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1 CPV ESPMJUN2016 REDAÇÃO TEMA 1 Os emojis são a linguagem universal? Os Dicionários Oxford anunciaram a palavra do ano, a escolha de 2015 recaiu num emoji, mais concretamente na “carinha com lágrimas de alegria.” Sete anos depois de darem as caras (literalmente) no teclado dos smartphones ocidentais, eles são considerados uma espécie de idioma universal pela Geração Z (jovens nascidos a partir da década de 1990). Especialistas da linguagem dizem que os emojis produzem sentido nas práticas discursivas no meio digital e são capazes de tornar a interação virtual mais afetiva e dinâmica, proporcionando rapidez nas trocas de informações. O professor de linguística da Universidade da Califórnia, Neil Cohn, especialista em comunicação visual, acredita que o triunfo da língua franca dos emojis é fruto de seu poder de síntese que acaba aproximando as pessoas por conseguirem captar experiências e expressões de uma conversa pessoal. Adaptado da Revista Galileu e Veja.com. Proposta: Com base nas informações do texto e em outras de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um texto dissertativo que apresente considerações sobre a seguinte questão: Tendo em vista que a palavra do ano foi um emoji, que é um recurso visual, podemos afirmar que esta dinâmica, por meio dos dispositivos móveis, relaciona-se a um modismo estilístico ou é uma alteração que amplia o recurso da linguagem? TEMA 2 Paradoxo da escolha – ter mais opções para escolher é realmente bom? Temos sempre a sensação incômoda de que aquele produto que escolhemos, dentre centenas de opções, deveria ser o produto perfeito. Mas sempre nos damos conta de que não era. E isso gera um certo grau de insatisfação, causado pelo excesso de itens, modelos, opcionais etc, no mercado. (...) Quanto mais soterrados estivermos de opções para escolher, mais emocionais se tornarão nossas decisões, com bases em marcas, recomendações, slogans marcantes, lembranças afetivas etc. Em meio a uma tomada de decisão mais complicada, dada a enorme variedade de itens à escolha, nosso lado racional acaba ficando em segundo plano. (...) Quantos smartphones você conhece que têm 90% das funções similares? Escolher está cada vez mais difícil. Barry Schwartz. O Paradoxo da Escolha. Proposta: Com base nas informações do texto e em outras de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um texto dissertativo que apresente considerações sobre a seguinte questão: Você concorda que ter muitas escolhas é pior para o consumidor ou acredita que ter muitas opções para escolher faz parte da evolução do mercado e da sistemática de tomada de decisão em sociedade? ESPM RESOLVIDA PROVA E – 19/ JUNHO/2016 CPV ESPECIALIZADO NA ESPM

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1CPV ESPMJun2016

RedaçãoTema 1

Os emojis são a linguagem universal?

Os Dicionários Oxford anunciaram a palavra do ano, a escolha de 2015 recaiu num emoji, mais concretamente na “carinha com lágrimas de alegria.” Sete anos depois de darem as caras (literalmente) no teclado dos smartphones ocidentais, eles são considerados uma espécie de idioma universal pela Geração Z (jovens nascidos a partir da década de 1990). Especialistas da linguagem dizem que os emojis produzem sentido nas práticas discursivas no meio digital e são capazes de tornar a interação virtual mais afetiva e dinâmica, proporcionando rapidez nas trocas de informações. O professor de linguística da Universidade da Califórnia, Neil Cohn, especialista em comunicação visual, acredita que o triunfo da língua franca dos emojis é fruto de seu poder de síntese que acaba aproximando as pessoas por conseguirem captar experiências e expressões de uma conversa pessoal.

Adaptado da Revista Galileu e Veja.com.

Proposta: Com base nas informações do texto e em outras de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um texto dissertativo que apresente considerações sobre a seguinte questão:

Tendo em vista que a palavra do ano foi um emoji, que é um recurso visual, podemos afirmar que esta dinâmica, por meio dos dispositivos móveis, relaciona-se a um modismo estilístico ou é uma alteração que amplia o recurso da linguagem?

Tema 2

Paradoxo da escolha – ter mais opçõespara escolher é realmente bom?

Temos sempre a sensação incômoda de que aquele produto que escolhemos, dentre centenas de opções, deveria ser o produto perfeito. Mas sempre nos damos conta de que não era. E isso gera um certo grau de insatisfação, causado pelo excesso de itens, modelos, opcionais etc, no mercado. (...) Quanto mais soterrados estivermos de opções para escolher, mais emocionais se tornarão nossas decisões, com bases em marcas, recomendações, slogans marcantes, lembranças afetivas etc. Em meio a uma tomada de decisão mais complicada, dada a enorme variedade de itens à escolha, nosso lado racional acaba ficando em segundo plano. (...) Quantos smartphones você conhece que têm 90% das funções similares? Escolher está cada vez mais difícil.

Barry Schwartz. O Paradoxo da Escolha.

Proposta: Com base nas informações do texto e em outras de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um texto dissertativo que apresente considerações sobre a seguinte questão:

Você concorda que ter muitas escolhas é pior para o consumidor ou acredita que ter muitas opções para escolher faz parte da evolução do mercado e da sistemática de tomada de decisão em sociedade?

eSPm Resolvida – PRova e – 19/junho/2016

CPV – esPecializado na eSPm

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ESPM – 19/06/2016 CPV – esPeCializado na esPM2

CPV ESPMJun2016

ComenTáRio do CPV

O CPV trabalhou, em classe, conceitos importantes para embasar os dois temas de Redação da ESPM

Simulado 1: consumismo e consumo consciente Simulado 4: influência tecnológica e juventude Tema 27: multitarefa e alfabetismo digital Temas 28: whatsapp, inteligência artificial Revisão 2: cibercultura Revisão 4: internetês 

O Tema 1 de Redação da ESPM teve como texto-proposta matérias sobre os emojis, publicadas pelas Revistas Galileu e Veja, no primeiro semestre de 2015. Acerca do assunto, a Banca Examinadora pediu para que os candidatos respondessem se o uso de emojis é um modismo estilístico ou uma alteração que amplia o recurso da linguagem.

Para os candidatos que defenderam que o uso de emojis é um modismo estilístico, uma das possibilidades de argumentação é a citação das características da sociedade do espetáculo, cujos indivíduos interagem por meio das imagens, dando a elas, que são meras cópias da realidade, maior preferência do que a interação direta. Desse modo, há uma mudança negativa na comunicação, que poderia ser atrelada ao modismo, à superficialidade da juventude acreditar que um emoji, de fato, transmite um sentimento. Muitos jovens usam esse recurso automaticamente, por todos fazerem o mesmo.

