Estudo Bíblico Das Células Para 2012 03

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ESTUDO BÍBLICO DAS CÉLULAS SÉRIE – GRANDES ENCONTROS COM JESUS Estudo 03: JESUS E O LEPROSO Texto Bíblico: Mateus 8.1-4 INTRODUÇÃO Jesus, de acordo com a narrativa do Evangelho de Mateus, encontra-se com este leproso logo depois de pregar o sermão da Montanha, como ficou conhecido o discurso de Mateus 5 a 7. Jesus, a esta altura, já era um personagem importante e famoso, conhecido em toda a Galiléia (Mt 4.23-25). O local exato da montanha na qual ele pregou, infelizmente não pode ainda ser determinado. Isto só nos é relevante aqui porque o encontro com o leproso dá-se logo quando Jesus desce da montanha. Portanto, não sabemos onde se deu este encontro. A orientação que Jesus deu ao homem que fora curado de apresentar-se no templo de Jerusalém e oferecer a oferta que Moisés determinou tem um caráter religioso e social importante. Era o sacerdote quem deveria atestar a cura do homem e restaurar sua condição sociopolítica e religiosa na sociedade de Israel. Como leproso, o homem estava naturalmente excluído da vida social e impedido de entrar tanto em Jerusalém como também no Templo de Jerusalém. A condição sociocultural de uma pessoa leprosa era muito segregadora nos dias bíblicos. Por exemplo, um leproso não poderia viajar andando no meio da estrada, e ao se aproximar de outras pessoas deveria retirar-se para a margem da estrada e gritar: “- IMUNDO, IMUNDO...” Não podia também morar dentro das cidades (lembrando que as cidades eram muradas – ver 2Rs 7.3, 15.5), e eram impedidos de se casarem, exceto se entre leprosos e não poderiam jamais ter filhos. Não podiam trabalhar nem negociar, o que os levava a uma condição de miséria e mendicância deplorável, além de que as condições de higiene destas pessoas eram péssimas. E ainda era proibido às pessoas sãs tocar nos leprosos e também se aproximar deles. Tudo isto fazia com que a sociedade os considerasse como mortos. A longa lista de leis cultuais referentes à lepra está em Levítico 13 e 14. Ao curar o homem, Jesus não apenas o livra de uma enfermidade, mas acima de tudo o reintegra à vida social, política, econômica e religiosa de Israel. Esta cura representou muito mais que a cura da enfermidade, representou devolver a vida a alguém, que embora vivo, era considerado como morto. Este caso era um vivo morto que Jesus ressuscitou. A apoteose desta cura é muito impressionante, todos os detalhes são de uma riqueza estonteante. Vamos mergulhar neste drama, que é o drama da vida humana, a qual muitas vezes morre antes de dar o suspiro final. Quantos estão como aquele leproso, mortos nas drogas, nas profundezes do crime e da prostituição, mortos na depressão, na falta de perdão, afundados no amor ao dinheiro e na ganância, no orgulho do conhecimento científico, presos nas garras da filosofia e da ciência, vivos mortos sob muitos aspectos, pessoas que já morreram por dentro, mas ainda respiram por fora, as quais precisam da vida que só Jesus pode dar. TEXTO BÍBLICO: MATEUS 8.1-4 A cura de um leproso a (Mc 1.40-44; Lc 5.12-14) 1 Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, b tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. a 8.1—9.38 Esta seção narrativa, colocada entre dois sermões, contém dez milagres de Jesus e outros relatos. Mostra um importante aspecto da atividade de Jesus além do ensinamento: os seus atos. b b 8.2 Leproso: Que tem lepra, uma repugnante enfermidade da pele. A pessoa enferma era considerada ritualmente impura e, portanto, curá-la também significava limpá-la ou deixá-la ritualmente limpa. Qualquer que tocasse um leproso era considerado impuro (cf. Lv 5.3); mesmo assim, Jesus estendeu a mão e o tocou para curá-lo. ICTUS COMUNHÃO CRISTÃ Amor e Cuidado

