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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINAUNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
ANDRÉ ROGÉRIO BERTO
ESTIMAÇÃO DE CUSTOS DA ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO:ESTUDOS DE CASOS EM EMPRESAS DO ESTADO DO PARANÁ
Londrina2004
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ANDRÉ ROGÉRIO BERTO
ESTIMAÇÃO DE CUSTOS DA ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO:ESTUDOS DE CASOS EM EMPRESAS DO ESTADO DO PARANÁ
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Administração (PPA) daUniversidade Estadual de Londrina (UEL) /Universidade Estadual de Maringá (UEM) –Mestrado em Administração - Área deConcentração: Gestão de Negócios, comorequisito para obtenção do título de Mestre emAdministração.
Orientador: Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D.
Londrina2004
ANDRÉ ROGÉRIO BERTO
ESTIMAÇÃO DE CUSTOS DA ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO:ESTUDOS DE CASOS EM EMPRESAS DO ESTADO DO PARANÁ
Dissertação aprovada como requisito paraobtenção do grau de Mestre no Programa dePós-Graduação em Administração,Universidade Estadual de Londrina eUniversidade Estadual de Maringá, pelaseguinte banca examinadora:
Aprovada em 01 de novembro de 2004.
_______________________________________Prof. Antônio Artur de Souza, Ph.D.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
_______________________________________Prof. Márcio Augusto Gonçalves, Ph.D.
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
______________________________________Prof. Dr. José de Jesus Previdelli
Universidade Estadual de Maringá (UEL)
DEDICATÓRIA
À Deus; aos meus pais; à minhaesposa; e aos mestres e doutores queme ajudaram durante toda estapesquisa, principalmente ao meuorientador, Prof. Antônio Artur deSouza, Ph.D.
AGRADECIMENTOS
Aos professores e colegas do mestrado, pelo auxílio e pelo compartilhamento de seusconhecimentos;
Aos meus pais, pela educação que me concederam;
À minha esposa, pelo apoio e compreensão;
À Direção da Chore-Time Ltda. que permitiu o acesso às informações da empresa,condição essencial à conclusão deste trabalho.
À Direção da Sicpa Brasil Ltda., pela oportunidade concedida para o meu aperfeiçoamentopessoal e profissional, permitindo o acesso às informações da empresa, parte importante docampo de pesquisa.
À Direção da Avimac Ltda., pela oportunidade concedida, permitindo a utilização e acessoirrestrito às informações, condição essencial à conclusão deste trabalho.
A todos que, direta ou indiretamente, auxiliaram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Na atualidade, em virtude das constantes transformações na economia mundial, comdestaque para o aumento dos investimentos estrangeiros em países em desenvolvimento,ocorre uma série de condicionantes que precisam ser analisadas e discutidas para que sepossa chegar a um entendimento mais amplo de seus efeitos. Neste contexto, o melhorentendimento das fases e dos custos da atividade de importação torna-se muito importantepara a gestão de uma organização. Este trabalho discute aspectos da atividade deimportação, procurando identificar os custos decorrentes dessa atividade, a partir de umestudo de caso múltiplo, em que foram escolhidas três empresas que praticam a atividadede importação, todas localizadas no estado do Paraná, sendo duas multinacionais e uma decapital nacional. O objetivo geral da pesquisa consistiu em identificar as fases e os custosinerentes a um processo de importação, tendo como referência as empresas em estudo,apresentando uma planilha de estimação de custos de importação para empresas do ramode atividade em estudo. Os objetivos específicos foram: a) descrever as fases do processode importação, detalhando os procedimentos de cada uma delas; b) identificar o modocomo as empresas estimam seus custos de importação; c) identificar o conhecimento dosatores envolvidos no processo de importação de cada empresa, analisando o conhecimentodos processos e os custos; d) verificar se existe a necessidade de alterar rotinasrelacionadas à estimação de custos da importação nas empresas; e) criar uma planilha decustos, que possa ser utilizada como ferramenta para estimação de custos da importaçãonas empresas; e f) apresentar um conjunto de recomendações relacionadas à atividade deimportação. Para a coleta de dados, utilizaram-se as técnicas de entrevistas, análisedocumental e questionário. A pesquisa aponta como principais resultados: a) Asestimativas de custos de importação não são realizadas da maneira mais adequada; b)Verifica-se a falta de conhecimento das fases do processo de importação por parte dosenvolvidos; c) Nas importações aéreas, as empresas não utilizam nenhuma ferramentaconsistente para a estimação de custos; e d) Existe a real necessidade de treinamento porparte dos envolvidos. Chega-se à conclusão que é necessário rever o modelo atual deestimação de custos das empresas e manter uma atualização constante das ferramentasutilizadas para esse fim, pois o comércio exterior é muito dinâmico, ocorrendo mudançasque afetam diretamente os custos de importação.
Palavras-Chave: importação; comércio exterior; estimação de custos.
ABSTRACT
Presently, due to the constant changes in the world economy, focusing the increase of theforeign investments in developing countries, there are series of conditionals which need tobe analyzed and discussed in order to reach an ample understanding of its effects. In thiscontext, the best understanding of the stages and costs of the import activity is veryimportant for the management of an organization. This dissertation asserts aspects of theimport activity, in order to identify what are the resulting costs of it, by a multiple casestudying, in which, three companies which practice the import activity were chosen, beingtwo multinationals and one of national capital. The general objective of the researchconsisted of identifying the stages and the costs of the import process, with reference to thecompanies in study, presenting a spreadsheet of estimated import costs for the companiesof the activity branch in study. The specific objectives were: a) to describe the stages of theimport process, detailing the procedures of each one of them; b) to identify how thecompanies esteem their import costs; d) to verify the need of changing routines related tothe estimation of costs of the import activity in the companies; e) to create a spreadsheet ofcosts, that can be used as a tool for the estimation of import costs in the companies; and f)to present a group of recommendations related to the import activity. For the collection ofdata, were used the techniques of interview, documental analysis and questionnaire. Theresearch points as main results: a) the estimations of import costs are not accomplished inthe most appropriate way; b) there is a lack of knowledge regarding the stages of theimport process by involved people; c) in air imports, the companies don't use anyconsistent tool for estimating costs; d) there is a real need of training by the involvedpeople. It can be concluded that is necessary review the current model of companiesestimation costs and to maintain a constant updating of the tools used, because the foreigntrade is very dynamic, with changes that directly affect the import costs.
Key-words: import; foreign trade; estimate of costs.
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1: Convergência e não convergência de várias fontes de evidências................... 42Figura 2: Etapas da pesquisa .......................................................................................... 47Figura 3: Etapas básicas da análise de conteúdo ............................................................ 49Figura 4: Distinção entre custos e despesas .................................................................... 55Figura 5: Evolução das teorias sobre Comércio Internacional ....................................... 79Figura 6: Incoterms......................................................................................................... 87Figura 7: Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro ..................................................... 94Figura 8: Secex e órgãos subordinados........................................................................... 97Figura 9: Sistemática de importação .............................................................................. 104Figura 10: Fluxograma...................................................................................................... 126Gráfico 1: Função de custos por degrau ........................................................................... 59Gráfico 2: Produção de X e Y – Custo da Oportunidade.................................................. 76Gráfico 3: Curva da indiferença........................................................................................ 77Gráfico 4: Brasil e as exportações e importações mundiais.............................................. 88Gráfico 5: Balança comercial Brasileira .......................................................................... 89Gráfico 6: Exportações ..................................................................................................... 90
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Modelo de comportamento de compra de importador .................................... 18Quadro 2: A preparação do Brasil para a industrialização ............................................... 24Quadro 3: Conceito de custo ............................................................................................ 53Quadro 4: Resumo das terminologias .............................................................................. 55Quadro 5: Combinações alternativas que A pode produzir de x e y ................................ 76Quadro 6: Formas de integração econômica..................................................................... 80Quadro 7: Passos para realizar uma operação de importação........................................... 113Quadro 8: Vantagens e desvantagens das modalidades de pagamento............................. 120Quadro 9: Modalidades de Câmbio................................................................................... 125Quadro 10: Custos com licenciamento e despacho aduaneiro............................................ 127Quadro 11: Custos da negociação e emissão de documentos............................................. 128Quadro 12: Custos com acondicionamento da mercadoria................................................. 128Quadro 13: Custos com transporte interno.......................................................................... 129Quadro 14: Custos da movimentação no porto................................................................... 130Quadro 15: Custos com transporte internacional................................................................ 130Quadro 16: Custos da contratação de câmbio..................................................................... 131Quadro 17: Planilha de custo.............................................................................................. 132Quadro 18: Custo de importação aérea............................................................................... 134Quadro 19: Matriz de definições de tributos relativos às importações............................... 135Quadro 20: Planilha de importação desenvolvida como modelo para análise dos dados e
aplicação nas empresas ................................................................................... 151Quadro 21: Custo das importações – Empresa Chore-Time/Brock Ltda. – ano 2000........ 152Quadro 22: Custo das importações – Empresa Chore-Time/Brock Ltda. – ano 20001 ..... 153Quadro 23: Custo das importações – Empresa Chore-Time/Brock Ltda. – ano 2002 –
Até Julho ......................................................................................................... 153Quadro 24: Custo das importações – Empresa Chore-Time/Brock Ltda. – ano 2000 à
Julho de 2002 .................................................................................................. 154Quadro 25: Avaliação Chore-Time / Brock Ltda. .............................................................. 155Quadro 26: Custo das importações – Empresa Avimac Ltda. – ano 2001 ........................ 157Quadro 27: Custo das importações – Empresa Avimac Ltda. – ano 2002......................... 157Quadro 28: Custo das importações – Empresa Avimac Ltda. – ano 2003 ........................ 158Quadro 29: Custo das importações – Empresa Avimac Ltda. – ano 2001, 2002 e 2003 .. 158Quadro 30: Avaliação Avimac Ltda. ................................................................................. 159Quadro 31: Custo das importações – Origem França – Empresa Sicpa Ltda. – ano 2000 160Quadro 32: Custo das importações – Origem França – Empresa Sicpa Ltda. – ano 2001 161Quadro 33: Custo das importações – Origem França – Empresa Sicpa Ltda. – ano 2002 161Quadro 34: Custo das importações – Origem França – Empresa Sicpa Ltda. – ano 2003 162Quadro 35: Custo das importações – Origem França – Empresa Sicpa Ltda. – ano 2000,
2001, 2002 e 2003 ......................................................................................... . 162Quadro 36: Custo das importações – Origem Uruguai – Empresa Sicpa Ltda. – ano
2000 ................................................................................................................. 163Quadro 37: Custo das importações – Origem Uruguai – Empresa Sicpa Ltda. – ano
2001 ................................................................................................................. 163Quadro 38: Custo das importações – Origem Uruguai – Empresa Sicpa Ltda. – ano
2002 ................................................................................................................. 164Quadro 39: Custo das importações – Origem Uruguai – Empresa Sicpa Ltda. – ano
2003 ................................................................................................................. 164
Quadro 40: Custo das importações – Origem Uruguai – Empresa Sicpa Ltda. – ano2000, 2001, 2002 e 2003 ................................................................................. 165
Quadro 41: Custo das importações – Origem Uruguai e França– Empresa Sicpa Ltda. –ano 2000, 2001, 2002 e 2003 .......................................................................... 165
Quadro 42: Quadro de avaliação da Sicpa Brasil Ltda. ..................................................... 166Quadro 43: Avaliação Sicpa Brasil Ltda. ........................................................................... 166Quadro 44: Problemas e Recomendações .......................................................................... 172Quadro 45: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com desembaraço
aduaneiro em Paranaguá – Paraná.................................................................. 176Quadro 46: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com início do
despacho aduaneiro em Paranaguá-Paraná e desembaraço aduaneiro noEadi – Maringá – Paraná................................................................................. 177
Quadro 47: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com início dodespacho aduaneiro em Paranaguá – Paraná e desembaraço aduaneiro noEadi – Curitiba – Paraná.................................................................................. 178
Quadro 48: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no aeroporto Afonso Pena em Curitiba – Paraná........................... 179
Quadro 49: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no aeroporto de Viracopos em Campinas – São Paulo................... 180
Quadro 50: Planilha modelo de estimativa de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no Eadi – Jaguarão – Rio Grande do Sul........................................ 181
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Evolução das Exportações do Brasil – 1950 a 2004 (Janeiro a Agosto) ......... 91Tabela 2: Evolução das Importações do Brasil – 1950 a 2004 (Janeiro a Agosto) ......... 92Tabela 3: Crescimento do Comércio Mundial – 1990 a 2004 (Janeiro a Agosto) .......... 93Tabela 4: Opinião dos entrevistados quanto a fase onde há possibilidade de redução
de custos ........................................................................................................ 171
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AFRMM Adicional de Frete para Renovação da Marinha MercanteAID Associação Internacional de DesenvolvimentoALADI Associação Latino-Americana de Desenvolvimento EconômicoAPEX Agência de Promoções e ExportaçõesAWB AirwaybillB/L Bill of LadingBACEN Banco Central do BrasilBCB Banco Central do BrasilBEFIEX Programa de Benefício Fiscal à ExportaçãoBID Banco Interamericano de DesenvolvimentoBIRD Banco Internacional de Reconstrução e DesenvolvimentoCACEX Carteira de Comércio Exterior do Banco do BrasilCAMEX Câmara de Comércio ExteriorCCI Câmara de Comércio InternacionalCDA Certificado de Depósito AlfandegadoCFI Corporação Financeira InternacionalCFR Cost and FreightCI Comprovante de ImportaçãoCIF Cost, Insurance and FreightCIP Carriage and Insurance Paid ToCNC Confederação Nacional do ComércioCNEN Conselho Nacional de Energia NuclearCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoCOSIT Coordenadoria Geral de Tributação da Receita FederalCPT Carriage Paid ToDAC Depósito Alfandegado CertificadoDAD Depósito Aduaneiro de DistribuiçãoDAF Delivered At FrontierDAF Depósito AfiançadoDDP Delivered Duty PaidDDU Delivered Duty UnpaidDEA Depósito Especial AlfandegadoDECEX Departamento de Comércio ExteriorDEINT Departamento de Negociações InternacionaisDEQ Delivered Ex QuayDES Delivered Ex ShipDI Declaração de ImportaçãoDMM Departamento de Marinha MercanteDNC Departamento Nacional de CombustíveisDPF Departamento da Polícia FederalDTA Declaração de Trânsito AduaneiroDUB Deliver under customs bondEUA Estados Unidos da AméricaEXW Ex WorksFAS Free Along ShipFCA Free CarrierFMI Fundo Monetário Internacional
FOB Free On BoardGATT General Agreement on Tariffs and TradeIATA International Air Transport AssociationIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos RenováveisIBPC Instituto Brasileiro de Patrimônio CulturalICMS Imposto sobre a Circulação de MercadoriasII Imposto de ImportaçãoIPI Imposto sobre Produtos IndustrializadosITC International Trade CenterLASH Lighter Aboard ShipLI Licenciamento de ImportaçãoMDIC Ministério da Indústria e Comércio ExteriorMERCOSUL Mercado Comum do SulMF Ministério da FazendaMIC Manifesto Internacional de CargaMRE Ministério das Relações ExterioresNAFTA North American Free Trade AgreementOIC Organização Internacional do ComércioOMC Organização Mundial do ComércioONU Organização das Nações UnidasPIB Produto Interno BrutoPNB Produto Nacional BrutoRE Registro de ExportaçãoRECOF Entreposto Industrial sob Controle InformatizadoRECOM Regime Aduaneiro Especial de Importação de Insumos Destinados a Industrialização por EncomendaREPETRO Regime aduaneiro especial de exportação e importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gásREPEX Regime aduaneiro especial para importação de petróleo bruto e seus derivados, para fins de exportação no mesmo estado em que foram importadosRETRIC Registro Cadastral de Habilitação de Empresa de Transporte Internacional de CargasRO-RO Roll-On Roll-OffSAE Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da RepúblicaSEABEE Sea BargeSEAIN Secretaria de Assuntos InternacionaisSECEX Secretaria do Comércio ExteriorSERPRO Serviço de Processamento de Dados do Governo FederalSGP Sistema Geral de PreferênciasSISBACEN Sistema de Informações do Banco CentralSISCOMEX Sistema Integrado de Comércio ExteriorSRF Secretaria da Receita FederalTIF/TODA Carta de Porte Internacional e Declaração de Trânsito AduaneiroUNCTAD Conferência a Nações Unidas sobre Comércio e DesenvolvimentoWTC World Trade Center
SUMÁRIO
RESUMO _____________________________________________________________ 05
ABSTRACT ___________________________________________________________ 06
LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS ______________________________________ 07
LISTA DE QUADROS __________________________________________________ 08
LISTA DE TABELAS ___________________________________________________ 10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS___________________________________ 11
1 INTRODUÇÃO_______________________________________________________ 17
1.1 TEMA DA PESQUISA _____________________________________________ 17
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ________________________________________ 21
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA ___________________________________ 22
1.4 OBJETIVOS ______________________________________________________ 29
1.4.1 Objetivo geral _____________________________________________________ 29
1.4.2 Objetivos específicos________________________________________________ 29
1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ___________________________________ 30
2 METODOLOGIA APLICADA__________________________________________ 32
2.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA ___________________________________ 32
2.2 A ESCOLHA DAS EMPRESAS ______________________________________ 36
2.3 UNIDADE DE ANÁLISE ___________________________________________ 36
2.4 DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE CASOS _______________________________ 37
2.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA _____________________________________ 38
2.6 DADOS__________________________________________________________ 39
2.6.1 Tipo de dados _____________________________________________________ 39
2.6.2 Coleta de dados ____________________________________________________ 40
2.6.3 Protocolo da pesquisa _______________________________________________ 46
2.6.4 Análise dos dados __________________________________________________ 48
3 CUSTOS ____________________________________________________________ 52
3.1 FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS __________________ 52
3.2 TERMINOLOGIA EM CUSTOS______________________________________ 53
3.2.1 Classificação de custos ______________________________________________ 56
3.3 ABORDAGENS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS ___________________ 60
3.3.1 A Contabilidade de Custos no controle das operações ____________________ 61
3.4 SISTEMAS DE CUSTEAMENTO ____________________________________ 63
3.4.1 Custeio por Absorção _______________________________________________ 63
3.4.2 Custeio Variável ___________________________________________________ 65
3.4.3 Custeio ABC ______________________________________________________ 67
4 O COMÉRCIO INTERNACIONAL E A ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO NO
BRASIL_______________________________________________________________ 71
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS _______________________________________ 71
4.2 FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL __________________ 73
4.2.1 Teorias clássicas do comércio internacional_____________________________ 73
4.2.2 Teorias modernas de comércio internacional ___________________________ 75
4.3 BLOCOS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA ___________________________ 80
4.3.1 Mercosul _________________________________________________________ 81
4.4 OS INCOTERMS __________________________________________________ 83
4.5 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO ________________ 87
4.6 ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO________________ 94
5 SISTEMÁTICA DAS IMPORTAÇÕES _________________________________ 104
5.1 REGISTRO DO IMPORTADOR_____________________________________ 104
5.2 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX
IMPORTAÇÃO _____________________________________________________ 105
5.3 CREDENCIAMENTO _____________________________________________ 107
5.4 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO ________________________________ 107
5.5 EXAME DE SIMILARIDADE ______________________________________ 108
5.6 VERIFICAÇÃO DE PREÇOS _______________________________________ 109
5.7 TRANSPORTE MARÍTIMO NA IMPORTAÇÃO_______________________ 109
5.8 TRANSPORTE AÉREO NA IMPORTAÇÃO __________________________ 110
5.9 O DESPACHO ADUANEIRO_______________________________________ 110
6 DEFININDO O ROTEIRO DE IMPORTAÇÃO __________________________ 112
6.1 DEFINIÇÃO DO OBJETO DE TRANSAÇÃO _________________________ 114
6.2 CONTATO COM O EXPORTADOR _________________________________ 115
6.3 CONSULTAR A CLASSIFICAÇÃO NO COSIT/SRF____________________ 116
6.4 LICENCIAMENTO E VERIFICAÇÃO DE NECESSIDADE DE PRÉ-
AUTORIZAÇÃO DE IMPORTAÇÃO ___________________________________ 117
6.5 REGISTRO DE SIMILARIDADE____________________________________ 118
6.6 EMBARQUE DA MERCADORIA ___________________________________ 118
6.7 PAGAMENTO AO EXTERIOR _____________________________________ 119
6.8 FECHAMENTO DE CAMBIO ______________________________________ 122
6.9 LIQUIDAÇÃO DE CAMBIO _______________________________________ 123
6.10 LIBERAÇÃO DA MERCADORIA NA ALFANDEGA__________________ 125
7 OS CUSTOS DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO_________________ 127
7.1 CUSTOS DE SERVIÇOS EXECUTADOS POR TERCEIROS _____________ 127
7.1.1 Principais tributos no comércio exterior ______________________________ 134
8 ESTUDOS DE CASOS: AVIMAC LTDA, CHORE-TIME BROCK LTDA E
SICPA BRASIL LTDA. ________________________________________________ 139
8.1 AVIMAC LTDA. _________________________________________________ 140
8.1.1 Histórico da empresa ______________________________________________ 140
8.1.2 Caracterização da empresa _________________________________________ 141
8.2 CHORE-TIME BROCK LTDA ______________________________________ 142
8.2.1 Histórico da empresa ______________________________________________ 142
8.2.2 Caracterização da empresa _________________________________________ 144
8.3 SICPA BRASIL LTDA ____________________________________________ 145
8.3.1 Histórico da empresa ______________________________________________ 145
8.3.2 Caracterização da empresa _________________________________________ 147
9 ANÁLISE DOS DADOS ______________________________________________ 148
9.1 ANÁLISE DOS DADOS ___________________________________________ 149
9.1.1 Análise dos dados da Chore-Time/Brock Ltda _________________________ 152
9.1.2 Análise dos dados da empresa Avimac Ltda ___________________________ 156
9.1.3 Análise dos dados da empresa Sicpa Brasil Ltda________________________ 160
9.1.4 Análise dos dados respondidos em questionário pelos funcionários e
despachantes aduaneiros (Apêndices C e D) ________________________________ 168
9.2 PROBLEMAS EVIDENCIADOS E PROPOSTAS DE AÇÕES CORRETIVAS 171
9.3 CONCLUSÃO ___________________________________________________ 174
10 PLANILHA MODELO PARA ESTIMAÇÃO DE CUSTOS NA ATIVIDADE DE
IMPORTAÇÃO PARA AS EMPRESAS ANALISADAS _____________________ 175
11 CONCLUSÃO______________________________________________________ 182
11.1 QUANTO À METODOLOGIA _____________________________________ 182
11.2 QUANTO AO REFERENCIAL TEÓRICO ___________________________ 183
11.3 QUANTO AOS ESTUDOS DE CASOS ______________________________ 184
11.4 QUANTO À ANÁLISE DOS DADOS E OBJETIVOS PROPOSTOS ______ 184
11.4.1 Objetivo 1: Descrever as fases do processo de importação, detalhando os
procedimentos de cada uma delas. ________________________________________ 186
11.4.2 Objetivo 2: Identificar o modo como as empresas estimam seus custos de
importação ___________________________________________________________ 186
11.4.3 Objetivo 3: Identificar o conhecimento dos atores envolvidos no processo de
importação de cada empresa, analisando o conhecimento dos processos e os custos.
_____________________________________________________________________ 187
11.4.4 Objetivo 4: Verificar se existe a necessidade de alterar rotinas relacionadas à
estimação de custos da importação nas empresas. ___________________________ 188
11.4.5 Objetivo 5: Criar uma planilha de custos, que possa ser utilizada como
ferramenta para estimação de custos da importação nas empresas. ____________ 188
11.4.6 Objetivo 6: Apresentar um conjunto de recomendações relacionadas à
atividade de importação. ________________________________________________ 189
11.5 CONCLUSÃO GERAL DA PESQUISA______________________________ 189
11.6 PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS______________________ 191
12 REFERÊNCIAS ____________________________________________________ 193
GLOSSÁRIO _________________________________________________________ 197
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS - FUNCIONÁRIO
_____________________________________________________________________ 213
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS - DESPACHANTE
_____________________________________________________________________ 218
APÊNDICE C – DADOS RESPONDIDOS PELOS FUNCIONÁRIOS DAS
EMPRESAS DE ACORDO COM O APÊNDICE A _________________________ 222
APÊNDICE D – DADOS RESPONDIDOS PELOS DESPACHANTES
ADUANEIROS DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O APÊNDICE B_______ 231
ANEXO A – DOCUMENTOS DE UM PROCESSO DE IMPORTAÇÃO _______ 240
ANEXO B - DOCUMENTOS COLETADOS PARA AUXILIO NA MONTAGEMDAS PLANILHAS MODELO ___________________________________________265
17
1 INTRODUÇ ÃO
1.1 TEMA DA P ESQUISA
Embora conceitos modernos de Administração estejam sendo utilizados pela empresas
nacionais, ainda é pobre o conhecimento sobre o potencial de utilização do mercado global
como fonte capaz de aumentar a vantagem competitiva ou de incrementar os negócios que
possibilitem o aumento da lucratividade. Segundo Keegan e Green (2000, p. 4), quando uma
empresa consegue criar mais valor para seus consumidores em relação a seus concorrentes,
diz-se que ela tem vantagem competitiva no segmento em que atua. No mercado nacional, os
concorrentes serão nacionais, ao passo que no mercado internacional (automóveis,
eletrônicos, relógios, produtos farmacêuticos, aço, etc.), serão, pela mesma forma,
internacionais.
Segundo Maia (2003, p. 24): “o mercado de fato é o mundo, e quem for incapaz de perceber
esse fato estará condenado a sumir”. Com a abertura do mercado brasileiro, a partir do
governo Collor, e as mudanças estruturais na economia, a partir da implantação do Plano
Real, em 1994, as empresas nacionais tiveram que passar por adaptações que
proporcionassem a melhoria de desempenho para poderem conquistar novos mercados ou
para manterem-se atuantes nos mercados já conquistados. Dentre outras causas, a queda na
inflação tornou menos atrativos os investimentos financeiros, e as empresas tiveram que
buscar outras formas de atividade produtiva que proporcionassem remuneração do capital.
Manter-se competitivo no mercado nacional, entre outros aspectos, significa entender seus
processos e custos. Conforme Kotabe e Helsen (2000, p. 487), “uma transação de importação
se compara a um exame de transação de exportação, partindo-se do lado oposto da transação”.
O exportador procura no exterior novos mercados para poder explorar, ou seja, vários
18
compradores em potencial. Do lado oposto, um importador procura no exterior soluções de
fornecimento de matérias-primas, componentes ou produtos acabados necessários para seu
negócio e conforme demonstra Kotabe e Helsen (2000, p.488) seguem um modelo de
comportamento de compra, conforme demonstra o Quadro 1.
Quadro 1: Modelo de comportamento de compra de importador
Estágio 1: Necessidades de reconhecimento e formulação do problema
A decisão de “comprar no exterior” é motivada por:• pressões competitivas; e• indisponibilidade interna de bens.
Estágio 2: Procura
Orientada por:• características do país;• características do fornecedor; e• informações obtidas sistematicamente, opções identificadas, tiradas e reunidas com
base em um conjunto de escolha.
Estágio 3: Escolha:
As alternativas remanescentes são avaliadas de forma abrangente:• é usado um processo compensatório para avaliar os fornecedores remanescentes; e• o(s) fornecedor(es) estrangeiro(s) mais bem classificado(s) é(são) selecionado(s).
Fonte: adaptado de Kotabe e Helsen (2000, p. 488)
Maia (2003, p. 25) cita que “comércio exterior não é apenas vender mais. É também comprar
bem; não permitir que práticas predatórias destruam a nossa indústria”.
A importação é uma atividade conveniente, porque permite ao país comprador ou à empresa
compradora adquirir uma mercadoria de alta tecnologia, obtida por meio de pesquisas
custosas e, ainda, de muitos anos de experiências. (MAIA, 2003, p. 28).
19
Carbaugh (2004, p. 17) afirma que a competitividade se refere ao grau em que os produtos de
uma empresa ou setor podem competir no mercado. Ele cita como exemplo: “Se a Toyota
pode produzir um automóvel melhor a um preço menor que o da General Motors, ela é
considerada mais competitiva. Se a indústria do aço dos Estados Unidos consegue produzir
um aço de melhor qualidade e a um preço menor que o da indústria do aço do Brasil, ela é
considerada mais competitiva”.
Maia (2003, p. 28) diz que nenhum país é auto-suficiente e que todos precisam de bens e
serviços estrangeiros para sua sustentabilidade. A Europa necessita de borracha da Ásia, do
petróleo do Oriente Médio e, mesmo com uma boa agricultura, importa café, chá e cacau.
Caves, Frankel e Jones (2001, p. 6) relatam que, embora alguns políticos reclamem que talvez
haja excesso de comércio internacional, a contar da Segunda Guerra Mundial, as forças
econômicas vêm empurrando para cima a proporção de transações comerciais de bens e
serviços entre os países. Os autores (2001, p. 6) relatam ainda que “entre 1980 e 1995, a
produção mundial real cresceu 3,8% anualmente, enquanto o comércio mundial real cresceu
6,1%, quase 50% mais rápido”
Carbaugh (2004, p. 11) declara que a noção de que as importações são “ruins”, ao passo que
as exportações são “boas”, difundida entre os políticos e também na mídia, é incorreta. Assim
como também é incorreto afirmar que as importações reduzem os empregos e atuam como um
obstáculo para a economia, ao passo que as exportações promovem o crescimento e o
emprego.
As empresas que quiserem se destacar no ambiente global ou, ainda, sobreviver no mercado
nacional, terão que ter indicadores consistentes, diretrizes, foco no negócio principal e,
também, o entendimento das atividades de importação e exportação, que poderá ser uma
20
vantagem competitiva, desde que seja contemplada na estratégia empresarial e administrada
com competência e conhecimento científico.
Dentre as falácias comuns do comércio internacional, Carbaugh (2004, p. 10) descreve:
Uma falácia é que o intercâmbio constitui uma atividade de soma zero – seum parceiro comercial ganha, o outro deve perder. Na realidade, ocorre ooposto: ambos os parceiros ganham com o intercâmbio. Considere o caso docomércio entre o Brasil e os Estados Unidos. Eles são capazes de produziruma quantidade conjunta maior quando os brasileiros fornecem café e osnorte-americanos vendem trigo. A produção maior tornará possível aosbrasileiros ganhar usando receitas de suas vendas de café para adquirir otrigo norte-americano. Ao mesmo tempo, os norte-americanos ganharãofazendo o inverso, usando receitas de suas vendas de trigo para comprar cafébrasileiro. A maior produção conjunta proporciona, por sua vez, a base paraos ganhos mútuos conseguidos por ambos. Por definição, se os países seespecializam naquilo no qual produzem comparativamente melhor, elesprecisam importar bens e serviços que outros países produzem melhor.
Após a identificação das vantagens competitivas de cada país no comércio internacional, vem
à tona a questão das vantagens comparativas, formulada por David Ricardo, em 1817: “Na
realidade para compreender por que duas nações vão trocar, é preciso mostrar que elas têm
interesse nisto e, logo, que suas situações melhoram passando da autarquia à economia
aberta”. (apud RAINELLI, 1998, p. 19).
A contribuição fundamental de Ricardo à teoria do comércio internacional está no princípio
das vantagens comparativas:
O importante no interior de uma mesma nação são as diferenças relativasentre as condições de produção dos bens, que podem ser definidas a partir docusto de oportunidade. Sacrificando uma unidade de um bem, as duas naçõesaumentam em proporções diferentes a produção do outro bem. Existe entãouma vantagem comparativa que leva cada nação a se especializar naprodução do bem que ela pode produzir relativamente de maneira maiseficaz que a outra. Se a especialização internacional se faz segundo esseprincipio, e se as nações entram na troca, elas podem então,simultaneamente, ganhar nas trocas em um sentido preciso. (apudRAINELLI, 1998, p. 19).
21
Ricardo ainda argumenta que um país não precisa ter uma vantagem absoluta na produção de
qualquer mercadoria para que o comércio internacional entre ele e outro país seja mutuamente
benéfico (HUNT, 1989, p. 137).
Dessa forma, o conhecimento das fases que agregam custos às importações passa a ter maior
destaque quando se considera seu objetivo: fornecer subsídios gerenciais às organizações.
1.2 PROBLEMA DA PESQUISA
Esta pesquisa partiu de um problema de pesquisa, expresso na seguinte pergunta: “Como as
empresas estimam e controlam seus custos de importação?” Para responder a essa pergunta,
foram elaboradas algumas questões auxiliares para o direcionamento do trabalho:
a) Como as empresas podem conhecer melhor os fatores que influenciam nos custos de
importação?
b) Qual é o atual estágio de conhecimento das pessoas envolvidas com o processo de
importação das empresas em estudo?
c) Como as empresas estimam seus custos de importação?
d) Como as empresas podem conhecer os passos detalhados de cada fase do processo de
importação?
e) Que vantagens as empresas podem ter ao conhecer melhor os aspectos e as particularidades
das fases de importação que geram custos?
Conforme a abordagem de Triviños (1987, p. 95), o problema é determinado pelo
investigador e pelas pessoas envolvidas no estudo em diferentes níveis de participação.
Cabem duas possibilidades: reconhecer que os problemas existem e que são reconhecidos por
22
todos, ou pela maioria; ou estabelecer uma prioridade no atendimento das soluções
necessárias, de acordo com as condições apresentadas.
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA
A prática do comércio internacional é uma atividade de grande importância para todos os
países, sejam eles desenvolvidos ou não. Nos países menos desenvolvidos, a participação no
comércio expande e melhora as condições de troca, que dependem do crescimento econômico
e que são indispensáveis ao progresso social e à elevação dos padrões de vida de suas
populações. Já nos países mais poderosos, a participação no comércio internacional visa
alcançar melhores posições no mercado mundial, as quais são importantes para a manutenção
do desenvolvimento e do prestígio perante as outras nações. No Brasil, a partir da década de
70, notou-se o início de um processo de liberalização das importações. Mas, com a crise
mundial do petróleo, o comércio mundial viu-se amplamente prejudicado diante da criação de
muitos mecanismos protecionistas. O Brasil lançou mão de alguns mecanismos protecionistas
para, de um lado, controlar as importações e, de outro, substituir as importações para
fortalecer seu parque industrial. Hoje, a importação tem sido alvo de interesse de pequenas,
médias e grandes empresas, como solução alternativa e inteligente para a conseqüente
expansão de suas áreas comercial e de produção.
O Brasil já “nasceu integrado ao comércio internacional”, conforme relato de Marinho e Pires
(2002, p. 36). Esses autores afirmam que, desde o descobrimento, o Brasil passou por diversos
ciclos exportadores, como o do pau-brasil, o do açúcar, o do ouro, o da borracha, o do algodão
e o do café. Enquanto foi colônia de Portugal, o Brasil estava livre de qualquer ingerência no
desenvolvimento deste comércio. Em 1808, com a vinda da Família Real portuguesa, ainda na
condição de colônia, foram abertos, oficialmente, os seus portos às nações amigas. Porém,
23
somente a partir do início do século XX é que começou-se a criar e a utilizar instrumentos
para o comércio exterior brasileiro.
Ainda segundo Marinho e Pires (2002, p. 37), o primeiro ministro da Fazenda da República,
Rui Barbosa, tentou implementar o “encilhamento”, política em que se buscava a integração
política com o processo de industrialização, tentando modificar o perfil até então agrário-
exportador, baseado nas vendas externas de café. Entretanto, esse modelo acabou gerando a
“falência” da bolsa de valores brasileira, gerando escala inflacionária e aumento do
endividamento do país.
Marinho e Pires (2002, p. 37-40) descrevem a preparação do Brasil para a industrialização
conforme demonstra o Quadro 2:
24
Quadro 2: A preparação do Brasil para a industrialização
ANOS ACONTECIMENTOS
1931 Foram criadas as guias de embarques para os produtos a serem exportados, ressaltando queas importações permaneciam sem controle prévio.
1941 Foi criada a Cexim - Carteira de Exportação e Importação, do Banco do Brasil, em que ocomércio exterior deveria ser estimulado por meio de financiamento.
1939 a 1946 As reservas de ouro aumentaram de U$ 67 milhões (1939) para US$ 730 milhões (1946);incremento de 223% do valor das exportações brasileiras de 1939 a 1946; incremento dasimportações em 161% no mesmo período.
1946 – 1947 O Governo Dutra amplia a liberdade de ação do capital estrangeiro; veloz saída de capitaisdo País; redução das tarifas de importações; taxa fixa de câmbio; aumento das importaçõesem 75%; aumento das exportações em 15% ; déficit em conta corrente de US$ 151 milhões;criação da licença de importação pela Lei nº 262, de 23/02/1948; reservas nacionais de US$700 milhões, sendo somente US$ 33 milhões em moedas conversíveis; criação da InstruçãoSumoc 25, em 03/06/47, que impunha taxa oficial de CR$ 18,50 para o comércio exterior edeterminava os bancos operadores de câmbio ao repasse de 30% de suas compras decâmbio livre para o Banco do Brasil.
1948 Controle cambial pela da Instrução Sumoc 26, que elevou para 75% a cota de repasseobrigatório ao Banco do Brasil e determinou a obrigatoriedade do regime de licença prévia,que obedecia a uma relação de prioridades com controles exercidos pela Cexim e Fiban.
1949 a 1952 As importações das empresas limitavam-se, em base trimestral, a 25% do capital realizadoou à média trimestral das importações nos três anos anteriores; as licenças de importaçãoeram definidas em quatro categorias com destinação específica de câmbio:a) Isentas de licença (cimentos, produtos farmacêuticos, petróleo, alguns gênerosalimentícios, importações do governo e outros de extrema necessidade para o País);
b) Absoluta necessidade;
c) Relativa essencialidade;
d) Imediata ou eventual conveniência.
As categorias a e b ficavam com 75% do câmbio; 20% eram destinadas à categoria c; e 5%à categoria d.
1953 É criada a Cacex – Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil, pela Lei 2.145, de29/12/1953, que substituía a Cexim e seria a principal responsável pela condução docomércio exterior brasileiro até 1990.
Fonte: adaptado de Marinho e Pires (2002, p. 37-40)
Segundo Vazquez (2003, p. 27), foi atribuída à Cacex competência para baixar normas; emitir
licenças de exportação e importação; fiscalizar preços, pesos e medidas; propor classificações,
etc.
De acordo com o Quadro 2, Marinho e Pires (2002, p. 40) relatam que, além das atribuições
citadas por Vazquez (2003, p. 27), competia ainda à Cacex: realizar o controle do
financiamento da exportação e exportação; e fazer a manutenção dos “estoques reguladores”
25
de produtos exportáveis ou importados. Nessa fase o país começa a utilizar, ainda de forma
tímida, os principais instrumentos indutores ao comércio exterior.
As organizações nacionais estiveram durante muito tempo acomodadas em relação ao
mercado interno, devido à dificuldade imposta à entrada de concorrentes internacionais, o que
poderia estimular a competição entre as indústrias. Isso causou a estagnação, em termos de
desenvolvimento tecnológico, de diversos segmentos da indústria nacional.
A chegada das multinacionais, principalmente a partir de 1994, quando o Brasil
definitivamente se abriu aos mercados estrangeiros, derrubando várias barreiras alfandegárias
e possibilitando o aproveitando do grande potencial de consumo do mercado interno, causou
certo desconforto às indústrias, que estavam defasadas tecnologicamente em relação às
grandes multinacionais.
Segundo Campião (2004), o Brasil precisa aumentar as suas exportações para equilibrar a
balança comercial. Precisa, também, de suprimento de moeda forte para a realização de novos
investimentos e para a compra de produtos no exterior necessários ao seu desenvolvimento,
tais como matérias primas e máquinas.
A participação do país no comércio exterior é ainda pequena. O PNB (Produto Nacional
Bruto) está em torno de US$ 600 bilhões e a soma das exportações e importações é de apenas
US$ 100 bilhões (em torno de 17% do total). Países como Alemanha e Reino Unido, têm
participação relativa bem maior (mais de 30% do PNB). Isto demonstra que o país ainda tem
espaço para aumentar seu comércio exterior, tanto para as exportações como para as
importações.
O Brasil está aprendendo a vender no exterior. Sua atuação é muito tímida no comércio
internacional. O país é conhecido no mercado externo por ser comprador, e não vendedor. É
26
preciso incrementar os esforços no sentido da promoção comercial, vendendo em melhores
condições seus produtos e a marca “Brazil”.
As exportações irão crescer, mas, de outro lado, as importações também irão aumentar. Não
existem na sistemática do comércio exterior situações de superávits eternos. Nas relações
entre os países, existe a tendência para o equilíbrio, se exportam US$ 100 bilhões, importa-se
algo parecido. Isto é garantido por meio de acordos internacionais, negociações, quotas etc.
Quando ocorre aumento das exportações, o mesmo se dá com as importações. Isso é
necessário, até para manter o nível das exportações e a competitividade do país no mercado
externo, pois é preciso produzir produtos com matérias-primas atualizadas, utilizando
máquinas com produtividade igual à dos concorrentes internacionais, para assegurar a
participação no mercado internacional em níveis cada vez mais crescentes. Katsikeas et al.
(2000, p. 586) recomendam que os exportadores devem ter especial atenção com o
comportamento dos distribuidores em outros países, adotando táticas de troca de informações
constantes e, ainda, de manutenção desses distribuidores, para garantir lealdade, acima de
normas e procedimentos governamentais, buscando ampliar parcerias e negócios.
As empresas importadoras também já perceberam a necessidade de equilibrarem as suas
contas de câmbio. Para tanto, estão tentando exportar, e para terem acesso a recursos em
moeda estrangeira, tornando-se menos vulneráveis às oscilações do mercado de câmbio, que
podem comprometer os resultados da empresa como um todo. Um exemplo desta estratégia é
da empresa “Embraer”, uma das maiores exportadoras brasileiras e, também, uma das maiores
importadoras. Com este “mix” de importações x exportações, conseguiu lugar de destaque em
um mercado altamente competitivo, que é o mercado aeronáutico.
As exportações devem ser consideradas como um meio, e não como um fim quando se deseja
alcançar objetivos.
27
Seria bom se o Brasil importasse US$ 300 bilhões, mas se, de outro lado, exportasse outros
US$ 300 bilhões. Assim, por meio do aumento do PNB (Produto Nacional Bruto), poderia
conseguir maior acesso a recursos financeiros e aumento da arrecadação de impostos e de
oferta de empregos.
Por isso, a importação é uma ferramenta importante e necessária, que deve ser utilizada
juntamente com as exportações para o desenvolvimento do país.
Vários motivos justificaram o interesse em se desenvolver esta pesquisa, destacando-se: a
escassez de informações sobre as fases do processo de importação; a falta de conhecimento do
processo por parte das micro e pequenas empresas; e a possibilidade de realizar uma pesquisa
mais ampla e que gerasse um melhor conhecimento das fases da importação para as empresas
em estudo.
Com a crescente abertura econômica por parte de diversas nações e a formação de diversos
blocos econômicos em todo mundo, o Brasil se tornou alvo das grandes, médias e pequenas
corporações que buscam os países em desenvolvimento como alternativa de investimento. No
entanto, essas corporações utilizam esses países ou seu próprio país de origem como fonte de
vantagem competitiva em processos como fabricação, comercialização, importação e
exportação, utilizando ainda as vantagens dos blocos econômicos.
Com o fator globalização em evidência, as empresas sentiram a necessidade de conhecer
melhor os procedimentos aduaneiros de diversos países onde pudessem se instalar, para
controlar melhor os custos ligados a procedimentos de importação e exportação. Coutinho
(1990, p. 28) cita que as incertezas políticas e econômicas sempre existiram no Brasil e que,
com discernimento e talento, o capital estrangeiro sempre soube conviver e prosperar ao lado
delas.
28
No comércio exterior, a importação, além de ser importante para as empresas, também é um
instrumento de imprescindível importância para o governo, atuando como um dos “pêndulos”
da balança comercial. Para segurar a inflação, às vezes, o governo precisa afrouxar o controle
das importações, pois para diminuir o saldo positivo da balança comercial só existe uma
alternativa: reduzir as exportações, o que seria inconcebível, ou aumentar as importações
(COUTINHO,1990, p. 133).
Existe uma reconhecida carência de estudos e pesquisas que possam subsidiar as empresas no
sentido de informá-las se devem ou não realizar compras no mercado internacional. Isso
ocorre, principalmente com pequenas e médias empresas nacionais. Torna-se essencial que
elas conheçam as soluções inerentes às atividades de importação em termos de custos, para
que possam não somente se manter vivas, mas crescer no mercado globalizado em condições
de competir com os que concorrem em seu segmento.
Desta forma, este trabalho poderá contribuir para a indicação de possíveis caminhos que
conduzam a um melhor conhecimento da atividade de importação, focado principalmente na
questão de custos. Se lograr êxito, estará ajudando as empresas a melhorar seus controles do
processo em questão; a entender melhor seus custos nesse processo; a oferecer trazer
alternativas para minimizar os custos; a melhorar a qualidade dos produtos, equipamentos,
processo produtivo e serviços; ou, simplesmente, a gerar informações que possibilitem uma
análise para a tomada de decisões.
29
1.4 OBJETIVOS
Cooper e Schindler (2000, p. 5) definem objetivo como “a base do planejamento para realizar
a pesquisa proposta, fluindo naturalmente através da declaração dos problemas, possibilitando
a discussão da proposta e análise dos dados e posterior resultado de metas realizáveis”.
1.4.1 Objetivo geral
Identificar as fases e os custos do processo de importação, e apresentar uma planilha modelo
de estimação de custos de importação.
1.4.2 Objetivos específicos
a) Descrever as fases do processo de importação, detalhando os procedimentos de cada uma
delas;
b) Identificar o modo como as empresas estimam seus custos de importação;
c) Identificar o conhecimento dos atores envolvidos no processo de importação de cada
empresa, analisando o conhecimento dos processos e os custos;
d) Verificar se existe a necessidade de alterar rotinas relacionadas à estimação de custos da
importação nas empresas;
e) Criar uma planilha de custos, que possa ser utilizada como ferramenta para estimação de
custos da importação nas empresas; e
f) Apresentar um conjunto de recomendações relacionadas à atividade de importação.
30
1.5 ESTRUTUR A DA DISSERTAÇÃO
O presente trabalho está estruturado em onze seções:
Seção 1: Define o tema, a problemática, a justificativa e relevância, o objetivo do trabalho e a
estrutura das seções.
Seção 2: Trata da metodologia aplicada ao trabalho, evidenciando-se o método de estudo de
casos como ferramenta metodológica para o desenvolvimento desta dissertação, assim como
os passos que foram seguidos para se atingir os objetivos propostos.
Seção 3: Aborda a fundamentação teórica referente ao assunto custos, evidenciando-se a
importância do estudo de custos e suas terminologias, para então prosseguir a pesquisa na
atividade de importação, buscando identificar os custos para formação a da planilha de
estimativa de custos.
Seção 4: Destaca a pesquisa bibliográfica referente aos seguintes tópicos: a) teorias clássicas
do comércio internacional; b) teorias modernas do comércio internacional; c) principais
organismos internacionais intervenientes no comércio internacional; d) blocos de integração
econômica; e) os incoterms; f) evolução do comércio exterior brasileiro; g) estrutura do
comércio exterior brasileiro; h) regimes aduaneiros especiais e atípicos; e i) custos do
comércio exterior brasileiro.
Seção 5: Aborda a pesquisa realizada sobre o tema “Sistemática das importações”.
Seção 6: Aborda a pesquisa realizada sobre o tema “Definição do roteiro de importação”.
Seção 7: Aborda a pesquisa realizada sobre o tema “Custos do comércio exterior brasileiro”.
Seção 8: Descreve os estudos de casos das empresas Chore-Time / Brock Ltda., Avimac Ltda.
e Sicpa Brasil Ltda.
31
Seção 9: Faz a análise dos dados pesquisados nas empresas e confrontados com a
fundamentação teórica, buscando-se evidenciar o conhecimento da atividade de importação e
dos custos envolvidos nesse processo.
Seção 10: Apresenta a planilha modelo de estimação de custos proposto pelo autor da
dissertação, especificado no objetivo geral e nos objetivos específicos desse trabalho.
Seção 11: Apresenta a conclusão geral do trabalho de pesquisa.
Seguem-se as Referências, o Apêndice, os Anexos e o Glossário .
32
2 METODOLOGIA APLICADA
Esta seção aborda a metodologia aplicada, o seu delineamento, a escolha das empresas, a
unidade de análise, a definição do número de casos, a delimitação da pesquisa e o tratamento
dos dados.
2.1 DELINEAM ENTO DA PESQUISA
Para Cooper e Schindler (2000, p. 5), “O estudo de métodos de pesquisa fornece o
conhecimento e habilidade que se necessita para resolver os problemas e satisfazer aos
desafios de um ambiente onde decisões são tomadas com rapidez”.
Pozzebon e Freitas (1998, p. 4) citam sete pré-requisitos, ou passos, que devem orientar uma
pesquisa qualitativa, visando à busca de um maior rigor metodológico:
a) fundamentar o porquê da escolha do método;
b) adotar e apresentar os critérios para a escolha da unidade de análise (sistema, indivíduo,
departamento, organização, etc.);
c) adotar e apresentar critérios para a escolha do tipo de pesquisa (longitudinal ou cross-
sectional);
d) adotar e apresentar critérios para a definição do número de casos (único, múltiplos);
e) adotar e apresentar critérios para a condução da seleção dos locais;
f) apresentar as referências e métodos utilizados na construção dos instrumentos de pesquisa;
e
33
g) elaborar um protocolo para a execução da pesquisa.
Tendo em vista o exposto, a seguir, seguem os passos descritivos adotados nesta pesquisa.
Define-se a metodologia adotada neste trabalho como sendo estudo de casos, utilizando a
pesquisa qualitativa, sob forma descritiva, exploratória, de campo, documental e ex post facto.
O estudo de caso é descrito por Yin (2001, p. 21) da seguinte maneira:
Contribui de forma inigualável, par a compreensão que temos dosfenômenos individuais, organizacionais, sociais e políticos [...] permite umainvestigação para se preservar as características holísticas e significativasdos eventos da vida real – tais como ciclos de vida individuais, processosorganizacionais e administrativos [...] (YIN, 2001, p. 21).
