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ESTRATÉGIA LOGÍSTICA DE COMPARTILHAMENTO DE CARGAS: O CASO DAS EMPRESAS CBL ALIMENTOS E M. DIAS BRANCO denio igor silva de pontes (CDL) [email protected] Francisca Bruna Barros de Carvalho (CDL) [email protected] Marilia Marinho de Andrade Oliveira (CDL) [email protected] ANTONIO RODRIGUES NETO (CDL) [email protected] O compartilhamento de carga é uma prática utilizada por empresas para otimizar a utilização do veículo a fim de reduzir os custos com o transporte. Essa prática possibilita além de ganhos financeiros e de tempo, ganhos ambientais como, por exemplo, redução do número de caminhões trafegando nas rodovias e redução da emissão dos gases de efeito estufa. Uma das principais dificuldades do compartilhamento de cargas é encontrar no mercado parceiros que sejam logisticamente viáveis e que estejam dispostos a cooperação. Assim, esta pesquisa realizou um estudo de caso em duas indústrias de porte nacional com sede no Estado do Ceará: CBL Alimentos e M. Dias Branco. As duas organizações firmaram um acordo em que compartilham cargas em suas rotas. Como resultado, identificou-se considerável redução nos custos de frete advindos da implantação da estratégia logística. Palavras-chave: Compartilhamento de cargas; Logística de Transporte; Transporte Rodoviário. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO “A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens avançadas de produção” Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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ESTRATÉGIA LOGÍSTICA DE

COMPARTILHAMENTO DE CARGAS: O CASO

DAS EMPRESAS CBL ALIMENTOS E M. DIAS

BRANCO

denio igor silva de pontes (CDL)

[email protected]

Francisca Bruna Barros de Carvalho (CDL)

[email protected]

Marilia Marinho de Andrade Oliveira (CDL)

[email protected]

ANTONIO RODRIGUES NETO (CDL)

[email protected]

O compartilhamento de carga é uma prática utilizada por empresas para

otimizar a utilização do veículo a fim de reduzir os custos com o transporte.

Essa prática possibilita além de ganhos financeiros e de tempo, ganhos

ambientais como, por exemplo, redução do número de caminhões

trafegando nas rodovias e redução da emissão dos gases de efeito estufa.

Uma das principais dificuldades do compartilhamento de cargas é encontrar

no mercado parceiros que sejam logisticamente viáveis e que estejam

dispostos a cooperação. Assim, esta pesquisa realizou um estudo de caso em

duas indústrias de porte nacional com sede no Estado do Ceará: CBL

Alimentos e M. Dias Branco. As duas organizações firmaram um acordo em

que compartilham cargas em suas rotas. Como resultado, identificou-se

considerável redução nos custos de frete advindos da implantação da

estratégia logística.

Palavras-chave: Compartilhamento de cargas; Logística de Transporte;

Transporte Rodoviário.

XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens

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1. Introdução

A carência na infraestrutura de transportes no Brasil é um fato conhecido, o qual exerce

pressão no custo logístico das empresas. O atual cenário econômico recessivo deve

comprometer ainda mais a relação custo logístico versus PIB e, portanto, é desacreditada até

mesmo pelos analistas mais otimistas a possibilidade de avanços significativos na

infraestrutura logística no médio e curto prazo.

O resultado desse cenário são as críticas à oferta de modais destinados a movimentação de

grandes volumes e longas distâncias, como o ferroviário e o aquaviário, imprescindíveis para

o suprimento da região Nordeste do país, reconhecidamente importadora de produtos. Assim,

de acordo com o instituto ILOS, na contramão da sua necessidade, o Brasil registra

continuamente crescimento na participação do modal rodoviário na matriz de transportes (2/3

do seu transporte de carga), acompanhado de sucessivos aumentos no preço do frete,

impactado principalmente pela alta do preço do diesel.