Por outro lado, os candidatos que concordaram com as ideias contidas no texto-proposta poderiam ter defendido que os emojis ampliam o  recurso da  linguagem. Para isso, poderiam comentar algumas características da juventude atual relacionadas à cibercultura, uma vez que esses jovens são “nativos digitais”. A exemplo disso, essa nova linguagem pode ser vista de maneira positiva, pois é uma forma de comunicação adequada aos ciberespaços, já que a construção deles ocorre por meio de tudo que as gerações Z e Y produzem na internet. Para essa produção, é necessária uma linguagem rápida, multimídia, que acompanhe a velocidade da tecnologia e dessas últimas gerações

Os alunos do CPV tiveram várias aulas que lhes garantiram domínio de conceitos básicos que poderiam ser aplicados à argumentação deste tema. Foram discutidas, em aula, as características da geração Z, da Modernidade Líquida (Z. Bauman), da cibercultura e da influência da internet na vida da geração Y e Z.

O Tema 2 de Redação da ESPM teve como texto-proposta um trecho do livro O Paradoxo da Escolha, de Barry Schwartz. Esse trecho do livro que a ESPM escolheu deixa claro que a opção feita no ato de consumir nem sempre obtém êxito, pois os consumidores não fazem escolhas racionais, mas sim emocionais, uma vez que os produtos comercializados atualmente apresentam as mesmas funções, ou seja, são todos muito parecidos. Nesse sentido, o candidato deveria elaborar uma dissertação em prosa em que ele deixasse claro seu ponto de vista sobre a multiplicidade de escolhas no processo de consumo: ela é negativa ou positiva? Se considerar positiva, deveria analisar a evolução do mercado e da sistemática de tomada de decisão em sociedade.

Para os vestibulandos que optaram por dissertar acerca da liberdade de consumo como prejudicial ao consumidores, as aulas de redação sobre consumismo foram essenciais. O candidato poderia defender que, devido à indústria cultural, as mercadorias tornam-se muito parecidas, independentemente da cultura nativa do país onde elas são vendidas. Por serem similares, a escolha acaba sendo baseada nas necessidades subjetivas de determinados consumidores. Alguns fazem suas escolhas de acordo com uma identidade que queiram assumir, outros conforme o “status” que a mercadoria pode lhe proporcionar.

Para os candidatos que defenderam o aspecto positivo dessa diversidade de escolhas, uma das possíveis abordagens poderia ser relacionada ao consumo consciente. Diante de muitas opções, um consumidor consciente precisa estar atento a quais produtos são melhores não somente para eles, mas também para o meio ambiente e para a sociedade. Nesse sentido, o mercado se vê obrigado a progredir não apenas no que agrada mais aos consumidores — aqui, poder-se-ia, pensar nos aparelhos tecnológicos com uso cada vez mais inovador da inteligência artificial, que, muitas vezes, propicia a “internet das coisas” — como também no que tange às metas de desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, o consumidor teria como foco a tomada de decisão sobre qual produto comprar, de acordo com o que for melhor para a sociedade.

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3CPV – esPeCializado na esPM ESPM – 19/06/2016

ESPMJun2016 CPV

PoRTuguêS

Texto para as questões 01 a 03.

Superocupação improdutiva

Por que é que nos sentimos cada vez mais ocupados e, ao mesmo tempo, menos capazes de perceber o resultado palpável daquilo que fazemos? Trata-se de uma estranha forma de vida em piloto automático: quanto mais mensagens de e-mails você se dedicar a responder, mais mensagens terá para responder de volta no dia seguinte. Parece haver um sinistro paralelo entre a desmaterialização das coisas sob a égide do capital financeiro e a superocupação improdutiva do nosso cotidiano atual. Afinal, a economia financeira não acrescenta riquezas ao mundo, mas, ao contrário, gera valor especulando-o de forma predatória. Nós, igualmente, internalizamos o trabalho em nosso cotidiano, colonizando os antigos momentos de ócio e de lazer com atividades supostamente produtivas, e matando o tédio criativo com a permanente e ansiosa comunicação de informações pela internet. (...) Assim, se o século 20 foi uma era bacteriológica, baseada no paradigma bipolar da imunorreação do eu contra a ameaça infecciosa do outro, as patologias contemporâneas são neuronais (depressão, transtorno de déficit de atenção), causadas por excessos do próprio eu contra si próprio. Inaugurada pela queda de um muro, a nossa era assiste à abertura desregulamentada do mundo para a promiscuidade da globalização, em que tudo se equaliza. Igualmente, o paradigma da sociedade disciplinar, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas, cede lugar a uma sociedade do desempenho, povoada por academias fitness, torres de escritórios, bancos, aeroportos e shopping centers. Empresários de si mesmos, seus habitantes não são mais sujeitos da obediência, mas do desempenho e da produção movidos pela energia motivacional: “Yes, we can”. Incitados à iniciativa pessoal, internalizam a disciplina sob a forma de uma aparente liberdade de ação. Assim, enquanto a antiga sociedade gerava loucos e delinquentes, a atual produz fracassados e depressivos, paralisados por uma sociedade que crê que nada é impossível. Daí a frequente sensação de nos percebermos em meio a uma bola de neve que cresce sem parar, na qual perdemos o controle das nossas ações.

Guilherme Wisnik, Folha de S.Paulo, 07/03/2016, adaptado sobre o livro “Sociedade do Cansaço”,

de Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano radicado na Alemanha.

01. Uma das ideias principais do texto problematiza o fato de o homem do século 21:

a) incorporar um exaustivo trabalho em seu cotidiano e tentar compensar, inutilmente, com horas de ócio e lazer.

b) absorver ansiosamente uma avalanche de informações da internet, fato que acaba gerando um tédio criativo.

c) viver, por um lado, uma histeria hiperativa de produção e, por outro, ter a percepção (paradoxal) de uma frustrante inatividade.

d) ser um espectador passivo das transformações desordenadas da globalização, fato que o faz refém da irrefreável produção de ideologia capitalista.

e) submeter-se a uma roda-viva do capitalismo produtivo, para atingir na vida determinados objetivos altamente discutíveis.

Resolução:

Já na pergunta retórica que inicia o texto — “por que é que nos sentimos cada vez mais ocupados e, ao mesmo tempo, menos capazes de perceber o resultado palpável daquilo que fazemos?” — o autor deixa clara a sua visão paradoxal da sociedade atual, com as pessoas sempre se sentindo ocupadas e, ao mesmo tempo, pouco produtivas.

Alternativa C 

02. O trecho que confirma a ideia de que o homem moderno vive como um “piloto automático” é:

a) “a desmaterialização das coisas sob a égide do capital financeiro”

b) “paradigma bipolar da imunorreação do eu contra a ameaça infecciosa do outro”

c) “sociedade disciplinar, feita de hospitais, asilos, presídios, quartéis e fábricas”

d) “a antiga sociedade gerava loucos e delinquentes” e) “sensação de nos percebermos em meio a uma bola de

neve que cresce sem parar, na qual perdemos o controle das nossas ações.”

Resolução:

Com a metáfora de estarmos em meio a uma “bola de neve que cresce sem parar, na qual perdemos o controle das nossas ações”, o autor mostra que agimos não por vontade própria, mas levados pelas circunstâncias e pelas obrigações, ou seja, estamos em um “piloto automático”.