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ESTUDO BÍBLICO DAS CÉLULAS

SÉRIE – GRANDES ENCONTROS COM JESUS Estudo 03: JESUS E O LEPROSO Texto Bíblico: Mateus 8.1-4 INTRODUÇÃO Jesus, de acordo com a narrativa do Evangelho de Mateus, encontra-se com este leproso logo depois de pregar o sermão da Montanha, como ficou conhecido o discurso de Mateus 5 a 7. Jesus, a esta altura, já era um personagem importante e famoso, conhecido em toda a Galiléia (Mt 4.23-25). O local exato da montanha na qual ele pregou, infelizmente não pode ainda ser determinado. Isto só nos é relevante aqui porque o encontro com o leproso dá-se logo quando Jesus desce da montanha. Portanto, não sabemos onde se deu este encontro. A orientação que Jesus deu ao homem que fora curado de apresentar-se no templo de Jerusalém e oferecer a oferta que Moisés determinou tem um caráter religioso e social importante. Era o sacerdote quem deveria atestar a cura do homem e restaurar sua condição sociopolítica e religiosa na sociedade de Israel. Como leproso, o homem estava naturalmente excluído da vida social e impedido de entrar tanto em Jerusalém como também no Templo de Jerusalém. A condição sociocultural de uma pessoa leprosa era muito segregadora nos dias bíblicos. Por exemplo, um leproso não poderia viajar andando no meio da estrada, e ao se aproximar de outras pessoas deveria retirar-se para a margem da estrada e gritar: “- IMUNDO, IMUNDO...” Não podia também morar dentro das cidades (lembrando que as cidades eram muradas – ver 2Rs 7.3, 15.5), e eram impedidos de se casarem, exceto se entre leprosos e não poderiam jamais ter filhos. Não podiam trabalhar nem negociar, o que os levava a uma condição de miséria e mendicância deplorável, além de que as condições de higiene destas pessoas eram péssimas. E ainda era proibido às pessoas sãs tocar nos leprosos e também se aproximar deles. Tudo isto fazia com que a sociedade os considerasse como mortos. A longa lista de leis cultuais referentes à lepra está em Levítico 13 e 14. Ao curar o homem, Jesus não apenas o livra de uma enfermidade, mas acima de tudo o reintegra à vida social, política, econômica e religiosa de Israel. Esta cura representou muito mais que a cura da enfermidade, representou devolver a vida a alguém, que embora vivo, era considerado como morto. Este caso era um vivo morto que Jesus ressuscitou. A apoteose desta cura é muito impressionante, todos os detalhes são de uma riqueza estonteante. Vamos mergulhar neste drama, que é o drama da vida humana, a qual muitas vezes morre antes de dar o suspiro final. Quantos estão como aquele leproso, mortos nas drogas, nas profundezes do crime e da prostituição, mortos na depressão, na falta de perdão, afundados no amor ao dinheiro e na ganância, no orgulho do conhecimento científico, presos nas garras da filosofia e da ciência, vivos mortos sob muitos aspectos, pessoas que já morreram por dentro, mas ainda respiram por fora, as quais precisam da vida que só Jesus pode dar. TEXTO BÍBLICO: MATEUS 8.1-4 A cura de um leproso a (Mc 1.40-44; Lc 5.12-14)

1 Ora, descendo ele do monte, grandes multidões o seguiram. 2 E eis que um leproso, b tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes

purificar-me.

a 8.1—9.38 Esta seção narrativa, colocada entre dois sermões, contém dez milagres de Jesus e outros relatos. Mostra um importante aspecto da atividade de Jesus além do ensinamento: os seus atos. b b 8.2 Leproso: Que tem lepra, uma repugnante enfermidade da pele. A pessoa enferma era considerada ritualmente impura e, portanto, curá-la também significava limpá-la ou deixá-la ritualmente limpa. Qualquer que tocasse um leproso era considerado impuro (cf. Lv 5.3); mesmo assim, Jesus estendeu a mão e o tocou para curá-lo.

