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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA ILO ODILON VILLA DIAS ESTRESSE PERCEBIDO, QUANTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES SALIVARES, PLASMÁTICOS E FATORES BIOLÓGICOS EM POLICIAIS MILITARES Piracicaba 2017

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

ILO ODILON VILLA DIAS

ESTRESSE PERCEBIDO, QUANTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES

SALIVARES, PLASMÁTICOS E FATORES BIOLÓGICOS EM

POLICIAIS MILITARES

Piracicaba

2017

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ILO ODILON VILLA DIAS

ESTRESSE PERCEBIDO, QUANTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES

SALIVARES, PLASMÁTICOS E FATORES BIOLÓGICOS EM

POLICIAIS MILITARES

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutor em Odontologia, Área de Concentração em Fisiologia Oral.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Beatriz Duarte Gavião

Co-orientadora: Profa. Dra. Paula Midori Castelo Ferrua

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELO ALUNO ILO ODILON VILLA DIAS E ORIENTADA PELA PROFª. DRª. MARIA BEATRIZ DUARTE GAVIÃO.

Piracicaba

2017

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DEDICATÓRIA

“A Deus, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (Allan

Kardec – Livro dos Espíritos).

“Aos meus pais, Ilo e Odair, pela oportunidade e aos irmãos Luis e

Rosana, pela convivência”.

“À minha esposa Rosane, companheira nesta jornada evolutiva e a Luísa

e Júlia, que me escolheram como pai”.

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AGRADECIMENTOS

Ao Magnífico Reitor da Universidade Estadual de Campinas, Prof. Dr.

José Tadeu Jorge.

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do seu Diretor,

Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques.

Ao Magnífico Reitor da Universidade Comunitária da Região de Chapecó-

UNOCHAPECÓ, Prof. Dr. Cláudio Alcides Jacoski.

À Profa. Dra. Cinthia Pereira Machado Tabchoury, Coordenadora dos

Programas de Pós-Graduação da FOP/UNICAMP.

Ao Prof. Dr. Marcelo de Castro Meneghin, Coordenador do Programa de

Pós-Graduação em Odontologia da FOP/UNICAMP.

Ao Prof. Dr. Altamir Trevisan Dutra, Diretor da Área de Ciências da

Saúde da UNOCHAPECÓ.

À Profa. Dra. Maria Beatriz Duarte Gavião, que me aceitou como seu

orientado neste desafio e tornou possível o desenvolvimento desta tese. Sua

inteligência, organização, capacidade de trabalho e bondade ficam como um grande

exemplo.

À Profa. Dra. Paula Midori Castelo Ferrua, co-orientadora, por sua

inestimável ajuda.

Ao então comandante do 2º BPM/SC, Cel. PM Osvaldir Kassburg, que

autorizou a pesquisa no Batalhão de Policia Militar.

À UNOCHAPECÓ por conceder os recursos para a execução deste

trabalho.

À todos os participantes do 2º BPM/SC, que concordaram, participaram e

viabilizaram pesquisa.

Às colegas Diana Zem, Lemem Cúnico e Mircéia Maziero Reck.

Ao colega Carlos Alberto Merisio e ao Laboratório Merisio de Análises

Clínicas.

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para realização deste

trabalho.

Muito obrigado!

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar o estresse percebido, quantificar biomarcadores salivares, sanguíneos e fatores biológicos em Policiais Militares. A amostra foi constituída de 44 Policiais Militares do 2º Batalhão da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina (2º BPM/SC), do sexo masculino, de 22 a 52 anos de idade, baseados na cidade de Chapecó/SC. A amostra foi categorizada de acordo com o posto hierárquico em soldados (n = 28) e graduados (n = 16). Foi aplicada a Escala de Estresse Percebido (PSS-10). Os biomarcadores salivares quantificados foram o cortisol, alfa amilase, proteína C reativa (PCR) e glicose. Para a quantificação do cortisol, coletou-se em domicílio a saliva ao despertar e 30 minutos após. A glicose e a PCR salivar foram quantificadas na mesma amostra coletada ao despertar. Para a alfa amilase foi coletada uma terceira amostra de saliva nas dependências do 2º BPM. Logo após esta, foi aferida a pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC). Na ficha de identificação o participante informou a idade, o tempo na PM e escolaridade. O peso e altura foram informados e com estes determinado o Índice de Massa Corporal (IMC). Foi então coletado sangue venoso em jejum, e neste foram analisados o hemograma, a glicemia, o colesterol total, Lipoproteína de Alta Densidade-Colesterol (HDL-C) e a PCR. Os dados foram analisados pela estatística descritiva, correlação de Pearson, Spearman e Qui-quadrado. Para comparação das variáveis contínuas entre os dois postos hierárquicos foram aplicados o teste t independente ou Mann-Whitney, de acordo com a distribuição dos dados, considerando-se o nível de significância de 0,05. O número de soldados foi proporcionalmente igual a categoria de graduados (χ2, P>0,05), sendo que esses apresentaram tempo na função significativamente menor (P<0,05). O grau de escolaridade variou do ensino médio completo à pós-graduação, com proporção significativamente maior para o ensino superior completo e pós-graduação (χ2, P<0,001). Os escores na PSS-10 não diferiram entre os postos hierárquicos; 27,3% dos participantes apresentaram percepção elevada do estresse e 43,2% percepção moderada. Entre os biomarcadores salivares analisados, a alfa amilase, o cortisol e PCR não apresentaram diferença significativa entre os postos hierárquicos, entretanto os valores da glicose foram significativamente maiores para os graduados em relação aos soldados (P<0,05). As variáveis sanguíneas, IMC, PA e FC não apresentaram diferença significativa entre os postos hierárquicos. Quarenta e cinco porcento, 50%, 41%, 55%, 16%, 84% e 11,3% dos participantes apresentaram alterações no IMC, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), HDL-C, Colesterol, PCR e cortisol, respectivamente; e 45% com pontuação na PSS-10 acima do valor de referência em todos os postos hierárquicos. Concluiu-se que 27,3% dos participantes tiveram alta percepção de estresse; os biomarcadores salivares atingiram valores dentro da normalidade. Houve correlações significativas entre a idade dos policiais com tempo na PM, colesterol com IMC e com PA, IMC com PCR e com PA diastólica e PA diastólica com PA sistólica. A alta frequência na amostra de sobrepeso/obesidade, hipertensão arterial e valores baixos de HDL-C e altos da PCR se mostra relevante. Portanto, tais achados devem ser considerados para que medidas preventivas e intervencionistas sejam instituídas.

Palavras-chave: Biomarcadores. Estresse psicológico. Saliva.

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ABSTRACT

This study aimed to evaluate perceived stress, quantify salivary biomarkers, blood and biological factors in Military Police. The sample consisted of 44 Military Police Officers of the 20th Battalion of the Military Police of the State of Santa Catarina (2º BPM/SC), male, from 22 to 52 years of age, based in the city of Chapecó/SC. The sample was categorized according to the hierarchical rank in soldiers (n = 28) and graduates (n = 16). The Perceived Stress Scale (PSS-10) was applied. The quantified salivary biomarkers were cortisol, alpha amylase, C-reactive protein (CRP) and glucose. For the quantification of cortisol, the saliva was collected at home upon awakening and 30 minutes later. Glucose and salivary PCR were quantified in the same sample collected upon awakening. For the alpha amylase a third sample of saliva was collected in the 2º BPM units. Soon after, blood pressure (BP) and heart rate (HR) were measured. In the identification form the participant informed the age, the time in the PM and schooling. The weight and height were informed and with these determined the Body Mass Index (BMI). Hemoglobin, blood glucose, total cholesterol, high-density lipoprotein cholesterol (HDL-C), and CRP were analyzed in this study. Data were analyzed by descriptive statistics, Pearson, Spearman and Chi-square correlation. For the comparison of the continuous variables between the two hierarchical stations, the independent t-test or Mann-Whitney test was applied according to the distribution of the data, considering the level of significance of 0,05. The number of soldiers was proportionally equal to the category of graduates (χ2, P>0,05), which presented time in the significantly lower function (P<0,05). The level of education ranged from full secondary to postgraduate, with a significantly higher proportion for full and post-graduate higher education (χ2, P<0.001). The scores in the PSS-10 did not differ among the hierarchical posts; 27,3% of the participants presented high stress perception and 43,2% moderate perception. Among the salivary biomarkers analyzed, alpha amylase, cortisol and CRP did not present a significant difference between the hierarchical ranks, however the glucose values were significantly higher for the graduates than the soldiers (P<0.05). The blood variables, BMI, PA and HR did not present a significant difference between the hierarchical posts. Forty-five percent, 50%, 41%, 55%, 16%, 84% and 11,3% of the participants presented changes in BMI, systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP), HDL-C, CRP and cortisol, respectively; and 45% with a score in PSS-10 above the reference value in all hierarchical posts. It was concluded that 27,3% of the participants had a high perception of stress; the salivary biomarkers reached values within the normal range. There were significant correlations between the age of the police with time in PM, cholesterol with BMI and BP, BMI with CRP and with diastolic BP and systolic BP with diastolic BP. The high frequency in the sample of overweight/obesity, arterial hypertension and low values of HDL-C and high levels of CRP is relevant. Therefore, such findings should be considered for preventive and interventional measures to be instituted.

Key Words: Biomarkers.Psychological stress. Saliva.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Parâmetros biológicos analisados 29 Figura 1 - Fluxograma referente aos tempos da pesquisa

30

Tabela 1 - Características sociodemográficas da amostra

32

Tabela 2 - Distribuição dos escores da PSS-10 e das categorias do estresse percebido de acordo com os grupos

33 Tabela 3 - Dados descritivos dos biomarcadores salivares de acordo com os grupos

34 Tabela 4 - Dados descritivos das variáveis plasmáticas e biológicas de acordo com os grupos

35 Tabela 5 - Correlações significativas entre as variáveis do estudo (n = 44)

36

Tabela 6 - Distribuição da amostra de acordo com alterações nos valores de referência (n = 44)

36

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 12

2 REVISÃO DA LITERATURA

14

3 PROPOSIÇÃO

22

4 MATERIAL E MÉTODOS

23

4.1 Considerações éticas da pesquisa 23

4.2 Local da pesquisa 23

4.3 Delineamento do estudo 23

4.4 Amostra 24

4.5 Avaliação do estresse percebido 25

4.6 Saliva: coleta, processamento e análise das variáveis cortisol, alfa

amilase, glicose e PCR

25

4.6.1 Determinação do cortisol salivar 27

4.6.2 Determinação da atividade do biomarcador alfa amilase salivar

(AAS)

27

4.6.3 Determinação da glicose e PCR salivar 28

4.7 Coleta e processamento de sangue 28

4.8 Pressão arterial (PA) sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e frequência

cardíaca (FC)

29

4.9 Análise estatística 30

5 RESULTADOS

32

6 DISCUSSÃO

37

7 CONCLUSÃO

43

REFERÊNCIAS

44

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APÊNDICES

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Apêndice 1 – Ficha de identificação 56

Apêndice 2 – Resultado da precisão do ensaio do cortisol 57

Apêndice 3 – Respostas a Escala de Estresse Percebido – PSS-10 (n = 44) 58

Apêndice 4 – Dados descritivos das duas coletas de saliva (n = 25) 60

Apêndice 5 – Resultados dos parâmetros hematológicos (n = 44) 61

Apêndice 6 – Matriz de correlações 62

ANEXOS 64

Anexo 1 – Certificado CEP 65

Anexo 2 – Escala de Estresse Percebido-10 (PPS-10) 66

Anexo 3 – Contrato de Prestação de Serviço com Laboratório Merisio 67

Anexo 4 – Valores de referência do cortisol em homens por faixa etária em

coleta matutina

69

Anexo 5 – Índice de Massa Corporal (IMC) 70

Anexo 6 – Parâmetros sanguíneos – valores de referência 71

Anexo 7 – Pressão arterial (sistólica e diastólica) – valores de referência 72

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1 INTRODUÇÃO

Fatores estressores ocupacionais podem aumentar o risco de

desenvolvimento de doenças (Wolkow et al., 2015), com resultados adversos para a

saúde, tais como depressão, doenças metabólicas e cardíacas, hipertensão,

obesidade, câncer, entre outros (Wirth et al., 2011). Especificamente em policiais

militares, o estresse tem sido atribuído à natureza das atividades, à sobrecarga de

trabalho e às relações internas à corporação, cuja organização se fundamenta em

hierarquia, disciplina (Souza et al., 2012), repartição das atividades e comando

(Pinto et al., 2013). O trabalho por turnos é um estressor importante na rotina da

polícia (Fekedulegn et al., 2012; Whirt et al., 2013; Charles et al., 2016), além das

exigências físicas (Wolkow et al., 2015) e prontidão constante (Passos et al., 2012;

Wolkow et al., 2015).

