ESPIRITUALIDADE DO MISSIONÁRIO. 1)Espiritualidade dos missionários (as): o que é isso?
Espiritualidade sacerdotal ii
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Província Eclesiástica de AracajuSeminário Maior Nossa Senhora da ConceiçãoProfessor: Pe. Adeilson Aluno: Wagner da Silva
ESPIRITUALIDADE SACERDOTAL
A vida e o ministério dos sacerdotes se desenvolvem em contexto histórico, mas não
nasce da história, senão da vontade imutável do Senhor. É dentro dessa realidade histórica em
que ele se configura através das opções concretas à luz do evangelho e dos sinais dos tempos.
Na atual fase da vida da Igreja, o sacerdote é chamado a viver em profundidade seu
ministério, o que requer generosidade e dedicação completa, preparação intelectual e,
sobretudo, uma vida espiritual profunda enraizada na caridade pastoral que é sua via
específica de santidade.
O presbítero, portanto, que envolvido com o empenho da Igreja na nova evangelização
e partindo da fé em Cristo descobre que Nele a uma riqueza imperscrutável e que nenhuma
cultura pode exaurir e todos os homens podem beber. A nova evangelização é m chamado à
conversão e a esperança que se apoia nas promessas de Deus e na fidelidade de sua palavra e
na certeza da ressurreição de Cristo. Por isso, que a evangelização está apoiada no mistério de
Cristo, sobretudo, morte e ressurreição. Com isso, é chamado a ser arauto da esperança.
Diante do crescimento das seitas e dos novos cultos, compete aos sacerdotes responder
com prontidão e dum modo incisivo à procura do sagrado e de uma autêntica espiritualidade,
como homem de Deus e mestre de oração. Ele é chamado a ser na sua comunidade homem de
comunhão, de autêntica caridade.
Outro elemento, o sacerdote deve dar particular importância pra vencer o desafio das
seitas é a catequese, a fim de que os fiéis conheçam realmente o significado de sua vocação
cristã e da fé católica.
No exercício de sua atividade ministerial, o sacerdote, vencendo a mentalidade
secularista, terá cuidado de reservar a importância da vida Espiritual estando com Cristo na
oração. A oração de Cristo no Getsêmani revela de modo paradigmático como o nosso
sacerdócio deve ser profundamente um homem de oração.
Assim, a preeminência da vida espiritual encarnada na vida de cada presbítero
mediante a liturgia, a oração pessoal, o estilo de vida e a prática das virtudes cristãs que
contribuem para a fecundidade do ministério da ação pastoral deve respirar um clima de
amizade e de encontro pessoal com Cristo e de serviço a Igreja.
No programa de vida de oração o presbítero deve incluir: celebração eucarística
quotidiana, com adequada preparação e ação de graças; a confissão frequente a direção
espiritual já praticada no seminário; a celebração íntegra e fervorosa da liturgia das horas, à
qual é quotidianamente obrigado; O exame de consciência; a oração mental propriamente
dita; a lectio divina: os momentos prolongados de silêncio e de colóquio, sobretudo nos
Exercícios e retiros Espirituais periódicos; as preciosas expressões da devoção mariana como
o Rosário; a « Via Sacra »e os outros pios exercícios; a frutuosa leitura hagiográfica.“É necessário, portanto, que o presbítero programe a sua vida de oração de maneira a incluir: a celebração eucarística quotidiana, com adequada preparação e ação de graças; a confissão frequente e a direção espiritual já praticada no seminário; a celebração íntegra e fervorosa da liturgia das horas, à qual é quotidianamente obrigado; O exame de consciência; a oração mental propriamente dita; a lectio divina; os momentos prolongados de silêncio e de colóquio, sobretudo nos Exercícios e retiros Espirituais periódicos; as preciosas expressões da devoção mariana como o Rosário; a “Via Sacra” e os outros pios exercícios; a frutuosa leitura hagiográfica” (p. 39, Diretório para o Ministério e a vida dos
Presbíteros).