Uma das circunstâncias atribuídas ao estudo de caso é a complexidade, determinada pelos
suportes teóricos que servem de orientação ao trabalho do investigador (TRIVINÕS, 1987, p.
134).
Gimenez (2001, p. 10) aponta como uma das vantagens do estudo de caso a riqueza de
detalhes, que não é comum de encontrar-se na maioria das outras estratégias de pesquisa,
oferecendo uma explanação ou descrição mais rica do fenômeno sob análise.
Gimenez (2001, p. 10) complementa dizendo que “o estudo de caso dever ser enfatizado
como uma importante estratégia de pesquisa, que tem seu papel não apenas como uma
ferramenta complementar a estudos quantitativos mais amplos, mas como um modo flexível e
poderoso de obter um entendimento holístico de fenômenos sociais e organizacionais
complexos”.
Benbasat, Goldstein e Mead (1987, apud Pozzebon e Freitas, 1997b, p. 4), apresentam o
estudo de caso como uma “metodologia particularmente apropriada para determinados tipos
de problema, como aqueles em que pesquisa e teoria estão em estágio inicial de formação ou
34
aqueles baseados na prática, quando a experiência dos atores é importante e o contexto de
ação é crítico”. Apresentam, ainda, as três principais razões que justificam o estudo de caso
como a estratégia mais apropriada, em dado contexto de pesquisa, quais sejam:
1) a possibilidade de estudar sistemas de informação no ambiente natural, deaprender sobre o estado da arte e de gerar teorias a partir da prática; 2) apossibilidade de responder a perguntas do tipo “como?” e “por quê?”, ouseja, compreender a natureza e a complexidade do processo em jogo; e 3) apossibilidade de pesquisar uma área na qual poucos estudos prévios tenhamsido realizados. Benbasat, Goldstein e Mead (1987, apud Pozzebon eFreitas, 1997b, p. 4),
Os autores ressaltam que “os resultados do estudo dependem fortemente do poder de
integração do pesquisador, de sua habilidade na seleção do local e dos métodos de coleta de
dados, bem como de sua capacidade de fazer mudanças no desenho de pesquisa de forma
oportuna”.
Para a presente pesquisa, adotou-se o método qualitativo. O tratamento dos dados foi feito
como fatos não isolados. Deixar de reconhecê-los como acontecimentos fixos captados em um
dado momento e admitir que estes se dão em um contexto dinâmico permitiram ao
pesquisador buscar a essência dos fenômenos em estudo. Segundo Chizzotti (1998, p. 84), os
dados “são ‘fenômenos’ que não se restringem às percepções sensíveis e aparentes, mas se
manifestam em uma complexidade de oposições, de revelações e de ocultamentos”. Nesse
contexto, torna-se imprescindível a presença do pesquisador no ambiente natural onde o
fenômeno ocorre, não se transformando assim em mero relator passivo, devendo ser agente
ativo no processo de pesquisa (CHIZZOTI, 1998, p. 82). Chizzoti (2000, p. 79) relata ainda
que “há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre
o sujeito e o objeto, um vínculo indissolúvel entre o mundo objetivo e a subjetividade do
sujeito”.
35
Bogdam (1982, apud Triviños, 1987, p. 128-133), apresenta cinco características para a
pesquisa qualitativa, as quais se mostram presentes nesta pesquisa. São elas:
1) a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta dos dadose o pesquisador como instrumento-chave; 2) a pesquisa qualitativa édescritiva; 3) os pesquisadores qualitativos estão preocupados com oprocesso e não simplesmente com os resultados e o produto; 4) ospesquisadores qualitativos tendem a analisar seus dados individualmente; e5) o significado é a preocupação essencial na abordagem qualitativa.
Ante o exposto, e em função do objetivo da presente pesquisa, é coerente a utilização dessa
abordagem.
Triviños (1987, p. 120-133) e Chizzotti (1998, p. 79-80) apresentam a fenomenologia como
uma das principais bases teóricas para as pesquisas qualitativas, fazendo, ainda, a descrição
dos fenômenos como sua principal função. Nesse sentido, esta pesquisa apresenta-se como
descritiva, na medida em que busca descrever um fenômeno específico: a estimação de custos
nas fases da atividade de importação no Brasil, fazendo o estudo de caso de três empresas.
Uma pesquisa descritiva se caracteriza por “descrever uma intervenção e um contexto na vida
real em que ela ocorre” (YIN, 2001, p. 34). Pelo exposto, a pesquisa tem natureza descritiva.
Trata-se também de uma pesquisa exploratória, na medida em que se constitui numa das
primeiras tentativas de se pesquisar uma planilha modelo de estimação de custos de
importação, analisando suas fases e integrando-as às práticas realizadas pelas empresas em
estudo.
Ainda conforme Cooper e Schindler (2000, p. 136), o trabalho desenvolvido apresenta
variáveis já definidas, pois estas já ocorreram, sendo então definidos como ex post facto.
36
Caracteriza-se como pesquisa documental por coletar informações documentais relevantes
“[...] visando corroborar e valorizar as evidências oriundas de outras fontes” (YIN, 2001, p.
109).
Ante o exposto, os objetivos e a natureza da pesquisa, o estudo de caso pareceu ser o método
qualitativo mais indicado para a presente pesquisa.
2.2 A ESCOLHA DAS EMPRESAS
Os principais motivos que levaram à escolha das empresas Chore-Time Ltda., Avimac Ltda. e
Sicpa Brasil Ltda. foram a abertura que ofereceram à realização da pesquisa; e a abrangência
dos processos de importação que realizam, com diversas características embutidas, que
possibilitam a análise detalhada das fases e processos.
Um fator decisivo também está relacionado ao fato de as empresas apresentarem atividades de
manufatura, que correspondem a maior complexidade administrativa, favorecendo e
enriquecendo o contexto de pesquisa, pois se trata de importações com processos completos
de desembaraço aduaneiro.
2.3 UNIDADE DE ANÁLISE
Segundo Yin (2001, p. 43) e Bardin (1977, p. 104), a unidade de análise está relacionada às
perguntas (ou questões) de pesquisa. Isto sugere que somente após um estudo detalhado e
cuidadoso dessas questões é que a unidade de análise pode ser definida de maneira adequada.
Assim, após a análise das perguntas de pesquisa, bem como de seus objetivos, entende-se que
a unidade de análise deva ser o processo de estimação de custos da atividade de importação.
37
As empresas forneceram apenas o ambiente onde a atividade de importação estava inserida,
suas fases, suas características e seus relacionamentos; enfim, o contexto.
2.4 DEFINIÇÃO DO NÚMERO DE CASOS
Casos múltiplos são recomendáveis quando o pesquisador busca maior poder de
generalização, por permitirem maior abrangência e cobertura das perguntas de pesquisa, de
maneira a que sejam obtidas as informações necessárias para as conclusões (YIN, 1984, p. 38-
39). Não se trata de uma generalização estatística, em que, a partir de uma certa amostra
(quando definida corretamente), estendem-se os resultados para um universo maior.
O autor adverte: “[...] esta analogia com amostras e universos é incorreta ao lidar com estudos
de casos. Isto é porque a inspeção de pesquisa confia na generalização estatística, enquanto
que estudos de casos (como com experiências) confiam em generalização analítica” (YIN,
1984, p. 39). Ou seja, o pesquisador está se esforçando para generalizar um conjunto
particular de resultados a alguma teoria mais ampla, e não em dizer que a partir de uma
amostra todo universo se comportará da mesma forma.
Projetos de casos múltiplos possuem vantagens e desvantagens distintas em comparação aos
projetos de caso único. As provas resultantes de casos múltiplos são consideradas mais
convincentes e o estudo global é visto, por conseguinte, como sendo mais robusto (HERRIOT
e FIRESTONE, 1983 apud YIN, 2001, p. 68).
Nesse sentido, e na expectativa de obter-se maior poder de generalização, realizou-se um
estudo de caso múltiplo, que consistiu no estudo da estimação de custos, nas fases da
atividade de importação, no Brasil, de três empresas distintas, com aspectos semelhantes e
contraditórios.
38
2.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A população pesquisada compreendeu o pessoal dos níveis gerencial e operacional vinculado
a setores relacionados à atividade de importação nas empresas, onde exercem ou exerceram
atividades administrativas vinculadas com o controle dos processos de importação das
empresas.
Durante o estudo, outras áreas foram consideradas para inclusão na pesquisa, pois foi
constatado que o processo completo da atividade de importação dessas empresas incluía
pessoas de atividades terceirizadas, como alternativa de minimização de custos, sendo
denominados “despachantes aduaneiros”, que trabalham ou trabalhavam com procuração das
empresas para exercerem poderes específicos.
Foram escolhidas três empresas situadas no estado do Paraná, sendo duas multinacionais,
situadas em Londrina, e uma de capital nacional, situada em Toledo.
Destaca-se, ainda, que as empresas operam especificamente em portos do Paraná, sendo o
porto de Paranaguá, o porto seco de Maringá e o porto seco de Curitiba a área onde foi
realizado o desembaraço aduaneiro de embarques marítimos. O aeroporto de Viracopos, em
Campinas/SP, e o aeroporto de Afonso Pena, em Curitiba/PR, foram os locais de desembaraço
aduaneiro de embarques aéreos. Para os embarques terrestres, foi utilizado o porto seco de
Jaguarão/RS.
As dificuldades relacionadas à coleta de dados serão discutidas na seção específica coleta de
dados.
39
2.6 DADOS
Segundo Triviños (1987, p. 137):
o processo da pesquisa qualitativa não admite visões isoladas, parceladas,estanques. Ela se desenvolve em interação dinâmica retroalimentando-se,reformulando-se constantemente, de maneira que, por exemplo, a coleta dedados num instante deixa de ser tal e é análise de dados, e esta, em seguida, éveículo para nova busca de informações.
Nesse processo interativo, podem-se apresentar os tipos de dados que foram utilizados, bem
como as técnicas de coleta e análise dos mesmos.
2.6.1 Tipo de dados
Marconi e Lakatos (1999, p. 64,73) apresentam a pesquisa documental como sendo de
dados/fontes primários e a pesquisa bibliográfica como sendo de dados/fontes secundários. A
pesquisa documental caracteriza-se pela busca restrita de dados a documentos, escritos ou
não; e a pesquisa bibliográfica, pela busca de toda bibliografia já tornada pública em relação
ao tema de estudo.
Gil (1999, p. 66) acrescenta que a pesquisa documental (dados primários) “vale-se de
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa” e que a pesquisa bibliográfica (dados
secundários) “se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre
determinado assunto”.
Um conceito de dado qualitativo é apresentado por Pereira (2001, p. 21) como sendo “a
representação simbólica atribuída a manifestações de um evento qualitativo, sendo uma forma
40
de quantificação do evento qualitativo que normatiza e confere um caráter objetivo à sua
observação”.
Conclui-se que os dados primários são aqueles primeiros, obtidos diretamente na sua origem,
talvez, pela primeira vez, podendo ser obtidos de diversas formas, como por meio de
observação, anotações de campo, entrevistas e pesquisa restrita a documentos escritos.
Sendo assim, os dados primários da presente pesquisa foram obtidos por meio da pesquisa de
campo, que, como apresentado anteriormente, constituiu-se de um estudo de caso múltiplo,
cujas técnicas de coleta de dados serão descritas a seguir, tendo sido obtidos pelo próprio
pesquisador. A obtenção dos dados secundários se deu por meio de pesquisa bibliográfica
disponível sobre o tema da pesquisa, constituindo-se de livros, teses, dissertações e artigos,
dentre outros.
2.6.2 Coleta de dados
Yin (2001, p. 80-81) destaca a importância da preparação do pesquisador, reforçando a
necessidade de dominar as habilidades capazes de influenciar essa fase da pesquisa. O autor
apresenta uma lista básica de habilidades exigidas de um pesquisador para uma boa coleta de
dados:
a) ser capaz de fazer boas perguntas e interpretar respostas;
b) ser um bom ouvinte e não ser influenciado por suas próprias ideologias e preconceitos;
c) ser adaptável e flexível, e enxergar as situações como oportunidades, e não ameaças;
d) ter noção clara das questões que estão sendo estudadas; e
41
e) ser imparcial em relação às noções preconcebidas e estar atento a provas contraditórias.
Yin (2001, p. 110) destaca ainda que a pesquisa documental é muito importante, mas ainda
assim “é importante, ao se revisar documentos, compreender se eles foram escritos com
algum objetivo específico, diferentes daqueles do estudo de caso que está sendo realizado”.
Ele aponta que as provas documentais refletem certa comunicação entre outras partes que
estão tentando alcançar outros objetivos.
Documentos, registros em arquivos, artefatos físicos, entrevistas e observações direta e
participante, segundo Yin (2001, p. 110-119), são utilizados para corroborar e valorizar as
evidências oriundas de outras fontes, devendo ser cuidadosamente utilizadas, em conjunto
com outras fontes de informação.
Segundo Yin (2001, p. 119-129), para as fontes de evidências em coleta de dados, o
pesquisador pode maximizar a coleta se mantiver presente três princípios: a) utilizar várias
fontes de evidências; b) criar um banco de dados para o estudo de caso; e c) manter o
encadeamento das evidências.
42
Figura 1: Convergência e não-convergência de várias fontes de evidênciasFonte: adaptado de Yin (2001, p. 122)
Segundo Yin (2001, p. 112–114), a fonte de informações baseada em entrevistas pode ser três
tipos: forma espontânea; focal; e levantamento formal. A entrevista de forma espontânea
permite indagações, opiniões e interpretações livres. A forma focal assume um caráter
informal, em que o pesquisador segue um roteiro prévio de perguntas. A modalidade formal
de entrevista exige a utilização de questões mais estruturadas. O pesquisador pode utilizar
artefatos físicos, como gravadores, filmadoras e demais equipamentos de áudio e vídeo como
recursos para interpretar melhor as entrevistas.
Registro em Arquivo
Documentos EntrevistasEspontâneas
FATO
Observação Entrevistas(Direta e Focaisparticipante)
Entrevistas elevantamentosestruturados
Entrevistas descobertas conclusões
Levantamento descobertas conclusões
Análise de descobertas conclusõesdocumentos
VÁRIAS FONTES DE EVIDÊNCIAS
(Estudo único)DE EVIDÊNCIA
CONVERGÊNCIA DE VARIAS FONTES
NÃO - CONVERGÊNCIA DE
43
“‘Observar’, naturalmente, não é simplesmente olhar. Observar é destacar de um conjunto
(objetos, pessoas, animais etc.) algo especificamente, prestando, por exemplo, atenção em
suas características (cor, tamanho etc.)” (TRIVIÑOS, 1987, p. 153). Marconi e Lakatos (1999,
p. 89-90) afirmam que a “observação direta e intensiva é realizada por meio de duas técnicas:
a observação e a entrevista”. Acrescentam que a observação “não consiste apenas em ver e
ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar”.
A pesquisa qualitativa, um dos instrumentos de coleta de dados mais utilizados, considerada
por alguns como ponto de partida da investigação social (Marconi e Lakatos (1999, p. 90),
consiste em observar o fenômeno no seu ambiente natural, em que o pesquisador, por meio de
anotações de campo e de outras técnicas de coleta de dados, busca a essência dos fenômenos.
Segundo Selltiz (1965, apud Marconi e Lakatos, 1999, p. 90),
a observação torna-se cientifica à medida que:a) convém a um formulado plano de pesquisa;b) é planejada sistematicamente;c) é reparada metodicamente e está relacionada a proposições mais gerais,em vez de ser apresentada como uma série de curiosidades interessantes; ed) está sujeita a verificações e controles sobre a validade e segurança.
Assim, podem surgir alguns tipos de observações diferenciadas, mas sempre mantendo sua
característica básica.
Dentre as formas de observação que foram utilizadas nesta pesquisa, estão a observação
assistemática (ou livre), a observação sistemática (ou estruturada) e a observação não-
participante (ou semi-estruturada). A observação assistemática, ou livre, é usualmente
empregada nas pesquisas qualitativas, satisfazendo as suas principais necessidades
(TRIVIÑOS, 1987, p. 153). É, também, a mais utilizada em estudos de caráter exploratório
(MARCONI e LAKATOS, 1999, p. 91). Caracteriza-se pelo fato de “o conhecimento ser
obtido através de uma experiência casual, sem que se tenha determinado de antemão quais os
44
aspectos relevantes a serem observados e que meios utilizar para observá-los” (RUDIO, 1979,
apud MARCONI e LAKATOS, 1999, p. 91). Triviños (1987, p. 153) acrescenta que pelo
menos dois aspectos metodológicos importantes devem estar presentes na observação livre: a
amostragem de tempo; e as anotações de campo.
Segundo Marconi e Lakatos (1999, p. 92), a observação sistemática “realiza-se em condições
controladas, para responder a propósitos preestabelecidos. Todavia, as normas não devem ser
padronizadas nem rígidas demais, pois tanto as situações quanto os objetos e objetivos da
investigação podem ser muito diferentes” Acrescentam que o observador “sabe o que procura
e o que carece de importância”, devendo ser “objetivo”, capaz de “reconhecer erros” e
“eliminar a sua influência sobre o que vê ou recolhe”.
“Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou
realidade estudada, mas sem integrar-se a ela permanece de fora” (MARCONI e LAKATOS,
1999, p. 92). Os autores complementam que, embora o papel do pesquisador seja de
espectador, isto não significa que a observação não deva ser consciente, dirigida e ordenada
para um fim específico; ou seja, tem caráter sistemático. A entrevista semi-estruturada é
definida por Triviños (1987, p. 146) como “aquela que parte de certos questionamentos
básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida,
oferecem amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida
que se recebem as respostas do informante”. O autor acrescenta que a entrevista semi-
estruturada, “ao mesmo tempo que valoriza a presença do investigador, oferece todas as
perspectivas possíveis para que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade
necessárias, enriquecendo a investigação”.
Nessa perspectiva, e no sentido de se obter maior rigor científico, a presente pesquisa utilizou
várias técnicas de coleta de dados, com objetivos específicos e complementares, de maneira a
45
permitir a cobertura, o mais abrangente possível, dos objetivos e das perguntas de pesquisa,
bem como de sua reformulação, quando necessário, e de seu aprimoramento. Primeiramente,
foram realizadas várias entrevistas espontâneas com as pessoas envolvidas na atividade de
importação, principalmente com os despachantes aduaneiros, que estão situados
geograficamente na origem do início do processo de nacionalização. Simultaneamente, foi
realizada a observação não-participante. Bogdan (1982, op. cit.), Wilson (1977) e Lofland
(1971, apud Triviños, 1987, p. 154-155) ressaltam que as anotações de campo “consistem
fundamentalmente na descrição por escrito de todas as manifestações (verbais, ações, atitudes
etc.) que o pesquisador observa no sujeito; as circunstâncias físicas que se considerem
necessárias e que rodeiam a este etc.” Acrescentam que “as reflexões” do investigador que
surjam no processo de observação dos fenômenos devem ser registradas e que estas “podem
representar as primeiras buscas espontâneas de significados, as primeiras expressões de
explicações”.
A segunda fase consiste na preparação do questionário e na sua entrega aos pesquisados.
Solicitou-se atenção especial de todos para o preenchimento, levando em consideração a
importância que a pesquisa teria como documento futuro de sugestões de melhorias. Após a
coleta dos questionários, fez-se a verificação, juntamente com os respondentes, das respostas
que causaram dúvida, mediante entrevista pessoal com os funcionários das empresas e, via
telefone, com os despachantes aduaneiros.
Por meio de protocolos verbais, pediu-se aos entrevistados que verbalizassem seus
pensamentos tais como ocorrem no momento em que executam uma ação. Neste caso,
significando a tomada de decisão. Isso deve ocorrer imediatamente, de maneira a permitir que
determinados aspectos não contemplados nas entrevistas possam agora ser evidenciados.
(SOUZA, 1995, p. 46-48)
46
2.6.3 Protocolo da pesquisa
Pozzebon e Freitas (1997b, p. 14) descrevem que “a escolha oportuna do método de pesquisa
não assegura os resultados. É preciso tomar uma série de cuidados para que cada passo seja
dado da melhor forma, ou seja, com o maior rigor científico ao nosso alcance”. Sendo assim,
descrevem-se a seguir algumas medidas que foram adotadas na presente pesquisa, em busca
de um maior rigor científico.
Segundo Yin (2001, p. 80), o desenvolvimento de um protocolo prevê uma preparação formal
para a pesquisa. Portanto, a finalidade do protocolo é servir de “guia” para o pesquisador no
desenvolvimento da pesquisa, permitindo-lhe recorrer a este a qualquer momento, para não
perder o “rumo” e, conseqüentemente, não descuidar que a pesquisa deixe de cumprir os seus
objetivos. Cabe aqui ressaltar que este “guia” é uma referência, a qual deve ser revisada,
alterada e remodelada no decorrer da pesquisa sempre que necessário. Desta forma, destacam-
se, mais uma vez, a presença e a habilidade do pesquisador.
A Figura 2 mostra como foi elaborado o protocolo das etapas gerais da pesquisa:
47
PLANEJAMENTO
DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
COLETA DE DADOS DA PESQUISA
ANÁLISE DOS DADOS
CONCLUSÃO
Figura 2: Etapas da pesquisa
1ª ETAPA1) Elaborar o protocolo de atividades.2) Elaborar o protocolo dos instrumentos de coleta
de dados.
2ª ETAPA3) Coletar dados documentais.4) Fazer a caracterização das empresas e o
mapeamento dos dados sobre a atividade deimportação.
5) Realizar pesquisa para fundamentação teórica.
3ª ETAPA6) Realizar as entrevistas7) Aplicar o questionário8) Anotar as observações
4ª ETAPA9) Planilhar os dados coletados nas organizações a
partir dos dados disponibilizados10) Avaliar a situação atual , confrontando com a
planilha modelo.11) Elaborar uma tabela de recomendações as
causas de possíveis desajustes.
5ª ETAPA12) Criar um modelo do processo de importação, na
forma de uma planilha de custos, que possa serutilizado como ferramenta pelas empresas emestudo.
13) Fazer uma revisão geral da pesquisa, a fim dedeixar o trabalho pronto para consulta parafuturos estudos a respeito do tema.
48
Portanto, a pesquisa procurou seguir as etapas estipuladas no protocolo, para poder ter um
“guia” das fases a serem seguidas, com a finalidade de chegar a uma conclusão para o
trabalho.
2.6.4 Análise dos dados
Segundo Pereira (2001, p. 99): “a análise dos dados qualitativos, como o resto de dados de
qualquer natureza, é sempre uma busca de síntese das várias informações recolhidas pelo
pesquisador”.
Para Bardin (1977, p. 42), a análise do conteúdo significa:
Conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, porprocedimentos, sistemáticos e objectivos [sic] de descrição do conteúdo dasmensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência deconhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveisinferidas) destas mensagens.
Segundo Bardin (1977, p. 95), existem três etapas básicas no trabalho com a análise de
conteúdo: “a) a pré-análise; b) a exploração do material; e c) o tratamento dos resultados, a
inferência e a interpretação”. A Figura 3 oferece uma visão sistêmica e integrada do método.
49
Figura 3: Etapas básicas de análise de conteúdo
Fonte: Bardin (1977, p. 95)
A pré-análise, primeira etapa do método, consiste na organização do material. Mas, como o
autor destaca, possui três missões principais, que não têm ordem ou seqüência definida ou
obrigatória: “a escolha dos documentos a serem submetidos à análise, a formulação de
hipóteses e dos objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentam a interpretação
final” (BARDIN, 1977, p. 95). No cumprimento dessas missões, o autor sugere que se comece
por uma leitura livre, despreocupada, flutuante, apenas para que se tenha um primeiro contato
EXPLORAÇÃO DO MATERIAL
Leitura (flutuante)
Formulação das hipóteses e dos objetivos
Dimensão e direções de análise
Referenciação dos índices Escolha de documentos
Elaboração dos indicadores
Constituição de corpus
Preparação do material
Regras de recorte, de categorização, de codificação
(Testing) das técnicas
Administração das técnicas sobre o corpus
Operações estatísticas
Síntese e seleção dos resultados
Inferências
Interpretação
Provas de avaliação
Utilização dos resultados de análise com fins teóricos ou
progmáticos
Outras orientações para uma nova análise
TRATAMENTO DOS RESULTADOS E INTERPRETAÇÕES
50
e se conheça o material, e ressalta “[...] deixando-se invadir por impressões e orientações”
(BARDIN, 1977, p. 96).
Na segunda etapa – exploração do material – que começa já na etapa de pré-análise, os
documentos que constituem o corpus da pesquisa serão submetidos a um estudo profundo,
orientado, em princípio, pelas hipóteses e referenciais teóricos. Procedimentos como
codificação, classificação e categorização são indispensáveis nesta instância do estudo. Esta
etapa não se restringe à busca de um plano geral e paralelo de opiniões; deve avançar na busca
de sínteses coincidentes e divergentes de idéias, conceitos, opiniões ou, até mesmo,
concepções “neutras”, ou seja, que não estejam especificamente unidas a alguma teoria. De
toda esta análise devem surgir quadros de referências.
Na última etapa – tratamento dos resultados, inferência e interpretação –, que deve ser
apoiada nas etapas anteriores, a análise atinge sua maior intensidade. Em outras palavras, é
nesta etapa que se consolidam as conclusões, a partir da inferência e da interpretação dos
dados.
Nesse sentido, Yin (1984, p. 38) recomenda alguns cuidados quando da análise dos dados: a)
mostrar que a análise está baseada em todas as evidências relevantes; b) incluir todas as
maiores interpretações rivais na análise; e c) endereçar o aspecto mais significativo do estudo.
Triviños (1987, p. 158-162) apresenta o método de análise de conteúdo como sendo aquele
aplicado às pesquisas tanto quantitativas quanto qualitativas. Ele ressalta a sua importância
para as pesquisas qualitativas e apresenta o que chama de “peculiaridades essenciais do
método de análise de conteúdo”, em que o método é apresentado como um meio para estudar
as “comunicações” entre os homens, com ênfase no conteúdo das “mensagens”, declarando
que a primeira peculiaridade é que “isto limita o âmbito do método, privilegiando, mas não
excluindo outros meios de comunicação, as formas de linguagem escrita e oral”.
51
O autor ressalta, como segunda peculiaridade, que a informação surge sempre da “apreciação
objetiva da mensagem”, ou seja, das inferências. Na terceira e última peculiaridade, o método
é constituído de “um conjunto de técnicas” (classificação de conceitos, codificação e
categorização), que de nada adiantarão se não forem iluminadas por uma teoria, sobre a qual o
pesquisador deve ter pleno domínio.
Triviños (1987, p. 158-162) ressalta, ainda, que o pesquisador qualitativo deve aprofundar sua
análise tratando de desvendar também o conteúdo latente, que significa aquele conteúdo
intrínseco, subjacente, que permeia o fenômeno estudado.
Esta pesquisa buscou, por meio do método de análise de conteúdo, fazer inferências, tirar
conclusões e buscar os relacionamentos e as características do fenômeno em estudo.
52
3 CUSTOS
Nesta seção, são revisados alguns conceitos que norteiam o desenvolvimento do trabalho.
Especificamente, serão tratados com algum detalhamento a conceituação, a classificação e os
componentes de custos, uma vez que o tema do trabalho trata da estimação de custos, nas
fases da atividade de importação no Brasil, como parte da fundamentação teórica, e, em
seguida, dos estudos de casos sobre as fases e procedimentos da atividade de importar nas
empresas escolhidas para este trabalho. Antes de introduzir-se no tema propriamente dito, faz-
se uma abordagem introdutória sobre o contexto dos custos na atualidade.
3.1 FUNDAMEN TOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Na realidade econômica atual, o mercado tornou-se globalizado. Empresas disputam
acirradamente qualquer boa oportunidade de negócio, numa concorrência em que preço,
rapidez e qualidade são características fundamentais para a determinação de uma supremacia
em cada área de atuação. Segundo Carbaught (2004, p. 6), atualmente, os países dependem do
comércio em um grau mais elevado do que em qualquer ocasião desde a Segunda Guerra
Mundial e, provavelmente, desde qualquer outra época da história.
Normalmente, nas empresas de médio e grande porte, principalmente as multinacionais, as
pessoas envolvidas com a controladoria preparam, periodicamente, um conjunto de relatórios
gerenciais, os quais consistem, normalmente, em demonstrações detalhadas de resultados para
os chefes de departamentos e resumidas para os gerentes de alto nível. Em geral, mostram
valores orçados e reais, e a diferença entre os dois para o período corrente e para os últimos
12 meses. "Esses relatórios somente atingirão seus fins se organizarem e calcularem os custos
de forma a refletir a verdadeira dinâmica da empresa". (OSTRENGA, 1994, p. 20)
53
3.2 TERMINOLOGIA EM CUSTOS
Em qualquer área de conhecimento humano, é natural que se adotem termos técnicos para
melhor assimilar suas rotinas e procedimentos. Matz et al (1973, p. 48) afirmam que “Os
economistas, contadores, engenheiros e outras pessoas que se confrontam com os problemas
de custos criam conceitos e terminologias de custos de acordo com suas necessidades”. O
Quadro 3 relaciona alguns conceitos sobre custos, de autores variados, que podem nos
oferecer um quadro geral de sua definição.
Quadro 3: Conceito de custo
FLORENTINO(1984, p. 21)
A soma dos valores de bens e serviços consumidos e aplicados paraobter um novo bem ou um novo serviço.
HORNGREN et al.(2000, p. 19)
Um recurso sacrificado ou de que se abre mão para um determinadofim.
ATKINSON et al.(2000, p. 125)
O valor monetário de bens e serviços gastos para se obter benefíciosreais ou futuros.
MARTINS(2000, p. 26)
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens eserviços. O custo é também um gasto, só que o reconhecimento de tal,isto é, como custo, acontece no momento da utilização dos fatores deprodução (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execuçãode um serviço.
PADOVEZE(2003, p. 17)
São os gastos, que não são investimentos, necessários para fabricar osprodutos da empresa. São os gastos efetuados pela empresa, que farãonascer os seus produtos. Portanto , é possível dizer que os custos são osgastos relacionados aos produtos, posteriormente ativados quando osprodutos, objeto desses gastos, forem gerados.
O que se pode considerar de comum entre estes conceitos é que custo é um valor, recurso ou
gasto que tem como finalidade obter um bem ou gerar benefícios futuros.
Padoveze afirma que, dependendo de sua destinação, o gasto de consumo poderá converter-se
em custo ou despesa, o mesmo acontecendo com o gasto de investimento, dependendo do
objeto onde está sendo aplicado.
54
Atkinson et al. (2000, p. 125-126) esclarecem que custo não é necessariamente despesa.
Despesa é relatada na demonstração de resultados. Diferenciação mais clara pode ser
verificada em Martins (2000, p. 27), quando indica ser despesas o “[...] bem ou serviço
consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas”.
Assim, é possível diferenciar custo de despesa, ao se identificar no custo os gastos necessários
para produzir ou gerar um bem ou serviço e na despesa a comercialização desse bem ou
serviço. Tome-se como exemplo a produção, por parte de uma indústria, de um armário. São
custos: o material, a mão-de-obra e outros insumos necessários a sua produção. São despesas:
os gastos necessários à comercialização, como aqueles relacionados com publicidade,
comissão dos vendedores e com o pessoal de faturamento e cobrança, pois não são utilizados
para a produção do bem, mas para a manutenção das atividades da empresa ou da
comercialização dos produtos por ela elaborados.
A Figura 4 mostra que, diferente dos custos, que são alocados ao produto fabricado e,
posteriormente, estocados, vindo a ser considerados na composição do resultado do exercício,
as despesas são imediatamente confrontadas com as receitas, compondo o resultado do
exercício. Então, os custos compõem o produto fabricado, enquanto as despesas são
necessárias para a manutenção da atividade da empresa.
55
Figura 4: Distinção entre custos e despesas
O Quadro 4 demonstra, de forma resumida, algumas terminologias citadas por Ribeiro (1996,
p. 22)
Quadro 4: Resumo das terminologias
Gasto Desembolso à vista ou a prazo para obtenção de bens ou serviços,independentemente da sua distinção dentro da empresa.
Investimentos Compreendem, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de uso daempresa.
Custo Compreende os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção.Despesa Compreende os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de
serviços das áreas administrativa, comercial e financeira, que direta ouindiretamente visam a obtenção de Receitas.
Desembolso Entrega de numerário antes, no momento ou depois da ocorrência dos gastos.Fonte: Ribeiro (1996, p. 22)
Todas as terminologias citadas acima, tem um grande enfoque em produção. Na atividade de
importação deve-se destacar o grande enfoque em serviços, pois a medida que o processo de
importação evolui, observa-se a grande dependência das empresas por serviços de qualidade
prestados. Porém é importante destacar que a medida que as empresas encaram a atividade de
importação como um processo, pode-se considerar os termos de custos com enfoque em
produção como sendo aplicáveis. Mais adiante será discutido os modelos de custeio que
DIRETOSCUSTOS PRODUTOS ESTOQUES C.P.V.
INDIRETOS
DESPESAS RESULTADO
56
podem direcionar o tomador de decisão da empresa a utilizar os métodos mais coerentes com
a atividade de importação.
3.2.1 Classificação de custos
a) Custos diretos e custos indiretos
Todo item de custo identificado naturalmente ao objeto do custeio é denominado custo direto
e todo item de custo que precisa de um parâmetro para ser identificado e debitado ao produto
ou objeto do custeio é denominado um custo indireto, sendo reconhecido indiretamente por
meio de taxas de rateio ou critérios de alocação.
Segundo Atkinson et al (2000, p. 127), “Os custos diretos de produção podem ser
identificados diretamente ao produto e são transferidos diretamente aos produtos baseados na
quantidade mensurada de recursos consumidos para sua produção”. Padoveze (2003, p. 67)
afirma ainda que quase todos os custos diretos são variáveis, razão pela qual essas duas
nomenclaturas são utilizadas como se definissem a mesma coisa, porém nem todos os custos
diretos são variáveis, assim como nem todos os custos variáveis são diretos.
Para Megliorini (2001, p. 9), a apropriação de um custo ao produto dá-se pelo que
efetivamente ele consumiu: no caso da matéria-prima, pela quantidade que foi efetivamente
consumida; no caso da mão-de-obra direta, pela quantidade de horas que foi efetivamente
utilizada.
A contabilização dos custos indiretos ao produto é um dos instrumentos gerencias de suma
importância para uma organização industrial, pois este instrumento serve para apropriar
corretamente os custos aos diversos produtos e para avaliar a manutenção de sua viabilidade
financeira.
57
Martins (2000, p. 113-120) ressalta a necessidade de analisar os custos indiretos, pois estes,
por definição, só podem ser apropriados ao produto de forma indireta, isto é, mediante
estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc. O autor ressalta que
a utilização de critérios de rateio dos custos indiretos de fabricação pode provocar análises
distorcidas, diminuir o grau de credibilidade sobre as informações de custos e prejudicar o
desempenho mercadológico de uma organização industrial.
Segundo Padoveze (2003, p. 67), quase todos os custos indiretos são fixos, razão pela qual
essas duas nomenclaturas são utilizadas também de forma indistinta. Contudo, este autor
destaca que é preciso deixar clara a distinção entre esses custos, explicando que “custos
indiretos são aqueles em que não há possibilidade de clara identificação dos produtos,
podendo ser fixos ou variáveis”.
b) Custos fixos, custos variáveis, custos semifixos e custos semivariáveis
De acordo com Hansen e Mowen (2001, p. 87), um custo que não se altera com as mudanças
na execução da atividade é um custo fixo. De outro lado, um custo variável irá aumentar no
total de acordo com o aumento da execução da atividade e diminuir no total com a diminuição
da execução da atividade.
Outra classificação para custo pode ser considerada quanto ao seu comportamento em relação
às mudanças que possam ocorrer no volume de produção (MEGLIORINI, 2001, p. 11). Os
termos fixo e variável são geralmente usados para descrever como um custo reage às
mudanças na atividade. Um custo variável é proporcional ao nível de atividade (o custo total
aumenta à medida que a atividade aumenta) e um custo fixo é constante no total, na faixa de
volume relevante da atividade esperada que está sendo considerada.
58
Maher (2001, p. 75) define custos variáveis como “[...] custos que se alteram na proporção
direta da alteração do volume , dentro de um intervalo relevante de atividade”. Para Santos
(2000, p. 37), os custos variáveis “[...] são aqueles que estão diretamente relacionados com o
volume de produção ou venda”. Em termos gerais, quanto maior for o volume de produção,
maiores serão os custos variáveis totais. Em termos unitários, os custos permanecem
constantes.
Nem todos os custos em um processo produtivo serão variáveis. Muitos se manterão
inalterados, mesmo com alteração no volume de produção. Maher (2001, p. 75) define custos
fixos como sendo “[...] custos que não se alteram quando o volume se altera, dentro de um
intervalo relevante de atividade”.
Para Santos (2000, p. 38), os custos fixos representam a capacidade instalada que uma
empresa possui para produzir e vender bens, serviços e mercadorias. Suas principais
características são:
- em termos de custos estruturais fixos totais, quanto maior for o volume de produção,
menores serão os custos estruturais fixos por unidade;
- os custos fixos totais independem das quantidades produzidas - assim, dentro de seu limite
da capacidade instalada, os custos com seguros, depreciação das instalações e aluguel
permanecerão constantes quaisquer que sejam os volumes produzidos.
É possível encontrar, ainda, custos que variam em função do volume de produção, mas não
exatamente nas mesmas proporções. Estes custos têm uma parcela fixa, a partir da qual
passam a ser variáveis, como no caso da energia elétrica, telefone, água e manutenção
preventiva, dentre outros. Tais custos são chamados por Santos (2000) de “custos semi-
variáveis”.
59
Maher (2001, p. 76) menciona o exemplo da energia elétrica, caso em que se consideram um
valor mínimo mensal e um valor por quilowatt-hora consumido além da quantidade mínima.
Assim, a partir de um consumo estabelecido, os custos são fixos; mas, a partir de determinada
quota, serão variáveis.
Outros custos permanecem constantes dentro de certos intervalos, alternando-se em degraus,
até atingir um novo patamar de atividade. Normalmente, isso ocorre em função de decisões
tomadas para aumentar ou diminuir o nível de atividade, como gastos com pessoal ou
depreciação com a compra de máquinas adicionais para aumentar a produção.
Maher (2001, p. 76) chama esses custos de “custos em degraus”; ou seja, eles são fixos até
determinado patamar, aumentando sempre que ultrapassam esses limites. Hansen e Mowen
(2001, p. 95) explicam que os custos por degraus apresentam um nível constante em uma
faixa de execução de atividade e depois saltam para um nível mais alto em algum ponto, onde
permanecem por uma faixa similar de atividade. O Gráfico 1 demonstra esse raciocínio.
Gráfico 1: Função de custo por degrau
Custo
$600500400
300
200
100
20 40 60 80 100 120Produção da Atividade (Unidades)
60
3.3 ABORDAGENS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
Neste trabalho, a Contabilidade de Custos será focada nos controles gerenciais, visando
adequar o tema em questão ao objetivo geral do trabalho. Padoveze (2003, p. 9) comenta que
a Contabilidade de Custos “é um dos segmentos da contabilidade que mais têm apresentado
evoluções teóricas ao longo dos últimos anos”. Reforça que a Contabilidade de Custos é um
dos melhores e mais utilizados instrumentos para a gestão empresarial.
A Contabilidade de Custos pode ser definida como um instrumento desenvolvido com o
objetivo de atingir finalidades específicas que podem estar relacionadas com o fornecimento
de dados de custos para a medição dos lucros, com a determinação de rentabilidade e a
avaliação de patrimônio, identificando métodos e procedimentos para o controle das
operações e atividades executadas, de modo a prover informações para a tomada de decisões e
para o planejamento por meio de processos analíticos. Padoveze (2003, p. 9) cita, em linhas
gerais, que a Contabilidade de Custos tem duas linhas de atuação:
a) Custo contábil: conceitos e técnicas voltados para a apuração do custodos produtos e serviços para fins de contabilização e atendimento àsnecessidades legais e fiscais; e b) Custo gerencial: conceitos e técnicasvoltados para a gestão econômica dos produtos e serviços da empresa, suasatividades, unidades de negócio e seus gestores responsáveis, envolvendo asnecessidades de controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão.
De acordo com Ribeiro (1996, p. 17), “a contabilidade de custos ou contabilidade industrial é
o ramo da contabilidade aplicado às empresas industriais”. Ele cita, ainda, que “[...] a empresa
industrial é aquela cuja atividade característica principal se concentra na transformação de
matéria-prima em produtos”. O autor comenta que uma empresa industrial não se caracteriza
apenas pela transformação e que podem ser consideradas industriais também as empresas que
trabalham com processos de transformação, beneficiamento, montagem e restauração.
61
Padoveze (2003, p. 10) ressalta que: “o ponto central de toda a contabilidade de custos é a
apuração do custo unitário do produto”. Portanto, cabe destacar que é imprescindível para a
empresa conhecer seu custo unitário para que possa tomar uma decisão de determinação de
preços no momento em que decide precificar seu produto para obter o lucro desejado e, por
meio do controle de seus custos, estabelecer mais facilmente uma relação entre seu preço final
e sua margem de lucro, além de ter uma idéia da aceitação ou não desse preço no mercado.
3.3.1 A Contabilidade de Custos no controle das operações
À medida que uma organização se desenvolve, amplia seu processo produtivo e passa a
utilizar um volume maior de mão-de-obra, dividindo-se em setores e/ou departamentos
comandados por diversos gerentes. Nestas condições, aquele administrador que no início
detinha controle sobre todos os processos produtivos pode, dependendo de suas novas
atribuições, distanciar-se destes processos, correndo o risco de perder o controle sobre todos
os processos existentes na organização.
Martins (2000, p. 323) estabelece que “Controle significa conhecer a realidade, compará-la
com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e suas origens e tomar
atitudes para sua correção”. Ou seja, a empresa tem controle dos seus custos e de suas
despesas. Quando conhece os que estão sendo incorridos, verifica se estão dentro do que era
esperado, analisa divergências e toma medidas para correção de tais desvios.
Para Vanderbeck e Nagy (2001, p. 16), “controle é o processo de monitorar as operações da
companhia e determinar se os objetivos identificados no processo de planejamento estão
sendo realizados”. Ele defende que o controle eficaz somente será obtido quando forem
62
obedecidas as seguintes orientações: a) designar responsabilidade; b) medir e comparar
resultados periodicamente; e c) tomar a ação corretiva necessária.
O autor entende por designação de responsabilidade o ato de delegar aos gestores ou
supervisores a responsabilidade pelo cumprimento das metas estabelecidas; ou seja, de fazer
com que os produtos sejam processados dentro dos custos e da qualidade previamente
definida. A confirmação do cumprimento das metas mencionadas anteriormente dar-se-á,
exatamente, por meio da comparação entre os custos estabelecidos anteriormente e os custos
realmente realizados. Uma vez identificado que os custos não condizem com os valores
estabelecidos, deve-se buscar identificar suas razões e providenciar as adequações
necessárias.
Para que o controle seja eficaz, a Contabilidade de Custos utiliza-se do que comumente
chamamos de “custo-padrão”, que nada mais é do que um custo previamente estabelecido
tornando-se como base tempos, medidas de consumo e preços previamente definidos por meio
de estudos e de dados históricos. Maher (2001, p. 638) entende que “Em contabilidade
gerencial, qualquer desvio em relação a uma quantia predeterminada é conhecido como
variação”. Cita, ainda, que essa variação se dá mediante a comparação entre os custos reais e
os custos estimados, e complementa: “um custo-padrão é o custo estimado para fabricar e/ou
vender um produto; é um custo predeterminado, atribuído aos produtos fabricados”. Assim, a
empresa deve ter definido antecipadamente quanto deve custar um produto.
Uma vez atribuídos os custos-padrão, é necessário que estes sejam comparados com os custos
reais, a fim de averiguar se houve diferenças consideráveis e dignas de averiguação. Caso haja
a necessidade de adequações, estas deverão ser providenciadas, e delegar-se-á
responsabilidade aos gerentes ou supervisores dos setores ou processos em que os padrões não
forem atingidos. Eventualmente, os padrões deverão ser revistos pela Administração, a fim de
63
se adequarem às novas condições apresentadas durante o período, como: melhor qualificação
da mão-de-obra, desenvolvimento de novas técnicas, alteração nos preços praticados pelo
mercado e acréscimo ou decréscimo no volume de produção.
3.4 SISTEMAS DE CUSTEAMENTO
A escolha de um adequado sistema de custos pela empresa precisa evidenciar a necessidade
de alimentar seu sistema de informação. A seguir, apresenta-se uma breve descrição dos
métodos de custo, mostrando suas características positivas e negativas. Esse detalhamento tem
como objetivo permitir ao gestor a percepção de qual é o melhor método para atender às
necessidades da empresa.
Os modelos comentados a seguir podem ser adotados pela empresa no direcionamento de sua
análise de decisão. Tal escolha dependerá do enfoque da empresa e do seu interesse em estar
implantando e provendo entrada de dados e manutenção do método.
3.4.1 Custeio por Absorção
Este método faz com que o produto absorva os gastos de produção, que são divididos em
custos diretos (mão-de-obra e matéria prima) e custos indiretos (aluguel do imóvel,
depreciação, etc.).
O método de custeio por absorção apresenta duas metodologias de trabalho. A primeira é a
apropriação dos gastos diretos aos produtos através de taxas que direcionam o rateio. A
segunda é através do método de departamentalização. Esta segunda metodologia é mais
empregada em empresas que apresentam separação de funções e de departamentos.
64
A departamentalização é utilizada como forma de definição dos custos do produto e de
controle do gestor. Portanto, este método é muito utilizado em indústrias que trabalham com
definição de custos padrão e definição de centros de responsabilidade (centro de custo, centro
de lucro e centro de investimento). Após a definição dos gastos de cada departamento, são
iniciados os rateios que distribuem todos os gastos aos departamentos de produção, e então
são divididos os gastos totais aos produtos.
Características positivas:
Absorve todos os custos de produção.
Permite a mensuração do custo de cada produto ou serviço.
Atende às exigências legais.
Ajusta-se adequadamente aos sistemas de custos integrados à contabilidade
financeira.
Características restritivas:
Distribui os gastos, rateando-os entre os departamentos, podendo distorcer os
resultados e penalizar alguns produtos em relação a outros. O uso do rateio não apropria
detalhadamente os custos que foram efetuados pelo departamento ou produto, mas
trabalha na proporção de um custo direto observado na produção. Esse tipo de
distribuição dos custos implica distorções, pois assume que os custos indiretos variam
no mesmo volume da produção. Essa problemática torna-se mais agravante quando são
cometidas arbitrariedades e inconsistências de critérios e procedimentos na forma de
rateio. Considera-se ainda que, diante do avanço tecnológico, das inovações na rede de
comunicação das empresas e da concorrência do mercado, que exige inovações na
65
oferta do produto para apresentar diferencial ao consumidor, os custos indiretos têm
aumentado consideravelmente sua participação nos custos do produto. Diante dessas
mudanças, torna-se preocupante o uso do rateio para este grupo. Contudo, essa é uma
excelente ferramenta para o sistema de custos, desde que seja prudentemente utilizado.
Usa informações de custos somente para controle. Devido à característica estática
que apresentam, as informações geradas servem apenas para análise e comparações de
eventos anteriores.
Trabalha com valores padrões (predeterminados). Isso afasta o valor da iniciativa de
qualidade total e redução dos custos, pois implica a integração da área administrativa
com a contábil e não permite que haja uma integração exata da rede de comunicação da
empresa, ou seja, acurácia e contínuo aperfeiçoamento.
Proporciona uma avaliação atual da posição de competitividade da empresa, mas não permite
o desenvolvimento dessa avaliação para o período de longo prazo. Essa situação ocorre
porque este sistema apresenta uma visão estática da empresa e trabalha com indicadores,
avaliando a competitividade dos efeitos e os resultados ocorridos
3.4.2 Custeio Variável
O método de custeio variável leva em consideração apenas os custos variáveis, ou seja,
aqueles ligados diretamente à produção. Esse método é bastante utilizado para fins gerenciais
e permite a realização de várias análises a partir dos dados gerados.
Para a análise gerencial, o custeio variável apresenta facilidades no critério de formação de
preço, definição de metas e ponto de equilíbrio do produto. Por esse método de custeio, para
66
que possa formar o preço, identificam-se os custos fixos e define-se uma margem de
contribuição para que cada produto a ser vendido possa contribuir para a quitação dos custos
fixos. A partir dessa margem de contribuição, pode-se identificar o número mínimo de
produtos a serem vendidos de produtos para que todos os custos fixos sejam quitados, e então
é definido o ponto de equilíbrio. Com a definição do ponto de equilíbrio, podem ser
apresentadas as metas para alcance do lucro desejado.
Características positivas:
Não envolve critérios de rateio e distribuição de gastos entre departamentos.
Trabalha com margem de contribuição unitária, parcela que cobre os custos fixos e a
formação do lucro.
Adota a margem de contribuição para análises (portanto, sua demonstração procede da
Receita de Vendas subtraída dos Custos Diretos e Indiretos Variáveis).
Possibilita a apuração da lucratividade real de cada produto ou serviço.
Trabalha com a departamentalização, delegando o poder e trabalhando com a
prestação de contas de desempenhos e resultados.
Proporciona maior flexibilidade para o controle de custos e a tomada de decisões.
É um sistema de informação para a gestão econômica da empresa.
Requer pouco gasto com manutenção do sistema.
Possibilita integração com o método ABC.
Avalia melhor a quantidade a ser produzida através da margem de contribuição e
determina o planejamento da empresa.
67
Permite a análise do ponto de equilíbrio.
Impede que o aumento das despesas e dos custos fixos distorça o valor das despesas e
dos custos variáveis da produção.
Não inibe a utilização do método de departamentalização para os custos fixos.
Características restritivas:
Não se adequa às exigências legais.
Perde sensibilidade visível de custo, volume e lucro.
3.4.3 Custeio ABC
Este método de custeio, mais recente, é baseado em atividades. Tem como característica
principal a alocação dos custos indiretos de fabricação, por meio da identificação,
classificação e mensuração da maneira como as atividades consomem os recursos, e a
definição de como os produtos consomem as atividades de uma empresa.