A pesquisa Custos Logísticos do Brasil elaborada pela FDC (Fundação Dom Cabral) aponta

que o custo logístico consome, em média, cerca de 11,7% da receita das empresas. Este valor

pode variar atingindo até 25% do faturamento, de acordo com o segmento e sua dependência

em relação aos transportes rodoviários. O estudo, que consultou 142 empresas, revela um alto

nível de dependência de Rodovias (98%). Neste contexto, o transporte de longa distância é,

com 50%, o fator mais representativo na estrutura de custo logístico das companhias, seguido

do transporte de curta distância, em área urbana, com 20%.

Dada a importância do modal rodoviário para as empresas, o desafio que se impõe diz

respeito às possíveis estratégias que poderiam ser postas em prática para minimizar o impacto

dos custos gerados pelo modal. Uma solução já amplamente utilizada para atenuar os custos

logísticos é terceirizar a frota e os serviços logísticos. Desta forma, a empresa transforma o

que seria um custo fixo em variável.

Entretanto, essa não é a única solução. A cooperação é uma estratégia que se aplica no

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mercado para todos os setores da economia, seja indústria, comércio e serviços, possibilitando

diminuir o custo do frete. O custo do frete está ligado às particularidades de cada tipo de

serviço. Pelo fato de cada serviço possuir diferentes características de custos, em qualquer

tipo de conjunto de circunstâncias sempre existirá serviços com vantagens tarifárias potenciais

que outros não conseguirão cobrir com eficiência.

É nesse sentido que se coloca a estratégia de compartilhamento de cargas, como uma

estratégia fundamentada na cooperação entre empresas. Uma abordagem colaborativa exige

como condição sine qua non a confiança de ambas as partes envolvidas. O compartilhamento

de cargas consiste no procedimento adotado por empresas, com o intuito de melhorar o

aproveitamento do espaço do veículo e, com isso, reduzir os custos de transporte. Este

conceito de colaboração adotado no trabalho se fundamenta nos princípios da ECR – Resposta

Eficiente ao Consumidor. A ECR (2017) “é um movimento global, no qual empresas

industriais e comerciais, juntamente com os demais integrantes da cadeia de abastecimento

trabalham em conjunto na busca de padrões comuns e processos eficientes que permitam

minimizar os custos e otimizar a produtividade em suas relações.”

Dentro desse contexto, caracteriza-se como questão de pesquisa desse estudo a seguinte

indagação: o compartilhamento de carga entre duas ou mais empresas pode produzir de fato

diminuição nos custos logísticos?

Assim, foi definido como objetivo da pesquisa analisar o impacto da prática do

compartilhamento de cargas entre empresas nos custos logísticos.

Diante do objetivo proposto foi realizada pesquisa exploratória de natureza qualitativa. A

investigação começou com uma revisão da literatura sobre o tema. A metodologia de pesquisa

adotada foi o estudo de caso, com a coleta de dados primários e secundários. Para Giroux

(2003, p. 43), o estudo de caso é mais indicado para pesquisas que pretendem descrever um

fenômeno em toda sua complexidade. Bryman (1989 apud FREDERICO; TOLEDO 2008)

completa, afirmando que o estudo de caso não visa à generalização estatística, e o objetivo é

criar um entendimento sobre um fenômeno estudado.

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O estudo de caso ocorreu nas empresas CBL Alimentos e M. Dias Branco, ambas com matriz

no Estado do Ceará, mas com operações nacionais. O critério de escolha das empresas foi o

fato de realizarem o compartilhamento de cargas ensejando minimizar seus custos com frete.

Para a coleta de dados primários foi realizada pesquisa de campo nos centros de distribuição

das empresas analisadas. Esta fase da pesquisa é compreendida como um momento que

favorece a imersão dos conhecimentos práticos e teóricos (DAVID, 2000; THIÉTART,2003).

Além desta introdução, este artigo foi estruturado em quatro seções. Na segunda seção,

apresenta-se o referencial teórico mobilizado na pesquisa. Na terceira, o caso de estudo

selecionado é apresentado: o compartilhamento de cargas entre as empresas CBL Alimentos e

M. Dias Branco. Na quarta, analisa-se o caso de estudo fundamentando-se no arcabouço

teórico mobilizado e nos dados coletados na pesquisa de campo. Na última seção, são

agrupadas as principais conclusões.

