, desgaste, resistência à fratura, retenção de polimento

e morfologia de superfície após abrasão de escovação. Obtiveram resultados em

que as forças diametrais e compressivas do nanocompósito, assim como a

resistência à fratura, foram maiores ou equivalentes aos outros compósitos

comerciais testados. Com relação ao desgaste, apresentaram resultados

estatisticamente melhores do que os outros compósitos e melhor retenção de

polimento do que os híbridos e os microhíbridos avaliados após longos períodos de

escovação. As cores de dentina, corpo e esmalte retiveram mais e asssemelharam-

se ao polimento dos compósitos microparticulados, enquanto as cores translúcidas

mostraram melhor retenção de polimento do que as microparticuladas. A

nanotecnologia, também conhecida como nanotecnologia molecular ou engenharia

molecular, produz materiais e estruturas funcionais na faixa de 0,1 a 100 nm através

de métodos físicos e químicos. O nanômetro corresponde à bilionésima parte do

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metro, sendo 1000 nm o equivalente a 1 micrômetro. Os compósitos com carga

nanométricas oferecem vantagens nas propriedades óticas, já que o tamanho das

partículas (20 a 25 nm) torna-se tão pequeno que não pode ser detectado

visualmente. Nos materiais nanoparticulados, o tamanho das partículas fica muito

abaixo do comprimento da luz, ficando o CR imensurável. Quando a luz incide

internamente nesses materiais, um comprimento longo de onda passa diretamente

através deles e os materiais mostram alta translucidez. Quando o compósito é

colocado contra um fundo escuro, as nanopartículas transmitem preferencialmente

luz azul, dando ao compósito um efeito opalescente. Os autores concluíram que o

sistema dental de nanocompósito estudado mostrou alta translucidez, alto polimento

e alta retenção de polimento, semelhante aos compósitos de micropartícula e

mantendo propriedades físicas e resistência ao desgaste equivalente a diversos

compósitos híbridos e recomendaram a sua utilização em restaurações anteriores e

posteriores.

Segundo Craig; Marcus (2004), a translucidez dos compósitos varia com a

passagem de luz pelos seus componentes, dispersando-a de forma que os objetos

não possam ser vistos através do material. A opacidade é a propriedade dos

materiais que previne a passagem de luz. Quando todas as cores do espectro de

uma fonte de luz branca, como a luz solar, é refletida por um objeto com a mesma

intensidade que recebeu, o objeto parece branco. Quando todas as cores do

espectro são absorvidas da mesma forma, o objeto parece negro. Um material

opaco poderia absorver alguma porção da luz solar e refletir a remanescente.

Quando as cores são combinadas com uma translucidez adequada, as restaurações

são mais naturais, assemelhando-se aos tecidos dentários e aos tecidos moles

circundantes, variando amplamente entre os pacientes, de um dente para outro ou

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de uma área da arcada para outra. A aparência de uma restauração ficaria alterada

caso a opacidade aumentasse. Fraturas por tensões dentro da matriz polimérica e a

falha parcial das ligações das partículas com os compósitos, como resultado da

hidrólise, promoveriam o aumento da opacidade na restauração. Os autores também

descreveram as mensurações da cor na luz refletida de instrumentos e técnicas

visuais. Afirmaram que a composição dos compósitos microhíbridos contém vidro

com formato irregular (silicato de boro, alumínio silicato de bário ou lítio, vidro de

zinco ou estrôncio) ou partículas de quartzo com diâmetro razoavelmente uniforme.

Essas características têm possibilitado realizar restaurações praticamente

imperceptíveis com excelente resultado estético e integradas ao contexto de cor dos

dentes vizinhos, além de um polimento superficial muito próximo ao obtido com os

compósitos microparticulados, sem comprometer sua elevada resistência mecânica

em função da elevada quantidade de carga inorgânica (volume de carga de 60% a

70%), dependendo da densidade da partícula.

Vieira (2004) definiu o Valor, também chamado de brilho ou luminosidade da

cor, como a maior ou menor quantidade de luz, variando do mais puro preto ao mais

puro branco. O valor é acromático e determina a diferença entre cores claras e

escuras. O azul-claro tem valor maior que o azul marinho, pois tem maior quantidade

de branco. O autor abordou o espectro magnético, afirmando que os raios

infravermelhos e os ultravioletas são invisíveis a olho nu, porém perfeitamente

detectáveis e capazes de fazer com que vários corpos, sob sua ação, projetem luzes

visíveis, com radiações luminescentes, assim como os raios Roentgen, os raios

Gama e as ondas de rádio. A região do espectro eletromagnético que o olho

humano pode alcançar varia de 400 a 700 nm e é reconhecida como o acrônimo

ROY G BIV (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta). A cor não é

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inerente aos objetos, mas ao comprimento de onda neles refletido. A superfície

dentária reflete os raios de luz com a coloração dos comprimentos de onda nela

refletidos. A luz penetra com maior facilidade pelo esmalte translúcido e atinge a

dentina, que é a principal fonte de dispersão da luz e da detecção de seus

pigmentos. A dentina tem capacidade de opacificar a passagem de luz, impedindo

que essa atinja a polpa, razão de tornar-se escura quando há necrose pulpar.

Quando a superfície é excessivamente polida, o brilho dificulta a penetração da luz e

impede que a cor da dentina seja visualizada.

Vichi; Ferrari; Davidson (2004) afirmaram que os resultados de corretos

procedimentos clínicos de seleção de cor poderiam ser anulados por modificações

na coloração intrínseca das restaurações após o envelhecimento. Testaram a

influência da exposição à água na estabilidade de cor e a variação de opacidade em

seis cores iguais de três compósitos microhíbridos (TPH Spectrum, Tetric Ceram e

Z100 nas cores da escala Vita A2, A3, A3,5, A4, B2 e B3). Realizaram avaliação em

espectrofotômetro equipado com esfera integrada, que possui configuração que

permite melhores resultados que acessos visuais ou outras configurações. Foram

avaliados antes e após a imersão em água por 30 dias a 60o C. Os corpos-de-prova

não foram polidos para que não ocorressem modificações em sua superfície que

pudessem influenciar os resultados. As cores foram avaliadas pela fórmula do

Sistema CIELAB (∆Eab) e a opacidade pela razão de contraste (CR). Para as

diferenças de cor, o compósito TPH apresentou as maiores variações, e entre os

compósitos Tetric Ceram e Z100 não ocorreram diferenças de cor significativas. A

opacidade dos materiais aumentou após o envelhecimento com diferença

significativa entre o compósito TPH Spectrum na cor A2 e Tetric Ceram e Z100. Para

Tetric Ceram e Z100 não houve diferença estatisticamente significante de

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opacidade. A opacidade não obteve padrões estatísticos diferentes entre as cores

claras ou escuras de A e B nos diferentes materiais. A absorção de água em

materiais com TEGMA (compósito TPH) é maior do que em materiais com UDMA,

presente no compósito Tetric Ceram, com pequena modificação de cor. Concluíram

que a água agiu como um fator de descoloração em vários níveis nos materiais

observados e explicaram essa diferença como as diferenças na natureza da matriz e

distribuição do tamanho das partículas. Quanto menor o tamanho das partículas,

menor a suscetibilidade à sorção de água pelo envelhecimento. As diferenças de

opacidade ocorreram pela degradação hidrolítica da matriz, que alterou o padrão de

difusão da luz pelas partículas. Os autores salientaram a importância de definir a

translucidez e a opacidade dos materiais porque a translucidez é bem difícil de ser

medida e definida porque não se encontra uma definição formal para translucidez no

Dicionário Internacional de Iluminação, o CIE, mas a opacidade pode ser

considerada o inverso da translucidez no padrão comum de acesso visual. A

opacidade foi avaliada como uma propriedade intrínseca do material, diferente de

brilho, que é uma propriedade de superfície do material.

Paravina; Ontiveros; Powers (2004) realizaram um estudo para avaliar a

influência do envelhecimento acelerado na cor e no parâmetro de translucidez dos

compósitos (TP). Avaliaram 33 cores de compósitos para dentes clareados, sendo

11 microhíbridos (3-D Direct, Esthet-X, TPH Spectrum, Charisma, Point4, Filtek

Z250, Tetric Ceram, Sinergy, Renamel Universal, Renew e Vit-l-escence), três

microparticulados (Durafill VS, Filtek A110 e Renamel Microfill) e dois compósitos em

cores convencionais (compósitos que não são para dentes clareados) microhíbridos

como controle (3D Direct 1M2 e Herculite XRV B1). Os corpos-de-prova, não

polidos, foram termociclados. Os dados colorimétricos iniciais foram avaliados em

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espectrofotometria de reflexão no espectro visível. Os espécimes foram

envelhecidos em câmara especial (padrão CAM 180 ciclos) em vários intervalos, e o

parâmetro de translucidez (TP) foi calculado pelas coordenadas do Sistema CIE

L*a*b* (CIE 76). O compósito Renew B/O obteve o menor valor inicial de TP e o

compósito Vit-l-escence PF, o maior. O compósito Herculite XRV B1, do grupo

controle, foi altamente translúcido. As diferenças no TP após o envelhecimento

(∆TP) foram pequenas e o compósito Vit-l-escence obteve o maior valor. Dentre os

15 compósitos microhíbridos que obtiveram baixa translucidez, encontraram-se

Charisma SL, SLO e SLT e Esthet-XW. Cinco compósitos microhíbridos tiveram

média translucidez (TPHXL, Esthet-X XL, Point4 XL2, Synergy P e Vit-l-escence PA).

Valores mais significativos de translucidez ficaram com os compósitos Vit-l-escence

PF e PN, compósitos 3DEN2, Point4 XL1 e Tetric L. Os autores discutiram a

necessidade da padronização dos métodos de pesquisa para aceleração do

envelhecimento dos cálculos de TP e padronização de fundos. Estudos prévios

demonstraram que os processos de envelhecimento dos materiais utilizados nessas

restaurações resultaram em significantes alterações em suas propriedades óticas,

como o parâmetro de translucidez (TP), a razão de contraste (CR) e a cor. De

acordo com os autores, os compósitos microhíbridos apresentaram diminuição nos

valores de L* e b*, tornando-se mais escuras e menos saturadas. Os compósitos de

micropartículas ficaram dentro de uma faixa para diferença de cor aceitável

visualmente (ficaram mais estáveis), mas os microhíbridos ficaram abaixo desse

limites.

Ikeda; Murata; Sano (2004) avaliaram a translucidez de compósitos em cores

opacas e a capacidade dos materiais em mascarar cores escuras como fundo. Com

essa finalidade, prepararam 84 corpos-de-prova com 1 mm e 2 mm de espessura e

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10 mm de diâmetro interno em moldes metálicos com três compósitos (semi-híbrido

UniFil S, microhíbrido Pafique Esthelite e microparticulado Filtek A110) nas cores A3

opaco e A3. Considerando-se que a translucidez se modifica após imersão em água

a 37º C, foram examinados após uma semana com as coordenadas do Sistema

CIELAB (L*, a* e b*) em fundos branco, negro e do próprio material através de

colorímetro. A translucidez foi avaliada com a fórmula do parâmetro de translucidez

(TP) para espécimes de 2 mm de espessura e o efeito da espessura dos materiais

na capacidade para mascarar fundos escuros avaliado com corpos-de-prova de 1

mm de espessura. De acordo com os resultados do estudo, os valores de

translucidez (TP) obtidos com os compósitos opacos A3 foram menores que os dos

compósitos A3. Quando compararam os materiais, a cor opaca A3 do compósito

Filtek A 110 foi a mais translúcida dentre os outros compósitos em cores opacas.Os

compósitos designados para cores opacas, ficaram menos translúcidos que os

compósitos em cores não opacas. As diferenças de cores (∆E) nos corpos-de-prova

de 1 mm de espessura foram consideradas “perceptíveis”. As diferenças foram

maiores do que para corpos-de-prova com espessura de 2 mm. Nos corpos-de-

prova de 2 mm, todas as diferenças de cores (∆E*) para as cores opacas A3 foram

consideradas “imperceptíveis” e todas os valores para diferença de cor para as cores

A3 foram perceptíveis (com 1mm e 2mm). Os autores concluíram que para

produzirem restaurações com aparência natural, os clínicos devem levar em

consideração o efeito da cor de fundo ao proceder a escolha da cor de uma

restauração pouco espessa, ainda se a escolha for com compósitos opacos. Além

do tipo de compósito, outros fatores interferem na opacidade dos compósitos,

alterando a translucidez, como as diferenças entre o índice de refração das

partículas inorgânicas e a fase da matriz.

