ESPORTE E DESIGN: OS UNIFORMES DO VÔLEI FEMININO …
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Prof. Dr. Marcelo Ribeiro Tavares
Doutor em Urbanismo - PROURB/UFRJ. Pesquisador no GECOS-EEFD/UFRJ e LEAUD/UFJF, Brasil
Prof. Dr. Frederico Braida de Paula
Doutor em Design – PUC/RJ. Professor Associado PPGCOM-PROAC-PPGP/UFJF, Brasil
ESPORTE E DESIGN: OS UNIFORMES DO VÔLEI FEMININO BRASILEIRO
RESUMO
● Procura-se nessa comunicação apresentar diferentes possibilidades no design de
uniformes para o vôlei feminino, sobretudo, a partir dos anos 1980.
● O objetivo da comunicação é apresentar algumas questões sobre o design para
estes uniformes.
● A metodologia adotada baseia-se na revisão de literatura e reportagens veiculadas
na imprensa.
● Conclui-se que os uniformes agregam conteúdos simbólicos que vão além de suas
cores e formas.
O VÔLEIO vôlei surgiu em 1895, na cidade de Holyoke, Massachusetts, nos EUA (KOCH, 2005) e chegou aoBrasil, em 1911, pela ACM de Recife (CBV, 2018).A partir dos anos 1920, a modalidade se difundiu nas praias de Santa Mônica, na Califórnia (AFONSO,2004) e na mesma década já estava sendo praticado nas praias de Copacabana, no Rio de Janeiro(TAVARES, 2020).
Disponível em: http://marcoedf.blogspot.com/2011/02/historia-do-voleibol.html
Acesso em: 13 jun. 2021
Disponível em: https://cidadesportiva.wordpress.com/2011/07/16/uma-antiga-sacada-no-
litoral-carioca-o-volei-de-praia/
Acesso em: 13 jun. 2021
OS UNIFORMES Nos anos 1900, as mulheres jogavam vôlei ao ar livre com roupas comuns. Nos anos 1950, registro de mulheres uniformizadas para jogar vôlei na praia de Copacabana.
Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd171/historia-do-voleibol-na-areia.htm
Acesso em: 13 jun. 2021
Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/volei/superliga-feminina/de-
1900-a-2013-veja-evolucao-dos-uniformes-do-volei-
feminino,4619d5a8fcde1410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Acesso em: 13 jun. 2021
OS JOGOS OLÍMPICOS DE 1964
O vôlei foi introduzido nos Jogos Olímpicos, em 1964, em Tóquio, Japão. Nesta ocasião, apenas onaipe masculino brasileiro participou da competição. A disputa pela medalha de ouro, no naipefeminino, foi entre as equipes de União Soviética e Japão (ROMARIZ, 2010). Nota-se o uso deuniformes básicos: camiseta e “short” largo (equipe japonesa) e “sunquini” (equipe soviética).
Disponível em: https://www.melhordovolei.com.br/quais-acessorios-voce-usa-em-jogo-no-volei-veja-alguns-deles-aqui/
Acesso em: 13 jun. 2021
OS ANOS 1980 O ano de 1980 marcou a primeira participação do vôlei feminino do Brasil nos Jogos Olímpicos e não havia patrocínio no uniforme. Em 1984 (Los Angeles) e 1988 (Seul), a marca do patrocinador esportivo já aparecia do lado esquerdo do uniforme (TAVARES, 2015).
Disponível em: https://voleiraiz.com/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2017/01/05/memoria-o-volei-
feminino-do-brasil-e-seus-primeiros-sinais-de-grandeza/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em: https://voleiraiz.com/
Acesso em: 14 jun. 2021
OS ANOS 1980 No início da década de 1980 houve o aparecimento dos clubes-empresa. Os uniformes estampavam as marcas dos patrocinadores (TAVARES, 2015).
Disponível em: https://voleiraiz.com/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://saidaderede.blogosfera.uol.com.br/2016/11/17/veja-
cinco-estrangeiras-que-brilharam-nas-quadras-brasileiras/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em: https://voleiraiz.com/
Acesso em: 14 jun. 2021
OS ANOS 1990 Os anos 1990 marcaram o aparecimento dos “macaquinhos”, que não perdurou. Em 1996, a modalidade do vôlei de praia passou a integrar os Jogos Olímpicos (TAVARES, 2015). Nota-se cada vez mais a presença de múltiplos patrocinadores.