2. Fundamentação Teórica

2.1. Compartilhamento de cargas

O Compartilhamento de cargas é uma prática adotada por empresas para diminuir o custo com

o transporte. Assim, duas empresas que atuam na mesma área firmam um acordo comercial,

para que elas possam usar o mesmo transporte (por exemplo, caminhão) e com isso ter uma

redução no custo do frete. Segundo Bertaglia (2003 apud STENGER; DEIMLING, 2006), o

compartilhamento de cargas deve, em última análise, atender aos anseios dos clientes,

proporcionando: velocidade, haja vista a redução dos estoques por parte das empresas sem,

contudo, perder a qualidade do produto; confiabilidade no cumprimento das demandas

existentes, atendendo prazos, quantidades e localização de entrega; e, flexibilidade,

proporcionando adaptabilidade às exigências dos clientes, conforme suas necessidades.

Para tanto, deve-se avaliar a cadeia logística como um todo, inclusive limitações dos

fornecedores e necessidades dos clientes, o percurso do transporte, desde a origem,

transbordos, até o destino final. Também os modais disponíveis e viáveis, que possam ser

utilizados, e avaliar a interface com o TRC (transporte rodoviário de carga) nas pontas

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responsável pelo porta-a-porta. E para a operacionalização dessa complexa cadeia, Novaes

(2007) apresenta o papel do operador logístico ou prestador de serviços logísticos (PSL):

empresa que tem competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções

que podem englobar todo o processo logístico da supply chain.

Segundo Caixeta-Filho e Martins (2012), uma alternativa para melhorar o aproveitamento dos

recursos utilizados no transporte de produtos é a contratação de cargas de retorno, o que

permite diminuição dos custos operacionais dos transportadores. Com essa prática, diminui-se

o número de caminhões trafegando vazio, além de permitir redução do número de veículos

nas estradas assim, como todos os benefícios advindos, como por exemplo: menor nível de

poluição, possibilidade de diminuir número de acidentes, aumento da vida útil das

infraestruturas de transporte. Beilocket (1986) acrescenta que o valor do frete praticado não é

somente função dos custos derivados da prestação do serviço de transporte, mas também de

outros fatores, como as condições de oferta de transporte na origem e possibilidade de carga

de retorno no destino. Com isso, a quantidade transportada de carga aumenta e, nessas

condições o valor do frete diminui.

Nesse contexto, as centrais de cargas apresentam-se como uma possibilidade de melhorar a

utilização dos fretes de retorno. De acordo com Toledo (1983), esse tipo de frete tem um

custo de oportunidade relativamente baixo, pois o caminhão deve retornar de qualquer forma,

e a carga de retorno significa uma oportunidade de ganho adicional. Assim, o valor desse frete

pode variar muito a parti de um valor mínimo que cubra os gastos adicionais de trafegar

carregado e de alguma alteração de rota, mudando sua curva de oferta de maneira que

mantenha a competitividade com outros sistemas de transporte.

Por outro lado, Ballou (2006) destaca o papel das agências que oferecem serviços de

transportes para os embarcadores mesmo sem contar com equipamento próprio de

movimentação. Em primeiro lugar, elas reúnem vários pequenos fretes (cargas fracionadas)

até consolidá-lo em uma carga completa. Taxas competitivas com aquelas para LTL - Less

Than Truck Load (capacidade incompleta) são cobradas, e a agência, mediante a consolidação

dos inúmeros pequenos embarcadores com os quais trabalha, consegue taxas

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correspondentes às de cargas completas. O diferencial da taxa do frete entre grandes e

pequenos embarques ajuda a compensar as despesas operacionais. Além da consolidação, os

agentes ou agências, oferecem serviços de coleta e entrega aos embarcadores.

