ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS...

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i HARRIET JANE WHITE ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS: ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E OUTROS FATORES ASSOCIADOS À HIPERTENSAO E DIABETES CAMPINAS 2015

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HARRIET JANE WHITE

ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS:

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E OUTROS FATORES ASSOCIADOS À

HIPERTENSAO E DIABETES

CAMPINAS

2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - FCM

HARRIET JANE WHITE

ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS:

ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E OUTROS FATORES ASSOCIADOS À

HIPERTENSAO E DIABETES

Tese de Doutorado apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Saúde

Coletiva da Universidade Estadual de

Campinas para obtenção do título de

Doutora em Saúde Coletiva, área de

concentração epidemiologia

ORIENTADORA: Profª DR ª LETICIA DE LAS MERCEDES MARÍN LEÓN

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE Á VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA

HARRIET JANE WHITE E ORIENTADA PELA

PROFESSORA DR ª LETICIA DE LAS MERCEDES

MARÍN-LEÓN

Campinas

2015

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RESUMO

O objetivo do estudo foi investigar as variáveis socioeconômicas, condições de saúde,

hábitos alimentares, estado nutricional, qualidade de vida e aconselhamento nutricional

em idosos portadores de diabetes mellitus e hipertensão arterial em relação aos idosos

sem essas doenças. A amostra foi de conveniência e composta por idosos de ambos os

sexos, de 60 anos e mais, residentes em Campinas. Os idosos portadores de diabetes e

hipertensão foram recrutados em um Hospital Universitário e o grupo dos idosos sem

essas doenças foram selecionados em centros esportivos, onde são realizadas atividades

físicas direcionadas à população idosa. Os dados obtidos foram avaliados por meio de

um questionário estruturado, e aferido peso, altura e circunferência da cintura. Nos

artigos 1 e 2, o delineamento do estudo epidemiológico foi caso-controle e no artigo 3,

desenho transversal. No primeiro artigo, deste trabalho, “Condições de saúde de idosos

diabéticos e hipertensos: estudo caso-controle”, o objetivo foi comparar idosos

portadores de diabetes e hipertensão (casos, n=150) com idosos sem essas doenças

(controles, n=300) quanto às características sociodemográficas, comportamentos de

saúde, estado nutricional e capacidade funcional. Na regressão logística múltivariada, os

Odds Ratio e os respectivos intervalos de confiança de 95% indicaram que: ser

preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar com sobrepeso ou obesidade, relatar

perda de peso por doença ou sem motivo, percepção de condição econômica

regular/ruim/muito ruim, muita dificuldade para realizar atividades moderadas, dor no

corpo moderada/intensa nas últimas 4 semanas e ambos triglicerídeos e colesterol

elevados estiveram independentemente associados a hipertensão e diabetes. Idosos

portadores de hipertensão e diabetes apresentaram maior percepção de limitações

econômicas e físicas, piores condições de saúde e sobrepeso/obesidade quando

comparados aos idosos sem essas doenças.

No segundo artigo, “A importância da Síndrome Metabólica em idosos”, o objetivo foi

comparar idosos portadores de Síndrome Metabólica com idosos sem Síndrome

Metabólica quanto às características sociodemográficas, estilo de vida, e hábitos

alimentares. Para a seleção dos 103 casos, foi utilizado o critério proposto pela NCEP-

ATPIII (2001), e para o grupo dos 206 controles foram selecionados os idosos que não

apresentaram o conjunto de critérios definidos para Síndrome Metabólica. No modelo

final de regressão logística multivariada, as variáveis associadas diretamente com a

Síndrome Metabólica foram: residir com 2 ou mais pessoas, ter dislipidemia, usar ou

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precisar de dentadura, alteração na sensação de sede, interação entre “não sentir gosto e

não sentir cheiro”, consumir embutidos em 1 ou mais dias por semana, frango menos de

1 dia por semana, e aveia menos de 3 dias por semana. Reforça-se a importância das

modificações no estilo de vida para a perda de peso, sendo fundamentais as intervenções

dietéticas que possam contribuir para a redução da circunferência da cintura, além da

prática de atividade física regular e cuidados com a alimentação na prevenção e no

controle da Síndrome Metabólica.

No terceiro artigo “Orientações nutricionais em serviços de saúde - a percepção de

idosos portadores de hipertensão e diabetes”, o objetivo foi descrever os aspectos do

atendimento nutricional e das práticas alimentares entre idosos, em face das orientações

nutricionais recebidas. Foi realizado estudo transversal com 150 idosos portadores de

diabetes e hipertensão, de ambos os sexos. Os idosos disseram ter recebido material

educativo contendo orientações nutricionais, 80% dos homens e 64% das mulheres,

porém, estas não eram seguidas por uma parcela dos entrevistados e 50% das mulheres

e 62% dos homens relataram dúvidas sobre as orientações recebidas. O expressivo

número de idosos com sobrepeso e obesidade, e aumento da circunferência da cintura,

reflete a baixa adoção das recomendações nutricionais, e aponta para a necessidade de

aprimorar a capacitação dos profissionais de saúde quanto às orientações de alimentação

e atividade física.

Os estudos acima relatados apontam a necessidade de que os serviços de saúde reforcem

as medidas não medicamentosas descritas nos programas destinados ao controle das

doenças crônicas não transmissíveis, sendo fundamental que as equipes de saúde

empoderem os pacientes no auto-cuidado.

Termos de indexação: idoso, qualidade de vida, estado nutricional, atividade física,

diabetes mellitus, hipertensão.

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ABSTRACT

The objective of the study was to investigate socioeconomic variables, health

conditions, eating habits, nutritional status, quality of life and nutrition counseling

among elderly patients with diabetes mellitus and hypertension and elderly without

these diseases. The convenience sample was composed of elderly men and women, 60

years and more, living in Campinas-SP. Elderly diabetic and hypertensive patients were

recruited at the University Hospital and the group without these diseases was selected in

sports centers, which offer physical activities for the elderly. Elderly were evaluated

through a questionnaire, and mesured weight, height and waist circumference. Article 1

and 2, are case-control study and article 3, cross-sectional study.

In the first article of this thesis "Health conditions of diabetic and hypertensive elderly:

Case-control study", the objective was to compare elderly patients with diabetes and

hypertension (cases, n=150) with older people without these diseases (controls, n=300)

regarding sociodemographic characteristics, health behaviors, nutritional status and

functional capacity. In multiple logistic regression, Odds ratios with respective

confidence intervals (95%) indicated: black /brown, live with 2 or more people,

overweight or obesity, weight loss due to disease or without reason, self-assessment of

economic condition as poor/very poor, great difficulty to do moderate physical activity,

moderate/severe pain in the body in the past four weeks and both high triglycerides and

cholesterol were independently associated to hypertension and diabetes. Elderly patients

with hypertension and diabetes had more physical and economic limitations, worse

health status, and overweight or obesity when compared to subjects without

hypertension and diabetes.

In the second article, "The importance of metabolic syndrome in the elderly", the

objective was to compare elderly patients with metabolic syndrome with subjects

without metabolic syndrome regarding sociodemographic characteristics, lifestyle,

eating habits and eating disorders. To select the 103 cases, it was used the criteria

proposed by the NCEP-ATPIII (2001) and the control group (n=206) were selected

those that did not have the set of criterias defined for metabolic syndrome. In the final

multivariate model, the variables associated with Metabolic Syndrome were: to live

with 2 or more people, dyslipidemia, use or need dentures, changes in the feeling of

thirst, loss of both taste and smell, consumption of embedded on one or more days per

week, chicken less than once per week and oats less than 3 days per week. The study

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points out the importance of changes in lifestyle for loss of weight, and dietary

interventions that can contribute to the reduction of waist circumference, in addition to

regular physical activity and nutritional care, in the prevention and control of Metabolic

Syndrome.

The third article "nutritional guidelines in health services - the perception of elderly

patients with hypertension and diabetes", aims to describe aspects of nutritional care and

feeding practices among the elderly in face of nutritional guidelines received. A cross-

sectional study with 150 elderly patients with diabetes and hypertension of both sexes

was carried out, and 80% of elderly men and 64% of women, informed they had

received educational materials containing nutritional guidelines, but these were not

followed by part of them and 50% of women and 62% of men reported having doubts

about the guidelines received. The significant number of overweight or obese elderly

and the increased waist circumference reflects the limited use of nutritional

recommendations and indicates the need to improve the training of health professionals

as to food guidelines and physical activity.

The above mentioned studies point out the need that health services strengthen non-

pharmacological measures described in programs for the control of chronic non-

communicable diseases, it is essential that the health teams empower patients in self-

care.

Keywords: Elderly, quality of life, nutritional status, physical activity, diabetes

mellitus, hypertension.

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SUMÁRIO

Lista de ilustrações........................................................................................................xvii

Lista de abreviaturas e siglas..........................................................................................xix

Resumo............................................................................................................................vii

Abstract............................................................................................................................ix

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................01

1.1. Características demográficas...................................................................................01

1.2. Envelhecimento e doenças crônicas........................................................................01

1.3. Envelhecimento, estado nutricional, hábitos alimentares........................................06

1.4. Condições funcionais para alimentação..................................................................09

1.5. Recomendações de organismos internacionais e das associações médicas..............11

1.6. O Ministério da Saúde- Políticas para o tratamento e a educação em saúde de

doentes crônicos..............................................................................................................15

2. OBJETIVOS..................................................................................................................25

2.1. Objetivo geral..........................................................................................................25

2.2. Objetivos específicos................................................................................................25

3. MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................27

3.1. Delineamento do estudo..........................................................................................27

3.2. Local e sujeitos........................................................................................................27

3.3. Procedimentos da coleta de dados............................................................................28

3.3. Aspectos éticos........................................................................................................29

3.4. Instrumento de pesquisa..........................................................................................29

4. ANÁLISE DE DADOS..................................................................................................33

5. RESULTADOS..............................................................................................................35

5.1. Artigo 1- Condições de saúde de idosos hipertensos e diabéticos: um estudo

caso- controle...............................................................................................................35

5.2. Artigo 2- A importância da Síndrome metabólica em idosos.................................55

5.3. Artigo 3- Orientações nutricionais em serviços de saúde- A percepção de idosos

portadores de hipertensão e diabetes...............................................................................76

6. DISCUSSÃO GERAL...................................................................................................93

7. CONCLUSÃO..............................................................................................................101

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................103

9. ANEXOS.......................................................................................................................117

9.1. Anexo 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........................................117

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9.2. Anexo 2. Autorização Secretaria de Esportes de Campinas...................................118

9.3. Anexo 3. Questionário de Saúde e Nutrição do Idoso............................................119

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Dedicatória

Ao meu companheiro Márcio, pela

inesgotável paciência e positividade em

todos os momentos e a minha filha Luiza pela

compreensão e amor durante toda minha ausência.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que estiveram presentes em minha caminhada, e em especial:

À minha orientadora Letícia Marín-León, meu maior agradecimento por toda a

disponibilidade e orientação prestada, pelo apoio, atenção, compreensão e paciência que

sempre manifestou em todos os momentos, não medindo esforços para que

finalizássemos esta etapa do trabalho!

À Profa. Priscila e à Profa. Arlete agradeço pela enriquecedora contribuição dada no

Exame de Qualificação.

À Profa. Lia e Prof. Rodrigo meus agradecimentos pela participação, disponibilidade e

contribuições dadas como membros da Banca de Defesa.

Aos educadores físicos dos Centros de Esporte da Prefeitura Municipal de Campinas

que contribuíram e sempre demonstraram muito boa vontade em ajudar.

A todos os Professores da Pós-Graduação em Saúde Coletiva e todos meus colegas de

curso, que contribuíram direta ou indiretamente para a execução deste trabalho, meu

muito obrigado.

A minha mãe pelo inestimável apoio dado com minha filha.

A minha filha e meu companheiro Márcio pela paciência pelo tempo de convívio que a

realização desta tese lhes furtou.

A meu irmão por me proporcionar lazer no seu sítio para recompor minhas energias.

A todos os idosos que contribuíram participando deste trabalho.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pela

bolsa concedida.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

TABELA 1- Classificação das recomendações e diretrizes para o cuidado e tratamento

das doenças crônicas........................................................................................................18

TABELA 2- Classificação das recomendações e diretrizes para Diabetes Mellitus e

tratamento das doenças crônicas...................................................................................19

TABELA 3- Classificação das recomendações e diretrizes para Hipertensão Arterial e

tratamento das doenças crônicas..................................................................................21

TABELA 4- Classificação das recomendações e diretrizes para Obesidade e tratamento

das doenças crônicas...................................................................................................22

QUADRO 1. Instrumento de pesquisa............................................................................29

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADA American Diabetes Association

BOAS Brazil Old Age Schedule

CC Circunferência da cintura

CDC Centers for Disease Control and Prevention

CH Carboidrato

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

DM Diabetes Mellitus

DCNT Doenças crônicas não transmissíveis

EGIR European Group for the Study of Insulin Resistance

EI Estatuto do Idoso

HAS Hipertensão arterial

HAS+DM Hipertensão concomitante com Diabetes

HC Hospital das Clínicas

HDL Lipoproteina de alta densidade

IC Intervalo de confiança

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDF Federação Internacional de Diabetes

IMC Índice de Massa Corporal

LDL Lipoproteína de baixa densidade

NCEP National Cholesterol Education Program

NHANES National Health and Nutrition Examination Survey

NHIS National Health Interview Survey

OMS Organização Mundial da Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

OR Odds ratio

SBD Sociedade Brasileira de Diabetes

PAG Physical Activity Guidelines for Americans

PNI Política Nacional do Idoso

PNS Pesquisa Nacional de Saúde

PSN Perfil de saúde de Nottingham

PNSI Politica Nacional da Saúde do Idoso

PNAB Política Nacional de Atenção Básica

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PNAD Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar

PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição

QV Qualidade de vida

QVRS Qualidade de vida relacionada à saúde

SABE Saúde, Bem Estar e Envelhecimento

Sal.Min Salário mínimo

SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia

SBD Sociedade Brasileira de Diabetes

SM Síndrome metabólica

SPSS Statistical Package Social of Scienses

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TMB Taxa Metabólica Basal

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

VIGITEL Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças

Crônicas por Inquérito Telefônico

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Características demográficas

No Brasil, o número de indivíduos de 60 anos ou mais em 2002 era de 14

milhões, e em 2007 era de quase 20 milhões, o que correspondia a 10,5% da população

brasileira (IBGE, 2011; Lima-Costa e Veras, 2003). Estima-se que em 2025, o número

alcançará 32 milhões (aproximadamente 18% da população), representando a sexta

população idosa do mundo (Brasil, 2010).

O envelhecimento populacional é resultante das mudanças demográficas,

sociais, econômicas, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da

expectativa de vida no país. A proporção de idosos, principalmente na faixa de 80 anos

de idade ou mais está aumentando. Em 1992 era de 0,9% e em 2009 era de 1,6%,

atingindo quase 3 milhões de pessoas nesta faixa etária, este aumento pode ser

decorrente dos avanços nos cuidados com a saúde e no amplo acesso aos serviços de

saúde (Camarano, 2011).

A população idosa é composta em grande parte por mulheres (55,7%), ou seja,

há uma feminização da velhice (IBGE, 2011). As mulheres apresentam maior

longevidade do que os homens e estes maiores taxas de mortalidade precoce (OMS,

2005).

No Brasil, a expectativa de vida a partir dos 60 anos no ano 2000 era de 19,3

anos para os homens e de 22,4 anos para as mulheres. Entre os idosos de 80 anos ou

mais era de 8,9 anos e 9,8 anos para os homens e para as mulheres, respectivamente

(IBGE, 2011). Quando comparada com as médias de vários estados brasileiros, a

expectativa de vida em Campinas, entre 2000 e 2005 foi maior, com média de 78,4 anos

para as mulheres e de 71,1 anos para os homens (Belon, 2011).

1.2. Envelhecimento e doenças crônicas

Com o envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente ao

longo dos anos e torna as pessoas idosas mais vulneráveis ao desenvolvimento de

doenças crônicas, entre as quais se destacam as doenças cardíacas, a hipertensão arterial

(HAS) e o diabetes mellitus (DM) (Kirkman et al, 2012).

A HAS é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados

de pressão arterial e associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais

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dos orgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas.

Podem contribuir para o aparecimento da HAS, os fatores considerados de risco, como

hereditários, alimentares, especialmente relacionados ao consumo excessivo de

alimentos ricos em sódio, álcool e a baixa ingestão de potássio, além do excesso de peso

ou da obesidade, estresse psicológico e sedentarismo. O risco cardiovascular pode ser

potencializado pela agregação de outros fatores, tais como tabagismo, dislipidemias e

intolerância à glicose ou DM (SBH, 2010).

O DM tipo 2 consiste em uma desordem metabólica, decorrente da falta de

insulina e/ou da incapacidade de ação adequada, sendo caracterizado por um grupo

heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia. A

classificação atual do DM baseia-se na etiologia e a maioria dos indivíduos com DM

apresentam sobrepeso ou obesidade e a cetoacidose raramente se desenvolve de modo

espontâneo, ocorrendo apenas quando associado a outras condições, como infecções

(SBD, 2013-14).

Apesar, das características genéticas desempenhar um importante papel no

desenvolvimento do DM tipo 2, o aumento da prevalência na população, provavelmente

esteja associado ao aumento da ingestão energética e da redução da atividade física, que

juntamente com o sobrepeso e a obesidade exercem papel fundamental para o

desenvolvimento do DM (SBD, 2013-14).

As doenças crônicas vêm aumentando gradativamente, principalmente entre as

mulheres. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),

entre os idosos, a prevalência de HAS nos homens era de 36,6% em 1998 e aumentou

para 40,4% em 2003, e nas mulheres os respectivos valores foram 49,7% e 55,3%. A

prevalência de DM nos homens em 1998 foi de 8,7% e em 2003 de 11,9% e nas

mulheres foi de 11,5% e 13,9%, respectivamente (Lima Costa et al, 2007). Na PNAD de

2008, Barros e colaboradores (2011) observaram prevalência de HAS, na faixa etária de

60 a 69 anos de 50,5%, na faixa de 70 a 79 anos de 57,2% e na de 80 e mais de 55,9%.

Para o DM, estes valores foram 15,4%, 17,6% e 15,6%, respectivamente. Ambas as

doenças, relacionaram-se inversamente à escolaridade, tanto em adultos quanto em

idosos. As prevalências de HAS e DM foram 34,0% e 9,0% em indivíduos com até 3

anos de estudo e de 11,7% e 2,8% em indivíduos com 11 anos ou mais de estudo,

respectivamente.

Entre os idosos, a presença conjunta de hipertensão e diabetes (HAS+DM),

considerando os coeficientes padronizados por sexo e idade, tem aumentado em todas as

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faixas etárias. Na faixa de 60 a 69 anos era de 6,5% em 1998; 8,4% em 2003 e 11,3%

em 2008. Na faixa de 70 a 79 anos, esses valores foram 7,7%; 10,4% e 13,1%,

respectivamente e na faixa de 80 anos ou mais, os percentuais respectivos foram 6,3%;

9,0% e 12,1% (Freitas e Garcia, 2012). Assim, os idosos de 70 a 79 anos apresentaram

as maiores prevalências de DM+HAS. Ainda nos adultos, em geral este binômio é mais

prevalente entre as mulheres, residentes em área urbana, na região Sudeste e na

população com escolaridade até 8ª série (Freitas e Garcia, 2012).

No Brasil, a transição demográfica, epidemiológica e nutricional contribuiu para

o aumento das doenças crônicas na população, as quais têm sido apontadas como as

principais causas de mortalidade no mundo (Brasil, 2011; WHO, 2011). Dados da

Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que as doenças crônicas são

responsáveis por 63,0% (36 milhões de pessoas) das mortes e estima-se que haja um

aumento de 15% até o ano de 2020 (WHO, 2011).

Entre as doenças crônicas, o DM e a HAS quando associados, aumentam

consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, sendo responsáveis por

aproximadamente 30% das mortes globais (WHO, 2011). No Brasil, as taxas de

mortalidade são similares e a tendência é de se elevar nos próximos anos, devido ao

expressivo envelhecimento da população associado ao aumento dos fatores de risco,

como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e tabagismo (Brasil, 2011).

Os idosos diabéticos apresentam maiores taxas de mortalidade prematura e

diminuição da capacidade funcional, o que pode torná-los fisicamente menos ativos

(IDF, 2010). O DM quando associado a HAS, apresenta maior risco de evoluir com

complicações cardíacas do que entre os idosos com DM mas sem HAS, e ainda, o

binômio HAS+DM pode cursar com síndromes geriátricas, como a polifarmácia,

depressão, déficit cognitivo, quedas e dor persistente (ADA, 2014; ADA 2012).

O estudo Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES

III) de 2007-08, aponta que 64% dos indivíduos com HAS também apresentaram

dislipidemia e inversamente, aproximadamente 47% dos indivíduos com dislipidemia

tinham HAS. Dislipidemia associada a HAS é uma condição que pode coexistir com

frequência e evolue para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em estudo de

coorte com seguimento de 14 anos foi observado maior risco de acidente vascular

isquêmico em portadores de Síndrome Metabólica (SM) quando comparados a

portadores de DM (Najarian et al, 2006).

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A SM também conhecida como síndrome de resistência à insulina é definida

como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco

associados à elevada morbi mortalidade cardiovascular. O conceito ainda não esta

claramente definido e deve-se adotar a classificação que melhor se adapte aos níveis

socioeconômicos e culturais da população estudada. São muitas definições para a SM e

os critérios mais utilizados são os da Organização Mundial da Saúde (OMS) (Alberti e

Zimmet, 1998), do Grupo Europeu para o estudo da resistência à insulina (EGIR)

(Balkau; Charles, 1999), do National Cholesterol Education Program - Adult Treatment

Panel III (NCEP ATPIII, 2001) e da Federação Internacional de Diabetes (IDF)

(Alberti, Zimmet e Shaw, 2006).

O conceito da OMS (Alberti e Zimmet, 1998) e da NCEP-ATP III (2001) para a

SM tem sido mais utilizado na prática clínica.

A classificação proposta pela NCEP-ATP III, em 2001 utiliza dados clínicos e

laboratoriais que podem ser mais facilmente obtidos, e considera a CC para os homens

> 102 cm e para as mulheres > 88 cm, triglicerídeos ≥ 150mg/dL, HDL Colesterol para

os homens < 40mg/dL e para as mulheres < 50mg/dL, pressão arterial ≥ 130 mmHg ou

≥ 85mmHg, glicemia de jejum ≥ 110mg/dL. A glicemia passou a não ser considerada

como fator imprescindível, sendo apontada como um dos componentes diagnósticos

para a SM (NCEP ATPIII, 2001). Essa definição foi revisada em 2005 e foi considerada

a presença de pelo menos 3 dos 5 fatores de risco para caracterizar a SM.

Na SM, o risco de eventos cardiovasculares aumenta cerca de 2,5 vezes e a

mortalidade em cerca de 1,5 vezes (Mottillo et al, 2010).

A prevalência da SM pelos critérios do NCEP-ATP III (2001) variaram de 8% a

43% nos homens e de 7% para 56% nas mulheres em todo o mundo (Cameron, Shaw e

Zimmet, 2004).

Em estudo populacional realizado na Itália, com idosos de 65 anos e mais, foi

encontrada uma prevalência de SM de 33% entre os homens e 20% entre as mulheres,

de acordo com o critério do NCEP ATPIII (Ravaglia et al, 2006). Estudo realizado em

Novo Hamburgo - RS, constatou que a prevalência de SM entre idosos foi de 56,9%

(Rigo et al, 2009).

As causas da SM são multifatoriais, sendo que a obesidade central ou visceral,

resistência à insulina/DM, dislipidemia, hipertrigliceridemia, queda da HDL e aumento

do LDL e HAS estão relacionadas à hereditariedade, ao estilo de vida e aos aspectos

ambientais, como sedentarismo, tabagismo, hábitos alimentares não saudáveis e

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consumo excessivo de carboidratos, estes fatores em conjunto somam-se para o

desenvolvimento da SM (Grundy et al, 2005). As causas, bem como a relação dos

fatores para o desenvolvimento da SM são desconhecidas (Gaillard, 2014).

Estudos confirmam que existem diferenças étnicas e de sexo, bem como

geográficas na prevalência da SM. Os fatores de risco, como HAS, obesidade,

triglicerídeos alto e HDL baixo são mais comuns entre os indivíduos de raça negra e

contribuem para o desenvolvimento da SM e para o aumento da morbidade e

mortalidade cardiovascular, especialmente entre as mulheres quando comparados a

indivíduos brancos, da mesma região de moradia (Gaillard, 2014).

De acordo com o NHANES (1999-2004), mais da metade das pessoas com HAS

são obesas, desta forma, a obesidade é considerada um potencial fator de risco para o

desenvolvimento da HAS, sendo mais comum entre os indivíduos de cor preta do que

entre os de cor branca, cerca de 40% a 45% vs 20% a 25%, respectivamente. Entre os

indivíduos com SM, a obesidade esteve associada com o aumento do risco para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Cappucio et al, 2008).

A alta prevalência de HAS, DM e hipercolesterolemia entre os negros sugere

que todos os fatores de risco possam contribuir para o desenvolvimento de doenças

cardiovasculares, independente do peso corporal. Os dados reforçam as diferenças

étnicas em relação a adiposidade e os fatores de risco relacionados as doenças

cardiovasculares (Taylor et al, 2010).

A obesidade abdominal é considerada como um dos principais fatores para o

desenvolvimento da SM, e mostra-se mais associada ao risco metabólico do que ao

índice de massa corpórea (IMC), mesmo em indivíduos com o peso corporal dentro da

faixa de normalidade, o aumento da CC pode elevar o risco de HAS, dislipidemia e DM

(Kuk et al, 2009).

Estudo avaliou a prevalência de SM em uma amostra de mulheres de 64 anos ou

mais de idade com intolerância à glicose, e apontou associação inversa entre a atividade

física e SM. O aumento da atividade fisica demonstrou ter grande importância para a

prevenção da SM e associou-se a menor prevalência de SM (Bergstrom, Behre e

Schmidt, 2011).

As condições crônicas podem se agravar, caso não haja acompanhamento e

tratamentos adequados. A atividade física tem um papel protetor na morbidade e

mortalidade por doenças cardiovasculares, principalmente por meio de efeitos

favoráveis sobre os fatores de risco, como a obesidade e HAS.

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Estudos têm demonstrado que os idosos que apresentam baixo nível

socioeconômico têm maior predisposição ao desenvolvimento de doenças crônicas, em

torno de 80% apresentam pelo menos uma enfermidade, que pode causar limitações

funcionais e incapacidades (IDF, 2010; Schmidt et al, 2011). Os idosos portadores de

doenças crônicas utilizam com mais frequência os serviços de saúde, seja para o

acompanhamento das doenças crônicas ou para o tratamento de suas complicações,

representando assim, uma utilização prolongada e intensa dos serviços de saúde,

elevando, desta forma, os custos para o sistema de saúde (Chaimowicz, 1997).

A partir de dados da PNAD, observou-se entre os idosos, o acesso aos

atendimentos médicos, e à proporção de idosos que referiu 3 ou mais consultas médicas

no último ano, foi de 44,3% em 1998, 51,0% em 2003 e 54% em 2008. Na região

Sudeste, o acesso foi maior em todo o período, sendo de 50,5%, 56,3% e 59,0%,

respectivamente (Lima-Costa et al, 2011). Ainda, foi possível observar um pequeno

declínio na hospitalização nos últimos 12 meses, com cifras de 13,6%, 12,7% e 12,3%,

respectivamente (Lima-Costa et al, 2011).

A implantação de políticas públicas para a promoção de saúde que priorizem a

atenção multidimensional e integrada do idoso, a redução dos fatores de risco e o

incentivo para a manutenção da capacidade funcional, constituem o melhor caminho

para redução das iniquidades em saúde durante o envelhecimento (Malta et al, 2006;

Chaimowicz, 1997).

1.3. Envelhecimento, Estado nutricional e Hábitos alimentares.

Com o envelhecimento ocorrem modificações no metabolismo e na composição

corporal. Há diminuição da taxa metabólica basal (TMB) relacionada à redução de

massa livre de gordura, e consequentemente, redução da necessidade energética. Ocorre

progressiva redistribuição da gordura, há diminuição do tecido adiposo subcutâneo dos

membros e aumento na região intra-abdominal (Kuk et al, 2009; WHO, 1995).