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Ikeda et al (2005) avaliaram as propriedades óticas de cor e translucidez de

compósitos em cores opacas. Com esse objetivo, selecionaram as cores A2 e OA2

dos compósitos Solare, Charisma A2B e A2D e do compósito Filtek Supreme A2B e

A2D, avaliados visualmente e em espectrofotômetro. Foram confeccionados 10

corpos-de-prova para cada cor dos produtos em matrizes de acrílico com 2 mm de

espessura, cobertas com tiras de celulóide e lâminas de vidro e polimerizadas por 60

segundos. As diferenças de cores entre OA2 e A2 foram perceptíveis visualmente, e

poderiam ser explicadas pela refletância superficial ou mesmo interna dos corpos-

de-prova OA2, resultando num aspecto mais amarelado ou mais claro do que nos

compósitos A2 mais translúcidos. O TP dos compósitos OA2 apresentou menor valor

que os dos compósitos na cor A2, sendo a translucidez do compósito Charisma na

cor AO2 significantemente maior que a dos compósitos Solare A2D e Filtek Supreme

(A2D), que apresentaram a menor translucidez. Os compósitos revelaram-se mais

escuros, mais esverdeados e mais azulados nos fundos pretos, explicando o efeito

acinzentado quando são utilizados compósitos relativamente translúcidos em

restaurações de Classe III ou Classe IV sem estrutura de fundo. Em caso de

restaurações estratificadas, materiais de maior translucidez sobre materiais opacos

seriam utilizados para criar efeitos de profundidade. Afirmaram que em uma

restauração de classe IV, os resultados óticos da restauração podem ser afetados

tanto pela translucidez quanto pela cor inerente dos próprios materiais e as

diferenças entre as cores opacas e translúcidas dos compósitos precisam ser bem

avaliadas.

Alb et al (2005) avaliaram a estrutura, a composição e a opacidade visual

(translucidez) de seis marcas de compósitos (Tetric Ceram, Autohton, TPH

Spectrum, Charisma, Solitaire2 e Compoglass). Os compósitos apresentavam

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partículas irregulares e radiopacidade, propriedades úteis para diagnóstico de cáries

sob restaurações por radiografias, sendo os corpos-de-prova armazenados a 37o C

por 24 horas. A composição e a estrutura dos compósitos foram examinadas por

microscopia eletrônica e a translucidez foi mensurada em espectrofotômetro de

transmitância. O compósito Charisma apresentou em sua composição vidros de

Bário, Alumínio e Sílica e algumas partículas maiores (0,01-0,07 e 0,04µm). Todos

os compósitos apresentaram partículas dispersas de Ba, Zn, Si, Al e Ca. Os autores

afirmaram que a translucidez pode variar, e encontraram valores menores de

translucidez para os compósitos que continham vidros de bário ou vidros de itérbio,

comparativamente aos compósitos que continham vidros de Zn. Materiais estéticos

deveriam mimetizar as propriedades de translucidez do esmalte e compósitos mais

opacos deveriam ser utilizados para mimetização da dentina, tendo os autores

considerado que os materiais analisados foram capazes de atender a esses

objetivos.

Lee; Powers (2005) tiveram como objetivo determinar as diferenças

metaméricas de cores entre compósitos e dentina, e avaliar as mudanças nas

propriedades de valor, croma, matiz e ângulo de matiz. Mediram a refletância

espectral de cinco cores do compósito Filtek Supreme de acordo com a escala de

cores do CIELAB relativa aos iluminantes D65, A e F2. Calcularam a média dos

valores para dentina humana, as diferenças de cores (AEab) entre o compósito e a

dentina com os três iluminantes e a proporção dos valores de (AEab) encontrados

pelos iluminantes. Compararam as proporções das mudanças verificadas no matiz

dos compósitos, de acordo com os iluminantes, com as da dentina e encontraram

resultados indicando metamerismo nas curvas de refletância espectral em três das

cinco tonalidades de compósitos. As diferenças de cores entre os compósitos e a

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dentina ocorreram quando o iluminante D65 (luz do dia) foi alterado para o iluminante

A (luz incandescente) ou para o iluminante F2 (luz fluorescente). A diferença de cor

relativa ao D65 foi maior que aquelas para os iluminantes A e F2. Neste estudo, o

metamerismo entre a dentina e o compósito variou de acordo com a cor do ângulo

do matiz. Os autores sugeriram a escolha de cor das restaurações sob a luz em que

será utilizada.

Paravina; Kimura; Powers (2005) avaliaram as alterações de translucidez e

cor nos compósitos após a polimerização, e compararam os resultados obtidos

utilizando duas fórmulas métricas para diferenças de cor: o CIELAB e o CIEDE 2000.

Pesquisaram 28 cores de cinco compósitos microhíbridos (Palfique Estelite A2, B2,

C2 e OA2; Esthet-X A2, B2, C2 e A2O; Point4 A2, B2, C2 e A2D; Tetric Ceram A2,

B2, C2 e A3,5OP; 3D-Direct 1M2, 2M2, 3M2 e OPOM2), um compósito híbrido

(Filtek Z 250 A2B, B2B, C2B e A2D) e um compósito de nanopartículas (Filtek

Supreme A2B, B2B, C2B e A2D). Avaliaram as cores e o TP com espectrofotômetro

antes e após polimerização, calculando os parâmetros de cor e translucidez, e

também a diferença de cor no CIELAB (∆E76) e no CIE 2000 (∆E00). Os autores

afirmaram serem limitados os resultados obtidos no CIELAB, com o CIEDE 2000,

apresentando novas funções para Luminância (nova fórmula), croma (adotada do

CIE94) e matiz (nova fórmula) a partir de médias aritméticas e não geométricas. Os

menores valores de TP foram encontrados em todas as cores opacas, com exceção

dos compósitos Palfique Esthelite e Point4, devido ao baixo valor de C2. O

compósito Filtek Supreme A2D apresentou um TP < 1, sendo a cor mais opaca. A

análise dos resultados mostrou diferenças significantes entre os compósitos, cores e

suas interações, com compósitos mais escuros e menos cromáticos após a

polimerização. Uma forte correlação entre as duas fórmulas para diferenças de cor

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foi encontrada, indicando que a avaliação nesses dois parâmetros não mostrou

diferenças significantes e não comprometeu os resultados. Os valores de TP foram

altamente variáveis e geralmente aumentaram após a fotopolimerização.

Kim; Lee; Powers (2005) investigaram as mudanças que ocorrem na

translucidez dos compósitos Charisma, Clearfil AP-X, Esthet-X, Filtek Supreme,

Palfique Estelite, Point4, Tetric Ceram, e TPH Spectrum na cor A2 para restaurações

de corpo com tratamentos de imersão em substâncias químicas e orgânicas e

análise espectrofotométrica com as coordenadas do Sistema CIELAB e a fórmula do

Parâmetro de Translucidez (TP). As modificações ocorridas na translucidez dos

compósitos quando imersos em água devem ser considerados durante a escolha

inicial de cor e a atividade hidrolítica das enzimas colesterol esterase e

pseudocolinesterase na saliva humana poderia biodegradar os compósitos. Não

foram encontradas diferenças significativas nos valores de TP após imersão nas

esterase de fígado de boi e outras substâncias orgânicas ou químicas, com exceção

do azul de metileno. Diferenças de bioestabilidade geralmente estão associadas a

ligações cruzadas, hidrofobicidade e solubilidade dos compósitos. O compósito TPH,

uretano modificado e com maior bioestabilidade de matriz resinosa, obteve a menor

diferença no TP após a imersão no corante azul de metileno. A absorção de água

pelos compósitos parece ser um processo de difusão controlada e a água é

predominantemente absorvida dentro da matriz orgânica do compósito. Comparado

ao Bis-GMA convencional, o Bis-GMA ethoxylado (Bis-EMA) é um oligômero menos

hidrofóbico, encontrado nos compósitos Esthet–X, Filtek Supreme e TPH. As

maiores alterações nos valores de TP estiveram presentes nos compósitos Esthet-X

e Filtek Supreme. A penetração de água nos compósitos levou à deterioração das

propriedades físicas e químicas dos materiais como resultado da hidrólise do silano.

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Parece existir correlação entre microfraturas e infiltrações, e essas fraturas foram

explicadas como resultado da pressão osmótica dentro da interface matriz-carga

devido à degradação hidrolítica das partículas de carga. A hidrólise do silano nos

diversos passos dessa pesquisa refletiu-se na maior penetração do corante. A

translucidez dos materiais não foi determinada somente por fenômenos

macroscópicos, tais como composição da matriz e carga, mas também pela relativa

adição de pigmentos, iniciadores e agentes de união. Os autores sugeriram maiores

estudos desses componentes. As maiores diferenças no valor de TP dependeram

dos compósitos com maior absorção do corante azul de metileno (Filtek Supreme,

Tetric Ceram e Charisma).

Lee et al (2005) determinaram as alterações de translucidez de sete tipos de

compósitos microhíbridos na cor A2 para corpo (Charisma, Clerarfill AP-X, Esthet-X,

Palfique Esthelite, Point4, Tetric Ceram e TPH Spectrum) e um compósito

nanoparticulado (Filtek Supreme) após polimerização, polimento e termociclagem.

Os espécimes foram avaliados em espectrofotômetro de reflexão sob iluminação D65

preta. A geometria SCE (Reflexão Especular Excluída) para determinação de cor foi

utilizada devido a mudanças que poderiam ocorrer na superfície dos compósitos

após os tratamentos de polimento e termociclagem. Foram avaliados os valores do

parâmetro de translucidez (TP) e a proporção de contraste (CR). Após a avaliação

inicial, foram novamente imersos em água destilada por 24 horas, secos, polidos e

medidos, novamente imersos por 24 horas em água destilada, termociclados, secos

e medidos. A fotopolimerização aumentou significativamente os valores do

parâmetro de translucidez em todos os compósitos, exceto para os compósitos

Esthet-X e Palfique Esthelite, microhíbridos, e o mesmo aconteceu após o polimento.

Os parâmetros de translucidez geralmente diminuíram após a termociclagem, mas o

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TP do compósito Charisma aumentou após todos os tratamentos. As mudanças no

CR foram similares às mudanças encontradas no TP após a fotopolimerização,

polimento e a termociclagem. Os autores examinaram os resultados e concluíram

que, embora todas as cores tivessem sido designadas como A2, os valores de TP e

CR, a translucidez variou significativamente pelas características da marca do

compósito após a polimerização, o polimento e a termociclagem.

Uchida et al (2005), com o objetivo de caracterizar as mudanças de cor que

ocorrem nos compósitos em função da exposição ao meio ambiente, tal como a

exposição à luz ultravioleta, seguiu as especificações da ADA Nº 27. O valor e a

cromacidade foram medidos antes e após a exposição à luz ultravioleta com

espectrofotômetro. A degradação da cor foi significante em função da tonalidade e

ocorreu, primeiramente, como um aumento na faixa do amarelo. As cores claras (LY

e LG) parecem estar mais sujeitas à degradação do meio ambiente que as cores

escuras (DY e DG) em todas as marcas de compósitos, mas a cor U ficou mais

estável. Os resultados sugeriram haver uma relação entre tonalidades e

descoloração de compósitos e que eles poderiam ser também dependentes da

escolha das marcas. Os autores concluíram que as comparações entre marcas

diferentes de compósitos que usam as especificações da ADA Nº 27 deveriam ser

realizadas entre mesmas tonalidades para serem válidas.

Kamishima; Ikeda; Sano (2005), com o objetivo de avaliar as cores e a

translucidez dos compósitos utilizados para técnicas incrementais em diferentes

espessuras (0,5, 1,0, 2,0, 3,0 e 4,0 mm), mediram o parâmetro de translucidez (TP)

e as cores para esmalte, corpo e opacas de dois compósitos (A2E, A2B, A2D do

compósito Filtek Supreme; E1, A2, AO2 do compósito Gradia) com as fórmulas do

Sistema CIELAB. Observaram que o parâmetro de translucidez (TP) das cores

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opacas foi menor que as outras tonalidades e que a translucidez aumentava

exponencialmente à medida que a espessura diminuía em qualquer uma das

tonalidades. Nesse estudo, os valores e L* e b* foram maiores que os valores dos

outros compósitos para corpo e esmalte, mostrando que as tonalidades opacas

podem servir para adicionar características de brilho e cor mais amarela às

restaurações nessa técnica. Em relação à cor, as cores de esmalte foram as mais

azuladas e as cores opacas tiveram características mais vivas e amareladas que as

outras tonalidades. Justificaram a pesquisa afirmando que em restaurações de

grande extensão, onde há grande quantidade de tecido perdido, como em Classes

III e IV, efeito da coloração escura do fundo da boca é desfavorável, concluindo que

os clínicos devem se utilizar compósitos opacos quando houver limitação de

espessura para mascarar o fundo escuro da cavidade oral. Todas as tonalidades de

compósitos apresentaram propriedades óticas diferentes e, por essa razão, os

autores enfatizaram a importância de um conhecimento mais profundo a respeito da

translucidez e espessura de cada camada na cor resultante de restaurações com

técnicas incrementais.