Alternativa E 

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CPV ESPMJun2016

03. Assinale a afirmação incorreta a respeito do texto:

a) a busca desenfreada pela economia financeira produz um valor especulativo predatório.

b) o preenchimento do atual ócio e lazer com algo produtivo é uma falsa ilusão de rendimento.

c) o século 20 foi marcado pela ameaça de agentes externos, ou seja, pela ameaça do outro; o século 21, pela ameaça de agentes internos, ou seja, de si para si mesmo.

d) “academias fitness, torres de escritórios, bancos, aeroportos e shopping centers” são exemplos cabais do sucesso do homem atual.

e) a sociedade do desempenho, com a ideologia de que pode tudo, produz fracassados e depressivos.

Resolução:

O autor se utiliza da imagem das “academias fitness, torres de escritórios, bancos, aeroportos e shopping centers” não para mostrar o sucesso do homem atual, mas para criticar o ritmo de vida levado pela nossa sociedade, o que leva à depressão e a outras doenças emocionais.

Alternativa D

Texto para as questões 04 e 05.

Acirramento político e ‘textão’ fazemusuários abandonarem redes sociais

A história da internet no Brasil é recheada de momentos mais acirrados, diz Fábio Malini, do laboratório de cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo. “Em 2002, as brigas eram em listas de e-mail. Em 2006, no Orkut; em 2010, no Twitter e, em 2014, já no Facebook”, diz, destacando só as eleições presidenciais.(...) Mas, no Facebook, há “uma cultura do revide”, diz Malini, por causa da possibilidade de comentar nas postagens de outros usuários — que, “cada vez mais, têm uma ‘linha editorial política’”. (...) CHATO DE INTERNET O ambiente virtual se torna agressivo porque a personalidade eletrônica é mais insubordinada, grossa, desbocada e sexualizada,segundo o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do programa de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. Na vida virtual, explica, não há expressões, gestos e retorno imediato da opinião do outro. Para compensar, o cérebro cria um mecanismo para exagerar a intensidade do que quer transmitir. “As pessoas são mais intensas do que são no cotidiano.” Isso afastou o professor Matheus Piai, 24, de Bauru (a 329 km de SP), que não deletou sua conta, mas diminuiu a frequência.”

As redes são ótimas maneiras para debater, mas os usuários fazem isso de maneira excessiva, para atacar uns aos outros.” Nabuco diz que, “se a pessoa se torna chata na internet, possivelmente é chata na vida real”, já que não tem inteligência emocional para regular a frequência com a qual comenta determinado assunto. O artista Rafael Amambahy, 27, chama o Facebook de “black hole” (buraco negro). Ele saiu dessa rede. “Estão gritando paraninguém. Não são discussões. Na efervescência política, você tem que postar e, às vezes, nem sabe sobre o que está falando”, diz.

Juliana Gragnani, Folha de S.Paulo, 13/03/2016. (Adaptado)

04. Segundo o texto:

a) o acirramento gradativo dos debates políticos, ao longo da história da internet, criou uma espécie de “cultura do revide”.

b) as postagens de cunho político, em páginas de usuários sem inteligência emocional, tornaram o ambiente virtual mais agressivo.

c) o estabelecimento de comunicação não se deveria limitar às palavras, havendo necessidade do uso também de expressões (faciais por exemplo), gestos e entonação da voz.

d) na internet, o indivíduo transforma-se num “eu” eletrônico descompensado (em relação ao cotidiano), pois comete excessos na exposição de um assunto.

e) as redes sociais propiciam uma quebra de princípios morais, éticos, políticos, entre outros, fazendo do usuário um “chato”.

Resolução:

Nos dois parágrafos que iniciam a segunda parte do texto, o autor mostra as particularidades da “personalidade eletrônica” em relação à “pessoa real” e explica o motivo do exagero na intensidade dos discursos virtuais.

Alternativa D

05. Das expressões abaixo, assinale a que não representa um jargão na temática do texto:

a) “inteligência emocional” b) “redes sociais” c) “postagens” d) “ambiente virtual” e) “deletou sua conta”

Resolução:

Um jargão é um termo técnico ou uma gíria utilizada por um grupo específico ou para uma atividade específica. O único item que não representa um jargão da linguagem da internet é o item A, já que “Inteligência emocional” não é uma expressão que remeta ao ambiente virtual.

Alternativa A

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Texto para as questões 06 a 08.

Assim, a classe média não pode identificar-se integralmente, no plano ideológico-político, com o proletariado (fabril, comercial ou dos transportes). Em consequência, a classe média não pode participar da direção de um processo revolucionário de construção do socialismo, justamente por ser incapaz de impor a tal processo (do qual a supressão de propriedade privada dos meios de produção é apenas um dos momentos) uma verdadeira direção revolucionária: a da supressão da divisão capitalista do trabalho. Essa é a contradição ideológica própria da classe média: enquanto expressão privilegiada da divisão capitalista do trabalho, tende a ser atraída para o campo ideológico da burguesia; enquanto classe trabalhadora, tende a solidarizar-se com o proletariado. Noutras palavras, a classe média pode tanto aliar-se politicamente à burguesia (ou a uma das frações burguesas), quanto pode unir-se politicamente ao proletariado em lutas que não ultrapassem um certo limite: o da supressão da divisão entre trabalho manual e trabalho não-manual.

Décio Azevedo Marques de Saes, Classe Média e Políticos no Brasil.

06. De acordo com o texto, a classe média:

a) reúne condições ideais para liderar o processo revolucionário, pois participa da classe baixa, pela origem, e da classe alta, pelo estilo de vida e tarefas a que se dedica.

b) desconhece a contradição ideológica que aflige o operariado e os latifundiários.

c) tem como grande objetivo a construção do socialismo, já que dele seria a maior beneficiária.

d) é incapaz de impor ao processo revolucionário a eliminação da divisão capitalista de trabalho.

e) sempre se une ao proletariado em momentos de crise, como uma postura de solidariedade.

Resolução:

Ao afirmar que “a classe média não pode participar da direção de um processo revolucionário (...) por ser incapaz de impor a tal processo (...) uma verdadeira direção revolucionária: a da supressão capitalista do trabalho”, o autor deixa clara a ideia exposta na alternativa D.

Alternativa D

07. É possível inferir do texto que a classe média:

a) é um segmento social sem grande importância política e ideológica num país.

b) aborrece-se com o autoritarismo, de direita ou de esquerda, pois isso entra em conflito com sua formação liberal.

c) favorece uma alteração no sistema capitalista de divisão de trabalho, permitindo a própria ascensão.

d) é incapaz de levar suas insatisfações e frustrações às consequências revolucionárias, por ser contraditória.

e) posiciona-se ideologicamente quase sempre à esquerda, mas age politicamente de maneira direitista.

Resolução:

Ao utilizar conceitos como “esquerda” e “direita”, fazer a oposição entre “posição ideológica” e “posição política”, afirmando que a classe média age “quase sempre” de certo modo, a Banca extrapola as informações que efetivamente estão no texto. Não é possível, portanto, justificar, com base nas palavras e ideias do autor nenhuma das afirmativas apresentadas.

