ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS...
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HARRIET JANE WHITE
ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS:
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E OUTROS FATORES ASSOCIADOS À
HIPERTENSAO E DIABETES
CAMPINAS
2015
ii
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS - FCM
HARRIET JANE WHITE
ESTADO NUTRICIONAL E DE SAÚDE DE IDOSOS EM CAMPINAS:
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL E OUTROS FATORES ASSOCIADOS À
HIPERTENSAO E DIABETES
Tese de Doutorado apresentado ao
Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da Universidade Estadual de
Campinas para obtenção do título de
Doutora em Saúde Coletiva, área de
concentração epidemiologia
ORIENTADORA: Profª DR ª LETICIA DE LAS MERCEDES MARÍN LEÓN
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE Á VERSÃO
FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA
HARRIET JANE WHITE E ORIENTADA PELA
PROFESSORA DR ª LETICIA DE LAS MERCEDES
MARÍN-LEÓN
Campinas
2015
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RESUMO
O objetivo do estudo foi investigar as variáveis socioeconômicas, condições de saúde,
hábitos alimentares, estado nutricional, qualidade de vida e aconselhamento nutricional
em idosos portadores de diabetes mellitus e hipertensão arterial em relação aos idosos
sem essas doenças. A amostra foi de conveniência e composta por idosos de ambos os
sexos, de 60 anos e mais, residentes em Campinas. Os idosos portadores de diabetes e
hipertensão foram recrutados em um Hospital Universitário e o grupo dos idosos sem
essas doenças foram selecionados em centros esportivos, onde são realizadas atividades
físicas direcionadas à população idosa. Os dados obtidos foram avaliados por meio de
um questionário estruturado, e aferido peso, altura e circunferência da cintura. Nos
artigos 1 e 2, o delineamento do estudo epidemiológico foi caso-controle e no artigo 3,
desenho transversal. No primeiro artigo, deste trabalho, “Condições de saúde de idosos
diabéticos e hipertensos: estudo caso-controle”, o objetivo foi comparar idosos
portadores de diabetes e hipertensão (casos, n=150) com idosos sem essas doenças
(controles, n=300) quanto às características sociodemográficas, comportamentos de
saúde, estado nutricional e capacidade funcional. Na regressão logística múltivariada, os
Odds Ratio e os respectivos intervalos de confiança de 95% indicaram que: ser
preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar com sobrepeso ou obesidade, relatar
perda de peso por doença ou sem motivo, percepção de condição econômica
regular/ruim/muito ruim, muita dificuldade para realizar atividades moderadas, dor no
corpo moderada/intensa nas últimas 4 semanas e ambos triglicerídeos e colesterol
elevados estiveram independentemente associados a hipertensão e diabetes. Idosos
portadores de hipertensão e diabetes apresentaram maior percepção de limitações
econômicas e físicas, piores condições de saúde e sobrepeso/obesidade quando
comparados aos idosos sem essas doenças.
No segundo artigo, “A importância da Síndrome Metabólica em idosos”, o objetivo foi
comparar idosos portadores de Síndrome Metabólica com idosos sem Síndrome
Metabólica quanto às características sociodemográficas, estilo de vida, e hábitos
alimentares. Para a seleção dos 103 casos, foi utilizado o critério proposto pela NCEP-
ATPIII (2001), e para o grupo dos 206 controles foram selecionados os idosos que não
apresentaram o conjunto de critérios definidos para Síndrome Metabólica. No modelo
final de regressão logística multivariada, as variáveis associadas diretamente com a
Síndrome Metabólica foram: residir com 2 ou mais pessoas, ter dislipidemia, usar ou
viii
precisar de dentadura, alteração na sensação de sede, interação entre “não sentir gosto e
não sentir cheiro”, consumir embutidos em 1 ou mais dias por semana, frango menos de
1 dia por semana, e aveia menos de 3 dias por semana. Reforça-se a importância das
modificações no estilo de vida para a perda de peso, sendo fundamentais as intervenções
dietéticas que possam contribuir para a redução da circunferência da cintura, além da
prática de atividade física regular e cuidados com a alimentação na prevenção e no
controle da Síndrome Metabólica.
No terceiro artigo “Orientações nutricionais em serviços de saúde - a percepção de
idosos portadores de hipertensão e diabetes”, o objetivo foi descrever os aspectos do
atendimento nutricional e das práticas alimentares entre idosos, em face das orientações
nutricionais recebidas. Foi realizado estudo transversal com 150 idosos portadores de
diabetes e hipertensão, de ambos os sexos. Os idosos disseram ter recebido material
educativo contendo orientações nutricionais, 80% dos homens e 64% das mulheres,
porém, estas não eram seguidas por uma parcela dos entrevistados e 50% das mulheres
e 62% dos homens relataram dúvidas sobre as orientações recebidas. O expressivo
número de idosos com sobrepeso e obesidade, e aumento da circunferência da cintura,
reflete a baixa adoção das recomendações nutricionais, e aponta para a necessidade de
aprimorar a capacitação dos profissionais de saúde quanto às orientações de alimentação
e atividade física.
Os estudos acima relatados apontam a necessidade de que os serviços de saúde reforcem
as medidas não medicamentosas descritas nos programas destinados ao controle das
doenças crônicas não transmissíveis, sendo fundamental que as equipes de saúde
empoderem os pacientes no auto-cuidado.
Termos de indexação: idoso, qualidade de vida, estado nutricional, atividade física,
diabetes mellitus, hipertensão.
ix
ABSTRACT
The objective of the study was to investigate socioeconomic variables, health
conditions, eating habits, nutritional status, quality of life and nutrition counseling
among elderly patients with diabetes mellitus and hypertension and elderly without
these diseases. The convenience sample was composed of elderly men and women, 60
years and more, living in Campinas-SP. Elderly diabetic and hypertensive patients were
recruited at the University Hospital and the group without these diseases was selected in
sports centers, which offer physical activities for the elderly. Elderly were evaluated
through a questionnaire, and mesured weight, height and waist circumference. Article 1
and 2, are case-control study and article 3, cross-sectional study.
In the first article of this thesis "Health conditions of diabetic and hypertensive elderly:
Case-control study", the objective was to compare elderly patients with diabetes and
hypertension (cases, n=150) with older people without these diseases (controls, n=300)
regarding sociodemographic characteristics, health behaviors, nutritional status and
functional capacity. In multiple logistic regression, Odds ratios with respective
confidence intervals (95%) indicated: black /brown, live with 2 or more people,
overweight or obesity, weight loss due to disease or without reason, self-assessment of
economic condition as poor/very poor, great difficulty to do moderate physical activity,
moderate/severe pain in the body in the past four weeks and both high triglycerides and
cholesterol were independently associated to hypertension and diabetes. Elderly patients
with hypertension and diabetes had more physical and economic limitations, worse
health status, and overweight or obesity when compared to subjects without
hypertension and diabetes.
In the second article, "The importance of metabolic syndrome in the elderly", the
objective was to compare elderly patients with metabolic syndrome with subjects
without metabolic syndrome regarding sociodemographic characteristics, lifestyle,
eating habits and eating disorders. To select the 103 cases, it was used the criteria
proposed by the NCEP-ATPIII (2001) and the control group (n=206) were selected
those that did not have the set of criterias defined for metabolic syndrome. In the final
multivariate model, the variables associated with Metabolic Syndrome were: to live
with 2 or more people, dyslipidemia, use or need dentures, changes in the feeling of
thirst, loss of both taste and smell, consumption of embedded on one or more days per
week, chicken less than once per week and oats less than 3 days per week. The study
x
points out the importance of changes in lifestyle for loss of weight, and dietary
interventions that can contribute to the reduction of waist circumference, in addition to
regular physical activity and nutritional care, in the prevention and control of Metabolic
Syndrome.
The third article "nutritional guidelines in health services - the perception of elderly
patients with hypertension and diabetes", aims to describe aspects of nutritional care and
feeding practices among the elderly in face of nutritional guidelines received. A cross-
sectional study with 150 elderly patients with diabetes and hypertension of both sexes
was carried out, and 80% of elderly men and 64% of women, informed they had
received educational materials containing nutritional guidelines, but these were not
followed by part of them and 50% of women and 62% of men reported having doubts
about the guidelines received. The significant number of overweight or obese elderly
and the increased waist circumference reflects the limited use of nutritional
recommendations and indicates the need to improve the training of health professionals
as to food guidelines and physical activity.
The above mentioned studies point out the need that health services strengthen non-
pharmacological measures described in programs for the control of chronic non-
communicable diseases, it is essential that the health teams empower patients in self-
care.
Keywords: Elderly, quality of life, nutritional status, physical activity, diabetes
mellitus, hypertension.
xi
SUMÁRIO
Lista de ilustrações........................................................................................................xvii
Lista de abreviaturas e siglas..........................................................................................xix
Resumo............................................................................................................................vii
Abstract............................................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................01
1.1. Características demográficas...................................................................................01
1.2. Envelhecimento e doenças crônicas........................................................................01
1.3. Envelhecimento, estado nutricional, hábitos alimentares........................................06
1.4. Condições funcionais para alimentação..................................................................09
1.5. Recomendações de organismos internacionais e das associações médicas..............11
1.6. O Ministério da Saúde- Políticas para o tratamento e a educação em saúde de
doentes crônicos..............................................................................................................15
2. OBJETIVOS..................................................................................................................25
2.1. Objetivo geral..........................................................................................................25
2.2. Objetivos específicos................................................................................................25
3. MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................27
3.1. Delineamento do estudo..........................................................................................27
3.2. Local e sujeitos........................................................................................................27
3.3. Procedimentos da coleta de dados............................................................................28
3.3. Aspectos éticos........................................................................................................29
3.4. Instrumento de pesquisa..........................................................................................29
4. ANÁLISE DE DADOS..................................................................................................33
5. RESULTADOS..............................................................................................................35
5.1. Artigo 1- Condições de saúde de idosos hipertensos e diabéticos: um estudo
caso- controle...............................................................................................................35
5.2. Artigo 2- A importância da Síndrome metabólica em idosos.................................55
5.3. Artigo 3- Orientações nutricionais em serviços de saúde- A percepção de idosos
portadores de hipertensão e diabetes...............................................................................76
6. DISCUSSÃO GERAL...................................................................................................93
7. CONCLUSÃO..............................................................................................................101
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................103
9. ANEXOS.......................................................................................................................117
9.1. Anexo 1. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido........................................117
xii
9.2. Anexo 2. Autorização Secretaria de Esportes de Campinas...................................118
9.3. Anexo 3. Questionário de Saúde e Nutrição do Idoso............................................119
xiii
Dedicatória
Ao meu companheiro Márcio, pela
inesgotável paciência e positividade em
todos os momentos e a minha filha Luiza pela
compreensão e amor durante toda minha ausência.
xiv
xv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que estiveram presentes em minha caminhada, e em especial:
À minha orientadora Letícia Marín-León, meu maior agradecimento por toda a
disponibilidade e orientação prestada, pelo apoio, atenção, compreensão e paciência que
sempre manifestou em todos os momentos, não medindo esforços para que
finalizássemos esta etapa do trabalho!
À Profa. Priscila e à Profa. Arlete agradeço pela enriquecedora contribuição dada no
Exame de Qualificação.
À Profa. Lia e Prof. Rodrigo meus agradecimentos pela participação, disponibilidade e
contribuições dadas como membros da Banca de Defesa.
Aos educadores físicos dos Centros de Esporte da Prefeitura Municipal de Campinas
que contribuíram e sempre demonstraram muito boa vontade em ajudar.
A todos os Professores da Pós-Graduação em Saúde Coletiva e todos meus colegas de
curso, que contribuíram direta ou indiretamente para a execução deste trabalho, meu
muito obrigado.
A minha mãe pelo inestimável apoio dado com minha filha.
A minha filha e meu companheiro Márcio pela paciência pelo tempo de convívio que a
realização desta tese lhes furtou.
A meu irmão por me proporcionar lazer no seu sítio para recompor minhas energias.
A todos os idosos que contribuíram participando deste trabalho.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) pela
bolsa concedida.
xvi
xvii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
TABELA 1- Classificação das recomendações e diretrizes para o cuidado e tratamento
das doenças crônicas........................................................................................................18
TABELA 2- Classificação das recomendações e diretrizes para Diabetes Mellitus e
tratamento das doenças crônicas...................................................................................19
TABELA 3- Classificação das recomendações e diretrizes para Hipertensão Arterial e
tratamento das doenças crônicas..................................................................................21
TABELA 4- Classificação das recomendações e diretrizes para Obesidade e tratamento
das doenças crônicas...................................................................................................22
QUADRO 1. Instrumento de pesquisa............................................................................29
xviii
xix
LISTA DE ABREVIATURAS
ADA American Diabetes Association
BOAS Brazil Old Age Schedule
CC Circunferência da cintura
CDC Centers for Disease Control and Prevention
CH Carboidrato
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
DM Diabetes Mellitus
DCNT Doenças crônicas não transmissíveis
EGIR European Group for the Study of Insulin Resistance
EI Estatuto do Idoso
HAS Hipertensão arterial
HAS+DM Hipertensão concomitante com Diabetes
HC Hospital das Clínicas
HDL Lipoproteina de alta densidade
IC Intervalo de confiança
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDF Federação Internacional de Diabetes
IMC Índice de Massa Corporal
LDL Lipoproteína de baixa densidade
NCEP National Cholesterol Education Program
NHANES National Health and Nutrition Examination Survey
NHIS National Health Interview Survey
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
OR Odds ratio
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
PAG Physical Activity Guidelines for Americans
PNI Política Nacional do Idoso
PNS Pesquisa Nacional de Saúde
PSN Perfil de saúde de Nottingham
PNSI Politica Nacional da Saúde do Idoso
PNAB Política Nacional de Atenção Básica
xx
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar
PNAN Política Nacional de Alimentação e Nutrição
QV Qualidade de vida
QVRS Qualidade de vida relacionada à saúde
SABE Saúde, Bem Estar e Envelhecimento
Sal.Min Salário mínimo
SBC Sociedade Brasileira de Cardiologia
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
SM Síndrome metabólica
SPSS Statistical Package Social of Scienses
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TMB Taxa Metabólica Basal
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
VIGITEL Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Características demográficas
No Brasil, o número de indivíduos de 60 anos ou mais em 2002 era de 14
milhões, e em 2007 era de quase 20 milhões, o que correspondia a 10,5% da população
brasileira (IBGE, 2011; Lima-Costa e Veras, 2003). Estima-se que em 2025, o número
alcançará 32 milhões (aproximadamente 18% da população), representando a sexta
população idosa do mundo (Brasil, 2010).
O envelhecimento populacional é resultante das mudanças demográficas,
sociais, econômicas, fruto da redução da taxa de fecundidade e do aumento da
expectativa de vida no país. A proporção de idosos, principalmente na faixa de 80 anos
de idade ou mais está aumentando. Em 1992 era de 0,9% e em 2009 era de 1,6%,
atingindo quase 3 milhões de pessoas nesta faixa etária, este aumento pode ser
decorrente dos avanços nos cuidados com a saúde e no amplo acesso aos serviços de
saúde (Camarano, 2011).
A população idosa é composta em grande parte por mulheres (55,7%), ou seja,
há uma feminização da velhice (IBGE, 2011). As mulheres apresentam maior
longevidade do que os homens e estes maiores taxas de mortalidade precoce (OMS,
2005).
No Brasil, a expectativa de vida a partir dos 60 anos no ano 2000 era de 19,3
anos para os homens e de 22,4 anos para as mulheres. Entre os idosos de 80 anos ou
mais era de 8,9 anos e 9,8 anos para os homens e para as mulheres, respectivamente
(IBGE, 2011). Quando comparada com as médias de vários estados brasileiros, a
expectativa de vida em Campinas, entre 2000 e 2005 foi maior, com média de 78,4 anos
para as mulheres e de 71,1 anos para os homens (Belon, 2011).
1.2. Envelhecimento e doenças crônicas
Com o envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente ao
longo dos anos e torna as pessoas idosas mais vulneráveis ao desenvolvimento de
doenças crônicas, entre as quais se destacam as doenças cardíacas, a hipertensão arterial
(HAS) e o diabetes mellitus (DM) (Kirkman et al, 2012).
A HAS é uma condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados
de pressão arterial e associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais
2
dos orgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas.
Podem contribuir para o aparecimento da HAS, os fatores considerados de risco, como
hereditários, alimentares, especialmente relacionados ao consumo excessivo de
alimentos ricos em sódio, álcool e a baixa ingestão de potássio, além do excesso de peso
ou da obesidade, estresse psicológico e sedentarismo. O risco cardiovascular pode ser
potencializado pela agregação de outros fatores, tais como tabagismo, dislipidemias e
intolerância à glicose ou DM (SBH, 2010).
O DM tipo 2 consiste em uma desordem metabólica, decorrente da falta de
insulina e/ou da incapacidade de ação adequada, sendo caracterizado por um grupo
heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a hiperglicemia. A
classificação atual do DM baseia-se na etiologia e a maioria dos indivíduos com DM
apresentam sobrepeso ou obesidade e a cetoacidose raramente se desenvolve de modo
espontâneo, ocorrendo apenas quando associado a outras condições, como infecções
(SBD, 2013-14).
Apesar, das características genéticas desempenhar um importante papel no
desenvolvimento do DM tipo 2, o aumento da prevalência na população, provavelmente
esteja associado ao aumento da ingestão energética e da redução da atividade física, que
juntamente com o sobrepeso e a obesidade exercem papel fundamental para o
desenvolvimento do DM (SBD, 2013-14).
As doenças crônicas vêm aumentando gradativamente, principalmente entre as
mulheres. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
entre os idosos, a prevalência de HAS nos homens era de 36,6% em 1998 e aumentou
para 40,4% em 2003, e nas mulheres os respectivos valores foram 49,7% e 55,3%. A
prevalência de DM nos homens em 1998 foi de 8,7% e em 2003 de 11,9% e nas
mulheres foi de 11,5% e 13,9%, respectivamente (Lima Costa et al, 2007). Na PNAD de
2008, Barros e colaboradores (2011) observaram prevalência de HAS, na faixa etária de
60 a 69 anos de 50,5%, na faixa de 70 a 79 anos de 57,2% e na de 80 e mais de 55,9%.
Para o DM, estes valores foram 15,4%, 17,6% e 15,6%, respectivamente. Ambas as
doenças, relacionaram-se inversamente à escolaridade, tanto em adultos quanto em
idosos. As prevalências de HAS e DM foram 34,0% e 9,0% em indivíduos com até 3
anos de estudo e de 11,7% e 2,8% em indivíduos com 11 anos ou mais de estudo,
respectivamente.
Entre os idosos, a presença conjunta de hipertensão e diabetes (HAS+DM),
considerando os coeficientes padronizados por sexo e idade, tem aumentado em todas as
3
faixas etárias. Na faixa de 60 a 69 anos era de 6,5% em 1998; 8,4% em 2003 e 11,3%
em 2008. Na faixa de 70 a 79 anos, esses valores foram 7,7%; 10,4% e 13,1%,
respectivamente e na faixa de 80 anos ou mais, os percentuais respectivos foram 6,3%;
9,0% e 12,1% (Freitas e Garcia, 2012). Assim, os idosos de 70 a 79 anos apresentaram
as maiores prevalências de DM+HAS. Ainda nos adultos, em geral este binômio é mais
prevalente entre as mulheres, residentes em área urbana, na região Sudeste e na
população com escolaridade até 8ª série (Freitas e Garcia, 2012).
No Brasil, a transição demográfica, epidemiológica e nutricional contribuiu para
o aumento das doenças crônicas na população, as quais têm sido apontadas como as
principais causas de mortalidade no mundo (Brasil, 2011; WHO, 2011). Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que as doenças crônicas são
responsáveis por 63,0% (36 milhões de pessoas) das mortes e estima-se que haja um
aumento de 15% até o ano de 2020 (WHO, 2011).
Entre as doenças crônicas, o DM e a HAS quando associados, aumentam
consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, sendo responsáveis por
aproximadamente 30% das mortes globais (WHO, 2011). No Brasil, as taxas de
mortalidade são similares e a tendência é de se elevar nos próximos anos, devido ao
expressivo envelhecimento da população associado ao aumento dos fatores de risco,
como hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e tabagismo (Brasil, 2011).
Os idosos diabéticos apresentam maiores taxas de mortalidade prematura e
diminuição da capacidade funcional, o que pode torná-los fisicamente menos ativos
(IDF, 2010). O DM quando associado a HAS, apresenta maior risco de evoluir com
complicações cardíacas do que entre os idosos com DM mas sem HAS, e ainda, o
binômio HAS+DM pode cursar com síndromes geriátricas, como a polifarmácia,
depressão, déficit cognitivo, quedas e dor persistente (ADA, 2014; ADA 2012).
O estudo Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES
III) de 2007-08, aponta que 64% dos indivíduos com HAS também apresentaram
dislipidemia e inversamente, aproximadamente 47% dos indivíduos com dislipidemia
tinham HAS. Dislipidemia associada a HAS é uma condição que pode coexistir com
frequência e evolue para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Em estudo de
coorte com seguimento de 14 anos foi observado maior risco de acidente vascular
isquêmico em portadores de Síndrome Metabólica (SM) quando comparados a
portadores de DM (Najarian et al, 2006).
4
A SM também conhecida como síndrome de resistência à insulina é definida
como um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco
associados à elevada morbi mortalidade cardiovascular. O conceito ainda não esta
claramente definido e deve-se adotar a classificação que melhor se adapte aos níveis
socioeconômicos e culturais da população estudada. São muitas definições para a SM e
os critérios mais utilizados são os da Organização Mundial da Saúde (OMS) (Alberti e
Zimmet, 1998), do Grupo Europeu para o estudo da resistência à insulina (EGIR)
(Balkau; Charles, 1999), do National Cholesterol Education Program - Adult Treatment
Panel III (NCEP ATPIII, 2001) e da Federação Internacional de Diabetes (IDF)
(Alberti, Zimmet e Shaw, 2006).
O conceito da OMS (Alberti e Zimmet, 1998) e da NCEP-ATP III (2001) para a
SM tem sido mais utilizado na prática clínica.
A classificação proposta pela NCEP-ATP III, em 2001 utiliza dados clínicos e
laboratoriais que podem ser mais facilmente obtidos, e considera a CC para os homens
> 102 cm e para as mulheres > 88 cm, triglicerídeos ≥ 150mg/dL, HDL Colesterol para
os homens < 40mg/dL e para as mulheres < 50mg/dL, pressão arterial ≥ 130 mmHg ou
≥ 85mmHg, glicemia de jejum ≥ 110mg/dL. A glicemia passou a não ser considerada
como fator imprescindível, sendo apontada como um dos componentes diagnósticos
para a SM (NCEP ATPIII, 2001). Essa definição foi revisada em 2005 e foi considerada
a presença de pelo menos 3 dos 5 fatores de risco para caracterizar a SM.
Na SM, o risco de eventos cardiovasculares aumenta cerca de 2,5 vezes e a
mortalidade em cerca de 1,5 vezes (Mottillo et al, 2010).
A prevalência da SM pelos critérios do NCEP-ATP III (2001) variaram de 8% a
43% nos homens e de 7% para 56% nas mulheres em todo o mundo (Cameron, Shaw e
Zimmet, 2004).
Em estudo populacional realizado na Itália, com idosos de 65 anos e mais, foi
encontrada uma prevalência de SM de 33% entre os homens e 20% entre as mulheres,
de acordo com o critério do NCEP ATPIII (Ravaglia et al, 2006). Estudo realizado em
Novo Hamburgo - RS, constatou que a prevalência de SM entre idosos foi de 56,9%
(Rigo et al, 2009).
As causas da SM são multifatoriais, sendo que a obesidade central ou visceral,
resistência à insulina/DM, dislipidemia, hipertrigliceridemia, queda da HDL e aumento
do LDL e HAS estão relacionadas à hereditariedade, ao estilo de vida e aos aspectos
ambientais, como sedentarismo, tabagismo, hábitos alimentares não saudáveis e
5
consumo excessivo de carboidratos, estes fatores em conjunto somam-se para o
desenvolvimento da SM (Grundy et al, 2005). As causas, bem como a relação dos
fatores para o desenvolvimento da SM são desconhecidas (Gaillard, 2014).
Estudos confirmam que existem diferenças étnicas e de sexo, bem como
geográficas na prevalência da SM. Os fatores de risco, como HAS, obesidade,
triglicerídeos alto e HDL baixo são mais comuns entre os indivíduos de raça negra e
contribuem para o desenvolvimento da SM e para o aumento da morbidade e
mortalidade cardiovascular, especialmente entre as mulheres quando comparados a
indivíduos brancos, da mesma região de moradia (Gaillard, 2014).
De acordo com o NHANES (1999-2004), mais da metade das pessoas com HAS
são obesas, desta forma, a obesidade é considerada um potencial fator de risco para o
desenvolvimento da HAS, sendo mais comum entre os indivíduos de cor preta do que
entre os de cor branca, cerca de 40% a 45% vs 20% a 25%, respectivamente. Entre os
indivíduos com SM, a obesidade esteve associada com o aumento do risco para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Cappucio et al, 2008).
A alta prevalência de HAS, DM e hipercolesterolemia entre os negros sugere
que todos os fatores de risco possam contribuir para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, independente do peso corporal. Os dados reforçam as diferenças
étnicas em relação a adiposidade e os fatores de risco relacionados as doenças
cardiovasculares (Taylor et al, 2010).
A obesidade abdominal é considerada como um dos principais fatores para o
desenvolvimento da SM, e mostra-se mais associada ao risco metabólico do que ao
índice de massa corpórea (IMC), mesmo em indivíduos com o peso corporal dentro da
faixa de normalidade, o aumento da CC pode elevar o risco de HAS, dislipidemia e DM
(Kuk et al, 2009).
Estudo avaliou a prevalência de SM em uma amostra de mulheres de 64 anos ou
mais de idade com intolerância à glicose, e apontou associação inversa entre a atividade
física e SM. O aumento da atividade fisica demonstrou ter grande importância para a
prevenção da SM e associou-se a menor prevalência de SM (Bergstrom, Behre e
Schmidt, 2011).
As condições crônicas podem se agravar, caso não haja acompanhamento e
tratamentos adequados. A atividade física tem um papel protetor na morbidade e
mortalidade por doenças cardiovasculares, principalmente por meio de efeitos
favoráveis sobre os fatores de risco, como a obesidade e HAS.
6
Estudos têm demonstrado que os idosos que apresentam baixo nível
socioeconômico têm maior predisposição ao desenvolvimento de doenças crônicas, em
torno de 80% apresentam pelo menos uma enfermidade, que pode causar limitações
funcionais e incapacidades (IDF, 2010; Schmidt et al, 2011). Os idosos portadores de
doenças crônicas utilizam com mais frequência os serviços de saúde, seja para o
acompanhamento das doenças crônicas ou para o tratamento de suas complicações,
representando assim, uma utilização prolongada e intensa dos serviços de saúde,
elevando, desta forma, os custos para o sistema de saúde (Chaimowicz, 1997).
A partir de dados da PNAD, observou-se entre os idosos, o acesso aos
atendimentos médicos, e à proporção de idosos que referiu 3 ou mais consultas médicas
no último ano, foi de 44,3% em 1998, 51,0% em 2003 e 54% em 2008. Na região
Sudeste, o acesso foi maior em todo o período, sendo de 50,5%, 56,3% e 59,0%,
respectivamente (Lima-Costa et al, 2011). Ainda, foi possível observar um pequeno
declínio na hospitalização nos últimos 12 meses, com cifras de 13,6%, 12,7% e 12,3%,
respectivamente (Lima-Costa et al, 2011).
A implantação de políticas públicas para a promoção de saúde que priorizem a
atenção multidimensional e integrada do idoso, a redução dos fatores de risco e o
incentivo para a manutenção da capacidade funcional, constituem o melhor caminho
para redução das iniquidades em saúde durante o envelhecimento (Malta et al, 2006;
Chaimowicz, 1997).
1.3. Envelhecimento, Estado nutricional e Hábitos alimentares.
Com o envelhecimento ocorrem modificações no metabolismo e na composição
corporal. Há diminuição da taxa metabólica basal (TMB) relacionada à redução de
massa livre de gordura, e consequentemente, redução da necessidade energética. Ocorre
progressiva redistribuição da gordura, há diminuição do tecido adiposo subcutâneo dos
membros e aumento na região intra-abdominal (Kuk et al, 2009; WHO, 1995).