Lee; Kim; Powers (2005) afirmaram que os compósitos são degradados por

enzimas salivares, mas a influência dessas enzimas salivares na translucidez dos

compósitos ainda não estaria determinada. A esterase faz com que haja liberação

do ácido metacrílico do Bis-GMA e TEGMA de alguns compósitos. Com o objetivo de

avaliar as mudanças na translucidez dos compósitos após armazenamento em

estearase salivar (ETE), e comparar com solução salina fosfatada e tamponada

(PBS), avaliaram três marcas de compósitos (Filtek Supreme YT, WE, A2, B2 e D;

Point4 T1, XL2, A2; Renew A1, A2, A3, B1 e C2). A cor A2 foi incluída em todas as

marcas dos compósitos para comparação entre eles e outras tonalidades foram

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incluídas para comparar a diferença por cor dentro da mesma marca. Os resultados

indicaram que os valores de TP variaram dentro e entre as diferentes designações

de tonalidade e também entre as diferentes marcas de compósitos. Os valores de

TP foram significativamente modificados após a imersão em soluções salinas de

ETE ou PBS após nove semanas e foram influenciadas pela marca do compósito.

Os valores de TP na cor A2 diminuíram nos compósitos Filtek Supreme e Point4,

mas não foram significativos para o compósito Renew. Nesse estudo, a diferença de

translucidez nas marcas dos compósitos poderia ter ocorrido pelas diferenças na

matriz do compósito ou pelo tamanho, quantidade e distribuição das partículas,

porém o TP apresentou maior variação pela cor dentro de cada marca de compósito.

Quanto à variação que poderia ocorrer pelo tamanho das partículas, influenciando

na absorção e dispersão da luz, a variação do TP em todas as marcas de

compósitos na cor A2 ocorreria pelas diferenças entre o tamanho das partículas ou

do tipo, como o conteúdo de sílica, zircônio, partículas de vidro e sílica amorfa.

Quando as partículas são menores que os comprimentos de onda da luz visível, a

refração da luz fica diferente nos compósitos de partículas maiores. A influência da

esterase salivar não foi significativamente diferente da influência da solução salina

de fosfatase tamponada sobre a translucidez dos compósitos. Observaram que a

translucidez dos compósitos com imersão em água varia mais do que quando estão

secos e a translucidez do esmalte dos dentes humanos é maior do que o esmalte

desidratado. Concluíram que a translucidez dos compósitos dentários não é alterada

adversamente pelos efeitos enzimáticos da saliva.

Paravina et al (2005) avaliaram a influência do tamanho da restauração, da

diferença inicial de cor e translucidez no efeito de combinarem compósitos.

Observaram clinicamente que as diferenças de cor entre os dentes e algumas

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restaurações ficam menores do que quando elas são vistas separadamente. Certos

materiais dentários aparentariam a cor dos tecidos duros dos dentes circunvizinhos

após serem restaurados. Esse efeito é conhecido como “efeito de camaleão” em

psicologia e em caracterizações de restaurações estéticas. Quando se observa por

muito tempo um objeto, a sensibilidade visual fica reduzida, sofrendo a influência das

percepções visuais individuais que poderia ocasionar imagens duplas. Os autores

avaliaram cinco cores de dois compósitos microhíbridos visualmente e por

espectrofotometria. Pela diferença dos escores visuais foram observados menores

valores de translucidez para o compósito Palfique Estelite na cor B2 e Esthet-X nas

cores A2 e B2. Compararam o TP dos compósitos A2 e B2 dos compósitos Palfique

Esthelite e Esthet-X com as cores do compósito Palfique Esthelite na cor C2 e

encontraram aumento de translucidez para as cores A2 e B2 do compósito Palfique

Esthelite. A translucidez depende do tamanho das partículas e, quanto menor for o

tamanho das partículas, maior será a translucidez e o efeito de misturar os

compósitos. Os autores confirmaram a existência do efeito de mistura em alguns

compósitos.

Paravina et al (2006), com a finalidade de avaliar “in vitro” o efeito da

combinação de compósitos em técnica incremental, compararam as diferenças de

cor e translucidez de quatro compósitos microhíbridos (Palfique Estelite A2, B2, C2;

Point4 A2, B2 e C2; Tetric Ceram A2, B2 e C2; Esthet-X A2, B2 e C2) e de um

compósito de micropartículas (Filtek 110 A2D, B2D e C2D). Os corpos-de-prova

foram avaliados visualmente para diferenças de cor por seis observadores em uma

escala padronizada de 1 a 5 (de não aceitáveis visualmente a perfeitamente

aceitáveis no efeito de mistura). Foi avaliado o TP e a cor dos compósitos em

espectrofotômetro e o efeito de combinar compósito (BE) em técnica incremental. O

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maior parâmetro de translucidez (TP) foi encontrado no compósito Tetric Ceram B2,

seguido pelos compósitos Tetric Ceram A2, Point4 A2, Point4 B2, Tetric Ceram C2 e

Esthet-X C2. O efeito de combinar os compósitos aumentou à medida que a

diferença entre as cores diminuiu e que o parâmetro de translucidez aumentou. Foi

verificada forte correlação entre o BE dos materiais e o TP, especialmente em

corpos-de-prova com duas camadas de compósitos. Houve uma alta concordância

entre os examinadores, significando clinicamente que o efeito de misturar cores é

dependente do compósito e do matiz utilizado.

O estudo de Dietschi; Ardu; Krejci (2006) ressaltou a importância do

conhecimento das propriedades óticas da dentina e esmalte. Apresentou um novo

conceito de escolha de cores para dentina e esmalte humano para restaurações em

camadas com base no Sistema CIELAB e na fórmula da proporção de contraste.

Realizou o trabalho com dentes extraídos de indivíduos jovens, adultos e idosos e

discos padronizados do compósito Miris nas cores da escala Vita entre A e B para

dentina e esmalte. As medidas dos valores de opacidade (CR e CIE L*a*b) dos

compósitos e do esmalte e dentina dos dentes foram analisadas em um aparelho de

colorimetria de refletância difusa. Somente foram encontrados em dentes extraídos

valores de A1 a A4 e B1 a B3 do Sistema Vita, e os autores comentaram que as

cores C e D da escala são pouco observadas na dentição natural. Os compósitos

ocupam uma posição privilegiada entre os materiais dentários restauradores porque

oferecem um potencial estético excelente com grande longevidade e um custo

menor que as restaurações cerâmicas para dentes anteriores. Os autores

concluíram que o material ideal para restaurações em dentina deve apresentar

características únicas de matiz e opacidade, porém uma gama variada de

cromacidades para cobrir todas as variações da natureza e condições especiais

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como, por exemplo, a dentina esclerótica. Sugeriram tonalidades variadas para

esmalte, obedecendo a critérios de idade para mediar a translucidez nessa camada.

Katayama et al (2006) afirmaram que atualmente existem inúmeros sistemas

de compósitos com variados graus de cor. Com o propósito de caracterizar a cor e a

translucidez de cinco compósitos (SI-R20402G, Esthet-X, ICE, Charisma e Solare),

na cor A3, obtiveram discos com 8 mm de diâmetro, injetando os materiais em

lâminas de vidro cobertas com silicone e comprimidos por outra lâmina de vidro por

40 segundos. Cinco corpos-de-prova para cada tipo de compósito foram medidos

com as coordenadas do CIE L*a*b* sobre fundos branco e negro em

espectrofotômetro (PR-650, Photo Research). Analisaram os resultados da

proporção de contraste (CR) e encontraram valores com diferenças significativas em

todos os compósitos exceto nos compósitos Esthet-X e ICE. Concluíram que os

valores da proporção de contraste (CR) de compósitos com a mesma designação de

cor nem sempre são os mesmos.

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3 OBJETIVO

3.1 OBJETIVO GERAL

O objetivo deste trabalho foi comparar a translucidez e a opacidade em

compósitos fotopolimerizáveis.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar a opacidade entre diferentes tipos de compósitos (híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados).

Avaliar a opacidade entre diferentes marcas de compósitos (híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados).

Avaliar a translucidez entre diferentes tipos de compósitos (híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados).

Avaliar a translucidez entre diferentes marcas de compósitos (híbridos, microhíbridos

e nanoparticulados).

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4. HIPÓTESES

H1 - Existe diferença na opacidade entre os tipos de compósitos híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados.

H2 - Não existe diferença na opacidade entre os tipos de compósitos híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados.

H3 - Existe diferença na translucidez entre os tipos de compósitos híbridos,

microhíbridos e nanoparticulados.

H4 - Não existe diferença na translucidez entre os tipos de compósitos

híbridos, microhíbridos e nanoparticulados.

H5 - Existe diferença na opacidade entre marcas comerciais de compósitos.

H6 - Não existe diferença na opacidade entre marcas comerciais de

compósitos.

H7 - Existe diferença na translucidez entre marcas comerciais de compósitos.

H8 - Não existe diferença na translucidez entre marcas comerciais de

compósitos.

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5 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste estudo foram utilizados os seguintes matérias:

5.1 MATERIAIS

• Matrizes cilíndricas de aço inoxidável

• Espátula de Teflon

• Espátula metálica (American Eagle Carver-Modelo IHD-I PC Stainless-

USA)

• Duas placas de vidro de manipulação odontológica (10cm x 10 cm)

• Papel celofane (14 mm x 14 mm)

• Fotopolimerizador de lâmpada halógena (OPTILUX/DEMETRON/VCL

501. Intensidade de luz: 1000 mW/cm2 – USA)

• Ponta reta de fotopolimerizador com 13 mm de diâmetro #20812

(KERR-USA)

• Espectrofotômetro com geometria de medição incluída t/8º (MINOLTA

modelo CM-3720 d, nº. de série 15731001, SC-0004, Japão),

conectado ao computador com o programa SPECTRAMATCH, versão

3.4.5 D-MA, Japão

• Peso de Bronze de 1000 g

• Tubos de plástico escuro com tampa para filmes fotográficos

• Cilindro de teflon branco para remoção dos corpos-de-prova

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• Espessímetro para medir os corpos-de-prova

• Compósitos nanoparticulados, híbridos e microhíbridos em cores para

dentina (Tabela 1).

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5.2 MÉTODOS

5.2.1 Estudo Piloto

Foi realizado um estudo piloto com o objetivo de treinamento do operador e

verificação da viabilidade da comparação da opacidade de diferentes marcas de

compósitos em cores para dentina e da dentina de dentes humanos extraídos.

Foram utilizados cinco compósitos microhíbridos (Charisma OA2, Concept Advanced

A2 Dentina, Esthet-X A2-O, Filtek Z250 UD, TPH Spectrum O-A2) e um compósito

híbrido (Herculite A2 Dentin) e três terceiros molares extraídos. Foram obtidos três

corpos-de-prova para cada compósito, num total de 18 corpos-de-prova em matrizes

cilíndricas de aço inoxidável com dimensões internas de 2 mm de altura por 10 mm

de diâmetro e polimerizados com aparelho fotopolimerizador de luz halógena

(OPTILUX/DEMETRON/VCL 501, USA) com 1000 mW/cm2 por 40 segundos

posicionado perpendicularmente sobre o conjunto matriz de aço/material

restaurador/placa de vidro inferior, que foram posteriormente armazenados e

mantidos em geladeira em vidros estéreis com água destilada por 24 horas. A

dentina foi cortada com altura de 2 mm e 8 mm de largura com discos de diamante (

Sorensen) com refrigeração, esterelizados, e armazenados e mantidos em geladeira

em vidros estéreis com água destilada por 24 horas. A opacidade dos corpos-de-

prova e dos dentes foi avaliada com fórmula do sistema CIELAB em

espectrofotômetro portátil de esfera (Model SP 60 S/N 000703, X-Rite, USA) no

Laboratório de pesquisas da empresa Vigodent. A opacidade dos compósitos e dos

dentes foi analisada estatisticamente aplicando-se análise de variância ANOVA (ρ <

0,05) e observaram-se diferenças estatísticas significativas entre os dentes e os

compósitos avaliados (p = 0,000), sendo que as maiores médias de opacidade foram

encontradas na dentina (96,52%) e no compósito Concept Advanced (92,25%)

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seguido em ordem decrescente pelos compósitos Esthet-X A2-O, Filtek Z250 UD,

Herculite XRV A2 Dentin, Charisma O A2 e TPH Spectrum O-A2.

5.2.2 Obtenção dos corpos-de-prova

Os corpos-de-prova foram confeccionados na Rede Integrada de Laboratórios

CETIQT (Laboratório de colorimetria) em matrizes cilíndricas bipartidas de aço

inoxidável com dimensões internas de 2 mm de altura por 10 mm de diâmetro

(Figuras 1 e 2). Foram obtidos seis corpos-de-prova para cada uma das nove

marcas de compósito (Figura 3).

