ESTADO DA ARTE DA SEMEADURA E SEMEADORAS ...5 ÍNDECE DE FIGURAS Figura 1 – Histórico da...
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ESTADO DA ARTE DA
SEMEADURA E
SEMEADORAS DE
PLANTIO DIRETO NO
INVERNO DO SUL DO
BRASIL
Projeto Agrisus No: PA 2303/17
Pesquisa do estado da arte (C2)
Relatório final
Londrina – PR
Agosto, 2018
2
RELATÓRIO FINAL
Projeto Agrisus No: PA 2303/17
Pesquisa do estado da arte (C2)
Título da Pesquisa: Estado da arte da
semeadura e semeadoras de plantio
direto no inverno do sul do Brasil
Coordenador do Projeto: Ruy Casão Junior
Instituição: Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR)
Rodovia Celso Garcia Cid, km 375,
CEP: 86047-902, 43-33762000, www.iapar.br, Londrina – PR
Local da Pesquisa: Londrina – PR
Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 21.120,00
Vigência do Projeto: 25/01/2018 a 5/08/2018.
Apoio: Realização:
3
EQUIPE TÉCNICA IAPAR
André Luiz Johann
Hevandro Colonhese Delalibera
Audilei de Souza Ladeira
Alexandre Leôncio da Silva
EQUIPE TÉCNICA PARCEIRA DA EMATER
Nelson Harger – gestor estadual - Emater/Apucarana
Antonio Bodnar – Emater/Arapongas
Adalberto Telesca Brbosa – Emater/Toledo
Celso Daniel Seratto – Emater/Maringa
Eduardo Campos Barbosa – Emater/Farol
Fabianderson José Baio de Souza – Emater/Marialva
Flavio Moraes Vilela – Emater/Céu Azul
Idanir Antonio Anversa – Emater/Sarandi
Gláucia Dias Trevizan – Emater/Vera Cruz do Oeste
Luiz Marcelo Franzin – Emater/Sabaudia
Marcelo Ferreira Hupalo – Emater/Ponta Grossa
Nelson Rogerio Bueno da Silva– Emater/Vera Cruz do Oeste
Onóbio Vicente Werner – Emater/Cascavel
Sandro Albrecht – Emater/Campo Mourão
Sergio Luiz Carneiro – Emater/Londrina
Willian de Moraes Atanasio – Emater/Corbélia
EQUIPE TÉCNICA DA COOPERATIVA AGRÁRIA
Paulo José Alba – Pesquisador em máquinas agrícolas
4
SUMARIO
RESUMO 6
1. INTRODUÇÃO 8
2. MATERIAIS E MÉTODOS 10
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 13
3.1. ANÁLISE DA QUALIDADE DE SEMEADURA 13
3.1.1. Máquinas, municípios e semeadura. 13
3.1.2. Características das semeadoras adubadoras, das propriedades e das
sementes.
15
3.1.3. Análise dos erros de regulagem de sementes e fertilizante. 17
3.1.4. Análise das variáveis que influem na emergência do trigo e triticale e
desempenho da máquina.
19
3.1.5. Análise das variáveis que influem na emergência da cevada e aveia e
desempenho da máquina.
22
3.1.6. Análise das variáveis para formação de grupos de semeadoras
homogêneas.
23
3.2. ESTUDO DAS SEMEADORAS DE FLUXO CONTÍNUO 28
3.2.1. Introdução 28
3.2.2. A indústria GIHAL 28
3.2.3. A indústria IMASA 31
3.2.4. A indústria KUHN 37
3.2.5. A indústria KULZER & KLIEMANN 44
3.2.6 A indústria PLANTI CENTER 47
3.2.7 A indústria STARA 51
3.2.8 A indústria VENCE TUDO 55
4. CONCLUSÕES 62
5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS 64
RELATÓRIO PRÁTICO 65
COPENSAÇÕES FERECIDAS A FUNDAÇÃO AGRISUS 67
DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA
FUNDAÇÃO AGRISUS
67
ÍNDECE DE TABELAS
Tabela 1 – Relação das semeadoras estudadas, seu número de linhas, espaçamento entre linhas
e a existência de aterradores e compactadores no acabamento da semeadura. 15
Tabela 2 – Média (M) e moda (D) para variáveis de acordo com grupo formado pela Análise
Hierárquica de Agrupamento (HCA) 27
Tabela 3 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras
(SAMu) da GIHAL 30
Tabela 4 – Modelos de semeadoras adubadoras em fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora
(SAMu) da IMASA. 35
Tabela 5 – Modelos de semeadoras e ou adubadoras fluxo contínuo (SF ou SAF) e
multissemeadoras (SAMu) da KUHN. 40
Tabela 6 – Modelo de semeadora adubadora fluxo contínuo (SAF) da KULZER &
KLIEMANN. 46
Tabela 7 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) da PLANTICENTER. 49 Tabela 8 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora
(SAMu) da STARA. 54
Tabela 9 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora
(SAMu) da VENCE TUDO. 58
5
ÍNDECE DE FIGURAS
Figura 1 – Histórico da precipitação semanal no estado do Paraná. Fonte: Iapar, 2018. 14 Figura 2 – População de sementes/m desejado pelos produtores e % de erros na regulagem de
sementes de todas máquinas estudadas. 18
Figura 3 – Dosagem de fertilizante (kg/ha) desejado pelos produtores e % de erros na
regulagem de fertilizante de todas máquinas estudadas. 18
Figura 4 – A. Variação da % de emergência de plântulas em função da profundidade de
sementes. B. Variação da % de emergência de plântulas em função da profundidade do sulco. 20
Figura 5 – Variação da % de emergência de plântulas em função do Coeficiente de Variação
(%) da profundidade de sementes. 21
Figura 6 – A. Variação da % de emergência de plântulas em função da % de sementes expostas.
B. Variação da % de emergência de plântulas em função da % de germinação das sementes. 21
Figura 7 – Profundidade média do sulco (cm) em função da velocidade de trabalho (km/h). 22
Figura 8. Dendograma orientado pelas amostras, obtido pala Análise Hierárquica de
Agrupamento (HCA) com pré-processamento através de Dados Centrados na Média, método
de ligação Incremental por distancia Euclidiana e transformação pro Log10, com separação em
4 grupos com 64% de similaridade.
24
Figura 9 – Variação da % de emergência das plantas em função da % de germinação das
sementes a esquerda e a direita % de ocorrência de sementes expostas em função do CV% da
profundidade dos sulcos.
24
Figura 10 – Variação da % de emergência das plantas em função da % de germinação das
sementes. 25
Figura 11 – Variação da % de emergência das plantas em função da profundidade das sementes
a esquerda e a direita % de emergência das plantas em função da % de erro na regulagem das
sementes.
26
Figura 12 – Variação do estande de plantas (plantas/m) em função da profundidade das
sementes a esquerda e a direita profundidade média das sementes em função da velocidade de
trabalho em km/h.
26
Figura 13 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora
(SAMu). 30
Figura 14 Semeadoras e ou adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras
(SAMu) da indústria IMASA. 36
Figura 15 Semeadoras e ou adubadoras de fluxo contínuo e multissemeadoras da
indústria KUHN. 41
Figura 16- Semeadora adubadora KK em fluxo contínuo (SAF) da KULZER & KLIEMANN. 47
Figura 17- Semeadoras adubadoras em fluxo contínuo (SAF) da PLANTI CENTER. 49
Figura 18 – Semeadora adubadora de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras (SAMu) da
STARA. 54
Figura 19 – Semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu) da
VENCE TUDO. 59
6
RESUMO
Já é de conhecimento dos produtores rurais que trabalham com produção de
grãos que, as condições de manejo das áreas agrícolas, somados a uma boa semeadura
são processos que refletem diretamente na produtividade. O projeto Agrisus PA
2303/17 teve, através de levantamentos a campo, o objetivo de caracterizar o estado da
arte das semeadoras adubadoras de fluxo contínuo bem como a estimar a qualidade de
semeadura das culturas de outono e inverno em sistema de plantio direto (SPD). Foi
realizado estudo junto as indústrias de máquinas GIHAL, IMASA, KUHN, KULZER &
KLIEMANN, PLANTI CENTER, STARA e VENCE TUDO, no qual foram levantadas
as características construtivas e operacionais de todos os 36 modelos de suas
semeadoras de fluxo contínuo e multissemeadoras disponíveis no mercado. Nesse
estudo, foi possível destacar individualmente em cada modelo de cada fabricante as
características de cada máquina, sobre: 1. Corpo da máquina (engate, cabeçalho, chassi,
transmissão de movimentos, unidades de semeadura, plataformas, marcadores de linha,
lubrificação, levante e transporte; 2. Sistema de distribuição de fertilizantes: Depósitos,
dosadores, condução e deposição; 3. Sistema de distribuição de sementes: Depósitos,
dosadores, condução e deposição; 4. Sistema de ataque ao solo: corte da palha, abertura
de sulco de fertilizante e sementes e acabamento do sulco; 5. Itens de segurança; 6.
Facilidade de manutenção; 7. Eletrônica embarcada; 8. Dificuldades que a empresa
demandaria nos setores de engenharia de produto e produção. Essas informações são
importantes para quem deseja escolher uma semeadora adubadora, identificar os
avanços obtidos nas máquinas agrícolas no Brasil, e contribuir para a evolução de
nossas indústrias visando um melhor aprimoramento de seu produto e aprimorando suas
condições de competividade. Para o estudo do estado da semeadura, foram avaliadas,
em propriedades rurais das regiões Norte, Oeste e Sul do Paraná, Norte do Rio Grande
do Sul, totalizando 22 municípios com 38 semeadoras de fluxo contínuo de dez
diferentes fabricantes nacionais, determinando-se parâmetros que possam identificar
qualidade da semeadura. Dos 38 produtores analisados, pôde-se constatar que 15,8%
erram na regulagem de sementes mais do que 20% da dosagem esperada e 29% erram
entre 10% a 20%. Para aqueles que aplicam fertilizante, isso se agrava mais, sendo que
37% erram mais do que 20% e 33,3% deles erram entre 10% a 20% na regulagem da
dosagem esperada de fertilizante. Esse fato é evidenciado no grupo de produtores que
mobilizam o solo periodicamente e que são menos experientes no SPD, os quais
apresentaram os maiores erros de dosagem de sementes e fertilizantes, mostrando que,
para o caso de uma ação de capacitação, esse público deve ser priorizado. Apesar do
número de amostras, ou seja, das semeadoras avaliadas, ainda ser pequeno nesse estudo,
e que deve aumentar com a continuidade do trabalho nos próximos anos, foi possível
identificar que os produtores que semearam no solo seco e aguardaram de uma a duas
semanas por uma chuva e, os produtores que semearam com solo friável, obtiveram
praticamente a mesma média de plantas emergidas (78% e 77% respectivamente). As
máquinas mais antigas, que não possuíam componentes compactadores e aterradores
(13% do total), não conseguiram um bom aterramento do sulco. O simples fato de
adicionar uma viga atrás da máquina já obteve um bom resultado no aterramento dos
sulcos. Ressalta-se que a maioria possuíam esses componentes. Identificou-se que a
qualidade de sementes de trigo e triticale usadas pelos produtores nesse estudo, podem
ser consideradas boas, com porcentagem de germinação e vigor médio de 94,7% e
90,8% respectivamente. O que não foi observado com a aveia e cevada, com 79,6% e
69,8% respectivamente de porcentagem de geminação. Quanto ao tratamento de
sementes, constatou-se que 76,9% das sementes de trigo eram tratadas, 100% das de
cevada e só 25% da aveia. Esse é mais um fator que pode ser melhorado. Foi
7
identificado, apesar da dispersão dos dados, que a profundidade do sulco, a
profundidade das sementes e a variação das profundidades das sementes dada pelo
Coeficiente de Variação (CV%), influíram significativamente na porcentagem de
emergência de trigo e triticale. Quanto maior a profundidade do sulco, das sementes e
quanto menor o CV% das profundidades de sementes, maior a porcentagem de
emergência das plantas. O mesmo foi identificado com a porcentagem de germinação
das sementes. Assim, quanto maior a porcentagem de germinação das sementes de trigo
e triticale, maior a emergência das plantas. De uma forma geral, pode-se dizer que na
semeadura de cevada, em relação à aveia, há um cuidado maior dos produtores na
implantação dessa cultura, principalmente pelo fato de ser cultura de renda e a aveia
mais usada como cobertura ou pastagem. Isso é constatado pelo menor uso de
fertilizante na aveia, sementes sem tratamento e menor porcentagem de germinação e
vigor das sementes. Além disso, o trabalho mais rápido com a semeadora, as vezes
prejudicando alguns fatores que interferem na implantação da cultura. Mas, mesmo
assim, houve quase o mesmo cuidado de quem semeou as duas culturas na regularidade
da profundidade de sementes e do sulco, assim como, o mesmo esmero da cobertura do
sulco e redução das sementes expostas. Foram identificados quatro grupos de
produtores, tendo estes 64% de similaridade entre si. As variáveis que podem explicar a
maior parte da variabilidade intrínseca do conjunto de dados para a separação dos
grupos são o preparo do solo dado em anos, isto é, a cada quantos anos o grupo de
produtores prepara o solo, a aplicação de fertilizante, o erro da regulagem de fertilizante
da máquina, e a presença de sementes expostas. Espera-se que na continuidade desse
estudo, nos próximos anos essas observações venham ser reforçadas e até ampliadas
com o surgimento de novos grupos. O primeiro grupo, formado por produtores muito
experientes no SPD (23,4 anos), não mobilizam o solo, são os que mais aplicam
fertilizante, mas não são os que melhor regulam as sementes apresentando erros médio
de 11,6% e não usam as sementes de melhor qualidade. Constatou-se nesse grupo que
quanto maior foi a porcentagem de germinação das sementes, melhor foi a porcentagem
de emergência das plantas. No segundo grupo, caracteriza-se, também, por não efetuar o
preparo periódico do solo, mas com um tempo intermediário com o SPD, ou seja, estão
com 18,4 anos em média. Não apresentaram sementes expostas nesse estudo. Do
restante assemelham-se ao primeiro grupo. Também constatou-se que quanto maior foi
a porcentagem de germinação das sementes, melhor foi a porcentagem de emergência
das plantas. O terceiro grupo, mobiliza o solo com periodicidade média de 4,2 anos e
são os menos experientes no SPD (14,7 anos). Dos que aplicam fertilizante são os que
menos usam, e são os que mais erram na regulagem de dosagem de sementes e
fertilizante. Constatou-se que quanto mais erram na regulagem de sementes, menor foi a
porcentagem de emergência das plântulas. Destaca-se que o grupo 3 foi o que teve a
menor profundidade do sulco e a segunda menor profundidade de sementes. A
profundidade de sementes também correlacionou-se com a emergência das plantas.
Assim, esse grupo de produtores, parece que ser o que mais erra na regulagem de suas
máquinas quase que de forma generalizada (já foi anteriormente citado, sobre os erros
na regulagem de sementes e fertilizante), resultando uma qualidade de semeadura
inferior. Onde recomenda-se um maior esforço de difusão de tecnologia. O quarto grupo
é o mais experiente no SPD (25,6 anos), e não usam fertilizante. Usam muito plantas de
cobertura e rotação de culturas. Quem sabe seja por isso que não usam fertilizante nas
culturas de inverno. São dos que menos erram na regulagem de sementes, mas
trabalham com velocidades maiores (10,2 km/h). As sementes são as que ficam mais
rasas entre as demais (3,3 cm) e a cobertura de palha após a semeadura é a menor de
todos. Constatou-se que quanto maior foi a velocidade de trabalho, menor foi a
8
profundidade de sementes. Não tem muitas sementes expostas, mas são os produtores
com a pior qualidade de sementes. Podendo-se dizer que apesar da grande experiência,
negligenciam em alguns procedimentos na semeadura de inverno.
1. INTRODUÇÃO
As sementes das plantas cultivadas ao serem colocadas no solo, devem encontrar
neste um meio que reúna todas as características desejáveis para sua germinação,
formação do sistema radicular e desenvolvimento da cultura (MIALHE, 2012).
As semeadoras em fluxo contínuo por trabalhar com espaçamentos estreitos, não
possuem todos os componentes para a realização de todas as funções no solo, como
ocorre nas semeadoras de precisão. Assim, um disco duplo desencontrado ou defasado
executa o corte da palha, abre o sulco para a deposição de fertilizante e sementes
conjuntamente. Os componentes de aterramento e compactação são conjugados, mesmo
porque não há muito espaço entre eles. A dosagem de sementes pode variar entre 10 e
200 sementes por metro linear, dependendo da espécie e recomendação agronômica e o
fertilizante cai no sulco praticamente junto às sementes (CASÃO JUNIOR, 2016).
As sementes das espécies de plantas alimentícias e plantas de cobertura de
inverno variam quanto ao formato, uniformidade, rugosidade e dimensão. São
encontradas mais frequentemente o trigo e a aveia, mas também ocorre nessas regiões o
centeio, triticale, cevada, nabo entre outras. Essas máquinas também são apropriadas
para semear a cultura de arroz e algumas plantas de cobertura típicas de verão como a
moha, milheto e quando acopladas com distribuidores específicos, semeiam também
brachiarias, as quais estão em expansão nas regiões sul e mais ao norte do Brasil, na
integração lavoura/pecuária ou simplesmente como planta de cobertura.
Em 2007, foi realizado estudo sobre o perfil empresarial, engenharia de produto
e engenharia de produção nas indústrias de máquinas voltada ao sistema plantio direto
no Sul do Brasil, por Casão Junior, Araújo e Fuentes Lanillo (2008 e 2012), assim
como, foram entrevistados produtores e outros agentes vinculados ao sistema de
produção agrícola. Portanto, esse estudo, procura atualizar e aprofundar informações,
com objetivo de caracterizar os sistemas, componentes e dispositivos existentes nos
equipamentos, visando à difusão de tecnologia, seja por seminários, palestras, reuniões
técnicas, publicações e livros sobre o assunto. Assim, foi diagnosticado as
características de 36 modelos de máquinas em sete indústrias e, avaliado 38 modelos de
semeadoras em propriedades agrícolas, correspondendo a modelos de 10 fabricantes
diferentes, estudando as variáreis de qualidade da semeadura a campo.
Para realização desse trabalho, contou-se, além do patrocínio da AGRISUS e do
IAPAR, também, com a contribuição das indústrias PLANTICENTER, KULZER &
KLIEMANN, IMASA, VENCE TUDO, GIHAL, KUHN e STARA. Realizou-se uma
parceria com a EMATER-PR, contando com apoio dos técnicos dos escritórios
regionais e locais, assim como do apoio da Cooperativa AGRARIA em Guarapuava-PR,
distrito de Entre Rios, visando identificar produtores/máquinas para a realização das
visitas e levantamento dos dados de campo relacionados a qualidade de semeadura.
9
BIBLIOGRAFIA CITADA
CASÃO JUNIOR, R.; SIQUEIRA, R. Máquinas para manejo de vegetações e
semeadura em plantio direto. In: CASÃO JUNIOR, R.; SIQUEIRA, R.; MEHTA, Y. R.
Sistema plantio direto com qualidade. Londrina: IAPAR/ITAIPU, 2006. p 85-126.
CASÃO JUNIOR, R.; ARAÚJO, A. G.; FUENTES LLANILLO, R. Sistema plantio
direto no Sul do Brasil: fatores que promoveram a evolução do sistema e
desenvolvimento de máquinas agrícolas. Londrina: IAPAR, 2008. 100 p. (Relatório
final projeto convênio IAPAR/FAO/FAPEAGRO).
CASÃO JUNIOR, R.; ARAÚJO, A. G.; FUENTES LLANILLO, R. Plantio direto no
Sul do Brasil: fatores que facilitaram a evolução do sistema e desenvolvimento da
mecanização conservacionista. Londrina: FAO/IAPAR, 2012. 77 p. (ISBN 978-85-
88184-40-4).
CASÃO JUNIOR, R. Semeadoras adubadoras para o sistema plantio direto.
Londrina: Publicação avulsa, 2016. 194 p. (apostila), http://blog.agropro.com.br/semeadoras-para-plantio-direto-2/
MIALHE, L. G. Máquinas agrícolas para o plantio. Campinas: Millennium, 623 p.
2012.
10
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para o estudo das características de cada modelo de semeadora disponível no
mercado das diferentes indústrias entrevistadas, foi construído um questionário
detalhando todos os sistemas e componentes das máquinas assim como, as
características de uso e manutenção. Destacou-se as estratégias de inovação e as
dificuldades no projeto e produção.
As semeadoras estudadas, por ordem cronológica das visitas, são:
Indústria Planti Center de Marialva PR, entrevista em 05/04/2018: SFR 17 a 21; SFR
23 a 27 e SFR G2.
Indústria Kulzer & Kliemann de Toledo PR, entrevista em 03/05/2018: KK.
Indústria Imasa de Ijuí RS, entrevista em 06/08/2018: PHZ; PHS; MSS; MPS 1000 a
1800; MPS 2000 a 2800; SAGA TRIGUEIRA, SAGA S, SAGA MULTIPLA, SAGA
TRI.
Indústria Vence Tudo de Ibirubá RS, entrevista em 08/06/2018: ARROZEIRA SUPER;
PAMPEANA ARROZEIRA; ARROZEIRA H; PAMPEANA; PAMPEANA SUPER;
PAMPEANA MACANUDA; SA-A e SA-H.
Indústria Gihal de Carazinho RS, entrevista em 12/1062018: GA 2207 a 2510; GA
2513 a 2919; GH 2007 a 2010; GA 2013 a 2023; GA 2023 a 2029.
Indústria Kuhn de Passo Fundo RS: entrevista em 15/06/2018; NEO, QUADRA
VENTA e QUADRA AIR FLOW; SDM SELECT e SDM VERSATILE.
Indústria Stara de Não Me Toque RS, entrevista em 18/06/2018: PRIMA SUPER;
CERES SUPER; CERES; CERES MASTER; PRIMA.
Foram efetuados perguntas sobre:
1. Corpo da máquina (engate, cabeçalho, chassi, transmissão de movimentos,
unidades de semeadura, plataformas, marcadores de linha, lubrificação, levante e
transporte.
2. Sistema de distribuição de fertilizantes: Depósitos, dosadores, condução e
deposição.
3. Sistema de distribuição de sementes: Depósitos, dosadores, condução e
deposição.
4. Sistema de ataque ao solo: corte da palha, abertura de sulco de fertilizante e
sementes e acabamento do sulco.
5. Itens de segurança.
6. Facilidade de manutenção.
7. Eletrônica embarcada.
8. Dificuldades que a empresa demandaria nos setores de engenharia de produto e
produção.
Para o levantamento da qualidade de semeadura de outono inverno em SPD, foram
avaliadas 38 semeadoras de fluxo contínuo em propriedades rurais nos municípios de
Marialva, Aquidabam, Farol, Cambé, Rio Branco do Ivaí, Sabaudia, Sarandí, Corbélia,
Cascavel, Vera Cruz do Oeste, Céu Azul, Toledo, Guarapuava, Entre Rios, Pinhão para
o estado do Paraná e, para o Rio Grande do Sul, os municípios de Tupancretã, Jóia,
Ibirubá, Cruz Alta, Jacutinga e Não Me Toque.