O peso corporal tende a aumentar com a idade, nos homens atinge um platô por
volta dos 65 anos, e a partir desta fase, há uma diminuição do peso. Já as mulheres,
desde o início da velhice até idade mais avançada, acumulam mais gordura subcutânea e
a perda desta gordura geralmente se dá por volta dos 75 anos (WHO, 1995). O
sobrepeso e a obesidade, mais prevalentes entre as mulheres do que entre os homens,
pode ser explicado pelo acúmulo de gordura visceral, ser maior após a menopausa.
7
Grande parte dos idosos mantém a ingestão energética, da mesma forma de que
quando eram mais jovens, contribuindo para o aumento do peso, devido à diminuição da
TMB (Kuk et al, 2009).
O estudo de Schaap e colaboradores (2013) objetivou compreender as relações
entre a composição corporal, a força muscular e o declínio funcional. Idosos com IMC ≥
30 kg/m2 apresentaram associação significativa com o declínio funcional, porém a
diminuição da massa muscular não foi significativamente associada com o declínio
funcional.
A circunferência da cintura (CC) é um indicador direto da adiposidade
abdominal e preditora de gordura visceral, e associa-se a distúrbios metabólicos e a
fatores de risco cardiovasculares, como dislipidemias, HAS, DM, SM e aumento da
mortalidade (SBC, 2005; WHO, 2011). Para a população idosa, esta medida de
distribuição de gordura corporal é apontada como o melhor indicador de morbidade e
mortalidade (Kuk et al, 2009).
O estudo de coorte de Folson e colaboradores (2000) objetivou avaliar a
distribuição da gordura corporal e a prevalência de doenças crônicas entre as mulheres.
Idosas obesas e com a CC aumentada apresentaram menor escolaridade, maior
sedentarismo, maior consumo de álcool, de vitaminas e tabagismo do que as idosas com
peso e CC dentro da faixa de normalidade. A obesidade e CC aumentadas
permaneceram significativamente associadas com DM e HAS entre as mulheres, e
ainda, a CC elevada relacionou-se positivamente com o aumento progressivo da idade
(Folson et al, 2000).
Estudo realizado com pessoas de 60 anos ou mais de idade, apontou que os
indivíduos portadores de HAS apresentaram CC mais elevada, obesidade e DM quando
comparado aos idosos sem HAS (Wu Ch et al, 2001).
A perda involuntária de peso pode ser definida como a perda de 5 a 10% do peso
corporal em 12 meses, e o baixo peso entre os idosos é um indicativo importante de
depleção do estado nutricional e pode apontar para o risco de desenvolvimento de
sarcopenia (McMinn, Steel e Bowman, 2011; Morley et al, 2010), caracterizada pela
diminuição da massa muscular associada a perda da força muscular (Morley et al,
2010), contribuindo desta forma, para a redução de massa muscular e
consequentemente, diminuição da força muscular e da capacidade funcional,
prejudicando as atividades e a capacidade para realizar atividades físicas. O declínio da
8
força muscular pode ser atribuída a uma combinação de fatores musculares e neurais e
não somente a redução da massa muscular (Cruz-Jentoft et al, 2010).
Em idosos, geralmente as causas da perda de peso são multifatoriais e estão
associadas com o aumento da morbidade, mortalidade e incapacidades e podem refletir
a presença de algumas doenças. As mais comuns são câncer, doenças cardíacas,
gastrointestinais e psiquiátricas, além da função oral comprometida, os problemas
sociais, como isolamento e morar a sós (McMinn, Steel e Bowman, 2011),
aproximadamente, entre 5 a 13% dos indivíduos de 60 a 70 anos de idade e 11 a 50%
dos indivíduos com mais de 80 anos de idade desenvolvem sarcopenia (Morley, 2008).
O processo de transição nutricional vem ocorrendo, especialmente a partir das
duas últimas décadas, sendo considerado multifatorial e resultante de mudanças
demográficas, sociais, econômicas e do aumento da industrialização, facilitando o
acesso aos alimentos. Desta forma, há maior incentivo ao consumo de alimentos pouco
saudáveis, contribuindo para as alterações dos padrões alimentares e nutricionais
(Schmidt et al, 2011).
A transição nutricional caracteriza-se pelo expressivo declínio do baixo peso e o
aumento do sobrepeso e da obesidade na população, que pode contribuir com o
desenvolvimento de uma série de co-morbidades, principalmente HAS, DM,
dislipidemia e doenças cardiovasculares (Malta et al, 2006; SBC 2010).
As mudanças na composição corporal potencializam o desenvolvimento de
doenças crônicas e afetam a saúde da população. Estas mudanças estão diretamente
associadas à expansão mundial do consumo de calorias provenientes de gorduras,
amidos refinados, bebidas açucaradas, doces e alimentos com elevado teor de sódio
(Monteiro e Cannon, 2012), além do aumento no consumo de álcool e sedentarismo
(Schmidt et al, 2011; WHO, 2011; Duarte e Barreto, 2012).
Dados de inquéritos populacionais, acerca de padrões alimentares revelam uma
inversão dos hábitos alimentares, caracterizado por uma expressiva redução no consumo
de alimentos considerados básicos, como arroz, feijão e hortaliças e aumento da
disponibilidade de alimentos processados, ricos em gorduras, amidos, açúcar refinado e
sódio, além da substituição dos hábitos culinários tradicionais pelo consumo de lanches
e refrigerantes (Monteiro e Cannon, 2012).
O ato de se alimentar tem sido modulado, a partir das modificações na estrutura
social e familiar, onde se observa que as formas de sociabilidade doméstica modificam-
se constantemente. O ato de comer, entre outros aspectos, como, comer diariamente
9
com regularidade, com atenção e sem pressa favorece a digestão dos alimentos e evita
que se coma mais do que o necessário, aumentando o aproveitamento dos alimentos e
proporcionando prazer. Ainda, as características do ambiente e da companhia para
realizar as refeições influenciam na quantidade de alimentos ingeridos (MS, 2014a).
Os fatores socioeconômicos, entre eles, a baixa renda, o baixo nível educacional
e o isolamento social, podem de forma direta ou indireta prejudicar o acesso aos
alimentos e alterar o consumo de alimentos, tanto em qualidade quanto em quantidade,
comprometendo o estado nutricional e a saúde dos idosos, sendo ainda mais grave entre
os idosos hipertensos e diabéticos (Campos et al, 2006). Diante deste contexto, registra-
se um aumento significativo da prevalência de doenças crônicas em grupos étnicos e
raciais menos privilegiados (Schmidt et al, 2011).
1.4. Condições funcionais para alimentação
A relação equilibrada entre mastigação, deglutição e fluxo salivar é fundamental
para a ingestão adequada de alimentos e o bom funcionamento deste processo é
indispensável para a manutenção da qualidade de vida (Touger-Decker e Mobley,
2007). Quando há alterações nos processos fisiológicos são gerados transtornos
funcionais e/ou estruturais, e o próprio envelhecimento pode ser reponsável pelas
alterações dos aspectos funcionais para alimentação (White, 2010).
O envelhecimento tem uma importante influência nas doenças bucais e grande
parte destas alterações é decorrente da interação entre as alterações degenerativas
próprias da idade e algumas doenças, como por exemplo, o DM (Moynihan, 2007),
além do uso de medicamentos interferirem no fluxo salivar, resultando em
hipossalivação e aumentando o risco para o aparecimento de lesões bucais na população
idosa (Borges et al, 2010).
A ingestão de alimentos pode estar reduzida como consequência da presença de
doenças crônicas, problemas na cavidade oral, de mastigação e falta de apetite,
aumentando o risco de perda de peso e desnutrição (Visvanathan e Chapman, 2010).
As deficiências nutricionais, o uso de medicamentos, as alterações musculares e a
atrofia da língua podem afetar a motilidade e dificultar o controle do bolo alimentar. A
mucosa oral pode sofrer perda da elasticidade e aderência ao tecido conjuntivo e tornar-
se mais sensível aos danos mecânicos, e ainda, a perda das papilas gustativas faz com
que ocorra declínio da capacidade gustativa, sendo considerado um fenômeno
10
fisiológico que acomete cerca de 80% dos idosos, onde a DM também pode estar
associada à redução do paladar (Shenoy, 2010).
Em idosos portadores de DM, a sensação de boca seca e a hipossalivação são
comuns e contribuem para alterações dos hábitos alimentares, do paladar e do estado
nutricional, podendo ter efeitos negativos sobre a qualidade de vida (Borges et al,
2010). No estudo realizado com idosos portadores de DM, observou-se em 25% dos
idosos, relato de sensação de boca seca e em 48% hiposalivação (Borges et al, 2010).
A xerostomia é uma condição associada com a diminuição da quantidade de
saliva, acompanhada de alterações na sua composição química, que pode gerar sensação
de boca seca, síndrome de ardência bucal, alteração na sensibilidade, distúrbios da
orofaringe e dor, podendo dificultar a mastigação, deglutição, gustação e fala e resultar
em baixo consumo alimentar. A xerostomia é frequente em idosos, aproximadamente
20% a 60% dos idosos a relatam (Turner e Ship, 2008). O DM contribui para a
hipossalivação e a xerostomia associadas, sensação de ardência na boca, perda do
paladar, aumento das glândulas salivares e infecções por candidíase (Khovidhunkit et al,
2009). Pode também estar associada ao uso contínuo de fármacos, como anti-
hipertensivos e diuréticos (Thomson, et al, 2006).
Os problemas bucais mais prevalentes entre os idosos são relacionados às
dificuldades para mastigar, alterações do paladar e necessidade de líquidos para ajudar a
engolir os alimentos. As dificuldades ou dor para mastigar alimentos duros refletem as
condições bucais precárias como edentulismo, próteses mal adaptadas e diminuição do
fluxo salivar (White, 2010).
A mastigação pode ser afetada pela perda de dentes, diminuição da força da
mordida, uso de próteses, redução do fluxo de saliva, podendo prejudicar o desempenho
mastigatório, ou seja, reflete a capacidade de reduzir o tamanho dos alimentos e o
número de mastigações necessárias para engolir os alimentos (Naka, Anastassiadou,
Pissiotis et al, 2012).
A disfagia é caracterizada pela dificuldade no processo de deglutição, sendo
mais prevalente em idosos, e uma das causas é o próprio envelhecimento que pode
alterar a fase oral, faríngea ou esofágica da deglutição, além de doenças reumáticas,
neurológicas e neuromusculares associadas ao envelhecimento (Ney et al, 2009).
A redução do peristaltismo faríngeo pode resultar em dor ou desconforto para
engolir e dificultar a ingestão de alimentos e de líquidos e prejudicar a saúde geral e o
estado nutricional dos idosos (Sura et al, 2012).
11
A maioria dos idosos realiza compensações e adaptações que lhes permite
manter a ingestão de alimentos de forma eficaz (White, 2010).
1.5. Recomendações de organismos internacionais e das associações médicas
Como resposta ao crescimento mundial da obesidade e das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) emerge a concepção da promoção das práticas alimentares
saudáveis, na qual a alimentação tem sido colocada como uma das principais estratégias
para a promoção de saúde. A educação nutricional tem tido destaque em trabalhos
epidemiológicos, especialmente os que apontam correlação entre o comportamento
alimentar e as doenças crônicas, e vem sendo indicada como parte do auto-cuidado, que
compreende as ações e decisões que uma pessoa deve ter para prevenir, diagnosticar e
tratar uma enfermidade (OMS, 2004).
A dificuldade para aceitar mudanças nos hábitos de vida, incluindo alimentação
e atividade física, faz com que aproximadamente 50% dos portadores de doenças
crônicas não sigam as recomendações recebidas (OPAS, 2003).
As diretrizes da American Dietetic Association (ADA, 2012) e da Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD, 2009) reforçam a importância das intervenções como
forma de prevenir e tratar as múltiplas anormalidades metabólicas e complicações a
curto e longo prazo e as comorbidades associadas, como as doenças cardiovasculares,
reduzindo desta forma, a mortalidade.
Em indivíduos portadores de DM, as chances de desenvolverem HAS, obesidade
e dislipidemia, aumentam consideravelmente. De acordo com as recomendações da
ADA (2014) e da SBD (2013-2014) as estratégias para reduzir a incidência do DM tipo
2 são relacionadas as mudanças do estilo de vida, com ênfase em uma alimentação
saudável, perda moderada de peso para os indivíduos com sobrepeso ou obesidade e
prática regular de atividade física. A ADA (2014) reconhece a importância da nutrição
como um componente fundamental na adoção de um estilo de vida saudável e no
tratamento do DM, e reforça o papel do nutricionista na equipe de saúde, além da
importância de uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de facilitar o alcance das
metas para o tratamento proposto.
A conduta nutricional deve ser individualizada, atendendo as recomendações
dietéticas, de acordo com as características próprias do envelhecimento, do estado
nutricional, dos hábitos alimentares e sócioculturais, do perfil metabólico e do uso de
12
medicamentos (ADA, 2014). Para os diabéticos, o monitoramento dos carboidratos
(CH), quer seja por contagem ou substituição, de acordo com os grupos alimentares,
continua sendo uma das estratégias fundamentais para o controle glicêmico. Deve ser
incentivado o consumo de vegetais, frutas, legumes e produtos lácteos com baixo teor
de gorduras, grãos integrais no lugar de outras fontes de CH (SBD, 2013-2014; ADA,
2014). As fibras solúveis possuem efeitos benéficos no controle da glicemia,
proporcionam menores picos glicêmicos pós-prandiais e reduzem as concentrações de
colesterol total e LDL, enquanto as fibras insolúveis contribuem para a saciedade,
controle do peso e promovem a manutenção de uma flora intestinal equilibrada e
saudável (ADA, 2014).
Para a população idosa que não tem DM, as recomendações de CH e gorduras
são semelhantes às definidas para a população adulta (SBD, 2013-2014). Quando se
trata de idosos com complicações metabólicas e risco para o desenvolvimento de
doenças crônicas, a qualidade da gordura torna-se mais importante do que as
quantidades. Os ácidos graxos saturados devem ser limitados a < 7% e as gorduras trans
não devem ultrapassar 2% do valor calórico, com a finalidade de reduzir as
concentrações do LDL e aumentar o HDL (ADA, 2009). A ingestão de gorduras
saturadas e trans estão positivamente associadas a marcadores inflamatórios e
inversamente associadas à sensibilidade à insulina, além de tais alterações aumentarem
o risco de desenvolvimento de doenças coronarianas (SBD, 2013-2014). O ácido graxo
Omega 3 é recomendado para a redução dos riscos cardiovasculares, o equivalente a
duas ou mais porções de peixes por semana, com exceção dos fritos, ou a ingestão de
suplementos pode ser benéfica (ADA, 2014).
As proteínas devem compor de 15% a 20% do valor calórico da dieta para
diabéticos, provenientes de proteínas de boa qualidade biológica e de fácil
digestibilidade, como carnes magras (bovina, aves, peixes), leite, queijos e iogurtes com
baixo teor de gorduras, leguminosas (feijões, soja, ervilha, lentilha, grão de bico),
cereais integrais e oleaginosas devem complementar a oferta de aminoácidos (SBD,
2013-2014).
Para a população idosa em geral, o consumo de sódio deve ser limitado a 2.000
mg/dia, equivalente a 5 g de sal e para os idosos diabéticos, deve ser limitado a 1.500
mg/dia (SBD, 2013-2014).
Resumindo, as recomendações apontam para o consumo de frutas e legumes (8-
10 porções/dia), produtos lácteos com baixo teor de gordura (2-3 porções/dia), redução
13
na ingestão de sódio (abaixo de 1.500 mg/dia) e prática de atividades físicas (ADA,
2013).
Indivíduos diabéticos com sintomas devido à neuropatia diabética, obesidade,
dislipidemias e com hipoglicemias frequentes podem apresentar piora desses sintomas
com a ingestão de bebidas alcoólicas e a abstenção do álcool deve ser orientada. O
consumo de bebidas alcoólicas por diabéticos, quando bem controlado é aceito, desde
que a bebida seja ingerida como parte de uma refeição e as calorias estejam incluídas no
valor calórico total da dieta. O limite, segundo diretrizes da SBD (2013-2014) é de uma
dose, ou seja, 10-20 g de álcool/dia, 1 copo de vinho (90ml), 1 lata cerveja (350 ml) e
uma dose de destilados (35ml).
As deficiências de vitaminas e minerais são frequentes em indivíduos diabéticos
e as principais causas são decorrentes de perdas urinárias, diminuição da capacidade de
absorção intestinal, além da baixa ingestão alimentar. Para atingir as necessidades
diárias, a alimentação deve ser variada e o consumo mínimo de duas a quatro porções de
frutas, pelo menos uma rica em vitamina C (frutas cítricas) e de três a cinco porções de
hortaliças cruas e cozidas. O uso prolongado de metformina pode levar a deficiência de
vitamina B12
. A suplementação de multivitamínicos pode ser necessária quando houver
deficiências (SBD, 2014).
O sedentarismo tem sido considerado um dos fatores de risco para o
desenvolvimento das doenças cardiovasculares e DM, além de aumentar em 9% a
mortalidade prematura e diminuir a expectativa de vida (Lee et al, 2012).
A prática de atividade fisica tem sido indicada na prevenção e tratamento das
doenças crônicas, contribui para a longevidade, melhora a capacidade fisiológica, reduz
o número de medicamentos e melhora da autoestima (ADA, 2014; Chaimowicz, 1997).
As atividades físicas realizadas 3 vezes/semana ou mais trazem benefícios para a saúde,
reduzem o risco de lesões e evitam a fadiga muscular (ADA, 2014).
De acordo com o Physical Activity Guidelines for Americans (PAG) (2008) e a
OMS (2011), a indicação é de 150 min/semana de atividade física de intensidade
moderada, realizada por pelo menos 30 minutos/dia ou 75min/semana de intensidade
alta, como atividades aeróbicas. As recomendações para os idosos são as mesmas que
para a população adulta, caso seja possível manter a intensidade das atividades. Quando
não houver possibilidade de realizar a mesma frequência, devido a complicações
relacionadas às doenças crônicas, os idosos devem manter-se fisicamente ativos de
acordo com a sua capacidade e condição física, respeitando as condições de saúde e as
14
doenças pré-existentes de modo a realizar as atividades físicas com segurança (OMS,
2011).
A ADA (2014) reforça os efeitos benéficos dos exercícios físicos associados à
alimentação saudável, contribuindo para a redução da resistência à insulina, melhora do
controle glicêmico, redução do uso de medicamentos e favorecimento da perda de peso.
A perda de peso em torno de 5 a 7% tem se mostrado eficaz na redução da resistência à
insulina, melhora do índice glicêmico e diminui as complicações cardiovasculares em
torno de 14% a 37% (ADA, 2014).
Especialmente, em relação à prevenção e controle das doenças, as normas e
diretrizes têm enfatizado o papel da dieta associada ao controle dos fatores de risco e a
atenção aos indivíduos com DM, por meio da integralidade e da longitudinalidade do
cuidado, em todos os aspectos (ADA, 2007).
Estudos comprovam que a educação nutricional têm sido um dos fatores
importantes na prevenção do DM, no retardo das complicações associadas à doença,
integrando o conjunto de medidas de autocuidado e Educação em Saúde (ADA, 2007;
SBD, 2005).
A alimentação está relacionada diretamente com alguns fatores que interferem
na prevenção e/ou controle do DM tipo 2 e seus agravos. Desta forma, as modificações
na alimentação são reconhecidas como um recurso, tanto para o controle glicêmico
como para o controle pressórico, manutenção ou perda de peso, resultando na redução
dos riscos associados às doenças cardiovasculares (Kirsten et al, 2010).
O cuidado aos idosos exige abordagem global, interdisciplinar e
multidimensional, que leve em conta a interação entre os fatores físicos, psicológicos,
sociais e ambientais que podem influenciar a saúde dos idosos. Desta forma, a saúde
não se restringe apenas ao controle e à prevenção de agravos de DCNT, mas à
promoção do envelhecimento ativo, isto é, envelhecer mantendo a capacidade funcional
e a autonomia, sendo reconhecidamente a meta de toda ação de saúde no cuidado dos
idosos. O envelhecimento ativo, baseia-se nos princípios de independência,
participação, dignidade, assistência e auto-realização (OMS, 2005).
De acordo com a OMS (2005) a estratégia fundamental para alcançar as metas
propostas é o fortalecimento da Atenção Básica, considerada um componente do
sistema único de saúde (SUS) e também do desenvolvimento social e econômico da
comunidade.
15
1.6. O Ministerio de Saúde – Políticas para o tratamento e educação em
saúde de doentes crônicos
A partir da criação de políticas públicas foi direcionada a atenção à saúde entre
as políticas públicas vigentes no país e destaca-se, o “Plano de Ações Estratégicas para
o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil- 2011-
2022”, que define as ações e os investimentos necessários para preparar o país para
enfrentar essas doenças nos próximos anos. Foram estabelecidas diretrizes que
orientaram a implementação das ações, estratégias e metas para os principais grupos de
DCNT (circulatórias, câncer, respiratórias e DM) e seus fatores de risco modificáveis
(tabagismo, ingestão de álcool, sedentarismo, alimentação não saudável e obesidade).
O “Plano Nacional de Reorganização da Atenção a HAS e DM” objetiva reduzir
a morbidade, incapacidade e mortalidade por DCNT, visando à detecção precoce das
doenças e o tratamento adequado, por meio de ações preventivas, diretrizes e estratégias
para promover hábitos de vida saudáveis, incluindo a atividade física e alimentação
(Schmidt et al, 2011).
O programa do Ministério da Saúde “Brasil Saudável” tem como objetivo
desenvolver ações para criação de políticas públicas que incentivem a prática de
atividades físicas no cotidiano e no lazer e facilitem o acesso aos alimentos saudáveis e
a redução do consumo de tabaco e álcool, fatores considerados a base para o
envelhecimento saudável e para melhor qualidade de vida (OMS, 2005).
Para a promoção da alimentação adequada e saudável, o Ministério da Saúde
publicou, em 2006, o “Guia Alimentar para a População Brasileira” (Brasil, 2006). Em
consonância com as recomendações sobre alimentação adequada e saudável da OMS, o
Ministério da Saúde atualizou o Guia (Brasil 2014), substituindo a versão de 2006, com
o objetivo de promover saúde e prevenir doenças. O novo guia alerta contra o uso de
ultraprocessados, considerados alimentos que aumentam o risco de desenvolvimento de
doenças crônicas, e incentiva o retorno ao consumo da alimentação feita em casa. O
Guia atual destaca a importância social da comensalidade. Assim a nutrição deixa de ser
consequência apenas de fenômenos biológicos e se torna um fator estruturante da
organização social e o nutricionista passa a ser visto como agente modificador de
comportamentos, capaz de tomar decisões e adaptar as recomendações às condições
específicas de cada indivíduo.
16
A Saúde Pública e a Epidemiologia têm um importante papel, por meio do
desenvolvimento de pesquisas pode avaliar as consequências das doenças relacionadas
ao processo de envelhecimento. As políticas públicas têm como objetivo amparar de
forma adequada o idoso, promover modos de vida mais saudáveis, autonomia, cuidado e
auto-satisfação, levando em consideração os variados contextos sociais e a interação
física, mental, financeira, social.
Há necessidade de uma reorientação dos serviços de saúde, principalmente na
atenção básica, e nas estratégias preventivas e de promoção à saúde, treinamentos e
capacitação para os profissionais de saúde, com o objetivo de se adequarem às
necessidades da população idosa. A Atenção Básica busca a promoção da saúde,
prevenção, tratamento de doenças e a redução de danos que possa comprometer o modo
de vida saudável.
A “Política Nacional do Idoso” (PNI) (Brasil, 1994), a “Política Nacional de
Saúde da Pessoa Idosa” (PNSI) (Brasil, 2006) e o “Estatuto do Idoso” (EI) (Brasil,
2003) norteiam ações sociais e de saúde, garantem os direitos dos idosos e obrigam o
Estado na proteção dos mesmos. A “Política Nacional de saúde da pessoa Idosa”
(PNSPI) (Brasil, 2006) assume que o principal problema do idoso é a perda de sua
capacidade funcional, isto é, a perda de suas habilidades físicas e mentais, requeridas
para realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária e reafirma que os
desafios do envelhecimento, quando acompanhados de DCNT, podem ser prevenidos e
controlados e as incapacidades podem ser evitadas ou minimizadas. O foco da PNSI
(Brasil, 2006) é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos
idosos, direcionando medidas de saúde para esse fim, em consonância com os princípios
e diretrizes do SUS.
A partir da transição demográfica e epidemiológica, tornou-se necessária a
estruturação do sistema de saúde e a atenção à população idosa foi incluída como uma
das ações da “Política Nacional de Atenção Básica” (PNAB) (Brasil, 2012) nas equipes
saúde da família, embasada na “Política Nacional de Saúde do Idoso” (PNI) (Brasil,
1994), atualmente “Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa” (PNSI) (Brasil, 2006).
Considerando a alimentação como fator de proteção para o desenvolvimento das
doenças, a inserção universal, sistemática e qualificada de ações de alimentação e
nutrição, na atenção primária à saúde poderá ter um importante impacto na saúde e nas
condições de vida dos sujeitos e comunidades, e ainda, o contexto social de
manifestação do processo saúde-doença.
17
A alimentação e a nutrição constituem requisitos básicos para a promoção,
proteção e controle dos distúrbios nutricionais e a necessidade da abordagem
intersetorial nas ações que propiciam o acesso universal à alimentação e nutrição. A
“Política Nacional de alimentação e nutrição” (PNAN) (Brasil, 1999) insere-se no
contexto da segurança alimentar e nutricional e tem como propósito a garantia da
qualidade dos alimentos colocados para o consumo no país, a promoção de práticas
alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo das
ações intersetoriais que propiciam o acesso universal aos alimentos.
A OMS (2005) recomenda que a política de saúde na área do envelhecimento
considere os determinantes sociais, econômicos, comportamentais, físicos e emocionais
e define a qualidade de vida como a percepção que o indivíduo tem de sua posição
dentro desse contexto e seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. O termo
qualidade de vida engloba o conceito subjetivo de sua própria saúde física, psicológica,
grau de dependência, relações sociais, crenças e a relação com o ambiente.
O Ministério da Saúde vem desenvolvendo diretrizes e metas que têm como
objetivo organizar o acesso aos serviços de saúde, tendo como intuito qualificar o
autocuidado integral, as estratégias de prevenção de doenças crônicas e suas
complicações. Estas diretrizes têm destacado a complexidade e a importância das
doenças crônicas e salientam a organização do cuidado em saúde. Os principais fatores
de risco, tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool, são fatores
comuns para o desenvolvimento de doenças crônicas. Em geral as linhas de cuidado têm
sido organizadas com base nas doenças específicas, desta forma, torna-se primordial
que a equipe de saúde avalie o paciente integralmente, já que a HAS e o DM estão
associados a outros fatores de risco.
18
Tabela 1- Classificação das recomendações e diretrizes para o cuidado e tratamento das
doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à
equipe de saúde
(aperfeiçoamento das
diretrizes).
Autocuidado - Contempla aspectos
socioeconômicos e culturais, grau
de confiança e o apoio que as
pessoas têm para cuidar de si
mesmas.
- O autocuidado é centrado na
pessoa, no diálogo, e propõe a
construção conjunta de um plano de
cuidados, a partir de uma prioridade
escolhida por meio de uma
negociação entre o profissional de
Saúde e o usuário do sistema de
saúde.
- A avaliação do autocuidado é
subjetiva e depende da percepção
do profissional e da equipe de
Saúde.
Observar o contexto e as
atitudes da pessoa diante de sua
condição crônica.
- Incluir no cuidado ao paciente,
a troca de experiências entre
pacientes, apoiando o
autocuidado através de grupos.
- O autocuidado não deve ser
entendido como exclusiva
responsabilidade do indivíduo e
de sua família, os profissionais
da saúde devem assumir suas
responsabilidades.
- As equipes de Atenção
Básica devem apoiar os
portadores de condições
crônicas com informações
para o autocuidado.
- Ampliar o conhecimento
sobre: as crenças
relacionadas à condição de
saúde; a importância dada à
condição de saúde; as
atitudes de confiança e a
motivação diante das
mudanças de
comportamento relacionado
à saúde; a presença e a força
das redes de suporte social.
Tabagismo e
Diabetes
Mellitus
- O tabagismo está diretamente
associado às complicações
diabéticas, particularmente
nefropatia, morbidade e
mortalidade macrovascular.
- Os fumantes diabéticos
apresentam risco aumentado para
neuropatia e doença renal em
estágio terminal. Está associado a
processos metabólicos relacionados
com o DM, incluindo a homeostase
da glicose, hiperinsulinemia e
resistência à insulina.