Figura 1 – Matriz cilíndrica com anéis Figura 2 – Montagem da matriz bi-

separados em aço inoxidá- partida vel

Figura 3 – Compósitos híbridos, microhíbridos e nanoparticulados

A matriz foi posicionada sobre um papel celofane de 14 mm x 14 mm apoiado

sobre uma placa de vidro de manipulação odontológica. Os compósitos foram

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medidos (Figura 4) para serem inseridos com auxílio de uma espátula em um único

incremento, evitando-se a formação de bolhas internas (Figuras 5 e 6).

Figura 4 – Medição do compósito e Figura 5 – Inserção em único incre- conjunto matriz/placa de vi- mento dro/papel celofane

Figura 6 – Inserção do compósito na matriz

Sua superfície foi coberta por um papel celofane com 14 mm e, em seguida,

pressionada contra uma lâmina de vidro de manipulação odontológica. Durante 30

segundos, um peso de bronze de 1000 g foi posicionado sobre a lâmina de vidro

para produzir uma espessura uniforme do compósito (Figura 7).

Figura 7 – Peso utilizado, conjunto matriz/corpo-

de-prova/placa de vidro e espátulas para inserção do compósito

Após a remoção do peso de bronze e da placa de vidro superior, foi removido

o celofane e a ponta ativa do aparelho fotopolimerizador (Figura 8) foi posicionada

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perpendicularmente sobre o conjunto matriz de aço/material restaurador/lplaca de

vidro inferior. O tempo de polimerização foi padronizado em 40 segundos, sem

contato direto inicial sobre o corpo-de-prova por 5 segundos. Em seguida, a ponta foi

colocada diretamente sobre os corpos-de-prova, ativados pelo método contínuo com

uma intensidade de luz de 1000 mW/cm2 (Figura 9). A intensidade da luz foi aferida

pelo radiômetro interno do aparelho. Posteriormente, os corpos-de-prova foram

removidos da matriz com um cilindro de Teflon (Figura 10), evitando contaminação

por contato manual direto, e medidos com espessímetro (Figura 11) para

confirmação de sua espessura.

Figura 8 – Aparelho fotopolimerizador De- Figura 9 – Ponta ativa do aparelho metron 501 fotopolimerizador direta-

mente sobre a placa de vidro inferior

Figura 10 – Cilindro de teflon para remo- Figura 11 – Espessímetro mensurando ção do corpo-de-prova da corpo-de-prova matriz

Os corpos-de-prova foram armazenados em 5 ml de água destilada a 37º C

por 24 horas, acondicionados em potes de plástico escuros para filmes fotográficos.

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Dessa forma, foram confeccionadas seis amostras para cada uma das nove marcas

comerciais de compósito, e levadas ao laboratório de colorimetria CETIQT para

avaliação da opacidade e translucidez.

5.2.3 Avaliação da Opacidade e Translucidez

Os corpos-de-prova foram retirados dos potes com pinças e enxugados com

papel toalha. Os itens medidos constituíram-se de 54 corpos-de-prova (seis corpos-

de-prova para cada uma das marcas de compósito) para avaliação de translucência

(TP) e razão de contraste (CR) para opacidade, segundo os valores das

coordenadas colorimétricas L*, a*, b*, do triestímulo Y para o iluminante padrão CIE

D65 e observador padrão de 10°.

As avaliações colorimétricas dos compósitos foram obtidas em

espectrofotômetro (Figura 12), com geometria de medição especular incluída (SCI)

na faixa de comprimento de onda de 360 a 740 nm com intervalo de 10 nm,

conectado a computador contendo programa para avaliação (SpectraMatch versão

3.4.5.D-MA, Japão). Durante as medições foi controlada a temperatura na faixa de

25 ± 0,5º C, através de termômetro calibrado (DIGI-SENSE nº de série H98004912,

CT 23.828, SC0041).

Figura 12– Espectrofotômetro conectado a computador e

fundos branco e preto.

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86

A Figura 13 apresenta corpo-de-prova sendo mensurado no

espectrofotômetro em fundo branco e a Figura 14 é representativa da esfera de

integração do espectrofotômetro.

Figura 14– Corpo-de-prova sendo avaliado Figura 15 – Esfera de integração do em fundo branco espectrofotômetro

No espectrofotômetro, a luz de tungstênio policromática e difusa atinge a

esfera de integração e ilumina o corpo-de-prova, passando por um prisma, que são

filtros que filtram a luz de 10 em 10 nm. A luz sofre uma difração e os componentes

monocromáticos alcançam os detectores espectrais. Cada um dos detectores

espectrais manda um sinal correspondendo à energia relativa recebida naquele

comprimento de onda e a refletância (%) dentro daquele comprimento de onda

específico fica registrada (Figura 15).

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87

Figura 15 – Esquema do funcionamento do Espectrofotômetro

Para cálculo do parâmetro de translucidez (TP) e razão de contraste (CR),

foram realizadas três medições simples na geometria especular (t/8º), a saber,

medição de cada compósito sem nenhum fundo, fundo com padrão cerâmico

brilhoso branco de identificação BQ01, e fundo com padrão cerâmico brilhoso preto

de identificação BN96, ambos padrões do NPL – National Physical Laboratory:

Aplicou-se a fórmula:

TP = [(L*p – L*b)2 + (a*p – a*b)

2 + (a*p – a*b)2]1/2, em que ”p“ se refere à

medição do compósito sobre o fundo preto, e "b" se refere à medição do compósito

sobre o fundo branco. As letras L*, a* e b* representam as coordenadas

colorimétricas do Sistema CIELAB. O "L" representa a luminosidade, sendo

numerado de 0 a 100, onde L = 100 é branco, L = 0 é negro, e L = 50 é cinza. As

coordenadas a* e b* definem a cromacidade, onde a* negativo corresponde à cor

verde, e a* positivo corresponde à cor vermelha, e b* positivo corresponde à cor

amarela, e b* negativo corresponde à cor azul.

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88

A razão de contraste (CR) foi calculada pelos valores de Y (valor triestímulo)

do compósito sob o fundo preto (Yp) em relação ao mesmo compósito sob fundo

branco (Yb), onde:

CR = Yp/Yb.

O triestímulo Y representa a refletância no comprimento de onda de 500 a

600 nm, e a energia recebida nesse comprimento (faixa verde).

5.2.4 Análise Estatística

Para análise das diferenças de opacidade na Razão de Contraste (CR) e no

Parâmetro de Translucidez (TP) entre as marcas comerciais e tipos de compósitos,

foram aplicadas as análises de variância (ANOVA) e o teste de Tukey (p < 0,05%).

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89

6 RESULTADOS

6.1 OPACIDADE

A Tabela 2 apresenta as médias e desvios-padrão da opacidade dos

compósitos e seus respectivos tipos.

Tabela 2 – Médias e desvios-padrão da opacidade das marcas dos compósitos e respectivos tipos

OPACIDADE

Marca do Compósito Média ± (Desvio-padrão) Tipo de Compósito

Charisma 0,848 (0,008)

Herculite XRV 0,902 (0,008)

Z100 0,943 (0,010)

Híbrido

Vit-l- escence 0,880 (0,006)

Opallis 0,880 (0,017)

Esthet-X 0,922 (0,004)

Microhíbrido

Filtek Supreme 0,953 (0,008)

4 Seasons 0,867 (0,012)

Concept Advanced 0,973 (0,010)

Nanoparticulado

O Anexo 1 apresenta os valores em cada corpo-de-prova das coordenadas

colorimétricas L*, a*, b*, triestímulo Y, valores de translucência (TP) e razão de

contraste (CR).

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90

A opacidade dos compósitos foi analisada estatisticamente, segundo o tipo de

compósito e marca de compósito, aplicando-se análise de variância (ANOVA) e teste

de Tukey para múltiplas comparações (p < 0,05).

O Gráfico 1 apresenta a mediana da opacidade dos nove compósitos

estudados, e a variação dentro dos valores máximo e mínimo de cada

compósito. Observamos que o compósito Concept Advanced mostrou os

maiores valores de opacidade, e o compósito Charisma apresentou os

menores valores, tanto para média (Tabela 2) quanto para mediana

(Gráfico 1).

VALORES MÉDIOS

CONCEPT

4SEASONS

SUPREME

ESTHET

OPALLIS

VITALES

Z 100

HERCULI

CHARIS

1,000

0,975

0,950

0,925

0,900

0,875

0,850

OPACIDADE

Gráfico 1: Mediana e valores máximo e mínimo da Opacidade das nove marcas de compósitos

A tabela 3 apresenta a análise de variância (ANOVA) da opacidade por tipo

de compósito (híbridos, microhíbridos e nanoparticulados).

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91

Tabela 3 – Análise de variância (ANOVA) para Opacidade por tipo de compósito (Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado)

Fonte de variação

Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Soma dos quadrados ajustados

Soma dos quadrados

médios ajustados

Fator de variação

Valor de

p

TIPO 2 0,015070 0,015070 0,007535 4,98 0,011

Erro 51 0,077117 0,077117 0,001512

Total 53 0,092187

Através dos resultados da tabela 3 (ANOVA), observa-se que houve

diferenças estatisticamente significativas (p < 0,05) para o fator Tipo de compósito.

Assim sendo, foi realizado o teste de Tukey para a comparação entre os três tipos

de materiais

Tabela 4 – Teste de Tukey para Opacidade por tipo de compósito (Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado)

TIPO

DE COMPÓSITO

Diferença das

médias

Diferença do erro padrão

Fator de

Variação

Valor do

p

Significância

(p < 0,05)

Híbrido vs Microhíbrido -0,003889 0,01296 -0,3000 0,9516 a*

Híbrido vs Nanoparticulado

0,033333 0,01296 2,5716 0,0344 b**

Microhíbrido vs Nanoparticulado

0,03722 0,01296 2,872 0,0161 b**

a* = não significante; b** = significante

Comparando-se os compósitos do grupo híbrido com os compósitos do grupo

microhíbrido, não foram observadas diferenças estatísticas (p = 0,95). Quando se

compararam os compósitos do grupo nanoparticulado com os compósitos híbridos,

foi verificada diferença estatística (p = 0,03), assim como na comparação com o

grupo de microhíbridos (p = 0,016).

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92

Levando-se em conta o resultado da análise estatística ANOVA e do teste de

Tukey para o fator Tipo (n = 3), o grupo de nanopartículas se destaca com diferença

estatística em relação aos grupos híbridos e microhíbridos. Contudo os maiores

valores de opacidade do grupo nanoparticulado foram influenciados pelos

compósitos Filtek Supreme e Concept Advanced, com o nanoparticulado 4 Seasons

mostrando média de opacidade menor do que todos os outros compósitos apenas

com exceção do compósito híbrido Charisma do grupo híbrido.

Desta forma, foi realizada a ANOVA para Opacidade considerando-se como

fator único as diferentes marcas (n = 9) dos compósitos estudados (Tabela 5). Os

resultados obtidos por essa análise apontam que existem diferenças significantes

entre as médias dos nove compósitos estudados (p < 0,01).

Tabela 5 – Análise de variância (ANOVA) para Opacidade por marcas (n = 9) de compósitos

Fonte de variação

Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Soma dos quadrados ajustados

Soma dos quadrados

médios ajustados

Fator de variação

Valor de p

MARCA 8 0,087804 0,087804 0,010975 112,68 0,000

Erro 45 0,004383 0,004383 0,000097

Total 53 0,092187

Assim sendo, foi empregado o teste de Tukey a 5% (α = 0,05) para

comparações múltiplas entre as nove marcas de compósitos (Tabela 6).

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93

Tabela 6 – Médias da opacidade das marcas dos compósitos e respectivas marcas

OPACIDADE

Marca do Compósito Média ± (Desvio-padrão) Teste de Tukey

p < 0,005 *

Concept Advanced 0,973 (0,010) a

Filtek Supreme 0,953 (0,008) b

Z100 0,943 (0,010) b

Esthet-X 0,922 (0,004) c

Herculite XRV 0,902 (0,008) d

Opallis 0,880 (0,017) e

Vit-l-escence 0,880(0,006) e

4 Seasons 0,867 (0,012) e f

Charisma 0,973 (0,010) f * Letras diferentes indicam que houve diferença significativa entre as médias dos grupos ao nível de 0,05% de probabilidade pelo teste de Tukey

Pôde ser verificada diferença estatística significante entre algumas marcas de

compósitos (p < 0,05), de tal forma que o teste de Tukey sumarizadamente

demonstrou que médias de opacidade da Concept Advanced > Supreme = Z100 >

Esthet-X > Herculite XRV > Opallis = Vit-l-escence = 4 Seasons. Já a opacidade do

Charisma foi menor do que todos os outros compósitos (p < 0,001), com exceção do

4 Seasons (Charisma = 4 Seasons).

Pode-se observar que o compósito Concept Advanced apresentou os maiores

valores de Opacidade entre todos os compósitos estudados (p < 0,026), enquanto

que a diferença entre as médias do Filtek Supreme e a Z100 não foi estatisticamente

significante (p = 0,71), porém foram maiores do que o Esthet-X, Herculite XRV,

Opallis, Vit-l-escence, 4 Seasons e Charisma (p < 0,012).