11
No campo, as semeadoras em fluxo contínuo foram estudadas com variáveis que
possam caracterizar seu desempenho na implantação das culturas, assim como, suas
características construtivas e as de manejo da propriedade. Preenchendo-se questionário
específico, com o seguinte detalhamento:
1. Nome da Propriedade.
2. Nome do produtor.
3. Nome do entrevistador.
4. Data da avaliação.
5. Endereço da propriedade.
6. Nome do entrevistado
7. Há quantos anos utiliza o sistema de plantio direto (SPD)?
8. Quais as culturas de verão e inverno usadas em 2016?
9. Quais as culturas de verão e inverno usadas em 2017?
10. Usa somente sistema plantio direto? Sim ou não.
11. Qual é a frequência em anos do preparo do solo?
12. Realiza algum manejo mecânico da cobertura?
13. Quais são as plantas invasoras de difícil controle?
14. Marca do fabricante da semeadora.
15. Modelo da semeadora.
16. Número de linhas da semeadora.
17. Espaçamento entre linhas da semeadora.
18. Idade da semeadora: Nova <10 anos; média ≥10 e ≤20 anos; Velha >20 anos.
19. Presença de componentes aterradores e compactadores: sim; com somente um
deles; não.
20. % de cobertura de palha antes da semeadura sobre o solo. Três repetições.
21. % de cobertura de palha depois da semeadura sobre o solo. Três repetições.
22. % de cobertura do sulco com palha depois da semeadura. Três repetições.
23. % de bom aterramento do sulco de semeadura. Três repetições.
24. Quantidade de fertilizante por unidade de área regulada pelo produtor.
25. Quantidade de sementes por unidade de área regulada pelo produtor.
26. Coleta de fertilizante em três linhas num trajeto de 25 m.
27. Coleta de sementes em três linhas num trajeto de 25 m.
28. Coleta de amostra de sementes (300 g) para determinação do peso de 1000
sementes e teste de germinação e vigor em laboratório.
29. Determinação de sementes expostas em 10 m de sulco. Três repetições.
30. Determinação da velocidade de trabalho. Três repetições.
31. Determinação da temperatura ambiente.
32. Determinação da temperatura do solo. Três repetições.
33. Determinação da profundidade de sementes. Oito repetições.
34. Determinação da profundidade do sulco. Oito repetições.
35. Estimativa da consistência do solo: Seco, seco/friável, friável, plástico.
36. Estimativa da umidade da palha: Seco, média, úmida.
37. Condição do manejo da palhada: manejada, média, não manejada.
38. Ocorrência de embuchamento: Não embuchou, embuchou e não parou,
embuchou e parou.
39. Localização geográfica (GPS).
40. Altitude.
41. Estimativa da declividade: plano, suavemente ondulado, ondulado, acidentado.
42. Horário da avaliação.
12
43. Identificação fotográfica.
As varáveis 20 e 21, foram obtidas com auxílio de uma corda de 15 m marcada
com 100 pontos distanciados de 0,15 m um do outro. Posiciona-se a mesma sobre o
terreno na diagonal das linhas de semeadura, registrando-se a quantidade de pontos que
coincidiram com palha, determinando-se a porcentagem de cobertura antes (20) e após
(21) a passagem da máquina.
As varáveis 22 e 23, foram obtidas, também, com auxílio da mesma corda,
posicionando-a sobre a linha de semeadura e registrando-se a quantidade de pontos que
coincidiram com a presença de palha sobre o sulco ou sulco adequadamente aterrado,
determinando-se a porcentagem de cobertura com palha sobre o sulco (22) ou a
porcentagem de sulcos bem aterrados (23).
Os dados do levantamento à campo foram analisados estatisticamente de duas
formas, as quais são baseadas em métodos quantitativos e qualitativos. A primeira, visa
uma análise exploratória quantitativa no conjunto de dados como um todo, permitindo
uma interpretação mais genérica e unificada das informações. A segunda visa estimar,
através de métodos qualitativos multivariados, a formação de grupos por similaridade
entre as amostras (semeadoras), tendo como intuito agrupa-los em conjuntos que
apresentem a mesma tendência de variabilidade intrínseca e, a partir desta, estudar o
comportamento dos grupos, realizando estudos quantitativos dentro de cada um.
Na a primeira forma de visão analítica, aplicou-se uma análise descritiva padrão
nas variáveis, visando obter as medidas de dispersão e de tendência central dos dados.
Em seguida, realizou-se testes de normalidade nas variáveis, pelo método de Lilliefors e
Shapiro-Wilk, que são mais adequados ao conjunto de dados estudado. Para aquelas
variáveis que apresentaram distribuição normal, isto é, aquelas no qual as medidas de
dispersão, como por exemplo, o desvio padrão, a variância e o coeficiente de variação e,
as medidas de tendência central, como a média e erro padrão, são representativos ao
fenômeno, aplicou-se a análise de correlação de Pearson apresentada na forma de uma
matriz de correlação e, para as variáveis consideradas não paramétricas, aplicou-se o
método de correlação de Spearman.
Na segunda forma de visão analítica, aplicaram-se dois métodos multivariados
de analise, consideradas qualitativas. Estas foram realizadas com o intuito de formar
grupos de amostras (semeadoras), nas quais, as atividades (variáveis) avaliadas que se
comportam de forma similar. Os métodos utilizados foram a Análise por Componentes
Principais (PCA – Principal Component Analysis) e a Análise Hierárquica de
Agrupamento (HCA – Hierarchical Cluster Analysis). Estes dois métodos, embora
matematicamente distintos, devem apresentar os mesmos resultados, para o quesito
formação de grupos de amostras (semeadoras), caso contrário, podem haver erros de
metodologia de pré-processamento e/ou transformação dos dados entre os métodos.
Com o Dendograma apresentado pela HCA é possível determinar o nível de
similaridade para a formação dos grupos de amostras (uma amostra ou Score é formada
por n variáveis e, no caso deste estudo, a amostra é representada pela máquina avaliada)
e, com a PCA, é possível confirmar a formação dos grupos e também relaciona-los com
as variáveis mais importantes para a separação destes. Após estas determinações,
também é possível aplicar análises quantitativas no conjunto de dados dos grupos,
visando entender melhor suas especificidades. Para o processamento dos dados utilizou-
se os programas computacionais Microsoft Excel®, Bioestat® 5.0, Pirouette® 4.5 e
Statistica®.
13
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. ANÁLISE DA QUALIDADE DE SEMEADURA
3.1.1 Máquinas, municípios e semeadura.
Nos dias 2 e 4 de maio de 2018, foram estudados duas semeadoras da marca
Semeato (SHM 15/17 e TD 300) e uma da Baldan (SDP 4000), nos municípios de
Marialva, Aquidaban e Farol. O solo estava seco e a palha, também, seca e manejada.
Nos dias 8 a 10 de maio de 2018, foram estudados oito semeadoras da marca
Baldan (SPD 4000), Planti Center (SFR 23000), Stara (PRIMA 3910), Semeato (TD
220 e PD 21), Marchesan (SDA2) e Kuhn (SDM2219/21), nos municípios de Marialva,
Cambé, Rio Branco do Ivaí, Sabáudia e Sarandí. O solo continuava seco e a palha,
também seca e manejada
Nos dias 15 a 17 de maio de 2018, foram estudados sete semeadoras da marca
Semeato (TD 220, TD 300, PERSONALE DRILL), Planti Center (SFR 23000), Kulser
& Kliemann (KK) e Marchesan (SDA3), nos municípios de Corbélia, Cascavel e Vera
Cruz do Oeste. A semeadura nesse caso foi realizada no solo seco no dia 15 e após a
chuva a semeadura deu-se sobre o solo com a consistência friável. A palha variou de
seca, média a úmida e somente em uma propriedade não foi manejada, por trabalhar
sobre grande cobertura de milheto.
Nos dias 22 e 23 de maio de 2018 estudaram-se duas semeadoras da marca
Semeato (PERSONALE DRILL) e Kulzer & Kliemann (KK), nos municípios de Céu
Azul e Toledo. O solo estava de seco a friável e a palhada manejada.
Nos dias 7 e 8 de junho de 2018, foram estudados cinco semeadoras da marca
Imasa (SAGA MULTIPLA e SAGA TRI) e Vence Tudo (SUPER PAMPEANA 36000,
PAMPEANA 28000 e PAMPEANA MACANUDA), nos municípios de Tupanciretã,
Jóia, Ibirubá e Cruz Alta no Rio Grande do Sul. O solo estava friável e a palha
encontrava-se de seca a úmida com uma área com nabo sem manejo da cobertura.
Na semana do dia 12 de junho choveu muito no Rio Grande do Sul e foram
estudados nos dias 15 e 18 de junho, duas semeadoras da marca Kuhn (SDE 4200) e
Stara (CERES SUPER 3570). O solo estava friável e a palha não manejada e seca.
No dia 20 de junho, O estudo foi realizado no Centro Sul do Paraná no
município de Guarapuava, distrito de Entre Rios. Três semeadoras foram avaliadas da
marca Marchesan (SDA 1) e Semeato (TD 300 e PERSONALE DRILL). O solo estava
friável, a palha seca e manejada.
Nos dias 4 e 5 de julho, retornou-se a região Centro Sul em Guarapuava, Entre
Rios e Pinhão, avaliando-se oito semeadoras da marca Marchesan (ADCM e SDA 3),
New Holand (PD 21), Stara (Stara 4250 e CERES MASTER 3370), Stara Sfil (Multipla
SS 2409) e Semeato (SSM 33 e SSM 27). O solo estava friável e a palha seca e
manejada.
A figura 1, mostra como foi a precipitação no estado do Paraná nos meses de
maio, junho e julho de 2018. Destaca-se que o mês de abril foi seco, chovendo apenas
em algumas regiões no início do mês, proporcionando atrasos na semeadura de trigo e
obrigando muitos produtores semearem com o solo seco.
Figura 1 – Histórico da precipitação semanal no estado do Paraná. Fonte: Iapar, 2018.
3.1.2 Características das semeadoras adubadoras, das propriedades e das
sementes.
Das 38 semeadoras adubadoras avaliadas, 13 são da marca Semeato, 5 da
Marchesan, 5 da Stara, 3 da Planti Center, 3 da Vence Tudo, 2 da Kuhn, 2 da Kulzer &
Klieman, 2 da Baldan, 2 da Imasa e 1 da New Holand, conforme a tabela 1. A escolha
das propriedades foram na sua maioria efetuadas pelos técnicos da extensão rural, com
exceção das selecionadas pelos fabricantes Planti Center, Kulzer & Kliemann, Imasa,
Vence Tudo, Kuhn e Stara.
Tabela 1 – Relação das semeadoras estudadas, seu número de linhas, espaçamento entre
linhas e a existência de aterradores e compactadores no acabamento da semeadura.
MARCA MODELO
NÚMERO
DE
LINHAS
ESPAÇA
MENTO
(cm)
ATERRADORES
COMPACTADOR
ES
Semeato TD 300 18 19 Não
Semeato TD 300 19 16 Não
Semeato TD 300 19 15 Não
Semeato TD 300 19 15,5 Não
Semeato TD 220 15 16 Sim
Semeato TD 220 15 16 Não
Semeato SHM 15/17 17 17 Sim
Semeato PD 21 21 17 Sim
New Holand PD 21 21 17 Sim
Semeato PERSONALE DRILL 21 15 Sim
Semeato PERSONALE DRILL 21 17 Sim
Semeato PERSONALE DRILL 21 17 Sim
Semeato SSM 33 33 17 Sim
Semeato SSM 27 27 17 Sim
Baldan SPD 4000 20 17 Sim
Baldan SPD 4000 20 17,5 Sim
Planti Center SFR 23000 23 18 Sim
Planti Center SFR 27000 27 18 Sim
Planti Center SFR 23000 23 18 Sim
Stara PRIMA 3910 24 17 Sim
Stara CERES SUPER 3570 44 17 Sim
Stara CERES MASTER 4250 19 22,5 Sim
Stara CERES MASTER 3570 21 17 Sim
16
Srara Sfil MULTIPLA SS 2509 25 17 Sim
Marchesan SDA 2 17 17 Sim
Marchesan SDA 3 19 17 Sim
Marchesan SDA 3 21 22,5 Sim
Marchesan SDA 1 23 16 Sim
Marchesan ADCM 21 22,5 Sim
Kuhn SDM 2219/21 21 17 Sim
Kuhn SDE 4200 27 17 Sim
Kulzer & Kliemann KK 13 30 Sim
Kulzer & Kliemann KK 23 15,7 Sim
Imasa SAGA MULTIPLA 29 18 Sim
Imasa SAGA TRI 33 33 18 Sim
Vence Tudo SUPER PAMPEANA 36000 36 17 Sim
Vence Tudo PAMPEANA 28000 28 17 Sim
Vence Tudo PAMPEANA MACANUDA 65 17 Sim
Das semeadoras de fluxo contínuo estudadas, a média do número de linhas foi
de 23,9, sendo que a maior possuía 65 linhas e a menor 13. O espaçamento variou
bastante, apresentando média de 17,6 cm e coeficiente de variação (CV%) de 15,3%. O
menor espaçamento usado foi de 15,5 cm e o maior de 30 cm. Este em função de que o
produtor semeava aveia sobre densa cobertura vegetal de milheto, optando retirar as
linhas intermediárias da máquina.
O trigo esteve presente em 27 casos, o triticale em 3, a cevada em 4 e a aveia
preta ou branca em 4 casos.
O tempo médio de uso do sistema plantio direto dos produtores entrevistados foi
de 21 anos com CV% de 43,2%, sendo que o mais antigo usa o SPD a 31 anos e o mais
recente com 2,5 anos. Dos 38 produtores, 30 somente usam o SPD, mas mobilizam o
solo nas área de manobra e onde há compactação pelo trafego de pulverizadores. Os 8
demais preparam o solo periodicamente em média de 4,2 anos, predominantemente com
escarificadores. Quanto ao manejo da vegetação, 33 produtores não efetuam essa
prática, ou seja, a própria colhedora efetua essa operação, 3 usam a roçadora no milho e
2 usam rolo faca.
Das máquinas estudadas 18 podem ser consideradas com menos de 10 anos de
uso, 13 com idade média entre 10 a 20 anos e 7 constituindo-se de maquinas velhas com
mais de 20 anos. Quanto a topografia do terreno em que as máquinas trabalharam,
constatou-se que 12 áreas eram planas, 17 suavemente onduladas e 9 áreas eram
onduladas.
No momento da semeadura 13 máquinas trabalharam sobre o solo seco, pois os
meses de abril e parte de maio não choveu no Paraná. Três produtores semearam no
início de maio e aguardaram duas semanas pelas primeiras chuvas, oito aguardaram
17
uma semana e dois semearam um dia antes da chuva. As máquinas que semearam a
partir do dia 16 de maio, o fizeram com o solo na consistência friável.
Quanto ao tratamento de sementes, 26 produtores semearam com sementes
tratadas e 12 com sementes sem tratamento. Três das quatro semeaduras de aveia não
trataram suas sementes.
A porcentagem média de germinação das sementes foi de 91,2% com CV% de
10,1% considerado que constatou-se um caso com somente 53% de germinação. No
caso do vigor das sementes, a média foi de 85% com CV% de 18,4%, considerando que
o mesmo caso citado, apresentou 28% de vigor. Essa amostra foi descartada para efeito
de análise da emergência das plântulas.
O peso médio de 1000 sementes de trigo foi de 33,9 g com CV% de 10,8%, a
cevada, com somente quatro amostras foi de 43,2 g com CV% de 9,0% e, a aveia com
três amostras foi de 19,3 g com CV% de 11,9%.
3.1.3 Análise dos erros de regulagem de sementes e fertilizante.
Foi perguntado aos produtores qual a regulagem efetuada em suas semeadoras
quanto a dosagem usada para sementes e fertilizante. Esse parâmetro foi conferido com
a amostragem efetuada em três linhas num percurso de 25 m. Pode-se constatar que a
dosagem de sementes e fertilizante nem sempre se aproximava do desejado.
A dosagem média desejada de sementes para as 38 máquinas foi de 146,8 kg/ha,
e que após cálculo utilizando o espaçamento da semeadora e o peso de 1000 sementes
transforma-se em 77,5 sem/m linear. A população média determinada de sementes
(sementes/m) para 38 máquinas foram bem próximas desse valor (76,0 sem/m). No
entanto, a diferença entre a população desejada com a determinada de cada máquina
variou de 0,73% a 30,9%, com uma média de 10,7% e CV% de 71,6%. Pode-se
constatar com isso que dos 38 produtores, 11 estão errando de 10% a 20% na regulagem
de sementes e 6 erraram mais do que 20%. Foram 21 produtores que erraram menos que
10% na regulagem. A figura 2 mostra como varia a quantidade de sementes por metro
desejada pelos produtores, assim como a variação entre a desejada e determinada,
caracterizando-se como um erro de regulagem.
O mesmo foi observado para a regulagem de fertilizante, no qual a dosagem de
fertilizante média desejada para 27 máquinas que usaram esse insumo, foi de 255,8
kg/ha. A dosagem média de fertilizante determinada para as 27 máquinas também foi
bem próximo desse valor (246,6 kg/ha). No entanto, a diferença entre a dosagem
desejada com a determinada de cada máquina variou de 0,31% a 52,3%, com uma
média de 18,2% e CV de 75,2%. Pode-se constatar com isso que dos 27 produtores, 9
estão errando de 10 a 20% na regulagem de sementes e 10 erraram mais do que 20%.
Foram 8 produtores que erraram menos que 10% na regulagem. A figura 3 mostra que
varia muito a dosagem de fertilizante desejada pelos produtores, assim como a variação
entre a desejada e determinada na avaliação.
Figura 2 – População de sementes/m desejado pelos produtores e % de erros na regulagem de sementes de todas máquinas estudadas.
Figura 3 – Dosagem de fertilizante (kg/ha) desejado pelos produtores e % de erros na regulagem de fertilizante das máquinas estudadas.
0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0100,0110,0120,0130,0140,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38
sementes/metro desejado % diferença de sementes desejada/determinada
0,050,0100,0150,0200,0250,0300,0350,0400,0450,0500,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 13 19 20 24 26 27 28 29 30 31 32 34 35 36 37 38
kg/ha fertilizante % diferença de fertilizante desejada/determinada
19
3.1.4 Análise das variáveis que influem na emergência do trigo e triticale e desempenho
da máquina.
Das 27 semeadoras que trabalharam com a cultura de trigo, somente aproveitou-se 23
para o estudo de análise da emergência das plântulas. Duas por não ser possível contar o
estande, uma devido à baixa qualidade de sementes usada pelo produtor e outra por implantar
a cultura em área subsolada. No caso do triticale, as três semeadoras foram aproveitadas e o
estudo foi feito conjuntamente com a cultura do trigo, totalizando 26 semeadoras.
A dosagem de sementes esperada pelos 26 produtores foi em média 155,5 kg/ha
(CV%=17,0%) que resultaria em uma população de 82,4 sementes/m (CV%=20,9%). A
quantidade média de sementes determinada chegou próximo a isso, com 80,1 sementes/m
(CV%=22,9%). No entanto, quando se analisou isoladamente cada semeadora obteve-se um
erro médio nas 26 máquinas de 10,7%, com CV% de 63,5%. Esse fato já havia sido
constatado quando da análise de todas as máquinas. Mostrando que os produtores devem
melhorar na regulagem de suas máquinas.
O estande inicial médio obtido foi de 62,3 plântulas/m (CV=62,3%), o que resultou em
77,8% de emergência, com CV% de 20,5%. Destaca-se que 11 máquinas semearam com o
solo seco e as sementes ficaram no sulco de uma a duas semanas aguardando chuva e 15
máquinas semearam com solo friável, ou choveu logo em seguida. No entanto, não há
nenhuma evidência de melhor emergência entre os dois grupos. Quem semeou no seco obteve
em média 77,7% de emergência e quem semeou com o solo friável obteve 76,8% de
emergência.
Paralelo à avaliação das semeadoras de fluxo contínuo, observou-se o estande de
plantas nas lavoras das regiões visitadas. Constatou-se que, de em 23 lavouras, a média do
estande foi de 50,8 plântulas/m com CV% de 32,7%, a qual, foi inferior ao obtido com as
semeadoras avaliadas de 62,3 plântulas/m, como já citado. Validando-se a representatividade
do estudo realizado.
Considera-se que 76,9% das sementes eram tratadas, peso médio de 1000 sementes
médio foi de 33,6 g com CV% de 10,2%, mostrando que havia certa diferença na qualidade
de sementes utilizada. A porcentagem média de germinação das sementes foi de 94,7% com
CV% de 3,1% e o vigor de 90,8% (CV%=4,4%). Podendo-se considerar boa a qualidade das
sementes de trigo e triticale, pois a pior amostra obteve 87% de germinação e 82% de vigor.
A porcentagem de cobertura do solo com palha foi determinada antes da passagem da
semeadora e após. Havia em média 88,0% de cobertura antes (CV%=6,3%) e 74,8% depois
(CV%=12,5%). Analisando-se isoladamente a porcentagem de redução de palha de cada
máquina, observa-se que na média geral a redução foi de 15,2% com CV% de 45,6%.
Constatou-se que duas das semeadoras não possuíam componentes para aterramento e
compactação do solo sobre as sementes. Tratavam-se de modelos bem antigos e, em uma
terceira máquina também antiga, foi incrementado uma corrente e viga de madeira para
aterramento.
Observou-se que 84,4% das semeadoras apresentaram sulcos bem aterrados com CV%
de 25,4%. Destaca-se que as duas semeadoras que não possuíam componentes
aterradores/compactadores, apresentaram somente 8,3% e 30% de sulcos bem aterrados e a
máquina que adicionou uma viga atrás, obteve 78,3% de sulcos bem aterrados, mostrando que
ajudou na cobertura do sulco.
Das 26 semeadoras estudadas 53,8% apresentaram sementes expostas, mas em
pequena quantidade, ou seja, a média foi de 0,55% de sementes expostas. As semeadoras que
não possuíam aterradores/compactadores, não apresentaram sementes expostas, e a que tinha
uma viga atrás apresentou 1,2% de sementes expostas. Destaca-se que a semeadora que
apresentou maior porcentagem de sementes expostas obteve valor de somente 2,3%.
20
A velocidade média de trabalho das 26 máquinas foi de 8,94 km/h com CV% de
17,7%. A média da temperatura do solo foi de 22,70 C (CV% = 25,1%) e a do ambiente de 240
C (CV = 22,4%).
A profundidade média das sementes foi de 3,67 cm com CV% de 21,3%. Como essa
profundidade foi determinada com 8 repetições, calculou-se em cada caso o CV% dessa
profundidade. Assim, o CV% médio das profundidades de sementes foi de 15,7%. Esses valor
é importante, pois mostra como as sementes variaram sua profundidade dentro do sulco de
semeadura. Destaca-se que o maior CV% foi de 33,7%. Considerando que a profundidade
média dessa máquina foi rasa, de 2,44 cm, e sabe-se que 95% das sementes permaneceram
numa profundidade que variou de 1,62 cm a 3,26. Assim, muitas sementes ficaram muito
rasas. Mesmo assim, não foi constatado sementes expostas e sulcos mal aterrados. O erro,
nesse caso, parece ter sido de regulagem pelo produtor.