ICTUSCOMUNHÃO CRISTÃ

Amor e Cuidado

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3 E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.

4 Disse-lhe, então, Jesus: Olha, não o digas a ninguém, c mas vai mostrar-te ao sacerdote e fazer a oferta que Moisés ordenou, d para servir de testemunho ao povo.

1º O LEPROSO VAI ATÉ JESUS • A hanseníase, uma enfermidade de pele, é a doença conhecida na Bíblia como lepra. Hoje

esta doença tem tratamento e cura, porém nos dias de Jesus não. Por ser contagiosa ao

toque, para evitar o contágio é necessário evitar o toque.

• Qual a condição social de um leproso nos dias de Jesus? Existia tratamento para a lepra nos dias de Jesus? Os leprosos podiam morar nas cidades? Onde geralmente moravam os leprosos1? Porque eles precisavam morar assim? Um leproso podia entrar em Jerusalém, ou em outras cidades? Como a sociedade de Israel considerava os leprosos? Um leproso podia ter filhos? Podia casar-se sob quais circunstâncias? Quais eram as condições gerais da vida de um leproso?

• O leproso poderia ter se aproximado de Jesus? Foi fácil para ele aproximar-se de Jesus? Como as outras pessoas entenderam a atitude daquele leproso de se aproximar de uma pessoa sã? Ele foi compreendido? Foi apoiado?

2º A ADORAÇÃO DO LEPROSO

• O leproso podia, considerando as leis cultuais de Israel, aproximar-se de pessoas não leprosas? Por que o leproso se aproximou de Jesus? Qual foi a adoração que o leproso prestou a Jesus? Para adorar é preciso ter música? Qual atitude melhor expressa adoração? Por que o leproso adorou Jesus? É necessário adorar Jesus antes de lhe pedir algo?

• Será que o leproso se prostrou em terra? Por que prostrar-se em terra ainda é uma das formas mais fortes de mostrar adoração? O que significa quando uma pessoa prostra-se perante outra?

• Como você expressa sua adoração a Deus? Você se julga um adorador? Quando você se aproxima de Deus, mesmo para pedir algo, como o leproso, você se lembra de adorar antes? Será que se alguém pedir algo a Deus sem adorá-lo antes, corre o risco de Deus não conceder o pedido?

3º A DÚVIDA DO LEPROSO

• O leproso diz: “-SENHOR, SE QUISERES...”; por que o leproso tem dúvidas se Jesus quer curá-lo? É normal esta dúvida que o leproso expressa ter? É legítima (ou seja, há razão) esta dúvida que o leproso tem? Esta dúvida é falta de fé? Ou ele tem fé de que Deus pode, mas não sabe se Deus quer fazer isto por ele?

• Quando você pede algo a Deus você também tem dúvida, algumas vezes, se Deus fará aquilo que você pediu? Você acha que Deus fará e dará tudo que você tem pedido e pedirá? É comum termos dúvida se Deus quer fazer isto que estamos pedindo a Ele? Você também tem dúvidas, algumas vezes, se Deus quer fazer algo que você acabou de pedir a Ele? Qualquer dúvida é sempre falta de fé?