O compósito Esthet-X apresentou valores estatisticamente maiores do que o

Herculite XRV (p = 0,026) e este último mostrou opacidade maior do que o Opallis (p

= 0,011). Entre o Opallis, Vit-l-escence e 4 Seasons não houve diferença estatística

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entre as médias (p > 0,34), sendo ainda o Opallis e o compósito Vit-l-escence

estatisticamente maiores do que o Charisma (p = 0,001) e o 4 Seasons mostrando

uma similaridade estatisticamente limítrofe (p = 0,055) com o Charisma.

O Gráfico 2 apresenta a comparação da opacidade e a relação entre os

compósitos estudados e os grupos a que pertencem (Híbridos, Nanoparticulados e

Microhíbridos). Pode-se perceber que a média de opacidade dos nanoparticulados

Concept Advanced e Filtek Supreme foi maior e discrepante em relação ao

nanoparticulado 4 Seasons.

Os compósitos microhíbridos mostraram opacidade mais uniforme e

intermediária aos nanoparticulados, ficando o compósito híbrido Charisma com a

menor opacidade e o híbrido Z100 com valores semelhantes ao nanoparticulado

Filtek Supreme. Os compósitos microhíbridos Vit-l-escence e Opallis apresentam

valores médios de opacidade.

HÍBRIDA MICROHÍBRIDA NANOPARTICULADA

VALORES MÉDIOS

0,975

0,950

0,925

0,900

0,875

0,850

CHARISMA

HERCULITE

Z100

VITALESCENCE

OPALLIS

ESTHET X

SUPREME

4SEASONS

CONCEPT ADV

OPACIDADE

Gráfico 2 – Médias da Opacidade das nove marcas de compósitos apresentados por seus

tipos

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6.2 TRANSLUCIDEZ

A Tabela 7 apresenta os resultados das médias e desvios-padrão da

translucidez das nove marcas comerciais de compósitos avaliados e respectivos

tipos.

Tabela 7– Médias e desvios-padrão da Translucidez das marcas dos compósitos e respectivos tipos

TRANSLUCIDEZ

Marca de compósito Média ± (Desvio-padrão) Tipo de Compósito

Charisma 9,20 (0,16)

Herculite XRV 6,51 (0,18)

Z100 4,00 (0,13)

Híbrido

Vit-l-escence 7,82 (0,13)

Opallis 8,34 (0,19)

Esthet-X 6,19 (0,20)

Microhíbrido

Filtek Supreme 2,97 (0,19)

4 Seasons 9,42 (0,13)

Concept Advanced 2,59 (0,10)

Nanoparticulado

O Anexo 1 apresenta os valores em cada corpo-de-prova das coordenadas

colorimétricas L*, a*, b*, triestímulo Y, valores de translucidez (TP) e razão de

contraste (CR) e a translucidez dos compósitos foi analisada estatisticamente,

segundo o tipo de compósito e marca de compósito, aplicando-se análise de

variância (ANOVA) e teste de Tukey para múltiplas comparações (p < 0,05).

O Gráfico 3 apresenta a mediana da translucidez dos nove compósitos

estudados, evidenciando a variação dentro dos valores máximos e mínimos de cada

compósito. Observamos que o compósito nanoparticulado 4 Seasons obteve

maiores valores de translucidez, seguido imediatamente pelo híbrido Charisma, e o

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nanoparticulado Concept Advanced apresentou os menores valores, tanto para a

média (Tabela 7), quanto para a mediana (Gráfico 3).

VALORES MÉDIOS

CONCEP4SEASSUPREESTHEOPALISVITALZ100HERCUCHARI

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

TRANSLUCIDEZ

Gráfico 3 – Mediana e valores máximo e mínimo da Translucidez das nove marcas de compósitos

A tabela 8 apresenta a análise de variância (ANOVA) da translucidez por tipo

de compósito (híbridos, microhíbridos e nanoparticulados).

Tabela 8 – Análise de variância (ANOVA) para Translucidez por tipo de compósito

composto (Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado)

Fonte de variação

Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Soma dos quadrados ajustados

Soma dos quadrados

médios ajustados

Fator de variação

Valor de

p

TIPO 2 55,787 55,787 27,893 5,18 0,009

Erro 51 274,375 274,375 5,380

Total 53 330,162

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Através dos resultados da análise de variância, observa-se que houve

diferença significante (p = 0,009) para o fator Tipo de compósito. Assim foi

empregado o teste de Tukey para comparação múltipla da translucidez entre os três

tipos de compósitos (Tabela 9).

Tabela 9 – Teste de Tukey para Translucidez por tipo de compósito Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado

TIPO

DE COMPÓSITO

Diferença

das médias

Diferença do erro padrão

Fator de

Variação

Valor do

p

Significância

(p < 0,01)

Híbrido vs Microhíbrido

0,878 0,7732 1,136 0,4966 a*

Híbrido vs Nanoparticulado

-1,578 0,7732 -2,041 0,1127 a*

Microhíbrido vs Nanoparticulado

-2,457 0,7732 -3,177 0,0070 b**

a* = não significante; b** = significante

Não foram encontradas diferenças estatísticas ao se comparar o grupo

híbrido com microhíbrido (p = 0,497) e o tipo híbrido com os de nanopartículas (p =

0,113). Já o grupo microhíbrido foi significantemente diferente do de nanopartículas

(p < 0,007).

Agrupando-se os compósitos pertencentes ao mesmo grupo (híbridos,

nanoparticulados e microhíbridos), observa-se que o grupo dos nanoparticulados se

destaca com diferença estatística significante em relação aos microhíbridos, com o

compósito nanoparticulado 4 Seasons influenciando os maiores valores de

translucidez dentre os outros compósitos e com valores discrepantes em relação aos

menores valores apresentados pelos nanoparticulados Filter Supreme e Concept

Advanced.

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A seguir, foi realizada a ANOVA para Translucidez considerando-se como

fator único as diferentes marcas (n = 9) de compósitos estudados (Tabela 10). Os

resultados obtidos apontam que existem diferenças significantes da translucidez

entre as marcas de compósitos (p = 0,000).

Tabela 10 – Análise de variância (ANOVA) para Translucidez por marcas (n = 9) de

compósitos

Fonte de

variação

Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Soma dos

quadrados ajustados

Soma dos

quadrados médios

ajustados

Fator de

variação

Valor de

p

MARCA 8 329,022 329,022 41,128 1623,18 0,000

Erro 45 1,140 1,140 0,025

Total 53 330,162

O teste de Tukey (α = 0,05) permitiu múltiplas comparações entre as médias

de translucidez das nove marcas de compósitos (Tabela 11) .

Tabela 11 - Médias da opacidade das marcas dos compósitos e respectivas marcas

Tranlucidez

Marca do Compósito Média ± (Desvio-padrão) Teste de Tukey

p < 0,005 *

4 Seasons 9,42 (0,13) a

Charisma 9,20 ( 0,16) a

Opallis 8,34 (0,19) b

Vit-l-escence 7,82 (0,13) c

Herculite XRV 6,51(0,18) d

Esthet-X 6,19 (0,20) e

Z 100 4,00 (0,13) f

Filtek Supreme 2,97 (0,19) g

Concept Advanced 2,59 (0,10) h

* Letras diferentes indicam que houve diferença significativa entre as médias dos grupos ao nível de 0,05% de probabilidade pelo teste de Tukey

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Todas as marcas foram diferentes estatisticamente entre si (p < 0,032), com

exceção do Charisma e 4 Seasons, que apresentaram diferença estatística não

significante (p = 0,34). O teste de Tukey demonstrou sumarizadamente que os

valores médios de translucidez da 4 Seasons = Charisma > Opallis > Vit-l-escence >

Herculite XRV > Esthet-X > Z100 > Filtek Supreme > Concept Advanced.

O Gráfico 4 apresenta a relação da média de translucidez entre os

compósitos estudados e os tipos a que pertencem.

HÍBRIDA MICROHÍBRIDA NANOPARTICULADA

VALORES MÉDIOS

10

9

8

7

6

5

4

3

2

1

0

CHARISMA

HERCULITE

Z100

VITALESCENCE

OPALLIS

ESTHET X

SUPREME

4SEASONS

CONCEPT ADV

TRANSLUCIDEZ

Gráfico 4 – Médias da Translucidez das nove marcas de compósitos apresentados por seus tipos

Os compósitos do grupo nanoparticulados apresentaram tanto os menores

valores de translucidez (Concept Advanced e Filtek Supreme) quanto os maiores (4

Seasons). Já os compósitos microhíbridos (Opallis, Vit-l-escence, Esthet-X)

apresentaram translucidez mais uniforme e intermediária entre os grupos estudados.

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100

7 DISCUSSÃO

Após o estudo espectrofotométrico pôde-se observar que a opacidade e a

translucidez foram em geral influenciadas tanto pelo tipo de material quanto pela

marca dos compósitos estudados.

Levando-se em conta a análise do tipo de compósito, o grupo das

nanopartículas se destaca em relação ao grupo dos compósitos microhíbridos, tanto

em opacidade, quanto em translucidez, e em relação aos híbridos no que diz

respeito à opacidade. Observa-se que o comportamento dos nanoparticulados

Concept Advanced Dentina A2 e Filtek Supreme A2D foi determinante na diferença

entre os tipos de compósito, sendo que o nanoparticulado 4 Seasons A2 Dentin

apresentou a maior discrepância dentro de um único grupo.

Analisando-se o comportamento quanto aos tipos de compósitos, o grupo dos

nanoparticulados mostrou as maiores discrepâncias. Os compósitos Concept

Advanced Dentina A2 e Filtek Supreme A2D apresentaram os maiores valores de

opacidade e os menores em translucidez, em oposição ao 4 Seasons A2 Dentin, que

apresentou a segunda menor opacidade e a maior translucidez dentre as marcas

analisadas (Gráficos 2 e 4). O percentual de carga maior e a diferença na

composição da matriz dos compósitos Concept Advanced Dentina A2 e Filtek

Supreme A2D podem ter contribuído para os menores valores de translucidez

encontrados.

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101

O aumento de translucidez estaria relacionado com o tipo de carga contendo

partículas de vidro com metais pesados, com a quantidade e tamanho das partículas

de carga. A translucidez dos compósitos pode variar em função da capacidade da

passagem de luz pelos seus componentes, do número e tamanho de bolhas

internas, do índice de refração dos componentes e o tamanho das partículas de

reforço (CAMPOS et al, 1999; CRAIG; MARCUS, 2004). A translucidez dos materiais

não seria determinada somente por composição da matriz e carga, mas também

pela relativa adição de pigmentos, componentes químicos, iniciadores e agentes de

união (JOHNSTON; REISBICK, 1997; BUCHALLA; ATTIN; HILGERS, 2002; IKEDA

et al, 2005).

Annusavice (2005) afirmou que a coloração dos compósitos é alcançada pela

adição de diferentes pigmentos e, freqüentemente, vários óxidos metálicos são

acrescentados em pequenas quantidades. Para aumentar a opacidade, os

fabricantes adicionariam dióxido de titânio e óxido de alumínio em quantidades

mínimas (0,001 a 0,007% em peso). É importante ter em mente que todos os

modificadores óticos afetam a capacidade de transmissão de luz de um compósito.

O grupo dos microhíbridos mostrou-se o mais homogêneo em ambas as

propriedades, a despeito de alguma diferença estatística dentro do grupo.

Possivelmente o tipo de carga utilizado nestes compósitos (de acordo com

informações dos fabricantes apresentados na tabela 1), contendo basicamente

vidros de bário e de boroaluminosilicato e dióxido de silício disperso, tenha

contribuído para as respostas óticas de transmissão e reflexão da luz mais

homogênea dentro do grupo dos microhíbridos. Vale ressaltar que os três

compósitos dentro de cada um dos três tipos foram estatisticamente diferentes entre

si em ambas as propriedades, com exceção apenas para o grupo microhíbrido em

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102

relação à opacidade. Os microhíbridos Vit-l-escence A2 Dentin e Opallis DA2 foram

semelhantes entre si, enquanto o Esthet-X A2-O apresentou opacidade maior e

translucidez menor comparativamente àqueles dois compósitos.

Durante a obtenção dos corpos-de-prova do Esthet-X A2-O, pôde ser

verificada visualmente a presença de pontos opacos na superfície dos mesmos.

Estes corpos-de-prova foram então descartados após leitura no espectrofotômetro.

