Estágio

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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Centro de Ciência e Tecnologia - CCT Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica – UAEM DIEGO DAVID SILVA DINIZ RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Orientador: Wanderley Ferreira de Amorim Júnior, D.Sc. Campina Grande-Paraíba 30 de agosto de 2012 Área de Concentração: Projeto e Processos de Fabricação Relatório de Estágio Supervisionado, apresentado à Universidade Federal de Campina Grande, como requisito mínimo à obtenção do título de Graduação Plena em Engenharia Mecânica, realizado na empresa Laboremus Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas LTDA.

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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Centro de Ciência e Tecnologia - CCT Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica – UAEM

DIEGO DAVID SILVA DINIZ

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Orientador: Wanderley Ferreira de Amorim Júnior, D.Sc.

Campina Grande-Paraíba

30 de agosto de 2012

Área de Concentração: Projeto e

Processos de Fabricação

Relatório de Estágio Supervisionado, apresentado à Universidade Federal de

Campina Grande, como requisito mínimo à obtenção do título de Graduação Plena

em Engenharia Mecânica, realizado na empresa Laboremus Indústria e

Comércio de Máquinas Agrícolas LTDA.

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DIEGO DAVID SILVA DINIZ

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio, aprovado em: ___/ ____ /_____

____________________________________________________

Orientador de Estágio: Wanderley Ferreira de Amorim Júnior, D. Sc.

Instituição - UFCG

____________________________________________________

Examinador: Antônio Almeida Silva, D. Sc.

Instituição – UFCG

____________________________________________________

Examinador: Erinaldo Clemente dos Santos , M. Sc.

Instituição - UFCG

Campina Grande – Paraíba

Relatório de Estágio Supervisionado,

apresentado à Universidade Federal de

Campina Grande, como requisito mínimo à

obtenção do título de Graduação Plena em

Engenharia Mecânica, realizado na empresa

Laboremus Indústria e Comércio de

Máquinas Agrícolas LTDA.

Área de Concentração: Projeto e

Processos de Fabricação

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais, Pedro Diniz e Rosa de Lourdes Silva

Diniz, a minha família, aos meus amigos e a todos que contribuíram direta e indiretamente na

minha formação profissional e pessoal.

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AGRADECIMENTOS

À Deus em primeiro lugar por ter me guiado pelo caminho certo durante o decorrer da

minha graduação e por ter me dado força nas horas mais difíceis.

À minha família, pelo incentivo e empenho na construção de minha educação, aos quais

dedico todas as minhas vitórias já conquistadas e as futuras.

Ao Prof. Dr. Wanderley Ferreira de Amorim Junior, pela orientação, correção dos

trabalhos, pela oportunidade de estagio, além de toda paciência.

Ao Senhor Fabiano Dias, proprietário da Empresa Laboremus Ind. E Com. Ltda, pela

oportunidade de estagiar e pela confiança no meu trabalho.

Aos projetistas Helenaldo Azevedo e Tacido Matias, por ter mim orientado nas

atividades de estagio na empresa.

A todos os funcionários da Empresa Laboremus, que contribuíram de forma direta e

indireta no estágio.

À Todos meus amigos, pelo apoio e incentivo. Enfim a todos que contribuíram para

realização desse sonho.

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“Eu não posso mudar a direção do vento, mas eu posso

ajustar as minhas velas para sempre alcançar o meu destino.”

Jimmy Deam

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RESUMO

Diniz, Diego David Silva, Relatório de Estágio Supervisionado, Campina Grande: Graduação Plena em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Campina Grande, 2012. Monografia (Estágio Supervisionado).

O estágio foi realizado na área de projetos na empresa Laboremus Ind. e Com.

Ltda, em um período de 300 horas, correspondente ao estágio supervisionado. Teve

como objetivos: realizar uma otimização do projeto da máquina enfardadeira EL15

Laboremus e projetar a automação dessa enfardadeira. A finalidade principal nessas

duas metas é reduzir o esforço do operador, bem como aumentar a produtividade da

máquina. Para otimização do projeto, foi feito uma analise do diagrama de corpo livre

do mecanismo de prensagem, de modo determinar um melhor local de pivotamento

desse sistema, cujo objetivo é obter uma maior relação de amplificação da força

aplicada pelo trabalhador. Além disso, foi avaliada a integridade estrutural de alguns

elementos mecânicos da enfardadeira EL 15, ponderando-os esforços nos

componentes e a possibilidade da diminuição peso, consequentemente o custo dos

componentes. Para a automação do sistema da prensa, que anteriormente era

composto por um sistema de braços de alavanca, foi analisado e conceituado um

sistema pneumático composto por compressor, pistão pneumático e válvulas.

Palavras-Chave: Enfardadeira; Automação; Compactabilidade;

Compressibilidade.

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Sumário

1 Introdução ............................................................................................................... 12

2 A Empresa .............................................................................................................. 13

3 Atividades Realizadas............................................................................................. 15

3.1 Projeto Informacional.................................................................................................... 16

3.1.1 Enfardamento ...................................................................................................... 16

3.1.2 Comportamento Mecânico de Mini fardos de Feno .............................................. 18

3.1.3 Enfardadeira Manual EL15 Laboremus................................................................ 19

3.1.4 Levantamento de requisito de projeto com base da necessidade do produto ...... 20

3.2 Implementação da enfardadeira EL 15 no ambiente virtual CAD/ CAE ........................ 21

3.3 Posicionamento do ponto de pivotamento do mecanismo ............................................ 24

3.4 Melhoramento no sistema de deslizamento da enfardadeira EL15 ............................... 27

3.5 Modificação da forma dos componentes da enfardadeira EL 15 .................................. 29

3.6 Plotagem da enfardadeira EL 15 .................................................................................. 35

3.7 Criação do manual de fabricação da enfardadeira EL 15 ............................................. 36

3.8 Equipamento completo final ......................................................................................... 37

3.9 Automatização da enfardadeira EL15 ........................................................................... 38

3.10 Armazenamento do feno .............................................................................................. 41

3.11 Dimensionamento pneumático da enfardadeira versão 1 ............................................. 43

3.12 Dimensionamento pneumático da enfardadeira versão 2 ............................................. 47

3.13 Sistema pneumático esquemático ................................................................................ 48

4 Conclusão ............................................................................................................... 49

5 Trabalhos futuros .................................................................................................... 50

6 Referências ............................................................................................................. 51

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Lista de Figuras

Figura 1: enfardadeira EL 15 ......................................................................................... 13

Figura 2: Máquinas produzidas pela Laboremus LTDA ................................................ 14