Segundo Nakagawa (1995, p.40),“o ABC é uma metodologia desenvolvida para facilitar a
análise estratégica de custos relacionados com as atividades que mais impactam o consumo de
recursos de uma empresa.”
A ordem de prioridade para a alocação do custo às atividades exige muita cautela e análise.
Os custos podem ser alocados às atividades através de alocação direta ou rastreamento.
A alocação direta ocorre quando os custos têm uma identificação clara, direta e objetiva com
a atividade.
68
Através do rastreamento, os custos são alocados às atividades de acordo com a concorrência
da atividade e a geração dos custos, sendo expressos por meio dos direcionadores de recursos.
Para a identificação dos direcionadores de recursos, torna-se necessário analisar e monitorar
as rotas de consumo de recursos, para que se possa identificar as atividades mais relevantes e
a partir daí, encaminhar para os produtos e serviços.
Algumas vezes, pode ser usado o rateio como alocador de custos, mas este só é utilizado
quando não há possibilidade de se usar a alocação direta ou o rastreamento, uma vez que as
bases de rateio utilizadas para distribuir os gastos entre os departamentos podem causar
distorções nos resultados, pois não indicam a verdadeira relação dos custos com o produto ou
atividade. Esse fator proporciona uma alocação dos custos de forma arbitrária e subjetiva.
Características positivas:
Oferece a possibilidade de aperfeiçoar a análise dos custos tradicionais.
Objetiva a análise da quantidade, da relação de causa e efeito e da eficiência e eficácia
com que os recursos são consumidos nas atividades (NAKAGAWA, 1995).
Combina com adequação pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente.
Preocupa-se com a alocação dos custos indiretos.
Atribui os custos indiretos aos gastos, bens ou serviços produzidos na empresa.
Permite que a empresa analise se as atividades complementares à produção estão
consumindo mais recursos que as demais.
69
Possibilita uma análise mais confiável da estruturação da empresa e da relevância das
atividades, favorecendo a análise sobre a redução da burocratização, facilitando os
processos e enxugando os gastos da empresa.
Atribui custos às atividades. “O Custo de uma atividade compreende todos os
sacrifícios de recursos necessários para desempenhá-la”. (MARTINS, 2000, p.101)
Permite uma visão focalizada do nível operacional, apresentando com maior
percepção aos administradores os problemas ocorridos nesta etapa.
Cria uma estreita comunicação entre as áreas de produção e controladoria.
Proporciona interação com os demais sistemas da empresa.
Revela informações importantes que ficam encobertas nos outros métodos de custeio.
É uma ferramenta voltada principalmente para a análise estratégica de custos.
Características restritivas:
Revela a necessidade de efetuar uma análise detalhada da empresa para a implantação
Não atende diretamente às exigências legais
Necessita que a conduta da empresa e sua rede de comunicação sejam alteradas para
que o sistema possa fluir corretamente.
Demanda um custo alto para a implantação das alterações.
Gera alto gasto com a manutenção do sistema, devido à constante manutenção das
informações dos direcionadores de custos, pois, em razão da ocorrência freqüente de
70
mudanças na estrutura organizacional e nos processos das empresas, as atividades
podem variar rapidamente e o sistema precisa acompanhar estas alterações.
É limitado a empresas que já possuem uma definição relativamente estática da
estrutura organizacional e distribuição das funções de cada setor.
É dispendioso, ou seja, caro de implantar e manter, além de tomar muito tempo e
necessitar de um excessivo planejamento.
Causa senso de perda de responsabilidade entre os responsáveis pelos departamentos,
porque as atividades cruzam os departamentos e até o conhecimento da função a ser
realizada torna-se pouco claro para o responsável do setor.
Falta distinção entre custos fixos e variáveis, pois estes são apropriados às atividades
sem separação.
Na hipótese de a empresa trabalhar com terceirização, essa atividade não fará parte dos
dados fornecidos ao tomador de decisão, por não fazer parte de sua rotina, sofrendo
limitações, pois será fornecido o custo do produto, e não o de seus componentes.
71
4 O COMÉRCIO INTERNACIONAL E A ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO NO
BRASIL
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Nos últimos anos, tem sido dada grande atenção ao contexto internacional, também rotulado
de “global”. As empresas têm a oportunidade de conquistar novos mercados e recursos
especializados, a partir da cobertura mundial, e também ampliam suas opções de manobras
estratégicas. (MINTZBERG e QUINN, 2001, p. 346)
A palavra “importado” exerce um tipo de magia. Independente de seu preço ser acessível ou
não, será analisado diferentemente pelos consumidores e pelas empresas. As informações e
procedimentos técnicos sobre como importar e exportar estão disponíveis em vários órgãos de
fomento da atividade empresarial, porém com muito mais relevância em relação à atividade
de exportação. As micro e pequenas empresas, principalmente, têm dificuldades em achar o
caminho correto para realizar uma importação; quando conseguem, acabam caindo na mesma
armadilha que algumas grandes empresas ainda hoje caem: os custos reais dos produtos
importados acabam sendo muito mais altos do que os custos estimados.
Conhecer a atividade de importação em seus detalhes é importante para as empresas
descobrirem quais são os custos envolvidos no processo e também onde estão escondidos os
custos de algumas fases, que costumam aparecer somente no momento em que o processo de
importação já foi iniciado, devido à complexidade da atividade e também à burocracia
associada ao processo.
Nesse capítulo, serão analisados alguns tópicos relativos ao comércio internacional, visto que
a complementaridade das informações trará à tona alguns ensinamentos básicos sobre a
72
necessidade da importação e também sobre a realidade de alguns conhecimentos que
fundamentam a necessidade de as empresas conhecerem a atividade de importação e de
estimar e administrar os custos inerentes.
Este tópico inclui a base de cálculo dos impostos incidentes sobre a atividade de importação.
Propõe-se aqui a detalhar cada etapa do processo de importação e a oferecer um guia de
orientação para a atividade de importação e de acompanhamento da estimação de custos do
produto a ser importado, para que o adquirente da mercadoria tenha maior clareza na
solicitação da compra do produto.
A importação é caracterizada pela entrada de mercadorias em um país, compreendendo um
conjunto de serviços, tais como fretes, seguros e serviços bancários.
No Brasil, as importações decorrem, às vezes, em razão da escassez da matéria-prima ou
secundária, mas também da falta de tecnologia de montagem do equipamento ou serviço no
país. Outras vezes, a importação ocorre porque o adquirente apresenta maior confiabilidade na
qualidade dos produtos e serviços prestados por empresas do exterior. Além desses fatores,
apresenta-se, ainda, a concorrência por preço e prazo de entrega ou, até, pela execução do
serviço. Sendo assim, observa-se que, em razão do princípio da Lei do Livre Comércio, há
necessidade de que as empresas possam fazer uma análise mais transparente de seus
fornecedores. Essa observação é benéfica para que elas possam estar mantendo a continuidade
da empresa, mediante a contratação do melhor produto ou serviço de acordo com os seus
direcionadores de análise.
Os tópicos desta seção (4.1 a 4.8) foram constituídos de modo a complementar a
fundamentação teórica que apóie a conclusão do trabalho, com foco no objetivo geral.
73
4.2 FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Em termos genéricos, pelo entendimento vigente entre os pesquisadores e estudiosos,
comércio internacional é definido como o conjunto de operações realizadas entre países
visando ao intercâmbio de bens e serviços e/ou ao movimento de capitais. (MARINHO e
PIRES, 2002, p. 15)
Nesse sentido, pode-se concluir que o comércio internacional resulta das especializações de
cada país na divisão internacional do trabalho. Seu desenvolvimento depende, basicamente,
do nível dos termos de intercâmbio (ou relações de troca), que se obtém comparando o poder
aquisitivo dos países que mantenham comércio entre si.
O comércio exterior trata da relação comercial de um país específico com os demais, expressa
em termos, regras e normas nacionais, refletindo, portanto, as prioridades, exigência e
limitação do país em referência. (MARINHO e PIRES; 2002, p. 16)
Ainda segundo Marinho e Pires (2002, p. 16), a expressão comércio exterior deve ser seguida
do nome do país cujas transações comerciais estão referidas (Ex.: Comércio Exterior do
Brasil, o que refletirá a relação comercial do Brasil com os demais países).
4.2.1 Teorias clássicas do comércio internacional
Alguns economistas construíram teorias sobre comércio internacional, como: Adam Smith,
teoria da vantagem absoluta; David Ricardo, teoria da vantagem comparativa; e John Stuart
Mill, teoria da demanda recíproca.
- Teoria da vantagem absoluta. Adam Smith afirmava que cada país pode produzir
determinada mercadoria com custos menores que outros. Segundo Maia (2003, p. 346)
74
“Conseqüentemente, esse país se beneficiará se exportar essa mercadoria e importar as outras.
Isso proporcionará aos países vantagens recíprocas.” Ou seja, o país terá benefício em
comprar produtos mais baratos e os outros pagarão com produtos que lhes custarão menos.
- Teoria da vantagem comparativa. David Ricardo sustenta que se um país produz em
condições melhores que outro, não haveria comércio entre esses países. Dessa forma, os
países deveriam re-alocar seus trabalhadores, a fim de ter melhor desempenho no produto que
têm maior vantagem, e comprar do outro país o produto que têm desvantagem.
Segundo Maia (2003, p. 349), as críticas que podem ser feitas a essa teoria são:
- ela é mais abrangente do que a Teoria da Vantagem Absoluta, deAdam Smith. Ricardo abandonou a idéia dos custos absolutos e partiu para aidéia dos custos relativos;- como Adam Smith, Ricardo considerou que os preços eramdeterminados principalmente pela quantidade de horas trabalhadas. Outrosfatores, como custos da matéria-prima e de transportes, não foram levadosem consideração;- Ricardo e Adam Smith procuraram mostrar que a especialização daprodução estimula o Comércio Internacional e beneficia o consumidor.
- Teoria da demanda recíproca. John Stuart Mill procura evidenciar a eficiência
comparativa por meio desta teoria. Segundo ele, se não houver comércio entre dois países, as
trocas serão internas, obedecendo a certas condições. Poderá ser realizado comércio entre dois
países dentro de limites previamente estabelecidos. Segundo Maia (2003, p. 351): “Há,
porém, um fator novo que vai estabelecer o valor exato de troca: a demanda por essas
mercadorias nos dois países. Daí o nome de Teoria da Demanda Recíproca.” Dessa forma, o
comércio será realizado quando os preços equalizarem as demandas nos dois países.
75
4.2.2 Teorias modernas de comércio internacional
Segundo Maia (2003, p. 353): “As teorias de Adam Smith, David Ricardo e Stuart Mill foram
aceitas durante muito tempo, porém precisavam de uma reformulação, porque consideravam o
trabalho (mão-de-obra) o único fator de produção.” Na verdade, a produção é conseqüência de
três fatores: natureza; trabalho; e investimentos. Dessa forma, a relação de troca entre as
nações deve ser estabelecida diferentemente da teoria do valor-trabalho.
As teorias modernas e as clássicas são consideradas muito parecidas. As teorias modernas
destacam-se pelas seguintes diferenças:
- consideram, ao mesmo tempo, todos os fatores de produção: natureza, trabalho e capital;
- ao invés de custo trabalho, tem-se o custo oportunidade;
- os estudos sobre curva de possibilidade de produção, custo oportunidade e curva da
indiferença permitem quantificar melhor as condições de comércio internacional; e
- são mais abrangentes.
Curva da possibilidade. Para facilitar a compreensão desta teoria, convém utilizar algumas
hipóteses: a) o país A produz as mercadorias x e y; b) uma tonelada de x custa o mesmo que
uma tonelada de y; c) o país pode produzir 100 toneladas de mercadorias, sendo 50 de x e 50
de y. Para produzir 51 toneladas de x, seria necessário reduzir y para 49; ou seja, para cada
aumento de x haveria uma diminuição de y, porque o país não tem condições de aumentar seu
parque produtivo. Segundo Maia (2003, p. 354): “O país A vive um regime de plena
produção, tendo, dessa forma, de desviar fontes produtoras de y para x.”
Diante das hipóteses, pode-se montar o Quadro 5 de combinações alternativas que A pode
produzir de x e y:
76
Quadro 5: Combinações alternativas que A pode produzir de x e y.
X 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Y 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Fonte: Maia (2003, p. 354):
Os dados do Quadro 5 permitem elaborar o Gráfico 2.
Gráfico 2: Produção de X e Y – Custo de OportunidadeFonte: Maia (2003, p. 355)
Custo oportunidade. Utilizando o Gráfico 2, a reta AB representa as possibilidades de
produção. Qualquer ponto nessa linha indica as combinações alternativas de produção.
Considerando A: 100 de x e 0 de y; B: 0 de x e 100 de y; P: 60 de x e 40 de y; C: (além de
100); D: (aquém de 100). Como o país A está usando 100% de sua capacidade produtiva, não
existe ociosidade dos fatores de produção. Dessa forma, a linha AB representa o limite
máximo que a produção desse país pode alcançar. Para atingir o ponto C, seria necessário
promover um aumento do parque produtivo. O ponto D indicaria uma queda de produção.
Segundo Maia (2003, p. 355): “A substituição de x por y, ou vice-versa, depende das
60
P R O D DE U Ç X Ã O
0 40 PRODUÇÃO DE Y D 100 C
B
P
A 100
77
conveniências de mercado. Isto é, o que é mais oportuno; daí a denominação Custo
Oportunidade.”
Curva da indiferença. Utilizando o Gráfico 3, pode-se imaginar um indivíduo que precisa das
mercadorias x e y nas quantidades designadas no ponto P. Admita-se que ele só possa ter 50x
e 40y (ponto Q da figura), o que prejudicará seu padrão de vida. Admitindo-se que y poderia
substituir x, quantas unidades de y seriam necessárias para estabelecer seu padrão de vida? O
ponto Q mostra as quantidades que o indivíduo agora dispõe. Ele pode conseguir mais
atingindo o ponto R. Portanto, o padrão de vida dele em P e R é igual em termos de conforto.
Ou seja, qualquer ponto na reta AB é indiferente para ele. A linha AB, entretanto, é convexa,
conforme o Gráfico 3, pois é muito pouco provável que o indivíduo possa querer 100x e 0y ou
0x e 100y.
Gráfico 3: Curva da indiferença
P
x
60
40 y
A
B
78
Dentre as teorias citadas, a Figura 5 demonstra a evolução das teorias no comércio
internacional. Muitas teorias demonstradas na Figura 5 foram escritas, demonstrando a
constante evolução do comércio exterior. Vale lembrar que nos tempos atuais a teoria da
vantagem competitiva das nações expressa por Michael Porter (1990, apud Soares, 2004, p.
62) ressalta bem a importância de conhecer os procedimentos burocráticos a fim de minimizar
o impacto das mudanças e ameaças.
79
Figura 5 : Evolução das teorias sobre comércio internacional
Fonte: Soares (2004, p.62)
Mercantilismo (1500 – 1800) O fator mais importante para a saúde de uma nação é a quantidade de metais preciosos que ela detém. O comércio internacional é a melhor forma de obter metais e, portanto, riqueza e saúde econômica.
Teoria das vantagens absolutas Adam Smith (1776) Cada país deve se especializar na produção e na exportação de bens em cuja produção for mais eficiente, ou seja, aqueles que consomem o menor número de horas de trabalho.
Teoria das vantagens comparativas David Ricardo (1817) Se um país é mais eficiente na produção de dois bens, pode ser que ele seja relativamente mais eficiente na produção de um deles. Esse país deve se especializar na produção e exportação da mercadoria que produz com maior eficiência.
Teoria da proporção dos fatores Eli Hecksher e Bertil Ohlin (1949-1977) Um país que é relativamente abundante em mão-de-obra (ou abundante em capital) deve se especializar na produção e na exportação dos produtos intensivos em trabalho (ou intensivos em capital).
Paradoxo de Leontief Wassily Leontief (1950) A pesquisa sobre a teoria da proporção dos fatores de produção nos Estados Unidos resultou que nesse país as exportações são intensivas em trabalho, ao contrário do que se poderia esperar de um país abundante em capital.
Teoria da demanda doméstica do produto Staffan Burestan Linder (1961) O tipo, a complexidade e a diversidade dademanda de um país aumentam com ocrescimento da renda per capita. O comérciointernacional segue o mesmo princípio e,portanto, países com renda per capita similarpossuem um volume de comércio maior.
Teoria do ciclo do produto Raymond Vernom (1966) O país que possui vantagem comparativa na produção e exportação de um produto inovador altera seu fluxo de comércio na medida em que a tecnologia de produção da mercadoria amadurece.
Teoria do comércio e mercados imperfeitos Paul Krugman (1985) A mudança nos fluxos de comércio, inclusivecomércio intra-indústria, sustenta-se nasimperfeições do comércio de produtos e dosmercados.
Vantagem competitiva das nações Michael Porter (1990) A competitividade das nações depende da capacidade de sua indústria inovar e reagir às mudanças. As empresas ganham vantagem competitiva por causa dessas mudanças e ameaças e, nesse sentido, se beneficiam com a competição forte no mercado doméstico, com a demanda dos consumidores locais e com a agressividade comercial dos fornecedores locais.
80
4.3 BLOCOS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA
Segundo Keegan e Green (2000, p. 59), desde a Segunda Guerra Mundial tem havido enorme
interesse pela cooperação econômica entre as nações, estimulado pelo êxito da União
Européia. Os autores comentam que existem muitos graus de cooperação econômica: desde o
acordo entre duas ou mais nações, para a redução das barreiras ao comércio, até a integração
econômica completa de duas ou mais economias nacionais.
Os blocos econômicos são associações de países, em geral de uma mesma região geográfica,
que estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e atuam de forma conjunta no
mercado internacional, além de estarem dispostos a avançar em suas negociações até se
fortalecerem como uma União Econômica.
Um aspecto importante do bloco econômico é a criação de zonas de livre comércio, com a
redução ou, até mesmo, a eliminação das alíquotas de importação.
Os blocos econômicos classificam-se em: zonas de livre comércio; união aduaneira; mercado
comum; união econômica; e integração econômica total. À medida que as nações se dispõem
a aumentar sua integração, aumentam as responsabilidades e a complexidade da integração
(Maia; 2003, p. 24), conforme demonstra o Quadro 6.
Quadro 6: Formas de integração econômicaFORMAS DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA
Estágio de Integração
Eliminação de tarifas e cotas entre membros
Sistema de cotas e
tarifas comuns
Eliminação de restrições à
movimentação de fatores
Harmonização e unificação de
políticas e instituições econômicas Moeda Única
Área de livre comércio SIM NÃO NÃO NÃO NÃOUnião alfandegária SIM SIM NÃO NÃO NÃOMercado comum SIM SIM SIM NÃO NÃOUnião Econômica SIM SIM SIM SIM NÃO
Integração Econômica Total SIM SIM SIM SIM SIM
81
4.3.1 Mercosul
A criação do Mercosul, objetivo definido pelo Tratado de Assunção, de 26.03.91 e reafirmado
pelo Protocolo de Ouro Preto, de 17.12.94, resultou de um longo processo de aproximação
entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A integração Brasil-Argentina, antecedente imediato do Mercosul, foi impulsionada por três
fatores principais: a) a superação das divergências geopolíticas bilaterais; b) o retorno à
plenitude do regime democrático nos dois países; e c) a crise do sistema econômico
internacional. Primeiro de uma série de acordos bilaterais que precederiam o Mercosul, a
Declaração de Iguaçu, firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsin, em 30.11.85, buscava
acelerar a integração dos dois países em diversas áreas (técnica, econômica, financeira,
comercial etc.) e estabelecia as bases para a cooperação no campo do uso pacífico da energia
nuclear.
Diante de um panorama de crescente marginalização econômica, política e estratégica,
causada sobretudo pelas mudanças na estrutura e no funcionamento do sistema econômico
mundial, e em face de uma evidente perda de espaço comercial, de redução do fluxo de
investimentos e de dificuldades de acesso a tecnologias de ponta, Brasil e Argentina viram-se
diante da necessidade de redefinir sua inserção internacional e regional. No âmbito dessa nova
estratégia, a integração passa a exercer papel importante na criação de comércio, na obtenção
de maior eficiência, com vista à competição no mercado internacional, e na própria
transformação dos sistemas produtivos nacionais.
Em 6 de julho de 1990, Brasil e Argentina firmam a Ata de Buenos Aires, mediante a qual
fixam a data de 31.12.94 para a conformação definitiva de um mercado comum entre os dois
países. Em agosto de 1990, Paraguai e Uruguai são convidados a incorporar-se ao processo
integracionista, tendo em vista a densidade dos laços econômicos e políticos que os unem
82
Brasil e Argentina. Como conseqüência, é assinado, em 26 de março de 1991, o "Tratado de
Assunção para Constituição do Mercado Comum do Sul". Em 25 junho de 1996, Chile e
Bolívia entram como novos parceiros, num encontro realizado em San Luís (Argentina).
Bolívia e Chile têm o status de parceiros, porém não reconhecidos como países-membros do
Mercosul. Em tal condição, no âmbito institucional, Chile e Bolívia assinaram diversas
declarações e compromissos do Mercosul, destacando-se aqueles relacionados à manutenção e
fortalecimento da democracia nos países signatários e à declaração do Mercosul como zona de
paz.
O Mercosul é hoje uma realidade econômica de dimensões continentais: área total de mais de
11 milhões de quilômetros quadrados; mercado de 200 milhões de habitantes, e PIB
acumulado de mais de 1 trilhão de dólares. Tudo isso, coloca-o entre as quatro maiores
economias do mundo, logo após o NAFTA, a União Européia e o Japão.
Este potencial econômico depende, no entanto, para seu pleno desenvolvimento, de maiores
investimentos na área de infra-estrutura física. Atentos a isto, os países-membros do bloco
vêm se dedicando à execução de grandes projetos no campo da integração energética,
rodoviária, ferroviária e, até mesmo, hidroviária.
O Mercosul deu largos passos em direção à meta de constituição do Mercado Comum do Sul.
A Zona de Livre Comércio já é uma realidade, a ser completada com as negociações em curso
sobre os setores automobilístico e açucareiro, medidas de defesa comercial intrazona, normas
técnicas e fitossanitárias, e, ainda, regras de defesa do consumidor. A União Aduaneira,
nascida com a entrada em vigor da Tarifa Externa Comum, em 01.01.95, continuará a ser
aperfeiçoada ao longo dos próximos anos.
83
Seguem seu curso previsto os cronogramas de convergência em setores estratégicos, como o
de bens de capital ou de telecomunicações e continuam as negociações sobre o tratamento aos
setores automobilístico e açucareiro. Gradualmente, o Mercosul passou a negociar temas da
agenda de um mercado comum, a exemplo de serviços e compras governamentais e, mais
recentemente, a coordenação de políticas macroeconômicas (a começar por entendimentos na
área fiscal). Apesar desse patrimônio considerável de realizações, o Mercosul perdeu em
1998/99 a dinâmica que o caracterizara desde sua criação. Segundo Keegan e Green (2000, p.
6), “um grande empecilho à integração é a falta de disciplina e responsabilidade econômica e
política, que se reflete na fragilidade das moedas dos países do Mercosul”.
4.4 OS INCOTERMS
Segundo Rodrigues (2003, p. 29), os chamados “incoterms” (International Commercial Terms
/ Termos Internacionais de Comércio) servem para definir, dentro da estrutura de um contrato
de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocos do exportador e do
importador, estabelecendo um conjunto-padrão de definições e determinando regras e práticas
neutras, como: Onde o exportador deve entregar a mercadoria? Quem paga o frete? Quem é o
responsável pela contratação do seguro? (BRASIL, 2004). Os incoterms são compostos de 13
termos de comércio que definem a responsabilidade do importador e do exportador, conforme
descrito abaixo cada um dos incoterms e representado na Figura 6.
EXW – Ex Works. O produto e a fatura devem estar à disposição do importador no
estabelecimento do exportador. Todas as despesas e quaisquer perdas e danos a partir da
entrega da mercadoria, inclusive o despacho da mercadoria para o exterior, são da
responsabilidade do importador. Quando solicitado, o exportador deverá prestar ao
84
importador assistência na obtenção de documentos para o despacho do produto. Esta
modalidade pode ser utilizada com relação a qualquer via de transporte.
FCA – Free Carrier. O exportador entrega as mercadorias, desembaraçadas para exportação, à
custódia do transportador, no local indicado pelo importador, cessando aí todas as
responsabilidades do exportador. Essa condição pode ser utilizada em qualquer tipo de
transporte, inclusive o multimodal.
FAS – Free Along Ship. As obrigações do exportador encerram-se ao colocar a mercadoria, já
desembaraçada para exportação, no cais, livre, junto ao costado do navio. A partir desse
momento, o importador assume todos os riscos, devendo pagar, inclusive, as despesas de
colocação da mercadoria dentro do navio. O termo é utilizado para transporte marítimo ou
hidroviário interior.
FOB – Free On Board. O exportador deve entregar a mercadoria, desembaraçada, a bordo do
navio indicado pelo importador, no porto de embarque. Esta modalidade é válida para o
transporte marítimo ou hidroviário interior. Todas as despesas, até o momento em que o
produto é colocado a bordo do veículo transportador, são da responsabilidade do exportador.
Ao importador cabem as despesas e os riscos de perda ou dano do produto a partir do
momento que este transpuser a amurada do navio.
CFR – Cost and Freight. O exportador deve entregar a mercadoria no porto de destino
escolhido pelo importador. As despesas de transporte ficam, portanto, a cargo do exportador.
O importador deve arcar com as despesas de seguro e de desembarque da mercadoria. A
utilização desse termo obriga o exportador a desembaraçar a mercadoria para exportação e a
utilizar apenas o transporte marítimo ou hidroviário interior.
85
CIF – Cost, Insurance and Freight. Modalidade equivalente ao CFR, com a diferença de que
as despesas de seguro ficam a cargo do exportador. O exportador deve entregar a mercadoria
a bordo do navio, no porto de embarque, com frete e seguro pagos. A responsabilidade do
exportador cessa no momento em que o produto cruza a amurada do navio no porto de
destino. Esta modalidade só pode ser utilizada para transporte marítimo ou hidroviário
interior.
CPT – Carriage Paid To. Como o CFR, esta condição estipula que o exportador deverá pagar
as despesas de embarque da mercadoria e seu frete internacional até o local de destino
designado. Dessa forma, o risco de perda ou dano dos bens e quaisquer aumentos de custos
são transferidos do exportador para o importador quando as mercadorias forem entregues à
custódia do transportador. Este incoterm pode ser utilizado com relação a qualquer meio de
transporte.
CIP – Carriage and Insurance Paid to. Adota princípio semelhante ao CPT. O exportador,
além de pagar as despesas de embarque da mercadoria e do frete até o local de destino,
também arca com as despesas do seguro de transporte da mercadoria até o local de destino
indicado. O CIP pode ser utilizado com qualquer modalidade de transporte, inclusive
multimodal.
DAF – Delivered At Frontier. O exportador deve entregar a mercadoria no ponto e local
designados na fronteira, antes porém da linha limítrofe com o país de destino. Este termo é
utilizado principalmente nos casos de transporte rodoviário ou ferroviário.
DES – Delivered Ex Ship. Modalidade utilizada somente para transporte marítimo ou
hidroviário interior. O exportador tem a obrigação de colocar a mercadoria no destino
estipulado, a bordo do navio, ainda não desembaraçada para a importação, assumindo
integralmente todos os riscos e despesas até aquele ponto no exterior.
86
DEQ – Deliverd Ex Quay. O exportador deve colocar a mercadoria, não desembaraçada para
importação, à disposição do importador no cais do porto de destino designado. Este termo é
utilizado para transporte marítimo ou hidroviário, interior ou multimodal.
DDU – Delivered Duty Unpaid. O exportador deve colocar a mercadoria à disposição do
importador no local e ponto designados no exterior. Assume todas as despesas e riscos para
levar a mercadoria até o destino indicado, exceto os gastos com pagamento de direitos
aduaneiros, impostos e demais encargos da importação. Este termo pode ser utilizado com
relação a qualquer modalidade de transporte.
DDP – Delivered Duty Paid. O exportador assume o compromisso de entregar a mercadoria,
desembaraçada para importação, no local designado pelo importador, pagando todas as
despesas, inclusive impostos e outros encargos de importação. Não é de responsabilidade do
exportador, porém, o desembarque da mercadoria. O exportador é responsável também pelo
frete interno do local de desembarque até o local designado pelo importador. Este termo pode
ser utilizado com qualquer modalidade de transporte. Trata-se do incoterm que estabelece o
maior grau de compromissos para o exportador.
A Figura 6 representa as responsabilidades do importador e do exportador destacando quem é
o responsável por cada fase do processo de importação ou exportação.
87
Figura 6:Incoterms
Fonte:MDIC, www.aprendendoaexportar.gov.br; acesso em 14/08/04 às 16:30hrs
4.5 EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
O Brasil iniciou os anos 80 com uma situação cambial desfavorável, agravada sensivelmente
por sucessivas crises de elevação de preço do petróleo, produto do qual eram extremamente
dependente. A alternativa encontrada foi a decretação de moratória de pagamentos aos
credores internacionais.
Segundo Lopez (2000, p. 17), durante a maior parte dos anos 80 a política comercial do Brasil
baseou-se na necessidade de produzir superávits crescentes, a fim de possibilitar o ingresso de
divisas, especialmente para o pagamento do serviço da dívida externa e de compras de bens
de capital e petróleo. Os saldos eram obtidos, em grande parte, por meio de subsídios às
exportações, administração da taxa de câmbio e controle administrativo das importações.
88
O Gráfico 4 evidencia o crescimento das exportações nos anos 80 e a retração das
importações:
Gráfico 4: Brasil e as exportações/importações mundiais
Fonte: www.MDIC.gov.br; acesso em 14/08/04 às 16:30hrs
Durante os anos 80, houve a percepção de que, com o rápido desenvolvimento tecnológico
que ocorria em nível mundial, a manutenção do protecionismo exagerado geraria
obsolescência do parque industrial brasileiro. Dessa forma, a partir de 1990 o programa de
abertura comercial do governo brasileiro foi aprofundado, com o intuito de alcançar relações
mais transparentes com as trocas comerciais baseadas mais na competição do que na proteção.
Desde então o controle estatal do comércio externo brasileiro veio sendo reduzido
gradativamente. (LOPEZ, 2000, p. 21)
Em face da maior exposição, as desvantagens comparativas e competitivas do produto
nacional ficaram evidentes, fazendo com que as importações “explodissem” a partir de 1995,
afetando drasticamente a balança comercial nacional, fazendo os déficits comerciais
1950 a 2002Participação % do Brasil nas Exportações e Importações Mundiais
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
1950
1954
1958
1962
1966
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
Parti
cipa
ção
%
Exportação Importação
89
cresceram de tal forma que passaram a comprometer as reservas internacionais e o balanço de
pagamentos do país. O Gráfico 5 ilustra essa situação:
Gráfico 5: Balança Comercial Brasileira
Fonte: www.MDIC.gov.br; acesso em 14/08/04 às 16:30hrs
Todos os esforços foram direcionados no sentido de alavancar as exportações. Desde então,
programas de incentivos às exportações vêm sendo lançados sistematicamente pelo Governo,
sem a aplicação de subsídios, porém calcados em políticas de distribuição de metas e de
responsabilidades com a iniciativa privada.
Segundo Lopez (2000, p. 20), o Governo vem repassando ao setor privado as atividades de
exploração comercial que estavam sob sua atribuição, principalmente aquelas de âmbito
logístico, objetivando alcançar maior competitividade, mantendo sob sua alçada algumas
tarefas de infra-estrutura. O Gráfico 6 ilustra o resultado da estratégia atual do Governo de
alavancagem das exportações, mostrando que a participação das exportações no PIB
Brasileiro vem crescendo.
Balança Comercial Brasileira - 1950 a 2003 - US$ bilhões FOB
-15-10
-505
1015202530354045505560
1950
1954
1958
1962
1966
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
US$
bilh
ões
FO
B
Exportação Importação Saldo Comercial
90
Gráfico 6: Exportações
Fonte: www.MDIC.gov.br; acesso em 14/08/04 às 16:30hrs
As Tabelas 1, 2 e 3 demonstram que mesmo com os esforços em prol de uma política de
incentivo às exportações, quando os dados do governo brasileiro são comparados com o
crescimento do comércio exterior mundial, torna-se claro que o comércio mundial vem
crescendo a níveis significativos e que a participação brasileira no comércio exterior ainda é
pequena.
Variação (%) Anual das Exportações e Participação (%) das Exportações no PIB1950 a 2003
-20,0
-15,0
-10,0
-5,0
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
55,0
60,0
1950
1954
1958
1962
1966
1970
1974
1978
1982
1986
1990
1994
1998
2002
%
Variação (%) anual das Exportações Part. % das exportações no PIB
91
Tabela 1 : Evolução das exportações do Brasil – 1950 a 2004 (Janeiro a Agosto)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior - MDIC Secretaria de Comércio Exterior - SECEX Departamento de Desenvolvimento e Planejamento de Comércio Exterior – DEPLA Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/secex/evocomextbrasil/evolucaocebrasileiro.xls , acessoem 19/09/2004 às 15:02hrs.
/1 O grau de abertura da economia é medido pela participação relativa da média aritmética do somatório das exportações + importações, em relação ao PIB. (*) Estimativa IBGE. (**) Estimativa SECEX/DEPLA. (***) Estimativa do FMI (Abril/2004) . (****) Estimativa Bacen.(*****) Janeiro/Agosto
Período US$ bi Tx. real Abert. US$ bi Var. US$ bi Var.(A) % econ. /1 (B) % B/A B/C (C) %
1950 15,0 6,7 7,6 1,4 23,6 9,0 2,37 57,2 -1951 18,6 4,6 9,4 1,8 30,6 9,5 2,28 77,5 35,51952 21,9 7,6 7,2 1,4 -19,8 6,5 1,90 74,5 -3,91953 12,4 4,5 10,8 1,5 8,5 12,4 2,04 75,5 1,31954 11,2 7,9 13,3 1,6 1,5 13,9 2,01 77,8 3,01955 11,4 8,7 11,1 1,4 -8,9 12,5 1,68 84,8 9,01956 14,6 2,5 8,6 1,5 4,1 10,1 1,57 94,5 11,41957 21,1 8,4 6,3 1,4 -6,1 6,6 1,37 101,6 7,51958 12,2 10,5 9,9 1,2 -10,7 10,2 1,29 96,5 -5,01959 15,3 9,5 8,1 1,3 3,1 8,4 1,25 102,4 6,1
1960 17,1 9,6 7,5 1,3 -1,0 7,4 1,11 114,5 11,81961 17,2 8,7 7,8 1,4 10,6 8,1 1,17 119,7 4,51962 20,0 6,5 6,3 1,2 -13,5 6,1 0,97 125,1 4,51963 24,0 0,4 5,6 1,4 15,8 5,9 1,02 137,3 9,81964 21,7 3,6 5,8 1,4 1,7 6,6 0,93 153,9 12,11965 22,8 2,4 5,6 1,6 11,5 7,0 0,96 167,0 8,51966 28,5 6,8 5,3 1,7 9,2 6,1 0,95 183,5 9,91967 31,3 4,4 5,0 1,7 -5,0 5,3 0,86 192,6 5,01968 34,1 9,7 5,5 1,9 13,7 5,5 0,83 225,8 17,21969 37,4 9,4 5,8 2,3 22,9 6,2 0,89 258,4 14,4
1970 42,6 10,4 6,2 2,7 18,5 6,4 0,91 299,7 16,01971 49,2 11,4 6,3 2,9 6,0 5,9 0,86 335,9 12,11972 58,8 11,9 7,0 4,0 37,4 6,8 1,00 399,9 19,11973 84,1 13,9 7,4 6,2 55,3 7,4 1,11 556,1 39,11974 110,4 8,1 9,3 8,0 28,3 7,2 0,96 829,1 49,11975 129,9 5,2 8,0 8,7 9,0 6,7 1,02 850,7 2,61976 154,0 10,3 7,3 10,1 16,8 6,6 1,06 958,7 12,71977 177,2 4,9 6,8 12,1 19,7 6,8 1,12 1.086,3 13,31978 201,2 5,0 6,5 12,7 4,4 6,3 1,01 1.257,6 15,81979 223,5 6,8 7,5 15,2 20,4 6,8 0,94 1.625,0 29,2
1980 237,8 9,2 9,1 20,1 32,1 8,5 1,04 1.940,8 19,41981 258,6 -4,3 8,8 23,3 15,7 9,0 1,21 1.924,2 -0,91982 271,3 0,8 7,3 20,2 -13,4 7,4 1,14 1.765,5 -8,21983 189,5 -2,9 9,9 21,9 8,5 11,6 1,26 1.734,5 -1,81984 189,7 5,4 10,8 27,0 23,3 14,2 1,47 1.840,6 6,11985 211,1 7,9 9,2 25,6 -5,1 12,1 1,37 1.872,0 1,71986 257,8 7,5 7,1 22,3 -12,8 8,7 1,09 2.046,4 9,31987 282,4 3,6 7,3 26,2 17,3 9,3 1,09 2.401,1 17,31988 305,7 -0,1 7,9 33,8 28,8 11,1 1,23 2.742,0 14,21989 415,9 3,2 6,3 34,4 1,8 8,3 1,15 2.981,5 8,7
1990 469,3 -4,4 5,5 31,4 -8,6 6,7 0,93 3.395,3 13,91991 405,7 1,0 6,5 31,6 0,7 7,8 0,90 3.498,5 3,01992 387,3 -0,5 7,3 35,8 13,2 9,2 0,97 3.708,0 6,01993 429,7 4,9 7,4 38,6 7,7 9,0 1,04 3.725,1 0,51994 543,1 5,9 7,1 43,5 12,9 8,0 1,04 4.204,0 12,91995 705,4 4,2 6,8 46,5 6,8 6,6 0,92 5.042,0 19,91996 775,5 2,7 6,5 47,7 2,7 6,2 0,90 5.304,0 5,21997 807,8 3,3 7,0 53,0 11,0 6,6 0,96 5.506,0 3,81998 787,9 0,1 6,9 51,1 -3,5 6,5 0,95 5.384,0 -2,2
1999 536,6 0,8 9,1 48,0 -6,1 8,9 0,86 5.579,0 3,62000 602,2 4,4 9,2 55,1 14,7 9,1 0,88 6.286,0 12,72001 509,8 1,3 11,2 58,2 5,7 11,4 0,97 6.023,0 -4,22002 459,4 1,9 11,7 60,4 3,7 13,1 0,96 6.289,0 4,42003 493,3 -0,2 12,3 73,1 21,1 14,8 0,99 7.370,0 17,22004 61,4
P I B BRASILEXPORTAÇÃO
Part.%MUNDIAL (FOB)EXP BRASIL (FOB)
(***)
(***)(****
)(*****)(***)
92
Tabela 2: Evolução das importações do Brasil – 1950 a 2004 (Janeiro a Agosto)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior - MDIC Secretaria de Comércio Exterior - SECEX Departamento de Desenvolvimento e Planejamento de Comércio Exterior – DEPLA Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/secex/evocomextbrasil/evolucaocebrasileiro.xls , acessoem 19/09/2004 às 15:02hrs.
Período US$ bi Tx. real US$ bi Var. Part.% US$ bi Var. US$ bi Part.%(A) % (D) % D/A (E) % (F) E/F
1950 15,0 6,7 0,9 -1,6 6,3 1,0 - 59,6 1,681951 18,6 4,6 1,7 83,1 9,3 1,9 90,0 82,3 2,311952 21,9 7,6 1,7 -0,3 7,8 1,9 0,0 81,4 2,331953 12,4 4,5 1,1 -33,5 9,2 1,2 -36,8 77,4 1,551954 11,2 7,9 1,4 23,7 12,6 1,5 25,0 80,4 1,871955 11,4 8,7 1,1 -22,0 9,7 1,2 -20,0 90,3 1,331956 14,6 2,5 1,0 -5,3 7,2 1,1 -8,3 99,4 1,111957 21,1 8,4 1,3 22,8 6,1 1,4 27,3 109,1 1,281958 12,2 10,5 1,2 -8,2 9,7 1,3 -7,1 101,8 1,281959 15,3 9,5 1,2 2,6 7,9 1,3 0,0 108,1 1,20
1960 17,1 9,6 1,3 6,9 7,6 1,4 7,7 121,1 1,161961 17,2 8,7 1,3 -0,1 7,5 1,4 0,0 126,8 1,101962 20,0 6,5 1,3 0,9 6,5 1,4 0,0 133,9 1,051963 24,0 0,4 1,3 -0,6 5,4 1,4 0,0 145,8 0,961964 21,7 3,6 1,1 -16,2 5,0 1,2 -14,3 162,1 0,741965 22,8 2,4 0,9 -13,4 4,1 1,0 -16,7 176,1 0,571966 28,5 6,8 1,3 38,5 4,6 1,4 40,0 193,7 0,721967 31,3 4,4 1,4 10,6 4,6 1,7 21,4 213,2 0,801968 34,1 9,7 1,9 28,7 5,4 2,1 23,5 237,0 0,891969 37,4 9,4 2,0 7,4 5,3 2,3 9,5 269,4 0,85
1970 42,6 10,4 2,5 25,8 5,9 2,8 21,7 314,4 0,891971 49,2 11,4 3,2 29,5 6,6 3,7 32,1 345,8 1,071972 58,8 11,9 4,2 30,3 7,2 4,8 29,7 406,7 1,181973 84,1 13,9 6,2 46,3 7,4 7,0 45,8 561,3 1,251974 110,4 8,1 12,6 104,2 11,5 14,2 102,9 824,6 1,721975 129,9 5,2 12,2 -3,4 9,4 13,6 -4,2 869,9 1,561976 154,0 10,3 12,4 1,4 8,0 13,7 0,7 975,2 1,401977 177,2 4,9 12,0 -2,9 6,8 13,3 -2,9 1.116,8 1,191978 201,2 5,0 13,7 13,8 6,8 15,1 13,5 1.292,0 1,171979 223,5 6,8 18,1 32,2 8,1 19,8 31,1 1.630,3 1,21
1980 237,8 9,2 23,0 26,9 9,7 25,0 26,3 2.006,3 1,251981 258,6 -4,3 22,1 -3,8 8,5 24,1 -3,6 1.990,0 1,211982 271,3 0,8 19,4 -12,2 7,2 21,1 -12,4 1.860,3 1,131983 189,5 -2,9 15,4 -20,4 8,1 16,8 -20,4 1.800,2 0,931984 189,7 5,4 13,9 -9,8 7,3 15,2 -9,5 1.918,4 0,791985 211,1 7,9 13,2 -5,5 6,2 14,3 -5,9 1.942,1 0,741986 257,8 7,5 14,0 6,8 5,4 15,6 9,1 2.121,3 0,741987 282,4 3,6 15,1 7,2 5,3 16,6 6,4 2.484,6 0,671988 305,7 -0,1 14,6 -3,0 4,8 16,1 -3,0 2.834,7 0,571989 415,9 3,2 18,3 25,0 4,4 19,9 23,6 3.068,3 0,65
1990 469,3 -4,4 20,7 13,1 4,4 22,5 13,1 3.491,6 0,641991 405,7 1,0 21,0 1,8 5,2 23,0 2,2 3.609,9 0,641992 387,3 -0,5 20,6 -2,3 5,3 23,1 0,4 3.847,5 0,601993 429,7 4,9 25,3 22,9 5,9 27,7 19,9 4.021,2 0,691994 543,1 5,9 33,1 31,0 6,1 36,0 30,0 4.430,0 0,811995 705,4 4,2 49,8 50,5 7,1 53,8 49,4 5.267,4 1,021996 775,5 2,7 53,3 7,1 6,9 56,8 5,6 5.534,2 1,031997 807,8 3,3 59,7 12,0 7,4 63,3 11,4 5.592,7 1,131998 787,9 0,1 57,7 -3,4 7,3 61,0 -3,6 5.524,4 1,10
1999 536,6 0,8 49,3 -14,7 9,2 51,8 -15,1 5.818,6 0,892000 602,2 4,4 55,8 13,3 9,3 59,1 14,1 6.613,3 0,892001 509,8 1,3 55,6 -0,4 10,9 58,7 -0,6 6.438,8 0,912002 459,4 1,9 47,2 -15,0 10,3 49,9 -14,9 6.666,3 0,752003 493,3 -0,2 48,3 2,1 9,8 7.812,22004 39,4
IMPORTAÇÃOMUNDIAL (CIF)P I B BRASIL IMP BRASIL (CIF)IMP BRASIL (FOB)
(**)(****)
(**)(**)
(*****)(**)
/1 O grau de abertura da economia é medido pela participação relativa da média aritmética do somatório das exportações + importações, em relação ao PIB. (*) Estimativa IBGE. (**) Estimativa SECEX/DEPLA. (***) Estimativa do FMI (Abril/2004) . (****) Estimativa Bacen.(*****) Janeiro/Agosto
93
Tabela 3: Crescimento do Comércio Mundial – 1990 a 2002 (Janeiro a Agosto)
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC Secretaria de Comércio Exterior - SECEX Departamento de Desenvolvimento e Planejamento de Comércio Exterior – DEPLA Disponível em: http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivo/secex/evocomextbrasil/evolucaocebrasileiro.xls , acessoem 19/09/2004 às 15:02hrs.
Lopez (2000, p. 15) cita que “isoladamente, os países dificilmente conseguem atingir os
mesmos níveis globais de eficiência e crescimento a que têm acesso através de sua
participação nos fluxos internacionais de trocas”. Por isso, é importante que o Brasil continue
incentivando as exportações, porém deve aumentar o nível de abertura do país para as
importações, de maneira a elevar o nível tecnológico e competitivo das empresas. Baier e
Bergstrand (1999, p. 23) apontam que entre os motivos do crescimento do comércio
internacional estão a diminuição das tarifas entre os países, o crescimento da especialização
vertical das empresas e da terceirização de produtos, processos e serviços, e a diminuição das
tarifas de transporte.
Miserani (2003, apud Maluf, 2003, p. 8), comenta que a evolução histórica da
comercialização internacional do Brasil fez chegar a uma complexidade de ações,
C O M É R C I OM U N D I A L
P e r í o d o T x . r e a l U S $ b i T x . r e a l% %
1 9 9 0 . . . 2 2 . 4 8 9 2 , 61 9 9 1 . . . 2 3 . 8 8 8 1 , 81 9 9 2 . . . 2 4 . 0 4 1 2 , 01 9 9 3 3 , 6 2 4 . 4 4 2 2 , 31 9 9 4 1 0 , 1 2 6 . 2 6 1 3 , 71 9 9 5 9 , 3 2 9 . 1 2 0 3 , 71 9 9 6 6 , 4 2 9 . 8 6 1 4 , 01 9 9 7 1 0 , 8 2 9 . 7 2 8 4 , 21 9 9 8 4 , 7 2 9 . 5 2 7 2 , 8
1 9 9 9 5 , 7 3 0 . 5 9 3 3 , 62 0 0 0 1 2 , 9 3 1 . 3 7 4 4 , 72 0 0 1 - 0 , 6 3 0 . 9 9 5 2 , 22 0 0 2 2 , 2 3 2 . 0 5 9 2 , 8
P I B M U N D O
( * * * *
94
demandando uma maior profissionalização no trato das questões do comércio exterior. Torna-
se necessário estar bem informado sobre a operacionalização do comércio exterior, a fim de
evitar custos desnecessários nos processos que envolvem o comércio exterior.
4.6 ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
A Figura 7 ilustra a estrutura do comércio exterior brasileiro. Serão comentados aqui alguns
órgãos dessa estrutura e sua importância dentro do comércio exterior.
Figura 7: Estrutura do Comércio Exterior Brasileiro
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDICSecretaria de Comércio Exterior - SECEXDepartamento de Desenvolvimento e Planejamento de Comércio Exterior – DEPLADisponível em: www.MDIC.gov.br , acesso em 19/09/2004 às 15:02hrs.
95
Segundo Santos (2000), a Camex tem como competência formular as políticas relativas ao
comércio exterior de bens e serviços, coordenar suas atividades e fazer a avaliação da
repercussão das políticas econômicas sobre o conteúdo exterior. Como órgão nacional,
objetiva dialogar e articular com o setor produtivo para que a política de comércio exterior
possa refletir as necessidades dos agentes econômicos.
Completam o trabalho realizado pelo governo brasileiro os órgãos:
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Formula a
política de comércio exterior, determinando se haverá aumento de vendas e selecionando
as compras.
Secretaria do Comércio Exterior (SECEX). Formula propostas de políticas e de programas
de comércio exterior e estabelece normas para a implantação. Ainda, elabora e dissemina
informações sobre o comércio exterior, participa das negociações internacionais e
coordena a defesa do comércio brasileiro contra práticas desleais de outros países.
Ministério das Relações Exteriores (MRE). Promove o comércio exterior brasileiro.
Ministério da Fazenda (MF). Coopera nas ações de formulação da política de comércio
exterior com as organizações: Banco Central do Brasil (BACEN), Secretaria da Receita
Federal (SRF) e Banco do Brasil.
Agência de Promoções e Exportações (APEX). Objetiva apoiar a implementação da
política de promoção comercial de exportações, tal como traçada pela Câmara do
Comércio Exterior.
Organizações de livre iniciativa de comércio exterior.
96
A Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), entidade colegiada supra-institucional do
Conselho de Guerra do Governo Federal, é composta pelos seguintes representantes:
Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República (presidente da CAMEX);
Ministro das Relações Exteriores;
Ministro da Fazenda;
Ministro do Planejamento e Orçamento;
Ministro da Indústria, do Comércio e do Turismo; e
Ministro da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.