c c 8.4 Cf. Mt 9.30; 12.16. Não o digas a ninguém: Sobre a proibição de falar abertamente dos milagres de Jesus, ver Mc 1.34, nota m. Mc 1.34 Jesus não permitia que os demônios falassem e, segundo 1.43-44, proibiu ao leproso de falar do milagre que lhe havia feito. Nos Evangelhos Sinóticos e especialmente em Mc, nota-se com freqüência que Jesus proibia que se referissem a ele abertamente como o Filho de Deus ou como o Cristo, ou Messias (cf., p. ex., Mc 1.44; 3.11-12; 5.43; 7.36; 8.30; 9.9). Jesus falou em particular aos seus discípulos que teria de padecer, sofrer a morte e ressuscitar (Mc 8.31; 9.31; 10.32-34). Apresentou-lhes assim um conceito da sua missão, que diferia da idéia popular judaica de um Messias conquistador e libertador no sentido político comum. Somente quando respondeu ao sumo sacerdote, pouco antes de ser crucificado, Jesus declarou-se publicamente como o Cristo (Mc 14.61-62). d d 8.4 A oferta que Moisés ordenou: Refere-se à purificação ritual (Lv 14.1-32). 1. Os leprosos geralmente moravam nas portas das cidades e também em vilas próprias só para leprosos. O rei Azarias morava numa casa no campo, depois que ficou leproso 2Rs 15.5.

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• Esta dúvida que o leproso tem diz respeito ao que Deus quer, não ao que Deus pode ou não

fazer, portanto poderia ser qualificada como uma dúvida quanto à vontade de Deus. Será que Deus quer nos abençoar? Será que tudo que pedimos, pensando que isto será bênção prá nós, realmente é bênção?

4º A CERTEZA DO LEPROSO

• Depois de dizer da sua dúvida o leproso expressa sua fé no poder de Jesus: “-PODES PURIFICAR-ME”, qual o fundamento da fé do homem no poder de curar de Jesus? O homem tem alguma dúvida de que Jesus podia curá-lo? Por que o homem confia no poder de Jesus?

• Você confia que Deus pode tudo, que ele é Onipotente? Tem alguma coisa que Deus não pode fazer por aqueles que clamam a Ele? Como podemos demonstrar nossa confiança em Deus?

5º A RESPOSTA DE JESUS

• Jesus dá a sua resposta em quatro dimensões: a) ele toca o homem; b) responde a dúvida

quanto à vontade de curar; c) efetua a cura, e d) manda o homem se apresentar ao

sacerdote para pagar a oferta e receber a constatação da cura.

• Por que Jesus tocou o homem? Era necessário tocar o homem? O que significou o toque de Jesus no leproso? O que as pessoas ao redor pensaram quando viram Jesus tocar um leproso? O que Jesus pensou ao tocar o leproso? O que o leproso sentiu quando Jesus o tocou? O toque de Jesus no leproso fez com que algo acontecesse que não aconteceria caso Jesus não o tivesse tocado? Que coisa seria esta? O que de especial havia no fato de Jesus tocar o leproso?

• Por que Jesus responde a dúvida do homem quanto à vontade de curar? Era necessário responder esta dúvida? Mudaria alguma coisa, caso Jesus não tivesse respondido a dúvida, e tivesse simplesmente curado o homem? Por que Jesus se preocupou em responder a dúvida do homem? Mudou alguma coisa Jesus dizer ao homem que queria curá-lo? Se mudou, o que mudou? Qual o efeito psicológico sobre o homem a resposta positiva de Jesus quanto à sua vontade de curar?

• Por que Jesus mandou o homem ir ao Templo para pagar a oferta e mostrar-se ao sacerdote? Isto não poderia parecer mera religiosidade? Jesus era e incentivava as outras a serem meros religiosos? Que sentido espiritual há nesta atitude de Jesus de enviar o homem para o Templo a fim de pagar a oferta e mostrar-se para o sacerdote? E que sentido espiritual há na própria atitude de ir ao Templo a fim de pagar a oferta e mostrar-se para o sacerdote? Por que era importante, pra Jesus, que o homem fizesse as coisas determinadas na Lei de Moisés (Lv 13 e 14)? Qual a importância disto para o homem? E para a sociedade? E para o Templo?

CONCLUSÃO

Este encontro é uma aula de sobrevivência, um apelo à existência humana, tão carente de sentido para a vida. Jesus não só curou o homem, mas devolveu a sua vida e o reintegrou à sociedade.