O presbítero é chamado a imitar Cristo que reza cultivando profundamente uma
relação existencial com a pessoa de Jesus. É chamado a imitar a Igreja que reza por meio do
exercício da fé e da palavra que deve ser vivida celebrada e testemunhada, mantendo os olhos
sempre fixos em Jesus Bom Pastor.
A caridade do sacerdote é manifestada na caridade de Cristo. Com isso, apresentamos
duas exigências do ministério presbiteral: o caráter missionário da transmissão da fé, ou
melhor, não deve ser anúncio abstrato distante da vida das pessoas, mas, deve referir-se ao
significado da vida de cada homem; por outro lado, deve estar em conformidade com a fé da
Igreja (autenticidade).
A missão primária do sacerdote é ser anunciador da palavra de Jesus Cristo. Por isso,
sua pregação não pode ser reduzida a comunicação de pensamentos próprios e manifestação
de experiência pessoal, mas transmitida sem duplicidade e sem nenhuma falsificação, mas
fielmente.
O presbítero, como mestre e educador da fé, fará com que a catequese e os
sacramentos, sejam parte privilegiadas da iniciação cristã na família, no ensino religioso e na
formação dos movimentos apostólicos.
O serviço da palavra é elemento fundamental do ministério presbiteral, o coração e o
centro de tal ministério é a Eucaristia como presença real, no tempo, do único e eterno
sacrifício de Cristo. Por isso, o sacerdote deve ressaltar a qualidade e limpeza do lugar,
arquitetura do altar e do tabernáculo, à nobreza dos vasos sagrados, dos paramentos, do canto,
da música, etc. Pois, celebrar bem constitui uma primeira e importante catequese sobre o
santo sacrifício. Mas tal centralidade da Eucaristia não deve ser mostrada apenas pela digna
celebração do sacrifício, mas também através da adoração eucarística.
Por vontade de Cristo o sacerdote são os únicos ministros do sacramento da
reconciliação, sacramento confiado aos apóstolos e seus sucessores. É por esse sacramento
que se estabelece a amizade com Deus e com todos os seus filhos na sua família que é a
Igreja. Por isso, o presbítero dedicar-se á a ouvir as confissões dos fiéis individual e
comunitária reservando a absolvição comunitária só para casos extraordinários e com as
condições requeridas.
E também, o presbítero tem necessidades de confessar os próprios pecados. Com isso,
além de ser testemunho para os fiéis é condição indispensável para a valorização do
sacramento da reconciliação. Ademais, o sacramento da reconciliação, o presbítero, em
momento diverso deste sacramento, não deixe de exercer a direção espiritual e ele mesmo
fazer direção espiritual. Esta prática pode ajudar na orientação das vocações como o criar a
consciência da necessidade de não caminhar sozinho.
Outro aspecto do seu ministério é a comunidade. Como pastor, o sacerdote existe e
vive para ela; por ela reza, estuda, trabalha e se sacrifica; por ela está disposto a dar a vida,
amando-a como Cristo, dirigindo para ela todo o seu amor e a sua estima, prodigando-se com
todas as forças e sem limites de tempo por torná-la, à imagem da Igreja esposa de Cristo, cada
vez mais bela e digna da complacência do Pai e do amor do Espírito Santo.
Para viver com amor e generosidade o dom recebido, é particularmente importante que
o sacerdote compreenda desde a formação seminarística a motivação teológica e espiritual da
disciplina eclesiástica sobre o celibato este por sua vez requer a castidade por amor ao reino,
configurando a Cristo cabeça e esposo da Igreja. O celibato não é um influxo que do exterior
recai sobre ministro sacerdotal, nem pode ser visto como uma instituição imposta por lei, mas
como íntima conexão com o ministério sagrado na sua dupla dimensão de relação com Cristo
e com a Igreja, e por outro, a liberdade daquele que o assume. É claro, que para garantir e
defender este dom num clima de sereno equilíbrio espiritual, é necessário, portanto, que os
presbíteros se comportem com a devida prudência nas relações com as pessoas cuja
familiaridade pode colocar em perigo a fidelidade ao dom ou então suscitar o escândalo dos
fiéis. Nos casos particulares deve atender-se ao parecer do Bispo que tem obrigação de
estabelecer normas precisas sobre o assunto.