O mesmo foi feito para a profundidade do sulco, que apresentou média de 5,06 cm
(CV% = 10,1%) e CV% médio das profundidades do sulcos de 15,1%. Destaca-se que o
maior CV% foi de 48,2% (na mesma máquina anteriormente citada). Considerando que a
profundidade média do sulco dessa máquina foi rasa, de 4,2 cm, e sabe-se que 95%
permaneceram numa profundidade que variou de 2,34 cm a 6,21.
Nas variáveis que apresentaram distribuição normal, aplicou-se a análise de correlação
de Pearson e nas não paramétricas o método de correlação de Spearman. Assim, constatou-se
que a porcentagem de emergência das plantas correlacionou-se significativamente a 95% de
probabilidade, com algumas variáveis que identificam a qualidade de semeadura, como a
profundidade de sementes (R=0,44), profundidade do sulco (R=0,46) e a variação (CV%) da
profundidade de sementes (R=-0,48).
As figuras 4A e 4B mostram a variação dos dados sobre emergências das plântulas de
trigo e triticale em função da profundidade de sementes e do sulco. Observa-se, apesar da
dispersão dos dados, quanto maior a profundidade melhor foi a emergência. Na figura 5
apresenta a tendência de quanto maior a variação da profundidade de sementes no solo, menor
a emergência das plântulas. Esse fato, vem de encontro ao conceito de que as sementes devem
ser posicionadas na profundidade adequada uniformemente.
A B
Figura 4 – A. Variação da % de emergência de plântulas em função da profundidade de
sementes. B. Variação da % de emergência de plântulas em função da profundidade do sulco.
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00
% emergência x profundidade de sementes (cm)
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
4,00 4,50 5,00 5,50 6,00
% emergência x profundidade do sulco (cm)
21
Figura 5 – Variação da % de emergência de plântulas em função do Coeficiente de Variação
(%) da profundidade de sementes.
Na matriz de correlação pelo método de Pearson, também obteve-se correlação
interessante, que foi a emergência das plantas com os erros de regulagem de sementes das
máquinas (% da diferença de sementes desejadas em relação as determinadas). O R= -0,59
mostra uma tendência curiosa, pois os produtores que mais erraram na regulagem de
sementes, foram os que menor porcentagem de emergência obtiveram. Sugere-se como alerta,
verificar quais outros erros esses produtores estão provocando para que isso aconteça.
Na análise dos dados não paramétricos, ou seja, não normalizados, a matriz de
correlação de Spearman indicou além das correlações obtidas por Pearson, também,
correlação da porcentagem de emergência com três outras variáveis: número de linhas das
semeadora (R= -0,43); porcentagem de sementes expostas (R= 0,43) e porcentagem de
germinação das sementes (R= 0,47). A figura 6A e 6B mostra o comportamento de alguns
desses dados.
A B
Figura 6 – A. Variação da % de emergência de plântulas em função da % de sementes
expostas. B. Variação da % de emergência de plântulas em função da % de germinação das
sementes.
A porcentagem de sementes expostas foi baixa, com média de 0,55%, mas houve uma
tendência de afetar a porcentagem de emergência das plantas como mostra a figura 6A. No
entanto, de forma não lógica, pois quanto maior a ocorrência de sementes expostas, maior a
porcentagem de emergência. Com a continuidade do estudo poder-se-á melhorar essa análise.
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
% emergência x CV profundidade de sementes (%)
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
0 0,5 1 1,5 2 2,5
% emergência x % sementes expostas
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
86 88 90 92 94 96 98 100
% emergência x % de germinação das sementes
22
Quanto a qualidade das sementes, por sua vez, foi melhor, pois quanto melhor foi a
porcentagem de germinação das sementes de trigo e triticale, melhor foi a tendência de
emergência das plântulas (Fig. 4B).
Foi possível identificar que a medida que houve aumento da velocidade de trabalho,
ocorreu tendência de redução da profundidade do sulco (R= -0,49). Fato bem conhecido na
literatura e da experiência prática. A figura 7 mostra a dispersão dos dados, que justifica,
principalmente pelo fato de que cada produtor regulou sua semeadora de forma personalizada.
Figura 7 – Profundidade média do sulco (cm) em função da velocidade de trabalho (km/h).
Houve correlação positiva entre a profundidade média de sementes e a profundidade
média dos sulcos (R= 0,59), o que era esperado. Também observou-se correlação negativa
entre a porcentagem de palha antes da passagem da semeadora e a porcentagem de redução de
palha após sua passagem (R= -0,54), ou seja, quanto mais palha havia no terreno, menor foi a
% de redução da mesma. Incentivando os produtores a formação da palhada sobre o solo.
3.1.5 Análise das variáveis que influem na emergência da cevada e aveia e desempenho
da máquina.
Das 4 semeadoras que trabalharam com a cultura de cevada, somente aproveitou-se 3
para o estudo de análise da emergência das plântulas. O mesmo ocorreu com a aveia. Ambas
por não ser possível contar o estande. Dessa forma, a análise estatística foi prejudicada, não
impedindo de apresentar os dados médios obtidos.
As semeadoras que trabalharam com cevada tinham 22,8 linhas em média e as que
trabalharam com aveia 17. O espaçamento médio das que trabalharam com cevada era 16,4
cm e com aveia 17,5 cm.
A dosagem de sementes média nas de cevada eram de 154 kg/ha (CV%=19,7%) e na
aveia 89,9 kg/ha (CV%=22,7%). O número de sementes por metro médio desejado pelos
produtores na cevada foi de 58,3 (CV%=16,4%) e na aveia foi de 77,2 (CV%=32,1%). Por
sua vez, o número de sementes por metro médio determinado na cevada foi de 58,4
(CV%=6,3%) e na aveia foi de 74,1 (CV%=36,7%). Desta forma, os erros de regulagem de
sementes na cevada foi de 9,4% e na aveia de 6,1%.
O estande de plantas e a porcentagem de emergência nas duas culturas foram
determinadas em três máquinas cada. Assim, o estande médio da cevada foi de 41,4 plântulas
por metro e na aveia 62,2 plântulas por metro. A porcentagem de emergência na cevada foi de
69,8% (CV%=9,6%) e na aveia 79,6% (CV%=22,2%).
4,00
4,50
5,00
5,50
6,00
6,50
6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00
Profundidade média do sulco (cm) x velocidade de trabalho (km/h)
23
A dosagem de fertilizante média desejada nas de cevada eram de 270 kg/ha
(CV%=58,1%) e na aveia somente uma máquina usou adubo com 320 kg/ha. A dosagem de
fertilizante médio determinada na cevada foi de 234 kg/ha (CV%=65,1%) e na aveia foi de
385,8 kg/ha. Desta forma, os erros de regulagem de sementes na cevada foi de 19,7% e na
aveia de 20,6%. O observa-se que permanece o erro na regulagem das semeadoras adubadoras
de fluxo contínuo, sugerindo-se melhorar para se obter melhor performance.
A porcentagem de cobertura do solo com palha antes da passagem da semeadora na
cevada foi de 85,3% e na aveia 89,9%. Havia em média 72,1% de cobertura depois da
passagem da máquina na cevada e 66,7% na aveia. Analisando-se isoladamente a
porcentagem de redução de palha de cada máquina, observa-se que na média geral a redução
foi de 16,3% na cevada e 27,1% na aveia.
Na cevada 92,1% dos sulcos apresentaram bom aterramento e na aveia foi de 91,3%.
Na cevada observou-se 1,23% de sementes expostas e na aveia 0,14%.
As semeadoras trabalharam em média de 8,4 km/h (CV%=10,6%) na cevada e na
aveia foi mais rápido, com 10,1 km/h (CV%=4,7%).
A temperatura média do solo foi de 17,10 C na cevada e 21, 40 C na aveia.
A profundidade média das sementes na cevada foi de 3,58 cm (CV=17,4%) e na aveia
3,64 cm (CV%=36,6%). Quando é analisado isoladamente cada máquina, o Coeficiente de
Variação da profundidade de sementes na cevada é de 17,5% e na aveia 13,5%. No caso da
profundidade média do sulco na cevada foi de 5,2 cm (CV%=5%) e na aveia 5,7 cm
(CV%=48,7%).
As máquinas que semearam cevada e aveia trabalharam em solo com consistência
friável, todas sementes de cevada receberam tratamento e somente uma de aveia recebeu. O
peso de 1000 sementes na cevada foi de 43,2 g (CV%=9,0%) e na aveia 23 g (CV%=33%). A
porcentagem de germinação e vigor na cevada foi de 89,3% e 82,8% respectivamente e na
aveia 80,5% e 65% respectivamente.
De uma forma geral, pode-se concluir que na semeadura de cevada há um cuidado
maior dos produtores na implantação da cultura, principalmente pelo fato de ser cultura de
renda e a aveia mais usada como cobertura ou pastagem. Isso é constatado pelo menor uso de
fertilizante na aveia, sementes sem tratamento e menor % de germinação e vigor. Trabalho
mais rápido com a semeadora as vezes prejudicando alguns fatores que interferem na
implantação da cultura. Mas, mesmo assim, houve quase o mesmo cuidado de quem semeou
as duas culturas na regularidade da profundidade de sementes e do sulco, assim como, o
mesmo esmero da cobertura do sulco e redução das sementes expostas.
3.1.6 Análise das variáveis para formação de grupos de semeadoras homogêneas.
Seguindo para a segunda forma analítica de dados, como citado na metodologia,
conseguiu-se separar o conjunto de dados em 4 grupos de produtores tendo estes 64% de
similaridade entre si. A HCA (Análise Hierárquica de Agrupamento) com dendograma
orientado pelas amostras pode ser visualizado na figura 8.
As variáveis que podem explicar a maior parte da variabilidade intrínseca do conjunto
de dados para a separação dos grupos são o preparo do solo dado em anos, isto é, a cada
quantos anos o grupo de produtores prepara o solo, a aplicação de fertilizante, o erro da
regulagem de fertilizante da máquina, e a presença de sementes expostas.
A partir da identificação destas variáveis, é possível relaciona-las a cada grupo e,
avaliar, de forma quantitativa através de analise descritiva, o efeito das demais variáveis
dentro de cada grupo. Seria importante, para melhor diferencia-las, usar quantidade maior de
amostras (semeadoras), visando abranger melhor a variabilidade do fenômeno estudado e,
talvez, sugerir melhores metodologias de medição destas variáveis, pois as demais variáveis
24
ficaram agrupadas, não auxiliando na separação de novos grupos. Destaca-se que a intensão é
continuar nos próximos anos o trabalho, ampliar essas amostras e analisa-las em conjunto.
Figura 8. Dendograma orientado pelas amostras, obtido pala Análise Hierárquica de
Agrupamento (HCA) com pré-processamento através de Dados Centrados na Média, método
de ligação Incremental por distancia Euclidiana e transformação pro Log10, com separação
em 4 grupos com 64% de similaridade.
No primeiro grupo, são os que não efetuam o preparo periódico do solo, é também o
grupo com a segundo maior tempo de uso do sistema plantio direto (SPD), com média de 23,4
anos (Tab. 2). É o que aplica mais fertilizante e obteve o melhor resultado de % aterramento
do sulco (91,3%). As sementes são as mais pesadas com peso de 1000 sementes médio de
37,2 g, mas a qualidade das sementes não é das melhores, com 87,9% de vigor e 93% de
germinação (soma das % plantas normais com as % anormais). Apresenta considerável erro
na regulagem de sementes (11,6%). Sua porcentagem de emergência é das melhores, apesar
do estande de plantas ser o menor.
Analisando os dados com a matriz de correlação de Spearman não houve muitas
variáveis que auxiliaram a explicar a emergência das plantas. Correlacionou-se com o estande
de plantas (R= 0,75) que são variáveis associadas e correlacionou-se com a temperatura do
solo (R= 0,74) que pode ter sido coincidência. O estande de plantas correlacionou-se com a
porcentagem de germinação das sementes (R= 0,68), mostrando que a qualidade das sementes
pode ter afetado o estande de plantas (Fig. 9). Como variável de desempenho da semeadura
observou-se que quanto mais variou a profundidade do sulco através de seu CV, houve maior
ocorrência de sementes expostas com R = 0,84 (Fig. 9).
Figura 9 – Variação da % de emergência das plantas em função da % de germinação das
sementes a esquerda e a direita % de ocorrência de sementes expostas em função do CV% da
profundidade dos sulcos.
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
85,00
90,00
95,00
100,00
80 85 90 95 100
% emergência x % germinação das sementes
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
% de sementes expostas x CV% profundidade do sulco
25
O segundo grupo, caracteriza-se também por não efetuar o preparo periódico do solo,
mas com um tempo intermediário com o SPD, ou seja, estão com 18,4 anos em média. Nesse
grupo não há ocorrência de sementes expostas durante a semeadura. Segundo os dados da
tabela 2, assemelha-se bastante com o grupo 1 nas demais variáveis (Tab. 2).
Com a análise na matriz correlação de Spearman, observou-se que a emergência das
plantas correlacionou-se com a porcentagem de germinação das sementes (R= 0,88),
mostrando que a qualidade das sementes pode ter afetado diretamente sua emergência (Fig.
10). Não havendo outra contribuição que auxilie a explicar que uma melhor qualidade de
semeadura contribua na boa implantação das culturas.
Figura 10 – Variação da % de emergência das plantas em função da % de germinação das
sementes.
O terceiro grupo, foi o grupo que mobiliza o solo periodicamente, com argumento de
corrigir a compactação. Observa-se na tabela 2 que realizam esse preparo em média a cada 4,2
anos. São os mais recente em média no SPD com 14,7 anos de experiência. Dos que aplicam
fertilizante são os que menos usam, e são os que mais erram na regulagem de dosagem de
sementes e fertilizante com 14,2% e 19,9% de erros respectivamente em cada insumo (Tab.
2). Mesmo assim, usam boas sementes não trabalham a velocidade elevada, além de outros
parâmetros considerados regulares.
Com a análise na matriz de correlação de Spearman, observou-se que quanto mais
erram na regulagem de sementes, menor foi a porcentagem de emergência das plântulas (R= -
0,89), observado na figura 11. É lógico que uma coisa não leva necessariamente a outra, mas
pode ser um indicador de que, se não está atento na regulagem das sementes, pode também
não estar atento a outras coisas também. A correlação da porcentagem de emergência com a
profundidade de sementes (R= 0,89) também fortalece essa discussão, pois quando as
sementes ficam na profundidade mais adequada, a emergência melhora (Fig. 11).
Destaca-se que o grupo 4 foi o que teve a menor profundidade do sulco e a segunda
menor profundidade de sementes. Houve correlação positiva entre a profundidade de
sementes e profundidade do sulco (R= 0,83). Houve também correlação entre a variação da
profundidade de sementes com a porcentagem de sulcos bem aterrados (R= 0,94).
Considerando-se que o que se deseja é que haja pouca variação na profundidade de sementes
e que os sulcos estejam completamente aterrados. Também constatou-se que quanto maior foi
a redução da cobertura de palha, maior foi a ocorrência de sementes expostas (R= 0,94).
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
92 93 94 95 96 97 98
% emergência x % germinação das sementes
26
Figura 11 – Variação da % de emergência das plantas em função da profundidade das
sementes a esquerda e a direita % de emergência das plantas em função da % de erro na
regulagem das sementes.
O quarto grupo, foi o que não utiliza fertilizante. É o grupo mais antigo no SPD com
média de 25,6 anos de experiência. Usam muito plantas de cobertura e rotação de culturas.
Quem sabe seja por isso que não usam fertilizante nas culturas de inverno. Dos 10 produtores
desse grupo, 3 estavam semeando aveia sem adubo. São dos que menos erram na regulagem
de sementes, mas trabalham com velocidades maiores (10,2 km/h), as sementes são as que
ficam mais rasas entre as demais (3,3 cm) e a cobertura de palha após a semeadura é a menor
de todos. Quem sabe pela alta velocidade que trabalham. Não tem muito sementes expostas,
mas a qualidade das sementes é inferior aos demais grupos (Tab. 2).
Observou-se que quanto maior variação da profundidade do sulco (CV) maior foi a
emergência das plantas (R= 0,78). O que não é lógico, o inverso seria racional,
desconsiderando-se esta observação. Mas o estande de plantas correlacionou-se com a
profundidade média de sementes (R= 0,76). Verificou-se também que com o aumento da
velocidade de trabalho, menor ficou a profundidade de sementes (R= -0,71). Assim, acredita-
se que a maior velocidade prejudicou a profundidade de sementes e essa pode ter afetado a
melhor implantação das culturas.
O peso de 1000 sementes foi diretamente proporcional a qualidade de sementes, tanto
a % de germinação como do vigor, com R= 0,78 e R=0,71 respectivamente. Destaca-se que
era o grupo com as piores sementes. Isso poderia ter afetado a qualidade de semeadura, mas
não foi encontrado nesse grupo correlação com a emergência e estande de plantas.
Figura 12 – Variação do estande de plantas (plantas/m) em função da profundidade das
sementes a esquerda e a direita profundidade média das sementes em função da velocidade de
trabalho em km/h.
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00
% emergência x profundidade de sementes
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
% emergência x % erro regulagem sementes
40,00
45,00
50,00
55,00
60,00
65,00
70,00
75,00
80,00
2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50
estande plantas/m x profundidade das sementes
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
6,00 8,00 10,00 12,00 14,00
profundidade das sementes x velicidade (kh/h)
27
Tabela 2 – Média (M) e moda (D) para variáveis de acordo com grupo formado pela Análise Hierárquica de Agrupamento (HCA)
Grupo Anos
no
SPD
P.Sol
(ano)
NL EL
(cm)
V
(km/
h)
CPa
(%)
CPd
(%)
P.Su
l
(cm)
P.Se
m
(cm)
Aterr
(%) Fertilz
(g/25m)
Fert
erro
(%)
Sem
(g/25m)
1000
Sem
(g)
Sem
erro
(%)
Pl/m
Emerg
(%) S.
Exp
(10m)
PN
(%)
PAn
(%)
SM
(%)
1 M 23,4 0,0 21,9 18,2 8,8 86,7 73,5 5,2 3,8 91,3 119,3 16,2 61,8 37,2 11,6 54,4 81,4 6,6 87,9 5,1 7,0
D 21,0 17,0
2 M 18,4 0,0 23,0 17,0 8,6 86,6 75,1 5,1 3,9 79,5 114,1 14,6 68,6 33,8 8,2 67,5 82,3 0,0 91,3 3,2 5,5
D 21,0 17,0
3 M 14,7 4,2 24,0 17,3 8,4 92,9 79,1 4,9 3,5 74,2 101,7 19,9 68,6 33,2 14,2 57,2 69,6 4,3 92,5 2,5 5,0
D 20,0 17,0
4 M 25,6 0,0 21,3 18,1 10,2 86,3 66,9 5,1 3,3 90,8 0,0 0,0 60,2 28,3 9,2 63,2 77,1 2,8 77,5 9,4 13,1
D 19,0 16,0
Anos no SPD – Quantidade de anos com sistema plantio direto
P.Sol (ano) – Quantidade de anos que retorna a preparar o solo
NL – Número de linhas
EL (cm) – Espaçamento entre linhas
V (km/h) Velocidade de trabalho
CPa (%) – Cobertura de palha antes da semeadura
CPd (%) – Cobertura de palha depois da semeadura
P.Sul (cm) – Profundidade do sulco
P.Sem (cm) – Profundidade das sementes
Aterr (%) – Porcentagem de sulcos bem aterrados
Fertilz (g/25m) – Fertilizante coletado em g/25 m
Fert erro (%)– % de erro na dosagem de fertilizante
Sem (g/25m) - Sementes coletado em g/25 m
1000 sem (g)– Peso de 1000 sementes em
Sem erro (%) - % de erro na dosagem de sementes
Pl/m – Estande de plantas/m
Emerg (%) - % de emergência
S. Exp/10 m – Quantidade de sementes expostas em 10 m
PN (%) - % de Vigor (plantas normais)
PAn (%) - % de plantas anormais
SM (%) - % sementes mortas
M – média
D - Moda
28
3.2. ESTUDO DAS SEMEADORAS DE FLUXO CONTÍNUO
3.2.1 Introdução.
No estudo do projeto Agrisus PA 2303/17, foram visitadas no período, em ordem
alfabética, as indústrias GIHAL, IMASA, KUHN, KULZER & KLIEMANN,
PLANTICENTER, VENCE TUDO, e STARA, onde foram analisados as características de
todas suas semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e as semeadoras adubadoras
múltiplas tratorizadas (SAMu), na versão de inverno, totalizando 36 modelos.
3.2.2 A indústria GIHAL localizada em Carazinho no Rio Grande do Sul, fundada em
1994, fabricante de máquinas agrícolas, iniciou com adaptações em semeadoras adubadoras
de plantio direto e em 1996 passou a fabricá-los. Está expandindo seu mercado no país e já
exporta para o Uruguai, Paraguai e China.
Disponibiliza 5 modelos de semeadoras de precisão, 3 de fluxo contínuo e duas
multissemeadoras, todas mecanizadas e apropriadas as pequenas, médias e grandes
propriedades. A tabela 3 apresenta algumas características das em fluxo contínuo e
multissemeadoras. A GIHAL possui uma nomenclatura para nomear suas máquinas. Por
exemplo: GH 2007, G de Gihal, H de hidráulica, 2 de insumos, 0 de linhas de soja e 07 de
linhas de trigo. Outro exemplo: GA 2029, G de Gihal, A de arrasto, 2 de insumos, 0 de linhas
de soja e 23 de linhas de trigo.
A semeadora de fluxo contínuo GH 2007 a 2010, é máquina montada no trator
através do sistema de levante hidráulico. Possui duas opções de engate abaixo do terceiro
ponto e caracteriza-se por ter o centro de gravidade da máquina próximo ao trator, facilitando
o levante da máquina e seu trabalho em terrenos declivosos.
A semeadoras de fluxo contínuo GA 2013 a 2023 e GA 2023 a 2029. São de arrasto
com cabeçalho e em sua ponta possui uma rótula com movimentos verticais, transversais e
rotatórios. Possui também, um terceiro ponto para ajustar a altura do ponto de engate. A
figura 8 mostra os modelos GA 2023 e GA 2029.
O Chassi dessas máquinas é monobloco, forma do por tubos de aço com dimensões
que variam de 80 x 100 mm, 80 x 80 mm e 50 x 100 mm, dependendo do tamanho da
máquina, associado a chapas perfuras nas cabeceiras e uma série de reforços em aço 1045. A
frente de ataque é alta para evitar embuchamentos.
As unidades de semeadura (linhas) são pivotadas e apoiadas em duas barras
ferramentas, com os rompedores em zique zague. A GH 2007 a 2010 possui 7, 8 e 10 linhas
espaçadas de 17,5 cm. A GA 2013 a 2023 possui 13, 15, 17, 19 e 23 linhas espaçadas de 17,5
cm e a GA 2023 a 2029 possui 25, 25, 27 e 29 linhas espaçadas de 17,5 cm (Tab. 3 e Fig. 13).