Descrito por “Hans Selye” (Tanno e Marcondes, 2002), o estresse é

definido como uma reação fisiológica e psicológica que mobiliza o organismo para

defesa contra ameaças (Furlan et al., 2012). Embora, não seja em si uma doença, é

uma fonte potencialmente causadora de distúrbios (Couto et al., 2007). Caracteriza-

se como uma epidemia na saúde pública gerando custos (Kring et al., 2010; Ulhoa,

2011; Beil e Hanes, 2013; Silvennoinen et al., 2015), sendo crescente o número de

estudos que documentam maior incidência de doenças em ambientes ocupacionais

inseguros e muito competitivos (Couto et al., 2007).

A resposta fisiológica ao estresse tem o hipotálamo como agente central

(Lipp, 2010; Bellani, 2013; Rajita e Jastreboff, 2013). Essas respostas envolvem a

ativação do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenocortical (HPA), com secreção do

cortisol; hormônio esteróide, lipossolúvel, produzido pela zona fasciculada do córtex

adrenal para regular o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas; sendo

este considerado um indicador da atividade do eixo HPA (Kobayashi et al., 2012) e o

mais pesquisado entre os biomarcadores de estresse (Shirtcliff et al., 2015). Outro

mecanismo de resposta ao estresse é a ativação do sistema nervoso autônomo

(SNA) (Spinrad et al., 2009; Furlan et al., 2012) e a consequente secreção da

enzima alfa amilase na saliva (AAS) (Huijbregts et al., 2011), enzima esta

considerada como marcador substituto de resposta das catecolaminas ao estresse

(Fortunato et al., 2008).

O estresse pode provocar, entre outros, risco para doenças

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cardiovasculares (DCV) (O’Donovan et al., 2012), aumento da pressão arterial (PA)

(Silvennoinen et al., 2015), produção de proteínas de fase aguda, dislipidemias e

hiperglicemia (Lang e Borgwardt, 2013) e acúmulo de lipídeos sanguíneos no leito

arterial (Slopen et al., 2013). Pesquisas que avaliam o estresse de forma objetiva

têm tipicamente focado na ativação individual de sistemas, quer o eixo HPA ou o

ramo simpático do SNA (Laurent et al., 2013), entretanto, para analisar de forma

mais adequada os marcadores psicobiológicos de reatividade ao estresse, é

importante utilizar múltiplas medidas dos processos biológicos a ele relacionados,

sugerindo-se uma abordagem multissistêmica ao estudo de processos biológicos

(Spinrad et al., 2009).

Há, na literatura, estudos sobre estresse em policiais, alguns com

abordagens comportamentais e outros analisando variáveis fisiológicas, entretanto,

a unificação das duas abordagens não é comum. Neste contexto, o objetivo do

presente estudo foi avaliar o estresse percebido, quantificar biomarcadores

salivares, plasmáticos e fatores biológicos em policiais militares do 2º Batalhão da

Polícia Militar de Chapecó/SC.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

A conceituação de estresse tem a sua origem em inúmeros ramos da

ciência (Reis, 2005), sendo descrito por Hans Selye, em 1936, como a “Síndrome

Geral da Adaptação” (Marty et al., 2005; Reis, 2005). Esse conceito representava

uma reação geral e inespecífica a estímulos aversivos ou a situações

desconhecidas, cuja finalidade seria a manutenção da homeostasia e adaptação do

organismo à nova condição (Tanno e Marcondes, 2002). Em curto prazo, a resposta

ao estresse parece ser benéfica, mas em longo prazo, pode apresentar

consequências deletérias (Ulhoa, 2011). Pode ser potencial fonte causadora de

distúrbios, tais como nervosismo, irritabilidade fácil, ímpetos de raiva, dores

musculares, cefaléia, alterações do sono, fadiga, palpitações, ansiedade, angústia,

depressão e indisposição gástrica (Couto et al., 2007).

Exposição a estressores psicológicos traumáticos, envolvendo ameaça à

vida ou integridade física, aumentam o risco para transtornos psiquiátricos, bem

como para DCV (O’Donovan et al., 2012). Diversos estudos observaram a relação

entre o estresse e o aumento da PA (Nobrega et al., 2007; Kring et al., 2010; Gao et

al., 2013; Silvennoinen et al., 2015), úlcera péptica, diabetes, alergias, infecções

(Marty et al., 2005), imunossupressão (Taylor et al., 2009; Jarenka et al., 2013),

produção elevada de citocinas e proteínas de fase aguda como a Proteína C Reativa

(PCR), desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM) com Diabete Mellitus tipo 2

(DM2), perda óssea e dislipidemias (Sharowski, 2010; Lang e Borgwardt, 2013).

Em adultos, o estresse tem sido associado ao desenvolvimento de

gordura central, com o metabolismo de carboidratos desregulado e acúmulo de

lipídeos sanguíneos no leito arterial (Slopen et al., 2013). É considerado estimulador

da gliconeogênese com a mobilização de aminoácidos, lipólise (Whirledge e

Cidlowski, 2010; Rajita e Jastreboff, 2013; Silvennoinen et al., 2015) e também pode

inibir a reprodução (Whirledge e Cidlowski, 2010). Pode ainda, contribuir com o

envelhecimento (Gao et al., 2013), afetar a memória (Nater et al., 2006; Payne et al.,

2007) e aumentar à suscetibilidade ao câncer (Dhabhar, 2009).

Para manter a homeostasia frente a condições adversas do ambiente, o

organismo lança mão de respostas fisiológicas rápidas, que são realizadas por

vários circuitos neurais interconectados (Bellani, 2013), tendo o hipotálamo como

agente central, regulando o sistema endócrino e o SNA em respostas a agentes

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estressores (Lipp, 2010; Bellani, 2013; Rajita e Jastreboff, 2013). Respostas

especializadas de diferentes sistemas permitem refinada e calibrada gestão do

estresse, mas dependente da coordenação bem ajustada entre eles (Nater e

Rohleder, 2009). Essas respostas envolvem pelo menos, dois componentes

principais. O primeiro refere-se à ativação do eixo HPA e a secreção de

glicocorticóides (por exemplo, cortisol) para a corrente sanguínea. O segundo

envolve a ativação do SNA e a liberação de catecolaminas (por exemplo,

noradrenalina) no sangue (Spinrad et al., 2009; Furlan et al., 2012) e a secreção da

enzima AAS na saliva (Huijbregts et al., 2011). Ambos os componentes destas vias

de estresse também podem influenciar as citocinas inflamatórias e a imunidade

(Rajita e Jastreboff, 2013), embora existam diferenças importantes entre os dois

sistemas (Rudolph et al., 2011).

Comparado com o sistema nervoso simpático (SNS), o eixo HPA tem

mais conexões recíprocas com as estruturas corticais envolvidas no controle

emocional, cognitivo e memória, tais como o córtex e o hipocampo orbitofrontais: em

seres humanos, a atividade é representada por alterações no hormônio cortisol

(Spinrad et al., 2009; Huijbregts et al., 2011; Rudolph et al., 2011; Castelo et al.,

2012; Laurent et al., 2013; Wang et al., 2014; Shirtcliff et al., 2015). Nas últimas

décadas, medir a resposta do cortisol ao despertar, tornou-se um método bastante

confiável para avaliar a resposta do eixo HPA em indivíduos saudáveis e também

em indivíduos submetidos ao estresse (Ulhoa, 2011); também é um indicador eficaz

da carga alostática que é uma consequência do efeito cumulativo do estresse sobre

as funções fisiológicas (Kobayashi et al., 2012).

Os níveis circulantes de cortisol são rigidamente regulados e oscilam

naturalmente em um ciclo circadiano (Nader et al., 2010), atingindo o pico

aproximadamente 20 a 40 minutos após o despertar (Huijbregts et al., 2011; Wang

et al., 2014; Shirtcliff et al., 2015). Sob condições normais, o aumento varia entre 50

a 75% durante os primeiros 30 minutos após o despertar (Aguilar Cordero et al.,

2014), seguido por declínio acentuado e gradual ao longo do dia, atingindo o mínimo

à noite (Wang et al., 2014). Esse ritmo circadiano pode ser influenciado pela

regeneração a partir da cortisona, principalmente no fígado e no tecido adiposo pela

ação da enzima 11β-hidroxiesteróide desidrogenase tipo 1 (11β-HSD1) (Del Corral

et al., 2016).

A resposta do cortisol ao despertar (CAR – Cortisol Awakening Response)

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é definida como a alteração ou diferença dos níveis de cortisol ao despertar e aos 30

minutos após (Inslicht et al., 2011). O papel e a importância da CAR não são

totalmente compreendidos e a literatura tem sugerido associações com o estresse,

com doenças e com distúrbios psicológicos (Castelo et al., 2012; Wilcox et al.,

2014).

A concentração de cortisol na saliva reflete o livre no sangue, correlação

já tendo sido demonstrada em diversos estudos (Lippi et al., 2009), pois passa

através das células acinares para entrar na saliva por difusão passiva (Shirtcliff et

al., 2015); desta forma, a concentração de cortisol salivar é diretamente proporcional

ao cortisol livre no soro (Kobayashi et al., 2012). Numerosos estudos têm relatado

correlações entre o cortisol plasmático e o salivar e, como resultado, o cortisol

salivar é aceito como substituto do cortisol plasmático (Del Corral et al., 2016),

oferecendo assim uma medida não invasiva da atividade HPA (Nater e Rohleder,

2009).

Alterações no ritmo circadiano do eixo HPA tem implicações no

desenvolvimento de doenças (Nader et al., 2010) e o cortisol produzido em resposta

ao estresse tem uma série de efeitos fisiológicos, tais como ação sobre o SNC,

regulação do metabolismo da glicose e lipídeos, função cardiovascular e imunidade

(McEwen e Kalia, 2010).

Já a enzima AAS, é um dos principais componentes protéicos da saliva,

sendo a digestão enzimática de carboidratos a principal função; é também

importante para a imunidade da mucosa oral, uma vez que inibe a adesão e

crescimento de bactérias (Nater e Rohleder, 2009) prevenindo a cárie e outras

infecções (Mojarad, 2013). É uma enzima secretada na face oral da mucosa a partir

das glândulas salivares (Granger et al., 2007) em resposta a ativação simpática

(Nater e Rohleder, 2009), estando relacionada com o estresse (Nater et al., 2006;

Rohleder e Nater, 2009; Strahler et al., 2010). Tem sido considerada como marcador

substituto de resposta das catecolaminas ao estresse (Fortunato et al., 2008), mas

distinta do cortisol (Payne et al., 2007). Os níveis da AAS podem ser afetados pelo

tabagismo, ingestão de cafeína, consumo de alimentos e exercício físico (Rohleder e

Nater, 2009). As concentrações estão sujeitas a fortes variações diurnas, com níveis

mais baixos após o despertar e níveis mais elevados no final da noite (Nater et al.,

2007; Rohleder e Nater, 2009).

Há evidências de relação entre níveis dessa enzima e estresse, com

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correlação significativa entre AAS, adrenalina e noradrenalina após exercícios físicos

(Strahler et al., 2010). Vários estudos suportam a ideia da enzima como um

biomarcador para a atividade do SNA (Nater e Rohleder, 2009; Strahler et al., 2010),

porém, a atividade é mais baixa no estresse crônico (DeCaro, 2008; Wolf et al.,

2008). Estudos sugerem que as concentrações de norepinefrina no plasma

associados com a resposta do SNA ao estresse podem ser estimadas pela

concentração da AAS (Fortunato et al., 2008). Portanto, a estratégia de medir a

atividade do SNS via AAS tem se tornado possível e, assim, a AAS pode servir

como medida não invasiva da atividade adrenérgica em seres humanos (Spinrad et

al., 2009; Nater e Rohleder, 2009; Furlan et al., 2012).

Por sua vez, a PA é a força exercida pelo sangue contra as paredes

arteriais, sendo determinada pelo débito cardíaco e pela resistência ao fluxo

sanguíneo (Guyton e Hall, 2011). Medida em milímetros de mercúrio (mmHg),

apresenta valores de referência que podem sofrer alterações por: obesidade,

arritmias cardíacas, artérias muito rígidas em idosos, uso de drogas vasodilatadoras,

betabloqueadores e inibidores adrenérgicos, uso de estimulantes, tensão

relacionada à medida, e exercício físico ou alimentação recente, entre outros (SBH,

2010). Já a frequência cardíaca (FC), medida em batimentos por minuto (bpm), é a

quantidade de vezes que o coração bate por minuto e é considerada normal em um

adulto sedentário entre 70 a 80 bpm e em atletas ou idosos é de 50 a 60 bpm. Tanto

a PA quanto a FC podem variar com a idade, atividade física, dislipidemias ou a

presença de doenças cardíacas (Barbosa e Silva, 2013), estando as dislipidemias

intrinsecamente relacionadas com as doenças cardiovasculares em todas as

populações.

