Esporulação bacteriana
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5/16/2018 Esporulação bacteriana - slidepdf.com
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Esporulação bacterianaPor Mayara Lopes Cardoso
Algumas espécies de bactérias, quando submetidas a condições ambientais desfavoráveis,
como escassez de nutrientes ou de água, são capazes de formar estruturas denominadasesporos, ou endósporos (do grego, endos, dentro), por um processo denominado
esporulação, ou esporogênese.
Um esporo resulta de desidratação da célula bacteriana e da formação de uma parede
grossa e resistente em todo o citoplasma desidratado. Dessa forma, o esporo consegue
suspender completamente a sua atividade metabólica, sobrevivendo a situações adversas
como calor intenso e falta de água.
No processo de formação do esporo, o cromossomo duplica-se e uma das cópias
cromossômicas produzidas é isolada do restante da célula e envolta por uma membrana
plasmática. Após isso, há a formação de uma grossa parede em torno dessa membrana,
constituindo o esporo (assim chamado porque se forma dentro da célula). A outra porçãodo conteúdo celular é degradada e a parede é rompida, libertando o esporo. Em ambiente
propício, o esporo se reidrata, reconstituindo uma nova bactéria, que passa a reproduzir-se
por reprodução binária.
Os esporos bacterianos são muito relevantes para áreas de Medicina e indústria
alimentícia, principalmente pelo fato de serem resistentes ao calor e à esterilização
química, quando comparados com células em estado vegetativo, podendo contaminar
alimentos e, consequentemente, provocar doenças. Uma das formas de eliminar
definitivamente os esporos é a autoclavagem, técnica pela qual materiais como roupas,
alguns alimentos, instrumentos hospitalares e laboratoriais são tratados com vapor de
água em elevadas temperaturas (acima de 120°C) durante um período de, no mínimo, 20
minutos, num aparelho denominado autoclave. Materiais que não podem ser submetidos àautoclavagem, como alimentos e materiais que não resistem a altas temperaturas, podem
ser esterilizados por meio da irradiação.
Para combater a germinação de esporos e conservar os alimentos, são utilizadas
substâncias conhecidas como conservantes químicos. Essas substâncias são, geralmente,
ácidos orgânicos simples, tais como o ácido sórbico e o ácido benzoico. Na conservação
de alimentos de origem animal utiliza-se muito o nitrito de sódio (NaNO2), um sal
inorgânico.
No rol das bactérias de interesse econômico que formam esporos pode-se mencionar o
Bacillus anthracis, uma bactéria anaeróbia facultativa que causa a doença conhecida
como antraz em gado bovino, ovino e equino, podendo eventualmente ser transmitidatambém a seres humanos. Seus esporos podem permanecer durante anos nas pastagens,
infectando o gado.
Outras bactérias formadoras de esporos, importantes para a humanidade, são as do gênero
Clostridium. Essas são anaeróbias obrigatórias e provocam doenças como tétano
(Clostridium tetani), a gangrena gasosa (causada por Clostridium perfringens) e o
botulismo (Clostridium botulinum). Essa última doença bacteriana é transmitida por
alimentos industrializados mal esterilizados (conservas, embutidos, enlatados). Nas
condições anaeróbias em que o alimento de encontra, os esporos germinam e originam
populações de bactérias, que produzem a toxina botulínica, letal se ingerida.
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Referência:
AMABIS, José Mariano. MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia. São Paulo: Moderna,
2004.
A esporulação geralmente inicia-se em decorrência de alguma carência
nutricional, sendo um evento complexo, envolvendo muitas vezes mais de
200 genes. Geralmente é um evento demorado (cerca de 10 horas em
algumas espécies), podendo ser subdividido em 7 estágios. No estágio I há
a formação de um filamento axial do material do nucleóide. Em seguida (II)
a membrana começa a invaginar-se, de maneira a revestir o DNA, formando
um septo. O estágio III caracteriza-se pelo engolfamento do pré-esporo
pela membrana, formando um segundo envoltório. A seguir (IV), há a
deposição do córtex entre as duas membranas e o acúmulo do dipicolinato
de cálcio. No estágio V as proteínas da capa se estruturam sobre o córtex.
no estágio VI o esporo sofre uma maturação. O processo termina (VII) com
a libração do esporo pela ação de enzimas líticas, que destroem o corpobacteriano (também denominado de esporângio).
Quando em condições favoráveis, ocorrerá o processo de germinação, onde
o esporo dará novamente origem à célula vegetativa. Este processo pode
ser subdividido em 3 estágios: Ativação, Germinação e Crescimento.
A ativação é um processo reversível, que prepara o esporo para a
germinação. Na germinação, começa a ocorrer um intumescimento, em
decorrência da absorção de água do meio. Há então a ruptura ou
reabsorção da capa do esporo, a perda da resistência e o aumento da
atividade metabólica. Este estágio pode ser disparado por diferentesmetabólitos, tais como açúcares ou aminoácidos. A última etapa consiste no
crescimento, quando o metabolismo normal é retomado e há a síntese dos
constituintes normais de uma célula vegetativa. Neste momento, o
protoplasto emerge do restante da capa e desenvolve-se normalmente,
outra vez.
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