A equipe de saúde deve incluir a
cessação do tabagismo como
um importante componente da
estratégia para o controle do
diabetes.
- O médico deve realizar
avaliação clínica individual
com o objetivo de medir o
grau de motivação para parar
de fumar, a presença de
doenças crônicas, sinais e
sintomas de complicações
causados pelo cigarro. Deve
avaliar o tipo de terapia anti
tabaquica mais adequada.
Tabagismo e
Hipertensão
Arterial
- O tabagismo também aumenta o
risco de complicações
cardiovasculares secundárias em
hipertensos e aumenta a progressão
da insuficiência renal. Além disso,
a cessação do tabagismo pode
diminuir em 35% a 40% o risco de
doença coronariana.
- A equipe de saúde deve incluir
a cessação do tabagismo como
importante componente da
estratégia para o controle da
HAS
O médico deve avaliar o tipo
de terapia anti tabaquica
mais adequada.
Álcool e
Diabetes
Mellitus
- O consumo excessivo de álcool
pode levar a descompensações das
doenças crônicas, sendo
fundamental avaliar a PA e a
glicemia, pois podem ocorrer
alterações significativas que
necessitam de intervenções clínicas.
- Incluir estratégias de
prevenção e controle do uso
excessivo do álcool na atenção
Básica
- Elaboração do plano de
cuidados, em conjunto com
medicações e esclarecimento
das dúvidas e riscos à saúde
do uso de álcool e do não
uso das medicações.
Álcool e
Hipertensão
Arterial
- Em pessoas que já apresentam
HAS, o consumo excessivo de
álcool pode dificultar o controle da
doença, a diminuição do consumo
de álcool reduz discretamente a
pressão arterial.
- Incluir estratégias de
prevenção e controle do uso
excessivo do álcool na atenção
Básica.
- Esclarecer os riscos à
saúde do uso de álcool em
portadores de HAS.
19
Alimentação
saudável
- A alimentação está relacionada
diretamente a alguns fatores que
interferem na prevenção e/ou
controle das doenças crônicas,
dentre eles, excesso de peso,
dislipidemia, mau controle
glicêmico e padrão alimentar com
consumo excessivo de gordura
saturada e pouca ingestão de frutas
e vegetais.
- As modificações na
alimentação devem ser
apontadas como um recurso
para o controle glicêmico e
redução do risco das doenças
cardiovasculares.
- É fundamental que os
profissionais estejam preparados
para identificar os fatores de
risco relacionados à alimentação
e tenham conhecimento para
realizar orientações sobre
alimentação para o adequado
controle metabólico e prevenção
das complicações.
- A orientação nutricional é
útil na prevenção para o
retardo das complicações
associadas às condições
crônicas, integrando o
conjunto de medidas de
autocuidado e educação em
Saúde.
- As modificações na
alimentação são
reconhecidas como um
recurso para o controle
glicêmico e redução do risco
de doenças cardiovasculares.
Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica, 2014. (Cadernos de
Atenção Básica, n. 35).
Tabela 2- Classificação das recomendações e diretrizes para diabetes e tratamento das
doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à
equipe de saúde
(aperfeiçoamento das
diretrizes).
Diabetes
Mellitus
- “Diabetes Mellitus” refere-se a
um transtorno metabólico
caracterizado por hiperglicemia e
distúrbios no metabolismo de
carboidratos, proteínas e gorduras,
resultantes de defeitos da secreção
e/ou da ação da insulina.
- Habitualmente está associado à
dislipidemia, à hipertensão
arterial e à disfunção endotelial.
- Dimuiuir a mortalidade e os
problemas de saúde que afetam
a qualidade de vida.
- As ações visam controlar a
glicemia e, com isso, reduzir a
morbimortalidade.
- Os resultados no controle
do DM advêm dos fatores
que propiciam o
acompanhamento, controle
da glicemia e
desenvolvimento do
autocuidado.
- Apoiar mudanças de estilo
de vida, controle metabólico
e prevenção de
complicações crônicas.
- Adoção de hábitos de vida
saudáveis, como uma
alimentação equilibrada,
prática regular de atividade
física, moderação no uso de
álcool e abandono do
tabagismo, acrescido ou não
do tratamento
farmacológico.
- Intervenção educativa para
os profissionais de Saúde,
como um aspecto
fundamental para mudar as
práticas atuais em relação a
esses problemas de saúde.
- Nas consultas de
enfermagem o processo
educativo deve preconizar a
orientação que auxilie a
20
melhora da qualidade de
vida, como hábitos
alimentares saudáveis,
estímulo à atividade física
regular, redução do consumo
de bebidas alcoólicas e
abandono do tabagismo.
Diabetes
Melliuts e
Hipertensão
arterial
- O DM e a HAS são
responsáveis pela primeira
causa de mortalidade e de
hospitalizações no Sistema
Único de Saúde e representam,
ainda, mais da metade do
diagnóstico primário em pessoas
com insuficiência renal crônica
submetidas à diálise.
Recomendações
- Reduzir os fatores de risco
para doença macrovascular,
entre eles, tabagismo,
dislipidemia, hipertensão,
hiperglicemia e obesidade
abdominal.
- Plano de ação pode ser
desenvolvido para dar apoio
às pessoas no controle destes
fatores de risco.
- A equipe precisa auxiliar e
apoiar as pessoas com DM
na suspensão do tabagismo,
adoção de uma dieta
saudável e realização de
atividade física de forma
regular.
Alimentação,
recomendações
e Diabetes
Mellitus
- A terapia nutricional é
importante na prevenção do DM
e no retardo das complicações
associadas ao DM, integrando o
conjunto de medidas de
autocuidado e educação em
Saúde.
- As modificações na
alimentação são reconhecidas
como um recurso para o
controle glicêmico e redução do
risco das doenças
cardiovasculares.
- A alimentação está
relacionada com fatores que
interferem na prevenção
e/ou controle do DM, como
excesso de peso,
dislipidemia, mau controle
glicêmico e alimentação rica
em gordura saturada e pouca
ingestão de frutas e vegetais.
- As modificações na
alimentação são
reconhecidas como um
recurso tanto para o controle
glicêmico como para o
controle pressórico,
manutenção ou perda de
peso, resultando na redução
dos riscos associados às
doenças cardiovasculares.
Prática de
atividade física
e diabetes
mellitus
- A prática de atividade física é
fundamental na adoção de hábitos
de vida mais saudáveis e no
controle do DM.
- O exercício físico regular
melhora o controle glicêmico,
diminui os fatores de risco para
doença coronariana, contribui
para a perda de peso, melhora o
bem-estar, além de prevenir
DM.
Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus, 2013.
(Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
21
Tabela 3- Classificação das recomendações e diretrizes para hipertensão e tratamento
das doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à
equipe de saúde
(aperfeiçoamento das
diretrizes).
Hipertensão
arterial
- A HAS é uma condição clínica
multifatorial caracterizada por
níveis elevados e sustentados de
pressão arterial (PA ≥140 x
90mmHg). Associa-se às alterações
funcionais e/ou estruturais dos
órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins
e vasos sanguíneos) e às alterações
metabólicas, com aumento do risco
de eventos cardiovasculares fatais e
não fatais.
- A mortalidade por doença
cardiovascular aumenta
progressivamente com a
elevação da PA.
- A mortalidade por doença
cardíaca hipertensiva cresceu
11%, fazendo aumentar para
13% o total de mortes
atribuíveis a doenças
cardiovasculares.
- As equipes
multiprofissionais devem
levar em consideração a
diversidade racial, cultural,
religiosa e os fatores sociais
envolvidos.
- O Ministério da Saúde
preconiza modificações de
estilo de vida, na prevenção
e tratamento, alimentação
adequada, especialmente
quanto ao consumo de sal e
controle do peso, prática de
atividade física, abandono
do tabagismo e redução do
uso excessivo de álcool.
Prevenção da
Hipertensão
Arterial
- A prevenção primária da HAS
pode ser feita mediante controle
de seus fatores de risco, como
sobrecarga na ingestão de sal,
excesso de adiposidade,
especialmente na cintura
abdominal, abuso de álcool,
entre outros.
- A hipertensão sistólica é muito
comum em idosos. O objetivo é
a redução gradual da PA para
valores abaixo de 140/90mmHg.
Na presença de valores muito
elevados de PA sistólica
podem ser mantidos
inicialmente níveis de até
160mmHg.
- Os profissionais da
enfermagem estão ligados
diretamente ao processo
educativo e devem motivar
as pessoas em relação aos
cuidados necessários para a
sua saúde e incentivando
metas e planos de como
seguir os cuidados em saúde.
- O acompanhamento por
equipe de enfermagem tem
como objetivo incluir o
processo de educação em
Saúde para a prevenção
primária da doença, por
meio do estímulo à adoção
de hábitos saudáveis de vida
e o risco para doenças
cardiovasculares.
- A abordagem
multiprofissional e
interdisciplinar e o
envolvimento de pessoas
com HAS, incluindo
familiares nas metas a serem
atingidas.
- O profissional poderá
implementar ações
educativas, coletivas para
orientar a restrição à adição
de sal na preparação de
alimentos, identificação da
quantidade de sal e/ou sódio
presente nos alimentos
22
industrializados, entre
outros.
- Hábitos alimentares
adequados para manutenção
do peso corporal e de um
perfil lipídico desejável,
estímulo à vida ativa e aos
exercícios físicos regulares,
redução da ingestão de
sódio, redução do consumo
de bebidas alcoólicas,
redução do estresse e
abandono do tabagismo.
Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial
sistêmica, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).
Tabela 4- Classificação das recomendações e diretrizes para obesidade e tratamento das
doenças crônicas- Ministério da Saúde. Abrangência Objetivos Aspectos direcionados à
equipe de saúde
(aperfeiçoamento das
diretrizes).
Obesidade - A obesidade é um agravo
multifatorial originado, na maioria
dos casos, pelo desbalanço
energético, quando o indivíduo
consome mais energia do que gasta.
- Elaborar diretrizes para as
ações dos Nasf, com o objetivo
de avançar na qualificação das
atividades das equipes,
efetivando ações que vão da
promoção à reabilitação.
- Abordagem alimentar e
nutricional com enfoque na
promoção e prevenção de
outras doenças crônicas não
transmissíveis.
- Atualmente, preconiza-se
que o cuidado seja
organizado em Redes de
Atenção à Saúde com
objetivo de melhorar à
Atenção à Saúde.
- O cuidado deve ser
planejado e capaz de prever
suas necessidades.
- Ações que apoiem os
indivíduos na adoção de
modos de vida saudáveis que
permita a manutenção ou a
recuperação do peso
saudável.
- Os profissionais devem
estar captacitados a atender
o paciente com excesso de
peso.
Obesidade,
Diabetes
Mellitus e
Hipertensão
Arterial
- A finalidade da organização de
uma linha de cuidado das pessoas
com sobrepeso e obesidade é
fortalecer e qualificar a atenção à
pessoa com esta doença por meio
da integralidade e da
- Incluir os indivíduos nas
atividades em grupo, avaliar
a necessidade de prescrição
dietética individual pelo
nutricionista, onde a equipe
do Núcleo de Apoio à Saúde
23
longitudinalidade do cuidado, em
todos os pontos de atenção.
da Família (Nasf) ou outro
arranjo matricial implantado
no município ou regional de
Saúde pode contriubir.
Idosos - Em idosos com excesso de
peso, deve-se enfatizar a
importância da nutrição e da
promoção de hábitos
alimentares saudáveis.
- A atividade física moderada é
importante para reduzir a perda
de massa óssea, além de reduzir
outros efeitos adversos à saúde
causados pela obesidade.
- Os profissionais de Saúde
devem considerar os
aspectos que interferem na
qualidade de vida dos
idosos, visando à melhoria
de sua autoestima e
motivação para a realização
de tarefas cotidianas, entre
elas destaca-se a
alimentação saudável.
Obesidade e
alimentação
- A alimentação envolve um
conjunto de valores e significados,
que são de ordem cultural,
psicológica, social e simbólica.
- Adesão a produtos
industrializados compromete a
qualidade nutricional da
alimentação e a sua
sustentabilidade.
- O resgate da culinária facilita a
adesão às orientações
nutricionais, a manutenção de
peso saudável e a incorporação
no cotidiano dos conceitos de
alimentação saudável.
- O objetivo principal das
políticas de prevenção é de
possibilitar aos indivíduos e às
comunidades a apropriação do
conhecimento sobre o processo
saúde-doença, incluindo fatores
de risco e de proteção à saúde,
assim como empoderá-los a
fazer opções saudáveis apoiadas
na conquista de sua autonomia.
- Conhecer o perfil do
consumo alimentar dos
indivíduos para valorizar os
pontos positivos da sua dieta
e estabelecer mudanças e
metas.
- Os profissionais de Saúde
devem desenvolver trabalhos
educativos que possibilitem
o resgate da autoestima, a
visão crítica sobre a
alimentação, sobre a
propaganda de alimentos, o
incentivo ao movimento e a
inclusão social.
- A orientação alimentar é
direciona à promoção de
hábitos alimentares
saudáveis, prevenção e o
controle do excesso de peso,
e incorpora a alimentação
saudável e culturalmente
aceitável no resgate dos
hábitos desejáveis para a
saúde. Auxiliar nas escolhas
alimentares, de produtos
produzidos localmente,
levando em conta também a
variação sazonal dos
mesmos.
- O planejamento estratégico
deve considerar o contexto
físico, social, cultural e
econômico, assim como os
modos de vida da
comunidade para que as
ações sejam efetivas e
tenham sentido aos
acontecimentos e situações
do cotidiano que orientam as
ações individuais.
24
Promoção de
atividade
física
- A prática regular de atividade
física está relacionada com a
melhoria da capacidade
cardiovascular e respiratória, da
resistência física e muscular, da
pressão arterial em hipertensos, do
nível de colesterol, da tolerância à
glicose e da ação da insulina,
aumento da autoestima, diminuição
da depressão, alívio do estresse,
aumento do bem-estar e redução do
isolamento social.
- A promoção do peso saudável,
a atividade física regular aliada
à alimentação saudável são os
eixos centrais a serem
trabalhados na busca pela
qualidade de vida.
- Identificar estrátegias para
aumentar a motivação para
adesão a um modo de vida mais
ativo.
- A existência de atividades na
própria unidade de Saúde
envolvendo práticas corporais
pode trazer resultados positivos
em relação à promoção destas
práticas.
- O aconselhamento para a
prática de atividade física
deve tanto focar na redução
de atividades sedentárias
quanto no aumento da
atividade física.
- Compreender a inter-
relação de componentes
ambientais (sociais,
econômicos, políticos,
antropológicos e culturais),
fisiológicos (capacidade
respiratória, metabolismo) e
subjetivos (percepções do
sujeito, construção do
imaginário, percepção da
saúde) na produção de saúde
individual e coletiva.
- Os profissionais de Saúde
devem considerar as
possibilidades e limitações
do sujeito e do ambiente,
observando aspectos do
planejamento urbano, como
os transportes coletivos; da
segurança pública; da
importância individual
atribuída à prática de
atividade física; da
existência de espaços
públicos de lazer; da
possibilidade de acesso a
espaços privados de lazer
que possibilitem a realização
de atividades físicas no
tempo livre.
Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade, 2014.
(Cadernos de Atenção Básica, n.38).
Pesquisas vêm mostrando estratégias para melhorar a qualidade de vida da
população idosa, e uma das formas de se obter essa melhoria é o aprimoramento dos
Programas de Saúde.
Os dados da presente pesquisa fornecerão um panorama sobre os hábitos
alimentares, o estado nutricional e as condições de saúde de idosos hipertensos e
diabéticos e daqueles sem essas doenças, facilitando a compreensão dos fatores que
interferem no consumo dos alimentos e no estilo de vida considerado adequado, além de
avaliar a adoção das recomendações nutricionais decorrentes do aconselhamento
nutricional recebido dos profissionais de saúde.
25
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Avaliar os idosos quanto às condições socioeconômicas, condições de saúde,
estado nutricional, hábitos alimentares, qualidade de vida e acesso e adoção de
orientações nutricionais.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Artigo 1: Comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão (casos) com
idosos sem essas doenças (controles), quanto às características sociodemográficas,
comportamentos de saúde, estado nutricional e capacidade funcional.
Artigo 2: Comparar idosos portadores de síndrome metabólica (casos) com
idosos sem síndrome metabólica (controles), quanto à características sociodemográficas,
estilo de vida e hábitos alimentares.
Artigo 3: Descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas
alimentares entre idosos em face das orientações nutricionais recebidas.
26
27
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Delineamento do Estudo
Os artigos 1 e 2 foram desenvolvidos a partir de um estudo caso-controle e o
artigos 3 é um estudo transversal. Foi selecionada amostra de idosos de ambos os sexos,
de 60 anos e mais, residentes nas áreas urbanas do município de Campinas (SP).
3.2. Local e Sujeitos
A população do estudo foi selecionada de acordo com os objetivos da pesquisa,
a amostra foi de conveniência, onde as pessoas foram abordadas e inquiridas sobre a
idade e ser ou não portador de HAS e DM. O grupo dos casos foi composto por 150
idosos portadores de DM e HAS, e para cada caso, foram recrutados dois controles, o
que perfez um total de 300 idosos sem as doenças. Os casos foram selecionados entre
idosos que estavam em acompanhamento e tratamento ambulatorial no Hospital das
Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) enquanto aguardavam
atendimento nas salas de espera.
A partir da região de moradia, os casos foram classificados segundo distritos de
saúde, e a seguir, foram selecionados os centros esportivos dentro de cada distrito de
saúde para seleção dos controles.
Os centros esportivos são vinculados à Prefeitura Municipal de Campinas, e
realizam atividades físicas direcionadas à população idosa. Os idosos frequentam os
grupos de atividades físicas de acordo com sua região de moradia, desta forma
procurou-se selecionar os idosos com características demográficas semelhantes aos
casos. A escolha dos centros esportivos para a seleção dos controles se deu mediante a
necessidade dos idosos não serem portadores de DM e nem HAS.
As áreas de abrangência dos Distritos e centros de saúde de Campinas são
heterogêneas em relação à qualidade de vida de cada região, de determinantes
demográficos, ambientais e das políticas sociais (Secretaria Municipal de Campinas,
2007).
Os idosos do município de Campinas estão distribuídos entre os distritos, Leste
28,89%, Sul 25,11%, Norte 19,33%, Sudoeste 16,89% e Noroeste 9,78%. Maior
28
concentração nos Distritos de Saúde Leste e Sul e menos concentrados nos Distritos
Noroeste e Sudoeste (Datasus, 2007).
Os critérios de inclusão para ambos os grupos foram ter 60 anos ou mais e
residir em Campinas. Para os casos, ser diabético e hipertenso, e para os controles, não
ser diabético nem hipertenso.
Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de
cadeira de rodas, portadores de déficit cognitivo evidenciado por problemas de
memória, atenção e comunicação.
3.3. Procedimentos da coleta
Os idosos participaram de uma sessão única de coleta de dados após explicação
dos objetivos da pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento livre e esclarecido
(Anexo 1). As entrevistas dos casos foram realizadas em 2 dias da semana entre maio e
agosto/2013. O tempo de coleta foi extenso devido a maior parte das pessoas na sala de
espera residir fora de Campinas. As entrevistas dos controles foram realizadas entre
janeiro e julho/2014, de acordo com os dias em que eram realizadas atividades físicas
nos centros esportivos e foram iniciadas após autorização do Secretário de Esportes de
Campinas (Anexo 2).
O tempo de coleta dos dados dos controles também foi extenso, devido à
necessidade de serem idosos não acometidos pelas doenças, que são prevalentes entre a
população idosa.
Foi aplicado um questionário com duração média de 40 minutos e aferido peso,
altura e CC.
O peso foi aferido por meio de balança mecânica de plataforma e os idosos foram
posicionados em pé, no centro da balança, descalços e a altura aferida por estadiomêtro
de metal acoplado a balança. Os idosos foram posicionados em pé, descalços, com os
calcanhares juntos, costas retas e os braços estendidos ao longo do corpo. Foi calculado
o índice de massa corpórea (IMC) e para classificar o estado nutricional foi adotada a
recomendação estabelecida pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2002),
que estabelece as seguintes categorias: IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso
normal; IMC 28-29,99= sobrepeso; IMC > 30= obesidade.
O IMC pode ser um bom indicador do estado nutricional, desde que sejam usados
pontos de corte específicos para a idade. A classificação do IMC, segundo a OPAS
29
(2002) foi à mesma adotada no projeto Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) que
pesquisou países da América Latina, desta forma, justificando a escolha da classificação
usada no presente estudo.
A medida da CC foi realizada com fita métrica inextensível, sendo o valor obtido
através da medida do meio da distância da crista ilíaca e o rebordo costal inferior, e
considerado os critérios da OMS, como risco cardiovascular aumentado em mulheres, a
CC >=80 cm e nos homens CC >=94 cm, para o risco cardiovascular muito elevado, os
valores são CC >=88 cm para o sexo feminino e CC <=102 cm para o sexo masculino
(OMS, 2000).
Ressalta-se que todas as etapas do estudo foram realizadas unicamente pela
pesquisadora.
3.4. Aspectos éticos
O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
pesquisa (CEP) da Unicamp mediante o parecer 115/233 aprovado em 04-10-2012 e foi
conduzido segundo os princípios éticos e de confidencialidade dos dados. Todos os
idosos foram informados sobre a natureza do estudo e assinaram o TCLE (Anexo 1).
3.5. Instrumento de Pesquisa
Foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores, baseado em
domínios de diferentes instrumentos e diretrizes, com perguntas fechadas, com itens de
respostas dicotômicas, escalares ou espontâneas e aferido peso, altura e CC. As
variáveis foram agrupadas em módulos segundo sua natureza. No quadro 1 são
apresentadas as variáveis e as referências para a construção do instrumento.
Quadro 1- Instrumento de pesquisa
Módulo Variáveis (categorias de resposta) Referência do instrumento
I Sociodemográficas Sexo (masculino e femino); idade (60-69, 70-79, 80+); número de filhos (0, 1, 2+); número de pessoas no domicílio (0, 1, 2+); estado civil (nunca foi casado, casado ou vive com companheiro, separado ou divorciado, viúvo); cor de pele (branca, preta, parda, amarela, outras); com quem mora (companheiro, marido, esposa, filho(s), enteado(s), neto(s)); vínculo ocupacional (aposentado, pensionista, trabalha, nunca trabalhou).
Pesquisa Nacional de saúde (PNS, 2012) Pesquisa Nacional de amostragem domiciliar (PNAD, 2008)
II Doenças referidas Diabetes, hipertensão, colesterol e triglicerídeos elevados (sim e não)
Pesquisa Nacional de saúde (PNS, 2012)
30
“Há quanto tempo tem diabetes, hipertensão, colesterol elevado, triglicerídeo elevado”. Síndrome metabólica. Atendimentos em serviços de saúde Acompanhamento com médico e/ou nutricionista e/ou equipe de enfermagem nos últimos 3 meses (sim e não). Acompanhamento nutricional no último ano ou alguma vez na vida (sim e não). Avaliação da qualidade do atendimento Satisfação em relação: ao atendimento médico, de outros profissionais de saúde, atendimento nutricional, informação sobre alimentação que recebeu em alguma consulta (muito satisfeito, satisfeito, mais ou menos, insatisfeito). Dificuldades para: entender as orientações nutricionais, seguir as orientações recebidas e se as dúvidas sobre alimentação foram esclarecidas (sim e não).
(NCEP–ATP III, 2001) Pesquisa Nacional de amostragem domiciliar (PNAD, 208)
III Recomendações nutricionais recebidas de profissionais de saúde (médico ou outro profissional de saúde) Recebeu orientação sobre manter ou perder peso, praticar atividade física regular, aumentar o consumo de água, frutas, leguminosas, leite e derivados pobre em gorduras, alimentos integrais e evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras (sim e não). Dificuldade para seguir as orientações (segue as orientações, não tem vontade de comer o recomendado, esquece-se de comer nos horários recomendados, não recebeu orientação).
Guia alimentar para a população Brasileira (Brasil, 2006) (SBD, 2009) Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA, 2012; ADA 2010)
IV Comportamentos de saúde Consumo de álcool (não consome, 1 ou mais vezes/semana). Tabagismo (nunca fumou, ex- fumante, fuma). Prática de atividade física (3 vezes ou mais vezes na semana, 2 vezes ou menos vezes na semana, não faz).
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA 2012; ADA 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009)
V Qualidade de vida Como avalia a qualidade de vida, auto-avaliação de saúde no momento atual (muito boa, boa, regular, ruim, muito ruim). Tem dinheiro suficiente para satisfazer as necessidades, em que medida tem oportunidades de atividades de lazer (não, muito pouco, médio, muito, completamente).
Questionário WHOQOL Bref, 1998)- uma questão abrangendo os aspectos gerais de saúde e duas questões do domínio meio ambiente (recursos financeiros e oportunidades de lazer) e auto avaliação de saúde
VI Qualidade do sono Uso de remédios para dormir, acordar de madrugada e não dormir mais, ficar acordada a maior parte da noite, levar muito tempo para pegar no sono, dormir mal à noite (sim e não).
Questionário Perfil de saúde de Nottingham (PSN) (Teixeira-Salmela et al, 2004)
31
VII Condições de saúde relacionadas à alimentação Sensação de boca seca (sim e não), sede (nunca sente sede, sente muito pouca sede, acha sua sede normal, sente muita sede o tempo todo), saliva (pouca e grossa, normal e líquida), olfato e paladar (igual quando jovem, sente menos, muito pior), uso de dentadura (não precisa, usa e esta adequada, esta caindo, machucando), dificuldade para mastigar por causa da dentadura (sim, não, não precisa de dentadura), diminuição da quantidade de alimento por dificuldade de mastigar e ou engolir (sim e não), necessidade de triturar ou bater os alimentos para comer (sim e não), necessidade de líquidos (suco, água) para ajudar a engolir os alimentos (sim e não).
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) (ADA, 2012; ADA, 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009).
VIII Capacidade funcional e limitações físicas Dificuldades para: realizar atividades moderadas, levantar ou carregar mantimentos, subir vários lances de escada, subir um lance de escada, andar mais de um quilômetro, vários quarteirões, um quarteirão (não dificulta de modo algum, dificulta um pouco, dificulta muito). Como consequência de sua saúde física e emocional diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou outra atividade, realizou menos tarefa do que gostaria (sim e não). Dor corpo nas útlimas 4 semanas (nenhuma, muito leve, leve, moderada, intensa). Dor interferiu no trabalho ou atividades (não, um pouco, moderadamente, bastante).
SF 36 (Ware e Sherbourne, 1992), Ciconelli (1997) Capacidade funcional: limitações nas atividades físicas por problemas de saúde; Aspecto físico: limitações nas atividades regulares ou trabalho por problemas físicos Dor: limitações no trabalho Aspecto emocional: limitações nas atividades regulares ou trabalho
IX Avaliação nutricional Peso, altura, CC Alteração de peso nos últimos 3 meses (nenhuma perda de peso, perdeu peso fazendo dieta orientada por médico ou nutricionista, perdeu peso sem motivo, ganhou peso).
Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS, 2002). OMS (2000)
X Consumo de alimentos e frequência alimentar Frequência de trocas das refeições (almoço e/ou jantar) por lanches (4 ou mais vezes na semana, 2 a 3 vezes na semana, 1 vez por semana, 3 vezes por mês, nunca). Frequência alimentar: não come, 1 a 2 vezes ao mês, 1 a 2 vezes na semana, 3 a 6 vezes na semana.
Questionário frequência alimentar (Fisberg, 2008). Guia alimentar para a população brasileira (Brasil, 2008).
XI Orientações nutricionais para portadores de diabetes e hipertensão recebidas de profissionais de saúde (médico ou outro profissional de saúde) Ensinou quantas refeições deve comer por dia, quais alimentos deve evitar, recebeu orientações por escrito (sim e não), recebeu lista de alimentos para fazer a troca dos alimentos (sim, ambos, só dieta, só lista de alimentos, não recebeu nada).
Guia alimentar para a população brasileira (Brasil, 2008).
XII Consumo de alimentos para portadores de diabetes e hipertensão Frequência de consumo de água (raramente, 2 copos, 5copos, 8 copos, mais), alimentos integrais (amendoim, castanha-do-pará, nozes), sal nas refeições prontas (sim e não), temperos industrializados ou molhos prontos (sim e não), horário das refeições (come o tempo todo/ fica mais de 5 horas sem comer/ come de 3/3 horas), come carboidratos na mesma refeição (sim e não).