Alternativa E

08. O objetivo do texto é:

a) justificar o papel historicamente ambíguo da classe média como ator social privilegiado.

b) questionar a existência de uma perfeita afinidade ideológica entre a classe média e o proletariado, devido à natural divergência de interesses entre estes.

c) desacreditar a polarização que só vê burguesia e proletariado, enquanto classes, pela introdução de um segmento, a classe média, importante nas sociedades modernas.

d) apoiar a burguesia nacionalista, pois ela é a grande resistência contra a invasão do capitalismo internacional.

e) constatar a eliminação no cenário político do proletariado, uma categoria ideal, já que o operário moderno possui um estilo de vida igual ao da classe média.

Resolução:

Segundo o autor do texto, a classe média “não pode identificar-se integralmente, no plano ideológico-político, com o proletariado”. Porém, a nosso ver, o objetivo do texto é mostrar que a classe média também não se identifica integralmente com a burguesia, sendo, por isso, contraditória. Na falta de uma opção que contemple o sentido integral do texto, ficamos com a parcial alternativa B.

Alternativa B

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CPV ESPMJun2016

09. Em uma das opções abaixo, o verbo HAVER é impessoal e, por isso, não deveria estar no plural. Assinale-a.

a) Traficantes da Favela do Alemão haviam ordenado o fechamento do comércio local, como represália à morte de um deles.

b) Por haverem patrimônio ilegal, muitos políticos foram indiciados na investigação da Operação Lava Jato.

c) Até aqueles que estiveram envolvidos em tráfico de influência se haverão com a Polícia Federal.

d) Em início de temporada, times grandes da Capital não se houveram bem nos jogos da última rodada.

e) Em São Paulo e no Rio, houveram casos de policiais espancados por jovens mascarados nos protestos de rua.

Resolução: O verbo “haver” é impessoal quando estiver utilizado com

o sentido de “existir”, devendo ficar, então, no singular: “em São Paulo e no Rio, houve casos de policiais...”

Alternativa E

10.

Assinale a correta. De acordo com a charge:

a) a primeira fala faz referências à restituição do Imposto de Renda, restituição essa frequentemente distorcida e sempre aquém do esperado pelo contribuinte.

b) a graça recai sobre a discrepância entre os altos impostos auferidos pelo governo e os poucos ou deficientes serviços prestados por este à população.

c) a resposta do interlocutor é irônica, pois supõe um governo capitalista a se apropriar, por meio de impostos, do fruto do trabalho da população.

d) a pergunta da locutora é retórica, pois passou a ser lugar comum criticar as enormes arrecadações, via impostos, e os sempre insuficientes benefícios sociais para a população.

e) a graça se concentra numa inusitada interpretação político-ideológica da incompetência administrativa do governo quanto ao uso do dinheiro público.

Resolução:

Ao se remeter ao conceito consolidado por Karl Marx para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho produzido, gerando o lucro capitalista, o autor da charge interpreta o valor não utilizado dos impostos arrecadados como um “lucro” do governo ao explorar o trabalhador.

Alternativa C

11. Das manchetes de jornais abaixo, uma apresenta ambiguidade. Assinale-a.

a) Juro de banco público já se iguala ao de banco privado. b) Objetos de neto de Chico Anysio que desapareceu são

encontrados no Rio. c) Brasil estuda ajuda privada a refugiados da Síria. d) Estudo aponta que zika causa dano ao feto em qualquer

fase da gravidez. e) Cientistas japoneses descobrem bactéria que devora

garrafa PET.

Resolução:

A oração adjetiva “que desapareceu” pode se referir ao neto de Chico Anysio ou ao próprio Chico Anysio. Descontextualizando-se a manchete, não fica clara a informação de quem desapareceu.

Alternativa B

12. Levando-se em conta os prefixos latinos e gregos grifados, assinale o par que não possui correspondência de significados:

a) abuso / anencéfalo b) ambidestro / anfíbio c) bienal / dilema d) circumpolar / periferia e) contraveneno / antídoto

Resolução:

A palavra “abuso” vem do Latim abuti, “usar mal” (de ab-, “fora”, mais uti, “usar”), não tendo o seu prefixo, portanto, correspondência de significado com o prefixo de negação de “anencéfalo” (ser que apresenta ausência parcial do encéfalo).

Alternativa A

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13. Assinale o item em que a frase transgrida as normas gramaticais, envolvendo o emprego do pronome relativo:

a) Deputado aceitou sair, pois temia sofrer retaliações em outras comissões cujas  as vagas são definidas pelos líderes partidários.

b) O comando da Lava Jato, sobre cujas formas decisórias ainda pairam dúvidas, resolveu acelerar o passo.

c) O caso, em cujos levantamentos se baseiam, traz de volta à tona discussões sobre a falta de controle na mineração.

d) ...como resultados positivos em amostras no líquido amniótico de gestantes cujos bebês apresentaram microcefalia, no sangue e tecidos de crianças.

e) Ele gosta de desafios, mas há um cuja solução não depende dele: a falta de vaga no transporte escolar gratuito da Prefeitura.

Resolução:

O pronome relativo “cujo” sempre vai aparecer contraído com o artigo que o sucede, não sendo, portanto, a forma “cujas as” aceita pela gramática normativa, devendo ser utilizada apenas a forma “cujas”.

Alternativa A

14. Assinale o item que possui um trecho com características nítidas do período literário conhecido como Romantismo.

a) “Enquanto a luta jogam os Pastores,/E emparelhados correm nas campinas,/Toucarei teus cabelos de boninas,/Nos troncos gravarei os teus louvores.”

b) “E essa imagem é pura e sorri; orna-lhe a fronte a coroa das virgens; sobe-lhe ao rosto a vermelhidão do pudor;...”

c) “[Padre Antônio de Morais] Entregara-se, de corpo e alma, à sedução da linda rapariga (...) quisera saciar-se do gozo por muito tempo desejado, e sempre impedido.”

d) “E cada verso que vinha da sua boca de mulata era um arrulhar choroso de pomba no cio.”

e) “Os que as amam e gozam sensualmente, à lei da sensualidade, não lhes ouvem a vaporosa música embriagante do vinho dos encantos da voz e do sorriso; não lhes sentem o perfume delicado de úmidas bocas purpúreas,...”

Resolução:

Palavras e expressões como “pura”, “coroa das virgens” e “vermelhidão do pudor” no excerto do item B constituem índices que permitem associar o excerto como pertencente ao Romantismo, uma vez que configuram o tema do amor e da mulher idealizados. Esse tema é bastante frequente na lírica de Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e tantos outros poetas da chamada Segunda Geração Romântica, também conhecida como byroniana ou do mal do século.

Alternativa B

15. O ensaísta Roberto Schwarz alude ao fato de haver no país um descompasso ideológico, isto é, o desconcerto de uma sociedade escravista, mais as ideias importadas do liberalismo europeu. De onde a sensação de que, no Brasil, as ideias estão deslocadas em relação ao seu uso europeu: há um desacordo entre a situação local e o molde importado. As ‘nossas’ coisas, assim, não seriam nossas.