A estrutura da CAMEX pode ser dividida em duas áreas de atuação. A primeira é integrada
por órgãos que tratam dos interesses brasileiros no exterior, a saber:
a) Ministério das Relações Exteriores (MRE). Atua no marketing externo, voltado à promoção
e à divulgação de oportunidades comerciais no estrangeiro, em parceria com consulados,
embaixadas e chancelarias. Conta com o apoio de sua própria área interna, responsável por
"Feiras e Eventos" e "Promoção Comercial", e analisa as características do mercado
estrangeiro e do intercâmbio brasileiro, incentivando periodicamente a vinda de importadores
estrangeiros ao Brasil.
b) Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Órgão do Ministério da Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Representa o Brasil em negociações de acordos ou
convênios internacionais, a cargo do Departamento de Negociações Internacionais (DEINT);
Cuida das normas de aplicação dos mecanismos sobre dumping, subsídios e medidas
compensatórias e salvaguardas, e responde pelo monitoramento e pela defesa brasileira nos
97
processos compensatórios movidos por países estrangeiros contra exportadores nacionais, no
âmbito do seu Departamento de Defesa Comercial. A Figura 8 ilustra a estrutura da Secex.
Figura 8: Secex e órgãos subordinadosFonte: Maluf (2003, p. 35)
c) Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN). Entidade vinculada ao Ministério da
Fazenda. Participa de negociações de créditos brasileiros no exterior, de comércio e
investimento, no âmbito da OMC e de outros organismos internacionais e tratativas referentes
ao MERCOSUL, à ALADI e aos demais blocos econômicos; e acompanha as negociações
econômicas e financeiras com governos e entidades estrangeiras e internacionais.
A segunda área refere-se aos assuntos gerenciais e reguladores de comércio exterior, no
Brasil, que são conduzidos pelos seguintes órgãos de competência:
Órgãos Gestores
Segundo Maluf (2003, p. 40), são os órgãos que irão efetuar os controles e garantir a
operacionalização do comércio exterior com base nas definições normativas.
a) Secretaria de Comércio Exterior (SECEX). Vincula-se ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior. Normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as
atividades comerciais do Brasil com outros países, em observância à política de comércio
exterior vigente.
SECEXSecretaria de Comércio Exterior
DECOMDepto. de Defesa
Comercial
DEINTDepto. de
Negociações Internacionais
DEPOCDepto. de Políticas
de Comércio Exterior
DECEXDepto. de
Operações de Comércio Exterior
98
b) Secretaria da Receita Federal (SRF). Vincula-se ao Ministério da Fazenda. Fiscaliza as
exportações e importações de mercadorias e a correta utilização dos incentivos fiscais
concedidos pela legislação em vigor; e arrecada os direitos aduaneiros incidentes sobre a
entrada e saída de mercadorias no País.
Obs.: O SERPRO, órgão da SRF responsável pela concepção do SISCOMEX, faz a sua
manutenção, com base nas alterações oriundas dos órgãos gestores.
c) Banco Central do Brasil (BACEN). É uma autarquia federal. Efetua o controle de capitais
estrangeiros; mantém em depósito as reservas oficiais em ouro, em moeda estrangeira e em
Direitos Especiais de Saque; autoriza as instituições financeiras a operar em câmbio e as
fiscaliza; e atua no mercado de câmbio, financeiro e comercial, para manter a estabilidade
relativa das taxas de câmbio e o equilíbrio no balanço de pagamentos. Nas praças onde não há
unidade do Banco Central, delega-se ao Banco do Brasil o controle e a fiscalização das
operações cambiais.
Órgãos Anuentes
Segundo Maluf (2003, p. 42), são os órgãos credenciados para auxiliar no controle comercial,
quando, pela natureza do produto ou pela finalidade da operação, for necessária a análise
especializada da operação.
Cada anuente responsabiliza-se, dentro da sua área de atuação, por atestar o cumprimento das
condições para fins de licenciamento da operação, a saber:
a) Banco do Brasil, por delegação da SECEX
Emissão do Certificado de Origem - FORM "A": documento preenchido pelo exportador, no
qual o Banco do Brasil certifica a origem brasileira da mercadoria, para garantir ao
99
importador os benefícios fiscais concedidos pelos países industrializados, ao amparo do
Sistema Geral de Preferências (SGP).
Emissão do Certificado de Origem - Têxteis para a União Européia: documento preenchido
pelo exportador, no qual o Banco do Brasil certifica a origem brasileira do produto a ser
exportado para países que impõem contingenciamento à importação de determinados têxteis
produzidos no Brasil.
Emissão da Licença de Exportação - Têxteis para União Européia e Canadá: documento cujos
dados são processados no SISCOMEX, no qual o Banco do Brasil certifica, para fins de
cobertura de cotas, que o produto têxtil a ser exportado está enquadrado nos limites
contingenciados pela União Européia e pelo Canadá.
Emissão do VISA - Têxteis para os Estados Unidos: documento apresentado pelo exportador,
no qual o Banco do Brasil atesta, mediante aposição de carimbo específico VISA na Fatura
Comercial, a existência de margem nas cotas estabelecidas pelos Estados Unidos e por Porto
Rico para a importação de produtos têxteis de origem brasileira.
b) Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN)
Autorização Prévia: ambligonita, petalita, lepidolita, espodumênio, areia de zircônio
micronizada, minérios de metais das terras raras - exceto monazita, minérios de urânio, tório,
titânio, zircônio, nióbio, colômbio, tântalo e berílio -, metais de terras raras, escândio e ítrio,
dióxido de zircônio, minério de estanho, silicato de zircônio, elementos químicos radioativos,
metais das terras raras de ítrio ou escândio, pós minerais do grupo berilo, zircônio e berílio em
formas brutas, acelerador de partícula, aparelhos de raios "x", espectômetro de raios "x",
bomba de cobalto, aparelhos de gamaterapia, aparelhos que usem radiações alfa, beta ou gama
para fins médicos, cirúrgicos, odontológicos ou veterinários ou outras finalidades, medidores
100
de radioatividade, dentre outros.
c) Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX)
Controle da Utilização de Cota de Exportação: açúcar cristal e demerara, açúcar de beterraba,
mel rico invertido, mel residual de melaço de cana impróprio para consumo humano, álcool
etílico não desnaturado, madeira serrada ou fendida longitudinalmente, de pinho, mogno,
imbuia e virola.
Conferência da Vinculação de Ato Concessório de Drawback ao Registro de Exportação:
álcool etílico, não desnaturado.
Controle de Limite Máximo de Espessura e Espécie para Amostra destinada a teste ou
pesquisa ou originários de espécies exóticas obtidas de reflorestamento: lenha, madeira em
estilhas, serragem e desperdícios de madeira, carvão vegetal, madeira em bruto, mesmo
descascada, desalburnada ou esquadriada, cavacos de madeiras coníferas.
d) Departamento Nacional de Combustíveis (DNC)
Autorização Prévia: combustíveis minerais e produtos de sua destilação, matérias betuminosas
e ceras minerais, amônia, produtos químicos orgânicos, solventes para uso combustível.
e) Departamento da Polícia Federal (DPF)
Autorização Prévia: folha de coca, plantas, sucos e extratos vegetais de catuaba e ópio, das
quais possam extrair-se substâncias entorpecentes que determinem dependência psíquica,
cloreto de hidrogênio, ácido clorídrico,ácido sulfúrico, anidro e outros sulfatos dissódicos,
medicamentos contendo alcalóides ou que possam gerar dependência física ou psíquica.
f) Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA)
101
Análise Prévia, desde que originário de criadouros e viveiros registrados: animais silvestres
vivos, peixes ornamentais, lagostas, ovos silvestres, asas de borboleta, plantas ornamentais
silvestres, peles, peleteria, couros e tripas, coleções de exemplares de botânica e coleções de
exemplares raros de zoologia.
Verificação do Cumprimento do Protocolo de Montreal: produtos químicos da família
propano e metano.
Fornecimento de Autorização exigida por ocasião do despacho de exportação: lenha, madeira
em estilhas, serragem e desperdícios de madeira, carvão vegetal, madeira em bruto mesmo
descascada, desalburnada ou esquadriada, cavacos de madeiras coníferas ou não coníferas.
Fornecimento de Certificado de Classificação: madeiras de pinho.
g) Instituto Brasileiro de Patrimônio Cultural (IBPC)
Autorização Prévia: quadros, gravuras, produções estatuárias ou de esculturas, selos, coleções
e espécimes para coleções, objetos de arte, de coleção e de antiguidade, exceto coleções raras
de botânica, zoologia, mineralogia e paleontologia e, desde que, excepcionalmente, para fins
de intercâmbio cultural e para exposições temporárias de antiguidades com mais de cem anos,
quaisquer obras de arte e ofícios tradicionais produzidos no Brasil até o fim do período
monárquico, abrangendo não só pinturas, desenhos, esculturas, gravuras e elementos de
arquitetura, como obras de talha, imaginária, ourivesaria, mobiliários, bibliotecas e acervos
documentais sobre o Brasil editados nos séculos XVI a XIX.
h) Ministério da Aeronáutica
Autorização Prévia: aeronaves nacionalizadas de emprego militar e partes e peças.
i) Ministério da Agricultura e do Abastecimento
102
Certificado de Padronização: produtos hortícolas, raízes, tubérculos, frutas, cascas cítricas e
de melões, castanhas de caju, milho e sorgo em grão, arroz, malte, amidos, farinha e fécula de
mandioca, palhas, pimenta, soja e derivados, farinhas de soja pré-cozida, línteres de algodão,
cera de carnaúba, cacau, tapioca e seus sucedâneos, fumo e desperdícios de fumo, mármores,
granitos, arenito, basalto e outras pedras de cantaria ou de construção, rami, malva, sisal não
preparado para fiação, estopas e desperdícios de sisal.
j) Ministério da Ciência e Tecnologia
Autorização Prévia: coleções ou objetos de interesse para mineralogia e paleontologia.
k) Ministério do Exército
Autorização Prévia: peróxido de cloro, dióxido de cloro, cloreto de nitrosila, brometo de
nitrosila, sulfeto de nitrogênio, dióxido de cloro, tricloreto de arsênio, fosgênio, fumigerita,
cloro-sulfeto de carbono, marguinita, iodeto de cianogênio, cloreto e brometo de xilila, ciclita,
fraisinita, dinitrotoluol, trinitrobenzeno, benzita, dinitrobenzol, hexanitrodifenil,
tetranitrometano, nitronaftaleno, adubos e fertilizantes com nitrato de amônio, pólvoras negras
e chocolates, pólvoras propulsivas, misturas explosivas de uso civil e militar, dinamites,
gelatinas explosivas, nitroamido, fogos de artifício de uso civil, foguetes antigranizo, material
para sinalização pirotécnica, algodão pólvora, colódio, pirocelulose, prensa para recarga de
cartuchos de armas, colete à prova de bala, capacete de aço, viaturas blindadas, lunetas e
acessórios para armas de fogo de uso civil, lança-granada de uso policial, revólveres de
qualquer calibre exceto os de 9 ou 45mm, armas e acessórios de uso civil, armas de gás
comprimido, armas industriais, armas para partidas em competições esportivas, armas para
uso policial e armas brancas, curtas e longas.
l) Ministério da Saúde
103
Autorização Prévia: folha de coca, plantas com das quais possam se extrair substâncias
entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, glândulas e outros órgãos
humanos, dessecados, mesmo em pó, córneas, ossos, peles ou quaisquer outros tecidos
humanos, vivos ou conservados, próprios para realização de enxertos ou implantes, soro-
albumina humano, concentrado fator VIII derivado de sangue humano, sangue humano,
medicamentos contendo alcalóides ou que possam gerar dependência física ou psíquica.
m) Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR)
Autorização Prévia: fosgênio, oxicloreto de carbono, cloreto de carbonila, perclorato de
amônio, fulminato de mercúrio, ázida de chumbo, rubeno ou crizogênio, pólvoras de base
simples, pólvoras de base dupla, explosivos plásticos e acessórios, equipamento para controle
e direção de tiro, embarcações e estruturas flutuantes de uso militar, visores e equipamentos
para tiro de artilharia, visores para tiro ou bombardeio de emprego militar, canhões, carabinas,
rifles, morteiros, fuzis de todos calibres e tipos, lança-chamas, pistolas semi-automáticas
calibre 9 ou 45mm, silenciadores, armas submarinas ou anti-submarinas, foguetes ou mísseis,
estojos de munição e granadas de fuzil.
n) Secretaria de Produtos de Base (SPB)
Pedido e Distribuição de Cota de Exportação: açúcar cristal, demerara e refinado, açúcar de
beterraba, mel rico invertido, mel residual de melaço de cana impróprio para o consumo
humano.
104
5 SISTEMÁTICA DAS IMPORTAÇÕES
De acordo com Maluf (2003, p.226), a Figura 9 representa a sistemática de importação do
comércio exterior Brasileiro. Será comentado nesta seção a sistemática principal ao qual o
importador deve estar atento para cumprir os tramites burocráticos.
Figura 9: Sistemática de importação
Fonte: Maluf (2003, p. 198)
5.1 REGISTRO DO IMPORTADOR
As empresas interessadas em efetuar importações deverão, em primeiro lugar, inscrever-se no
Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Importador autoriza o embarque
Mercadoria chega ao país do importador.
Exportador embarca conforme instruído e acordado.
Importador instrui ao despachante ou seu funcionário os dados para o preenchimento da DI-Declaração de Importação.
Importador registra a DI, na maioria dos casos (Exceção: DI antecipada) ou apresenta a DSI.
Parametrização e desembaraço da operação.
Liberação da carga e emissão do CI-Comprovaqnte de Importação.
Importador, caso não tenha feito o pagamento ainda, dependendo do caso efetua o pagamento
Sistemática de Importação do Comércio Exterior Brasileiro
Enviar a instrução de embarque e para emissão da documentação, tais como: - Fatura Comercial - Conhecimento de Embarque; - Outros documentos Instruções especiais: - Necessita embarcar em navio de bandeira brasileira? - Outras instruções pertinentes ao processo.
Enquadramento da mercadoria: -licenciamento automático; - licenciamento não-automático (emissão de LI). Se enquadrado no licenciamento não-automático: obter a LI deferida e válida para embarque, antes que o mesmo ocorra.
* REGISTRO NO SISCOMEX COMO EXPOR-TADOR/IMPOR-TADOR; * CREDENCIA-MENTO JUNTO À(S) ALFÂN-DEGA(S) QUE OS IMPORTADORES OPERARÃO
Importador encaminha a documentação original para realização do despacho aduaneiro.
Importador efetua o pagamento dos impostos
Exportador envia os documentos ao importador diretamente ou via banco. Importador recebe e confere os documentos.
105
As inscrições dos importadores cadastrados antes de 1997 foram mantidas, com a implantação
do SISCOMEX. Os novos registros são efetuados automaticamente no Sistema, sempre que
os importadores realizam a primeira operação de importação. As pessoas físicas interessadas
em importar deverão proceder da mesma forma, apenas para operações que não revelem
prática de comércio. Para a obtenção da senha que permite ao usuário o acesso ao
SISCOMEX, faz-se necessário apenas o seu credenciamento na SRF.
Segundo Rebono (apud Dias et al., 2004, p. 265), a SRF passou a estabelecer mudanças
radicais à habilitação do importador/exportador com a criação do Registro de Rastreamento
da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros da Receita Federal (Radar).
Maluf (2003, p. 159) lembra que o registro no REI não quita registros regulamentares que
possam ser necessários no exercício da atividade interna da empresa, dentro do seu ramo de
atividade.
5.2 SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR – SISCOMEX IMPORTAÇÃO
O Sistema Integrado de Comércio Exterior, criado pelo Decreto n. 660, de 25 de setembro de
1992, informatizado, integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de
comércio exterior realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Secretaria da Receita Federal
(SRF) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), órgãos "gestores" do sistema. Participam
ainda do SISCOMEX, como órgãos "anuentes", no caso de algumas operações específicas: o
Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura e do
Abastecimento, o Ministério da Saúde, o Departamento da Polícia Federal, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), dentre outros.
106
Por intermédio do SISCOMEX, as operações de exportação e importação são registradas e,
em seguida, analisadas on line pelos órgãos "gestores" do sistema (SECEX, SFR e BACEN).
As empresas exportadoras podem ter acesso ao SISCOMEX diretamente, a partir de seu
próprio estabelecimento, desde que disponham dos necessários equipamentos e condições de
acesso, ou por meio de a) despachantes aduaneiros; b) rede de computadores colocada à
disposição dos usuários pela Secretaria da Receita Federal (salas de contribuintes); c)
corretoras de câmbio; d) agências bancárias que realizem operações de câmbio; e e) outras
entidades habilitadas.
Desde janeiro de 1997, as atividades de licenciamento, Despacho Aduaneiro e controle
cambial relativas às operações de importação são exercidas pela Secretaria de Comércio
Exterior (SECEX), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil
(BACEN), em suas respectivas áreas de competência, por intermédio do Sistema Integrado de
Comércio Exterior (SISCOMEX) – software, com interface gráfica, para a formulação
orientada do Documento Informatizado de Importação.
Foi incorporado ao SISCOMEX, no início de novembro de 2001, o módulo de funcionamento
do Drawback Eletrônico. O regime de Drawback, criado pelo decreto-lei 37/66, trata da
desoneração de impostos na importação vinculada a um compromisso de exportação. A
Secretaria de Comércio Exterior criou a nova sistemática informatizada para controle dessas
operações, denominadas “Sistema Drawback Eletrônico”, a fim de permitir o controle ágil e
simplificado daquelas operações.
Segundo Maluf (2003, p.160), por intermédio do SISCOMEX, todos os importadores ou
agentes credenciados têm à sua disposição um software para formulação gráfica dos
documentos eletrônicos das operações de comércio exterior e respectivas transmissões para o
computador central.
107
5.3 CREDENCIAMENTO
O credenciamento é feito na secretaria da receita federal (SRF), que poderá ser em nome tanto
da própria pessoa quanto um preposto, neste caso por meio de procuração em modelo próprio
adotado pela SRF. O credenciamento á feito mediante “senha” única e intransferível, mais a
apresentação de Termo de Responsabilidade.
5.4 TRATAMENTO ADMINISTRATIVO
Segundo Maluf (2003, p. 199), o primeiro enquadramento das importações consiste em
classificá-las quanto ao tratamento administrativo, sendo: Importações permitidas;
Importações proibidas; Importações suspensas; Importações em consignação; Importações
sem cobertura cambial; e Importações de material usado.
a) Importações permitidas
Dentro das importações permitidas, têm-se as de Licenciamento Automático e as de
Licenciamento Não automático.
Segundo Maluf (2003, p. 200), as importações brasileiras, sob o aspecto fiscal, podem ser
agrupadas em: Importações com incidência tributária; Importações que gozam de vantagens
tributárias; e Importações enquadradas em regimes aduaneiros especiais.
b) Importações proibidas
São as importações que, por disposições legais ou acordos internacionais firmados,
encontram-se proibidas no país.
c) Importações suspensas
108
Têm caráter temporário, ou seja, estão temporariamente impedidas de entrar no país.
d) Importações em consignação
São as importações que não têm o ânimo de permanência definitiva da mercadoria. Deverão
vir sem cobertura cambial, haverá um acompanhamento da sua destinação, deverão seguir
para local alfandegado e será exigido um termo de responsabilidade.
e) Importações sem cobertura cambial
Nas operações sem cobertura cambial inexiste contratação de câmbio, uma vez que não
haverá necessidade de aquisição de moeda estrangeira. O governo admite importações sem
cobertura cambial para: produtos abrangidos por contrato de garantia; doações; filmes
cinematográficos; investimentos estrangeiros registrados no BACEN; retorno de materiais
enviados ao exterior para testes, exame ou pesquisa com finalidade científica ou industrial;
bens importados em regime de admissão temporária; e bens importados em consignação.
f) Importações de material usado
A concessão deste tipo de operação é de caráter excepcional. As várias restrições impostas
visam, justamente, evitar a importação de bens considerados superados ou obsoletos e
prejudiciais à elevação do índice de produtividade, dificultando a competitividade no mercado
internacional.
5.5 EXAME DE SIMILARIDADE
As importações amparadas por benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto de
importação, inclusive as realizadas pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios e
respectivas autarquias estão sujeitas ao prévio exame de similaridade das importações.
109
Considera-se similar ao estrangeiro o produto nacional em condições de substituir o
importado, observados os seguintes parâmetros: a) qualidade equivalente; b) preço não
superior ao custo de importação; e c) prazo de entrega normal ou corrente para o mesmo tipo
de mercadoria.
5.6 VERIFICAÇÃO DE PREÇOS
A SECEX exerce também o controle de preços na importação, tendo como objetivo evitar o
superfaturamento e a conseqüente transferência irregular ou fuga de divisas para o exterior.
Para tanto, utiliza vários instrumentos, ou fontes de informações, como cotações em bolsas
internacionais de mercadorias, publicações especializadas, listas de preços de fabricantes
estrangeiros, preços declarados por importadores com base em documentos comprobatórios
das operações comerciais e contratos de fornecimento de bens de capital fabricados sob
encomenda. (MALUF, 2003, p. 203).
5.7 TRANSPORTE MARÍTIMO NA IMPORTAÇÃO
As mercadorias com benefícios fiscais têm a obrigatoriedade de embarcar em navios de
bandeira nacional ou a apresentarem waiver (liberação de bandeira), concedido pelo
Departamento de Marinha Mercante (DMM).
110
5.8 TRANSPORTE AÉREO NA IMPORTAÇÃO
Não existe exigência para a utilização de companhias aéreas brasileiras, a menos que a
operação esteja sendo realizada por órgãos da administração pública federal, observando o
que diz a Portaria n. 0803/GM5, de 08.03.1984, do Ministro de Estado da Aeronáutica.
5.9 O DESPACHO ADUANEIRO
Segundo Maluf (2003, p. 204), despacho aduaneiro de importação é o procedimento fiscal
mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à
mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação vigente, com vistas ao seu
desembaraço aduaneiro. Constitui o ato final do despacho aduaneiro, em virtude do qual é
autorizada a entrega da mercadoria ao importador.
Segundo Rebono (apud Dias et al., 2004, p. 287), após o registro da DI (Declaração de
Importação), o sistema automaticamente selecionará, por parametrização, o canal de
conferência aduaneira da operação, com as seguintes possibilidades:
a) Canal Verde - Registro do desembaraço aduaneiro automático. Isso significa que a
mercadoria já está liberada para ser retirada de seu local de armazenamento na alfândega ou
no porto seco.
b) Canal Amarelo - Realização do exame documental direcionado a determinado fiscal,
conforme informado no Siscomex. Não sendo constatadas irregularidades, é feita a efetivação
do desembaraço aduaneiro.
c) Canal Vermelho - Exame documental e da verificação física da mercadoria para a
efetivação do desembaraço aduaneiro. O auditor fiscal designado a conferir a carga agenda a
111
conferência com o importador ou seu representante legal, e a carga só é liberada após
verificação parcial ou completa, dependendo da exigência do fiscal.
d) Canal Cinza - Realização do exame documental, verificação física da mercadoria e
exame de valoração aduaneira (averiguação da base de cálculo do imposto de importação)
para efetivação do desembaraço aduaneiro.
112
6 DEFININDO O ROTEIRO DE IMPORTAÇÃO
Após analisado a sistemática de importação no Brasil e quais são as exigências colocadas
pelos órgãos gestores e pelos órgãos anuentes, é importante que a empresa crie um roteiro de
importação, definindo passo a passo, qual será o caminho a ser seguido para que se cumpram
as exigências sistemáticas. Algumas entidades não governamentais, como por exemplo, o
Sebrae, apresentam aos interessados um roteiro básico de importação para facilitar o
entendimento do processo, porém é necessário um entendimento a respeito de cada fase do
roteiro para que a empresa não seja surpreendida por custos não previstos.
Para essa seção foi utilizado como base o roteiro preparado pelo Sebrae da cidade de São
Paulo, buscando evidenciar os passos necessários para realização da importação,
acrescentando conteúdos e comentários que pudessem detalhar algumas fases da atividade de
importação que são consideradas essenciais para o sucesso da atividade. O Quadro 7 ilustra os
passos a serem seguidos para realizar uma operação de importação.
113
Quadro 7: Passos para realizar uma operação de importação
1º passo Legalizar a empresa, fazendo constar no objeto social a atividade de importação e os tiposde produtos que serão importados.
2º passo Nomear um despachante aduaneiro que esteja acostumado a trabalhar com produtossimilares a fim de fazer o desembaraço da documentação no prazo certo (opcional).
3º passo Inscrição na Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), feita por intermédio do Banco doBrasil.
4º passo Cadastrar-se na Receita Federal (Alfândega) para obter a senha e ter acesso ao SistemaIntegrado de Comércio Exterior - SISCOMEX (que integra as atividades de registro,acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante de um fluxoúnico, computadorizado, de informações cujo processamento é efetuado exclusivo eobrigatoriamente pelo sistema). O sistema é administrado pela Secretaria de ComércioExterior (SECEX), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil(BACEN), órgãos gestores no Comércio Exterior.
5º passo Após a análise da fatura pró-forma, confirmar o pedido de compra e solicitar o embarque damercadoria.
6º passo Quando se tratar de mercadoria ou operação de importação sujeita a controles especiais doórgão licenciador (SECEX) ou dos demais órgãos federais que atuem como anuentes, aimportação estará sujeita a licenciamento não-automático. Nesse caso, o importador deverásolicitar a Licença de Importação (LI) antes do embarque.
7º passo É emitida a fatura comercial, o BL (conhecimento de embarque) original junto com osdocumentos complementares.
8º passo Com a chegada dos documentos originais, processar a liberação da mercadoria.9º passo Preparar a Declaração de Importação (DI). Os Tributos Federais – Imposto de Importação
(II) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) são pagos por meio de débitoautomático em conta corrente do importador. Efetuar o pagamento das despesas detransporte e regularizar o ICMS.
10º passo Registrar a DI, por intermédio do SISCOMEX Importação, e entregar o extrato da DI edemais documentos na alfândega.
11º passo Aguardar a análise da alfândega dependendo do canal atribuído na DI. A conferênciaaduaneira selecionará os despachos para cada um dos seguintes canais:
• Canal verde - as mercadorias serão liberadas sem a realização do examedocumental, da verificação física da mercadoria e do exame preliminar. Oimportador entrega o BL averbado na Alfândega.
• Canal amarelo - as mercadorias serão desembaraçadas após a realização do examedocumental, sem a verificação física e o exame preliminar do valor.
• Canal vermelho - as mercadorias serão desembaraçadas somente após o examedocumental, e a conferência física.
12º passo Após a liberação da mercadoria pela alfândega, efetuar o pagamento das despesasportuárias ou aéreas para retirar a mercadoria e emitir a nota fiscal de entrada.
13º passo Realizar a operação cambial de acordo com a modalidade de pagamento.Fonte: http://www.sebraepb.com.br/expimp/roteiroi.asp - 15/06/04 - 16h09.
Após elaborado o roteiro de importação é ainda necessário que a empresa tenha uma atenção
especial quanto à definição correta do objeto de transação que será a base para a classificação
da mercadoria. Por isso é importante definir esse aspecto quando efetuado o contato com o
114
exportador, observando se é necessário o registro prévio de Licença de importação e também
o exame de similaridade, e por fim procede-se com o desembaraço aduaneiro e com o
pagamento ao exterior.
6.1 DEFINIÇÃO DO OBJETO DE TRANSAÇÃO
Algumas áreas técnicas ainda acreditam que para melhorar é preciso comprar. Mas não
definem o sobre o que, especificamente, é necessário comprar. Uma transação internacional
não pode ser feita com base em uma lista de compras similar à utilizada por uma dona-de-casa
quando vai ao supermercado. Para iniciar uma transação, é necessário ter determinação exata
de qual produto deve ser comprado, com as especificações básicas necessárias e a variação de
quantidade permitida. É dessa forma que se definem os parâmetros para a negociação.
Entende-se por quantidade permitida o intervalo de variação aceitável para a análise da
negociação. Esse intervalo é identificado a partir da estratégia utilizada pela empresa. Dessa
forma, a empresa importadora pode definir o número mínimo de produtos para a realização da
operação e o número máximo, delimitando assim a variação permitida a maior e a menor.
Esse número será apontado pelo planejamento estratégico da empresa e pelo controle de
estoques. Por exemplo, no caso da compra de uma máquina para uma metalúrgica,
provavelmente o número de variação desse produto seja zero, pois não há interesse pela
aquisição de outra máquina para ficar estocada aguardando a criação de outra unidade, a
menos que essa previsão esteja definida no planejamento de curto prazo da empresa. No
entanto, a compra de uma máquina copiadora para uma empresa que tem como ramo de
trabalho a reprodução de documentos talvez seja interessante caso haja bons descontos que
incentivem a compra de duas máquinas.
115
Para a tomada dessa decisão, é necessário que o controlador da empresa leve em conta o fluxo
de caixa atual e o retorno esperado com a compra de um ou mais produtos adicionais.
Analisando a situação de compra de acessórios para revenda em lojas de preço único, têm-se
como necessidade de avaliação: o fluxo de caixa da empresa, as formas de armazenamento e
acondicionamento de tais produtos e o prazo de prescrição de cada item. O comprador, ao
encomendar nove caixas, corre o risco de vender apenas cinco no prazo de prescrição da
validade do produto, tendo de assumir um prejuízo de quatro caixas, além dos inconvenientes
com a ocupação de espaço no estoque.
Antes de decidir sobre a necessidade de importar um produto, a empresa deve realizar um
estudo do mercado em que está inserida. Os produtos nacionais têm apresentado boas
condições de trabalho e prazo de manutenção que a maioria das empresas do exterior não
oferece. Mesmo assim, pode-se observar que ainda persiste um preconceito com relação ao
produto nacional, sendo isso fruto de uma cultura antiga e que precisa ser modificada.
6.2 CONTATO COM O EXPORTADOR
Como exportadores no exterior poderão ser contatados: os fabricantes, uma trading,
concessionários ou qualquer outra pessoa. Esse contato poderá ser feito por fax, telex, carta,
telefone ou, até mesmo pessoalmente, pois visa à definição e escolha do produto, preço,
garantias, condições de pagamento etc. Realizado o contato e definidos os produtos e as
condições da operação, o importador deverá solicitar ao exportador estrangeiro a remessa de
documento que formalize o preço praticado na operação (faturas pro forma, cartas, telex, fax,
telegramas, ordens de compra ou contratos), porque a qualquer época a SECEX poderá
solicitar do importador informações ou documentação pertinente.
116
Quando do contato com o exportador, outro elemento que não pode ser esquecido é a
definição do tipo ou modalidade de transporte a ser empregado para o embarque da
mercadoria, bem como a forma de pagamento do frete, se pelo importador ou pelo exportador.
Se ficar acordado no ajuste da operação que o frete será pago pelo exportador, o
Conhecimento de Embarque será emitido com o frete prepaid; se for convencionado que ao
importador caberá o pagamento, o conhecimento será emitido com o frete collect.
6.3 CONSULTAR A CLASSIFICAÇÃO NO COSIT/SRF
Esta consulta, que permite identificar a correta classificação fiscal de mercadorias, aplica-se
aos produtos que trazem dificuldade de interpretação ou que necessitam de reconsideração da
classificação do COSIT. Deve ser na Secretaria da Receita Federal do domicílio tributário do
consulente.
É necessário especificar:
nome vulgar, comercial, científico e tecnológico;
marca registrada, modelo, tipo e fabricante;
função principal e secundária;
princípio de descrição resumida do funcionamento;
aplicação, uso ou emprego;
forma de acoplamento de motor e máquinas ou aparelhos, quando for o caso;
dimensões e peso líquido;
peso molecular, ponto de fusão e densidade, para produtos a que se aplicam;
forma (líquido, pó, escamas etc.) e apresentação (tambores, caixas etc.);
117
matéria ou materiais de que é constituída a mercadoria e suas percentagens em peso ou em
volume;
processo de obtenção (industrial, farmacêutico etc.), com descrição detalhada; e
classificação adotada e pretendida.
6.4 LICENCIAMENTO E VERIFICAÇÃO DE NECESSIDADE DE PRÉ-AUTORIZAÇÃO
DE IMPORTAÇÃO
O licenciamento das importações ocorre de forma automática e não-automática. É efetuado
por meio do SISCOMEX. As informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal
que caracterizam a operação e definem seu enquadramento legal serão prestadas para fins de
licenciamento.
a) Licenciamento automático
As mercadorias que não estão sujeitas ao controle prévio ou cumprimento de condições
especiais terão o licenciamento automaticamente concedido na ocasião da formulação, no
SISCOMEX, da Declaração de Importação para fins de Despacho Aduaneiro.
b) Licenciamento não-automático (LI)
As mercadorias ou operações sujeitas a anuência prévia de importação ou cumprimento de
condições especiais deverão obter o licenciamento previamente ao embarque da mercadoria
no exterior ou antes do registro da Declaração de Importação. A relação destas mercadorias
e/ou operações e o momento de conseguir o referido licenciamento foram relacionadas em
Comunicado Público pela SECEX/DECEX, tendo em vista suas condições gerais de
comercialização. A título de exemplo, citam-se: armas e munições, sangue humano e
aeronaves, que, por suas características particulares, dependem de anuência prévia de
118
importação, sendo sujeitas, portanto, ao LI, anterior ao embarque.
Mercadorias e/ou operações sob condições especiais, como aquelas ao amparo de drawback,
BEFIEX, CNPq e ZFM, dependem do LI anteriormente ao Despacho Aduaneiro.
6.5 REGISTRO DE SIMILARIDADE
Este exame consiste em apurar a eventual existência de mercadoria de fabricação nacional
similar àquela que se pretende importar. Estão sujeitas a tal exame as importações amparadas
por benefícios fiscais (isenção ou redução do Imposto de Importação). Considera-se similar ao
estrangeiro o produto nacional em condições de substituir o importado, observando: qualidade
equivalente, especificações adequadas ao fim que se destina, preço e prazo de entrega normal
ou corrente para o mesmo tipo de mercadoria. Esse exame é feito pela SECEX.
6.6 EMBARQUE DA MERCADORIA
Concretizada a operação comercial, o importador poderá autorizar o embarque da mercadoria
ao exterior, ressaltando que as mercadorias e/ou operação sujeitas à anuência prévia de
importação exigirão o cumprimento antecipado desta condição.
Após o embarque, o exportador remeterá, de acordo com a modalidade de pagamento
convencionada, os documentos que permitirão ao importador liberar as mercadorias na
alfândega brasileira.
Dentre esses documentos, destacam-se:
Conhecimento de Embarque (B/L ou AWB);
Fatura Comercial;
119
Certificado de Origem (quando o produto for objeto de Acordos Internacionais); e
Certificado Fitossanitário (quando exigido pela legislação brasileira).
6.7 PAGAMENTO AO EXTERIOR
Os pagamentos ao exterior podem ser praticados sob as seguintes condições:
a) Antecipado. Consiste no fato de o importador efetuar a remessa das divisas ao
exportador antes do embarque da mercadoria no exterior.
b) Cobrança. Consiste em um ajuste entre o exportador e o importador no sentido de
que o primeiro remeta a mercadoria para, após seu recebimento, o segundo providenciar o
pagamento. A cobrança, em sentido genérico, poderá ser efetuada "à vista" ou "a prazo", e
nestas condições poderá ser desenvolvida com ou sem saque ou cambial.
c) Carta de Crédito. O importador deve dirigir-se a um banco para que este emita tal
documento quando esta for a condição de pagamento, cujo beneficiário será o exportador no
exterior. Como regra, este documento deve ser emitido de acordo com as exigências do
exportador (emissão por um banco de primeira linha, conter cláusula de irrevogabilidade etc.)
e do importador (especificação da mercadoria, transbordo, documentação etc.).
A Carta de Crédito também poderá ser convencionada como "à vista" ou "a prazo".
O Quadro 8 apresenta algumas vantagens e desvantagens das modalidades de pagamento que
devem ser analisadas antes do fechamento com o exportador, buscando o importador obter as
vantagens que cada modalidade permite.
120
Quadro 8: Vantagens e desvantagens das modalidades de pagamento
Fonte: Disponível em: www.aprendendoaexportar.gov.br/home.htm ; acesso em 19/09/2004às 23:19 hrs.
As operações de compra e venda de moedas estrangeiras realizadas entre uma pessoa ou
empresa e um estabelecimento autorizado a operar em câmbio são formalizadas mediante um
Contrato de Câmbio, conforme modelo próprio, e de acordo com as normas estabelecidas pelo
Banco Central do Brasil.
As operações de câmbio podem ser celebradas para liquidação pronta ou futura. O prazo
máximo admitido entre a "contratação" e a "liquidação" dessas operações é de 360 (trezentos
e sessenta) dias, limitado à data do vencimento da obrigação no exterior. Entretanto, quando
se tratar de importação a prazo de até 360 (trezentos e sessenta) dias, prevalece a
obrigatoriedade da contratação de câmbio para liquidação futura. Esta exigência também se
MODALIDADE AGENTES VANTAGENS DESVANTAGENS
• Isenção dos custos de cobrança, do risco de insolvência do importador;
• Assume o risco de variação cambial;
• Recursos a custo mais baixo; • Variação do custo de matérias primas importadas;
• Isenção de despesas com garantia para captação de ACC.
• Risco de gravames tributários.
• Transferência do risco de variação do preço do bem ao exportador;
• Desencaixe de capital de giro antecipadamente ao embarque do bem;
• Garantia de um fornecedor cativo. • Assume os riscos políticos/comerciais;
• Atrasos por contingenciamento da exportação do produto.
• Isenção/redução de despesas bancárias;
• Maior agilidade na tramitação de documentos.• Isenção de despesas bancárias;
• Recebimento de mercadoria sem aceite/pagamento da cambial;• Maior agilidade na tramitação de documentos.
• Assume o custo bancário da operação;• Assume o risco de inadimplência do importador.
Importador • Intermediação da operação/tramitação de documentos, via banco, reduzindo-se o risco
• Liberação da mercadoria somente após o pagamento/aceite do saque.
Exportador • Garantia do recebimento do valor da exportação, ao cumprir os termos e
• Qualquer discrepância da carta de crédito, mesmo que irrelevante, • Assume o custo real da carta de crédito;• Pagamento da importação, apenas contra os documentos em boa ordem CARTA DE CRÉDITO Importador
• Pagamento da operação somente quando cumpridos os termos e condições da carta de crédito.
COBRANÇA DOCUMENTÁRIA
Exportador
• Garantia de que a mercadoria só será entregue ao importador, após este aceitar ou pagar o saque.
REMESSA SEM SAQUE
Exportador
• Assume o risco de inadimplência do importador.
Importador
• Risco de extravio de documentação.
PAGAMENTO ANTECIPADO
Exportador
Importador
121
aplica às parcelas de financiamento por prazo superior a 360 dias que vencerem até o 11º mês
subseqüente ao Registro da DI.
A vinculação entre as Declarações de Importação e os respectivos Contratos de Câmbio será
efetivada, como regra geral, em função dos prazos de pagamento pactuados pelos
importadores quando o pagamento ocorrer antes do Despacho Aduaneiro, ou pelos Bancos
negociadores, no momento da liquidação do câmbio.
Toda vez que é realizada uma transação comercial ou financeira com residentes no exterior, é
necessária uma operação cambial, que consiste na troca entre a moeda nacional e a
estrangeira. As vendas ao exterior são efetuadas por meio de Contrato de Câmbio entre o
exportador – vendedor da moeda estrangeira – e um banco autorizado a operar com câmbio –
comprador da moeda estrangeira.
A operação cambial envolve os seguintes agentes:
• exportador, que vende a moeda estrangeira;
• banco autorizado pelo Banco Central a realizar operações de câmbio; e
• a corretora de câmbio, caso seja requerida pelo vendedor da moeda estrangeira.
Atualmente, há a opção de intermediação por uma corretora de câmbio. A participação de
uma corretora de câmbio pode implicar, porém, custos adicionais para o exportador.
O Contrato de Câmbio deve conter os seguintes dados:
• nome do banco autorizado a contratar o câmbio;
• nome do exportador;
122
• valor da operação;
• taxa de câmbio negociada;
• prazo para liquidação;
• nome do corretor de câmbio, se houver;
• comissão do corretor de câmbio;
• nome do importador;
• dados bancários do exportador; e
• condições de financiamento, etc.
6.8 FECHAMENTO DE CAMBIO
Nas exportações com prazo não superior a 180 dias, contado da data do embarque das
mercadorias, o fechamento do câmbio com um banco autorizado e escolhido pelo exportador
é formalizado com o preenchimento do formulário BACEN – TIPO 01. O formulário deve ser
preenchido e registrado no Sistema de Informações Banco Central (SISBACEN), que
monitora as operações cambiais.
O fechamento do câmbio implica os seguintes compromissos por parte do exportador:
negociar as divisas obtidas com a instituição financeira escolhida, a uma determinada taxa
de câmbio;
entregar, em data fixada, os documentos comprobatórios da exportação e outros
comprovantes, estes se solicitados pelo importador, devendo-se lembrar que a data
123
acordada não pode ultrapassar o limite máximo de 15 dias após o embarque da mercadoria
para o exterior, conforme determinação do Banco Central; e
efetuar a liquidação do câmbio em uma determinada data, que é marcada pela entrada
efetiva da moeda estrangeira. O cumprimento deste compromisso depende,
evidentemente, do pagamento por parte do importador;
O fechamento do câmbio na exportação pode ser efetuado até 180 dias antes do embarque da
mercadoria ou até 180 dias após o seu embarque. A data de embarque é definida pela data do
Conhecimento de Embarque.
O Banco Central estabelece o prazo máximo de 15 dias, contado da data de embarque, para a
entrega dos documentos comprobatórios da exportação ao banco autorizado, que, após a
devida conferência, fará sua remessa ao banco emissor, no exterior.
A definição do momento mais apropriado para o fechamento do câmbio depende da
necessidade de recursos financeiros para a elaboração do produto a ser exportado, da taxa de
juros nominal vigente e da expectativa de alterações na taxa de câmbio, entre a data escolhida
para a contratação e a data da liquidação do contrato de câmbio.
6.9 LIQUIDAÇÃO DE CAMBIO
A última obrigação do exportador relacionada à operação de câmbio é a entrega da moeda
estrangeira ao banco, que, por sua vez, efetuará o pagamento do valor equivalente em moeda
nacional à taxa de câmbio acertada na data da contratação do câmbio. Este procedimento é
conhecido como “liquidação do câmbio”. A entrega da moeda estrangeira pode efetuar-se das
seguintes formas:
124
O importador efetua o pagamento na conta do banco com o qual foi contratado o câmbio.
É importante notar que a legislação brasileira estabelece o prazo máximo de 10 dias para a
liquidação do câmbio, a contar da data de entrega dos documentos, no caso de transação à
vista, ou após o vencimento da letra de câmbio, no caso de venda a prazo;
Nas operações amparadas por carta de crédito, a entrega dos documentos comprobatórios
da exportação ao banco é considerada equivalente à entrega de moeda estrangeira. O
banco deverá liquidar o câmbio no prazo máximo de 10 dias, a contar da data de entrega
dos documentos pelo exportador.
Ainda é importante ao importador verificar qual a modalidade de câmbio que será adotada na
importação antes de efetuar o contato com o banco e providenciar o envio dos documentos. O
Quadro 9 demonstra um descritivo das modalidades de câmbio tradicional e simplificado.
125
Quadro 9: Modalidades de Câmbio
Fonte: Maluf (2003, p. 181)
6.10 LIBERAÇÃO DA MERCADORIA NA ALFANDEGA
Com a chegada da mercadoria no Brasil, inicia-se a fase de liberação na alfândega.
O importador ou o despachante aduaneiro, com base na documentação correspondente – LI
(se for o caso), Conhecimento de Embarque e Fatura Comercial –, elaborará a Declaração de
Importação (DI) no SISCOMEX e, mediante o pagamento do Imposto de Importação e do IPI
em débito automático no Sistema, efetuará o registro da DI.
Juntamente com todos esses documentos e o comprovante de recolhimento ou exoneração do
ICMS, deverá o importador apresentar o extrato da Declaração de Importação à Receita
C â m b io T ra d ic io n a l C â m b io S im p lific a d o se m lim ite d e va lo r co m lim ite d e va lo r (a té U S D 1 0 .0 0 0 ,0 0 )p re e n ch im e n to d o C o n tra to d e C â m b io e x ig e 2 6 in fo rm a çõ e s
p re e n ch im e n to d o B o le to d e C o m p ra e V e n d a re q u e r a p e n a s 5 in fo rm a çõ e s
e xp o rta d o r a ss in a C o n tra to d e C â m b io e xp o rta d o r a ss in a a p e n a s B o le to d e C o m p ra e V e n d a , co m p ro va n d o a n e g o c ia çã o d a m o e d a e s tra n g e ira
d e ve e xis tir u m C o n tra to d e C â m b io p a ra ca d a R E - R e g is tro d e E xp o rta çã o
u m ú n ico B o le to d e C o m p ra e V e n d a p o d e e n g lo b a r d ive rso s R E S - R e g is tro d e E xp o rta çã o S im p lif ica d o
C o n tra to d e C â m b io d e ve se r v in cu la d o a o re sp e c tivo R E
B o le to d e C o m p ra e V e n d a e s tá d isp e n sa d o d e se r v in cu la d o a o R E S
C o n tra to d e C â m b io p o d e se r n e g o c ia d o p a ra liq u id a çã o p ro n ta o u fu tu ra , co m co n ce ssã o d e A C C /A C E
B o le to d e C o m p ra e V e n d a n e g o c ia d o so m e n te p a ra liq u id a çã o p ro n ta , p ro ib id a a co n ce ssã o d a A C C /A C E
e xp o rta d o r é o b rig a d o a e n tre g a r a o b a n co o s d o cu m e n to s re p re se n ta tivo s d a e xp o rta çã o
e xp o rta d o r e s tá d isp e n sa d o d e e n tre g a r a o b a n co o s d o cu m e n to s re p re se n ta tivo s d a e xp o rta çã o
b a n co é o re sp o n sá ve l p o r g u a rd a r o s d o cu m e n to s d e e xp o rta çã o , p o r 5 a n o s , p a ra e ve n tu a l a p re se n ta çã o fu tu ra a o B a n co C e n tra l.
e xp o rta d o r é o re sp o n sá ve l p e la g u a rd a d o s d o cu m e n to s d e e xp o rta çã o , p o r 5 a n o s , p a ra e ve n tu a l a p re se n ta çã o fu tu ra a o B a n co C e n tra l
n ã o é p e rm itid o o p a g a m e n to d e e xp o rta -çõ e s co m ca rtã o d e c ré d ito
e xp o rta çõ e s a té U S D 1 0 .0 0 0 ,0 0 p o d e m se r p a g a s co m ca rtã o d e c ré d ito
va lo re s d e co rre n te s d e C o n tra to s d e C â m b io d e e xp o rta çã o n ã o p re c isa m se r c re d ita d o s e m co n ta co rre n te , se n d o o b rig a tó rio a p e n a s q u a n d o se tra ta r d e d é b ito s
va lo re s d o s B o le to s d e C o m p ra e V e n d a a c im a d e R $ 1 0 .0 0 0 ,0 0 , o b rig a to ria -m e n te , d e ve m se r c re d ita d o s n a co n ta co rre n te d o e xp o rta d o r
C o n tra to d e C â m b io p o d e se r n e g o c ia d o a té 3 6 0 d ia s , a n te s o u a p ó s o e m b a rq u e
B o le to d e C o m p ra e V e n d a p o d e se r n e g o c ia d o a té 9 0 d ia s , a n te s o u a p ó s o e m b a rq u e
126
Federal do local onde estiver a mercadoria para a conclusão do denominado “Despacho
Aduaneiro”. O Despacho Aduaneiro é um conjunto de atos praticados pelo fiscal que tem por
finalidade o desembaraço aduaneiro (autorização da entrega da mercadoria ao importador),
mediante a conclusão da conferência da mercadoria, o cumprimento da legislação tributária e
a identificação do importador. No SISCOMEX, a Receita Federal emitirá um Comprovante de
Importação (CI), documento que comprovará a liberação alfandegária.
A retificação de informações prestadas na DI, a alteração de cálculos e a indicação de multas
e acréscimos legais serão feitas mediante procedimento específico no SISCOMEX.
A Figura 10 demonstra o fluxograma do despacho aduaneiro de importação.
Figura 10: Fluxograma
Fonte: Maluf (2003, p. 210)
Fluxograma do Despacho Aduaneiro da Importação* REI * CREDENCIAMENTO SRF
NEGOCIAÇÃO
LICENCIAMENTO AUTOMÁTICO
EMBARQUE
LICENCIAMENTONÃO
AUTOMÁTICO
"LI" - Emis-são:
DECEX e/ou
órgãos anuen-
tes
"LI" - Defe-rida e váli-da
"DI" ANTECIPADA (se for o caso)
CHEGADA DA CARGA
PGTO. DOS IMPOSTOS
REGISTRO DA "DI"
EMISSÃO DA "DSI"
PGTO. DOS IMPOSTOS
EMISSÃO DO "CI"
PARAMETRI-ZAÇÃO
ENTREGA DA
MERCADO-RIA
EMISSÃO DO CI - COMPROVANTE DE
IMPORTAÇÃODESEMBARAÇO
CANAIS:* VERDE* AMARELO* VERMELHO* CINZA
127
7 OS CUSTOS DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
7.1 CUSTOS DE SERVIÇOS EXECUTADOS POR TERCEIROS
a) Licenciamento e despacho aduaneiro. Considera-se o ato proferido por autoridade de
comércio exterior de conceder autorização para importar e exportar. Também compreende o
acordo contratual, entre empresas ou pessoas, em que uma delas concede licença à outra para
usar sua marca comercial, explorar patentes, comercializar seus produtos, entre outros
direitos, mediante pagamento de uma taxa ou royalties. (QUADRO 10)
Quadro 10: Custos com o licenciamento e despacho aduaneiro
Fonte: Lopez (2000, p. 47)
b) Negociação e emissão de documentos. Ato de preparar os documentos de embarque,
emissão de certificados de origem, vistos consulares, conferência de documentos, remessa
documental, etc. (QUADRO 11)
SERVIÇO US$Utilização do SISCOMEX 30,00 Emissão de Registro de Exportação - RE (até 3 anexos) 30,00 Emissão de anexos de RE (para cada 3) 30,00 Despachante Aduaneiro (por despacho) 70,00 Liberação de Conhecimento de Embarque 35,00 Sindicato dos Despachantes (por despacho)Porto/Aeroporto do Rio de Janeiro 18,00 Porto de Santos 105,00 Porto de Itajaí 120,00 Despacho em Fronteira 45,00
128
Quadro 11: Custos da negociação e emissão de documentos
Fonte: Lopez (2000, p. 48)
c) Movimentação da mercadoria. Arrumação ou embrulho adequado para ser usado na
proteção dos produtos para efeito de transporte ou armazenagem, podendo ser acondicionado
em contêineres, pallets, etc. Os transportes utilizados internamente no país para levar uma
carga para o transportador final, que a levará ao exterior mais utilizados são: caminhão, como
transporte interno, e navio, como transporte internacional. Algumas vezes, o preço FOB não
inclui o frete do transporte doméstico, o qual é cobrado separadamente. (QUADRO 12 e 13)
Quadro 12: Custos com acondicionamento da mercadoria
Fonte: Lopez (2000, p. 48)
SERVIÇO US$Despesa de comissão de cobrança Entre 30 e 50Aplicação 10,00 Confirmação de Letra de Câmbio - aviso entre 50 e 100Alteração, emendas, em Letra de Câmbio entre 20 e 75Despesa de banqueiro no exterior entre 35 e 50Remessa de documentos 50,00 Emissão de Certificado de Origem entre 10 e 35Vistos Consulares 30,00 Registro de documentos na Câmara de Com e Ind. 30,00 Recepção/Aviso de emenda 50,00 Negociação/conferência de documentos 50,00 Liberação de discrepância 50,00 Remessa documental 50,00
SERVIÇO US$Aluguel do Contêiner entre 105 e 210Manuseio do Contêiner em terminais de carga 95,00
129
Quadro 13: Custos com transporte interno
Fonte: Lopez (2000, p. 48)
d) Movimentação no porto. Também chamada de “custos portuários”. Compreende as
operações de embarque e desembarque de cargas marítimas e mobiliza não só o pessoal das
docas e armazéns, como também o equipamento do porto e um inestimável número de
suprimentos e esforço gerencial. Os custos portuários envolvem despesas com o serviço de
infra-estrutura e mão de obra portuária especializada. Os principais desses custos são os
seguintes:
• Armazenagem. Compreende os serviços de guarda, movimentação, arrumação das
mercadorias depositadas em pátios e armazéns de área portuária.