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão arterial (SBC, 2010) ADA (2012, 2010) Sociedade Brasileira de diabetes (SBD, 2009)
32
33
4. ANÁLISE DE DADOS
O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata
Association, Odense, Dinamarca) e exportado para análise no programa Statistical
Package Social of Sciences (SPSS), versão 16.0.
A análise dos dados será descrita especificamente no artigo correspondente.
34
35
5. RESULTADOS
5.1. Artigo 1- CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS HIPERTENSOS E
DIABÉTICOS: UM ESTUDO CASO-CONTROLE
RESUMO
OBJETIVO: Comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão com idosos sem
essas doenças quanto às características sociodemográficas, comportamentos de saúde,
estado nutricional e capacidade funcional.
MÉTODO: Estudo caso-controle realizado com idosos de ambos os sexos. Os casos
foram recrutados em Hospital Universitário e os controles em centros esportivos. Foram
entrevistados por meio de questionário semi-estruturado, 150 casos e 300 controles e
aferido peso e altura e a circunferência da cintura.
RESULTADOS: Predominou o sexo feminino em casos (66,7%) e controles (85,7%).
A idade variou entre 60 e 92 anos, com média de 69,9 (+-7,4). No modelo final de
regressão logística múltivariada, os Odds Ratio e os respectivos intervalos de confiança
de 95% indicaram que: ser preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar com
sobrepeso ou obesidade, relatar perda de peso por doença ou sem motivo, percepção de
condição econômica regular/ruim/muito ruim, muita dificuldade para realizar atividades
moderadas, dor no corpo moderada/intensa nas últimas 4 semanas e ambos
triglicerídeos e colesterol elevados estiveram independentemente associados a
hipertensão e diabetes.
CONCLUSÃO: Conclui-se que idosos portadores de hipertensão e diabetes
apresentaram maior percepção de limitações econômicas e físicas e, como esperado,
piores condições de saúde quando comparados aos idosos sem HAS e DM. A elevada
frequência de excesso de peso nos casos aponta a necessidade de melhorar o controle
dos pacientes, aumentando o envolvimento da equipe multiprofissional no
desenvolvimento de medidas terapêuticas não medicamentosas.
Palavras chave: saúde do idoso, estado nutricional, hipertensão, diabetes.
36
CONDITIONS OF HEALTH AMONG HYPERTENSIVE AND DIABETIC
ELDERLY: A CASE-CONTROL STUDY
ABSTRACT
OBJECTIVE: To compare elderly with diabetes and hypertension with seniors without
these diseases regarding socio demographic characteristics, health behaviors, nutritional
status and functional capacity.
METHODS: A Case-control study among elderly people of both sexes was carried out.
The cases were recruited from a university hospital and controls from several sports
centers. Cases (N=150) and controls (n=300) were interviewed using a semi-structured
questionnaire, and weight, height and waist circumference were measured.
RESULTS: Women were predominant among cases (66.7%) and controls (85.7%).
Ages ranged from 60 to 92 years, with a mean age of 69.9 (+ -7.4). In the final multiple
logistic regression model, Odds Ratios with respective confidence intervals (95%)
indicated: black /brown, to live with 2 or more people, overweight or obesity, weight
loss due to disease or without reason, self-assessment of economic condition as
poor/very poor, great difficulty to do moderate physical activity, moderate/severe pain
in the body in the past four weeks and both high triglycerides and cholesterol were
independently associated to hypertension and diabetes.
CONCLUSION: We conclude that elderly patients with hypertension and diabetes had
a higher perception of economic and physical limitations and, as expected, worse health
than subjects without hypertension and diabetes. The high frequency of
overweight/obesity among cases indicates the need to improve the management of
patients, increasing the involvement of the multidisciplinary team in the non-drug
therapeutic measures.
Keywords: elderly health, nutritional status, hypertension, diabetes, self-assessment.
37
Introdução
Com o envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente e
torna os idosos mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças crônicas, entre as
quais se destacam as doenças cardíacas, a hipertensão arterial (HAS) e o diabetes
mellitus (DM) (Kirkman et al, 2012). Segundo dados da Pesquisa Nacional por amostra
de domicílio (PNAD, 1998 e 2003), 77,6% dos idosos são portadores de alguma doença
crônica e um terço apresenta mais de uma doença (Lima Costa et al, 2007). Desde a
PNAD de 1998, tanto as prevalências de HAS como as de DM, têm aumentado em
ambos os sexos, sendo observado em 2008, prevalências de HAS de 50,5% em idosos
de 60 a 69 anos, 57,2% nos de 70-79 anos e de 55,9% nos de 80 anos e mais. Para DM,
esses valores foram de 15,4%, 17,6% e 15,6%, respectivamente (Barros et al, 2011).
Também desde 1998, os coeficientes de prevalência padronizados por sexo e
idade, apontam que a hipertensão concomitante com diabetes (HAS+DM) tem
aumentado em todas as faixas etárias, atingindo em 2008, na faixa de 60 a 69 anos,
11,3%, na faixa de 70 a 79 anos, 13,1% e na faixa de 80 anos ou mais, 12,1% (Freitas e
Garcia, 2012). A HAS e o DM, quando associadas, aumentam consideravelmente o
risco de doenças cardiovasculares e representam aproximadamente 30% das mortes
globais (WHO, 2011). No Brasil, as taxas são similares e há tendência de aumento nos
próximos anos, devido ao expressivo envelhecimento da população associado à
crescente tendência da obesidade que tem atingido também os idosos mais jovens
(Gigante et al, 2009).
Atualmente, a HAS e o DM representam um complexo problema de Saúde
Pública para o Brasil. A elevada carga das doenças representada pelas doenças crônicas
é agravada na HAS+DM pelas complicações, limitações funcionais e incapacidades,
representando maiores desafios ao sistema de saúde (Schmidt et al, 2011). Além do
diagnóstico das doenças nem sempre oportuno, a baixa adesão ao tratamento e as
mudanças comportamentais são fatores que podem acarretar complicações secundárias e
aumentar as chances de morbimortalidade (Veras e Parahyba, 2007).
O progressivo aumento da expectativa de vida tem ultrapassado as doenças
como foco único das ações dos serviços de saúde e têm sido incorporados programas de
promoção da saúde na atenção básica para incentivar a melhoria da qualidade de vida e
a diminuição de fatores de risco para doenças crônicas (Ramos et al, 2014).
Considerando que os idosos que frequentam centros esportivos são o protótipo do novo
38
idoso que procura melhorar sua qualidade de vida e ser saudável, foi considerado
procedente incluí-los como controles dos idosos portadores de HAS e DM.
Além, das elevadas prevalências já apontadas que caracterizam um problema de
saúde pública, o fato da HAS+DM estar inversamente relacionada à escolaridade, com
as maiores prevalências no grupo com até 8 anos de estudo (Freitas e Garcia, 2012) e
ainda, sua maior prevalência em área urbana, especialmente na região Sudeste (Freitas e
Garcia, 2012), justifica-se a necessidade da realização de estudos, acerca dessas doenças
em população vulnerável, como a população idosa. Assim, foi desenvolvido um estudo
com o objetivo de comparar idosos portadores de diabetes e hipertensão (casos) com
idosos sem essas doenças (controles) quanto às características sociodemográficas,
comportamentos de saúde, estado nutricional e capacidade funcional.
Material e Métodos
Trata-se de um estudo caso-controle com idosos de ambos os sexos, de 60 anos
ou mais, residentes em área urbana do município de Campinas (SP).
Foi entrevistada uma amostra de conveniência de 150 casos e 300 controles.
Para compor o grupo de casos, as pessoas foram abordadas e inquiridas sobre a idade e
ser ou não portador de HAS+DM. Assim, o grupo dos casos foi composto por
portadores de ambas às doenças, e os controles não eram portadores de HAS nem DM.
Os casos foram selecionados entre os idosos que estavam em acompanhamento e
tratamento ambulatorial no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) e residiam nos cinco distritos de saúde, do município. Para
garantir uma distribuição espacial no município, os controles, foram selecionados em
centros esportivos pertencentes à área de abrangência de cada distrito de saúde. Os
centros esportivos são vinculados à Prefeitura Municipal de Campinas, e realizam
atividades físicas direcionadas à população idosa. Os idosos frequentam os grupos, de
acordo com a região de moradia. Nenhuma variável foi usada para pareamento de Casos
e Controles.
Além, da presença de HAS+DM (casos) ou sua ausência (controles), os critérios
de inclusão para ambos os grupos foram: ter 60 anos ou mais e residir em Campinas.
Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de cadeira
de rodas, déficit cognitivo evidenciado por problemas de memória, atenção e
comunicação no momento da entrevista.
39
Instrumento de Pesquisa
Foi aplicado um questionário semi-estruturado, construído pelos autores e as
variáveis foram verificadas por meio de questões de autorrelato e organizadas segundo
suas características:
Sociodemográficas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-79 e 80 e +), estado
conjugal (casado/com companheiro e outros), raça/cor (branca/amarela e preta/parda),
numero de pessoas com que reside (só, 1, 2 ou mais), escolaridade (5 ou + anos e 0-4) e
número de filhos (0, 1-2, 3 ou +).
Comportamentos de saúde: tabagismo (nunca fumou, ex-fumante, fumante atual),
frequência de consumo de álcool (nunca/mensal e 1 dia na semana ou mais).
Em relação às variáveis que compõem o instrumento original de capacidade
funcional e qualidade de vida foram aplicadas todas as questões, porém considerando o
largo intervalo de confiança de 95% (IC95%) observado, a maioria das questões foi
excluída das análises. Embora o foco do estudo foi entender os aspectos nutricionais e
hábitos de vida, porém ao se avaliar à saúde dos idosos, alguns aspectos relacionados à
Qualidade de Vida tornam-se relevantes, desta forma foi incluída uma questão do
questionário WHOQOL Bref (WHO, 1998) e algumas perguntas do SF-36 (Ware e
Sherbourne, 1992), traduzido e validado no Brasil por Ciconelli (1997), sendo
priorizadas as que abrangem a capacidade funcional relativa à dificuldade que os idosos
apresentam para a realização de atividades da vida diária. As análises foram restritas a
cada questão.
Qualidade de vida (QV): pergunta do domínio meio ambiente “Tem dinheiro suficiente
para satisfazer as suas necessidades?”, com opções de respostas: não, muito pouco,
médio, muito, completamente.
Qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS): Foi formulada uma questão do
domínio capacidade funcional: “Tem dificuldade para realizar atividades
moderadas?”, com opções de respostas: não dificulta de modo algum/um pouco e
muito, duas questões do domínio dor: “Teve dor no corpo nas últimas 4
semanas?”(nenhuma, muito leve/leve e moderada/intensa); “A dor interferiu no
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trabalho ou atividades?”(não/um pouco e moderadamente/bastante), uma questão do
domínio físico:“Como consequência de sua saúde física, o senhor/a diminuiu a
quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou outra atividade?”, com respostas
“não” e “sim”, uma questão do domínio emocional: “Como consequência de sua saúde
emocional, o senhor/a diminuiu a quantidade de tempo que se dedicava ao trabalho ou
outra atividade”, com respostas “não” e “sim”.
Avaliação nutricional: aferido peso e altura e calculado o índice de massa corpórea
(IMC). Para classificar o estado nutricional, foi adotada a recomendação estabelecida
pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2002) que estabelece as seguintes
categorias: IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso normal; IMC 28-29,99=
sobrepeso; IMC ≥ 30= obesidade.
A circunferência da cintura (CC) é uma medida consagrada para estimar risco
cardiovascular, e foi aferida em casos e controles. Foi utilizada a definição da OMS
(2000), sendo risco aumentado em mulheres a CC igual ou maior a 80 cm e nos homens
igual ou maior a 94 cm; já por definição constituem o risco cardiovascular muito
elevado, os valores iguais ou maiores a 88 cm para o sexo feminino e igual ou maior a
102 cm, para o sexo masculino. Também foi aplicada a pergunta: “Nos últimos 3 meses
houve alteração do peso?” com alternativas de resposta: nenhuma perda de peso,
perdeu peso fazendo dieta orientada por médico ou nutricionista, perdeu peso sem
motivo ou por doença e ganhou peso.
Doença referida: ter tido diagnóstico de colesterol e triglicérides elevados (não e sim) e
uso de medicamento para dormir (não e sim).
Análise estatística
O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata
Association, Odense, Dinamarca) e exportado para o programa Statistical Package of
Social Sciences (SPSS 16.0) para análise dos dados.
Para a caracterização da amostra realizou-se análise descritiva das variáveis com
frequências simples e relativas. Para comparação das proporções das categorias de cada
variável independente, segundo Casos e Controles foi utilizado o teste do Qui-quadrado
com nível de significância de 5%.
41
A diferença entre Casos e Controles para cada variável independente foi
estimada pelo Odds Ratio (OR) e os intervalos de confiança de 95% (IC), calculados
por meio de regressão logística univariada.
A seguir foram incluídas em modelo logístico multivariado as variáveis
significativas no teste Qui-quadrado com valor de p<0,15; mediante backward stepwise,
as variáveis com maior valor de p foram sendo excluídas uma a uma. Foram mantidas
no modelo multivariado final as variáveis que permaneceram associadas considerando-
se um nível de significância de 5% (p<0,05).
O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa (CEP)
da Faculdade de Ciências Médicas- Unicamp, parecer 115/233 aprovado em 04-10-
2012.
Resultados
A amostra do estudo foi composta predominantemente pelo sexo feminino
(66,7% entre os casos e 85,7% entre os controles). A idade variou entre 60 e 92 anos,
com média de 69,9 (+-7,42), sem diferença significativa entre casos e controles. Embora
houvesse predomínio de brancos na amostra, entre os casos houve uma proporção
significativamente maior de pessoas negras (32,7% vs 14%) e a escolaridade foi
significativamente menor entre os casos (70,7% vs 56,7%) (Tabela 1).
Comparando as condições de saúde dos idosos portadores de HAS+DM e idosos
sem estas doenças, mediante OR ajustado por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade
física, observou-se maior chance entre os casos de serem ex-fumantes e/ou fumantes
atuais, avaliarem negativamente a condição econômica, referirem muita dificuldade
para realizar atividades moderadas, dor no corpo moderada/ intensa nas últimas 4
semanas, interferência da dor no trabalho ou atividades, diminuição de tempo de
trabalhou ou atividades em decorrencia de problemas de saúde física, e em decorrencia
de problemas de saúde emocional (Tabela 2).
Quanto ao estado nutricional, os casos apresentaram chance 2,29 vezes maior do
que os controles de estarem acima do peso, e acima de 3 vezes maior chance de
circunferência de cintura aumentada ou severa, estimado pela CC do que os controles.
Em relação à alteração de peso, nos últimos 3 meses, os casos apresentaram maior
chance de alterações, tanto para a perda de peso por alguma doença ou sem
conhecimento do motivo, quanto para o ganho de peso, também houve maior chance de
42
ter colesterol e triglicerídeos elevados e usar remédios para dormir do que nos controles
(Tabela 3).
Entre as variáveis relacionadas à QV, capacidade funcional e saúde, houve
duplas de variáveis que apresentaram comprometimento simultâneo, estas foram:
“dificuldade para realizar atividades moderadas/problema saúde física diminui tempo
dedicado ao trabalho ou outra atividade”, “dor corpo nas últimas 4 semanas/dor
interferiu no trabalho ou atividades”, “dor interferiu no trabalho ou atividades/problema
saúde física diminui tempo trabalho ou atividade”, “problemas emocionais/remédio para
dormir”, “colesterol/ triglicerídeos” (Tabelas 2 e 3).
No modelo final de regressão logística multivariada ajustada por sexo, idade,
escolaridade e atividade física foram verificadas as condições independentemente
associadas a ter HAS e DM. Os casos apresentaram maior chance do que os controles
de: ser preto/pardo, residir com 2 ou mais pessoas, estar acima do peso, ter perdido peso
sem motivo ou por doença, auto-avaliar a condição econômica como regular/ruim/muito
ruim, ter muita dificuldade para realizar atividades moderadas, ter dor no corpo
moderada/intensa nas últimas 4 semanas e referir triglicerídeos e colesterol elevados,
condições essas associadas direta e independentemente a HAS+DM. Consumo de álcool
em 1 ou mais vezes por semana teve associação indireta com HAS+DM. (Tabela 4).
Discussão
O perfil da amostra, com predomínio do sexo feminino foi semelhante a outros
estudos epidemiológicos (Lebrão e Laurenti, 2005; Gerab et al, 2012; Fontbonne et al,
2013). A maior frequência do sexo feminino seria decorrente da maior procura das
mulheres por atendimentos de saúde, como também sua maior participação social, como
em grupos de atividades físicas.
No presente estudo, a baixa escolaridade foi predominante e também
corresponde ao perfil da população de outros estudos (Lebrão e Laurenti, 2005; Banegas
et al, 2007; Barros et al, 2011; Freitas e Garcia, 2012). A maior frequência de baixa
escolaridade entre os idosos com HAS+DM reitera os achados de Barros e
colaboradores (2011) que descrevem uma maior prevallencia tanto de HAS como de
DM em indivíduos com até 3 anos de estudo, e no estudo de Freitas e Garcia (2012) no
grupo com até 8 anos de estudo.
Os idosos portadores de HAS+DM apresentaram maior chance de morar com 2
ou mais pessoas do que os controles. Provavelmente, muitos idosos encontram
43
dificuldades para manter sua independência, devido às condições de saúde. Lebrão e
Laurenti (2005) observaram que os idosos que vivem sós ou com o cônjuge são mais
novos, independentes e com melhores condições de saúde, do que os que vivem com
outros membros da família ou não parentes. Conforme dados do IBGE (2010), em
17,5% dos domicílios de idosos, reside apenas uma pessoa, sendo a maioria mulheres
(90%).
A constatação em nossa amostra de elevada chance de HAS+DM em pessoas de
raça/cor preta/parda têm sido apontadas por diversos autores. Fuchs (2011) considera
que a maior prevalência de HAS na raça negra, pode ser explicada pelas diferenças das
condições socioeconômicas, hábitos alimentares, comportamento emocional e de saúde.
Holmes e colaboradores (2013) analisaram os dados do National Health Interview
Survey (NHIS) e observaram que ser de raça negra é um preditor independente de HAS
e ainda, ter baixa renda e baixa escolaridade, idade avançada, ser obeso, sedentário e
viver sem o cônjuge ou viver só apresenta associação direta com ser da raça negra. No
Brasil, a partir de dados do Sistema de Vigilância por Inquérito Telefônico (VIGITEL),
foi constatado maior risco de excesso de peso em negros (Gigante et al, 2009). Ainda,
certos hábitos alimentares e a obesidade, mais prevalente na raça negra são fatores de
risco que podem aumentar a prevalência de HAS em indivíduos de raça negra (CDC,
2009).
Estudo transversal realizado no distrito Sul de Campinas-SP, em 2006-2007,
para avaliar o risco de complicações metabólicas, estimado pela associação de CC
muito aumentada e obesidade, como uma forma de identificar o risco para DM, HAS e
doenças cardiovasculares, observou que na população com 55 anos e mais o risco de
complicações metabólicas foi de 21,4% (Nucci et al, 2012). O DM frequentemente está
associado à HAS e dislipidemia, sendo considerada como um dos principais fatores de
risco para a doença aterosclerótica em idosos (SBC, 2013).
Mediante a análise multivariada, confirmamos a associação direta e
independente da HAS+DM e diversas variáveis, algumas já referidas por outros estudos,
sendo fatores de risco ser de raça negra e residir em domicílio numeroso. Ser obeso e ter
triglicerídeos e colesterol elevados foram fatores de riscos modificáveis e deve-se
apontar a importância dos serviços de saúde na prevenção e tratamento destes fatores
(Passos et al, 2005; Zaitune et al, 2006; Banegas et al, 2007; Barbosa e Borgatto, 2010;
Mendes et al, 2011).
44
A “perda de peso por doença ou sem motivo” podem refletir condições de
morbidade, provavelmente associadas a DM clinicamente descompensada,
acompanhada ou não por quadros infecciosos.
Neste estudo, verificou-se associação da HAS+DM com a auto-avaliação da
condição econômica. Como não dispomos de informação da renda familiar, nem dos
gastos familiares, cabe supor que haja maior gasto pessoal entre os casos do que entre
os controles, por exemplo, com medicamentos não cobertos pelo programa “Farmácia
Popular” ou por morarem em domicílios em que a sua renda é a única fonte para
sustentar os demais membros do domicílio (Marín-Leon et al, 2003). Ainda, é possível
que os casos tenham depressão associada, que os faz perceber sua condição econômica
de forma mais desfavorável. Tem sido descrita a associação de doenças crônicas com
depressão ou com QVRS diminuída na dimensão emocional (Banegas et al, 2007).
A associação de HAS+DM com o comprometimento funcional verificado pela
“dificuldade para realizar atividade moderada” e “dor no corpo”, tem sido descrito por
vários autores que apontam a diminuição destas duas dimensões da QVRS na presença
de doenças crônicas. Na Espanha, Banegas e colaboradores (2007), constataram em
idosos do sexo masculino com HAS+DM, diminuição de todas as dimensões do SF-36,
exceto a social e, nas mulheres, com obesidade associada à HAS+DM, redução muito
acentuada de todas as dimensões. Na China, estudo que comparou portadores de HAS
com normotensos, observou diminuição da QVRS, especialmente por problemas físicos
e, na presença de outras comorbidades houve maior piora da qualidade de vida medida
pelo SF-36 (Wang et al, 2009). Na Coréia, um estudo comparou um grupo de idosos
com HAS, DM e doenças cardiovasculares e um grupo de idosos sem estas doenças,
com o objetivo de avaliar diferenças na QV. Idosos com HAS+DM apresentaram maior
chance de baixa escolaridade, hábito de fumar, consumo de bebidas álcoolicas e
avaliação negativa em relação a mobilidade, autocuidado, atividades de vida diária e dor
em relação a idosos sem estas doenças (Chin, Lee e Young, 2014). Em Singapura, em
portadores de DM, quando comparados com indivíduos sem a doença, Wee e
colaboradores (2005) descrevem diminuição da qualidade de vida avaliada pelo SF-6D,
versão unidimensional do SF-36 e, nos casos de DM associada a HAS, a diminuição da
QV é maior, sendo muito maior na presença de doenças músculo-esquéleticas ou
cardíacas. Shiu e colaboradores (2014) em amostra de idosos com DM, identificaram
que a idade, sexo, atividade fisica, stress, apoio social e renda determinam diretamente a
QVRS ou indiretamente através do estado físico funcional e a percepção geral de saúde.
45
Provavelmente a “dificuldade para esforços” e a “dor” tem relação com as
alterações vasculares e neuropáticas inerentes à fisiopatologia do DM, que contribuem
para limitar a mobilidade, o equilíbrio e a força muscular (SBD, 2009). Para Banegas e
colaboradores (2007) a piora da QVRS, relacionada à obesidade na mulher, seria
decorrente da queda dos estrógenos e aumento do cortisol, que pode aumentar o
comprometimento cardiovascular. A obesidade na mulher traria, ainda piora da
autoimagem e diminuição da autoestima. Ainda, quanto à QVRS, vale destacar que a
fadiga e alguns sintomas decorrentes de doenças crônicas que influenciam nas
atividades da vida diária podem ser difíceis de diferenciar da síndrome geriátrica, que é
ocasionada pela insuficiência de múltiplos orgãos com o envelhecimento e manifesta-se
por incapacidade funcional, depressão e déficit cognitivo, além de outros
comprometimentos (Araki e Ito, 2009).
A constatação na análise multivariada de menor chance de HAS+DM nos idosos
que referiram o consumo de bebidas alcoólicas é controversa. O efeito protetor do
álcool foi descrito em Barbados em mulheres hipertensas, com obesidade abdominal,
DM associada a outras comorbidades (Barbosa e Borgatto, 2010), no entanto outros
autores descrevem a ingestão de álcool como fator de risco para doenças
cardiovasculares (Passos et al, 2005; Chin, Lee e Young, 2014). Indivíduos diabéticos
com obesidade, dislipidemias e com hipoglicemias frequentes podem apresentar piora
desses sintomas com a ingestão de bebidas alcoólicas, e a abstenção de álcool deve ser
orientada. O consumo de bebidas alcoólicas por diabéticos, quando bem controlados é
aceito, desde que a bebida seja ingerida como parte de uma refeição e as calorias
estejam incluídas no valor calórico total da dieta (SBD, 2013-2014).
A elevada proporção de portadores de HAS+DM, com excesso de peso, é
indicativa de inadequado controle. Essa condição foi corroborada por estudo de Gerab e
colaboradores (2012) na cidade de São Paulo, os autores verificaram também a
alteração de medidas bioquímicas.
Considerando que se trata de pacientes em tratamento, é recomendável a revisão
dos programas de hipertensão e diabetes do município, a fim de melhorar o acesso
gratuito aos medicamentos (Paniz et al, 2010) e a adesão dos pacientes às medidas não
medicamentosas de controle, especialmente alimentação saudável e atividade física.
Quanto à atividade física, vale destacar a necessidade da participação de profissionais
de urbanismo e transporte, como também de segurança pública para que as pessoas
possam aderir à caminhada no dia-a-dia sem riscos de quedas, atropelamentos ou
46
agressões. A importância da atividade física no controle não medicamentoso dessas
enfermidades tem sido destacada por diversos autores (King et al, 2011; Parra et al,
2010; Belon et al, 2014; Belon e Nykiforuk, 2013) e está contemplada nas
recomendações das Políticas de Saúde (MS 2014a; MS 2013a).
Entre as limitações do presente estudo, destacamos o número reduzido de casos
que impede de evidenciar algumas associações. O fato de serem casos de um
ambulatório hospitalar, não permite extrapolar os achados para a grande maioria da
população idosa hipertensa e diabética que é atendida na rede básica de saúde. No
entanto, mesmo sendo acompanhados em um hospital escola, que em princípio tem
maiores recursos materiais e equipe multidisciplinar para o atendimento adequado,
puderam ser evidenciadas características que apontam para a necessidade de uma
melhoria no atendimento. Ainda, o fato de ser uma população predominantemente de
baixa renda permite considerar que os achados são de utilidade para a população
vulnerável usuária do sistema de saúde pública, e especialmente para a rede básica do
município de Campinas.
Conclusão
Conclui-se que idosos portadores de hipertensão e diabetes apresentam maior
percepção das limitações econômicas e físicas e, como esperado, piores condições de
saúde quando comparados aos idosos sem HAS e DM. A elevada frequência de excesso
de peso nos casos aponta a necessidade de melhorar o controle dos pacientes,
aumentando o envolvimento da equipe multiprofissional nas medidas terapêuticas não
medicamentosas e no ensino de autocuidado. O conhecimento das condições de saúde e
a importância dada a essa condição, as atitudes de confiança e a motivação diante das
mudanças de comportamento relacionado à saúde são fundamentais para a efetiva
adesão ao tratamento proposto, como estabelecido pelas Estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônicas do Ministério da Saúde (MS, 2014a).
Quando se trata de população idosa, torna-se fundamental avaliar a qualidade de
vida e saúde abrangendo os diferentes fatores que podem influenciar as dimensões não
apenas biológicas, mas também psicológicas, as relações sociais, crenças e valores que
favorecem o bem-estar, e com isso, a obtenção de melhor qualidade de vida. Deve-se
valorizar a avaliação que a própria pessoa faz de sua saúde e os fatores que interferem
para conquistá-la ou mantê-la.
47
Sugere-se que outros estudos sejam realizados neste sentido, a fim de aprofundar
os resultados obtidos nesta pesquisa e verificar em que medida as políticas de cuidado
de portadores de doenças crônicas estão tendo impacto na saúde e qualidade de vida da
população idosa.
Referências Bibliográficas
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adults. Diabetes Care. 2012; 35: 2650-2664.
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por Amostra de domicílios (1998-2003). Cad Saúde Pública. 2007; 23(10): 2467-2478.
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Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégias para o cuidado da
pessoa com doença crônica: diabetes mellitus/Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica–Brasília: Ministério da Saúde,
2013a. 160 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
51
Tabela 1. Distribuição das frequências segundo variável demográfica de idosos portadores de hipertensão e diabetes e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.