Figura 3: Estande da Laboremus montado na Feinco-SP em 2010 .............................. 15

Figura 4: Enfardadeira manual ...................................................................................... 17

Figura 5: Enfardadeira automática (Palermo,1998) ....................................................... 17

Figura 6: Comportamento do fardo (Rocha, 1988) ........................................................ 19

Figura 7: Enfardadeira Manual EL 15 Laboremus ......................................................... 20

Figura 8: Enfardadeira, hoje fabricada na Laboremus. ................................................. 21

Figura 9: Enfardadeira EL 15 virtual. ............................................................................. 22

Figura 10: Enfardadeira virtual detalhado. .................................................................... 22

Figura 11: Mecanismo de prensagem. .......................................................................... 23

Figura 12: Componentes da enfardadeira (agulha, eixo, roda e contra pino,

respectivament). ............................................................................................................ 23

Figura 13: DCL do componente do mecanismo. ........................................................... 24

Figura 14: Comparação do mecanismo de prensagem (a - mecanismo antigo, b –

mecanismo modificado). ............................................................................................... 25

Figura 15: Comparação do espaço disponível para colocar o feno. .............................. 26

Figura 16: Posição do operador mais critica para atuação do mecanismo. .................. 26

Figura 17: Sistema de ajustes do tamanho do componente braço alavanca-alongador.

...................................................................................................................................... 27

Figura 18: Sistema de deslizamento. ............................................................................ 27

Figura 19: Sistema de deslizamento com roldanas. ...................................................... 28

Figura 20: Análise de tensão no conjunto braço de alavanca – alongador para a

situação critica. .............................................................................................................. 29

Figura 21; Análise de tensão no conjunto braço de alavanca – alongador para a

situação recomendada. ................................................................................................. 30

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9

Figura 22: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e

60x30x1,9. ..................................................................................................................... 30

Figura 23: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e 60x30x2.

...................................................................................................................................... 31

Figura 24: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 65x35x2,5 e

60x30x1,6. ..................................................................................................................... 31

Figura 25: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 65x35x2,5 e

60x30x2. ........................................................................................................................ 31

Figura 26: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e

60x30x2,25. ................................................................................................................... 32

Figura 27: Análise de tensão no mecanismo completo para situação critica (a –

mecanismo antigo, b - mecanismo projetado). .............................................................. 33

Figura 28: Análise de tensão no emprensador. ............................................................. 33

Figura 29: Modificações realizadas. .............................................................................. 34

Figura 30: Modificações feitas na enfardadeira EL 15(1° coluna modificações

sugeridas, 2° coluna forma original). ............................................................................. 35

Figura 31: Planilha do manual. ...................................................................................... 36

Figura 32: Manual da enfardadeira, parte montagem. .................................................. 37

Figura 33: Enfardadeira manual sugerido. .................................................................... 37

Figura 34: Enfardadeira pneumática versão 1............................................................... 39

Figura 35: Detalhe do mecanismo da enfardadeira pneumática versão 1. ................... 39

Figura 36: Mecanismo de automação. .......................................................................... 40

Figura 37: Enfardadeira pneumática versão 2............................................................... 40

Figura 38: Mecanismo pneumático versão 2. ................................................................ 41

Figura 39: Detalhe do mecanismo pneumático versão 2. ............................................. 41

Figura 40: Sistema de armazenamento da versão 1. .................................................... 42

Figura 41: Sistema de armazenamento versão 2. ......................................................... 42

Figura 42: Mecanismo encontrado no livro e utilizado na enfardadeira versão 1. ......... 43

Figura 43: Dimensões do cilindro. ................................................................................. 44

Figura 44: Dimensões do articulador macho MP4. ........................................................ 45

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Figura 45: Seleção da válvula pneumática. ................................................................... 46

Figura 46: Seleção da válvula reguladora. .................................................................... 46

Figura 47: Válvula reguladora selecionada. .................................................................. 46

Figura 48: Esquema do sistema. ................................................................................... 48

Figura 49: comportamento da força no pistão. .............................................................. 48

Figura 50: Posicionamento do sistema no avanço. ....................................................... 49

Figura 51: Posicionamento do sistema no recuo. .......................................................... 49

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Lista de Anexo

Anexo 1: Catálogos ......................................................................................................53

Anexo 2: Tabela1...........................................................................................................65

Anexo 3: Trabalho de Arthur Azevedo...........................................................................66

Anexo 4: PCP.................................................................................................................67

Anexo 5: Plotagem da enfardadeira manual..................................................................68

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1 Introdução

A estacionalidade na produção de forragem é uma realidade recorrente em todos os

sistemas de produção animal em pastejo, trazendo sérios prejuízos para o produtor com o

fenômeno da safra e entressafra. Na maior parte do Nordeste do Brasil, esse fato é agravado

pela curta estação chuvosa, em média de quatro meses, havendo escassez de forragem no

restante do ano. Para minimizar tais problemas há a necessidade de se conservar forragem

para a época da seca, na forma de feno ou silagem. A produção de feno no Nordeste, por meio

da técnica da fenação, apresenta grande potencial, devido à sua alta insolação, altas

temperaturas e umidade relativa baixa do ar nessa região.

O processo de enfardar consiste primeiramente em cortar o tipo de capim utilizado, deixá-

lo secar ao sol até que o mesmo atinja um teor de umidade desejado (em torno de 15 a 20%) e

depois colhê-lo e armazená-lo em um formato específico, conferindo uma maior capacidade de

armazenamento, já que o feno é compactado e comprimido. Este processo apresenta maior

tempo de conservação do alimento, redução de perda no transporte e diminuição do

desperdício pela própria forma de armazenar o feno, se este não passar pelo processo de

enfardar.

Molina Junior et al (1991) menciona que a vantagem do acondicionamento em fardos

está na redução do volume do material, promovendo assim uma redução dos custos de

transporte e armazenamento do material.

A Enfardadeira é a máquina de uso agrícola que permitem recolher e enfardar o feno ou

a forragem no campo e fazer sua amarração, para posterior aproveitamento como alimento de

animais em época de seca ou inverno. Através destas máquinas, é possível a produção de

fardos em formatos cilíndricos e prismáticos de base paralelogramo, com variação dos

tamanhos.

Assim, a fenação é uma técnica de conservação de forragens extremamente versátil,

desde que o feno seja armazenado adequadamente. Essa técnica apresenta as seguintes

vantagens: pode ser armazenado por longos períodos com pequenas alterações no valor

nutritivo, grande número de espécies forrageiras podem ser usadas no processo, pode ser

produzido e utilizado em grande e pequena escala, pode ser colhido, armazenado e fornecido

aos animais manualmente ou num processo inteiramente mecanizado e pode atender o

requerimento nutricional de diferentes categorias animais (Reis et al., 2001). Como

desvantagens podem citar: o elevado custo de aquisição de máquinas adequadas e elevado

custo com mão-de-obra por quilo de feno produzido em pequenas propriedades.