• Fornecimento de equipamentos portuários. Taxas devidas pela utilização de equipamentos
do porto, quando solicitados, tais como: guindastes, empilhadeiras para manuseio de cargas e
contêineres.
• Equipamentos para movimentação de cargas e contêineres. Custos devidos ao armador
pela utilização de tais equipamentos.
• Capatazias (instalações terrestres e facilidades). Custos devidos pelo vendedor ou
comprador pela utilização da infra-estrutura terrestre, tais como arruamento, calçamentos,
áreas de estacionamento, sinalizações, linhas férreas e de guindastes, iluminação e instalações
elétricas, de combate a incêndios e redes de drenagem, água e esgoto.
SERVIÇO US$Transporte terrestre do Contêiner até o porto (curta distância) entre 52 e 78
130
• Instalações de acostagem. Taxas devidas ao armador pela utilização de equipamentos
portuários para atracação e desatracação de navio.
• Acesso ao porto. Custos pagos pelo armador pela utilização das facilidades do porto que
permitem a aproximação do navio ao local de atracação, em condições seguras.
• Serviços diversos. Taxa devida pelo requisitante quando solicitados serviços de mão-de-
obra para trabalho em locais e equipamentos alheios à administração portuária ou para
serviços diversos, tais como pesagens em balanças e repasse de serviços públicos. (QUADRO
14)
Quadro 14: Custos da movimentação no porto
Fonte: Lopez (2000, p. 49)
e) Transporte internacional. Representa o transporte efetivo das mercadorias para o
mercado externo, tal como o efetivo transporte marítimo. (QUADRO 15)
Quadro 15: Custos do transporte internacional
Fonte: Lopez (2000, p. 49)
SERVIÇO US$Capatazia armador:Contêiner 20'/40' 65 + 0,55/tonCarga Geral 5,50/tonCapatazia agenteContêiner 20'/40' 26,00 Carga Geral 2,30/tonManuseio do Contêiner no Porto 17.00 17,00
SERVIÇO US$Frete Marítimo 110/ton (USA)60.00/ ton (Europa) 60/ton (Europa)
131
f) Contratação de cambio. É a preparação dos documentos que estabelece as condições
de compra e venda de moedas estrangeiras. Geralmente, é um documento padronizado,
usualmente chamado de “contrato de adesão”, fornecido pelo banco negociador do câmbio.
(QUADRO 16)
Quadro 16: Custos da contratação de câmbio
Fonte: adaptado de Lopez (2000, p. 49)
Segundo Lopez (2000, p. 50), para as empresas pequenas e médias ou para aquelas que não
participam ativamente do comércio exterior brasileiro, que costumam, em conseqüência,
efetuar embarques de menor valor, os custos tendem a subir significativamente, pelo fato de a
maior parte dos custos incidentes representar custos fixos.
Com as demonstrações citadas nesta seção, é possível comentar o Quadro 17.
SERVIÇO US$Emissão de contratos entre 50 e 100Despesas de remessa de documentos (porte-courier) entre 30 e 70Ordem de Pagamento (Swift) 50,00 Taxa de permanência de cambial vencida 50,00 Taxa de cobrança entre banqueiros 50,00 Taxa de transferência de ordem 100,00 Taxa de prorrogação de saque 60,00 Taxa de prorrogação de ordem 50,00 Custo de Investigação (tracers) 50,00 Emissão de Bid Bond e Performance Bond (s/valor da garantia) 3%Corretagem de câmbio 0,12%
132
Quadro 17: Planilha de Custo
Fonte: Maluf (2003, p. 224)
Segundo Maluf (2003, p. 224), o Quadro 17 representa, aproximadamente, o valor total para
nacionalizar uma mercadoria, fazendo a importação via marítima, considerando o porto do
Rio de Janeiro-RJ como desembarque da mercadoria e Belo Horizonte-MG como destino
final da mercadoria. Na simulação, a mercadoria tem seu valor FOB de R$ 1.477,90 no porto
de embarque e chega a Belo Horizonte ao valor de R$ 4.295,18, representando um acréscimo
de 190,62% sobre o valor FOB.
Custo Base de Cálculo Exemplo Obs.: USD 1.00 = R$ 1,00Despesas no exterior USD 0.00
Valor FOB (Porto/Cidade/País)
USD 1,477.90 USD 1,477.90 x R$ 1,00 = R$ 1.477,90
Valor do Frete Inter-nacional
USD 450.00 USD 450.00 x R$ 1,00 = R$ 450,00
Valor do Seguro Inter-nacional (não é obri-gatório)
USD 50.00 USD 50.00 x R$ 1,00 = R$ 50,00
Total CIF (Porto/Cidade/País)
USD 1,977.90 USD 1,977.90 x R$ 1.00 = R$ 1,977.90
Imposto de Importa-ção -II
BC = CIF/Alíquota ad valorem ou quantidade x alíquota específica
R$ 356,02 R$ 1.977,90 X 18% (II) = 356,02
IPI BC = CIF + II R$ 233,39 R$ 1.977,90 + R$ 356,02 x 10% (IPI) (recuperável, se indústria) = 233,39
AFRMM BC = 25% do frete internacional
R$ 112,50 U$ 450.00 x R$ 1,00 = R$ 450,00 x 25%
Armazenagem Calculada sobre o valor da mercadoria
R$ 50,00 Varia em função do período de tempo armazenado
Capatazia Calculada sobre o peso R$ 150,00 Despachante Calculado sobre o CIF ou
FOBR$ 150,00 No geral, com valores mínimos e
máximosICMS BC=CIF+II+IPI+Arm+Cap+
Desp+AFRMM (legislação prevê CIF+II+IPI+despesas aduaneiras)
R$ 545,37 R$ 1.977,90 + R$ 356,02 + R$ 233,39 + R$ 112,50 + R$ 50,00 + R$ 150,00 + R$ 150,00 = R$ 3.029,81 x 18% (MG) - recupe-rável na venda
Frete interno (RJ a BHZ)
Calculado sobre o peso ou cubagem
R$ 450,00
Despesas diversas Contrato de Câmbio SISCOMEX, etc.
R$ 270,00
Total da Nacionaliza-ção do produto
Somatório de todos os valores acima
R$ 4.295,18
Legenda: BC = Base de Cálculo.
Planilha de Custo de Importação Marítima
133
Vale destacar que as despesas diversas informadas por Maluf no Quadro 17, muitas vezes
representariam um valor ainda maior, caso o importador desconheça os custos decorrentes do
processo de desembaraço e nacionalização.
Com relação ao Quadro 18, o transporte pelo modal aéreo representou uma economia em
relação ao modal marítimo apresentado no Quadro 17, pois o valor FCA no aeroporto de
embarque foi de R$ 1.477,90, chegando a Belo Horizonte ao valor de R$ 3.071,97,
representando um acréscimo de 107,86% sobre o valor FCA. Essa condição demonstra que os
dois modais devem ser analisados antes da decisão de importar, pois o modal aéreo se
caracteriza por receber mercadorias de pouco peso, pouco volume e alto valor agregado,
podendo ter um custo menor quando apresentar essas características.
Recentemente, o governo federal instituiu como cobrança na importação também o
PIS/PASEP e COFINS.
134
Quadro 18: Custo de Importação Aérea
Fonte: Maluf (2003, p. 225)
7.1.1 Principais tributos no comércio exterior
Segundo Ashikaga (2004, p.13), de acordo com a classificação prevista no art. 5º do Código
Tributário Nacional (Lei n. 5.172/66), os tributos são divididos em três espécies: impostos;
taxas; e contribuições de melhoria.
Ainda, conforme Ashikaga (2004, p. 16), as competências tributárias têm a seguinte
hierarquia:
Custo Base de Cálculo Exemplo Obs.: USD 1.00 = R$ 1,00Despesas no exterior USD 0.00
Valor FCA (...) Cidade/País
USD 1,477.90 USD 1,477.90 x R$ 1,00 = R$ 1.477,90
Valor do Frete Inter-nacional
USD 160.02 USD 160.02 x R$ 1,00 = R$ 160,02
Valor do Seguro Inter-nacional (não é obri-gatório)
USD 50.00 USD 50.00 x R$ 1,00 = R$ 50,00
Total CIP (...) Cidade/País
USD 1,687.92 USD 1,687,92 x R$ 1.00 = R$ 1.687.92
Imposto de Importa-ção -II
BC = CIP x alíquota ad valorem ou quantidade x alíquota específica
R$ 303,83 R$ 1.687,92 X 18% (II)
IPI BC = CIP + II R$ 199,17 R$ 1.687,92 + R$ 303,83 x 10% (IPI)
Armazenagem Calculada sobre o valor da mercadoria
R$ 28,92
Capatazia Calculada sobre o peso R$ 50,00 Adicional 50% da soma do Vr. da
armazenagem e da capa-tazia
R$ 39,46 (R$ 28,92 + R$ 50,00) x 50%
Despachante Calculado sobre o CIP ou FCA
R$ 150,00 No geral, com valores mínimos e máximos
ICMS BC=CIP+II+IPI+Arm+Cap+Desp (Legislação: CIP+II+IPI+despesas aduaneiras)
R$ 442,67 R$ 1.687,92 + R$ 303,83 + R$ 199,17 + R$ 28,92 + R$ 50,00 + R$ 39,46 + R$ 150,00 = R$ 2.459,30 x 18% - (MG)
Frete interno (RJ a BHZ)
Calculado sobre o peso ou cubagem
R$ 50,00
Despesas diversas Contrato de Câmbio SISCOMEX, etc.
R$ 120,00
Total da Nacionaliza-ção do produto
Somatório de todos os valores acima
R$ 3.071,97
Legenda: BC = Base de Cálculo.
Planilha de Custo de Importação Aérea
135
1º) Constituição Federal;
2º) Lei Complementar;
3º) Lei Ordinária;
4º) Decreto (Regulamento); e
5º) Norma Complementar.
Os principais tributos incidentes nas operações de importação de comércio exterior são os
demonstrados no Quadro 19.
Quadro 19: Matriz de definições de tributos relativos às importações(continua)
Tributo Definição Constituição
Federal
Leis
Complementares
Leis
Ordinárias
Decretos
Regulamentares
Normas
complementares
I.I Imposto Federal,
incidente sobre a
entrada dos
produtos
estrangeiros em
território
aduaneiro
nacional.
Artigo 153, I
e parágrafo
1º.
Lei nº 5.172/66 –
Código Tributário
Nacional, artigos
19 a 22.
Decreto-
Lei nº
37/66
Regulamento
Aduaneiro (RA):
Decreto nº
4.543/02 –
artigos 69 a 189
Tratados
internacionais,
Resoluções
Camex, Instruções
Normativas, etc.
136
Quadro 19: Matriz de definições de tributos relativos às importações(continua)
Tributo Definição Constituição
Federal
Leis
Complementares
Leis
Ordinárias
Decretos
Regulamentares
Normas
complementares
IPI Imposto Federal,
incidente sobre
operações com
produtos
industrializados,
nacionais ou
estrangeiros.
Artigo 153,
II e
parágrafo 1º.
Lei nº 5.172/66 –
Código Tributário
Nacional, artigos
46 a 51.
Lei nº
4.502/64
Regulamento do
IPI (Ripi);
Decreto nº
4.544/02; Tabela
de incidência do
IPI (Tipi):
Decreto nº
4.542/02
Instruções
Normativas,
Pareceres,
Portarias, Atros
Declaratórios,
etc.
PIS/PASEP Contribuição
Federal,
incidente sobre o
faturamento ou
receita de
pessoas jurídicas
e destinada ao
financiamento da
seguridade
social,
especificamente
ao PIS –
Programa de
Integração social
e a formação do
Patrimônio do
servidor publico
(PASEP).
Artigos 195,
I, b, IV.
Leis
complementares
nºs 07/70, 08/70 e
26/75
Leis nºs:
9.715/98,
9.718/98 e
10.637/02,
Medida-
Provisória
66/02 e MP
Nº 164/04
Regulamento do
Pis/Pasep e
Cofins: Decreto
nº 4.524/02
Instruções
Normativas,
Portarias, Atos
Declaratórios,
etc.
137
Quadro 19: Matriz de definições de tributos relativos às importações(continua)
Tributo Definição Constituição
Federal
Leis
Complementares
Leis
Ordinárias
Decretos
Regulamentares
Normas
complementares
COFINS Contribuição
federal, incidente
sobre o
faturamento ou
receita de
pessoas jurídicas
e destinada
especificamente
a despesas
relacionadas
com a saúde,
previdência e
assistência social
(seguridade
social)
Artigo 195,
I, b, IV.
Lei
complementar nº
70/91.
Leis nºs:
9.715/98,
9.718/98,
10.833/03,
medida-
provisória
66/02 e MP
Nº 164/04
Regulamento do
Pis/Pasep e
Cofins: Decreto
nº 4.524/02
Instruções
Normativas,
Portarias, Atos
Declaratórios,
etc.
ICMS Imposto
estadual,
incidente sobre
operação de
circulação de
mercadorias e
prestação de
serviços de
comunicação e
de transporte
interestadual e
intermunicipal.
Art.155, II e
parágrafo 2º.
Lei
complementar
87/96
Lei nº
6.374/89
(Estado de
SP)
Regulamento do
ICMS/SP
(Ricms/SP):
Decreto nº
45.490/00
Portarias,
Comunicados,
Decisões
Normativas,
Respostas à
consulta, etc.
138
Quadro 19: Matriz de definições de tributos relativos às importações(conclusão)
Tributo Definição Constituição
Federal
Leis
Complementares
Leis
Ordinárias
Decretos
Regulamentares
Normas
complementares
ISS Imposto
municipal,
incidente sobre a
prestação de
serviços de
qualquer
natureza,
especificados na
lista anexa à Lei
Complementar
116/03,
excetuados os
serviços de
comunicação e
transportes
interestadual e
intermunicipal,
tributados pelo
ICMS.
Artigo 156,
III, e
parágrafo 3º
Lei
complementar
116/03
Lei nº
6.989/66 e
13.701/03
(Município
de SP)
Regulamento do
ISS /SP
(Riss/SP):
Decreto nº
42.836/03
Portarias,
Comunicados,
Pareceres,
Respostas à
consultas, etc.
O Quadro 19 ilustra os principais tributos e impostos incidentes no comércio exterior, sendo
que esses tributos são os principais custos que tornam algumas importações inviáveis. Esses
tributos e impostos também são utilizados pelo Governo federal como principal ferramenta de
controle de entrada de mercadorias a medida que se alteram as alíquotas.
139
8 ESTUDOS DE CASOS: AVIMAC LTDA, CHORE-TIME BROCK LTDA E SICPA
BRASIL LTDA.
Compõem os estudos de caso que integram este trabalho a Avimac Ltda., a Chore-Time
Brock Ltda., e a Sicpa Brasil Ltda. As importações aqui consideradas procedem dos seguintes
países: Estados Unidos, França, Espanha, África do Sul, Uruguai e Argentina.
A coleta de dados foi realizada nas empresas após a configuração da modelagem do estudo de
caso. Além da busca de documentos e demais relatórios gerenciais das empresas, foram
também objeto de estudo: a estrutura da empresa e a observação do comportamento dos
funcionários, principalmente aqueles envolvidos com a área de controladoria. O fato de o
pesquisador fazer parte do quadro de funcionários das empresas e de participar do seu
processo de importação facilitou o acesso às informações e possibilitou um detalhamento
mais íntimo do processo. Vale destacar ainda que o encerramento das atividades de
importação direta e de comercialização da empresa Chore-Time Brock Ltda. no Brasil,
transferindo essas atividades para a Avimac Ltda., facilitou o acesso aos documentos, pois foi
necessário manter um histórico dos processos, que, a partir de 30/4/2003, passaram a fazer
parte dos arquivos da Avimac Ltda., que liberou o total acesso aos mesmos, facilitando a
pesquisa documental.
140
8.1 AVIMAC LT DA.
8.1.1 Histórico da empresa
A empresa surgiu em 1985, pela necessidade de fornecimento de grades de restrição alimentar
para uma grande empresa da região. Em 18 de Junho de 1985, fundava-se a empresa
Malacarne Equipamentos Avícolas Ltda. (AVIMAC), com dois sócios: Gilmar Malacarne e
Elaine Horth Malacarne, instalada na Av. Barão do Rio Branco até meados de 1990. Apesar
das dificuldades iniciais, a empresa prosperou e, rapidamente, passou a atender a outras
empresas da região. Atualmente, atende a grande parte da demanda no mercado brasileiro de
grades de restrição alimentar. A necessidade de atuar com toda a linha de equipamentos para
aves e suínos levou a Avimac à representar a empresa Usimeca, na época instalada na cidade
do Rio de Janeiro – RJ, tradicional fabricante de equipamentos.
Ao longo dos 15 anos, a Avimac passou a industrializar diversos equipamentos para aves,
como: comedouro manual, ventilador, light trap (armadilha de luz) e, recentemente, o
comedouro de calha para matrizes de aves. Por meio da industrialização de grande variedade
de equipamentos, a empresa objetivou obter margens de retorno maiores.
Em 1998, reflexo da abertura da economia, um grande número de empresas estrangeiras veio
para o país, estimuladas pelo potencial de consumo per capita de carne de frango e suínos, e
também pelo baixo custo de produção. Esse ciclo econômico deixou as empresas nacionais
vulneráveis diante das propostas irrecusáveis das empresas multinacionais interessadas no
país. A venda de algumas das empresas nacionais causou mudanças profundas nos agentes
comerciais destas empresas espalhadas em todas as regiões do país. Porém, em muitas regiões
cada empresa opera com um agente próprio e em região fechada. A compra de duas empresas
do mesmo ramo pela mesma multinacional fez com que houvesse um redicionamento dos
agentes, para que não ficassem dois agentes numa mesma região. Diante da nova realidade
141
macroeconômica, a Avimac deixou de agenciar a empresa Usimeca (comprada pela
Cumberland), para formar parceria com a multinacional Chore Time/Brock Ltda. Essa
parceria resultou num grande salto de desenvolvimento para Avimac, porque a Chore-
Time/Brock atua, basicamente, na industrialização e comercialização de equipamentos
automáticos. No entanto, o mercado nacional ainda é grande comprador de equipamentos
manuais, fabricados pela Avimac, o que permitiu que uma empresa complementasse a linha
de produtos da outra.
Atualmente, a Avimac está presente em todas as regiões do país, por intermédio de 16
representantes regionais, que prestam serviços de comercialização dos equipamentos e pós-
venda, chegando a um faturamento anual de R$ 3 milhões, atribuído ao trabalho de seus 18
colaboradores diretos e outros 25 indiretos.
8.1.2 Caracterização da empresa
Nome da empresa: Avimac Ltda.
Endereço e telefone: Avenida Parigot de Souza, 3298
Toledo – Paraná – Brasil.
Sociedade empresarial: sociedade por cota de responsabilidade limitada
Ramo: Indústria e comércio de equipamentos para avicultura, agricultura e suinocultura.
Faturamento anual: em torno de R$ 1.500.000,00
Atividade principal: importação e fabricação de equipamentos para avicultura
142
Produtos que fabrica: cortinas para aviários, silos de armazenagem, sistemas de transporte
de ração, comedouro manual, ventilador, light trap (armadilha de luz), comedouro de calha
para matrizes de aves
Total de empregados: 18
Objetivo constante do contrato social: indústria, comércio, importação, exportação,
montagem, assistência técnica e representação comercial de equipamentos para avicultura,
agricultura e suinocultura.
8.2 CHORE-TIM E BROCK LTDA
8.2.1 Histórico da empresa
A Chore-Time / Brock Ltda., empresa do grupo CTB INC., surgiu em 1996 no Brasil, com o
objetivo de ajudar o grupo a incrementar suas vendas para a América do Sul e,
conseqüentemente, os serviços prestados pela empresa nesse mercado em expansão.
A empresa, que nasceu nos Estados Unidos, no ano de 1952, com o nome de Chore-Time
Equipment, adquiriu grande prestígio no mercado devido à qualidade superior de seu produto
e ao serviço de atendimento voltado a seu cliente desde o princípio, com o sistema de
distribuição de sua linha de produtos de automação de granjas para a avicultura e a
suinocultura. A linha de produtos Chore-Time compõe-se de: bebedouros, comedouros,
sistema de transporte de ração, balanças digitais, sistemas de ventilação e uma série de outros
itens voltados exatamente para automatizar o serviço na granja, visando à alta produtividade.
Em 1957, formou-se a Brock, empresa voltada para a fabricação de silos de armazenamento
de grãos, de pequeno e grande porte. A companhia consolidou-se no mercado também devido
143
à superior qualidade de seus produtos, garantindo à empresa perspectivas de novas formações
empresariais desse porte. Foi então que surgiu, em 1972, a Chore-Time Cage Systems.
Visando ampliar a linha de produtos oferecidos até então para o mercado, essa empresa
fornece sistemas de gaiolas e coletadores de ovos automáticos. Em 1976, formou-se a CTB
Inc., nome do grupo empresarial que controlaria todas as atividades administrativas das
empresas que estavam então sendo formadas para um crescimento equilibrado e visando a
seus projetos de avançar para outros mercados internacionais.
Em 1983, formou-se a Chore-Time/Brock International, empresa do grupo CTB Inc. que
supervisionaria todas as atividades internacionais das empresas do grupo, que se expandia
rapidamente por diversos países do mundo. Em 1991, formou-se a Chore-Time / Brock B.V.,
na Holanda, para administrar e expandir as atividades da empresa na Europa. Em 1996,
fundou-se uma parceria com a American Securities Capital Partners, empresa que ajudaria em
projetos financeiros para incrementar as atividades de agricultura e, conseqüentemente, a
comercialização de produtos Chore-Time/Brock. No mesmo ano, fundou-se a Chore-
Time/Brock Ltda. of Brazil, com o intuito de reforçar as atividades da empresa no âmbito do
Cone Sul e, principalmente, de atender ao mercado brasileiro. Em 1997, o grupo CTB INC.
adquiriu a empresa Fancom B.V., na Holanda, empresa líder em equipamentos de computação
para sistemas de automação. Começa aí a nova fase de aquisição de companhias, visando ao
complemento de toda a sua categoria de produtos para satisfazer o mercado mundial de
automação de granjas. No mesmo ano, a empresa adquire a divisão de grãos da empresa
Butler, uma das líderes no mercado de silos para armazenamento de grãos para agricultura.
Também em 1997, o grupo CTB INC. resolve colocar ações no mercado, que seriam
comercializadas e cotadas com o nome de CTBC (Chore-Time/Brock Corporation).
A empresa, que à época era de cunho familiar, acompanhada pelo seu fundador, Howard. S.
Brembeck, que doava os lucros da empresa para a Igreja e também para instituições de
144
caridade, assume novo rosto agressivo, com uma administração jovem e participativa, voltada
aos lucros desejados por seus acionistas, que recompraram ações que haviam sido vendidas a
outros grupos, acreditando no potencial da empresa.
Em fevereiro de 1998, formou-se uma joint venture com a empresa Rota Equipamentos
Agrícolas, no Brasil, consolidando uma nova empresa, agora não única do grupo CTB INC.,
que situava-se no Brasil, no estado do Paraná, com o nome de Rota Brock Ltda. Esta indústria
fabricava silos e outros acessórios de armazenamento de grãos, visando expandir os negócios
no Brasil e também no mundo. Em 1998, consolidou-se a compra de uma nova empresa,
chamada Sybley, uma das líderes no mercado de chocadeiras e outros equipamentos voltados
à agricultura. Também em 1998, assinou-se a carta de intenção de compra de mais três
empresas: a Staco, uma das líderes no mercado de equipamentos para suinocultura; a Roxxel,
também uma das líderes no mercado de equipamentos para avicultura (comedouros,
bebedouros, etc.); e a Jay-Dee, uma das líderes no mercado de ninhos para avicultura,
mostrando assim que a intenção da empresa era consolidar-se cada vez mais no mercado
mundial, além de ter uma linha completa de equipamentos a oferecer a seus clientes,
continuando sempre a ter excelência em qualidade e em seu atendimento tanto a seu cliente
externo, que são os compradores de produtos da empresa, quanto a seus clientes internos, que
são seus milhares de funcionários espalhados por todo o mundo. Em 2002, a companhia
Chore-time International foi adquira pelo grupo Berkshire Hataway, de propriedade do Sr.
Warren Buffet.
8.2.2 Caracterização da empresa
Nome da empresa: Chore-Time/Brock Ltda.
145
Endereço e telefone: Rua Condor, 715 – Parque das Indústrias Leves.
Londrina – Paraná – Brasil.
Sociedade empresarial: sociedade por cotas de responsabilidade limitada
Ramo: indústria e comércio de equipamentos para avicultura, agricultura e suinocultura.
Faturamento anual: em torno de R$ 5.000.000,00
Atividade principal: importação, fabricação e comercialização de equipamentos para
avicultura e suinocultura.
Produtos que fabrica: silos de armazenagem, sistemas de transporte de ração, ventiladores,
exaustores, sistemas de comedouros automáticos e sistemas de bebedouros automáticos.
Total de empregados: 15
Objetivo constante do contrato social: indústria, comércio, importação, exportação,
montagem, assistência técnica e comercialização de equipamentos para avicultura, agricultura
e suinocultura.
8.3 SICPA BRASIL LTDA
8.3.1 Histórico da empresa
O Grupo Sicpa foi fundando em 1927, pelo Sr. Maurice Amon. Hoje, está presente em 38
países dos cinco continentes, com 4120 empregados. Tem mais de 70 anos de perícia em
tintas para segurança e impressão gráficas, fornecendo constantemente produtos inovadores
em cooperação próxima com seus clientes. Mantém o compromisso global com a qualidade,
inovação e o ambiente é demonstrado pelos seus programas, centrados em soluções novas e
146
realçadas por fórmulas inovadoras e precisamente projetadas para cada cliente. A presença de
equipes da Sicpa em torno do mundo garante o nível mais elevado de sustentação técnica
exigido pelo cliente.
O Grupo Sicpa é organizado em duas unidades de negócio: a) divisão Segurança: tintas para
documentos de valor, papel-moeda, desenvolvendo continuamente sistemas e técnicas
avançadas e tecnologias complementares que impedem eficazmente a falsificação do produto
e do documento; e b) Divisão Tintas Comerciais, para embalagem e publicações.
No Brasil, a Sicpa Brasil Ltda. iniciou suas atividades em 25.07.1977, no Rio de Janeiro, no
Distrito de Santa Cruz, especificamente para atender a Casa da Moeda. Posteriormente,
passou a atender também à Souza Cruz.
A Sicpa possui certificado ISO 14001. Seleciona apenas matérias-primas não nocivas ao meio
ambiente, o que assegura de que seus processos e instalações de produção estejam de acordo
aos os padrões para a proteção a saúde humana. Todas as tintas são testadas pelo controle de
qualidade, apoiado em equipamentos de última geração.
Em 01.02.1999, a Sicpa iniciou suas atividades em Londrina/Paraná, como indústria e
comércio de tintas líquidas para impressão gráfica, com o objetivo de atender à ITAP-Bemis,
empresa reconhecida pela sua competência em pesquisa e desenvolvimento, oferecendo
filmes coextruturados multicamadas e filmes laminados em diferentes estruturas em
impressão rotogravura, que produz embalagens de plásticos flexíveis e laminados, atendendo
ao mercado de produtos alimentícios, como chocolate, massas, balas e biscoito, de higiene
pessoal (envoltório para sabonetes) e de cigarros, além de impressão em flexografia, que
produz embalagens flexíveis. A Sicpa Londrina criou o atendimento “dentro da casa do
cliente”, empreendimento denominado “In Plant”/“Business to Business”, proporcionando
um atendimento com maior rapidez e precisão.
147
8.3.2 Caracterização da empresa
Nome da empresa: Sicpa Brasil Ltda. – Londrina / Paraná
Endereço e telefone: Rua Angelina Ricci Vezzozo, 3500 – Parque das Indústrias Leves.
Londrina – Paraná – Brasil.
Sociedade empresarial: sociedade civil por quotas de responsabilidade limitada, com fins
lucrativos.
Ramo: Indústria e comércio de tintas líquidas para impressão gráfica.
Faturamento anual: em torno de R$ 25.000.000,00.
Atividade principal: fabricação de tintas para impressão.
Produtos que fabrica: tinta comercial para embalagem.
Total de empregados: 67 (sessenta e sete).
Capital social atual: R$ 16.307.156,00.
Objetivo constante do contrato social: fabricação e venda no país de qualquer tipo de tinta;
importação de máquinas, pigmentos, vernizes, ceras e outras matérias-primas necessárias a
esse fim; e indústria e comércio dos produtos para a indústria gráfica. Poderá ainda dedicar-se
a quaisquer outras atividades que independem de autorização especial do governo.
148
9 ANÁLISE DOS DADOS
Nesta seção, é apresenta-se a análise dos processos de importação, tomando como base os
dados coletados na pesquisa.
É importante destacar algumas considerações sobre os termos avaliação e análise. Bueno
(1969) define análise como sendo “decomposição de um todo em suas partes constituintes;
exames de cada parte de um todo; processo filosófico por meio do qual se vai do composto ao
simples, dos efeitos às causas; [...]” (p. 102) e avaliar como “determinar o valor ou a valia
de; apreciar o merecimento de; reconhecer a força de; estimar [...]” (p. 173).
De forma semelhante, Ferreira (1988) define análise como o “exame de cada parte de um
todo para conhecer-lhe a natureza, funções, etc. [...]” (p. 28) avaliar como “determinar a
valia ou o valor de [...]” (p. 54). Para muitos, os termos avaliação e análise são considerados
sinônimos. Porém, neste trabalho o termo análise parece ser mais adequado aos objetivos da
pesquisa.
Na primeira parte da análise do conteúdo foram identificados e selecionados os documentos
passíveis de serem objeto de análise, realizando-se também a revisão de todo o material. A
segunda parte da análise consistiu na exploração dos materiais disponíveis: dados
quantitativos e qualitativos. Alguns desses materiais estão anexos a este trabalho.
A terceira e última parte da análise consistiu no tratamento dos resultados e na inferência e
elaboração das interpretações, compreendendo a definição dos resultados e a análise e
interpretação dos dados. Também, considerou parte das entrevistas espontâneas conduzidas de
modo informal e paralelamente à observação não participante. Por fim, foram apresentados os
dados e a análise do questionário aplicado aos funcionários e despachantes aduaneiros que
trabalham diretamente com a empresa.
149
9.1 ANÁLISE DOS DADOS
Os documentos, os relatórios, e o acesso ao sistema de planilhamento de custos das empresas
constituíram-se nos principais instrumentos utilizados para efetuar o levantamento de dados
quantitativos que possibilitaram a análise dos custos de importações das empresas no período
pesquisado. O instrumento de coleta de dados qualitativos distribuído aos funcionários
atuantes nos setores envolvidos com a importação possibilitou a coleta de dados importantes
que destacam o comportamento da empresa perante as situações que envolvem a atividade de
importação e mostram características particulares das empresas, dos funcionários e das
pessoas envolvidas na atividade de importação das empresas.
Foram formulados dois instrumentos de coleta de dados, que foram aplicados aos funcionários
e aos despachantes aduaneiros envolvidos na atividade de importação.
O instrumento de coleta aplicado aos despachantes aduaneiros foi subdividido em quatro
partes: Dados do entrevistado; Informações iniciais, que teve como objetivo buscar
informações relativas à experiência do entrevistado nas atividades de importação e
exportação; Informações Básicas, que teve como objetivo avaliar a experiência da empresa ao
qual o despachante está vinculado nas atividades de importação e exportação; e Informações
específicas, que teve como objetivo identificar algumas informações específicas da atividade
de importação de empresas representadas pelo despachante aduaneiro.
O instrumento de coleta aplicado aos funcionários das empresas foi subdividido em quatro
partes: Dados do entrevistado; Informações iniciais, que teve como objetivo identificar o
cargo e a experiência do entrevistado nas atividades de importação e exportação; Informações
Básicas, que teve como objetivo identificar, na visão do envolvido na importação, o produto
que a empresa importa e por que importa; e Informações específicas da empresa, que teve
150
como objetivo identificar algumas informações específicas da atividade de importação na
visão dos funcionários envolvidos com a atividade de importação.
A consolidação dos dados coletados no questionário aplicado possibilitou a generalização dos
resultados para as três empresas pesquisadas.
Como o objetivo geral da pesquisa foi: “Identificar as fases e os custos do processo de
importação, e apresentar uma planilha modelo de estimação de custos de importação”;
utilizou-se o modelo apresentado no Quadro 20 para estimação de custos para efetuar a
avaliação das empresas em cada componente de sua estrutura de custos na atividade de
importação e, ainda, elaborar uma tabela de recomendações que evidenciasse os problemas e
propondo ações corretivas.
A planilha apresentada no Quadro 20 apresenta detalhadamente os custos incidentes no
processo de importação quando do acompanhamento dos passos citados na seção 6 desse
trabalho. A planilha também serviu de base para as ramificações apresentada na seção 10
desse trabalho.
151
Quadro 20: Planilha de importação desenvolvida como modelo para análise dos dados e
aplicação nas empresas
152
9.1.1 Análise dos dados da Chore-Time/Brock Ltda
Os dados sobre importação da empresa Chore-Time Ltda de 2000 a Julho de 2002,
compreendendo seus custos e as observações necessárias, serão discutidos neste tópico.
O Quadro 21 apresenta os dados totais das importações realizadas pela Chore-time/Brock
Ltda durante o ano de 2000.
Quadro 21: Custo das importações - Empresa Chore-Time/Brock Ltda – ano 2000
O Quadro 22 apresenta os dados totais das importações realizadas pela Chore-time/Brock
Ltda durante o ano de 2001.
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %Valor mercadoria 1.147.931,70 89.261,28 1.237.192,98 69,36%Frete Internacional 148.938,75 15.959,12 164.897,87 9,24%Imposto de Importação 164.562,78 19.615,22 184.178,00 10,33%IPI 72.311,81 5.940,37 78.252,18 4,39%ICMS 12.441,74 6.821,46 19.263,20 1,08%S.D.A 1.086,48 - 1.086,48 0,06%Infraero 203,58 43,20 246,78 0,01%Marinha Mercante 25.256,34 1.355,98 26.612,32 1,49%Outros 7.250,58 1.880,94 9.131,52 0,51%Taxa de desconsolidação 2.948,91 1.684,49 4.633,40 0,26%Taxa de administração 373,08 - 373,08 0,02%Taxa Siscomex 1.472,80 40,00 1.512,80 0,08%Serviços aduaneiros 14.036,40 2.072,06 16.108,46 0,90%THC / EADI 2.769,18 475,76 3.244,94 0,18%ISS 56,02 - 56,02 0,00%Armazenagem 4.830,79 961,26 5.792,05 0,32%ROF 244,46 6.099,32 6.343,78 0,36%DEMURRAGE - - 0,00%Frete nacional 21.553,61 1.602,48 23.156,09 1,30%LI 1.721,01 - 1.721,01 0,10%
- TOTAL - 1.783.802,94
- ( - ) Crédito ICMS 36.217,18 ( - ) Crédito IPI 64.551,65
PLANILHA DE CUSTOS REFERENTE MATÉRIA PRIMA IMPORTADA NO ANO DE 2000
153
Quadro 22: Custo das importações - Empresa Chore-Time/Brock Ltda – ano 2001
O Quadro 23 apresenta os dados totais das importações realizadas pela Chore-time/Brock
Ltda durante o período de Janeiro a Julho de 2002.
Quadro 23: Custo das importações - Empresa Chore-Time/Brock Ltda – ano 2002 – Até
Julho.
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %Valor mercadoria 765.920,70 103.426,78 869.347,48 65,47%Frete Internacional 104.857,79 60.428,09 165.285,88 12,45%Imposto de Importação 118.250,80 23.309,59 141.560,39 10,66%IPI 51.005,84 9.194,93 60.200,77 4,53%ICMS 4.799,59 19.497,18 24.296,77 1,83%S.D.A - 329,52 329,52 0,02%Infraero - 50,56 50,56 0,00%Marinha Mercante 19.041,35 19.041,35 1,43%Outros 1.843,48 1.054,00 2.897,48 0,22%Taxa de desconsolidação 579,40 347,16 926,56 0,07%Taxa de administração 50,00 173,89 223,89 0,02%Siscomex 230,00 1.650,00 1.880,00 0,14%Serviços aduaneiros 5.438,16 10.573,05 16.011,21 1,21%THC / EADI 1.245,20 - 1.245,20 0,09%ISS - - - 0,00%Armazenagem 2.581,07 6.568,82 9.149,89 0,69%ROF - - - 0,00%DEMURRAGE - - - 0,00%Frete nacional 12.937,28 2.493,98 15.431,26 1,16%LI - - 0,00%
- TOTAL 1.327.878,20 ( - ) Crédito ICMS - 24.296,77 ( - ) Crédito IPI - 60.200,77
PLANILHA DE CUSTOS REFERENTE MATÉRIA PRIMA IMPORTADA DO ANO DE 2001
H IS T Ó R IC O T O T A L M A R ÍT IM O T O T A L A É R E O T O T A L %V a lo r m ercadoria 0 ,37 587 .118 ,21 45 .947 ,46 633 .065 ,67 71 ,07%F re te In te rnac iona l 76 .290 ,13 14 .883 ,85 91 .173 ,98 10 ,24%Im pos to de Im portação 65 .137 ,51 8 .770 ,56 73 .908 ,07 8 ,30%IP I 26 .520 ,27 4 .027 ,71 30 .547 ,98 3 ,43%IC M S 9.362 ,81 4 .717 ,54 14 .080 ,35 1 ,58%S .D .A - 411 ,44 411 ,44 0 ,05%In frae ro - - - 0 ,00%M arinha M ercan te 11 .928 ,16 - 11 .928 ,16 1 ,34%O utros 5 .250 ,74 1 .825 ,08 7 .075 ,82 0 ,79%T axa de desconso lidação 673 ,27 258 ,40 931 ,67 0 ,10%T axa de adm in is tração 75 ,00 - 75 ,00 0 ,01%S iscom ex 240 ,00 530 ,00 770 ,00 0 ,09%S erv iços aduane iros 4 .468 ,20 3 .471 ,62 7 .939 ,82 0 ,89%T H C / E A D I 549 ,49 - 549 ,49 0 ,06%IS S - - - 0 ,00%A rm azenagem 4.588 ,92 1 .246 ,74 5 .835 ,66 0 ,66%R O F - - - 0 ,00%D E M U R R A G E - - - 0 ,00%F re te nac iona l 12 .196 ,14 278 ,37 12 .474 ,51 1 ,40%LI - - - 0 ,00%
T O T A L 890 .767 ,63
( - ) C réd ito IC M S 26 .520 ,27 ( - ) C réd ito IP I 9 .362 ,81
P L A N IL H A D E C U S T O S R E F E R E N T E M A T É R IA P R IM A IM P O R T A D A - JA N E IR O - JU L H O D E 2002
154
O Quadro 24 apresenta os dados totais das importações consolidadas da Chore-Time/Brock
Ltda durante o período de janeiro de 2000 a julho de 2002. Logo abaixo, apresenta-se uma
análise desses dados, comparando os dados coletados com a teoria pesquisada e a planilha
modelo criado pelo autor da dissertação.
Quadro 24: Custo das importações - Empresa Chore-Time/Brock Ltda – 2000 à Julho de
2002
O autor da dissertação adotou a seguinte escala para análise e comentário dos dados
coletados:
a) PROBLEMA. Os dados apresentados pela empresa não são consistentes se comparados
com o a planilha modelo.
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %Valor mercadoria 0,37 2.500.970,61 238.635,51 2.739.606,13 68,45%Frete Internacional 330.086,66 91.271,06 421.357,73 10,53%Imposto de Importação 347.951,09 51.695,37 399.646,46 9,99%IPI 149.837,92 19.163,01 169.000,93 4,22%ICMS 26.604,14 31.036,18 57.640,32 1,44%S.D.A 1.086,48 740,96 1.827,44 0,05%Infraero 203,58 93,76 297,34 0,01%Marinha Mercante 56.225,85 1.355,98 57.581,83 1,44%Outros 14.344,80 4.760,02 19.104,82 0,48%Taxa de desconsolidação 4.201,58 2.290,05 6.491,63 0,16%Taxa de administração 498,08 173,89 671,97 0,02%Siscomex 1.942,80 2.220,00 4.162,80 0,10%Serviços aduaneiros 23.942,76 16.116,73 40.059,49 1,00%THC / EADI 4.563,87 475,76 5.039,63 0,13%ISS 56,02 - 56,02 0,00%Armazenagem 12.000,78 8.776,82 20.777,60 0,52%ROF 244,46 6.099,32 6.343,78 0,16%DEMURRAGE - - - 0,00%Frete nacional 46.687,03 4.374,83 51.061,86 1,28%LI 1.721,01 - 1.721,01 0,04%
TOTAL 4.002.448,76
( - ) Crédito ICMS 122.938,22 ( - ) Crédito IPI 73.914,46
PLANILHA DE CUSTOS REFERENTE MATÉRIA PRIMA IMPORTADA - 2000 a JULHO DE 2002
155
b) ACEITÁVEL. Os dados apresentados pela empresa são consistentes se comparados com
a planilha modelo.
c) OK: Está totalmente de acordo com a planilha modelo.
Todos os custos de importação foram comparados com o valor FOB, para possibilitar a
análise, e demonstrado no Quadro 25 para mais adiante ser elaborada a conclusão.
Quadro 25: Avaliação Chore-Time / Brock Ltda
Analisando o Quadro 25, é possível tecer os seguintes comentários: na modalidade transporte
marítimo, foram identificados os seguintes problemas: o frete internacional está muito
elevado; o ICMS não condiz com a aliquota aplicada para esse tipo de produto; o SDA
apresenta divergência, existindo porém, a possibilidade de a empresa não pagar essa despesa;
a despesa de Infraero em transporte marítimo significa uma falta grave, na medida que cobra
taxas relativas a cargas atracadas em aeroportos; a Marinha Mercante cobra uma tarifa de
25% sobre o frete marítimo e diverge do modelo em um percentual elevado; a taxa de
Chore-Time / Brock Ltda Modelo Proposto AVALIAÇÃO Chore-Time / Brock Ltda Modelo Proposto AVALIAÇÃOMARÍTMO MARÍTIMO AÉREO AÉREO
Frete internacional 13,20% 3,79% PROBLEMA 38,25% 8,57% PROBLEMAImposto de importação 13,91% 14,60% ACEITÁVEL 21,66% 15,27% PROBLEMAIPI 5,99% 5,95% ACEITÁVEL 8,03% 6,22% ACEITÁVELICMS 1,06% 27,47% PROBLEMA 13,01% 18,95% PROBLEMAS. D. A. 0,04% 0,23% PROBLEMA 0,31% 0,00% ACEITÁVELInfraero 0,01% 0,00% PROBLEMA 0,04% 2,31% ACEITÁVELMarinha Mercante 2,25% 0,95% PROBLEMA 0,57% 0,00% PROBLEMAOutros 0,57% 0,31% PROBLEMA 1,99% 1,60% ACEITÁVELTaxa de Desconsolidação 0,17% 0,25% PROBLEMA 0,96% 0,00% PROBLEMATaxa de Administração 0,02% 0,04% ACEITÁVEL 0,07% 5,00% ACEITÁVELSiscomex 0,08% 0,03% ACEITÁVEL 0,93% 1,94% ACEITÁVELServiços aduaneiros 0,96% 0,60% ACEITÁVEL 6,75% 14,53% ACEITÁVELTHC / EADI 0,18% 0,29% ACEITÁVEL 0,20% 0,00% PROBLEMAISS 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKArmazenagem 0,48% 0,00% ACEITÁVEL 3,68% 3,38% ACEITÁVELROF 0,01% 0,35% PROBLEMA 2,56% 0,71% PROBLEMADemurrage 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKFrete Nacional 1,87% 1,62% ACEITÁVEL 1,83% 1,00% ACEITÁVELLI 0,07% 0,00% ACEITÁVEL 0,00% 0,00% OK
% sobre o valor FOB
156
desconsolidação tem uma tarifa fixa e, portanto, não deveria haver divergência em relação ao
modelo; e, por fim, o ROF (Registro de Operações Financeiras) tem um percentual baixo, pois
nesse campo englobam-se também as despesas financeiras, como CPMF e Contrato de
Câmbio.
Na modalidade de transporte aéreo, foram identificados os seguintes problemas: o frete
internacional apresentou valor muito elevado em relação ao modelo; o imposto de importação
não condiz com a alíquota aplicada sobre esse produto específico; o ICMS não condiz com a
alíquota aplicada sobre o produto; existe um erro grave com relação à Marinha Mercante, pois
essa tarifa somente se aplica na modalidade marítima e, também, não deveria haver taxa de
desconsolidação para importação aérea; o THC (Terminal Handling Carrier), é cobrado
somente em importações marítimas; e, por fim, as despesas financeiras estão todas englobadas
em ROF.
Constatou-se também que os valores desconhecidos pela empresa em questão são lançados na
conta “Outros”, o que identifica o desconhecimento da importância dessas taxas, que devem
ser identificadas para possibilitar à empresa uma melhor negociação com os prestadores de
serviços envolvidos na atividade de importação, a fim de possibilitar uma redução de custos.
9.1.2 Análise dos dados da empresa Avimac Ltda
Em seguida serão discutidos os dados de importação da empresa Avimac Ltda do ano de 2001
à 2003, analisando seus custos e fazendo as observações necessárias.
O Quadro 26 apresenta os dados totais das importações realizadas pela Avimac Ltda durante o
ano de 2001.
157
Quadro 26: Custo das importações - Empresa Avimac Ltda – ano 2001
Na consolidação dos dados de 2001, 2002 e 2003 serão feitos os comentários a respeito dos
custos, porém vale destacar que no ano de 2001 a empresa apresentou custos razoáveis de
importação, principalmente nas negociações de fretes marítimos, fechando o ano com 2,31%
comparado ao valor FOB.
Quadro 27: Custo das importações - Empresa Avimac Ltda – ano 2002
HISTÓ RICO TO TAL M ARÍTIM O TO TAL %Valor m ercadoria 138.107,12 138.107,12 78,99%Frete Internacional 4.040,00 4 .040,00 2 ,31%Im posto de Im portação 16.964,62 16.964,62 9 ,70%IP I 6.906,98 6 .906,98 3 ,95%ICM S - 0 ,00%SEG URO 2.530,45 2 .530,45 1 ,45%S.D .A - 0 ,00%Infraero - 0 ,00%M arinha M ercante - 0 ,00%O utros 2.820,06 2 .820,06 1 ,61%Taxa de desconsolidação - 0 ,00%Taxa de adm inis tração - 0 ,00%S iscom ex 80,00 80,00 0 ,05%Serv iços aduaneiros - 0 ,00%THC / EADI - 0 ,00%ISS - 0 ,00%Arm azenagem 424,36 424,36 0 ,24%RO F - 0 ,00%DEM URRAG E - 0 ,00%Frete nacional 2.960,00 2 .960,00 1 ,69%LI - 0 ,00%
TO TAL 174.833,59
PLANILHA DE CUSTO S REFERENTE M ATERIA PRIM A IM PO RTADA NO ANO DE 2001
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL %Valor mercadoria 65.855,76 65.855,76 81,51%Frete Internacional 1.410,00 1.410,00 1,75%Imposto de Importação 7.702,44 7.702,44 9,53%IPI 3.135,95 3.135,95 3,88%ICMS - 0,00%SEGURO 41,26 41,26 0,05%S.D.A - 0,00%Infraero - 0,00%Marinha Mercante - 0,00%Outros - 0,00%Taxa de desconsolidação - 0,00%Taxa de administração - 0,00%Siscomex 40,00 40,00 0,05%Serviços aduaneiros 501,15 501,15 0,62%THC / EADI - 0,00%ISS - 0,00%Armazenagem 424,36 424,36 0,53%ROF - 0,00%DEMURRAGE - 0,00%Frete nacional 1.680,00 1.680,00 2,08%LI - 0,00%
TOTAL 80.790,92
PLANILHA REFERENTE MATÉRIA PRIMA IMPORTADA NO ANO DE 2002
158
Quadro 28: Custo das importações - Empresa Avimac Ltda – ano 2003
A fim de proporcionar uma análise geral dos dados da Empresa Avimac Ltda, apresentam-se
no Quadro 29, os dados consolidados de 2001, 2002 e 2003, e no Quadro 31 os problemas
identificados com seus comentários em seguida.