O peso corporal tende a aumentar com a idade, nos homens atinge um platô por

volta dos 65 anos, e a partir desta fase, há uma diminuição do peso. Já as mulheres,

desde o início da velhice até idade mais avançada, acumulam mais gordura subcutânea e

a perda desta gordura geralmente se dá por volta dos 75 anos (WHO, 1995). O

sobrepeso e a obesidade, mais prevalentes entre as mulheres do que entre os homens,

pode ser explicado pelo acúmulo de gordura visceral, ser maior após a menopausa.

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Grande parte dos idosos mantém a ingestão energética, da mesma forma de que

quando eram mais jovens, contribuindo para o aumento do peso, devido à diminuição da

TMB (Kuk et al, 2009).

O estudo de Schaap e colaboradores (2013) objetivou compreender as relações

entre a composição corporal, a força muscular e o declínio funcional. Idosos com IMC ≥

30 kg/m2 apresentaram associação significativa com o declínio funcional, porém a

diminuição da massa muscular não foi significativamente associada com o declínio

funcional.

A circunferência da cintura (CC) é um indicador direto da adiposidade

abdominal e preditora de gordura visceral, e associa-se a distúrbios metabólicos e a

fatores de risco cardiovasculares, como dislipidemias, HAS, DM, SM e aumento da

mortalidade (SBC, 2005; WHO, 2011). Para a população idosa, esta medida de

distribuição de gordura corporal é apontada como o melhor indicador de morbidade e

mortalidade (Kuk et al, 2009).

O estudo de coorte de Folson e colaboradores (2000) objetivou avaliar a

distribuição da gordura corporal e a prevalência de doenças crônicas entre as mulheres.

Idosas obesas e com a CC aumentada apresentaram menor escolaridade, maior

sedentarismo, maior consumo de álcool, de vitaminas e tabagismo do que as idosas com

peso e CC dentro da faixa de normalidade. A obesidade e CC aumentadas

permaneceram significativamente associadas com DM e HAS entre as mulheres, e

ainda, a CC elevada relacionou-se positivamente com o aumento progressivo da idade

(Folson et al, 2000).

Estudo realizado com pessoas de 60 anos ou mais de idade, apontou que os

indivíduos portadores de HAS apresentaram CC mais elevada, obesidade e DM quando

comparado aos idosos sem HAS (Wu Ch et al, 2001).

A perda involuntária de peso pode ser definida como a perda de 5 a 10% do peso

corporal em 12 meses, e o baixo peso entre os idosos é um indicativo importante de

depleção do estado nutricional e pode apontar para o risco de desenvolvimento de

sarcopenia (McMinn, Steel e Bowman, 2011; Morley et al, 2010), caracterizada pela

diminuição da massa muscular associada a perda da força muscular (Morley et al,

2010), contribuindo desta forma, para a redução de massa muscular e

consequentemente, diminuição da força muscular e da capacidade funcional,

prejudicando as atividades e a capacidade para realizar atividades físicas. O declínio da

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força muscular pode ser atribuída a uma combinação de fatores musculares e neurais e

não somente a redução da massa muscular (Cruz-Jentoft et al, 2010).

Em idosos, geralmente as causas da perda de peso são multifatoriais e estão

associadas com o aumento da morbidade, mortalidade e incapacidades e podem refletir

a presença de algumas doenças. As mais comuns são câncer, doenças cardíacas,

gastrointestinais e psiquiátricas, além da função oral comprometida, os problemas

sociais, como isolamento e morar a sós (McMinn, Steel e Bowman, 2011),

aproximadamente, entre 5 a 13% dos indivíduos de 60 a 70 anos de idade e 11 a 50%

dos indivíduos com mais de 80 anos de idade desenvolvem sarcopenia (Morley, 2008).

O processo de transição nutricional vem ocorrendo, especialmente a partir das

duas últimas décadas, sendo considerado multifatorial e resultante de mudanças

demográficas, sociais, econômicas e do aumento da industrialização, facilitando o

acesso aos alimentos. Desta forma, há maior incentivo ao consumo de alimentos pouco

saudáveis, contribuindo para as alterações dos padrões alimentares e nutricionais

(Schmidt et al, 2011).

A transição nutricional caracteriza-se pelo expressivo declínio do baixo peso e o

aumento do sobrepeso e da obesidade na população, que pode contribuir com o

desenvolvimento de uma série de co-morbidades, principalmente HAS, DM,

dislipidemia e doenças cardiovasculares (Malta et al, 2006; SBC 2010).

As mudanças na composição corporal potencializam o desenvolvimento de

doenças crônicas e afetam a saúde da população. Estas mudanças estão diretamente

associadas à expansão mundial do consumo de calorias provenientes de gorduras,

amidos refinados, bebidas açucaradas, doces e alimentos com elevado teor de sódio

(Monteiro e Cannon, 2012), além do aumento no consumo de álcool e sedentarismo

(Schmidt et al, 2011; WHO, 2011; Duarte e Barreto, 2012).

Dados de inquéritos populacionais, acerca de padrões alimentares revelam uma

inversão dos hábitos alimentares, caracterizado por uma expressiva redução no consumo

de alimentos considerados básicos, como arroz, feijão e hortaliças e aumento da

disponibilidade de alimentos processados, ricos em gorduras, amidos, açúcar refinado e

sódio, além da substituição dos hábitos culinários tradicionais pelo consumo de lanches

e refrigerantes (Monteiro e Cannon, 2012).

O ato de se alimentar tem sido modulado, a partir das modificações na estrutura

social e familiar, onde se observa que as formas de sociabilidade doméstica modificam-

se constantemente. O ato de comer, entre outros aspectos, como, comer diariamente

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com regularidade, com atenção e sem pressa favorece a digestão dos alimentos e evita

que se coma mais do que o necessário, aumentando o aproveitamento dos alimentos e

proporcionando prazer. Ainda, as características do ambiente e da companhia para

realizar as refeições influenciam na quantidade de alimentos ingeridos (MS, 2014a).

Os fatores socioeconômicos, entre eles, a baixa renda, o baixo nível educacional

e o isolamento social, podem de forma direta ou indireta prejudicar o acesso aos

alimentos e alterar o consumo de alimentos, tanto em qualidade quanto em quantidade,

comprometendo o estado nutricional e a saúde dos idosos, sendo ainda mais grave entre

os idosos hipertensos e diabéticos (Campos et al, 2006). Diante deste contexto, registra-

se um aumento significativo da prevalência de doenças crônicas em grupos étnicos e

raciais menos privilegiados (Schmidt et al, 2011).

1.4. Condições funcionais para alimentação

A relação equilibrada entre mastigação, deglutição e fluxo salivar é fundamental

para a ingestão adequada de alimentos e o bom funcionamento deste processo é

indispensável para a manutenção da qualidade de vida (Touger-Decker e Mobley,

2007). Quando há alterações nos processos fisiológicos são gerados transtornos

funcionais e/ou estruturais, e o próprio envelhecimento pode ser reponsável pelas

alterações dos aspectos funcionais para alimentação (White, 2010).

O envelhecimento tem uma importante influência nas doenças bucais e grande

parte destas alterações é decorrente da interação entre as alterações degenerativas

próprias da idade e algumas doenças, como por exemplo, o DM (Moynihan, 2007),

além do uso de medicamentos interferirem no fluxo salivar, resultando em

hipossalivação e aumentando o risco para o aparecimento de lesões bucais na população

idosa (Borges et al, 2010).

A ingestão de alimentos pode estar reduzida como consequência da presença de

doenças crônicas, problemas na cavidade oral, de mastigação e falta de apetite,

aumentando o risco de perda de peso e desnutrição (Visvanathan e Chapman, 2010).

As deficiências nutricionais, o uso de medicamentos, as alterações musculares e a

atrofia da língua podem afetar a motilidade e dificultar o controle do bolo alimentar. A

mucosa oral pode sofrer perda da elasticidade e aderência ao tecido conjuntivo e tornar-

se mais sensível aos danos mecânicos, e ainda, a perda das papilas gustativas faz com

que ocorra declínio da capacidade gustativa, sendo considerado um fenômeno

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fisiológico que acomete cerca de 80% dos idosos, onde a DM também pode estar

associada à redução do paladar (Shenoy, 2010).

Em idosos portadores de DM, a sensação de boca seca e a hipossalivação são

comuns e contribuem para alterações dos hábitos alimentares, do paladar e do estado

nutricional, podendo ter efeitos negativos sobre a qualidade de vida (Borges et al,

2010). No estudo realizado com idosos portadores de DM, observou-se em 25% dos

idosos, relato de sensação de boca seca e em 48% hiposalivação (Borges et al, 2010).

A xerostomia é uma condição associada com a diminuição da quantidade de

saliva, acompanhada de alterações na sua composição química, que pode gerar sensação

de boca seca, síndrome de ardência bucal, alteração na sensibilidade, distúrbios da

orofaringe e dor, podendo dificultar a mastigação, deglutição, gustação e fala e resultar

em baixo consumo alimentar. A xerostomia é frequente em idosos, aproximadamente

20% a 60% dos idosos a relatam (Turner e Ship, 2008). O DM contribui para a

hipossalivação e a xerostomia associadas, sensação de ardência na boca, perda do

paladar, aumento das glândulas salivares e infecções por candidíase (Khovidhunkit et al,

2009). Pode também estar associada ao uso contínuo de fármacos, como anti-

hipertensivos e diuréticos (Thomson, et al, 2006).

Os problemas bucais mais prevalentes entre os idosos são relacionados às

dificuldades para mastigar, alterações do paladar e necessidade de líquidos para ajudar a

engolir os alimentos. As dificuldades ou dor para mastigar alimentos duros refletem as

condições bucais precárias como edentulismo, próteses mal adaptadas e diminuição do

fluxo salivar (White, 2010).

A mastigação pode ser afetada pela perda de dentes, diminuição da força da

mordida, uso de próteses, redução do fluxo de saliva, podendo prejudicar o desempenho

mastigatório, ou seja, reflete a capacidade de reduzir o tamanho dos alimentos e o

número de mastigações necessárias para engolir os alimentos (Naka, Anastassiadou,

Pissiotis et al, 2012).

A disfagia é caracterizada pela dificuldade no processo de deglutição, sendo

mais prevalente em idosos, e uma das causas é o próprio envelhecimento que pode

alterar a fase oral, faríngea ou esofágica da deglutição, além de doenças reumáticas,

neurológicas e neuromusculares associadas ao envelhecimento (Ney et al, 2009).

A redução do peristaltismo faríngeo pode resultar em dor ou desconforto para

engolir e dificultar a ingestão de alimentos e de líquidos e prejudicar a saúde geral e o

estado nutricional dos idosos (Sura et al, 2012).

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A maioria dos idosos realiza compensações e adaptações que lhes permite

manter a ingestão de alimentos de forma eficaz (White, 2010).

1.5. Recomendações de organismos internacionais e das associações médicas

Como resposta ao crescimento mundial da obesidade e das doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT) emerge a concepção da promoção das práticas alimentares

saudáveis, na qual a alimentação tem sido colocada como uma das principais estratégias

para a promoção de saúde. A educação nutricional tem tido destaque em trabalhos

epidemiológicos, especialmente os que apontam correlação entre o comportamento

alimentar e as doenças crônicas, e vem sendo indicada como parte do auto-cuidado, que

compreende as ações e decisões que uma pessoa deve ter para prevenir, diagnosticar e

tratar uma enfermidade (OMS, 2004).

A dificuldade para aceitar mudanças nos hábitos de vida, incluindo alimentação

e atividade física, faz com que aproximadamente 50% dos portadores de doenças

crônicas não sigam as recomendações recebidas (OPAS, 2003).

As diretrizes da American Dietetic Association (ADA, 2012) e da Sociedade

Brasileira de Diabetes (SBD, 2009) reforçam a importância das intervenções como

forma de prevenir e tratar as múltiplas anormalidades metabólicas e complicações a

curto e longo prazo e as comorbidades associadas, como as doenças cardiovasculares,

reduzindo desta forma, a mortalidade.

Em indivíduos portadores de DM, as chances de desenvolverem HAS, obesidade

e dislipidemia, aumentam consideravelmente. De acordo com as recomendações da

ADA (2014) e da SBD (2013-2014) as estratégias para reduzir a incidência do DM tipo

2 são relacionadas as mudanças do estilo de vida, com ênfase em uma alimentação

saudável, perda moderada de peso para os indivíduos com sobrepeso ou obesidade e

prática regular de atividade física. A ADA (2014) reconhece a importância da nutrição

como um componente fundamental na adoção de um estilo de vida saudável e no

tratamento do DM, e reforça o papel do nutricionista na equipe de saúde, além da

importância de uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de facilitar o alcance das

metas para o tratamento proposto.

A conduta nutricional deve ser individualizada, atendendo as recomendações

dietéticas, de acordo com as características próprias do envelhecimento, do estado

nutricional, dos hábitos alimentares e sócioculturais, do perfil metabólico e do uso de

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medicamentos (ADA, 2014). Para os diabéticos, o monitoramento dos carboidratos

(CH), quer seja por contagem ou substituição, de acordo com os grupos alimentares,

continua sendo uma das estratégias fundamentais para o controle glicêmico. Deve ser

incentivado o consumo de vegetais, frutas, legumes e produtos lácteos com baixo teor

de gorduras, grãos integrais no lugar de outras fontes de CH (SBD, 2013-2014; ADA,

2014). As fibras solúveis possuem efeitos benéficos no controle da glicemia,

proporcionam menores picos glicêmicos pós-prandiais e reduzem as concentrações de

colesterol total e LDL, enquanto as fibras insolúveis contribuem para a saciedade,

controle do peso e promovem a manutenção de uma flora intestinal equilibrada e

saudável (ADA, 2014).

Para a população idosa que não tem DM, as recomendações de CH e gorduras

são semelhantes às definidas para a população adulta (SBD, 2013-2014). Quando se

trata de idosos com complicações metabólicas e risco para o desenvolvimento de

doenças crônicas, a qualidade da gordura torna-se mais importante do que as

quantidades. Os ácidos graxos saturados devem ser limitados a < 7% e as gorduras trans

não devem ultrapassar 2% do valor calórico, com a finalidade de reduzir as

concentrações do LDL e aumentar o HDL (ADA, 2009). A ingestão de gorduras

saturadas e trans estão positivamente associadas a marcadores inflamatórios e

inversamente associadas à sensibilidade à insulina, além de tais alterações aumentarem

o risco de desenvolvimento de doenças coronarianas (SBD, 2013-2014). O ácido graxo

Omega 3 é recomendado para a redução dos riscos cardiovasculares, o equivalente a

duas ou mais porções de peixes por semana, com exceção dos fritos, ou a ingestão de

suplementos pode ser benéfica (ADA, 2014).

As proteínas devem compor de 15% a 20% do valor calórico da dieta para

diabéticos, provenientes de proteínas de boa qualidade biológica e de fácil

digestibilidade, como carnes magras (bovina, aves, peixes), leite, queijos e iogurtes com

baixo teor de gorduras, leguminosas (feijões, soja, ervilha, lentilha, grão de bico),

cereais integrais e oleaginosas devem complementar a oferta de aminoácidos (SBD,

2013-2014).

Para a população idosa em geral, o consumo de sódio deve ser limitado a 2.000

mg/dia, equivalente a 5 g de sal e para os idosos diabéticos, deve ser limitado a 1.500

mg/dia (SBD, 2013-2014).

Resumindo, as recomendações apontam para o consumo de frutas e legumes (8-

10 porções/dia), produtos lácteos com baixo teor de gordura (2-3 porções/dia), redução

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na ingestão de sódio (abaixo de 1.500 mg/dia) e prática de atividades físicas (ADA,

2013).

Indivíduos diabéticos com sintomas devido à neuropatia diabética, obesidade,

dislipidemias e com hipoglicemias frequentes podem apresentar piora desses sintomas

com a ingestão de bebidas alcoólicas e a abstenção do álcool deve ser orientada. O

consumo de bebidas alcoólicas por diabéticos, quando bem controlado é aceito, desde

que a bebida seja ingerida como parte de uma refeição e as calorias estejam incluídas no

valor calórico total da dieta. O limite, segundo diretrizes da SBD (2013-2014) é de uma

dose, ou seja, 10-20 g de álcool/dia, 1 copo de vinho (90ml), 1 lata cerveja (350 ml) e

uma dose de destilados (35ml).

As deficiências de vitaminas e minerais são frequentes em indivíduos diabéticos

e as principais causas são decorrentes de perdas urinárias, diminuição da capacidade de

absorção intestinal, além da baixa ingestão alimentar. Para atingir as necessidades

diárias, a alimentação deve ser variada e o consumo mínimo de duas a quatro porções de

frutas, pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) e de três a cinco porções de

hortaliças cruas e cozidas. O uso prolongado de metformina pode levar a deficiência de

vitamina B12

. A suplementação de multivitamínicos pode ser necessária quando houver

deficiências (SBD, 2014).

O sedentarismo tem sido considerado um dos fatores de risco para o

desenvolvimento das doenças cardiovasculares e DM, além de aumentar em 9% a

mortalidade prematura e diminuir a expectativa de vida (Lee et al, 2012).

A prática de atividade fisica tem sido indicada na prevenção e tratamento das

doenças crônicas, contribui para a longevidade, melhora a capacidade fisiológica, reduz

o número de medicamentos e melhora da autoestima (ADA, 2014; Chaimowicz, 1997).

As atividades físicas realizadas 3 vezes/semana ou mais trazem benefícios para a saúde,

reduzem o risco de lesões e evitam a fadiga muscular (ADA, 2014).

De acordo com o Physical Activity Guidelines for Americans (PAG) (2008) e a

OMS (2011), a indicação é de 150 min/semana de atividade física de intensidade

moderada, realizada por pelo menos 30 minutos/dia ou 75min/semana de intensidade

alta, como atividades aeróbicas. As recomendações para os idosos são as mesmas que

para a população adulta, caso seja possível manter a intensidade das atividades. Quando

não houver possibilidade de realizar a mesma frequência, devido a complicações

relacionadas às doenças crônicas, os idosos devem manter-se fisicamente ativos de

acordo com a sua capacidade e condição física, respeitando as condições de saúde e as

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doenças pré-existentes de modo a realizar as atividades físicas com segurança (OMS,

2011).

A ADA (2014) reforça os efeitos benéficos dos exercícios físicos associados à

alimentação saudável, contribuindo para a redução da resistência à insulina, melhora do

controle glicêmico, redução do uso de medicamentos e favorecimento da perda de peso.

A perda de peso em torno de 5 a 7% tem se mostrado eficaz na redução da resistência à

insulina, melhora do índice glicêmico e diminui as complicações cardiovasculares em

torno de 14% a 37% (ADA, 2014).

Especialmente, em relação à prevenção e controle das doenças, as normas e

diretrizes têm enfatizado o papel da dieta associada ao controle dos fatores de risco e a

atenção aos indivíduos com DM, por meio da integralidade e da longitudinalidade do

cuidado, em todos os aspectos (ADA, 2007).

Estudos comprovam que a educação nutricional têm sido um dos fatores

importantes na prevenção do DM, no retardo das complicações associadas à doença,

integrando o conjunto de medidas de autocuidado e Educação em Saúde (ADA, 2007;

SBD, 2005).

A alimentação está relacionada diretamente com alguns fatores que interferem

na prevenção e/ou controle do DM tipo 2 e seus agravos. Desta forma, as modificações

na alimentação são reconhecidas como um recurso, tanto para o controle glicêmico

como para o controle pressórico, manutenção ou perda de peso, resultando na redução

dos riscos associados às doenças cardiovasculares (Kirsten et al, 2010).

O cuidado aos idosos exige abordagem global, interdisciplinar e

multidimensional, que leve em conta a interação entre os fatores físicos, psicológicos,

sociais e ambientais que podem influenciar a saúde dos idosos. Desta forma, a saúde

não se restringe apenas ao controle e à prevenção de agravos de DCNT, mas à

promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo a capacidade funcional

e a autonomia, sendo reconhecidamente a meta de toda ação de saúde no cuidado dos

idosos. O envelhecimento ativo, baseia-se nos princípios de independência,

participação, dignidade, assistência e auto-realização (OMS, 2005).

De acordo com a OMS (2005) a estratégia fundamental para alcançar as metas

propostas é o fortalecimento da Atenção Básica, considerada um componente do

sistema único de saúde (SUS) e também do desenvolvimento social e econômico da

comunidade.

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1.6. O Ministerio de Saúde – Políticas para o tratamento e educação em

saúde de doentes crônicos

A partir da criação de políticas públicas foi direcionada a atenção à saúde entre

as políticas públicas vigentes no país e destaca-se, o “Plano de Ações Estratégicas para

o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil- 2011-

2022”, que define as ações e os investimentos necessários para preparar o país para

enfrentar essas doenças nos próximos anos. Foram estabelecidas diretrizes que

orientaram a implementação das ações, estratégias e metas para os principais grupos de

DCNT (circulatórias, câncer, respiratórias e DM) e seus fatores de risco modificáveis

(tabagismo, ingestão de álcool, sedentarismo, alimentação não saudável e obesidade).

O “Plano Nacional de Reorganização da Atenção a HAS e DM” objetiva reduzir

a morbidade, incapacidade e mortalidade por DCNT, visando à detecção precoce das

doenças e o tratamento adequado, por meio de ações preventivas, diretrizes e estratégias

para promover hábitos de vida saudáveis, incluindo a atividade física e alimentação

(Schmidt et al, 2011).

O programa do Ministério da Saúde “Brasil Saudável” tem como objetivo

desenvolver ações para criação de políticas públicas que incentivem a prática de

atividades físicas no cotidiano e no lazer e facilitem o acesso aos alimentos saudáveis e

a redução do consumo de tabaco e álcool, fatores considerados a base para o

envelhecimento saudável e para melhor qualidade de vida (OMS, 2005).

Para a promoção da alimentação adequada e saudável, o Ministério da Saúde

publicou, em 2006, o “Guia Alimentar para a População Brasileira” (Brasil, 2006). Em

consonância com as recomendações sobre alimentação adequada e saudável da OMS, o

Ministério da Saúde atualizou o Guia (Brasil 2014), substituindo a versão de 2006, com

o objetivo de promover saúde e prevenir doenças. O novo guia alerta contra o uso de

ultraprocessados, considerados alimentos que aumentam o risco de desenvolvimento de

doenças crônicas, e incentiva o retorno ao consumo da alimentação feita em casa. O

Guia atual destaca a importância social da comensalidade. Assim a nutrição deixa de ser

consequência apenas de fenômenos biológicos e se torna um fator estruturante da

organização social e o nutricionista passa a ser visto como agente modificador de

comportamentos, capaz de tomar decisões e adaptar as recomendações às condições

específicas de cada indivíduo.

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A Saúde Pública e a Epidemiologia têm um importante papel, por meio do

desenvolvimento de pesquisas pode avaliar as consequências das doenças relacionadas

ao processo de envelhecimento. As políticas públicas têm como objetivo amparar de

forma adequada o idoso, promover modos de vida mais saudáveis, autonomia, cuidado e

auto-satisfação, levando em consideração os variados contextos sociais e a interação

física, mental, financeira, social.

Há necessidade de uma reorientação dos serviços de saúde, principalmente na

atenção básica, e nas estratégias preventivas e de promoção à saúde, treinamentos e

capacitação para os profissionais de saúde, com o objetivo de se adequarem às

necessidades da população idosa. A Atenção Básica busca a promoção da saúde,

prevenção, tratamento de doenças e a redução de danos que possa comprometer o modo

de vida saudável.

A “Política Nacional do Idoso” (PNI) (Brasil, 1994), a “Política Nacional de

Saúde da Pessoa Idosa” (PNSI) (Brasil, 2006) e o “Estatuto do Idoso” (EI) (Brasil,

2003) norteiam ações sociais e de saúde, garantem os direitos dos idosos e obrigam o

Estado na proteção dos mesmos. A “Política Nacional de saúde da pessoa Idosa”

(PNSPI) (Brasil, 2006) assume que o principal problema do idoso é a perda de sua

capacidade funcional, isto é, a perda de suas habilidades físicas e mentais, requeridas

para realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária e reafirma que os

desafios do envelhecimento, quando acompanhados de DCNT, podem ser prevenidos e

controlados e as incapacidades podem ser evitadas ou minimizadas. O foco da PNSI

(Brasil, 2006) é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos

idosos, direcionando medidas de saúde para esse fim, em consonância com os princípios

e diretrizes do SUS.

A partir da transição demográfica e epidemiológica, tornou-se necessária a

estruturação do sistema de saúde e a atenção à população idosa foi incluída como uma

das ações da “Política Nacional de Atenção Básica” (PNAB) (Brasil, 2012) nas equipes

saúde da família, embasada na “Política Nacional de Saúde do Idoso” (PNI) (Brasil,

1994), atualmente “Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa” (PNSI) (Brasil, 2006).

Considerando a alimentação como fator de proteção para o desenvolvimento das

doenças, a inserção universal, sistemática e qualificada de ações de alimentação e

nutrição, na atenção primária à saúde poderá ter um importante impacto na saúde e nas

condições de vida dos sujeitos e comunidades, e ainda, o contexto social de

manifestação do processo saúde-doença.

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A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção,

proteção e controle dos distúrbios nutricionais e a necessidade da abordagem

intersetorial nas ações que propiciam o acesso universal à alimentação e nutrição. A

“Política Nacional de alimentação e nutrição” (PNAN) (Brasil, 1999) insere-se no

contexto da segurança alimentar e nutricional e tem como propósito a garantia da

qualidade dos alimentos colocados para o consumo no país, a promoção de práticas

alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo das

ações intersetoriais que propiciam o acesso universal aos alimentos.

A OMS (2005) recomenda que a política de saúde na área do envelhecimento

considere os determinantes sociais, econômicos, comportamentais, físicos e emocionais

e define a qualidade de vida como a percepção que o indivíduo tem de sua posição

dentro desse contexto e seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O termo

qualidade de vida engloba o conceito subjetivo de sua própria saúde física, psicológica,

grau de dependência, relações sociais, crenças e a relação com o ambiente.

O Ministério da Saúde vem desenvolvendo diretrizes e metas que têm como

objetivo organizar o acesso aos serviços de saúde, tendo como intuito qualificar o

autocuidado integral, as estratégias de prevenção de doenças crônicas e suas

complicações. Estas diretrizes têm destacado a complexidade e a importância das

doenças crônicas e salientam a organização do cuidado em saúde. Os principais fatores

de risco, tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool, são fatores

comuns para o desenvolvimento de doenças crônicas. Em geral as linhas de cuidado têm

sido organizadas com base nas doenças específicas, desta forma, torna-se primordial

que a equipe de saúde avalie o paciente integralmente, já que a HAS e o DM estão

associados a outros fatores de risco.

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Tabela 1- Classificação das recomendações e diretrizes para o cuidado e tratamento das

doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à

equipe de saúde

(aperfeiçoamento das

diretrizes).

Autocuidado - Contempla aspectos

socioeconômicos e culturais, grau

de confiança e o apoio que as

pessoas têm para cuidar de si

mesmas.

- O autocuidado é centrado na

pessoa, no diálogo, e propõe a

construção conjunta de um plano de

cuidados, a partir de uma prioridade

escolhida por meio de uma

negociação entre o profissional de

Saúde e o usuário do sistema de

saúde.

- A avaliação do autocuidado é

subjetiva e depende da percepção

do profissional e da equipe de

Saúde.

Observar o contexto e as

atitudes da pessoa diante de sua

condição crônica.

- Incluir no cuidado ao paciente,

a troca de experiências entre

pacientes, apoiando o

autocuidado através de grupos.

- O autocuidado não deve ser

entendido como exclusiva

responsabilidade do indivíduo e

de sua família, os profissionais

da saúde devem assumir suas

responsabilidades.

- As equipes de Atenção

Básica devem apoiar os

portadores de condições

crônicas com informações

para o autocuidado.

- Ampliar o conhecimento

sobre: as crenças

relacionadas à condição de

saúde; a importância dada à

condição de saúde; as

atitudes de confiança e a

motivação diante das

mudanças de

comportamento relacionado

à saúde; a presença e a força

das redes de suporte social.