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A empresa Laboremus Indústria e Comércio Ltda., situada em Campina Grande – PB,

fabricante de implementos agrícolas, possui a Enfardadeira Manual, modelo EL 15 Laboremus,

que é capaz de produzir fardos de até 15 kg com densidade de 128 kg/m³, numa produção

diária de 100 unidades utilizando dois trabalhadores.

Figura 1: enfardadeira EL 15

Este trabalho tem como objetivos reprojetar e otimizar a enfardadeira manual EL-15

Laboremus e dimensionar um sistema de atuação pneumático neste tipo de máquina, de modo

a obter fardos com as características determinadas pelo consumidor. Para tal foi utilizado com

parâmetros de entrada por Azevedo (2011), que colheu informações através de gráficos do

comportamento do feno compactado, através de ensaios de compactabilidade e

compressibilidade realizada no laboratório LAMMEA da UFCG (Vide anexo 3), obtendo-se um

banco de dados da Carga aplicada, densidade do fardo e comportamento da energia

necessária ao processo.

2 A Empresa

A Laboremus Indústria e Comércio de Máquinas Agrícolas Ltda., sediada em Campina

Grande, estado da Paraíba, desenvolve, produz e comercializa uma vasta gama de máquinas e

equipamentos destinados ao mercado para alimentação de bovinos, caprinos e ovinos.

Fundada em meados de 1960, a empresa iniciou suas atividades com a produção de

desfibradores de sisal e anos depois iniciou sua produção de máquinas forrageiras.

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O nome Laboremus iniciou a ser usado pelo Sr. José Luís de Souza no início da década

de 20 como uma oficina mecânica localizada na rua Irineu Joffily (CG), dando manutenção em

engenhos da região e fazendo serviços de serralharia. Em 1924, localizava-se na Rua 13 de

maio de Campina Grande. Após alguns anos mudou-se para Rua João Pessoa (onde até hoje

possui a sua loja) que além de oficina passou a ser uma fundição. Dava início ao que seria a

origem da indústria Laboremus nos moldes de hoje. Inicialmente lançaram desfibradores de

Sisal, quando a Paraíba era um dos maiores produtores desta cultura. Com a decadência do

Sisal, enfraqueceu substancialmente a venda de desfibradores, e inicia a fabricação das

primeiras forrageiras para capim.

Devido às condições climáticas da região, existência de palma forrageira como única

alternativa de ração durante a estiagem para o gado e seu corte ser feito manualmente, surge

à necessidade de mecanização. Então, a Laboremus na década de 50 fez uma inovação ao

projetar uma máquina para o corte de palma, e na década de 60 fez outra inovação conjugando

a máquina para corte de palma com a máquina de cortar capim, com essas inovações a

empresa teve um diferencial das empresas concorrentes que vinham do sul e sudeste do

Brasil.

Figura 2: Máquinas produzidas pela Laboremus LTDA

Nos dias atuais a Laboremus encontra-se na sua terceira geração, localizada no distrito

industrial do velame, fabricando além de forrageiras, ensiladeiras, enfardadeiras, balanças para

caprinos e ovinos entre outros produtos como triturador de resíduos orgânicos, de açúcar e

produtos para avicultura. A Laboremus LTDA possui em sua instalação de diversos máquinas

industriais, que vai desde a máquina de eletro-erosão a prensas excêntricas, isso permite

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15

produzir uma alta diversificação de produtos, com o custo baixo. Para dar continuidade ao seu

progresso a Laboremus implantou o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e,

através de parcerias com Universidades e instituições de pesquisas, conseguiu aumentar

consideravelmente o volume de lançamento de novos produtos em todo o Brasil. No ano de

2008, lançou a Laboremus ambiental, já com diversos projetos na área de reciclagem, e em

2009 passou a exportar toda a linha tradicional para a América do Sul.

Sua localização, no centro do Nordeste, é estratégica, possibilitando-lhe um atendimento

eficaz e ágil aos comerciantes de produtos agropecuários estabelecidos nos estados do

Maranhão até a Bahia, o que representa uma vantagem competitiva frente aos seus

concorrentes do sul e sudeste do País, a grandes distâncias, portanto, desses clientes.

A figura 3 mostra um estande da empresa durante evento realizado no estado de São

Paulo.

Figura 3: Estande da Laboremus montado na Feinco-SP em 2010

3 Atividades Realizadas

Devido à escassez da oferta de mão de obra no campo, bem como o objetivo de redução

do esforço do operador, está máquina teve de ser retrabalhada e otimizada, passando por

todas as etapas de projeto, a fim de atender as novas exigências dos consumidores e da

empresa.

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Para melhorar o desempenho da máquina, que primeiramente funcionava com o princípio

de prensagem por um mecanismo de amplificação de forças através de um sistema de braços

de alavanca, foi feitos dois projetos, um „reprojeto‟ da enfardadeira manual e um projeto de

semi-automação. Pra o reprojeto foram feitas as seguintes etapas: medição de todos os

componentes da máquina e implementado no software CAD /CAE, software Autodesk

Profissional Inventor 2012; análise do DCL do mecanismo; implementação da modificação do

pivotamento do mecanismo; simulação da cinemática; análise dos esforços e mudança na

forma de alguns componentes, visando aumentar a integridade estrutural e verificando a

possibilidade de diminuição dos custos dos componentes; plotagem de cada componente e

formulação do planejamento de fabricação da máquina, com aplicação da teoria do PCP,

criando as folhas de matéria prima, de fabricação e montagem.

3.1 Projeto Informacional

Nessa etapa foi realizada uma breve pesquisa sobre mini fardos e enfardadeiras, numa

forma de complementação da pesquisa informacional realizada por Azevedo (2011).

3.1.1 Enfardamento

O enfardamento é uma forma de armazenar o feno. Este tipo processo apresenta o

produto final (fardo), com vantagem de ocupar menor espaço, ter melhor conservação, facilita o

transporte e possibilita o controle da disponibilidade de feno, isso tomando como referência a

outra forma comum de armazenar o feno (armazenamento solto). O método enfardado requer

enfardadeira que pode ser manual ou mecânica, arame ou cordão apropriado para amarro,

sendo, portanto, mais caro e trabalhoso do que o armazenamento do feno solto.