Estudos descrevem dislipidemias em soldados (Maia et al., 2008) sendo

também observada em situações de rotina (Barbosa e Silva, 2013). A dislipidemia é

a condição na qual há concentrações anormais de lipídios ou lipoproteínas no

sangue, tratando-se de um fator de risco importante para o desenvolvimento de

complicações da aterosclerose. Em diferentes populações, estão bem estabelecidas

as correlações entre o risco para Doença Arterial Coronária (DAC) e concentrações

séricas elevadas de colesterol total, assim como concentrações reduzidas da

lipoproteína de alta densidade–colesterol (HDL-C) (Alves e Marques, 2009).

Observa-se aumento do colesterol associado ao estresse e, sugere-se

que os níveis de colesterol possam ser utilizados como um marcador deste (Ulhoa,

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2011). Já a alteração do metabolismo da insulina pode estar associada à

estimulação do eixo HPA, levando ao aumento do cortisol e da glicemia. Por outro

lado, a principal resposta metabólica ao excesso de cortisol é a resistência à

insulina, importante fator da Síndrome Metabólica (Sharowski, 2010; Lang e

Borgwardt, 2013; Matheus et al., 2013). A transferência de colesterol ao fígado é

considerada um dos principais mecanismos cardioprotetores mediados pela HDL-C

(Silvennoinen et al., 2015), o que torna significante estudar o efeito do estresse

sobre o metabolismo lipídico (Kring et al., 2010; Gao et al., 2013).

Processos inflamatórios determinam a síntese de vários mediadores. A

PCR é uma das proteínas da fase aguda da inflamação, sintetizada pelo fígado em

resposta às citocinas (Interleucina 6) e desde a década de 1930 começou a ser

empregada no diagnóstico de processos osteoarticulares, sendo também

empregada no diagnóstico de necrose aguda, infecções bacterianas e processos

inflamatórios (Lima et al., 2002). Numerosos estudos têm proporcionado evidências

de que a PCR desempenha um papel patogênico direto na doença arterial, uma vez

que: ativa o sistema complemento; aumenta a destruição das células endoteliais

mediada pelos linfócitos T; induz a expressão de moléculas de adesão e inibe a

angiogênese. Já, em níveis elevados é previsora de eventos cardiovasculares,

mesmo em pessoas sem história de DCV; também reflete a SM e pode prever o

desenvolvimento de DM2 e doença arterial periférica (Shishehbor et al., 2003).

A estabilidade da medida da PCR de alta sensibilidade/ultrassensível

(PCRas/us) em indivíduos sadios é comparada à estabilidade do colesterol total,

padrão de medida mundialmente aceito para estratificação de risco de DAC. A

correlação com o índice de colesterol total/HDL-C, tem demonstrado ser uma

importante ferramenta na quantificação do risco relativo para prevenção primária da

DAC (Lima et al., 2002). Acredita-se que a PCR deve ser medida em conjunto com o

colesterol e os resultados utilizados para ajudar clínicos na estratificação de risco,

uma vez que o nível de PCR elevado fornece mais valor prognóstico de risco

cardíaco do que fatores tradicionais (Shishehbor et al., 2003). Esse risco cardíaco

está relacionado a elevação da PA em virtude do estresse laboral (Couto et al.,

2007).

O estresse ocupacional é um dos principais problemas de saúde entre os

policiais (Bezerra et al., 2013; Walvekar et al., 2015), sendo resultado da interação

entre as características do trabalhador e do ambiente de trabalho (Reis, 2005).

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Devido à natureza da atividade que desempenham, sobrecarga de trabalho e pelas

relações internas à corporação, cuja organização se fundamenta em hierarquia e

disciplina (Souza et al., 2012), repartição das atividades e comando (Pinto et al.,

2013), repetidamente expostos a incidentes críticos (Maia et al., 2011), enfrentando

situações de risco pessoais e coletivos (um conceito estruturante da própria

profissão) (Minayo et al., 2011), entre estes o risco de morte (Bezerra et al., 2013;

Maia et al., 2015). Configuram uma das profissões mais expostas ao perigo e à

agressão, uma vez que intervêm, quase sempre, em situações cotidianas de conflito

e tensão (Bezerra et al., 2013) e incidentes traumáticos (Walvekar et al., 2015).

Ainda as relações tensas e conflituosas com a população atendida, bem como com

o judiciário, sensação de medo por si e por sua família, são fontes de estresse

(Souza et al., 2012).

Esses e outros fatores estressores ocupacionais, podem aumentar o risco

de desenvolvimento de doenças, quando comparada a outras profissões (Wolkow et

al., 2015; Maia et al., 2015), fazendo com que sofram desproporcionalmente com

resultados adversos para a saúde, incluindo a interrupção do sono, estresse

psicológico, depressão, suicídio, doenças metabólicas e cardíacas, hipertensão,

obesidade e câncer, em comparação com a população em geral (Whirth et al.,

2011).

O estresse psicológico é medido por meio de escalas de avaliação

subjetivas (Beil e Hanes, 2013). A avaliação da medida global de estresse percebido

pode ser feita pela Escala de Estresse Percebido (PSS), instrumento validado e

utilizado em vários estudos (Danese et al., 2007; Hepgul et al., 2012; Beil e Hanes,

2013; Nasser et al., 2014; Walvekar et al., 2015). Esta escala foi criada por Cohen et

al. (1983) e validada para o Português Brasileiro por Reis et al. (2010), na versão

com 10 perguntas (PSS-10). À PSS-10 consiste de 10 questões as quais possuem a

descrição quanto à frequência da ocorrência dos sentimentos e pensamentos

relacionados a eventos e situações cotidianas ocorridas no mês anterior. Os itens

são somados, com pontuação variando de 0 a 40, sendo que a pontuação mais

elevada indica maior estresse (Reis et al., 2010). No entanto, o resultado final não é

uma medida critério-concorrente (Silva et al., 2013), mas pode-se compará-lo com

outros estudos (Cohen et al., 1983; Reis et al., 2010).

Já o estresse fisiológico é muitas vezes avaliado pela análise salivar (Beil

e Hanes, 2013), devido à validade, confiabilidade e facilidade de coleta de dados

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salivares (Furlan et al., 2012) permitindo a medição simultânea das duas principais

vias, HPA e SNA, de resposta ao estresse (Nater e Rohleder, 2009; Beil e Hanes,

2013). A saliva possui várias vantagens, principalmenteem relação ao

armazenamento, à coleta (Humphrey e Williamson, 2001) não invasiva (Furlan et al.,

2012), facilidade de transporte, obtida a baixo custo em quantidades suficientes,

além da redução da ansiedade e desconforto ao paciente durante a coleta (Lee et

al., 2009).

A saliva é um fluido exócrino, claro, ligeiramente ácido, mucosseroso,

compreendendo uma mistura de secreções das glândulas salivares maiores e

menores e do fluido gengival crevicular (Nater e Rohleder, 2009), hipotônica em

relação ao plasma (Guyton e Hall, 2011), conduzida a cavidade oral pelos ductos

salivares em volume diário médio em torno de 500 a 1.000 mL (Pink et al., 2009).

Está em contato constante à mucosa (Staut, 2012), crítico para a conservação e

manutenção da saúde oral (Humphrey e Williamson, 2001). Possui uma série de

funções: participa do início do processo da digestão de alimentos; medeia as

sensações do paladar; coopera na reparação de tecidos; mantem o equilíbrio da

microbiota oral; garante a remineralização do esmalte dental; e na defesa graças a

presença da IgA (Pink et al., 2009).

A secreção e o fluxo salivar são controlados pelo centro salivar, localizado

no bulbo que situa-se no tronco encefálico e a inervação autônoma simpática,

responsável por vasoconstrição, determinando diminuição do fluxo, mas com grande

concentração de proteínas e a parassimpática, responsável pelo aumento do fluxo

(Fortunato et al., 2008; Sherwood, 2011). Embora sua liberação seja codeterminada

pelo SNS e ativação pelo Sistema Nervoso Parassimpático (SNP), o simpático e o

parassimpático mostram alterações assíncronas durante estressores agudos, e as

respostas da AAS podem assim variar com o tempo (Nagy et al., 2015). Além dos

reflexos salivares simples, em virtude da presença de alimentos na boca e

condicionados, influenciados por outros sentidos, tais como paladar, olfato, visão ou

a lembrança de comida (Sherwood, 2011). Estes determinam a secreção de

proteínas, entre elas a AAS, que são armazenadas em grânulos de secreção ligada

à membrana, liberadas após estimulo da norepinefrina dos neurônios simpáticos

sobre receptores alfa e beta adrenérgicos nas células acinares (Nater e Rohleder,

2009).

A avaliação dos analitos biológicos na saliva tem possibilitado aos

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pesquisadores fazê-lo de forma não invasiva, em contextos sociais e em populações

(Fortunato et al., 2008). Os biomarcadores salivares normalmente empregados na

pesquisa biocomportamental incluem os andrógenos (testosterona), hormônios

reprodutivos (progesterona e estradiol), glicocorticóides (cortisol), imunoglobulinas

(IGA secretora), drogas ilícitas e os metabólitos do uso da nicotina (Granger et al.,

2007) e alfa amilase (Spinrad et al., 2009; Furlan et al., 2012). A capacidade de

avaliar estados fisiológicos, detectar o início e a progressão de morbidade e

acompanhar os resultados do pós-tratamento terapêutico por meio da abordagem

não invasiva, conferem a saliva um promissor fluido corporal com potencial em

aplicações clínicas (Lee e Wong, 2009), entretanto, há necessidadede mais

pesquisas no diagnóstico salivar (Streckfus e Bigler, 2002).

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3 PROPOSIÇÃO

O presente estudo teve por objetivo geral “avaliar o estresse percebido,

quantificar biomarcadores salivares, plasmáticos e biológicos em policiais militares

do 2º BPM de Chapecó/SC”.

Os objetivos específicos foram:

- Avaliar o estresse percebido por meio da Escala de Estresse Percebido

(PSS-10);

- Quantificar a AAS, cortisol, glicose e a PCR na saliva;

- Determinar o colesterol, glicose, HDL-C, hemograma e PCR no sangue;

- Medir a PA, FC e determinar o IMC.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Considerações éticas da pesquisa

Este trabalho foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP) (Protocolo CEP-FOP-

UNICAMP 067/2014), sendo aprovado em reunião do CEP de 08/10/14 (ANEXO 1).

Aqueles que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (TCLE).

4.2 Local da pesquisa

Esta pesquisa foi realizada na cidade de Chapecó, município com 625,7

km2 localizado na região oeste do estado de Santa Catarina (-27, 1011° N, -

52,63184º E) com uma população estimada no ano de 2015 de 205.795 habitantes

(293,15 habitantes/km2), IDHM 0,790 e PIB per capita (em 2013) de R$ 33.411,42

(Brasil, 2015). Em 2015 apresentou taxas de criminalidade de 39 homicídios, 01

latrocínio e 314 registros de tráfico de drogas (Santa Catarina, 2016).

4.3 Delineamento do estudo

Este estudo foi do tipo descritivo analítico incluindo aplicação de

questionário “Escala de Estresse Percebido (PSS-10)” (ANEXO 2), medição da

pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) e análises laboratoriais para

quantificação de biomarcadores sanguíneos e salivares. A assinatura do TCLE,

coleta de sangue e de uma amostra de saliva ocorreu nas dependências do 2º

BPM/SC, em sala apropriada. O preenchimento da ficha de identificação pessoal

(APÊNDICE 1), PSS-10 e a coleta de saliva ao despertar e 30 minutos após, foi

realizada pelo participante em seu domicílio. A coleta de uma terceira amostra de

saliva ocorreu na mesma sala de coleta de sangue, antecedendo a esta. Os exames

de sangue e de saliva, exceto o cortisol, foram realizados em laboratório

terceirizado, mediante contrato de prestação de serviços (ANEXO 3). A

quantificação do cortisol salivar foi realizada no Laboratório de Toxicologia da

Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ). O caráter

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anônimo dos participantes foi assegurado e as identidades protegidas. Cada

participante recebeu um laudo, em envelope lacrado, dos resultados dos exames de

sangue realizados pelo laboratório terceirizado. A pesquisa previu a coleta de

material biológico (sangue e saliva) e aferição da PA e FC e, sete dias após, uma

nova coleta de saliva nas mesmas condições, para avaliar a reprodutibilidade das

análises dos biomarcadores salivares.