Quadro 29: Custo das importações - Empresa Avimac Ltda – ano 2001 , 2002 e 2003.
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL %Valor mercadoria 189.692,15 189.692,15 69,96%Frete Internacional 20.102,40 20.102,40 7,41%Imposto de Importação 29.968,13 29.968,13 11,05%IPI 12.113,16 12.113,16 4,47%ICMS - - 0,00%SEGURO 138,24 138,24 0,05%S.D.A - - 0,00%Infraero - - 0,00%Marinha Mercante 5.486,40 5.486,40 2,02%Outros - - 0,00%Taxa de desconsolidação - - 0,00%Taxa de administração - - 0,00%Siscomex - - 0,00%Serviços aduaneiros 1.272,04 1.272,04 0,47%THC / EADI - - 0,00%ISS - - 0,00%Armazenagem 2.067,84 2.067,84 0,76%ROF - - 0,00%DEMURRAGE - - 0,00%Frete nacional 10.296,00 10.296,00 3,80%LI - 0,00%
TOTAL 271.136,36
PLANILHA REFERENTE MATÉRIA PRIMA IMPORTADA NO ANO DE 2003
H IS T Ó R IC O T O T A L M A R ÍT IM O T O T A L %V alor m ercadoria 393.655 ,03 393 .655 ,03 74 ,73%F re te In te rnac iona l 25 .552 ,40 25 .552 ,40 4 ,85%Im posto de Im portação 54 .635 ,09 54 .635 ,09 10 ,37%IP I 22 .156 ,09 22 .156 ,09 4 ,21%IC M S - - 0 ,00%S E G U R O 2.709,95 2 .709 ,95 0 ,51%S .D .A - - 0 ,00%In fraero - - 0 ,00%M arinha M ercan te 5 .486 ,40 5 .486 ,40 1 ,04%O utros 2 .820 ,06 2 .820 ,06 0 ,54%T axa de desconso lidação - - 0 ,00%T axa de adm in is tração - - 0 ,00%S iscom ex 120,00 120 ,00 0 ,02%S erv iços aduane iros 1 .773 ,19 1 .773 ,19 0 ,34%T H C / E A D I - - 0 ,00%IS S - - 0 ,00%A rm azenagem 2.916,56 2 .916 ,56 0 ,55%R O F - - 0 ,00%D E M U R R A G E - - 0 ,00%F re te nac iona l 14 .936 ,00 14 .936 ,00 2 ,84%LI - - 0 ,00%
T O T A L 526.760 ,77
P L A N IL H A R E F E R E N T E M A T É R IA P R IM A IM P O R T A D A - A N O 2001 - A N O 2002 e A N O 2003
159
Quadro 30: Avaliação Avimac Ltda.
Na modalidade transporte marítimo, preferida para todas as importações da Avimac Ltda, foi
realizada a seguinte avaliação: o Frete Internacional é aceitável, porque os valores são
negociados e as cargas da empresa são, em sua grande maioria, de valores não muito altos; o
Imposto de Importação também é aceitável, pois a empresa gozou de alguns benefícios
fiscais, denominados “EX-Tarifários” durante o ano de 2002, o que possibilitou-lhe pagar
uma alíquota reduzida de Imposto de Importação e também de IPI – Imposto Sobre Produtos
Industrializados; identificou-se um problema na questão do ICMS, que não condiz com a
aliquota aplicada aos produtos importados; verificando-se que a maneira como é tratado tal
crédito possibilita uma interpretação incorreta com relação a este item de custo de importação.
O problema identificado com relação à Marinha Mercante deveu-se ao baixo volume de
importações da Avimac Ltda e por ter sido possível verificar na documentação da empresa
que os valores pagos não condizem com a alíquota de 25% sobre o frete internacional. A taxa
de desconsolidação deveria constar, pois todos os embarques da Avimac Ltda foram
realizados com agentes de carga. Também foi identificado que a Taxa de Administração
Avimac Ltda Modelo Proposto AVALIAÇÃO
MARÍTMO MARÍTIMOFrete internacional 4,85% 3,79% ACEITÁVEL
Imposto de importação 10,37% 14,60% ACEITÁVEL
IPI 4,21% 5,95% ACEITÁVEL
ICMS 4,21% 27,47% P R O B LEM A
SEGURO 0,51% 0,05% ACEITÁVEL
S. D. A. 0,04% 0,23% ACEITÁVEL
Infraero 0,00% 0,00% O K
Marinha Mercante 1,04% 0,95% P R O B LEM A
Outros 0,54% 0,31% P R O B LEM A
Taxa de Desconsolidação 0,00% 0,25% P R O B LEM A
Taxa de Administração 0,00% 0,04% P R O B LEM A
Siscomex 0,02% 0,03% ACEITÁVEL
Serviços aduaneiros 0,34% 0,60% ACEITÁVEL
THC / EADI 0,00% 0,29% P R O B LEM A
ISS 0,00% 0,00% O K
Armazenagem 0,48% 0,00% ACEITÁVEL
ROF 0,01% 0,35% P R O B LEM A
Demurrage 0,00% 0,00% O K
Frete Nacional 2,84% 1,62% ACEITÁVEL
LI 0,00% 0,00% ACEITÁVEL
% sobre o valor FOB
160
deveria ter sido cobrada, pois os despachantes aduaneiros cobram tal valor. O THC é uma
taxa cobrada pelo porto de Paranaguá para todos os embarques marítimos com movimentação
de contêineres, e esse foi o caso da Avimac Ltda. Portanto, o problema foi identificado e
observado por não constar nas planilhas e documentos apresentados pela empresa. Por fim, o
ROF também apresentou divergência com relação ao modelo, pois não constam as despesas
bancárias, que provavelmente estão lançadas no item “Outros” .
9.1.3 Análise dos dados da empresa Sicpa Brasil Ltda
Em seguida serão apresentados os dados de importação da empresa Sicpa Brasil Ltda do ano
de 2000 à 2003, analisando seus custos e fazendo as observações necessárias.
O Quadro 31 apresenta os dados totais das importações realizadas pela Sicpa Brasil Ltda
durante o ano de 2000
Quadro 31: Custo das importações - Origem França - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano 2000
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADAS DA FRANÇA EM 2000
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %VALOR FOB 2.492.893,56 22.299,03 2.515.192,59 76,67%FRETE EXTERNO 5.503,75 - 5.503,75 0,17%SEGURO - - - 0,00%DESPACHANTE ADUANEIRO 8.100,00 900,00 9.000,00 0,27%NCM - - - 0,00%AFRMM 28.214,58 - 28.214,58 0,86%CAPATAZIA 2.322,00 - 2.322,00 0,07%ARMAZENAGEM 132.961,90 548,57 133.510,47 4,07%FRETE MARÍTIMO 95.667,73 - 95.667,73 2,92%FRETE AÉREO - 6.779,23 6.779,23 0,21%DIVS DESPESAS 11.825,84 664,79 12.490,63 0,38%SINDICATO 1.800,00 440,00 2.240,00 0,07%IMP/IMP 434.686,44 6.309,26 440.995,70 13,44%IPI - - - 0,00%EXAME LABORAT - - - 0,00%FRETE INT 27.699,68 802,40 28.502,08 0,87%ICMS C/RECUP - - - 0,00%
- TOTAL 3.241.675,47 38.743,29 3.280.418,76 100%TOTAL GERAL -
- ICMS RECUP 534.782,82 7.889,45 542.672,27 IPI RECUP 154.386,69 2.877,39 157.264,08
161
Quadro 32: Custo das importações - Origem França - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano 2001
Quadro 33: Custo das importações - Origem França - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano 2002
P LAN ILH A D E C U S TO R E FE R EN TE M ATÉ R IAS P R IM AS IM PO R TAD AS D A FR AN Ç A E M 2001
H IS TÓ R IC O TO TAL M AR ÍT IM O TO TAL AÉ R E O TO TAL %VALO R FO B 3.502.515,76 46 .356,99 3 .548.872,75 76 ,97%FR ETE EXTER N O - - - 0 ,00%SEG U R O - - - 0 ,00%D ESPAC H AN TE AD U AN EIR O 95.943,83 2 .700,00 98 .643,83 2 ,14%N C M - - - 0 ,00%AFR M M 29.179,57 - 29 .179,57 0 ,63%C APATAZIA 3.342,50 - 3 .342,50 0 ,07%AR M AZEN AG EM 8.526,30 40 ,56 8 .566,86 0 ,19%FR ETE M AR ÍTIM O 174.159,38 - 174.159,38 3 ,78%FR ETE AÉR EO - 57 .980,90 57 .980,90 1 ,26%D IVS D ESPESAS 19.641,41 3 .599,02 23 .240,43 0 ,50%SIN D IC ATO 4.308,00 1 .232,00 5 .540,00 0 ,12%IM P/IM P 611.659,61 16 .355,27 628.014,88 13 ,62%IP I - - - 0 ,00%EXAM E LABO R AT - - - 0 ,00%FR ETE IN T 30.657,83 2 .355,84 33 .013,67 0 ,72%IC M S C /R EC U P - - - 0 ,00%
- TO TAL 4.479.934,17 130.620,58 4 .610.554,75 100%
- IC M S R EC U P 783.850,16 20 .702,47 804.552,63 IP I R EC U P 286.284,72 5 .707,10 291.991,82
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADAS DA FRANÇA EM 2002
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %VALOR FOB 2.748.495,52 - 2.748.495,52 79,40%FRETE EXTERNO - - - 0,00%SEGURO - - - 0,00%DESPACHANTE ADUANEIRO 19.223,92 450,00 19.673,92 0,57%NCM - - - 0,00%AFRMM 34.903,19 - 34.903,19 1,01%CAPATAZIA 2.808,10 - 2.808,10 0,08%ARMAZENAGEM 12.858,01 - 12.858,01 0,37%FRETE MARÍTIMO 144.577,18 - 144.577,18 4,18%FRETE AÉREO - 1.612,13 1.612,13 0,05%DIVS DESPESAS 21.769,84 548,32 22.318,16 0,64%SINDICATO 5.148,00 100,00 5.248,00 0,15%IMP/IMP 450.598,95 293,04 450.891,99 13,03%IPI - - - 0,00%EXAME LABORAT - - - 0,00%FRETE INT 18.024,88 - 18.024,88 0,52%ICMS C/RECUP - - - 0,00%
- TOTAL 3.458.407,59 3.003,49 3.461.411,08 100%
- ICMS 798.775,57 377,14 799.152,71 IPI RECUP 357.615,35 201,68 357.817,03
162
Quadro 34: Custo das importações - Origem França - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano 2003
Quadro 35: Custo das importações - Origem França - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano 2000,
2001, 2002 e 2003
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADAS DA FRANÇA EM 2003
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %VALOR FOB 2.821.708,79 - 2.821.708,79 79,62%FRETE EXTERNO 186,07 - 186,07 0,01%SEGURO 2.366,26 - 2.366,26 0,07%DESPACHANTE ADUANEIRO 28.328,55 - 28.328,55 0,80%NCM - - - 0,00%AFRMM 19.277,78 - 19.277,78 0,54%CAPATAZIA 1.950,24 - 1.950,24 0,06%ARMAZENAGEM 50.210,07 - 50.210,07 1,42%FRETE MARÍTIMO 89.448,78 - 89.448,78 2,52%FRETE AÉREO - - - 0,00%DIVS DESPESAS 53.173,37 - 53.173,37 1,50%SINDICATO 2.112,00 - 2.112,00 0,06%IMP/IMP 444.256,67 - 444.256,67 12,54%IPI - - - 0,00%EXAME LABORAT - - - 0,00%FRETE INT 30.822,75 - 30.822,75 0,87%ICMS C/RECUP - - - 0,00%
- - TOTAL 3.543.841,33 - 3.543.841,33 100%
- - ICMS 770.760,88 - 770.760,88 IPI RECUP 128.169,00 - 128.169,00
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADAS DA FRANÇACONSOLIDADO 2000 - 2001 - 2002 e 2003HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL %VALOR FOB 11.565.613,63 68.656,02 11.634.269,65 78,10%FRETE EXTERNO 5.689,82 - 5.689,82 0,04%SEGURO 2.366,26 - 2.366,26 0,02%DESPACHANTE ADUANEIRO 151.596,30 4.050,00 155.646,30 1,04%NCM - - - 0,00%AFRMM 111.575,12 - 111.575,12 0,75%CAPATAZIA 10.422,84 - 10.422,84 0,07%ARMAZENAGEM 204.556,28 589,13 205.145,41 1,38%FRETE MARÍTIMO 503.853,07 - 503.853,07 3,38%FRETE AÉREO - 66.372,26 66.372,26 0,45%DIVS DESPESAS 106.410,46 4.812,13 111.222,59 0,75%SINDICATO 13.368,00 1.772,00 15.140,00 0,10%IMP/IMP 1.941.201,67 22.957,57 1.964.159,24 13,19%IPI - - - 0,00%EXAME LABORAT - - - 0,00%FRETE INT 107.205,14 3.158,24 110.363,38 0,74%ICMS C/RECUP - - - 0,00%
- - - TOTAL 14.723.858,56 172.367,36 14.896.225,92 100%
- - - ICMS 2.888.169,43 28.969,06 2.917.138,49 IPI RECUP 926.455,76 8.786,17 935.241,93
163
Quadro 36: Custo das importações - Origem Uruguai - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano
2000
Quadro 37: Custo das importações - Origem Uruguai - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano
2001
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADASDO URUGUAI - ANO 2000HISTÓRICO TOTAL TERRESTRE % VALOR FOB 1.689.150,28 94,02%FRETE EXTERNO 52.180,21 2,90%SEGURO - 0,00%DESPACHANTE ADUANEIRO 4.199,06 0,23%NCM - 0,00%AFRMM - 0,00%CAPATAZIA - 0,00%ARMAZENAGEM 1.171,04 0,07%FRETE MARÍTIMO - 0,00%FRETE AÉREO - 0,00%DIVS DESPESAS 2.374,44 0,13%SINDICATO - 0,00%IMP/IMP - 0,00%IPI - 0,00%EXAME LABORAT - 0,00%FRETE INT 47.558,09 2,65%ICMS C/RECUP - 0,00%
0,00%TOTAL 1.796.633,12 100,00%
ICMS RECUP 321.017,08 IPI RECUP 171.666,90
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADASDO URUGUAI - ANO 2001HISTÓRICO TOTAL TERRESTRE % VALOR FOB 4.197.919,63 95,40%FRETE EXTERNO 10.925,10 0,25%SEGURO - 0,00%DESPACHANTE ADUANEIRO 9.011,03 0,20%NCM - 0,00%AFRMM - 0,00%CAPATAZIA - 0,00%ARMAZENAGEM - 0,00%FRETE MARÍTIMO - 0,00%FRETE AÉREO - 0,00%DIVS DESPESAS 5.952,15 0,14%SINDICATO - 0,00%IMP/IMP - 0,00%IPI - 0,00%EXAME LABORAT - 0,00%FRETE INT 176.668,05 4,01%ICMS C/RECUP - 0,00%
0,00%TOTAL 4.400.475,92 100,00%
ICMS RECUP 794.787,13 IPI RECUP 425.019,77
164
Quadro 38: Custo das importações - Origem Uruguai - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano
2002
Quadro 39: Custo das importações - Origem Uruguai - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano
2003
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADASDO URUGUAI - ANO 2002HISTÓRICO TOTAL TERRESTRE % VALOR FOB 2.946.559,02 96,39%FRETE EXTERNO - 0,00%SEGURO - 0,00%DESPACHANTE ADUANEIRO 6.132,43 0,20%NCM - 0,00%AFRMM - 0,00%CAPATAZIA - 0,00%ARMAZENAGEM - 0,00%FRETE MARÍTIMO - 0,00%FRETE AÉREO - 0,00%DIVS DESPESAS 5.347,40 0,17%SINDICATO - 0,00%IMP/IMP - 0,00%IPI - 0,00%EXAME LABORAT - 0,00%FRETE INT 98.742,82 3,23%ICMS C/RECUP - 0,00%
0,00%TOTAL 3.056.781,67 100,00%
ICMS RECUP 705.380,96 IPI RECUP 297.784,37
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADASDO URUGUAI - ANO 2003HISTÓRICO TOTAL TERRESTRE % VALOR FOB 3.693.213,31 95,46%FRETE EXTERNO - 0,00%SEGURO 5.151,04 0,13%DESPACHANTE ADUANEIRO 10.008,57 0,26%NCM - 0,00%AFRMM - 0,00%CAPATAZIA - 0,00%ARMAZENAGEM - 0,00%FRETE MARÍTIMO - 0,00%FRETE AÉREO - 0,00%DIVS DESPESAS 11.627,14 0,30%SINDICATO - 0,00%IMP/IMP - 0,00%IPI - 0,00%EXAME LABORAT - 0,00%FRETE INT 148.811,08 3,85%ICMS C/RECUP - 0,00%
0,00%TOTAL 3.868.811,14 100,00%
ICMS RECUP 903.193,74 IPI RECUP 374.050,14
165
Quadro 40: Custo das importações - Origem Uruguai - Empresa Sicpa Brasil Ltda – ano
2000, 2001, 2002 e 2003
Quadro 41: Custo das importações - Origem Uruguai e França - Empresa Sicpa Brasil Ltda –
ano 2000, 2001, 2002 e 2003
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADASDO URUGUAI -Consolidado 2000 - 2001 - 2002 e 2003HISTÓRICO TOTAL TERRESTRE % VALOR FOB 12.526.842,24 95,46%FRETE EXTERNO 63.105,31 0,48%SEGURO 5.151,04 0,04%DESPACHANTE ADUANEIRO 29.351,09 0,22%NCM - 0,00%AFRMM - 0,00%CAPATAZIA - 0,00%ARMAZENAGEM 1.171,04 0,01%FRETE MARÍTIMO - 0,00%FRETE AÉREO - 0,00%DIVS DESPESAS 25.301,13 0,19%SINDICATO - 0,00%IMP/IMP - 0,00%IPI - 0,00%EXAME LABORAT - 0,00%FRETE INT 471.780,04 3,60%ICMS C/RECUP - 0,00%
- 0,00%TOTAL 13.122.701,85 100,00%
- ICMS 2.724.378,91 IPI RECUP 1.268.521,18
PLANILHA DE CUSTO REFERENTE MATÉRIAS PRIMAS IMPORTADAS DA FRANÇA E URUGUAI - 2000 à 2003CONSOLIDADO GERAL POR MODALIDADE DE TRANSPORTE
HISTÓRICO TOTAL MARÍTIMO TOTAL AÉREO TOTAL TERRESTRETOTAL
AÉREO / MARÍTIMO % VALOR FOB 11.565.613,63 68.656,02 12.526.842,24 24.161.111,89 86,23%FRETE EXTERNO 5.689,82 - 63.105,31 68.795,13 0,25%SEGURO 2.366,26 - 5.151,04 7.517,30 0,03%DESPACHANTE ADUANEIRO 151.596,30 4.050,00 29.351,09 184.997,39 0,66%NCM - - - - 0,00%AFRMM 111.575,12 - - 111.575,12 0,40%CAPATAZIA 10.422,84 - - 10.422,84 0,04%ARMAZENAGEM 204.556,28 589,13 1.171,04 206.316,45 0,74%FRETE MARÍTIMO 503.853,07 - - 503.853,07 1,80%FRETE AÉREO - 66.372,26 - 66.372,26 0,24%DIVS DESPESAS 106.410,46 4.812,13 25.301,13 136.523,72 0,49%SINDICATO 13.368,00 1.772,00 - 15.140,00 0,05%IMP/IMP 1.941.201,67 22.957,57 - 1.964.159,24 7,01%IPI - - - - 0,00%EXAME LABORAT - - - - 0,00%FRETE INT 107.205,14 3.158,24 471.780,04 582.143,42 2,08%ICMS C/RECUP - - - -
- - - - TOTAL 14.723.858,59 172.367,36 13.122.701,85 28.018.927,80 100,00%
- - ICMS 2.888.169,43 28.969,06 2.724.378,91 2.917.138,49 IPI RECUP 926.455,76 8.786,17 1.268.521,18 935.241,93
166
Quadro 42: Quadro de Avaliação da Sicpa Brasil Ltda
A Sicpa Brasil Ltda apresentou três modalidades de transportes em sua atividade de
importação, com destaque para alguns custos diferenciados. A empresa utiliza a fronteira de
Jaguarão, no Rio Grande do Sul, para efetuar importações de um fornecedor do Uruguai, e
nesse caso goza dos benefícios do Mercosul.
O Quadro 43 descreve a avaliação da Sicpa Brasil Ltda.
Quadro 43: Avaliação Sicpa Brasil Ltda(continua)
Identificação dosCustos
Marítimo Aéreo Terrestre
Frete Internacional Aceitável pois o fretemarítimo negociado podevariar em relação ao valorFOB.
Problema: O freteinternacional pago pelaempresa Sicpa Brasil Ltda ,esta extremamente alto
Aceitável, pois a empresaconseguiu bons preços defretes internacionais
Imposto de Importação Aceitável, pois para algunsprodutos da empresa aplica-se a alíquota de 18%
Problema: para a maioriados produtos que a empresaimporta, a tarifa é de 14%sob o CIF. A alta tarifa defrete aéreo influenciadiretamente essa despesa,por fazer parte da base decálculo do II
OK. Pois a empresa gozados Benefícios do acordoMERCOSUL, estando isentada cobrança de II (Impostode Importação),apresentando o certificadode origem
SICPA BRASIL Modelo Proposto AVALIAÇÃO SIPCPA BRASIL Modelo Proposto AVALIAÇÃO SIPCPA BRASIL Modelo Proposto AVALIAÇÃOMARÍTMO MARÍTIMO AÉREO AÉREO TERRESTRE TERRESTRE
Frete internacional 4,36% 3,79% ACEITÁVEL 96,67% 8,57% PROBLEMA 0,50% 4,76% ACEITÁVELImposto de importação 16,78% 14,60% ACEITÁVEL 33,44% 15,27% PROBLEMA 0,00% 0,00% OKSeguro 0,02% 0,05% ACEITÁVEL 0,00% 0,50% ACEITÁVEL 0,04% 0,50% ACEITÁVELIPI 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKICMS 0,00% 27,47% PROBLEMA 0,00% 18,95% PROBLEMA 0,00% 23,11% PROBLEMAS. D. A. 0,12% 0,23% PROBLEMA 2,58% 0,00% ACEITÁVEL 0,00% 0,00% OKInfraero 0,00% 0,00% OK 0,00% 2,31% PROBLEMA 0,00% 0,00% OKMarinha Mercante 0,96% 0,95% ACEITÁVEL 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKOutros 0,92% 0,31% PROBLEMA 7,01% 1,60% PROBLEMA 0,20% 0,45% ACEITÁVELTaxa de Desconsolidação 0,00% 0,25% PROBLEMA 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKTaxa de Administração 0,00% 0,04% PROBLEMA 0,00% 5,00% PROBLEMA 0,00% 0,04% PROBLEMASiscomex 0,00% 0,03% PROBLEMA 0,00% 1,94% PROBLEMA 0,00% 0,03% PROBLEMAServiços aduaneiros 1,31% 0,60% PROBLEMA 5,90% 14,53% ACEITÁVEL 0,23% 0,30% ACEITÁVELTHC / EADI 0,09% 0,29% ACEITÁVEL 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,04% PROBLEMAISS 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKArmazenagem 1,77% 0,00% ACEITÁVEL 0,86% 3,38% ACEITÁVEL 0,01% 0,10% ACEITÁVELROF / Desp. Bancarias 0,00% 0,35% PROBLEMA 0,00% 0,71% PROBLEMA 0,00% 0,37% PROBLEMADemurrage 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OKFrete Nacional 0,98% 1,62% ACEITÁVEL 4,60% 1,00% PROBLEMA 3,77% 1,24% ACEITÁVELLI 0,00% 0,00% ACEITÁVEL 0,00% 0,00% OK 0,00% 0,00% OK
% DO VALOR FOB
167
Quadro 43: Avaliação Sicpa Brasil Ltda(continua)
Seguro Aceitável pois o valor deseguro é variável
Aceitável: A maior parte dosprodutos da Sicpa BrasilLtda, vem com IncotermCIP, portanto o Exportador,paga o Seguro e a SicpaBrasil Ltda (Importador),não computa essa despesacomo tal
Aceitável, pois a empresaconseguiu negociar seuseguro de transportediretamente com atransportadora com umaalíquota aceitável
IPI Os produtos da Empresa sãoisentos da cobrança de IPI.
Os produtos da Empresa sãoisentos da cobrança de IPI.
Os produtos da Empresa sãoisentos da cobrança de IPI.
ICMS Problema: nos produtos daempresa se aplica a cobrançade ICMS, e não estãolançados devidamente nasplanilhas. Observa-se issona Tabela 26
Problema: nos produtos daempresa se aplica a cobrançade ICMS, e não estãolançados devidamente nasplanilhas. Observa-se issona Tabela 26
Problema: nos produtos daempresa se aplica a cobrançade ICMS, e não estãolançados devidamente nasplanilhas. Observa-se issona Tabela 26
S.D.A Problema: O percentual estáabaixo do comparado com omodelo, e em Jaguarão-RScobra-se o S.D.Anormalmente.
Considerado aceitável, poisem um determinado períodohouve cobrança de S.D.A noaeroporto de Viracopos-SP
Ok. Em Jaguarão – Rs nãoteve a cobrança de S.D.Anesse período
INFRAERO Não existe cobrança nessamodalidade
Problema: A utilização doaeroporto para desembaraçode cargas, gera tarifas nainfraero, e não consta naPlanilha da Sicpa
OK. Não existe cobrançanessa modalidade
Marinha Mercante Aceitável, apenas umapequena diferença
OK. Não existe cobrançanessa modalidade
OK. Não existe cobrançanessa modalidade
Outros Esse item apresentaproblemas, pois os custosnão identificadoscorretamente são lançadosnesse item, causandodeficiência no momento daanálise e negociação deredução de despesas
Esse item apresentaproblemas, pois os custosnão identificadoscorretamente são lançadosnesse item, causandodeficiência no momento daanálise e negociação deredução de despesas
Esse item apresentaproblemas, pois os custosnão identificadoscorretamente são lançadosnesse item, causandodeficiência no momento daanálise e negociação deredução de despesas
Taxa de Desconsolidação Problema: como o embarque foiconsolidado, deveria constar ataxa de desconsolidação.
Ok. Não houve taxa dedesconsolidação
Ok. Não houve taxa dedesconsolidação
Taxa de Administração Problema: Essa conta éidentificada na maioria dasvezes por cobrança dodespachante aduaneiro.
Problema: A companhiaaérea fatura uma taxa deadministração sempre queacontece um embarqueaéreo
Problema: Essa conta éidentificada na maioria dasvezes por cobrança dodespachante aduaneiro.
Siscomex Problema: Não estaconstando na planilha a taxade utilização do siscomex
Problema: Não estaconstando na planilha a taxade utilização do siscomex
Problema: Não estaconstando na planilha a taxade utilização do siscomex
Serviços Aduaneiros Problema: O percentualpago de serviços aduaneirosestá acima do praticado,porém outras despesas estãosendo lançadas nessa conta.
Aceitável, pois a empresanegociou um bom preço dedesembaraço aduaneiro comos despachantes
Aceitável, pois a empresanegociou um bom preço dedesembaraço aduaneiro comos despachantes
168
Quadro 43: Avaliação Sicpa Brasil Ltda(conclusão)
THC / EADI Foi considerado aceitável,pois alguns embarques daempresa é consolidado, eisso reduz a cobrança deTHC
OK. Não existe cobrança deTHC nessa modalidade
Problema: As tarifas deutilização do EADI –Jaguarão – RS , nãoaparecem planilhadas eidentificadas
ISS Ok. Não existe cobrança deISS para Sicpa Brasil Ltdano processo de importação
Ok. Não existe cobrança deISS para Sicpa Brasil Ltdano processo de importação
Ok. Não existe cobrança deISS para Sicpa Brasil Ltdano processo de importação
Armazenagem Aceitável pois existiuperíodos em que a empresaprecisou utilizar, devido aproblemas de greve com aReceita federal
Aceitável, pois a empresaconseguiu bons preços,utilizando esses serviços daInfraero
Aceitável, pois a empresaconseguiu bons preços,utilizando esses serviços daEADI – Jaguarão – Rs. EVale destacar a competênciado despachante aduaneironessa Região, que consegueo desembaraço das cargasem 1 dia (quase em 100%dos casos)
ROF/Despesas financeiras Problema identificado, poisa empresa não apresentounenhum % nessa conta, e asdespesas financeiras foramlançadas em “outros” .
Problema identificado, poisa empresa não apresentounenhum % nessa conta, e asdespesas financeiras foramlançadas em “outros” .
Problema identificado, poisa empresa não apresentounenhum % nessa conta, e asdespesas financeiras foramlançadas em “outros” .
Demurrage Ok. A empresa nãonecessitou pagar despesasextras de aluguel docontainer para o agente dacompanhia marítima
Ok. Não existe cobrança dedemurrage nessa modalidade
Ok. Não existe cobrança dedemurrage nessamodalidade, pois a empresacarrega cargas a granel
Frete Nacional Aceitável, pois a empresaconseguiu negociar bonspreços de fretes
Problema: O frete pago paratrazer do aeroporto atéLondrina-Pr, esta com umpercentual muito elevado
Problema: O frete pago paratrazer do aeroporto atéLondrina-Pr, esta com umpercentual muito elevado
LI Aceitável: a empresanecessitou de apenas 1 LI noperíodo analisado
Ok. Não houve necessidadede LI
Ok. Não houve necessidadede LI
9.1.4 Análise dos dados respondidos em questionário pelos funcionários e despachantes
aduaneiros (Apêndices C e D)
Para a análise dos dados respondidos pelos funcionários das empresas e pelos despachantes
aduaneiros, foram utilizados os Apêndices C e D desse trabalho respectivamente. As respostas
aos questionários aplicados trouxeram respostas variadas possibilitando uma ampla análise
conclusiva a respeito do tema em questão. Os dados levantados foram de fundamental
169
importância para que pudessem ser atingidos os objetivos específicos c e d delineados na
subseção 1.4.2 os quais eram: Identificar o conhecimento dos atores envolvidos no processo
de importação de cada empresa, analisando o conhecimento dos processos e os custos e
verificar se existe a necessidade de alterar rotinas relacionadas à estimação de custos da
importação nas empresas.
Com relação aos entrevistados, 62,5% são do sexo masculino, sendo 37,5% dos entrevistados
com 3º grau completo, onde 50% trabalham em outras áreas, sem relação específica com a
atividade de importação. Apenas 37,5% dos entrevistados exercem atividades a mais de 3
anos na empresa, 87,5% não tem formação específica na área de comércio exterior e 62,50%
dos entrevistados não possuem cursos relacionados a área. As opiniões divergem muito
quando são questionados sobre os produtos que a empresa importa, onde 62,50% dizem que o
produto importado é “partes e peças” e 37,5% responde que as empresas importam máquinas.
Algumas respostas, mostram o total desconhecimento da atividade de importação das
empresas, pois 12,5% dos entrevistados não informam quais são os portos utilizados pela
empresa, mostrando uma não preocupação com esse aspecto logístico tão importante. Dentre
eles, 12,5% respondem que as empresas importam também por Santos-SP, o que não é
verdade, pois foram levantados os documentos de importação das empresas e não existe
importação via Santos-SP.
O mesmo acontece quando os entrevistados são questionados sobre os aeroportos de chegada
das cargas das empresas, onde 12,5% respondem que as cargas chegam por Cumbica-SP, e
nenhuma das empresas tem importações com chegada nesse aeroporto e 50% dos
entrevistados ainda responderam que as empresas “não utilizam” nenhum aeroporto para as
importações. Dos entrevistados 62,5% responderam que a modalidade de pagamento é a
remessa direta de documentos, estando entre 60 e 90 dias o prazo para o pagamento. O
170
principal país de origem que aparece nas respostas é a França com 75% e o segundo País de
origem é os Estados Unidos da américa, aparecendo em 50% das respostas.
Alguns fatos observados que marcaram essa pesquisa foi o não conhecimento dos Incoterms
(75% dos entrevistados), o não conhecimento dos fatores geradores de custos na importação
(75% dos entrevistados, a não tentativa de projeção de custos antes de iniciar o processo de
importação (37,5% dos entrevistados) e ainda o não treinamento dos funcionários para
atualização de normas e procedimentos de importação (87,5% dos entrevistados).
Os despachantes aduaneiros que prestam serviços para as empresas e que responderam o
questionário também apresentam dados interessantes a serem analisados. Dos entrevistados,
80% possui curso superior e todos eles (100%) trabalham na atividade de importação, sendo
que 80% atuam a mais de 3 anos, e 80% se mantém em treinamento constante em relação às
normas e procedimentos de importação, e ainda as empresas ao qual atuam trabalham com
desembaraço aduaneiro nas modalidades de transporte aéreo, marítimo e rodoviário, sendo
que todos os despachantes entrevistados também atuam em portos secos (Eadis).
Pelas informações apresentadas pelos despachantes é possível dizer que as empresas
encontram-se bem assessoradas em seus processos de importação, porém devem utilizar mais
essa fonte de conhecimento, uma vez que já pagam os honorários dos despachantes e
consideram os mesmos como participantes dessa atividade.
Em uma das questões perguntou-se aos despachantes aduaneiros em qual fase da importação
visualizam a possibilidade de redução de custos nas empresas, e as respostas obtidas são
apresentadas na Tabela 4.
171
Tabela 4: Opinião dos entrevistados quanto a fase onde há possibilidade de redução de custos
Opinião Total %Antes do embarque, conforme a mercadoria verificar o melhor local de enviopois existem exigências aduaneiras, diferentes em cada alfândega. Uma eximiaanálise documental antes do embarque vem minimizar multas, e desgastes juntoa Receita Federal.
1 20
Desde a chegada da mercadoria tem que haver agilidade no processo para quenão ocorra despesas, para isto as empresas tem que se estruturar na parteoperacional para que não haja divergências documentais, um dos principaisfatores de oneração na importação
1 20
Logística e Assessoria Aduaneira - Muitas empresas crêem que o valor maisbarato, acaba por minimizar os custos destes dois serviços prestados, o que narealidade, não passa de um grandíssimo engano.
1 20
Na fase da liberação Receita Federal e Órgãos Anuentes possuem umaburocracia insuportável, falta de estrutura, os quais atrasam a liberação eaumentam os ônus de armazenagem e outros custos. A liberação mais rápidadiminuiria estes custos.
1 20
Redução de carga tributária pois ela representa 85% das despesas e custosaduaneiros 1 20
Total 5 100
A Tabela 4 apresenta algumas opiniões interessantes, porém algumas observações como “a
liberação mais rápida diminuiria estes custos”, serve apenas de alerta, pois não é possível
identificar um caminho lógico que possa tornar isso uma realidade, mas pelo menos induz a
empresa a pesquisar uma alternativa.
9.2 PROBLEMAS EVIDENCIADOS E PROPOSTAS DE AÇÕES CORRETIVAS
O Quadro 44 demonstra de maneira sucinta, alguns problemas identificados na estimação de
custos da atividade de importação das empresas em estudo, assim como outros pontos
identificados na análise dos questionários respondidos, nas observações realizadas e também
no levantamento de dados e análise dos documentos. Buscou-se evidenciar os problemas que
podem causar impacto na composição dos custos finais de importação, sendo observados
tanto aspectos quantitativos, quanto aspectos qualitativos.
172
Quadro 44: Problemas e Recomendações(continua)
Problemas Evidenciados RecomendaçõesPreço muito alto do frete internacional Negociar com NVOOCNão inserção do ICMS nas planilhas decustos e falta de controle sobre a corretabase de cálculo
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos de ICMS.
Pagamento do S.D.A Verificar Portos, Aeroportos e Despachantes aduaneiros queisentam da cobrança dessa taxa.
Falta de controle sobre os custos pagos àInfraero
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos da INFRAERO.
Falta de controle sobre os custos pagos àMarinha Mercante
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos da Marinha Mercante
Falta de controle sobre os custos pagos ref. ataxa de desconsolidação
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos ref. a Taxa dedesconsolidação
Falta de controle sobre custos pagos ref. aserviços aduaneiros
Conversar com os despachantes aduaneiros e pedirexplicações formal a respeito dos custos dos serviçosaduaneiros
Falta de controle sobre custos pagos ref. aDespesas Bancárias
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos ref. despesas bancárias
Preço muito alto do frete nacional Negociar com transportadoras Locais que tem licença paratransporte alfandegado e operam nos portos e nas cidadesonde se situam os aeroportos
Preço muito alto do frete aéreo internacional Procurar um operador logístico internacionalFalta de controle sobre os custos pagos ref.ao EADI / Porto Seco e suas despesas
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos cobrado nos EADIs.
Falta de controle sobre os custos deArmazenagem faturados pelos portos eaeroportos
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos de armazenagem
Falta de conhecimento sobre ofuncionamento do Seguro Internacional e astaxas decorrentes de sua contratação nomomento do desembaraço aduaneiro
Realizar um treinamento especializado
Falta de conhecimento sobre a LI –Licenciamento de Importação
Realizar um treinamento específico sobre o tema
Os custos de pequenas cobranças sãonormalmente aceitos, e lançados na conta“outros”.
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple todos os custos da importação,inclusive as taxas menores
Falta de controle sobre a taxa deadministração cobrada pelos despachantesaduaneiros e pela companhia aérea
Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos ref. a taxa deadministração
Falta de controle sobre o pagamento do THC Utilização de um modelo de estimação de custos deimportação que contemple os custos de THC
Falta de conhecimento sobre os benefíciosdo Mercado Comum do Sul – MERCOSUL
Realizar um treinamento específico sobre o tema
25% dos funcionários envolvidos com aatividade de importação das empresas nãotem curso superior
As empresas devem incentivar os funcionários a realizaremseus cursos superiores
Metade (50%) das pessoas envolvidas com aatividade de importação das empresas, nãotem essa atividade como principal.
Não se aplica uma ação corretiva específica, a empresa deveverificar se a atenção dada à atividade de importação não estacausando custos extras.
Somente 37,5% dos funcionários envolvidosna atividade de importação das empresastem mais de 3 anos de experiência nafunção.
Não se aplica uma ação corretiva específica, a empresa deveverificar se a experiência do funcionário na atividade deimportação não esta causando custos extras.
Somente 1 funcionário foi identificado,tendo formação na área de comérciointernacional.
Realizar treinamentos sobre os temas relacionados à atividadede importação
173
Quadro 44: Problemas e Recomendações(conclusão)
Somente 3 funcionários tem cursosrelacionados a área de comérciointernacional.
Realizar treinamentos sobre os temas relacionados à atividadede importação
Mais da metade (62,5%) dos funcionários,não responderam corretamente quais osportos utilizados pela empresa.
Organizar um grupo de trabalho que possa debater emreuniões as questões referentes ao tema: IMPORTAÇÃO
25% dos funcionários não souberam dizercorretamente quais os portos que a empresautiliza para transporte marítimo. Nenhumadas empresas utiliza o porto de Santos-SPpara desembaraço aduaneiro.
Organizar um grupo de trabalho que possa debater emreuniões as questões referentes ao tema: IMPORTAÇÃO
As empresas em estudo não utilizam oAeroporto de Cumbica e nem de Congonhaspara Desembaraço aduaneiro.
Organizar um grupo de trabalho que possa debater emreuniões as questões referentes ao tema: IMPORTAÇÃO
25% dos funcionários não souberam dizercorretamente qual a modalidade depagamento utilizada pelas empresas, pois asempresas não utilizam LCL, eobrigatoriamente utilizam REM e COB.
Organizar um grupo de trabalho que possa debater emreuniões as questões referentes ao tema: IMPORTAÇÃO
Importação da China. Nenhuma empresaestudada tem importações da China.
Organizar um grupo de trabalho que possa debater emreuniões as questões referentes ao tema: IMPORTAÇÃO
75% dos funcionários entrevistados não temconhecimento a respeito dos INCOTERMS.
Realizar um treinamento específico sobre o tema:INCOTERMS
75% dos entrevistados não temconhecimento de todos os fatores geradoresde custos.
1. Elaborar um programa de treinamento sobre o tema:ESTIMATIVA DE CUSTOS DE IMPORTAÇÃO;2. Incentivar o uso e a atualização das planilhas de estimaçãode custos de importação;3. Sempre antes de realizar a importação, elaborar a planilhade estimativa de custos;4. Ao final do processo de importação, fazer o fechamentodos custos estimados, com os custos realizados.
62,5% dos entrevistados responderam quetrabalham com estimativa de custos deimportação, e 37,5% responderam que nãotrabalham com estimativa.Obs: (Mesmo os 62,5% que trabalham comestimativa de custos, apresentam deficiênciaem suas estimativas).
1. Elaborar um programa de treinamento sobre o tema:ESTIMATIVA DE CUSTOS DE IMPORTAÇÃO;2. Incentivar o uso e a atualização das planilhas de estimaçãode custos de importação;3. Sempre antes de realizar a importação, elaborar a planilhade estimativa de custos;4. Ao final do processo de importação, fazer o fechamentodos custos estimados, com os custos realizados.
Apenas 1 funcionário entrevistado temtreinamento para atualização de normas eprocedimentos de importação
Realizar um treinamento específico sobre o tema: Normas eprocedimentos de importação
Um dos despachantes aduaneirosentrevistados respondeu que a empresa aoqual trabalha não mantém os funcionáriosem constante treinamento sobre normas eprocedimentos da atividade de importação.
Não direcionar mais processos de importação para odespachante aduaneiro em questão
O Quadro 44 demonstra a importância do conhecimento por parte dos envolvidos na atividade
de importação e demonstra que as empresas necessitam urgentemente se reestruturarem nesse
aspecto, pois os custos extras da atividade de importação, na maioria dos casos, são oriundos
174
de atrasos no processo de desembaraço aduaneiro e ainda de erros primários relativos a falta
de conhecimento.
9.3 CONCLUSÃO
Esta seção apresentou a análise dos dados obtidos, o que propiciou a identificação e avaliação
dos custos do processo de importação das empresas. Como resultado, apresentou-se um
quadro que sugere ações de melhoria dos problemas evidenciados. Pode-se concluir que a
atividade de importação das empresas pesquisadas necessita de uma melhor estimação de
custos e que o atual modelo utilizado necessita ser aprimorado. Também concluiu-se que é
necessário promover um melhor entendimento do processo de importação por parte dos
envolvidos nesta atividade.
Vale destacar que as informações analisadas referente ao questionário respondido pelos
despachantes aduaneiros indicam que as empresas estão muito bem assessoradas e que,
portanto, devem utilizar mais o conhecimento desses profissionais para sanar algumas duvidas
inerentes à atividade de importação.
175
10 PLANILHA MODELO PARA ESTIMAÇÃO DE CUSTOS NA ATIVIDADE DE
IMPORTAÇÃO PARA AS EMPRESAS ANALISADAS
Nesta seção, foi realizada a apresentação das planilhas de estimação de custos criadas pelo
autor da dissertação, em que se completa uma parte do objetivo geral, que tem como
finalidade a apresentação de uma planilha modelo de estimação de custos de importação para
as empresas em estudo. A explicação básica sobre cada custo envolvido foi dada na seção 9.1
através da apresentação da planilha modelo.
Como as empresas operam com desembaraço aduaneiro de importação em cidades portos e
aeroportos diferentes, com tarifas diversificadas foi necessário elaborar uma planilha (quadro)
para cada um dos portos de desembaraço, sendo: 45 – Paranaguá – Paraná ; 46 – EADI -
Maringá – Paraná; 47 – EADI - Curitiba – Paraná ; 48 – Aeroporto Afonso Pena – Curitiba –
Paraná; 49 – Aeroporto de Viracopos – Campinas – São Paulo; 50 – EADI – Jaguarão – Rio
Grande do Sul.
Através das pesquisas foi possível coletar dados para que fossem montadas as planilhas
modelo para cada local de desembaraço aduaneiro apresentado pelas empresas, e foram
colocados no anexo desse trabalho alguns documentos que evidenciam os custos coletados e
que serviram de base para a montagem das planilhas modelo de importação para cada ponto
de desembaraço das empresas.
A planilha modelo de estimação de custos de importação apresentada no Quadro 45,
contempla os custos de importação via Paranaguá, utilizando o valor FOB de US$ 40.935,86
como exemplo, assim ao comparar o total do Quadro 45 com os Quadros 46, 47 e 50, é
possível analisar os custos da mesma importação com processo de desembaraço em
Paranaguá- Pr, no porto seco de Maringá – Pr , no porto seco de Curitiba – Pr e no porto seco
de Jaguarão – RS, respectivamente.