Tabagismo e

Diabetes

Mellitus

- O tabagismo está diretamente

associado às complicações

diabéticas, particularmente

nefropatia, morbidade e

mortalidade macrovascular.

- Os fumantes diabéticos

apresentam risco aumentado para

neuropatia e doença renal em

estágio terminal. Está associado a

processos metabólicos relacionados

com o DM, incluindo a homeostase

da glicose, hiperinsulinemia e

resistência à insulina.

A equipe de saúde deve incluir a

cessação do tabagismo como

um importante componente da

estratégia para o controle do

diabetes.

- O médico deve realizar

avaliação clínica individual

com o objetivo de medir o

grau de motivação para parar

de fumar, a presença de

doenças crônicas, sinais e

sintomas de complicações

causados pelo cigarro. Deve

avaliar o tipo de terapia anti

tabaquica mais adequada.

Tabagismo e

Hipertensão

Arterial

- O tabagismo também aumenta o

risco de complicações

cardiovasculares secundárias em

hipertensos e aumenta a progressão

da insuficiência renal. Além disso,

a cessação do tabagismo pode

diminuir em 35% a 40% o risco de

doença coronariana.

- A equipe de saúde deve incluir

a cessação do tabagismo como

importante componente da

estratégia para o controle da

HAS

O médico deve avaliar o tipo

de terapia anti tabaquica

mais adequada.

Álcool e

Diabetes

Mellitus

- O consumo excessivo de álcool

pode levar a descompensações das

doenças crônicas, sendo

fundamental avaliar a PA e a

glicemia, pois podem ocorrer

alterações significativas que

necessitam de intervenções clínicas.

- Incluir estratégias de

prevenção e controle do uso

excessivo do álcool na atenção

Básica

- Elaboração do plano de

cuidados, em conjunto com

medicações e esclarecimento

das dúvidas e riscos à saúde

do uso de álcool e do não

uso das medicações.

Álcool e

Hipertensão

Arterial

- Em pessoas que já apresentam

HAS, o consumo excessivo de

álcool pode dificultar o controle da

doença, a diminuição do consumo

de álcool reduz discretamente a

pressão arterial.

- Incluir estratégias de

prevenção e controle do uso

excessivo do álcool na atenção

Básica.

- Esclarecer os riscos à

saúde do uso de álcool em

portadores de HAS.

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Alimentação

saudável

- A alimentação está relacionada

diretamente a alguns fatores que

interferem na prevenção e/ou

controle das doenças crônicas,

dentre eles, excesso de peso,

dislipidemia, mau controle

glicêmico e padrão alimentar com

consumo excessivo de gordura

saturada e pouca ingestão de frutas

e vegetais.

- As modificações na

alimentação devem ser

apontadas como um recurso

para o controle glicêmico e

redução do risco das doenças

cardiovasculares.

- É fundamental que os

profissionais estejam preparados

para identificar os fatores de

risco relacionados à alimentação

e tenham conhecimento para

realizar orientações sobre

alimentação para o adequado

controle metabólico e prevenção

das complicações.

- A orientação nutricional é

útil na prevenção para o

retardo das complicações

associadas às condições

crônicas, integrando o

conjunto de medidas de

autocuidado e educação em

Saúde.

- As modificações na

alimentação são

reconhecidas como um

recurso para o controle

glicêmico e redução do risco

de doenças cardiovasculares.

Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica, 2014. (Cadernos de

Atenção Básica, n. 35).

Tabela 2- Classificação das recomendações e diretrizes para diabetes e tratamento das

doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à

equipe de saúde

(aperfeiçoamento das

diretrizes).

Diabetes

Mellitus

- “Diabetes Mellitus” refere-se a

um transtorno metabólico

caracterizado por hiperglicemia e

distúrbios no metabolismo de

carboidratos, proteínas e gorduras,

resultantes de defeitos da secreção

e/ou da ação da insulina.

- Habitualmente está associado à

dislipidemia, à hipertensão

arterial e à disfunção endotelial.

- Dimuiuir a mortalidade e os

problemas de saúde que afetam

a qualidade de vida.

- As ações visam controlar a

glicemia e, com isso, reduzir a

morbimortalidade.

- Os resultados no controle

do DM advêm dos fatores

que propiciam o

acompanhamento, controle

da glicemia e

desenvolvimento do

autocuidado.

- Apoiar mudanças de estilo

de vida, controle metabólico

e prevenção de

complicações crônicas.

- Adoção de hábitos de vida

saudáveis, como uma

alimentação equilibrada,

prática regular de atividade

física, moderação no uso de

álcool e abandono do

tabagismo, acrescido ou não

do tratamento

farmacológico.

- Intervenção educativa para

os profissionais de Saúde,

como um aspecto

fundamental para mudar as

práticas atuais em relação a

esses problemas de saúde.

- Nas consultas de

enfermagem o processo

educativo deve preconizar a

orientação que auxilie a

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melhora da qualidade de

vida, como hábitos

alimentares saudáveis,

estímulo à atividade física

regular, redução do consumo

de bebidas alcoólicas e

abandono do tabagismo.

Diabetes

Melliuts e

Hipertensão

arterial

- O DM e a HAS são

responsáveis pela primeira

causa de mortalidade e de

hospitalizações no Sistema

Único de Saúde e representam,

ainda, mais da metade do

diagnóstico primário em pessoas

com insuficiência renal crônica

submetidas à diálise.

Recomendações

- Reduzir os fatores de risco

para doença macrovascular,

entre eles, tabagismo,

dislipidemia, hipertensão,

hiperglicemia e obesidade

abdominal.

- Plano de ação pode ser

desenvolvido para dar apoio

às pessoas no controle destes

fatores de risco.

- A equipe precisa auxiliar e

apoiar as pessoas com DM

na suspensão do tabagismo,

adoção de uma dieta

saudável e realização de

atividade física de forma

regular.

Alimentação,

recomendações

e Diabetes

Mellitus

- A terapia nutricional é

importante na prevenção do DM

e no retardo das complicações

associadas ao DM, integrando o

conjunto de medidas de

autocuidado e educação em

Saúde.

- As modificações na

alimentação são reconhecidas

como um recurso para o

controle glicêmico e redução do

risco das doenças

cardiovasculares.

- A alimentação está

relacionada com fatores que

interferem na prevenção

e/ou controle do DM, como

excesso de peso,

dislipidemia, mau controle

glicêmico e alimentação rica

em gordura saturada e pouca

ingestão de frutas e vegetais.

- As modificações na

alimentação são

reconhecidas como um

recurso tanto para o controle

glicêmico como para o

controle pressórico,

manutenção ou perda de

peso, resultando na redução

dos riscos associados às

doenças cardiovasculares.

Prática de

atividade física

e diabetes

mellitus

- A prática de atividade física é

fundamental na adoção de hábitos

de vida mais saudáveis e no

controle do DM.

- O exercício físico regular

melhora o controle glicêmico,

diminui os fatores de risco para

doença coronariana, contribui

para a perda de peso, melhora o

bem-estar, além de prevenir

DM.

Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus, 2013.

(Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

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Tabela 3- Classificação das recomendações e diretrizes para hipertensão e tratamento

das doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à

equipe de saúde

(aperfeiçoamento das

diretrizes).

Hipertensão

arterial

- A HAS é uma condição clínica

multifatorial caracterizada por

níveis elevados e sustentados de

pressão arterial (PA ≥140 x

90mmHg). Associa-se às alterações

funcionais e/ou estruturais dos

órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins

e vasos sanguíneos) e às alterações

metabólicas, com aumento do risco

de eventos cardiovasculares fatais e

não fatais.

- A mortalidade por doença

cardiovascular aumenta

progressivamente com a

elevação da PA.

- A mortalidade por doença

cardíaca hipertensiva cresceu

11%, fazendo aumentar para

13% o total de mortes

atribuíveis a doenças

cardiovasculares.

- As equipes

multiprofissionais devem

levar em consideração a

diversidade racial, cultural,

religiosa e os fatores sociais

envolvidos.

- O Ministério da Saúde

preconiza modificações de

estilo de vida, na prevenção

e tratamento, alimentação

adequada, especialmente

quanto ao consumo de sal e

controle do peso, prática de

atividade física, abandono

do tabagismo e redução do

uso excessivo de álcool.

Prevenção da

Hipertensão

Arterial

- A prevenção primária da HAS

pode ser feita mediante controle

de seus fatores de risco, como

sobrecarga na ingestão de sal,

excesso de adiposidade,

especialmente na cintura

abdominal, abuso de álcool,

entre outros.

- A hipertensão sistólica é muito

comum em idosos. O objetivo é

a redução gradual da PA para

valores abaixo de 140/90mmHg.

Na presença de valores muito

elevados de PA sistólica

podem ser mantidos

inicialmente níveis de até

160mmHg.

- Os profissionais da

enfermagem estão ligados

diretamente ao processo

educativo e devem motivar

as pessoas em relação aos

cuidados necessários para a

sua saúde e incentivando

metas e planos de como

seguir os cuidados em saúde.

- O acompanhamento por

equipe de enfermagem tem

como objetivo incluir o

processo de educação em

Saúde para a prevenção

primária da doença, por

meio do estímulo à adoção

de hábitos saudáveis de vida

e o risco para doenças

cardiovasculares.

- A abordagem

multiprofissional e

interdisciplinar e o

envolvimento de pessoas

com HAS, incluindo

familiares nas metas a serem

atingidas.

- O profissional poderá

implementar ações

educativas, coletivas para

orientar a restrição à adição

de sal na preparação de

alimentos, identificação da

quantidade de sal e/ou sódio

presente nos alimentos

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industrializados, entre

outros.

- Hábitos alimentares

adequados para manutenção

do peso corporal e de um

perfil lipídico desejável,

estímulo à vida ativa e aos

exercícios físicos regulares,

redução da ingestão de

sódio, redução do consumo

de bebidas alcoólicas,

redução do estresse e

abandono do tabagismo.

Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial

sistêmica, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).

Tabela 4- Classificação das recomendações e diretrizes para obesidade e tratamento das

doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à

equipe de saúde

(aperfeiçoamento das

diretrizes).

Obesidade - A obesidade é um agravo

multifatorial originado, na maioria

dos casos, pelo desbalanço

energético, quando o indivíduo

consome mais energia do que gasta.

- Elaborar diretrizes para as

ações dos Nasf, com o objetivo

de avançar na qualificação das

atividades das equipes,

efetivando ações que vão da

promoção à reabilitação.

- Abordagem alimentar e

nutricional com enfoque na

promoção e prevenção de

outras doenças crônicas não

transmissíveis.

- Atualmente, preconiza-se

que o cuidado seja

organizado em Redes de

Atenção à Saúde com

objetivo de melhorar à

Atenção à Saúde.

- O cuidado deve ser

planejado e capaz de prever

suas necessidades.

- Ações que apoiem os

indivíduos na adoção de

modos de vida saudáveis que

permita a manutenção ou a

recuperação do peso

saudável.

- Os profissionais devem

estar captacitados a atender

o paciente com excesso de

peso.

Obesidade,

Diabetes

Mellitus e

Hipertensão

Arterial

- A finalidade da organização de

uma linha de cuidado das pessoas

com sobrepeso e obesidade é

fortalecer e qualificar a atenção à

pessoa com esta doença por meio

da integralidade e da

- Incluir os indivíduos nas

atividades em grupo, avaliar

a necessidade de prescrição

dietética individual pelo

nutricionista, onde a equipe

do Núcleo de Apoio à Saúde

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longitudinalidade do cuidado, em

todos os pontos de atenção.

da Família (Nasf) ou outro

arranjo matricial implantado

no município ou regional de

Saúde pode contriubir.

Idosos - Em idosos com excesso de

peso, deve-se enfatizar a

importância da nutrição e da

promoção de hábitos

alimentares saudáveis.

- A atividade física moderada é

importante para reduzir a perda

de massa óssea, além de reduzir

outros efeitos adversos à saúde

causados pela obesidade.

- Os profissionais de Saúde

devem considerar os

aspectos que interferem na

qualidade de vida dos

idosos, visando à melhoria

de sua autoestima e

motivação para a realização

de tarefas cotidianas, entre

elas destaca-se a

alimentação saudável.

Obesidade e

alimentação

- A alimentação envolve um

conjunto de valores e significados,

que são de ordem cultural,

psicológica, social e simbólica.

- Adesão a produtos

industrializados compromete a

qualidade nutricional da

alimentação e a sua

sustentabilidade.

- O resgate da culinária facilita a

adesão às orientações

nutricionais, a manutenção de

peso saudável e a incorporação

no cotidiano dos conceitos de

alimentação saudável.

- O objetivo principal das

políticas de prevenção é de

possibilitar aos indivíduos e às

comunidades a apropriação do

conhecimento sobre o processo

saúde-doença, incluindo fatores

de risco e de proteção à saúde,

assim como empoderá-los a

fazer opções saudáveis apoiadas

na conquista de sua autonomia.

- Conhecer o perfil do

consumo alimentar dos

indivíduos para valorizar os

pontos positivos da sua dieta

e estabelecer mudanças e

metas.

- Os profissionais de Saúde

devem desenvolver trabalhos

educativos que possibilitem

o resgate da autoestima, a

visão crítica sobre a

alimentação, sobre a

propaganda de alimentos, o

incentivo ao movimento e a

inclusão social.

- A orientação alimentar é

direciona à promoção de

hábitos alimentares

saudáveis, prevenção e o

controle do excesso de peso,

e incorpora a alimentação

saudável e culturalmente

aceitável no resgate dos

hábitos desejáveis para a

saúde. Auxiliar nas escolhas

alimentares, de produtos

produzidos localmente,

levando em conta também a

variação sazonal dos

mesmos.

- O planejamento estratégico

deve considerar o contexto

físico, social, cultural e

econômico, assim como os

modos de vida da

comunidade para que as

ações sejam efetivas e

tenham sentido aos

acontecimentos e situações

do cotidiano que orientam as

ações individuais.

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24

Promoção de

atividade

física

- A prática regular de atividade

física está relacionada com a

melhoria da capacidade

cardiovascular e respiratória, da

resistência física e muscular, da

pressão arterial em hipertensos, do

nível de colesterol, da tolerância à

glicose e da ação da insulina,

aumento da autoestima, diminuição

da depressão, alívio do estresse,

aumento do bem-estar e redução do

isolamento social.

- A promoção do peso saudável,

a atividade física regular aliada

à alimentação saudável são os

eixos centrais a serem

trabalhados na busca pela

qualidade de vida.

- Identificar estrátegias para

aumentar a motivação para

adesão a um modo de vida mais

ativo.

- A existência de atividades na

própria unidade de Saúde

envolvendo práticas corporais

pode trazer resultados positivos

em relação à promoção destas

práticas.

- O aconselhamento para a

prática de atividade física

deve tanto focar na redução

de atividades sedentárias

quanto no aumento da

atividade física.

- Compreender a inter-

relação de componentes

ambientais (sociais,

econômicos, políticos,

antropológicos e culturais),

fisiológicos (capacidade

respiratória, metabolismo) e

subjetivos (percepções do

sujeito, construção do

imaginário, percepção da

saúde) na produção de saúde

individual e coletiva.

- Os profissionais de Saúde

devem considerar as

possibilidades e limitações

do sujeito e do ambiente,

observando aspectos do

planejamento urbano, como

os transportes coletivos; da

segurança pública; da

importância individual

atribuída à prática de

atividade física; da

existência de espaços

públicos de lazer; da

possibilidade de acesso a

espaços privados de lazer

que possibilitem a realização

de atividades físicas no

tempo livre.

Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade, 2014.

(Cadernos de Atenção Básica, n.38).

Pesquisas vêm mostrando estratégias para melhorar a qualidade de vida da

população idosa, e uma das formas de se obter essa melhoria é o aprimoramento dos

Programas de Saúde.

Os dados da presente pesquisa fornecerão um panorama sobre os hábitos

alimentares, o estado nutricional e as condições de saúde de idosos hipertensos e

diabéticos e daqueles sem essas doenças, facilitando a compreensão dos fatores que

interferem no consumo dos alimentos e no estilo de vida considerado adequado, além de

avaliar a adoção das recomendações nutricionais decorrentes do aconselhamento

nutricional recebido dos profissionais de saúde.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Avaliar os idosos quanto às condições socioeconômicas, condições de saúde,

estado nutricional, hábitos alimentares, qualidade de vida e acesso e adoção de

orientações nutricionais.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Artigo 1: Comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão (casos) com

idosos sem essas doenças (controles), quanto às características sociodemográficas,

comportamentos de saúde, estado nutricional e capacidade funcional.

Artigo 2: Comparar idosos portadores de síndrome metabólica (casos) com

idosos sem síndrome metabólica (controles), quanto à características sociodemográficas,

estilo de vida e hábitos alimentares.

Artigo 3: Descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas

alimentares entre idosos em face das orientações nutricionais recebidas.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Delineamento do Estudo

Os artigos 1 e 2 foram desenvolvidos a partir de um estudo caso-controle e o

artigos 3 é um estudo transversal. Foi selecionada amostra de idosos de ambos os sexos,

de 60 anos e mais, residentes nas áreas urbanas do município de Campinas (SP).

3.2. Local e Sujeitos

A população do estudo foi selecionada de acordo com os objetivos da pesquisa,

a amostra foi de conveniência, onde as pessoas foram abordadas e inquiridas sobre a

idade e ser ou não portador de HAS e DM. O grupo dos casos foi composto por 150

idosos portadores de DM e HAS, e para cada caso, foram recrutados dois controles, o

que perfez um total de 300 idosos sem as doenças. Os casos foram selecionados entre

idosos que estavam em acompanhamento e tratamento ambulatorial no Hospital das

Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) enquanto aguardavam

atendimento nas salas de espera.

A partir da região de moradia, os casos foram classificados segundo distritos de

saúde, e a seguir, foram selecionados os centros esportivos dentro de cada distrito de

saúde para seleção dos controles.

Os centros esportivos são vinculados à Prefeitura Municipal de Campinas, e

realizam atividades físicas direcionadas à população idosa. Os idosos frequentam os

grupos de atividades físicas de acordo com sua região de moradia, desta forma

procurou-se selecionar os idosos com características demográficas semelhantes aos

casos. A escolha dos centros esportivos para a seleção dos controles se deu mediante a

necessidade dos idosos não serem portadores de DM e nem HAS.

As áreas de abrangência dos Distritos e centros de saúde de Campinas são

heterogêneas em relação à qualidade de vida de cada região, de determinantes

demográficos, ambientais e das políticas sociais (Secretaria Municipal de Campinas,

2007).

Os idosos do município de Campinas estão distribuídos entre os distritos, Leste

28,89%, Sul 25,11%, Norte 19,33%, Sudoeste 16,89% e Noroeste 9,78%. Maior

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concentração nos Distritos de Saúde Leste e Sul e menos concentrados nos Distritos

Noroeste e Sudoeste (Datasus, 2007).

Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram ter 60 anos ou mais e

residir em Campinas. Para os casos, ser diabético e hipertenso, e para os controles, não

ser diabético nem hipertenso.

Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de

cadeira de rodas, portadores de déficit cognitivo evidenciado por problemas de

memória, atenção e comunicação.

3.3. Procedimentos da coleta

Os idosos participaram de uma sessão única de coleta de dados após explicação

dos objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento livre e esclarecido

(Anexo 1). As entrevistas dos casos foram realizadas em 2 dias da semana entre maio e

agosto/2013. O tempo de coleta foi extenso devido a maior parte das pessoas na sala de

espera residir fora de Campinas. As entrevistas dos controles foram realizadas entre

janeiro e julho/2014, de acordo com os dias em que eram realizadas atividades físicas

nos centros esportivos e foram iniciadas após autorização do Secretário de Esportes de

Campinas (Anexo 2).

O tempo de coleta dos dados dos controles também foi extenso, devido à

necessidade de serem idosos não acometidos pelas doenças, que são prevalentes entre a

população idosa.

Foi aplicado um questionário com duração média de 40 minutos e aferido peso,

altura e CC.

O peso foi aferido por meio de balança mecânica de plataforma e os idosos foram

posicionados em pé, no centro da balança, descalços e a altura aferida por estadiomêtro

de metal acoplado a balança. Os idosos foram posicionados em pé, descalços, com os

calcanhares juntos, costas retas e os braços estendidos ao longo do corpo. Foi calculado

o índice de massa corpórea (IMC) e para classificar o estado nutricional foi adotada a

recomendação estabelecida pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2002),

que estabelece as seguintes categorias: IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso

normal; IMC 28-29,99= sobrepeso; IMC > 30= obesidade.

O IMC pode ser um bom indicador do estado nutricional, desde que sejam usados

pontos de corte específicos para a idade. A classificação do IMC, segundo a OPAS

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(2002) foi à mesma adotada no projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) que

pesquisou países da América Latina, desta forma, justificando a escolha da classificação

usada no presente estudo.

A medida da CC foi realizada com fita métrica inextensível, sendo o valor obtido

através da medida do meio da distância da crista ilíaca e o rebordo costal inferior, e

considerado os critérios da OMS, como risco cardiovascular aumentado em mulheres, a

CC >=80 cm e nos homens CC >=94 cm, para o risco cardiovascular muito elevado, os

valores são CC >=88 cm para o sexo feminino e CC <=102 cm para o sexo masculino

(OMS, 2000).

Ressalta-se que todas as etapas do estudo foram realizadas unicamente pela

pesquisadora.

3.4. Aspectos éticos

O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em

pesquisa (CEP) da Unicamp mediante o parecer 115/233 aprovado em 04-10-2012 e foi

conduzido segundo os princípios éticos e de confidencialidade dos dados. Todos os

idosos foram informados sobre a natureza do estudo e assinaram o TCLE (Anexo 1).

3.5. Instrumento de Pesquisa

Foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores, baseado em

domínios de diferentes instrumentos e diretrizes, com perguntas fechadas, com itens de

respostas dicotômicas, escalares ou espontâneas e aferido peso, altura e CC. As

variáveis foram agrupadas em módulos segundo sua natureza. No quadro 1 são

apresentadas as variáveis e as referências para a construção do instrumento.

Quadro 1- Instrumento de pesquisa

Módulo Variáveis (categorias de resposta) Referência do instrumento

I Sociodemográficas Sexo (masculino e femino); idade (60-69, 70-79, 80+); número de filhos (0, 1, 2+); número de pessoas no domicílio (0, 1, 2+); estado civil (nunca foi casado, casado ou vive com companheiro, separado ou divorciado, viúvo); cor de pele (branca, preta, parda, amarela, outras); com quem mora (companheiro, marido, esposa, filho(s), enteado(s), neto(s)); vínculo ocupacional (aposentado, pensionista, trabalha, nunca trabalhou).

Pesquisa Nacional de saúde (PNS, 2012) Pesquisa Nacional de amostragem domiciliar (PNAD, 2008)

II Doenças referidas Diabetes, hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados (sim e não)

Pesquisa Nacional de saúde (PNS, 2012)

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“Há quanto tempo tem diabetes, hipertensão, colesterol elevado, triglicerídeo elevado”. Síndrome metabólica. Atendimentos em serviços de saúde Acompanhamento com médico e/ou nutricionista e/ou equipe de enfermagem nos últimos 3 meses (sim e não). Acompanhamento nutricional no último ano ou alguma vez na vida (sim e não). Avaliação da qualidade do atendimento Satisfação em relação: ao atendimento médico, de outros profissionais de saúde, atendimento nutricional, informação sobre alimentação que recebeu em alguma consulta (muito satisfeito, satisfeito, mais ou menos, insatisfeito). Dificuldades para: entender as orientações nutricionais, seguir as orientações recebidas e se as dúvidas sobre alimentação foram esclarecidas (sim e não).

(NCEP–ATP III, 2001) Pesquisa Nacional de amostragem domiciliar (PNAD, 208)

III Recomendações nutricionais recebidas de profissionais de saúde (médico ou outro profissional de saúde) Recebeu orientação sobre manter ou perder peso, praticar atividade física regular, aumentar o consumo de água, frutas, leguminosas, leite e derivados pobre em gorduras, alimentos integrais e evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras (sim e não). Dificuldade para seguir as orientações (segue as orientações, não tem vontade de comer o recomendado, esquece-se de comer nos horários recomendados, não recebeu orientação).

Guia alimentar para a população Brasileira (Brasil, 2006) (SBD, 2009) Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA, 2012; ADA 2010)

IV Comportamentos de saúde Consumo de álcool (não consome, 1 ou mais vezes/semana). Tabagismo (nunca fumou, ex- fumante, fuma). Prática de atividade física (3 vezes ou mais vezes na semana, 2 vezes ou menos vezes na semana, não faz).

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA 2012; ADA 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009)

V Qualidade de vida Como avalia a qualidade de vida, auto-avaliação de saúde no momento atual (muito boa, boa, regular, ruim, muito ruim). Tem dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades, em que medida tem oportunidades de atividades de lazer (não, muito pouco, médio, muito, completamente).

Questionário WHOQOL Bref, 1998)- uma questão abrangendo os aspectos gerais de saúde e duas questões do domínio meio ambiente (recursos financeiros e oportunidades de lazer) e auto avaliação de saúde

VI Qualidade do sono Uso de remédios para dormir, acordar de madrugada e não dormir mais, ficar acordada a maior parte da noite, levar muito tempo para pegar no sono, dormir mal à noite (sim e não).

Questionário Perfil de saúde de Nottingham (PSN) (Teixeira-Salmela et al, 2004)

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VII Condições de saúde relacionadas à alimentação Sensação de boca seca (sim e não), sede (nunca sente sede, sente muito pouca sede, acha sua sede normal, sente muita sede o tempo todo), saliva (pouca e grossa, normal e líquida), olfato e paladar (igual quando jovem, sente menos, muito pior), uso de dentadura (não precisa, usa e esta adequada, esta caindo, machucando), dificuldade para mastigar por causa da dentadura (sim, não, não precisa de dentadura), diminuição da quantidade de alimento por dificuldade de mastigar e ou engolir (sim e não), necessidade de triturar ou bater os alimentos para comer (sim e não), necessidade de líquidos (suco, água) para ajudar a engolir os alimentos (sim e não).

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA, 2012; ADA, 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009).

VIII Capacidade funcional e limitações físicas Dificuldades para: realizar atividades moderadas, levantar ou carregar mantimentos, subir vários lances de escada, subir um lance de escada, andar mais de um quilômetro, vários quarteirões, um quarteirão (não dificulta de modo algum, dificulta um pouco, dificulta muito). Como consequência de sua saúde física e emocional diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou outra atividade, realizou menos tarefa do que gostaria (sim e não). Dor corpo nas útlimas 4 semanas (nenhuma, muito leve, leve, moderada, intensa). Dor interferiu no trabalho ou atividades (não, um pouco, moderadamente, bastante).

SF 36 (Ware e Sherbourne, 1992), Ciconelli (1997) Capacidade funcional: limitações nas atividades físicas por problemas de saúde; Aspecto físico: limitações nas atividades regulares ou trabalho por problemas físicos Dor: limitações no trabalho Aspecto emocional: limitações nas atividades regulares ou trabalho

IX Avaliação nutricional Peso, altura, CC Alteração de peso nos últimos 3 meses (nenhuma perda de peso, perdeu peso fazendo dieta orientada por médico ou nutricionista, perdeu peso sem motivo, ganhou peso).

Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS, 2002). OMS (2000)

X Consumo de alimentos e frequência alimentar Frequência de trocas das refeições (almoço e/ou jantar) por lanches (4 ou mais vezes na semana, 2 a 3 vezes na semana, 1 vez por semana, 3 vezes por mês, nunca). Frequência alimentar: não come, 1 a 2 vezes ao mês, 1 a 2 vezes na semana, 3 a 6 vezes na semana.

Questionário frequência alimentar (Fisberg, 2008). Guia alimentar para a população brasileira (Brasil, 2008).

XI Orientações nutricionais para portadores de diabetes e hipertensão recebidas de profissionais de saúde (médico ou outro profissional de saúde) Ensinou quantas refeições deve comer por dia, quais alimentos deve evitar, recebeu orientações por escrito (sim e não), recebeu lista de alimentos para fazer a troca dos alimentos (sim, ambos, só dieta, só lista de alimentos, não recebeu nada).

Guia alimentar para a população brasileira (Brasil, 2008).