4.4 Amostra

A amostra consistiu de Policiais Militares (PMs) do sexo masculino do 2º

Batalhão de Policia Militar do Estado de Santa Catarina da cidade de Chapecó (2º

BPM/SC), de diferentes postos hierárquicos, na faixa etária de 22 a 52 anos.

Inicialmente foram convidados a participar todos os policiais, do sexo masculino, do

Batalhão no total de 291, sendo que 44 se voluntariaram. Estes participantes foram

categorizados em soldados (n = 28) e graduados (n = 16, sendo, cinco cabos, cinco

sargentos, um aspirante a oficial, dois subtenentes, dois tenentes e um major). Estes

foram esclarecidos sobre os objetivos do estudo, procedimentos da pesquisa,

resultados esperados e benefícios desta para o conhecimento científico e pessoal e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este trabalho foi

realizado somente com participantes do sexo masculino, uma vez que o efetivo

feminino é bem menor na PM e, além disso, fatores tais como o ciclo

fértil/reprodutivo e a utilização de contraceptivos seriam interferentes no protocolo da

pesquisa. Não consideramos a utilização de um grupo controle, porque, na

corporação militar, embora em diferentes funções, todos estão submetidos as

mesmas condições de trabalho. Já a utilização de um grupo controle externo

também traria como variável as condições em outro ambiente de trabalho, tornado a

comparação comprometida.

Os dados pessoais foram obtidos com uma ficha de identificação pessoal

auto preenchida, obtendo-se as seguintes informações: nome, data de nascimento,

escolaridade, estado civil, número de filhos, posto hierárquico no batalhão,

cargo/função, data de ingresso na PM, uso de medicamentos de uso contínuo e/ou

presença de doença crônica, e se fumante ou não. O peso e altura também foram

autodeclarados e posteriormente determinou-se o índice de massa corporal (IMC)

(IMC = peso/altura2). Foram incluídos todos os participantes do sexo masculino que

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concordaram em participar, aqueles que seguiram as recomendações do protocolo

da pesquisa e assinaram o TCLE. Os critérios de exclusão foram: não estar em

jejum e ter feito plantão na noite anterior a coleta.

4.5 Avaliação do estresse percebido

Foi utilizada a Escala de Estresse Percebido na versão com 10 questões

(PSS-10), desenvolvida por Cohen et al. (1983) e validada para o Português

Brasileiro por Reis et al. (2010). A PSS-10 consiste de 10 questões as quais

possuem a descrição quanto à frequência da ocorrência dos sentimentos e

pensamentos relacionados a eventos e situações cotidianas ocorridas no mês

anterior. Seis questões apresentam itens negativos (1, 2, 3, 6, 9, 10) e as quatro

restantes são positivas (4, 5, 7, 8). Cada item é avaliado em Escala do tipo Likert (0

= nunca a 4 = muito frequentemente). Para produzir a pontuação, os quatro itens

positivos são marcados de forma inversa (Ex: 0 = 4, 1 = 3, 2 = 2, 3 = 1 e 4 = 0) e, em

seguida, todos os itens são somados, com pontuação variando de 0 a 40, sendo que

a pontuação mais elevada indica maior estresse (Reis et al., 2010). Os participantes

receberam a PSS-10 juntamente com a ficha de identificação pessoal para serem

preenchidas e entregues no primeiro dia das coletas de saliva e sangue.

Para quantificar a percepção do estresse, os escores da PPS-10 foram

distribuídos em três categorias de acordo com os quartis (adaptado de Reis, 2005):

(1) Percepção elevada de estresse, quando os escores estavam no terceiro quartil

(75%); (2) Percepção moderada de estresse, quando os escores estavam entre o

segundo e terceiro quartis (25% e 75%); (3) Percepção baixa de estresse, quando

os escores estavam abaixo do segundo quartil (25%).

4.6 Saliva: coleta, processamento e análise das variáveis cortisol, alfa amilase,

glicose e PCR

Todos os participantes receberam orientações por escrito sobre os

procedimentos de preparo e coleta da saliva, referentes aos tempos da coleta.

Foram instruídos a não escovar os dentes antes da coleta da saliva. Receberam

dois tubos coletores denominados Salivette® (Salivette®, Sarstedt, Numbrecht,

Alemanha), que contém um rolo de algodão. Os Salivettes® foram devidamente

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identificados com número 1 e 2 para a primeira e segunda coleta, respectivamente.

Em dia agendado, os participantes realizaram em domicilio a primeira

coleta de saliva ao despertar e a segunda coleta 30 minutos após o despertar. Os

participantes foram orientados a colocar o rolo de algodão na cavidade bucal e

mastigá-lo, estimulando a salivação durante dois minutos, até ficar embebido em

saliva; a seguir, o rolete foi depositado no tubo Salivette®, sendo solicitado que

mantivessem os tubos com a saliva coletada, sob refrigeração, mesmo durante o

transporte até ao 2º BPM.

Neste mesmo dia, entre 07:00 e 08:00 horas, os participantes deveriam

comparecer no 2º BPM/SC para a entrega dos tubos Salivette® com a saliva

coletada, com a recomendação que transportassem sob refrigeração, para coletar a

terceira amostra de saliva, a qual foi obtida em um frasco coletor universal. Esta

amostra de saliva foi obtida sem estimulação, sendo o participante orientado a reter

durante dois minutos a saliva na boca e logo a seguir dispensá-la no frasco coletor

universal. As três amostras de saliva foram mantidas sob refrigeração até serem

processadas no laboratório.

Depois de finalizada esta coleta, o participante recebeu outro kit com

orientações para o segundo dia de coleta da saliva (4ª, 5ª e 6ª coletas de saliva),

agendada para sete dias após, e mais dois tubos Salivette®.

Sete dias após as três primeiras coletas de saliva, 25 (vinte e cinco)

participantes realizaram a 4ª, 5ª e 6ª coletas para avaliar a reprodutibilidade das

análises dos biomarcadores salivares. Neste dia, compareceram ao Batalhão (local

da pesquisa) para entregar os Salivettes® e realizar a sexta coleta de saliva. Todas

essas coletas foram realizadas da mesma maneira que as três primeiras, acima

detalhadas. As amostras foram transportadas sob refrigeração para o laboratório da

UNOCHAPECÓ. Os tubos Salivettes® e os tubos coletores universais contendo a

saliva foram imediatamente centrifugados durante 15 minutos a 3.600 rpm (rotações

por minuto). Após a centrifugação, uma alíquota da coleta ao despertar foi retirada

para dosagem de glicose e PCR, processadas no mesmo dia. O sobrenadante da

saliva dos dois Salivettes® e do coletor universal foi transferido para tubos do tipo

Eppendorf®, devidamente identificados e a seguir armazenado em freezer a -80ºC

até o momento de análise. Para minimizar variação, todas as amostras de saliva

foram ensaiadas em uma única vez em duplicata. Quando do momento da análise,

os tubos contendo a saliva foram descongelados, submetidos à homogeneização

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com Vortex e centrifugados novamente. Na saliva foram analisados: o cortisol nas

amostras obtidas ao despertar e 30 minutos após (1ª, 2ª, 4ª, 5ª coletas); a glicose e

PCR nas amostras ao despertar (1ª e 4ª coletas) e a AAS (3ª e 6ª coletas).

4.6.1 Determinação do cortisol salivar

O cortisol salivar foi ensaiado no laboratório de Toxicologia da

UNOCHAPECÓ, utilizando o kit comercial imunoenzimático (Salimetrics™, State

College, PA, EUA), escolhido porque pode detectar o cortisol salivar

quantitativamente com grande sensibilidade (Castelo et al., 2012). A absorbância foi

lida a 450 nm no leitor de microplacas Spectra Max® 190 (série NNR 06781) com o

programa SOFTMAX 6.3. Foram utilizados três kits Salimettrics™ do lote 1509506.

O limite inferior de sensibilidade foi determinado por interpolação da densidade ótica

média menos dois desvios-padrão para 10 conjuntos de duplicatas em nível de 0,0

µg/dL. A concentração mínima de cortisol que pode ser detectada foi de 0,007 µg/dL.

A precisão intra-ensaio foi determinada quantificando-se em duplicatas dois tipos de

controles, um de alta (1,001 µg/dL ± 0,250) e outro de baixa (0,112 µg/dL ± 0,028)

concentração de cortisol. Os mesmos controles (baixo e alto) foram utilizados para

determinar a precisão interensaio (APÊNDICE 2). O teste de ELISA foi realizado

seguindo as boas práticas das análises de laboratórios clínicos e as instruções do

fabricante Salimetrics™.

4.6.2 Determinação da atividade do biomarcador alfa amilase salivar (AAS)

Uma amostra de 10 μL de saliva diluída 200 vezes foi analisada pelo

Teste de Amilase CNPG (Amilase CNPG Liquiform. Labtest®) em duplicata. A

atividade da alfa amilase salivar (AAS) foi determinada de modo quantitativo por

meio de um teste fotométrico enzimático, no qual o substrato 4,6-Etilideno-(G7)-p

nitrofenil-(G1)-α-D-maltoheptaosidio (EPS-G7) é dividido pela alfa amilase em vários

fragmentos. Em um segundo passo estes são mais hidrolizados pela α-glicosidase

produzindo glicose e p-nitrofenol. A velocidade de formação de 2-cloro-4-nitrofenol

pode ser medida fotometricamente e proporciona uma medida direta da atividade da

alfa amilase na amostra e a reação cinética foi medida em 405 nm (Staut, 2012). Foi

utilizado o Analisador Bioquímico Automatizado Cobas Mira Plus Roche (Roche

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Diagnostic System – Série: 327645).

4.6.3 Determinação da glicose e PCR salivar

Estes biomarcadores foram analisados com a mesma metodologia

sanguínea, descrita abaixo no item 4.7.

4.7 Coleta e processamento de sangue

Os participantes foram informados sobre a necessidade de jejum de 12

horas para as análises de sangue.

A coleta de sangue foi realizada após agendamento (coincidindo com o

mesmo dia da coleta da saliva), no período da manhã, entre 07:00 e 08:00 horas,

em sala apropriada, no 2º BPM/SC, seguindo as boas práticas de laboratórios de

análises, de acordo com a normatização da ANVISA na RDC Nº 306, RDC Nº 302 e

RDC Nº 12, bem como, as recomendações da SBPC (2010) e do fabricante de cada

equipamento e kit analítico. O volume de sangue coletado foi em média de 10 mL,

separado em alíquotas paras as análises específicas. Após a coleta os tubos de

ensaio contendo o sangue foram acondicionados em caixa refrigerada,

transportados ao Laboratório Merisio de Análises Clínicas (ANEXO 3) onde foram

processados e analisados no mesmo dia. No sangue total foi realizado o

hemograma que avaliou a hematopoese, a concentração de hemoglobina e análise

quanti e qualitativa das células (morfologia). No plasma foram analisados: o

colesterol total e a fração HDL-C, a glicose e a PCRus. O Hemograma foi realizado

no Analisador Hematológico Automatizado Sysmex (Sysmex Corporation.

Kobe/Japão), modelo XS-1000i (Série: 63.953). O colesterol total e a fração HDL-C,

a glicose sanguínea e salivar, a PCR sanguínea e salivar e a alfa amilase salivar

(AAS), foram analisados no Analisador Bioquímico Automatizado Cobas Mira Plus

Roche (Roche Diagnostic System – Série: 327645). Os kits para diagnóstico

utilizados foram da marca BioSystems para colesterol total, glicose e PCR. Para a

fração HDL-Cfoi BioTécnica.

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Quadro 1 - Parâmetros biológicos analisados

Saliva Sangue Metodologia Kit analítico

Alfa amilase - Fotométrico enzimático Labtest

Cortisol - Imunoenzimático Salimetrics

Glicose Glicose Fotométrico enzimático BioSystems

PCR PCR Turbidimetria BioSystems

- Colesterol Colorimétrico BioSystems

- HDL-C Colorimétrico BioTécnica

- Hemograma Citometria de fluxo

fluorescente e impedância

Analisador

Hematológico Sysmex

Legenda: PCR – Proteína C Reativa; HDL-C – Lipoproteína de Alta Densidade Colesterol.