Variáveis Casos (n=150)
%
Controles (n=300)
%
Valor de p*
OR (IC95%)** OR ajustado (IC95%)***
Sexo Masculino Feminino
33,3 66,7
14,3 85,7
0,000 1,0
0,33 (0,21- 0,53)
1,0
0,24 (0,14-0,41) Idade 60-69 70-79 80 e mais
51,3 36,0 12,7
53,0 37,7 9,3
0,551 1,0
0,99 (0,65-1,51) 1,40 (0,74-2,67)
1,0
0,81 (0,50-1,29) 0,97 (0,48-1,98)
Estado conjugal Casado Outros
63,3 36,7
61,0 39,0
0,631 1,0
0,91 (0,60-1,36)
1,0
0,98 (0,61-1,56) Raça/Cor Branca/amarela Preta/parda
67,3 32,7
86,0 14,0
0,000 1,0
2,97 (1,85-4,76)
1,0
3,16 (1,85-5,41) Número pessoas com que reside 0 1 2 ou +
14,7 44,7 40,7
21,0 58,7 20,3
0,000 1,0
1,09 (0,62-1,91) 2,86 (1,57-5,22)
1,0
1,14 (0,61-2,12) 2,96 (1,52-5,75)
Anos de escolaridade 5 ou + 0-4
29,3 70,7
43,3 56,7
0,004 1,0
1,84 (1,21-2,80)
1,0
2,13 (1,32-3,43) Número de filhos 1-2 0 3 ou +
37,3 6,0 56,7
48,0 6,7
45,3
0,073
1,0
1,16 (0,50-2,70) 1,61 (1,07-2,42)
1,0
1,27 (0,49-3,26) 1,50 (0,95-2,37)
*valor de p, teste qui-quadrado; **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%); *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.
52
Tabela 2 - Estilo de vida, qualidade de vida e capacidade funcional de idosos hipertensos e diabéticos e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.
Variáveis Casos n=150
Controles n=300
Valor de p*
OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***
Tabagismo Nunca fumou Ex fumante Fumante atual
51,3 37,3 11,3
76,0 20,3 3,7
0,000 1,0
2,72 (1,74-4,24) 4,58 (2,05-10,20)
1,0
2,11 (1,24- 3,59) 2,24 (0,92- 5,43)
Consumo de Álcool Nunca ou mensal 1 ou mais dias na semana
95,3 4,7
86,6 13,4
0,002 1,0
0,32 (0,14-0,73)
1,0
0,18 (0,07-0,49) Condição econômica para satisfazer as necessidades Muito boa/boa Regular/ruim/muito ruim
30,0 70,0
69,0 31,0
0,000
1,0 5,20 (3,39-7,95)
1,0 5,74 (3,45- 9,54)
Dificuldades para realizar atividades moderadas Não/pouco Muita
50,7 49,3
86,3 13,7
0,000 1,0
6,15 (3,89-9,74)
1,0
6,60 (3,90- 11,17) Teve dor no corpo nas ultimas 4 semanas Não/muito leve/leve Moderada/intensa
61,3 38,7
92,0 8,0
0,000
1,0
7,25 (4,26-12,33)
1,0
6,35 (3,54- 11,41) A dor interferiu no trabalho ou atividades Não/pouco Moderada/bastante
70,0 30,0
90,3 9,7
0,000 1,0
4,00 (2,39-6,73)
1,0
4,09 (2,29- 7,31) Problema de saúde física diminuiu tempo dedicado ao trabalho ou outra atividade Não Sim
61,3 38,7
91,0 9,0
0,000
1,0 6,37 (3,81-10,66)
1,0 5,70 (3,25-10,01)
Problema de saúde emocional diminuiu tempo de trabalho ou outra atividade Não Sim
75,3 24,7
88,3 11,7
0,000
1,0 2,48 (1,49-4,14)
1,0 2,36 (1,34- 4,15)
Presença simultânea de “dificuldades para realizar atividades moderadas” e “problema saúde física diminui tempo trabalho” Não Sim
70,7 29,3
95,0 5,0
0,000
1,0 7,89 (4,21-14,76)
1,0 7,14 (3,60- 14,13)
Presença simultânea de “dor corpo” e “dor interferiu no trabalho/ou outras atividades ultimas 4 semanas” Não Sim
74,0 26,0
94,0 6,0
0,000
1,0 5,50 (3,02-10,03)
1,0 4,66 (2,41-9,03)
Presença simultânea de “dor interferiu no trabalho/ou outras atividades” e “problema saúde física diminui tempo trabalho ou atividades” Não Sim
77,3 22.7
95,0 5,0
0,000
1,0 5,57 (2,92-10,61)
1,0 4,78 (2,38-9,61)
* valor de p, teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.
53
Tabela 3- Estado nutricional, alterações bioquímicas referidas e uso de medicamentos para dormir em idosos hipertensos e diabéticos e idosos sem estas doenças. Campinas, 2013-2014.
Variáveis Casos n=150
Controles n=300
Valor de p*
OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***
IMC Eutrófico Baixo peso Sobrepeso/Obeso
36,0 8,7 55,3
45,0 20,0 35,0
0,000
1,0
0,54 (0,27-1,07) 1,98 (1,29-3,03)
1,0
0,72 (0,34-1,49) 2,29 (1,41-3,71)
Circunferência da cintura Normal Aumentada Severa
8,7 22,7 68,7
14,0 17,7 68,3
0,163 1,0
2,07 (0,97-4,42) 1,62 (0,83-3,16)
1,0
3,21 (1,30-7,87) 3,66 (1,55-8,63)
Alteração no peso nos últimos 3 meses Nenhuma perda Perdeu com dieta de médico/nutricionista Perdeu peso por doença ou sem motivo Ganhou peso
50,7 6,7 17,3 25,3
69,7 16,3 4,7 9,3
0,000 1,0
0,56 (0,27-1,16) 5,11 (2,53-10,29) 3,73 (2,14-6,50)
1,0
0,61 (0,27-1,33) 4,27 (2,07-9,10) 3,50 (1,89-6,47)
Colesterol elevado Não Sim
33,3 66,7
53,0 47,0
0,000 1,0
2,26 (1,50-3,39)
1,0
2,89 (1,82-4,59) Triglicerídeo elevado Não Sim
49,3 50,7
77,0 23,0
0,000 1,0
3,44 (2,26-5,22)
1,0
4,33 (2,68-6,99) Remédio para dormir Não Sim
84,0 16,0
92,0 8,0
0,010 1,0
2,19 (1,20-4,01)
1,0
2,53 (1,30-4,95) Aumento de Colesterol e Triglicerídeos Não Sim
52,7 47,3
80,0 20,0
0,000 1,0
3,60 (2,34-5,51)
1,0
4,60 (2,81-7,52) * valor de p, teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, idade, escolaridade e atividade física.
54
Tabela 4- Modelo final de regressão logística multivariada para grupo de idosos hipertensos e diabéticos, ajustado por sexo, idade, escolaridade e atividade física. Campinas, 2013-2014. Variável OR IC 95% Valor de p* Raça/Cor 0,011 Branca/amarela 1 Preta/parda 2,67 1,26-5,69 Numero de pessoas que residem junto 0,000 0 1 1 1,64 0,66-4,09 2 ou + 6,15 2,29-16,54 Estado nutricional 0,000 Eutrófico 1 Baixo peso 0,59 0,22-1,58 Sobrepeso/obeso 3,08 1,57-6,04 Alteração de peso 0,027 Nenhuma 1 Dieta dada por médico/nutricionista 0,64 0,24-1,68 Perdeu por doença ou sem motivo 3,23 1,16-9,01 Ganhou peso 2,04 0,92-4,52 Consumo álcool 0,007 Nunca/raramente 1 1 dia na semana ou mais 0,18 0,05-0,62 Condição econômica 0,000 Muito boa 1 Regular/ruim/muito ruim 4,55 2,32-8,90 Dificuldade para atividades moderadas 0,000 Não/pouca 1 Muita 4,51 2,18-9,33 Dor corpo nas últimas 4 semanas 0,042 Não/leve 1 Moderada/intensa 2,38 1,03-5,49 Aumento de colesterol e triglicerídeos 0,000 Não 1 Sim 6,36 3,30-12,50 * valor de p, teste qui-quadrado
55
5.2. Artigo 2- A IMPORTÂNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA EM IDOSOS
RESUMO
Objetivo: Comparar idosos com Síndrome Metabólica e idosos sem Síndrome
Metabólica em relação aos fatores sociodemográficos, de alimentação e de saúde.
Métodos: Trata-se de um estudo caso controle realizado com idosos de ambos os sexos.
A amostra foi de conveniência e foram recrutados idosos em um Hospital Universitário
e em centros esportivos, onde são realizadas atividades físicas direcionadas aos idosos.
Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos ou mais e residir em Campinas. Para a
seleção dos idosos com Síndrome metabólica (casos), considerou-se a presença de
diabetes, hipertensão e CC > 88 cm para as mulheres e > 102 cm para os homens, e para
os controles foram selecionados os idosos que não tinham nenhum dos fatores que
definiram a Síndrome Metabólica. Foi utilizado um questionário semi-estruturado e
aferido peso, altura e circunferência da cintura.
Resultados: A amostra foi composta por 103 portadores de Síndrome Metabólica
(casos) e 206 idosos sem Síndrome Metabólica (controles). A média da idade foi 69,3
anos (DS ± 7,05), sem diferença significativa entre casos e controles. Na análise
multivariada, as variáveis associadas diretamente com a Síndrome Metabólica foram:
residir com 2 ou mais pessoas, ter dislipidemia, usar ou precisar dentadura, alteração na
sensação de sede, presença simultânea de não sentir gosto e cheiro, consumir embutidos
em 1 ou mais dias por semana, frango menos de 1 dia por semana, e aveia em menos de
3 dias por semana. O consumo de alimentos dos casos foi semelhante à alimentação da
população geral, desta forma, além de refletir os valores culturais e os hábitos da
população, aponta a falta de orientações para o auto-cuidado que pode influenciar
diretamente o controle da hipertensão, diabetes e obesidade.
Conclusões: É de fundamental importância que haja melhor controle das doenças,
mediante estruturação eficiente das medidas não medicamentosas, ja estabelecidas pelo
Ministerio de Saúde para aumentar a adesão à alimentação saudável entre outros hábitos
de vida saudáveis.
Palavras chave: saúde do idoso, hábitos alimentares, hipertensão, diabetes mellitus,
saúde bucal.
56
THE IMPORTANCE OF METABOLIC SYNDROME IN THE ELDERLY
ABSTRACT
Objective: The aim of the study was to compare elderly with metabolic syndrome and
elderly without metabolic syndrome in relation to socio-demographic characteristics,
eating habits and health.
Methods: a case-control study was conducted with elderly of both sexes. A
convenience sample of patients was recruited at the University Hospital and the group
without these diseases was selected in several sports centers. Inclusion criteria were: age
60 years or older, living in Campinas. The selection of the elderly with metabolic
syndrome (cases) was defined by the presence of diabetes, hypertension and waist
circumference >= 88 cm for women and >=102 cm for men and as controls were
selected those who had none of the factors that defined the Metabolic Syndrome. We
used a semi-structured questionnaire and measured the waist circumference, weight and
height.
Results: The sample consisted of 103 patients with metabolic syndrome (cases) and 206
elderly without metabolic syndrome (controls). The mean age was 69.3 years (SD ±
7.05), with no significant difference between cases and controls.
In multivariate analysis, the variables associated with Metabolic Syndrome were, to live
with 2 or more people, dyslipidemia, use or need of dentures, feeling very thirsty, loss
of both taste and smell, consumption of embedded 1 to 2 days per week, chicken less
than one day per week, and oats less than 3 days per week.
The profile of food consumption of elderly diabetics and hypertensive patientes was
similar to the general population, and in addition to reflecting the cultural values and
habits of the population also points out the lack of accomplishment of guidelines can
directly influences the control of hypertension and diabetes.
Conclusions: It is essential to improve the control of diseases by efficiently structuring
the non-pharmacological measures already stablished by the Health Ministery, to
achieve greater adherence to healthy eating among other healthy habits.
Keywords: elderly health, eating habits, hypertension, diabetes mellitus, oral health.
57
Introdução
A prevalência da morbidade por doenças cardiovasculares tende a aumentar, não
somente pelo envelhecimento da população, mas pelas mudanças do estilo de vida, dos
hábitos alimentares e do sedentarismo (Brasil, 2011) que contribuem para o excesso de
peso e obesidade abdominal (Hirani, 2011). Estas mudanças podem ser atribuídas ao
consumo de alimentos ricos em gorduras, amidos refinados, bebidas açucaradas, doces e
alimentos com elevado teor de sódio (Monteiro e Cannon, 2012).
A obesidade, especialmente a abdominal, predispõe os indivíduos a uma série de
co-morbidades, associadas a fatores de riscos cardiovasculares como dislipidemias,
HAS, DM e síndrome metabólica (SM) (WHO, 2011; SBC, 2009; Malta et al, 2006),
assumindo maior importância entre os idosos, haja vista que esta população apresenta
coexistência de doenças por causa do envelhecimento.
A SM é representada por um conjunto de condições mórbidas. Segundo a
definição da National Cholesterol Education Program (NCEP ATP III, 2001) são
classificados como portadores de SM, os indivíduos que apresentam três ou mais dos
seguintes cinco critérios: obesidade abdominal, HAS, elevação dos triglicerídeos,
diminuição da Lipoproteína de alta densidade (HDL), intolerância a glicose/resistência a
insulina ou DM tipo 2, sendo aconselhável adotar a classificação que melhor se adapte
aos níveis socioeconômicos e culturais da população estudada.
Em estudo de meta-análise, os portadores de SM apresentaram o dobro de risco
para doenças cardiovasculares, mortalidade cardíaca e acidente vascular do que os sem
SM (Mottillo et al, 2010).
A SM tem se tornado um dos maiores desafios para a saúde pública no mundo,
visto que o envelhecimento, a obesidade e as doenças crônicas elevam os custos para os
sistemas de saúde. Reduzir os fatores de risco, as consequências metabólicas e
cardiovasculares, a partir de alterações do estilo de vida, adoção de alimentação
saudável, restrição calórica associadas a uma atividade física regular, são medidas que
podem auxiliar na perda de peso, e muitas vezes na redução da resistência a insulina e
no tratamento da SM. Desta forma, justifica-se o estudo para identificar as diferenças
entre os idosos portadores de SM e os idosos sem SM, em relação às características
sociodemográficas, estilo de vida e alimentação, e que possa contribuir para o
desenvolvimento de medidas de controle para a população idosa.
58
Material e Métodos
Trata-se de um estudo caso-controle realizado com idosos de ambos os sexos, de
60 anos ou mais. Foi entrevistada uma amostra de conveniência, sendo os casos
abordados no ambulatório de um Hospital Universitário e os controles, em centros
esportivos, onde são realizadas atividades direcionadas a população idosa.
Os critérios de inclusão foram ter 60 anos ou mais e residir em Campinas. Para a
seleção dos idosos com SM (casos) foi utilizado o critério proposto pela NCEP-ATPIII
(2001), que considera a presença de três ou mais das cinco condições para definir SM.
Assim, os critérios utilizados para definir SM foram: ter DM, HAS e CC > 88 cm para
as mulheres e > 102 cm para os homens (WHO, 1998), e para o grupo dos controles
foram selecionados os idosos que não tinham nenhuma das três condições definidas
para a SM. Desta forma, a amostra foi composta por 309 idosos, sendo 103 portadores
de SM (casos) e 206 idosos sem SM (controles).
Foram considerados inelegíveis os idosos que apresentaram: surdez, usuários de
cadeira de rodas e com déficit cognitivo.
O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário semi-estruturado e as
seguintes variáveis foram consideradas:
a) Demográficas e socioeconômicas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-79
e 80 e +), estado conjugal (casado/vive com companheiro e outros), raça/cor
(branca/amarela e preta/parda), escolaridade (5 anos ou +, 0-4 anos), número de filhos
(1-2, 0, 3 e +).
b) Estilo de vida: tabagismo (nunca fumou, ex-fumante, fumante atual), frequência de
consumo de álcool (não bebe/mensal e semanal).
c) Estado nutricional: Peso e altura foram aferidos e para a classificação do estado
nutricional foi adotada a recomendação estabelecida pela Organização Pan-Americana
de Saúde (OPAS): IMC < 23= baixo peso; IMC 23-27,99= peso normal; IMC 28-
29,99= sobrepeso; IMC ≥30= obesidade (OPAS, 2002).
d) Saúde: colesterol alto e triglicerídeo alto (não e sim), a elevação de ambos foi
denominada dislipidemia.
59
e) Frequência alimentar: Ainda não há questionário de frequência alimentar validado
exclusivamente para idosos, desta forma foi utilizado como referência um questionário
validado para adultos (Fisberg et al, 2008). Foi avaliado o consumo de leite desnatado
(diário e não diário), queijo branco (3 ou + dias/semana, <= 2 dias/semana), carne
vermelha e frango (3 ou + dias/semana, 1-2 dias/semana, < 1 dia/semana), embutidos (<
1 dia/semana, 1-2 dias/semana, 3 ou + dias/semana), ovo (< 1 dia/semana, 1-2
dias/semana, 3 e + dias/semana,), arroz e aveia (3 e + dias/semana, <= 2 dias/semana),
feijão (diário e não diário), pão francês (3 ou + dias/semana, 1-2 dias/semana, < 1
dia/semana), alface e fruta (diário e não diário), refrigerante (não consome e consome).
Também foram formuladas perguntas sobre o acréscimo de sal às refeições, de temperos
prontos, consumo de carboidratos na mesma refeição (não e sim) e o intervalo entre as
refeições (3/3 horas, come o tempo todo, fica mais de 5 horas sem comer).
f) Condições funcionais para alimentação: foram formuladas as seguintes perguntas:
sente a boca seca (não e sim), sente sede (normal, nunca/muito pouca e muita), saliva
(normal/líquida e pouca/grossa), paladar (igual quando jovem, sente menos/não sente),
olfato (igual quando jovem, sente menos/não sente), dentadura (não precisa, esta
adequada e mal adaptada/não gosta de usar), necessidade de triturar os alimentos para
mastigar e/ou engolir (não e sim). Foi considerada adequada à primeira categoria de
referência de cada variável.
Análise estatística
O banco de dados foi digitado no programa Epidata versão 3.1 (Epidata
Association, Odense, Dinamarca) e exportado para o programa Statistical Package of
Social Sciences (SPSS 16.0) para análise dos dados. Para a caracterização da amostra
realizou-se análise descritiva das variáveis com frequências simples e relativas. Para
comparação das proporções das categorias de cada variável independente, segundo
Casos e Controles foi utilizado o teste do Qui-quadrado. O nível de significância
adotado foi de 5%. A correlação entre as variáveis foi estimada pelo coeficiente de
correlação de Spearman e, para os pares de variáveis com elevada correlação
(p>=0,500) foi definida a respectiva variável de interação. A associação entre as
variáveis independentes e a SM foi estimada pelo Odds Ratio (OR) e os intervalos de
confiança de 95% (IC95%), calculados por meio da regressão logística univariada. A
seguir foram incluídas em modelo logístico multivariado as variáveis significativas no
60
teste de Qui quadrado com valor de p< 0,15; mediante backward stepwise, as variáveis
com maior valor de p foram sendo excluídas uma a uma. Foram mantidas no modelo
multivariado final as variáveis que permaneceram significativamente associadas
(p<0,05).
O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Ciências Médicas- Unicamp, parecer 115/233 de 04-10-2012.
Resultados
O perfil da amostra foi predominantemente feminino, 82,5% nos casos e 93,7%
nos controles. A presença do sexo masculino foi significativamente maior nos casos.
Não houve diferença significativa entre casos e controles quanto à faixa etária,
predominando em ambos os grupos a faixa de 60 a 69 anos. Nos portadores de SM, a
proporção de negros foi significativamente maior (31,1% vs 17,5%). Embora haja
predomínio de baixa escolaridade, em ambos os grupos, nos portadores de SM foi
significativamente maior a baixa escolaridade (70,9% vs 57,3%. A condição conjugal
não apresentou diferença significativa e ter 3 ou mais filhos (58,3% vs 43,7%) quando
ajustada perde significância estatística (Tabela 1).
Nas tabelas 2 a 4 limitaremos a descrição às analises ajustadas por sexo, faixa
etária, atividade física. Na Tabela 2, observou-se maior chance de SM nos idosos
obesos e nos que referiram dislipidemia. O consumo de bebidas alcoólicas ao menos 1
vez por semana aponta efeito protetor para SM (Tabela 2).
Foi observada na Tabela 3 maior chance de SM nos idosos que consumiam carne
vermelha e frango menos do que 1 dia por semana, consumiam embutidos em 1 ou mais
dias por semana e aveia menos do que 3 dias por semana, apresentavam consumo “não
diário” de leite desnatado e frutas e consumiam mais de um carboidrato na mesma
refeição. (Tabela 3).
Quanto às condições funcionais para alimentação apresentaram maior chance de
SM os idosos que referiram: sensação de boca seca, nunca sentir sede ou sentir muita
sede, sensação de saliva pouca e grossa, diminuição do paladar e do olfato, uso de
dentadura e necessidade de triturar os alimentos para mastigar e/ou engolir (Tabela 4).
Foi constatada interação entre as variáveis, “uso de dentadura/ necessidade de triturar os
alimentos”, “não sentir o gosto dos alimentos/não sentir cheiro” e entre “sensação de
boca seca/sede”, sendo que nos que apresentaram estas condições houve maior chance
de SM (Tabela 4).
61
No modelo de regressão logística multivariada, ajustado por sexo, faixa etária,
escolaridade e atividade física observou-se associação direta e independente com SM
nas seguintes condições: ter dislipidemia, alteração na sensação de sede, interação “não
sentir gosto/não sentir cheiro”, usar ou precisar de dentadura, consumir embutidos, 1 a 2
dias na semana, consumo de aveia em menos de 3 dias por semana, e consumo de
frango em menos de 1 vez por semana. As variáveis com associação inversa foram:
consumo de ovo e bebidas alcoólicas.
Discussão
O predomínio do sexo feminino no estudo provavelmente está relacionado à
maior frequência de mulheres que utilizam os serviços de saúde (casos) e praticam
atividades físicas (controles). O perfil da amostra quanto ao sexo é semelhante a outros
estudos (Velasquez-Melendez, 2007; Tsou et al, 2012).
Na literatura, diversos autores que estudam SM em população adulta e idosa,
apontaram que os homens apresentam maior risco de SM, independente da faixa etária
(Song et al, 2014), como observado no nosso estudo. Outros autores observaram maior
risco de SM entre o sexo feminino (Johari e Shahar, 2014; Velasquez-Melendez et al,
2007). A chance de desenvolvimento da SM, segundo o sexo, varia de acordo com o
estilo de vida, hábitos alimentares, estado nutricional e hereditariedade (Gaillard, 2014;
Pinkhasov et al, 2012; Tsou et al, 2012).
Foi observada maior proporção de idosos de raça/cor preta/ parda entre os casos
que nos controles (31,1% vs 17,5%). As causas da SM são multifatoriais e a
hereditariedade pode ser considerada como um dos fatores de risco, capaz de explicar o
risco aumentado de SM em indivíduos negros. Embora a resistência à insulina, seja a
base das alterações cardiovasculares, HAS, triglicerídeos elevados e SM, na população
negra tem sido descrito menor risco destas alterações, porém um maior risco de HAS e
mortalidade, especialmente em portadores de insuficiência renal, secundaria a HAS
(Gaillard, 2014). A disfunção endotelial, mais prevalente em negros do que em brancos,
poderia levar a alterações vasculares, porém este mecanismo, ainda não é consenso na
literatura (Gaillard, 2014). Desta forma, destacamos que a presença de diferenças
socioeconômicas e a dificuldade no acesso adequado à saúde nos negros podem ser
considerados fatores de risco para o DM tipo 2, obesidade e sedentarismo (Gaillard,
2014).
62
A SM é caracterizada por uma combinação de fatores de risco, como resistência
à insulina ou intolerância à glicose, dislipidemia e HAS (NCEP III, 2001), o risco para o
seu desenvolvimento aumenta significativamente com a idade (Velasquez-Melendez,
2007) e depende da combinação de alterações metabólicas, fisiológicas e de outros
fatores, como hábitos alimentares e sedentarismo. Além destes, a obesidade parece ser o
fator de risco predominante, não só no desenvolvimento da SM, mas também no
aumento do risco cardiovascular. A obesidade vem aumentando nas últimas décadas
entre os idosos, e o aumento da CC desempenha um importante papel na prevalência da
SM, tendo em vista, a associação com o aumento da resistência à insulina,
hiperglicemia, HAS e dislipidemia (Kraja et al, 2006; Berti et al, 2006).
Kuk e colaboradores (2009) descreveram as alterações na distribuição de
gordura corporal dos idosos, como sendo expressões fenotípicas associadas ao aumento
de resistência à insulina e outras anormalidades metabólicas relacionadas à HAS,
dislipidemia e DM. Para Gaillard (2014) a gordura abdominal poderia ser considerada
como preditora das alterações metabólicas e contribuir para o desenvolvimento da
dislipidemia, hiperglicemia, aumento da resistência à insulina e HAS.
No presente estudo, as variáveis associadas a SM foram ter dislipidemia,
alterações na sensação de sede, interação entre não sentir gosto e não sentir cheiro, usar
ou precisar de dentadura, consumo de embutidos, 1 ou mais dias por semana, de frango
em menos de 1 vez por semana, de aveia em menos de 3 dias por semana. A presença de
dislipidemia, apesar de ser um dos critérios de classificação para a SM, não foi incluída
como critério para a seleção dos casos no presente estudo, pois a maioria dos estudos
sobre a SM tem documentado a presença destas alterações por meio de exames
laboratoriais e nos usamos o auto-relato.
O uso de dentadura seja ela, bem adaptada ou não esteve associada a SM, estudo
de Hyvärinen et al (2015) evidenciou associação de ausência parcial ou total de dentes
com SM. A inflamação subclínica crônica seria o evento fisiopatogênico inicial de
diversas doenças crônicas não transmissíveis (Manjunath et al, 2011).
Desta forma, cabe o alerta para o desenvolvimento de ações de prevenção e
cuidados com a saúde bucal em portadores de SM, além da importância de preservar a
dentição, como uma medida de prevenção para problemas de mastigação, que tem como
consequência o comprometimento da qualidade da dieta e do estado nutricional (Savoca
et al, 2010).
63
Há autores que descrevem a sensação de boca seca e hipossalivação em
portadores de DM (Borges et al, 2010; Shenoy et al, 2010), o que pode explicar o relato
de sensação de sede entre os portadores de SM, mais frequente do que entre os que não
tem SM. A disfunção do paladar e olfato está diretamente relacionada ao
envelhecimento, sendo decorrente da deterioração das vias nervosas, desde os
receptores até o sistema nervoso central (Boyce e Shone, 2006; Hoffman et al, 2009),
mas neste estudo, esteve independentemente associada a SM.
A diminuição de olfato e paladar contribuem para alterações dos hábitos
alimentares e do estado nutricional, onde a perda da capacidade gustativa pode ser um
dos fatores responsável pela necessidade que os idosos sentem de adicionar até tres
vezes mais sal e açucar aos alimentos. Ainda, o comprometimento destes sentidos tem
efeitos negativos sobre a qualidade de vida (Boyce e Shone, 2006).
A compra de alimentos ultraprocessados estimulada nas últimas décadas pelo
Marketing, atualmente é preferida pela população, devido à alta palatibilidade,
saciedade, baixo custo e facilidade por dispensarem o preparo. No entanto, estes
produtos são ricos em calorias, sódio e pobres em proteínas animais, sendo inadequados
para o consumo semanal (Monterio et al 2009; Monteiro et al, 2012; Martins et al,
2013). Entre 1997-98 e 2008-09, análises da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF),
apontaram aumento do consumo de embutidos de 0,7% para 2,6 do total de calorias
(Martins et al, 2013). Nos portadores de SM do presente estudo foi registrado maior
consumo semanal de embutidos que nos controles. Em descendentes japoneses, Freire e
colaboradores (2005) observaram associação direta entre o consumo de gordura e
frituras e a SM.
A aveia é um marcador de consumo de carboidratos integrais e o baixo
consumo pode ser um indicador de que os indivíduos não receberam a recomendação
dietética ou não foram informados da importância do seu consumo ou não aderiram à
recomendação/ orientação por falta de compreensão, ou por falta de preparo dos
profissionais de saúde para transmitirem a orientação de forma clara. Nos EUA, a
ingestão de grãos refinados esteve associada positivamente com hiperglicemia e SM
(Sahyoun et al, 2006) e na Coréia, apresentou-se associada ao consumo de carboidratos
em geral, especialmente entre as mulheres (Song et al, 2014). Na Malásia, o alto
consumo de carboidratos, elevou o risco do desenvolvimento da SM (Johari e Shahar,
2014). Já, em Porto Alegre, o consumo de: alimentos ricos em fibras solúveis, grãos
64
integrais, frutas, legumes e feijão associaram-se negativamente com a SM (Steemburgo
et al, 2009).