Como foi dito, o enfardamento pode ser feito de forma manual ou automática. O

enfardamento manual é realizado por meio de enfardadeiras que empregam o sistema de

prensa manual, que diminui o esforço do operador durante a produção dos fardos. Tal

equipamento produz fardos de 13 a 15 kg, tendo 40 cm de altura, 45 cm de largura e 65 cm de

comprimento (figura 4). Em geral, tem uma produção média de 100 fardos por dia com o uso

de dois operadores.

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Figura 4: Enfardadeira manual

As enfardadeiras mecânicas automátizadas capturam a forragem, realiza a prensagem

dos fardos em dimensões variáveis. As enfardadoras são classificadas em convencionais ou

prensas-enfardadoras, que produzem fardos prismáticos com dimensões de 40 a 60 cm de

largura x 30 a 40 cm de altura x 50 a 130 cm de comprimento, ou ainda rotoenfardadoras, que

produzem fardos cilíndricos com largura de 1,50 m a 1,70 m e diâmetro de 1,60 m a 1,80 m

(Boller, 2002). Em 1 m³ de feno corretamente enfardado, armazenam-se aproximadamente 90-

100 kg de material.

Figura 5: Enfardadeira automática (Palermo,1998)

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18

3.1.2 Comportamento Mecânico de Mini fardos de Feno

De acordo com Mohsenin (1970), os tecidos vegetais, quando submetidos a uma carga,

apresentam, além da relação tensão-deformação, uma característica viscosa, ou seja, a

questão de tempo de aplicação de carga passa a ser um fator importante no processo.

Mase (1970), Flügge (1975) e Cristiansen (1982) mencionam que os materiais

viscoelásticos além de variarem com a carga aplicada, também dependem da taxa de

aplicação dessa carga. Em consequência, estes materiais não mais terão constantes, e sim

funções viscoelásticas, lineares ou não, dependentes do tempo:

E(t) Módulo de elasticidade do material

ν(t) Módulo de Poison

K(t) Módulo de compressão ("Bulk")

G(t) Módulo de elasticidade transversal ou cisalhamento (“Shear”)

Em alguns trabalhos publicados relataram que os mini fardos tem uma tendência de

recuperação elástica (expansão) após prensagem. Essa expansão tem uma relação

proporcional com a estabilidade do material. Esse fenômeno foi apresentado nos resultados

obtidos por Azevedo (2011) no experimento realizado no feno na UFCG. A estabilidade do

material está diretamente ligada com a umidade, grau de maturidade do material, carga

aplicada durante a prensagem, tempo de retenção da carga e velocidade de aplicação da

carga. Abaixo apresenta algumas curvas que mostra o comportamento desses fatores.

(a)

(b)

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19

(c)

(d)

Figura 6: Comportamento do fardo (Rocha, 1988)

A figura 6A mostra o comportamento da densidade do fardo em função da umidade,

veja que o fenômeno se desenvolve de forma inversamente proporcional, ou seja, quanto maior

for à umidade menos densa terá o fardo. A figura 6B mostra a influencia da densidade no

tempo, mesmo modificando a pressão. Pode-se analisar que existe no feno uma espécie de

expansão, após o inicio da aplicação de carga, isso causa uma diminuição da densidade. Esse

fenômeno foi visto por Azevedo (2011). Na figura 6C apresenta certa convergência dos

parâmetros de taxa de durabilidade e densidade à medida que aumenta a pressão e no gráfico

6D mostra o efeito do tempo de aplicação de carga na densidade do material viscoelástico .

3.1.3 Enfardadeira Manual EL15 Laboremus

A Enfardadeira Manual EL15 Laboremus faz fardos de 10 e 15 kg, medindo 40 cm de

altura, 45 cm de largura por 65 cm de comprimento, com excelente compactação e uma

produção média de até 100 fardos por dia, utilizando duas pessoas. Possui estrutura reforçada,

de fácil manuseio e transporte, é considerada uma enfardadeira de baixa-média pressão, de

baixo custo e robusta, ideal para o pequeno e médio produtor do campo.

É utilizada na compactação de capim através do sistema de prensa manual, que reduz

consideravelmente o esforço do operador durante a produção dos fardos.

Na figura 7, é mostrada a Enfardadeira Manual EL 15 Laboremus e seu sistema de

manuseio através de braços de alavancas.

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Enfardadeira

Espaço apropriado para pôr o feno

Braço de alavanca

Emprensador

Alongador

Braço secundário

Figura 7: Enfardadeira Manual EL 15 Laboremus

3.1.4 Levantamento de requisito de projeto com base da necessidade do produto

Nesta etapa, foram determinados alguns requisitos de projetos para atingir a

necessidade que o produto enfardadeira EL 15 deveria se adequar.

As necessidades que o produto deveria atingir:

Diminuição dos esforços do trabalhador;

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Melhorar a forma de fabricação de alguns componentes;

Diminuir custo de fabricação e operacional da enfardadeira;

Após isto, foram postos algumas restrições e com isso determinou-se alguns requisitos

de projeto:

Não é possível utilização de fluidos que contaminem o feno;

Utilização de componentes fácil locomoção;

Melhoramento na produtividade da máquina;

O projeto não deverá exceder 7 500 reais, para automatizar a enfardadeira. Esse valor

foi determinado pela empresa, através do benchmarking do mercado .

3.2 Implementação da enfardadeira EL 15 no ambiente virtual CAD/ CAE

Esta etapa foi iniciada com a medição de cada componente da enfardadeira EL 15,

utilizando um paquímetro e uma trena. Com as medidas foi iniciado a implementação da

máquina no ambiente CAD/CAE no software Autodesk Profissional Inventor 2012. Essa etapa

demorou cerca de 3 semanas, haja visto a complexidade de medição de algumas peças da

enfardadeira .

Figura 8: Enfardadeira, hoje fabricada na Laboremus.

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22

Figura 9: Enfardadeira EL 15 virtual.

Figura 10: Enfardadeira virtual detalhado.

A figura 11 mostra o mecanismo de prensagem da enfardadeira EL 15, podendo ser

observado o emprensador e os braços de alavancas.

Page 23: Estágio

23

Figura 11: Mecanismo de prensagem.

A figura 12 apresenta alguns componentes individuais da enfardadeira.

Figura 12: Componentes da enfardadeira (agulha, eixo, roda e contra pino, respectivamente).

Emprensador

Braço de

Alavanca

Braço

secundário

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24

3.3 Posicionamento do ponto de pivotamento do mecanismo

Para análise do mecanismo (figura 11), foi preciso realizar um estudo de esforços,

através do diagrama de corpo livre (figura 13) para os componentes do sistema. Este estudo de

esforço foi realizado para obter o ponto otimizado de pivotamento do mecanismo, com o

objetivo de alcançar uma maior relação de amplificação de força tendo como referência o

mecanismo atual.