176
Quadro 45: Planilha modelo de estimação de custos de importação com desembaraçoaduaneiro em Paranaguá – Paraná
M ARCADORIA : CORRENT ES PARA ALIM ENTADOR AUT OM ÁTICO DE FRANG OSDI Nº: 04/0794632-7CLIENT E : AVIM AC LTDA PESO TOTALQUANTIDADE DE ADIÇÕES (NCM S): 0 T IPO CONTAINER: 40
TAXA DO DOLAR R$2,9500 Nº CONT AINERS 1
VALOR FOB $40.935,86(+) FRET E INTERNACIONAL $1.550,49(+) IN LAND FREIGHT $0,00(+) SEGURO (Variável) $204,68(=) SUBT OTAL 1 - CUSTO CIF $42.691,03(+) I.I. (14% s/ C IF + T HC) 14,00% $5.976,74(+) I.P.I (5% s/ C IF + T HC) 3,50% $1.703,37(+) ICM S (18%) s/ C IF + I.I. + IPI + DESPESAS ADUANEIRAS 18,00% $12.333,03(+) COFINS (7,60%) (C IF+II+ICM S) 7,60% $4.668,59(+) PIS / PASEP (1,65%) (C IF+II+ICM S+COFINS) 1,65% $1.013,58(=) SUBT OTAL 2 - CUST O DOS IM POSTOS $25.695,32(+) AFRM M (*) 25% s/ FRET E $387,62(+) S D A (**) R$283,00 $2,95 $95,93(+) DESPACHANTE (Variável) (2 SDA + COM ISSÃO DESPACHO R$ 150,00 ) $242,71(+) ASSESSORIA E CONSULT ORIA - M ENSAL R$ 500,00 $169,49(+) EM ISSÃO DE LI R$ 50,00 POR LI 0 $0,00(+) TAXA DO SISCOM EX (R$ 40,00 - 1 ADIÇÃO) + (R$ 10,00 R$40,00 R$10,00 $13,56(+)ARM AZ ENAGEM PORT O - 10 free 0,35% AO DIA - SOB C IF 0 $0,00(+) CARREGAM ENTO E DESCARREGAM ENTO R$ 200 0 $0,00(+) THC (CAPATAZ IA) R$ 345,00 POR CONTAINER 1 $116,95(+) HANDLING / COLLECT FEE R$ 94,00 POR CONTAINER 1 $31,86(+) LIBERAÇÃO DE DTA R$ 35,00 POR CONTAINER 1 $11,86(+) CAFF (Com bustível area interna do porto) $0,00(+) TAXA DE EXPEDIENT E R$ 35 $11,86(+) TAXA DE POSTAGEM R$ 25 $8,47(+) TAXA ADM INIST RATIVA R$ 50 $16,95(+)LIBERAÇÃO DE BL $ 35,00 POR BL 1 $35,00(+)T RADUÇÃO R$ 30,00 POR BL 1 $10,17(+)DESCONSOLIDAÇÃO $ 100,00 POR BL 1 $100,00(+)DEM URRAGE $ 35,00 por dia / container (10 free) 0 $0,00(+) DESPESAS BANCÁRIAS (Variável) $150,00(+) FRET E INTERNO (Variável) R$1.955,00 1 $662,71(+) PEDAGIOS (R$ 228,00 - 20´) - (R$ 380,00 - 40´) R$228,00 , $77,29(+) OUT ROS (FAX, DOCUM ENTOS, TELEFONE, ETC) $10,00
(=) SUBT OTAL 3 - OUTROS CUSTOS $2.152,45
CUSTO TOTAL DA NACIONALIZ AÇÃO ( 2 + 3) $27.847,77
(=) SUBT OTAL (1 + 2 + 3) $70.538,80
(+) CPM F 0,38% $268,05
(=) CUSTO FINAL EM U$ $70.806,85
(=) CUSTO FINAL EM R$ (NF DE ENTRADA) CONVERSÃO R$2,95 R$208.880,21
INDICE: 1,729702281
CÁLCULO DE IM PORTAÇÃO - VIA PARANAGUÁ
177
Quadro 46: Planilha modelo de estimação de custos de importação com inicio do despachoaduaneiro em Paranaguá – Paraná e desembaraço aduaneiro no Eadi – Maringá – Paraná
M AR C ADO R IA : C O R R E NT E S PAR A ALIM E NT ADO R AUT O M ÁT IC O DE FR ANG O S PE S O UNIT . D I Nº: 04/0794632-7C LIE NT E : AV IM AC LT DA PE S O T O T ALQ UANT IDADE DE ADIÇ Õ E S (NC M S ): 0 V OLUM E :
T AX A DO DO LAR R $2,9500 Nº C ONT AINE R S 1
V ALOR FO B $40.935,86(+) FR ET E INT E R NAC IO NAL $1.550,49(+) IN LAND FR EIG HT $0,00(+) S E G UR O (V ariável) $204,68(=) S UBT O T AL 1 - C US T O C IF $42.691,03(+) I.I. (14% s/ C IF + T HC ) 14,00% $5.976,74(+) I.P.I (5% s/ C IF + T HC ) 3,50% $1.703,37(+) IC M S (18%) s/ C IF + I.I. + IPI + DE S PE SAS ADUANEIR AS (thc;t 18,00% $12.333,03(+) C O FINS (7,60%) (C IF+II+ IC M S ) 7,60% $4.668,59(+) PIS / PASE P (1,65%) (C IF+II+ IC M S+C O FINS ) 1,65% $1.013,58(=) S UBT O T AL 2- C UST O DO S IM PO ST OS $25.695,32(+) AFR M M (*) 25% s/ FR E T E $387,62(+) S D A (**) E m M aringa L iv re de S .D .A $0,00(+) DE S PAC HANT E (V ariável) (M INIM O R $ 400,00) - (M ÁXIM O R $ 800,00) $213,46(+) AS S ES S OR IA E C ONS ULT O R IA - M ENS AL R $ 500 $169,49(+) E M IS S ÃO DE L I R $ 50,00 PO R LI 0 $0,00(+) T AXA DO S ISC OM E X (R $ 40,00 - 1 ADIÇ ÃO) + (R $ 10,00 PO R R $40,00 R $10,00 $13,56(+) M O VIM ENT AÇ ÃO C AR G A R $ 4,20 por m 3 0 $0,00(+) M O VIM ENT AÇ ÃO ADIC IO NAL (C O NFE R ÊNC IA R F) R $ 670,28 - C AR R E T A 0 $0,00(+) ABE R T UR A E FE C HAM ENT O DO C ONT AINE R R $ 7,56 POR C ONT AINE R $0,00(+) LAC R E DO C ONT AINER R $ 2,16 A UNIDADE $0,00(+) M O VIM ENT AÇ ÃO E M HOR ÁR IO E XT R AOR DINÁR IO 100% DA T AR IFA BÁS IC A 0 $0,00(+) M E R C ADO R IAS INFLAM ÁV EIS O U INS ALUBR E S 100% DA T AR IFA BÁS IC A 0 $0,00(+) HANDLING DE C O NT AINE R R $ 97,29 PO R C O NT AINER 0 $0,00(+)AR M AZ E NAG EM PO R T O S EC O - FR ANQ UIA DE 10dd R $ 4,20 por m 3 0 $0,00(+)S E G UR O S (POR T O S E C O ) 0,05% (C IF+II+ IPI) $25,19(+) PR E SE NÇ A DE C AR G A R $ 5,40 por conhecim ento 1 $1,83(+) E NC E R R AM E NT O DE AR M AZ E NAG E M R $ 21,62 PO R V EÍC ULO 1 $7,33(+) M O VIM ENT AÇ ÃO DE V EÍC ULO S R $ 10,81 PO R V EÍC ULO 1 $3,66(+) DS R DE SE M BAR AÇ O .SO BR E R ODAS - Franquia 3 dd 0,224% C IF + 0,05% (C IF+ Im postos) 1 $44,01(+) D IÁR IA EX C E DE NT E R $ 21,62 PO R V EÍC ULO 0 $0,00(+) T HC R $ 345,00 POR C ONT AINE R 1 $116,95(+) HANDLING / C O LLE C T FE E R $ 94,00 PO R C O NT AINER 1 $31,86(+) L IBE R AÇ ÃO DE DT A R $ 35,00 PO R C O NT AINER 1 $11,86(+)L IBE R AÇ ÃO DE BL $ 35,00 PO R BL 1 $35,00(+)T R ADUÇ ÃO R $ 30,00 PO R BL 1 $10,17(+)DE S C O NSO LIDAÇ ÃO $ 100,00 PO R BL 1 $100,00(+)DE M UR R AG E $ 35,00 po r d ia / co n tain er (10 free) 0 $0,00(+) C AFF (C om bustivel in terno porto) $0,00(+) C O NFE C Ç ÃO DE DT A R $ 300,00 $101,69(+) T AXA DE E X PE DIE NT E R $ 35,00 $11,86(+) T AXA DE POS T AG E M R $ 25,00 $8,47(+) T AXA ADM INIS T R AT IVA R $ 50,00 $16,95(+) DE S PE SAS BANC ÁR IAS (Variáv el) $150,00(+) FR ET E INT E R NO (Variáv el) R $2.200,00 $745,76(+) PEDAG IOS (R $ 228,00 - 20´) - (R $ 380,00 - 40´) R $262,00 $88,81(+) D IÁR IA DE C AM INHÕE S R $ 150,00 POR PER IO DO DE 24 HR S 1 $50,85(+) O UT R O S (FAX , DO C UM ENT OS , T E LEFO NE , E T C .) $10,00
(=) S UBT O T AL 3 - O UT R OS C UST OS $2.356,40
C US T O T O T AL DA NAC IONALIZ AÇ ÃO (2 + 3) $28.051,72
(=) S UBT O T AL (1 + 2 + 3) $70.742,75
(+) C PM F 0,38% $268,82
(=) C US T O FINAL E M U$ $71.011,57
(=) C US T O FINAL E M R $ (NF DE E NT R ADA) C O NV ER SÃO R $2,95 R $209.484,14
INDIC E: 1,7347033
C ÁLC ULO DE IM PO R T AÇ ÃO - V IA E ADI - M AR ING Á
178
Quadro 47: Planilha modelo de estimação de custos de importação com inicio do despachoaduaneiro em Paranaguá – Paraná e desembaraço aduaneiro no Eadi – Curitiba – Paraná
MARCADORIA : CORRENTES PARA ALIMENTADOR AUTOMÁTICO DE FRANGOS PESO UNIT. DI Nº: 04/0794632-7CLIENTE : AVIMAC LTDA PESO TOTALQUANTIDADE DE ADIÇÕES (NCMS): 0 VOLUME:
TAXA DO DOLAR R$2,9500 Nº CONTAINERS 1
VALOR FOB $40.935,86(+) FRETE INTERNACIONAL $1.550,49(+) IN LAND FREIGHT $0,00(+) SEGURO (Variável) $204,68(=) SUBTOTAL 1 - CUSTO CIF $42.691,03(+) I.I. (14% s/ CIF + THC) 14,00% $5.976,74(+) I.P.I (5% s/ CIF + THC) 3,50% $1.703,37(+) ICMS (18%) s/ CIF + I.I. + IPI + DESPESAS ADUANEIRAS(thc;t 18,00% $12.333,03(+) COFINS (7,60%) (CIF+II+ICMS) 7,60% $4.668,59(+) PIS / PASEP (1,65%) (CIF+II+ICMS+COFINS) 1,65% $1.013,58(=) SUBTOTAL 2- CUSTO DOS IMPOSTOS $25.695,32(+) AFRMM (*) 25% s/ FRETE $387,62(+) S D A (**) R$283,00 $95,93(+) DESPACHANTE (Variável) (MINIMO R$ 400,00) - (MÁXIMO R$ 800,00) $213,46(+) ASSESSORIA E CONSULTORIA - MENSAL R$ 500 $169,49(+) EMISSÃO DE LI R$ 50,00 POR LI 0 $0,00(+) TAXA DO SISCOMEX (R$ 40,00 - 1 ADIÇÃO) + (R$ 10,00 POR R$40,00 R$10,00 $13,56(+) MOVIMENTAÇÃO CARGA R$ 126,00 POR CONTAINER 1 $42,71(+) MOVIMENTAÇÃO ADICIONAL (CONFERENCIA RF) R$ 63,48 POR CONTAINER 0 $0,00(+) MOVIMENTAÇÃO EM HORARIO EXTRAORDINÁRIO 50% DA TARIFA BÁSICA 0 $0,00(+) ARMAZENAGEM PORTO SECO - 10dd 0,3174% por periodo de 10dd - CIF 1 $135,50(+) AD - VALOREM 0,0529% por periodo de 10dd - CIF + II 1 $25,75(+) ESTADIA (CAMINHÃO AGUARDANDO DESEMBARAÇO) R$ 37,03 por periodo de 24 hrs 1 $12,55(+) THC R$ 345,00 POR CONTAINER 1 $116,95(+) HANDLING / COLLECT FEE R$ 94,00 POR CONTAINER 1 $31,86(+) LIBERAÇÃO DE DTA R$ 35,00 POR CONTAINER 1 $11,86(+)LIBERAÇÃO DE BL $ 35,00 POR BL 1 $35,00(+)TRADUÇÃO R$ 30,00 POR BL 1 $10,17(+)DESCONSOLIDAÇÃO $ 100,00 POR BL 1 $100,00(+)DEMURRAGE $ 35,00 por dia / container (10 free) 0 $0,00(+) CAFF (Combustivel interno porto) $0,00(+) CONFECÇÃO DE DTA R$ 300,00 $101,69(+) TAXA DE EXPEDIENTE R$ 35,00 $11,86(+) TAXA DE POSTAGEM R$ 25,00 $8,47(+) TAXA ADMINISTRATIVA R$ 50,00 $16,95(+) DESPESAS BANCÁRIAS (Variável) $150,00(+) FRETE INTERNO (Variável) R$2.200,00 $745,76(+) PEDAGIOS (R$ 228,00 - 20´) - (R$ 380,00 - 40´) R$262,00 $88,81(+) DIÁRIA DE CAMINHÕES R$ 150,00 POR PERIODO DE 24 HRS 1 $50,85(+) OUTROS (FAX, DOCUMENTOS, TELEFONE, ETC.) $10,00
(=) SUBTOTAL 3 - OUTROS CUSTOS $2.586,83
CUSTO TOTAL DA NACIONALIZAÇÃO (2 + 3) $28.282,15
(=) SUBTOTAL (1 + 2 + 3) $70.973,18
(+) CPMF 0,38% $269,70
(=) CUSTO FINAL EM U$ $71.242,87
(=) CUSTO FINAL EM R$ (NF DE ENTRADA) CONVERSÃO R$2,95 R$210.166,48
INDICE: 1,7403537
CÁLCULO DE IMPORTAÇÃO - VIA EADI CURITIBA
179
A planilha modelo de estimação de custos de importação apresentada no Quadro 48,
contempla os custos de importação via aeroporto Afonso Pena em Curitiba-PR, onde foi
utilizado um valor FOB de US$ 349,72 como exemplo, para poder comparar os custos totais
com o Quadro 49 que apresenta os custos do desembaraço no aeroporto de viracopos
localizado em Campinas – SP,
Quadro 48: Planilha modelo de estimação de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no aeroporto Afonso Pena em Curitiba – Paraná
CÓDIGO:Números de adições na DI 0 PESO TOTAL 2,00Quantidade de peças por pedido: 1 Nº CARGAS 1,00
VALOR FOB $349,72(+) FRETE AEREO INTERNACIONAL $165,00(+) SEGURO (Variável) $8,00(=) SUBTOTAL (Valor CIF) $522,72(+) I.I. (14% s/ CIF) $73,18(+) I.P.I (5% s/ CIF + I.I.) $29,80(+) ICMS (12% s/ CIF + I.I. + IPI +despesas aduaneiras) $96,95(+) COFINS (7,60%) $56,99(+) PIS / PASEP (1,65%) $12,58(=) SUBTOTAL $792,21(+) CAPATAZIA INFRAERO R$ 3,00 POR KG $2,95 $2,03(+) AD AÉREO - INFRAERO Capatazia + armazenagem (/2) $9,12(+) TAXA DO SISCOMEX (R$ 40,00 - 1 ADIÇÃO) + (R$ 10,00 POR AD R$40,00 R$ 10,00 $13,56(+) S D A (**) - CAMPINAS NÃO TEM R$0,00 $2,95 $0,00(+) DESPACHANTE (Variável) R$300,00 $2,95 $101,69(+)ARMAZENAGEM INFRAERO 3,10% POR 10 DIAS SOBRE CIF 1 $16,20(+) TAXA INFRAERO U$ 0,65 / KG 2 $1,30(+) TAXA DE ADMINISTRAÇÃO - DHL R$35,00 $35,00(+) FUEL SURCHARGE 2% sobre o frete aéreo $3,30(+) DESPESAS BANCÁRIAS (Variável) $5,00(+) FRETE INTERNO (Variável) DHL (CAMPINAS - LONDRINA) $0,00(+) OUTROS (Fax, docs, fone, cpmf, etc) $10,00
(=) CUSTO FINAL US$ $989,42
(=) CUSTO FINAL R$ CONVERSÃO R$2,95 R$2.918,80
Armazenagem: 1,55% sobre CIF a cada 5 dias.Capatazia: R$ 3,00 até 100 kilos; + de 100 kilos acrescentar R$ 0,015 por kilo.AD Aéreo: Capatazia + Armazenagem / 2
CIF LONDRINA INDICE: 2,829188534
CÁLCULO DE IMPORTAÇÃO FORMAL VIA AEROPORTO AFONSO PENA - CURITIBA
180
Quadro 49: Planilha modelo de estimação de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no aeroporto de Viracopos em Campinas – São Paulo
CÓDIGO:Números de adições na DI 0 PESO TOTAL 2,00Quantidade de peças por pedido: 1 Nº CARGAS 1,00
VALOR FOB $349,72(+) FRETE AEREO INTERNACIONAL $120,00(+) SEGURO (Variável) $8,00(=) SUBTOTAL (Valor CIF) $477,72(+) I.I. (14% s/ CIF) $66,88(+) I.P.I (5% s/ CIF + I.I.) $27,23(+) ICMS (12% s/ CIF + I.I. + IPI +despesas aduaneiras) $90,13(+) COFINS (7,60%) $52,21(+) PIS / PASEP (1,65%) $11,52(=) SUBTOTAL $725,69(+) CAPATAZIA INFRAERO R$ 3,00 POR KG $2,95 $2,03(+) AD AÉREO - INFRAERO Capatazia + armazenagem (/2) $8,42(+) TAXA DO SISCOMEX (R$ 40,00 - 1 ADIÇÃO) + (R$ 10,00 POR AD R$40,00 R$ 10,00 $13,56(+) S D A (**) - CAMPINAS NÃO TEM R$0,00 $2,95 $0,00(+) DESPACHANTE (Variável) R$300,00 $2,95 $101,69(+)ARMAZENAGEM INFRAERO 3,10% POR 10 DIAS SOBRE CIF 1 $14,81(+) TAXA INFRAERO U$ 0,65 / KG 2 $1,30(+) TAXA DE ADMINISTRAÇÃO - DHL R$35,00 $35,00(+) FUEL SURCHARGE 2% sobre o frete aéreo $2,40(+) DESPESAS BANCÁRIAS (Variável) $5,00(+) FRETE INTERNO (Variável) DHL (CAMPINAS - LONDRINA) $0,00(+) OUTROS (Fax, docs, fone, cpmf, etc) $10,00
(=) CUSTO FINAL US$ $919,91
(=) CUSTO FINAL R$ CONVERSÃO R$2,95 R$2.713,73
Armazenagem: 1,55% sobre CIF a cada 5 dias.Capatazia: R$ 3,00 até 100 kilos; + de 100 kilos acrescentar R$ 0,015 por kilo.AD Aéreo: Capatazia + Armazenagem / 2
CIF LONDRINA INDICE: 2,630411246
CÁLCULO DE IMPORTAÇÃO FORMAL VIA CAMPINAS - DOOR TO AIRPORT
181
Quadro 50: Planilha modelo de estimação de custos de importação com desembaraçoaduaneiro no Eadi – Jaguarão – Rio Grande do Sul
Foram disponibilizadas as versões eletrônicas das planilhas para as empresas, onde pode ser
simulado cada item de custo vinculando o mesmo à fundamentação teórica aplicada no
trabalho.
MARCADORIA : CORRENTES PARA ALIMENTADOR AUTOMÁTICO DE FRANGOS PESO UNIT. DI Nº: 04/0794632-7CLIENTE : AVIMAC LTDA PESO TOTAL 14.000 QUANTIDADE DE ADIÇÕES (NCMS): 0 VOLUME:
TAXA DO DOLAR R$2,9500 Nº CAMINHÕES 1
VALOR FOB $40.935,86(+) FRETE INTERNACIONAL $0,00(+) IN LAND FREIGHT $1.950,00(+) SEGURO (Variável) $204,68(=) SUBTOTAL 1 - CUSTO CIF $43.090,54(+) I.I. (14% s/ CIF + THC) 0,00% mercosul $0,00(+) I.P.I (5% s/ CIF + THC) 0,00% mercosul $0,00(+) ICMS (18%) s/ CIF + I.I. + IPI + DESPESAS ADUANEIRAS(thc;t 18,00% $10.709,18(+) COFINS (7,60%) (CIF+II+ICMS) 0,00% mercosul $4.668,59(+) PIS / PASEP (1,65%) (CIF+II+ICMS+COFINS) 0,00% mercosul $1.013,58(=) SUBTOTAL 2- CUSTO DOS IMPOSTOS $16.391,35(+) DESPACHANTE (Variável) R$ 364,28 $123,48(+) ASSESSORIA E CONSULTORIA - MENSAL R$ 500 $169,49(+) EMISSÃO DE LI R$ 50,00 POR LI 0 $0,00(+) TAXA DO SISCOMEX (R$ 40,00 - 1 ADIÇÃO) + (R$ 10,00 POR R$40,00 R$10,00 $13,56(+) MOVIMENTAÇÃO CARGA R$ 2,93 POR TONELADA 14 $13,91(+) MOVIMENTAÇÃO ADICIONAL (CONFERENCIA RF) R$ 2,93 POR TONELADA 0 $0,00(+) MOVIMENTAÇÃO EM HORARIO EXTRAORDINÁRIO 100% DA TARIFA BÁSICA 0 $0,00(+) ARMAZENAGEM PORTO SECO - FRANQUIA 10dd 0,129% por periodo de 10dd - CIF 1 $55,59(+) PESAGEM R$ 8,83 por veículo 1 $2,99(+) ESTADIA (CAMINHÃO AGUARDANDO DESEMBARAÇO) R$ 4,70 por periodo de 6 hrs 1 $1,59(+) TAXA DE EXPEDIENTE R$ 35,00 $11,86(+) TAXA DE POSTAGEM R$ 25,00 $8,47(+) TAXA ADMINISTRATIVA R$ 50,00 $16,95(+) DESPESAS BANCÁRIAS (Variável) $150,00(+) FRETE INTERNO (Variável) R$0,00 $0,00(+) PEDAGIOS (R$ 228,00 - 20´) - (R$ 380,00 - 40´) R$262,00 $88,81(+) DIÁRIA DE CAMINHÕES R$ 150,00 POR PERIODO DE 24 HRS 1 $50,85(+) OUTROS (FAX, DOCUMENTOS, TELEFONE, ETC.) $10,00
(=) SUBTOTAL 3 - OUTROS CUSTOS $717,56
CUSTO TOTAL DA NACIONALIZAÇÃO (2 + 3) $17.108,91
(=) SUBTOTAL (1 + 2 + 3) $60.199,45
(+) CPMF 0,38% $228,76
(=) CUSTO FINAL EM U$ $60.428,21
(=) CUSTO FINAL EM R$ (NF DE ENTRADA) CONVERSÃO R$2,95 R$178.263,22
INDICE: 1,4761681
CÁLCULO DE IMPORTAÇÃO - VIA PORTOS SECO DE JAGUARÃO - RS
182
11 CONCLUSÃO
Nesta seção, foram feitas as conclusões com relação à dissertação, à metodologia empregada,
ao referencial teórico estudado, aos estudos de casos realizados, aos objetivos propostos.
Realizou-se a conclusão geral da pesquisa, propuseram-se estudos e perspectivas para novas
pesquisas.
11.1 QUANTO À METODOLOGIA
A princípio, a opção inicial era fazer apenas um estudo de caso. Porém, surgiu a oportunidade
de realizar os estudos relativos à estimativa de custos de importação em outras empresas,
optando-se por realizar estudos de casos múltiplos, para abordar o assunto de uma maneira
mais ampla. O método do estudo de caso, ao permitir a interação do pesquisador com o
ambiente onde os fatos ocorrem, contribuiu para que fosse evidenciada a essência dos
fenômenos que envolviam o levantamento. Por isso, a metodologia comprovou ser tão
complexa quanto à opção por qualquer uma das demais metodologias existentes.
A combinação de elementos e técnicas qualitativas e quantitativas possibilitou maior
flexibilidade e riqueza de conteúdo e de análise dos dados, auxiliando na várias etapas
previstas para a pesquisa.
A coleta dos dados revelou-se de suma importância, na medida em que as empresas abriram
seus custos e mostraram seu processo na íntegra para que, por meio da análise dos dados,
pudessem ser constatadas várias particularidades das empresas. Assim, mediante múltiplas
fontes de dados e instrumentos de pesquisa, foi possível destacar a relevância da pesquisa e
dos dados, possibilitando complementar as informações. A análise do conteúdo foi subsidiada
183
pelas planilhas de custos que as empresas disponibilizaram e também pelas respostas aos
questionários, o que contribuiu para esclarecer algumas informações obtidas.
Conclui-se que a metodologia adotada foi adequada, possibilitando atingir os objetivos
propostos na pesquisa.
11.2 QUANTO AO REFERENCIAL TEÓRICO
Quanto ao referencial teórico, procurou-se evidenciar todos os aspectos relacionados ao tema
da pesquisa. Na seção 3, explanou-se em linhas gerais a abordagem de custos na visão da
Contabilidade de Custos, em que se procurou desenvolver uma noção da terminologia em
custos, suas classificações e também uma abordagem geral da contabilidade de custos. Na
seção 4, buscou-se alcançar um horizonte mais amplo do entendimento sobre o conteúdo
específico da pesquisa, iniciando-se o tratamento da atividade de importação, procurando
abordar a questão do comércio internacional e da atividade de importação no Brasil. Na seção
5, a dissertação foi ganhando o foco central do trabalho, procurando abordar teoricamente
sobre o tema Sistemática das importações. Na seção 6, com a finalidade de continuar dando
foco ao trabalho, foi abordado o tema Roteiro de importação. Na seção 7, foi abordado o tema
Custos do comércio exterior brasileiro, possibilitando, enfim, iniciar os estudos de casos das
três empresas. Este estudo foi realizado na seção 8, em que se buscou apresentar
suscintamente as empresas em estudo. Vale destacar que essas empresas autorizaram a
utilização de seus nomes e dados na íntegra. Na seção 9, foram realizadas as análises dos
dados das empresas e constatação de uma série de conclusões importantes. Por fim, na seção
10 foi possível mostrar a criação de uma planilha modelo de estimação de custos de
importação para cada porto ou aeroporto utilizado pelas empresas. No decorrer da pesquisa,
novos acontecimentos surgiram, o que possibilitou o enriquecimento do detalhamento dos
184
dados de custos das planilhas. Enfim, o conteúdo bibliográfico disponibilizado durante a
pesquisa foi suficiente para que as questões fundamentais apresentadas nesta pesquisa fossem
esclarecidas.
Enfim, o referencial teórico apresentado foi de fundamental importância para que pudessem
ser evidenciadas as informações práticas e para o entendimento da atividade de importação
pelo pesquisador para que pudesse então confrontar a realidade prática das empresas com o
referencial teórico aplicado.
11.3 QUANTO AOS ESTUDOS DE CASOS
Os estudos de casos possibilitaram a ampliação do conhecimento relativo ao tema
desenvolvido, na medida em que permitiu levantar vários dados referentes às empresas e
discutir as questões, principalmente aquelas que apresentavam dados e informações que as
próprias organizações desconheciam até então. Foi considerado enriquecedor, especialmente
por tratar-se da primeira pesquisa relativa ao tema nas três empresas estudadas. Concluiu-se
que o processo de importação das três empresas em estudo é bem administrado com relação
ao quesito acompanhamento. Porém, as empresas mostraram falhas no processo, fator que
possibilita o aumento dos custos gerados no processo de importação.
11.4 QUANTO À ANÁLISE DOS DADOS E OBJETIVOS PROPOSTOS
Ressalta-se que a quantidade de dados contidos nos relatórios planilhados apresentados pelas
empresas possibilitou uma análise das informações que contribuiu imensamente para o
resultado da pesquisa. Confirmaram-se também esses dados por meio das entrevistas
185
realizadas com as pessoas envolvidas na atividade de importação e também com a análise de
documentos apresentados.
Com base no que foi exposto nas seções 3, 4, 5, 6 e 7, pode-se observar que o comércio
internacional exige conhecimentos distintos, não bastando ser expert em Economia ou
Administração, e que a atividade de importação está intimamente ligada com o contexto
empresarial. É necessário que o profissional atuante nessa área esteja atento às condicionantes
que afetam diretamente os custos dos produtos importados.
Cabe ressaltar que nas três empresas o processo de importação obedece a uma seqüência de
conhecimento pré estipulada pelos agentes externos e que, de acordo com essa seqüência
preestabelecida, existe uma boa administração e acompanhamento. Porém, nenhum esforço é
feito no sentido de se tentar estabelecer uma seqüência mais lógica ao processo para a
maximização dos resultados decorrentes desse processo.
As impressões e conclusões detalhadas sobre o processo de importação adotado pelas
empresas foram discutidas na seção 9.
Em seguida, a partir do objetivo geral e dos objetivos específicos, apresentam-se as
conclusões quanto aos estudos de casos e à resposta ao problema de pesquisa.
No que diz respeito ao objetivo geral proposto para esta pesquisa: “Identificar as fases e os
custos do processo de importação, e apresentar uma planilha modelo de estimação de
custos de importação”, conclui-se que o objetivo foi atingido. Identificaram-se as fases e
seus custos nas empresas em estudo. Porém, deve-se ressaltar o fato de que as empresas
selecionadas para o estudo têm seu foco de importações de acordo com sua atividade
mercantil, não sendo possível detalhar procedimentos específicos de indústrias de outros
segmentos. As perguntas de pesquisa que auxiliaram para atingir esse objetivo foram: “Como
186
as empresas estimam e controlam seus custos de importação?” e “Como as empresas
podem conhecer os passos detalhados de cada fase do processo de importação?”
Com relação aos objetivos específicos, seguem abaixo as explicações referentes a cada um
deles.
11.4.1 Objetivo 1: Descrever as fases do processo de importação, detalhando os
procedimentos de cada uma delas.
A pesquisa realizada possibilitou a identificação das fases do processo de importação contida
na literatura a respeito do tema em questão. Porém, somente por meio dos estudos de casos é
que se pôde observar que algumas fases não descritas na literatura e vivenciadas pelas
empresas agregam custos ao processo, e assim passam a fazer parte do esquema de estimação
de custos na importação. A pergunta de pesquisa que auxiliou para atingir esse objetivo foi:
“Como as empresas podem conhecer os passos detalhados de cada fase do processo de
importação?”. Assim através da seção 5 (sistemática das importações) e da seção 6
(definindo o roteiro de importação) foi possível descrever as fases do processo de importação,
detalhando os procedimentos de cada uma delas.
11.4.2 Objetivo 2: Identificar o modo como as empresas estimam seus custos de
importação
A identificação da forma como as empresas estimam seus custos de importação ocorreu
naturalmente, à medida que o trabalho de pesquisa evoluiu, possibilitando verificar aspectos
interessantes e particulares de cada empresa. Um método muito útil foi a aplicação do
questionário aos funcionários envolvidos na atividade de importação das empresas e também
187
a observação não-participante. A pergunta de pesquisa que auxiliou para atingir esse objetivo
foi: “Como as empresas estimam e controlam seus custos de importação?”. Assim na
seção 7 (os custos logísticos do comércio exterior Brasileiro) e na seção 9 (análise dos dados),
foi possível identificar o modo como as empresas estimam seus custos de importação.
Foi possível identificar que as empresas utilizam uma planilha de estimativa de custos de
importação desatualizada e também com diversos problemas. A necessidade de se alterar o
modo de estimativa e controle de custos ficou evidente, conforme apresentado na seção 9.
11.4.3 Objetivo 3: Identificar o conhecimento dos atores envolvidos no processo de
importação de cada empresa, analisando o conhecimento dos processos e os custos.
A seqüência da pesquisa permitiu que este objetivo fosse concluído com sucesso, conforme
mostram os resultados discutidos na seção 9, em que se constatou que é necessário realizar
treinamento dos funcionários das empresas em vários temas que envolvem a atividade de
importação, conforme demonstra o Quadro de Recomendações (Quadro 08). A pergunta de
pesquisa que auxiliou para atingir esse objetivo foi: “Qual é o atual estágio de
conhecimento das pessoas envolvidas com o processo de importação das empresas em
estudo?”.
Foi possível identificar que os funcionários envolvidos na atividade de importação das
empresas desconhecem a maior parte dos processos e que esse desconhecimento pode causar
custos extras ao processo de importação. Nesse aspecto é importante destacar que não existe
nenhum plano de treinamento nas empresas, estando acomodadas com a situação atual.
188
11.4.4 Objetivo 4: Verificar se existe a necessidade de alterar rotinas relacionadas à
estimação de custos da importação nas empresas.
A seqüência da pesquisa permitiu que este objetivo fosse concluído com sucesso, conforme
mostram os resultados discutidos na seção 9 e também identificados e evidenciados no
Quadro 8. Constatou-se que existe a necessidade de alterar rotinas relacionadas à estimação
de custos de importação, principalmente no que se refere à utilização de uma planilha modelo
mais completa de estimação de custos, antes do início do processo de importação e no final
realizar um acompanhamento dos custos estimados com os custos realizados. As perguntas de
pesquisa que auxiliaram para atingir esse objetivo foram: “Como as empresas podem
conhecer melhor os fatores que influenciam nos custos de importação?” e “ Que
vantagens as empresas podem ter ao conhecer melhor os aspectos e as particularidades
das fases da importação que geram custos?”. Assim no Quadro 08 foi possível responder
as perguntas em destaque e atingir esse objetivo específico. No que se refere as vantagens que
as empresas podem ter conhecendo melhor os aspectos e particularidades que geram custos,
ficou evidente que pode haver uma grande redução de custos, fazendo com que o
desembaraço aduaneiro se realize mais rapidamente e ainda controlando melhor essa
atividade.
11.4.5 Objetivo 5: Criar uma planilha de custos, que possa ser utilizada como
ferramenta para estimação de custos da importação nas empresas.
A seqüência da pesquisa permitiu que este objetivo fosse concluído com sucesso. O modelo
foi apresentado na seção 10, permitindo que as empresas identifiquem seus custos com mais
clareza antes do início do processo de importação. As perguntas de pesquisa que auxiliaram
para atingir esse objetivo foram: “Como as empresas estimam seus custos de importação” ,
189
“Como as empresas podem conhecer melhor os fatores que influenciam nos custos de
importação?” e “Como as empresas podem conhecer os passos detalhados de cada fase
do processo de importação?”. Através do conhecimento do roteiro de importação,
apresentado na seção 6, pôde-se identificar alguns fatores que influenciam nos custos de
importação, assim identificando na seção 9 como as empresas estimam e controlam seus
custos de importação e por fim propondo uma planilha de custos que possa ser utilizada como
ferramenta para estimação de custos da importação nas empresas.
11.4.6 Objetivo 6: Apresentar um conjunto de recomendações relacionadas à atividade
de importação.
Na análise dos dados realizada na seção 9, foi possível evidenciar problemas e fazer uma série
de recomendações úteis para as empresas, evidenciados no quadro 45.
Seriam ações necessárias para tentar melhorar os controles do processo de importação das
empresas, aumentando a confiabilidade das informações geradas, visando a um melhor
controle dos custos de importação. As perguntas de pesquisa que auxiliaram para atingir esse
objetivo foram: “Como as empresas estimam e controlam seus custos de importação?” e
“Como as empresas podem conhecer os passos detalhados de cada fase do processo de
importação?” .
11.5 CONCLUSÃO GERAL DA PESQUISA
A partir do estudo, observam-se pontos interessantes para suprir a falta de orientação das
empresas a respeito do tema Estimação de custos nas fases da atividade de importação.
190
Identificou-se que a atividade de importação é antecedida por uma etapa de avaliação das
necessidades da operação e outra etapa de levantamento dos custos envolvidos. Para a
definição desses custos, a empresa deve criar um processo de avaliação. A partir da
contribuição dos funcionários das empresas, identificou-se uma demanda, com prerrogativas a
serem cumpridas para a satisfação de suas necessidades.
A partir dos estudos de casos realizados, concluiu-se que as empresas devem se preocupar
com o treinamento dos envolvidos na atividade de importação, proporcionando conhecimento
dos processos e custos que envolvem essa atividade, a fim de conseguir uma redução e um
melhor controle nos custos dessa atividade.
Para que as informações a serem analisadas pelo tomador de decisão envolvam todos os
custos da atividade é necessário prever um planejamento detalhado da operação. O processo
de estimação de custos é necessário para que exista uma base lógica na empresa em que se
possa ter uma base a ser comparada com o total realizado no momento da concretização do
processo de importação.
A importação de produtos no Brasil exerce uma participação importante na economia
nacional, e a atividade tem se consolidado nos primeiros anos do século XXI. O ato de
importar precisa ser administrado com bastante cautela, e só deverá ser realizado se essa for a
melhor alternativa para a empresa. Para os investidores externos, o Brasil é o grande gigante
sul-americano, que possui uma enorme população de consumidores ávidos por receber
qualidade de produtos e serviços. Daí o fato de o país ser alvo daqueles investidores
interessados em expandir seus empreendimentos e maximizar o lucro empresarial.
A pesquisa alcançou o seu objetivo geral, que era apurar os custos envolvidos no processo de
importação. Por meio deste trabalho, percebe-se que é possível orientar as empresas
importadoras com relação aos procedimentos iniciais necessários a serem seguidos; traçar
191
uma linha de procedimentos para que uma empresa possa importar seu produto; e definir uma
planilha dinâmica de previsão orçamentária para que os custos inerentes à importação sejam
mensurados e controlados.
Este estudo comprovou a possibilidade de estimar custos de produtos a serem adquiridos, por
meio de uma planilha de custos e da análise de outros indicadores fundamentais às
necessidades das empresas que estará atuando com a atividade de importação.
A pesquisa proporcionou conhecimento ao pesquisador e também ao tomador de decisão da
empresa, que, com os modelos de planilhas propostos, poderá desempenhar suas atividades
com mais coerência e produtividade.
Enfim, o trabalho em questão está aberto para críticas e também para novas perspectivas de
estudos e contribui para uma visão gerencial daqueles que desejam estar sempre aprimorando
conhecimentos relacionados à importação e também ao comércio internacional que é um
ambiente de incerteza, porém de grandes oportunidades de negócios e lucros para os que
estiverem preparados.
11.6 PERSPECTIVAS PARA PESQUISAS FUTURAS
Esse estudo permitiu que fosse divulgado nas empresas estudadas a importância do controle
dos custos de importação e a verificação constante das variáveis que modificam as previsões
de custos relacionadas a essa atividade.
A constante evolução dos mercados internacionais foi observada pelas pessoas envolvidas na
atividade de importação das empresas estudadas como sendo uma variável de análise
constante, pois no caso das empresas multinacionais estudadas, a origem do material
192
importado pode variar a cada momento se houver uma padronização internacional dos
produtos comercializados.
As características necessárias aos gestores de uma empresa envolvida na atividade de
importação, levando em consideração esse ambiente de alta competitividade entre as
empresas, devem ser analisadas com cuidado, pois observa-se uma preferência por
profissionais que saibam negociar e controlar os custos, porém sem habilidade para interferir
no processo.
A partir das questões discutidas neste trabalho, algumas recomendações para pesquisas
futuras puderam ser evidenciadas, destacando-se as seguintes:
a) Estudar o processo de estimação de custos na atividade de exportação no Brasil,
fazendo uma análise de como as empresas administram os incentivos do governo federal para
esta atividade;
b) Estudar o processo de importação em regimes especiais e seu relacionamento com o
processo de exportação das organizações;
c) Desenvolver um modelo de formação de preços na exportação vinculado às
importações em regimes especiais e atípicos na estimação de custos;
d) Avaliar os fatores críticos de sucesso das organizações que possuem controle total
sobre seus procedimentos relacionados ao comércio internacional; e
e) Identificar e avaliar o impacto da formação dos blocos econômicos na redução de
custos de importação para as empresas brasileiras.
193
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GLOSSÁRIO
Acondicionamento – atividade que visa proteger e acomodar materiais e equipamentos
embalados ou para os quais não se utiliza embalagem, por ser inaplicável (em função de suas
dimensões) ou desnecessário.
Afretador - Aquele que aluga um navio para sua utilização ou exploração comercial.
Agilização – em termos logísticos, significa agilizar o atendimento de um pedido através de
todo ou parte do sistema logístico.
Aquaviário - modal de transporte utilizando as vias aquáticas, ou seja, abrangendo o
transporte marítimo, fluvial e lacustre.
Armazém Geral – armazém operado por terceiro que presta serviços, operações logísticas de
armazenagem e movimentação, a clientes do mercado.
Atendimento ao Cliente – é o tratamento dispensado aos clientes da organização antes,
durante e depois do processo de venda.
Atividade - Parcela de uma atribuição que caracteriza determinada carga de trabalho e
responsabilidade de uma função, formada pela integração das operações que podem ser
realizadas numa jornada de trabalho. Expressão utilizada no PERT para identificar a parcela
do fluxo total que une dois eventos constituindo uma fase ou etapa de um processo que
consome recursos e tempo. Na gestão da qualidade, atividade é qualquer ação ou trabalho
específico em determinado processo.
Avaliação – técnica de aferição de resultados, realizada através da comparação dos resultados
obtidos com parâmetros de desempenho preestabelecidos, aplicando-se critérios próprios com
o objetivo de conhecer dispêndios, características e tendências de determinada situação diante
198
do maior ou menor ajustamento com o padrão de desempenho dentro de uma escala de
valores que deve refletir a aproximação aos objetivos desejados.
Back to Back – operação de comércio internacional que consiste na aquisição, por empresa de
determinado país, de produto no exterior, sendo que a entrega do bem adquirido é feita em um
terceiro país. O bem adquirido não transita pelo país do comprador, uma vez que o vendedor
embarca diretamente, por conta do comprador, para o local determinado pelo comprador. O
comprador paga ao vendedor e recebe do destinatário no terceiro país.
Brokerage Houses - também é uma expressão do transporte marítimo para indicar empresas
especializadas em intermediar o afretamento marítimo.
Broker - Corretor. Na acepção mais pura, um broker é uma empresa prestadora de serviços de
vendas, promoção, merchandising, pesquisa de mercado e ações no ponto-de-venda, como
degustação e abordagem, sem comprar ou vender nada, trabalhando para um número limitado
de empresas e nunca para mais de uma num mesmo segmento.
Burocracia – Para Max Weber, a burocracia é a organização administrativa impessoal que se
fundamenta em um “sistema consistente de regras abstratas... e a aplicação dessas regras a
situações particulares”. Segundo Weber, a administração se divide em três categorias: a) a
realizada pelo líder carismático; b) a tradicional, baseada na consolidação dos costumes; e, c)
a burocrática, que se baseia na divisão do trabalho, na especialização, na criação e provimento
de cargos considerando as necessidades da organização e a capacitação dos candidatos,
visando estruturar o mecanismo administrativo de forma despersonificada, objetivando dispor
de continuidade e unidade de ação, subordinação claramente definida, chefias imparciais,
buscando diminuição de custos e mantendo documentação rigorosamente arquivada.
Cabotagem (navegação de) - trata-se da navegação em águas territoriais de determinado país
(próxima a sua costa). Navegação doméstica.
199
Calado - expressão de transporte marítimo que significa a profundidade dos canais dos portos
e a capacidade dos navios para atracagem ao cais.
Carga a granel – designação dada para qualquer tipo de carga homogênea não embalada.
Cargo Broker - Corretor de carga. Intermediário que faz a ligação do armador/agente
marítimo com o embarcador, para reserva do espaço para carga. Atualmente, a expressão já
está sendo utilizada também para os demais modais de transporte.
Conhecimento de Transporte – documento emitido por transportador, que confirma o
recebimento das mercadorias a serem transportadas e constitui um contrato de transporte entre
o embarcador e o transportador, para os diversos modais de transporte. É o documento que
representa o transporte de um bem de um ponto a outro. É enviado pelo embarcador ao
recebedor para sua retirada no destino, com o transportador. No caso do comércio
internacional, um importador somente pode fazer o desembaraço aduaneiro de seus bens se
estiver de posse do conhecimento de transporte original respectivo. Ver tipos de
conhecimento na descrição dos diferentes tipos de Transporte (diferentes modais).
Consignatário – parte que recebe uma carga, conforme mencionado no conhecimento de
transporte. Também chamado de destinatário.
Consolidação – (em operações de transporte) operação logística que implica em agrupar
várias remessas pequenas de produtos em uma remessa maior, com o objetivo de facilitar
manuseio e reduzir custos de movimentação e transporte.
Consolidação de Frete – agrupamento de expedições visando obter reduções de custos ou
utilização aperfeiçoada de determinado modal de transporte. A consolidação pode acontecer a
partir do agrupamento por áreas geográficas do mercado, conforme as entregas de
programação ou utilizando-se serviços de terceiros, como armazéns públicos e agentes de
200
transportes de frete. Trata-se do embarque de cargas de pequeno porte em conjunto com
outras cargas, com o objetivo de evitar desperdício financeiro através do encarecimento do
frete, onerando, assim, o preço final do bem.
Container - Contenedor. Equipamento de transporte, de diferentes tipos, com dimensões
padronizadas próprio para unitização de carga geral, granéis sólidos e líquidos.
Conteinerizar - termo utilizado para expressar a unitização de cargas em contêineres. Trata-se
de um método de expedição em que os produtos são colocados em contêineres e, depois do
carregamento inicial, os produtos não tornam a ser movimentados na expedição, até o
momento da descarga no destino.
Contenedores Padrão – Standard Containers ou contenedores especificamente
dimensionados, utilizados para armazenagem e movimentação de componentes. Esses
contenedores têm por objetivo proteger os componentes de danos ou avarias e, além disso,
simplificar o processo de contagem de componentes.
Custo Logístico - usualmente, define-se como a somatória dos custos de do processo, desde a
emissão do pedido, até a chegado do produto final ao cliente.
Demurrage ou Sobreestadia - multa determinada em contrato, a ser paga pelo contratante de
um navio quando este demora mais do que o acordado nos portos de embarque ou de
descarga. Valor aplicado quando o importador descumpre os prazos acordados para a
utilização de um contêiner, ou seja, quando o contêiner é utilizado por um tempo além do
concedido pelo free-time.
Despacho Aduaneiro – é o procedimento fiscal pelo qual se processa o Desembaraço
Aduaneiro das mercadorias, mediante o qual se verifica a exatidão dos dados declarados pelo
Importador em relação a mercadoria importada. Também é o procedimento fiscal do
201
desembaraço aduaneiro de mercadoria destinada ao exterior. O Desembaraço Aduaneiro é
processado através do SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior.
Desconsolidação – operação inversa à consolidação, que implica em desagrupar remessas
únicas para re-despacho.
Dragagem - Serviço de escavação nos canais dos portos para manutenção ou aumento dos
calados.
Drawback - regime de comércio internacional que envolve a importação de componentes,
com a suspensão temporária de tributos, destinados a serem agregados a um produto
destinado a exportação. É uma forma de incentivo às exportações, uma vez que compreende a
suspensão ou isenção do recolhimento de impostos e taxas, que incidem sobre a importação
de mercadorias que sejam utilizadas na industrialização ou acondicionamento de produtos
destinados à exportação.
EADI - Estação Aduaneira do Interior. São terminais alfandegados de uso público, situados
em zona secundária. Destinam-se a prestação de serviços de movimentação e armazenagem
de mercadorias que estejam sob controle aduaneiro.
Embalagem – invólucro ou recipiente utilizado para embalar determinado produto. A
embalagem tem o objetivo de expor o produto e/ou proteger de riscos facilitando
movimentação e transporte.
Embarcador – parte que embarca uma determinada carga, conforme mencionado no
conhecimento de transporte.
Entreposto Aduaneiro – trata-se de uma alternativa oferecida a importadores e/ou
exportadores para armazenagem de mercadorias em recintos alfandegados com a suspensão
de tributos, em consignação e sob controle fiscal.
202
Entreposto Industrial – é um regime aduaneiro especial, que permite a determinado
estabelecimento industrial importar, som suspensão de tributos, mercadorias que, após
submetidas a um processo de industrialização, sejam destinadas ao mercado externo.
Estimar – Determinar por estima; avaliar.
ETA - Expressão do transporte marítimo que significa Dia da Atracação (chegada do navio ao
cais).
ETS - Expressão do transporte marítimo que significa Dia da Saída do navio do porto (ou o
dia que o navio zarpa rumo a outro porto).
Exportação – é a venda de produtos e/ou serviços para um comprador localizado em outro
país.
Fatura Comercial – é o documento fiscal que formaliza a transferência de propriedade de um
bem para um comprador.
Frete – Valor cobrado pelo transporte de mercadorias. Transporte de mercadorias de um local
para outro. É o rendimento resultante da movimentação de cargas.
Frete Porta a Porta – Door to Door Freight. Trata-se do processo de transporte em que o
transportador coleta a mercadoria na origem (fornecedor) e a entrega no destino final (local
designado pelo destinatário da mercadoria).
Global Sourcing - – trata-se de uma visão mais abrangente da Cadeia de Suprimentos, pois se
procura comprar de fornecedores/parceiros independentemente da sua localização geográfica
no globo terrestre.
IATA - International Air Transport Association - Associação Internacional de Transporte
Aéreo - organização internacional de companhias de transporte aéreo, fundada em 1945, com
203
o objetivo de regulamentar e promover o tráfego aéreo comercial. Sua influência se dá através
da cooperação entre as partes envolvidas e o cumprimento de certas regras, procedimentos e
pagamento de tarifas relacionadas ao transporte de cargas e de passageiros.
Importação – é a atividade comercial que consiste na compra de bens no exterior por parte dos
países que deles necessitam e na entrada de mercadorias/produtos num determinado país,
provenientes do exterior.
Intermodalidade – é a prática de transportar bens através de mais um modal de transporte,
utilizando-se de diferentes operadores de transporte, em que cada operador se responsabiliza
pelo seu trecho.
Lead Time - Tempo de Ciclo. Utiliza-se para o ciclo produtivo (Lead Time de Produção), para
o ciclo de pedido (Lead Time do Pedido) e para o ciclo total da operação logística (Lead Time
de ressuprimento) sendo entendido como o tempo de compra mais o tempo de transporte. O
Lead Time Logístico ou Tempo de Ciclo total, é o tempo decorrido desde a emissão de uma
ordem a um fornecedor até o atendimento da ordem do cliente final. Também chamado de
Tempo de Resposta, para designar o tempo compreendido entre o início da primeira atividade
até a conclusão da última, em uma série de atividades.
Lead Time Total – Numa visão de processos, é o tempo que se leva para que um serviço ou
operação seja completamente executado, desde sua solicitação até sua entrega.
Linha Azul – trata-se de um regime aduaneiro implantado de forma pioneira no aeroporto de
Viracopos (São Paulo) que permite a liberação de cargas com considerável redução do tempo
de permanência das mercadorias/produtos importados em local alfandegado.
Lista de Materiais – Bill of Material – BOM. Lista de todas as peças, submontagens e
matérias-primas que constituem uma montagem específica, indicando a quantidade necessária
204
de cada item. A lista pode, ou não, ser estruturada de forma a demonstrar os níveis de
montagem pertencentes a cada item da lista.
Logística - segundo o CLM, Logística é a atividade de planejar, implantar e controlar o fluxo
consciente e eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e
informações relacionadas, desde seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o
propósito de atender aos requisitos dos clientes, a um custo mínimo.
Logística de Abastecimento – é a parte da Logística Empresarial que se ocupa de administrar
o transporte de materiais desde os fornecedores até a empresa, o descarregamento no
recebimento e o armazenamento das matérias-primas e componentes. Para alguns, pode ser
definida como a estruturação da modulação de abastecimento, embalagem de materiais,
administração do retorno das embalagens e acordos realizados na cadeia de abastecimento da
empresa.
Logística de Distribuição – Distribution Logistics ou Outbound Logistics. Compreende a
administração dos Centros de Distribuição (CD’s), a localização de unidades de
movimentação nos seus endereços, abastecimento da área de picking, o controle da expedição,
o transporte de cargas entre diferentes unidades produtivas e centros de distribuição e a
coordenação dos roteiros de transportes urbanos (roteirização).
Logística Empresarial – compreende a logística dentro de um sistema organizacional. Vide
Logística.
Logística de Produção (ou de Manufatura) – trata-se da administração da movimentação no
abastecimento das linhas de produção (postos de conformação e/ou montagem), segundo
ordens e cronogramas estabelecidos pela programação da produção (PCP). A desova das
peças conformadas como semi-acabados e componentes e armazenamento nos almoxarifados
205
de semi-acabados. Compreende, ainda, o deslocamento de produtos acabados no final das
linhas de produção até os armazéns de produtos acabados.
Logística de Suprimentos – Supply Logistics ou Inbound Logistics ou Supply Chain.
Compreende a logística interna e sua movimentação, TIM – Transporte Interno de Materiais,
os processos e métodos de roteirização e movimentação física interna e estocagens, lotes de
compra e seus custos financeiro, de material e gestão de compras, abastecimento da área de
picking, o controle da expedição, o transporte interno de cargas entre diferentes unidades
produtivas e meios de unitização de mercadorias e commodittes, observados os paradigmas da
produtividade e qualidade com otimização do custeio logístico e procedimentos junto aos
fornecedores para suprimento da demanda futura.
Logística em Comércio Exterior – embora não muito utilizada, a expressão significa o
planejamento e a gestão integrada de serviços relativos a documentação, manuseio,
armazenamento e transferência de bens, objeto de uma operação de comércio nacional ou
internacional.
MANTRA – é o sistema integrado eletrônico que possibilita o controle aduaneiro sobre os
veículos, as cargas procedentes do exterior, os trânsitos pelo território brasileiro e sobre a
movimentação e a colocação dessas cargas em armazéns alfandegados.
Modal – expressão simplificada para referir-se a modal de transporte. Vide Modal de
Transporte.
Modal de Transporte – expressão utilizada para indicar a modalidade de transporte que se
utiliza para a movimentação de materiais/produtos de um ponto a outro. As modalidades de
transporte existentes são divididas em: a) transporte rodoviário; b) transporte ferroviário; c)
206
transporte aéreo; d) transporte aquaviário (marítimo –de cabotagem e de longo curso, lacustre
ou fluvial - hidroviário); e, e) transporte dutoviário.
Multimodalidade – é a prática logística em que mercadorias são transportadas através da
utilização de mais de um modal de transporte, sob responsabilidade de um único operador,
sob o ponto de vista legal e contratual.
Negócio – entende-se por negócio um empreendimento que visa lucro, no qual os riscos, após
análise prévia, foram considerados suportáveis e proporcionais ao esforço necessário, aos
recursos investidos e ao retorno esperado. Em gestão da qualidade, um negócio é um conjunto
de processos (meios) destinados a gerar produtos (fins ou saídas) sob a forma de bens e/ou
serviços, de forma a atender às necessidades dos clientes da organização (internos e/ou
externos).