Novos corpos-de-prova do mesmo lote de compósito foram obtidos e mensurados

quanto à opacidade e translucidez, porém o aspecto superficial no Esthet-X A2-O

persistiu. Para cada marca, a quantidade de opacificante difere em quantidade e em

composição química. A mistura dessas substâncias na massa do compósito é crítica,

já que ela é adicionada posteriormente aos demais componentes dos compósitos.

Assim, caso a mistura não seja homogênea e sendo essas substâncias inertes do

ponto de vista reacional, as mesmas podem formar aglomerados no meio da massa

dos compósitos ao invés de estarem distribuídas uniformemente. Pode ser levantada

a hipótese de que estas áreas heterogeneamente mais opacas nos corpos-de-prova

do Esthet-X A2-O possam ter contribuído para sua maior opacidade e menor

translucidez dentro do grupo dos microhíbridos.

Corroborando esta hipótese, Kawaguchi; Fukushima; Miyazaki (1994)

afirmaram que compósitos com mesma composição de matriz e partículas podem

apresentar correlação entre o coeficiente de transmissão de luz e a profundidade de

cura, porém com diferentes índices de refração das partículas. A dispersão da luz

pela ativação pode aumentar, aumentando a diferença nos índices de refração entre

as partículas e a matriz resinosa, afetando a translucidez e a opacidade, e podem

estar relacionadas com a profundidade de cura. O coeficiente de transmissão da luz

pode ser controlado pelo tipo e conteúdo dos pigmentos nos compósitos.

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Tomando-se como base as tabelas de análise de variância (Tabelas 4 e 6),

observa-se claramente o efeito das diferentes marcas de compósitos sobre as duas

propriedades estudadas, e que tal efeito influencia mais as diferenças no tocante à

translucidez.

Vale ressaltar os resultados obtidos pelo nanoparticulado 4 Seasons A2

Dentin e pelo híbrido Charisma OA2 em ambas as propriedades. As duas resinas

mostraram-se estatisticamente semelhantes e diferentes das outras marcas,

apresentando os menores valores de opacidade e os maiores em translucidez. Com

relação à translucidez, a presença de partículas vítreas maiores e mais regulares,

como citado Alb (2005), pode ter permitido a maior transmissão de luz através do

Charisma e determinado sua alta translucidez. A 4 Seasons apresenta o trifluoreto

de itérbio como partícula vítrea principal, sendo intrinsecamente radiopaca. Com

relação à opacidade, apesar da diferença não significante entre as médias, pode-se

observar pelo Gráfico 1 que os valores obtidos pelo Charisma OA2 estão distribuídos

mais freqüentemente abaixo da mediana, enquanto que para o 4 Seasons A2 Dentin

ocorre uma predominância de valores acima da mediana. Do ponto de vista clínico,

isto poderia significar alguma tendência a uma maior habilidade de esconder o fundo

escuro da boca em restaurações com o 4 Seasons A2 Dentin do que com o

Charisma OA2.

Alb (2005) verificou que o compósito Charisma OA2 apresentou em sua

composição vidros de bário, alumínio e sílica e algumas partículas maiores (0,01-

0,07 e 0,04µm). Todos os compósitos por ele avaliados apresentaram partículas

dispersas de Ba, Zn, Si, Al e Ca. O autor encontrou ainda valores menores de

translucidez para os compósitos que continham vidros de bário ou vidros de itérbio,

comparativamente aos compósitos que continham vidros de zinco.

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Na presente pesquisa, a translucidez do compósito Charisma OA2 foi

significantemente maior que a do compósito Filtek Supreme A2D. Esse resultado

também foi verificado no trabalho de Ikeda et al (2005).

O compósito que apresentou maior potencial sobre o aspecto clínico de

mascarar o fundo escuro da boca foi o Concept Advanced Dentina A2,

significativamente mais opaco e menos translúcido que as demais marcas de

compósitos. Possivelmente tal resultado de opacidade possa ter contribuído para

uma correspondência inversamente proporcional aos seus valores de translucidez,

corroborando o conhecimento clínico de que resinas mais opacas são também as

menos translúcidas. Autores como Ikonoshi et al (1996); Vichi et al (2004) ponderam

que opacidade é mais facilmente avaliada que translucidez e que seria considerada

clínica e visualmente como o inverso da translucidez; ela não deveria ser confundida

com brilho, uma propriedade da superfície dos materiais, sendo que a opacidade

refere-se mais às reflexões difusas do que à reflexão especular.

Apesar da possível correspondência clínica e da ordenação inversamente

proporcional dos valores numéricos, este estudo não foi capaz de atestar

estatisticamente que as duas propriedades fossem complementares para todas as

marcas de compósito comparadas. Nos compósitos Filtek Supreme A2D e Opallis

DA2, opacidade e translucidez não se apresentaram inversamente proporcionais

quando comparados estatisticamente aos outros compósitos. Porém, além do

Concept Advanced Dentina A2, 4 Seasons A2 Dentin e Charisma OA2, já abordados

anteriormente em seus valores extremos, tal correspondência pôde ser verificada

nos resultados de opacidade e translucidez apresentados pelos compósitos híbrido

Z-100 UD, microhíbrido Esthet-X A2-O, híbrido Herculite XRV A2 Dentin e

microhíbrido Vit-l-escence A2 Dentin. Estes quatro compósitos apresentaram

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propriedades intermediárias às demais marcas e diferenças significantes entre si,

apresentando respectivamente valores de opacidade decrescentes e translucidez

ascendentes.

Paravina et al (2002) avaliaram a translucidez dos compósitos. Os menores

valores de TP foram encontrados nos compósitos opacos, em especial no compósito

Esthet-X OA2 e Filtek Supreme A2D.

No trabalho de Kim; Lee; Powers (2005), os compósitos Filtek Supreme e

Esthet-X obtiveram os valores relativamente mais altos de translucidez em relação

ao compósito Charisma, o oposto do que foi verificado na presente pesquisa.

Possivelmente diferenças de bioestabilidade na matriz resinosa, absorvendo mais

água, faz com que materiais com Bis-GMA convencional, comparados com os

materiais com Bis-GMA ethoxylado (Bis-EMA), encontrados no Filtek Supreme e

Esthet-X aumentem seus valores de TP. Em nosso experimento, o compósito do tipo

microhíbrido Opallis com Bis-EMA em sua composição apresentou diferença

significante de maior translucidez para o Esthet-X e o Filtek Supreme, mas o

Concept Advanced, que não apresenta Bis-EMA nem o TEGDMA como o Filtek

Supreme em sua matriz, apresentou a maior opacidade, embora tenha percentual de

carga em peso semelhante ao do Filtek Supreme. Possivelmente apresentam

quantidade maior de pigmentos que o 4 Seasons, nanoparticulado e com trifluoreto

de itérbio em sua composição. Compósitos com Iterbiotrifluoretado liberaram flúor e

são solúveis em água, com as propriedades óticas afetadas.

Ahmad (2000) afirmam que a translucidez de uma restauração com

compósitos deve ter um índice de refração da carga o mais próximo possível do

índice do compósito. Para o Bis-GMA e o TEGDMA, os índices de refração são de

aproximadamente 1,55 e 1,46, respectivamente, e uma mistura dos dois

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componentes em proporções iguais em peso leva a um índice de refração de

aproximadamente 1,5. A maioria dos vidros e quartzos utilizados como carga

possuem índices de refração de aproximadamente 1,5, o que é adequado para se

alcançar translucidez suficiente. Os compósitos híbridos estudados pelo autor

apresentam esta composição, porém o compósito Z100, na cor UD, compósito

universal, preconizado para dentes anteriores e posteriores, tem elevado peso de

carga comparado aos outros compósitos híbridos.

Alguns fatores podem clinicamente afetar a opacidade e a tranlucidez dos

compósitos. Pozzobon et al (1999) estudaram o efeito de agentes clareadores sobre

a translucidez dos materiais restauradores estéticos, incluindo o compósito Z100.

Concluíram que a translucidez dos materiais estéticos de forma geral altera-se

quando expostos a diferentes agentes clareadores em função do tempo de

permanência em contato. Os estudos de Campos et al (1999) verificaram que os

compósitos apresentam translucidez alterada em função do tempo e do uso de

influência de corantes.

Johnston; Reisbick (1997), Buchalla; Attin; Hilgers (2002), IKEDA et al (2005)

afirmaram que existe uma ampla variedade de alterações na translucidez dos

materiais estéticos após imersão em água, sendo que alguns produtos podem

apresentar aumento e outros diminuição dos parâmetros.

No trabalho de Ikonoshi et al (1994), os compósitos híbridos Charisma,

Herculite XRV e Z100 foram envelhecidos em água e apresentaram mais opacidade

inicialmente. Porém, após quatro semanas, a opacidade estabilizou-se, o que

indicaria que a composição da matriz desses compósitos, basicamente Bis-GMA e

TEGDMA, seria mais estável. Segundo os autores, devido às múltiplas reflexões e

refrações, quanto mais altas forem as diferenças entre o índice de refração das

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partículas inorgânicas nas interfaces com a matriz orgânica, maior será a opacidade.

Nos estudos de Yap; Tan; Bhole (1997), a variação de translucidez do Z100 não foi

significante após a fotopolimerização e armazenamento em água por 48 horas. O

compósito Z100 apresenta o zircônio em sua composição, um metal pesado,

conferindo-lhe radiopacidade. Paravina; Ontiveros; Powers (2004) avaliaram a

influência do envelhecimento acelerado (termociclagem) no parâmetro de

translucidez dos compósitos microhíbridos para dentes clareados Esthet-X, Vit-l-

escence e do compósito híbrido Charisma. O compósito Vit-l-escence obteve o

menor valor inicial de translucidez, porém, após o envelhecimento, obteve maior

translucidez do que o Esthet-X e o Charisma. Os autores concluíram que o

parâmetro de translucidez (TP) dos compósitos microhíbridos após o

envelhecimento estabilizou-se relativamente, porém a opacidade aumentou.

Discutiram aspectos que dificultam a comparação entre estudos de envelhecimento

artificial, como a ausência de padronização para os valores de TP em fundos preto e

branco, padronização para espessura e tamanho dos corpos-de-prova, e fatores

associados aos equipamentos de mensuração.

Ikeda et al (2005) avaliaram a translucidez de compósitos em semi-híbridos,

microhíbridos e microparticulados e verificaram que compósitos em cores opacas

foram menos translúcidos que os compósitos não designados para cores opacas.

Concordando com esses achados, Kamishima; Ikeda; Sano (2005) relacionaram o

TP de compósitos nanoparticulados em cores opacas e translúcidas e observaram

que o parâmetro de translucidez (TP) foi menor nas cores opacas e que a

translucidez aumentava exponencialmente à medida que a espessura dos

compósitos diminuía.

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Alguns aspectos da metodologia utilizada para avaliação dos parâmetros de

opacidade e translucidez dos compósitos serão discutidos a seguir.

A espectrofotometria de reflexão difusa utilizada nesse trabalho analisa mais

precisamente as propriedades óticas de translucidez e opacidade dos compósitos do

que a simples comparação visual, quantificando variáveis de interesse (DAVIDSON;

FREIDE, 1953; HUNTER; HAROLD, 1987; PAUL et al, 2002). Os espectrofotômetros

são padronizados de forma que fatores como iluminantes e posição dos corpos-de-

prova em relação à luz não interfiram nos resultados. Foi seguida a recomendação

de Judd; Wysczeki (1975); Davis et al (1992); Lee et al (2005) de que deve ser

utilizado o iluminante D65 para avaliação dos compósitos opacos por ser ele

representativo das médias da luz do dia.

Pereira; Porto; Mendes (2000) ponderaram que a intensidade de luz influencia

na conversão dos monômeros em polímeros nos compósitos. Os autores sugerem

que aparelhos fotopolimerizadores apresentem a intensidade de luz mínima de 400

mW/cm² por 40 segundos para serem capazes de promover adequada

fotopolimerizaçäo de incrementos de 2 mm de compósitos. A intensidade de luz e a

profundidade de polimerização dos compósitos têm relação com sua espessura. A

ponteira de luz do aparelho fotopolimerizador foi posicionada numa direção

perpendicular ao longo eixo do corpo-de-prova, com intensidade de luz de 1000mW2

e modo contínuo para não haver modificação no grau de conversão adequado para

a fotopolimerização. Assim, a luz ativadora atravessou a espessura de 2mm dos

corpos-de-prova, já que todos compósitos tinham o mesmo diâmetro e altura menor

que o diâmetro da ponta ativadora. A translucidez dos compósitos microhíbridos

após a fotopolimerização aumenta ligeiramente e relaciona-se com diferenças

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estruturais nos materiais e nas cores, além de levar a maior escurecimento dos

mesmos (PARAVINA; ONTIVEROS; POWERS, 2002).

Outro fator levado em consideração no presente estudo foi a influência das

condições de armazenagem dos corpos-de-prova a 37º C por 24 horas. De acordo

com Lee, Y. K.; Kim, S. H.; Powers, J. M. (2005); Lee, S. H.; Lee, Y. K.; Lim, B. S.