F d

l

A ϴ

RX RY

Figura 13: DCL do componente do mecanismo.

Com base nesse DCL e utilizando o principio da mecânica clássica, foi possível formular

a seguinte equação:

Através dessa equação percebemos que a relação de amplificação está ligada as

distancia d e l, já que ϴ varia de acordo com o momento que estiver posicionado o mecanismo.

Assim as variáveis que permite modificar a relação de amplificação de forma fixa é l e d.

Entretanto essas variáveis (l e d) alteraram a quantidade de curso do emprensador, onde se

comporta de forma inversa com o fator de amplitude, ou seja, se aumentar esse fator, diminui o

percurso do emprensador. Além disso, essas variáveis também modificam os movimentos dos

braços de alavancas, o que torna necessário o estudo da posição do operador durante a

utilização da máquina. Esses estudos são mais detalhados abaixo.

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(a) F

Ra

R‟a Rx Ry

(b)

Figura 14: Comparação do mecanismo de prensagem (a - mecanismo antigo, b – mecanismo modificado).

Para esse novo ponto de pivotamento, o percurso do emprensador foi menor, como era

esperado, mas foi projetado para manter a mesma configuração do tamanho do fardo. O que

foi perdido foi o espaço de pôr o feno (figura 7) antes da prensagem, mas foi considerado que

essa perda é aceitável, haja vista que foi pequeno e não incomodará o operador. (vide a figura

15)

Espaço da enfardadeira antiga para

pôr o feno (428 mm)

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26

Figura 15: Comparação do espaço disponível para colocar o feno, antes e depois da alteração, respectivamente.

Como houve modificação no mecanismo de prensagem, surgiu-se a necessidade de se

analisar a posição do operador no início do movimento da prensagem. A figura 16 mostra um

operador de 1.65 m de altura, cuja Laboremus adotada como o menor operador que posa

utilizar qualquer máquina produzida pela empresa, e, além disso, mostra na situação mais

crítica para esta questão, que é onde a posição de pegada no componente alongador se

localiza a altura máxima. Assim, a partir do ambiente CAD/CAE com o boneco e a máquina na

posição analisada se percebe que é uma altura limite de atuar sobre o mecanismo, devido à

restrição do operador. Caso o trabalhador se sinta muita dificuldade em manejar a máquina, foi

utilizado um principio de ajuste de tamanho do alongador com três configurações e para fixar

em cada posição foi utilizado um implemento de um knob que permite fixar a posição do

alongador sobre o braço de alavanca (figura 17)

Figura 16: Posição do operador mais critica para atuação do mecanismo.

Espaço disponível pra colocar feno

na enfardadeira sugerida (382 mm)

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27

Figura 17: Sistema de ajustes do tamanho do componente braço alavanca-alongador.

Assim, o ponto de pivotamento otimizado ficou a 230 mm do ponto de acoplamento do

emprensador, tendo uma relação de amplificação de 8.67, para a posição do sistema de ajuste

mostrada na figura 17 que é a mais critica. No ponto de pivotamento antigo, a posição era de

400 mm do acoplamento do emprensador, apresentando um fator de amplificação de 5.

Portanto houve um aumento de 73,4% do fator inicial, o que diminui o esforço do operador

quase pela metade.

3.4 Melhoramento no sistema de deslizamento da enfardadeira EL15

Nesta etapa, foi detectada uma deficiência no sistema de deslizamento da enfardadeira,

haja vista que o sistema era comportado por um tubo e por um perfil U (figura 18), onde o tubo

trabalhava como trilho e o perfil deslizava em cima dele, promovendo uma alta taxa de força de

atrito o que aumentava o esforço do operador. Além disso, em alguns momentos, havia o

desaliamento do emprensador, promovendo travamento do sistema.

Figura 18: Sistema de deslizamento.

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28

A forma sugerida para resolver esse problema, foi utilizar o sistema de roldanas,

posicionado na base do emprensador e presa por parafusos e porcas (figura 19). A escolha da

roldana (figura 20) foi tomada com base do que o mercado oferece e na maior facilidade de

implementação. Assim, foi escolhida a roldana de guia em v, cujo diâmetro da roda é 60 mm, e

suas dimensões é especificada na tabela 1.

Figura 19: Sistema de deslizamento com roldanas.

Tabela 1: Seleção da roldana.

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29

3.5 Modificação da forma dos componentes da enfardadeira EL 15

Para melhor comodidade na fabricação e diminuição dos pesos, foram feito análises de

tensões de alguns componentes do sistema de prensagem. As análises foram feita na forma

comparativa, associando a rigidez estrutural dos antigos com os novos componentes. Para

determinação da força submetido nos componentes, foram utilizados os resultados de Azevedo

(2011). Essa força foi aplicada na superfície do emprensador e encontrando a partir das

equações da mecânica clássica a força aplicada em cada componente.

A primeira análise teve como objetivo a modificação do perfil transversal do braço de

alavanca e alongador, indo do perfil circular para o perfil retangular. A escolha dessa forma do

perfil foi devido à análise de comportamento dos esforços nesses componentes, que são

submetidos a esforços de flexão. Assim, com base na ciência de resistência dos materiais,

percebe-se a grande influência do momento de inercia no esforço de flexão, que é

inversamente proporcional à tensão de flexão. Assim o perfil retangular tem um maior momento

de inercia do que o perfil circular. Com base nisso foi analisado primeiro as tensões nos

componentes, braço alavanca e alongador para o sistema original, nas situações crítica

(quando se coloca o alongador o mínimo possível para acoplar no braço de alavanca, cerca de

100 mm para dentro) e na posição recomendada no manual da enfardadeira (figura 20 e 21).

Figura 20: Análise de tensão no conjunto braço de alavanca – alongador para a situação critica.

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30

Figura 21; Análise de tensão no conjunto braço de alavanca – alongador para a situação recomendada.

Para o perfil retangular, foram feitas várias simulações para diversos perfis retangulares

de dimensões diferentes. Essas dimensões foram escolhidas com base em diversos catálogos

de tubos de perfis retangulares (Anexo 1), das mais variadas normas (DIN, ANSI, JIS, GB).

Outras restrições foram consideradas, tais como: interferência volumétrica dos perfis nos outros

elementos mecânicos da enfardadeira, peso e acoplamento do braço alavanca e alongamento.

A partir disto, tivemos várias simulações de diversos tubos retangulares, tomando a situação

mais crítica, veja as figuras abaixo.

Figura 22: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e 60x30x1,9.