A transmissão inicia com engrenagem vinculada ao cubo de roda, que transmite por
corrente a uma caixa de câmbio (pinheirinho), sem uso de chaves, ou seja, troca de
engrenagens manuais. Como opcional, pode acoplar o sistema de taxas variáveis, mas ainda
está em estudos. Da caixa de câmbio é transmitida para o sistema de adubo ou sementes e
quando por taxa variável é por motores hidráulicos.
As plataformas ou estribo são em todas as máquinas em posição traseira, com chapa
pé de galinha, ou seja, não é chapa vasada.
Marcador de linha opcional, acionado por cilindro hidráulico.
Tem poucos pontos de lubrificação. Os discos duplos possuem calota com reservatório
de graxa. Convém revisar a graxa somente a 200 a 300 hectares. No Mato Grosso, foi
necessário adicionar graxeiras, mas no Sul, não. Tem lubrificação no cubo de roda motora da
29
máquina, nos mancais de adubo e sementes. 90% dos dosadores de fertilizante são da marca
Fertisystem e não usam graxeiras.
Rodados são externos à máquina, acionados para levante hidraulicamente por sistema
mestre-escravo. Nas máquinas maiores que 27 linhas é necessário colocar válvula divisora de
fluxo, visando levantar a máquina uniformemente. Quem levanta a máquina são os rodados.
Há opcionalmente para as máquinas acima de 23 linhas a possibilidade de rodado auxiliar
para transporte lateral.
Depósitos de fertilizante são de polietileno com formato da caixa, meia cana,
apoiando-se em dois tubos como se fosse um berço. Assim, os dosadores de fertilizante
apoiam-se na caixa de plástico. Esse formato evita deformações no alinhamento dos
dosadores. Os depósitos são fabricados com rotomoldagem na GIHAL.
Os dosadores são da marca Fertisystem, mas em algumas licitações usa-se um modelo
mais barato. Já existem outros dosadores no mercado que também funcionam bem. O assunto
não está encerrado. O problema da Fertisystem é na subida e na decida.
Depósitos de sementes, também são de polietileno.
Quando trabalha com arroz, os rotores helicoidais são de ferro fundido. Para trigo e
aveia, são de plástico. Na caixinha dosadora tem uma entrada secundária para entrar com
sementes de pastagens. A caixa de sementes miúdas é opcional na máquina. O rotor é
helicoidal.
Os tubos condutores são telescópicos como os de fertilizante e se unem em Y num
condutor de aço inox dentro dos discos duplos, para evitar deformação e corrosão. Algumas
vezes o adubo não tem boa qualidade e o cano de plástico é esmagado e pode obstruir a
deposição.
Os discos duplos são defasados de 14” e 15” com ½” de distância entre eles e com a
pequena abertura traseira.
O acabamento da semeadura é realizado por roda controladora de profundidade e
compactadora. Usa dois modelos. Só um pneu ou um duplo. O mesmo da soja é usado no
trigo. A roda dupla, tem um pequeno ângulo que puxa a terra e aperta lateralmente. Esse
rodado controla a profundidade dos discos duplo milimetricamente. Assim, não utiliza anéis
nos discos. Tem produtores que ainda pedem correntes para auxiliar no aterramento.
Essas máquinas não possuem limitadores de torque e fusíveis para segurança dos
mecanismos.
A GIHAL é uma máquina limpa por baixo, vê muita ferragem nas concorrentes,
dificultando o acesso a manutenção e reparos necessários.
As multissemeadoras GA 2207 a 2510 e GA 2513 a 2919 possuem a versão em
precisão e fluxo contínuo. A figura 13 mostra a GA 2715 na versão em precisão.
São máquinas de arrasto com cabeçalho e em sua ponta possui uma rótula com
movimentos verticais, transversais e rotatórios. Possui também, um terceiro ponto para ajustar
a altura do ponto de engate.
O chassi, a transmissão, o opcional para taxa variável, a plataforma, marcador de
linha, a estratégia e pontos de lubrificação, são semelhantes a GA 2013 a GA 2023.
Os rodados são externos as linhas, mas dentro do chassi, acionados para levante
hidraulicamente por sistema mestre-escravo.
As unidades de semeadura (linhas) são pivotadas e apoiadas em duas barras
ferramentas, com os rompedores em zique zague. A GA 2207 a 2510 possui 7, 8 e 10 linhas
espaçadas de 17,5 cm na versão em fluxo contínuo e 2, 3, 4 e 5 linhas de 45 cm na versão em
precisão. A GA 2513 a 2919 possui 13, 15, 17 e 19 linhas espaçadas de 17,5 cm na versão em
fluxo contínuo e 5, 6, 7, 8 e 9 linhas de 45 cm na versão em precisão (Tab. 3).
30
Tabela 3 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras (SAMu) da GIHAL.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇA
MENTO
DISTRIBUIÇÃO
DE SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE
DE SEMENTES
PESO POR
LINHA kgf
ALINHAMENTO DOS
ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR DE
FERTILIZANTE
GH – 2007 a 2010 SAF montada,
Opcional
7, 8 e 10
17,5 cm
Rotor helicoidal e
kit pastagens
Depósito
elevado/gravidade
161 a 171 Zigue zague disco
fertilizante/sementes
Rosca sem fim
GA 2013 a 2023 SAF arrasto,
Opcional
taxa variável
13, 15, 17, 19 e 23
17,5 cm
Rotor helicoidal e
kit pastagens
Depósito
elevado/gravidade
161 a 171 Zigue zague disco
fertilizante/sementes
Rosca sem fim
GA 2023 a 2029 SAFTarrasto,
Opcional
taxa variável
23, 25, 27 e 29
17,5 cm
Rotor helicoidal e
kit pastagens
Depósito
elevado/gravidade
123 a 137 Zigue zague disco
fertilizante/sementes
Rosca sem fim
GA 2207 a 2510 SAMu arrasto
pivotada, taxa
variável
7, 8 e 10 (17,5 cm)
2, 3, 4 e 5 (45 cm)
Rotor helicoidal e
discos alveolados
Depósito
elevado/gravidade
157 a 184
314 a 575
Alinhados disco corte e
haste
Alinhados disco
sementes
Rosca sem fim
GA 2513 a 2919 SAMu arrasto
pivotada, taxa
variável
13, 15, 17 e 19
(17,5 cm)
5, 6, 7, 8 e 9 (45
cm)
Rotor helicoidal e
discos alveolados
Depósito
elevado/gravidade
132 a158
279 a 382
Alinhados disco corte e
haste
Alinhados disco
sementes
Rosca sem fim
GA 2023 GA 2029 GA 2715 versão em precisão
Figura 13 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu).
31
Os depósitos de fertilizante e de sementes e os dosadores de fertilizantes são
semelhantes a GA 2013 a GA 2023. Na versão em precisão as sementes caem em pequenos
depósitos (pipoqueiras) sobre as unidades de semeadura.
Os dosadores para arroz e trigo são semelhantes a GA 2013 a GA 2023. Assim como,
os opcionais para taxa variável. O mesmo pode-se dizer dos condutores, a tubulação em Y, os
discos defasados e os dois modelos de roda de controladora de profundidade e compactadora.
Essas máquinas não possuem limitadores de torque e fusíveis para segurança dos
mecanismos.
A GIHAL é uma máquina limpa por baixo, vê muita ferragem nas concorrentes,
dificultando o acesso a manutenção e reparos necessários.
Citam, que as máquinas múltiplas não tem mercado acima de 9 linhas de soja.
Somente é usada pelo produtor que não deseja ter duas ou três máquinas no galpão. Quem
sabe, se com as crises econômicas, a múltipla ganha força novamente. No período em que
havia recursos fáceis, poucos queriam a múltipla. A mudança de verão para inverno incomoda
e ainda podem perder peças. Os produtores almejam máquinas auto transportáveis. Assim, as
máquinas com rodados externos perdem mercado.
3.2.3 A indústria IMASA fabricante de máquinas agrícolas desde 1922, sediada em Ijuí no
Rio Grande do Sul, foi também, pioneira no sistema plantio direto e dedicou grande esforço
pela difusão do conceito de multissemeadoras. A IMASA cresceu muito em função das
máquinas múltiplas. Iniciou com a MP na década de 80, evoluiu para a MPS e derivou para as
demais. O principal entrave para a expansão das múltiplas está na dificuldade de transforma-
la de verão em inverno. A múltipla é muito regionalizada. Regiões mais acidentadas, que
exigem rodados externos, são onde elas se adaptam melhor.
Disponibiliza 6 modelos de semeadoras de precisão, 3 de fluxo contínuo e 6
multissemeadoras, todas mecanizadas e apropriadas as pequenas, médias e grandes
propriedades. A tabela 4 apresenta algumas características das em fluxo contínuo e
multissemeadoras.
A semeadora de fluxo contínuo PHZ é arrozeira, montada no hidráulico do trator e
tem 13, 15 e 17 linhas espaçadas d 17 cm (Tab. 4).
Seu chassi possui uma barra porta ferramenta onde se apoiam as linhas, sem possuírem
chapas intermediárias. Forma com essa barra um quadro, onde se apoiarão os depósitos.
Todas as linhas são pivotadas na barra, possuído linhas curtas e longas fazendo com que os
rompedores fiquem desalinhados (zigue zague).
A transmissão inicia com engrenagem vinculada ao cubo de roda, que transmite por
corrente a engrenagens, as quais são trocadas manualmente. Há um conjunto de engrenagens
sobressalentes e tabela para auxiliar a regulagem. Não há marcadores de linha.
Tem poucos pontos de lubrificação. Esses são indicados na máquina com a
periodicidade necessária. A Imasa trabalha com rolamentos em sistema fechado. Põe a graxa
com o máximo de vedação possível. Por ocasião da manutenção, principalmente nos discos
duplo troca-se a graxa. Os produtores caprichosos fazem isso anualmente, o que é a estratégia
da indústria, procurando aguentar de um ano, ou até mais do que isso.
Os pontos específicos para engraxamento periódico da PHZ são: na articulação do
rodado, destaque que todas as linhas não têm graxeiras, os dosadores de fertilizantes mais
simples têm pontos de lubrificação. O Fertisystem não.
A PHZ possui rodados na lateral da máquina, mas interno ao chassi. Na frente do
rodado há uma linha, apropriado para quadras de arroz. A sincronização do levantamento da
máquina é obtida com cilindros compensados ou escravo, que é usado inclusive nas máquinas
32
maiores. No transporte, trabalha com calço no pistão para evitar danos, liberando o sistema
hidráulico.
O deposito de fertilizante é de aço inox ou chapa de aço. A maioria prefere inox. É
montado sobre a estrutura e as laterais parafusadas, que se apoiam no chassi e presas por
parafusos. Para esgotar o fertilizante quando os dosadores são de rosca sem fim, é necessário
tirar a rosca e esgota-lo. No final deve ser lavado. Quando o dosador é com caracol, há uma
janela para esgotamento e limpeza.
Os dosadores são da marca Fertisystem, Monriso, Top Planting e o sistema tradicional
de caracol transversal.
Usa mangueiras sanfonadas, pois o ângulo de queda do fertilizante na PHZ é bem
próximo a vertical ao terreno. Como opcional, pode ser montado com tubos telescópicos. A
mangueira une-se a um condutor exclusivo para fertilizante e outro para sementes, dentro do
disco duplo.
Depósito de sementes é com chapa de aço, é basculante, facilitando a limpeza. Possui
depósito de sementes miúdas opcional. Alguns produtores consorciam aveia com azevem,
quando o dosador de adubo é o caracol.
Na PHZ usa-se os rotores canelados helicoidais de ferro fundido, devido a
abrasividade do arroz, caindo a sementes por trás como cascata. Os tubos condutores são
telescópicos.
Os discos duplos são desencontrados com 13”, tentando-se manter a menor abertura
traseira possível. Nos solos argilosos, se fechar muito os discos é fácil de emplastar entre os
discos e o suporte.
O acabamento da semeadura é realizado por roda controladora compactadora. Na PHZ
as rodas compactadoras são de ferro maciço com ângulo para atuar sobre o sulco de
semeadura, quebrando os cantos da parede do sulco e não tem a função de auxiliar no controle
de profundidade.
Essa máquinas são simples e com facilidade para manutenção. Os rolamentos são
universais, fáceis de encontrar no mercado.
A máquina possui uma chaveta de plástico ligada a catraca, funcionando com fusível.
A PHS é uma multissemeadora e arrozeira também. Possui 6, 10, 11, 13 e 15 linhas
de 17 cm em fluxo contínuo e 3, 5, 6 e 7 linhas de 45 cm em precisão (Tab. 4). A PHS pode
ser montada ou de arrasto. Usa o sistema de pinos para engate dos três pontos do trator, no
entanto é máquina curta, leve, com seu centro de gravidade o mais próximo possível do trator.
O Chassi da PHZ e PHS são parecidos mudando basicamente o seu comprimento,
tanto na versão de arrasto quanto na hidráulica. Na PHS as vigas são formadas com
cantoneiras 70 x 70 mm soldadas reforçadas com um perfil no meio de ambas. Todas as
linhas são pivotadas na barra. Possuindo também linhas longas e curtas, fazendo com que os
abridores de sulco fiquem desencontrados (zigue zague).
A transmissão, plataformas, estratégia e pontos de lubrificação são semelhantes a
PHZ, sendo que há mais um ponto lubrificação na catraca da máquina de arrasto.
A PHS possui rodados na lateral da máquina. A sincronização do levantamento da
máquina é obtida com cilindros compensados ou escravo, usado inclusive nas máquinas
maiores. No transporte, trabalha com calço no pistão para evitar danos, liberando o sistema
hidráulico.
Os depósitos de fertilizante, dosadores e todos condutores são semelhantes a PHZ.
Depósito de sementes com chapa de aço, é basculante, facilitando a limpeza. Possui depósito
de sementes miúdas opcional. Alguns produtores consorciam aveia com azevem, quando o
dosador de adubo é o caracol.
33
Na PHS usa-se para a distribuição de sementes, os discos horizontais dentados como
na MPS, exclusivo da Imasa.
Os tubos condutores na PHS pode ser mangueira ou telescópico. Caindo separado do
fertilizante em condutores dentro dos discos duplo. Os discos duplos são semelhantes a PHZ
e, na PHS o controle de profundidade das sementes é feito por molas, calço no cilindro, ou no
hidráulico do trator. As linhas são pivotadas e atuadas por molas de pressão, que possuem
maior amplitude de abertura que as de compressão.
O acabamento da semeadura é realizado por roda controladora compactadora. A PHS
usa uma roda leve atrás para compactar o solo sobre o sulco e ajuda um pouco a controlar a
profundidade de sementes. Outra opção é usar correntes para somente aterrar as sementes.
Essas máquinas são simples e com facilidade para manutenção. Os rolamentos são
universais, fáceis de encontrar no mercado.
A máquina possui uma chaveta de plástico ligada a catraca, funcionando com fusível.
A linha MPS possui dois modelos de MPS 1000 a 1800 e de MPS 2000 a 2800 (Fig.
14). São multissemeadoras. A MSS é somente de fluxo contínuo (Fig. 14).
A MPS 1000 a 1800 é disponibilizada com 11, 15 e 17 com espaçamentos 16 a 18 cm
em fluxo contínuo. Na versão em precisão tem 5, 7 e 8 de 40 a 45 cm de espaçamento. A
MPS 2000 a 2800 é disponibilizada com 20, 22, 25 e 26 de 16 a 18 cm com espaçamentos 16
a 18 cm em fluxo contínuo. Na versão em precisão tem 8, 9, 10 e 11 de 40 a 45 cm de
espaçamento. A MSS tem disponível a 20, 23, 26 e 28 de 16 a 18 cm de espaçamento (Tab.
4).
São máquinas de arrasto. Para regular a altura do ponto de engate há um terceiro ponto
que por rosca ajusta a posição do olhal.
O Chassi da MPS e MSS é o mesmo. Monobloco. O chassi da 1000 para a 1800 é
menos reforçado que a 2000 a 2800, que também possui um carrinho de transporte que é
soldado no chassi. Possi uma viga dianteira, onde são presos o cabeçalho, os cilindros que
atuam no tubo de levante das linhas e toda parte da porta ferramenta. As linhas são levantadas
independente do levante da máquina. A engenharia da fábrica as vezes dimensiona partes
simples da estrutura. As mais complexas são solucionadas pela experiência da equipe. A viga
frontal é enrijecida e soldada, formando um tubo. Essa opção está associada a escala de
produção na aquisição de tubos.
A transmissão inicia com engrenagem vinculada ao cubo de roda, que transmite por
corrente a caixa de câmbio. Possui uma catraca para travar e destravar. Há um fusível de
proteção junto a engrenagem que sai da roda. Da caixa de câmbio o acionamento segue por
correntes e engrenagens aos eixo que comandam o sistema de sementes e fertilizante.
As plataformas ou estribo são, em todas as máquinas, na posição traseira, com duas
chapas pé de galinha estreita, com um vão no meio e unidas estruturalmente.
Marcador de linha é opcional nos modelos 2000 a 2800.
Tem poucos pontos de lubrificação, com a mesma estratégia da PHZ e PHS. Os pontos
específicos para engraxamento periódico da MPS e MSS são: na articulação do rodado, a
catraca. Destaca-se que todas as linhas não têm graxeiras.
Rodados laterais, com o detalhe, de que não é a máquina que se levanta e sim as
linhas. No modelo MSS, tem também um balancim, sistema compensador de molas, para
fazer plantio sobre taipas, equalizando a força de parte das linhas sobre a outra parte. Na
prática, resulta em não danificar uma taipa.
Os rodados são articulados e independentes, para acompanhar as irregularidades do
terreno.
Na MPS 1000 a 1800 somente um cilindro atua sobre o eixo articulador que atua sobre
a porta ferramenta que levanta as linhas. A MPS 2000 para cima há duas porta ferramenta e
34
dois cilindros, podendo-se fazer um arremate trabalhando com um lado só da máquina. Possui
transportador transversal da 2000 para cima, que é todo hidráulico.
Ambas as máquinas possuem deposito de aço inox com chapas de aço nas laterais. As
caixas da 2000 para cima ajudam a estruturar o chassi. É montado sobre a estrutura e as
laterais parafusadas, que se apoiam no chassi. Para esgotar o fertilizante quando os dosadores
são de rosca sem fim, é necessário tirar a rosca e esgota-lo. No final deve ser lavado.
Os dosadores são da marca Fertisystem, Monriso e Top Planting e o sistema
tradicional de caracol transversal.
Usa mangueiras sanfonadas nas linhas curtas e tubos telescópicos nas linhas
compridas. A mangueira se une a um condutor em Y, caindo adubo juntamente as sementes.
Depósito de sementes com chapa de aço, é basculante, facilitando a limpeza. Possui
depósito de sementes miúdas opcional.
Na MPS e usa-se os discos horizontais dentados, exclusivo da IMASA.
Os discos duplos são desencontrados de 15”, defasado 15” x 15,5” ou 15” x 16” e
também os encontrados. A justificativa de uso é que do desencontrado para o encontrado a
movimentação de solo no sulco vai diminuindo. O encontrado tem maior dificuldade de
penetrar no solo, mas em certas situações de semeadura de trigo e aveia consegue atingir a
profundidade adequada.
Na MPS o controle de profundidade das sementes, aterramento e compactação é
realizado nas linhas curtas e longas. As linhas curtas usam rodas compactadoras inclinadas e
as longas o mesmo sistema das linhas de soja. As linhas são pivotadas e atuadas por molas de
pressão, que possuem maior amplitude de abertura que as de compressão. Os discos são
desalinhados, ou seja, em zigue zague, devido ao uso de linhas curtas e linhas longas.
A SAGA Trigueira são somente em fluxo contínuo e a SAGA S e a SAGA
MULTIPLA e SAGA TRI semeiam em fluxo contínuo e em precisão, pois são múltiplas. A
adoção das máquinas maiores, acreditam os técnicos da Imasa, ter sido mais pelo
encurtamento da janela de plantio. Foram auxiliados pela maior facilidade dos
financiamentos, economia de mão de obra.
A SAGA TRIGUEIRA (Fig. 14) é disponibilizada com 17, 19, 21 e 23 linhas com
espaçamentos 18 cm em fluxo contínuo. A SAGA S (Fig. 10) com 13, de 16 a 15, e 17 linhas
com espaçamentos 18 cm em fluxo contínuo. Na versão em precisão tem 5, 6 e 7 linhas de 45
cm e 12 linhas de 36 cm de espaçamento. A SAGA MULTIPLA com 15, 17, 19, 21 e 23
linhas com espaçamentos 18 cm em fluxo contínuo. Na versão em precisão tem 6, 7, 8, 9 e 10
linhas de 45 cm e 12 linhas de 36 cm de espaçamento. (Tab. 4). A SAGA TRI com 23, 27 e
29 linhas com espaçamentos 18 cm em fluxo contínuo. Na versão em precisão tem 10e
12linhas de 45 cm e 11 linhas de 50 cm de espaçamento (Tab. 4).
São máquinas de arrasto. Para regular a altura do ponto de engate há um terceiro ponto
que por rosca ajusta a posição do olhal.
Possuem chassi mais alto e é mais estruturado. Monobloco, também possuem um
carrinho de transporte que é soldado no chassi. Possuem duas barras porta ferramenta, onde se
apoiam as linhas pantográficas. As linhas se desencontram em zigue zague.
A transmissão inicia com engrenagem vinculada ao cubo de roda, que transmite por
corrente a caixa de câmbio. Possui uma catraca para travar e destravar. Há uma fusível de
proteção junto a engrenagem que sai da roda. Da caixa de câmbio o acionamento segue por
correntes e engrenagens aos eixo que comandam o sistema de sementes e fertilizante.
As plataformas ou estribo são em todas as máquinas em posição traseira, com duas
chapas pé de galinha estreita, com um vão no meio e unidas estruturalmente, possuindo
corrimão para proteção do operador.
