Estresse em plantas
-
Upload
amanda-da-costa-gomes -
Category
Health & Medicine
-
view
291 -
download
2
Transcript of Estresse em plantas
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS E ACÚMULO DE
COMPOSTOS FENÓLICOS EM PLANTAS
DE SORGO SOB ESTRESSE DE ALUMÍNIO
Aluna: Amanda da Costa Gomes
Disciplina: Resposta das plantas ao estresse
Profª Drª Rosana Kolb
UNESP – ASSIS -SP
OBJETIVO
O objetivo do artigo foi avaliar os efeitos do
Al+3 sobre a morfologia de ápices radiculares
e sobre o acúmulo de substâncias fenólicas
em raízes e parte aérea de plantas de duas
cultivares de sorgo (Sorghum bicolor) com
tolerância diferencial ao Al+3
INTRODUÇÃO
O alumínio é um dos mais abundantes metais e
devido a vários processos de acidificação do
solo,formas citotóxicas de Al+3 são liberadas
em níveis que afetam o crescimento das
plantas.
O acúmulo em plantas sensíveis é mais intenso
nas raízes.
Alguns compostos fenólicos podem formar
complexos estáveis com o Al3+ ,contribuindo
para desintoxicações no tecidos.
MATERIAIS
Foram utilizadas duas cultivares híbridas de sorgo (Sorghum bicolor (L) Moench), procedentes da Embrapa:
Cultivar Tolerante ao Al 3+ : BR006R
Cultivar Sensível ao Al 3+ : BR007A
Hipoclorito de sódio 0,5% (v/v)
Água corrente e desmineralizada
Cartuchos de papel germiteste
Solução Nutritiva de Clark (1975)
Vasos de polietileno
Sulfato de alumínio hidratado
MÉTODOS
Para medir efeitos do Al3+ sobre a morfologiaexterna das raízes e a intensidade do acúmulode Al3+ :
Fotografia dos ápices radiculares em estéreo microscópio BX92, após 10 dias de tratamento;
Coloração com hematoxilina férrica dos ápices radiculares,após exposição 30/60/120 minutos foram fotografadas em BX92.
MÉTODOS
Para estudo da morfologia interna das raízes,foram utilizadasamostras de ápices radiculares de plantas tratadas os não comAl3+ durante 10 dias. Foram feitos cortes em parafina eanalisados em fotomicroscópio BX41.
Para determinar teor de Lignina,utilizou-se o método propostopor Morrison (1972) , com a utilização de brometo de acetila ehidroxilamina-HCL. O teor foi expresso em unidades deabsorvância a 280nm por mg de matéria fresca (Sasaki etal.,1996).
Para determinar teores de compostos fenólicos solúveis foramutilizadas amostras frescas de raízes (expostas ou não ao Al3+
/10 dias). O teor foi calculado por meio de uma curva decalibração,utilizando-se Tirosina com padrão (Jennings,1981).
Nas folhas tratadas com
Al+3 verificou-se
coloração amarelada,
sinal de influência sobre
a biossíntese da clorofila.
Coloração arroxeada nas
bainhas e margens do
limbo,característica da
deficiência de fósforo.
Decréscimo do crescimento da parte
aérea,das raízes e redução da
formação das raízes laterais.
Engrossamentos dos ápices
em ambas as cultivares
No tratamento com hematoxilina férrica,
pontas das raízes expostas ao Al +3
apresentaram coloração característica
O espessamento aparentemente é
causado pela inibição do
alongamento celular e pelo aumento
no alargamento de algumas
camadas de células do córtex.
30 min
60 min
120 min
A intensidade da tonalidade da reação
com hematoxilina férrica foi
diminuindo conforme aumento do
tempo.
A reação com hematoxilina férrica
nos ápices radiculares foi bastante
similar entre ambas cultivares.
Meristema apical em plantas de sorgo não tratadas com Al+3: regiões de
divisão,
Alongamento e diferenciação do meristema – desenvolvimento
meristemático típico e característico de pontas de raízes de gramíneas,sem
condições estressantes.
coifa
Meristema da
coifa
Centro quiescente
Meristema radicular epiderme
córtex
estelo
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS CAUSADAS PELO TRATAMENTO COM AL+3 :
CORTE LONGITUDINAL ÁPICE RADICULAR
•Redução no tamanho da coifa;
•Desorganização do tecido
meristemático que causou o
desaparecimento do meristema
fundamental e do procâmbio.
• Meristema de divisão e
alongamento reduzido;
•Desintegração de tecidos da
epiderme e de porções externas do
córtex nos ápices das raízes.epiderme
epiderme
endoderme
Primórdio radicular
protoxilema
•Primórdios radiculares muito
próximos ao ápice,resultante da
inibição do desenvolvimento dos
meristemas apicais das raízes;
•Embora o número de primórdios
seja aumentado sob estresse de
Al+3,não resultam no maior
ramificação de raízes.
Desintegração de tecidos da
epiderme
O meristema apical é a região mais
afetado pelo Al+3
TEOR DE LIGNINA : RAÍZES
Ausência de Al+3
Presença de Al+3
Na parte aérea, os teores de lignina não
foram significativamente influenciados pelo
Al+3.
Teor lignina cultivar sensível do
que na tolerante;
Teor de lignina nos ápices
radiculares de ambas cultivares;
TEOR DE COMPOSTOS FENÓLICOS
A parte aérea da cultivar sensível apresentou teor de fenóis 30% mais elevado do que na tolerante.Sensível: 57% e Tolerante: 37%;
Nas raízes em presença do Al+3,houve aumento mais intenso na cultivar sensível do que na tolerante.
Na ausência de Al+3 ocorreu aumento no teor de fenóis totais solúveis 3x maior na cultivar tolerante do que na sensível.
Os resultados não evidenciaram a existência de correlação direta entre o acúmulo de lignina e de compostos fenólicos solúveis das duas cultivares em presença de Al+3.
Parte do acúmulo de fenóis pode ser resultante da interação entre o Al+3 e Boro,pois, o Al+3 induz a deficiência de Boro e isso resulta em acúmulo de fenóis.
Tanto a deficiência de B e a toxidez do Al+3,provocam o aumento na atividade da polifenoloxidase (PPO),enzima que pode estar relacionada a degradação da lignina sob condições de estresse.
CONCLUSÕES
1 – O teste de hematoxilina férrica e as análises
morfoanatômicas não discriminaram as
cultivares de sorgo quanto à tolerância ao Al+3.
2 – O maior acúmulo de lignina e, principalmente,
a menor produção de compostos fenólicos nas
raízes da cultivar BR006R,em resposta ao Al+3,
evidenciaram a maior tolerância desse
genótipo a esse elemento tóxico.