Um dos papéis do agenciador de cargas é aumentar o desempenho de carga e da roteirização

planejada. Para obter êxito em sua função, o agenciador preciso também ter uma boa carteira

de clientes embarcadores, que permita que o agente consiga acordos que beneficie a todos.

Nessa atividade é essencial ter um bom relacionamento com operadores de cargas e

transportadoras, para obter uma boa negociação.

No entanto, nem sempre é possível fazer uso da mutualização de cargas no Brasil. Isto

porque, a distribuição geográfica das indústrias no território nacional é concentrada no sul e

sudeste. Deste modo, o fluxo de mercadorias com origem para o norte e nordeste do país gera

valores de fretes mais elevados. Em outras palavras, os custos logísticos mais elevados,

justamente nas regiões menos desenvolvidas, são frutos de um fluxo de distribuição de mão-

única.

Outro ponto dificultante para a estratégia de compartilhamento e para realização dos fretes de

retorno é a necessidade dos transportadores possuírem informações sobre o maior número

possível de cargas. Como o mercado é construído por milhares de empresas fornecedoras de

cargas e de transportadoras, torna-se difícil acesso a essas informações. Em outras palavras, o

mercado de serviços de frete também é acometido pelo fenômeno das informações

assimétricas, conforme definido por Pindyck e Rubinfeld (2006, p.530). Ocorre quando os

indivíduos que interagem no mercado não dispõem de toda a “informação perfeita” que é

necessária para fazer com que os mercados funcionem de maneira adequada, como indicado

pelo ponto de equilíbrio demonstrado na famosa Interseção Marshalliana, em que oferta e

demanda sempre se igualam.

Daí a necessidade do empreendimento de parcerias e cooperação entre empresas e operadores

logísticos, sejam empresas do mesmo ramo de atividade ou de ramos diferentes, desde que o

mesmo equipamento e equipe de prestadores de serviços (por exemplo, um tipo de caminhão)

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possam atender as necessidades de ambos os embarcadores, como é o caso das empresas

analisadas no estudo de caso dessa pesquisa.

No Brasil, uma das pioneiras em compartilhamento de cargas foi à empresa AMBEV. A

busca por uma empresa parceira considerava que a operação fosse logisticamente viável para

as partes envolvidas. A empresa selecionada foi a UNILEVER. A operação se dava da

seguinte forma: o caminhão é inicialmente carregado na AMBEV de Jundiaí (SP) com destino

a AMBEV Goiânia (GO), percorrendo 890km, onde é descarregado; vazio o caminho segue

para a filial de Goiânia da Unilever (localizada a 10km) e de lá sai carregado para a Unilever

de Louveira (SP) há 873km, recomeçando o circuito na AMBEV Jundiaí (15km de distância).

Outra empresa que adotou essa estratégia foi JBS Transportadora, que firmou parceria com a

HEINEKEN Brasil. Junto as duas reduziram o custo sobre a operação e contribuíram para a

redução na emissão de CO2 (MERCADO E CONSUMO, 2014).

Na França, a ECR (Efficient Consumer Response ou em português Resposta Eficiente ao

Consumidor) criou uma ferramenta interativa que permite que seus usuários encontrem

parceiros logísticos, por meio de um site (mutualisationlogistique.com). O site é uma

ferramenta de busca especializada que possibilita que atores (operadores logísticos, armazéns,

distribuidores e indústrias) se conectem e comecem a cooperar. O usuário interessado cadastra

seus dados disponibilizando suas especificidades: localização, necessidades, espaço

disponível, ramo de trabalho. Em seguida, o site lista os possíveis parceiros que se adaptam as

especificações de cada usuário (ECR FRANCE, 2017).

Com o compartilhamento de dados em tempo real entre atores que decidem cooperar, sejam

eles da mesma cadeia de abastecimento ou não, uma gama de atividades que podem ser

mutualizadas em relações ganha-ganha se multiplicam. A partir dessa filosofia de maior

aproximação entre os atores de uma cadeia é possível, por exemplo, que dois fornecedores

diferentes possam fazer uso do compartilhamento de cargas para fornecer produtos ao mesmo

varejista utilizando um único meio de transporte. Como resultado, almeja-se uma redução de

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custos dos atores envolvidos e, consequentemente, um maior desempenho global da cadeia.