XII Consumo de alimentos para portadores de diabetes e hipertensão Frequência de consumo de água (raramente, 2 copos, 5copos, 8 copos, mais), alimentos integrais (amendoim, castanha-do-pará, nozes), sal nas refeições prontas (sim e não), temperos industrializados ou molhos prontos (sim e não), horário das refeições (come o tempo todo/ fica mais de 5 horas sem comer/ come de 3/3 horas), come carboidratos na mesma refeição (sim e não).

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) ADA (2012, 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009)

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4. ANÁLISE DE DADOS

O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata

Association, Odense, Dinamarca) e exportado para análise no programa Statistical

Package Social of Sciences (SPSS), versão 16.0.

A análise dos dados será descrita especificamente no artigo correspondente.

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5. RESULTADOS

5.1. Artigo 1- CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS HIPERTENSOS E

DIABÉTICOS: UM ESTUDO CASO-CONTROLE

RESUMO

OBJETIVO: Comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão com idosos sem

essas doenças quanto às características sociodemográficas, comportamentos de saúde,

estado nutricional e capacidade funcional.

MÉTODO: Estudo caso-controle realizado com idosos de ambos os sexos. Os casos

foram recrutados em Hospital Universitário e os controles em centros esportivos. Foram

entrevistados por meio de questionário semi-estruturado, 150 casos e 300 controles e

aferido peso e altura e a circunferência da cintura.

RESULTADOS: Predominou o sexo feminino em casos (66,7%) e controles (85,7%).

A idade variou entre 60 e 92 anos, com média de 69,9 (+-7,4). No modelo final de

regressão logística múltivariada, os Odds Ratio e os respectivos intervalos de confiança

de 95% indicaram que: ser preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar com

sobrepeso ou obesidade, relatar perda de peso por doença ou sem motivo, percepção de

condição econômica regular/ruim/muito ruim, muita dificuldade para realizar atividades

moderadas, dor no corpo moderada/intensa nas últimas 4 semanas e ambos

triglicerídeos e colesterol elevados estiveram independentemente associados a

hipertensão e diabetes.

CONCLUSÃO: Conclui-se que idosos portadores de hipertensão e diabetes

apresentaram maior percepção de limitações econômicas e físicas e, como esperado,

piores condições de saúde quando comparados aos idosos sem HAS e DM. A elevada

frequência de excesso de peso nos casos aponta a necessidade de melhorar o controle

dos pacientes, aumentando o envolvimento da equipe multiprofissional no

desenvolvimento de medidas terapêuticas não medicamentosas.

Palavras chave: saúde do idoso, estado nutricional, hipertensão, diabetes.

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CONDITIONS OF HEALTH AMONG HYPERTENSIVE AND DIABETIC

ELDERLY: A CASE-CONTROL STUDY

ABSTRACT

OBJECTIVE: To compare elderly with diabetes and hypertension with seniors without

these diseases regarding socio demographic characteristics, health behaviors, nutritional

status and functional capacity.

METHODS: A Case-control study among elderly people of both sexes was carried out.

The cases were recruited from a university hospital and controls from several sports

centers. Cases (N=150) and controls (n=300) were interviewed using a semi-structured

questionnaire, and weight, height and waist circumference were measured.

RESULTS: Women were predominant among cases (66.7%) and controls (85.7%).

Ages ranged from 60 to 92 years, with a mean age of 69.9 (+ -7.4). In the final multiple

logistic regression model, Odds Ratios with respective confidence intervals (95%)

indicated: black /brown, to live with 2 or more people, overweight or obesity, weight

loss due to disease or without reason, self-assessment of economic condition as

poor/very poor, great difficulty to do moderate physical activity, moderate/severe pain

in the body in the past four weeks and both high triglycerides and cholesterol were

independently associated to hypertension and diabetes.

CONCLUSION: We conclude that elderly patients with hypertension and diabetes had

a higher perception of economic and physical limitations and, as expected, worse health

than subjects without hypertension and diabetes. The high frequency of

overweight/obesity among cases indicates the need to improve the management of

patients, increasing the involvement of the multidisciplinary team in the non-drug

therapeutic measures.

Keywords: elderly health, nutritional status, hypertension, diabetes, self-assessment.

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Introdução

Com o envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente e

torna os idosos mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, entre as

quais se destacam as doenças cardíacas, a hipertensão arterial (HAS) e o diabetes

mellitus (DM) (Kirkman et al, 2012). Segundo dados da Pesquisa Nacional por amostra

de domicílio (PNAD, 1998 e 2003), 77,6% dos idosos são portadores de alguma doença

crônica e um terço apresenta mais de uma doença (Lima Costa et al, 2007). Desde a

PNAD de 1998, tanto as prevalências de HAS como as de DM, têm aumentado em

ambos os sexos, sendo observado em 2008, prevalências de HAS de 50,5% em idosos

de 60 a 69 anos, 57,2% nos de 70-79 anos e de 55,9% nos de 80 anos e mais. Para DM,

esses valores foram de 15,4%, 17,6% e 15,6%, respectivamente (Barros et al, 2011).

Também desde 1998, os coeficientes de prevalência padronizados por sexo e

idade, apontam que a hipertensão concomitante com diabetes (HAS+DM) tem

aumentado em todas as faixas etárias, atingindo em 2008, na faixa de 60 a 69 anos,

11,3%, na faixa de 70 a 79 anos, 13,1% e na faixa de 80 anos ou mais, 12,1% (Freitas e

Garcia, 2012). A HAS e o DM, quando associadas, aumentam consideravelmente o

risco de doenças cardiovasculares e representam aproximadamente 30% das mortes

globais (WHO, 2011). No Brasil, as taxas são similares e há tendência de aumento nos

próximos anos, devido ao expressivo envelhecimento da população associado à

crescente tendência da obesidade que tem atingido também os idosos mais jovens

(Gigante et al, 2009).

Atualmente, a HAS e o DM representam um complexo problema de Saúde

Pública para o Brasil. A elevada carga das doenças representada pelas doenças crônicas

é agravada na HAS+DM pelas complicações, limitações funcionais e incapacidades,

representando maiores desafios ao sistema de saúde (Schmidt et al, 2011). Além do

diagnóstico das doenças nem sempre oportuno, a baixa adesão ao tratamento e as

mudanças comportamentais são fatores que podem acarretar complicações secundárias e

aumentar as chances de morbimortalidade (Veras e Parahyba, 2007).

O progressivo aumento da expectativa de vida tem ultrapassado as doenças

como foco único das ações dos serviços de saúde e têm sido incorporados programas de

promoção da saúde na atenção básica para incentivar a melhoria da qualidade de vida e

a diminuição de fatores de risco para doenças crônicas (Ramos et al, 2014).

Considerando que os idosos que frequentam centros esportivos são o protótipo do novo

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idoso que procura melhorar sua qualidade de vida e ser saudável, foi considerado

procedente incluí-los como controles dos idosos portadores de HAS e DM.

Além, das elevadas prevalências já apontadas que caracterizam um problema de

saúde pública, o fato da HAS+DM estar inversamente relacionada à escolaridade, com

as maiores prevalências no grupo com até 8 anos de estudo (Freitas e Garcia, 2012) e

ainda, sua maior prevalência em área urbana, especialmente na região Sudeste (Freitas e

Garcia, 2012), justifica-se a necessidade da realização de estudos, acerca dessas doenças

em população vulnerável, como a população idosa. Assim, foi desenvolvido um estudo

com o objetivo de comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão (casos) com

idosos sem essas doenças (controles) quanto às características sociodemográficas,

comportamentos de saúde, estado nutricional e capacidade funcional.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo caso-controle com idosos de ambos os sexos, de 60 anos

ou mais, residentes em área urbana do município de Campinas (SP).

Foi entrevistada uma amostra de conveniência de 150 casos e 300 controles.

Para compor o grupo de casos, as pessoas foram abordadas e inquiridas sobre a idade e

ser ou não portador de HAS+DM. Assim, o grupo dos casos foi composto por

portadores de ambas às doenças, e os controles não eram portadores de HAS nem DM.

Os casos foram selecionados entre os idosos que estavam em acompanhamento e

tratamento ambulatorial no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de

Campinas (UNICAMP) e residiam nos cinco distritos de saúde, do município. Para

garantir uma distribuição espacial no município, os controles, foram selecionados em

centros esportivos pertencentes à área de abrangência de cada distrito de saúde. Os

centros esportivos são vinculados à Prefeitura Municipal de Campinas, e realizam

atividades físicas direcionadas à população idosa. Os idosos frequentam os grupos, de

acordo com a região de moradia. Nenhuma variável foi usada para pareamento de Casos

e Controles.

Além, da presença de HAS+DM (casos) ou sua ausência (controles), os critérios

de inclusão para ambos os grupos foram: ter 60 anos ou mais e residir em Campinas.

Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de cadeira

de rodas, déficit cognitivo evidenciado por problemas de memória, atenção e

comunicação no momento da entrevista.

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Instrumento de Pesquisa

Foi aplicado um questionário semi-estruturado, construído pelos autores e as

variáveis foram verificadas por meio de questões de autorrelato e organizadas segundo

suas características:

Sociodemográficas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-79 e 80 e +), estado

conjugal (casado/com companheiro e outros), raça/cor (branca/amarela e preta/parda),

numero de pessoas com que reside (só, 1, 2 ou mais), escolaridade (5 ou + anos e 0-4) e

número de filhos (0, 1-2, 3 ou +).

Comportamentos de saúde: tabagismo (nunca fumou, ex-fumante, fumante atual),

frequência de consumo de álcool (nunca/mensal e 1 dia na semana ou mais).

Em relação às variáveis que compõem o instrumento original de capacidade

funcional e qualidade de vida foram aplicadas todas as questões, porém considerando o

largo intervalo de confiança de 95% (IC95%) observado, a maioria das questões foi

excluída das análises. Embora o foco do estudo foi entender os aspectos nutricionais e

hábitos de vida, porém ao se avaliar à saúde dos idosos, alguns aspectos relacionados à

Qualidade de Vida tornam-se relevantes, desta forma foi incluída uma questão do

questionário WHOQOL Bref (WHO, 1998) e algumas perguntas do SF-36 (Ware e

Sherbourne, 1992), traduzido e validado no Brasil por Ciconelli (1997), sendo

priorizadas as que abrangem a capacidade funcional relativa à dificuldade que os idosos

apresentam para a realização de atividades da vida diária. As análises foram restritas a

cada questão.

Qualidade de vida (QV): pergunta do domínio meio ambiente “Tem dinheiro suficiente

para satisfazer as suas necessidades?”, com opções de respostas: não, muito pouco,

médio, muito, completamente.

Qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS): Foi formulada uma questão do

domínio capacidade funcional: “Tem dificuldade para realizar atividades

moderadas?”, com opções de respostas: não dificulta de modo algum/um pouco e

muito, duas questões do domínio dor: “Teve dor no corpo nas últimas 4

semanas?”(nenhuma, muito leve/leve e moderada/intensa); “A dor interferiu no

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trabalho ou atividades?”(não/um pouco e moderadamente/bastante), uma questão do

domínio físico:“Como consequência de sua saúde física, o senhor/a diminuiu a

quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou outra atividade?”, com respostas

“não” e “sim”, uma questão do domínio emocional: “Como consequência de sua saúde

emocional, o senhor/a diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou

outra atividade”, com respostas “não” e “sim”.

Avaliação nutricional: aferido peso e altura e calculado o índice de massa corpórea

(IMC). Para classificar o estado nutricional, foi adotada a recomendação estabelecida

pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2002) que estabelece as seguintes

categorias: IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso normal; IMC 28-29,99=

sobrepeso; IMC ≥ 30= obesidade.

A circunferência da cintura (CC) é uma medida consagrada para estimar risco

cardiovascular, e foi aferida em casos e controles. Foi utilizada a definição da OMS

(2000), sendo risco aumentado em mulheres a CC igual ou maior a 80 cm e nos homens

igual ou maior a 94 cm; já por definição constituem o risco cardiovascular muito

elevado, os valores iguais ou maiores a 88 cm para o sexo feminino e igual ou maior a

102 cm, para o sexo masculino. Também foi aplicada a pergunta: “Nos últimos 3 meses

houve alteração do peso?” com alternativas de resposta: nenhuma perda de peso,

perdeu peso fazendo dieta orientada por médico ou nutricionista, perdeu peso sem

motivo ou por doença e ganhou peso.

Doença referida: ter tido diagnóstico de colesterol e triglicérides elevados (não e sim) e

uso de medicamento para dormir (não e sim).

Análise estatística

O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata

Association, Odense, Dinamarca) e exportado para o programa Statistical Package of

Social Sciences (SPSS 16.0) para análise dos dados.

Para a caracterização da amostra realizou-se análise descritiva das variáveis com

frequências simples e relativas. Para comparação das proporções das categorias de cada

variável independente, segundo Casos e Controles foi utilizado o teste do Qui-quadrado

com nível de significância de 5%.

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41

A diferença entre Casos e Controles para cada variável independente foi

estimada pelo Odds Ratio (OR) e os intervalos de confiança de 95% (IC), calculados

por meio de regressão logística univariada.

A seguir foram incluídas em modelo logístico multivariado as variáveis

significativas no teste Qui-quadrado com valor de p<0,15; mediante backward stepwise,

as variáveis com maior valor de p foram sendo excluídas uma a uma. Foram mantidas

no modelo multivariado final as variáveis que permaneceram associadas considerando-

se um nível de significância de 5% (p<0,05).

O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa (CEP)

da Faculdade de Ciências Médicas- Unicamp, parecer 115/233 aprovado em 04-10-

2012.

Resultados

A amostra do estudo foi composta predominantemente pelo sexo feminino

(66,7% entre os casos e 85,7% entre os controles). A idade variou entre 60 e 92 anos,

com média de 69,9 (+-7,42), sem diferença significativa entre casos e controles. Embora

houvesse predomínio de brancos na amostra, entre os casos houve uma proporção

significativamente maior de pessoas negras (32,7% vs 14%) e a escolaridade foi

significativamente menor entre os casos (70,7% vs 56,7%) (Tabela 1).

Comparando as condições de saúde dos idosos portadores de HAS+DM e idosos

sem estas doenças, mediante OR ajustado por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade

física, observou-se maior chance entre os casos de serem ex-fumantes e/ou fumantes

atuais, avaliarem negativamente a condição econômica, referirem muita dificuldade

para realizar atividades moderadas, dor no corpo moderada/ intensa nas últimas 4

semanas, interferência da dor no trabalho ou atividades, diminuição de tempo de

trabalhou ou atividades em decorrencia de problemas de saúde física, e em decorrencia

de problemas de saúde emocional (Tabela 2).

Quanto ao estado nutricional, os casos apresentaram chance 2,29 vezes maior do

que os controles de estarem acima do peso, e acima de 3 vezes maior chance de

circunferência de cintura aumentada ou severa, estimado pela CC do que os controles.

Em relação à alteração de peso, nos últimos 3 meses, os casos apresentaram maior

chance de alterações, tanto para a perda de peso por alguma doença ou sem

conhecimento do motivo, quanto para o ganho de peso, também houve maior chance de

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42

ter colesterol e triglicerídeos elevados e usar remédios para dormir do que nos controles

(Tabela 3).

Entre as variáveis relacionadas à QV, capacidade funcional e saúde, houve

duplas de variáveis que apresentaram comprometimento simultâneo, estas foram:

“dificuldade para realizar atividades moderadas/problema saúde física diminui tempo

dedicado ao trabalho ou outra atividade”, “dor corpo nas últimas 4 semanas/dor

interferiu no trabalho ou atividades”, “dor interferiu no trabalho ou atividades/problema

saúde física diminui tempo trabalho ou atividade”, “problemas emocionais/remédio para

dormir”, “colesterol/ triglicerídeos” (Tabelas 2 e 3).

No modelo final de regressão logística multivariada ajustada por sexo, idade,

escolaridade e atividade física foram verificadas as condições independentemente

associadas a ter HAS e DM. Os casos apresentaram maior chance do que os controles

de: ser preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar acima do peso, ter perdido peso

sem motivo ou por doença, auto-avaliar a condição econômica como regular/ruim/muito

ruim, ter muita dificuldade para realizar atividades moderadas, ter dor no corpo

moderada/intensa nas últimas 4 semanas e referir triglicerídeos e colesterol elevados,

condições essas associadas direta e independentemente a HAS+DM. Consumo de álcool

em 1 ou mais vezes por semana teve associação indireta com HAS+DM. (Tabela 4).

Discussão

O perfil da amostra, com predomínio do sexo feminino foi semelhante a outros

estudos epidemiológicos (Lebrão e Laurenti, 2005; Gerab et al, 2012; Fontbonne et al,

2013). A maior frequência do sexo feminino seria decorrente da maior procura das

mulheres por atendimentos de saúde, como também sua maior participação social, como

em grupos de atividades físicas.

No presente estudo, a baixa escolaridade foi predominante e também

corresponde ao perfil da população de outros estudos (Lebrão e Laurenti, 2005; Banegas

et al, 2007; Barros et al, 2011; Freitas e Garcia, 2012). A maior frequência de baixa

escolaridade entre os idosos com HAS+DM reitera os achados de Barros e

colaboradores (2011) que descrevem uma maior prevallencia tanto de HAS como de

DM em indivíduos com até 3 anos de estudo, e no estudo de Freitas e Garcia (2012) no

grupo com até 8 anos de estudo.

Os idosos portadores de HAS+DM apresentaram maior chance de morar com 2

ou mais pessoas do que os controles. Provavelmente, muitos idosos encontram

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43

dificuldades para manter sua independência, devido às condições de saúde. Lebrão e

Laurenti (2005) observaram que os idosos que vivem sós ou com o cônjuge são mais

novos, independentes e com melhores condições de saúde, do que os que vivem com

outros membros da família ou não parentes. Conforme dados do IBGE (2010), em

17,5% dos domicílios de idosos, reside apenas uma pessoa, sendo a maioria mulheres

(90%).

A constatação em nossa amostra de elevada chance de HAS+DM em pessoas de

raça/cor preta/parda têm sido apontadas por diversos autores. Fuchs (2011) considera

que a maior prevalência de HAS na raça negra, pode ser explicada pelas diferenças das

condições socioeconômicas, hábitos alimentares, comportamento emocional e de saúde.

Holmes e colaboradores (2013) analisaram os dados do National Health Interview

Survey (NHIS) e observaram que ser de raça negra é um preditor independente de HAS

e ainda, ter baixa renda e baixa escolaridade, idade avançada, ser obeso, sedentário e

viver sem o cônjuge ou viver só apresenta associação direta com ser da raça negra. No

Brasil, a partir de dados do Sistema de Vigilância por Inquérito Telefônico (VIGITEL),

foi constatado maior risco de excesso de peso em negros (Gigante et al, 2009). Ainda,

certos hábitos alimentares e a obesidade, mais prevalente na raça negra são fatores de

risco que podem aumentar a prevalência de HAS em indivíduos de raça negra (CDC,

2009).

Estudo transversal realizado no distrito Sul de Campinas-SP, em 2006-2007,

para avaliar o risco de complicações metabólicas, estimado pela associação de CC

muito aumentada e obesidade, como uma forma de identificar o risco para DM, HAS e

doenças cardiovasculares, observou que na população com 55 anos e mais o risco de

complicações metabólicas foi de 21,4% (Nucci et al, 2012). O DM frequentemente está

associado à HAS e dislipidemia, sendo considerada como um dos principais fatores de

risco para a doença aterosclerótica em idosos (SBC, 2013).

Mediante a análise multivariada, confirmamos a associação direta e

independente da HAS+DM e diversas variáveis, algumas já referidas por outros estudos,

sendo fatores de risco ser de raça negra e residir em domicílio numeroso. Ser obeso e ter

triglicerídeos e colesterol elevados foram fatores de riscos modificáveis e deve-se

apontar a importância dos serviços de saúde na prevenção e tratamento destes fatores

(Passos et al, 2005; Zaitune et al, 2006; Banegas et al, 2007; Barbosa e Borgatto, 2010;

Mendes et al, 2011).

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A “perda de peso por doença ou sem motivo” podem refletir condições de

morbidade, provavelmente associadas a DM clinicamente descompensada,

acompanhada ou não por quadros infecciosos.

Neste estudo, verificou-se associação da HAS+DM com a auto-avaliação da

condição econômica. Como não dispomos de informação da renda familiar, nem dos

gastos familiares, cabe supor que haja maior gasto pessoal entre os casos do que entre

os controles, por exemplo, com medicamentos não cobertos pelo programa “Farmácia

Popular” ou por morarem em domicílios em que a sua renda é a única fonte para

sustentar os demais membros do domicílio (Marín-Leon et al, 2003). Ainda, é possível

que os casos tenham depressão associada, que os faz perceber sua condição econômica

de forma mais desfavorável. Tem sido descrita a associação de doenças crônicas com

depressão ou com QVRS diminuída na dimensão emocional (Banegas et al, 2007).

A associação de HAS+DM com o comprometimento funcional verificado pela

“dificuldade para realizar atividade moderada” e “dor no corpo”, tem sido descrito por

vários autores que apontam a diminuição destas duas dimensões da QVRS na presença

de doenças crônicas. Na Espanha, Banegas e colaboradores (2007), constataram em

idosos do sexo masculino com HAS+DM, diminuição de todas as dimensões do SF-36,

exceto a social e, nas mulheres, com obesidade associada à HAS+DM, redução muito

acentuada de todas as dimensões. Na China, estudo que comparou portadores de HAS

com normotensos, observou diminuição da QVRS, especialmente por problemas físicos

e, na presença de outras comorbidades houve maior piora da qualidade de vida medida

pelo SF-36 (Wang et al, 2009). Na Coréia, um estudo comparou um grupo de idosos

com HAS, DM e doenças cardiovasculares e um grupo de idosos sem estas doenças,

com o objetivo de avaliar diferenças na QV. Idosos com HAS+DM apresentaram maior

chance de baixa escolaridade, hábito de fumar, consumo de bebidas álcoolicas e

avaliação negativa em relação a mobilidade, autocuidado, atividades de vida diária e dor

em relação a idosos sem estas doenças (Chin, Lee e Young, 2014). Em Singapura, em

portadores de DM, quando comparados com indivíduos sem a doença, Wee e

colaboradores (2005) descrevem diminuição da qualidade de vida avaliada pelo SF-6D,

versão unidimensional do SF-36 e, nos casos de DM associada a HAS, a diminuição da

QV é maior, sendo muito maior na presença de doenças músculo-esquéleticas ou

cardíacas. Shiu e colaboradores (2014) em amostra de idosos com DM, identificaram

que a idade, sexo, atividade fisica, stress, apoio social e renda determinam diretamente a

QVRS ou indiretamente através do estado físico funcional e a percepção geral de saúde.

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45

Provavelmente a “dificuldade para esforços” e a “dor” tem relação com as

alterações vasculares e neuropáticas inerentes à fisiopatologia do DM, que contribuem

para limitar a mobilidade, o equilíbrio e a força muscular (SBD, 2009). Para Banegas e

colaboradores (2007) a piora da QVRS, relacionada à obesidade na mulher, seria

decorrente da queda dos estrógenos e aumento do cortisol, que pode aumentar o

comprometimento cardiovascular. A obesidade na mulher traria, ainda piora da

autoimagem e diminuição da autoestima. Ainda, quanto à QVRS, vale destacar que a

fadiga e alguns sintomas decorrentes de doenças crônicas que influenciam nas

atividades da vida diária podem ser difíceis de diferenciar da síndrome geriátrica, que é

ocasionada pela insuficiência de múltiplos orgãos com o envelhecimento e manifesta-se

por incapacidade funcional, depressão e déficit cognitivo, além de outros

comprometimentos (Araki e Ito, 2009).

A constatação na análise multivariada de menor chance de HAS+DM nos idosos

que referiram o consumo de bebidas alcoólicas é controversa. O efeito protetor do

álcool foi descrito em Barbados em mulheres hipertensas, com obesidade abdominal,

DM associada a outras comorbidades (Barbosa e Borgatto, 2010), no entanto outros

autores descrevem a ingestão de álcool como fator de risco para doenças

cardiovasculares (Passos et al, 2005; Chin, Lee e Young, 2014). Indivíduos diabéticos

com obesidade, dislipidemias e com hipoglicemias frequentes podem apresentar piora

desses sintomas com a ingestão de bebidas alcoólicas, e a abstenção de álcool deve ser

orientada. O consumo de bebidas alcoólicas por diabéticos, quando bem controlados é

aceito, desde que a bebida seja ingerida como parte de uma refeição e as calorias

estejam incluídas no valor calórico total da dieta (SBD, 2013-2014).

A elevada proporção de portadores de HAS+DM, com excesso de peso, é

indicativa de inadequado controle. Essa condição foi corroborada por estudo de Gerab e

colaboradores (2012) na cidade de São Paulo, os autores verificaram também a

alteração de medidas bioquímicas.

Considerando que se trata de pacientes em tratamento, é recomendável a revisão

dos programas de hipertensão e diabetes do município, a fim de melhorar o acesso

gratuito aos medicamentos (Paniz et al, 2010) e a adesão dos pacientes às medidas não

medicamentosas de controle, especialmente alimentação saudável e atividade física.

Quanto à atividade física, vale destacar a necessidade da participação de profissionais

de urbanismo e transporte, como também de segurança pública para que as pessoas

possam aderir à caminhada no dia-a-dia sem riscos de quedas, atropelamentos ou

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agressões. A importância da atividade física no controle não medicamentoso dessas

enfermidades tem sido destacada por diversos autores (King et al, 2011; Parra et al,

2010; Belon et al, 2014; Belon e Nykiforuk, 2013) e está contemplada nas

recomendações das Políticas de Saúde (MS 2014a; MS 2013a).

Entre as limitações do presente estudo, destacamos o número reduzido de casos

que impede de evidenciar algumas associações. O fato de serem casos de um

ambulatório hospitalar, não permite extrapolar os achados para a grande maioria da

população idosa hipertensa e diabética que é atendida na rede básica de saúde. No

entanto, mesmo sendo acompanhados em um hospital escola, que em princípio tem

maiores recursos materiais e equipe multidisciplinar para o atendimento adequado,

puderam ser evidenciadas características que apontam para a necessidade de uma

melhoria no atendimento. Ainda, o fato de ser uma população predominantemente de

baixa renda permite considerar que os achados são de utilidade para a população

vulnerável usuária do sistema de saúde pública, e especialmente para a rede básica do

município de Campinas.

Conclusão

Conclui-se que idosos portadores de hipertensão e diabetes apresentam maior

percepção das limitações econômicas e físicas e, como esperado, piores condições de

saúde quando comparados aos idosos sem HAS e DM. A elevada frequência de excesso

de peso nos casos aponta a necessidade de melhorar o controle dos pacientes,

aumentando o envolvimento da equipe multiprofissional nas medidas terapêuticas não

medicamentosas e no ensino de autocuidado. O conhecimento das condições de saúde e

a importância dada a essa condição, as atitudes de confiança e a motivação diante das

mudanças de comportamento relacionado à saúde são fundamentais para a efetiva

adesão ao tratamento proposto, como estabelecido pelas Estratégias para o cuidado da

pessoa com doença crônicas do Ministério da Saúde (MS, 2014a).

Quando se trata de população idosa, torna-se fundamental avaliar a qualidade de

vida e saúde abrangendo os diferentes fatores que podem influenciar as dimensões não

apenas biológicas, mas também psicológicas, as relações sociais, crenças e valores que

favorecem o bem-estar, e com isso, a obtenção de melhor qualidade de vida. Deve-se

valorizar a avaliação que a própria pessoa faz de sua saúde e os fatores que interferem

para conquistá-la ou mantê-la.

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47

Sugere-se que outros estudos sejam realizados neste sentido, a fim de aprofundar

os resultados obtidos nesta pesquisa e verificar em que medida as políticas de cuidado

de portadores de doenças crônicas estão tendo impacto na saúde e qualidade de vida da

população idosa.

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51

Tabela 1. Distribuição das frequências segundo variável demográfica de idosos portadores de hipertensão e diabetes e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.