Disponível em: https://voleiraiz.com/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://www.olimpiadatododia.com.br/brasil/248317-atlanta-
1996-e-pequim-2008-as-primeiras-medalhas-femininas-do-
brasil/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://www.terra.com.br/esportes/volei/superli
ga-feminina/de-1900-a-2013-veja-evolucao-
dos-uniformes-do-volei-
feminino,4619d5a8fcde1410VgnVCM4000009
bcceb0aRCRD.html
Acesso em: 13 jun. 2021
OS ANOS 2000 Os uniformes da seleção brasileira de vôlei nos Jogos Olímpicos de Sidney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008), quando a seleção conquistou a medalha de ouro. Adoção do padrão “short-camiseta”, com predomínio das cores verde e amarela mais recentemente.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/esportes/mari-
recorda-calvario-em-2004-hoje-da-palestras-sobre-
superacao-22737939
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em: https://clicrdc.com.br/equipe-nota-
10/volei-feminino-conquista-medalha-de-bronze-
nas-olimpiadas-de-sydney-2000/
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://blogs.correiobraziliense.com.br/elasnoataque
/ouro-olimpico-volei-brasil-9-anos/
Acesso em: 14 jun. 2021
OS ANOS 2010 A 2020
Os uniformes da seleção brasileira feminina de vôlei, que conquistou novamente a medalha de ouro em Londres (2012), nos Jogos do Rio (2016) e o protótipo que será usado em Tóquio (2021). Nota-se a volta das cores azul e amarelo e a manutenção do padrão “short-camiseta”.
Disponível em:
https://www.surtoolimpico.com.br/2016/08/volei-
feminino-do-brasil-tem-eliminacao.html?hl=ar
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://www.uol.com.br/esporte/volei/ultimas-
noticias/2021/05/10/selecao-brasileira-de-volei-lanca-
uniforme-para-olimpiadas-de-toquio-veja.htm
Acesso em: 14 jun. 2021
Disponível em:
https://memoria.ebc.com.br/noticias/londres-
2012/2012/08/brasil-vence-russia-no-volei-feminino-e-
vai-a-semifinal
Acesso em: 14 jun. 2021
TEMAS PARA DISCUSSÃO
Notam-se muitas mudanças nos uniformes, sobretudo, em comparação ao início do século XX, quando o jogo era
realizado por mulheres com roupas comuns;
Há até hoje o predomínio do “short-camiseta”, que começou a ser utilizado ainda nos anos 1950.
Notam-se que os uniformes, desde os anos 2000 trazem um padrão de maior conforto para as atletas e com menos
exposição do corpo, com o uso de bermudas e shorts menos “cavados” ou “macaquinhos” (collants) muito justos.
O uso de patrocinadores em evidência no uniforme evoca questões de rendimentos para o esporte, clubes, seleções
e para as próprias atletas. Por muito tempo o patrocínio para o naipe masculino foi maior do que para o feminino.
No caso do vôlei de praia, o uniforme ganha contornos ainda mais sensíveis, pois o padrão utilizado deixa o corpo da
atleta mais à mostra, com menos espaço para estampar o patrocínio.
Uniforme, Esporte e Design formam uma trilogia importante para a compreensão de estudos contemporâneos que
tenham a mulher e as questões de gênero em destaque.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde que o vôlei foi inserido nos Jogos Olímpicos (1964), o uniforme tem sido um elemento de distinção;
Nos Jogos de Moscou (1980), o uniforme da seleção brasileira feminina de vôlei possuía mangas compridas e não
havia patrocínio estampado nas camisas. A partir de Los Angeles (1984), os uniformes brasileiros já estampavam
patrocínio.
Nos anos 1980, com a chegada dos clubes-empresa, os uniformes das equipes brasileiras passaram a estampar
livremente as logomarcas dos patrocinadores, fato que fez incrementar o design desses uniformes.
Nos anos 1990, o aparecimento do “macaquinho” gerou polêmica e foi rejeitado pelas atletas.
Nos anos 2000, os uniformes passaram a ser compostos por “short-camiseta” de mangas curtas ou regatas.
O uso da tecnologia nos tecidos e os desafios do design para agradar atletas e torcedores ganharam força.
Os designers de uniformes vêm sendo constantemente desafiados a criar uniformes que contenham simbolismos
sutilmente percebidos nas suas cores e formas, o que inclui a competição por patrocínio, seja nos uniformes e
também nos tênis e outros adereços – que pode ser o próprio corpo da atleta, como observado no vôlei de praia.
REFERÊNCIAS
AFONSO, G. Voleibol de praia: uma análise sociológica da história da modalidade (1985 – 2003). Dissertação (Mestrado em Educação Física). Universidade Federal do Paraná, 2004.CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL – CBV. Curso para Treinadores, nível II, Vitória da Conquista, BA, 2018.KOCH, R. Tie-Break: a saga dourada do vôlei masculino do Brasil. Porto Alegre: Editora Dora Luzzatto, 2005.ROMARIZ, S. B. de. Mulheres e homens no voleibol de rendimento: práticas erepresentações. 2010, 114f. Tese (Doutorado em Educação Física). Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2010.TAVARES, M.L.R.S. Mulheres em Manchete: a potência da geração de voleibol dos anos 1980. Juiz de Fora (MG), 2015. 311f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física e Desportos, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.TAVARES, M. L. R. S. Copacabana: as territorialidades do vôlei e suas múltiplas interpretações: 2020, 229f. Tese (Doutorado em Urbanismo). Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2020.