O padrão alimentar é um importante condicionante da morbi mortalidade por
doenças crônicas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2005), o
baixo consumo de frutas, legumes e verduras é responsável por 2,7 milhões de mortes
por ano; 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% das doenças cerebrovasculares
em todo o mundo. Apesar de uma das principais estratégias para prevenção de
complicações relacionadas à HAS, DM e doenças cardiovasculares ser a modificação
dos hábitos alimentares (Brasil 2011; SBD, 2009), constatou-se neste estudo que uma
grande parcela de idosos com SM não incorpora hábitos alimentares saudáveis.
A recomendação alimentar faz parte do tratamento não medicamentoso e a
frequência diária de alimentos como frutas, legumes e verduras em varias porções ao dia
têm sido considerada saudável (Brasil, 2014). Pela repercussão clínica na SM,
preferimos usar a opção de frequência diária desses alimentos e não a usada pelo Vigitel
(Brasil, 2010), que considera a categoria de frequência saudável, o consumo destes
alimentos, a partir de 5 dias da semana ou mais.
O consumo de álcool apresentou associação negativa com SM, sendo também
referido por Barbosa e Borgatto (2010), porém outros autores têm encontrado
associação positiva com SM (Passos et al, 2005; Chin, Lee e Young, 2014). Embora não
tenhamos quantificado o consumo, os idosos provavelmente fazem uso moderado de
álcool.
Em análises da POF entre 1987-88 e 2008-09, o consumo de ovos diminuiu de
1,3% para 0,8% do total de calorias consumidas (Martins et al, 2013). Não há estudos
referindo a associação do consumo de ovo com a presença de SM e a associação
negativa observada por nós, pode ser explicada pela alta saciedade que este alimento
proporciona. Desta forma o indivíduo evitaria o consumo de outros alimentos como os
de elevada densidade calórica e alto teor de sódio. Assim, o ovo pode, neste caso, ser
um marcador indireto de alimentação saudável.
O perfil de consumo de alimentos do presente estudo foi semelhante ao da
população geral, fato que pode refletir os valores culturais, hábitos e/ou falta de
orientações recebidas e estes fatores podem influenciar diretamente o controle não
eficaz das doenças e a alta prevalência de sobrepeso/obesidade. Considerando que a
eficácia do tratamento só é conseguida, através da incorporação de alimentação e prática
de atividade física regular, verificou-se assim a importância do desenvolvimento de
65
estratégias para educação nutricional e promoção de saúde, aumentando a atenção dos
profissionais de saúde sobre o auto-cuidado e, reduzindo desta forma, as complicações
relacionadas à HAS e DM, mediante diminuição da obesidade abdominal e melhoria das
alterações metabólicas.
A prática de atividade física deveria ser diária, mas nos portadores de SM deste
estudo foi eventual e pode ter contribuído para o desequilíbrio energético, acúmulo de
gordura abdominal, atrofia muscular e desequilíbrio neuro-hormonal. As
recomendações atuais indicam que manter o condicionamento cardiorespiratório e
muscular pode contribuir para a diminuição do desenvolvimento da SM (Lakka et al,
2007). Na Itália, a SM foi mais prevalente em indivíduos sedentários do que em
indivíduos ativos, independente de outros fatores de confusão, e ainda, a atividade física
mostrou-se inversamente associada à resistência à insulina, CC e triglicerídeos (Bianchi
et al, 2008).
Várias são as limitações deste estudo, porém pelo fato dos sujeitos terem as
mesmas características demográficas da população e residirem nos cinco distritos e
saúde do município, pode-se considerar que seus achados são extrapoláveis para a
população usuária do sistema publico de saúde de Campinas-SP. O tamanho da amostra
pode ter sido insuficiente para evidenciar outras associações existentes e reduziu a
precisão das estimativas. Para este estudo caso-controle, sendo os casos de um
ambulatório hospitalar, o habitual seria a escolha de controles entre os pacientes do
mesmo ambulatório ou controles de vizinhança, que a princípio difeririam apenas por
não terem HAS+DM e obesidade abdominal. A escolha de uma amostra de usuários de
centros esportivos, distribuídos entre os cinco distritos de saúde possibilitou evidenciar
diversas associações que não foram descritas, mas que são biologicamente plausíveis e
ainda, a inclusão da variável “prática de exercício”, entre as variáveis de ajuste na
análise multivariada foi suficiente para controlar as diferenças entre casos e controles.
Conclusão
A abordagem clínica acerca da SM privilegia o estudo das alterações
metabólicas mediante as análises bioquímicas, já para a epidemiologia, o interesse é
voltado para os fatores de risco extrínsecos associados à SM que são possíveis de
modificação. O estudo reforça a importância das modificações no estilo de vida e a
redução da gordura abdominal.
66
Foram identificados comprometimentos das funções orais em idosos portadores
de SM e a associação inversa do consumo semanal de álcool e de ovos. Além da
necessidade da prática de atividade física regular, evidenciou-se a necessidade de
cuidados com a alimentação, aumentando na dieta o consumo diário de alimentos ricos
em fibras solúveis, especialmente grãos integrais e o consumo semanal de ovos, como
também a limitação do consumo de embutidos a eventos ocasionais.
O elevado impacto da morbidade por doenças crônicas no orçamento do sistema
de saúde deve ser considerado, para direcionar os esforços das políticas de saúde ao
combate dos fatores de riscos modificáveis, mediante intervenções diretas de promoção
de hábitos saudáveis através do auto-cuidado e demais medidas já estabelecidas pelo
Ministerio de Saúde (MS 2013a, 2013b e 2014a), mas também é fundamental a
participação de setores externos à saúde, que possibilitem a prática de atividades físicas
na comunidade e o acesso a alimentos in natura de qualidade a preços acessíveis.
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pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica/Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica–Brasília: Ministério
da Saúde, 2013b. 128 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37).
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade/Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica–Brasília:
Ministério da Saúde, 2014a. 212 p. (Cadernos de Atenção Básica, n. 38).
70
Tabela 1. Perfil sociodemográfica de idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95%. Campinas, 2013- 2014.
Variáveis N SM (n=103)
%
Sem SM (n=206)
%
Valor de p*
OR (IC95%) ** OR ajustado (IC95% )***
Sexo Masculino Feminino
31 278
17,5 82,5
6,3
93,7
0,000 1,0
0,32 (0,15-0,68)
1,0
0,20 (0,83-0,46) Idade 60-69 70-79 80 e mais
175 108 26
54,4 35,0 10,7
57,8 35,0 7,3
0,583 1,0
1,06 (0,64-1,77) 1,56 (0,67-3,61)
1,0
0,75 (0,43-1,33) 1,04 (0,42- 2,58)
Estado conjugal Casado Outros
182 127
59,2 40,8
58,7 41,3
0,935 1,0
0,98 (0,61-1,59)
1,0
0,96 (0,55-1,68) Raça/Cor Branca/ amarela Preta/parda
241 68
68,9 31,1
82,5 17,5
0,007 1,0
2,13 (1,23-3,69)
1,0
2,10 (1,14-3,87) Anos de escolaridade 5 ou + 0-4
118 191
29,1 70,9
42,7 57,3
0,020 1,0
1,82 (1,09-3,01)
1,0
2,12 (1,20-3,73) Número de filhos 1-2 0 >=3
138 21 150
35,0 6,8
58,3
49,5 6,8
43,7
0,044
1,0
1,42 (0,53-3,79) 1,89 (1,14-3,12)
1,0
1,31 (0,44-3,88) 1,71 (1,00-2,93)
* valor de p teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.
71
Tabela 2 - Estilo de vida e saúde em idosos com síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95%. Campinas, 2013-2014. Variáveis N SM
n=103 Sem SM
n=206 Valor de p*
OR (IC95%)** OR ajustado (IC 95%)***
Fuma Nunca fumou Ex- fumante Fuma
222 71 16
60,2 31,1 8,7
77,7 18,9 3,4
0,004 1,0
2,12 (1,22-3,68) 3,32 (1,18-9,30)
1,0
1,59 (0,85-2,98) 1,81 (0,59-5,55)
Consumo de Álcool Nunca ou mensal 1 ou mais dias/semana
280 29
96,1 3,9
87,9 12,1
0,019 1,0
0,29 (0,10-0,86)
1,0
0,18 (0,05-0,68) IMC Eutrófico Baixo peso Sobrepeso Obeso
113 25 63 108
30,1 1,9
17,5 50,5
39,8 11,2 21,8 27,2
0,000 1,0
0,23 (0,51-1,03) 1,06 (0,53-2,10) 2,46 (1,40-4,30)
1,0
0,24 (0,05-1,15) 1,11 (0,53-2,32) 2,16 (1,78-3,95)
Dislipidemia Não Sim
127 182
28,2 71,8
47,6 52,4
0,001 1,0
2,32 (1,39-3,85)
1,0
2,81 (1,61-4,91) * valor de p teste qui-quadrado **OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) *** OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física.
72
Tabela 3- Frequência de consumo de alimentos em idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95% (Campinas 2013- 2014)
Variáveis N SM 103
Sem SM 206
Valor de P1
OR (IC95%)2 OR ajustado (IC 95%)3
Leite desnatado Diário Não diário
76 233
16,5 83,5
28,6 71,4
0,020 1,00
2,03 (1,11-3,71)
1,00
1,93 (1,01-3,66) Queijo branco 3 dias/sem ou mais 2 dias/sem ou menos
35 274
10,7 89,3
11,7 88,3
0,800 1,00
1,10 (0,52-2,35)
1,00
1,01 (0,45-2,26) Carne vermelha 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem <1 dias/sem
183 65 61
55,3 11,7 33,0
61,2 25,7 13,1
0,000 1,00
0,50 (0,25-1,00) 2,78 (1,54-5,04)
1,00
0,51 (0,24-1,07) 2,80 (1,47-5,34)
Frango 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem <1 dias/sem
152 19 138
35,9 5,8 58,3
55,8 6,3
37,9
0,003 1,00
1,44 (0,51-4,04) 2,39 (1,45-3,94)
1,00
2,36 (0,77-7,26) 2,55 (1,47-4,40)
Embutidos <1 dias/sem 1-2 dias/sem 3 ou mais dias/sem
173 121 15
37,9 53,4 8,7
65,0 32,0 2,9
0,000 1,00
2,86 (1,73-4,75) 5,75 (1,60-4,73)
1,00
2,75 (1,60-4,73) 4,13 (1,28-13,32)
Ovo <1 dias/sem 1-2 dias/sem 3 ou mais dias/sem
94 189 26
35,9 59,2 4,9
27,7 62,1 10,2
0,138 1,00
0,73 (0,44-1,23) 0,37 (0,13-1,06)
1,00
0,70 (0,40-1,22) 0,36 (0,12-1,09)
Arroz 3 ou mais dias/sem <= 2 dias/sem
276 33
93,2 6,8
87,4 12,6
0,118 1,00
0,51 (0,21-1,21)
1,00
1,14 (0,37-3,50) Aveia 3 ou mais dias/sem <= 2dias/sem
90 219
6,8 93,2
40,3 59,7
0,000 1,00
9,25 (4,09-20,93)
1,00
8,14(3,43-19,30) Feijão Diário Não diário
59 250
16,5 83,5
20,4 79,6
0,413 1,00
1,30 (0,70-2,41)
1,00
1,41 (0,71-2,81) Pão frânces 3 ou mais dias/sem 1-2 dias/sem < 1 dias/sem
91 59 159
27,2 17,5 55,3
30,6 19,9 49,5
0,627 1,00
0,99 (0,49-2,01) 1,26 (0,73-2,18)
1,00
0,96 (0,44-2,09) 1,22 (0,67-2,23)
Alface e outras folhas Diário Não diário
98 211
27,2 72,8
34,0 66,0
0,226 1,00
1,38 (0,82-2,32)
1,00
1,64 (0,93-2,90) Frutas Diário Não diário
235 74
68,0 32,0
80,1 19,9
0,018 1,00
1,90 (1,11-3,25)
1,00
1,92 (1,06-3,48) Refrigerante Não consome Consome
232 77
79,6 20,4
72,8 27,2
0,193 1,00
0,69 (0,39-1,21)
1,00
0,64 (0,35-1,19)
73
Acrescenta sal Não Sim
205 104
67,0 33,0
66,0 34,0
0,865 1,00
0,96 (0,58-1,58)
1,00
0,69 (0,39-1,19) Temperos prontos Não Sim
215 94
61,2 38,8
73,8 26,2
0,023 1,00
1,79 (1,08-2,96)
1,00
1,61 (0,93-2,79) Come mais de um carboidrato na mesma refeição Não Sim
196 113
50,5 49,5
69,9 30,1
0,001
1,00 2,28 (1,40-3,71)
1,00 1,98 (1,17-3,36)
Intervalo refeições 3/3 horas Come tempo todo 5 ou + horas sem comer
112 64 133
33,0 16,5 50,5
37,9 22,8 39,3
0,153 1,00
0,83 (0,42-1,65) 1,47 (0,87-2,51)
1,00
0,63 (0,30-1,34) 1,08 (0,60-1,96)
1 valor de p teste qui-quadrado 2 OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) 3 OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física
74
Tabela 4 - Condições funcionais para alimentação em idosos portadores de síndrome metabólica e idosos sem síndrome metabólica e Odds Ratio bruto e ajustado segundo sexo, faixa etária e atividade física e respectivos intervalos de confiança de 95% (Campinas 2013-2014)
Variáveis n
Com SM 103
Sem SM 206
Valor de p 1
OR bruto2 IC (95%)
OR ajustado3
IC (95%)
Sente a boca seca Não Sim
139 170
35,0 65,0
50,0 50,0
0,012 1,00
1,86 (1,14-3,03)
1,00
2,16 (1,26-3,71) Sente sede Normal Nunca/ muito pouca Muita
122 64 123
18,4 26,2 55,3
50,0 18,0 32,0
0,000 1,00
3,96 (1,97-7,94) 3,17 (4,68-5,04)
1,00
3,75 (1,78-7,89) 4,76 (2,48-9,17)
Saliva Normal e líquida Pouca e grossa
165 144
35,0 65,0
62,6 37,4
0,000 1,00
3,12 (1,90-5,11)
1,00
3,17 (1,85-5,42) Paladar Igual quando jovem Menos/ não sente gosto
158 151
38,8 61,2
57,3 42,7
0,002 1,00
2,11 (1,30-3,42)
1,00
2,44 (1,43-4,16) Olfato Igual quando jovem Menos Não sente cheiro
195 55 59
48,5 15,5 35,9
70,4 18,9 10,7
0,000 1,00
1,19 (0,61-2,31) 4,88 (2,63-9,05)
1,00
1,28 (0,63-2,59) 4,74 (2,42-9,20)
Dentadura Não precisa Esta adequada Mal adaptada/não gosta de usar
96 133 80
15,5 44,7 39,8
38,8 42,2 18,9
0,000 1,00
2,64 (1,39-5,04) 5,26 (2,63-0,51)
1,00
3,07 (1,48-6,36) 5,59 (2,85-12,10)
Necessidade de triturar ou bater os alimentos para mastigar e/ou engolir Não Sim
223 86
58,3 41,7
79,1 20,9
0,000
1,00 2,72 (1,62-4,55)
1,00 2,75 (1,57-4,83)
Presença simultânea de dentadura mal adaptada e necessidade de triturar Não Sim
234 75
65,0 35,0
81,1 18,9
0,002
1,00 2,30 (1,35-3,93)
1,00 2,14 (1,20-3,82)
Presença simultânea de não sentir gosto e não sentir cheiro Não Sim
256 53
65,0 35,0
91,7 8,3
0,000
1,00 5,97 (3,15-11,34)
1,00 5,31 (2,67-10,58)
Presença simultânea de boca seca e sede Não Sim
194 115
47,6 52,4
70,4 29,6
0,000
1,00 2,62 (1,61-4,27)
1,00 2,91 (1,69-5,00)
1 valor de p teste qui-quadrado 2 OR (IC 95%): odds ratio (intervalo de confiança de 95%) 3 OR ajustado (IC95%) por sexo, faixa etária, escolaridade, atividade física
75
Tabela 5 – Modelo multivariado para Síndrome Metabólica em idosos, ajustado por sexo, faixa etária, escolaridade e atividade física. Campinas 2013-2014
Variáveis OR IC (95%) Valor de p 1 Dislipidemia Não Sim
1 3,56
1,73-7,35
0,001
Sente sede Normal Nunca/pouca Muita
1 3,11 3,64
1,23-7,85 1,60-8,23
0,006
Diminuição simultânea de gosto e cheiro Não Sim
1 2,73
1,16-6,41
0,021
Uso de dentadura Não precisa Esta adequada Mal adaptada/não usa
1 3,71 4,24
1,47-9,35 1,58-11,37
0,008
Embutidos < 1 dia/semana 1-2 dias/semana 3 e + dias/semana
1 4,24 5,81
1,92-9,36 1,29-26,14
0,001
Aveia 3 ou mais dias/sem <= 2 dias/sem
1 7,13
2,41-21,10
0,000
Frango 3 ou mais dias/semana 1-2 dias/ semana <1 dia/semana
1 3,15 2,56
0,82-12,04 1,26-5,19
0,021
Ovo < 1 dia/semana 1-2 dias/semana 3 e + dias/semana
1 0,34 0,12
0,15-0,77 0,02-0,56
0,010
Álcool Nunca/raramente 1 ou+ dias/semana
1 0,20
0,05-0,81
0,024
1valor de p teste qui-quadrado
76
77
5.3. Artigo 3- WHITE, H., MARÍN-LEÓN, L.. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS EM
SERVIÇOS DE SAÚDE - A PERCEPÇÃO DE IDOSOS PORTADORES DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS. DEMETRA: Alimentação,
Nutrição & Saúde; 2014, 9(4): 867-880.
RESUMO
OBJETIVO: Descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas alimentares
entre idosos em face às orientações nutricionais recebidas. MÉTODO: Estudo
transversal realizado com idosos de ambos os sexos de Campinas- SP. Utilizado
questionário e as variáveis foram: demográficas e socioeconômicas, atendimento
nutricional, avaliação da qualidade das orientações nutricionais recebidas, consumo
alimentar. Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos e mais, ter hipertensão arterial e
diabetes mellitus, residir em Campinas. RESULTADOS: Participaram 150 idosos,
sendo 66,7% do sexo feminino com média de idade de 69,9 anos (dp ± 7,5). Os homens,
mais do que as mulheres, estiveram em acompanhamento nutricional regular nos
últimos 12 meses (68% e 32%). Apesar da maioria dos entrevistados relatarem que
receberam orientações nutricionais, o consumo diário recomendado não era atendido
para alimentos integrais (88%), verduras (71%), frutas (27%), não restringiam sal (67%)
e gordura animal (65%), e ainda 65% não cumpriam os horários das refeições. Disseram
ter recebido material educativo contendo orientações nutricionais, 80% dos homens e
64% das mulheres. No entanto, 50% das mulheres e 62% dos homens relataram ter
dúvidas sobre as orientações recebidas. CONCLUSÃO: A baixa adoção das
recomendações nutricionais aponta para a necessidade de melhorar à capacitação dos
profissionais de saúde para orientar, de forma eficiente, os pacientes quanto ao consumo
alimentar. Esta constatação reforça a importância da atuação de uma equipe de saúde
multiprofissional que motive os idosos a aderirem ao tratamento, viabilizando um
melhor controle das doenças crônicas e a prevenção de complicações secundárias.
Termos de indexação: educação nutricional, saúde do idoso, hábitos alimentares,
hipertensão, diabetes mellitus.
78
NUTRITIONAL GUIDELINES IN HEALTH SERVICES– THE PERCEPTION OF
ELDERLY PATIENTS WITH HYPERTENSION AND DIABETES
SUMMARY
Objective: To describe some aspects of nutritional care and food practices in relation to
received nutritional guidelines. Methodology: Cross-sectional study with elderly of both
sexes in Campinas- SP, Brazil. A questionnaire was used to interview and the variables
were: demographic and socioeconomic, nutritional care, assessment of the quality of the
received nutritional guidance and food intake. Inclusion criteria were: 60 years and
older, to have high blood pressure (hypertension) and diabetes mellitus, to live in
Campinas. Results: A sample of 150 elderly was studied, 66.7% were female, the mean
age was 69.9 years (SD ± 7.5). Men had been in regular nutritional counselling in the
last 12 months more than women (68% and 32%). Although the majority of elderly
reported to have received nutritional guidelines, daily recommended intake was not
followed for whole foods (88%), vegetables (71%), fruit (27%); did not restrict salt
(67%) and animal fat (65%) and even 65% did not accomplish meal intervals.
Educational material, with nutritional guidance was received by 80% of men and 64%
of women. However, 50% of women and 62% of men reported having doubts about the
guidelines. Conclusion: The low attachment to nutritional recommendations indicates
the need to improve the training of health professionals in counselling patients
regarding food intake. This finding reinforces the importance of the performance of a
multidisciplinary health team that motivates seniors to adhere to treatment and, thus
enabling better control of chronic diseases and the prevention of secondary
complications.
Key-words: nutrition education, health of the elderly, food habits, hypertension,
diabetes mellitus.
79
Introdução
Ramos et al1 tem destacado o envelhecimento populacional no Brasil e as
mudanças no perfil epidemiológico com o aumento das doenças crônicas e chamaram a
atenção para o elevado custo e cuidado permanente que estas demandam. Com o
envelhecimento, a capacidade física e biológica declina gradualmente e torna os idosos
mais vulneráveis às doenças crônicas, sendo que na Pesquisa Nacional por amostra de
Domicílios (PNAD) de 2003, pouco mais de 53% da população de 65 anos e mais
apresentava, 1 ou mais doenças crônicas e 50% referiam 3 ou mais consultas médicas
nos últimos 12 meses2.
Nas análises da PNAD 2003 e 2008, o percentual de idosos portadores de
diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial (HAS) associadas aumentou de 8,4% para
11,3% na faixa de 60 a 69 anos de idade, de 10,4% para 13,1% na faixa de 70 a 79 anos
e em idosos mais velhos de 9% para 12,1%, os autores identificam também a maior
prevalência entre as mulheres e em moradores das áreas urbanas3.
Malta et al4
descrevem o elevado custo das doenças crônicas não transmissíveis,
sendo que em 2006 os custos diretos com atendimento ambulatorial e internações,
segundo estimativas do Ministério de Saúde foram de R$7,5 bilhões/ano.
Ao apresentar a importância da carga das doenças crônicas não transmissíveis no
Brasil, Schmidt et al5 destacam o crescimento do DM, HAS e excesso de peso e
atribuem seu aumento a mudanças negativas na dieta e diminuição da prática de
atividade física.
Houve mudança da dieta tradicional brasileira para uma alimentação
caracterizada por elevada densidade calórica, teor de açúcar, sal e gorduras saturadas
que aliada ao sedentarismo contribuem para o desenvolvimento de doenças crônicas,
como HAS e DM6. As diretrizes da American Dietetic Association (ADA)
7 e da
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)8
reforçam a importância do acompanhamento e
das orientações individualizadas, a fim de alcançar as metas do tratamento proposto e
consideram a alimentação e a atividade física como uma das principais estratégias para
o controle e tratamento do DM. As diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC)6
em 2007 mostraram a importância da dieta no controle das dislipidemias e em
2010, a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH)9
relatou os benefícios da dieta
mediterrânea entre outras recomendações para o controle da HAS.
80
Nas doenças crônicas, a adesão aos tratamentos, em média é de 50% nos países
desenvolvidos, já nos países em desenvolvimento esse percentual é inferior e depende
da disponibilidade de serviços de saúde e das desigualdades de acesso à saúde10
.
Estudo realizado no Canadá, mostrou baixa adesão dos portadores de DM às
recomendações nutricionais e enfatizou que a dieta deve ser individualizada para que
seja mais eficaz e os indivíduos tenham maior aderência às recomendações11
.
O envelhecimento populacional, a demanda aumentada dos idosos por
atendimentos de saúde, principalmente entre portadores de doenças crônicas e a
necessidade de prevenir as complicações, justificam a realização deste estudo. Seu
objetivo é descrever aspectos do atendimento nutricional e das práticas alimentares
entre idosos em face das orientações nutricionais recebidas.
Métodos
Estudo transversal realizado com idosos portadores de HAS e DM de ambos os
sexos, de um serviço de saúde de Campinas-SP. Idosos que estavam em tratamento no
ambulatório de Hospital Universitário foram entrevistados enquanto aguardavam para
ser atendidos. Os critérios de inclusão foram: ter 60 anos ou mais, residir em Campinas,
ter DM e também HAS, e concordar em participar da pesquisa mediante assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
Instrumento de Pesquisa: Foi utilizado um questionário construído pelos
autores e as seguintes variáveis foram consideradas:
a) Demográficas e socioeconômicas: sexo (masculino e feminino), idade (60-69, 70-
79, 80 e +), estado conjugal (casado e outros), cor de pele (branca e outras), número de
filhos vivos (0, 1, 2, 3 e mais), número de pessoas no domicílio (vive só, 1, 2 e mais),
escolaridade (0- 4 anos e 5 e mais), renda pessoal em salários mínimos (SalM)
(<=1SalM e >=2SalM), aposentado (sim e não).
b) Atendimento nutricional em serviço de saúde: Quanto ao atendimento nutricional
foi perguntado - “O senhor (a) fez acompanhamento com nutricionista nos últimos 3
meses?”; “O senhor (a) fez acompanhamento nutricional regular, no último ano?/ ou
alguma vez na vida ?” (sim e não).
81
c) Orientação nutricional e práticas alimentares: Foram feitas perguntas em relação
à alimentação- “O senhor (a) recebeu alguma orientação por escrito em relação à
alimentação?” (dieta, lista de alimentos, ambas e nenhuma); “O senhor (a) considera
que as dúvidas sobre alimentação foram esclarecidas?” (sim e não); “O senhor (a)
sentiu dificuldade para seguir as orientações recebidas?” (falta de vontade, não tem
dinheiro, esquece-se de comer nos horários, falta de conhecimentos e não recebeu
orientação).
As questões sobre orientações nutricionais recebidas e as práticas alimentares em
face dessas orientações foram cotejadas com as recomendações propostas pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)6, Sociedade Brasileira de Hipertensão
(SBH)9, Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)
8,12 e American Diabetic Association
(ADA)7
sobre o consumo de: leite desnatado, verduras, frutas, leguminosas, alimentos
integrais, água, sal, temperos industrializados e alimentos ricos em gorduras. As
orientações recebidas foram classificadas em “sim ou não”, quando o idoso referiu ter
ou não recebido uma determinada orientação.
O Guia Alimentar para a População Brasileira13
também foi utilizado como
referência para o consumo e frequência alimentar. Ainda não há questionário validado
exclusivamente para os idosos, desta forma foi utilizado como referência um
questionário para adultos14
. Em relação à frequência alimentar de alimentos saudáveis,
as variáveis pesquisadas e categorias de respostas foram: leite desnatado ou
semidesnatado, verduras, frutas e leguminosas, alimentos integrais (< 3 vezes na
semana; 3 a 6 vezes na semana e diário); consumo de água (< 2 copos; 5 a 8 copos; 9 e
+). Entre os alimentos em que deve ser orientada a restrição incluíram-se: sal e tempero
industrializado (não/sim) e, alimentos ricos em gorduras (>2 vezes na semana; 1 a 2
vezes na semana e raramente). Ainda foi indagado o horário das refeições (come o
tempo todo; fica mais de 5 horas sem comer; come de 3/3 horas) e a diminuição ou
manutenção do peso (não/sim). Foi considerado consumo alimentar adequado, a última
categoria de respostas acima mencionadas; sendo considerado cumprimento das
recomendações nutricionais essa última categoria de resposta. A opção pela frequência
de consumo diário de alimentos saudáveis como padrão e não a usada pelo Vigitel15
(5
vezes ou mais), atualmente usada amplamente em estudos epidemiológicos, tem por
base a necessidade de utilizar o melhor padrão de dieta, visto que estas recomendações
fazem parte do tratamento não medicamentoso.
82
Análise de dados
O programa Epidata versão 3.1 foi utilizado para digitar o banco de dados e
realizar as análises. Foram feitas análises estatísticas descritivas (frequências simples e
relativas) quanto a sexo, às orientações nutricionais e cumprimento de recomendações
nutricionais. O teste de chi quadrado foi usado para verificar associação.
O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de ética da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, aprovado pelo CEP parecer
115/233 (04/10/2012).