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31

Figura 23: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e 60x30x2.

Figura 24: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 65x35x2,5 e 60x30x1,6.

Figura 25: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 65x35x2,5 e 60x30x2.

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32

Figura 26: Análise do conjunto braço de alavanca-alongador, perfis 70x40x2 e 60x30x2,25.

Com base nesse banco de dados e levando em consideração todas as restrições, o

conjunto braço de alavanca e alongador foi escolhido o da figura 26. Se analisarmos os

resultados dos perfis das figuras 26 e 22, pode-se perceber que as medidas e os resultados

das tensões são bastante semelhantes, entretanto o que levou a selecionar a ultima simulação,

foi maior facilidade de se encontrar o perfil 60x30x2,25 no mercado, o que possibilitar ter uma

possibilidade de diminuição de custos na obtenção desse perfil.

Foram feitos outras análises de tensões do mecanismo completo, o antigo e o sugerido,

para analisar o comportamento dos esforços nos componentes. Então, mostraram-se tensões

inferiores a 200 Mpa (tensão do escoamento do aço SAE 1020, 207 Mpa), nos dois

mecanismos, entretanto no sugerido a tensão máxima foi abaixo de 130 Mpa, o que lhe dá uma

faixa de segurança maior.

(a)

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33

(b)

Figura 27: Análise de tensão no mecanismo completo para situação critica (a – mecanismo antigo, b - mecanismo projetado).

Também foram simuladas as tensões no emprensador, utilizando os valores de

Azevedo (2011), para a validação do componente existente, onde também mostrou tensões

inferiores à tensão de escoamento do aço SAE 1020.

Figura 28: Análise de tensão no emprensador.

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34

Foram sugeridas algumas modificações em alguns locais e componentes da

enfardadeira (figura 29).

Figura 29: Modificações realizadas.

(A)

Modificação do apoio do tubo guia.

A

B

C

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35

(B)

Modificação no suporte do eixo maior e do menor;

Utilização do perfil retangular como suporte do eixo maior;

Mudança da forma de soldagem dos componentes.

(C)

Retirada de cantoneira dispostas em V, pois não há funcionalidade na integridade estrutural;

Colocação de uma cantoneira efetiva para travamento.

Figura 30: Modificações feitas na enfardadeira EL 15 (1° coluna modificações sugeridas, 2° coluna forma

original).

Essas modificações tiverem o intuito de melhorar o processo de fabricação dos

componentes, permitindo ter menos processo e maior facilidade de fabricação. Estas

modificações foi um pedido da empresa para diminuir os custos operacionais e mão de obra.

3.6 Plotagem da enfardadeira EL 15

Após todo o processo de „reprojeto‟, foi iniciado a plotagem da enfardadeira EL 15,

seguindo o formato de plotagem que a empresa utiliza. O formato de plotagem segue uma

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36

sequência, que se inicia com uma vista explodida da enfardadeira, indicando os subgrupos e

nomeando-os, depois é criado a vista explodida de cada sub grupo e de cada componente.

Após isto, se inicia a cotagem de cada componente e sub grupos. Como já existia a

enfardadeira, foi preciso coletar os nomes usuais dos componentes que os trabalhadores

utilizavam. Algumas plotagem estão em anexo 5.

3.7 Criação do manual de fabricação da enfardadeira EL 15

O manual de fabricação é uma forma que a empresa faz pra guiar o trabalhador na

fabricação da enfardadeira. O manual segue os princípios do PCP (planejamento e controle da

produção), onde informa matéria prima de cada componente, quantidade, processo de

fabricação da máquina para utilizar em cada processo e sequência de montagem. Esse manual

é feito utilizando o EXCEL e já tem um formato especifico da empresa (figura 31).

Figura 31: Planilha do manual.

O manual também se organiza tomando com base nos subgrupos definidos na etapa de

plotagem. Então com o manual anexado ao caderno de plotagem, o funcionário da Laboremus

tem informação de como construir a máquina. A figura 32 mostra a parte do manual que explica

sobre a montagem dos componentes.

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37

Figura 32: Manual da enfardadeira, parte montagem.

3.8 Equipamento completo final

Com essas atividades realizadas, a enfardadeira manual EL15 se apresenta na figura

33. Esse equipamento teve uma diminuição do peso total de 10,41 kg (tabela 2), o que é

proporcional à diminuição do custo de matéria prima da enfardadeira. Além disso, a

enfardadeira sugerida teve como já foi falado acima, um aumento de 73,4% da relação de

amplificação das forças gerada pelo o operador no processo de enfardamento, o que para

empresa atingiu o objetivo de diminuição de esforços do operador.

Figura 33: Enfardadeira manual sugerido.

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38

Tabela 2: Comparação dos pesos dos componentes modificados

3.9 Semi-automatização da enfardadeira EL15

Apesar das modificações sugeridas, a empresa e o mercado de enfardadeira ainda

necessitavam de uma enfardadeira semi-automatizada para a produção de mini fardos. Assim,

com a necessidade e os requisitos de projetos citados na 3.1.4, deu-se inicio ao projeto de

automatização da enfardadeira EL 15.

No inicio foram levantados várias formas de automação, tais como:

Mecânico, utilizando o princípio de uma cremalheira e um pinhão, onde acoplaria um

motor (térmico ou elétrico) no emprensador, que faria girar o pinhão sobre a

cremalheira fixada no corpo da enfardadeira.

Hidráulico, utilizando um mecanismo de pistão hidráulico de dupla ação, associado a

uma bomba hidráulica.

Mecânico, utilizando o mecanismo de biela-manivela, onde o movimento seria dado por

um motor de combustão interna.

Pneumático, utilizando o princípio do atuador do tipo pistão de dupla ação, com válvulas

direcionais, acoplados ao um compressor com reservatório.

Com as opções e requisitos de projetos, a forma do mecanismo escolhida foi a ultima

opção, haja vista que ela utiliza fluido atuador, ar, este não iria provocar uma possibilidade de

contaminação do feno. Além disso, o uso do compressor pode ser utilizado para outras

atividades, além do uso na enfardadeira.

Escolhido a forma de automatização pneumática, foram estudados duas formas de

mecanismos acoplados ao atuador pistão. O primeiro sistema apresenta o atuador atrelado ao

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39

conjunto de braços (figura 34). Esse conjunto de braços promove um fator de amplificação da

força do pistão, o que resultaria de um atuador com dimensões menores. Essa ideia foi retirada

do livro cilindros pneumáticos e componentes para máquinas de produção da editora CDA

(centro didático de automação).

Figura 34: Enfardadeira pneumática versão 1.