NVOCC - Non-Vessel Owning (Operating) Commom Carrier ou Operador de Transporte
Marítimo sem Embarcação (não proprietário). Trata-se de armador sem navios, que se utiliza
de navios de armadores estabelecidos e emite seu próprio Conhecimento de Embarque.
Através de acordo com armadores, o NVOCC compra espaço em navios em número de
contêineres.
Operador Logístico – um operador logístico é um provedor de serviços logísticos
terceirizados. São empresas que, embora terceirizadas, atuam independentemente de seus
clientes oferecendo ampla gama de serviços logísticos realizados internamente. São
prestadores de serviços que combinam serviços físicos (armazenagem e transporte) com
serviços gerenciais. Podem ser divididos em operadores baseados em ativos e operadores
baseados em informação e gestão. Os primeiros são caracterizados pelo fato de possuírem
investimentos próprios em transporte, armazenagem e equipamentos para execução das
operações logísticas. Os do segundo tipo vendem know-how de gerenciamento, baseando-se
207
em sistemas de informação e capacidade analítica, buscando soluções customizadas para cada
cliente, utilizando ativos de terceiros.
Packing list – Lista de materiais carregados em uma carga. No português , chama-se de
romaneio de carga.
Paletização - ato de unitizar determinada carga sobre um pallet, permitindo o arranjo e o
agrupamento de materiais em UNIMOV ou UNICOM’s, possibilitando o manuseio,
estocagem, movimentação e transporte como carga unitizada. Ver unitização.
Pallet - unidade semelhante a um estrado, em geral de madeira, utilizado para unitização de
cargas com peso de até 2000 Kg. Tal “estrado” pode ser formado por dois planos separados
por vigas, ou uma base única sustentada por pés, cuja altura é reduzida ao mínimo compatível
com seu manuseio por empilhadeiras, paleteiras ou outros sistemas de movimentação de
cargas. Pode ser construído de madeira, plásticos, metal, papelão, ou combinações desses
materiais. Pode ter dimensões variadas, embora no Brasil se utilize o pallet denominado PBR.
Personalizar – o mesmo que customizar. Trata-se de adequar um produto ou serviço
especificamente para um determinado consumidor/usuário, de acordo com suas necessidades
e/ou preferências. Faz parte do chamado nível de serviço.
Procedimento – ato ou efeito de proceder; modo de proceder; comportamento; processo e
método.
Processo – forma e desenvolvimento de um método que representa o modo pelo qual é
implementado e reflete seu estado dinâmico. Uma série metódica de atividades logicamente
relacionadas (sistemicamente), desempenhadas para atingir resultados previamente definidos.
Simplificadamente, um processo é o conjunto de meios utilizados e de tarefas executadas para
transformar insumos em produtos.
208
Produtividade – é a indicação do grau de aproveitamento dos recursos produtivos. Trata-se de
uma proporção entre o que é produzido e os recursos requeridos para se atingir esta produção.
Pode-se apresentar a produtividade como o valor de saídas (output) úteis por unidade de custo
para os recursos utilizados nos processos produtivos. Usualmente, produtividade é utilizada
nas atividades de manufatura, embora possa ser utilizada em qualquer área dos sistemas
organizacionais.
Produto – é o resultado do trabalho humano, podendo se apresentar sob a forma de bens ou de
serviços (ou ambos).
Rastreabilidade – é o registro e o rastreamento (acompanhamento) de materiais, peças e
processos utilizados nos processos produtivos através de números de série e/ou de lotes,
visando garantir a rápida localização de um material/produto em qualquer ponto da cadeia de
valor. Em alguns casos a rastreabilidade é uma exigência legal, como no caso dos
medicamentos, por exemplo.
Redespacho – trata-se do processo de expedição em que um operador de transporte recebe o
frete por outro transportador e o entrega a um terceiro.
Romaneio – do inglês Packing List. Simplificação para Romaneio de Carga, é o documento
utilizado em transporte, que lista a carga transportada. Usualmente, refere-se a cópias da guia
de carga. É a relação dos volumes transportados, com descrição do conteúdo de cada um. No
comércio internacional, auxilia a conferência e o desembaraço aduaneiro.
SCM - Supply Chain Management ou Administração da cadeia de abastecimento. Segundo o
CLM, é a integração dos diversos processos de negócios e organizações, desde o usuário final
até os fornecedores originais, que proporcionam os produtos, serviços e informações que
agregam valor para o cliente". Ou ainda, "a administração sinérgica dos canais de suprimentos
de todos os participantes da cadeia de valor, através da integração de seus processos de
209
negócios, visando sempre agregar valor ao produto final, em cada elo da cadeia, gerando
vantagens competitivas sustentáveis ao longo do tempo. A integração entre os componentes
de toda a cadeia de abastecimento (clientes, fornecedores, sites de comércio, terceiros) passa a
ser muito maior em relação ao métodos tradicionais. Sistemas que integram toda a cadeia de
abastecimento consistem em uma nova filosofia de negócios.
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior. É um sistema informatizado que
integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de Comércio
Exterior brasileiras, através de um fluxo único de informações.
Sistema – é um conjunto de processos distintos, interligados, visando o cumprimento de uma
missão (objetivos preestabelecidos). Representa a força sinergética que mantém funcionando
determinado conjunto, de forma interdependente e harmônica, realizando a sincronização de
fluxos para diminuir a perda de energia nas relações de troca entre os subsistemas
componentes.
Tempo de Transporte – Transit Time - É o período compreendido entre a data de entrega do
material, ao transportador, até a chegado do mesmo para o requisitante (destino).
Normalmente se estabelece um tempo-padrão permitido considerado em qualquer pedido
determinado para as movimentações de materiais de uma operação até a próxima operação.
Trading Company – empresa Comercial Exportadora com características próprias, que assume
as funções de comercialização para diferentes empresas. Serve como um canal alternativo de
exportação. Apresenta como vantagem ao produtor o fato de receber todos os benefícios
fiscais decorrentes da exportação, como se estivesse exportando diretamente.
Transbordo - Passar mercadorias/produtos de um para outro veículo de transporte. Operação
muito utilizada quando ocorre multimodalidade ou intermodalidade de transportes.
210
Transit Time – vide tempo de transporte.
Transporte – em termos logísticos trata-se da atividade de movimentação de
materiais/produtos e pessoas, ao longo da cadeia de abastecimento. Em termos econômicos
uma das principais funções consiste na capacidade de disponibilizar cada tipo de mercadoria
no momento e no lugar onde exista uma demanda pelas mesmas. O mesmo vale para o
movimento de pessoas.
Transporte aéreo – é a denominação dada a todo transporte de materiais/produtos ou pessoas
através de aeronaves. Com o surgimento do avião a relação tempo X distância foi reduzida em
virtude da alta velocidade de percurso permitida pelo alto desenvolvimento da tecnologia. é o
modal de transporte que se utiliza de aeronaves (aviões, helicópteros etc.) para a
movimentação de materiais/produtos ao longo da cadeia de abastecimento. É o modal mais
rápido embora, no Brasil, ainda seja o mais caro. O conhecimento de transporte aéreo é
chamado de AWB (Airwail Bill).
Transporte combinado – é o transporte de um veículo de transporte por outro (piggy back),
como por exemplo, o transporte de uma carreta em cima de um vagão ferroviário, ou sobre
uma chata ou um ferry boat.
Transporte dutoviário - é a denominação dada a todo transporte de materiais/produtos através
de tubulações. São separados em três tipos principais: a) pneumáticos; b) por cápsulas; e, c)
de misturas pastosas. Entre os meios de transporte relativamente novos, a dutovia tem um
papel importante no quadro global de investimentos. Fornece uma maneira de transportar
líquido, gases e sólidos por meio de tubulações em substituição aos veículos rodantes. Modal
recomendado para o transporte de produtos líquidos, gasosos ou sólidos em suspensão.
211
Transporte ferroviário - é a denominação dada a todo transporte de materiais/produtos ou
pessoas através de estradas de ferro. Uma característica dos países economicamente
desenvolvidos é possuir uma estrutura ferroviária forte, devido ao transporte de cargas e
passageiros a longas distancias. O conhecimento de transporte ferroviário é chamado de Rail
Road.
Transporte hidroviário - é a denominação dada a todo transporte de materiais/produtos ou
pessoas através de embarcações em rios, lagos e oceanos. O conhecimento de transporte
marítimo é chamado de B/L (Bill of Lading).
Transporte Intermodal – trata-se do transporte realizado através de dois ou mais modais de
transporte, da forma mais eficiente possível, com mínimas resistências à movimentação
contínua de bens e equipamentos de transporte, desde a origem até o destino. A
intermodalidade pressupõe a existência de interfaces (terminais, portos, aeroportos, aduanas e
armazéns) tão eficientes quanto os modais a que atendem.
Transporte Multimodal - É a integração dos serviços de mais de um modo de transporte, entre
os diversos modais. Exemplo: rodo-ferroviário, rodo-aéreo, ferro-hidroviário, hidro-aéreo etc.
Trata-se de um conceito institucional que envolve a movimentação de bens por dois ou mais
modais de transporte, sob um único conhecimento de transporte, o qual é emitido por um
operador de transporte multimodal – OTM. O OTM deve assumir total responsabilidade pela
operação, desde a origem até o destino, como um transportador principal e não como um
agente.
Transporte rodoviário – é a denominação dada a todo transporte de materiais/produtos ou
pessoas através de rodovias. Trata-se do único modal de transporte que permite operações
porta a porta, além de ser o mais adequado para distâncias curtas e/ou médias (até 400
212
quilômetros). O conhecimento de transporte rodoviário é chamado CRT – Conhecimento
Rodoviário de Transporte.
213
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS - FUNCIONÁRIO
Prezado colega,
Peço alguns minutos de seu tempo para obter sua resposta às perguntas abaixo, sobre o
processo de importação.
Estas perguntas visam coletar dados para uma pesquisa que tem por objetivo avaliar os
custos de importação das empresas que realizam o processo de importação, na tentativa de
apresentar um modelo de planilha que possa servir como ferramenta de consulta e ajuda.
As suas respostas estarão incluídas em uma análise e apenas os dados referente aos
resultados gerais serão divulgados.
12 DADOS DO ENTREVISTADO
Empresa (opcional):Nome (opcional):Sexo: ( ) M ( ) F Idade:Escolaridade: ( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) 3º grau ( ) completo ( ) incompleto
13 A. INFORM AÇÕES INICIAIS
1. Qual é o seu cargo na empresa ? ( ) diretor ( ) gerente ( ) supervisor ( ) coordenador ( ) encarregado ( ) assistente ( ) outros. Especifique: _______________________________________________________
2. Qual a sua área de atuação na empresa ? ( ) Comércio Internacional ( ) Comércio Internacional e outras atividades. Especifique: __________________________ ( ) Outros. Especifique: _______________________________________________________
3. Qual o seu tempo de atuação na área atual ? ( ) de 1 mês a 6 meses ( ) de 6 meses a 1 ano ( ) entre 1 e 2 anos ( ) entre 2 e 3 anos ( ) acima de 3 anos. Especifique: ________________________________________________
214
3. Você é formado na área de comércio internacional ? ( ) SIM ( ) NÃO
4. Possui cursos relacionados à área ? Se sim, especifique quais. ( ) SIM ( ) NÃO ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
14 B. INFORM AÇÕES BÁSICAS
1. Qual o ramo de atividade da empresa ? ___________________________________________________________________________
2. Quais são os produtos importados pela empresa ? ( ) matéria-prima ( ) máquinas ( ) partes e peças ( ) produtos acabados ( ) outros. Especifique: _______________________________________________________
3. Há quanto tempo a empresa atua com importações ? ( ) entre 1 e 2 anos ( ) entre 2 e 3 anos ( ) acima de 3 anos. Especifique: ________________________________________________
4. Qual o percentual que as importações representam do total de compras da empresa ? ( ) até 10% ( ) entre 10% e 20% ( ) entre 20% e 30% ( ) entre 30% e 40% ( ) acima de 40%. Especifique: _________________________________________________
5. Quais os motivos que levaram a empresa a atuar com importações ? ( ) preços competitivos ( ) prazos competitivos ( ) impostos competitivos ( ) ausência de fornecedor local ( ) qualidade ( ) outros. Especifique: _______________________________________________________
15 C. INFORM AÇÕES ESPECÍFICAS DA ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO DAEMPRESA
1. Qual a modalidade de transporte mais utilizada pela empresa ? ( ) terrestre ( ) marítima ( ) aérea
215
2. A empresa utiliza transporte terrestre ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais as fronteiras utilizadas ? ____________________________________________
3. A empresa utiliza transporte marítimo ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os portos utilizados ? _______________________________________________
4. A empresa utiliza transporte aéreo ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os aeroportos utilizados ? ___________________________________________
5. Qual a modalidade de compra utilizada pela empresa ? ( ) FOB / FCA ( ) CFR / CPT ( ) CIF / CIP ( ) outros. Especifique: _______________________________________________________
6. Qual a modalidade de pagamento utilizada pela empresa ? ( ) REM (Remessa direta de documentos) ( ) COB (Cobrança bancária) ( ) LCL (Carta de crédito) ( ) outro. Especifique: ________________________________________________________
7. Qual o prazo de pagamento utilizado pela empresa ? ( ) à vista ( ) 30 dias ( ) 60 dias ( ) 90 dias ( ) 120 dias ( ) 180 dias ( ) outro. Especifique: ________________________________________________________
8. De quais continentes a empresa importa ? ( ) América do Norte. Especifique os países: ______________________________________ ( ) América Central. Especifique os países: ________________________________________ ( ) América do Sul. Especifique os países: ________________________________________ ( ) Europa. Especifique os países: _______________________________________________ ( ) Ásia. Especifique os países: _________________________________________________ ( ) África. Especifique os países: ________________________________________________ ( ) Austrália. Especifique os países: _____________________________________________
9. Você tem conhecimento suficiente para uso dos INCOTERMS ? ( ) SIM ( ) NÃO
10. A empresa possui algum tipo de incentivo fiscal na importação ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, especifique: ___________________________________________________________
216
11. A empresa possui algum tipo de benefício especial na importação (benefícios concedidospelo governo mediante pleitos) ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, especifique: ___________________________________________________________
12. Como a empresa classifica os impostos na importação ? ( ) baixos ( ) razoáveis ( ) altos ( ) muito altos
13. Você considera que tem conhecimentos de todos os custos de importação e todos osfatores geradores de custos de importação?
( ) SIM ( ) NÃO Se não, em qual fator de custo você considera falta-lhe conhecimento? especifique: ________
14. A empresa trabalha com estimativa de custos de importação?
( ) SIM ( ) NÃO
15. A empresa faz projeções de custos antes das importações utilizando algum tipo deplanilha?
( ) SIM ( ) NÃO
16. Caso a resposta 14 seja afirmativa, você classifica a qualidade das projeções disponível?Marque com X a(s) alternativa (s):
17. Com relação aos custos de importação apresentados abaixo, como você considera oconhecimento da empresa referente aos fatores geradores desses custos:
MUITO BOM BOM REGULAR RUIMVeracidade das InformaçõesConteúdoFuncionalidadeFácil identificação dos custos com a prestação de contas do despachanteDados relevantes
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18. Quando tem dúvidas a respeito dos custos de importação, onde busca consulta ? ( ) Livros específicos ( ) Profissional com maior conhecimento ( ) Receita federal ( ) Outros órgãos anuentes ( ) Outros. Especifique: _______________________________________________________
19 . A empresa mantém seus funcionários em constante treinamento para atualização dasnormas e procedimentos de importação? ( ) SIM ( ) NÃO
20. Na sua opinião qual a maior dificuldade das empresas com relação ao entendimento doscustos de importação?
21. Quais os custos de importação que a empresa considera possível de sofrer uma redução ?Justifique:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
MUITO BOM BOM REGULAR RUIMINCOTERMSFRETE INTERNACIONALSEGURO INTERNACIONALIMPOSTO DE IMPORTAÇÃOPIS/PASEPCOFINSIPIICMSAFRMMS.D.ADESPACHANTE ADUANEIROPORTO MARÍTIMOPORTO SECO/EADITARIFAS DO PORTO SECOTHCLIBERAÇÃO DE BLTARIFAS INFRAEROTRADUÇÃO DESCONSOLIDAÇÃODEMURRAGEDESPESAS BANCÁRIASFRETE INTERNOLICENÇAS ESPECÍFICASOUTROS CUSTOS DE IMPORTAÇÃO
218
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO PARA COLETA DE DADOS - DESPACHANTE
Prezado colega,
Peço alguns minutos de seu tempo para obter sua resposta às perguntas abaixo, sobre o
processo de importação.
Estas perguntas visam coletar dados para uma pesquisa que tem por objetivo avaliar os
custos de importação das empresas que realizam o processo de importação, na tentativa de
apresentar um modelo de planilha que possa servir como ferramenta de consulta e ajuda.
As suas respostas estarão incluídas em uma análise e apenas os dados referente aos
resultados gerais serão divulgados.
16 DADOS DO ENTREVISTADO
Empresa (opcional):Nome (opcional):Sexo: ( ) M ( ) F Idade:Escolaridade: ( ) 1º grau ( ) 2º grau ( ) 3º grau ( ) completo ( ) incompleto
17 A. INFORM AÇÕES INICIAIS
1. Qual é o seu cargo atual ? ( ) despachante ( ) ajudante de despachante ( ) outros. Especifique:
2. Qual a sua área de atuação no comércio internacional ? ( ) Importação ( ) Exportação ( ) Ambos
3. Qual o seu tempo de atuação na área atual ? ( ) de 1 mês a 6 meses ( ) de 6 meses a 1 ano ( ) entre 1 e 2 anos ( ) entre 2 e 3 anos ( ) acima de 3 anos. Especifique: ________________________________________________
3. Você é formado na área de comércio internacional ? ( ) SIM ( ) NÃO
4. Possui cursos relacionados à área ? Se sim, especifique quais. ( ) SIM ( ) NÃO ___________________________________________________________________________
219
18 B. INFORM AÇÕES BÁSICAS
1. Quando tem dúvidas a respeito dos custos de importação, na montagem do pedido denumerário ao cliente, onde busca consulta ? ( ) Livros específicos ( ) Profissional com maior conhecimento ( ) Receita federal ( ) Outros órgãos anuentes ( ) Outros. Especifique: _______________________________________________________
2. Qual o percentual que as importações representam do total de despachos efetivados por suaempresa ? ( ) até 10% ( ) entre 10% e 20% ( ) entre 20% e 30% ( ) entre 30% e 40% ( ) acima de 40%. Especifique: _________________________________________________
3. Qual o percentual que as exportações representam do total de despachos efetivados por suaempresa? ( ) até 10% ( ) entre 10% e 20% ( ) entre 20% e 30% ( ) entre 30% e 40% ( ) acima de 40%. Especifique: _________________________________________________
4. A empresa atua ou representa alguma em transporte terrestre ? ( ) SIM ( ) NÃO
5. A empresa atua com desembaraço aduaneiro para cargas com transporte terrestre ? ( ) SIM ( ) NÃO
6. A empresa atua com desembaraço aduaneiro para cargas com transporte marítimo ? ( ) SIM ( ) NÃO
7. A empresa atua também com desembaraço aduaneiro para cargas com transporte aéreo ? ( ) SIM ( ) NÃO
8 . A empresa mantém seus funcionários em constante treinamento para atualização dasnormas e procedimentos de importação? ( ) SIM ( ) NÃO
19 C. INFORM AÇÕES ESPECÍFICAS DA ATIVIDADE DE IMPORTAÇÃO
Instruções: As questões abaixo devem ser respondidas levando em conta as empresas para asquais o serviço de desembaraço aduaneiro é prestado:
220
1. Qual a modalidade de transporte de importação mais utilizada pelas empresas aos quaisvocês prestam serviço?
( ) terrestre ( ) marítima ( ) aérea
2. As empresas atendidas utilizam transporte terrestre ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais as fronteiras utilizadas ? ____________________________________________
3. As empresas atendidas utilizam transporte marítimo ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os portos utilizados ? _______________________________________________
4. As empresas atendidas utilizam transporte aéreo ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os aeroportos utilizados ? ___________________________________________
5. As empresas atendidas utilizam o desembaraço aduaneiro em Portos Secos / Eadis?
( ) SIM ( ) NÃO Se sim, quais os aeroportos utilizados ? ___________________________________________
6. Qual a modalidade de compra mais utilizada pelas empresas ? ( ) FOB / FCA ( ) CFR / CPT ( ) CIF / CIP ( ) outros. Especifique: _______________________________________________________
7. Qual a modalidade de pagamento mais utilizada pelas empresas ? ( ) REM (Remessa direta de documentos) ( ) COB (Cobrança bancária) ( ) LCL (Carta de crédito) ( ) outro. Especifique: ________________________________________________________
8. Qual o prazo de pagamento mais utilizado pelas empresas ? ( ) à vista ( ) 30 dias ( ) 60 dias ( ) 90 dias ( ) 120 dias ( ) 180 dias ( ) outro. Especifique: ________________________________________________________
9. De quais continentes as empresas importam ? ( ) América do Norte. Especifique os países: ______________________________________ ( ) América Central. Especifique os países: ________________________________________ ( ) América do Sul. Especifique os países: ________________________________________ ( ) Europa. Especifique os países: _______________________________________________
221
( ) Ásia. Especifique os países: _________________________________________________ ( ) África. Especifique os países: ________________________________________________ ( ) Austrália. Especifique os países: _____________________________________________
10. As empresas atendidas possuem algum tipo de incentivo fiscal na importação ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, especifique: ___________________________________________________________
11. As empresas atendidas possuem algum tipo de benefício especial na importação(benefícios concedidos pelo governo mediante pleitos) ? ( ) SIM ( ) NÃO Se sim, especifique: ___________________________________________________________
12. Como você classifica os impostos na importação ? ( ) baixos ( ) razoáveis ( ) altos ( ) muito altos
13. Na sua opinião qual a maior dificuldade das empresas com relação ao entendimento doscustos de importação?
14. Das empresas que você atende, em qual fase da importação você enxerga possibilidadepara redução de custos para as empresas ? Justifique:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
222
APÊNDICE C – DADOS RESPONDIDOS PELOS FUNCIONÁRIOS DAS EMPRESASDE ACORDO COM O APÊNDICE A
Tabela 1: Distribuição dos entrevistados, segundo o sexo
FREQÜÊNCIASEXOABSOLUTA %
Masculino 5 62,5Feminino 1 12,5Não informou 2 25,0Total 8 100,0
Tabela 2: Distribuição dos entrevistados, segundo a idade
FREQÜÊNCIAIDADE ABSOLUTA %22 anos 2 25,029 anos 1 12,533 anos 1 12,542 anos 1 12,5Não informou 3 37,5Total 8 100,0
Tabela 3: Distribuição dos entrevistados, segundo a escolaridade
FREQÜÊNCIAESCOLARIDADEABSOLUTA %
3o Grau Completo 3 37,53o Grau Incompleto 2 25,0
Não informou 3 37,5Total 8 100,0
Tabela 4: Distribuição dos entrevistados, segundo o cargo na empresa
FREQÜÊNCIACARGO NAEMPRESA ABSOLUTA %
Gerente 3 37,5Assistente 2 25,0
Outros 3 37,5Total 8 100,0
Os outros cargos informados foram: Chefe de Controladoria e Administração, Estagiária de
Contabilidade e Prestação de Serviços.
223
Tabela 5: Distribuição dos entrevistados, segundo a área de atuação na empresa
FREQÜÊNCIAÁREA DE ATUAÇÃO NA EMPRESA ABSOLUTA %Comércio Internacional 1 12,5Comércio Internacional e outras atividades 3 37,5Outros 4 50,0Total 8 100,0
As duas outras atividades informadas pelos entrevistados (37,5%) foram: Gerência de
Produção e Gerência de Logística. Os entrevistados que responderam “Outros” destacaram:
Contabilidade, Controladoria e Administração e Controller.
Tabela 6: Distribuição dos entrevistados, segundo o tempo de atuação na área atual
FREQÜÊNCIATEMPO DEDURAÇÃO NA ÁREA
ATUALABSOLUTA %
de 6 meses a 1 ano 2 25,0entre 1 e 2 anos 2 25,0entre 2 e 3 anos 1 12,5acima de 3 anos 3 37,5Total 8 100,0
Nenhum dos três entrevistados que afirmaram já atuar há mais de 3 anos na área atual,
completou o tempo total.
Tabela 7: Distribuição dos entrevistados, segundo a informação se é formado na área deComércio Internacional
FREQÜÊNCIAFORMAÇÃO NAÁREA DE COMÉRCIO
INTERNACIONAL ABSOLUTA %
SIM 1 12,5NÃO 7 87,5Total 8 100,0
224
Tabela 8: Distribuição dos entrevistados, segundo a informação se possui cursos relacionadosà área
FREQÜÊNCIACURSOSRELACIONADOS À
ÁREAABSOLUTA %
SIM 3 37,5NÃO 5 62,5Total 8 100,0
Dentre os cursos citados pelos entrevistados estão: Drawback, Exportação, Importação,
Regimes Aduaneiros Especiais e Atípicos, Importação e Pós-Graduação em Logística.
Tabela 9: Distribuição dos entrevistados, segundo as respostas coletadas sobre o ramo deatividade da empresa
FREQÜÊNCIARAMO DE ATIVIDADE DA EMPRESA ABSOLUTA %Equipamentos para Avicultura e Suinocultura 2 25,0Indústria de Tintas 2 25,0Indústria de Tintas e Sistemas 1 12,5Indústria e Comércio de Equipamentos para Avicultura 1 12,5Produção e Comercialização de Equipamentos para avicultura 1 12,5Não respondeu 1 12,5Total 8 100,0
Tabela 10: Produtos importados pela empresa, segundo informação dos entrevistados
FREQÜÊNCIAPRODUTO IMPORTADOPELA EMPRESA ABSOLUTA %
Matéria-prima 5 62,5Máquinas 3 37,5
Partes e peças 5 62,5Produtos acabados 2 25,0
Tabela 11: Tempo que a empresa atua com importações, segundo informação dosentrevistados
FREQÜÊNCIATEMPO DE ATUAÇÃODA EMPRESA COM
IMPORTAÇÃOABSOLUTA %
entre 1 e 2 anos 1 12,5entre 2 e 3 anos 1 12,5acima de 3 anos 6 75,0Total 8 100,0
225
Das 6 respostas obtidas para “acima de 3 anos”, duas indicam atuação há 5 anos, e uma há 6
anos, enquanto que as outras três não informaram.
Tabela 12: Percentual de importações com relação ao total de compras das empresas
FREQÜÊNCIA% IMPORTAÇÒES/TOTALDE COMPRAS PELA
EMPRESAABSOLUTA %
entre 20% e 30% 4 50,0entre 30% e 40% 3 37,5Acima de 40% 1 12,5Total 8 100,0
Tabela 13: Motivos que levaram a empresa a atuar com importações
FREQÜÊNCIAMOTIVO PARA ATUAR COMIMPORTAÇÃO ABSOLUTA %
Preços competitivos 2 25,0Prazos competitivos 1 12,5Ausência de fornecedor local 3 37,5Qualidade 7 87,5
Tabela 14: Modalidade de transporte mais utilizada pelas empresas
FREQÜÊNCIAMODALIDADE DETRANSPORTE MAIS
UTILIZADAABSOLUTA %
Terrestre 3 37,5Marítima 7 87,5Aérea 1 12,5
Tabela 15: Portos secos utilizados pelas empresas, segundo transporte terrestre
FREQÜÊNCIAPORTO SECOUTILIZADO/TRANSPORTE
TERRESTREABSOLUTA %
Jaguarão-RS 1 12,5No Cone Sul 1 12,5Uruguaiana 2 25,0Não utiliza 3 37,5Não informou 1 12,5Total 8 100,0
226
Tabela 16: Portos utilizadas pelas empresas, segundo transporte marítimo
FREQÜÊNCIAPORTOUTILIZADO/TRANSPORTE
MARÍTIMOABSOLUTA %
Paranaguá 6 75,0Paranaguá e Santos 1 12,5Não informou 1 12,5Total 8 100,0
Tabela 17: Aeroportos utilizados pelas empresas, segundo transporte aéreo
FREQÜÊNCIAAERPORTOUTILIZADO/TRANSPORTE
AÉREOABSOLUTA %
Afonso Pena 3 37,5Viracopos 2 25,0Cumbica 1 12,5Congoinhas 1 12,5Não utiliza 4 50,0
Tabela 18: Modalidade de compra utilizada pelas empresas
FREQÜÊNCIAMODALIDADE DECOMPRA UTILIZADA ABSOLUTA %
FOB/FCA 3 37,5CFR/CPT 2 25,0CIF/CIP 4 50,0Outros 1 12,5
Tabela 19: Modalidade de pagamento utilizada pelas empresas
FREQÜÊNCIAMODALIDADE DE PAGAMENTOUTILIZADA ABSOLUTA %
REM (Remessa direta de documentos) 5 62,5COB (Cobrança bancária) 2 25,0LCL (Carta de crédito) 1 12,5Outros 1 12,5
Tabela 20: Prazo de pagamento utilizado pelas empresas
FREQÜÊNCIAPRAZO DE PAGAMENTO ABSOLUTA %à vista 0 0,030 dias 1 12,560 dias 4 50,090 dias 1 12,5120 dias 1 12,5180 dias 0 0,0
Outros (360 dias ou mais) 2 25,0
227
Tabela 21: Continentes dos quais as empresas importam
FREQÜÊNCIACONTINENTE ABSOLUTA %América do Norte 4 50,0América Central 0 0,0América do Sul 3 37,5Europa 6 75,0Ásia 1 12,5África 1 12,5
Tabela 22: Países dos quais as empresas importam
FREQÜÊNCIAPAÍS ABSOLUTA %Estados Unidos 4 50,0Uruguai 3 37,5Espanha 2 25,0França 6 75,0China 1 12,5África do Sul 1 12,5
Tabela 23: Distribuição das empresas, segundo a informação se tem conhecimento doINCOTERMS
FREQÜÊNCIACONHECIMENTO DOSINCOTERMS ABSOLUTA %
SIM 2 25,0NÃO 6 75,0Total 8 100,0
Tabela 24: Distribuição das empresas, segundo a informação se possui algum tipo deincentivo fiscal na importação
FREQÜÊNCIAINCENTIVO FISCAL NAIMPORTAÇÃO ABSOLUTA %
SIM 5 62,5NÃO 3 37,5Total 8 100,0
Dentre os incentivos informados pelos entrevistados, destacam-se o ICMS em conta gráfica
para impressão dentro do estado e isenção de algumas taxas para a agricultura.
228
Tabela 25: Distribuição das empresas, segundo se possui algum tipo de benefício fiscal naimportação (Concedido pelo governo federal – mediante pleito)
FREQÜÊNCIABENEFÍCIO FISCAL NAIMPORTAÇÃO ABSOLUTA %
SIM 3 37,5NÃO 5 62,5Total 8 100,0
Tabela 26: Classificação dos impostos na importação, segundo os entrevistados, com relaçãoaos custos de importação
FREQÜÊNCIACUSTOS DE IMPORTAÇÃO ABSOLUTA %Razoáveis 2 25,0Altos 4 50,0Muito altos 2 25,0Total 8 100,0
Tabela 27: Distribuição das respostas, segundo se considera ter conhecimentos de todos oscustos de importação e todos os fatores geradores de custos de importação
FREQÜÊNCIACONHECIMENTO DOSCUSTOS DE IMPORTAÇÃO EDOS FATORES GERADORES
ABSOLUTA %
SIM 2 25,0NÃO 6 75,0Total 8 100,0
Dentre as respostas sobre a dificuldade das empresas com relação ao entendimento dos custos
de importação, destacam-se: Base de Cálculo, Base de Cálculo Icms, Pis e Cofins, e Imposto
de Importação.
Tabela 28: Distribuição das respostas, segundo a informação se trabalha com estimativa decustos de importação
FREQÜÊNCIATRABALHA COMESTIMATIVA DE CUSTOS ABSOLUTA %
SIM 5 62,5NÃO 3 37,5Total 8 100,0
229
Tabela 29: Distribuição das respostas, segundo a informação se a empresa faz projeções decustos antes das importações utilizando algum tipo de planilha
FREQÜÊNCIAPROJEÇÃO DE CUSTOS ABSOLUTA %SIM 5 62,5NÃO 3 37,5Total 8 100,0
Tabela 30: Classificação da qualidade das projeções disponíveis
CLASSIFICAÇÕESMuito Bom Bom Regular Ruim TotalPROJEÇÃO
ABS. % ABS. % ABS. % ABS. % ABS. %Veracidade das informações 0 0,0 5 62,5 1 12,5 0 0,0 6 75,0Conteúdo 1 12,5 2 25,0 3 37,5 0 0,0 6 75,0Funcionalidade 0 0,0 3 37,5 3 37,5 0 0,0 6 75,0Fácil identificação dos custoscom a prestação de contas dodespachante
0 0,0 4 50,0 2 25,0 0 0,0 6 75,0
Dados relevantes 0 0,0 2 25,0 4 50,0 0 0,0 6 75,0
Tabela 31: Classificação dos custos de importação quanto ao conhecimento da empresa
CLASSIFICAÇÃOMuito Bom Bom Regular Ruim TotalITEM
ABS. % ABS. % ABS. % ABS. % ABS. %Incoterms 0 0,0 5 62,5 2 25,0 0 0,0 7 87,5Frete Internacional 1 12,5 7 87,5 0 0,0 0 0,0 8 100,0Seguro Internacional 0 0,0 5 62,5 3 37,5 0 0,0 8 100,0Imposto de Importação 1 12,5 3 37,5 3 37,5 0 0,0 7 87,5Pis/Pasep 1 12,5 4 50,0 2 25,0 1 12,5 8 100,0Cofins 2 25,0 4 50,0 1 12,5 1 12,5 8 100,0IPI 2 25,0 5 62,5 1 12,5 0 0,0 8 100,0ICMS 1 12,5 5 62,5 2 25,0 0 0,0 8 100,0AFRMM 2 25,0 3 37,5 2 25,0 0 0,0 7 87,5S D A 1 12,5 5 62,5 1 12,5 1 12,5 8 100,0Despachante Aduaneiro 0 0,0 7 87,5 1 12,5 0 0,0 8 100,0Porto Marítimo 0 0,0 6 75,0 2 25,0 0 0,0 8 100,0Porto Seco / EADI 0 0,0 4 50,0 3 37,5 1 12,5 8 100,0THC 1 12,5 5 62,5 2 25,0 0 0,0 8 100,0Liberação de BL 1 12,5 6 75,0 1 12,5 0 0,0 8 100,0Tradução 0 0,0 5 62,5 3 37,5 0 0,0 8 100,0Desconsolidação 0 0,0 6 75,0 2 25,0 0 0,0 8 100,0Demurrage 0 0,0 5 62,5 3 37,5 0 0,0 8 100,0Despesas bancárias 0 0,0 6 75,0 1 12,5 1 12,5 8 100,0Frete interno 1 12,5 7 87,5 0 0,0 0 0,0 8 100,0Licenças Específicas 1 12,5 3 37,5 3 37,5 1 12,5 8 100,0Outros custos relacionados àimportação 0 0,0 4 50,0 2 25,0 1 12,5 7 87,5
230
Tabela 32: Tipo de consultas utilizadas pelas empresas para dúvidas com relação aos custosde importação
FREQÜÊNCIAFONTE DE CONSULTA ABSOLUTA %Livros específicos 1 12,5Profissional com maior conhecimento 8 100,0Receita federal 3 37,5Outros órgãos anuentes 1 12,5Outros 1 12,5
Tabela 33: Distribuição das respostas, segundo a informação se a empresa mantém seusfuncionários em constante treinamento para atualização das normas e procedimentos deimportação
FREQÜÊNCIAATUALIZAÇÃO DOSFUNCIONÁRIOS ABSOLUTA %
SIM 1 12,5NÃO 7 87,5Total 8 100,0
Tabela 34: Opinião dos entrevistados, segundo as maiores dificuldades das empresas comrelação ao entendimento dos custos de importação
FREQÜÊNCIADIFICULDADEABSOLUTA %
Despachante Aduaneiro 1 12,5Falta de Treinamento 2 25,0Formas de cálculos 1 12,5ICMS 1 12,5Muita alteração na legislação e falta de profissionais exclusivos para estas atividades 1 12,5O Controle de demurrage, por exemplo, e algumas nomenclaturas de classificação 1 12,5Não opinou 1 12,5Total 8 100,0
Tabela 35: Custos de importação que a empresa considera possível de sofrer uma redução
FREQÜÊNCIAOPINIÃO SOBRE REDUÇÃO DE CUSTOS DE IMPORTAÇÃOABS. %
*A taxa de 25% cobrado sobre o valor do frete internacional; *Jogar os custos: pis/cofins/ipiem conta gráfica, assim como se faz com o icms no Paraná e cobrá-los somente na venda damercadoria
1 12,5
Atualmente a empresa não visualiza nenhuma possibilidade para reduzir o custo de importação 1 12,5Frete Marítimo, Demurrage, Frete Interno, Custos com Despachantes, Porto, Tradução 1 12,5ICMS 1 12,5ICMS, fazendo processo de redução utilizando regime especial 1 12,5Imposto, porque a carga tributária é muito alta 1 12,5Impostos – pois a carga tributária é muito alta 1 12,5Impostos – trabalhando regimes como Drawback 1 12,5Total 8 100,0
231
APÊNDICE D – DADOS RESPONDIDOS PELOS DESPACHANTES ADUANEIROS
DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O APÊNDICE B
Tabela 1: Distribuição dos entrevistados, segundo o sexo
FREQÜÊNCIASEXOABSOLUTA %
Masculino 3 60,0Feminino 2 40,0Total 5 100,0
Tabela 2: Distribuição dos entrevistados, segundo a idade
FREQÜÊNCIAIDADEABSOLUTA %
25 anos 1 20,031 anos 1 20,033 anos 1 20,065 anos 1 20,0Não informou 1 20,0
Total 5 100,0
Tabela 3: Distribuição dos entrevistados, segundo a escolaridade
FREQÜÊNCIAESCOLARIDADEABSOLUTA %
3o Grau Completo 4 80,03o Grau Incompleto 1 20,0
Total 5 100,0
Tabela 4: Distribuição dos entrevistados, segundo o cargo na empresa
FREQÜÊNCIACARGO NA EMPRESAABSOLUTA %
Despachante 3 60,0Ajudante de Despachante 1 20,0
Outros 1 20,0Total 5 100,0
O outro cargo informado pelo entrevistado foi o de Gerente Proprietário.
232
Tabela 5: Distribuição dos entrevistados, segundo área de atuação na empresa
FREQÜÊNCIAÁREA DE ATUAÇÃO NAEMPRESA ABSOLUTA %
Importação 2 40,0Importação e Exportação 3 60,0Total 5 100,0
Tabela 6: Distribuição dos entrevistados, segundo tempo de atuação na área atual
FREQÜÊNCIATEMPO DE ATUAÇÃONA ÁREA ATUAL ABSOLUTA %
De 1 a 6 meses 1 20,0Acima de 3 anos 4 80,0Total 5 100,0
Dos quatro entrevistados que afirmaram atuar na atual área há mais de 3 anos, um informou
atuar por 7 anos; um, por 9 anos; um, há 27 anos; e um não informou.
Tabela 7: Distribuição dos entrevistados, segundo se é formado na área de ComércioInternacional
FREQÜÊNCIAFORMADO NA ÁREA DECOMÉRCIO
INTERNACIONALABSOLUTA %
SIM 2 40,0NÃO 3 60,0Total 5 100,0
Tabela 8: Distribuição dos entrevistados, segundo a informação se possui cursos relacionadosà área
FREQÜÊNCIACURSO RELACIONADO ÀÁREA ABSOLUTA %SIM 4 80,0NÃO 1 20,0Total 5 100,0
Dentre os cursos citados pelos entrevistados estão: Analista de Importação, Técnicas de
Logística, Classificação Tarifária de Mercadorias, Procedimentos da Receita Federal, Cursos
233
de atualizações em Aduaneiras em Drawback, Importações em seus aspectos fiscais e
Administrativos e Legislação Aduaneira.
Tabela 9: Tipos de consultas utilizados pelos entrevistados para dúvidas dos custos deimportação
FREQÜÊNCIAFONTEABSOLUTA %
Livros específicos 2 40,0Profissional com maior conhecimento 3 60,0Receita federal 2 40,0Outros órgãos anuentes 2 40,0Outros 2 40,0
Dentre as outras fontes de pesquisa dos entrevistados estão: Consultoria da Aduaneiras,
Empresas que operam na logística de importação e exportação, e Consultoria da Informare,
assim como programas de consulta tributação
Tabela 10: Percentual de importações com relação ao total de despachos efetivados pelaempresa
FAIXA DE PERCENTUAL DEIMPORTAÇÃO FREQÜÊNCIA
ABSOLUTA %entre 20% e 30% 1 20,0entre 30% e 40% 2 40,0Acima de 40% 2 40,0Total 5 100,0
Tabela 11: Percentual de exportações com relação aos despachos efetivados pela empresa
FREQÜÊNCIAFAIXA DE PERCENTUALDE EXPORTAÇÃO ABSOLUTA %
Até 10% 2 40,0entre 30% e 40% 1 20,0Acima de 40% 2 40,0Total 5 100,0
234
Tabela 12: Distribuição das empresas, segundo a informação se atua ou representa algumtransporte terrestre
FREQÜÊNCIAATUA/REPRESENTATRANSPORTE TERRESTRE
ABSOLUTA %SIM 2 40,0NÃO 3 60,0Total 5 100,0
Tabela 13: Distribuição das empresas, segundo a informação se atua com desembaraçoaduaneiro para cargas com transporte terrestre
FREQÜÊNCIAATUAÇÃO COM DESEMBARAÇOADUANEIRO/TRANSPORTE
TERRESTRE ABSOLUTA %SIM 4 80,0
Não informou 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 14: Distribuição das empresas, segundo a informação se atua com desembaraçoaduaneiro para cargas com transporte marítimo
FREQÜÊNCIAATUAÇÃO COM DESEMBARAÇOADUNEIRO/TRANSPORTE
MARÍTIMOABSOLUTA %
SIM 4 80,0NÃO 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 15: Distribuição das empresas, segundo a informação se atua com desembaraçoaduaneiro para cargas com transporte aéreo
FREQÜÊNCIAATUAÇÃO COM DESEMBARAÇOADUANEIRO/TRANPORTE AÉREO ABSOLUTA %
SIM 4 80,0NÃO 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 16: Distribuição das empresas, segundo a informação se mantém seus funcionáriosem constante treinamento para atualização das normas e procedimentos de importação
FREQÜÊNCIATREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS SOBREPROCEDIMENTO DE IMPORTAÇÃO ABSOLUTA %
SIM 4 80,0NÃO 1 20,0Total 5 100,0
235
Tabela 17: Modalidade de transporte de importação mais utilizada pelas empresas aos quaisprestam serviços
FREQÜÊNCIAMODALIDADEABSOLUTA %
Terrestre 2 40,0Marítima 3 60,0Total 5 100,0
Tabela 18: Fronteiras utilizadas pelas empresas, segundo transporte terrestre
FREQÜÊNCIAFRONTEIRAABSOLUTA %
Foz do Iguaçu 2 40,0Uruguaiana 3 60,0Jaguarão 1 20,0Chuí 1 20,0Livramento 1 20,0Aceguá 1 20,0São Borja 1 20,0
Tabela 19: Portos utilizados pelas empresas, segundo transporte marítimo
FREQÜÊNCIAPORTOABSOLUTA %
Paranaguá e Antonina - PR e Itajaí e São Francisco do Sul - SC 1 20,0Porto de Paranaguá 1 20,0Rotterdam, Hamburg, Houston, Kobe, Helsinki, Antuérpia, Barcelona. 1 20,0Super Porto de Rio Grande/RS e Porto de Montividéu (Uruguai) 1 20,0Não utiliza 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 20: Aeroportos utilizados pelas empresas, segundo transporte aéreo
FREQÜÊNCIAAEROPORTOABSOLUTA %
Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais 1 20,0Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre e Aeroporto deCarrasco em Montevidéu no Uruguai 1 20,0
Miami, Osaka, Barcelona, etc. 1 20,0Não utiliza 1 20,0São José dos Pinhais - PR 1 20,0Total 5 100,0
236
Tabela 21: Eadis utilizadas pelas empresas, segundo portos secos
FREQÜÊNCIAEADIs / PORTO SECOABSOLUTA %
EADI Bagergs em Canoas /RS e EADI Multiarmazéns Ltda. Em NovoHamburgo/RS 1 20,0
EADI Columbia e EADI Sul - Cidade Industrial de Curitiba 1 20,0Eadi Columbia em Curitiba, e Eadi Maringá 1 20,0EADI Maringá; EADI Porto Belo - SC; EADI Gragea- Suzano-SP, EADI DryPort, etc. 1 20,0
EADI Uruguaiana 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 22: Modalidade de compra utilizada pelas empresas
FREQÜÊNCIAMODALIDADE DE COMPRAABSOLUTA %
FOB/FCA 3 60,0CFR/CPT 1 20,0FOB/FCA e CFR/CPT 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 23: Modalidade de pagamento utilizada pelas empresas
FREQÜÊNCIAMODALIDADE DE PAGAMENTOABSOLUTA %
REM (Remessa direta de documentos) 4 80,0LCL (Carta de crédito) 1 20,0Total 5 100,0
Tabela 24: Prazo de pagamento utilizado pelas empresas
FREQÜÊNCIAPRAZO DE PAGAMENTOABSOLUTA %
à vista 1 20,030 dias 0 0,060 dias 1 20,090 dias 1 20,0120 dias 1 20,0180 dias 2 40,0
Outros (360 dias ou mais) 0 0,0
237
Tabela 25: Continentes das quais as empresas importam
FREQÜÊNCIACONTINENTEABSOLUTA %
América do Norte 4 80,0América Central 0 0,0América do Sul 5 100,0Europa 4 80,0Ásia 4 80,0África 0 0,0
Tabela 26: Países dos quais as empresas importam
FREQÜÊNCIAPAÍSABSOLUTA %
Estados Unidos 4 80,0Argentina 3 60,0Uruguai 3 60,0Chile 2 40,0Itália 3 60,0Espanha 3 60,0Alemanha 2 40,0Países Baixos 1 20,0França 1 20,0Holanda 1 20,0Reino Unido 1 20,0China 3 60,0Japão 1 20,0
Tabela 27: Distribuição das respostas, segundo a informação se as empresas possui algumtipo de incentivo fiscal na importação
INCENTIVO FISCALNA IMPORTAÇÃO
FREQÜÊNCIA
ABSOLUTA %SIM 4 80,0NÃO 1 20,0Total 5 100,0
Dentre os incentivos informados pelos entrevistados, destacam-se: Acordo de
Complementação Econômica no 18º Mercosul; Acordo Mercosul - 0% do I.I. e ICMS.
Somente quando importa do Mercosul.
238
Tabela 28: Distribuição das empresas, segundo a informação se possui algum tipo debenefício especial na importação (Benefícios concedidos pelo governo mediante pleito)
FREQÜÊNCIABENEFÍCIO FISCALNA IMPORTAÇÃO ABSOLUTA %
SIM 1 20,0NÃO 4 80,0Total 5 100,0
Dilatação do prazo de pagamento do ICMS, amaparada pelo Decreto Estadual 3708/97(ZPA).
Hoje, essas empresas não recolhem o ICMS na entrada da mercadoria, como as demais
empresas.
Tabela 29: Classificação dos impostos na importação, segundo a visão dos despachantesaduaneiros
FREQÜÊNCIACLASSIFICAÇÃO DOSIMPOSTOS NA IMPORTAÇÃO ABSOLUTA %Razoáveis 1 20,0Altos 2 40,0Muito altos 2 40,0Total 5 100,%
Tabela 30: Opinião dos entrevistados, segundo as dificuldades das empresas com relação aoentendimento dos custos de importação
FREQÜÊNCIAOPINIÃOABSOLUTA %
A comparação com a compra interna. Na importação há uma complexidade entreos crédito e débitos. 1 20,0
A união pública leis de alteração de impostos que não permite as empresas umaadaptação, pois as mesmas são efeito imediato na publicação (leis, decretos, inst.Normativas); Os custos na importação são muito variáveis (alteração na taxacambial, tarifas públicas)
1 20,0
Falta de treinamento 1 20,0Fórmulas utilizadas para cálculo dos impostos federais 1 20,0Onde tributações incidem com cálculo por dentro, ou seja, o tributo é incluídodentro do cálculo, ex; Icms, Pis e Cofins. 1 20,0
Total 5 100,0
239
Tabela 31: Opinião dos entrevistados, segundo em qual fase da importação enxergapossibilidade para redução de custos para as empresas
FREQÜÊNCIAOPINIÃOABSOLUTA %
Antes do embarque, conforme a mercadoria verificar o melhor local de envio poisexistem exigências aduaneiras, diferentes em cada alfândega. Uma eximia análisedocumental antes do embarque vem minimizar multas, e desgastes junto a ReceitaFederal.
1 20,0
Desde a chegada da mercadoria tem que haver agilidade no processo para que nãoocorra despesas, para isto as empresas tem que se estruturar na parte operacional paraque não haja divergências documentais, um dos principais fatores de oneração naimportação
1 20,0
Logística e Assessoria Aduaneira - Muitas empresas crêem que o valor mais barato,acaba por minimizar os custos destes dois serviços prestados, o que na realidade, nãopassa de um grandíssimo engano. 1 20,0
Na fase da liberação Receita Federal e Órgãos Anuentes possuem uma burocraciainsuportável, falta de estrutura, os quais atrasam a liberação e aumentam os ônus dearmazenagem e outros custos. A liberação mais rápida diminuiria estes custos.
1 20,0
Redução de carga tributária pois ela representa 85% das despesas e custos aduaneiros 1 20,0Total 5 100,0
240
ANEXO A – PROCESSO DE IMPORTAÇÃO
241
ANEXO B - DOCUMENTOS COLETADOS PARA AUXILIO NA MONTAGEM DASPLANILHAS MODELO
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