4.8 Pressão arterial (PA) sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e frequência

cardíaca (FC)

A PA e FC foram medidas com o Monitor de Pressão Arterial de Pulso,

Tecline® Z-43 (Taiwan-China), aferido pelo Inmetro (13.372.150-4), com o

participante sentado, após 5 (cinco) minutos de repouso e braço na posição

horizontal. Para resultados alterados, a aferição foi realizada novamente após 10

(dez) minutos de repouso. Estas foram efetuadas no primeiro dia, após a terceira

coleta da saliva e antes da coleta de sangue.

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Figura 1 - Fluxograma referente aos tempos da pesquisa

4.9 Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa BioEstat

T 1

11 1

11

Convite participação aos PMs do 2º

BPM/SC do sexo masculino

(n = 291)

Informação sobre objetivos e metodologia

Orientação sobre as coletas de saliva e de

sangue

Entrega do TCLE, ficha de identificação,

PSS-10 e dois tubos Salivettes®

(n = 44)

Não aderiram n = 247

1ª coleta de saliva ao despertar e

2ª coleta de saliva 30 minutos após o

despertar em domicilio.

Recebimento dos Salivettes®,

do TCLE assinado, da ficha de

identificação e da PSS-10 preenchidos

3ª coleta de saliva

Aferição da PA e FC

Coleta de sangue no 2º BPM/SC

(n = 44)

T 6

11 1

11

4ª coleta de saliva: ao despertar (n=25)

5ª coleta de saliva 30’ após o despertar (n=25)

Entrega dos Salivettes® (n=25)

6ª coleta de saliva (n=25)

Entrega dos laudos dos exames de sangue (n=44)

Processamento das amostras de sangue

Processamento das amostras de saliva

T 5

11 1

11

T 4

11 1

11

T 3

11 1

11

T 2

11 1

11

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31

5.3 (Mamirauá, Belém, PA, Brasil) e Stata®14 (StataCorp, College Station, Texas,

USA). A normalidade dos dados foi avaliada utilizando o teste Shapiro-Wilk (W). Os

dados foram analisados pela estatística descritiva, consistindo de médias, desvio

padrão, medianas e porcentagens. A confiabilidade da PSS-10 foi verificada pelo

Coeficiente alfa de Cronbach (α) que avaliou a consistência interna do questionário

PSS-10; valores de α variam de 0 a 1,0; quanto mais próximo de 1,0, maior

confiabilidade entre os indicadores, sendo considerado satisfatório valores acima de

0,7 (Matthiensen, 2011). Para comparação das variáveis contínuas entre os dois

postos hierárquicos foram aplicados o teste t independente ou Mann-Whitney, de

acordo com a distribuição dos dados. A área sob a Curva de Resposta do Cortisol

(ASC) de cada participante foi calculada baseada na regra do trapezóide de Yeh e

Kwan (1978). O teste de correlação de Spearman (rs), Pearson (r) foi aplicado entre

as variáveis, de acordo com a distribuição dos dados. Para reprodutibilidade da

avaliação dos biomarcadores salivares analisados (AAS, cortisol, glicose e PCR)

foram realizadas dois dias de coleta com intervalo de 7 dias. Para comparação entre

as respectivas amostras foi utilizado o teste t pareado. O nível de significância

adotado foi 5%.

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5 RESULTADOS

As características sociodemográficas da amostra são apresentadas na

tabela 1. O número de soldados foi proporcionalmente igual a categoria de

graduados (χ2, P>0,05), sendo que esses apresentaram idade e tempo na função

significativamente menor, como esperado (χ2, P<0,05). O grau de escolaridade

variou do Ensino Médio completo à Pós-Graduação, com proporção

significativamente maior para o Ensino Superior Completo entre os soldados (χ2,

P<0,001); dois participantes não informaram.

Tabela 1 - Características sociodemográficas da amostra

Variáveis Soldados

n = 28 (63,6%)

Graduados

n = 16 (36,4%)

Total

n = 44 (100%)

Idade (anos)

Média (DP) 27,8 (3,9)a 39,0 (7,0)b 31,9 (7,5)

Mediana (DIQ) 27 (4,0) 37 (6,5) 29,5 (10,2)

Min-Máx 22-42 29-52 22-52

Tempo na função (anos)

Média (DP) 4,2 (3,7)a 17,9 (7,2)b 9,2 (8,5)

Mediana (DIQ) 3,3 (4,6) 17 (3,9) 6,2 (15,0)

Min-Máx 1,3-17 2-31 1,3-31

Índice de Massa Corporal-IMC (Kg/m2)

Média (DP) 25,3 (2,2) 26,5 (4,1) 25,7 (3,0)

Mediana (DIQ) 25,2 (2,6) 25,3 (5,7) 25,2 (3,3)

Min-Máx 21,5-30,6 20,8-35,4 20,8-35,4

Escolaridade [N (%)]

Pós-Graduação 7(25) 6 (37,5) 13 (29,5)

Superior Completo 18* (64,2) 5 (31,3) 23 (52,3)

Superior em curso 1 (3,6) 2 (12,5) 3 (6,8)

Médio Completo 1 (3,6) 2 (12,5) 3 (6,8)

Não informado 1 (3,6) 1 (6,2) 2 (4,6)

Legenda: DP – Desvio Padrão; DIQ – Desvio Inter Quartílico. Valores seguidos de letras minúsculas distintas representam diferenças significativas entre soldados e graduados (P<0,001, teste de Mann-Whitney). Valor seguido por * representa maior proporção de curso superior completo entre os soldados (χ2, P<0,001).

O valor de alfa de Cronbach da PSS-10 foi 0,83, denotando confiabilidade

nas respostas da escala (APÊNDICE 3) e garantindo, assim, propriedades

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psicométricas adequadas. Os escores da PSS-10 não diferiram entre os postos

hierárquicos (P = 0,292) (Tabela 2). Sete soldados e cinco graduados apresentaram

percepção elevada de estresse (valores no quartil 75%).

Tabela 2 - Distribuição dos escores da PSS-10 e das categorias do estresse percebido de acordo com os grupos

Variáveis Soldados

n = 28 (63,6%)

Graduados

n = 16 (36,4%)

Total

n = 44 (100%)

Escores da PSS-10 [0-40]

Média (DP) 19,4 (5,6) 21,6 (8,3) 20,2 (6,7)

Min-Máx 10-30 5-38 5-38

Primeiro quartil (25%) 15,8 17,8 16

Mediana (DIQ) 19 (7,0) 23,5 (8,25) 20 (9,25)

Terceiro quartil (75%) 22,75 26 25,5

Categoria do estresse [N (%)]

Percepção baixa (25%) 10 (35,7) 3 (18,7) 13 (29,5)

Percepção moderada (25-75%) 11(39,3) 8 (50) 19 (43,2)

Percepção elevada (75%) 7 (25) 5 (31,3) 12 (27,3)

Legenda: PSS-10 – Escala de Estresse Percebido; DP – Desvio Padrão; DIQ – Desvio Inter Quartílico.

Para avaliar a reprodutibilidade da análise dos biomarcadores salivares as

amostras de 25 participantes, coletadas duas vezes com intervalo de sete dias,

foram comparadas pelo teste t pareado. Não houve diferença significativa nas

respectivas análises (APÊNDICE 4). Sendo assim, os dados de uma coleta da

amostra total são apresentados na tabela 3. No entanto, os resultados do cortisol de

doze participantes (onze soldados e um graduado) foram descartados por estes não

atenderem efetivamente as etapas do protocolo, como por exemplo, não coletar uma

das amostras ou não seguir o horário das coletas.

Observou-se que a categoria de graduados apresentou valores médios da

glicose salivar significativamente maiores que os soldados (P = 0,048). Os demais

biomarcadores foram similares entre os dois grupos hierárquicos

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Tabela 3 - Dados descritivos dos biomarcadores salivares de acordo com os grupos

Biomarcador Soldados

n = 28 (63,6%)

Graduados

n = 16 (36,4%)

Total

n = 44 (100%)

Alfa Amilase Salivar U/mL

Média (DP) 35,4 (69,14) 35,2 (40,4) 35,32 (59,75)

Mediana (DI) 7,15 (26,5) 23 (42,0) 12,55 (37,4)

Min-Máx 0,2-328,9 0,2-126,0 0,2-328,9

Glicose mg/dL

Média (DP) 7,91 (2,43)a 10,0 (4,2)b 8,68 (3,3)

Mediana (DI) 7,0 (1,5) 8,5 (4,1) 7,5 (2,0)

Min-Máx 5,5-18,0 6,0-22,0 5,5-22,0

Proteína C Reativa mg/L

Média (DP) 0,27 (0,18) 0,3 (0,17) 0,28 (0,17)

Mediana (DI) 0,2 (0,1) 0,25 (0,12) 0,2 (0,1)

Min-Máx 0,1-1,0 0,1-0,8 0,1-1,0

Biomarcador Soldados

n = 17 (53,1%)

Graduados

n = 15 (46,9%)

Total

n = 32* (100%)

Cortisol ao Despertar μg/dL

Média (DP) 0,31 (0,16) 0,36 (0,57) 0,34 (0,40)

Mediana (DI) 0,31 (0,21) 0,23 (0,22) 0,28 (0,22)

Min-Máx 0,02-0,68 0,07-2,39 0,02-2,39

Cortisol 30 minutos após o despertar μg/dL

Média (DP) 0,29 (0,28) 0,39 (0,54) 0,34 (0,42)

Mediana (DI) 0,23 (0,34) 0,28 (0,27) 0,27 (0,31)

Min-Máx 0,04-1,17 0,01-2,28 0,01-2,28

Área sob a curva de resposta para o cortisol-ASC μg/dL

Média (DP) 9,11 (5,62) 11,29 (16,55) 10,13 (11,88)

Mediana (DI) 8,06 (3,65) 8,15 (4,34) 8,07 (3,9)

Min-Máx 2,9-25,64 1,11-69,99 1,11-69,99

* Os dados de 12 participantes foram excluídos. Valores seguidos de letras minúsculas distintas representam diferenças significativas entre soldados e graduados (P = 0,048, teste de Mann-Whitney).

Na tabela 4 são expressos os resultados das variáveis plasmáticas,

pressão arterial e frequência cardíaca, as quais não apresentaram diferença

significativa entre os postos hierárquicos, exceto para o colesterol. As variáveis do

hemograma apresentaram-se dentro dos limites normais (APÊNDICE 5).

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Tabela 4 - Dados descritivos das variáveis plasmáticas e biológicas de acordo com os grupos

Variáveis Soldados

n = 28 (63,6%)

Graduados

n = 16 (36,4%)

Total

n = 44 (100%)

Glicose mg/dL

Média (DP) 77,7 (5,3) 78,7 (6,2) 78 (5,6)

Mediana (DI) 78 (7,0) 77 (3,5) 77 (6,2)

Min-Máx 69-89 69-94 69-94

Proteína C Reativa (PCR) mg/L

Média (DP) 1,88 (0,99) 2,47 (2,1) 2,1 (1,5)

Mediana (DI) 1,8 (1,2) 1,65 (1,5) 1,7 (1,2)

Min-Máx 0,6-3,9 0,6-7,8 0,6-7,8

Colesterol mg/dL

Média (DP) 162,9 (31,7)a 185,9 (37,3)b 171,3 (35,2)

Mediana (DI) 162,5 (28,2) 183 (62,5) 165 (41,2)

Min-Máx 107-245 135-253 107-253

Lipoproteína de Alta Densidade (HDL-C) mg/dL

Média (DP) 40,8 (7,8) 40,4 (5,7) 40,6 (7,1)

Mediana (DI) 38 (10,2) 41,5 (8,5) 39,5 (10,0)

Min-Máx 31-62 26-47 26-62

Pressão Arterial Sistólica mmHg

Média (DP) 129,8 (11,1) 130,1 (10,6) 129,9 (10,8)

Mediana (DI) 129 (18,5) 133,5 (17,5) 129,5 (18,2)

Min-Máx 110-151 111-147 110-151

Pressão Arterial Diastólica mmHg

Média (DP) 86,6 (7,4) 85,9 (13,6) 86,3 (9,9)

Mediana (DI) 88,5 (8,2) 88,0 (14,2) 88,5 (9,5)

Min-Máx 70-100 46-103 46-103

Frequência Cardíaca (FC ) bpm

Média (DP) 62,7 (9,5) 65,6 (8,3) 63,4 (8,5)

Mediana (DI) 62,5 (7,5) 64,0 (7,0) 63 (6,5)

Min-Máx 41-85 49-86 41-86

Valores seguidos de letras minúsculas distintas significam diferenças significativas entre soldados e graduados (P = 0,035, teste t).