35
Tabela 4 – Modelos de semeadoras adubadoras em fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu) da IMASA.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇAMENTO DISTRIBUIÇÃO
DE SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE
DE SEMENTES
PESO POR
LINHA
kgf
ALINHAMENTO
DOS ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR
DE
FERTILIZANTE
PHZ SAF montada
pivotada
(arrozeira)
13, 15 e 17
17 cm
Rotores
helicoidais
Depósito
elevado/gravidade
85 a 91 Zigue zague disco de
corte, haste e disco de
sementes
Rosca sem fim
MSS SAF arrasto
pivotada
(arrozeira)
20,23, 26 e 28
16 a 18 cm
Rotores
helicoidais
Depósito
elevado/gravidade
186 a 205 Zigue zague disco de
corte, haste e disco de
sementes
Rosca sem fim
SAGA
TRIGUEIRA
SAF arrasto
pantografica 17, 19, 21 e 23
18 cm
Rotores
helicoidais
Depósito
elevado/gravidade
188 Zigue zague disco de
corte, haste e disco de
sementes
Rosca sem fim
PHS SAMu
montada ou
arrasto,
pivotada
6, 10, 12 e 14 a 18 a 20 cm
3, 5, 6 e 7 de 40 a 45 cm
Discos
alveolados e
dentados,
kit pastagem
Depósito
elevado/gravidade
88 a 95
18 a 20 cm
175 a 190
40 a 45 cm
Alinhados disco de
corte, haste e disco de
sementes
Eixo caracol
MPS 1000 a
1800
SAMu arrasto
pivotada 11, 15 e 17 de 16 a 18 cm
5, 7 e 8 de 40 a 45 cm
Discos
alveolados e
dentados,
kit pastagem
Depósito
elevado/gravidade
179 a 195
16 a 18 cm
381 a 470
40 a 45 cm
Alinhados disco de
corte, haste e disco de
sementes
Eixo caracol ou
rosca sem fim
MPS 2000 a
2800
SAMu arrasto
pivotada 20, 22, 25, 26 de 16 a 18 cm
8, 9, 10 e 11 de 40 a 45 cm
Discos
alveolados e
dentados,
kit pastagem
Depósito
elevado/gravidade
- Alinhados disco de
corte, haste e disco de
sementes
Eixo caracol ou
rosca sem fim
SAGA S SAMu arrasto
pantográfica 13, 15 e 17 de 18 cm
5, 6 e 7 de 45 cm
12 de 36 cm
Distrib. Sem.
Rotor e discos
30 depósito e
pipoqueira/gravid
ade
181 a 185 a 18 cm
440 a 480 a 45
cm
Alinhados disco de
corte, haste e disco de
sementes
Rosca sem fim
SAGA
MULTIPLA
SAMu arrasto
pantográfica 15, 17, 19, 21 e 23 de 18 cm
6, 7, 8, 9 e 10 de 45 cm
12 de 36 cm
Distrib. Sem.
Rotor e discos
30 depósito e
pipoqueira/gravid
ade
188 a 190 a 18 cm
433 a 490 a 45 cm
Zigue zague disco de
corte, haste
Alinhados disco de
sementes
Rosca sem fim
SAGA TRI SAMu arrasto
pantográfica 23, 27 e 29 de 18 cm
10 e 12 de 45 cm
11 de 50 cm
Distrib. Sem.
Rotor e discos
30 depósito e
pipoqueira/gravid
ade
257 a 280 a 18 cm
621 a 645 a 45 cm
Zigue zague disco de
corte, haste
Alinhados disco de
sementes
Rosca sem fim
36
MSS SAGA TRIGUEIRA SAGA S MPS 2800
SAGA MÚLTIPLA versão em precisão SAGA MÚLTIPLA versão em fluxo contínuo
Figura 14 Semeadoras e ou adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras (SAMu) da indústria IMASA.
37
As SAGAs não precisam trocar a graxa dos rolamentos que são vedados. Quando
gastam troca-se as buchas. Estas são autolubrificantes. Tem poucos pontos de lubrificação. Os
pontos específicos para engraxamento periódico são: na articulação do rodado, a catraca, com
destaque que todas as linhas não têm graxeiras.
A SAGA TRIGUEIRA possui carrinho para autotransporte. Os pneus são de alta
flutuação, compactando pouco sobre as linhas. A SAGA MULTIPLA os pneus são pivotados
e a SAGA S tem pneus militar mais estreito.
O levante da máquina é obtido por cilindros hidráulicos, atuando sobre as rodas com
sistema mestre/escravo.
As máquinas possuem deposito de aço inox com chapas de aço nas laterais. É montado
sobre a estrutura e as laterais parafusadas, que se apoiam no chassi, presas por parafusos. Para
esgotar o fertilizante é necessário tirar a rosca e esgota-lo. No final deve ser lavado.
Os dosadores da SAGA são da marca Fertisystem. Usa mangueiras telescópicas nas
linhas. A mangueira une-se a um condutor em Y, caindo adubo com a semente.
Depósito de sementes com chapa de aço, é basculante, facilitando a limpeza. Possui
depósito de sementes miúdas opcional. Na SAGA são usados dos rotores acanelados
helicoidais para distribuição de sementes. Os tubos condutores são telescópicos. Os discos
duplos são defasados 15” x 15,5” ou 15” x 16” e encontrado.
A SAGA TRIGUEIRA possui as linhas pantográficas com rodas de controle de
profundidade com regulagem de ângulo de abertura e profundidade através de rosca de
precisão. As linhas são próximas, dando estabilidade em terrenos inclinados, evitando
carreiras duplas.
As máquinas da IMASA não disponibilizam eletrônica embarcada para agricultura de
precisão, mas é possível contratar terceiros que realizam essas adaptações nas máquinas.
De maneira geral, cada setor da produção tem suas necessidades. Um exemplo são as
leis trabalhistas, hoje é consenso de que há de se flexibilizar essas leis. Principalmente as
atividades que têm sazonalidade, que é uma particularidade da agricultura. Encontrar formas
mais práticas e menos burocráticas para resolver esses problemas.
Quanto a disponibilidade de mão de obra, a região de Ijuí ainda deixa a desejar. A
empresa tem todo o ônus de treinar a mão de obra. É preciso reforçar programas de
treinamento, como o jovem aprendiz. A indústria é deixada de lado pelos incentivos do
BNDES. Hoje para ter acesso ao BNDES a empresa não pode ter nenhum problema jurídico.
Parece haver também favorecimentos políticos no acesso ao financiamento.
3.2.4 A indústria KUHN, multinacional europeia, fundada em 1828 como modesta forjaria,
consolida-se na França em 1864 na cidade de Saverne sobrevivendo às guerras posteriores,
torna-se Alemã e posteriormente Francesa em 1918 trabalhando para o desenvolvimento da
agricultura na região Francesa da Alvacia. Após a Segunda Guerra Mundial, expandiu-se em
todos os mercados do planeta e em 2005 adquiriu a empresa brasileira METASA sediada em
Passo Fundo no estado do Rio Grande do Sul.
A KUHN possui semeadoras adubadoras de precisão a partir de 2 até 35 linhas, com
amplas possibilidades de variação no espaçamento. Para a semeadura de cereais de inverno
(semeadoras adubadoras de fluxo contínuo), a KUHN disponibiliza modelos de 11 até 31
linhas espaçadas a 17 cm, podendo chegar até 12,5 cm entre linhas. São 8 modelos de
semeadoras adubadoras de precisão, 3 semeadoras adubadoras de fluxo contínuo, 2
multissemeadoras.
A semeadora de fluxo contínuo NEO é disponibilizada com 13, 15 e 19 linhas de 17
cm (Tab. 5 e Fig. 15). O engate é rotulado, permitindo compensação de articulação da
máquina. Tem um cabeçalho móvel, possibilitando mobilidade no espaçamento. Sua base
38
estrutural são tubos, possui ajuste através de sistema de terceiro ponto com fuso, onde é
possível regular o ângulo do cabeçalho. Como é móvel, prende-se a máquina através de
braçadeiras parafusadas. É pivotada na máquina e fica rígido em função da fixação do terceiro
ponto. Tem Também um ajuste na ponteira do cabeçalho.
A NEO foi desenvolvida pensando no mercado externo. O chassi é mais alto, tubular,
monobloco, tem dois porta ferramenta, um frontal e outro traseiro, rodados externos com
chapas soldadas nas laterais e outras parafusadas. Isso permite usar dois espaçamentos. Tudo
dimensionado por projetistas para o cálculo estrutural com auxílio de software. No Brasil e
USA e França. A Kuhn contrata brasileiros na engenharia. Sendo muitos da antiga METASA.
Antigamente o método era de tentativa e erro. Hoje o cálculo estrutural é usado
frequentemente e a NEO foi atualizada ultimamente no seu cabeçalho para aperfeiçoamento.
A KUHN também tem dificuldades com os dados de entrada no cálculo estrutural. Os dados
internacionais não conferem com a realidade brasileira. Solicitam serviço de empresas
vinculadas a Universidades para determinar parâmetros de entrada.
A transmissão inicia no rodado e, por meio de engrenagens e correntes vai até um eixo
que possui um componente denominado de catraca. Funciona como um limitador de torque,
que faz o ligamento ou desligamento da transmissão. Máquina abaixada, o sistema está
ligado, levantada está desligado. A caixa de transmissão da NEO é uma caixa variadora, ou
seja, não é uma caixa de engrenagens, funciona com cames, não sendo necessário fazer um
recâmbio das engrenagens, maior amplitude nas dosagens, de 1 kg/ha a 700 kg/ha e,
consegue-se calibrar a máquina com ela parada, ou seja, sem a necessidade de deslocamento.
Girando uma alavanca consegue-se aferir a regulagem.
Plataforma é traseira, em aço estampado antiderrapante ao longo de todo chassi,
corrimão tubular, montado. Em 2013 foi feito um ajuste as normas de segurança do Brasil em
todas as máquinas da KUHN.
Marcadores de linha opcional. São muito poucos os produtores que usam marcadores
de linha nas máquinas de inverno.
Hoje a KUHN persegue a tendência de diminuir os pontos de lubrificação. Na NEO,
há lubrificação nos discos duplos, no rodado, nos compactadores e aterradores, um ponto de
lubrificação com óleo nas caixas de transmissão. Nos pontos de articulação das linhas usa-se
um mancal selado que não precisa lubrificar. As linhas pantográficas não precisam ser
lubrificadas. Isso é usado em todas as máquinas de inverno e verão. Sistema com bucha e
graxa interna, selada por anéis de borracha, sem necessidade de engraxamento. Nos discos
duplos a KUHN mantém a lubrificação ainda, em função da agressividade do contato com o
solo. Foram feitos testes para se tomar essa decisão. Acha que a tendência está dividida entre
pequenos e grandes produtores e máquinas. Nas grandes, pode haver mais investimento e
evitar o uso de graxeiras.
Os rodados são externos, a NEO é mais voltada aos produtores do sul, com relevo
mais acidentado, os cilindros atuam diretamente sobre os rodados, e o sistema tem uma
válvula divisora de fluxo. São cilindros iguais, e a válvula divide o óleo que vem do trator
igualmente para cada cilindro, levantando os dois lados uniformemente, mesmo com a
máquina inclinada e até a uma altura intermediária. O transporte é feito com os rodados
laterais, não é uma máquina grande e seus pneus são de alta flutuação, pneu militar e a NEO
tem opção de trabalhar com pneu mais largo e baixo com maior flutuação, menor
compactação e estabilidade da máquina. Com isso não compacta muito ao repassar sobre as
linhas semeadas.
39
As unidades de semeadura (linhas) são todas pantográficas. Os pantógrafos são
suficientemente largos, dando estabilidade. São de ferro fundido, com maior rigidez. Tudo
calculado com analise estrutural. Assim as linhas conseguem se manter alinhadas em terrenos
inclinados. As linhas também são desencontradas, em zigue zague.
O depósito da NEO é em aço inox e tem uma divisória para separar o adubo da
semente.
Os dosadores de fertilizante são desenvolvidos pela KUHN chamado Elika e tem um
sistema de esgotamento que permite a limpeza da máquina. O dosador Elika é de chapas de
inox, e o rotor também é de inox. Esse dosador é usado tanto no adubo, como na semente. É
um rotor acanelado. A durabilidade dele é muito superior aos concorrentes. Não tem
problemas de formação de bolsões, mas opcionalmente tem sistema de mexedor interno, que é
usado normalmente mais na semente e não no adubo, como é o caso da aveia. Nos testes o
dosador Elika foi superior aos concorrentes, mesmo em terrenos inclinados.
Os condutores são de tubo telescópico de plástico caindo separado o adubo da
semente.
O depósito de semente já dito, é possível alterar a proporção entre adubo e semente,
com chapa divisória. Os dosadores já citados são iguais aos de adubo, mas tem um formato
diferente.
Os abridores de sulco são de disco duplo com alinhamento dos eixos, defasado com
16” e 15,5” de diâmetro. Procuram trabalhar com discos de 7,5 graus de convergência, com a
intensão de ser o mais fechado possível e os condutores são de plástico. Com o passar do
tempo, as pontas dos condutores acabam ter certo desgaste, mas sem problemas.
A NEO tem uma versão arrozeira, onde o pneu mais largo e não é opcional, pois vem
de série, e na linha de semeadura troca-se o limitador de profundidade e compactação. As de
trigo trabalham com banda de borracha. Na arrozeira os discos duplos vem com um aro
limitador, e usa uma roda compactadora na traseira da linha. Tendo opção de roda maciça e
outra de banda de borracha. A mais usada é a maciça com duas opções: em V e levemente
abaulada. Elas trabalham sobre o sulco. A NEO a SDM e a QUADRA possuem versão
arrozeira.
Na versão para trigo a roda compactadora aterradora é a roda dupla. Tem articulação
pantográfica e consegue-se regular a profundidade por uma cremalheira e regulagem de
inclinação das rodas também.
Além da catraca que funciona como uma embreagem, nos dosadores há um pino
fusível de segurança.
As semeadoras de fluxo contínuo QUADRA VENTA e QUADRA AIR FLOW
tem um conceito diferente das outras máquinas. Possui uma carreta com os dosadores e
reservatórios, e está reboca uma estrutura onde se acoplam as linhas, sendo que o transporte
do fertilizante e sementes é por fluxo de ar na AIR FLOW e na VENTA só trabalha com
sementes (Tab. 5 e Fig. 15).
O engate possui posições através de furações, onde se consegue manter a carreta
nivelada e o acoplamento do chassi de linhas à carreta tem um sistema de molas, que
amortece impactos, principalmente quando o trator inicia o movimento. Para o ajuste do
engate, existe um pé de apoio que auxilia a operação através de uma manivela. No trator o
engate também é rotulado permitindo movimento em todos os sentidos. Já no chassi das
linhas, tem dois pontos de articulação, na vertical e giro.
40
Tabela 5 – Modelos de semeadoras e ou adubadoras fluxo contínuo (SF ou SAF) e multissemeadoras (SAMu) da KUHN.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇAMENTO DISTRIBUIÇÃO DE
SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE
DE SEMENTES
PESO POR
LINHA kgf
ALINHAMENTO
DOS
ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR
DE
FERTILIZANTE
NEO
SAF arrasto
pivotada ou
pantográfica
13, 15 e 19 17 cm Rotores Depósito
elevado/gravidade
- Zigue zague disco de
sementes
-
QUADRA
VENTA
SF arrasto
pantográfica
depósito
central
52 e 60 17 cm
66 de 15,8 cm
Só sementes Rotores Depósito
central/pneumático
- Zigue zague disco de
sementes
-
QUADRA AIR
FLOW
SF arrasto
pantográfica
depósito
central
52 e 60 17 cm
66 de 15,8 cm
Fertilizante e
sementes Rotores Depósito
central/pneumático
- Zigue zague disco de
sementes
-
SDM SELECT
SAMu arrasto
pantográfica
13. 17 e 21 de 17 cm
5 e 7 de 45 cm
Rotores helicoidais e
discos alveolados Depósito
elevado/gravidade
147 a 191
357 a 425
Alinhado disco de
corte, haste
Alinhado disco de
sementes
Rosca sem fim
SDM
VERSATILE
SAMu arrasto
pantográfica
21, 25 e 29 de 17 cm
8, 9 e 11 de 45 cm
Rotores helicoidais e
discos alveolados Depósito
elevado/gravidade
196 a 214
518 a 567
Zigue zague disco de
corte, haste
Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
41
NEO SDM
QUADRA VENTA AIR FLOW
Figura 15 Semeadoras e ou adubadoras de fluxo contínuo e multissemeadoras da indústria KUHN.
42
A estrutura da carreta tem um chassi monobloco todo soldado e, a estrutura do chassi
de linhas é uma grelha com quatro tubos porta ferramenta. Esta máquina surgiu, voltada as
lavouras de arroz, por isso o nome quadra. No trigo, as linhas são montadas somente em dois
tubos. No arroz, há preocupação de não destruir as taipas. O chassi de linhas é articulado em
dois pontos, em torno de sete graus, assim copia o terreno no caso dos terraços de base larga.
Transmissão é eletro-hidráulica. Possui uma válvula elétrica que controla os motores
hidráulicos, e a rotação dos rotores, e a dosificação é feita por motor hidráulico. A máquina
tem um sistema independente do trator. Há uma bomba acionada por um cardan ligado na
TDP do trator, movimentando o óleo para o sistema de motores hidráulicos e turbinas de
sopro. As vantagens do motor hidráulico é que quando se trabalha com taxa fixa fica
garantido a uniformidade, mesmo com velocidades diferentes. Com taxa variável, o GPS dá o
comando e os motores hidráulicos respondem. Tecnologia é ISOBUS. Está preparada para
taxa variável, corte de seção, dependendo da liberação da função no monitor do trator. É
necessário o uso de sinal corrigido que é pago, com precisão de até 2 centímetros.
A QUADRA pode usar o mesmo monitor do trator ISOBUS, diminuindo o custo
inicial do mesmo. Assim, o operador que já está acostumado com o monitor, continue usando
a mesma interface.
Tem uma plataforma central para realizar o abastecimento com big bag.
Há lubrificação nos rodados e nos discos de abertura de sulco. Os mesmos da NEO.
Nos rodados da carreta há pontos de lubrificação. Os pantógrafos não tem pontos de
lubrificação. Quando a máquina levanta o acesso é fácil para a manutenção.
A carreta não precisa ser levantada e as linhas sim. Os rodados dianteiros e traseiros
são responsáveis por elevar o chassi de linhas. Tem sistema de autotransporte, fechando as
asas laterais para cima e diminui de 9 a 10 metros para 4,8 metros. Sendo 3,7 metros nos
rodados, podendo passar por uma ponte.
Os reservatórios de fertilizante e sementes são de inox. Possuem uma tela de proteção
e um bocal de esgotamento, com 4400 litros de capacidade.
O sistema de dosagem foi trazido ao Brasil em 2013, mas bem conhecido na Europa e
USA. Um dosador centralizado consegue alimentar todas as linhas. São dois dosadores que
atendem cada lado da máquina, cada dosador chega atender 30 linhas. O dosador é um rotor
que varia a sua velocidade e pode reduzir até 1/3 do tamanho do rotor. Tem grande amplitude
de dosagem. O dosador de adubo é autolimpante. A limpeza também é completada pelo fluxo
de ar. Usa turbinas de sopro, que fazem o fluxo de ar passar por baixo do dosador, coletam as
sementes ou adubo e levam até a cabeça de distribuição. Todas as linhas de adubo e semente
possuem sensores de passagem. Os tubos são de plástico revestidos com uma espiral de
reforço.
O tempo de resposta à taxa variável é muito rápido.
Quando o adubo chega na linha, há um ciclone que reduz a velocidade do ar, caindo o
mesmo no sulco sem o fluxo de ar. Nas sementes não há o ciclone, sendo cravada no fundo do
sulco. A semente cai na parte frontal e o adubo atrás.
O rotor de sementes é de plástico, com várias opções de tamanhos, conforme a
dosagem e semente usada. A troca de rotor não usa ferramentas e pode trabalhar com todas as
sementes de grãos finos e sementes miúdas como a brachiaria.
As unidades de semeadura são todas pantográficas. Os pantógrafos são
suficientemente largos, dando estabilidade. São de ferro fundido, com maior rigidez. Tudo
com cálculo usando analise estrutural. Assim as linhas conseguem se manter alinhadas em
terrenos inclinados. As linhas são desencontradas, em zigue zague.
Toda máquina é controlada por sensores. As linhas, turbinas, motores hidráulicos, etc.
Existem também fusíveis de segurança.
43
O disco duplo possui alinhamento dos eixos, é defasado, com 16” e 15,5” de diâmetro.
Procuram trabalhar com discos de 7,5 graus de convergência, procurando ser o mais fechado
possível e os condutores são de plástico. Com o passar do tempo, as pontas dos condutores
acabam ter certo desgaste, mas sem apresentar problemas.
A versão arrozeira, onde o pneu mais largo não é opcional, pois vem de série, e na
linha de semeadura troca-se o limitador de profundidade e compactação. As de trigo
trabalham com banda de borracha. Na arrozeira os discos duplos vem com um aro limitador, e
usa uma roda compactadora na traseira da linha. Tendo opção de roda maciça e outra de
banda de borracha. A mais usada é a maciça com duas opções: em V e levemente abaulada.
Trabalha sobre o sulco.
Na versão para trigo a compactadora aterradora é a roda dupla. Tem articulação
pantográfica e consegue-se regular a profundidade por uma cremalheira e regulagem de
inclinação das rodas também.
A multisemeadora SDM possui maior capacidade de adubo e sementes em relação a
NEO. É máquina múltipla semeando em fluxo contínuo ou em precisão.
Engate rotulado, permitindo compensação de articulação da máquina. Tem um
cabeçalho móvel, possibilitando mobilidade no espaçamento. Sua base estrutural são tubos,
possui ajuste através de sistema de fuso, onde é possível regular o ângulo do cabeçalho. Como
é móvel, prende-se a máquina através de braçadeiras parafusadas. É pivotada na máquina e
fica rígido em função da fixação do fuso ou terceiro ponto. Tem Também um ajuste na
ponteira do cabeçalho.
A SDM, em relação a NEO tem estrutura mais robusta, é maior, é disponibilizada com
21, 25 e 29 linhas de 17 cm em fluxo contínuo e 8, 9 e 11 linhas de 45 cm na versão em
precisão. A estrutura da SDM é toda soldada (Tab. 5 e Fig. 15).
A transmissão inicia no rodado e por meio de engrenagens e correntes vai até um eixo
que possui um componente denominado de catraca. Funciona como um limitador de torque,
que faz o ligamento ou desligamento da transmissão. Máquina abaixada o sistema está ligado,
levantada está desligado. A caixa de transmissão da SDM é uma caixa de engrenagens, com
recâmbio das engrenagens convencional.
Plataforma central entre os depósitos, é em aço estampado antiderrapante ao longo de
todo chassi, corrimão tubular, montado. Marcadores de linha é opcional.
Na SDM, há lubrificação nos discos duplos, no rodado, nos compactadores e
aterradores, um ponto de lubrificação com óleo nas caixas de transmissão. Nos pontos de
articulação das linhas usa-se um mancal selado que não precisa lubrificar. Usa a mesma
estratégia de lubrificação da NEO.
Os rodados são externos, os cilindros atuam diretamente sobre os rodados, e o sistema
tem uma válvula divisora de fluxo. São cilindros iguais, e a válvula divide o óleo que vem do
trator igualmente para cada cilindro, levantando os dois lados uniformemente, mesmo com a
máquina inclinada e até a uma altura intermediária.
O transporte é feito com os rodados laterais, possui rodado grande 600 x 400
apropriado para áreas de arroz, são de alta flutuação, mais largo e baixo menor compactação e
estabilidade da máquina. Com isso não compacta muito ao repassar sobre as linhas semeadas.
As unidades de semeadura são todas pantográficas semelhantes a NEO.
O depósito da SDM é composto por caixas frontais e caixas traseiras, com a
plataforma no meio das caixas. Na parte frontal tem a caixa de adubo e semente e na traseira
também. A SDM, não sofreu grandes alterações desde a época da METASA.