Variáveis Casos (n=150)

%

Controles (n=300)

%

Valor de p*

OR (IC95%)** OR ajustado (IC95%)***

Sexo Masculino Feminino

33,3 66,7

14,3 85,7

0,000 1,0

0,33 (0,21- 0,53)

1,0

0,24 (0,14-0,41) Idade 60-69 70-79 80 e mais

51,3 36,0 12,7

53,0 37,7 9,3

0,551 1,0

0,99 (0,65-1,51) 1,40 (0,74-2,67)

1,0

0,81 (0,50-1,29) 0,97 (0,48-1,98)

Estado conjugal Casado Outros

63,3 36,7

61,0 39,0

0,631 1,0

0,91 (0,60-1,36)

1,0

0,98 (0,61-1,56) Raça/Cor Branca/amarela Preta/parda

67,3 32,7

86,0 14,0

0,000 1,0

2,97 (1,85-4,76)

1,0

3,16 (1,85-5,41) Número pessoas com que reside 0 1 2 ou +

14,7 44,7 40,7

21,0 58,7 20,3

0,000 1,0

1,09 (0,62-1,91) 2,86 (1,57-5,22)

1,0

1,14 (0,61-2,12) 2,96 (1,52-5,75)

Anos de escolaridade 5 ou + 0-4

29,3 70,7

43,3 56,7

0,004 1,0

1,84 (1,21-2,80)

1,0

2,13 (1,32-3,43) Número de filhos 1-2 0 3 ou +

37,3 6,0 56,7

48,0 6,7

45,3

0,073

1,0

1,16 (0,50-2,70) 1,61 (1,07-2,42)

1,0

1,27 (0,49-3,26) 1,50 (0,95-2,37)

*valor de p, teste qui-quadrado; **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%); *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.

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52

Tabela 2 - Estilo de vida, qualidade de vida e capacidade funcional de idosos hipertensos e diabéticos e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.

Variáveis Casos n=150

Controles n=300

Valor de p*

OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***

Tabagismo Nunca fumou Ex fumante Fumante atual

51,3 37,3 11,3

76,0 20,3 3,7

0,000 1,0

2,72 (1,74-4,24) 4,58 (2,05-10,20)

1,0

2,11 (1,24- 3,59) 2,24 (0,92- 5,43)

Consumo de Álcool Nunca ou mensal 1 ou mais dias na semana

95,3 4,7

86,6 13,4

0,002 1,0

0,32 (0,14-0,73)

1,0

0,18 (0,07-0,49) Condição econômica para satisfazer as necessidades Muito boa/boa Regular/ruim/muito ruim

30,0 70,0

69,0 31,0

0,000

1,0 5,20 (3,39-7,95)

1,0 5,74 (3,45- 9,54)

Dificuldades para realizar atividades moderadas Não/pouco Muita

50,7 49,3

86,3 13,7

0,000 1,0

6,15 (3,89-9,74)

1,0

6,60 (3,90- 11,17) Teve dor no corpo nas ultimas 4 semanas Não/muito leve/leve Moderada/intensa

61,3 38,7

92,0 8,0

0,000

1,0

7,25 (4,26-12,33)

1,0

6,35 (3,54- 11,41) A dor interferiu no trabalho ou atividades Não/pouco Moderada/bastante

70,0 30,0

90,3 9,7

0,000 1,0

4,00 (2,39-6,73)

1,0

4,09 (2,29- 7,31) Problema de saúde física diminuiu tempo dedicado ao trabalho ou outra atividade Não Sim

61,3 38,7

91,0 9,0

0,000

1,0 6,37 (3,81-10,66)

1,0 5,70 (3,25-10,01)

Problema de saúde emocional diminuiu tempo de trabalho ou outra atividade Não Sim

75,3 24,7

88,3 11,7

0,000

1,0 2,48 (1,49-4,14)

1,0 2,36 (1,34- 4,15)

Presença simultânea de “dificuldades para realizar atividades moderadas” e “problema saúde física diminui tempo trabalho” Não Sim

70,7 29,3

95,0 5,0

0,000

1,0 7,89 (4,21-14,76)

1,0 7,14 (3,60- 14,13)

Presença simultânea de “dor corpo” e “dor interferiu no trabalho/ou outras atividades ultimas 4 semanas” Não Sim

74,0 26,0

94,0 6,0

0,000

1,0 5,50 (3,02-10,03)

1,0 4,66 (2,41-9,03)

Presença simultânea de “dor interferiu no trabalho/ou outras atividades” e “problema saúde física diminui tempo trabalho ou atividades” Não Sim

77,3 22.7

95,0 5,0

0,000

1,0 5,57 (2,92-10,61)

1,0 4,78 (2,38-9,61)

* valor de p, teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.

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Tabela 3- Estado nutricional, alterações bioquímicas referidas e uso de medicamentos para dormir em idosos hipertensos e diabéticos e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.

Variáveis Casos n=150

Controles n=300

Valor de p*

OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***

IMC Eutrófico Baixo peso Sobrepeso/Obeso

36,0 8,7 55,3

45,0 20,0 35,0

0,000

1,0

0,54 (0,27-1,07) 1,98 (1,29-3,03)

1,0

0,72 (0,34-1,49) 2,29 (1,41-3,71)

Circunferência da cintura Normal Aumentada Severa

8,7 22,7 68,7

14,0 17,7 68,3

0,163 1,0

2,07 (0,97-4,42) 1,62 (0,83-3,16)

1,0

3,21 (1,30-7,87) 3,66 (1,55-8,63)

Alteração no peso nos últimos 3 meses Nenhuma perda Perdeu com dieta de médico/nutricionista Perdeu peso por doença ou sem motivo Ganhou peso

50,7 6,7 17,3 25,3

69,7 16,3 4,7 9,3

0,000 1,0

0,56 (0,27-1,16) 5,11 (2,53-10,29) 3,73 (2,14-6,50)

1,0

0,61 (0,27-1,33) 4,27 (2,07-9,10) 3,50 (1,89-6,47)

Colesterol elevado Não Sim

33,3 66,7

53,0 47,0

0,000 1,0

2,26 (1,50-3,39)

1,0

2,89 (1,82-4,59) Triglicerídeo elevado Não Sim

49,3 50,7

77,0 23,0

0,000 1,0

3,44 (2,26-5,22)

1,0

4,33 (2,68-6,99) Remédio para dormir Não Sim

84,0 16,0

92,0 8,0

0,010 1,0

2,19 (1,20-4,01)

1,0

2,53 (1,30-4,95) Aumento de Colesterol e Triglicerídeos Não Sim

52,7 47,3

80,0 20,0

0,000 1,0

3,60 (2,34-5,51)

1,0

4,60 (2,81-7,52) * valor de p, teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, idade, escolaridade e atividade física.

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Tabela 4- Modelo final de regressão logística multivariada para grupo de idosos hipertensos e diabéticos, ajustado por sexo, idade, escolaridade e atividade física. Campinas, 2013-2014. Variável OR IC 95% Valor de p* Raça/Cor 0,011 Branca/amarela 1 Preta/parda 2,67 1,26-5,69 Numero de pessoas que residem junto 0,000 0 1 1 1,64 0,66-4,09 2 ou + 6,15 2,29-16,54 Estado nutricional 0,000 Eutrófico 1 Baixo peso 0,59 0,22-1,58 Sobrepeso/obeso 3,08 1,57-6,04 Alteração de peso 0,027 Nenhuma 1 Dieta dada por médico/nutricionista 0,64 0,24-1,68 Perdeu por doença ou sem motivo 3,23 1,16-9,01 Ganhou peso 2,04 0,92-4,52 Consumo álcool 0,007 Nunca/raramente 1 1 dia na semana ou mais 0,18 0,05-0,62 Condição econômica 0,000 Muito boa 1 Regular/ruim/muito ruim 4,55 2,32-8,90 Dificuldade para atividades moderadas 0,000 Não/pouca 1 Muita 4,51 2,18-9,33 Dor corpo nas últimas 4 semanas 0,042 Não/leve 1 Moderada/intensa 2,38 1,03-5,49 Aumento de colesterol e triglicerídeos 0,000 Não 1 Sim 6,36 3,30-12,50 * valor de p, teste qui-quadrado

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55

5.2. Artigo 2- A IMPORTÂNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS

RESUMO

Objetivo: Comparar idosos com Síndrome Metabólica e idosos sem Síndrome

Metabólica em relação aos fatores sociodemográficos, de alimentação e de saúde.

Métodos: Trata-se de um estudo caso controle realizado com idosos de ambos os sexos.

A amostra foi de conveniência e foram recrutados idosos em um Hospital Universitário

e em centros esportivos, onde são realizadas atividades físicas direcionadas aos idosos.

Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos ou mais e residir em Campinas. Para a

seleção dos idosos com Síndrome metabólica (casos), considerou-se a presença de

diabetes, hipertensão e CC > 88 cm para as mulheres e > 102 cm para os homens, e para

os controles foram selecionados os idosos que não tinham nenhum dos fatores que

definiram a Síndrome Metabólica. Foi utilizado um questionário semi-estruturado e

aferido peso, altura e circunferência da cintura.

Resultados: A amostra foi composta por 103 portadores de Síndrome Metabólica

(casos) e 206 idosos sem Síndrome Metabólica (controles). A média da idade foi 69,3

anos (DS ± 7,05), sem diferença significativa entre casos e controles. Na análise

multivariada, as variáveis associadas diretamente com a Síndrome Metabólica foram:

residir com 2 ou mais pessoas, ter dislipidemia, usar ou precisar dentadura, alteração na

sensação de sede, presença simultânea de não sentir gosto e cheiro, consumir embutidos

em 1 ou mais dias por semana, frango menos de 1 dia por semana, e aveia em menos de

3 dias por semana. O consumo de alimentos dos casos foi semelhante à alimentação da

população geral, desta forma, além de refletir os valores culturais e os hábitos da

população, aponta a falta de orientações para o auto-cuidado que pode influenciar

diretamente o controle da hipertensão, diabetes e obesidade.

Conclusões: É de fundamental importância que haja melhor controle das doenças,

mediante estruturação eficiente das medidas não medicamentosas, ja estabelecidas pelo

Ministerio de Saúde para aumentar a adesão à alimentação saudável entre outros hábitos

de vida saudáveis.

Palavras chave: saúde do idoso, hábitos alimentares, hipertensão, diabetes mellitus,

saúde bucal.

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56

THE IMPORTANCE OF METABOLIC SYNDROME IN THE ELDERLY

ABSTRACT

Objective: The aim of the study was to compare elderly with metabolic syndrome and

elderly without metabolic syndrome in relation to socio-demographic characteristics,

eating habits and health.

Methods: a case-control study was conducted with elderly of both sexes. A

convenience sample of patients was recruited at the University Hospital and the group

without these diseases was selected in several sports centers. Inclusion criteria were: age

60 years or older, living in Campinas. The selection of the elderly with metabolic

syndrome (cases) was defined by the presence of diabetes, hypertension and waist

circumference >= 88 cm for women and >=102 cm for men and as controls were

selected those who had none of the factors that defined the Metabolic Syndrome. We

used a semi-structured questionnaire and measured the waist circumference, weight and

height.

Results: The sample consisted of 103 patients with metabolic syndrome (cases) and 206

elderly without metabolic syndrome (controls). The mean age was 69.3 years (SD ±

7.05), with no significant difference between cases and controls.

In multivariate analysis, the variables associated with Metabolic Syndrome were, to live

with 2 or more people, dyslipidemia, use or need of dentures, feeling very thirsty, loss

of both taste and smell, consumption of embedded 1 to 2 days per week, chicken less

than one day per week, and oats less than 3 days per week.

The profile of food consumption of elderly diabetics and hypertensive patientes was

similar to the general population, and in addition to reflecting the cultural values and

habits of the population also points out the lack of accomplishment of guidelines can

directly influences the control of hypertension and diabetes.

Conclusions: It is essential to improve the control of diseases by efficiently structuring

the non-pharmacological measures already stablished by the Health Ministery, to

achieve greater adherence to healthy eating among other healthy habits.

Keywords: elderly health, eating habits, hypertension, diabetes mellitus, oral health.

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57

Introdução

A prevalência da morbidade por doenças cardiovasculares tende a aumentar, não

somente pelo envelhecimento da população, mas pelas mudanças do estilo de vida, dos

hábitos alimentares e do sedentarismo (Brasil, 2011) que contribuem para o excesso de

peso e obesidade abdominal (Hirani, 2011). Estas mudanças podem ser atribuídas ao

consumo de alimentos ricos em gorduras, amidos refinados, bebidas açucaradas, doces e

alimentos com elevado teor de sódio (Monteiro e Cannon, 2012).

A obesidade, especialmente a abdominal, predispõe os indivíduos a uma série de

co-morbidades, associadas a fatores de riscos cardiovasculares como dislipidemias,

HAS, DM e síndrome metabólica (SM) (WHO, 2011; SBC, 2009; Malta et al, 2006),

assumindo maior importância entre os idosos, haja vista que esta população apresenta

coexistência de doenças por causa do envelhecimento.

A SM é representada por um conjunto de condições mórbidas. Segundo a

definição da National Cholesterol Education Program (NCEP ATP III, 2001) são

classificados como portadores de SM, os indivíduos que apresentam três ou mais dos

seguintes cinco critérios: obesidade abdominal, HAS, elevação dos triglicerídeos,

diminuição da Lipoproteína de alta densidade (HDL), intolerância a glicose/resistência a

insulina ou DM tipo 2, sendo aconselhável adotar a classificação que melhor se adapte

aos níveis socioeconômicos e culturais da população estudada.

Em estudo de meta-análise, os portadores de SM apresentaram o dobro de risco

para doenças cardiovasculares, mortalidade cardíaca e acidente vascular do que os sem

SM (Mottillo et al, 2010).

A SM tem se tornado um dos maiores desafios para a saúde pública no mundo,

visto que o envelhecimento, a obesidade e as doenças crônicas elevam os custos para os

sistemas de saúde. Reduzir os fatores de risco, as consequências metabólicas e

cardiovasculares, a partir de alterações do estilo de vida, adoção de alimentação

saudável, restrição calórica associadas a uma atividade física regular, são medidas que

podem auxiliar na perda de peso, e muitas vezes na redução da resistência a insulina e

no tratamento da SM. Desta forma, justifica-se o estudo para identificar as diferenças

entre os idosos portadores de SM e os idosos sem SM, em relação às características

sociodemográficas, estilo de vida e alimentação, e que possa contribuir para o

desenvolvimento de medidas de controle para a população idosa.

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Material e Métodos

Trata-se de um estudo caso-controle realizado com idosos de ambos os sexos, de

60 anos ou mais. Foi entrevistada uma amostra de conveniência, sendo os casos

abordados no ambulatório de um Hospital Universitário e os controles, em centros

esportivos, onde são realizadas atividades direcionadas a população idosa.

Os critérios de inclusão foram ter 60 anos ou mais e residir em Campinas. Para a

seleção dos idosos com SM (casos) foi utilizado o critério proposto pela NCEP-ATPIII

(2001), que considera a presença de três ou mais das cinco condições para definir SM.

Assim, os critérios utilizados para definir SM foram: ter DM, HAS e CC > 88 cm para

as mulheres e > 102 cm para os homens (WHO, 1998), e para o grupo dos controles

foram selecionados os idosos que não tinham nenhuma das três condições definidas

para a SM. Desta forma, a amostra foi composta por 309 idosos, sendo 103 portadores

de SM (casos) e 206 idosos sem SM (controles).

Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de

cadeira de rodas e com déficit cognitivo.

O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário semi-estruturado e as

seguintes variáveis foram consideradas:

a) Demográficas e socioeconômicas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-79

e 80 e +), estado conjugal (casado/vive com companheiro e outros), raça/cor

(branca/amarela e preta/parda), escolaridade (5 anos ou +, 0-4 anos), número de filhos

(1-2, 0, 3 e +).

b) Estilo de vida: tabagismo (nunca fumou, ex-fumante, fumante atual), frequência de

consumo de álcool (não bebe/mensal e semanal).

c) Estado nutricional: Peso e altura foram aferidos e para a classificação do estado

nutricional foi adotada a recomendação estabelecida pela Organização Pan-Americana

de Saúde (OPAS): IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso normal; IMC 28-

29,99= sobrepeso; IMC ≥30= obesidade (OPAS, 2002).

d) Saúde: colesterol alto e triglicerídeo alto (não e sim), a elevação de ambos foi

denominada dislipidemia.

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59

e) Frequência alimentar: Ainda não há questionário de frequência alimentar validado

exclusivamente para idosos, desta forma foi utilizado como referência um questionário

validado para adultos (Fisberg et al, 2008). Foi avaliado o consumo de leite desnatado

(diário e não diário), queijo branco (3 ou + dias/semana, <= 2 dias/semana), carne

vermelha e frango (3 ou + dias/semana, 1-2 dias/semana, < 1 dia/semana), embutidos (<

1 dia/semana, 1-2 dias/semana, 3 ou + dias/semana), ovo (< 1 dia/semana, 1-2

dias/semana, 3 e + dias/semana,), arroz e aveia (3 e + dias/semana, <= 2 dias/semana),

feijão (diário e não diário), pão francês (3 ou + dias/semana, 1-2 dias/semana, < 1

dia/semana), alface e fruta (diário e não diário), refrigerante (não consome e consome).

Também foram formuladas perguntas sobre o acréscimo de sal às refeições, de temperos

prontos, consumo de carboidratos na mesma refeição (não e sim) e o intervalo entre as

refeições (3/3 horas, come o tempo todo, fica mais de 5 horas sem comer).

f) Condições funcionais para alimentação: foram formuladas as seguintes perguntas:

sente a boca seca (não e sim), sente sede (normal, nunca/muito pouca e muita), saliva

(normal/líquida e pouca/grossa), paladar (igual quando jovem, sente menos/não sente),

olfato (igual quando jovem, sente menos/não sente), dentadura (não precisa, esta

adequada e mal adaptada/não gosta de usar), necessidade de triturar os alimentos para

mastigar e/ou engolir (não e sim). Foi considerada adequada à primeira categoria de

referência de cada variável.

Análise estatística

O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata

Association, Odense, Dinamarca) e exportado para o programa Statistical Package of

Social Sciences (SPSS 16.0) para análise dos dados. Para a caracterização da amostra

realizou-se análise descritiva das variáveis com frequências simples e relativas. Para

comparação das proporções das categorias de cada variável independente, segundo

Casos e Controles foi utilizado o teste do Qui-quadrado. O nível de significância

adotado foi de 5%. A correlação entre as variáveis foi estimada pelo coeficiente de

correlação de Spearman e, para os pares de variáveis com elevada correlação

(p>=0,500) foi definida a respectiva variável de interação. A associação entre as

variáveis independentes e a SM foi estimada pelo Odds Ratio (OR) e os intervalos de

confiança de 95% (IC95%), calculados por meio da regressão logística univariada. A

seguir foram incluídas em modelo logístico multivariado as variáveis significativas no

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60

teste de Qui quadrado com valor de p< 0,15; mediante backward stepwise, as variáveis

com maior valor de p foram sendo excluídas uma a uma. Foram mantidas no modelo

multivariado final as variáveis que permaneceram significativamente associadas

(p<0,05).

O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Faculdade de Ciências Médicas- Unicamp, parecer 115/233 de 04-10-2012.

Resultados

O perfil da amostra foi predominantemente feminino, 82,5% nos casos e 93,7%

nos controles. A presença do sexo masculino foi significativamente maior nos casos.

Não houve diferença significativa entre casos e controles quanto à faixa etária,

predominando em ambos os grupos a faixa de 60 a 69 anos. Nos portadores de SM, a

proporção de negros foi significativamente maior (31,1% vs 17,5%). Embora haja

predomínio de baixa escolaridade, em ambos os grupos, nos portadores de SM foi

significativamente maior a baixa escolaridade (70,9% vs 57,3%. A condição conjugal

não apresentou diferença significativa e ter 3 ou mais filhos (58,3% vs 43,7%) quando

ajustada perde significância estatística (Tabela 1).

Nas tabelas 2 a 4 limitaremos a descrição às analises ajustadas por sexo, faixa

etária, atividade física. Na Tabela 2, observou-se maior chance de SM nos idosos

obesos e nos que referiram dislipidemia. O consumo de bebidas alcoólicas ao menos 1

vez por semana aponta efeito protetor para SM (Tabela 2).

Foi observada na Tabela 3 maior chance de SM nos idosos que consumiam carne

vermelha e frango menos do que 1 dia por semana, consumiam embutidos em 1 ou mais

dias por semana e aveia menos do que 3 dias por semana, apresentavam consumo “não

diário” de leite desnatado e frutas e consumiam mais de um carboidrato na mesma

refeição. (Tabela 3).

Quanto às condições funcionais para alimentação apresentaram maior chance de

SM os idosos que referiram: sensação de boca seca, nunca sentir sede ou sentir muita

sede, sensação de saliva pouca e grossa, diminuição do paladar e do olfato, uso de

dentadura e necessidade de triturar os alimentos para mastigar e/ou engolir (Tabela 4).

Foi constatada interação entre as variáveis, “uso de dentadura/ necessidade de triturar os

alimentos”, “não sentir o gosto dos alimentos/não sentir cheiro” e entre “sensação de

boca seca/sede”, sendo que nos que apresentaram estas condições houve maior chance

de SM (Tabela 4).

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61

No modelo de regressão logística multivariada, ajustado por sexo, faixa etária,

escolaridade e atividade física observou-se associação direta e independente com SM

nas seguintes condições: ter dislipidemia, alteração na sensação de sede, interação “não

sentir gosto/não sentir cheiro”, usar ou precisar de dentadura, consumir embutidos, 1 a 2

dias na semana, consumo de aveia em menos de 3 dias por semana, e consumo de

frango em menos de 1 vez por semana. As variáveis com associação inversa foram:

consumo de ovo e bebidas alcoólicas.

Discussão

O predomínio do sexo feminino no estudo provavelmente está relacionado à

maior frequência de mulheres que utilizam os serviços de saúde (casos) e praticam

atividades físicas (controles). O perfil da amostra quanto ao sexo é semelhante a outros

estudos (Velasquez-Melendez, 2007; Tsou et al, 2012).

Na literatura, diversos autores que estudam SM em população adulta e idosa,

apontaram que os homens apresentam maior risco de SM, independente da faixa etária

(Song et al, 2014), como observado no nosso estudo. Outros autores observaram maior

risco de SM entre o sexo feminino (Johari e Shahar, 2014; Velasquez-Melendez et al,

2007). A chance de desenvolvimento da SM, segundo o sexo, varia de acordo com o

estilo de vida, hábitos alimentares, estado nutricional e hereditariedade (Gaillard, 2014;

Pinkhasov et al, 2012; Tsou et al, 2012).

Foi observada maior proporção de idosos de raça/cor preta/ parda entre os casos

que nos controles (31,1% vs 17,5%). As causas da SM são multifatoriais e a

hereditariedade pode ser considerada como um dos fatores de risco, capaz de explicar o

risco aumentado de SM em indivíduos negros. Embora a resistência à insulina, seja a

base das alterações cardiovasculares, HAS, triglicerídeos elevados e SM, na população

negra tem sido descrito menor risco destas alterações, porém um maior risco de HAS e

mortalidade, especialmente em portadores de insuficiência renal, secundaria a HAS

(Gaillard, 2014). A disfunção endotelial, mais prevalente em negros do que em brancos,

poderia levar a alterações vasculares, porém este mecanismo, ainda não é consenso na

literatura (Gaillard, 2014). Desta forma, destacamos que a presença de diferenças

socioeconômicas e a dificuldade no acesso adequado à saúde nos negros podem ser

considerados fatores de risco para o DM tipo 2, obesidade e sedentarismo (Gaillard,

2014).

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62

A SM é caracterizada por uma combinação de fatores de risco, como resistência

à insulina ou intolerância à glicose, dislipidemia e HAS (NCEP III, 2001), o risco para o

seu desenvolvimento aumenta significativamente com a idade (Velasquez-Melendez,

2007) e depende da combinação de alterações metabólicas, fisiológicas e de outros

fatores, como hábitos alimentares e sedentarismo. Além destes, a obesidade parece ser o

fator de risco predominante, não só no desenvolvimento da SM, mas também no

aumento do risco cardiovascular. A obesidade vem aumentando nas últimas décadas

entre os idosos, e o aumento da CC desempenha um importante papel na prevalência da

SM, tendo em vista, a associação com o aumento da resistência à insulina,

hiperglicemia, HAS e dislipidemia (Kraja et al, 2006; Berti et al, 2006).

Kuk e colaboradores (2009) descreveram as alterações na distribuição de

gordura corporal dos idosos, como sendo expressões fenotípicas associadas ao aumento

de resistência à insulina e outras anormalidades metabólicas relacionadas à HAS,

dislipidemia e DM. Para Gaillard (2014) a gordura abdominal poderia ser considerada

como preditora das alterações metabólicas e contribuir para o desenvolvimento da

dislipidemia, hiperglicemia, aumento da resistência à insulina e HAS.

No presente estudo, as variáveis associadas a SM foram ter dislipidemia,

alterações na sensação de sede, interação entre não sentir gosto e não sentir cheiro, usar

ou precisar de dentadura, consumo de embutidos, 1 ou mais dias por semana, de frango

em menos de 1 vez por semana, de aveia em menos de 3 dias por semana. A presença de

dislipidemia, apesar de ser um dos critérios de classificação para a SM, não foi incluída

como critério para a seleção dos casos no presente estudo, pois a maioria dos estudos

sobre a SM tem documentado a presença destas alterações por meio de exames

laboratoriais e nos usamos o auto-relato.

O uso de dentadura seja ela, bem adaptada ou não esteve associada a SM, estudo

de Hyvärinen et al (2015) evidenciou associação de ausência parcial ou total de dentes

com SM. A inflamação subclínica crônica seria o evento fisiopatogênico inicial de

diversas doenças crônicas não transmissíveis (Manjunath et al, 2011).

Desta forma, cabe o alerta para o desenvolvimento de ações de prevenção e

cuidados com a saúde bucal em portadores de SM, além da importância de preservar a

dentição, como uma medida de prevenção para problemas de mastigação, que tem como

consequência o comprometimento da qualidade da dieta e do estado nutricional (Savoca

et al, 2010).

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63

Há autores que descrevem a sensação de boca seca e hipossalivação em

portadores de DM (Borges et al, 2010; Shenoy et al, 2010), o que pode explicar o relato

de sensação de sede entre os portadores de SM, mais frequente do que entre os que não

tem SM. A disfunção do paladar e olfato está diretamente relacionada ao

envelhecimento, sendo decorrente da deterioração das vias nervosas, desde os

receptores até o sistema nervoso central (Boyce e Shone, 2006; Hoffman et al, 2009),

mas neste estudo, esteve independentemente associada a SM.

A diminuição de olfato e paladar contribuem para alterações dos hábitos

alimentares e do estado nutricional, onde a perda da capacidade gustativa pode ser um

dos fatores responsável pela necessidade que os idosos sentem de adicionar até tres

vezes mais sal e açucar aos alimentos. Ainda, o comprometimento destes sentidos tem

efeitos negativos sobre a qualidade de vida (Boyce e Shone, 2006).

A compra de alimentos ultraprocessados estimulada nas últimas décadas pelo

Marketing, atualmente é preferida pela população, devido à alta palatibilidade,

saciedade, baixo custo e facilidade por dispensarem o preparo. No entanto, estes

produtos são ricos em calorias, sódio e pobres em proteínas animais, sendo inadequados

para o consumo semanal (Monterio et al 2009; Monteiro et al, 2012; Martins et al,

2013). Entre 1997-98 e 2008-09, análises da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF),

apontaram aumento do consumo de embutidos de 0,7% para 2,6 do total de calorias

(Martins et al, 2013). Nos portadores de SM do presente estudo foi registrado maior

consumo semanal de embutidos que nos controles. Em descendentes japoneses, Freire e

colaboradores (2005) observaram associação direta entre o consumo de gordura e

frituras e a SM.

A aveia é um marcador de consumo de carboidratos integrais e o baixo

consumo pode ser um indicador de que os indivíduos não receberam a recomendação

dietética ou não foram informados da importância do seu consumo ou não aderiram à

recomendação/ orientação por falta de compreensão, ou por falta de preparo dos

profissionais de saúde para transmitirem a orientação de forma clara. Nos EUA, a

ingestão de grãos refinados esteve associada positivamente com hiperglicemia e SM

(Sahyoun et al, 2006) e na Coréia, apresentou-se associada ao consumo de carboidratos

em geral, especialmente entre as mulheres (Song et al, 2014). Na Malásia, o alto

consumo de carboidratos, elevou o risco do desenvolvimento da SM (Johari e Shahar,

2014). Já, em Porto Alegre, o consumo de: alimentos ricos em fibras solúveis, grãos

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integrais, frutas, legumes e feijão associaram-se negativamente com a SM (Steemburgo

et al, 2009).