Dos itens abaixo, o exemplo literário que reflete o espírito do tema acima exposto é:

a) “Alguém há de cuidar que é frase inchada / Daquela que lá se usa entre essa gente” (Cláudio Manuel da Costa)

b) “Invejo o ourives quando escrevo;/ Imito o amor / Com que ele, em ouro, o alto-relevo / Faz de uma flor.” (Olavo Bilac)

c) “Minha terra tem primores, / Que tais não encontro eu cá; / Em cismar – sozinho à noite - / Mais prazer encontro eu lá;” (Gonçalves Dias)

d) “A praça! A praça é do povo / Como o céu é do condor,” (Castro Alves)

e) “Tupi or not tupi, that is the question”. (Oswald de Andrade)

Resolução:

O enunciado sintetiza a célebre formulação do crítico Roberto Schwarz sobre as “ideias fora do lugar”, que caracterizam a transposição artificial de um ideário iluminista europeu para a realidade do Brasil Imperial. Conceitos como igualdade, liberdade, racionalidade e trabalho remunerado não condizem com a sociedade brasileira assentada na aberração da escravidão e nas chamadas relações de favor. Esse deslocamento entre os referenciais europeus e o substrato (que Schwarz chama de “forma”) de nossa sociedade encontram correspondência na afirmação de Oswald de Andrade “Tupi or not tupi”, que ironiza e a afirma a necessidade de assumirmos uma perspectiva brasileira para pensarmos o Brasil e tentarmos superar o nosso atraso, seja na dimensão política, social, econômica ou artística.

Alternativa E

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16. Das definições abaixo, uma delas nos remete diretamente ao período literário conhecido como Simbolismo. Assinale-a.

a) É a arte do conflito, do contraste, da contradição, do dilema e da dúvida, que se expressam pelo acúmulo de antíteses, paradoxos e oxímoros.

b) A “arte pela arte” é um dos seus princípios centrais. A poesia volta-se para o belo (esteticismo), para o zelo da perfeição formal, descompromissada com os problemas do mundo,

c) Aderiu ao cientificismo e ao materialismo, opondo-se à metafísica, à religião e a tudo que escapasse aos limites da matéria.

d) Propõe uma volta aos modelos clássicos greco-romanos e renascentistas. Exalta a vida pastoril, campestre, entendendo que a felicidade e a beleza decorrem da vida no campo.

e) Adotou a teoria das correspondências que propõe um processo cósmico de aproximação entre as realidades, expresso por meio da sinestesia, a qual consiste no cruzamento de percepção de um sentido para outro.

Resolução:

A alternativa E alude explicitamente à célebre teoria das correspondências formulada no poema “Correspondances”, de Charles Baudelaire, no qual ele afirma a existência de uma relação oculta e profunda entre todas as coisas da natureza (sons, cores, odores, perfumes...). O mundo é, assim, uma imensa floresta de símbolos na qual todas as coisas se correspondem sinestesicamente, acusando uma fusão entre todos os elementos. Daí o caráter evocativo dos textos simbolistas, que recusam a conceituação e/ou descrição explícitas dos objetos e procuram antes sugeri-los através da exploração das sensações.

Alternativa E

Texto para as questões 17 e 18.

O Lutador

Lutar com palavrasé a luta mais vãEntanto lutamosmal rompe a manhã(...)Lutar com palavrasparece sem fruto.Não têm carne e sangue…Entretanto, luto.

Palavra, palavra(digo exasperado),se me desafias,aceito o combate.

Carlos Drummond de Andrade

17. Tema frequente na poética de Drummond, os versos sugerem o fato de:

a) os homens insistirem, ao longo da história, numa discussão político-ideológica, sabendo tratar-se de um embate inútil.

b) o homem moderno travar, desde o início da vida (“manhã”), uma luta contra a existência, luta essa completamente frustrada.

c) o “eu” lírico questionar a força da poesia, ou do discurso, e mesmo assim não abdicar de enfrentar, com esse instrumento de luta, as adversidades.

d) a palavra ser um instrumento ineficaz de luta, aspecto que conduz o “eu” lírico coletivo a um pessimismo quase destrutivo.

e) haver uma desarmonia social a qual não pode ser solucionada apenas com o uso de discursos ou ideologias vãs.

Resolução:

Os versos são excertos do célebre poema O Lutador, de Carlos Drummond de Andrade. Neste poema metalinguístico (cuja matéria principal é o próprio fazer poético), o eu lírico problematiza o paradoxo do poeta moderno e da própria poesia (de resto um dos objetos maiores da poesia modernista): escrever é colocar-se na contramão do mundo, já que este, inserido na dinâmica capitalista, recusa permanentemente aqueles que o questionam. Escrever é voltar-se para um objeto (o mundo) que, em última instância, não quer ser questionado. Trata-se de uma luta aparentemente vã, mas ao mesmo tempo, necessária, já que faz parte do “estar no mundo” o seu questionamento. Viver é, como afirma Drummond num outro poema (“Os ombros suportam o mundo”) participar, direta ou indiretamente, de todos os seus acontecimentos: “Chegou um tempo em que não adianta morrer./Chegou um tempo em que a vida é uma ordem./ A vida apenas, sem mistificação”.

Alternativa C

18. As conjunções adversativas “entanto” e “entretanto” só não podem ser substituídas por:

a) mas b) porém c) embora d) todavia e) contudo

Resolução:

As conjunções apresentadas nas alternativas A, B, D e E são adversativas. A conjunção “embora”, apresentada no item C, é uma conjunção concessiva, não podendo substituir as expressões “entanto” e “entretanto”.

Alternativa C

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9CPV – esPeCializado na esPM ESPM – 19/06/2016

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Texto para as questões 19 e 20.

Ao mesmo assuntoe na mesma ocasião

Corrente, que do peito destiladaSois por dois belos olhos despedida;E por carmim correndo divididaDeixais o ser, levais a cor mudada

Não sei quando caís precipitada,Às flores que regais tão parecida,Se sois neve por rosa derretida,Ou se rosa por neve desfolhada.

Essa enchente gentil de prata fina,Que de rubi por conchas se dilata,Faz troca tão diversa e peregrina,

Que no objeto, que mostra, ou que retrata,Mesclando a cor purpúrea, à cristalina,Não sei quando é rubi, ou quando é prata.

Gregório de Matos

19. Os versos acima relatam um acontecimento emocional (traduzido pelas lágrimas) que remete a uma decepção ou perda amorosa. Assinale a alternativa não condizente.

a) há uma oposição cromática que metaforicamente contrapõe o quente e o frio.

b) é possível associar os termos “rosa”, “rubi”, “carmim”, “cor purpúrea” ao amor carnal.

c) é possível associar os termos “corrente”, “neve”, “prata”, “enchente”, “cristal” ao amor espiritual.

d) pelo jogo de palavras, pelas metáforas e pelos aspectos sensoriais, afirma-se que predomina o estilo conceptista do Barroco.

e) o poeta conclui que não há dissociação entre amor carnal e espiritual, pois ambos estão unidos.