O homem quando se aproxima de Jesus quebra todas as barreiras sociais e religiosas, pois um leproso se afastava das pessoas, sua condição de leproso o impedia de se achegar. Quantos sentimentos de esperança estavam no coração daquele homem ao se aproximar de Jesus, além de uma confiança ingênua e quase cega na aceitação de Jesus. Aproximar-se de Jesus foi um ato corajoso e pretensioso. Na verdade, o leproso estava acostumado a afastar-se das pessoas, e também acostumado a ver as pessoas afastarem-se dele. Aproximar-se de Jesus e ver Jesus chegar ainda mais perto ao ponto de lhe tocar, foi algo grandioso.

O homem tinha àquela altura uma certeza: “-PODES ME CURAR”; e também uma dúvida: “-SE QUISERES”. Ele expressa sua dúvida, de forma tímida, com a toda a incerteza que um pedido em forma de indagação carrega. A sua certeza, embora profunda e inabalável, fruto de uma fé aferrada ao poder infinito de Deus, quase se dilui na pergunta condicional: “SE QUISERES”. Soa

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quase desumano o soluço de socorro, como um sussurro sem esperança de ser ouvido... contrastando tão frontal e brutalmente com sua coragem de aproximar-se de Jesus. Ele chega com toda a força perante Jesus e logo percebe que nada havia que reivindicar, mas só que clamar. Enquanto a fé no poder de curar é linda e empolgante, arrebatadora e encorajante, a dúvida é fria e desesperadora, e a sua presença mostra toda a angustia que ia no coração de um homem acostumado a ser desprezado, preterido e afastado de todos, acostumado a ter seus pedidos negados, a ser despedido vazio e a nunca lograr êxito em suas lutas. A dúvida mostra o efeito incontestável de anos e anos de desprezo, descaso, abandono e rejeição. Aquela dúvida mostra como a dor tem o poder de apagar a esperança de nossos olhos. Todo o poder de Jesus seria nada para ele, caso Jesus não quisesse curá-lo, esta é a conclusão mais dura a que se pode chegar.

O homem se inclina e adora. Embora o texto não diga que ele se inclinou, nos dias de Jesus, em Israel, a adoração incluía a atitude de se inclinar. Com o rosto em terra, sem coragem de erguer o olhar até Jesus, o homem clama pelo seu socorro e pede a cura. Ele não tem coragem de dirigir seu olhar a Jesus, e na verdade, esconde o rosto da multidão que descera a montanha acompanhando-O. A frase: “-SENHOR, SE QUISERES, PODES PURIFICAR-ME”, foi integralmente proferida de rosto baixo, junto à terra, quase levantando poeira com sua respiração, atitude típica ante a grandeza de Jesus e a condição de quase morte na qual o leproso estava chafurdado.

Inclinado como estava, o homem, antes de ouvir a voz, sente o tão improvável toque de Jesus. Ninguém tocava naquele homem, ninguém chagava perto dele, ninguém lhe dirigia palavras doces e amenas, ninguém se preocupava com ele. Foi movido pelo toque que aquele homem ergueu-se, quase sem acreditar no que estava acontecendo. O fato de Jesus, antes de determinar a cura, ter respondido a dúvida do homem, mostra que Jesus percebeu o quanto aquela dúvida o estava massacrando. Jesus olhou, não na plástica do quadro, mas no interior do coração daquele leproso, e viu que a dor havia roubado a esperança, e os anos de sofrimento quase lhe apagaram a fé. Por isso, Jesus toca o leproso, dirime sua dúvida e só então profere a sentença de cura: “-SÊ

CURADO”. A frase de Jesus impressiona: “-QUERO, SE CURADO”. Curado o homem e restaurado em seus sentimentos, Jesus o encaminha ao Templo de

Jerusalém, para que sua cura seja atestada e a oferta pela cura seja entregue, assim estaria concluída a reintegração deste homem à sociedade e a sua vida devolvida de novo.