(2004); as propriedades óticas dos compósitos podem ser influenciadas pelas

mudanças que ocorrem na sua superfície. Relataram que os parâmetros de

translucidez se modificam após imersão em água a 37º C por 24 horas, com o

aumento da energia de superfície. Os compósitos absorvem água na interface

matriz–carga e sofrem degradação hidrolítica, alterando o padrão de difusão da luz.

Segundo Ikonoshi et al (1994), a contaminação de amostras com os dedos ou

“debris” durante a confecção dos corpos-de-prova pode modificar a opacidade dos

compósitos translúcidos e aumentar seu valor, já que esta propriedade é muito

sensível à superfície de refletância, podendo ser influenciada por rugosidades

superficiais ou simples toques manuais. Asperezas na superfície levam a um ligeiro

aumento da opacidade. A metodologia da presente pesquisa também levou em

consideração estes aspectos, ao estabelecer o manuseio dos corpos-de-prova com

luva e a obtenção de superfícies lisas pela compressão por placas de vidro, sem

realização de polimento posterior.

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8 CONCLUSÃO

Frente à metodologia apresentada e de acordo com os resultados obtidos foi

possível concluir que:

• o tipo nanoparticulado de compósitos apresentou opacidade

significantemente maior que os tipos híbrido e microhíbrido, tendo os tipos

híbrido e microhíbrido opacidade semelhante entre si;

• o tipo híbrido apresentou translucidez semelhante aos tipos microhíbrido e

nanoparticulado, tendo o tipo nanoparticulado apresentado translucidez

significantemente menor do que o microhíbrido;

• o marca de compósito que estatisticamente apresentou a maior opacidade e a

menor translucidez foi o compósito nanoparticulado Concept Advanced A2D;

• as marcas de compósitos híbrido Z100 UD, microhíbrido Esthet-X A2-D,

híbrido Herculite XRV A2D e microhíbrido Vit-l-escence A2 Dentin

apresentaram propriedades intermediárias e diferenças significantes entre si,

apresentando respectivamente valores de opacidade decrescente e

translucidez ascendente;

• Os compósitos nanoparticulados 4 Seasons A2D e híbrido Charisma OA2

obtiveram resultados significantemente semelhantes, apresentando os

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menores valores de opacidade e maior translucidez dentre as marcas

avaliadas.

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1 NOTA: A apresentação e formatação desta dissertação foram baseadas nas normas da Associação Brasileira de

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ANEXO 1 – Relatório de Medição do Laboratório de Colorimetria da Rede de

Laboratórios s CETIQT (Rio de Janeiro)

RIL - REDE INTEGRADA DE LABORATÓRIOS

LABORATÓRIO DE COLORIMETRIA

Rua Dr. Manuel Cotrim, 195 - Riachuelo 20961-040 - Rio de Janeiro - RJ - BRASIL Tel.: (21) 2582-1017 - Fax: (21) 2241-0495 E-mail: [email protected]

RELATÓRIO DE MEDIÇÃO No R-1439-1

Cliente: Anabela Chazin Milman Endereço: Rua General Ribeiro da Costa, 214/801 CEP: 22010-050 Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2295-8907 Datas das medições: 13/07, 19/07, 20/07, 27/07, 08/08 e 24/08 de 2006. Local da execução: RIL / Laboratório de Colorimetria Data de emissão: 24 de agosto de 2006 N.os de entrada: 3163-3211 e Itens medidos: 9 grupos de resinas denominadas CHARISMA DA2, FILTEK

SUPREME A2D, 4SEASONS, VITA LESCENCE, HERCULITE XRV, OPALLIS A2D, Z100, CONCEPT ADVANCED A2D e ESTHET X OA2. Total de amostras avaliadas 54 resinas.

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121

Descrição dos itens medidos

Os itens medidos constituem-se de 54 compósitos (seis compósitos avaliados

de cada grupo estabelecido pelo cliente) para avaliação de translucência (TP) e

razão de contraste (CR) , conforme descritos anteriormente.

Padrões e Equipamentos utilizados

O equipamento utilizado para a medição dos itens acima descritos foi um

espectrofotômetro da marca Minolta, modelo CM-3720d, número de série 15731001,

SC-0004 com geometria de medição especular incluído (t/8º), faixa de trabalho de

comprimento de onda de 360 a 740 nm com resolução de 10 nm e certificado de

calibração SENAI/CETIQT - UNEEQ/UOC R-1316, de 12/04/2006. Os dados foram

obtidos no programa de colorimetria denominado SpectraMatch, versão 3.4.5 D.

A temperatura ambiente de 25 ± 0.5°C das medições realizadas foi controlada

por um termômetro DIGI-SENSE nº de série H98004912, CT 23.828, SC-0041, com

certificado de calibração sob o nº 0331/05 de 12/10/2005, fornecido pelo ITUC, RBC

(Rede Brasileira de Calibração) – Laboratório de calibração acreditado pelo

CGCRE/INMETRO sob o nº 016.

Procedimento utilizado

Para execução da medição dos itens anteriormente descritos foi empregado o

procedimento POP-COL-005 - Revisão 4 de 29/10/2004 que envolveu três medições

simples na geometria especular incluído (t/8º), a saber, medição de cada compósito

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sem nenhum fundo, fundo com padrão brilhoso branco de identificação BQ01 e

fundo com padrão brilhoso preto de identificação BN96, ambos padrões do NPL –

National Physical Laboratory.

Resultados

Nas tabelas a seguir apresentamos os valores das coordenadas colorimétricas L*,

a*, b*, do triestímulo Y para o iluminante padrão CIE D65 e observador padrão de

10°, juntamente com os valores de translucência (TP) e razão de contraste (CR) dos

compósitos avaliados.

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123

COMPÓSITO CHARISMA DA2:

D65/10°°°° L* A* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 67,17 1,83 11,53 36,86

01 – compósito com fundo BQ01 71,83 6,10 18,59 43,41

01 – compósito com fundo BN96 67,16 1,86 11,72 36,84

9,33 0,85

02 – compósito sem fundo 67,42 1,56 11,34 37,19

02 – compósito com fundo BQ01 72,04 5,85 18,35 43,72

02 – compósito com fundo BN96 67,60 1,60 11,47 37,43

9,22 0,86

03 – compósito sem fundo 67,26 1,54 11,41 36,97

03 – compósito com fundo BQ01 71,73 5,85 18,35 43,26

03 – compósito com fundo BN96 67,08 1,57 11,37 36,74

9,41 0,85

04 – compósito sem fundo 66,67 1,72 11,50 36,20

04 – compósito com fundo BQ01 71,65 6,19 18,21 43,14

04 – compósito com fundo BN96 66,82 1,79 11,75 36,40

9,18 0,84

05 – compósito sem fundo 66,72 1,66 11,69 36,27

05 – compósito com fundo BQ01 71,68 6,23 18,25 43,18

05 – compósito com fundo BN96 66,91 1,85 11,82 36,51

9,13 0,85

06 – compósito sem fundo 67,29 1,49 11,19 37,02

06 – compósito com fundo BQ01 72,18 5,69 18,22 43,93

06 – compósito com fundo BN96 67,15 1,87 11,87 36,83

8,95 0,84

Média 9,20 0,85 Desvio Padrão 0,16 0,01

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124

COMPÓSITO FILTEK SUPREME A2D:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 74,02 1,04 12,77 46,74

01 – compósito com fundo BQ01 75,35 2,49 15,18 48,84

01 – compósito com fundo BN96 74,23 0,91 13,20 47,06

2,77 0,96

02 – compósito sem fundo 74,29 0,82 12,88 47,15

02 – compósito com fundo BQ01 75,84 2,77 15,08 49,63

02 – compósito com fundo BN96 74,01 0,89 13,48 46,73

3,07 0,94

03 – compósito sem fundo 74,03 1,00 13,12 46,75

03 – compósito com fundo BQ01 75,70 2,60 15,30 49,39

03 – compósito com fundo BN96 74,33 0,89 13,04 47,22

3,15 0,96

04 – compósito sem fundo 74,47 0,93 12,78 47,44

04 – compósito com fundo BQ01 75,68 2,50 14,72 49,37

04 – compósito com fundo BN96 74,07 1,15 13,00 46,81

2,71 0,95

05 – compósito sem fundo 74,43 1,08 12,07 47,38

05 – compósito com fundo BQ01 75,59 2,77 14,97 49,23

05 – compósito com fundo BN96 74,26 1,13 12,92 47,11

2,94 0,96

06 – compósito sem fundo 74,46 0,95 13,11 47,43

06 – compósito com fundo BQ01 75,67 2,65 15,26 49,36

06 – compósito com fundo BN96 73,97 1,08 13,11 46,65

3,16 0,95

Média 2,97 0,95 Desvio Padrão 0,19 0,01

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125

COMPÓSITO 4 Seasons:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 70,98 0,15 15,88 42,15

01 – compósito com fundo BQ01 75,29 4,63 23,44 49,23

01 – compósito com fundo BN96 71,14 0,25 16,09 42,39

9,51 0,86

02 – compósito sem fundo 70,68 0,30 16,55 41,72

02 – compósito com fundo BQ01 75,12 4,62 23,52 48,47

02 – compósito com fundo BN96 70,67 0,24 16,50 41,71

9,40 0,86

03 – compósito sem fundo 71,09 0,45 16,42 42,31

03 – compósito com fundo BQ01 75,50 4,55 23,71 48,25

03 – compósito com fundo BN96 71,17 0,51 16,52 42,43

9,32 0,88

04 – compósito sem fundo 70,89 0,12 15,79 42,03

04 – compósito com fundo BQ01 75,03 4,29 22,83 48,33

04 – compósito com fundo BN96 71,16 0,02 15,37 42,42

9,43 0,88

05 – compósito sem fundo 70,90 0,12 15,83 42,04

05 – compósito com fundo BQ01 74,99 4,32 22,87 48,27

05 – compósito com fundo BN96 70,94 0,13 15,71 42,09

9,24 0,87

06 – compósito sem fundo 70,42 0,07 16,26 41,34

06 – compósito com fundo BQ01 75,34 4,47 23,54 48,82

06 – compósito com fundo BN96 70,93 0,15 16,18 41,36

9,61 0,85

Média 9,42 0,87 Desvio Padrão 0,14 0,01

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126

COMPÓSITO VIT-L-ESCENCE:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 70,42 0,10 10,36 41,35

01 – compósito com fundo BQ01 73,95 3,26 16,80 46,62

01 – compósito com fundo BN96 70,47 0,13 10,40 41,42

7,92 0,89

02 – compósito sem fundo 70,88 -0,21 11,32 42,02

02 – compósito com fundo BQ01 75,32 2,96 16,79 48,78

02 – compósito com fundo BN96 71,12 -0,15 11,22 42,36

7,64 0,87

03 – compósito sem fundo 71,40 -0,01 10,39 42,77

03 – compósito com fundo BQ01 75,32 3,22 16,45 48,79

03 – compósito com fundo BN96 71,35 0,05 10,46 42,69

7,85 0,88

04 – compósito sem fundo 71,18 -0,11 11,46 42,45

04 – compósito com fundo BQ01 74,92 3,08 17,35 48,15

04 – compósito com fundo BN96 71,08 -0,11 11,44 42,31

7,74 0,88

05 – compósito sem fundo 71,01 -0,14 11,48 42,20

05 – compósito com fundo BQ01 75,00 3,16 17,46 48,27

05 – compósito com fundo BN96 71,07 -0,15 11,35 42,29

7,98 0,88

06 – compósito sem fundo 71,26 -0,11 11,32 42,56

06 – compósito com fundo BQ01 75,15 3,14 17,55 48,52

06 – compósito com fundo BN96 71,32 -0,07 11,61 42,65

7,76 0,88

Média 7,82 0,88 Desvio Padrão 0,13 0,01

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COMPÓSITO HERCULITE XRV:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 72,64 2,17 15,19 44,62

01 – compósito com fundo BQ01 75,96 5,55 20,31 49,82

01 – compósito com fundo BN96 72,82 2,38 15,58 44,89

6,50 0,90

02 – compósito sem fundo 72,44 2,45 12,72 44,31

02 – compósito com fundo BQ01 75,64 5,79 17,94 49,31

02 – compósito com fundo BN96 72,45 2,53 12,81 44,34

6,86 0,90

03 – compósito sem fundo 72,92 2,53 12,60 45,05

03 – compósito com fundo BQ01 76,00 5,80 19,63 49,88

03 – compósito com fundo BN96 73,09 2,23 15,10 45,31

6,45 0,91

04 – compósito sem fundo 72,71 2,29 15,44 44,72

04 – compósito com fundo BQ01 75,74 5,56 20,29 49,47

04 – compósito com fundo BN96 72,84 2,36 15,57 44,92

6,40 0,91

05 – compósito sem fundo 72,89 2,49 12,59 45,00

05 – compósito com fundo BQ01 76,16 5,91 17,17 50,15

05 – compósito com fundo BN96 72,79 2,50 12,86 44,84

6,45 0,89

06 – compósito sem fundo 73,17 2,46 12,33 45,42

06 – compósito com fundo BQ01 76,03 5,84 17,80 50,31

06 – compósito com fundo BN96 73,08 2,43 13,31 45,28

6,37 0,90

Média 6,51 0,90 Desvio Padrão 0,18 0,01

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128

COMPÓSITO OPALLIS A2D:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 70,28 1,01 14,54 41,14