Resolução:

A alternativa D não condiz com os versos porque os elementos estilísticos que mais se destacam no poema (jogo de palavras, muitas figuras — antítese, paradoxo, metáfora, hipérbole, hipérbato, quiasmo, gradação, perífrase —, certos preciosismos vocabulares – destilada, concha de rubi, enchente gentil) caracterizam a valorização maior da forma, ou seja, da elaboração propriamente do texto e não dos argumentos. Isso tudo caracteriza o “cultismo” (culto à forma, à construção do poema) e não o “conceptismo” (que se volta mais para a argumentação lógica).

Alternativa D

20. Assinale a única indicação falsa sobre figuras de linguagem no poema de Gregório de Matos:

a) quebra sintática da frase no verso 1: anacoluto. b) suavização da ideia de lágrimas no verso 1: eufemismo. c) cruzamento de ideias nos versos 7 e 8: quiasmo. d) inversão sintática no verso 10: hipérbato. e) comparações sem o conectivo no verso 14: metáfora.

Resolução: A alternativa B é falsa porque a palavra Corrente, no verso 1, Corrente, que do peito destilada, constitui uma metáfora e não um eufemismo. Não é possível afirmar, nesse verso, que há uma suavização

da ideia negativa da lágrima, mas sim uma referência metafórica a ela.

Metáfora é uma figura de linguagem que se constitui pela semelhança entre dois ou mais objetos.

Eufemismo corresponde a uma ou mais palavras empregadas com a intenção de atenuar alguma coisa.

No poema, a palavra Corrente é uma metáfora de lágrimas e que pode sugerir, o amor espiritual.

As demais figuras de linguagem estão corretamente explicadas nas alternativas.

Alternativa B

ComenTáRio de gRamáTiCa e TexToS

As 14 questões de Gramática e Interpretação do vestibular da ESPM para ingresso no segundo semestre de 2016 mantiveram o perfil das provas anteriores. Estiveram presentes assuntos como concordância verbal, formação de palavras, uso de pronome relativo, conjunções, figuras de linguagem, além do trabalho de análise textual, como já esperado, na maior parte da prova.As questões foram simples, de enunciado claro e direto (com exceção das análises feitas nas questões 07 e 08), cobrando o conceito do candidato sem dispersá-lo com textos rebuscados.

ComenTáRio de liTeRaTuRa

A prova apresentou 6 questões de Literatura com enunciados e alternativas bastante claros e que exigiam conhecimentos básicos sobre alguns dos principais movimentos estéticos da história da literatura. Os temas foram bem distribuídos, com duas questões sobre Barroco, uma sobre Romantismo, uma sobre Simbolismo e duas sobre Modernismo. Acrescente-se que alternativas incorretas abordavam elementos de outras estéticas, como o Arcadismo, o Naturalismo e o Parnasianismo, contemplando, assim, no cômputo geral, praticamente todas as estéticas.Os textos escolhidos compreenderam um repertório de textos básicos da literatura brasileira e de autores essenciais, como Gregório de Matos e Carlos Drummond de Andrade.

Observação: o soneto de Gregório de Matos que serviu para a formulação das questões 19 e 20 apresenta o primeiro verso como “Corrente, que do peito destilada”. Lembremos que há divergências entre os fixadores dos textos de Gregório e em algumas edições de sua obra completa o verso aparece como “Corrente, que do peito desatada”. Ressalvamos que a variante não compromete a abordagem do texto exigida pelas questões.

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CPV ESPMJun2016

maTemáTiCa

21. A expressão numérica 2 . 813 + 3 . 96 + 4 . 274 equivale a:

a) 315

b) 97

c) 274

d) 321

e) 912

Resolução:

2(34)3 + 3(32)6 + 4(33)4 = 312(2 + 3 + 4) =

= 312 . 32 = 314 = 97 Alternativa B

22. A equação x + x x – 1 =

54 em que x é um número real

apresenta:

a) uma única raiz, que é maior que 10. b) uma única raiz, que é menor que 10. c) duas raízes cuja soma é 26. d) duas raízes, mas só uma é maior que 10. e) duas raízes, que são quadrados perfeitos.

Resolução:

Temos:

x + x x – 1 =

54 Û 4x + 4 x = 5x – 5 Û x – 4 x – 5 = 0

Fazendo x = t, temos t2 – 4t – 5 = 0 Û t = 5 ou t = –1

Voltando à incógnita x, temos

x = 5 Þ x = 25 ou x = –1 (não convém)

A equação apresenta uma única raiz x, maior que 10.

Alternativa A

23. Bia é 6 anos mais velha que Carla. Há 2 anos, a idade de Bia era o triplo da idade de Ana e daqui a 1 ano será igual à soma das idades de Ana e Carla. Podemos afirmar que:

a) Ana tem 7 anos. b) Bia tem 12 anos. c) Ana é mais velha que Carla. d) Carla tem 6 anos. e) Ana e Carla têm a mesma idade.

Resolução:

B = C + 6 B – 2 = 3(A – 2) Þ Temos: A = 5, B = 11 e C = 5 B + 1 = A + 1 + C + 1

Podemos afirmar que Ana e Carla têm a mesma idade.

Alternativa E

24. Ao organizar uma caixa contendo porcas e parafusos num total de 95 peças, um marceneiro pretendia encontrar uma porca adequada para cada parafuso. Observou, então, que o número de porcas que ficaram sem parafusos era 10 vezes maior que o número de parafusos que ficaram sem porcas. Sendo N o número de conjuntos porca-parafuso que ele conseguiu montar, podemos afirmar que o menor valor e o maior valor que N pode assumir são, respectivamente:

a) 7 e 39 b) 11 e 42 c) 7 e 84 d) 11 e 84 e) 9 e 42

Resolução:

Chamemos de

x: número de porcas sem parafuso; y: número de parafusos sem porca.

Então:

x = 10y Þ 11y + 2N = 95 Þ N =

95 – 11y2 x + y + 2N = 95

Como y e N são números naturais:

para y = 1, temos o valor máximo N = 95 – 11

2 = 42

para y = 7, temos o valor mínimo N = 95 – 77

2 = 9

Observe que para y = 0 ou y = 8, N não é natural e

para y > 9, N passa a ser negativo.

Alternativa E

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11CPV – esPeCializado na esPM ESPM – 19/06/2016

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25. O gráfico abaixo mostra a variação do número de unidades vendidas de uma certa mercadoria conforme o preço cobrado por unidade.

Comparando-se as situações descritas pelos pontos A e B, podemos concluir que:

a) o aumento no preço unitário causou uma queda de 59% nas unidades vendidas.

b) embora tenha havido uma queda nas vendas, o aumento do preço unitário causou um acréscimo de 6% na receita.

c) com o aumento do preço unitário, a receita sofreu uma queda de 8%.

d) com o aumento do preço unitário, a receita diminuiu em 31%.

e) mesmo com o aumento do preço unitário, a receita não se alterou.