No caso deste estudo, focamos na redução dos custos advindos do compartilhamento do

transporte de cargas efetuado a partir da iniciativa de duas indústrias e prestadores de serviços

logísticos.

2.2Riscos e Dificuldade para o Compartilhamento de Cargas

As consultorias ECR Europa eMcKinsey & Company(2012) conduziram uma pesquisa com

140 participantes representando líderes de mercado (31 do varejo, 97 da indústria e 12

provedores de serviço) em 13 países. Todos os entrevistados declaram que utilizam o sistema

colaborativo em pelo menos em uma de suas áreas de negócio e mais da metade usufruem

desta prática em mais de cinco áreas, como no sortimento de produtos e nos fluxos de supply

chain. Surpreendentemente 41% das iniciativas colaborativas não obtiveram resultados

positivos, apesar do investimento e esforço. Os maiores motivos do não-sucesso foram: a falta

de recursos dedicados para o esforço, a falta de apoio do corpo diretivo das empresas e a

resistência no compartilhamento de informações.

Analistas em gestão de riscos orientam que antes de compartilhar as cargas, as empresas

devem levar em consideração o risco de roubo. Segundo os técnicos, quadrilhas

especializadas assaltam caminhões pelo interesse em produtos de alto valor agregado. Desta

forma, não se indica que essas cargas dividam o mesmo caminhão com outras de menor valor.

Isso aumenta desnecessariamente a exposição para os riscos de roubo (AON, 2017).

Outro fator de risco está relacionado ao acondicionamento das mercadorias no caminhão, o

qual deve ser feito de maneira cuidadosa para que durante o trajeto uma carga não caia sobre a

outra, ocasionando danos por impacto ou fricção. Por isso é correto analisar os tipos de

mercadorias que serão compartilhadas no mesmo caminhão, de modo a evitar avarias.

Consubstancia-se como outra fonte de preocupação, as possíveis contaminações físico-

químicas as mercadorias ao compartilharem o mesmo espaço de forma consorciada ou após o

uso do equipamento sem que seja realizada a devida higienização.

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Darcey (1989) e Michaels (1989) relatam a repercussão da denúncia nos Estados Unidos, de

que caminhões fechados e refrigerados que transportavam alimentos do meio-oeste para a

costa oeste traziam lixo como carga de retorno. As empresas de transporte justificaram o

carregamento como uma forma de reduzir seus custos, uma vez que os equipamentos

envolvidos na operação possuem alto custo de manutenção. Constatava-se no período

ausências de leis específicas que regulassem o frete de retorno. Somente veículos que

transportavam matérias extremamente tóxicas estavam proibidos de utilizar cargas de retorno,

e apenas veículos de transporte de matérias perigosos estavam sujeitos a normas específicas

de limpeza (MICHAELS, 1990). Após os ocorridos, uma série de leis foi promulgada com

regulamentações que iam desde a proibição total até a imposição de processos de limpeza

para veículos que transportassem quaisquer tipos de carga.

No Brasil a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) é o órgão responsável pela

regulamentação e controle das rodovias. A lei 11.442 de janeiro de 2007 dispõe sobre o

transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração e, a resolução

nº 4.799 de julho de 2015 regulamenta procedimentos para inscrição e manutenção no

Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), são os dispositivos

legais que regulamentam o transporte rodoviário de cargas no país (ANTT, 2017). Contudo,

nesses instrumentos jurídicos não identificam-se regulamentações próprias que ordenem o

transporte de cargas compartilhadas.