01 – compósito com fundo BQ01 74,72 4,50 21,04 47,83

01 – compósito com fundo BN96 70,97 1,04 14,46 42,15

8,32 0,88

02 – compósito sem fundo 70,69 1,08 14,20 41,74

02 – compósito com fundo BQ01 74,18 4,53 20,72 46,99

02 – compósito com fundo BN96 70,65 1,04 14,29 41,68

8,13 0,89

03 – compósito sem fundo 68,48 0,83 13,02 38,63

03 – compósito com fundo BQ01 73,76 4,37 20,67 46,33

03 – compósito com fundo BN96 70,81 0,96 13,68 41,91

8,31 0,90

04 – compósito sem fundo 69,85 1,15 15,25 40,54

04 – compósito com fundo BQ01 74,03 4,30 20,43 46,75

04 – compósito com fundo BN96 70,65 0,88 13,46 41,68

8,46 0,89

05 – compósito sem fundo 70,19 0,60 15,27 41,02

05 – compósito com fundo BQ01 74,61 4,65 20,84 47,67

05 – compósito com fundo BN96 70,27 0,59 15,24 41,14

8,17 0,86

06 – compósito sem fundo 69,73 1,23 15,23 40,36

06 – compósito com fundo BQ01 73,94 4,95 21,70 46,62

06 – compósito com fundo BN96 69,62 1,21 15,24 40,21

8,63 0,86

Média 8,34 0,88 Desvio Padrão 0,19 0,02

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129

COMPÓSITO Z100:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 71,64 0,23 13,94 43,13

01 – compósito com fundo BQ01 73,58 2,11 16,91 46,05

01 – compósito com fundo BN96 71,67 0,25 13,93 43,17

4,00 0,94

02 – compósito sem fundo 71,41 0,35 14,18 42,79

02 – compósito com fundo BQ01 73,08 2,15 16,86 45,28

02 – compósito com fundo BN96 71,79 0,11 13,45 43,34

4,18 0,96

03 – compósito sem fundo 72,20 -0,02 13,37 43,95

03 – compósito com fundo BQ01 73,65 1,72 16,90 46,17

03 – compósito com fundo BN96 72,12 0,01 13,52 43,84

4,09 0,95

04 – compósito sem fundo 71,54 0,12 13,63 42,98

04 – compósito com fundo BQ01 73,34 1,99 16,37 45,69

04 – compósito com fundo BN96 71,44 0,10 13,64 42,83

3,83 0,94

05 – compósito sem fundo 71,53 0,10 13,69 42,96

05 – compósito com fundo BQ01 73,29 1,83 16,82 45,61

05 – compósito com fundo BN96 71,47 0,09 13,71 42,87

4,01 0,94

06 – compósito sem fundo 71,69 0,31 14,15 43,19

06 – compósito com fundo BQ01 73,53 2,14 16,94 45,98

06 – compósito com fundo BN96 71,55 0,33 14,14 42,99

3,88 0,93

Média 4,00 0,94 Desvio Padrão 0,13 0,01

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130

COMPÓSITO CONCEPT ADVANCED A2D:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 79,00 0,40 12,94 54,93

01 – compósito com fundo BQ01 81,10 1,90 15,42 58,65

01 – compósito com fundo BN96 80,12 0,53 13,42 56,90

2,61 0,97

02 – compósito sem fundo 80,71 0,33 12,22 57,95

02 – compósito com fundo BQ01 81,15 1,76 15,53 58,74

02 – compósito com fundo BN96 80,38 0,48 13,47 57,36

2,54 0,98

03 – compósito sem fundo 80,28 0,48 13,42 57,17

03 – compósito com fundo BQ01 80,94 1,76 14,95 58,36

03 – compósito com fundo BN96 80,75 0,40 12,98 58,03

2,41 0,99

04 – compósito sem fundo 79,75 0,32 13,12 56,24

04 – compósito com fundo BQ01 81,03 1,69 15,28 58,52

04 – compósito com fundo BN96 79,94 0,41 13,26 56,57

2,63 0,97

05 – compósito sem fundo 80,20 0,26 13,26 57,04

05 – compósito com fundo BQ01 81,30 1,73 15,11 59,01

05 – compósito com fundo BN96 80,24 0,24 13,13 57,11

2,69 0,97

06 – compósito sem fundo 79,77 0,16 13,03 56,27

06 – compósito com fundo BQ01 81,28 1,72 14,86 58,98

06 – compósito com fundo BN96 79,95 0,18 13,18 56,60

2,64 0,96

Média 2,59 0,97 Desvio Padrão 0,10 0,01

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131

COMPÓSITO ESTHET-X OA2:

D65/10°°°° L* a* b* Y TP CR

01 – compósito sem fundo 71,46 3,38 19,14 42,87

01 – compósito com fundo BQ01 73,70 7,13 23,04 46,24

01 – compósito com fundo BN96 71,47 3,38 19,03 42,88

5,92 0,93

02 – compósito sem fundo 71,46 3,38 19,14 42,87

02 – compósito com fundo BQ01 73,70 7,13 23,04 46,24

02 – compósito com fundo BN96 71,47 3,38 19,03 42,88

6,19 0,92

03 – compósito sem fundo 71,18 3,16 19,17 42,45

03 – compósito com fundo BQ01 73,77 7,08 23,31 46,35

03 – compósito com fundo BN96 71,16 3,22 19,23 42,42

6,25 0,92

04 – compósito sem fundo 71,02 3,20 19,09 42,22

04 – compósito com fundo BQ01 73,59 7,16 23,31 46,06

04 – compósito com fundo BN96 71,19 3,22 19,10 42,46

6,44 0,92

05 – compósito sem fundo 71,39 2,83 18,17 42,75

05 – compósito com fundo BQ01 73,61 7,06 23,17 46,25

05 – compósito com fundo BN96 71,39 3,07 18,63 42,76

6,01 0,92

06 – compósito sem fundo 71,18 3,00 19,76 42,45

06 – compósito com fundo BQ01 73,53 6,96 22,99 45,97

06 – compósito com fundo BN96 71,20 3,06 19,05 42,48

6,33 0,92

Média 6,19 0,92 Desvio Padrão 0,19 0,00

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132

Notas: 1. Este relatório só deve ser reproduzido por inteiro com a aprovação escrita da

RIL/Laboratório de Colorimetria.

2. Os resultados se referem somente aos itens medidos.

Motivos de Revisão do Relatório: 1. Foram incluídos as avalições colorimétricas de mais 5 amostras do compósito

ESTHET-X OA2;

2. Foram incluídos os dados de faixa de trabalho de comprimento de onda e

resolução do instrumento no item “Padrões e Equipamentos Utilizados” a pedido do

cliente;

3. Foi alterado a designação do compósito RFS para FILTEK SUPREME A2D;

4. Este relatório cancela e substitui o de nº R-1439 emitido em 11 de agosto de

2006.

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133

Apêndice A - Teste de Tukey para Opacidade por tipo de compósito (Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado)

TIPO

DE COMPÓSITO

Diferença das

médias

Diferença do erro padrão

Fator de Variação

Valor do

p

Significância

(p < 0,05)

Híbrido vs Microhíbrido

-0,003889 0,01296 -0,3000 0,9516 não

Híbrido vs Nanoparticulado

0,033333 0,01296 2,5716 0,0344 sim

Microhíbrido vs Nanoparticulado

0,03722 0,01296 2,872 0,0161 sim

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134

Apêndice B – Múltiplas comparações (teste de Tukey) para Opacidade entre as nove marcas de compósito

COMPARAÇÕES p SIGNIFICÂNCIA

(p < 0,05)

Charisma vs Herculite XRV 0,0000 sim Charisma vs Z100 0,0000 sim Charisma vs Vit-l-escence 0,0001 sim Charisma vs Opallis 0,0001 sim Charisma vs Esthet-X 0,0000 sim Charisma vs Filtek Supreme 0,0000 sim Charisma vs4 Seasons 0,0552 não Charisma vs Concept Advanced 0,0000 sim Herculite XRV vs Z100 0,0000 sim Herculite XRV vs Vit-l-escence 0,0117 sim Herculite XRV vs Opallis 0,0117 sim Herculite XRV vs Esthet-X 0,0260 sim Herculite XRV vs Filtek Supreme 0,0000 sim Herculite XRV vs 4 Seasons 0,0000 sim Herculite XRV vs Concept Advanced 0,0000 sim Z100 vs Vit-l-escence 0,0000 sim Z100 vs Opallis 0,0000 sim Z100 vs Esthet-X 0,0117 sim Z100 vs Filtek Supreme 0,7101 não Z100 vs 4 Seasons 0,0000 sim Z100 vs Concept Advanced 0,0001 sim Vit-l-escence vs Opallis 1,0000 não Vit-l-escence vs Esthet-X 0,0000 sim Vit-l-escence vs Filtek Supreme 0,0000 sim Vit-l-escence vs 4 Seasons 0,3412 não Vit-l-escence vs Concept Advanced 0,0000 sim Opallis vs Esthet-X 0,0000 sim Opallis vs Filtek Supreme 0,0000 sim Opallis vs 4 Seasons 0,3412 não Opallis vs Concept Advanced 0,0000 sim Esthet-X vs Filtek Supreme 0,0001 sim Esthet- X vs 4 Seasons 0,0000 sim Esthet-X vs Concept Advanced 0,0000 sim Filtek Supreme vs 4 Seasons 0,0000 sim Filtek Supreme vs Concept Advanced 0,0260 sim 4 Seasons vs Concept Advanced 0,0000 sim

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135

Apêndice C – Teste de Tukey para Translucidez por tipo de compósito Híbrido, Microhíbrido e Nanoparticulado.

TIPO DE COMPÓSITO

Diferença das

médias

Diferença do erro padrão

Fator de Variação

Valor do p

Significância (p < 0,01)

Híbrido vs Microhíbrido

0,878 0,7732 1,136 0,4966 não

Híbrido vs Nanoparticulado

-1,578 0,7732 -2,041 0,1127 não

Microhíbrido vs Nanoparticulado

-2,457 0,7732 -3,177 0,0070 sim

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136

Apêndice D – Múltiplas comparações (Teste de Tukey) para translucidez entre as nove marcas de compósitos

COMPARAÇÕES p SIGNIFICÂNCIA

(p < 0,01)

Charisma vs Herculite XRV 0,0000 sim Charisma vs Z100 0,0000 sim Charisma vs Vit-l-escence 0,0000 sim Charisma vs Opallis 0,0000 sim Charisma vs Esthet-X 0,0000 sim Charisma vs Filtek Supreme 0,0000 sim Charisma vs 4 Seasons 0,3415 não Charisma vs Concept Advanced 0,0000 sim Herculite XRV vs Z100 0,0000 sim Herculite XRV vs Vit-l-escence 0,0000 sim Herculite XRV vs Opallis 0,0000 sim Herculite XRV vs Esthet-X 0,0324 sim Herculite XRV vs Filtek Supreme 0,0000 sim Herculite XRV vs 4 Seasons 0,0000 sim Herculite XRV vs Concept Advanced 0,0000 sim Z100 vs Vit-l-escence 0,0000 sim Z100 vs Opallis 0,0000 sim Z100 vs Esthet-X 0,0000 sim Z100 vs Filtek Supreme 0,0000 sim Z100 vs 4 Seasons 0,0000 sim Z100 vs Concept Advanced 0,0000 sim Vit-l-escence vs Opallis 0,0001 sim Vit-l-escence vs Esthet-X 0,0000 sim Vit-l-escence vs Filtek Supreme 0,0000 sim Vit-l-escence vs 4 Seasons 0,0000 sim Vit-l-escence vs Concept Advanced 0,0000 sim Opallis vs Esthet-x 0,0000 sim Opallis vs Filtek Supreme 0,0000 sim Opallis vs 4 Seasons 0,0000 sim Opallis vs Concept Advanced 0,0000 sim Esthet-X vs Filtek Supreme 0,0000 sim Esthet- X vs 4 Seasons 0,0000 sim Esthet-X vs Concept Advanced 0,0000 sim Filtek Supreme vs 4 Seasons 0,0044 sim Filtek Supreme vs Concept Advanced 0,0000 sim

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