Resolução:

mAB = – 1500 – 1035

30 – 40 = – 46,5 Þ y = – 46,5 x + n

1500 = – 46,5 . 30 + n Þ n = 2895 Então, temos que y = – 46,5 x + 2895 A receita é R = y . x = – 46,5 x2 + 2895 x

R (30) = – 46,5 (30)2 + 2895 (30) = 45000

R (40) = – 46,5 (40)2 + 2895 (40) = 41400

Logo, R(40)R(30) =

4140045000 = 0,92

Podemos concluir que, com o aumento do preço unitário, a receita sofreu uma queda de 8%

Alternativa C

26. Em todos os dias 10 dos meses de janeiro, fevereiro e março de um certo ano, o Sr. João aplicou a mesma quantia de R$ 1000,00 à taxa de juros compostos de 10% ao mês.

Podemos concluir que o montante dessa aplicação no dia 10 de abril desse mesmo ano foi de:

a) R$ 4203,00 b) R$ 3641,00 c) R$ 4015,00 d) R$ 3135,00 e) R$ 3968,00

Resolução:

Controle de saldo feito pelo Sr. João:

10/janeiro: R$ 1000,00 10/fevereiro: R$ 1000,00 . 1,1 + R$ 1000,00 = R$ 2100,00 10/março: R$ 2100,00 . 1,1 + R$ 1000,00 = R$ 3310,00 10/abril: R$ 3310,00 . 1,1 = R$ 3641,00

Alternativa BOutra forma de resolução:

C1 aplicado em 10 de janeiro: M1 = R$ 1000,00 (1,1)3

M1 = R$ 1331,00

C2 aplicado em 10 de fevereiro: M2 = R$ 1000,00 (1,1)2

M2 = R$ 1210,00

C32 aplicado em 10 de março: M3 = R$ 1000,00 (1,1)1

M3 = R$ 1100,00

M = M1 + M2 + M3 = R$ 3641,00Alternativa B

27. As soluções inteiras e positivas da equação x . y . z = 30,

com x ≠ y ≠ z são dadas por ternas ordenadas (a, b, c).

Essas soluções são em número de:

a) 4 b) 6 c) 12 d) 24 e) 48

Resolução:

Fatorando o número 30, temos 30 = 1 . 2 . 3 . 5.

As ternas não ordenadas que conseguimos montar com esses números, segundo as restrições dadas, são (1, 2, 15), (1, 3, 10), (1, 6, 5) e (2, 3, 5).

Logo, a quantidade de ternas ordenadas que resolvem a equação são 4 . 3! = 24.

Alternativa D

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28. Uma sequência é dada pela seguinte lei de recorrência:

a1 = 4 , onde n Î N*.

an + 1 = (an)

2an

A soma dos 20 primeiros termos dessa sequência é igual a:

a) 64 b) 48 c) 36 d) 76 e) 42

Resolução: a1 = 4 Dada a lei de recorrência: em que n Î N*,

an + 1 = (an)

2an

temos: a1 = 4 a2 = (4)

24 = 2

S20 = 4 + 2 + 2 + ... + 2 a3 = (2)

22 = 2

a4 = (2)22 = 2

S20 = 42 a20 = (2)

22 = 2

Alternativa E

19 vezes

29. A partir do quadrado ABCD, de lado 4, constrói-se uma sequência infinita de novos quadrados, cada um com vértices nos pontos médios dos lados do anterior, como abaixo:

O comprimento da poligonal infinita destacada na figura por linhas mais grossas é igual a:

a) 4 2 b) 4 2 + 1 c) 8 + 2 d) 4 + 2 2 e) 8

Resolução:

Na figura, DE = CD2 =

42 = 2.

No triângulo CEJ, a metade da hipotenusa mede

EF = 2 2

2 = 2.

No triângulo FJK, a metade da hipotenusa mede

FG = 2 22 = 1.

A soma da poligonal infinita é, portanto, a soma limite de uma P.G. cuja razão é q = 1

2.

S∞ = a1

1 – q = 2

1 – 12

= 2 2 2 – 1

= 4 + 2 2

Alternativa D

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13CPV – esPeCializado na esPM ESPM – 19/06/2016

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30. A reta de equação y = 4 intercepta a circunferência de equação x2 + y2 = 18 nos pontos A e B.

A equação da parábola que passa por A, B e pela origem do sistema de eixos cartesianos pode ser dada por:

a) y = x2 + 2x b) y = x2 + 2 c) y = 2x2

d) y = 2x2 – 2x e) y = 2x2 + 2x

Resolução:

Temos: y = 4x2 + y2 = 18 Þ x = 2 ou x = – 2

Se a parábola y = ax2 + bx + c passa pela origem,

para x = 0 temos y = 0, ou seja, c = 0.

Como a parábola passa pelos pontos ( 2; 4) e (– 2; 4), ela é simétrica em relação ao eixo y e xV = – b

2a Þ b = 0.

Portanto, 4 = a( 2)2 Þ a = 2

A equação da parábola que passa por A, B e pela origem do sistema de eixos cartesianos será y = 2x2.

Alternativa C

31. A figura mostra a planta de um terreno retangular de vértices A, B, C e D, representada no plano cartesiano. A altitude h (em metros) de cada ponto (x, y) desse terreno, em relação a um plano horizontal adotado como referência, pode ser

obtida pela função h = (x + 2) . (40 – y)

80 .

A maior altitude que um ponto localizado sobre a diagonal AC poderá ter é igual a:

a) 1,70 m b) 1,85 m c) 1,90 m d) 1,75 m e) 1,80 m

Resolução:

A reta ↔ AC passa pelos pontos (0; 0) e (10; 40) e portanto:

seu coeficiente angular é m = 40 – 010 – 0 = 4

sua equação é y = 4x.

Assim, h = (x + 2) . (40 – 4x)

80 = 1

20 (–x2 + 8x + 20).

A abscissa do vértice é xV = –8–2 e

o valor máximo de h é hV = 1

20 (–(4)2 + 8(4) + 20) = 1,80 mAlternativa E

32. Uma empresa propôs um sistema de reajuste salarial aos seus funcionários de modo que o percentual de aumento fosse inversamente proporcional ao salário atual de cada um. Um funcionário que ganhava R$ 3.000,00 passou a ganhar R$ 3.600,00 segundo essa regra.

Um outro funcionário que ganhava R$ 6.000,00 passou a receber, então:

a) R$ 6.600,00 b) R$ 7.200,00 c) R$ 6.800,00 d) R$ 6.400,00 e) R$ 7.400,00

Resolução:

Seja P = kS , em que P é a porcentagem;

S é o salário; k é a constante de proporcionalidade.

Então, 20% = k

3000 Þ k = 600

Para o outro funcionário, devemos ter: P = 6006000 = 0,1.

Com um aumento de 10%, ele passou a receber: R$ 6.600,00.

Alternativa A

33. Um tecido tem, em sua composição, 30% de poliéster e 70% de algodão. Numa dada época, o custo do kg de algodão era o dobro do kg do poliéster. Sabendo-se que os preços do poliéster e do algodão sofreram reajustes de 10% e 40%, respectivamente, esses aumentos fizeram com que o custo do tecido tivesse um aumento de:

a) 32,8% b) 34,7% c) 33,2% d) 35,1% e) 36,5%

Resolução:

Sejam P o custo do quilograma do poliéster; 2P o custo do quilograma de algodão.