O padrão alimentar é um importante condicionante da morbi mortalidade por

doenças crônicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2005), o

baixo consumo de frutas, legumes e verduras é responsável por 2,7 milhões de mortes

por ano; 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% das doenças cerebrovasculares

em todo o mundo. Apesar de uma das principais estratégias para prevenção de

complicações relacionadas à HAS, DM e doenças cardiovasculares ser a modificação

dos hábitos alimentares (Brasil 2011; SBD, 2009), constatou-se neste estudo que uma

grande parcela de idosos com SM não incorpora hábitos alimentares saudáveis.

A recomendação alimentar faz parte do tratamento não medicamentoso e a

frequência diária de alimentos como frutas, legumes e verduras em varias porções ao dia

têm sido considerada saudável (Brasil, 2014). Pela repercussão clínica na SM,

preferimos usar a opção de frequência diária desses alimentos e não a usada pelo Vigitel

(Brasil, 2010), que considera a categoria de frequência saudável, o consumo destes

alimentos, a partir de 5 dias da semana ou mais.

O consumo de álcool apresentou associação negativa com SM, sendo também

referido por Barbosa e Borgatto (2010), porém outros autores têm encontrado

associação positiva com SM (Passos et al, 2005; Chin, Lee e Young, 2014). Embora não

tenhamos quantificado o consumo, os idosos provavelmente fazem uso moderado de

álcool.

Em análises da POF entre 1987-88 e 2008-09, o consumo de ovos diminuiu de

1,3% para 0,8% do total de calorias consumidas (Martins et al, 2013). Não há estudos

referindo a associação do consumo de ovo com a presença de SM e a associação

negativa observada por nós, pode ser explicada pela alta saciedade que este alimento

proporciona. Desta forma o indivíduo evitaria o consumo de outros alimentos como os

de elevada densidade calórica e alto teor de sódio. Assim, o ovo pode, neste caso, ser

um marcador indireto de alimentação saudável.

O perfil de consumo de alimentos do presente estudo foi semelhante ao da

população geral, fato que pode refletir os valores culturais, hábitos e/ou falta de

orientações recebidas e estes fatores podem influenciar diretamente o controle não

eficaz das doenças e a alta prevalência de sobrepeso/obesidade. Considerando que a

eficácia do tratamento só é conseguida, através da incorporação de alimentação e prática

de atividade física regular, verificou-se assim a importância do desenvolvimento de

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estratégias para educação nutricional e promoção de saúde, aumentando a atenção dos

profissionais de saúde sobre o auto-cuidado e, reduzindo desta forma, as complicações

relacionadas à HAS e DM, mediante diminuição da obesidade abdominal e melhoria das

alterações metabólicas.

A prática de atividade física deveria ser diária, mas nos portadores de SM deste

estudo foi eventual e pode ter contribuído para o desequilíbrio energético, acúmulo de

gordura abdominal, atrofia muscular e desequilíbrio neuro-hormonal. As

recomendações atuais indicam que manter o condicionamento cardiorespiratório e

muscular pode contribuir para a diminuição do desenvolvimento da SM (Lakka et al,

2007). Na Itália, a SM foi mais prevalente em indivíduos sedentários do que em

indivíduos ativos, independente de outros fatores de confusão, e ainda, a atividade física

mostrou-se inversamente associada à resistência à insulina, CC e triglicerídeos (Bianchi

et al, 2008).

Várias são as limitações deste estudo, porém pelo fato dos sujeitos terem as

mesmas características demográficas da população e residirem nos cinco distritos e

saúde do município, pode-se considerar que seus achados são extrapoláveis para a

população usuária do sistema publico de saúde de Campinas-SP. O tamanho da amostra

pode ter sido insuficiente para evidenciar outras associações existentes e reduziu a

precisão das estimativas. Para este estudo caso-controle, sendo os casos de um

ambulatório hospitalar, o habitual seria a escolha de controles entre os pacientes do

mesmo ambulatório ou controles de vizinhança, que a princípio difeririam apenas por

não terem HAS+DM e obesidade abdominal. A escolha de uma amostra de usuários de

centros esportivos, distribuídos entre os cinco distritos de saúde possibilitou evidenciar

diversas associações que não foram descritas, mas que são biologicamente plausíveis e

ainda, a inclusão da variável “prática de exercício”, entre as variáveis de ajuste na

análise multivariada foi suficiente para controlar as diferenças entre casos e controles.

Conclusão

A abordagem clínica acerca da SM privilegia o estudo das alterações

metabólicas mediante as análises bioquímicas, já para a epidemiologia, o interesse é

voltado para os fatores de risco extrínsecos associados à SM que são possíveis de

modificação. O estudo reforça a importância das modificações no estilo de vida e a

redução da gordura abdominal.

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66

Foram identificados comprometimentos das funções orais em idosos portadores

de SM e a associação inversa do consumo semanal de álcool e de ovos. Além da

necessidade da prática de atividade física regular, evidenciou-se a necessidade de

cuidados com a alimentação, aumentando na dieta o consumo diário de alimentos ricos

em fibras solúveis, especialmente grãos integrais e o consumo semanal de ovos, como

também a limitação do consumo de embutidos a eventos ocasionais.

O elevado impacto da morbidade por doenças crônicas no orçamento do sistema

de saúde deve ser considerado, para direcionar os esforços das políticas de saúde ao

combate dos fatores de riscos modificáveis, mediante intervenções diretas de promoção

de hábitos saudáveis através do auto-cuidado e demais medidas já estabelecidas pelo

Ministerio de Saúde (MS 2013a, 2013b e 2014a), mas também é fundamental a

participação de setores externos à saúde, que possibilitem a prática de atividades físicas

na comunidade e o acesso a alimentos in natura de qualidade a preços acessíveis.

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Tabela 1. Perfil sociodemográfica de idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95%. Campinas, 2013- 2014.

Variáveis N SM (n=103)

%

Sem SM (n=206)

%

Valor de p*

OR (IC95%) ** OR ajustado (IC95% )***

Sexo Masculino Feminino

31 278

17,5 82,5

6,3

93,7

0,000 1,0

0,32 (0,15-0,68)

1,0

0,20 (0,83-0,46) Idade 60-69 70-79 80 e mais

175 108 26

54,4 35,0 10,7

57,8 35,0 7,3

0,583 1,0

1,06 (0,64-1,77) 1,56 (0,67-3,61)

1,0

0,75 (0,43-1,33) 1,04 (0,42- 2,58)

Estado conjugal Casado Outros

182 127

59,2 40,8

58,7 41,3

0,935 1,0

0,98 (0,61-1,59)

1,0

0,96 (0,55-1,68) Raça/Cor Branca/ amarela Preta/parda

241 68

68,9 31,1

82,5 17,5

0,007 1,0

2,13 (1,23-3,69)

1,0

2,10 (1,14-3,87) Anos de escolaridade 5 ou + 0-4

118 191

29,1 70,9

42,7 57,3

0,020 1,0

1,82 (1,09-3,01)

1,0

2,12 (1,20-3,73) Número de filhos 1-2 0 >=3

138 21 150

35,0 6,8

58,3

49,5 6,8

43,7

0,044

1,0

1,42 (0,53-3,79) 1,89 (1,14-3,12)

1,0

1,31 (0,44-3,88) 1,71 (1,00-2,93)

* valor de p teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.

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Tabela 2 - Estilo de vida e saúde em idosos com síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95%. Campinas, 2013-2014. Variáveis N SM

n=103 Sem SM

n=206 Valor de p*

OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***

Fuma Nunca fumou Ex- fumante Fuma

222 71 16

60,2 31,1 8,7

77,7 18,9 3,4

0,004 1,0

2,12 (1,22-3,68) 3,32 (1,18-9,30)

1,0

1,59 (0,85-2,98) 1,81 (0,59-5,55)

Consumo de Álcool Nunca ou mensal 1 ou mais dias/semana

280 29

96,1 3,9

87,9 12,1

0,019 1,0

0,29 (0,10-0,86)

1,0

0,18 (0,05-0,68) IMC Eutrófico Baixo peso Sobrepeso Obeso

113 25 63 108

30,1 1,9

17,5 50,5

39,8 11,2 21,8 27,2

0,000 1,0

0,23 (0,51-1,03) 1,06 (0,53-2,10) 2,46 (1,40-4,30)

1,0

0,24 (0,05-1,15) 1,11 (0,53-2,32) 2,16 (1,78-3,95)

Dislipidemia Não Sim

127 182

28,2 71,8

47,6 52,4

0,001 1,0

2,32 (1,39-3,85)

1,0

2,81 (1,61-4,91) * valor de p teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.

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72

Tabela 3- Frequência de consumo de alimentos em idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95% (Campinas 2013- 2014)

Variáveis N SM 103

Sem SM 206

Valor de P1

OR (IC95%)2 OR ajustado (IC 95%)3

Leite desnatado Diário Não diário

76 233

16,5 83,5

28,6 71,4

0,020 1,00

2,03 (1,11-3,71)

1,00

1,93 (1,01-3,66) Queijo branco 3 dias/sem ou mais 2 dias/sem ou menos

35 274

10,7 89,3

11,7 88,3

0,800 1,00

1,10 (0,52-2,35)

1,00

1,01 (0,45-2,26) Carne vermelha 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem <1 dias/sem

183 65 61

55,3 11,7 33,0

61,2 25,7 13,1

0,000 1,00

0,50 (0,25-1,00) 2,78 (1,54-5,04)

1,00

0,51 (0,24-1,07) 2,80 (1,47-5,34)

Frango 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem <1 dias/sem

152 19 138

35,9 5,8 58,3

55,8 6,3

37,9

0,003 1,00

1,44 (0,51-4,04) 2,39 (1,45-3,94)

1,00

2,36 (0,77-7,26) 2,55 (1,47-4,40)

Embutidos <1 dias/sem 1-2 dias/sem 3 ou mais dias/sem

173 121 15

37,9 53,4 8,7

65,0 32,0 2,9

0,000 1,00

2,86 (1,73-4,75) 5,75 (1,60-4,73)

1,00

2,75 (1,60-4,73) 4,13 (1,28-13,32)

Ovo <1 dias/sem 1-2 dias/sem 3 ou mais dias/sem

94 189 26

35,9 59,2 4,9

27,7 62,1 10,2

0,138 1,00

0,73 (0,44-1,23) 0,37 (0,13-1,06)

1,00

0,70 (0,40-1,22) 0,36 (0,12-1,09)

Arroz 3 ou mais dias/sem <= 2 dias/sem

276 33

93,2 6,8

87,4 12,6

0,118 1,00

0,51 (0,21-1,21)

1,00

1,14 (0,37-3,50) Aveia 3 ou mais dias/sem <= 2dias/sem

90 219

6,8 93,2

40,3 59,7

0,000 1,00

9,25 (4,09-20,93)

1,00

8,14(3,43-19,30) Feijão Diário Não diário

59 250

16,5 83,5

20,4 79,6

0,413 1,00

1,30 (0,70-2,41)

1,00

1,41 (0,71-2,81) Pão frânces 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem < 1 dias/sem

91 59 159

27,2 17,5 55,3

30,6 19,9 49,5

0,627 1,00

0,99 (0,49-2,01) 1,26 (0,73-2,18)

1,00

0,96 (0,44-2,09) 1,22 (0,67-2,23)

Alface e outras folhas Diário Não diário

98 211

27,2 72,8

34,0 66,0

0,226 1,00

1,38 (0,82-2,32)

1,00

1,64 (0,93-2,90) Frutas Diário Não diário

235 74

68,0 32,0

80,1 19,9

0,018 1,00

1,90 (1,11-3,25)

1,00

1,92 (1,06-3,48) Refrigerante Não consome Consome

232 77

79,6 20,4

72,8 27,2

0,193 1,00

0,69 (0,39-1,21)

1,00

0,64 (0,35-1,19)

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73

Acrescenta sal Não Sim

205 104

67,0 33,0

66,0 34,0

0,865 1,00

0,96 (0,58-1,58)

1,00

0,69 (0,39-1,19) Temperos prontos Não Sim

215 94

61,2 38,8

73,8 26,2

0,023 1,00

1,79 (1,08-2,96)

1,00

1,61 (0,93-2,79) Come mais de um carboidrato na mesma refeição Não Sim

196 113

50,5 49,5

69,9 30,1

0,001

1,00 2,28 (1,40-3,71)

1,00 1,98 (1,17-3,36)

Intervalo refeições 3/3 horas Come tempo todo 5 ou + horas sem comer

112 64 133

33,0 16,5 50,5

37,9 22,8 39,3

0,153 1,00

0,83 (0,42-1,65) 1,47 (0,87-2,51)

1,00

0,63 (0,30-1,34) 1,08 (0,60-1,96)

1 valor de p teste qui-quadrado 2 OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) 3 OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física

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74

Tabela 4 - Condições funcionais para alimentação em idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95% (Campinas 2013-2014)

Variáveis n

Com SM 103

Sem SM 206

Valor de p 1

OR bruto2 IC (95%)

OR ajustado3

IC (95%)

Sente a boca seca Não Sim

139 170

35,0 65,0

50,0 50,0

0,012 1,00

1,86 (1,14-3,03)

1,00

2,16 (1,26-3,71) Sente sede Normal Nunca/ muito pouca Muita

122 64 123

18,4 26,2 55,3

50,0 18,0 32,0

0,000 1,00

3,96 (1,97-7,94) 3,17 (4,68-5,04)

1,00

3,75 (1,78-7,89) 4,76 (2,48-9,17)

Saliva Normal e líquida Pouca e grossa

165 144

35,0 65,0

62,6 37,4

0,000 1,00

3,12 (1,90-5,11)

1,00

3,17 (1,85-5,42) Paladar Igual quando jovem Menos/ não sente gosto

158 151

38,8 61,2

57,3 42,7

0,002 1,00

2,11 (1,30-3,42)

1,00

2,44 (1,43-4,16) Olfato Igual quando jovem Menos Não sente cheiro

195 55 59

48,5 15,5 35,9

70,4 18,9 10,7

0,000 1,00

1,19 (0,61-2,31) 4,88 (2,63-9,05)

1,00

1,28 (0,63-2,59) 4,74 (2,42-9,20)

Dentadura Não precisa Esta adequada Mal adaptada/não gosta de usar

96 133 80

15,5 44,7 39,8

38,8 42,2 18,9

0,000 1,00

2,64 (1,39-5,04) 5,26 (2,63-0,51)

1,00

3,07 (1,48-6,36) 5,59 (2,85-12,10)

Necessidade de triturar ou bater os alimentos para mastigar e/ou engolir Não Sim

223 86

58,3 41,7

79,1 20,9

0,000

1,00 2,72 (1,62-4,55)

1,00 2,75 (1,57-4,83)

Presença simultânea de dentadura mal adaptada e necessidade de triturar Não Sim

234 75

65,0 35,0

81,1 18,9

0,002

1,00 2,30 (1,35-3,93)

1,00 2,14 (1,20-3,82)

Presença simultânea de não sentir gosto e não sentir cheiro Não Sim

256 53

65,0 35,0

91,7 8,3

0,000

1,00 5,97 (3,15-11,34)

1,00 5,31 (2,67-10,58)

Presença simultânea de boca seca e sede Não Sim

194 115

47,6 52,4

70,4 29,6

0,000

1,00 2,62 (1,61-4,27)

1,00 2,91 (1,69-5,00)

1 valor de p teste qui-quadrado 2 OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) 3 OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade, atividade física

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75

Tabela 5 – Modelo multivariado para Síndrome Metabólica em idosos, ajustado por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física. Campinas 2013-2014

Variáveis OR IC (95%) Valor de p 1 Dislipidemia Não Sim

1 3,56

1,73-7,35

0,001

Sente sede Normal Nunca/pouca Muita

1 3,11 3,64

1,23-7,85 1,60-8,23

0,006

Diminuição simultânea de gosto e cheiro Não Sim

1 2,73

1,16-6,41

0,021

Uso de dentadura Não precisa Esta adequada Mal adaptada/não usa

1 3,71 4,24

1,47-9,35 1,58-11,37

0,008

Embutidos < 1 dia/semana 1-2 dias/semana 3 e + dias/semana

1 4,24 5,81

1,92-9,36 1,29-26,14

0,001

Aveia 3 ou mais dias/sem <= 2 dias/sem

1 7,13

2,41-21,10

0,000

Frango 3 ou mais dias/semana 1-2 dias/ semana <1 dia/semana

1 3,15 2,56

0,82-12,04 1,26-5,19

0,021

Ovo < 1 dia/semana 1-2 dias/semana 3 e + dias/semana

1 0,34 0,12

0,15-0,77 0,02-0,56

0,010

Álcool Nunca/raramente 1 ou+ dias/semana

1 0,20

0,05-0,81

0,024

1valor de p teste qui-quadrado

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77

5.3. Artigo 3- WHITE, H., MARÍN-LEÓN, L.. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EM

SERVIÇOS DE SAÚDE - A PERCEPÇÃO DE IDOSOS PORTADORES DE

HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS. DEMETRA: Alimentação,

Nutrição & Saúde; 2014, 9(4): 867-880.

RESUMO

OBJETIVO: Descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas alimentares

entre idosos em face às orientações nutricionais recebidas. MÉTODO: Estudo

transversal realizado com idosos de ambos os sexos de Campinas- SP. Utilizado

questionário e as variáveis foram: demográficas e socioeconômicas, atendimento

nutricional, avaliação da qualidade das orientações nutricionais recebidas, consumo

alimentar. Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos e mais, ter hipertensão arterial e

diabetes mellitus, residir em Campinas. RESULTADOS: Participaram 150 idosos,

sendo 66,7% do sexo feminino com média de idade de 69,9 anos (dp ± 7,5). Os homens,

mais do que as mulheres, estiveram em acompanhamento nutricional regular nos

últimos 12 meses (68% e 32%). Apesar da maioria dos entrevistados relatarem que

receberam orientações nutricionais, o consumo diário recomendado não era atendido

para alimentos integrais (88%), verduras (71%), frutas (27%), não restringiam sal (67%)

e gordura animal (65%), e ainda 65% não cumpriam os horários das refeições. Disseram

ter recebido material educativo contendo orientações nutricionais, 80% dos homens e

64% das mulheres. No entanto, 50% das mulheres e 62% dos homens relataram ter

dúvidas sobre as orientações recebidas. CONCLUSÃO: A baixa adoção das

recomendações nutricionais aponta para a necessidade de melhorar à capacitação dos

profissionais de saúde para orientar, de forma eficiente, os pacientes quanto ao consumo

alimentar. Esta constatação reforça a importância da atuação de uma equipe de saúde

multiprofissional que motive os idosos a aderirem ao tratamento, viabilizando um

melhor controle das doenças crônicas e a prevenção de complicações secundárias.

Termos de indexação: educação nutricional, saúde do idoso, hábitos alimentares,

hipertensão, diabetes mellitus.

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NUTRITIONAL GUIDELINES IN HEALTH SERVICES– THE PERCEPTION OF

ELDERLY PATIENTS WITH HYPERTENSION AND DIABETES

SUMMARY

Objective: To describe some aspects of nutritional care and food practices in relation to

received nutritional guidelines. Methodology: Cross-sectional study with elderly of both

sexes in Campinas- SP, Brazil. A questionnaire was used to interview and the variables

were: demographic and socioeconomic, nutritional care, assessment of the quality of the

received nutritional guidance and food intake. Inclusion criteria were: 60 years and

older, to have high blood pressure (hypertension) and diabetes mellitus, to live in

Campinas. Results: A sample of 150 elderly was studied, 66.7% were female, the mean

age was 69.9 years (SD ± 7.5). Men had been in regular nutritional counselling in the

last 12 months more than women (68% and 32%). Although the majority of elderly

reported to have received nutritional guidelines, daily recommended intake was not

followed for whole foods (88%), vegetables (71%), fruit (27%); did not restrict salt

(67%) and animal fat (65%) and even 65% did not accomplish meal intervals.

Educational material, with nutritional guidance was received by 80% of men and 64%

of women. However, 50% of women and 62% of men reported having doubts about the

guidelines. Conclusion: The low attachment to nutritional recommendations indicates

the need to improve the training of health professionals in counselling patients

regarding food intake. This finding reinforces the importance of the performance of a

multidisciplinary health team that motivates seniors to adhere to treatment and, thus

enabling better control of chronic diseases and the prevention of secondary

complications.

Key-words: nutrition education, health of the elderly, food habits, hypertension,

diabetes mellitus.

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79

Introdução

Ramos et al1 tem destacado o envelhecimento populacional no Brasil e as

mudanças no perfil epidemiológico com o aumento das doenças crônicas e chamaram a

atenção para o elevado custo e cuidado permanente que estas demandam. Com o

envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente e torna os idosos

mais vulneráveis às doenças crônicas, sendo que na Pesquisa Nacional por amostra de

Domicílios (PNAD) de 2003, pouco mais de 53% da população de 65 anos e mais

apresentava, 1 ou mais doenças crônicas e 50% referiam 3 ou mais consultas médicas

nos últimos 12 meses2.

Nas análises da PNAD 2003 e 2008, o percentual de idosos portadores de

diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS) associadas aumentou de 8,4% para

11,3% na faixa de 60 a 69 anos de idade, de 10,4% para 13,1% na faixa de 70 a 79 anos

e em idosos mais velhos de 9% para 12,1%, os autores identificam também a maior

prevalência entre as mulheres e em moradores das áreas urbanas3.

Malta et al4

descrevem o elevado custo das doenças crônicas não transmissíveis,

sendo que em 2006 os custos diretos com atendimento ambulatorial e internações,

segundo estimativas do Ministério de Saúde foram de R$7,5 bilhões/ano.

Ao apresentar a importância da carga das doenças crônicas não transmissíveis no

Brasil, Schmidt et al5 destacam o crescimento do DM, HAS e excesso de peso e

atribuem seu aumento a mudanças negativas na dieta e diminuição da prática de

atividade física.

Houve mudança da dieta tradicional brasileira para uma alimentação

caracterizada por elevada densidade calórica, teor de açúcar, sal e gorduras saturadas

que aliada ao sedentarismo contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas,

como HAS e DM6. As diretrizes da American Dietetic Association (ADA)

7 e da

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)8

reforçam a importância do acompanhamento e

das orientações individualizadas, a fim de alcançar as metas do tratamento proposto e

consideram a alimentação e a atividade física como uma das principais estratégias para

o controle e tratamento do DM. As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia

(SBC)6

em 2007 mostraram a importância da dieta no controle das dislipidemias e em

2010, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)9

relatou os benefícios da dieta

mediterrânea entre outras recomendações para o controle da HAS.

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80

Nas doenças crônicas, a adesão aos tratamentos, em média é de 50% nos países

desenvolvidos, já nos países em desenvolvimento esse percentual é inferior e depende

da disponibilidade de serviços de saúde e das desigualdades de acesso à saúde10

.

Estudo realizado no Canadá, mostrou baixa adesão dos portadores de DM às

recomendações nutricionais e enfatizou que a dieta deve ser individualizada para que

seja mais eficaz e os indivíduos tenham maior aderência às recomendações11

.

O envelhecimento populacional, a demanda aumentada dos idosos por

atendimentos de saúde, principalmente entre portadores de doenças crônicas e a

necessidade de prevenir as complicações, justificam a realização deste estudo. Seu

objetivo é descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas alimentares

entre idosos em face das orientações nutricionais recebidas.

Métodos

Estudo transversal realizado com idosos portadores de HAS e DM de ambos os

sexos, de um serviço de saúde de Campinas-SP. Idosos que estavam em tratamento no

ambulatório de Hospital Universitário foram entrevistados enquanto aguardavam para

ser atendidos. Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos ou mais, residir em Campinas,

ter DM e também HAS, e concordar em participar da pesquisa mediante assinatura do

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Instrumento de Pesquisa: Foi utilizado um questionário construído pelos

autores e as seguintes variáveis foram consideradas:

a) Demográficas e socioeconômicas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-

79, 80 e +), estado conjugal (casado e outros), cor de pele (branca e outras), número de

filhos vivos (0, 1, 2, 3 e mais), número de pessoas no domicílio (vive só, 1, 2 e mais),

escolaridade (0- 4 anos e 5 e mais), renda pessoal em salários mínimos (SalM)

(<=1SalM e >=2SalM), aposentado (sim e não).

b) Atendimento nutricional em serviço de saúde: Quanto ao atendimento nutricional

foi perguntado - “O senhor (a) fez acompanhamento com nutricionista nos últimos 3

meses?”; “O senhor (a) fez acompanhamento nutricional regular, no último ano?/ ou

alguma vez na vida ?” (sim e não).

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81

c) Orientação nutricional e práticas alimentares: Foram feitas perguntas em relação

à alimentação- “O senhor (a) recebeu alguma orientação por escrito em relação à

alimentação?” (dieta, lista de alimentos, ambas e nenhuma); “O senhor (a) considera

que as dúvidas sobre alimentação foram esclarecidas?” (sim e não); “O senhor (a)

sentiu dificuldade para seguir as orientações recebidas?” (falta de vontade, não tem

dinheiro, esquece-se de comer nos horários, falta de conhecimentos e não recebeu

orientação).

As questões sobre orientações nutricionais recebidas e as práticas alimentares em

face dessas orientações foram cotejadas com as recomendações propostas pela

Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)6, Sociedade Brasileira de Hipertensão

(SBH)9, Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)

8,12 e American Diabetic Association

(ADA)7

sobre o consumo de: leite desnatado, verduras, frutas, leguminosas, alimentos

integrais, água, sal, temperos industrializados e alimentos ricos em gorduras. As

orientações recebidas foram classificadas em “sim ou não”, quando o idoso referiu ter

ou não recebido uma determinada orientação.

O Guia Alimentar para a População Brasileira13

também foi utilizado como

referência para o consumo e frequência alimentar. Ainda não há questionário validado

exclusivamente para os idosos, desta forma foi utilizado como referência um

questionário para adultos14

. Em relação à frequência alimentar de alimentos saudáveis,

as variáveis pesquisadas e categorias de respostas foram: leite desnatado ou

semidesnatado, verduras, frutas e leguminosas, alimentos integrais (< 3 vezes na

semana; 3 a 6 vezes na semana e diário); consumo de água (< 2 copos; 5 a 8 copos; 9 e

+). Entre os alimentos em que deve ser orientada a restrição incluíram-se: sal e tempero

industrializado (não/sim) e, alimentos ricos em gorduras (>2 vezes na semana; 1 a 2

vezes na semana e raramente). Ainda foi indagado o horário das refeições (come o

tempo todo; fica mais de 5 horas sem comer; come de 3/3 horas) e a diminuição ou

manutenção do peso (não/sim). Foi considerado consumo alimentar adequado, a última

categoria de respostas acima mencionadas; sendo considerado cumprimento das

recomendações nutricionais essa última categoria de resposta. A opção pela frequência

de consumo diário de alimentos saudáveis como padrão e não a usada pelo Vigitel15

(5

vezes ou mais), atualmente usada amplamente em estudos epidemiológicos, tem por

base a necessidade de utilizar o melhor padrão de dieta, visto que estas recomendações

fazem parte do tratamento não medicamentoso.

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82

Análise de dados

O programa Epidata versão 3.1 foi utilizado para digitar o banco de dados e

realizar as análises. Foram feitas análises estatísticas descritivas (frequências simples e

relativas) quanto a sexo, às orientações nutricionais e cumprimento de recomendações

nutricionais. O teste de chi quadrado foi usado para verificar associação.

O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de ética da Faculdade de

Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, aprovado pelo CEP parecer

115/233 (04/10/2012).

Resultados

Dos 150 idosos; 66,7% eram mulheres, a idade dos participantes variou de 60 a

92 anos, com média de 69,9 anos (dp ± 7,5). As variáveis com diferenças significativas

entre homens e mulheres foram: estado conjugal, renda, escolaridade e, aposentadoria,

sendo maior o percentual de homens casados, com renda de 2SM ou mais, com

escolaridade de 5 anos de estudo ou mais e que recebiam aposentadoria. Em geral,

houve predomínio em ambos os sexos de idosos casados, de cor de pele branca, com 3

ou mais filhos vivos e baixa escolaridade (Tabela 1).

