Estrutura Gato Malhado Andorinha Sinha

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  • 8/14/2019 Estrutura Gato Malhado Andorinha Sinha

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    O Gato Malhado eO Gato Malhado e

    a Andorinhaa Andorinha SinhSinhTexto com caracterTexto com caractersticas de fsticas de fbula: personificabula: personificao deo de

    seres irracionais ou inanimados e moralizaseres irracionais ou inanimados e moralizaesesfrequentes.frequentes.

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    Esta obra no segue

    uma estrutura rgida. O prprio

    autor faz declaraes, quando

    altera a estrutura: "E aqui

    termina o captulo inicial evoltamos histria, l adiante,

    onde a deixmos por erro de

    estrutura ou por moderna

    sabedoria literria. A parte que

    se mantm o desenlace, como

    iremos ver.

    ESTRUTURA

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    A histria de amor do Gato Malhado e da Andorinha

    Sinh eu a escrevi em 1948, em Paris, onde ento residia com

    minha mulher e meu filho Joo Jorge, quando este completouum ano de idade, presente de aniversrio; para que um dia ele a

    lesse. Colocado junto aos pertences da criana, o texto se

    perdeu e somente em 1976, Joo, bulindo em velhos guardados,

    o reencontrou, dele tomando finalmente conhecimento.

    Nunca pensei em public-lo. Mas tendo sido dado a ler aCaryb por Joo Jorge, o mestre baiano, por gosto e amizade,

    sobre as pginas datilografadas desenhou as mais belas

    ilustraes, to belas que todos as desejam admirar. Diante do

    que, no tive mais condies para recusar-me publicao portantos reclamada: se o texto no paga a pena, em troca no tem

    preo que possa pagar as aquarelas de Caryb.

    O texto editado como o escrevi em Paris, h quase

    trinta anos. Se fosse bulir nele, teria de reestrutur-lo por

    completo, fazendo-o perder sua nica qualidade: a de ter sido

    escrito simplesmente pelo prazer de escrev-lo, sem nenhuma

    obrigao de pblico e de editor.

    Londres, agosto de 1976

    J.A.

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    Partes mais importantes do conto Um primeiro texto explica a origem da histria:

    - escreveu-a em Paris, em I 948;

    - presente do primeiro aniversrio do filho;

    - as belas ilustraes de Caryb, que a leu, decidem-no a public-la vinte

    e oito anos depois;

    - a propsito faz consideraes: "se o texto no paga a pena, as aquarelasno tm preo";

    - mantm o original de h quase trinta anos; tocar-lhe seria obrig-lo auma reestruturao contrria inteno que o originou: "escrev-losemnenhuma inteno de pblicoe de editor".

    Ests, pois, perante uma analepse.

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    Esta histria um presente para meu filho Joo Jorge, em seu primeiro

    aniversrio. Paris, 25 de novembro de 1948.

    Ao concordar, em agosto de 1976, com a publicao desta velha fbula,ao nome de meu filho Joo Jorge, a melhor pessoa que eu conheo, quero

    acrescentar nesta pgina de dedicatria os de meu afilhado Nicolas Bay, dito Nikili

    e Niki, to belo quanto inteligente, e os dos meus netos Bruno, Mariana, Maria

    Joo Pinquio Leo e Ceclia, que no a podem ainda ler e por isso mesmo; comono a podia ler Joo quando eu a escrevi. Os nomes dos netos e o nome da av,

    dona Zlia, que sempre obtm o que quer quando assim decide.

    Quero dedic-la ademais a algum que no conheo pessoalmente;

    imagino seja homem e no mulher mas em verdade no sei. Trata-se de leitor queh muitos anos, talvez uns vinte, me envia a cada dois ou trs meses,

    regularmente, lbuns de recortes sobre as mais diferentes matrias, tudo quanto

    lhe parea de interesse a meu ofcio de romancista. Assina-se com diversos

    nomes e se atribui variadas profisses; um de seus mltiplos pseudnimos

    Jarbas Carvalhal, do cl dos Carvalhal. Alm de mim, conquistou ele outros

    admiradores: Mirabeau Sampaio seu f incondicional e quanto a Joo Jorge,

    desde menino devora os grossos lbuns de recortes. Dedicando este livro,

    iluminado por Caryb, ao amigo numeroso e annimo, quero nele simbolizar meus

    leitores brasileiros e estrangeiros, de tantos pases e idiomas, agradecendo-lhes afiel estima, honra e orgulho de minha vida de escritor. Londres, agosto de 1976.

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    Partes mais importantes do conto (cont.) Segue-se uma dedicatria:

    - ao filho;

    - aos familiares;

    - a Um leitor desconhecido com diversos nomes e profisses - amigo

    numerosoe annimo;

    - aos leitores brasileiros e estrangeiros.

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    Aparece, depois, uma trova (e filosofia) de Estvo da Escuna, poetapopular. Se classificarmos a obra de fbula, observa o sentido moral da

    trova. Corresponder, pois, a uma lio de moral.

    Partes mais importantes do conto (cont.)

    O mundo sO mundo s vai prestarvai prestar

    Para nele se viverPara nele se viver

    No dia que a gente verNo dia que a gente ver

    Um gato malts casarUm gato malts casar

    Com uma alegre andorinhaCom uma alegre andorinha

    Saindo os dois a voarSaindo os dois a voar

    O noivo e sua noivinhaO noivo e sua noivinha

    Dom Gato e dona Andorinha.Dom Gato e dona Andorinha.

    (Trova e filosofia de Estvo da Escuna,

    poeta popular estabelecido no Mercado das Sete Portas,

    na Bahia.)

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    Era uma vez antigamente, mas muito

    antigamente, nas profundas do passado quando os

    bichos falavam, os cachorros eram amarrados com

    lingia, alfaiates casavam com princesas e as

    crianas chegavam no bico das cegonhas. Hoje

    meninos e meninas j nascem sabendo tudo,

    aprendem no ventre materno, onde se fazem

    psicoanalisar para escolher cada qual o complexo

    preferido, a angstia, a solido, a violncia.

    Aconteceu naquele ento uma histria de amor.

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    TE M PO

    NO PASSADO- os bichos falavam;

    - os cachorros eram amarrados com linguia;

    NO PRESENTE

    - os alfaiates casavam-se com princesas;

    - as crianas chegavam no bico das cegonhas.

    O tempo PASSADO justifica a histriade amor.

    - crianas j nascem

    sabendo tudo

    - no ventre das mesescolhem a angstia, asolido, a violncia.

    AA