Os dosadores de fertilizante da SDM são da marca Fertisystem.
O depósito de semente já dito, é possível alterar a proporção entre adubo e semente,
com chapa divisória. Os dosadores são os rotores acanelados helicoidais convencionais.
44
Disco duplo com alinhamento dos eixos, defasado com 16” e 15,5” de diâmetro,
semelhantes a NEO.
As de trigo trabalham com banda de borracha. Na arrozeira os discos duplos vem com
um aro limitador, e usa uma roda compactadora na traseira da linha. Tendo opção de roda
maciça e outra de banda de borracha. A mais usada é a maciça com duas opções: em V e
levemente abaulada. Trabalha sobre o sulco.
Na versão para trigo a compactadora aterradora é a roda dupla. Tem articulação
pantográfica e consegue-se regular a profundidade por uma cremalheira e regulagem de
inclinação das rodas também.
Além da catraca que funciona como uma embreagem, nos dosadores há um pino
fusível de segurança.
Com respeito a sugestões da empresa, o entrevistado cita que falta informações de
mercado, sobre o que existe. Hoje o processo de desenvolvimento inicia no marketing do
produto, onde é feito o levantamento das demandas e que junto com a engenharia de produto
trabalha para atingir um objetivo. A indústria precisa saber informações de mercado, onde
está, que tipo de máquina precisa, quanto de máquinas os produtores estão demandando. Não
existe estatística sobre o mercado de máquinas de plantio.
A Kuhn tem equipe para determinar cálculo estrutural e efetua pesquisa de campo para
determinar os esforços solicitantes. As Universidades e Instituições de pesquisa deveriam ter
uma relação melhor com as empresas. Hoje a empresa tem que pagar tudo.
A maior dificuldade para os teste de máquinas é a disponibilidade de área. Houve uma
tentativa com Universidade, mas não deu certo. Com produtores as vezes é possível, mas não
é o suficiente.
Sentem falta de trabalhos de testes comparativos como os realizados na França pelo
CEMAGREF. Sugere que se for realizado testes no Brasil, é necessário deixar claro a
metodologia e o que será apresentado para todas as empresas.
Uma revista alemã apresentou teste de distribuidores de fertilizante. Os fabricantes
iriam saber do fertilizante na hora, a regulagem era feita por técnico da instituição com as
recomendações do manual da fábrica. Aí era avaliado também o manual. Caso o fabricante
discordasse da regulagem, era permitido que o fabricante fizesse nova regulagem, e
apresentava-se ao público os dois resultados. No final foi divulgado também as empresas
convidadas e as que realmente participaram dos testes e as que não quiseram participar.
Houve um termo de responsabilidade que as empresas assinaram.
A logística seria a primeira grande contribuição do governo. Estradas, trens e navios.
A questão tributária que está desorganizado.
As fabricas tem dificuldades para fazer testes no Centro Oeste, por exemplo. São
obrigadas a tirar nota fiscal com custo. A máquina precisa ir e voltar sem pagar imposto, pois
vai para teste e não para venda. Hoje isso encarece demais. Até a participação nos eventos
também é problemático.
3.2.5 A indústria KULZER & KLIEMANN de Toledo no Paraná iniciou seus trabalhos
com adaptações de semeadoras adubadoras de plantio direto desde 1981 e em 1998 fabricou
sua primeira máquina. Fabrica semeadoras adubadoras de precisão e fluxo contínuo por
encomenda com dispositivos diferenciados principalmente quanto a atuação das molas sobre
as unidades de semeadura, utilizando cabo de aço para uniformizar a pressão sobre as linhas e
permitir grande amplitude de movimentação vertical sobre as mesmas.
A semeadora de fluxo contínuo KK possui cabeçalho estreito com um furo alongado
na ponta. Apresenta regulagem da altura do cabeçalho com a barra de tração. Não possui
nenhum opcional ou adicional.
45
O chassi é construído para que os rodados fiquem internamente à máquina. Destaca-se
que é a única semeadora de fluxo contínuo que os rodados são internos a máquina, como são
as de semeadoras de precisão. Assim, o chassi é fabricado semelhante a uma semeadora de
soja e milho. Os conjuntos de roda possuem um balancim, na forma de um arco, para cada
dois pneus, sendo que a máquina possui quatro pneus. As linhas cruzam por cima do sistema
dos pneus. Com isso apresenta vantagem no transporte em estradas e na semeadura em
terraços de base larga “gamela”. O chassi é bastante robusto, pois faz o uso de barras de aço
maciças em partes da estrutura, como na fixação dos rodados e linhas de plantio.
É disponível com 17, 19, 21, 23, 25, 27 e 29 linhas espaçadas a 15,7 cm (Tab. 6 e Fig.
16).
Transmissão por engrenagens, sem sistema de troca rápida, cita que não há grande
demanda de regulagem na transmissão uma vez que os dosadores de semente também são
regulados por meio do controle a abertura dos rotores.
A transmissão é acionada por catracas, que permitem ligar e desligar metade da
máquina.
Possui plataforma dianteira, larga (60cm), com proteção que impede que o operador
caia. O sistema de uniformização de carga nas linhas impede que a plataforma seja
posicionada na parte traseira.
Os marcadores de linha são opcionais.
Como estratégia de lubrificação, diminuiu apenas em alguns pontos, pois os
rolamentos blindados não apresentam boa vida útil em muitas posições da máquina. O projeto
da KK já nasceu com muitas graxeiras e mantiveram boa parte delas, pois há problema de
entrada de terra nas vedações das semeadoras. Entende que é difícil eliminar totalmente os
pontos de engraxamento, e cita, como exemplo, a mancalização do eixo principal da máquina.
O sistema de levante hidráulico, usando um único pistão, é uma alternativa mais
barata, no entanto torna a máquina mais pesada. O sistema com pistões independentes facilita
a adoção de sistemas sem graxeiras, por exemplo buchas grafitadas em eixos com retentores
para evitar a entrada de terra.
Há necessidade da periodicidade no engraxamento, requerendo disciplina por parte do
responsável pela manutenção. Mas gera reclamações do produtor, dado trabalho que dá.
Menciona um novo sistema de vedação que não faz uso de retentores, que é muito
eficiente enquanto os rolamentos não apresentam folgas. Cita que a grande dificuldade nas
semeadoras são nos discos duplos, os quais, mesmo nos novos, a lubrificação não se mostra
como uma solução duradoura.
A KK tem sistema de levante por um único cilindro hidráulico girando um eixo que
eleva todos os rodados, já citado anteriormente. Explica que em um cenário com áreas em
declive mais acentuado, dentro de um terraço de base larga, onde as semeadoras com pistões
independentes, ao longo de um tiro muito longo, se inclinam. Nelas o pistão de um lado
recolhe mais que o outro, fazendo com que a máquina fique desalinhada longitudinalmente,
obrigando o operador a sair do terraço, operar o levante, para então retornar ao plantio no
terraço.
O Depósito de fertilizante é de metal com base reforçada de Inox. Há problemas de
corrosão no fundo das caixas, caso o cuidado não seja apropriado (lavar e lubrificar). Mas no
histórico da fábrica nenhuma caixa chegou a chegar podre para manutenção.
O dosador de fertilizante é da marca Fertisystem até o momento ainda é o melhor
disponível no mercado. O conceito da rosca curta com bloqueio na saída, característica da
Fertisystem, é a melhor alternativa para os fertilizantes mais pegajosos. Os modelos mais
antigos desse fabricante dão mais problemas, mas o fabricante (que é nacional) ainda mantém
suporte de peças para os mesmos.
46
Os condutores são de tubos telescópicos, entretanto com os fertilizantes trava com o
tempo devido ao acumulo de pó, quebrando e tendo que ser substituído. Por outro lado,
quando a semeadora cruza uma curva de nível, a grande oscilação das linhas faz com que o
uso de mangueiras não seja indicado, pois provoca grandes falhas na distribuição de
fertilizante, devido ao abaloamento das mesmas. Esta é a razão explicada para a manutenção
do uso dos tubos telescópicos nos fertilizantes. Mangueiras curtas são utilizados para o
acoplamento entre o distribuidor de fertilizante e o tubo telescópico.
Os depósitos de sementes são de ferro, cujo uso é justificado pelo aspecto estrutural
que possibilita o melhor alinhamento dos distribuidores de sementes.
Os dosadores de sementes são os rotores helicoidais de aço. Todo o resto é o sistema
tradicional. Com sementes de aveia pode haver entupimentos.
A caixa para a distribuição de sementes miúdas é opcional. As sementes miúdas são
conduzidas por mangueiras finas até o ponto de entrada auxiliar presente na carcaça do
distribuidor de sementes normais da semeadora.
A semeadora da KK é a única em que as sementes são depositadas de forma
desalinhadas em relação ao fertilizante e ao próprio sulco aberto pelos discos, alternando-se à
esquerda e à direita destes.
Os discos são de 15” com um pequeno desencontro entre eles, dentro do qual cai
juntamente o fertilizante e as sementes. São empregados rolamentos maiores para que os seus
eixos sejam parafusados nos suportes por meio de parafusos mais espessos devido a
frequentes problemas de quebra. A semeadora KK é mais pesadas que o normal, e a pressão
aplicada nos discos pode ser bem maior.
Cita que uma grande defasagem entre os discos duplos eleva o desgaste em apenas um
deles, tornando-se mais acentuado e desigual em relação ao seu par.
O controle de profundidade é feito por um meio de uma roda, disposta lateralmente,
que desempenha a função de cobertura do sulco e controle da profundidade.
A aplicação de força sobre as linhas de plantio é feita de forma uniforme. Isso se faz
por meio de um conjunto de várias molas e roldanas pelas quais se passa um único cabo de
aço. A regulagem da pressão se faz regulando o comprimento total deste cabo, o que é feito
por meio de uma catraca que recolhe o cabo. Importante destacar que as linhas curtas e a
linhas longas têm sistemas separados, ou seja, cada um destes conjuntos têm o seu sistema de
cabos e roldanas.
Na engrenagem da corrente existe um pino fusível (1/4”) que se rompe em grande
sobrecarga.
Tabela 6 – Modelo de semeadora adubadora fluxo contínuo (SAF) da KULZER &
KLIEMANN.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇ
AMENTO DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES
DEPÓSITO E TRANSPORTE DE
SEMENTES
ALINHAMENTO DOS
ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR DE
FERTILIZANTE
KK
SAF
arrasto
pivotada
17, 19, 21, 23,
25, 27 e 29
15,7 cm
Rotores
helicoidais Depósito
elevado/gravidade
Zigue zague
disco de
sementes e
fertilizante
Rosca sem
fim
47
Figura 16- Semeadora adubadora KK em fluxo contínuo (SAF) da KULZER & KLIEMANN.
A empresa atua muito próximo ao produtor, e com isso desenvolve suas atividades,
mas o sistema não consegue apoiar o industrial para seu desenvolvimento na prática. Os
recursos praticamente não chegam na industria. É extremamente difícil. Os industriais na sua
maioria investem nos seus sonhos, além de não ter acesso ao dinheiro, quando tem, o BNDES
interrompe a linha de financiamento, ou seja, puxa o tapete e deixa a indústria na mão.
É difícil para as indústrias acompanharem a tecnologia disponível. O conhecimento da
indústria tem muito valor, mas têm dificuldade de acompanhar os recursos tecnológicos que
existem hoje.
Qualquer empresa sente a necessidade de ter parâmetros que auxiliem no
dimensionamento de suas máquinas. A exigência do mercado está mais definida no preço,
mas o dimensionamento é necessário e as indústrias trabalham mais experimentalmente para
construir suas máquinas. Um desenhista de alto gabarito é peça rara. Só depois de 5 anos o
profissional está realmente capacitado.
A única entidade que daria crédito para estudar e avaliar nossas máquinas seria o
IAPAR (Institutos de pesquisa), pois as Universidades não têm esse foco. Há muita seriedade,
mas o governo não apoia esse tipo trabalho. Há muita demora para se aprovar uma patente no
país. Teve notícia que no Brasil demora-se em média mais de 10 anos para se obter uma
patente.
Cita que a equipe da fábrica sozinha é responsável pela assistência técnica. Não
trabalha com revendas, exatamente pelo fato da dificuldade de assistência técnica. As
máquinas também quebram nos finais de semana. Considera o item mais difícil de ser
resolvido.
Na prática, percebe-se haver uma ausência completa do Estado. Desde a compra do
aço que fica dependente de intermediários. O produto chega na fábrica a custo muito elevado.
As pequenas empresas têm muita dificuldade. O pequeno industrial tem que trabalhar muito
para sobreviver. Nunca teve apoio. O único destaque foram as avaliações de máquinas
realizadas pelo IAPAR nos anos 1999 a 2003, que ampliou a visibilidade da empresa a nível
regional.
3.2.6 A indústria PLANTI CENTER de Marialva no estado do Paraná, iniciou suas
atividades com SPD em 1988 realizando adaptações em semeadoras adubadoras de plantio
direto, principalmente adequando-as ao trabalho em solos argilosos do norte do Paraná.
Iniciou a fabricação de suas máquinas próprias em 1999 e a partir daí foi evoluindo
constantemente. Hoje disponibiliza 13 semeadoras adubadoras de precisão e 3 de fluxo
contínuo, apresentados na tabela 7 algumas de suas características.
Possui três modelos de semeadoras de fluxo contínuo, a SFR com 17 a 21 linhas, a
SFR com 23 a 27 linhas e a SFR G2 com 19 e 21 linhas (Tab. 7 e Fig. 17).
48
No engate usam o sistema de rótula. O cabeçalho possui um terceiro ponto com rosca
para regulagem da altura do engate. Nas máquinas mais pesadas há um pistão hidráulico
(utilizando o controle remoto do trator) que ergue o cabeçalho para carregar no caminhão ou
durante o transporte, enquanto que nas mais leves isso é manual.
O dimensionamento do chassi é realizado em função da capacidade de carga
necessária, envolvendo cálculo ou experiência prática. Máquinas menores apresentam
estrutura de chassis mais simples. Máquinas maiores com mais elementos de reforço. A
metodologia de projeto conta com grande apoio das avaliações a campo, uma vez que o
projeto está sujeito a situações não previstas nas fases de concepção e dimensionamento.
Dentre os requisitos de projeto, são considerados: facilidade de acoplamento das
linhas, rodados, facilidade de entrar embaixo da máquina para manutenção. A maior
vulnerabilidade dos chassis ocorre em situação de transporte. É nesta situação na qual as
falhas estruturais ocorrem com a maior frequência.
O sistema de transmissão do movimento, inicia nos rodados por meio de correntes e
engrenagens, usando pinheirinho, nos três modelos da SFR. Nas máquinas de inverno não se
faz o uso de caixa de câmbio uma vez que o seu valor de mercado não comporta tais
melhorias.
O sistema de acionamento e desarme da transmissão é realizado pelos rodados
externos.
As plataformas tem que seguir as normas da ABNT e do Ministério do Trabalho que
determinam uma largura mínima para que uma pessoa possa andar sobre elas. No projeto,
primeiro são posicionadas as caixas dos reservatórios de semente e adubo e posteriormente as
plataformas. Nas semeadoras de inverno elas ficam na parte de trás das máquinas, atrás dos
reservatórios.
O marcador de linha ainda existe, principalmente nas máquinas de inverno maiores,
mas é um item opcional, não de série. Nos tratores com GPS não há tanta preocupação,
mesmo que ocorra alguma remontagem. A maior demanda ocorre em plantios noturnos. Os
marcadores apresentam uma estrutura tradicional apenas com pistão, braço e disco, sem o uso
de novas tecnologias de marcação.
A lubrificação é manual, com graxeiras. Usa-se rolamentos blindados nas partes onde
não há necessidade de muita lubrificação. Há resistência de alguns agricultores na eliminação
de pontos de engraxamento, mas é consenso que quanto menos engraxamento melhor,
principalmente quando o serviço é executado por funcionários e não pelos proprietários. As
máquinas atuais tem redução na necessidade de lubrificação em relação às modelos de 20
anos atrás. Há situações onde o uso de buchas e rolamentos sem lubrificação apresentam
problemas que passam a incomodar, sendo que com a lubrificação não incomodava.
A adoção de componentes que não requer lubrificação é limitada, pelo valor de
revenda da máquina, pois a concorrência define o custo da máquina.
49
Tabela 7 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) da PLANTICENTER.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇAMENTO DISTRIBUIÇÃO
DE SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE DE
SEMENTES
PESO POR
LINHA kgf
ALINHAMENTO
DOS
ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR
DE
FERTILIZANTE
SFR
17 a 21
SAF arrasto
pivotada
17, 19 e 21
18 cm
Rotores
helicoidais
Depósito
elevado/gravidade
128 a 129 Zigue zague disco
de corte, disco de
sementes
Rosca sem fim
SFR
23 a 27
SAF arrasto
pivotada
23 e 27
18 cm
Rotores
helicoidais Depósito
elevado/gravidade
206 a 233 Zigue zague disco
de corte, disco de
sementes
Rosca sem fim
SFR G2 SAF arrasto
pivotada
19 e 21
18 cm
Rotores
helicoidais Depósito
elevado/gravidade
- Zigue zague disco
de corte, disco de
sementes
Rosca sem fim
SFR 17 a 21
SFR 23 a 27 SFR G2
Figura 17- Semeadoras adubadoras em fluxo contínuo (SAF) da PLANTI CENTER.
50
O sistema de levante e transporte é realizado com rodados externos e cilindros
hidráulicos independentes, com um pistão em cada roda. O problema dos cilindros hidráulicos
em cada um dos rodados levantarem a máquina de forma desigual, já foi resolvido. Existem
fornecedores que vendem componentes para solucionar tal problema, e que todos fabricantes
usam.
Todas as máquinas de inverno, com exceção da de 17 linhas possuem opcional para
transporte, onde, a máquina é transportada lateralmente, tornando-se mais estreita na via.
Os depósitos de fertilizante são todos feitos por roto-moldagem. Porque não enferruja e
apresenta um visual melhor. Está começando a fazer a roto-moldagem na própria fábrica
A fixação do distribuidor de fertilizantes varia de modelo para modelo, se é presa ao
berço ou na própria caixa de fertilizantes. Para as semeadoras é sempre fixo em baixo.
Os dosadores de fertilizante hoje são da marca Fertisytem. Os condutores são com
mangueira de borracha e nos discos duplos são unidos ao condutor de sementes.
O depósito de sementes é de plástico e menor em relação aos depósitos de
fertilizantes.
O dosador de sementes é o rotor helicoidal para todos os modelos de inverno. Sua
regulagem é por meio do deslocamento do rotor no próprio eixo. Alterando-se a relação de
transmissão no pinheirinho. Há uma abertura da janela na parte inferior do distribuidor.
Quando a abertura do rotor é muito pequena, no caso da aveia, se esta estiver suja,
haverá problemas na distribuição. Esse problema é citado por outros fabricantes também.
Os modelos normais semeiam também sementes miúdas como a brachiária, usando o
rotor helicoidal, por meio de troca de engrenagem na transmissão.
Usa para as sementes, condutores com tudo telescópico em todas as máquinas.
São usados discos duplos defasados, para corte da palha e abertura do sulco. Com dois
diâmetros, com 15” e 13”.
São usadas linhas pivotadas, com sistema de molas em cima. A regulagem se faz por
meio atuação sobre as molas. Também há uma regulagem com calços nos pistões, que
também serve para ajustar a pressão nas linhas. A regulagem na profundidade é feita por meio
de rodas limitadoras e compactadora, que são usada rodas em “V”. Nas máquinas de 23 e 27
linhas é utilizada uma roda mais larga, enquanto que uma um pouco mais estreita nas de 17,
19 e 21 linhas. A razão disto se deve que as máquinas maiores possuem um chassi mais
pesado, bem como aceitam mais um custo maior, permitindo o uso de rodas maiores. Todas as
rodas em “V” das máquinas possuem regulagem do ângulo de abertura.
Grandes produtores pedem para não se colocar eletrônica complicada no trator, por
recomendação de seus funcionários, pois quando as maquinas dão defeito eles não conseguem
arrumar, ficando dependente do técnico.
As máquinas não tem limitador de torque na transmissão. No entanto, não houve
reclamação dos clientes solicitando esse tipo de proteção. Normalmente os problemas de
estouro de transmissão ocorrem na primeira saída de plantio, devido à falta de manutenção no
ano anterior.
A estratégia de manutenção é pensado no projeto. Por exemplo, facilidade em se sacar
o pneu em caso de manutenção, sem a necessidade de se precisar murcha-lo. Acesso a
parafusos, acesso à graxeiras, sacar pinos embaixo da máquina, todos esses itens são
projetados com vistas a manutenção. Em todas as máquinas é possível variar o espaçamento
entre linhas de 18 cm para cima.
A fábrica dá preferência a utilizar o pessoal próprio no projeto. As Universidades vem
para a empresa com intenção de aprender, o que não beneficia a empresa. Portanto, eles
preferem buscar as informações diretamente com os agricultores.
51
Dados nacionais sobre esforços solicitantes nas ferramentas de ataque ao solo seriam
de interesse das indústrias no país. Faltam informações para parâmetros de projeto.
Têm uma observação sobre patentes no Brasil. Entende que proteção por patente
demora para ser homologada (7 a 10 anos) e seu custo de manutenção a torna pouco útil.
Além disso, são homologadas patentes sem um levantamento muito aprofundado,
concedendo-se à ideias que não são originais, ou seja, já existiam a 20 ou 30 anos atrás.
Quanto aos teste de máquinas, cita que são feitos como agricultor. Fazem, também,
testes preliminares em propriedade própria.
As instituições de ensino dão aulas utilizando modelos de máquinas muito antigos, e
não incorporam as novas tecnologias em uso na agricultura.
Os professores não possuem conhecimento sobre as máquinas atuais, necessitando de
atualização, reciclagem.
Reclama da alta tributação que faz com que as empresas se fechem e entende que
qualquer auxilio das empresas na formação de pessoal junto as instituições apenas servirá
para capacitar um profissional para a concorrência.
O governo está colocando cursos de graça no SENAI mas não tem interessados, não
preenchendo nem as vagas e, assim, não gerando mão-de-obra. Da a impressão que a nova
geração não quer saber de trabalhar, reclama o entrevistado.
Cita que, o que é preciso, é financiamento as empresas e estradas. As estradas rurais
são muito estreitas, bem como as pontes, dificultando o transporte de máquinas. Isto limita o
tamanho das máquinas que um determinado agricultor pode comprar.
Na cultura do trigo, entende que está faltando um política mais adequada para
incentivar a região sul e centro-oeste, como reduzindo-se a importação de trigo e
incentivando-se mais o agricultor nacional. No atual cenário, a cultura do trigo não é rentável,
logo o agricultor não investe na sua modernização, o que resulta em menos competitividade.
2.7 A indústria STARA que iniciou suas atividades em 1960, no município de Não Me
Toque no estado do Rio Grande do Sul, e participa hoje em todo território nacional
exportando para 35 países, vários tipos de máquinas agrícolas. Em 2000 iniciou estudos com
Agricultura de Precisão com o projeto AQUARIUS e em 2001 associou-se a SFIL já
experiente fabricante de semeadoras adubadoras de plantio direto. Esta parceria foi desfeita
em 2006 e em 2008 a STARA inicia a fabricação de suas semeadoras para o SPD.