Embora sem diferença estatisticamente significativa, os homens referiram maior

frequência de consulta com nutricionista que as mulheres, tanto nos últimos 3 meses

(40% e 28%) quanto nos últimos 12 meses (68% e 32%) e alguma vez na vida (90% e

74%) (Tabela 2).

No presente estudo; 80% e 64% dos homens e das mulheres, respectivamente

disseram ter recebido algum tipo de material educativo por escrito sobre orientações

nutricionais. É alta a frequência de dúvidas em relação às orientações (62% dos homens

e 50% das mulheres). Ainda, 49% das mulheres e 50% dos homens relataram falta de

vontade para comer o que foi recomendado e 49% das mulheres e 42% dos homens não

comem nos horários recomendados (Tabela 2).

Em relação às orientações nutricionais, todos os idosos relataram recebimento de

orientações relacionadas à necessidade de consumo de verduras, frutas e água, no

entanto as orientações não são seguidas por uma parcela dos entrevistados. Somente

28,7% consumiam verduras diariamente e a grande maioria (91,4%) consumia apenas

uma porção por refeição (dados não apresentados). Quanto às frutas, 73,3% consumiam

diariamente, porém apenas 1 porção. Somente 13,3% bebiam menos de 5 copos de água

por dia. Em relação ao consumo de leite desnatado; 93,3% receberam orientação e

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83

74,3% da amostra relatou consumo diário, porém de apenas 1 copo/dia. Embora quase

40% não tenha recebido orientação sobre a necessidade de consumo de leguminosas, os

percentuais em todas as categorias são muito semelhantes aos que receberam orientação,

atingindo quase 90%, as categorias de maior consumo. Apenas, em relação aos

alimentos integrais foi observado consumo significativamente maior nos idosos que

receberam a orientação (12,1% e 2% de consumo diário) (Tabela 3).

A parcela que não cumpria com as orientações de consumo diário, varia segundo

o alimento: alimentos integrais (87,9%), leguminosas (78,3%), verduras (71,3%), frutas

(26,7%) e leite desnatado ou semidesnatado (25,7%).

No entanto, todos os idosos referiram ter recebido orientação para diminuir o

consumo de sal, somente 33,3% relatou restringi-lo. Já a orientação para restringir o

consumo de tempero pronto foi recebida por 41,3% dos indivíduos, quanto ao

cumprimento desta restrição, não houve diferença com os que não receberam orientação

(59% e 58%). A restrição do consumo de alimentos ricos em gordura animal atingiu

92,7%, mas seu consumo semanal foi alto (63,6% nos que não receberam orientação e

59% nos que foram orientados). Assim a porcentagem de não cumprimento das

restrições foi de 66,7% para sal, 41% para temperos industriais e 69% para gordura

animal (Tabela 3).

A respeito da importância do horário das refeições; 88,7% declararam ter

recebido esta orientação, sendo que apenas 34,6% a seguem adequadamente; 52,6%

ficam mais de 5 horas sem comer e 12,8% comem o tempo todo, por tanto 65,4% não

cumprem a recomendação de horário das refeições (Tabela 3).

Quanto às orientações sobre a manutenção ou perda de peso, 82% receberam

esta orientação, no entanto o percentual que ganhou peso foi um pouco superior nos que

foram orientados (26% e 22,2%) (Tabela 3).

Discussão

O perfil demográfico dos idosos, deste estudo se assemelha ao de inquéritos

populacionais de saúde, com predomínio das mulheres, idosos na faixa etária de 60 a 69

anos e de indivíduos com baixa renda e escolaridade2, 16

.

Há considerações a fazer, quanto a limitações e pontos positivos do estudo. O

tamanho da amostra não permitiu que fossem observadas diferenças significativas de

adoção das recomendações nutricionais segundo ter ou não recebido orientação. A

população estudada embora, atendida no ambulatório de um único hospital, é de certa

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84

forma representativa da cidade, visto que o local de moradia dos sujeitos está

distribuído pelos diversos distritos e áreas de abrangência dos serviços de saúde. Ainda,

o estudo realizado com base na percepção dos idosos ajuda na compreensão das práticas

educativas pelo prisma de quem a vivência e permite também avaliar as expectativas

dos pacientes em relação ao modo como os profissionais dos serviços de saúde abordam

as necessidades dos idosos.

Este estudo é consistente com a pesquisa de Guimarães e Takayanagui17

que

avaliou os aconselhamentos nutricionais em pacientes diabéticos de Ribeirão Preto e

observaram que a maioria das orientações era prescrita por médicos (96,5%), porém

apenas 17,2% seguiam as recomendações sobre dieta.

No presente estudo, o cumprimento da orientação nutricional de manter ou

diminuir peso foi de 74%. Resultados similares aos nossos foram encontrados por

Assunção et al18

, em estudo com 378 diabéticos realizado em Pelotas, quanto à perda ou

manutenção de peso, 72% dos idosos receberam orientação e apenas 26,5% cumpriam à

recomendação; no presente estudo, uma porcentagem semelhante (80%) recebeu essa

orientação, mas o cumprimento foi maior (45%). Ainda comparando este estudo com o

de Assunção et al18

, em relação à orientação nutricional, o percentual que recebeu

orientação foi semelhante (80% e 85%), porém o cumprimento neste foi maior (74% e

53%).

No estudo de Paiva et al19

com 72 pacientes portadores de hipertensão ou

diabetes realizado em Francisco Morato-SP, foi menor o percentual de idosos que

declararam ter recebido orientações sobre manutenção do peso (59,4%), no entanto

75,0% dos idosos seguiam a dieta de forma adequada ou parcial.

Estudo com amostra aleatória, realizado com 785 hipertensos e 823 diabéticos

atendidos em 208 equipes da Estratégia Saúde da Família, distribuídas em 35

municípios do estado de Pernambuco-PB aponta que embora, mais de 70% de cada

grupo apresentasse excesso de peso, somente 16% dos hipertensos e 14% dos diabéticos

referiram seguir a recomendação para perda de peso; quanto ao cumprimento da

restrição de sal, foi elevado (90%), sendo maior nos municípios de pequeno porte e

principalmente nos diabéticos com hipertensão associada20

.

O cumprimento das orientações de dieta, no presente estudo são superiores às

observadas na década de 90 em pesquisa de abrangência nacional com adultos

hipertensos, diabéticos, obesos e com hiperlipidemia nos EUA, que observou

cumprimento da dieta em menos de 45% dos indivíduos, esse percentual foi mais

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85

elevado nos sujeitos que apresentaram três fatores de risco cardiovascular, neles o

cumprimento foi de 59%21

, portanto a aderência às recomendações nutricionais nesse

estudo em sujeitos em condição clínica semelhante aos de nossa amostra, foi inferior

aos nossos sujeitos.

No presente estudo, embora a grande maioria dos entrevistados tenha declarado

receber orientações nutricionais, os idosos consumiam menos do que o recomendado, de

acordo com as diretrizes da ADA7, SBD

8,12, SBC

6 e SBH

9 em relação a: verduras,

frutas, legumes e alimentos integrais, sendo que uma grande parte não as consumia

diariamente. Em relação ao comportamento alimentar não saudável, observou-se

elevada ingestão de sal, temperos prontos e gorduras animais, e apenas uma pequena

parcela mantinham os intervalos adequados entre as refeições.

A importância da alimentação saudável para a prevenção primária de síndrome

metabólica é destacada por estudo de coorte francês, que aponta que os indivíduos que

seguiam as recomendações nutricionais apresentaram menor chance de desenvolver

sindrome metabólica, havendo sinergismo entre dieta e atividade fisica 22

.

Apesar de os idosos receberem orientações nutricionais, grande parte não as

seguia, provavelmente por não entenderem as orientações recebidas e/ou sentirem-se

desmotivados para cumpri-las e não compreenderem a importância das medidas para o

controle das doenças. Para Cotta et al23

, o desconhecimento sobre a natureza

multifatorial do DM e da HAS dificulta a compreensão do tratamento e diminui o

cumprimento, concordamos com os autores na necessidade de estimular o

empoderamento dos pacientes mediante educação em grupos, que possa permitir

autonomia nas escolhas, decisões e comportamentos frente ao tratamento.

Na Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-200924

constatou-se

consumo insuficiente de frutas, verduras e legumes e consumo excessivo de gorduras de

origem animal. Há semelhança entre o comportamento alimentar da população geral e o

comportamento dos idosos portadores de HAS e DM do presente estudo. Esta

constatação evidencia a complexidade do controle das doenças e a necessidade de

considerar os determinantes econômicos, culturais e ambientais que possam influenciar

nas escolhas alimentares. Estudo de revisão sistemática referencia vários estudos

internacionais em que é observada maior dificuldade para realizar escolhas saudáveis

em população de baixa renda25

.

Considerando os resultados de baixo cumprimento das recomendações

nutricionais e insuficiente orientação, observados no presente estudo e em diversos

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86

outros, fica evidente a necessidade de melhorar a qualidade do atendimento, não só, de

se investigar fatores individuais e relacionados à qualidade dos serviços de saúde, mas

também abordar de maneira global, incluindo os aspectos sociais e culturais, utilizando

estratégias de ação voltadas para a população, especialmente a mais vulnerável.

No estudo de Assunção e Ursine26

realizado com 164 pacientes portadores de

diabetes de um centro de saúde de Belo Horizonte- MG, os autores descrevem elevada

adesão às orientações não medicamentosas. Esse comportamento é explicado pelo fato

de os indivíduos participarem de grupos específicos para diabéticos e sentirem-se

motivados com o tratamento, desta forma, fica clara a motivação, como uma das

estratégias para melhorar a compreensão das doenças, a adesão ao tratamento e a

participação em grupo amplia a rede de apoio social e permite um aprendizado

dinâmico na interação com os outros participantes. Ainda, nesta abordagem, considera-

se importante apresentar o novo Guia Alimentar para a População Brasileira27

e discutir

o valor nutritivo dos alimentos ultraprocessados e incentivar o consumo de alimentos

saudáveis e valorizar os produtos in natura e o preparo de comidas caseiras. Santos28

destaca a necessidade de uma educação que se fundamente na promoção de qualidade

de vida e saúde e não baseada no medo da morte.

Diante do exposto, mostra-se necessário melhorar a capacitação dos

profissionais de saúde para orientar os pacientes portadores de diabetes e hipertensão,

transcendendo apenas o tratamento medicamentoso.

CONCLUSÃO

O baixo cumprimento das recomendações nutricionais de pacientes portadores

de HAS e DM aponta para a necessidade de melhorar à capacitação dos profissionais de

saúde para motivar os pacientes quanto à alimentação e reforça a importância da

atuação de uma equipe de saúde multiprofissional, viabilizando um melhor controle das

doenças crônicas e a prevenção de complicações secundárias.

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90

Tabela 1. Perfil Sociodemográfico de idosos portadores de diabetes e

hipertensão usuários de um ambulatório hospitalar segundo sexo

(n=150), Campinas SP- 2013.

Variáveis

N Feminino

n=100

(%)

Masculino

n=50

(%)

Valor

de pa

Idade

60-69

70-79

80 e +

77

54

19

54,0

33,0

13,0

46,0

42,0

12,0

ns

Estado conjugal Casado

Outro

95

55

55,0

45,0

80,0

20,0

0,030

Cor de pele

Branca

Outras

99

51

67,0

33,0

64,0

36,0

ns

Filhos vivos

0

1-2

3 e +

9

56

85

5,0

38,0

57,0

8,0

36,0

56,0

ns

Número de pessoas

no domicílio

0

1

2 e +

22

67

61

18,0

43,0

39,0

8,0

48,0

44,0

ns

Anos estudo

0-4

5 e +

106

44

77,0

23,0

58,0

42,0

0,020

Valor rendimento

<=1 Sal.Min

>=2 Sal.Min

85

65

68,0

32,0

34,0

66,0

0,000

Aposentado

Sim

Não

88

62

46,0

54,0

84,0

16,0

0,000

avalor de p do teste de chi-quadrado; Sal.Min= Salario mínimo.

ns= não significativo p>=0,05.

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91

Tabela 2. Frequência de respostas relativas ao atendimento em serviços de saúde

segundo tipo de profissional consultado e sexo do paciente portador de diabetes e

hipertensão (n=150). Campinas-SP,2013.

Variáveis N Feminino

n=100 (%)

Masculino

n=50 (%)

Valor

de pa

Atendimento com nutricionista nos

últimos 3 meses

Sim

48

28,0

40,0

ns

Acompanhamento nutricional regular

nos últimos 12 meses

Sim

55

32,0

68,0

0,023

Acompanhamento nutricional alguma

vez na vida

Sim

119

74,0

90,0

ns

Tipo orientação escrita sobre

alimentação

Dieta e lista de alimentos

Lista de alimentos

Nenhuma

12

92

46

7,0

57,0

36,0

10,0

70,0

20,0

ns

Dúvidas sobre alimentação

Sim

81

50,0

62,0

ns

Dificuldades para seguir as

orientações recebidasb

Falta de vontade

Não tem dinheiro

Esquece comer nos horários

Falta de conhecimento

Não recebeu orientação

74

39

69

30

35

49,0

29,0

49,0

18,0

25,0

50,0

20,0

42,0

24,0

20,0

ns

ap valor do teste de chi-quadrado

ns= não significativo p>=0,05

bAs pessoas podiam responder mais de uma alternativa, por isso o total

ultrapassa o 100%.

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92

Tabela 3. Frequência de recebimento de orientações nutricionais/ atividade física e

seguimento das recomendações segundo frequência de consumo ou do comportamento,

em portadores de diabetes e hipertensão (n=150). Campinas SP 2013.

Tipo de orientação

Nutricional

Recebeu

orientação

(%)

Seguimento das recomendações nutricionais (%)

< 3 vezes/sem 3-6 vezes/sem Diário

Leite desnatado ou semi

Sim

Não

93,3

6,7

5,0

10,0

20,7

30,0

74,3a

60,0

Verduras

Sim

100

35,3

36,0

28,7b

Frutas

Sim

100

5,4

21,3

73,3c

Leguminosas

Sim

Não

61,3

38,7

13,0

13,8

65,3

65,5

21,7

20,7

Alimentos integrais

Sim

Não

66,0

34,0

60,6

90,2

27,3

7,8

12,1

2,0

Água

Sim

100

< 5coposd

13,3

5-8 coposd

18,7

9 e+coposd

68,0

RESTRITOS

Sal

Sim

Não

100

0

Livre

66,7

0

Restrito

33,3

0

Temperos prontos

Sim

Não

41,3

58,7

Livre

41,0

42,0

Restrito

59,0

58,0

Alimentos ricos em

gordura

Sim

Não

92,7

7,3

> 2 vezes/sem

7,2

0

1-2 vezes/sem

51,8

63,6

Raramente

41,0

36,4

OUTRAS

ORIENTAÇÕES

Seguir o horário das

refeições

Sim

Não

88,7

11,3

Come o tempo

todo

12,8

17,7

Mais de 5

horas sem

comer

52,6

64,7

Come de 3/3

horas

34,6

17,6

Manter/ Perder peso

Sim

Não

82,0

18,0

Ganhou

26,0

22,2

Manteve

50,4

51,9

Perdeu

23,6

25,9

aPorção equivalente a uma xícara

bEquivalente a uma porção

c Unidade ou uma fatia de fruta

d Copos por dia

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93

6. DISCUSSÃO GERAL

O interesse por estudos voltados à população idosa, através da investigação dos

fatores que contribuem para a qualidade de vida, bem como das variações que ocorrem

nesta fase da vida são relevantes para a área de Saúde Pública e Envelhecimento no

Brasil, e contribuem para a expansão do debate sobre envelhecimento.

O rápido envelhecimento da população traz consigo uma série de dificuldades e

representa um desafio para o Sistema Único de Saúde do Brasil. Potencializado pela

transição epidemiológica, aumenta os fatores de risco para as doenças crônicas, e desta

forma, tornam-se necessários transformações na forma de como o sistema de saúde se

organiza para ofertar atendimento adequado à população. Em geral, as doenças são

crônicas e múltiplas e perduram por vários anos de vida e exigem acompanhamento e

cuidados permanentes, desta forma aumentam a carga da doença ao gerar aumento da

procura por serviços de saúde (Schmidt, 2011).

A velocidade do envelhecimento depende do contexto no qual os indivíduos

estão inseridos, sendo que às condições econômicas, sociais e de saúde têm maior

impacto nas camadas de baixa renda e portadores de doenças, provocando maior

declínio físico e emocional. Mesmo o envelhecimento quando livre de doenças, envolve

de certa forma, algum grau de perda funcional (Rebouças et al, 2013). Entre os fatores

que podem influenciar na saúde dos idosos e contribuir com a diminuição da qualidade

de vida destacam-se as mudanças de comportamentos associadas ao envelhecimento,

como os hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, consumo regular de álcool e

tabaco.

Atualmente, observam-se mudanças nos papéis e comportamentos dos idosos,

que têm priorizado a saúde, especialmente por meio da alimentação adequada e da

prática de atividade física (Papaléo Netto, 2007). A partir da segunda metade do século

XX, ocorreram transformações relacionadas à velhice, e o envelhecimento passou a ser

relacionado à imagem positiva de se viver mais e melhor (Rebouças et al, 2013). O

estereótipo dos idosos que necessitam de cuidados, que são inativos e medicalizados

têm se colocado na contramão do papel real dos idosos da atualidade. A maioria tem

total ou parcial autonomia, capacidade de contribuir para o desenvolvimento

econômico, social e cultural e desempenham papéis importantes na família, enquanto

não apresentam incapacidades cognitivas limitantes (Andrade et al, 2014; Camarano e

Kanso, 2011). Muitos idosos contribuem com a renda familiar, e segundo dados da

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PNAD (2008), 85% dos idosos são ativos e produtivos, mesmo quando apresentam

algum problema de saúde, visto que 48,9% apresentam mais de uma doença crônica

(IBGE, 2010).

Entre as condições de saúde mais frequentemente associadas ao declínio

funcional, estão a HAS e o DM, que representam os mais importantes fatores de risco

para o AVC e incapacidades. Os fatores sociais, culturais, biológicos, e as doenças

como HAS e DM podem dificultar as atividades realizadas pelos idosos. O controle

adequado destas doenças auxilia na prevenção da perda funcional, além da interação

social ter sido apontada como fator essencial para a preservação da capacidade

funcional. As atividades sociais e o contato com outras pessoas, através do trabalho ou

lazer, devem ser valorizados ao longo da vida, especialmente entre os idosos com idades

mais avançadas, a fim de preservar a saúde e prevenir o desenvolvimento de doenças e

incapacidades (D'orsi, Xavier, Ramos, 2014). Os idosos não portadores de HAS e DM

do presente estudo mantinham as atividades, a vida social ativa, e a saúde se encontrava

preservada em todos os sentidos. Desta forma, nos controles constatou-se como em

outros estudos (Kumar et al, 2014; Chaimowicz, 2011), que além da capacidade

funcional, é fundamental que os idosos tenham atitudes positivas em relação ao auto-

cuidado para que mantenham uma velhice saudável.

A transição demográfica, epidemiológica e nutricional e a exposição aos fatores

de risco, como hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo têm acarretado

aumento expressivo da obesidade e de doenças crônicas (Schmidt et al, 2011) e estudos

demonstram a importância da prevenção e do controle dos fatores de risco

cardiovasculares, minimizados por meio de mudanças do estilo de vida, como uma das

principais estratégias para prevenir a morbi mortalidade, principalmente em populações

idosas mais jovens (Gerab et al, 2012).

A assistência aos indivíduos com DM precisa estar voltada para um processo de

educação em saúde que os auxilie a compreender a doença e reforce sua percepção de

riscos à saúde e desenvolva habilidades para manter a autonomia (MS, 2013a).

Todos os profissionais da Saúde devem estar aptos a orientar essas medidas, que

são de baixo custo e ajudam no controle da glicemia e de outros fatores de risco

cardiovasculares (MS, 2013a). O plano de cuidado para o controle do DM preconiza a

orientação de medidas de mudanças de estilo de vida, incluindo o controle metabólico

que, em geral, dependem de alimentação regular e de exercícios físicos, redução do

consumo de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo.

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As ações educativas para o cuidado de indivíduos com HAS visam orientar a

restrição da adição de sal na preparação de alimentos, identificação da quantidade de sal

e/ou sódio presente nos alimentos industrializados, além de incentivar as medidas de

mudanças de estilo de vida, que são comuns para o controle das doenças crônicas (MS,

2013b).

As estimativas de prevalência de doenças crônicas auto-referidas apresentam a

vantagem da rápida obtenção da informação e o baixo custo, que pode ser adotada em

grandes populações. As doenças auto-referidas, assim como a identificação de grupos

vulneráveis, são de grande importância para o planejamento em saúde. Estas medidas

auto-referidas tem sido usadas nos inquéritos nacionais de saúde da PNAD (Travassos,

Viacava, Laguardia, 2008) e do VIGITEL (Malta, 2009) e sua reprodutibilidade e

acurácia tem sido consideradas adequadas.

Várias são as limitações deste estudo, a principal é a diferença entre casos e

controles, visto que sendo os casos pacientes de um ambulatório hospitalar, o habitual

seria a escolha de controles entre os pacientes do mesmo ambulatório ou controles de

vizinhança, que a princípio difeririam apenas por não terem HAS+DM e obesidade

abdominal. No entanto, a opção por controles de vizinhança inicialmente proposta não

foi possível por falta de recursos. A opção possível foi a escolha de uma amostra de

usuários de centros esportivos, distribuídos pelos cinco distritos de saúde, sendo que

para controlar a diferença de atividade física entre casos e controles foi incluida a

variável “prática de exercício”, entre as variáveis de ajuste na análise multivariada.

Ainda o tamanho reduzido de casos da amostra pode ter sido insuficiente para

evidenciar outras associações existentes e reduziu a precisão das estimativas. Os casos

foram pacientes acompanhados em um hospital escola, provavelmente encaminhados

dos centros de saúde de origem a essa instituição por dificuldades de controle clinico,

assim os achados do estudo não sao diretamente extrapoláveis aos portadores de

HAS+DM da rede primaria de saúde que na sua maioria não apresentam problemas de

controle das doenças.

No entanto, as limitações referidas há pontos positivos a serem destacados –

embora uma instituição hospitalar possua maiores recursos materiais e de equipe

multidisciplinar foram evidenciadas varias associações que são biologicamente

plausíveis e características que apontam para a necessidade de uma melhoria no

atendimento, especialmente quanto às orientações não medicamentosas. Ainda, o fato

dos casos serem pacientes predominantemente de baixa renda e residirem nos cinco

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distritos de saúde do município, permite considerar que os achados são parcialmente

extrapoláveis para a população vulnerável usuária do sistema de saúde pública, e

especialmente para a rede básica do município de Campinas. Finalmente considerando

que o estudo foi realizado levantando informaçãoes auto-referidas, isto é abordou-se a

percepção dos idosos e assim, o estudo ajuda na compreensão das práticas educativas

pelo prisma de quem a vivência e permite também avaliar as expectativas dos pacientes

em relação ao modo como os profissionais dos serviços de saúde abordam as

necessidades dos idosos.

Diante dos fatores relacionados ao envelhecimento e as doenças crônicas, o

Ministério da Saúde do Brasil, tem implantado importantes políticas de enfrentamento

das doenças crônicas, além de apoiar as políticas públicas de promoção à saúde, com o

intuito de priorizar ações no campo da alimentação saudável, atividade física e

prevenção do uso do tabaco e álcool (Schmidit, 2011). O programa antitabagismo foi

criado há mais tempo, tem sido eficaz e tem conseguido diminuir expressivamente a

prevalência de tabagismo em toda a população e a associação com doenças crônicas não

têm sido observadas nos estudos mais recentes (Ramos et al, 2014).

Os programas de promoção da saúde (MS, 2014a) têm como objetivo reduzir a

vulnerabilidade e os fatores de risco à saúde, e atualmente estão presentes na maioria

das unidades básicas de saúde do Brasil. No levantamento realizado por Ramos e

colaboradores (2014), 97% das unidades de saúde possuíam pelo menos um tipo de

programa de promoção da saúde, o programa “Alimentação Saudável” foi o mais

prevalente. Considerando a crescente taxa de obesidade no Brasil, reforça-se a

necessidade de melhorar a atenção à nutrição e procurar formas de viavilizar o

programa “Alimentação Saudável” de forma mais eficiente.

O expressivo número de idosos com alterações do estado nutricional observados

entre os casos e controles, reflete a baixa adesão às orientações nutricionais e aponta

para a necessidade de aprimorar a capacitação dos profissionais de saúde quanto ao

aconselhamento nutricional. A prevenção e o controle da obesidade deve prever a oferta

de um arcabouço de ações que apoiem os indivíduos na adoção de práticas de saúde que

permita a manutenção ou a recuperação do peso saudável. É fundamental que a Rede de

Atenção à Saúde, em especial as equipes de Atenção Básica contribuam para o

empoderamento dos indivíduos sobre suas condições de saúde de forma a auxiliá-los no

processo do autocuidado, ou seja, na atenção e ação que exercem sobre si mesmos para

preservar e cultivar uma boa qualidade de vida (MS, 2014b).

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Os profissionais precisam estar atentos aos aspectos relacionados à alimentação

e à nutrição, considerando-os determinantes de saúde e levando em consideração a

subjetividade e a complexidade do comportamento alimentar, e que a equipe de saúde

avalie seu paciente integralmente, já que o execesso de peso esta associado a outros

fatores de risco (MS, 2014a).

Os programas de práticas de atividades físicas foram recentemente introduzidos

no Brasil (MS, 2014a) e têm se mostrado eficazes, porém ainda não estão disponíveis na

maioria das unidades de saúde. Os resultados do estudo de Ramos e colaboradores

(2014) apontam para futuras ações de promoção da saúde, como parte do plano nacional

para controlar o aumento das doenças crônicas não transmissíveis até 2022.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a promoção da saúde é

um processo de capacitação da comunidade em geral, com o objetivo de aumentar o

controle sobre os determinantes de saúde e melhorar a qualidade de vida. No Brasil, este

conceito tem sido recém-definido como "nova promoção da saúde" e tem como objetivo

reduzir as desigualdades na saúde e melhorar a qualidade de vida (Malta, et al, 2011).

No Brasil tem sido formulado um conjunto de políticas públicas relacionadas à

nutrição e envelhecimento de ótima qualidade, porém ainda falta ser colocado em

prática, de maneira eficaz e abrangente.

A promoção da alimentação adequada e saudável, além de ser uma diretriz da

Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) conforma uma ação transversal

incorporada em todas as ações, programas e projetos (MS, 2014a).

A não adesão às recomendações nutricionais recebidas têm sido uma das

principais causas para o aumento da morbidade e mortalidade, redução da qualidade de

vida, aumento na frequência da utilização dos serviços de saúde e maior custo médico.

Idosos portadores de HAS e DM, deste estudo demonstraram dificuldades em aderir às

recomendações nutricionais.

O papel das equipes de Atenção Básica é fundamental no sentido de apoiar os

portadores de condições crônicas fornezendo-lhes informações que lhes permitam

autocuidado e, deve ser sistematicamente avaliada pelos profissionais, que precisam

estar atentos às mudanças de atitude dos usuários (MS, 2014a).

Esta temática é bastante atual, especialmente em se tratando de idosos

portadores de DM e HAS e aponta para a importância do conhecimento dos

comportamentos prejudiciais à saúde, e as atitudes, crenças e valores individuais para

um estilo de vida saudável.

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A compreensão, o esclarecimento de dúvidas em relação ao tratamento, a

relação de empatia entre o profissional de saúde e o paciente e o respeito pelas

capacidades cognitivas, crenças culturais e condições econômicas são consideradas

fundamentais para que os idosos sigam as recomendações recebidas (MS, 2014a).

As orientações impartidas nos serviços de saúde são ainda bastante prescritivas e

impedem à tomada de decisões dos pacientes. Ainda, a baixa inserção do profissional

nutricionista na rede de atenção básica de saúde até o momento, e consequentemente, da

carência de ações de educação nutricional, tem sido também um dos impeditivos para a

integralidade no cuidado.

Em geral, existe desconhecimento sobre a atuação do profissional nutricionista,

sendo apenas intitulado como prescritor de dietas para emagrecimento e não como

agente modificador, capaz de auxiliar na prevenção e no controle das doenças crônicas

(MS, 2014a).