3. Estudo de Caso: CBL Alimentos e M. Dias Branco

A empresa CBL Alimentos S/A, iniciou suas operações na cidade de Quixeramobim no

Estado do Ceará em 1971, firmou-se como líder no mercado de leite pasteurizado na região e,

em seguida expandiu-se para o Nordeste. Atualmente, a CBL Alimentos possui cinco

unidades industriais localizadas no Ceará, Pernambuco, Paraíba e Sergipe. Com oito Centros

de Distribuição. São mais de oitenta produtos e 5 marcas: Betânia, Lebom, Jaguaribe, Cilpe e

Latimilk. Possui 1.900 funcionários diretos e em torno de4.500 indiretos. Suas operações

movimentam200 veículos entregando e abastecendo as filiais diariamente.

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A empresa M. Dias Branco S/A inicia suas atividades no ano de 1936, quando foi inaugurada

em Fortaleza (Ceará) a “Padaria Imperial”. Em 1953 teve uma ampliaçãonos negócios,

ocorrendo investimentos na fabricação de biscoitos em escala industrial. Em 1990, foram

construídos novos moinhos e indústrias de massas e biscoitos. No ano de 2002/2003 foi

inaugurada a unidade industrial de gorduras e margarinas também em Fortaleza, ocorre a

aquisição do Grupo Adria que possuía as marcas Basilar, Isabela, Zabet e Adria. Nos anos

seguintes, com a aquisição de outras empresas a M. Dias Branco assume a liderança nacional

do setor de massas e biscoitos.

No ano de 2016, as empresas CBL Alimentos e M. Dias Branco, contando com apoio da

consultoria ECR Nordeste sediada na Faculdade CDL e Câmara de Diretores Lojistas de

Fortaleza – CDL, firmaram um acordo para a implantação do projeto de colaboração em

transporte fazendo uso do modelo Back Haul (bate e volta). As empresas apresentavam

necessidades semelhantes, quais sejam, diminuir seus custos de fretes e para isso, buscavam

empresas parceiras para efetuar cooperações no setor de logística de transporte. Como as duas

empresas, com sede em Fortaleza, possuíam operações em toda a região Nordeste as

possibilidades que se apresentavam, em um primeiro momento, eram inúmeras. Assim, surge

a possibilidade de negociações com os operadores logísticos, ressaltando o benefício da

garantia da carga de retorno.

Um dos principais objetivos do Back Haul são os ganhos oriundos nas colaborações entre

empresas na área de transporte. Quando as empresas aderem ao sistema colaborativo, há uma

maior quantidade de carga disponível para o compartilhamento entre os operadores de

transporte. Com a garantia de utilização da capacidade máxima do veículo nos trechos de ida

e de volta, abri-se a possibilidade, antes inexistente, de redução do custo unitário de frete. Em

outras palavras, quanto mais cargas forem ofertadas ao operador logístico, maiores serão as

oportunidades de otimização de rota, a ocupação dos veículos e diminuição do preço do frete.

Com o acordo firmado foi iniciado um levantamento dos embarques realizados pelas duas

empresas, considerando: rotas e destinos, preços dos fretes, frequência e os volumes

embarcados. Depois do levantamento realizado, foi possível elencar as possíveis rotas a

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serem compartilhadas. Os seguintes embarques realizados entre os Estados foram

identificados: Ceará - Bahia; Ceará - Sergipe; Ceará - Pernambuco. Para a execução da

operação piloto o trecho Ceará – Bahia foi selecionado, pelo fato de haver compatibilidade de

necessidades entre as duas empresas no que concerne a utilização do equipamento na ida por

uma e, a utilização do equipamento na volta pela a outra empresa.

3.1. Operação antes da parceria

A operação da M Dias Branco se dava da seguinte forma: a carreta carregada com produtos da

M Dias Branco era abastecida em Salvador (BA), com produtos para a indústria de

margarinas GME, com destino a Fortaleza (CE). Após descarregar, o transportador seguia

para postos de combustíveis em busca de carga de retorno para Salvador.