A STARA possui 6 modelos de semeadoras adubadoras de precisão a partir de 5 até
35 linhas. Para a semeadura de cereais de inverno (semeadoras adubadoras de fluxo contínuo),
a STARA disponibiliza 6 modelos de semeadoras de fluxo contínuo com 12 até 56 linhas e
espaçamento 17 cm entre linhas. São 2 semeadoras adubadoras de fluxo contínuo, 4
semeadoras multissemeadoras (Tab. 8).
As semeadoras adubadoras de fluxo contínuo PRIMA SUPER e CERES SUPER estão disponíveis com 44, 48,52 e 56 linhas espaçadas de 17 cm (Tab. 8 e Fig. 18).
O engate é do tipo bucha temperada que permite a troca rápida. O ajuste de altura é
feito por cilindro hidráulico. A bucha tem articulação na vertical e giro. O Cabeçalho é
levantado hidraulicamente e é dimensionado para com que somente o peso do cabeçalho se
apoia sobre a barra de tração.
O Chassi é soldado, monobloco. São dois chassis articulados no meio. As chapas
internas são montadas e ajustáveis. A frente de ataque é elevado para evitar embuchamento.
Plataforma traseira com piso de chapa estampada. Corrimão dentro da norma MR2.
Não tem em marcadores de linha, pois usa GPS para seu posicionamento no campo.
Há preocupação em reduzir os pontos de lubrificação. Usa rolamentos nas linhas
F110390, blindado de um lado e do outro há blindagem no cubo onde é colocado graxa dentro
52
do cubo. Recomenda só fazer a troca da graxa, quando for feita a revisão da máquina. Assim,
não é preciso fazer a lubrificação periódica, nos discos duplos, nas limitadoras,
compactadoras. Desta forma a manutenção deve ser feita somente na entre safra. Os pontos de
lubrificação se resumem aos rodados, na articulação do cabeçalho.
As unidades de semeadura são todas pantográficas. Nos pantógrafos as buchas são
auto lubrificantes com um retentor na lateral. É um plástico especial importado da Alemanha.
O sistema de levante da máquina é patenteado. Todos os rodados são interligados. Os
quatro rodados, tanto os da frente como os de trás são interligados. Qualquer irregularidade do
terreno, não transfere o esforço para o chassi. No transporte, o cabeçalho é levantado
hidraulicamente, os rodados giram e a máquina é transportada longitudinalmente. A largura é
de 4,5 m. Para o transporte em caminhão é necessário retirar os rodados e é apoiada em pés de
apoio.
Transmissão é realizada por motor hidráulico.
No depósitos de fertilizante, há preocupação com o ângulo de escoamento do adubo. É
de plástico, rotomoldado fabricado por terceiros, próximos da região. Há um berço de chapa
de aço para evitar deformações. Permitir a interligação do eixo de acionamento dos dosadores.
Os reservatórios nasceram na PRIMA e havia a intensão de usar somente o plástico, mas foi
obrigatório usar o berço. Para esgotar o depósito é feito pelo dosador. Os produtores esgotam
o depósito funcionando a transmissão e recolhendo o fertilizante em baixo.
O dosador de fertilizante em todas as máquinas da STARA é o da marca Fertisystem
com rosca sem fim. Tem atendido as necessidades, mas com algumas reclamações nos casos
de subida e descida.
Usa condutores telescópicos por gravidade. Possuem uma pequena inclinação, mas
procura-se no projeto posicionar os reservatórios o máximo possíveis sobre os discos duplos.
Há preocupação também com o centro de gravidade da máquina, pois a maior demanda de
peso é sobre os discos. Há o condutor de adubo que cai na frente e outro condutor de
sementes que cai atrás. Ambos no interior do disco duplo.
Os depósitos de sementes são semelhantes, de plástico e com preocupação como
ângulo de queda. A proporção é de 2/1 entre adubo e semente. Também se apoia num berço
de aço. O plástico é anti UV, com cuidados com a estruturação da tampa, devido ao calor em
outras regiões. O uso de nervuras ajudam.
Usa rotores acanalados helicoidais de plástico, como distribuidores de sementes,
fabricados por terceiros. Como a transmissão é hidráulica, é possível variar bem a dosagem de
sementes.
A PRIMA SUPER e CERES SUPER somente trabalham com taxa variável. Possui o
controlador TOPER 4500 feito totalmente na STARA, controlando toda a taxa variável, GPS.
Feito o mapa de recomendações de adubo e semente, insere no controlador, que comanda a
semeadora. Os motores hidráulicos são ligados em série nos dois lados da máquina. Em um
dos lados da máquina há uma válvula PWM que controla a rotação dos motores, através do
sinal vindo do controlador. O óleo vem do trator. Um cuidado é a regulagem da vazão do óleo
que não pode ser superior a 50 litros/min. O operador deve saber ler e escrever.
Os condutores são telescópicos, como no adubo.
Usa discos defasados, com diâmetros diferentes (15,5” e 16”) e o desencontrado tem
de várias formas, devido a necessidade do cliente. Desencontrado com 15” e 16”. No defasado
os centro são alinhados com discos de diâmetros diferentes. Os desencontrados, o centro são
deslocados e pode ter discos de diâmetros diferentes também. Procura-se trabalhar com
ângulo dos discos o menor possível. Mas no caso da PRIMA, com sensor de sementes, obriga
a abrir um pouco mais o ângulo de abertura dos discos, em relação a CERES.
53
O sensor de sementes também é produzido pela STARA e somente é de presença da
semente.
A compactação e aterramento é feita por rodas limitadoras de profundidade.
Posiciona-se um pouco atrás do disco duplo, com regulagem de ângulo de abertura. Roda de
borracha com 80 mm de largura e uma aba lateram que ajuda o aterramento das sementes. A
regulagem de profundidade é feita por uma rosca e abertura de fácil manuseio.
Com o motor hidráulico a segurança aumenta pois funciona como limitador de torque.
As multissemeadoras CERES e CERES MASTER estão disponíveis com 12, 14,
16, 18, 20 e 22 linhas com 17 cm de espaçamento e 5, 6, 7, 8 e 9 linhas de 45 cm (Tab. 8 e
Fig. 18).
Engate tipo bucha temperada que permite a troca rápida, semelhante a CERES SUPER
e PRIMA SUPER.
O Chassi é soldado, monobloco. As chapas internas são montadas e ajustáveis. A
frente de ataque é elevado para evitar embuchamento. As vigas da barra porta ferramenta é
com tubos de 100 x 100 mm de aço estrutural. A estrutura da CERES MASTER é um pouco
maior que a da CERES. A capacidade de carga também é maior. A CERES tem de 12 a 18
linhas e a CERES MASTER 20 e 22 linhas.
Transmissão por rodados externos ao chassi. Correntes até a caixa de transmissão, o
pinheirinho, indo a transmissão de adubo e de sementes. Com grande variação de engrenagens
e distribuição. Sem reclamações a 11 anos.
Plataforma traseira com piso de chapa estampada. Corrimão dentro da norma MR2.
Marcadores de linha opcional somente na CERES MASTER.
Há preocupação em reduzir os pontos de lubrificação e a estratégia é a mesma das
CERES SUPER e PRIMA SUPER. As unidades de semeadura são todas pantográficas. Nos
pantógrafos as buchas são auto lubrificantes com um retentor na lateral.
O sistema de levante da máquina é com sistema hidráulico. O transporte longitudinal é
disponível na CERES MASTER.
Depósitos de fertilizante e sementes são semelhantes da CERES SUPER e PRIMA
SUPER. Possui caixa adicional para pastagens. Dosador de fertilizante da marca Fertisystem,
condutores telescópicos para sementes e fertilizante, dosadores de sementes também
semelhantes a CERES SUPER e PRIMA SUPER, com transmissão hidráulica permitindo
trabalhar com taxa variável.
Discos defasados e desencontrados, rodas compactadoras e de aterramento, também,
semelhantes da CERES SUPER e PRIMA SUPER.
Possui um sistema de segurança na catraca da máquina, funcionando como limitador
de torque, além do uso de motor hidráulico que funciona como limitador de torque.
A multissemeadora PRIMA e PRIMA SEMENTES estão disponíveis com 24, 26 e 28
linhas com 17 cm de espaçamento e 9 e 11 linhas de 45 cm (Tab. 8 e Fig. 18).
Engate tipo bucha temperada que permite a troca rápida. O ajuste de altura é feito por
tensor manual. A bucha tem articulação na vertical e giro. O Cabeçalho é levantado
manualmente e é dimensionado para com que somente o peso do cabeçalho se apoia nobre a
barra de tração.
54
Tabela 8 – Modelos de semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu) da STARA.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇAMENTO DISTRIBUIÇÃO
DE SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE DE
SEMENTES
PESO POR
LINHA kgf
ALINHAMENTO
DOS
ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR
DE
FERTILIZANTE
PRIMA SUPER e
CERES SUPER
SAF arrasto
pantográfica
44, 48, 52 e 56
17 cm
Rotores helicoidais depósito
elevado/gravidade
193 a 202 Zigue zague disco
de sementes
Rosca sem fim
CERES e CERES
MASTER
SAMu arrasto
pantográfica
12, 14, 16, 18, 20 e 22 17
cm
5, 6, 7, 8 e 9 45 cm
Rotores helicoidais
e discos alveolados
30 depósito e
pipoqueira/gravidade
172 a 189
402 a 460
Zigue zague disco
de corte, haste
Alinhados
disco de sementes
Rosca sem fim
PRIMA SAMu arrasto
pantográfica
24, 26 e 28 17 cm
9 e 11 45 cm
Rotores helicoidais
e discos alveolados
30 depósito e
pipoqueira/gravidade
196 a 202
500 a 583
Zigue zague disco
de corte, haste
Alinhados
disco de sementes
Rosca sem fim
PRIMA SUPER CERES PRIMA
Figura 18 – Semeadora adubadora de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadoras (SAMu) da STARA.
55
O Chassi é soldado monobloco. As chapas internas são montadas e ajustáveis. A frente
de ataque é elevado para evitar embuchamento. As vigas da barra porta ferramenta é com
tubos de 100 x 100 mm de aço estrutural. A STARA executa o cálculo estrutural de suas
máquinas com o ANSIS. Os esforços são determinados em campo com célula de carga e
colagem de strain gage.
A transmissão por rodados externos ao chassi. Correntes até a caixa de transmissão, o
pinheirinho, indo a transmissão de adubo e de sementes. Com grande variação de engrenagens
e distribuição.
Plataforma traseira com piso de chapa estampada. Marcadores de linha opcional.
Estratégia de lubrificação semelhante a CERES SUPER e PRIMA SUPER.
O sistema de levante da máquina é com sistema hidráulico. A Máquina se eleva bem
alto em relação ao solo.
Depósitos de fertilizante, sementes, sementes miúdas, condutores, abridores de sulco,
aterradores e compactadores semelhantes a CERES SUPER e PRIMA SUPER. Existe a opção
da PRIMA só com distribuição de sementes e nesse caso o depósito é de aço. Todas as
máquinas tem os discos em zigue zage.
Possui um sistema de segurança na catraca da máquina, funcionando como limitador
de torque. As unidades de semeadura são todas pantográficas, semelhante as demais.
Analisando a empresa sobre alguns pontos da engenharia de produto, citam que a
STARA tem equipe para determinar cálculo estrutural, dominam o uso do software ANSIS e
efetua pesquisa de campo para determinar os esforços solicitantes, determinados em campo
com célula de carga e colagem de strain gage.
As Universidades deveriam ter uma relação melhor com as empresas. Hoje a empresa
tem que pagar tudo. Os estudantes de universidade que não trabalham, quando se formam não
sabem desenhar um parafuso. A empresa tem que preparar seus técnicos. Até o SENAI deixa
a desejar e está sucateado.
3.2.7 A indústria VENCE TUDO iniciou suas atividades em 1964 no município de Ibirubá
no estado do Rio Grande do Sul. A fabricação de semeadoras adubadoras para o SPD deu-se
na década de 80, portanto sendo uma das pioneiras do SPD e consolidou-se com seus modelos
de multissemeadoras SA no início da década de 90. Hoje com sua expansão participa em todo
mercado nacional e exporta para 32 países.
Disponibiliza 15 modelos de semeadoras adubadoras, constituindo-se de 8 semeadoras
adubadoras de precisão, 1 semeadora de precisão, 6 semeadoras adubadoras de fluxo contínuo
e 2 multissemeadoras.
As semeadoras adubadoras PAMPEANA, PAMPEANA SUPER e PAMPEANA
MACANUDA, são de fluxo contínuo disponibilizadas de 17 a 65 linhas espaçadas a 17 cm
(Tab. 9 e Fig. 19).
Engate possui uma rótula para compensar as irregularidades do terreno. O cabeçalho
apoia-se 60% sobre a barra de tração e 40% sobre a semeadora. Isso faz com que aumente a
capacidade de tração do trator e o cabeçalho não fique batendo sobre a barra de tração. A
regulagem de nivelamento é feita trocando-se os orifícios na vertical sem uso de chaves. Para
transporte há sistema hidráulico para levantar o cabeçalho.
Na PAMPEANA SUPER foi acrescentado um terceiro ponto. Na MACANUDA o
sistema é todo hidráulico, que é ajustado automaticamente no trajeto por sistema hidráulico. A
PAMPEANA SUPER usa também um chassi monobloco e foi realizado vários testes até
chegar na resistência desejada.
56
O Chassi é com tubos soldados em monobloco no modelo PAMPEANA, tem porta
ferramenta fixo (100 x 100 mm). Todo chassi foi testado e calculado para a de 28 linhas e as
menores estão superdimensionadas. As chapas estruturais são soldadas e as laterais são em
maior espessura. Usam o software ANSYS para auxílio no dimencionamento estrutural, mas é
nos testes experimentais que conseguem chegar a conclusão final. O chassi da PAMPEANA
MACANUDA é composto de três parte que se articulam independentemente, para copiar o
solo. O porta ferramenta é parafusada. Essa máquina foi construída para otimizar os tratores
dos produtores que tinham máquinas grandes no verão. Chassi muito robusto.
A decisão de desenvolvimento de uma máquina inicia na área comercial, que levanta a
demanda, reúne-se com a diretoria, monta-se a estratégia do tamanho e características e, a
partir daí inicia o projeto e construção na engenharia. Libera para o protótipo e depois testa.
A PAMPEANA MACANUDA para seu transporte levanta hidraulicamente suas
laterais e fica com 5 metros, equivalente a largura do trator.
Ambos modelos da PAMPEANA usam transmissão mecânica, inicia nos rodados que
por corrente vai até a catraca, com sistema de liga desliga. Possui uma caixa de câmbio
(pinheirinho) com troca rápida, sem uso de chaves. Daí segue a transmissão para o sistema de
sementes e adubo.
Na PAMPEANA MACANUDA o sistema de transmissão é o mesmo, mas com
opcional de ser tocada por motor hidráulico. Pode trabalhar com taxa fixa ou variável,
monitorado na cabine do trator. Elimina toda caixa de câmbio e transmissão mecânica.
Iniciaram o uso de taxa variável em 2009, quando ganharam o prêmio GERDAU.
AS PAMPEANAS são usadas não somente para a semeadura de culturas de inverno,
como o nabo forrageiro, mas também no manejo e incorporação de cloreto de potássio para a
soja que será semeada.
As plataformas são traseiras com chapas expandida perfurada, permitindo que não
escorregue e podendo verificar o que acontece em baixo. Tudo na norma MR12.
As PAMPEANA E PAMPEANA SUPER tem marcador de linha hidráulico opcional.
A MACANUDA não, pois usa GPS. No início do projeto das PAMPEANAS não
contemplava inserir os marcadores, mas a semeadura ficava invisível e principalmente à noite
foi necessário inserir o marcador de linha.
Os três modelos de PAMPEANA usam as mesmas linhas. Há somente um ponto de
lubrificação que é no limitador de profundidade do disco que regula a altura. Os rolamentos
são todos blindados, tanto do disco duplo como do limitador. Há lubrificação também nos
rolamentos dos rodados, nos garfos do rodado. Então, existe somente um ponto de
lubrificação em cada linha e nos rodados três pontos. Isso também não necessita ser
diariamente.
As unidades de semeadura são todas pantográficas. Nos pantógrafos as buchas são
auto lubrificantes com um retentor na lateral. É um plástico especial importado da Alemanha.
Sistema de levante e transporte. A PAMPEANA e a PAMPEANA SUPER trabalha
com o sistema de cilindro escravo, e não apresenta problemas. Possuem um cilindro em cada
rodado. No caso da PAMPEANA MACANUDA também tem um cilindro por rodado, todos
do mesmo tamanho, mas independentes. Usa uma válvula divisora de fluxo e também uma
válvula de rotação por engrenagens que dosifica corretamente o fluxo de óleo para os
cilindros dos rodados. Permite inclusive para o fluxo no meio do levantamento. Um detalhe é
que essas máquinas erguem bastante do chão, permitindo facilitar sua manutenção.
Os depósitos de fertilizante são de polietileno, com grande autonomia. Consegue
esgotar bem o adubo. O dosador fixa-se em um berço de chapa que evita deformações. Se
sobrar adubo, tem que tirar a rosca do dosador para esgotar o depósito. Outra alternativa é
esgotar durante o trajeto da máquina.
57
Na PAMPEANA é usado três modelos de dosadores. O Fertisystem, a rosca sem fim e
o modelo rotor próprio autolimpante. Na PAMPEANA SUPER não tem o autolimpante. Na
MACANUDA usa somente o Fertisystem. Sabe-se na indústria que ainda não existe um
dosador de fertilizante totalmente eficaz. Argumentou sobre a Top Planting que dosa
adequadamente, mas é deficiente se o fertilizante estiver mais úmido.
Usa mangote sanfonado de borracha no modelo PAMPEANA. No condutor há um Y e
o adubo cai juntamente com a semente, apresentando bons resultados. Os mangotes são
posicionados quase na vertical em relação a superfície do solo. Na PAMPEANA SUPER e
MACANUDA usa os condutores telescópicos, pois tem um ângulo de queda.
O depósito de sementes da PAMPEANA é de chapa de aço. Possivelmente o ano que
vem será de polietileno, para aumentar sua autonomia e estética. Como no fundo do depósito
existe calhas, seu esgotamento é total. As caixas são divididas para evitar as deformações do
chassi. Na PAMPEANA SUPER e MACANUDA são de polietileno, com maior autonomia e
apoiadas num berço de aço.
Usa-se os rotores acanalados helicoidais, com muitos fornecedores nos três modelos.
Possuem caixa de sementes miúdas opcional. Podendo semear pastagens. Hoje comercializa-
se essas máquinas para arroz de sequeiro e brachiaria no Cerrado. Foi feito um trabalho na
caixa de engrenagens para se conseguir distribuir brachiaria no rotor acanelado helicoidal.
Chegando até 4 kg/ha.
A condução de sementes nos três modelos é o sistema telescópico.
Os discos defasados de 15” x 14” de diâmetro em todas as linhas. Como usa-se
somente um condutor em Y, os discos são montados com ângulo bem fechado. Estudou-se
também o ponto de encontro dos discos. O seu ângulo ideal. Consegue-se com isso menor
mobilização e esforço de tração. Como a mobilização é mínima, foi obrigado a inserir o
marcador de linha.
O aterramento, controle de profundidade e compactação é feito pelas rodas com
regulagem de abertura, para frente e atrás e com lábios de borracha.
Há um limitador de torque na catraca, funcionando como uma embreagem.
58
Tabela 9 – Modelos de semeadoras e ou adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu) da VENCE TUDO.
MODELO TIPO LINHAS/ESPAÇAME
NTO
DISTRIBUIÇÃO DE
SEMENTES
DEPÓSITO E
TRANSPORTE
DE
SEMENTES
PESO POR
LINHA kgf
ALINHAMENTO
DOS ROMPEDORES
DISTRIBUIDOR
DE
FERTILIZANTE
PAMPEANA
SAF arrasto
pantográfica
17, 20, 24 e 28
17 cm
rotores helicoidais Deposito
elevado/gravida
de
178 a 200 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
PAMPEANA
SUPER
SAF arrasto
pantográfica
30, 33 e 36
17 cm
rotores helicoidais Deposito
elevado/gravida
de
230 a 244 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
PAMPEANA
MACANUDA
SAF arrasto
pantográfica
65
17 cm
rotores helicoidais Deposito
elevado/gravida
de
259 a 261 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
ARROZEIRA
H
SAF
Montada
arrozeira
15, 17 e 19
17 cm
Rotores
helicoidais
Deposito
elevado/gravida
de
82 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
PAMPEANA
ARROZEIRA
SAF arrasto
pantográfica
17, 20, 24 e 28
17 cm
rotores helicoidais Deposito
elevado/gravida
de
185 a 207 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
ARROZEIRA
SUPER
SAF arrasto
pantográfica
30
17 cm
rotores helicoidais Deposito
elevado/gravida
de
260 a 297 Zigue zague disco de
sementes
Rosca sem fim
SA-H
7300 a 9400
SAMu Montada
pivotada kit
forragem
5 e 7 17 cm
4, 5, 6 e 7 45 cm
Discos alveolados e
rotores helicoidais
Balde/gravidade 71 a 88
251 a 288
Alinhados disco de
corte, haste Alinhados
disco de sementes
Rotor dentado
SA-A
9400 a 17700
SAMu arrasto ou
montada pivotada
kit forragem
9, 11, 14 e 17 17 cm
4, 5, 6 e 7 45 cm
Discos alveolados e
rotores helicoidais
Balde/gravidade 83 a 132
251 a 288
Alinhados disco de
corte, haste Alinhados
disco de sementes
Rotor dentado
59
PAMPEANA PAMPEANA SUPER PAMPEANA MACANUDA
ARROZEIRA H SA versão em precisão SA versão em fluxo contínuo
Figura 19 – Semeadoras adubadoras de fluxo contínuo (SAF) e multissemeadora (SAMu) da VENCE TUDO.
60
As semeadoras adubadoras ARROZEIRA H (Fig. 19), PAMPEANA
ARROZEIRA e ARROZEIRA SUPER, são de fluxo contínuo disponibilizadas de 15 a 30
linhas espaçadas a 17 cm (Tab. 9).
Engate possui uma rótula para compensar as irregularidades do terreno. O cabeçalho
apoia-se 60 % sobre a barra de tração e 40% sobre a semeadora. Isso faz com que aumente a
capacidade de tração do trator e o cabeçalho não fique batendo sobre a barra de tração. A
regulagem de nivelamento é feita trocando-se os orifícios na vertical sem uso de chaves. Para
transporte há sistema hidráulico para levantar o cabeçalho. Possui um terceiro ponto. A
ARROZEIRA H é máquina montada no engate de três pontos do hidráulico do trator.
O Chassi é com tubos soldados, monobloco semelhante a PAMPEANA SUPER. Tem
porta ferramenta fixo (100 x 100 mm). As chapas estruturais são soldadas e as laterais são em
maior espessura.