Resultados
Dos 150 idosos; 66,7% eram mulheres, a idade dos participantes variou de 60 a
92 anos, com média de 69,9 anos (dp ± 7,5). As variáveis com diferenças significativas
entre homens e mulheres foram: estado conjugal, renda, escolaridade e, aposentadoria,
sendo maior o percentual de homens casados, com renda de 2SM ou mais, com
escolaridade de 5 anos de estudo ou mais e que recebiam aposentadoria. Em geral,
houve predomínio em ambos os sexos de idosos casados, de cor de pele branca, com 3
ou mais filhos vivos e baixa escolaridade (Tabela 1).
Embora sem diferença estatisticamente significativa, os homens referiram maior
frequência de consulta com nutricionista que as mulheres, tanto nos últimos 3 meses
(40% e 28%) quanto nos últimos 12 meses (68% e 32%) e alguma vez na vida (90% e
74%) (Tabela 2).
No presente estudo; 80% e 64% dos homens e das mulheres, respectivamente
disseram ter recebido algum tipo de material educativo por escrito sobre orientações
nutricionais. É alta a frequência de dúvidas em relação às orientações (62% dos homens
e 50% das mulheres). Ainda, 49% das mulheres e 50% dos homens relataram falta de
vontade para comer o que foi recomendado e 49% das mulheres e 42% dos homens não
comem nos horários recomendados (Tabela 2).
Em relação às orientações nutricionais, todos os idosos relataram recebimento de
orientações relacionadas à necessidade de consumo de verduras, frutas e água, no
entanto as orientações não são seguidas por uma parcela dos entrevistados. Somente
28,7% consumiam verduras diariamente e a grande maioria (91,4%) consumia apenas
uma porção por refeição (dados não apresentados). Quanto às frutas, 73,3% consumiam
diariamente, porém apenas 1 porção. Somente 13,3% bebiam menos de 5 copos de água
por dia. Em relação ao consumo de leite desnatado; 93,3% receberam orientação e
83
74,3% da amostra relatou consumo diário, porém de apenas 1 copo/dia. Embora quase
40% não tenha recebido orientação sobre a necessidade de consumo de leguminosas, os
percentuais em todas as categorias são muito semelhantes aos que receberam orientação,
atingindo quase 90%, as categorias de maior consumo. Apenas, em relação aos
alimentos integrais foi observado consumo significativamente maior nos idosos que
receberam a orientação (12,1% e 2% de consumo diário) (Tabela 3).
A parcela que não cumpria com as orientações de consumo diário, varia segundo
o alimento: alimentos integrais (87,9%), leguminosas (78,3%), verduras (71,3%), frutas
(26,7%) e leite desnatado ou semidesnatado (25,7%).
No entanto, todos os idosos referiram ter recebido orientação para diminuir o
consumo de sal, somente 33,3% relatou restringi-lo. Já a orientação para restringir o
consumo de tempero pronto foi recebida por 41,3% dos indivíduos, quanto ao
cumprimento desta restrição, não houve diferença com os que não receberam orientação
(59% e 58%). A restrição do consumo de alimentos ricos em gordura animal atingiu
92,7%, mas seu consumo semanal foi alto (63,6% nos que não receberam orientação e
59% nos que foram orientados). Assim a porcentagem de não cumprimento das
restrições foi de 66,7% para sal, 41% para temperos industriais e 69% para gordura
animal (Tabela 3).
A respeito da importância do horário das refeições; 88,7% declararam ter
recebido esta orientação, sendo que apenas 34,6% a seguem adequadamente; 52,6%
ficam mais de 5 horas sem comer e 12,8% comem o tempo todo, por tanto 65,4% não
cumprem a recomendação de horário das refeições (Tabela 3).
Quanto às orientações sobre a manutenção ou perda de peso, 82% receberam
esta orientação, no entanto o percentual que ganhou peso foi um pouco superior nos que
foram orientados (26% e 22,2%) (Tabela 3).
Discussão
O perfil demográfico dos idosos, deste estudo se assemelha ao de inquéritos
populacionais de saúde, com predomínio das mulheres, idosos na faixa etária de 60 a 69
anos e de indivíduos com baixa renda e escolaridade2, 16
.
Há considerações a fazer, quanto a limitações e pontos positivos do estudo. O
tamanho da amostra não permitiu que fossem observadas diferenças significativas de
adoção das recomendações nutricionais segundo ter ou não recebido orientação. A
população estudada embora, atendida no ambulatório de um único hospital, é de certa
84
forma representativa da cidade, visto que o local de moradia dos sujeitos está
distribuído pelos diversos distritos e áreas de abrangência dos serviços de saúde. Ainda,
o estudo realizado com base na percepção dos idosos ajuda na compreensão das práticas
educativas pelo prisma de quem a vivência e permite também avaliar as expectativas
dos pacientes em relação ao modo como os profissionais dos serviços de saúde abordam
as necessidades dos idosos.
Este estudo é consistente com a pesquisa de Guimarães e Takayanagui17
que
avaliou os aconselhamentos nutricionais em pacientes diabéticos de Ribeirão Preto e
observaram que a maioria das orientações era prescrita por médicos (96,5%), porém
apenas 17,2% seguiam as recomendações sobre dieta.
No presente estudo, o cumprimento da orientação nutricional de manter ou
diminuir peso foi de 74%. Resultados similares aos nossos foram encontrados por
Assunção et al18
, em estudo com 378 diabéticos realizado em Pelotas, quanto à perda ou
manutenção de peso, 72% dos idosos receberam orientação e apenas 26,5% cumpriam à
recomendação; no presente estudo, uma porcentagem semelhante (80%) recebeu essa
orientação, mas o cumprimento foi maior (45%). Ainda comparando este estudo com o
de Assunção et al18
, em relação à orientação nutricional, o percentual que recebeu
orientação foi semelhante (80% e 85%), porém o cumprimento neste foi maior (74% e
53%).
No estudo de Paiva et al19
com 72 pacientes portadores de hipertensão ou
diabetes realizado em Francisco Morato-SP, foi menor o percentual de idosos que
declararam ter recebido orientações sobre manutenção do peso (59,4%), no entanto
75,0% dos idosos seguiam a dieta de forma adequada ou parcial.
Estudo com amostra aleatória, realizado com 785 hipertensos e 823 diabéticos
atendidos em 208 equipes da Estratégia Saúde da Família, distribuídas em 35
municípios do estado de Pernambuco-PB aponta que embora, mais de 70% de cada
grupo apresentasse excesso de peso, somente 16% dos hipertensos e 14% dos diabéticos
referiram seguir a recomendação para perda de peso; quanto ao cumprimento da
restrição de sal, foi elevado (90%), sendo maior nos municípios de pequeno porte e
principalmente nos diabéticos com hipertensão associada20
.
O cumprimento das orientações de dieta, no presente estudo são superiores às
observadas na década de 90 em pesquisa de abrangência nacional com adultos
hipertensos, diabéticos, obesos e com hiperlipidemia nos EUA, que observou
cumprimento da dieta em menos de 45% dos indivíduos, esse percentual foi mais
85
elevado nos sujeitos que apresentaram três fatores de risco cardiovascular, neles o
cumprimento foi de 59%21
, portanto a aderência às recomendações nutricionais nesse
estudo em sujeitos em condição clínica semelhante aos de nossa amostra, foi inferior
aos nossos sujeitos.
No presente estudo, embora a grande maioria dos entrevistados tenha declarado
receber orientações nutricionais, os idosos consumiam menos do que o recomendado, de
acordo com as diretrizes da ADA7, SBD
8,12, SBC
6 e SBH
9 em relação a: verduras,
frutas, legumes e alimentos integrais, sendo que uma grande parte não as consumia
diariamente. Em relação ao comportamento alimentar não saudável, observou-se
elevada ingestão de sal, temperos prontos e gorduras animais, e apenas uma pequena
parcela mantinham os intervalos adequados entre as refeições.
A importância da alimentação saudável para a prevenção primária de síndrome
metabólica é destacada por estudo de coorte francês, que aponta que os indivíduos que
seguiam as recomendações nutricionais apresentaram menor chance de desenvolver
sindrome metabólica, havendo sinergismo entre dieta e atividade fisica 22
.
Apesar de os idosos receberem orientações nutricionais, grande parte não as
seguia, provavelmente por não entenderem as orientações recebidas e/ou sentirem-se
desmotivados para cumpri-las e não compreenderem a importância das medidas para o
controle das doenças. Para Cotta et al23
, o desconhecimento sobre a natureza
multifatorial do DM e da HAS dificulta a compreensão do tratamento e diminui o
cumprimento, concordamos com os autores na necessidade de estimular o
empoderamento dos pacientes mediante educação em grupos, que possa permitir
autonomia nas escolhas, decisões e comportamentos frente ao tratamento.
Na Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF 2008-200924
constatou-se
consumo insuficiente de frutas, verduras e legumes e consumo excessivo de gorduras de
origem animal. Há semelhança entre o comportamento alimentar da população geral e o
comportamento dos idosos portadores de HAS e DM do presente estudo. Esta
constatação evidencia a complexidade do controle das doenças e a necessidade de
considerar os determinantes econômicos, culturais e ambientais que possam influenciar
nas escolhas alimentares. Estudo de revisão sistemática referencia vários estudos
internacionais em que é observada maior dificuldade para realizar escolhas saudáveis
em população de baixa renda25
.
Considerando os resultados de baixo cumprimento das recomendações
nutricionais e insuficiente orientação, observados no presente estudo e em diversos
86
outros, fica evidente a necessidade de melhorar a qualidade do atendimento, não só, de
se investigar fatores individuais e relacionados à qualidade dos serviços de saúde, mas
também abordar de maneira global, incluindo os aspectos sociais e culturais, utilizando
estratégias de ação voltadas para a população, especialmente a mais vulnerável.
No estudo de Assunção e Ursine26
realizado com 164 pacientes portadores de
diabetes de um centro de saúde de Belo Horizonte- MG, os autores descrevem elevada
adesão às orientações não medicamentosas. Esse comportamento é explicado pelo fato
de os indivíduos participarem de grupos específicos para diabéticos e sentirem-se
motivados com o tratamento, desta forma, fica clara a motivação, como uma das
estratégias para melhorar a compreensão das doenças, a adesão ao tratamento e a
participação em grupo amplia a rede de apoio social e permite um aprendizado
dinâmico na interação com os outros participantes. Ainda, nesta abordagem, considera-
se importante apresentar o novo Guia Alimentar para a População Brasileira27
e discutir
o valor nutritivo dos alimentos ultraprocessados e incentivar o consumo de alimentos
saudáveis e valorizar os produtos in natura e o preparo de comidas caseiras. Santos28
destaca a necessidade de uma educação que se fundamente na promoção de qualidade
de vida e saúde e não baseada no medo da morte.
Diante do exposto, mostra-se necessário melhorar a capacitação dos
profissionais de saúde para orientar os pacientes portadores de diabetes e hipertensão,
transcendendo apenas o tratamento medicamentoso.
CONCLUSÃO
O baixo cumprimento das recomendações nutricionais de pacientes portadores
de HAS e DM aponta para a necessidade de melhorar à capacitação dos profissionais de
saúde para motivar os pacientes quanto à alimentação e reforça a importância da
atuação de uma equipe de saúde multiprofissional, viabilizando um melhor controle das
doenças crônicas e a prevenção de complicações secundárias.
87
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90
Tabela 1. Perfil Sociodemográfico de idosos portadores de diabetes e
hipertensão usuários de um ambulatório hospitalar segundo sexo
(n=150), Campinas SP- 2013.
Variáveis
N Feminino
n=100
(%)
Masculino
n=50
(%)
Valor
de pa
Idade
60-69
70-79
80 e +
77
54
19
54,0
33,0
13,0
46,0
42,0
12,0
ns
Estado conjugal Casado
Outro
95
55
55,0
45,0
80,0
20,0
0,030
Cor de pele
Branca
Outras
99
51
67,0
33,0
64,0
36,0
ns
Filhos vivos
0
1-2
3 e +
9
56
85
5,0
38,0
57,0
8,0
36,0
56,0
ns
Número de pessoas
no domicílio
0
1
2 e +
22
67
61
18,0
43,0
39,0
8,0
48,0
44,0
ns
Anos estudo
0-4
5 e +
106
44
77,0
23,0
58,0
42,0
0,020
Valor rendimento
<=1 Sal.Min
>=2 Sal.Min
85
65
68,0
32,0
34,0
66,0
0,000
Aposentado
Sim
Não
88
62
46,0
54,0
84,0
16,0
0,000
avalor de p do teste de chi-quadrado; Sal.Min= Salario mínimo.
ns= não significativo p>=0,05.
91
Tabela 2. Frequência de respostas relativas ao atendimento em serviços de saúde
segundo tipo de profissional consultado e sexo do paciente portador de diabetes e
hipertensão (n=150). Campinas-SP,2013.
Variáveis N Feminino
n=100 (%)
Masculino
n=50 (%)
Valor
de pa
Atendimento com nutricionista nos
últimos 3 meses
Sim
48
28,0
40,0
ns
Acompanhamento nutricional regular
nos últimos 12 meses
Sim
55
32,0
68,0
0,023
Acompanhamento nutricional alguma
vez na vida
Sim
119
74,0
90,0
ns
Tipo orientação escrita sobre
alimentação
Dieta e lista de alimentos
Lista de alimentos
Nenhuma
12
92
46
7,0
57,0
36,0
10,0
70,0
20,0
ns
Dúvidas sobre alimentação
Sim
81
50,0
62,0
ns
Dificuldades para seguir as
orientações recebidasb
Falta de vontade
Não tem dinheiro
Esquece comer nos horários
Falta de conhecimento
Não recebeu orientação
74
39
69
30
35
49,0
29,0
49,0
18,0
25,0
50,0
20,0
42,0
24,0
20,0
ns
ap valor do teste de chi-quadrado
ns= não significativo p>=0,05
bAs pessoas podiam responder mais de uma alternativa, por isso o total
ultrapassa o 100%.
92
Tabela 3. Frequência de recebimento de orientações nutricionais/ atividade física e
seguimento das recomendações segundo frequência de consumo ou do comportamento,
em portadores de diabetes e hipertensão (n=150). Campinas SP 2013.
Tipo de orientação
Nutricional
Recebeu
orientação
(%)
Seguimento das recomendações nutricionais (%)
< 3 vezes/sem 3-6 vezes/sem Diário
Leite desnatado ou semi
Sim
Não
93,3
6,7
5,0
10,0
20,7
30,0
74,3a
60,0
Verduras
Sim
100
35,3
36,0
28,7b
Frutas
Sim
100
5,4
21,3
73,3c
Leguminosas
Sim
Não
61,3
38,7
13,0
13,8
65,3
65,5
21,7
20,7
Alimentos integrais
Sim
Não
66,0
34,0
60,6
90,2
27,3
7,8
12,1
2,0
Água
Sim
100
< 5coposd
13,3
5-8 coposd
18,7
9 e+coposd
68,0
RESTRITOS
Sal
Sim
Não
100
0
Livre
66,7
0
Restrito
33,3
0
Temperos prontos
Sim
Não
41,3
58,7
Livre
41,0
42,0
Restrito
59,0
58,0
Alimentos ricos em
gordura
Sim
Não
92,7
7,3
> 2 vezes/sem
7,2
0
1-2 vezes/sem
51,8
63,6
Raramente
41,0
36,4
OUTRAS
ORIENTAÇÕES
Seguir o horário das
refeições
Sim
Não
88,7
11,3
Come o tempo
todo
12,8
17,7
Mais de 5
horas sem
comer
52,6
64,7
Come de 3/3
horas
34,6
17,6
Manter/ Perder peso
Sim
Não
82,0
18,0
Ganhou
26,0
22,2
Manteve
50,4
51,9
Perdeu
23,6
25,9
aPorção equivalente a uma xícara
bEquivalente a uma porção
c Unidade ou uma fatia de fruta
d Copos por dia
93
6. DISCUSSÃO GERAL
O interesse por estudos voltados à população idosa, através da investigação dos
fatores que contribuem para a qualidade de vida, bem como das variações que ocorrem
nesta fase da vida são relevantes para a área de Saúde Pública e Envelhecimento no
Brasil, e contribuem para a expansão do debate sobre envelhecimento.
O rápido envelhecimento da população traz consigo uma série de dificuldades e
representa um desafio para o Sistema Único de Saúde do Brasil. Potencializado pela
transição epidemiológica, aumenta os fatores de risco para as doenças crônicas, e desta
forma, tornam-se necessários transformações na forma de como o sistema de saúde se
organiza para ofertar atendimento adequado à população. Em geral, as doenças são
crônicas e múltiplas e perduram por vários anos de vida e exigem acompanhamento e
cuidados permanentes, desta forma aumentam a carga da doença ao gerar aumento da
procura por serviços de saúde (Schmidt, 2011).
A velocidade do envelhecimento depende do contexto no qual os indivíduos
estão inseridos, sendo que às condições econômicas, sociais e de saúde têm maior
impacto nas camadas de baixa renda e portadores de doenças, provocando maior
declínio físico e emocional. Mesmo o envelhecimento quando livre de doenças, envolve
de certa forma, algum grau de perda funcional (Rebouças et al, 2013). Entre os fatores
que podem influenciar na saúde dos idosos e contribuir com a diminuição da qualidade
de vida destacam-se as mudanças de comportamentos associadas ao envelhecimento,
como os hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, consumo regular de álcool e
tabaco.
Atualmente, observam-se mudanças nos papéis e comportamentos dos idosos,
que têm priorizado a saúde, especialmente por meio da alimentação adequada e da
prática de atividade física (Papaléo Netto, 2007). A partir da segunda metade do século
XX, ocorreram transformações relacionadas à velhice, e o envelhecimento passou a ser
relacionado à imagem positiva de se viver mais e melhor (Rebouças et al, 2013). O
estereótipo dos idosos que necessitam de cuidados, que são inativos e medicalizados
têm se colocado na contramão do papel real dos idosos da atualidade. A maioria tem
total ou parcial autonomia, capacidade de contribuir para o desenvolvimento
econômico, social e cultural e desempenham papéis importantes na família, enquanto
não apresentam incapacidades cognitivas limitantes (Andrade et al, 2014; Camarano e
Kanso, 2011). Muitos idosos contribuem com a renda familiar, e segundo dados da
94
PNAD (2008), 85% dos idosos são ativos e produtivos, mesmo quando apresentam
algum problema de saúde, visto que 48,9% apresentam mais de uma doença crônica
(IBGE, 2010).
Entre as condições de saúde mais frequentemente associadas ao declínio
funcional, estão a HAS e o DM, que representam os mais importantes fatores de risco
para o AVC e incapacidades. Os fatores sociais, culturais, biológicos, e as doenças
como HAS e DM podem dificultar as atividades realizadas pelos idosos. O controle
adequado destas doenças auxilia na prevenção da perda funcional, além da interação
social ter sido apontada como fator essencial para a preservação da capacidade
funcional. As atividades sociais e o contato com outras pessoas, através do trabalho ou
lazer, devem ser valorizados ao longo da vida, especialmente entre os idosos com idades
mais avançadas, a fim de preservar a saúde e prevenir o desenvolvimento de doenças e
incapacidades (D'orsi, Xavier, Ramos, 2014). Os idosos não portadores de HAS e DM
do presente estudo mantinham as atividades, a vida social ativa, e a saúde se encontrava
preservada em todos os sentidos. Desta forma, nos controles constatou-se como em
outros estudos (Kumar et al, 2014; Chaimowicz, 2011), que além da capacidade
funcional, é fundamental que os idosos tenham atitudes positivas em relação ao auto-
cuidado para que mantenham uma velhice saudável.
A transição demográfica, epidemiológica e nutricional e a exposição aos fatores
de risco, como hábitos alimentares não saudáveis e sedentarismo têm acarretado
aumento expressivo da obesidade e de doenças crônicas (Schmidt et al, 2011) e estudos
demonstram a importância da prevenção e do controle dos fatores de risco
cardiovasculares, minimizados por meio de mudanças do estilo de vida, como uma das
principais estratégias para prevenir a morbi mortalidade, principalmente em populações
idosas mais jovens (Gerab et al, 2012).
A assistência aos indivíduos com DM precisa estar voltada para um processo de
educação em saúde que os auxilie a compreender a doença e reforce sua percepção de
riscos à saúde e desenvolva habilidades para manter a autonomia (MS, 2013a).
Todos os profissionais da Saúde devem estar aptos a orientar essas medidas, que
são de baixo custo e ajudam no controle da glicemia e de outros fatores de risco
cardiovasculares (MS, 2013a). O plano de cuidado para o controle do DM preconiza a
orientação de medidas de mudanças de estilo de vida, incluindo o controle metabólico
que, em geral, dependem de alimentação regular e de exercícios físicos, redução do
consumo de bebidas alcoólicas e abandono do tabagismo.
95
As ações educativas para o cuidado de indivíduos com HAS visam orientar a
restrição da adição de sal na preparação de alimentos, identificação da quantidade de sal
e/ou sódio presente nos alimentos industrializados, além de incentivar as medidas de
mudanças de estilo de vida, que são comuns para o controle das doenças crônicas (MS,
2013b).
As estimativas de prevalência de doenças crônicas auto-referidas apresentam a
vantagem da rápida obtenção da informação e o baixo custo, que pode ser adotada em
grandes populações. As doenças auto-referidas, assim como a identificação de grupos
vulneráveis, são de grande importância para o planejamento em saúde. Estas medidas
auto-referidas tem sido usadas nos inquéritos nacionais de saúde da PNAD (Travassos,
Viacava, Laguardia, 2008) e do VIGITEL (Malta, 2009) e sua reprodutibilidade e
acurácia tem sido consideradas adequadas.
Várias são as limitações deste estudo, a principal é a diferença entre casos e
controles, visto que sendo os casos pacientes de um ambulatório hospitalar, o habitual
seria a escolha de controles entre os pacientes do mesmo ambulatório ou controles de
vizinhança, que a princípio difeririam apenas por não terem HAS+DM e obesidade
abdominal. No entanto, a opção por controles de vizinhança inicialmente proposta não
foi possível por falta de recursos. A opção possível foi a escolha de uma amostra de
usuários de centros esportivos, distribuídos pelos cinco distritos de saúde, sendo que
para controlar a diferença de atividade física entre casos e controles foi incluida a
variável “prática de exercício”, entre as variáveis de ajuste na análise multivariada.
Ainda o tamanho reduzido de casos da amostra pode ter sido insuficiente para
evidenciar outras associações existentes e reduziu a precisão das estimativas. Os casos
foram pacientes acompanhados em um hospital escola, provavelmente encaminhados
dos centros de saúde de origem a essa instituição por dificuldades de controle clinico,
assim os achados do estudo não sao diretamente extrapoláveis aos portadores de
HAS+DM da rede primaria de saúde que na sua maioria não apresentam problemas de
controle das doenças.
No entanto, as limitações referidas há pontos positivos a serem destacados –
embora uma instituição hospitalar possua maiores recursos materiais e de equipe
multidisciplinar foram evidenciadas varias associações que são biologicamente
plausíveis e características que apontam para a necessidade de uma melhoria no
atendimento, especialmente quanto às orientações não medicamentosas. Ainda, o fato
dos casos serem pacientes predominantemente de baixa renda e residirem nos cinco
96
distritos de saúde do município, permite considerar que os achados são parcialmente
extrapoláveis para a população vulnerável usuária do sistema de saúde pública, e
especialmente para a rede básica do município de Campinas. Finalmente considerando
que o estudo foi realizado levantando informaçãoes auto-referidas, isto é abordou-se a
percepção dos idosos e assim, o estudo ajuda na compreensão das práticas educativas
pelo prisma de quem a vivência e permite também avaliar as expectativas dos pacientes
em relação ao modo como os profissionais dos serviços de saúde abordam as
necessidades dos idosos.
Diante dos fatores relacionados ao envelhecimento e as doenças crônicas, o
Ministério da Saúde do Brasil, tem implantado importantes políticas de enfrentamento
das doenças crônicas, além de apoiar as políticas públicas de promoção à saúde, com o
intuito de priorizar ações no campo da alimentação saudável, atividade física e
prevenção do uso do tabaco e álcool (Schmidit, 2011). O programa antitabagismo foi
criado há mais tempo, tem sido eficaz e tem conseguido diminuir expressivamente a
prevalência de tabagismo em toda a população e a associação com doenças crônicas não
têm sido observadas nos estudos mais recentes (Ramos et al, 2014).
Os programas de promoção da saúde (MS, 2014a) têm como objetivo reduzir a
vulnerabilidade e os fatores de risco à saúde, e atualmente estão presentes na maioria
das unidades básicas de saúde do Brasil. No levantamento realizado por Ramos e
colaboradores (2014), 97% das unidades de saúde possuíam pelo menos um tipo de
programa de promoção da saúde, o programa “Alimentação Saudável” foi o mais
prevalente. Considerando a crescente taxa de obesidade no Brasil, reforça-se a
necessidade de melhorar a atenção à nutrição e procurar formas de viavilizar o
programa “Alimentação Saudável” de forma mais eficiente.
O expressivo número de idosos com alterações do estado nutricional observados
entre os casos e controles, reflete a baixa adesão às orientações nutricionais e aponta
para a necessidade de aprimorar a capacitação dos profissionais de saúde quanto ao
aconselhamento nutricional. A prevenção e o controle da obesidade deve prever a oferta
de um arcabouço de ações que apoiem os indivíduos na adoção de práticas de saúde que
permita a manutenção ou a recuperação do peso saudável. É fundamental que a Rede de
Atenção à Saúde, em especial as equipes de Atenção Básica contribuam para o
empoderamento dos indivíduos sobre suas condições de saúde de forma a auxiliá-los no
processo do autocuidado, ou seja, na atenção e ação que exercem sobre si mesmos para
preservar e cultivar uma boa qualidade de vida (MS, 2014b).
97
Os profissionais precisam estar atentos aos aspectos relacionados à alimentação
e à nutrição, considerando-os determinantes de saúde e levando em consideração a
subjetividade e a complexidade do comportamento alimentar, e que a equipe de saúde
avalie seu paciente integralmente, já que o execesso de peso esta associado a outros
fatores de risco (MS, 2014a).
Os programas de práticas de atividades físicas foram recentemente introduzidos
no Brasil (MS, 2014a) e têm se mostrado eficazes, porém ainda não estão disponíveis na
maioria das unidades de saúde. Os resultados do estudo de Ramos e colaboradores
(2014) apontam para futuras ações de promoção da saúde, como parte do plano nacional
para controlar o aumento das doenças crônicas não transmissíveis até 2022.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a promoção da saúde é
um processo de capacitação da comunidade em geral, com o objetivo de aumentar o
controle sobre os determinantes de saúde e melhorar a qualidade de vida. No Brasil, este
conceito tem sido recém-definido como "nova promoção da saúde" e tem como objetivo
reduzir as desigualdades na saúde e melhorar a qualidade de vida (Malta, et al, 2011).
No Brasil tem sido formulado um conjunto de políticas públicas relacionadas à
nutrição e envelhecimento de ótima qualidade, porém ainda falta ser colocado em
prática, de maneira eficaz e abrangente.
A promoção da alimentação adequada e saudável, além de ser uma diretriz da
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) conforma uma ação transversal
incorporada em todas as ações, programas e projetos (MS, 2014a).
A não adesão às recomendações nutricionais recebidas têm sido uma das
principais causas para o aumento da morbidade e mortalidade, redução da qualidade de
vida, aumento na frequência da utilização dos serviços de saúde e maior custo médico.
Idosos portadores de HAS e DM, deste estudo demonstraram dificuldades em aderir às
recomendações nutricionais.
O papel das equipes de Atenção Básica é fundamental no sentido de apoiar os
portadores de condições crônicas fornezendo-lhes informações que lhes permitam
autocuidado e, deve ser sistematicamente avaliada pelos profissionais, que precisam
estar atentos às mudanças de atitude dos usuários (MS, 2014a).
Esta temática é bastante atual, especialmente em se tratando de idosos
portadores de DM e HAS e aponta para a importância do conhecimento dos
comportamentos prejudiciais à saúde, e as atitudes, crenças e valores individuais para
um estilo de vida saudável.
98
A compreensão, o esclarecimento de dúvidas em relação ao tratamento, a
relação de empatia entre o profissional de saúde e o paciente e o respeito pelas
capacidades cognitivas, crenças culturais e condições econômicas são consideradas
fundamentais para que os idosos sigam as recomendações recebidas (MS, 2014a).
As orientações impartidas nos serviços de saúde são ainda bastante prescritivas e
impedem à tomada de decisões dos pacientes. Ainda, a baixa inserção do profissional
nutricionista na rede de atenção básica de saúde até o momento, e consequentemente, da
carência de ações de educação nutricional, tem sido também um dos impeditivos para a
integralidade no cuidado.