Os resultados das correlações entre todas as variáveis estudadas

encontram-se no apêndice 6. Na tabela 5 são apresentadas as correlações que

foram estatisticamente significativas. A maioria destas eram esperadas, confirmando

que o aumento da taxa de colesterol está em consonância com aumento da idade,

da PA e do IMC; este por sua vez também se correlacionou com o aumento da PA e

com a PCR.

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Tabela 5 - Correlações significativas entre as variáveis do estudo (n = 44)

rs Valor de P

Idade x Tempo na PM 0,782 <0,001

Colesterol x

Idade 0,458 0,002

IMC 0,459 0,002

PA diastólica 0,349 0,020

IMC x

PA sistólica 0,419 0,005

PA diastólica 0,423 0,004

PCR 0,545 <0,001

PA diastólica x PA sistólica 0,594 <0,001

Legenda: IMC – Índice de Massa Corporal; PCR – Proteína C Reativa; PA – Pressão Arterial; PM – Policia Militar, rs – coeficiente de Spearman.

Na tabela 6 consta a distribuição dos participantes que apresentaram

alterações dos valores de referência para as variáveis fisiológicas. Destaca-se a alta

frequência de participantes com HDL-C ≤ 40 mg/dL e também daqueles com valores

de PCR maior ou igual a 1,0 mg/L.

Tabela 6 - Distribuição da amostra de acordo com alterações nos valores de referência (n = 44)

Variável n (%)

IMC > 25 Kg/m2 20 (45%)

PAS ≥ 130 mmHg 22 (50%)

PAD ≥ 85 mmHg 18 (41%)

PAS ≥ 130 mmHg e PAD ≥ 85 mmHg 18 (41%)

HDL-C ≤ 40 mg/dL 24 (55%)

Colesterol > 200 mg/dL 7 (16%)

PCR 1,0 a 3,0 mg/L 29 (66%)

PCR > 3,0 mg/L 8 (18%)

Cortisol > 1,551 µg/dL 1 (2,3%)

Cortisol < 0,122 µg/dL 4 (9,1%)

Legenda: IMC – Índice de Massa Corporal; PCR – Proteína C Reativa; HDL-C – Lipoproteína de Alta Densidade Colesterol; PAS – Pressão Arterial Sistólica; PAD – Pressão Arterial Diastólica.

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6 DISCUSSÃO

A rotina do policial militar envolve situações que podem influenciar na

homeostase fisiológica, promovendo alterações possíveis de serem avaliadas por

instrumentos subjetivos e pela análise de biomarcadores específicos. Neste

contexto, este estudo investigou o estresse percebido, biomarcadores salivares e

plasmáticos e fatores biológicos.

A amostra foi constituída de 44 participantes do sexo masculino (22 a 52

anos de idade) representando 15,1% do efetivo masculino do 2º BPM/SC de

Chapecó/SC, categorizados em soldados e graduados (Tabela 1). Observou-se que

o número de soldados foi proporcionalmente igual a categoria de graduados (χ2,

P>0,05). No estudo de Charles et al. (2016) houve participação mais elevada de

policiais menos graduados. No entanto, a adesão de apenas 15,1% do efetivo

masculino do batalhão aos procedimentos da pesquisa pode ser considerada baixa,

o que é inerente a pesquisas com humanos, principalmente em investigações

realizadas com a polícia em âmbito mundial. Minayo et al. (2011) ponderaram que a

baixa adesão em pesquisa por policiais militares pode ser atribuída às restrições ao

acesso a informações por parte das corporações e ao receio que os policiais têm de

serem prejudicados quando informam sobre si próprios. Além da maior proporção de

soldados na corporação, a idade e o tempo na PM podem ter sido fatores de

influência na adesão, uma vez que esses foram significativamente menores para os

soldados em relação aos outros postos; portanto, os soldados poderiam estar mais

motivados a participar. Essas diferenças na idade e no tempo na PM eram

esperadas, uma vez que para atingir postos hierárquicos mais graduados é

necessário maior tempo de preparação e, consequentemente, maior idade.

Quanto à escolaridade, constatou-se que 81,8% dos participantes

apresentaram Ensino Superior Completo e destes 29,5% apresentaram Pós-

Graduação. Esses percentuais foram mais elevados que os encontrados por Pinto et

al. (2013) em policiais civis do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que destes 53,4%

tinham o nível superior completo e 6,8% Pós-Graduação. Embora haja diferenças

regionais entre ambos os estudos e mesmo nos grupos do estudo de Pinto et al.

(2013) (policiais advindos da Capital, Baixada Fluminense e Interior do Rio de

Janeiro) pode-se considerar que o grau de escolaridade da presente amostra foi

alto, possibilitando assim entendimento pelos participantes sobre a metodologia

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38

proposta.

Os valores do IMC apresentaram variabilidade, como esperado, sendo a

média da amostra total de 25,7 Kg/m2, indicativo de sobrepeso. Não houve diferença

estatística significativa entre os postos hierárquicos, mas os valores médios foram

ligeiramente mais elevados para os graus superiores, provavelmente relacionados

com o aumento da idade. Observou-se também que 20 participantes (45%)

apresentaram-se com IMC maior que 25 Kg/m2, caracterizando-os com sobrepeso e

obesidade. Esses valores estão abaixo da população brasileira, pois 52,5% dos

brasileiros estão acima do peso (Brasil, 2014). No entanto, o valor de 45% pode ser

considerado relevante para uma corporação militar, uma vez que o sobrepeso e a

obesidade têm sido considerados problema de saúde pública (WHO, 2005). Essas

condições aumentam o risco de doenças, tais como diabetes tipo II, hipertensão,

doenças cardíacas, aterosclerose, entre outras. O IMC é um critério bastante

utilizado para mensurar o estado nutricional dos indívíduos de acordo com a

Organização Mundial de Saúde, mas deve-se considerar que apresenta limitação,

pois embora seja um marcador substituto para o conteúdo adiposo, não estima

diretamente a adiposidade, uma vez que não possibilita distinguir massa muscular

da massa adiposa (Guyton e Hall, 2011; De Lorenzo et al., 2013).

Para avaliação do estresse (Tabela 2) utilizou-se a escala PSS-10 (Cohen

et al., 1983), instrumento psicométrico validado para o Português brasileiro por Reis

et al. (2010). A aplicação da PSS-10 mostrou confiabilidade, uma vez que o valor do

alfa de Cronbach foi 0,83; além disto, nenhuma questão precisou ser deletada para

garantir propriedades psicométricas adequadas (APÊNDICE 3), o que está de

acordo com a validação deste instrumento na língua portuguesa (Reis et al., 2010).

No entanto, observou-se grande variabilidade na respectiva pontuação (5 a 38

pontos), mas os escores não diferiram entre os dois postos hierárquicos

considerados. A média da PSS-10 obtida no presente estudo (20,2 ± 6,7)

apresentou-se significativamente acima da encontrada por Reis et al. (2010) na

população de professores do sexo masculino do Sul do Brasil (16,18 ± 7,37) (teste t,

resumo amostral P<0,001). Apesar deste resultado significativo, que infere

percepção de estresse mais elevada na amostra do presente estudo, e o fato de

ambas as populações serem da mesma região do Brasil, a respectiva interpretação

deve ser cautelosa por causa de diferenças no ambiente de trabalho e no tamanho

das amostras de cada estudo; no estudo de Reis (2005) o número de participantes

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39

do sexo masculino foi 471. No entanto, Maia et al. (2015), em estudo prospectivo

com 287 policiais de academia de policia de um estado no meio-oeste brasileiro,

verificaram alta susceptibilidade ao estresse nestes. Neste contexto, Walvekar et al.

(2015) encontraram 38% dos policiais com valores acima do da mediana da PSS na

versão com 14 questões, cujos escores variam de 0 a 56. Esses achados inferem

que o estresse nos policiais pode ser superior ao de outras categorias profissionais,

como também considerado por Bezerra et al. (2013), Maia et al. (2015) e Charles et

al. (2016), evidenciando o ambiente de trabalho como fator de influência. Vale ainda

ressaltar que 27,3% participantes da presente amostra tiveram a pontuação da PSS-

10 no terceiro quartil, considerada como percepção elevada de estresse, o que

corrobora Reis (2005) que observou 22% dos professores com pontuação no

respectivo quartil. A percepção moderada do estresse ocorreu em 43,2% dos

participantes, resultado este que não deve ser negligenciado.

A avaliação dos analitos biológicos na saliva apresenta grande vantagem

por possibilitar coleta não invasiva. Sendo assim, foram quantificados na saliva o

cortisol, alfa amilase, PCR e glicose (Tabela 3).

O cortisol tem sido considerado um biomarcador do estresse, pois indica

a atividade do eixo HPA e com consequente ação sobre o SNC (McEwen e Kalia,

2010). No entanto, um dos grandes desafios na caracterização e padronização da

curva de cortisol diária refere-se à variabilidade nas medidas ao longo do tempo

(Wang et al., 2014). Estudos têm mostrado que vários dias de amostragem fornecem

estimativa mais confiável da atividade HPA, pois são menos vulneráveis a

influências pontuais (Inslicht et al., 2011). No entanto, Wang et al. (2014)

observaram estabilidade em várias coletas em dias diferentes para a área sob a

curva seguida pelos valores ao despertar. A partir dessas constatações, nosso

estudo verificou a reprodutibilidade da quantificação do cortisol salivar em duas

avaliações com intervalo de sete dias em 25 participantes que concordaram em

realizar as respectivas coletas (APÊNDICE 4). Como não houve diferença estatística

nos valores entre os dois dias, consideramos os dados de uma coleta para incluir os

dados de todos os participantes.

A maioria dos participantes apresentou resultados de cortisol salivar

dentro da normalidade, conforme os valores de referência (ANEXO 4), embora

11,4% tenha apresentado alterações (Tabela 6). Entre os participantes com escore

na PSS-10 no quartil 75%, os valores do cortisol estavam dentro dos limites de

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40

referência entre os soldados, mas nos graduados, dois apresentaram valores abaixo

dos de referência. Possivelmente em virtude de uma condição de estresse crônico.

Estes dois também apresentaram a maior pontuação na PSS-10. Nas quantificações

do cortisol salivar não foi observada diferença estatística significativa entre os dois

grupos hierárquicos estudados. Este resultado concorda com Wirth et al. (2013) que

também não observaram diferenças estatisticamente significativas para o cortisol

salivar entre os postos hierárquicos em policiais da cidade de Buffalo (New York,

USA), considerando os turnos de trabalho. Há que considerar a possibilidade de ter

ocorrido atrasos no início da coleta da saliva em domicilio, o que pode ter interferido

nos resultados (Inslicht et al., 2011; Smyth et al., 2015). Além disso, características

individuais podem modular o impacto do estresse crônico no sistema HPA (Castelo

et al., 2012). Entre policiais, o constante estado de preparação para o trabalho pode

ser um fator determinante (Inslicht et al., 2011), o que pode estar relacionado com a

amostra estudada, além das características individuais.

Como a enzima alfa amilase é considerada marcadora de atividade do

SNS, uma vez que foram relatados aumentos induzidos pelo estresse (Payne et al.

2007; Kang, 2010), considerou-se de importância quantificá-la. Entretanto, a

quantificação da AAS como medida da reatividade ao estresse é um fenômeno

relativamente novo (Spinrad et al., 2009).

Observou-se grande variabilidade nos valores da AAS no presente

estudo, no entanto dentro da normalidade de acordo com Strahler et al. (2010).

Valores de referência não estão ainda disponibilizados. Tal variabilidade pode ser

atribuída aos horários de coleta e fatores não controlados no atendimento ao

protocolo. A reprodutibilidade da quantificação da AAS mostrou valores similares

entre as duas coletas. Sendo assim, como na quantificação do cortisol, optamos por

analisar os dados de um dia de coleta, considerando os dados da amostra total.

Entre os participantes com escore na PSS-10 no quartil 75%, os valores da AAS

variaram de 0,2 a 38,9 U/mL entre os soldados e de 0,2 a 116,3 U/mL entre os

graduados. Não observamos correlação do cortisol com a AAS, o que é corroborado

por Nater et al. (2006), esclarecendo que as pesquisas têm mostrado correlações

não significativas entre cortisol e AAS em adultos (Furlan et al., 2012; Nater et al.

2013; Wilcox et al., 2014). Fortunato et al. (2008), pesquisando estresse em

crianças, concluem que os sistemas fisiológicos associados ao estresse, eixo HPA e

SNS podem agir diferentemente dependendo dos comportamentos específicos do

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contexto que são desencadeados, como observado por Amato et al. (2015) em

crianças asmáticas, uma vez que os valores de cortisol salivar e AAS apresentaram

direções opostas. Em linha com os presentes resultados, van den Bos et al. (2014)

também não encontraram correlação entre cortisol e AAS ao avaliar policiais em

treinamento.