Figura 35: Detalhe do mecanismo da enfardadeira pneumática versão 1.

Cilindro

pneumático

Válvulas

Mecanismo construído

pela ideia do livro citado

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40

Figura 36: Mecanismo de automação versão 1.

A segunda versão de automação da enfardadeira tem o seu atuador acoplado

diretamente no componente emprensador (figura 37). Esse sistema não há um mecanismo de

amplificação. A principal vantagem é a sua facilidade de fabricação e de montagem.

Figura 37: Enfardadeira pneumática versão 2.

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41

Figura 38: Mecanismo pneumático versão 2.

Figura 39: Detalhe do mecanismo pneumático versão 2.

3.10 Armazenamento do feno

Um sistema de armazenamento de feno foi projetado, com objetivo de proteger o

operador do movimento do emprensador, haja vista que esse sistema pneumático (versão 1 e

2) apresenta boa velocidade de acionamento e força, o que ocasiona um maior perigo de

acidente. Veja nas figuras 40 e 41, os sistemas de armazenamento de cada versão

pneumática.

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42

Figura 40: Sistema de armazenamento da versão 1.

Figura 41: Sistema de armazenamento versão 2.

O sistema de armazenamento da versão 1 consegue por o feno na câmara de

compressão quando o emprensador está recuando. O componente que regular o momento de

liberação do feno é uma chapa fina de borracha presa na parede do container de feno e no

emprensador. Assim, quando o emprensador está no avanço máximo, a chapa de borracha

Placa de

borracha

Componente de

regulagem da

liberação do feno

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43

está esticada e não permite o feno passar (figura 40). À medida que o emprensador recua a

chapa de borracha começa a cair pra dentro da câmara de compressão, liberando o feno. A

versão 2 da enfardadeira utiliza o próprio emprensador como componente de regulagem de

liberação do feno (figura 41). Para isso foi preciso por uma chapa de metal fina em cima do

emprensador, para que se possa fechar o container quando o emprensador estiver avançado

totalmente. E na mesma forma, quando o emprensador recua, o feno começa a entrar na

câmara de compressão.

3.11 Dimensionamento pneumático da enfardadeira versão 1

Para o dimensionamento da enfardadeira pneumática versão 1, foi utilizado o livro

cilindros pneumáticos e componentes para máquinas de produção. Neste livro tem a forma de

determinação da força que o cilindro pneumático precisa, colocando o efeito do mecanismo de

amplificação.

Figura 42: Mecanismo encontrado no livro e utilizado na enfardadeira versão 1.

O equacionamento do mecanismo é apresentado abaixo, onde vincula uma relação

entre a força 1 com a força 2.

Então, a partir da equação acima, das interferências dos componentes do sistema e do

resultado de Azevedo (2011) (força necessária pra comprimir o feno igual a 240 kgf), foi

possível obter uma força 2 de 28,31 kgf. Assim utilizando um fator de segurança para as

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44

condições de trabalho do mecanismo de 2, então temos a força 2 de 56,625 kgf. Entretanto o

livro, diz que a força 2 precisa de uma correção , para isso utiliza-se a tabela 1 do anexo 3 e

admitindo a condição mais critica , que é velocidade do cilindro rápida com carga aplicada em

todo o desenvolvimento do percurso, temos o fator de correção de 1,5. Essa condição foi

tomada, devido a variabilidade de situações em que o sistema pode ser submetido. Assim

temos a força requerida no pistão pneumático de aproximadamente 85 kgf (56,625*1,5).

Utilizando o catalogo da empresa PARKER, foi selecionado um cilindro de 50 mm de

diâmetro, isso tomando que o compressor irá fornecer uma pressão de 5 bar ( compressores

no mercado tem a pressão ate 10 bar). Assim o modelo de PARKER é dado para o cilindro

pneumático selecionado:

MODELO: P1D-S050M SE 0250NVNNN

Uns modelos similares a estes de outras empresas, tem o modelo dado:

Fabrica SMC: MODELO - CA2CF50TN250JN

Fabrica NORGREN: MODELO – SA/8 050/M/250

(OBS: os catálogos dos componentes escolhidos se encontra no anexo 1)

O próprio catálogo fornece as medidas do cilindro (figura 43).

Figura 43: Dimensões do cilindro.

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45

Também foi selecionado no catalogo da PARKER, um articulador traseiro macho MP4,

cujo suas dimensões são dadas na figura 44. Esse articulador tem com objetivo permitir que o

cilindro tivesse movimento angulares, durante o processo de utilização do mecanismo. Esse

articulador funciona com uma restrição de pivot.

Figura 44: Dimensões do articulador macho MP4.

Após isto, foi preciso selecionar as válvulas direcionais. Para nosso caso foi escolhido

válvulas do tipo rotativo com 4 vias e três posições, acionado por uma alavanca (figura 45).

Haja vista que essa configuração de válvulas direcionais permite controlar a forma de atuação

do cilindro pneumático da forma que a enfardadeira necessita pra produzir os fardos. Assim

temos:

Para fábrica GHPC: MODELO - VMR201-02.

Para fábrica SMCBR; MODELO - VH201-F02.

(OBS.: Catálogo em anexo 1)

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46

Figura 45: Seleção da válvula pneumática.

Também foi selecionada uma válvula reguladora de pressão com manômetro acoplado

(figura 46), para que se possa ajustar a pressão que vem do compressor.

Figura 46: Seleção da válvula reguladora.

Figura 47: Válvula reguladora selecionada.

Page 47: Estágio

47

Assim com base ao diagrama, mostrado na figura 46, e nas condições de projeto, foi

escolhido para o catalogo do Parker: Modelo - 06R121LC1 com suporte PS707P.

O custo desses componentes pneumáticos ficará em torno de 400 reais, sendo o

atuador do tipo pistão de dupla ação apresentando um custo variando de 250 a 300 reais. O

compressor não entrou em consideração.

3.12 Dimensionamento pneumático da enfardadeira versão 2

Foi utilizado o mesmo princípio de dimensionamento da enfardadeira versão 1, mas

retirando o efeito do mecanismo da figura 35, pois não o possui. O equacionamento da força

requerida no cilindro pneumático foi à força encontrada Azevedo (2011) vezes o fator de

correção de 1,5 e um fator de segurança de 1,5. Logo a força requerida é igual a 540 kgf. O

fator de segurança foi menor devido à utilização de menos componentes no mecanismo, o que

diminui os esforços contrários ao movimento. Além disso, esse mecanismo da versão 2, não

apresenta variação angular do cilindro pneumático, o que apresenta uma maior aplicabilidade

de força constante. Nessa enfardadeira foi considerado uma pressão de trabalho de 7 bar.