Os serviços de saúde estão sendo direcionados, no sentido de considerar não

apenas as doenças, mas também as preferências e os hábitos dos indivíduos, visto que

existem diferentes abordagens em relação à alimentação, fato que pode permitir ao

nutricionista a aproximação e a valorização do saber popular e da individualidade dos

pacientes. Ressalta-se que a realização do aconselhamento nutricional, por parte dos

nutricionistas, a partir do comportamento alimentar e dos elementos psicobios-

socioculturais da alimentação e da comensalidade, tendem a aproximar a nutrição ao

processo saúde-doença-cuidado, abordando de maneira interdisciplinar os problemas

relacionados à nutrição (Demétrio et al, 2011).

Para Demétrio e colaboradores (2011) a educação nutricional deve valorizar a

cultura e os determinantes sócio-históricos, procurando também melhorar a relação

nutricionista-paciente. Os autores consideram necessário superar modelos de

atendimento clinico padronizados, baseados apenas em restrições, sendo fundamental

reformular as práticas em nutrição e saúde no sentido de humanizá-las (Demétrio et al,

2011).

Enquanto as condutas e práticas relacionadas aos atendimentos forem

prescritivas e não considerarem os usuários dos serviços de saúde como sujeitos

inseridos em um contexto que tem potencialidades e limites, não melhorara a adesão às

boas práticas alimentares. O cuidado nutricional só ocorrerá se o usuário dos serviços de

saúde for protagonista do seu processo de autocuidado e apto para realizar modificações

de hábitos e estilo de vida.

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No entanto, para se concretizarem as mudanças dos comportamentos

nutricionais e de atividade fisica, a responsabilidade não pode estar exclusivamente

centrada no idoso. Desta forma, cabe aos serviços de saúde locais apoiar as mudanças

de comportamentos construídos socialmente e os níveis centrais de saúde municipais,

estadual e federal devem procurar a integração com as entidades encarregadas do

urbanismo, trânsito, segurança publica e propaganda e marketing de produtos

alimentícios (Parra, 2010; King AC, 2011; Belon e Nykiforuk, 2013; Belon, 2014) para

que os idosos tenham segurança para praticar transporte ativo, caminhar como forma de

lazer, e ter acesso a alimentos inatura a preços assessíveis e qualidade adequada ao

consumo.

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7. CONCLUSÃO

Problemas relacionados à alimentação, geralmente são decorrentes de dietas

inadequadas e fatores limitantes, como dificuldades de acesso aos alimentos,

dependência e falta de autonomia, falta de conhecimento acerca das escolhas dos

alimentos, que devem ser consumidos para uma dieta habitual saudável, e também à

insatisfação, uma vez que a alimentação tem forte conotação psicológica, econômica e

cultural. As condições econômicas, educacionais e os hábitos culturais presentes ao

longo de toda a vida dos indivíduos, configuram antecedentes da qualidade da saúde

geral na velhice.

Não apenas as doenças crônicas influenciam as condições de saúde e a qualidade

de vida, mas outros fatores, como a obesidade, sedentarismo e má alimentação,

demostraram gerar impactos similares na qualidade de vida.

O estudo reforça a importância das mudanças do estilo de vida, especialmente

entre os idosos com DM e HAS, com intuito de manter o controle metabólico e evitar

complicações relacionadas às doenças. O envelhecimento saudável passa a ser visto,

como a relação harmoniosa entre saúde física, mental, independência, integração social,

econômica e suporte familiar, pois são elementos que propiciam melhoria da qualidade

de vida. A prática de atividade física e a alimentação equilibrada são estratégias

fundamentais para redução do risco de complicações de doenças crônicas não

transmissíveis.

O estudo contribui com informações acerca do comportamento dos idosos

acometidos por HAS e DM e aponta a necessidade de revisar as políticas e programas

que tem como objetivo, promover e apoiar comportamentos saudáveis entre os idosos.

Sugere-se que sejam realizados estudos longitudinais sobre atividade física e

ingestão alimentar entre os idosos que frequentam as unidades básicas de saúde e estão

inseridos em programas de saúde especificos, permitindo assim, ampliar o entendimento

das intervenções nas mudanças de comportamento alimentar e de atividade fisica.

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117

9. ANEXOS

9.1.ANEXO 1. . TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(TCLE)

(Conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde)

Eu, Harriet J. White, aluna de doutorado em Saúde Coletiva solicito sua participação na

pesquisa que tem por objetivo descrever os principais fatores associados aos hábitos

alimentares e de saúde em idosos com 60 anos e mais, residentes em Campinas. Serão

investigados aspectos relacionados às características familiares, da saúde e consumo de

alimentos. Será realizada a entrevista em sessão única, de cerca de quarenta minutos de

duração. Uma parte será realizada com idosos atendimentos nos ambulatórios do Hospital das

Clínicas da Unicamp (HC) e dois terços das entrevistas serão realizados em centros de

esportes vinculados a prefeitura de Campinas. Este trabalho trará importantes contribuições

para o conhecimento de questões ligadas à saúde do idoso e seus hábitos de saúde e ajudará

a aperfeiçoar a ações para prevenção e tratamento de doenças relacionadas à nutrição. A

participação neste estudo não trará qualquer risco para a saúde do entrevistado e a

participação não implicará em nenhum tipo de gasto. Os resultados da pesquisa serão

divulgados em reuniões científicas e em publicações especializadas, sem que os nomes dos

participantes sejam revelados. Os dados pessoais dos entrevistados estão protegidos por sigilo

e anonimato. A participação na pesquisa é voluntária e a qualquer momento o entrevistado

pode decidir deixar de participar. Em caso de qualquer dúvida, o entrevistado pode entrar em

contato com a coordenadora da pesquisa ou com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da

Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Desde já agradecemos sua colaboração. Harriet Jane White Dra Letícia Marin-Leon Responsável pela pesquisa Orientadora fone: 19-3521 5555 e 3521 5670 e-mail: [email protected] Telefone do Comitê de Ética em Pesquisa do HC/ UNICAMP : 19 - 3521 8936/ e-mail: [email protected]

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -

Eu,............................................................................, declaro que fui adequadamente

esclarecido(a) sobre a natureza desta pesquisa e da minha participação voluntária. Declaro

que concordo em participar por livre e espontânea vontade e que não sofri nenhum tipo de

pressão para tomar essa decisão.

Campinas,.......de .................... de 201

______________________________________Assinatura

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118

9.2. AUTORIZAÇÃO SECRETARIA DE ESPORTES DE

CAMPINAS

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119

9.3.ANEXO 3- QUESTIONÁRIO DE SAÚDE E NUTRIÇÃO DO

IDOSO

Nome:_____________________________________________________________________________

IDADE 60 anos ou + Sim ( ) Não ( )

Tem hipertensão Sim ( ) Não ( )

Tem Diabetes Sim ( ) Não ( )

Endereço: ______________________________________________________________________________________________ Bairro: __________________________________________________Telefones: _______________

Módulo I- Características Sócio-Demográficas e de Identificação

1. Qual a sua idade? _____________anos

2. Sexo Feminino Masculino

3. Qual o seu estado conjugal?

1. Nunca foi casado (a) 2. Casado (a) ou vive com companheiro (a)

3. Separado (a) ou divorciado (a) 4. Viúvo (a) 5. NR

4. Qual é a sua cor?

1. Branca 2. Preta 3. Amarela/oriental 4. Parda/cabocla/mulata 5. Indígena 6. NR

5. Quantos filhos vivos o senhor (a) tem? _______

6. Com quantas pessoas o senhor (a) mora?_____

7. Com quem o senhor (a) mora?

1. Marido/esposa/companheiro (a) Sim Não

2. Filho (s) ou enteado (s) Sim Não

3. Neto (s) Sim Não

4. Bisneto (s) Sim Não

5. Outr0 (s) parente (s) Sim Não

6. Pessoa (s) fora da família Sim Não

7. NR

8. Quantos anos completos de estudo o senhor (a) tem? _____ anos

9. Qual o seu grau de instrução?

1. Nunca foi à escola /Menos de um ano de instrução.

2. Até o ____ ano do Primário (1ª a 4ª série)

3. Até o ____ ano do Ginásio (4ª a 8ª série)

4. Até o ____ ano do Científico, Clássico (atuais Curso Colegial) ou Normal (Curso de Magistério)

5. Até o ____ ano do Curso Superior

6. Pós-graduação incompleta

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7. Pós-graduação completa, com obtenção do título de Mestre ou Doutor.

10. O senhor (a) trabalha atualmente ou trabalhava?

1. Trabalha e está em atividade atualmente. 11a Especificar ocupação_______________________

2. Trabalha, mas esta afastado por saúde. 11b Especificar ocupação__________________________

3. Já trabalhou, mas não trabalha mais. 11c Especificar ocupação____________________________

4. Nunca trabalhou

5. NR

11. O senhor (a) é aposentado/a? 1. Sim 2. Não 3. NR

12. O senhor (a) é pensionista? 1. Sim 2. Não 3. NR

13. Qual a fonte de rendimento?

1. Não tem rendimento 2. Trabalho 3. Seguro desempregado 4. Doação de não morador do domicílio

5. Doação de igrejas/ONG/instituições filantrópicas 6. NR

14. Qual o valor do rendimento?

1. Menos que um salário mínimo 2. Um salário mínimo 3. De 2 a 3 salários mínimos

4. Acima de 4 salários 5. NR

Modulo II- Doença auto-referida

1- Há quanto tempo tem diabetes? ____________________

2- Há quanto tempo tem hipertensão arterial?__________________

3- Tem colesterol alto? 1. Não 2. Sim 3. NR 3a. Há quanto tempo?_________________

4- Tem triglicérides alto? 1. Não 2. Sim 3. NR 4a. Há quanto tempo?__________________

Módulo II- Atendimento em serviços de saúde

1. O senhor (a) fez acompanhamento com algum profissional da saúde para controle de alguma doença nos

últimos 3 meses? (0) Não (1) Sim

Quais? 1. Médico 2. Nutricionista 3. Enfermeiro 4. NR Caso não, data ultima consulta__________

2. Atualmente com relação ao atendimento médico você está:

1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR

3. Atualmente com relação ao atendimento de outros profissionais da saúde você está:

1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR

4. O senhor (a) já fez acompanhamento nutricional regular, no ultimo ano? (0) Não (1) Sim

4.1. Alguma vez na vida, o senhor (a) já fez acompanhamento nutricional regular? (0) Não (1) Sim

4.2. Você considera que suas dúvidas sobre alimentação foram:

(1) esclarecidas (2) em parte esclarecidas (3) não foram esclarecidas (4) NR

5. Atualmente com relação ao atendimento nutricional você está

1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR

6. O senhor (a) ficou satisfeito com as informações sobre alimentação que recebeu na última consulta ?

1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR

7. Sentiu alguma dificuldade para entender as orientações nutricionais? (0) Não (1) Sim (2) NR

Modulo III- Recomendações nutricionais recebidas por profissionais da saúde

1. Manter o peso ou perder peso (0) Não (1) Sim

2. Praticar algum tipo de exercício físico ou atividade física regular (0) Não (1) Sim

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3. Aumentar o consumo de água (0) Não (1) Sim

4. Ingerir menos sal (0) Não (1) Sim

5. Recebeu orientação sobre o consumo de frutas (0) Não (1) Sim

6. Recebeu orientação sobre o consumo de verduras? (0) Não (1) Sim

7. Recebeu orientação sobre o consumo de leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja)

(0) Não (1) Sim

8. Recebeu orientação sobre os alimentos ricos em gorduras (0) Não (1) Sim

9. Recebeu orientação sobre o leite e derivados (0) Não (1) Sim

10. Recebeu orientação sobre alimentos integrais (pão integral, arroz integral, aveia, farelos de trigo) na

alimentação? (0) Não (1) Sim

11. Quais dificuldades o senhor(a) tem em seguir as orientações/ recomendações?

(5) Não tenho vontade de comer o que foi recomendado.

(4) Não tenho dinheiro para comprar o que foi recomendado.

(3) Esqueço-me de comer nos horários recomendados.

(2) Não recebi recomendações, orientações.

(1) Falta de conhecimentos.

(0) Nenhuma, Sigo as recomendações.

(6) NR

Modulo IV- Acesso e Preparo dos Alimentos

1. Nos últimos 3 meses, o senhor(a) precisou de alguma ajuda para realizar as compras de alimentos? (0)

Não (1) Sim 1a- Qual? _______________________________

2. Nos últimos 3 meses o senhor(a) teve dificuldade para ir até o local em que realiza as compras de

alimentos? (0) Não (1) Sim 2a- Qual? _______________________________

3. Nos últimos 3 meses o senhor(a) apresentou dificuldade para carregar as compras?

(0) Não (1) Sim 3a- Qual? _______________________________

4. Nos últimos 3 meses o senhor(a) preparou suas próprias refeições?

(0) Sim, eu preparo sozinho(a)

(1) Ajudo minha filha, nora, sobrinha, esposa/ marido, etc, no preparo

(2) Empregada, mensalista prepara

(3) Não, atualmente não consigo

(4) Nunca precisei preparar ou nunca tive costume

5. Nos últimos 3 meses o senhor(a) teve companhia durantes às refeições? (0) Não (1)Sim

6. O senhor(a) recebe alguma ajuda para alimentação?

1 Cesta Básica Não Sim Especificar tipo____________________

2 Doações Não Sim Especificar tipo____________________

3 Recurso dos filhos Não Sim Especificar tipo___________________

7. Há necessidade de mais dinheiro para seguir as orientações nutricionais que o médico ou profissional de

saúde passou? (1) Sim (0) Não

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Modulo V- Comportamentos de saúde

1. Em relação ao hábito de fumar, o senhor (a)? 1. Nunca fumou 2. Ex fumante 3. Fuma

2. Em relação à prática de atividade física, o senhor (a) realiza com que frequência?

1. 3 vezes na semana ou mais 2. 2 vezes na semana ou menos 3. não faz 4. NR

Módulo VI- Qualidade de vida

Muito

Ruim

Ruim Regular Boa Muito

Boa

Em geral, como o/a senhor/a avalia a sua

saúde no momento atual?

1 2 3 4 5

Como o/a senhor/a avalia sua qualidade de

vida?

1 2 3 4 5

Você tem dinheiro suficiente para satisfazer

suas necessidades?

1 2 3 4 5

Em que medida você tem oportunidades de

atividade de lazer?

1 2 3 4 5

Modulo VII – Qualidade do Sono

1- Eu tomo remédios para dormir Sim Não

2- Eu acordo de madrugada e não pego mais no sono Sim Não

3- Eu fico acordado(a) a maior parte da noite Sim Não

4- Eu levo muito tempo para pegar no sono Sim Não

5- Eu durmo mal à noite Sim Não

Modulo VIII- Condições de saúde geral relacionadas à alimentação

1. O senhor (a) toma algum medicamento? (0) Não (1) Sim

( ) Foi prescrito pelo médico ( ) Por conta própria Quais?______________________________

2. O senhor/a toma alguma vitamina? (0) Não (1) Sim

( ) Foi prescrito pelo médico ( ) Por conta própria Quais?______________________________

3. Habitualmente o senhor (a) sente a boca seca? (0) Não (1)Sim

4. O senhor (a) sente sede?

(1) Nunca sente sede (2) Sente muito pouca sede (3) Acha que sua sede é normal (4) Sente muita sede o

tempo todo

5. Como o senhor/a sente a sua saliva? (2) Pouca e grossa (1) Normal e líquida

6. O senhor (a) sente normalmente o gosto dos alimentos?

(2) Sinto o gosto dos alimentos igual quando mais jovem (1) Sinto pouco gosto dos alimento

(0) Não sinto o gosto (3) NR

7. O senhor (a) sente cheiro normalmente?

(2) Sinto. Meu olfato é igual que quando jovem

(1) Não sinto cheiro. Meu olfato piorou muito em relação a quando era jovem

(0) Mais ou menos. Meu olfato piorou um pouco

(3) NR

8. O senhor usa dentadura?

(5) Sim, a dentadura esta boa

(4) Não, não tenho dinheiro para comprar ou ir ao dentista

(3) Não, a dentadura esta machucando ou caindo

(2) Não, não gosto de usar

(1) Não preciso

(6) NR

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9. Tem alguma dificuldade para mastigar por causa da dentadura? (0) Não (1) Sim

10. O senhor (a) diminuiu a quantidade de alimentos que come por dificuldade para mastigar e/ou de

engolir? (0) Não (1) Sim

11. Há necessidade de triturar ou bater os alimentos para poder mastigar e/ou engolir (0) Não (1) Sim

12. O senhor (a) precisa de líquidos (suco, água) para ajudar a engolir os alimentos? (0) Não (1) Sim

13. O senhor (a) perdeu peso nos últimos 3 meses?

1. Nenhuma perda de peso

2. Perdi peso fazendo regime indicado por médico ou nutricionista. 17a Quantos kilos? _______

3. Perdi peso sem fazer regime, não sei o motivo. 17b Quantos kilos? ____________

4. Perdi peso por causa de doença. 17c Especificar doença__________17d Quantos kilos? ___________

5. Ganhei peso. 17e Quantos kilos?___________

6. NR

14. Quantas vezes por dia funciona seu intestino?

1. 1 vez ao dia 2. 2 vezes ao dia 3. 3 ou mais vezes ao dia 19a. Qual a consistência? _____________

1. Um pouco preso funciona um dia sim, um dia não

2. Demora 3 dias ou mais

3. Precisa usar remédio 19b Qual?__________________________________

4. NR

15. Como o senhor (a) considera seu xixi?

1. Pouco 2. Normal 3. Muito, levanto várias vezes à noite

17. Circunferência da Cintura _________cm

Peso_________________ kg

Altura_____________________cm

Módulo IX- Capacidade funcional e limitações físicas

1. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?

Atividades Sim, dificulta muito

Sim, dificulta um pouco

Não, não dificulta de

modo algum

b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa,

passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3

d) Subir vários lances de escada 1 2 3

e) Subir um lance de escada 1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3

h) Andar vários quarteirões 1 2 3

i) Andar um quarteirão 1 2 3

2. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum problema com seu trabalho ou atividade regular, como

consequência de sua saúde física?

SIM NÃO

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu

trabalho ou a outras atividades?

1 2

3. O senhor (a) teve dor no corpo nas últimas 4 semanas?

1. nenhuma 2. muito leve 3. leve 4. moderada 5. intensa

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4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu no seu trabalho (incluindo o trabalho dentro de

casa)?

De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 3

5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum problema com seu trabalho ou atividade regular diária,

como consequência de problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

Sim Não

a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava

ao seu trabalho ou a outras atividades?

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2

c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto

cuidado como geralmente faz.

1 2

Modulo X- Consumo de alimentos e frequência alimentar

1. O senhor (a) troca às refeições principais (almoço ou jantar) por lanches?

1. Sim Almoço Jantar 2. Ambos 0. Não

2. Com que frequência troca o almoço ou jantar por lanches?

(4) De 4 a mais vezes por semana

(3) De 2 a 3 vezes por semana

(2) 1 vez por semana

(1) 3 vezes/mes

(0) Nunca

(5) NR

Com que frequência você consome os alimentos listados abaixo:

Alimentos Não come 1 a 2 vezes por

mês

1 a 2 vezes/

semana

3 a 6 vezes/

semana Todos os dias

Leite e Derivados Quantas xícaras de leite

toma?

(1)

(2)

(3-4)

Mais

1. Leite Integral (0) (1) (2) (3) (4)

2. Leite Semi desnatado (0) (1) (2) (3) (4)

3. Leite desnatado (0) (1) (2) (3) (4)

4. Queijo branco (minas,

ricota, coalho) (0) (1) (2) (3) (4)

Quanto come de queijo?

1 fatia grossa (40g)

2 fatias grossa

3 fatias grossa ou mais

5. Queijos amarelos

(mussarela/prato/parmesão/

provolone/ cheddar)

(0) (1) (2) (3) (4)

6. Iogurte ou coalhada (0) (1) (2) (3) (4) Quanto de iogurte toma?

1 copo (200ml)

2 copos

3 ou mais

7. Requeijão

( ) normal

( ) Light

(0) (1) (2) (3) (4)

Carnes, Derivados e Ovos

8. Bovina (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia

( ) 2 vezes ao dia

9. Frango (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia

( ) 2 vezes ao dia

10. Peixe (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia

( ) 2 vezes ao dia

11.Suína (0) (1) (2) (3) (4)

12. Miúdos (fígado, moela,

coração, rim) (0) (1) (2) (3) (4)

13. Embutidos (salsicha,

salame, presunto, mortadela,

linguiça, hambúrguer

(0) (1) (2) (3) (4)

14. Ovo (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia ( ) 2 vezes ao dia

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Alimentos Não come 1 a 2 vezes por

mês

1 a 2 vezes/

semana

3 a 6 vezes/

semana Todos os dias

Cereais e derivados

15. Arroz (0) (1) (2) (3) (4)

16. Aveia (0) (1) (2) (3) (4)

17. Preparações com fubá,

farinha de milho (0) (1) (2) (3) (4)

18. Fari

nha de mandioca (0) (1) (2) (3) (4)

19. Macarrão (0) (1) (2) (3) (4)

20. Pão

( ) Francês

( ) Forma

( ) Integral

(0) (1) (2) (3) (4)

21. Bolacha sem recheio

( ) maisena

( ) água e sal

( ) integral

(0) (1) (2) (3) (4)

22. Bolacha recheada (0) (1) (2) (3) (4)

23. Salgadinhos de pacote (0) (1) (2) (3) (4)

Leguminosas

24. Feijão (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia

( ) 2 vezes ao dia

25. Lentilha, ervilha, soja,

grão de bico (0) (1) (2) (3) (4)

( ) 1 vez ao dia

( ) 2 vezes ao dia

Verduras e Legumes

26. Alface, couve, acelga,

agrião, rúcula, escarola (0) (1) (2) (3) (4)

Quando come salada,

quanto come por dia?

( ) Uma porção

( ) Duas porções

( ) Três ou mais porções

Alimentos Não come 1 a 2 vezes por

mês

1 a 2 vezes/

semana

3 a 6 vezes/

semana Todos os dias

27. Cenoura, chuchu,

beterraba, berinjela,

abobrinha,

(0) (1) (2) (3) (4)

28. Enlatados: Milho verde,

ervilha (0) (1) (2) (3) (4)

Raízes e Tubérculos

29. Batata, mandioca,

mandioquinha, cará, inhame (0) (1) (2) (3) (4)

Frutas

30. Frutas (banana, abacaxi, mamão, pêra, maçã, goiaba)

(0) (1) (2) (3) (4)

Quando come fruta, quanto come por dia?

( ) Uma unidade

( ) Duas unidades

( ) Três ou mais unidades

Óleos e Gorduras

31. Óleo

( ) Soja

( ) Girassol

( ) Milho

(0) (1) (2) (3) (4)

Quando usa no preparo

dos alimentos, quanto

usa?

( )1 colher das de sopa

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126

( ) Canola ( )2 colheres das de sopa

( )3 ou mais colheres

32. Azeite (0) (1) (2) (3) (4)

Quando usa azeite na

salada, quanto usa?

( )1 colher das de sopa

( )2 colheres das de sopa

( )3 ou mais colheres

33. Margarina

( ) normal

( ) Light

(0) (1) (2) (3) (4)

34. Manteiga (0) (1) (2) (3) (4)

Açúcares e Doces

35. Doces (de leite, goiabada,

paçoca, chocolate...) (0) (1) (2) (3) (4)

Alimentos Não come 1 a 2 vezes por

mês

1 a 2 vezes/

semana

3 a 6 vezes/

semana Todos os dias

36. Açúcar

( ) refinado

( ) mascavo

(0) (1) (2) (3) (4)

Frituras e Sanduíches

37. Frituras (batata,

mandioca, polenta, coxinha,

pastel, bolinho)

(0) (1) (2) (3) (4)

38. Lanches (cachorro quente,

misto, x salada...) (0) (1) (2) (3) (4)

Bebidas

39. Refrigerantes

( ) diet

( ) light

( ) normal

(0) (1) (2) (3) (4)

40. Sucos artificiais (pó ou

liquido) (0) (1) (2) (3) (4)

41. Suco natural de frutas (0) (1) (2) (3) (4)

42. Cerveja ou outra bebida

alcoólica (0) (1) (2) (3) (4)

Quando bebe, quantos copos de cerveja, vinho, pinga ou outras bebidas bebe?

Cerveja ________________ (quantidade medida)

Vinho __________________(quantidade medida)

Pinga __________________ (quantidade medida)

Outros _________________ (quantidade medida

Modulo XI- Orientações nutricionais para diabetes e hipertensão

1. Algum médico e/ou profissional de saúde ensinou quantas refeições o senhor (a) deve comer por dia? (0) Não (1) Sim

2. Algum médico ou profissional de saúde ensinou quais alimentos deve evitar?

(0) Não (1) Sim 3a. Quais?____________________________

3. Recebeu alguma orientação por escrito, folhetos sobre hipertensão e/ou diabetes?

(0) Não (1) Sim 6a.. Qual foi o material educativo que recebeu?

(1) Alimentação (2) Atividade física

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4. Recebeu dieta e lista de alimentos para fazer a troca dos alimentos ?

(3) Sim, ambos (2) Sim, só dieta (2) Sim, só lista de alimentos (0) Não recebeu nada

5. Recebeu orientação sobre o consumo de sal? (0) Não (1) Sim

6. Recebeu orientação como temperar os alimentos e como temperar as saladas? (0) Não (1) Sim

7. Recebeu orientação sobre os alimentos enlatados (milho, ervilha, atum em conserva)?

(0) Não (1) Sim (2) Sim para evitar por causa do sal

8. Recebeu orientação sobre o consumo de margarina? (0) Não (1) Sim

9. Recebeu orientação sobre o consumo de alimentos embutidos (mortadela, salsicha, linguiça,

presunto, salame)? (0) Não (1) Sim (2) Sim para evitar por causa do sal e gordura

10. Recebeu orientação sobre o consumo de queijo? (0) Não (1) Sim

11. Recebeu orientação sobre o tipo de pão, arroz, que é melhor para a saúde?

(0) Não (1) Sim (2) Sim preferir integral

12. Recebeu orientação sobre comer arroz, batata, macarrão,mandioca, mandioquinha na mesma refeição? (0) Não (1) Sim (2) Sim evitar ou usar porções pequenas de 2 diferentes

13. Quais dificuldades o senhor (a) tem com a dieta para diabetes e/ou da hipertensão arterial?

(5) Não tenho vontade de comer o que foi recomendado.

(4) Não tenho dinheiro para comprar o que foi recomendado.

(3) Esqueço-me de comer nos horários recomendados.

(2) Não recebi recomendações, orientações.

(1) Falta de conhecimentos.

(0) Nenhuma, Sigo as recomendações.

Modulo XII- Consumo de alimentos diabéticos e hipertensos

1. O senhor (a) consome habitualmente alimentos integrais?

1. Não 2. Sim Frequência- Diária/Semanal/ Mensal/15-15 dias

Não

Pão integral

Arroz integral

Aveia

Farelo de trigo/Linhaça

Granola

Outro____________________________________________

2. O senhor(a) consome amendoim, coco, castanha-do-pará, caju ou nozes?

1. Raramente 2. Nunca 3. 1 a 2 vezes na semana

4. 3 ou mais vezes na semana

2. O senhor(a) consome amendoim, coco, castanha-do-pará, caju ou nozes?

1. Raramente 2. Nunca 3. 1 a 2 vezes na semana

4. 3 ou mais vezes na semana

3. O senhor (a) toma água durante o dia?

1. Raramente 2. 2 copos 3. 5 copos 4. 8 copos 5. Mais

4. O senhor (a) acrescenta sal no prato, na salada durante as refeições?

(0) Não (1) Sim NR

5. O senhor (a) consome molhos prontos, temperos industrializados ou caldos tipo Knor*, de vários sabores?

(0) Não (1) Sim NR

6. O senhor (a) come de quantas em quantas horas?

1. Como o tempo todo 2. Fico mais de 5 horas sem comer 3. Como de 3 em 3 horas 4. NR

7. O senhor (a) come em uma mesma refeição arroz, batata, mandioca, milho, massas, biscoitos?

(0) Não (1) Sim