Já a operação da CBL Alimentos, ocorria no sentindo contrário: as carretas da CBL

abasteciam-se na indústria localizada na cidade de Morada Nova (CE) com destino a cidade

de Salvador (BA). Uma vez realizado o descarregamento os transportadores seguiam para o

mercado em busca de carga de retorno para Fortaleza. Nas duas operações, incidiam sobre o

custo do frete a variável risco do caminhão voltar vazio (ou como se diz no jargão do setor

“voltar batendo”).

Figura 1– Operaçãodas duas Empresas antes da Mutualização

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Fonte: ECR Nordeste/ CBL Alimentos

3.2. Operação após a parceria

Com a parceria, inicia-se a operação piloto em junho de 2016. O caminhão sai da indústria de

CBL Alimentos (CE) para o CD da CBL Alimentos (BA) com o retorno previamente

agendado. O mesmo caminhão segue para a filial da empresa M. Dias Branco em Salvador

onde realiza o carregamento e, em seguida, faz o caminho inverso partindo com destino a

Fortaleza sede da empresa GME.

A partir dos dados coletados no piloto constatou-se a possibilidade de compartilhar de 04 a 08

viagens por mês, com uma redução de custo de 9% e 13% na tarifa de frete por trecho,

proporcionando uma redução no custo do frete de R$ 1.600,00 a R$ 2.400,00. Essa redução

geraria a uma expectativa de economia de R$ 38mil a R$ 57,6 mil / ano para as duas

empresas.

4. Discussões

O processo de estudo na fundamentação teórica desta pesquisa evidencia os ganhos e aponta o

compartilhamento de cargas como uma estratégia a ser posta em prática pelas empresas dos

vários setores da economia. Com o estudo de caso pudemos contrapor teoria e prática,

aceitando assim a hipótese inicial da viabilidade logística do compartilhamento de cargas.

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Contudo, como toda operação ainda precisam ser dirimidos alguns pontos considerados ainda

sensíveis, o que pode ser considerado aceitável dado o teor de inovação disruptiva que

empreenderem todos os envolvidos no projeto: gestores de logística de ambas as empresas,

assim como os níveis de direção, os operadores logísticos, as equipes de armazenagem e

estoque dos centros de distribuição.

Elencamos abaixo alguns desafios a serem plenamente equalizados para a maturidade da

operação e a captura de maiores ganhos:

- Ausência de dados estruturados;

- Maior foco e engajamento ao projeto das equipes de logísticas envolvidas;

- Convencer os transportadores dos ganhos para todos os envolvidos;

- Buscar automatizar o processo reduzindo o tempo de espera dos operadores nas

operações de abastecimento e desabastecimento;

- Homologação interna dos operadores (veículos) dentro das especificações exigidas

pelos embarcadores;

- Adequação fiscal e forma de remuneração.

Conclusão

Além das já mencionadas reduções nos custos operacionais das empresas envolvidas no

compartilhamento de cargas analisado no estudo de caso destaca-se também que os ganhos no

projeto de colaboração perpassam além da questão financeira. Constatou-se também, ganhos

ambientais com a redução da queima de combustíveis fósseis e, consequentemente, a menor

emissão de gás carbônico no meio-ambiente.

Apesar dos ganhos captados, a operação passa por uma fase de reestruturação, com o intuito

de produzir maior fluidez e flexibilidade e, assim, suplantar as dificuldades elencadas na

seção anterior. Concomitantemente, a equipe de logística da empresa CBL Alimentos ao

absorver conhecimento e expertise na implantação de projetos colaborativos, tem assumido na

região Nordeste um trabalho de primazia estimulando outros atores a executar estratégias de

cooperação. A equipe tem pilotado um grupo de discussão juntamente com a ECR Nordeste e,

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XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

“A Engenharia de Produção e as novas tecnologias produtivas: indústria 4.0, manufatura aditiva e outras abordagens

avançadas de produção”

Joinville, SC, Brasil, 10 a 13 de outubro de 2017.

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com isso, vem empreendendo uma série de parcerias no compartilhamento de cargas com

grandes players do setor industrial (Indaiá e M. Dias Branco) e varejista (Walmart, Pinheiro e

GBarbosa) da região.

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