Assim tem os seguintes modelos selecionados

Tabela 3: Seleção dos componentes

Componentes e fábrica Modelo

Cilindro pneumático

PARKER P10-S100M SE 0320NVNNN

NORGREN AS/8 100/W1/320

Válvula direcional SMCBR VH401-F04

Válvula reguladora PARKER 06R321LC1 com suporte PS707P

Flange traseira - MF2

PARKER P1C-4QMBA

O custo da versão 2 ficará em torno de 550 reais, haja visto que o atuador pneumático

custará em torno de 450 reais. Esse levantamento de custo não levou em consideração o

compressor.

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48

3.13 Sistema pneumático esquemático

A partir das necessidades impostas e dos componentes pré-selecionados, foi possível

montar o modelo esquemático do sistema (figura 48), através do software comercial Festo

FluidSim. A partir dessa análise foi ajustando os componentes pré-selecionados, ate que a

simulação do sistema tivesse o comportamento esperado. A figura 48 mostra o esquema

correto do sistema, com o pistão pneumático, válvulas, manômetro, reservatório e o

compressor. A figura 49 mostrasse a condição de entrada da força, feita pelo feno. O

comportamento dessa força buscou ter a proximidade ao que se apresenta na realidade.

Figura 48: Esquema do sistema.

Figura 49: comportamento da força no pistão.

O funcionamento do sistema, no modelo virtual, é apresentado nas figuras 50 e 51. A

primeira figura mostra o percurso do ar, indo do reservatório ate o pistão e a posição em que se

Válvula

direcional

Válvula reguladora

de pressão

Cilindro pneumático Manômetro

Reservatório Compressor

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49

deve por a válvula direcional, para trabalhar na situação de avanço. No caso de recuo, a figura

51 mostra a forma que se deve posicionar a válvula direcional e o percurso do ar.

Figura 50: Posicionamento do sistema no avanço.

Figura 51: Posicionamento do sistema no recuo.

4 Conclusão

As atividades concretizadas durante este estágio foram de extrema valia na formação de

um engenheiro, tanto de forma técnico como do ponto de vista de trabalhar em uma empresa

que esta sempre inovando.

Um ponto de destaque na empresa é a interação com pessoas de diversos setores. Na

LABOREMUS foi possível trabalhar junto com os setores de produção, projeto e diretoria da

empresa, com destaque ao setor de projeto, com os projetistas Helenaldo e Tacido. Essa

experiência apresentou um avanço profissional, tornando de grande valia o estagio.

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Assim pode-se dizer que o estágio curricular vem exercendo sua finalidade, de ser um

período de experiência para o futuro engenheiro, acrescentando tanto informações técnicas

como desenvolvimento das relações interpessoais.

Por fim, analisando o produto de trabalho, foi possível considerar que houve um bom

desenvolvimento do projeto da enfardadeira, atingindo inicialmente as necessidades

apresentada pela empresa, faltando apenas aplicação do projeto no processo de fabricação e

teste, para que seja completo ciclo do produto e depois seja lançado no mercado.

5 Trabalhos futuros

É sugerido os seguintes trabalhos complementares para tornar os projetos das

enfardadeiras ainda mais otimizadas:

Acompanhamento da produção da enfardadeira manual;

Realizar ajustes na enfardadeira manual, encontrados no período de testes;

Solucionar o problema das rodas da enfardadeira, haja vista que a roda não é aplicada

as condições de trabalho;

Dimensionar e selecionar os componentes pneumáticos faltantes, como mangueiras,

conectores, compressor e etc;

Analisar os esforços dos componentes da enfardadeira pneumática, para a forma nova

de utilização;

Dimensionar um reservatório auxiliar, para tornar a enfardadeira pneumática

independente, para um determinado período;

Verificar a velocidade de acionamento do sistema.

Page 51: Estágio

51

6 Referências

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Laboremus – a marca do agronegócio. Relatório de resultados para empresa.

Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande-PB, 2011.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Enfardadeira>. Acesso em 29 de Novembro de

2011.

Disponível em: < http://www.laboremus.com.br/fenacao/enfardadeira-manual-el15.html>

Acesso em 30 de Novembro de 2011.

Molina Junior, W.F.; Rióli, T.C.; Coelho, J.L.D.; Amaral, J.R.;Sacomano, J.B. Estudo

preliminar sobre enfardamento de resíduos de colheita de cana-de-açucar (saccharum

spp.). In: Congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, 20. Londrina, 1991, Resumos.

Londrina:SBEA,1991. P.26

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produção. Editora Schrader bellows CDA (centro didático de Automação)

REIS, R.A., MOREIRA, A.L., PEDREIRA, M.S. Técnicas para produção e conservação

de fenos de forrageiras de alta qualidade. In: Simpósio Sobre Produção e Utilização de

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Conservadas. JOBIM, C. C.; CECATO,U.; DAMASCENO, J. C.; SANTOS, G. T. dos.

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BOLLER, W. Enfardamento adequado. UPF, Passo Fundo – RS. 2002.

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de-açúcar. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade

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CHRISTENSEN, R. M. Theory of Viscoelasticity - an introduction. New York, Academic Press, 1982, 364p.

ROCHA, Jansle Vieira. Comportamento mecânico de mini fardos de feno de soja

perene, submetidos a ensaios de relaxação com cargas uniaxiais. Dissertação

(mestrado) - Universidade Estadual de Campinas. Campinas, SP, 1988, 113p.

Page 53: Estágio

53

ANEXOS

ANEXO 1- Catálogos

Catálogo 1: Roldanas

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Catálogo 2: Perfil retangular empresa Tuper

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Catálogo 3: Perfil Retangular – empresa Skylightestruturas.

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Catálogo 4: Perfil Retangular – empresa Golin.

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57

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58

Catálogo 5: Cilindro pneumático- empresa PARKER

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59

Catálogo 6: Cilindro pneumático- empresa SMC.

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Catálogo 7: Cilindro pneumático- empresa NORGREN.

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62

Page 63: Estágio

63

Catálogo 8: Válvula direcional- empresa GHPC.

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Catálogo 9: Válvula regulador de pressão- empresa PARKER.

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ANEXO 2 – TABELA 1

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ANEXO 3 – TRABALHO DE ARTHUR AZEVEDO

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ANEXO 4 - PCP

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ANEXO 5– PLOTAGEM

Plotagem 1: Explodida geral

Plotagem 2: Mecanismo de acionamento

Plotagem 3: Conjunto do embolo

Plotagem 4: Suporte do apoio do emprensador

Plotagem 5: Emprensador