O fundamento da obediência está no Cristo que se fez obediente até a morte e morte
numa cruz (Fil 2,8). A virtude da obediência, requerida intrinsecamente pelo sacramento e
pela estrutura hierárquica da Igreja, é claramente prometida pelo clérigo, primeiro no rito da
ordenação diaconal e depois no da ordenação presbiteral. Por meio da obediência o sacerdote
se configura ao cristo servo e nele rebe forças para vivê-la.
Por pertencer a uma Igreja particular e estar agregado ao serviço da mesma, deve
especial obrigação de respeito e obediência ao Sumo Pontífice e ao Ordinário próprio.
Enquanto ministro de Cristo e da sua Igreja, o presbítero assume generosamente o empenho
de observar fielmente todas e cada uma das normas, evitando aquelas formas de adesão
parcial, segundo critérios subjetivos, que criam divisão e se repercutem, com notável dano
pastoral, também sobre os fiéis leigos e sobre a opinião pública. Todavia, para a observância
da obediência é necessários que aqueles que exercem o carisma institucional devem exercê-lo
na caridade.
No que se refere às normas litúrgicas o sacerdote não acrescentará, tirará ou mudará
seja o que for por iniciativa própria.
Em âmbito pastoral, É necessário que os sacerdotes, no exercício do seu ministério,
não só participem responsavelmente na definição aos planos pastorais que o Bispo - com a
colaboração do Conselho Presbiteral - determina, mas também harmonizem com eles as
realizações práticas na própria comunidade.
Numa sociedade secularista e materialista, que estão esquecendo os sinais sagrados, os
sacerdotes sejam reconhecidos, também pelo hábito que traz. O presbítero deve ser
reconhecido antes de tudo pelo seu comportamento, mas também pelo vestir de maneira a ser
imediatamente perceptível por cada fiel, melhor ainda por cada homem, a sua identidade e
pertença a Deus e à Igreja.
O clérigo deve trazer um hábito eclesiástico decoroso segundo as normas emitidas pela
Conferência Episcopal. E quando não é o talar deve ser diverso da maneira de vestir dos
leigos.
Pobreza como disponibilidade a exemplo de Cristo deve levar o presbítero a conformar-se
com Ele, na liberdade interior, em relação a todos os bens e riquezas do mundo. O Senhor
ensina-nos que o verdadeiro bem é Deus e que a verdadeira riqueza é ganhar a vida eterna
(Mc 8, 36-37).
O presbítero, embora não tenha assumido a pobreza com uma promessa pública, é
obrigado a levar uma vida simples e a abster-se de tudo o que pode ter sabor de vaidade,
abraçando assim a pobreza voluntária, para seguir de mais perto Cristo.
Como a João aos pés da Cruz, assim a cada presbítero é confiada, de modo especial,
Maria como mãe (cf. Jo 19, 26-27). Os sacerdotes, que estão entre os discípulos prediletos de
Jesus crucificado e ressuscitado, devem acolher Maria como sua mãe na própria vida, fazendo
dela objeto de contínua atenção e oração. A sempre Virgem torna-se então a mãe que os
conduz a Cristo; que os faz amar autenticamente a Igreja, que intercede por eles e os guia para
o Reino dos céus. Todo o presbítero sabe que Maria, porque mãe, é também a mais eminente
formadora do seu sacerdócio, uma vez que é Ela que sabe modelar o seu coração sacerdotal,
protegê-lo dos perigos, dos cansaços, dos desencorajamentos e de vigiar, com materna
solicitude, para que ele possa crescer em sabedoria, idade e graça, diante de Deus e dos
homens.
Referência
Congregação para o Clero. Diretório para o Ministério e a vida do Presbítero. Editora
Vozes, Petrópolis, RJ, 1994.