Esta pesquisa envolveu ainda avaliações de variáveis plasmáticas e

biológicas, uma vez que as condições de trabalho e o estresse podem provocar

alterações metabólicas (Lang e Borgwardt, 2013).

Quando consideramos os parâmetros biológicos analisados (Tabela 4)

não houve diferença estatística entre os distintos postos hierárquicos, exceto para o

colesterol, que foi significativamente maior nos graduados; embora, a PAS estivesse

alterada em 50% dos participantes, a PAD em 41%, o colesterol em 16% e o HDL-C

em 55% (Tabela 6). Estes resultados estão em linha com Walvekar et al. (2015), que

verificaram que dentre 108 policiais na Índia, 38% apresentaram variáveis

indicadoras de SM; Fontes et al. (2016), em pesquisa com 115 policiais militares na

cidade de Aracajú (Sergipe, BR), encontraram resultados semelhantes para o IMC,

hipertensão e níveis de HDL-C. Embora, tratem de pesquisas em regiões e

populações distintas da analisada neste trabalho, os resultados são similares.

Dentre as variáveis plasmáticas, destaca-se a PCR em 66% dos

participantes com valores na faixa de 1 a 3 mg/L, a qual caracteriza médio risco para

DCV, 18% com valores maiores 3 mg/L que caracteriza alto risco à DCV (Tabela 6),

de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC, 2016). Wilson et

al. (2008) acompanharam um grupo de indivíduos durante 12 anos e observaram

associação significativa entre DCV com níveis de PCR mais elevados. A PCR é

ainda considerada um marcador inflamatório quando o valor encontra-se acima de

10,0 mg/L (Danese et al., 2007; Silva e Lacerda, 2012; Hepgul et al., 2012; Heath et

al., 2013). Neste contexto, considerando-se a alta porcentagem dos participantes

que se enquadraram na faixa de médio e alto risco à DCV de acordo com os valores

da PCR sérica e, ainda, que houve correlação positiva significativa entre IMC e PCR

(Tabela 5), esta variável torna-se relevante no contexto geral das avaliações. Um

ponto que pode ser considerado como limitação do presente estudo é a avaliação

plasmática realizada apenas em uma coleta. O mais indicado seria a média de dois

ensaios, um em jejum e outro não, no intervalo de duas semanas, de modo a prover

estimativa mais acurada do risco cardiovascular pela quantificação da PCR,

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diminuindo assim a variabilidade interindividual (Morrow, 2016). Confirmando-se o

risco médio de DCV, indica-se monitoramento regular da PCR, bem como

modificações na rotina de trabalho e no estilo de vida e quando os valores forem

maiores ou iguais a 2,0 mg/L, a utilização de medicação apropriada.

Algumas variáveis que fazem parte dos critérios de diagnóstico da SM,

como a pressão arterial e HDL-C (Ridker et al., 2003; I Diretriz Brasileira, 2005;

Bovea et al., 2010; Ferreira et al., 2011; Lizarzaburu Robles, 2013; Barbosa e Silva,

2013) apresentaram considerável frequência na amostra avaliada, o que pode

contribuir para o aumento do risco de DCV (Ridker et al., 2003; Barbosa e Silva,

2013). Além desses, os valores de PCR mostraram-se alterados em 84% dos

participantes. Esses fatores tornam-se preocupantes, pois em médio e longo prazo

podem trazer consequências deletérias à saúde dos participantes. No mais, 27,3%

dos participantes apresentaram percepção elevada de estresse. Deve-se considerar

ainda a alta frequência de sobrepeso e obesidade, parâmetros estes que podem

estar associados ao estado pró-inflamatório envolvido no desenvolvimento de

aterosclerose (Bovea et al., 2010; Fontes et al., 2016). Estas ponderações se tornam

ainda mais relevantes ao observarmos as correlações significatívas entre as

variáveis do presente estudo (Tabela 5) e a frequência dos fatores alterados (Tabela

6). Isto infere que medidas preventivas e de intervenção devem ser instituidas para

prover adequadas condições de saúde aos policiais, o que pode contribuir para o

bom desempenho no ambiente de trabalho e melhora na qualidade de vida.

Encontramos como limitações neste trabalho a baixa adesão dos policiais,

o que restringiu a amostra, a dificuldade de adesão do participante ao protocolo da

pesquisa, uma vez que o horário da coleta da saliva para o cortisol é crítico, bem

como a possível omissão por parte dos participantes de não estado de jejum. Isto

pode explicar as variações nos resultados, especialmente de cortisol e da AAS. Há

que considerar ainda que a PSS-10 é um autorelato. Embora existam estudos sobre

estresse em policiais, este trabalho conseguiu abordar os aspectos

subjetivos/comportamentais e variáveis fisiológicas.

Considerando os resultados encontrados neste trabalho, sugere-se a

necessidade de monitoramento constante do efetivo para detectar precocemente

condições que interfiram na saúde dos policiais.

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7 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados, pode-se concluir que 27,3% dos

participantes tiveram alta percepção de estresse, no entanto, não houve diferença

estatisticamente significativa nos escores da PSS-10 entre os diferentes postos

hierárquicos.

Os biomarcadores salivares atingiram valores dentro da normalidade,

sendo que os soldados apresentaram valores significativamente menores para

glicose em relação aos graduados.

Houve correlações significativas entre as variáveis idade e tempo na PM,

colesterol com IMC e PA, IMC com PCR e PA diastólica e PA diastólica com PA

sistólica.

A alta frequência na amostra de sobrepeso/obesidade, pressão arterial

alta e valores baixos de HDL-C e altos da PCR se mostra relevante.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1 – Ficha de identificação

Chapecó, _______/_______/2015

NOME COMPLETO: __________________________________________________

POSTO: ____________________________________________________________

CARGO/FUNÇÃO: ____________________________________________________

MÊS E ANO DE INGRESSO NA PM: mês: _________ ano: ____________

MÊS E ANO DE NASCIMENTO: _________________________ IDADE: _____ anos

Jejum: ( ) SIM ( ) NÃO

ESTADO CIVIL:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Separado ( ) Viúvo ( ) União estável

POSSUI FILHOS:

( ) Não ( ) Sim. Quantos? ____________________

ESCOLARIDADE:

( ) Médio completo ( ) Superior em curso ( ) Superior completo ( ) Pós-Graduação

Peso: __________ Kg Altura: ________________ cm IMC: _________

PA: _______ / __________ mmHg FC: _______ bpm

FUMANTE:

( ) Sim ( ) Não

USO DE MEDICAMENTO NA ÚLTIMA SEMANA PARA:

( ) Dor ( ) Pressão alta ( ) Diabetes ( ) Colesterol ( ) Depressão ( ) Ansiedade.

( ) Antibiótico para tratamento de infecção ( ) Outro que prefere não informar

( ) Não utilizou medicamentos

APRESENTA ALGUMA DOENÇA JÁ DIAGNOSTICADA POR MÉDICO*:

( ) Sim. Qual? _______________________________________ ( ) Não

* Caso não se sinta confortável, não é necessário responder a esta.

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APÊNDICE 2 – Resultado da precisão do ensaio do cortisol

Intra-ensaio Inter-ensaio

Placa 1 Placa 2 Placa 3 Placas 1+2+3

Controle Alto Baixo Alto Baixo Alto Baixo Alto Baixo

Média

(DP)

1,058μg/dL

± 0,029

0,135

μg/dL

± 0,004

1,036

μg/dL

± 0,0

0,158

μg/dL

± 0,02

1,194

μg/dL

± 0,028

0,132

μg/dL

± 0,009

1,115

μg/dL

± 0,112

0,145

μg/dL

± 0,018

Legenda: μg/dL – micrograma por decilitro.

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APÊNDICE 3 – Respostas a Escala de Estresse Percebido – PSS-10 (n = 44)

Participante Questão Média Variância 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

1 2 1 2 3 2 2 3 3 1 1 2,0 0,667

2 2 0 1 2 2 1 1 2 2 0 1,3 0,678

3 2 0 2 5 3 2 3 3 3 2 2,5 1,611

4 1 1 2 1 2 2 2 3 2 2 1,8 0,400

5 1 2 2 2 2 2 3 3 2 1 2,0 0,444

6 2 0 0 1 2 0 1 1 3 4 1,4 1,822

7 1 1 4 1 1 1 2 2 1 1 1,5 0,944

8 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1,2 0,178

9 2 2 3 3 2 1 3 2 1 1 2,0 0,667

10 2 0 2 1 1 0 2 2 0 0 1,0 0,889

11 4 2 3 3 4 2 3 4 2 2 2,9 0,767

12 4 3 3 3 3 3 2 3 2 1 2,7 0,678

13 1 1 2 1 2 1 1 1 1 0 1,1 0,322

14 3 2 2 1 3 4 2 4 3 3 2,7 0,900

15 2 3 3 3 2 3 3 5 4 2 3,0 0,889

16 3 0 3 5 4 2 3 1 4 3 2,8 2,178

17 3 1 3 2 3 1 3 3 2 1 2,2 0,844

18 2 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1,7 0,233

19 2 2 1 2 2 1 4 2 1 0 1,7 1,122

20 2 0 0 1 1 2 3 3 2 2 1,6 1,156

21 2 2 1 1 2 4 2 2 2 3 2,1 0,767

22 2 2 2 2 3 2 2 2 1 2 2,0 0,222

23 2 2 2 2 3 3 4 3 3 3 2,7 0,456

24 2 2 2 1 2 1 2 2 3 1 1,8 0,400

25 2 2 2 2 2 2 2 3 2 1 2,0 0,222

26 2 2 2 1 3 1 1 2 2 0 1,6 0,711

27 1 0 2 1 4 0 2 3 2 1 1,6 1,600

28 2 0 2 1 2 4 1 2 1 0 1,5 1,389

29 1 3 3 3 4 1 3 3 1 1 2,3 1,344

30 4 4 4 4 4 4 1 5 4 4 3,8 1,067

31 3 3 2 2 3 2 3 2 3 3 2,6 0,267

32 2 2 3 1 2 1 3 2 3 2 2,1 0,544

33 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 0,5 0,278

34 0 1 2 1 2 1 2 2 1 1 1,3 0,456

35 2 1 2 1 1 3 1 1 3 3 1,8 0,844

36 3 3 4 4 4 1 3 3 3 1 29 1,211

37 2 2 3 1 3 2 2 3 2 2 2,2 0,400

38 4 4 4 1 4 3 1 1 1 1 2,4 2,267

39 2 0 2 2 2 1 3 2 1 1 1,6 0,711

40 3 2 3 2 3 4 2 4 3 2 2,8 0,622

41 4 2 4 2 4 1 2 4 2 1 2,6 1,600

42 2 0 2 5 3 2 3 3 3 2 2,5 1,611

43 0 0 0 1 1 1 2 2 0 0 0,7 0,678

44 4 4 4 1 4 3 1 1 1 1 2,4 2,267

Média 2,1 1,5 2,3 2,0 2,5 1,8 2,2 2,5 2,0 1,5 39,322

Variância 1,101 1,432 1,097 1,407 0,977 1,270 0,740 1,066 1,089 1,157

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Estatísticas de item deletado

Item

deletado

Escala da

média se o

item for

deletado

Escala da

variância se o

item for

deletado

Correlação

item-total

corrigido

Alfa de

Cronbach se o

item for deletado

Questão 1 18,091 35,759 0,665 0,796

Questão 2 18,705 36,306 0,518 0,811

Questão 3 17,955 37,486 0,518 0,811

Questão 4 18,250 36,797 0,487 0,814

Questão 5 17,705 36,492 0,649 0,798

Questão 6 18,364 37,679 0,454 0,817

Questão 7 18,023 42,069 0,222 0,835

Questão 8 17,750 37,401 0,535 0,809

Questão 9 18,250 36,378 0,616 0,801

Questão 10 18,750 37,866 0,469 0,816

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APÊNDICE 4 – Dados descritivos das duas coletas de saliva (n = 25)

Biomarcadores 1ª coleta 2ª coleta Valor de P*

AAS U/mL

Média (DP) 30,9 ± 54,4 27,1 ± 46,5 0,786

Mediana 7,1 4,2

Mínimo-Máximo 0,2 - 232,4 0,2 - 174,0

Glicose mg/dL

Média (DP) 7,6 ± 2,0 9,6 ± 6,1 0,095

Mediana 7,0 8,0

Mínimo-Máximo 5,0 - 14,0 4,0 - 35,0

PCR mg/L

Média (DP) 0,22 ± 0,13 0,26 ± 0,23 0,412

Mediana 0,2 0,2

Mínimo-Máximo 0,1 - 0,5 0,1 - 1,2

CD μg/dL

Média (DP) 0,34 ± 0,44 0,22 ± 0,15 0,196

Mediana 0,29 0,23

Mínimo-Máximo 0,02 - 2,39 0,02 - 0,60

C30’ μg/dL

Média (DP) 0,31 ± 0,44 0,29 ± 0,17 0,715

Mediana 0,23 0,28

Mínimo-Máximo 0,01 - 2,28 0,02 - 0,64

ASC μg/dL

Média (DP) 9,77 ± 12,92 7,53 ± 3,2 0,357

Mediana 7,62 7,7

Mínimo-Máximo 1,11 - 69,99 0,60 - 13,59

Legenda: AAS – Alfa Amilase Salivar; PCR – Proteína C Reativa; CD – Cortisol ao Despertar; C30’ – Cortisol 30’ Após o Despertar; ASC – Área sob a curva de resposta para o cortisol; μg/dL – microgramas por decilitro; mg/dL – miligramas por decilitro; mg/L – miligramas por litro; U/mL – unidades por mililitro. * Teste t pareado.