Em geral, existe desconhecimento sobre a atuação do profissional nutricionista,
sendo apenas intitulado como prescritor de dietas para emagrecimento e não como
agente modificador, capaz de auxiliar na prevenção e no controle das doenças crônicas
(MS, 2014a).
Os serviços de saúde estão sendo direcionados, no sentido de considerar não
apenas as doenças, mas também as preferências e os hábitos dos indivíduos, visto que
existem diferentes abordagens em relação à alimentação, fato que pode permitir ao
nutricionista a aproximação e a valorização do saber popular e da individualidade dos
pacientes. Ressalta-se que a realização do aconselhamento nutricional, por parte dos
nutricionistas, a partir do comportamento alimentar e dos elementos psicobios-
socioculturais da alimentação e da comensalidade, tendem a aproximar a nutrição ao
processo saúde-doença-cuidado, abordando de maneira interdisciplinar os problemas
relacionados à nutrição (Demétrio et al, 2011).
Para Demétrio e colaboradores (2011) a educação nutricional deve valorizar a
cultura e os determinantes sócio-históricos, procurando também melhorar a relação
nutricionista-paciente. Os autores consideram necessário superar modelos de
atendimento clinico padronizados, baseados apenas em restrições, sendo fundamental
reformular as práticas em nutrição e saúde no sentido de humanizá-las (Demétrio et al,
2011).
Enquanto as condutas e práticas relacionadas aos atendimentos forem
prescritivas e não considerarem os usuários dos serviços de saúde como sujeitos
inseridos em um contexto que tem potencialidades e limites, não melhorara a adesão às
boas práticas alimentares. O cuidado nutricional só ocorrerá se o usuário dos serviços de
saúde for protagonista do seu processo de autocuidado e apto para realizar modificações
de hábitos e estilo de vida.
99
No entanto, para se concretizarem as mudanças dos comportamentos
nutricionais e de atividade fisica, a responsabilidade não pode estar exclusivamente
centrada no idoso. Desta forma, cabe aos serviços de saúde locais apoiar as mudanças
de comportamentos construídos socialmente e os níveis centrais de saúde municipais,
estadual e federal devem procurar a integração com as entidades encarregadas do
urbanismo, trânsito, segurança publica e propaganda e marketing de produtos
alimentícios (Parra, 2010; King AC, 2011; Belon e Nykiforuk, 2013; Belon, 2014) para
que os idosos tenham segurança para praticar transporte ativo, caminhar como forma de
lazer, e ter acesso a alimentos inatura a preços assessíveis e qualidade adequada ao
consumo.
100
101
7. CONCLUSÃO
Problemas relacionados à alimentação, geralmente são decorrentes de dietas
inadequadas e fatores limitantes, como dificuldades de acesso aos alimentos,
dependência e falta de autonomia, falta de conhecimento acerca das escolhas dos
alimentos, que devem ser consumidos para uma dieta habitual saudável, e também à
insatisfação, uma vez que a alimentação tem forte conotação psicológica, econômica e
cultural. As condições econômicas, educacionais e os hábitos culturais presentes ao
longo de toda a vida dos indivíduos, configuram antecedentes da qualidade da saúde
geral na velhice.
Não apenas as doenças crônicas influenciam as condições de saúde e a qualidade
de vida, mas outros fatores, como a obesidade, sedentarismo e má alimentação,
demostraram gerar impactos similares na qualidade de vida.
O estudo reforça a importância das mudanças do estilo de vida, especialmente
entre os idosos com DM e HAS, com intuito de manter o controle metabólico e evitar
complicações relacionadas às doenças. O envelhecimento saudável passa a ser visto,
como a relação harmoniosa entre saúde física, mental, independência, integração social,
econômica e suporte familiar, pois são elementos que propiciam melhoria da qualidade
de vida. A prática de atividade física e a alimentação equilibrada são estratégias
fundamentais para redução do risco de complicações de doenças crônicas não
transmissíveis.
O estudo contribui com informações acerca do comportamento dos idosos
acometidos por HAS e DM e aponta a necessidade de revisar as políticas e programas
que tem como objetivo, promover e apoiar comportamentos saudáveis entre os idosos.
Sugere-se que sejam realizados estudos longitudinais sobre atividade física e
ingestão alimentar entre os idosos que frequentam as unidades básicas de saúde e estão
inseridos em programas de saúde especificos, permitindo assim, ampliar o entendimento
das intervenções nas mudanças de comportamento alimentar e de atividade fisica.
102
103
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9. ANEXOS
9.1.ANEXO 1. . TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TCLE)
(Conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde)
Eu, Harriet J. White, aluna de doutorado em Saúde Coletiva solicito sua participação na
pesquisa que tem por objetivo descrever os principais fatores associados aos hábitos
alimentares e de saúde em idosos com 60 anos e mais, residentes em Campinas. Serão
investigados aspectos relacionados às características familiares, da saúde e consumo de
alimentos. Será realizada a entrevista em sessão única, de cerca de quarenta minutos de
duração. Uma parte será realizada com idosos atendimentos nos ambulatórios do Hospital das
Clínicas da Unicamp (HC) e dois terços das entrevistas serão realizados em centros de
esportes vinculados a prefeitura de Campinas. Este trabalho trará importantes contribuições
para o conhecimento de questões ligadas à saúde do idoso e seus hábitos de saúde e ajudará
a aperfeiçoar a ações para prevenção e tratamento de doenças relacionadas à nutrição. A
participação neste estudo não trará qualquer risco para a saúde do entrevistado e a
participação não implicará em nenhum tipo de gasto. Os resultados da pesquisa serão
divulgados em reuniões científicas e em publicações especializadas, sem que os nomes dos
participantes sejam revelados. Os dados pessoais dos entrevistados estão protegidos por sigilo
e anonimato. A participação na pesquisa é voluntária e a qualquer momento o entrevistado
pode decidir deixar de participar. Em caso de qualquer dúvida, o entrevistado pode entrar em
contato com a coordenadora da pesquisa ou com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Desde já agradecemos sua colaboração. Harriet Jane White Dra Letícia Marin-Leon Responsável pela pesquisa Orientadora fone: 19-3521 5555 e 3521 5670 e-mail: [email protected] Telefone do Comitê de Ética em Pesquisa do HC/ UNICAMP : 19 - 3521 8936/ e-mail: [email protected]
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -
Eu,............................................................................, declaro que fui adequadamente
esclarecido(a) sobre a natureza desta pesquisa e da minha participação voluntária. Declaro
que concordo em participar por livre e espontânea vontade e que não sofri nenhum tipo de
pressão para tomar essa decisão.
Campinas,.......de .................... de 201
______________________________________Assinatura
118
9.2. AUTORIZAÇÃO SECRETARIA DE ESPORTES DE
CAMPINAS
119
9.3.ANEXO 3- QUESTIONÁRIO DE SAÚDE E NUTRIÇÃO DO
IDOSO
Nome:_____________________________________________________________________________
IDADE 60 anos ou + Sim ( ) Não ( )
Tem hipertensão Sim ( ) Não ( )
Tem Diabetes Sim ( ) Não ( )
Endereço: ______________________________________________________________________________________________ Bairro: __________________________________________________Telefones: _______________
Módulo I- Características Sócio-Demográficas e de Identificação
1. Qual a sua idade? _____________anos
2. Sexo Feminino Masculino
3. Qual o seu estado conjugal?
1. Nunca foi casado (a) 2. Casado (a) ou vive com companheiro (a)
3. Separado (a) ou divorciado (a) 4. Viúvo (a) 5. NR
4. Qual é a sua cor?
1. Branca 2. Preta 3. Amarela/oriental 4. Parda/cabocla/mulata 5. Indígena 6. NR
5. Quantos filhos vivos o senhor (a) tem? _______
6. Com quantas pessoas o senhor (a) mora?_____
7. Com quem o senhor (a) mora?
1. Marido/esposa/companheiro (a) Sim Não
2. Filho (s) ou enteado (s) Sim Não
3. Neto (s) Sim Não
4. Bisneto (s) Sim Não
5. Outr0 (s) parente (s) Sim Não
6. Pessoa (s) fora da família Sim Não
7. NR
8. Quantos anos completos de estudo o senhor (a) tem? _____ anos
9. Qual o seu grau de instrução?
1. Nunca foi à escola /Menos de um ano de instrução.
2. Até o ____ ano do Primário (1ª a 4ª série)
3. Até o ____ ano do Ginásio (4ª a 8ª série)
4. Até o ____ ano do Científico, Clássico (atuais Curso Colegial) ou Normal (Curso de Magistério)
5. Até o ____ ano do Curso Superior
6. Pós-graduação incompleta
120
7. Pós-graduação completa, com obtenção do título de Mestre ou Doutor.
10. O senhor (a) trabalha atualmente ou trabalhava?
1. Trabalha e está em atividade atualmente. 11a Especificar ocupação_______________________
2. Trabalha, mas esta afastado por saúde. 11b Especificar ocupação__________________________
3. Já trabalhou, mas não trabalha mais. 11c Especificar ocupação____________________________
4. Nunca trabalhou
5. NR
11. O senhor (a) é aposentado/a? 1. Sim 2. Não 3. NR
12. O senhor (a) é pensionista? 1. Sim 2. Não 3. NR
13. Qual a fonte de rendimento?
1. Não tem rendimento 2. Trabalho 3. Seguro desempregado 4. Doação de não morador do domicílio
5. Doação de igrejas/ONG/instituições filantrópicas 6. NR
14. Qual o valor do rendimento?
1. Menos que um salário mínimo 2. Um salário mínimo 3. De 2 a 3 salários mínimos
4. Acima de 4 salários 5. NR
Modulo II- Doença auto-referida
1- Há quanto tempo tem diabetes? ____________________
2- Há quanto tempo tem hipertensão arterial?__________________
3- Tem colesterol alto? 1. Não 2. Sim 3. NR 3a. Há quanto tempo?_________________
4- Tem triglicérides alto? 1. Não 2. Sim 3. NR 4a. Há quanto tempo?__________________
Módulo II- Atendimento em serviços de saúde
1. O senhor (a) fez acompanhamento com algum profissional da saúde para controle de alguma doença nos
últimos 3 meses? (0) Não (1) Sim
Quais? 1. Médico 2. Nutricionista 3. Enfermeiro 4. NR Caso não, data ultima consulta__________
2. Atualmente com relação ao atendimento médico você está:
1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR
3. Atualmente com relação ao atendimento de outros profissionais da saúde você está:
1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR
4. O senhor (a) já fez acompanhamento nutricional regular, no ultimo ano? (0) Não (1) Sim
4.1. Alguma vez na vida, o senhor (a) já fez acompanhamento nutricional regular? (0) Não (1) Sim
4.2. Você considera que suas dúvidas sobre alimentação foram:
(1) esclarecidas (2) em parte esclarecidas (3) não foram esclarecidas (4) NR
5. Atualmente com relação ao atendimento nutricional você está
1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR
6. O senhor (a) ficou satisfeito com as informações sobre alimentação que recebeu na última consulta ?
1. Muito satisfeito 2. Satisfeito 3. Mais ou menos satisfeito 4. Insatisfeito 5. NR
7. Sentiu alguma dificuldade para entender as orientações nutricionais? (0) Não (1) Sim (2) NR
Modulo III- Recomendações nutricionais recebidas por profissionais da saúde
1. Manter o peso ou perder peso (0) Não (1) Sim
2. Praticar algum tipo de exercício físico ou atividade física regular (0) Não (1) Sim
121
3. Aumentar o consumo de água (0) Não (1) Sim
4. Ingerir menos sal (0) Não (1) Sim
5. Recebeu orientação sobre o consumo de frutas (0) Não (1) Sim
6. Recebeu orientação sobre o consumo de verduras? (0) Não (1) Sim
7. Recebeu orientação sobre o consumo de leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja)
(0) Não (1) Sim
8. Recebeu orientação sobre os alimentos ricos em gorduras (0) Não (1) Sim
9. Recebeu orientação sobre o leite e derivados (0) Não (1) Sim
10. Recebeu orientação sobre alimentos integrais (pão integral, arroz integral, aveia, farelos de trigo) na
alimentação? (0) Não (1) Sim
11. Quais dificuldades o senhor(a) tem em seguir as orientações/ recomendações?
(5) Não tenho vontade de comer o que foi recomendado.
(4) Não tenho dinheiro para comprar o que foi recomendado.
(3) Esqueço-me de comer nos horários recomendados.
(2) Não recebi recomendações, orientações.
(1) Falta de conhecimentos.
(0) Nenhuma, Sigo as recomendações.
(6) NR
Modulo IV- Acesso e Preparo dos Alimentos
1. Nos últimos 3 meses, o senhor(a) precisou de alguma ajuda para realizar as compras de alimentos? (0)
Não (1) Sim 1a- Qual? _______________________________
2. Nos últimos 3 meses o senhor(a) teve dificuldade para ir até o local em que realiza as compras de
alimentos? (0) Não (1) Sim 2a- Qual? _______________________________
3. Nos últimos 3 meses o senhor(a) apresentou dificuldade para carregar as compras?
(0) Não (1) Sim 3a- Qual? _______________________________
4. Nos últimos 3 meses o senhor(a) preparou suas próprias refeições?
(0) Sim, eu preparo sozinho(a)
(1) Ajudo minha filha, nora, sobrinha, esposa/ marido, etc, no preparo
(2) Empregada, mensalista prepara
(3) Não, atualmente não consigo
(4) Nunca precisei preparar ou nunca tive costume
5. Nos últimos 3 meses o senhor(a) teve companhia durantes às refeições? (0) Não (1)Sim
6. O senhor(a) recebe alguma ajuda para alimentação?
1 Cesta Básica Não Sim Especificar tipo____________________
2 Doações Não Sim Especificar tipo____________________
3 Recurso dos filhos Não Sim Especificar tipo___________________
7. Há necessidade de mais dinheiro para seguir as orientações nutricionais que o médico ou profissional de
saúde passou? (1) Sim (0) Não
122
Modulo V- Comportamentos de saúde
1. Em relação ao hábito de fumar, o senhor (a)? 1. Nunca fumou 2. Ex fumante 3. Fuma
2. Em relação à prática de atividade física, o senhor (a) realiza com que frequência?
1. 3 vezes na semana ou mais 2. 2 vezes na semana ou menos 3. não faz 4. NR
Módulo VI- Qualidade de vida
Muito
Ruim
Ruim Regular Boa Muito
Boa
Em geral, como o/a senhor/a avalia a sua
saúde no momento atual?
1 2 3 4 5
Como o/a senhor/a avalia sua qualidade de
vida?
1 2 3 4 5
Você tem dinheiro suficiente para satisfazer
suas necessidades?
1 2 3 4 5
Em que medida você tem oportunidades de
atividade de lazer?
1 2 3 4 5
Modulo VII – Qualidade do Sono
1- Eu tomo remédios para dormir Sim Não
2- Eu acordo de madrugada e não pego mais no sono Sim Não
3- Eu fico acordado(a) a maior parte da noite Sim Não
4- Eu levo muito tempo para pegar no sono Sim Não
5- Eu durmo mal à noite Sim Não
Modulo VIII- Condições de saúde geral relacionadas à alimentação
1. O senhor (a) toma algum medicamento? (0) Não (1) Sim
( ) Foi prescrito pelo médico ( ) Por conta própria Quais?______________________________
2. O senhor/a toma alguma vitamina? (0) Não (1) Sim
( ) Foi prescrito pelo médico ( ) Por conta própria Quais?______________________________
3. Habitualmente o senhor (a) sente a boca seca? (0) Não (1)Sim
4. O senhor (a) sente sede?
(1) Nunca sente sede (2) Sente muito pouca sede (3) Acha que sua sede é normal (4) Sente muita sede o
tempo todo
5. Como o senhor/a sente a sua saliva? (2) Pouca e grossa (1) Normal e líquida
6. O senhor (a) sente normalmente o gosto dos alimentos?
(2) Sinto o gosto dos alimentos igual quando mais jovem (1) Sinto pouco gosto dos alimento
(0) Não sinto o gosto (3) NR
7. O senhor (a) sente cheiro normalmente?
(2) Sinto. Meu olfato é igual que quando jovem
(1) Não sinto cheiro. Meu olfato piorou muito em relação a quando era jovem
(0) Mais ou menos. Meu olfato piorou um pouco
(3) NR
8. O senhor usa dentadura?
(5) Sim, a dentadura esta boa
(4) Não, não tenho dinheiro para comprar ou ir ao dentista
(3) Não, a dentadura esta machucando ou caindo
(2) Não, não gosto de usar
(1) Não preciso
(6) NR
123
9. Tem alguma dificuldade para mastigar por causa da dentadura? (0) Não (1) Sim
10. O senhor (a) diminuiu a quantidade de alimentos que come por dificuldade para mastigar e/ou de
engolir? (0) Não (1) Sim
11. Há necessidade de triturar ou bater os alimentos para poder mastigar e/ou engolir (0) Não (1) Sim
12. O senhor (a) precisa de líquidos (suco, água) para ajudar a engolir os alimentos? (0) Não (1) Sim
13. O senhor (a) perdeu peso nos últimos 3 meses?
1. Nenhuma perda de peso
2. Perdi peso fazendo regime indicado por médico ou nutricionista. 17a Quantos kilos? _______
3. Perdi peso sem fazer regime, não sei o motivo. 17b Quantos kilos? ____________
4. Perdi peso por causa de doença. 17c Especificar doença__________17d Quantos kilos? ___________
5. Ganhei peso. 17e Quantos kilos?___________
6. NR
14. Quantas vezes por dia funciona seu intestino?
1. 1 vez ao dia 2. 2 vezes ao dia 3. 3 ou mais vezes ao dia 19a. Qual a consistência? _____________
1. Um pouco preso funciona um dia sim, um dia não
2. Demora 3 dias ou mais
3. Precisa usar remédio 19b Qual?__________________________________
4. NR
15. Como o senhor (a) considera seu xixi?
1. Pouco 2. Normal 3. Muito, levanto várias vezes à noite
17. Circunferência da Cintura _________cm
Peso_________________ kg
Altura_____________________cm
Módulo IX- Capacidade funcional e limitações físicas
1. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?
Atividades Sim, dificulta muito
Sim, dificulta um pouco
Não, não dificulta de
modo algum
b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa,
passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.
1 2 3
c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3
d) Subir vários lances de escada 1 2 3
e) Subir um lance de escada 1 2 3
f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3
h) Andar vários quarteirões 1 2 3
i) Andar um quarteirão 1 2 3
2. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum problema com seu trabalho ou atividade regular, como
consequência de sua saúde física?
SIM NÃO
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu
trabalho ou a outras atividades?
1 2
3. O senhor (a) teve dor no corpo nas últimas 4 semanas?
1. nenhuma 2. muito leve 3. leve 4. moderada 5. intensa
124
4. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu no seu trabalho (incluindo o trabalho dentro de
casa)?
De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente
1 2 3 4 3
5. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum problema com seu trabalho ou atividade regular diária,
como consequência de problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava
ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto
cuidado como geralmente faz.
1 2
Modulo X- Consumo de alimentos e frequência alimentar
1. O senhor (a) troca às refeições principais (almoço ou jantar) por lanches?
1. Sim Almoço Jantar 2. Ambos 0. Não
2. Com que frequência troca o almoço ou jantar por lanches?
(4) De 4 a mais vezes por semana
(3) De 2 a 3 vezes por semana
(2) 1 vez por semana
(1) 3 vezes/mes
(0) Nunca
(5) NR
Com que frequência você consome os alimentos listados abaixo:
Alimentos Não come 1 a 2 vezes por
mês
1 a 2 vezes/
semana
3 a 6 vezes/
semana Todos os dias
Leite e Derivados Quantas xícaras de leite
toma?
(1)
(2)
(3-4)
Mais
1. Leite Integral (0) (1) (2) (3) (4)
2. Leite Semi desnatado (0) (1) (2) (3) (4)
3. Leite desnatado (0) (1) (2) (3) (4)
4. Queijo branco (minas,
ricota, coalho) (0) (1) (2) (3) (4)
Quanto come de queijo?
1 fatia grossa (40g)
2 fatias grossa
3 fatias grossa ou mais
5. Queijos amarelos
(mussarela/prato/parmesão/
provolone/ cheddar)
(0) (1) (2) (3) (4)
6. Iogurte ou coalhada (0) (1) (2) (3) (4) Quanto de iogurte toma?
1 copo (200ml)
2 copos
3 ou mais
7. Requeijão
( ) normal
( ) Light
(0) (1) (2) (3) (4)
Carnes, Derivados e Ovos
8. Bovina (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia
( ) 2 vezes ao dia
9. Frango (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia
( ) 2 vezes ao dia
10. Peixe (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia
( ) 2 vezes ao dia
11.Suína (0) (1) (2) (3) (4)
12. Miúdos (fígado, moela,
coração, rim) (0) (1) (2) (3) (4)
13. Embutidos (salsicha,
salame, presunto, mortadela,
linguiça, hambúrguer
(0) (1) (2) (3) (4)
14. Ovo (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia ( ) 2 vezes ao dia
125
Alimentos Não come 1 a 2 vezes por
mês
1 a 2 vezes/
semana
3 a 6 vezes/
semana Todos os dias
Cereais e derivados
15. Arroz (0) (1) (2) (3) (4)
16. Aveia (0) (1) (2) (3) (4)
17. Preparações com fubá,
farinha de milho (0) (1) (2) (3) (4)
18. Fari
nha de mandioca (0) (1) (2) (3) (4)
19. Macarrão (0) (1) (2) (3) (4)
20. Pão
( ) Francês
( ) Forma
( ) Integral
(0) (1) (2) (3) (4)
21. Bolacha sem recheio
( ) maisena
( ) água e sal
( ) integral
(0) (1) (2) (3) (4)
22. Bolacha recheada (0) (1) (2) (3) (4)
23. Salgadinhos de pacote (0) (1) (2) (3) (4)
Leguminosas
24. Feijão (0) (1) (2) (3) (4) ( ) 1 vez ao dia
( ) 2 vezes ao dia
25. Lentilha, ervilha, soja,
grão de bico (0) (1) (2) (3) (4)
( ) 1 vez ao dia
( ) 2 vezes ao dia
Verduras e Legumes
26. Alface, couve, acelga,
agrião, rúcula, escarola (0) (1) (2) (3) (4)
Quando come salada,
quanto come por dia?
( ) Uma porção
( ) Duas porções
( ) Três ou mais porções
Alimentos Não come 1 a 2 vezes por
mês
1 a 2 vezes/
semana
3 a 6 vezes/
semana Todos os dias
27. Cenoura, chuchu,
beterraba, berinjela,
abobrinha,
(0) (1) (2) (3) (4)
28. Enlatados: Milho verde,
ervilha (0) (1) (2) (3) (4)
Raízes e Tubérculos
29. Batata, mandioca,
mandioquinha, cará, inhame (0) (1) (2) (3) (4)
Frutas
30. Frutas (banana, abacaxi, mamão, pêra, maçã, goiaba)
(0) (1) (2) (3) (4)
Quando come fruta, quanto come por dia?
( ) Uma unidade
( ) Duas unidades
( ) Três ou mais unidades
Óleos e Gorduras
31. Óleo
( ) Soja
( ) Girassol
( ) Milho
(0) (1) (2) (3) (4)
Quando usa no preparo
dos alimentos, quanto
usa?
( )1 colher das de sopa
126
( ) Canola ( )2 colheres das de sopa
( )3 ou mais colheres
32. Azeite (0) (1) (2) (3) (4)
Quando usa azeite na
salada, quanto usa?
( )1 colher das de sopa
( )2 colheres das de sopa
( )3 ou mais colheres
33. Margarina
( ) normal
( ) Light
(0) (1) (2) (3) (4)
34. Manteiga (0) (1) (2) (3) (4)
Açúcares e Doces
35. Doces (de leite, goiabada,
paçoca, chocolate...) (0) (1) (2) (3) (4)
Alimentos Não come 1 a 2 vezes por
mês
1 a 2 vezes/
semana
3 a 6 vezes/
semana Todos os dias
36. Açúcar
( ) refinado
( ) mascavo
(0) (1) (2) (3) (4)
Frituras e Sanduíches
37. Frituras (batata,
mandioca, polenta, coxinha,
pastel, bolinho)
(0) (1) (2) (3) (4)
38. Lanches (cachorro quente,
misto, x salada...) (0) (1) (2) (3) (4)
Bebidas
39. Refrigerantes
( ) diet
( ) light
( ) normal
(0) (1) (2) (3) (4)
40. Sucos artificiais (pó ou
liquido) (0) (1) (2) (3) (4)
41. Suco natural de frutas (0) (1) (2) (3) (4)
42. Cerveja ou outra bebida
alcoólica (0) (1) (2) (3) (4)
Quando bebe, quantos copos de cerveja, vinho, pinga ou outras bebidas bebe?
Cerveja ________________ (quantidade medida)
Vinho __________________(quantidade medida)
Pinga __________________ (quantidade medida)
Outros _________________ (quantidade medida
Modulo XI- Orientações nutricionais para diabetes e hipertensão
1. Algum médico e/ou profissional de saúde ensinou quantas refeições o senhor (a) deve comer por dia? (0) Não (1) Sim
2. Algum médico ou profissional de saúde ensinou quais alimentos deve evitar?
(0) Não (1) Sim 3a. Quais?____________________________
3. Recebeu alguma orientação por escrito, folhetos sobre hipertensão e/ou diabetes?
(0) Não (1) Sim 6a.. Qual foi o material educativo que recebeu?
(1) Alimentação (2) Atividade física
127
4. Recebeu dieta e lista de alimentos para fazer a troca dos alimentos ?
(3) Sim, ambos (2) Sim, só dieta (2) Sim, só lista de alimentos (0) Não recebeu nada
5. Recebeu orientação sobre o consumo de sal? (0) Não (1) Sim
6. Recebeu orientação como temperar os alimentos e como temperar as saladas? (0) Não (1) Sim
7. Recebeu orientação sobre os alimentos enlatados (milho, ervilha, atum em conserva)?
(0) Não (1) Sim (2) Sim para evitar por causa do sal
8. Recebeu orientação sobre o consumo de margarina? (0) Não (1) Sim
9. Recebeu orientação sobre o consumo de alimentos embutidos (mortadela, salsicha, linguiça,
presunto, salame)? (0) Não (1) Sim (2) Sim para evitar por causa do sal e gordura
10. Recebeu orientação sobre o consumo de queijo? (0) Não (1) Sim
11. Recebeu orientação sobre o tipo de pão, arroz, que é melhor para a saúde?
(0) Não (1) Sim (2) Sim preferir integral
12. Recebeu orientação sobre comer arroz, batata, macarrão,mandioca, mandioquinha na mesma refeição? (0) Não (1) Sim (2) Sim evitar ou usar porções pequenas de 2 diferentes
13. Quais dificuldades o senhor (a) tem com a dieta para diabetes e/ou da hipertensão arterial?
(5) Não tenho vontade de comer o que foi recomendado.
(4) Não tenho dinheiro para comprar o que foi recomendado.
(3) Esqueço-me de comer nos horários recomendados.
(2) Não recebi recomendações, orientações.
(1) Falta de conhecimentos.
(0) Nenhuma, Sigo as recomendações.
Modulo XII- Consumo de alimentos diabéticos e hipertensos
1. O senhor (a) consome habitualmente alimentos integrais?
1. Não 2. Sim Frequência- Diária/Semanal/ Mensal/15-15 dias
Não
Pão integral
Arroz integral
Aveia
Farelo de trigo/Linhaça
Granola
Outro____________________________________________
2. O senhor(a) consome amendoim, coco, castanha-do-pará, caju ou nozes?
1. Raramente 2. Nunca 3. 1 a 2 vezes na semana
4. 3 ou mais vezes na semana
2. O senhor(a) consome amendoim, coco, castanha-do-pará, caju ou nozes?
1. Raramente 2. Nunca 3. 1 a 2 vezes na semana
4. 3 ou mais vezes na semana
3. O senhor (a) toma água durante o dia?
1. Raramente 2. 2 copos 3. 5 copos 4. 8 copos 5. Mais
4. O senhor (a) acrescenta sal no prato, na salada durante as refeições?
(0) Não (1) Sim NR
5. O senhor (a) consome molhos prontos, temperos industrializados ou caldos tipo Knor*, de vários sabores?
(0) Não (1) Sim NR
6. O senhor (a) come de quantas em quantas horas?
1. Como o tempo todo 2. Fico mais de 5 horas sem comer 3. Como de 3 em 3 horas 4. NR
7. O senhor (a) come em uma mesma refeição arroz, batata, mandioca, milho, massas, biscoitos?
(0) Não (1) Sim