Custo inicial: 0,3 P + 0,7 . 2P = 1,7 P

Custo final: 0,3 P . 1,1 + 0,7 . 2P . 1,4 = = 0,33 P + 1,96 P = 2,29 P

Devemos ter: 1,7 P (1 + i) = 2,29 P Þ P @ 0,347 = 34,7%

Alternativa B

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34. Num mapa, uma estrada retilínea passa sucessivamente pelas cidades A, B e C e uma cidade D, distante 120 km de A, está localizada de tal forma que o ângulo DÂB mede 36º. Um viajante fez o trajeto AB, BD e DC, percorrendo em cada trecho a mesma distância.

Se ele tivesse ido diretamente de A até C, teria percorrido uma distância de:

a) 120 km b) 60 3 km c) (120 . cos36º) km

d) 120

cos 36º km

e) 140 km

Resolução:

Temos que AB = BD, BD^ A = BAD = 36º e

CB^ D = 72º, pois é ângulo externo ao triângulo ABD.

DB = DC, DB^ C = DC^ B = 72º e BD^ C = 36º, como na figura.

Portanto, AC^ D = AD^ C = 72º Þ AD = AC = 120 km

Alternativa A

35. Num programa de televisão, cada um dos dois competidores retira um cartão de uma urna contendo 50 cartões numerados de 1 a 50. Em seguida, o apresentador retira um dos 48 cartões restantes. O prêmio será dado ao competidor cujo número mais se aproxima do número do apresentador.

Se Ana tirou o número 8 e Pedro tirou o 31, a probabilidade de Ana ganhar o prêmio é:

a) 22,5% b) 27% c) 33,5% d) 37,5% e) 42%

Resolução:

1 2 ...... 8 ...... 19 20 ...... 31 .............................. 50              ↓ Ana 19,5 Pedro

A média aritmética entre 8 e 31 é 19,5.

Ana vence se o apresentador retirar um número entre 1 e 19 (com exceção de 8) isto é, 18 possibilidades em 48.

P (A ganhar) = 1848 = 0,375 = 37,5%

Alternativa D

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15CPV – esPeCializado na esPM ESPM – 19/06/2016

ESPMJun2016 CPV

36. Num grupo de 4 pessoas, aqui designadas por A, B, C e D, serão escolhidas 3 delas para formar uma comissão.

Sabe-se que, se A, B e C forem escolhidas, serão 2 mulheres e 1 homem, mas, se forem escolhidas A, C e D, serão 2 homens e 1 mulher.

Pode-se afirmar com certeza que:

a) C é mulher e D é homem b) A é homem e B é mulher c) D é homem e B é mulher d) A é mulher e B é homem e) B é homem e C é mulher

Resolução:

Podemos ter:

Analisando o 1o e o 3o quadros, concluímos que B é mulher e D é homem.

Alternativa C

1o 2o

A H HB MC M MD H

1o 2o

A M MB MC H HD H

1o 2o

A M MB HC M MD ?

não convém

37. Um garoto está construindo uma sequência de polígonos formados por 8 palitos de fósforo cada um, como mostra a figura abaixo:

Sabendo-se que ele dispõe de 225 palitos, ao formar a maior quantidade possível desses polígonos, o número de palitos restantes será igual a:

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

Resolução:

Notamos que o padrão abaixo, formado por 11 palitos, repete-se, formando a sequência de polígonos descrita.

Com 220 palitos, formamos 20 figuras iguais a ela: (11 x 20 = 220), restando 225 – 220 = 5 palitos.

Tomando mais 2 palitos para fecharmos o último polígono, restam 5 – 2 = 3 palitos.

Alternativa C

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ESPM – 19/06/2016 CPV – esPeCializado na esPM16

CPV ESPMJun2016

38. Observando-se a tabela verdade reproduzida abaixo, podemos concluir que as sequências de valores lógicos indicadas pelas setas 1 e 2 são, respectivamente:

a) VFVV e VVFF b) FVFF e VVVF c) VFVV e VFVF d) FFVV e VVVF e) FVFF e VVFF

Resolução:

A tabela verdade completa é:

Alternativa B

39. Se Paulo é médico, então Carlos é advogado. Se João não é advogado, então Paulo é médico. O engenheiro é o mais velho dos três. Sabe-se que cada um dos personagens citados exerce uma e somente uma das profissões mencionadas e que Carlos não é advogado. Podemos afirmar que:

a) Paulo é o mais velho, Carlos é médico e João é advogado. b) Paulo é advogado, Carlos é engenheiro e João é médico. c) Paulo é médico ou Carlos é advogado ou João é o mais

velho. d) Paulo é advogado, Carlos é médico e João é engenheiro. e) Paulo é médico, Carlos é engenheiro e João é advogado.

Resolução:

A condição suficiente para que Paulo seja médico é que: Carlos seja advogado.

Como Carlos não é advogado, então Paulo não é médico.

Se Paulo não é médico, então João é advogado.

Portanto: João é advogado; Paulo é engenheiro (o mais velho); Carlos é médico.

Alternativa A

A B ~B A Ù B A → B A Ù ~B ~B → A

V V F V V F VV F V F F V VF V F F V F VF F V F V F F

40. Na multiplicação abaixo, cada letra representa um algarismo do sistema decimal de numeração.

A B Cx 97 D C 6

O valor de A + B + C + D é:

a) 22 b) 20 c) 24 d) 21 e) 23

Resolução:

A B C Como 9C termina em 6, temos 9 9C = 36 Þ C = 4. 7 D C 6

3 A B 4 Como 9B termina em 4, temos 9 9B + 3 = 84  Þ B = 9. 7 D 4 6

8 A 9 4 Como 9A + 8 = 7D, temos 9 A = 7 e D = 1. 7 D 4 6

Assim, A + B + C + D = 7 + 9 + 4 + 1 = 21Alternativa D

ComenTáRio de maTemáTiCa

A prova de Matemática do processo seletivo ESPM 2016/2 manteve as características das últimas provas, com questões que demandavam bastante conhecimento matemático do vestibulando, principalmente nas questões de Lógica, não muito usuais no vestibular ESPM.A escolha criteriosa dos assuntos e o grau de dificuldade das questões deverá atender ao propósito do vestibular de selecionar os melhores candidatos, diferenciando os mais bem preparados.Parabenizamos a Banca Examinadora por mais esta prova de ótimo nível.

Distribuição das Questões:

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21. Potenciação22. Equação do 2º grau23. Sistema Linear24. Sistema Linear25. Matemática Financeira26. Matemática Financeira27. Análise Combinatória28. Sequência29. Geometria Plana / PG30. Geometria Anal/Função 2º G

31. Geometria Analítica32. Razão e Proporção33. Matemática Financeira34. Geometria Plana35. Estatística / Probabilidade36. Análise Combinatória37. Aritmética38. Lógica39. Lógica40. Conjuntos Numéricos