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APÊNDICE 5 – Resultados dos parâmetros hematológicos (n = 44)

Parâmetro Faixa (Mín-Máx) Média (± DP) Mediana

Eritrócitos x 106/mm3

F = 2,027 p = 0,124 4,52 / 6,14 5,14 ± 0,34 5,13

Hemoglobina g/dL

F = 0,208 p = 0,890 13,1 / 17,7 15,48 ± 1,12 15,5

Leucócitos x 103/mm3

F = 0,264 p = 0,852 3,58 / 8,41 6,25 ± 1,25 6,16

Plaquetas x105/mm3

F = 1,286 p = 0,292 1,42 / 3,19 2,22 ± 4,13 2,18

Legenda: mm3 – milímetro cúbico; F – ANOVA

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APÊNDICE 6 – Matriz de correlações

Variáveis PSS-

10 Idade Tempo

na PM IMC PAS PAD FC Cole

sterol HDL PCR

sg PCR sal

Glic sg

Glic sal

Idade r 0,051 -

P 0,744

Tempo na PM

r 0,071 0,782** -

P 0,649 0,000

IMC r 0,058 0,244 0,235 -

P 0,708 0,111 0,125

PAS r 0,186 0,211 -0,015 0,419** -

P 0,228 0,169 0,925 0,005

PAD r 0,049 0,188 -0,003 0,423** 0,594** -

P 0,754 0,223 0,984 0,004 0,000

FC r 0,013 0,197 0,188 0,241 -0,162 -0,108 -

P 0,935 0,199 0,221 0,114 0,293 0,484

Colesterol r -0,032 0,458** 0,265 0,459** 0,277 0,349* 0,014 -

P 0,839 0,002 0,082 0,002 0,068 0,020 0,926

HDL-C r -0,005 -0,076 0,121 -0,022 -0,134 0,046 -

0,147 0,193 -

P 0,973 0,624 0,436 0,888 0,387 0,769 0,341 0,210

PCR sg r -0,193 0,093 0,086 0,545** 0,182 0,148 0,180 0,182 -

0,144 -

P 0,210 0,547 0,579 0,000 0,238 0,337 0,243 0,238 0,350

PCR sal r 0,010 -0,026 -0,027 -0,168 -0,099 -0,188 0,009 -

0,028 0,110 -0,018 -

P 0,951 0,865 0,864 0,275 0,521 0,221 0,955 0,859 0,479 0,906

Glic sg r -0,143 0,103 -0,127 -0,115 0,097 0,085 -

0,024 0,101 0,097 0,044 0,073 -

P 0,356 0,508 0,410 0,457 0,530 0,585 0,880 0,514 0,533 0,775 0,637

Glic sal r 0,278 0,264 0,169 0,050 0,102 -0,050 0,257 0,156 -

0,101 0,165 0,189

-0,078

-

P 0,067 0,083 0,273 0,748 0,509 0,746 0,092 0,313 0,514 0,283 0,220 0,615

AAS r -0,268 -0,005 0,072 -0,035 0,155 0,085 -

0,238 -

0,065 0,058 0,295 0,225 0,046 0,055

P 0,078 0,973 0,641 0,820 0,315 0,583 0,120 0,674 0,706 0,052 0,143 0,767 0,724

Legenda: PSS – Escala de Estresse Percebido; IMC – Índice de Massa Corporal; PAS – Pressão Arterial Sistólica; PAD – Pressão Arterial Diastólica; HDL-C – Lipoproteína de Alta Densidade Colesterol; PCR – Proteína C Reativa; AAS – Alfa Amilase Salivar; Glic sg – Glicose sanguínea; Glic sal – Glicose salivar; PCR sg – PCR sanguínea; PCR sal – PCR salivar; FC – Frequência Cardíaca; PM – Policia Militar

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Matriz de correlações do Cortisol

Variável Cortisol ao

despertar

Cortisol30 min

pós despertar

ASC

Cortisol 30 min rs 0,25 -

Valor de P 0,18

ASC rs 0,67** 0,85** -

Valor de P <0,001 <0,001

Idade rs -0,06 -0,06 -0,04

Valor de P 0,76 0,75 0,81

Tempo na PM rs -0,10 0,07 0,01

Valor de P 0,59 0,71 0,95

PSS rs -0,30 -0,09 -0,13

Valor de P 0,10 0,62 0,50

IMC rs -0,13 -0,03 -0,15

Valor de P 0,48 0,88 0,40

PAS rs -0,21 -0,19 -0,24

Valor de P 0,25 0,30 0,18

PAD rs 0,01 0,13 0,06

Valor de P 0,95 0,47 0,76

Colesterol rs 0,06 -0,04 0,02

Valor de P 0,76 0,85 0,91

HDL-C rs 0,16 -0,08 0,03

Valor de P 0,37 0,65 0,89

PCR rs 0,19 0,10 0,15

Valor de P 0,30 0,60 0,42

AAS rs -0,08 0,09 0,09

Valor de P 0,68 0,62 0,64

Legenda: ASC – Área sob a curva de resposta para o cortisol; PSS – Escala de Estresse Percebido; IMC – Índice de Massa Corporal; PAS – Pressão Arterial Sistólica; PAD – Pressão Arterial Diastólica; HDL-C – Lipoproteína de Alta Densidade Colesterol; PCR – Proteína C Reativa; AAS – Alfa Amilase Salivar; PM – Policia Militar.

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ANEXOS

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ANEXO 1 – Certificado CEP

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ANEXO 2 – Escala de Estresse Percebido-10 (PPS-10)

Itens e instruções para aplicação

As questões nesta escala perguntam sobre seus sentimentos e pensamentos

durante o último mês. Em cada caso, será pedido para você indicar (assinalar) o

quão frequentemente você tem se sentido de uma determinada maneira. Embora

algumas das perguntas sejam similares, há diferenças entre elas e você deve

analisar cada uma como uma pergunta separada. A melhor abordagem é responder

a cada pergunta razoavelmente rápido. Isto é, não tente contar o número de vezes

que você se sentiu de uma maneira particular, mas indique a alternativa que lhe

pareça como uma estimativa razoável. Para cada pergunta, escolha as seguintes

alternativas:

0 = nunca. 1 = quase nunca. 2 = às vezes. 3 = pouco frequente/quase sempre. 4 =

muito frequente/sempre.

Assinale a opção que melhor responde a pergunta.

No último mês, com que frequência você...

1 ... ficou aborrecido por causa de algo que aconteceu inesperadamente? 0 1 2 3 4

2 ... sentiu que foi incapaz de controlar coisas importantes na sua vida? 0 1 2 3 4

3 ... esteve nervoso ou estressado? 0 1 2 3 4

4 ... esteve confiante em sua capacidade de lidar com seus problemas pessoais?

0 1 2 3 4

5 ... sentiu que as coisas aconteceram da maneira que você esperava? 0 1 2 3 4

6 ... achou que não conseguiria lidar com todas as coisas que tinha por fazer?

0 1 2 3 4

7 ... foi capaz de controlar irritações na sua vida? 0 1 2 3 4

8 ... sentiu que todos os aspectos de sua vida estavam sob controle? 0 1 2 3 4

9 ... esteve bravo por causa de coisas que estiveram fora de seu controle? 0 1 2 3 4

10 ... sentiu que os problemas acumularam tanto que você não conseguiria resolvê-los?

0 1 2 3 4

REFERÊNCIAS

Artigo Original Cohen S, Kamarck T, Mermelstein R. A global measure of perceived stress. Journal of Health and Social Behavior. 1983;24:385-96.

Artigo de Validação da versão brasileira Reis RS, Hino A, Rodriguez-Añez CR. Perceived stress scale: reliability and validity study in Brazil. Journal of Health Psychology. 2010 Jan;15:107-14.

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ANEXO 3 – Contrato de Prestação de Serviço com Laboratório Merisio

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ANEXO 4 – Valores de referência do cortisol em homens por faixa etária em

coleta matutina

Valores de referência do cortisol em homens por faixa etária em coleta matutina

21 a 30 anos* 0,112 – 0,743 μg/dL

31 a 50 anos* 0,122 – 1,551 μg/dL

51 a 70 anos * 0,112 – 0,812 μg/dL

Todas as idades** Inferior a 0,783 μg/dL

Legenda: μg/dL = microgramas por decilitro. * Salimetrics™ Salivary Cortisol Immunoassay Kit; ** Laboratórios Clínicos (Eletroquimioluminescência).

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ANEXO 5 – Índice de Massa Corporal (IMC)

O IMC é um marcador substituto para o conteúdo adiposo, calculado pela fórmula

IMC = Peso em Kg / Altura em metro ao quadrado (IMC = P / A2). O IMC não é

estimativa direta de adiposidade, pois não leva em conta o fato de que algumas

pessoas tenham o IMC elevado devido a grande massa muscular, mas é

comumente empregado para calcular a obesidade (Guyton e Hall, 2011).

Índice de Massa Corporal (IMC) em kg/m2

Baixo peso < 18,5

Peso normal 18,5 – 24,9

Acima do peso ideal 25,0 – 29,9

Obeso > 30,0

Legenda: IMC – Índice de Massa Corporal; kg/m2 – quilograma por metro quadrado. Fonte: Brasil, 2014.

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ANEXO 6 – Parâmetros sanguíneos – valores de referência

Parâmetros sanguíneos, valores de referência, unidade de medida e metodologia

Parâmetro VR UM Metodologia

Colesterol Total desejável < que 200 mg/dL mg/dL colorimétrico

Colesterol HDL desejável > que 60mg/dL mg/dL colorimétrico

Glicemia 70 a 99 mg/dL. mg/dL enzimático

Proteína C Reativa

para risco cardiovascular: Risco alto > 3,0 mg/L; Risco médio: de 1,0 a 3,0 mg/L; Risco baixo < 1,0 mg/L. Para doenças inflamatórias na fase aguda: < 5,0 mg/L.

mg/L turbidimetrico

Eritrócitos 4,5 a 5,9 x 106/mm3 citometria de fluxo fluorescente

Hemoglobina 13,0 a 17,8 g/dL fotometria

Leucócitos totais 4 a 10,9 x 103/mm3 citometria de fluxo fluorescente

Plaquetas 1,5 a 4,5 x 105/mm3 impedância

Legenda: VR – Valor de Referência; UM – Unidade de Medida; mg/dL – miligrama por decilitro; mg/L – miligrama por litro; mm3 – milímetro cúbico; g/dL – gramas por decilitro. Fonte: Motta, 2009; Failace, 2011.

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ANEXO 7 – Pressão arterial (sistólica e diastólica) – valores de referência

Valores de referência e classificação para Pressão Arterial Sistólica (PAS)

e Diastólica (PAD), de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos)

segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão da Sociedade Brasileira de

Hipertensão (SBH, 2010).

Pressão Arterial Sistólica e Diastólica em mmHg

V.R. PAS PAD

Ótima < 120 < 80

Normal < 130 < 85

Limítrofe 130–139 85–89

Hipertensão estágio 1 140–159 90–99

Hipertensão estágio 2 160–179 100–109

Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110

Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

Legenda: PAS – Pressão Arterial Sistólica; PAD – Pressão Arterial Diastólica; mmHg – milímetros de mercúrio. Fonte: Diretrizes Brasileiras..., 2005.