Usa transmissão mecânica, inicia nos rodados que por corrente vai até a catraca, com
sistema de liga desliga. Possui uma caixa de câmbio (pinheirinho) com troca rápida, sem uso
de chaves. Daí segue a transmissão para o sistema de sementes e adubo.
As plataformas são traseiras com chapas expandida perfurada, permitindo que não
escorregue e pode ver o que acontece em baixo. Tudo na norma MR12. Além disso são
articuladas, podendo ser levantadas para realizar a manutenção nos dosadores de sementes.
Tem marcador de linha hidráulico opcional como nas PAMPEANA.
As linhas na ARROZEIRA SUPER são pivotadas, tendo alguns pontos a mais de
lubrificação. Na articulação do compactador e na articulação da linha.
Há um ponto de lubrificação no limitador de profundidade do disco que regula a
altura. Os rolamentos são todos blindados, tanto do disco duplo como do limitador. Há
lubrificação também nos rolamentos dos rodados, nos garfos do rodado. Então, fica três
pontos de lubrificação em cada linha e nos rodados três pontos. Isso também não necessita ser
diariamente.
Sistema de levante é feito somente das linhas, possuindo um alternador que efetua esse
levante. Possui dois cilindros e uma válvula que permite levantar somente uma parte das
linhas da máquina.
O transporte longitudinal é opcional. Os rodados são levantados por cilindros com
sistema hidráulico mestre/escravo.
Os depósitos de fertilizante são de polietileno, com grande autonomia. Consegue
esgotar bem o adubo. O dosador fixa-se em um berço de chapa que evita deformações. Se
sobrar adubo, tem que tirar a rosca do dosador para esgotar o depósito. Outra alternativa é
esgotar durante o trajeto da máquina. Os dosadores são da Fertisystem e a rosca sem fim.
Usa mangote sanfonado de borracha. Os condutores dentro do disco são individuais,
caindo o adubo à frente.
O depósito de sementes é de polietileno com berço de chapa de aço. Como no fundo
do depósito existe calhas, seu esgotamento é total.
Usa-se os rotores acanalados helicoidais, com muitos fornecedores nos três modelos.
A condução de sementes é o sistema telescópico.
Os discos desencontrados de 15” x 15” de diâmetro com anel limitador de
profundidade. A semente cai atrás do adubo, em um condutor individual, mas mesmo assim
os discos são montados com ângulo bem fechado. Estudou-se também a opção de duplo anel,
apropriado para solos mais mobilizados. Possuem limpadores com regulagem individual. Para
regular a profundidade, existe duas opções de anéis, o de 40 mm e o de 25 mm.
O anel limitador é montado com meia máquina voltados para o lado direito e meia
para o esquerdo. Os compactadores são rodas cônicas com regulagem de pressão na mola, um
61
peso parafusado na roda limitadora, e regulagem de ângulo. Tem também a montagem
esquerdo e o direito.
Há um limitador de torque na catraca, funcionando como uma embreagem.
A PAMPEANA ARROZEIRA nasceu da PAMPEANA. O que muda são as linhas.
Tira as de trigo e insere-se as linhas pivotadas do arroz. Tem de 17 a 28 linhas de 17 cm. As
rodas compactadoras são soltas, somente com um batente limitador de altura. O depósito de
adubo é de polietileno e o de sementes de chapa de aço.
A ARROZEIRA H possui depósitos de chapa de aço para sementes e adubo, linhas
pivotadas e são adequadas para o produtor que planta arroz e tem pecuária também. Tem
depósito para sementes miúdas. Os rodados posicionam-se dentro do chassi, para poder se
encostar na taipa. A maioria é usada por pequenos agricultores.
A SA-A é multissemeadora de arrasto e a SA-H monta no hidráulico do trator.
Trabalha em várias condições como em campo nativo, realiza consórcios de pastagens como
aveia preta com trevo entre outras (Tab. 9 e Fig. 19). Planta verão, inverno e arroz.
Engate possui uma rótula para compensar as irregularidades do terreno. O cabeçalho
apoia-se 60 % sobre a barra de tração e 40% sobre a semeadora. A regulagem de nivelamento
é feita trocando-se os orifícios na vertical sem uso de chaves. Para transporte há sistema
hidráulico para levantar o cabeçalho. Possui um terceiro ponto.
O Chassi é com tubos soldados monobloco. As chapas estruturais são soldadas e as
laterais são em maior espessura.
Usa transmissão mecânica, inicia nos rodados que por corrente vai até a catraca, com
sistema de liga desliga. Possui uma caixa de câmbio (pinheirinho) com troca rápida, sem uso
de chaves. Daí segue a transmissão para o sistema de sementes e adubo.
As plataformas são traseiras com chapas expandida perfurada, permitindo que não
escorregue e pode ver o que acontece em baixo. Tudo na norma MR12. Além disso são
articuladas, podendo ser levantadas para realizar a manutenção nos dosadores de sementes.
Os depósitos de fertilizante são de polietileno. Os dosadores são rosetas auto
limpantes. Usa mangote sanfonado de borracha. Os condutores dentro do disco são
individuais, caindo o adubo à frente.
O depósito de sementes é de chapa de aço. Usa-se os rotores acanalados helicoidais,
com muitos fornecedores nos três modelos. A condução de sementes é o sistema sanfonado de
borracha.
Os discos desencontrados de 15” x 15” de diâmetro com anel limitador de
profundidade. A semente cai atrás do adubo, em um condutor individual, mas mesmo assim
os discos são montados com ângulo bem fechado. Estudou-se também a opção de duplo anel,
apropriado para solos mais mobilizados. Possuem limpadores com regulagem individual. Para
regular a profundidade, existe duas opções de anéis, o de 40 mm e o de 25 mm.
O anel limitador é montado com meia máquina voltados para o lado direito e meia
para o esquerdo. Os compactadores são rodas cônicas com regulagem de pressão na mola, um
peso parafusado na roda limitadora, e regulagem de ângulo. Tem também a montagem
esquerdo e o direito.
Há um limitador de torque na catraca, funcionando como uma embreagem.
Como as indústrias praticamente pouco apoio recebem para realizar pesquisa, quando
precisam, fazem por conta própria. Citam que os parâmetros de entrada, como exigência de
força e potência de sulcadores etc, não estão disponíveis para as indústrias. Há poucas
informações científicas sobre esse assunto. As informações de engenharia são na sua maioria
conseguidas com produtores.
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4. CONCLUSÕES
Considerando que os objetivos desse trabalho, são baseados na caracterização dos
modelos de semeadoras de fluxo contínuo, quanto aos seus tipos de componentes, uso e
manutenção, assim como, na avaliação à campo de semeadoras adubadoras voltadas a
implantação das culturas de inverno na região sul do Brasil, pode-se concluir, que a meta foi
atingida, apesar de que ainda muito falta para representar o real estado da arte nessa região. O
mesmo pode-se dizer sobre o acúmulo de materiais técnicos e ilustrativos para difusão de
tecnologia.
Conclusões referentes a caracterização dos modelos de semeadoras:
1. Das nove indústrias inicialmente programadas, sete foram entrevistadas, atendendo
toda metodologia programada.
2. Constatou-se em relação a década anterior, aumento no número de modelos de
semeadoras adubadoras de fluxo contínuo, assim como das multissemeadoras.
3. As máquinas sofreram aperfeiçoamentos em todas as empresas visitadas em
praticamente todos os seus componentes, acenando a necessidade da continuação desses
avanços.
4. Observa-se que o intercâmbio entre fabricantes, muitas vezes não diretamente, mas em
exposições, com fornecedores e com seus clientes agricultores, auxilia no aperfeiçoamento de
seus produtos.
5. A maioria dos fabricantes aumentou o número de modelos de máquinas em seu
portifólio, para atender a expansão da agricultura no Brasil, a abertura de mercado em outros
países, a necessidade de fabricar modelos que apresentaram mais sucesso junto aos
produtores.
6. Os avanços observados nas semeadoras estudadas, não se resumem somente a
engenharia de produto, mas também ao processo de produção.
7. O sistema de engate evoluiu praticamente em todas as máquinas e os fabricantes estão
atentos as necessidade de dimensionamento estrutural, inclusive solicitando alguns a
necessidade de que instituições de pesquisa determinem os esforços solicitantes, outros já
estão usando softwares específicos para isso e ampliando os testes de resistência das
máquinas.
8. Há hoje uma preocupação generalizada com a manutenção das máquinas, facilitando o
acesso as mesmas, reduzindo os pontos de lubrificação, Podendo-se dizer que o assunto não
está esgotado e ainda há polêmicas de qual estratégia à adotar sobre esse assunto.
9. O uso do plástico nas máquinas ampliou, mas hoje fica evidente a maior segurança dos
fabricantes em escolherem o material que realmente devem usar em cada modelo.
10. Eletrônica embarcada está generalizada, com empresas estrangeiras introduzindo essa
tecnologia e as nacionais, sejam adquirindo de empresas especializadas ou até desenvolvendo
a tecnologia na própria fábrica.
11. O sistema de distribuição de fertilizante está ainda concentrado num bom fornecedor
nacional do componente, mas já estão surgindo concorrentes e a necessidade de
aperfeiçoamento continua.
12. O sistema de distribuição de sementes é concentrado em um modelo, mas com muitos
fornecedores nacionais e ainda com possibilidade de construção com outros materiais.
Empresas estrangeiras estão introduzindo novas concepções de dosadores.
13. Os abridores de sulco, aterradores e compactadores evoluíram bastante, ficando claro
o amadurecimento das empresas na escolha das melhores alternativas para seu público. No
63
entanto, estão atentos no surgimento de novos dispositivos de rompedores de solo e
acabamento da semeadura.
14. As máquinas estão aumentando de tamanho por várias razões, há também, demanda
para máquinas com transporte longitudinal, mas as máquinas menores e as multissemeadoras,
têm seu mercado, embora mais reduzido, porém indispensável.
Conclusões referentes as avalições de campo:
1. Há necessidade de melhorar a capacidade dos produtores em regularem suas
máquinas. Em torno de 45% deles estão errando para mais ou para menos de 10% na dosagem
desejada de sementes e 70% deles estão errando para mais ou para menos de 10% na dosagem
de fertilizante. Havendo casos de erros superiores a 30% nas sementes e 50% no adubo.
2. O mesmo raciocínio não se deve ter quanto a qualidade das sementes de trigo, triticale
e cevada, pois apresentaram na sua grande maioria boa porcentagem de germinação e vigor,
assim como, a grande maioria estavam tratadas. A aveia preta ou branca não seguiu essa
regra.
3. A maioria das semeadoras (87%) apresentavam componentes de aterramento e
compactação, mas das que não possuíam, o adequado aterramento do sulco ficou
comprometido.
4. Os produtores estão se esmerando na implantação das sementes sendo que 87%
apresentaram sulcos bem aterrados, somente 0,5% em média de sementes expostas, 17% de
redução da palhada original na superfície do solo, 3,5 cm de profundidade média das
sementes e 5,2 cm da profundidade média do sulco. Mas uma quantidade considerável de
produtores fogem dessa média, exigindo capacitação e cuidados visando a qualidade do
serviço.
5. A velocidade de trabalho é elevada, principalmente nos produtores muito experientes,
e os que semeiam aveia, prejudicando a implantação da cultura.
6. Os produtores menos experientes no sistema de plantio direto foram os que mais
apresentaram erros na regulagem, quase que generalizada das semeadoras.
7. Apesar de ter sido possível identificar tendências nesse estudo de fatores que afetam a
qualidade de semeadura, a dispersão de dados exige a continuidade do trabalho, aumentando
o número de amostras e aprimorando a metodologia.
8. Como conclusão preliminar, pode-se dizer que embora o grande avanço das máquinas
e dos produtores na implantação das culturas de inverno, há espaço para melhorar, e se houver
maior preocupação com os cuidados na regulagem a produtividade melhorará.
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5. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS
A primeira dificuldade na execução desse estudo foi identificar produtores que
estavam semeando as culturas de trigo. O mês de abril foi seco e as primeiras semanas de
maio também. Havia o risco de se esgotar o período adequado para a semeadura. Os
produtores do Norte e Oeste do Paraná iniciaram a semear com o solo seco de forma quase
imprevisível, mesmo para os técnicos da Emater. Houve momentos em que arriscamos viajar
para o Oeste e produtores do Norte decidiram semear. A partir da terceira semana de maio
iniciaram as chuvas e demos continuidade ao trabalho. Destaca-se que se não houvesse o
apoio da Emater, teríamos dificuldade, ou até impossibilidade de realizar o trabalho. Como
medida corretiva, acredito que seria ampliar os contatos com os colaboradores e ampliar a
equipe.
As sete indústrias visitadas nos atenderam prontamente, mas em algumas tivemos que
adequar a disponibilidade deles. Uma empresa não nos atendeu por estar passando por grave
crise e a outra estava com sua equipe indisponível para atendermos. Na maioria das vezes que
visitamos produtores das indústrias, tivemos que viajar mais que 100 km para chegar em cada
produtor. Foi um ano, pode-se dizer atípico quanto a data de semeadura.
Outra dificuldade ocorreu com a nossa equipe. Esperávamos em alguns momentos
trabalhar com duas equipes, mas problemas pessoais, principalmente de ordem de saúde e
outros compromissos profissionais, comprometeram essa estratégia. Uma das dificuldades é
que para viajarmos com o veículo do IAPAR, é necessário ser funcionário ou vinculado
oficialmente ao Instituto, principalmente quanto a seguro de vida. Se não fosse assim,
conseguiria colegas dispostos a nos ajudar. Assim, se trabalhássemos com veículo alugado,
não haveria esse problema. Mas, o aluguel de uma caminhonete cabine dupla não é muito
fácil e é muito custoso.
Esperávamos ser difícil convencer produtores de pararem suas máquinas para nossa
avaliação e, achávamos que o tempo gasto seria muito grande, no entanto, com a experiência
da equipe e metodologia adequada, em média conseguíamos realizar a atividade e menos de
10% dos produtores se negaram a nos atender. No entanto, seria recomendável detalhar
melhor a metodologia, principalmente, em vez de coletar três amostras de sementes e adubo,
coletar cinco amostras.
Uma variável de extrema importância é o estande inicial, o qual é possível calcular a
porcentagem de emergência, resultado de uma boa implantação da cultura. No entanto, o
projeto está previsto só para a viagem de semeadura e contaríamos com o apoio dos técnicos
para obter o estande. Isso fez com que perdêssemos quatro amostras e quem sabe em outras
temos que confiar em pessoas não treinadas por nós. A maioria os técnicos contaram para nós,
mas é conveniente que nossa equipe faça isso, em função da importância do resultado.
Teríamos que ter mais recursos, quem sabe 25% a mais e ampliar a equipe, pois o estande
deve ser contado até uns 10 dias após a emergência. Após isso as plantas perfilham e a
contagem tem que ser feita por técnico treinado.
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RELATÓRIO PRÁTICO
As semeadoras em fluxo contínuo, ou seja, as que semeiam os cereais de inverno, o
arroz, várias plantas de cobertura e pastagens, por trabalhar com espaçamentos estreitos, não
possuem todos os componentes para a realização de todas as funções no solo, como ocorre
nas semeadoras de precisão (plantadeiras). Assim, um disco duplo desencontrado ou defasado
executa o corte da palha, abre o sulco para a deposição de fertilizante e sementes
conjuntamente. Os componentes de aterramento e compactação são conjugados, mesmo
porque não há muito espaço entre eles.
Esse estudo (projeto Agrisus PA 2303/17) conduzido pelo Instituto Agronômico do
Paraná (IAPAR) teve o objetivo de caracterizar nas indústrias, as semeadoras adubadoras de
fluxo contínuo, bem como avaliar a qualidade de semeadura das culturas de outono e inverno
em sistema de plantio direto (SPD) no campo, junto a produtores nos estados do Paraná e Rio
Grande do Sul.
Nas indústrias de máquinas GIHAL, IMASA, KUHN, KULZER & KLIEMANN,
PLANTI CENTER, STARA e VENCE TUDO, foram levantadas as características
construtivas e operacionais de todos os 36 modelos de suas semeadoras de fluxo contínuo e
multissemeadoras disponíveis no mercado, como: 1. Corpo da máquina (engate, cabeçalho,
chassi, transmissão de movimentos, unidades de semeadura, plataformas, marcadores de
linha, lubrificação, levante e transporte; 2. Sistema de distribuição de fertilizantes: Depósitos,
dosadores, condução e deposição; 3. Sistema de distribuição de sementes: Depósitos,
dosadores, condução e deposição; 4. Sistema de ataque ao solo: corte da palha, abertura de
sulco de fertilizante e sementes e acabamento do sulco; 5. Itens de segurança; 6. Facilidade de
manutenção; 7. Eletrônica embarcada; 8. Dificuldades que a empresa demandaria nos setores
de engenharia de produto e produção. Essas informações são importantes para quem deseja
escolher uma semeadora adubadora, identificar os avanços obtidos nas máquinas agrícolas no
Brasil, e contribuir para a evolução de nossas indústrias visando um melhor aprimoramento de
seu produto.
No estudo de campo, foram avaliadas, em 22 municípios, 38 semeadoras de fluxo
contínuo de 10 diferentes fabricantes nacionais, determinando-se parâmetros que possam
identificar qualidade da semeadura.
Dos 38 produtores analisados, pôde-se constatar que 15,8% erram na regulagem de
sementes mais do que 20% da dosagem esperada e 29% erram entre 10% a 20%. Para aqueles
que aplicam fertilizante, isso se agrava mais, sendo que 37% erram mais do que 20% e 33,3%
deles erram entre 10% a 20% na regulagem da dosagem esperada de fertilizante.
Nesse estudo, também, foi possível identificar que os produtores que semearam no
solo seco e aguardaram de uma a duas semanas por uma chuva e, os produtores que semearam
com solo friável, obtiveram praticamente a mesma média de plantas emergidas (78% e 77%
respectivamente).
Identificou-se que a qualidade de sementes de trigo e triticale usadas pelos produtores
nesse estudo, podem ser consideradas boas, com porcentagem de germinação e vigor médio
de 94,7% e 90,8% respectivamente. O que não foi observado com a aveia e cevada, com
79,6% e 69,8% respectivamente de porcentagem de geminação. Quanto ao tratamento de
sementes, constatou-se que 76,9% das sementes de trigo eram tratadas, 100% das de cevada e
só 25% da aveia.
Apesar do pequeno número de máquinas estudadas, foi identificado que quanto maior
a profundidade do sulco, a profundidade das sementes e quanto menor a variação das
profundidades de sementes, maior a porcentagem de emergência das plantas. Destaca-se que a
profundidade média das sementes foi de 3,5 cm e a do sulco 5,2 cm.
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Os produtores estão se esmerando na implantação das sementes no solo, sendo que
87% apresentaram sulcos bem aterrados, somente 0,5% em média de sementes expostas, 17%
de redução da palhada original na superfície do solo. Mas uma quantidade considerável de
produtores fogem dessa média, exigindo capacitação e cuidados visando a qualidade do
serviço.
A velocidade de trabalho é elevada, principalmente nos produtores muito experientes
no sistema de plantio direto (25,6 anos), prejudicando a implantação da cultura, apesar de
serem os que melhor regulam as máquinas. Os produtores menos experientes no sistema de
plantio direto (14,6 anos) foram os que mais apresentaram erros na regulagem das
semeadoras, quase que de forma generalizada. Assim, conclui-se, que embora o grande
avanço das máquinas e dos produtores na implantação das culturas de inverno, há espaço para
melhorar, e se houver maior preocupação com os cuidados na regulagem a produtividade
melhorará.
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COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À AGRISUS
O Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) agradece o apoio e patrocínio da
AGRISUS ao projeto Agrisus PA 2303/17, o qual deu início a um levantamento do estado da
arte das semeadoras e semeadura no sistema plantio direto.
Pretende-se após a aprovação desse relatório, elaborar artigos técnicos em revistas
especializadas, artigos de divulgação agronômica, apresentação em congresso, encontro
brasileiro de plantio direto, publicações elaboradas pelo próprio IAPAR, entrevistas ao setor
produtivo, cursos que venhamos a ser convidados, além de disponibilizar na web os
resultados, as recomendações e conclusões desse trabalho, sempre com a divulgação do apoio
da AGRISUS, IAPAR e seus colaboradores.
DEMOSNTRAÇÃO FINANCEIRA DOS RECURSOS DA FUNDAÇÃO AGRISUS
1 - Viagem realizada à Marialva e Sabáudia no dia 05/04/2018
Valor de R$ 275,60 (Duzentos e sessenta e cinco reais e sessenta centavos).
2 - Viagem realizada à Marialva, Aquidabã, Toledo, Tupanssi, Goioerê e Farol no período de
02/05/2018 a 04/05/2018
Valor de R$ 943,93 (Novecentos e quarenta e três real e noventa e três centavos)
3 - Viagem realizada à Marialva, Aquidabã, Toledo, Tupanssi, Goioerê e Farol no período de
08/05/2018 a 10/05/2018
Valor de R$ 374,32 (Trezentos e trinta e quatro real e trinta e dois centavos)
4 - Viagem realizada à Corbélia, Cascavel, Toledo, Céu Azul e Vera Cruz do Oeste no
período de 15/05/2018 a 18/05/2018
Valor de R$ 2.063,83 (Dois mil e sessenta e três real e oitenta três centavos)
5 - Viagem realizada à Céu Azul, Toledo, Cascavel, Corbélia, Vera Cruz do Oeste, Diamante
do Oeste, São José das Palmeiras, Ouro Verde do Oeste, Ubiratã, Mamborê,e Campo
Mourão, no período de 21/05/2018 a 23/05/2018
Valor de R$ 1.282,27 (Um mil e duzentos e oitenta de dois real e vinte e sete centavos)
6 - Viagem realizada às regiões de Ijuí, Ibirubá, Passo Fundo, Carazinho, Não Me Toque e
Guarapuava, no período de 05/06/2018 a 21/06/2018
Valor de R$ 7.961,58 (Sete mil novecentos e sessenta e um real e cinquenta e oito centavos)
7 - Viagem realizada às regiões de Guarapuava, no período de 03/07/2018 a 05/07/2018
Valor de R$ 1.266,62 (Um mil, duzentos e sessenta e seis reais e sessenta e dois centavos)
Viagem realizada às regiões de Toledo, Cascavel e Santa Helena no período de 11/07/2018 a
12/07/2018
Valor de R$ 1.024,96 (Um mil, vinte e quatro reais e noventa e seis centavos)
Viagem realizada às regiões de Toledo, Cascavel e Santa Helena no período de 19/07/2018 e
20/07/2018
Valor de R$ 904,07 (Novecentos e quatro reais e sete centavos)
Aquisição de inversor 400 W 12 VDC/127 V USB modificada.
Valor de R$ 199,90 (Cento e noventa e nove reais e noventa centavos)
TOTAL das DESPESAS = R$ 16.297,08
ORÇAMENTO DO PROJETO = R$ 21.120,00
SALDO = 4.822,92
Coordenador Ruy Casão Junior
10/09/2018